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Por Ciça Bueno
POR ANTONIO BIVAR
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DELÍCIAS DO VERÃO
Do vestido de Michelle Bolsonaro ao sucesso de Glenn Close em A Esposa e a posse de armas no Brasil: o verão começou quente
OCarnaval no começo de março é o precom o fumo, e o vício cada vez mais cedo. As núncio das águas encerrando o verão. novas gerações vêm aderindo à onda, sobretuVerão é bom, mas muita gente se queixa. do em países da Europa e nos Estados Unidos. O bom do verão é se deixar por ele levar. Dos 7 milhões que morrem todo ano em decorMuita água, ventilador de teto, pouca roupa, nurência do tabaco, quase 1 milhão são fumantes dismo entre quatro paredes, ar condicionado, passivos expostos à fumaça de tabagistas ativos. lençóis de algodão 500 fios, seda, cetim escorPara Bruna Marquezine, a chave do corpo perregadio, bom colchão para fazer alongamento, e feito é muita malhação. Uma das coisas que o por aí vai. De boa. E de quebra, as notícias. Boas presidente Jair Bolsonaro acentuou em seu disou más não se vive sem elas. O muro de Trump curso de posse – além do mal entendido de livrar- contra o México. Nem os republicanos aprovam a -se do socialismo – foi se livrar do politicamente ideia. Sabem que os invasores sempre darão jeito correto, liberando o povo para falar de tudo o que de varar a fronteira. Quando uma coisa sobe, logo lhe vai na veneta. Os mais rodados sabem que outra desce. Os cigarros eletrônicos de sabores política, em função de mandato, é sempre desão um convite para que crianças tomem contato cepcionante. Sérgio Moro, o justiceiro ministro
FOTOS MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL; GETTY IMAGES; REPRODUÇÃO INSTAGRAM; DIVULGAÇÃO
da Justiça em plena clava forte. O povo naquela de querer que ele resolva a corrupção, a relação com o Congresso, os rabos presos, as reformas. A ideologia esquerdista e de gênero, nas escolas mais elitistas, são aceitos meninos-meninas e meninas-meninos. E as privatizações – sempre a facção nacionalista com um pé fincado atrás. A criminalidade e os direitos humanos. A redução da maioridade penal. Mas o acesso às armas assusta: brasileiro atiçado, por dá-cá-aquela-palha já vai sair matando.
A primeira-dama, dona Michelle, não é apenas bonita e decorativa. Seu discurso em Libras mostrou que ela também é ótima no gestual de moderna Carmen Miranda. Michelle Bolsonaro trabalha em um grupo voltado para surdos, na Igreja Batista Atitude, no RJ.
Aos 38 anos (25 mais moça que Bolsonaro), Michelle, de família humilde, nasceu e foi criada em Ceilândia. O pai era motorista de ônibus; a mãe, dona de casa. Michelle trabalhou num supermercado e numa loja de roupa popular tipo a Torra. Mas estudou com afinco. Em 2006, conseguiu posto de secretária na Câmara dos Deputados, quando conheceu Jair Messias, com quem está casada há 11 anos. O casal tem uma filha, Laura, de 8 anos. Dos filhos do presidente, de seus casamentos anteriores, Michelle se dá melhor com Carlos, vereador no RJ, o único a aceitá-la como mulher do pai. Entusiasmada com esse papel principal de primeira-dama, Michelle precisa apenas modular os arroubos de sua espontaneidade. Rosangela Moro, a mulher de Sérgio Moro, gosta dela: “Ela é naturalmente linda, e suas atitudes a tornam única, admirável, e querida por todos”. Para os que se lembram da outra, Michelle Bolsonaro é a primeira-dama mais bonita desde Thereza Goulart. Mulher do vice-presidente, general Mourão, a Paula Mourão também agrada. É bonita, simpática e tem traquejo.
Nas telas, quem está arrasando é a Glenn Close na fita A Esposa. Jonathan Pryce faz o escritor ganhador do Nobel, mas é a esposa que escreve por ele. Dirigida pelo sueco Björn Runge, Glenn Close de “ghostwriter” está tão destemperada quanto em Ligações Perigosas, em 1988, que foi assunto mundial. Por isso ganhou o Golden Globe e pode abocanhar mais um Oscar. Embora concorra com a também muito boa Lady Gaga em Nasce uma Estrela.
E muita gente ainda acredita no amor. Por que não acreditar? Como o título daquele filme da Lana Turner, o amor tem muitas caras (Love Has Many Faces, 1965). E como filosofou o sábio Quentin Crisp, “se em vez de esperar que o amor dure eternamente, e se acabe ultrajado e devastado quando tal não acontece, passa-se a esperar do amor uma duração limitada, baseada no agradável e no útil. Daí um dos pares até se admira de estar durando mais que o esperado. Se durar muitos anos, uma década, ou o resto da vida, isso acontecerá porque seguiu evoluindo, de acordo com as transformações de ambas as partes”. Em síntese: precisa aceitar a realidade de que, mesmo por mais amada que seja a pessoa, você deve fazê-la sentir-se livre para ir embora a qualquer momento.
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ANTONIO BIVAR, escritor e dramaturgo, acredita que devagar e sempre, nesse passo, vai até honolulu