Revista DRONEShow 04

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Isto é só o começo Com mais de 40 milhões de reais movimentados na feira DroneShow e um potencial global de 127 bilhões de dólares, o mercado de Drones ainda está dando seus primeiros passos

ÍNDICE DE ANUNCIANTES

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Editorial

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Notícias

O mercado bilionário de Drones para usos comerciais

Novo curso de especialização, lançamento de Drones para longas distâncias, DroneWeek e os Jogos do Rio, Facebook libera live streaming, Drones para fazer o CAR e muito mais...

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Negócios

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Hardware

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Gestão de Projetos

Com a grande variedade de opções de VANTs, com aeronaves de todos os tipos, modelos e preços, qual sistema escolher?

Raio-X dos Drones - Entenda como funciona a tecnologia embarcada nas aeronaves remotamente pilotadas

aplicada aos Drones e Geotecnologias: Em busca de uma visão integrada

Acesse artigos complementares no DroneShow www.droneshowla.com • FAA libera a primeira legislação dos Drones nos EUA http://bit.ly/28VIhIt • Walmart aposta em drones para otimizar logística http://bit.ly/28SD0xl • Estudo revela mercado de Drones de U$ 127 bilhões http://bit.ly/1TzUClN • Fiscalização de Drones pelas Forças de Segurança Pública http://bit.ly/28T9CoA

Colaboraram nesta edição: Floriano Peixoto Borges dos Santos, Luciano C. Fucci, Luís Antônio Rosa de Andrade

Anunciante

Página

Instituto GEOeduc

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DroneShow e MundoGEO#Connect

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Garmin

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Horus

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Skydrones

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EDITORIAL

O mercado bilionário de Drones para usos comerciais Segundo o relatório Clarity from above, da PwC, o setor que mais demanda esta tecnologia é o de infraestrutura (US$ 45,2 bi), seguido de agricultura (US$ 32,4 bi), transportes (US$ 13 bi), segurança (US$ 10,5 bi), entretenimento (US$ 8,8 bi), seguros (US$ 6,8 bi), telecomunicações (US$ 6,3 bi) e mineração (US$ 4,3 bi).

Infraestrutura

Entretenimento

Agricultura

Seguros

análise de solo e drenagem, avaliação da saúde das culturas

detecção de fraudes, apoio a processo de sinistros

Transportes

Telecomunicações

entrega de mercadorias e logística médica

manutenção de torres, ampliação da cobertura para transmissão do sinal

Segurança

Mineração

acompanhamento de obras, inventário de ativos e manutenção

monitoramento de lugares e respostas pró-ativas

A empresa PwC revelou em maio dados surpreendentes em um relatório sobre o potencial de aplicações comerciais de veículos aéreos não-tripulados, informando que o mercado global pode ultrapassar os 127 bilhões de dólares. Para chegar a este valor, a PwC usou como base de cálculo o valor dos serviços demandados pelas empresas e órgãos públicos que poderão ser substituídos - em um futuro muito próximo - pela tecnologia dos Drones. Os resultados mostrados nesse estudo confirmam a grande expectativa gerada pela rápida evolução dos processos de robótica e mecatrônica e da tecnologia embarcada nos Drones, bem como as soluções de processamento das informações coletadas. Estes números vão crescer ainda mais quando forem incorporados o uso potencial dos Drones nos serviços de delivery. Quando

publicidade, entretenimento, fotografias aéreas, shows e efeitos especiais

planejamento, exploração, avaliação de impacto ambiental

forem superadas as questões regulatórias, tecnológicas e de gerenciamento e controle de rotas seguras no espaço aéreo, com certeza os ceús estarão cheios desses equipamentos de entrega rápida. Ainda não existem números definitivos sobre o mercado brasileiro de Drones, mas fazendo um conta simples, se considerarmos 1% da projeção global, chegamos a 1,27 bilhão de dólares, um valor significativo que pode ser maior se levarmos em conta o potencial da demanda de agricultura e infraestrutura no país. Muitos especialistas, ainda mais otimistas, apontam que muitas das aplicações dos Drones ainda nem foram descobertas. Logo, realmente o céu e limite... Para acessar o relatório da Pwc, que contém, além das previsões, artigos de especialistas comentando estes números, acesse www.pwc.pl/clarityfromabove.

EMERSON ZANON GRANEMANN Engenheiro cartógrafo, diretor e publisher do Grupo MundoGEO emerson@mundogeo.com

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NOTÍCIAS

UNIFEI OFERECE ESPECIALIZAÇÃO EM DRONES A Universidade Federal de Itajubá (Unifei) está com inscrição aberta no novo curso de Pós-Graduação sobre Atualização em Tecnologia de Drones, com 192 horas, presencial, com aulas aos sábados nas instalações da própria Universidade. O curso dá ênfase em teoria e aplicações que permitem: • Montagem de drone (quadrirotor, elétrico, 250mm) • Integração dos sistemas de rádio controle com piloto automático e estação em solo • Integração de sistemas de vídeo e piloto automático • O desenvolvimento de mini Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas • A legislação e segurança de voo • A pilotagem de drones Espera-se que, ao final do curso, o aluno esteja apto a dimensionar corretamente sistemas de Drones de acordo com sua aplicação, bem como as ferramentas necessárias para o aproveitamento das imagens capturadas. INFO www.ice.unifei.edu.br/ramos/tia

SANTOS LAB DESENVOLVE DRONES PARA LONGAS DISTÂNCIAS A Santos Lab desenvolveu um novo veículo aéreo não tripulado com autonomia de cinco horas de voo com velocidade de até 150 quilômetros por hora. Batizado de Carcará III, o equipamento tem quatro metros de comprimento e possui espaço para pequenas cargas. “Ele segue os mesmos padrões da família Carcará, já intensamente testada em diversas oportunidades e que integra os equipamentos da Marinha do Brasil”, explica Gabriel Klabin, presidente da Santos Lab. O drone pode ainda receber sensores a laser, entre outros equipamentos para as mais diversas missões. Klabin esclarece ainda que o modelo é ideal para atender demandas de saúde, por exemplo, no Amazonas. “Equipes de atendimento podem enviar vacinas para populações isoladas, sem a necessidade de deslocamento de pessoal. A ferramenta também é indicada para mapeamento de regiões distantes”, afirma. INFO www.santoslab.com

DRONEWEEK DESTACA JOGOS DO RIO A última edição da#DroneWeek, em 2015, trouxe novas perspectivas a respeito do impacto das tecnologias GE para o mundo. Este ano, a empresa GE mostrou como os drones vão apoiar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. A #DroneWeek 2016 foi realizada de 13 a 17 de junho com conteúdo ao vivo filmado a partir de drones com tecnologia GE e transmitido através do Facebook. Segundo a GE, a semana ajuda a realçar a crescente utilização de drones comerciais e transmissão on-line. Além disso, a #DroneWeek também irá fornecer aos anunciantes um novo olhar sobre como os drones podem ser usados para melhorar os esforços de marketing usando transmissões ao vivo. INFO #DroneWeek

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FACEBOOK PERMITE LIVE STREAMING COM DRONES DJI Faz pouco tempo que o Facebook começou a permitir que os usuários façam transmissões ao vivo de seus smartphones para todo o mundo por meio da própria rede social através do recurso Live. Agora, uma modificação no sistema permite também que sejam realizadas transmissões no Facebook por meio de drones produzidos pela empresa DJI — como os já famosos Phantom e Inspire. Recentemente, o Diretor de Parcerias Estratégicas da DJI, Michael Perry, afirmou que “a atualização permite ao aplicativo DJI GO ter acesso ao ‘Facebook Live’ e, assim, os usuários podem compartilhar suas experiências aéreas no momento exato em que eles as estão vivenciando. E, nesse mesmo instante, seus amigos, seus seguidores conectados ao Facebook, estejam onde estiverem, passam a viver uma sensação completamente nova”. O DJI GO pode ser usado em smartphones Android e iOS, mas como as transmissões para o Facebook Live ainda são exclusividade do iPhone, o mesmo vale para as transmissões com os drones DJI.

DRONES REDUZEM TEMPO E CUSTOS PARA FAZER O CAR Cada vez mais, os drones aparecem no cenário rural. Usados no mapeamento de plantações, são considerados facilitadores para este segmento sazonal e cíclico, mas também podem ser ótimas ferramentas para a inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR). A tecnologia dos drones pode ser uma grande aliada para o produtor rural que precisa contratar o serviço de um profissional de topografia para realizar o CAR, e também pode auxiliar os topógrafos, reduzindo o tempo que eles levariam para mapear toda propriedade. “É possível reduzir os custos e ampliar a produtividade por meio de vantagens operacionais. Por exemplo: o mapeamento de 200 hectares é feito em apenas 15 minutos, enquanto que no sistema tradicional de topografia poderia demorar cerca de 10 dias”, explica o Diretor Executivo da Horus, Fabrício Hertz. Assista ao vídeo feito pelo drone Maptor, produzido pela empresa Horus: https://youtu.be/RxbXDqtaAmQ.

MAPA 3D DAS RUÍNAS DE SÃO MIGUEL DAS MISSÕES O Rotary Club Porto Alegre Bom Fim realizou uma palestra, no início de junho, a respeito do Mapeamento 3D das Ruínas de São Miguel das Missões por meio de Drones e Fotogrametria, apresentada pelo Professor Doutor Mário Luiz Lopes Reiss do Laboratório de Pesquisas em Fotogrametria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo, popularmente conhecido como Ruínas de São Miguel das Missões, é o conjunto de remanescentes da antiga redução jesuítica de São Miguel Arcanjo, integrante dos chamados Sete Povos das Missões e situa-se na região Noroeste do estado do Rio Grande do Sul. A recuperação das estruturas começou em 1925, e desde então o sítio tem sido crescentemente valorizado, passando por várias intervenções de restauro e sendo objeto de vários projetos para o fomento do seu legado material e imaterial. O Professor Doutor Mário Luiz Lopes Reiss abordou em sua palestra sua vida profissional e sua vasta experiência em levantamento fotogramétrico aéreo com a utilização de Drones, em especial para o mapeamento planialtimétrico de toda a área das Ruínas de São Miguel das Missões. INFO www.facebook.com/events/608724129290693

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CAPA

Isto é só o começo… Com mais de 40 milhões de reais movimentados na feira DroneShow e um potencial global de 127 bilhões de dólares, o mercado de Drones ainda está dando seus primeiros passos

POR EDUARDO FREITAS E IVAN LEONARDI IMAGENS: DANIEL FRANCO

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s números ainda são desencontrados quando se fala de Drones ao redor do mundo. Nos EUA, mais de 300 mil drones foram registrados em apenas 30 dias, quando começou a obrigatoriedade do cadastramento dessas aeronaves no fim de 2015. A PwC divulgou recentemente uma estimativa de 127 bilhões de dólares em aplicações comerciais para o mercado global de Drones. Já no Brasil, um levantamento mostra que ao menos 42 milhões de reais foram movimentados a partir da feira DroneShow, que aconteceu no início de maio em São Paulo (SP). “O levantamento foi feito entre os dias 13 a 25 de maio, logo após o evento, através de pesquisa com os expositores, que informaram o total de vendas realizadas diretamente na feira e fizeram um projeção de fechamento de negócios iniciados no evento e que serão concretizados nos próximos meses”, explica Emerson Granemann, idealizador da DroneShow e CEO do grupo MundoGEO. A 2ª edição do DroneShow LatinAmerica, que aconteceu de 10 a 12 de maio em São Paulo (SP), teve um crescimento de 50% de expositores em relação à edição anterior, com mais de 100 marcas brasileiras e internacionais na feira e a participação de 3.200 profissionais de todos os estados brasileiros e de vários outros países, como Argentina, Peru, Colômbia, Bolívia, Uruguai, Paraguai, EUA, entre outros. Além dos negócios que foram gerados na feira, os resultados positivos da pesquisa realizada com os participantes também mostra a aderência à proposta do evento: 95% dos pesquisados aprovaram o evento e 89% pretendem voltar ao evento na edição. Mas nem tudo são flores… Este mercado ainda carece de regulamentação, para que todos possam trabalhar com segurança operacional e jurídica. Além disso, muitas pessoas de diferentes áreas estão entrando no setor, sem que haja um referencial de boas práticas, preços de serviços, entre outros fatores que poderiam apoiar a sustentabilidade do setor.

QUAL O TAMANHO DO MERCADO DE DRONES? Segundo o relatório da pesquisa da PwC sobre o mercado de Drones - que aponta um potencial de 127 bilhões de dólares e pode ser aplicado também ao Brasil -, os setores que mais demandam esta tecnologia são os de

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infraestrutura, agronegócio, transportes, segurança, entretenimento, seguros, telecomunicações e mineração, fato que foi identificado também no DroneShow, através dos produtos e serviços expostos na feira e também na programação com mais de 100 palestrantes distribuídos por dezenas de atividades, como cursos, debates e seminários. “Os resultados mostrados nesse estudo confirmam a grande expectativa gerada pela rápida evolução dos processos de robótica e mecatrônica e da tecnologia embarcada nos Drones, bem como as soluções de processamento das informaçoes coletadas”, afirma Emerson. “Estes números vão crescer ainda mais quando for incorporada a utlização potencial dos Drones nos serviços de delivery. Quando forem superadas as questões regulatórias, tecnológicas e de gerenciamento e controle de rotas seguras no espaço aéreo, com certeza os ceús estarão ‘cheios’ de equipamentos de entrega”, conclui.

representante do Ministério da Defesa, está disponível para assistir, na íntegra, neste link: http://bit.ly/28Q4sQb. Apesar de muitas vezes parecerem um “banho de água fria”, as informações sobre regulamentação são essenciais para que o setor cresça de forma organizada e sustentável, mas principalmente para garantir a segurança, tanto dos operadores de drones como dos usuários de aeronaves tripuladas.

APLICAÇÕES X RESTRIÇÕES As soluções tecnológicas no uso de Drones variam de acordo com as necessidades dos diferentes setores, pois vão desde o fornecimento de dados em tempo real sobre o andamento de uma grande obra até a resposta a uma emergência em um local de difícil acesso, passando pelo mapeamento de áreas agrícolas. Com a evolução no uso de Drones, aspectos como licenças para obtenção e operação do aparelho, restrições de uso do espaço aéreo, treinamento dos pilotos, além da coleta, processamento e compartilhamento dos dados, entre outros, passaram a demandar respostas urgentes dos órgãos da aviação civil governamentais em todo o mundo. No Brasil, os Drones devem seguir as regras da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) – para os assuntos ligados ao uso de radiofrequências -, do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) – que regula as licenças de voo e uso do espaço aéreo em território nacional -, e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) – para questões ligadas a certificação e operação de Drones. Do lado do governo, estiveram no DroneShow representantes da Anac e Decea, para explicar a legislação atual, mostrar quais os próximos passos a serem seguidos e responder as perguntas dos participantes, tanto quem estava presencialmente no evento quanto quem se conectou à distância. Para o debate de abertura, no dia 10 de maio pela manhã, contamos com a participação do Capitão Leonardo Haberfeld, Chefe da Seção de Operações Militares do Subdepartamento de Operações do Decea, e de Roberto Honorato, Gerente Técnico do Processo Normativo da Anac. O replay das palestras de abertura está disponível para você assistir, na íntegra, aqui: http://bit.ly/28N8HWO. E a sessão de perguntas que foi feita no final da tarde do dia 10, que contou também com a participação de um

DRONES FORA DA CAIXA Durante o DroneShow 2016, várias foram as aplicações “fora da caixa” apresentadas nas atividades do evento, conforme relatou Emerson Granemann, que moderou o debate que abriu o segundo dia do evento. O debate “Ideias inovadoras com Drones” apresentou as mais inusitadas aplicações profissionais dos Drones, tanto ao ar livre como em espaços indoor. “Foi muito dinâmico, com várias perguntas que extrapolaram as tradicionais dúvidas sobre falta de regulamentação”, comenta Emerson. “Vários profissionais que já atuam no setor de filmagens desejavam saber como migrar para a prestação de serviço de maior valor agregado, como mapeamento, monitoramento de instalações, agricultura e segurança”, conclui. Por sua vez, Alexandre Scussel, colaborador da revista MundoGEO, moderou no segundo dia do evento o seminário sobre inteligência embarcada e relatou que foram duas as palavras-chave mais recorrentes das apresentações: qualidade e segurança. De acordo com Alexandre, no início do seminário, com a palestra de Tagôre Cardoso, fundador de uma empresa de mapeamento com sede em Curitiba (PR), foi possível observar soluções muito interessantes de processamento de dados de drones na nuvem. Tagôre também falou sobre soluções de processamento na nuvem de dados

Este mercado ainda carece de regulamentação, para que todos possam trabalhar com segurança operacional e jurídica. Além disso, muitas pessoas de diferentes áreas estão entrando no setor, sem que haja um referencial de boas práticas, preços de serviços, entre outros fatores que poderiam apoiar a sustentabilidade do setor.

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Personalidade do Ano do setor de Drones O Prêmio DroneShow 2016 reconheceu, através de votação aberta, o engenheiro Manoel Silva Neto como a Personalidade do Ano no setor de Drones. O processo de escolha do premiado ocorreu através de campanhas e intensa votação aberta ao público por meio da internet. Na primeira fase, a comunidade foi convidada a indicar livremente os nomes mais destacados no setor. Já na etapa final foi apresentada uma lista com os “Top 10” do setor para a escolha do vencedor. Manoel Silva Neto é fundador da Droneng, uma startup especializada em mapeamento aéreo com Drones e geração de soluções em Geotecnologias. Os premiados DroneShow 2016 foram revelados durante cerimônia realizada no dia 11 de maio, que reconheceu ainda os melhores projetos de Geotecnologias e Drones.

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coletados com Drones, onde não é preciso adquirir uma licença nem software. Ainda no mesmo seminário, outra palestra que chamou muito atenção, segundo Alexandre, foi a de Luiz Aragão, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que trouxe um projeto de mapeamento da Amazônia feito com sensor laser embarcado em um Drone. A fim de viabilizar o projeto, o Inpe fez parcerias com várias instituições, entre elas a empresa XMobots, que forneceu o Drone e auxiliou para embarcar essa tecnologia. A última palestra do seminário de Inteligência Embarcada foi a de Ricardo Matiello, que abordou as linguagens de programação e as inúmeras possibilidades que se pode ter trabalhando com um Drone. No seminário de Mapeamento e Monitoramento houve a palestra de Roberto Ferraz, da XMobots, que falou com detalhes sobre agricultura, mostrando exemplos de como avaliar falhas na plantação e de como a inteligência está sendo utilizada. Na sequência do seminário, aconteceu a palestra de Douglas Miranda, da Bentley, que trouxe soluções a respeito da chamada ContextCapture, uma criação recente da empresa que é capaz de gerenciar não só imagens de Drones, mas também fotos, vídeos e fazer apresentações. A seguir foram mostradas as soluções do Drone2Map, trazida ao Brasil pela Esri, através da empresa Imagem. Na apresentação - que contou com a participação de Juan Carlos Tarazona -, foram mostradas opções para processamento de dados adquiridos por drones e como a integração pode ser feita com a plataforma ArcGIS. Após a apresentação de Juan Carlos, foi a vez do pesquisador Emanuele Traversari, fazendo um comparativo entre os principais soft-wares de processamento disponíveis, hoje, no mercado. As apresentações finais desse seminário foram as de Henrique Dantas, da XMobots, e de Alessandro Pires Black Pereira, Capitão-De-Fragata da Marinha do Brasil. Henrique mostrou os cuidados que o operador deve ter na pilotagem de Drones e algumas dicas para melhorar o aproveitamento de cada projeto. Já Alessandro focou sua apresentação em segurança, mostrando que hoje já não é mais possível pensar em projeto com drones sem levar em consideração qualidade e segurança. Eduardo Freitas, Diretor de Operações do Grupo MundoGEO, foi o moderador do seminário de Defesa e Segurança, realizado no dia 10 de maio, que começou com uma seção na qual o foco era a Defesa Civil. Dos quatro palestrantes do primeiro painel, três falaram sobre o combate à Dengue, Zika e Chicungunha: Floriano Peixoto Borges dos Santos, da Albatroz Aerodesign; Marcio Augusto Motta Vieira, da AsaDrone; e Bruno Libânio, da HC2 Gestão Ambiental e Topografia. Por sua vez, o palestrante George Alfredo Longhitano, da G-Drones, falou sobre o combate à erosão com Drones.

Depois, no início da tarde, foi a vez de falar sobre drones no combate ao crime. Tivemos a participação de palestrantes falando sobre o uso tanto na segurança privada, como na segurança pública: Ricardo Matiello, da MTI Aero; Leomar Lopes Wanderley, do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar de São Paulo; e Bruno Evilasio. As palestras geraram muitos questionamentos, o que demonstra o grande interesse no assunto. No final, foi a vez de falar sobre defesa nacional com drones. Em uma escala maior de abrangência, contamos com a participação do Ten Cel Mario Celso Teixeira Lopes, representando o Ministério da Defesa, que além de falar do uso de drones comentou também as regras do Ministério em relação aos aerolevantamentos. Além disso, tivemos um representante da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde) que falou sobre como funciona a participação deles em relação aos VANTs e Drones e do crescimento deste setor na Associação. No seminário Agricultura com Drones foram apresentadas as potenciais aplicações dos Drones na gestão agrícola e florestal, com soluções em tempo real que podem melhorar a qualidade e produtividade no campo, com destaque especial para aplicações de detecção de pragas e doenças na lavoura, monitoramento de desmatamentos, limites e nascentes, além acompanhamento de gado, vigilância, pulverização, etc.. Algumas das palestras com maior número de perguntas foram as de Francisco Nogara Neto, da PrimaPIX, Paulo Henrique Amorim, da Geo Agri, Giovani Amianti, da XMobots, Ramon de Souza Victorino da Silva, da UFRRJ, Luiz Glasenapp, da Seagro, Gilson Jose Pedrassani, da Canoinhas Geoassessoria, Evandro Orfanó Figueiredo, da Embrapa, Ulf Bogdawa, da SkyDrones, Matheus Alves, da Soluções Agrícolas, e Gabriel Evangelista, da Geocom. Destaque especial para Onofre Trindade Jr. da USP, uma autoridade nacional e internacional no assunto.


O terceiro dia começou com o tema de empreendedorismo com Drones, com a participação de alguns dos empresários mais bem-sucedidos no setor: Giovani Amianti, da XMobots, Manoel Silva Neto, da Droneng, Guilherme Barbosa, da Caraca Imagens, Ricardo Cohen, da RCView, Ricardo Mattielo, da MTI Aereo, e Fabricio Hertz, da Horus. Está disponível o vídeo na íntegra para você rever este debate em http://bit.ly/28RQ2xi. E outras atividades “fora da caixa” fecharam o DroneShow no terceiro dia, um seminário sobre imagens para Publicidade e TV com drones, e o Drone Academia, um evento inovador que reuniu membros da comunidade acadêmica para mostrar suas atividades e criar parcerias. Estiveram presentes Luiz Carlos Balcewicz, da PUC-PR, Floriano Peixoto, da Unisanta/ Albatroz, Beatriz Palmeiro, da Intel / Projeto Dronecode, Pedro Henrique, da UNIFEI, e Matheus Oliveira Alves, da UFTM. Complementando a grade de atividades, sete cursos tiveram salas cheias e contaram com a participação de instrutores renomados, que compartilharam suas experiências com os alunos. Pelo que vimos no DroneShow 2016, podemos ter a certeza que isso é somente a ponta de um imenso iceberg e que vem muito mais por aí… Confira o vídeo oficial do evento: https://youtu.be/fWAgwT8K258. A próxima edição do DroneShow já está marcada para 9 a 11 de maio de 2017 no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo (SP). Nos vemos lá!

Cobra no DroneShow 2016 A Confederação Brasileira de Aeromodelismo (Cobra), em sua primeira participação na feira DroneShow, saiu com a impressão que a era dos drones está mais presente do que nunca na vida de todas as pessoas e não tem como ficarmos somente assistindo essa tecnologia que com certeza trará muitos benefícios para a sociedade. “Mantivemos contato com iniciativas privadas e universidades que estão tecnologicamente muito avançadas, também na área profissional; podemos perceber que a necessidade da regulamentação é necessária e urgente, pois a maior preocupação é com relação à segurança. Estamos atentos no que se refere a segurança, juntamente com o DECEA e ANAC, e também estamos no aguardo dessa regulamentação”, comenta Rogerio Lorizola, presidente da Cobra. “A feira DroneShow é o elo de ligação entre todas as entidades relacionadas ao mundo dos drones. Ressaltamos que, para a continuidade dos projetos e divulgação, é de importante relevância a realização dessa feira. Para nós da Confederação foi muito interessante nossa participação e com certeza faremos parte do avanço tecnológico”, conclui. +Informações www.cobra.org.br

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NEGÓCIOS

Quero meu Drone! Com a grande variedade de opções de VANTs, com aeronaves de todos os tipos, modelos e preços, qual sistema escolher?

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Enquanto o país passa por uma grave crise recessiva, o mercado de VANTs vai de vento em popa 12

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termo Drone surgiu há alguns anos se referindo às aeronaves militares não tripuladas americanas e israelenses que inicialmente faziam trabalho de vigilância em áreas de conflito. O som que se ouvia em solo, emitido por essas aeronaves voando em grandes altitudes, parecia um zumbido e daí veio o nome Drone, do inglês Zangão. No Brasil, com o aparecimento dos multirrotores, por também emitirem um zumbido ao voarem, o termo Drone foi associado a eles. Qualquer pessoa que vê um multirrotor logo diz que é um Drone. Porém, ao verem um avião (aeromodelo), não dizem que é um Drone. Nem a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) nem o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), órgão do Ministério da Aeronáutica, consideram o termo Drone, por ele ser muito genérico. Tanto pode se referir a um brinquedo que cabe na palma da sua mão, como a uma aeronave não tripulada de altíssima tecnologia. Apesar de não se ter como fugir a este termo, o nome correto no Brasil é Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) e, mais especificamente, Aeronave Remotamente Pilotada (ARP). Assim é considerado pela ANAC e DECEA e, profissionalmente, são os termos que prefiro usar. Nos últimos quatro anos, o mercado de VANTs mudou da água para o vinho. Participei em 2014 da feira MundoGEO#Connect e havia uns quatro estandes expondo VANTs. Este ano, na feira DroneShow, foram mais de 50 expositores e dezenas de aeronaves. Isto demonstra o aquecimento que o mercado de VANTs atravessa. Enquanto o país passa por uma grave crise recessiva, o mercado de VANTs vai de vento em popa. No entando, a grande maioria das pessoas que está procurando por este mercado não vem da área aeronáutica nem do aeromodelismo. Em sua maioria, são profissionais da fotografia ou das áreas de geotecnologias, engenharia e agricultura.

QUAL SISTEMA ESCOLHER? Com a grande variedade de opções de sistemas VANT, com aeronaves de todos os tipos, modelos e preços, a primeira dificuldade é: qual sistema escolher? Em sua maioria, os sistemas VANT não são baratos, e um erro nessa escolha significará um prejuízo certo. Temos aeronaves de asa fixa (aviões) e de asas rotativas (multirrotores e helicópteros), mas o primeiro passo é definirmos qual a aplicação que daremos a nosso equipamento. Multirrotores são recomendados para operar em locais aonde não existe espaço para pouso e decolagem de uma aeronave de asa fixa, em aplicações nas quais é necessário que se pare no ar ou se voe muito lentamente. A autonomia de voo de um multirrotor é bem menor do que a de uma aeronave de asa fixa, já que ele voa o tempo inteiro gastando energia, tanto para subir quanto para descer. E, ainda assim, a informação da autonomia de voo fornecida por alguns fabricantes de multirrotores não corresponde à realidade, pois a autonomia de voo que se deve informar em relação a uma aeronave é a que se consegue com ela totalmente carregada, ou seja, com seu pay load (carga paga ou carga útil) total. De nada adianta informar que a autonomia é de uma hora de voo se ela se referir a aeronave sem carga nenhuma. Ao embarcarmos os sensores e suporte dos sensores (gimbal), a autonomia informada de uma hora poderá cair para quarenta minutos ou menos. Também não adianta colocarmos mais baterias, pois elas aumentam o peso total significativamente. Ao dobrar o número de baterias não se dobra o tempo de voo. Para termos uma noção se a autonomia informada pelo fabricante é correta ou não, precisamos saber qual é o consumo de cada motor. Dependendo da marca e modelo do motor, existem tabelas de empuxo e consumo em Amp/hora, dependendo do tamanho das


hélices e aceleração utilizada. A conta é simples: se temos um multirrotor com seis motores, em que cada um deles consome 10 Amp/h, para voar uma hora ele consumirá 60 Amp. Se ele carrega uma bateria de 20 Amp., já se sabe quanto tempo ele voará. A velocidade de deslocamento de um multirrotor também é menor do que a de uma aeronave de asa fixa. Isso fará com que sua área de cobertura por voo seja significativamente menor do que uma aeronave de asa fixa, pois voa menos tempo e com menor velocidade. Os multirrotores são excelentes para realizar trabalhos de inspeção em grandes estruturas industriais, pontes e viadutos, parques eólicos, áreas de encostas e taludes com riscos de desbarrancamento. São importantes aliados das forças de segurança pública, bombeiros e defesa civil. Também são muito úteis para descobrir prováveis focos de criadouros do mosquito Aedes Aegipty, transmissor da Dengue, Chikungunha e o Zica Vírus. Com epidemias dessas doenças Brasil afora, tem-se uma ideia do grande potencial desse mercado. E as aplicações mais comuns são as de produção de imagens publicitárias, coberturas jornalísticas e até casamentos. Quanto às aeronaves de asa fixa, temos inúmeros modelos e tamanhos: aeronaves com a configuração tradicional, com asa, fuselagem e cauda; asas voadoras, com motor dianteiro ou traseiro, com motores a combustão ou elétricos, enfim, inúmeras opções. Um fator muito importante de uma aeronave de asa fixa é a sua forma em planta. Ao avaliarmos a planta de uma aeronave de asa fixa, já podemos ter uma ideia do seu potencial. Para isso precisamos ter conhecimentos básicos de aerodinâmica, como arrasto, estabilidade e controle, razão de planeio, estol, velocidade de estol, capacidade de manobra, razão máxima de subida e por aí vai. Estes fatores influenciam no comportamento de uma aeronave. Ela poderá ter maior ou menor estabilidade, facilidade de controle, alcance sem motor, necessidade de maior ou menor distância para pousos e decolagens, entre outras coisas. Todos estes fatores são importantes. Uma aeronave que não tenha boa estabilidade, ao voar com vento irá balançar o tempo inteiro e, dependendo do trabalho que se pretende realizar, o resultado será péssimo. Do mesmo modo, se uma aeronave não tem uma boa razão de planeio, se acontecer uma parada de motor em voo ela percorrerá uma distância muito pequena até atingir o solo, muitas vezes sendo impossível de chegar a um local seguro, o que poderá causar sérios danos à sua estrutura ou até mesmo sua perda total.

Outro fator importante a ser levado em conta na escolha de um Sis VANT (sigla para sistema VANT), independentemente do tipo de aeronave utilizada, é seu sistema de controle e acompanhamento de voo. Existem inúmeros modelos e fabricantes de placas controladoras de voo, que é o cérebro de qualquer aeronave que compõe um Sis VANT, sendo alguns sistemas confiáveis e outros nem tanto. Também é preciso verificar a qualidade dos componentes de um Sis VANT. Um rádio controle de qualidade não é barato, porém, ter um rádio em que se pode confiar é fundamental. Na realidade, todos os componentes de um Sis VANT precisam ser de boa qualidade, pois em caso de falha pode ocorrer a perda de controle de sua aeronave. Outro fator a ser avaliado para se escolher um Sis VANT diz respeito aos materiais utilizados: madeira, isopor, fibra de vidro, fibra de carbono, entre outros, além de seu processo construtivo. Dependendo da aplicação, todos os materiais têm vantagens e desvantagens. Deve-se levar em conta também a praticidade para transportar e montar um sistema. Para trabalhos mais sofisticados, como aerofotogrametria, nem sempre é possível transportar um sistema muito prático. Dependendo do caso, a praticidade irá impactar negativamente no resultado final do trabalho que se pretende fazer. Enfim, existem ainda diversos fatores que precisam ser estudados para se escolher um Sis VANT e precisaríamos de uma revista inteira para examinar em detalhes o que já foi citado e o que ainda é preciso aprender. Estas informações detalhadas podem ser encontradas no guia “Como escolher um VANT ou Drone – Mitos e Verdades – Expectativas e Realidade” acessando o link www.albatrozbrasildrones.com.br.

FLORIANO PEIXOTO BORGES DOS SANTOS Pesquisador responsável pelo projeto de pesquisa e desenvolvimento de Sis Vants de baixo custo, Albatroz Aerodesign, desenvolvido na Unisanta – Universidade Santa Cecília em Santos florianopeixoto1@hotmail.com

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HARDWARE

Raio-X dos Drones Entenda como funciona a tecnologia embarcada nas aeronaves remotamente pilotadas

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Apesar de terem formas de voar totalmente distintas, a tecnologia embarcada nestas aeronaves é exatamente a mesma 16

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om a popularização dos Drones, cresce exponencialmente o interesse por parte de pessoas e empresas, que começam a enxergar nesta tecnologia uma alternativa viável para a sua utilização em diferentes mercados. Investidores e empreendedores entendem os Drones como uma nova oportunidade de negócio, assim como empresas e profissionais de diferentes áreas são atraídos por uma forma diferente, mais eficiente e mais barata de se prover serviços. Além de toda a inovação e versatilidade, propiciando a criação de múltiplas aplicações, os Drones também chegaram para preencher lacunas em setores onde alguns serviços só eram possíveis de serem realizados com o uso das aeronaves tripuladas, embarcadas com soluções tecnológicas de alto custo que, por consequência, eram tecnologias providas por poucas empresas especializadas no mercado. Estamos vivendo a quebra de velhos paradigmas, dando início a um outro, novo e revolucionário. Esta corrida ao mercado gerou a necessidade em se saber mais sobre essas pequenas aeronaves remotamente pilotadas, como funcionam e qual tipo de drone é indicado para cada negócio. Drones, como são popularmente conhecidos, ou Remotely Aircraft Systems (RPAS), como são definidos pelas autoridades competentes, podem ser de "Asas Rotativas" ou "Asas Fixas", e a sua aplicação está relacionada aos requisitos técnicos de cada mercado.

RAIO-X DOS DRONES Apesar de terem formas de voar totalmente distintas, a tecnologia embarcada nestas aeronaves é exatamente a mesma. Estes equipamentos são providos de uma controladora de voo, que é o que poderíamos chamar de computador de bordo da aeronave, responsável por processar os sinais de entrada e gerar saídas para as suas interfaces. Estas controladoras aceitam parametrizações em seu firmeware que fazem com que o hardware aceite diferentes configurações, sendo possível parametri-

zar via software o seu comportamento; como avião, helicóptero ou ainda multirotores.

Existem hardwares concebidos sob uma plataforma aberta, desenvolvida pela comunidade, e por outro lado existem as plataformas proprietárias. Aqui, a comparação entre Sistema Operacional Linux ou Windows é inevitável. As controladoras são dotadas de um conjunto de sensores responsáveis pela sua orientação espacial, o giroscópio, o magnetômetro e o acelerômetro, que formam a Inertial Measurement Unit (IMU), responsável pela estabilização da aeronave em voo. Todos os demais componentes embarcados em um RPAS são periféricos conectados a estas controladoras, os motores, os controladores de velocidade (ESCs), o sistema de rádio para comandos e telemetria de voo, sistema de navegação por satélite, servos eletromecânicos, etc.. Todos quanto a controladora suportar, variando marcas e modelos. Quem define os sinais de entrada para a controladora é o conjunto TX - Transmissor / RX - Receptor, o radiocontrole atribuído à aeronave. A figura de exemplo, que ilustra todas estas conexões, trata-se de uma controladora Pixhawk da 3DRobotics, desenvolvida sob Plataforma Aberta. RPAS podem ser providos de motores elétricos do tipo Brushless, conectados ao controlador de velocidade, tendo todo o seu conjunto alimentado por baterias de Lithium Polymer (tecnologia de baterias de alta taxa de descarga), ou ainda por motores a


combustão, mais usados em modelos do tipo avião e helicóptero. Quando providos por motores elétricos, os modelos de Asas Fixas levam uma grande vantagem em relação aos Multirotores no que tange a sua autonomia de voo. Isso é muito fácil de entender, pois multirrotores são normalmente configurados com três a oito motores, exigindo muito mais das baterias, já que a concepção de aeronaves desta natureza atribuem ao seu funcionamento a força dos motores relacionado a uma combinação do passo das hélices e sentido de rotação, que é o que os mantém sustentados pelo ar. Ou seja, não existe nenhuma aerodinâmica envolvida, diferentemente dos aviões. Por outro lado, os aviões não têm a capacidade de pairar e executar pousos e decolagens na vertical. Já começam a aparecer no mercado modelos híbridos, mas não existe, hoje, uma tecnologia com a mesma maturidade que já alcançaram os modelos de Asas Fixas ou Multirrotores. E qual a melhor opção de Drone? Não existe melhor opção, pois depende da sua aplicação. São os requisitos de cada mercado que definem a solução ideal. Conhecendo estes requisitos, se faz necessário entender as limitações tecnológicas de cada tipo de RPAS, para então definir a melhor solução para o seu projeto. A resposta está no equipamento que atenda às suas necessidades. Os modelos de Asas Fixas vêm conquistando o mercado nos setores que realizam aerolevantamentos. Apesar de os Multirotores entregarem as mesmas funcionalidades para este tipo de aplica-

ção, estão limitados a pequenas áreas de terras, já os modelos do tipo avião conseguem mapear a até 2.000 ha em um único voo de 1h de duração. Estes pequenos aviões já alcançaram alto grau de maturidade, nesta última DroneShow 2016 foram apresentados ao mercado modelos que já trazem sistema de posicionamento de satélites do tipo RTK, que significa Real Time Kinematic, um sistema que conectado por rádio-modem ou telefone GSM a uma estação em terra, é capaz de entregar fotos georreferenciadas em tempo real com precisão centimétrica. Aeronaves sem este tipo de sistema podem valer-se da coleta de alguns pontos de controle em terra e também entregam uma precisão em centímetros, então é preciso avaliar o custo-benefício neste tipo de solução, pois a tecnologia mandatória esta em terra e não embarcada na aeronave.Com o objetivo de atender a esta demanda, pela busca de orientação e aquisição de conhecimentos relacionados à tecnologia dos drones, a tecnoDRONE Imagens Aéreas - empresa voltada a prestação de serviços e consultoria em soluções com Drones - em uma parceria com a MundoGEO e Instituto GeoEduc, está lançando uma nova trilha de cursos de capacitação que inicia-se com uma introdução à tecnologia dos drones, que vai prosseguir com cursos técnicos voltados a aerolevantamentos e a ciência da aerofotogrametria. Assista o vídeo de lançamento do primeiro curso, de Introdução à Tecnologia dos Drones: http://conteudo.geoeduc.com/replay-palestra-tecnologia-drones.

LUCIANO C FUCCI CEO - tecnoDRONE Imagens Aéreas tecnodrone@ tecnodrone.com.br

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GESTÃO DE PROJETOS

Em busca de uma visão integrada Gestão de Projetos aplicada aos Drones e Geotecnologias

Leitores, nos questionemos! Já passamos por algumas dessas situações?

Em gestão de projetos de Drones e/ou Geotecnologia, o conhecimento da equipe às vezes não é suficiente para o desenvolvimento do objetivo (escopo) do projeto, necessitando assim, de conhecimentos externos em Inovação tecnológica 18

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• Projeto em execução e percebemos que nem todas as pessoas (partes interessadas) que definem o objetivo (escopo) e/ou autorizam a execução foram envolvidas e/ou ouvidas e/ou participaram do respectivo processo; • Projeto em execução e a equipe percebe que não se tem clareza sobre o que deve ser produzido e/ou entregue e/ou adquirido, ou seja, não se tem certeza onde se quer chegar; • Projeto em execução e percebemos que os requisitos do projeto eram inviáveis tecnicamente, ou seja, o objetivo (escopo) do projeto não era alcançável com as competências atuais e nem realistas dentro das limitações de recursos; • Projeto em execução e percebemos que subestimamos os esforços, os custos e os riscos envolvidos e não possuímos mais recursos financeiros e humanos para finalizar o projeto; • Projeto encerrado, produto entregue e cliente (partes interessadas) insatisfeitos pois o produto não atende ao objetivo (escopo) imaginado, aos requisitos devidamente definidos e a qualidade incertamente acordada; • Projeto paralisado e/ou finalizado por imprevistos não mapeados como premissas e riscos ao projeto, de forma a mitigá-los; • Projeto inviabilizado por sucessivos replanejamentos de prazos, equipes, custos e qualidade, devido a constantes mudanças e indefinições do objetivo (escopo) do projeto. Essas estão entre algumas das situações de insucessos na gestão de projetos, mas isso não é o foco desse texto, pois o que objetivamos nas próximas linhas é trazer para você, leitor, a possibilidade de entender porque essas situações acontecem e de sugerir o aprendizado a partir de um paradigma anterior aos ampla-

mente consolidados na sociedade do conhecimento em gestão de projetos.

CONCEITUAÇÃO E APLICAÇÃO Começamos trazendo a luz da leitura uma simples análise da organização e estrutura da educação brasileira, onde passamos estudando seis anos na Educação Infantil, depois mais oito anos no Ensino Fundamental, depois mais quatro anos no Ensino Médio, e finalmente seis anos na Graduação, totalizando 24 anos (ou mais) de estudo de disciplinas quase que 100% técnicas e/ou básicas, para exercer a respectiva atividade profissional. Note que o aluno só vai ter contato com disciplinas sobre gestão na Graduação, e ainda assim dependendo do curso. Sendo assim, se pergunte quanto tempo você se dedicou até o momento ao estudo do conhecimento que envolve as atividades de gestão de projetos? Sendo assim, seguem alguns princípios educacionais básicos que achamos importantes serem referenciados, porque interferem muito positivamente na busca do desenvolvimento intelectual em gestão: • O Método dedutivo foi formulado no século XVII por René Descartes (1596-1650), matemático e filósofo francês, considerado fundador da filosofia moderna, pois a partir desse momento todas as ferramentas criadas se fundamentaram nas quatro Regras do Método: Evidenciar, Dividir, Ordenar e Revisar/Enumerar. Por conseguinte, ao entender e aprender o Método fica fácil compreender o que as Metodologias, os Padrões, os Guias, as Normas, etc, propõem nos seus fundamentos. Nas atividades de gestão de projetos é importante ter esse método como princípio, pois em diversos momentos e situações variadas estarás tendo que utilizar esses conceitos. Por exemplo: A melhor solução para um projeto complexo é dividi-lo em “n´s” projetos e/ ou subprojetos, e iniciar do mais simples para os mais complexos, se possível, além de revisar seus resultados no transcorrer das conquistas dos resultados dos demais, para alcançar o objetivo (escopo) total.


Método dedutivo de René Descartes (1596-1650)

Mais informações: www.pdflivros. com/2015/11/discurso-do-metodo.html • A Pirâmide da aprendizagem, desenvolvida em 1946 pelo prof. Edgar Dale, nos ajuda na escolha dos melhores métodos de aprendizagem, que facilitem a memorização da informação. Segundo Edgar Dale, depois de duas semanas nós retemos pelos Métodos Passivos: 10% do que lemos; 20% do que ouvimos; 30% do que nos é demonstrado em imagens e vídeos; e pelos Métodos Ativos: 50% do que vimos e ouvimos através de exposições e demonstrações; 70% do que dizemos e escrevemos participando de debates e elaborando aulas e treinamentos; e 90% do que fazemos participando e ensinando aos outros. Portanto, procure utilizar em seus estudos, e principalmente nos da equipe dos projetos, os métodos que gerem uma melhor memorização e aprendizagem, unindo sempre que possível os métodos de aprendizagem passivos dos ativos. Link da Pirâmide: http://pt.slideshare.net/ exavier/piramide-de-aprendizagem • O Conceito de Potencial Mental, desenvolvido pelo psicólogo americano Abraham H. Maslow, é muito simples. O ser humano só consegue aprender um pouco a cada dia. Uns aprendem mais, outros menos. Cada um tem a sua cota por dia e não é acumulativa. Cada um tem seu tempo (curva) de aprendizagem. Esse princípio leva a várias conclusões, mas vamos citar duas: • Os seres humanos têm limite de aprendizagem diário e não acumulativo, então consequentemente as equipes dos projetos, as organizações e as sociedades têm esses limites de aprendizagem, ou

seja, a evolução intelectual nunca é instantânea e homogênea temporalmente. • Em gestão de projetos de Drones e/ou de Geotecnologia e/ou de Tecnologias em geral, o conhecimento da equipe às vezes não é suficiente para o desenvolvimento do objetivo (escopo) do projeto, necessitando assim, de conhecimentos externos em Inovação tecnológica, onde a equipe terá que buscar através de consultorias, pesquisas, estudos e análises, o conhecimento pendente. Todo esse tempo tem que ser planejado para que a realização do objetivo (escopo) do projeto, aconteça no prazo, no custo e com a qualidade acordada. Além disso, não deve existir taxa de Turnover de pessoal maior que zero, pois resulta em conhecimento tácito, em inovações tecnológicas perdidos, resultando em impacto negativo dobrado nos números da gestão do projeto. Mais informações: https://www.passeidireto. com/arquivo/16842956/motivacao_e_ personalidade_-_maslow_-_livro • Liderança - Conhecimento Técnico – Método são os três fatores fundamentais para a obtenção de resultados em qualquer iniciativa humana, ensina o Professor Vicente Falconi, no seu livro “ O Verdadeiro Poder”. Seja em empresas, governos, forças de segurança, forças armadas, fundações, escolas, hospitais, etc., estas três frentes devem ser cultivadas continuamente. Em gestão de projetos temos o gerente de projetos exercendo a liderança, a equipe (interna e externa) dominando todo o conhecimento dos processos tecnológicos necessários, e o método que poderá ser uma Metodologia, uma Norma ou o Guia PMBOK. O cotidiano das atividades profissionais de gestão de projetos é constantemente trafegar por essa estrutu-

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ra até o objetivo (escopo) do projeto ser atingido, no prazo, no custo, e na qualidade planejadas. Link do livro: http://lelivros.online/book/ baixar-livro-o-verdadeiro-poder-vicentefalconi-em-pdf-epub-e-mobi-ou-ler-online/ Depois deste mergulho nos conhecimentos que fundamentam as ferramentas de gestão modernas, vamos lembrar de algumas definições:

O QUE É GESTÃO? • Gestão é promover resultado, perseguir metas, resolver problemas, promover mudanças. É o conjunto dessas atividades interligadas para melhorar os resultados da empresa e/ou projeto.

O QUE SÃO PROJETOS? • Projeto é um esforço temporário, com um início e um término, empreendido para criar um produto, serviço ou resultado único.

O QUE É GESTÃO DE PROJETOS? • Gestão de Projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas nas atividades do projeto, buscando atender aos seus requisitos e garantir que o objetivo (escopo) seja realizado, no prazo, no custo e com a qualidade planejada.

O QUE É METODOLOGIA / NORMA / GUIA PMBOK?

LUÍS ANTÔNIO ROSA DE ANDRADE CEO da DronesApps Tecnologia Automação Inovação Ltda, Graduado em Processamento de Dados, PósGraduado em Sistema de Informação com Ênfase em Componentes Distribuídos/Web e MBA em Gestão de Projetos luis.andrade@ dronesapps.com.br

• Metodologia é um corpo de regras e diligências estabelecidas para realizar uma pesquisa. É o estudo dos métodos. São as etapas a seguir num determinado processo. As principais metodologias de gestão de projeto são: • Prince - www.prince2brasil.com.br • Agile - www.apmg-international.com/br/qualificao/agile-pm/agile-pm-br.aspx • Scrum – www.scrum-institute.org/?gclid=CKm wysbHnc0CFYUJkQodyK4Djg • PMC - www.projectmodelcanvas.com • Norma é um documento, normalmente produzido por um órgão oficial acreditado para tal, que estabelece regras, diretrizes, ou características acerca de um material, produto, processo ou serviço. A Organização Internacional de Normalização (ISO) lançou a Norma ABNT NBR ISO 21500, com Orientações para o Gerenciamento de Projetos. • ISO 21500 - www.iso.org/iso/catalogue_ detail?csnumber=50003 • Guia PMBOK (Project Management Base of Knowle-

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dment), desenvolvido pelo Project Management Institute (PMI), diz: “...O Guia PMBOK contém o padrão e guia globalmente reconhecidos para a profissão de gerenciamento de projetos como boa prática. “Boa prática” significa que existe um consenso geral de que a aplicação do conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas pode aumentar as chances de sucesso de muitos projetos, ou seja, não significa que o conhecimento descrito deva ser aplicado uniformemente a todos os projetos; a organização e/ou a equipe de gerenciamento de projeto é responsável por determinar o que é apropriado para um projeto específico. ” • PMI PMBOK - https://brasil.pmi.org/brazil/PMBOKGuideAndStandards.aspx Em uma simples comparação entre as três práticas (Metodologias / Norma / Guia PMBOK) de gestão de projetos - descritas de forma rasa acima -, podemos concluir que possuem em comum o objetivo óbvio de conduzir o profissional ao sucesso na gestão do projeto. No entanto, suas diferenças são várias e paradigmáticas, e não teremos espaço aqui para analisá-las, mas posso registrar que o formato da aplicação do conhecimento que o Guia PMBOK propõe, por não ser “uniforme a todos os projetos”, vai ser sempre um ponto atrativo, porque lhe permite usar outras práticas em conjunto. A definição da prática de condução da gestão dos projetos da organização tem que ser definida a partir do seu planejamento estratégico, da governança, do segmento, da maturidade, da equipe, do conhecimento, do tamanho da empresa, de todas as partes interessadas.

UMA VISÃO INTEGRADA... No Curso GPAgile - Uma Visão Integrada foi construída uma solução simples, conceitual e de boas práticas de gestão de projetos baseada no Guia PMBOK, na Norma e nas Metodologias, mas que o produto resultante será bem menor que qualquer uma delas, pois o objetivo é integrar a sua necessidade à prática, com mobilidade e foco nos resultados do projeto, elevando os profissionais liberais, micro / pequenas empresas e autônomos, no segmento dos Drones e/ou Geotecnologia ou qualquer outro, em um degrau de aprendizado entre o conhecimento que detém de gestão e o ambiente amplamente consolidados e ofertado na sociedade do conhecimento em gestão de projetos que demonstramos no texto, dessa forma capacitando-o para realizar gestão de projetos com sucesso, totalmente desburocratizado, ágil, eficiente e eficaz. Não deixe de participar do Curso GPAgile, que a Empresa Dronesapps está lançando em parceria com o Instituto GEOEduc, no final do mês de julho de 2016. Mais informações em www.geoeduc.com.


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