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RAZÃO E EMOÇÃO

RAZÃO E EMOÇÃO

POR LUÍS COSTA

ANNA VEZES TRÊS

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Artista que explora diversos suportes, Anna Maria Maiolino mostra em São Paulo, Milão e Londres obras em que empatia e impulso vital estão por trás das formas

Ao longo de seis décadas, a linha foi presença constante no trabalho de Anna Maria Maiolino, artista que é centro de três grandes exposições este ano. Na primeira delas, em cartaz até o dia 23 de março na Galeria Luisa Strina, em São Paulo, ela revisita o traço seminal com o qual criou performances, filmes em super-8, fotografias, vídeos, esculturas e desenhos. “Foi natural para mim reunir uma exposição onde a linha é o elemento compositivo importante”, diz Anna Maria. “A linha é visível nas coisas do mundo, como parte da natureza. E quando é invisível se manifesta e vibra através da nossa energia, dos impulsos vitais no nosso corpo.”

Anna Maria Maiolino, que expõe na Galeria Luisa Strina sete esculturas e 15 desenhos em que a linha é a grande intérprete, explica que o verbo desenhar, do latim “designare”, tem diversos significados: desenvolver, conceber, criar, anotar, inventar, construir, projetar, cogitar. “Esses significados de alguma forma representam um maior entendimento de si mesmo, do entorno, da realidade, do mundo.

No fim deste mês, a artista, nascida na Itália, em 1942, segue em cartaz, desta vez no PAC (Padiglione d’Arte Contemporanea), de Milão. Na metrópole mundial do design, 60 anos de carreira são esquadrinhados numa grande mostra individual. Em outubro, é a vez da galeria Whitechapel, de Londres, acolher o olhar de Anna Maria. O Amor se Faz Revolucionário envolve todas as mídias com as quais a artista trabalha. Ela explica que o nome da exposição é o subtítulo de um projeto nunca realizado chamado Las Locas, concebido em 1992 e inspirado na “resistência e no amor” expresso pelas mães da Praça de Maio na Argentina, que foram (e continuam indo) às ruas protestar contra as atrocidades cometidas pela ditadura militar daquele país contra seus filhos.

A exposição cobre seis décadas entre trabalhos artesanais e diversas experimentações. “Desde a década de 1970 os filmes em super-8, os vídeos, as instalações e as performances são obras construídas com metáforas que acentuam as significantes políticas e sociais”, diz. “Poderia classificar esses trabalhos como exercícios de cidadania, uma tentativa de transformar o que vivemos em consciência.”

Com uma carreira de mais de 50 mostras individuais e presença em pelo menos outras 300 coletivas, Anna Maria Maiolino tem integrado exposições guiadas pela perspectiva do radicalismo e da resistência. Para a artista, se todos têm alguma dose de responsabilidade diante dos problemas sociais, os artistas a têm ainda mais. “A arte tem o poder de comover o outro. Com ela podemos realizar uma tentativa de exorcizar o mal, e sem dúvida podemos resistir. São esses os anseios que gostaria de manter vivos na minha obra”, afirma ela, para quem o ato poético pode despertar o que há de melhor e de mais transformador nos seres humanos. “Não há como saber como o espectador reagirá diante da minha obra, entretanto, gostaria que ele pudesse receber algum ganho, ainda que esse ganho seja pequeno.”

PODER 11 ANOS

“O QUE FALAR DA PODER? SERIEDADE. ESSÊNCIA. CERTA VEZ A REVISTA ME ENTREVISTOU. AO LER A MATÉRIA, ME IMPRESSIONOU A FIDELIDADE E A CAPACIDADE DE CAPTAÇÃO DOS MEUS PENSAMENTOS E DA ESSÊNCIA DO NOSSO NEGÓCIO. MELHOR ENTREVISTA QUE EU JÁ DEI” Edgard Corona, fundador e presidente do Grupo Bio Ritmo

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FOTOS EVERTON BALLARDIN/DIVULGAÇÃO; DIVULGAÇÃO

1 - DISCO DE ESTUDO

Uma das bandas mais reverenciadas da música brasileira nos últimos dez anos, o BaianaSystem acaba de lançar o terceiro álbum da carreira, O Futuro Não Demora, já disponível nas plataformas digitais. Produzido ao longo de um ano – parte dele na Ilha de Itaparica, defronte a Salvador, aonde grupo foi buscar refúgio musical –, o disco é um mergulho nas raízes da música baiana deste século. O álbum é repleto de parcerias, como a do rapper BNegão e a do músico franco-espanhol Manu Chao.

2 - BACK TO BAHIA

Experimental, místico, moderno, pessoal. Foram muitos os adjetivos com que Caetano Veloso saudou pelas redes sociais o segundo disco de Tuzé de Abreu, Contraduzindo, lançado 18 anos após sua estreia no suporte. Flautista clássico e instrumentista de gigantes da MPB, Tuzé, 71 anos, embebe-se musicalmente dos anos da vanguarda baiana, a década de 1960, com a qual ele, Caetano, Gil, Tom Zé, Glauber Rocha e outros tantos escreveriam uma página muito importante da cultura brasileira.

3 - UM POEMA, TRÊS LEITURAS

Num só livro, três medalhões: Edgar Allan Poe, Machado de Assis e Fernando Pessoa. É o que a mais recente edição de O Corvo (Companhia das Letras, R$ 44,90) propõe ao revisitar o clássico poema do escritor americano, escrito em 1845 e traduzido por dois dos maiores escritores da língua portuguesa. As versões de Machado e Pessoa são analisadas por Paulo Henriques Britto, que também traduz textos fundamentais de Poe sobre poesia.

4 - POESIA DO ÍNFIMO

Até 7 de abril, o poeta mato-grossense Manoel de Barros (1916-2014) é o centro da “Ocupação”, nome que serve de senha para o Itaú Cultural celebrar artistas em sua sede, na avenida Paulista, em São Paulo. A mostra reúne manuscritos e outros materiais do autor de Os Deslimites da Palavra e Tratado Geral das Grandezas do Ínfimo. Manoel de Barros brincava com a língua e dizia que “o que é bom para o lixo é bom para a poesia”.

POR DADO ABREU

RODOLFO DE SANTIS,

Chef e sócio dos restaurantes Nino Cucina, Da Marino, Giulietta Fogo Vino e Salumeria, todos em São Paulo

UM LUGAR NO MUNDO: Japão. Admiro muito a organização, equilíbrio, cultura e principalmente a precisa gastronomia de lá. A MELHOR HORA DO SEU DIA: Não tenho distinção, desde o momento em que abro os olhos até ir dormir eu tento dar 100% e fazer o melhor que posso para cada minuto valer a pena.

A PRIMEIRA COISA QUE VOCÊ FAZ QUANDO CHEGA AO

TRABALHO: Antes de tudo cumprimentar minha equipe, depois focar na agenda e dar atenção a cada detalhe. UM TEMPERO: Essa é difícil, mas não acredito que o tempero, em si, seja o diferencial de um prato. O principal é paixão e uma boa energia. Se estivermos mal, transmitimos isso para a comida. UM RESTAURANTE NO MUNDO: Chef ’s Table at Brooklyn Fare. Passei meu último aniversário lá. Me emocionou porque além de um restaurante muito conhecido e forte, o chef é imigrante como eu e conseguiu chegar ao topo com uma equipe treinada por ele e muito bem preparada. A comida é fantástica e precisa.

O QUE FALTA NA SUA CASA: Acho que um pouquinho da presença da minha mãe, que mora do outro lado do mundo. Mas só um pouquinho, não muito (risos).

UM ESPORTE/ATIVIDADE FÍSICA QUE PRATICA: Natação. TIME DO CORAÇÃO: Juventus de Turim. UM DISCO: Qualquer um do Queen.

UMA MÚSICA QUE LHE REPRESENTE: “Certe Notti”, de Luciano Ligabue.

GADGET INDISPENSÁVEL: Relógio. UM APLICATIVO: Uber, uso muito. UM INSTAGRAM: O do Nino Cucina (risos). @ninocucina UM SONHO: Acho que é conseguir fazer a diferença na vida das pessoas, fazendo elas acreditarem nelas mesmas e também que nosso trabalho pode mudar nossa vida. Independentemente de onde elas vieram.

UM PERSONAGEM HISTÓRICO: Alexandre Magno. UM PERSONAGEM DA FICÇÃO: Não sou muito chegado a ficção, prefiro histórias reais.

UMA LÍNGUA QUE GOSTARIA DE FALAR: Japonês.

SE NÃO VIVESSE EM SÃO PAULO, QUAL CIDADE OU PAÍS

ESCOLHERIA? Taiti. UMA CARACTERÍSTICA QUE ADMIRA EM VOCÊ: Determinação. UMA CARACTERÍSTICA QUE DETESTA EM VOCÊ: Eu sou muito orgulhoso.

SUA MAIOR EXTRAVAGÂNCIA: Carros esportivos. SUA MAIOR REALIZAÇÃO: A vida que levo hoje, as possibilidades que venho tendo. SER BEM-SUCEDIDO É: Correr atrás dos sonhos com humildade e respeito pelas pessoas e o lugar em que vivemos.

ONDE E QUANDO VOCÊ É MAIS FELIZ: Sou feliz trabalhando e quando estou perto da minha mãe.

UMA INSPIRAÇÃO: Meu avô. UMA MANIA: Trabalho. VÍCIO: Trabalho também (risos). UM MEDO: Meu medo e minha motivação são a mesma coisa, medo de não conseguir realizar meus sonhos e não me emocionar com o que faço.

UM COMPROMISSO COM O SÉCULO 21: Ser o melhor no que faço. DESEJO PARA O FUTURO: Viver uma vida equilibrada e em constante evolução, crescer e levar minha equipe comigo.

O QUE AINDA FALTA REALIZAR NA SUA VIDA: Aprender a viver a vida de forma mais intensa, aproveitando mais cada fase, mas sem perder o foco.

White [chef e restaurateur inglês]. Admiro a forma que ele mudou a profissão. Ele foi o primeiro chef que não era só 100% cozinha, mas mesmo assim conseguir ter uma imagem fortíssima e um mailing rico, isso 40 ou 50 anos atrás. Até hoje a intensidade dele me inspira.

UM ESPORTE/ATIVIDADE FÍSICA QUE GOSTARIA DE PRATICAR:

Gostaria de voltar a fazer boxe.

UM LIVRO: A Arte da Guerra, de Sun Tzu.

UM AROMA: Limãosiciliano. Me lembra muito a infância. Fora que é um ingrediente que adoro usar para equilibrar meus pratos.

UTENSÍLIO INDISPENSÁVEL

NA COZINHA: Minhas facas. Coleciono há 14 anos, cada uma tem uma história e uma energia.

UM HOMEM DE ESTILO:

David Beckham.

UM DRINQUE: Negroni. Além de ter as características que gosto em uma

bebida (ser amargo e forte), me lembra muito a Itália e meu avô.

NÃO PODE FALTAR NO CAFÉ DA MANHÃ:

Definitivamente café. Não sou muito fã de comer muitas coisas de manhã, a não ser quando viajo, então o café puro é essencial, inclusive ao longo do dia (risos).

SUA PEÇA DE ROUPA FAVORITA:

Calça jeans, uso todos os dias. DRESS CODE IDEAL: Calça jeans, tênis e camiseta preta. Ou dólmã [o avental dos chefs].

PODER 11 ANOS

“HÁ 11 ANOS DEMONSTRANDO QUE MUITO MAIS QUE UM SUBSTANTIVO ASSOCIADO A POUCOS, PODER É SIM UM VERBO. E DEVE SER CONJUGADO EM TODAS AS PESSOAS. NO SINGULAR E NO PLURAL” Guga Ketzer, publicitário

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