Foto: Jonas Adriano
ANO 3 – Nº 13 – março e abril de 2013
Orgulhosas da função, as vigilantes da Rudder seguem as mesmas regras dos homens, sem perder a feminilidade
Mulheres de fibra
Sim, elas abriram e ocuparam seus espaços, sem perder a doçura e a feminilidade. Se há algumas décadas era praticamente impossível ver uma mulher ocupando altos cargos em empresas ou assumindo o comando de países como hoje, imagine figurar como segurança em um shopping, por exemplo. Uma das pioneiras na contratação de seguranças femininas, lá em 1973, a Rudder hoje emprega 542 mulheres vigilantes, que trabalham em Porto Alegre, no interior do Rio Grande do Sul e no Paraná, em bancos, condomínios, empresas, shoppings e indústrias. Primeira mulher contratada como segurança, Elvira Claudete da Silva segue funcionária da empresa, agora como chefe de departamento (DACP). Elvira veio do interior do Estado para prestar concurso para a Polícia Civil quando viu o anúncio da Rudder pedindo vigilantes femininas.
“Era exatamente o que eu queria”, revela. “Ser vigilante, para mulher, era ser pioneira”, orgulha-se. Elvira trabalhou em grandes redes de varejo da época, como Wolens, um loja de confecções, e Hermes Macedo, de departamentos. “Nunca sofri preconceito. Mulher é perspicaz, corajosa, observadora e detalhista, requisitos que fazem diferença para uma vigilante”, resume. Contudo, foi nos anos de 1990 que houve uma demanda maior na contratação de seguranças femininas, segundo o Cel. Murilo França, diretor de Operações. Ele concorda que há diferenças na atuação de homens e mulheres. “A mulher é mais perceptiva, detalhista, observadora, discreta e exigente”, afirma, sem pestanejar. Patrícia dos Santos, segurança que trabalha na recepção da Refinaria de Petróleo Riograndense, em Rio Grande, concorda.
“A mulher tem mais calma para lidar com situações extremas e usa mais sua sabedoria e paciência.” O desempenho singular de Patrícia em seu posto de trabalho recebeu, inclusive, destaque no informativo da refinaria. “Ficamos muito felizes com o reconhecimento”, orgulha-se. E para elas não tem moleza, não. O treinamento das seguranças mulheres é o mesmo dos homens, dentro das conformidades previstas em legislação. O uniforme é padrão, mudando apenas algumas características como colete, cinto, sapato, corte da camisa e da calça. Com relação à postura profissional, também tudo igual. “As vigilantes têm a mesma qualificação que os vigilantes homens. Procuramos apenas evitar colocar as mulheres para trabalhar em locais mais ermos, com pouca estrutura”, especifica o Cel. França.