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economista André Perfeito
O DESPERTAR DO CARISMA
Ao contrário do que muita gente pensa, carisma, qualidade essencial do bom líder, pode, sim, ser conquistado. Exige trabalho, muita concentração e grande visão perspectiva. O tema está em alta entre os cientistas sociais e embasa estudos nas principais universidades americanas
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POR VICTOR SANTOS
Alongeva democracia britânica é repleta de histórias modelares de liderança, estratégia e métodos de persuasão. Em 1886, o Reino Unido assistiu à disputa pelo cargo de primeiro-ministro entre dois homens que causavam boas e fortes impressões no público. O vencedor, como se sabe, ditaria as normas para o país e para o mundo, já que a influência britânica à época era verdadeiramente global. Rivais históricos, a disputa entre o conservador Benjamin Disraeli e o liberal William Gladstone foi, e ainda é, icônica. Na semana que antecedeu a eleição, os dois convidaram uma mesma pessoa pa
ra jantar. Tratava-se de Jennie Jerome, mãe de alguém que um dia seria muito importante na história britânica, mas na época apenas um garoto: Winston Churchill. Um jornalista, ao tomar ciência dos encontros, foi ouvir as impressões de Jennie sobre os candidatos. Ela disse: “Após jantar com o senhor Gladstone, achei que ele era a pessoa mais inteligente da Inglaterra. Mas depois de jantar com o senhor Disraeli, comecei a achar que eu era a pessoa mais inteligente da Inglaterra”. Disraeli foi o vencedor e deixou essa aula de liderança – e do que hoje se conhece por empatia – para a posteridade.
Tal episódio é uma das muitas anedotas presentes no livro The Charisma Myth (O Mito do Carisma, ed. Harlequin), da escritora francesa radicada nos Estados Unidos Olivia Fox Cabane. Na obra, a autora sustenta que é mito a ideia de que o carisma é oriundo de um certo dom da graça, algo que vem de nascença. De acordo com Olivia, que coordena programas de capacitação para instituições como o MIT, o carisma é uma habilidade e, como tal, pode ser praticada e desenvolvida. Um ponto importante: carisma não se confunde com performance. A habilidade é reconhecível em alguém a partir das sensações que ele deixa nos seus interlocutores.
A autora defende que o carisma se sustenta em três pilares básicos. Um deles é a ideia de “presença”. Prestar atenção, vivenciar as conversas por inteiro, resistir aos infinitos estímulos – o que certamente exige muita competência em momentos de pressão. Presença é experienciar, ter foco e desfrutar do presente. Um segundo pilar é “poder”, aqui como a capacidade de mudar o mundo de alguma maneira; o terceiro, e talvez mais abstrato, é a ideia de “calor” – numa perspectiva de irradiar boa vontade e ser percebido como altruísta, benevolente e interessado no bem alheio.
Tais habilidades estão diretamente ligadas à inteligência emocional. Para ser carismático é ne
cessário viver o presente e evitar projeções futuras, como é típico das mentes ansiosas. Uma habilidades tradicionalmente enquadrada como “soft skill” pelos departamentos de recursos humanos.
David Baker, jornalista, escritor, coach, consultor e fundador da The School of Life Brasil, que estuda o mundo das relações de trabalho desde 1986, acredita que essa dicotomia entre “hard” e “soft skill” é oriunda de um pensamento antigo e patriarcal. Assim, as “habilidades duras”, como planejamento logístico e gestão financeira, se apresentam como mais sérias, próprias do homem dono da família; já as habilidades “suaves” se aproximam das relações entre mãe e filho. Num ambiente corporativo mais tradicional, em tempos de cortes de orçamento são as “soft skills” as primeiras a serem ceifadas.
A diferenciação, de acordo com o jornalista, não faz sentido. “Existem habilidades, como carisma, confiança e resiliência que nós entendíamos como ‘soft skills’ e que são parte da nossa inteligência. Você pode encontrar alguém que é brilhante no trabalho e que não consegue se comunicar com sua família. Eu diria que essa pessoa é inteligente em um lugar e não em outro – o que poderia ser melhorado com o treino”, explica, em entrevista a PODER, ressaltando que as habilidades mais técnicas são as mais ameaçadas pelo avanço tecnológico.
David Baker pontua que o bom caminho não é buscar fingir ser alguém que não se é, mas de se conectar com os outros, o que é muito comum entre amigos e família, mas no mundo do trabalho nem sempre é viável por conta do ritmo do dia a dia. “Daria mais alegria ao local de trabalho, mais afinidade com as
O coach David Baker, da The School of Life, e o livro que desfaz o mito
DAVID BAKER, FUNDADOR DA THE SCHOOL OF LIFE BRASIL
pessoas, o que traz um bom sentimento. Também melhora a produtividade, se você trabalha em vendas, é claro que vai aumentar suas vendas, se você é advogado vai entender melhor seu cliente ou vai conseguir negociar um acordo de forma mais razoável”, diz.
CONQUISTANDO O CARISMA
Sobre como começar a conquistar o carisma, Baker dá algumas dicas importantes. A primeira delas é saber que todo mundo tem seu valor, e ele é único. A segunda é aguçar a curiosidade, encontrar um objeto de interesse e se entregar. A terceira é o exercício de se doar em todos os encontros e ouvir atentamente, sem pensar em qual será sua resposta. E esquecer do telefone – definitivamente. Em quarto lugar, atenção e cuidado para não ser levado pela empolgação e acabar sendo chato. A busca de exemplos também pode facilitar o trabalho, mas não pense em figuras célebres como Barack Obama, Steve Jobs, Martin Luther King Jr. ou Mahatma Gandhi. Foque em quem está ao seu redor, e na próxima reunião em que o sentimento for de “que pessoa interessante!”, essa pode ser uma boa referência a ser seguida. n
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Com atuação global e um volume de vendas superior a 206 milhões de unidades em 2018, a HUAWEI, segunda maior fabricante de smartphones do mundo, desembarcou no Brasil neste ano. Reconhecida pela tecnologia e inovação que emprega em seu portfólio, a companhia chinesa escolheu a recém-lançada linha premium Huawei P30 Pro e Huawei P30 Lite para iniciar sua atuação no mercado nacional e levar aos brasileiros a mesma experiência que oferece aos consumidores nos mais de 170 países em que já está presente.
“O Brasil é o quarto maior mercado de smartphones do mundo e os consumidores são extremamente exigentes, anseiam pelo acesso a produtos inovadores e estamos aptos a oferecer o que eles esperam de uma marca premium”, comenta Steve Yang Gang, diretor-geral da empresa no Brasil.
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