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para curtir o verão
IMERSÃO PROFUNDA
Na costa de Moçambique, a ilha Benguerra, estrela do arquipélago de Bazaruto, é o melhor local em todo o Índico – ok, podemos estar a exagerar um pouquinho – para esquecer da vida
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texto e fotos corinna sagesser
AÁfrica que fala português, alardeariam os velhos folhetos de turismo sobre Moçambique, o lindo país ao sul do continente banhado pelo Índico. Pois é imerso nesse oceano que fica o arquipélago de Bazaruto e, nele, a ilha Benguerra avulta. Difícil cravar se os muitos tons do mar ali são verdes ou azuis, mas o efeito relaxante é poderoso de qualquer forma. A pesca da sardinha, a par com as tradições coloniais, movimenta a pequenina economia local, além do turismo, que aqui é de nível internacional. A base no Azura Lodge é muito recomendável para a exploração das demais ilhas do arquipélago e para a contemplação da vida marinha local. Parte da região é preservada como parque marinho desde o começo dos anos 1970, o que muito ajuda na avistagem de flamingos, nas dezenas de espécies diferentes de aves e até de crocodilos-do-nilo. Entre setembro e outubro a região também é visitada pelas baleias jubarte, que se mostram, exuberantes, a poucos metros da praia.
SUSTENTO Uma das principais atividades da ilha Benguerra é a pesca de sardinha. Não só os homens, como os demais membros da família, participam da atividade, feita à maneira old school. O arquipélago de Bazaruto fica a uma curta viagem de barco de Vilankulo, no continente
EXCLUSIVIDADE Uma excelente ideia para otimizar os passeios de barco oferecidos pelo lodge é solicitar um almoço privativo. A experiência gastronômica ganha muitos pontos quando os fresquíssimos frutos do mar são servidos à beira-mar. No retorno, o bangalô com piscina é só uma das doces possibilidades
HARMONIA Um povo sorridente, alegre, espirituoso, mostra a cultura local para os hóspedes, que também podem contemplar a fulgurante vida marinha do arquipélago de Bazaruto. Parte desse território é preservado como parque marinho desde os anos 1970
FOTOS DIVULGAÇÃO
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Pode-se se dizer que PEDRO CABRAL é um engenheiro que surfa nas ondas da internet. Em 1990, quando ainda não havia a rede, durante uma feira de tecnologia em Las Vegas, Cabral acompanhou o lançamento de um sistema operacional da Microsoft que apresentava o conceito de “multimídia” – termo ignorado até por nerds. Na tela do anfiteatro, a projeção em vídeo de um surfista encarando uma big wave no Havaí em cores cintilantes. “Aquilo me chamou a atenção. Não porque eu também pegasse onda, mas porque era a primeira vez em que um filme era reproduzido na tela de um computador”, lembra. “Tive um estalo, pensei: ‘É isso que eu quero fazer, produzir conteúdos bacanas para as pessoas receberem nos seus computadores’.’’
O estalo a que Cabral se refere virou clique. A Agência Click, fundada por ele e consolidada como uma das principais referências em marketing digital no Brasil, foi a primeira do país a ganhar um Grand Prix na categoria Cyber Lions no Festival Internacional de Publicidade de Cannes. Em 2007, a Click foi vendida para a Isobar, parte do conglomerado de comunicação Aegis Group, por mais de US$ 30 milhões. “Foi um negócio que me permitiu fazer coisas novas.” Entre essas coisas, passar um temporada nos Estados Unidos, onde também se aventurou pela publicidade.
Atualmente ele comanda a Ampfy, considerada uma agência de terceira geração. Nativa digital, surgiu no contexto da utilização intensa da internet, em que os meios digitais transformaram a interação com consumidores – agora conectados o tempo todo, chamados no jargão publicitário de “always-on”.
“Três fatores revolucionaram a internet e a propaganda nas últimas décadas: mobile, search [buscadores] e redes sociais. As pessoas estão em network, a tecnologia ficou transparente e os hábitos são outros. É preciso enxergar todas essas tendências, e esse é o nosso papel na Ampfy, uma agência que nasceu nessa lógica.”
Com clientes graúdos como Mitsubishi, Sky, Nike, Iguatemi, Gol e a recém-conquistada conta da Perdigão, a Ampfy espera fechar 2018 com um crescimento de 35%. “Foi um ano excelente. Para cada pessoa que trabalha aqui dentro [são cerca de 150 funcionários], talvez sejam outras 15 pessoas ativadas no nosso ecossistema.”
Para Pedro Cabral e a Ampfy, as boas ondas parecem estar sempre entrando. As marolas ficam para a concorrência. n
por dado abreu foto bruna guerra