SUMÁRIO
20 Capa
Agora vai?!? Com diversos fabricantes nacionais e startups em operação, mercado brasileiro de Veículos Aéreos Não Tripulados aguarda regulamentação para operar a “todo vapor”. Anac diz que regras serão lançadas ainda em 2015. Muitos países se adiantam e já permitem a utilização em seus territórios. Feira Drone#Show será pioneira no país e ajudará o setor a decolar
28 34
Como criar um mapa a partir do Google Planilhas
Alezi Teodolini
57
A Mira
62 | 63
Allcomp
66
Bentley
37
CPE Tecnologia
23
Embratop
3
FOIF
39
Furtado Schmidt
15
Garmin
25
Gdrones
44
Geoambiente
14
GEOeduc
2
Geopixel
29
Prêmio reconhece melhores projetos em cinco categorias
42
Suplemento VANTs & Drones
48
Sensoriamento Remoto
56
Página
Projetos de Geoinformação
38
54
Anunciante
Passo a Passo
GIS e Conhecimento
52
Índice de Anunciantes
A ciência por trás da informação geográfica
GyroFly
47
Intergeo
64
KCS
32
Leica Geosystems
18, 19
Metrica
17 | 65
Navcom
31
Optech
61
Santiago & Cintra Geo-Tecnologias
7 | 9 | 11 | 13
Santiago & Cintra Consultoria
55
SkyDrones
43
Space Imaging
35
Tecnosat
5
Topocart
53
Trimble
33
Vexcel
51
Xmobots
45
A (falta de) legislação pode conter a invasão dos drones
Fronteiras e desafios do sensoriamento ótico multibanda
Cadastro Ambiental Rural
Como (e quanto) cobrar pelo CAR?
Cartografia a Serviço do Cidadão Bases e dados de São Paulo disponíveis
GeoQualificação
Qualificação profissional X crise
Acesse artigos complementares no Portal MundoGEO www.mundogeo.com
Colaboraram nesta edição: Alexandre Iamamato Ciuffa, Arlete Aparecida Correia Meneguette, Daniel Gomes, Daniel de Castro Victoria, Davi de Oliveira Custódio, José Augusto Sapienza Ramos, Luiz Eduardo Vicente, Ulf Bogdawa
6 10 12 60 61
Editorial Web Navegando Guia de Empresas Online
EDITORIAL
Eles estão por aí!
D
Alexandre Scussel Geógrafo (UFPR) e Técnico em Informática. Editor do Portal e Revista MundoGEO, Coordenador Técnico dos Seminários Online e do Evento MundoGEO#Connect LatinAmerica editorial@mundogeo.com
rones para todos os gostos e usos, de todos os tipos, tamanhos e formas. Basta navegar um pouco pela internet para ver pessoas ao redor do mundo fazendo tudo e mais um pouco com esses "aviõezinhos". A verdade é que esta tecnologia é extremamente versátil, e depende apenas da criatividade para bolar um novo uso, alguns úteis, outros nem tanto. Enquanto alguns países já lançam leis para regular o uso dos drones em seus territórios, o Brasil ainda aguarda ansiosamente pelo documento que vai "destravar" o uso e comercialização das aeronaves não tripuladas. Mas, mesmo após o lançamento da tão esperada regulamentação, é claro que não poderemos voar com nossos drones em qualquer lugar de forma indiscriminada, sem tomar as devidas precauções. Relatos de acidentes já começam a aparecer na mídia, e caberá ao órgão responsável no Brasil, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o papel de supervisionar as operações, para evitar que acidentes graves aconteçam. Entretanto, a dúvida que martela nossas cabeças parece ser a mesma: será que a Agência terá condições de exercer plenamente as atividades de fiscalização em um país de tão grandes proporções? Arrisco dizer que este é um dos fatores que explica tanta demora para a liberação das regras, o que acaba prejudicando dezenas de empre-
sas e startups pelo país, tanto as desenvolvedoras quanto os prestadores de serviços. "Enxames" de drones vêm invadindo eventos de tecnologia ao redor do mundo, trazendo as últimas novidades da indústria, principalmente para aplicações de entretenimento. Grandes companhias de tecnologia já pensam em desenvolver seus próprios modelos, como por exemplo a Apple. O que se pode concluir é que, em pouco tempo, será muito comum ver pessoas controlando seus drones através de seus smartphones e tablets, muito provavelmente em parques e espaços públicos, o que nos lembra, mais uma vez, dos perigos relacionados ao seu uso indiscriminado. Entretanto, aplicações muito nobres vêm sendo estudadas, como por exemplo uma startup inglesa que pretende utilizar drones para plantar milhões de árvores e salvar as florestas do planeta. O MundoGEO#Connect 2015, que acontece de 5 a 7 de maio, representa uma amostra do que já está sendo desenvolvido na indústria de drones, sobretudo para o setor geoespacial. Mas não para por aí! Em breve o Brasil terá seu primeiro evento focado nesta tecnologia. O Drone#Show será um marco para toda a indústria de desenvolvimento e prestação de serviços da América Latina.
Novidades na revista MundoGEO Algumas mudanças foram feitas nesta edição da revista MundoGEO que trará, a partir de agora, artigos e matérias sobre todos os principais temas da geoinformação, a fim de contemplar e instruir a maioria dos profissionais do setor. Além disso, os colunistas da revista passarão a produzir artigos mais completos e detalhados, com maior liberdade de espaço. Quer contribuir? Envie seu artigo ou ideia para editorial@mundogeo.com e vamos conversar!
Revista MundoGEO Publicação bimestral - ano 17 - Nº 81
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MundoGEO 81 | 2015
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Para a maioria, a “qualidade” é relativa. Mas não na Leica Geosystems. Para garantir que nossos instrumentos tenham a mais alta precisão e qualidade, nós produzimos com a última geração de equipamentos: a tecnologia suíça, combinada com a habilidade de fornecer os melhores mecanismos da classe. E esta qualidade também se aplica em todos os nossos procedimentos – fazendo a Leica Geosystems agir com excelência nos negócios para suprir as necessidades e expectativas dos nossos clientes em todos os sentidos. A Estação Total Leica FlexLine TS06plus Manual é ideal para a maioria mente aplicações de média à alta precisão. Herdando a tecnologia do modelo TS06 anterior, maior sucesso da Série Leica FlexLine, a Leica Flex Line TS06plus é a mais nova Estação Total da Leica.
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WEB Materiais disponíveis O portal MundoGEO possui um canal direto de acesso a conteúdos exclusivos e gratuitos. Veja a seguir alguns artigos recentes que você encontra na categoria “Arquivos Gratuitos”: • Artigo: Tecnologia GIS mostra o onde e o porquê das perdas de água • Vídeo gratuito mostra detalhes, usos e funcionalidades dos Drones • Vídeo mostra técnicas e dicas de como usar geoinformação em cidades • Google Earth Pro gratuito: vídeo mostra como obter e aproveitar seu potencial • Vídeo mostra principais dificuldades para elaborar o CAR e usar o sistema de imóveis rurais do Incra
MundoGEO#Connect 2015 bate recorde de visitação Na semana de 13 a 17 de abril, o site do evento MundoGEO#Connect 2015 bateu um recorde histórico de visitação, alcançando mais de 12 mil visitantes únicos. Na terça-feira, dia 14, a audiência foi de 3.515 visitas. “Os números são reflexo do grande interesse da comunidade geoespacial pelo evento e também de um intenso trabalho de valorização do conteúdo, que foi realizado pela equipe editorial para a edição 2015 do evento”, afirma Alexandre Scussel, Editor do Portal e Revista MundoGEO. www.mundogeoconnect.com Envie críticas, dúvidas e sugestões para editorial@mundogeo.com. Por uma questão de espaço, as mensagens poderão ser editadas.
CARTAS, POSTS E TWEETS Quero agradecer pela realização do Webinar "VANTs & Drones: Modelos, Usos e Limites". Foi muito bom, procurei aproveitar ao máximo, pois aqui na cidade de Manaus ainda não temos encontros para debater esses assuntos. Muito obrigado! José Roselito Carmelo da Silva Como agrimensor, vai aqui minha sugestão: esta conceituada revista deveria ter maior penetração entre os arquitetos, urbanistas e engenheiros civis, pois sofremos para implantar nossos projetos, justamente pela falta de conhecimento que estes profissionais têm em relação à topografia e cartografia.
Durante o webinar "Técnicas de GIS e Sensoriamento Remoto para Projetos Ambientais" foi mencionado que o vídeo ficaria disponível, mas não sei onde posso encontrá-lo. Parabéns pela iniciativa, estou conhecendo e acompanhando o trabalho de vocês só agora e estou confiante que vai me agregar muito! Stephanie Thiesen Stephanie, todos os materiais (vídeos e arquivos) que são disponibilizados pelos palestrantes e organizadores dos webinars estão disponíveis em www.mundogeo.com/webinar.
Dirceu Gennari Muchas gracias a ustedes por traernos conocimientos sin necesidad de movilizarnos (aunque sería un gran placer hacerlo). Miriam Nagata Shimabuku
@Map4Business Para los que aun no están aprovechando de esta excelente herramienta #GoogleEarthPro #GIS les compartimos este tweet @LeicaGeoBrasil
O novo ScanStation P40 ainda oferece alcance estendido, de até 270 metros! Venha conhecê-lo na @ MundoGEO#Connect de 5-7 Maio em São Paulo. @tom_bike Plataforma TerraMA2 de Eymar Lopes do @inpe_mct está entre os 3 melhores Projetos de Meio Ambiente no http:// mundogeoconnect.com/2015/premiomundogeoconnect/premiacao-deprojetos/ da @MundoGEO @dhiogojunior Acompanhando o ótimo webinar sobre SIG na gestão pública da @MundoGEO @nayestrabis Daqui a pouco começa o Webinar "Geoinformação na Gestão Municipal" @ MundoGEO *-* Já cheguei em casa para entrar =)
+Lidas
10
Março
Abril
Disponível portal do IBGE com milhares de mapas
Embrapa e ANA divulgam mosaicos de imagens de satélite do Brasil
Feira Drone#Show será realizada em São Paulo
ANA lança dicionário com quase 500 termos sobre recursos hídricos
Gratuidade do Google Earth Pro abre novas possibilidades
IBGE promove evento gratuito sobre o novo datum oficial brasileiro
MundoGEO 81 | 2015
NAVEGANDO A Marinha lançou o navio Hidroceanográfico Fluvial Rio Branco para mapear leitos de rios da Amazônia A linha GIS Móvel Zeno da Leica Geosystems possui agora uma opção de atualização para rastrear sinais das constelações Beidou e Galileo em seus dispositivos GG03 SmartAntenna e CS25
GNSS plus
A TomTom lançou o aplicativo Go Mobile, com o qual os usuários poderão obter informações de trânsito em tempo real e através de navegação offline A Faro Technologies adquiriu a empresa Kubit GmbH, desenvolvedora de softwares para pesquisas e documentação para construção Depois de anos de desenvolvimento, a versão mais estável do software GRASS GIS 7.0.0 está disponível O ArcGIS 10.3 foi certificado por sua capacidade de compatibilidade com as normas Open Geospatial Consortium
(OGC)
A Prefeitura de Londrina (PR) lançou o Sistema de Informação Geográfica de Londrina (Siglon), que moderniza a gestão pública através do georreferenciamento O IBGE disponibilizou um conjunto de dados hidrogeológicos da região sul do país em formato digital (shape) e em pdf O sistema de navegação por satélite
Galileo, da União Europeia, tem agora oito satélites em órbita após o lançamento dos
veículos 7 e 8 Pesquisadores do Inpe desenvolveram uma metodologia para mapear áreas suscetíveis a deslizamentos de terra em municípios brasileiros a partir de dados e softwares de domínio público A National Geographic Maps tornou disponível centenas de mapas através do aplicativo Avenza PDF Maps, o qual não depende de conexão com a internet
Assembleia Geral da ONU adotou a primeira resolução geoespacial incluindo um roteiro para compartilhamento de dados geoespaciais 12
MundoGEO 81 | 2015
Leica ScanStation P40, P30 e P16 A Leica Geosystems anunciou a oitava geração de laser scanners versáteis e de alto desempenho, com os aparelhos Leica ScanStation P40, P30 e P16, que incluem aperfeiçoamentos no sistema LiDAR e de varredura. Os novos scanners ultrarrápidos possibilitam aos usuários tirar vantagem da produtividade e segurança da tecnologia High-Definition Surveying (HDS) em mais tipos de aplicações e projetos. INFO www.leica-geosystems.com.br
Dicionário de Recursos Hídricos A Agência Nacional de Águas lançou o dicionário Thesaurus com quase 500 termos sobre recursos hídricos disponível para consulta. O Thesaurus é recomendado pela Portaria ANA nº 149/2015 como subsídio para elaboração de documentos técnicos na instituição e também pode ser utilizado por estudantes e demais interessados na temática. INFO arquivos.ana.gov.br
Banco de Dados Geográficos do Exército O Banco de Dados Geográficos do Exército (BDGEx), que atualmente possui mais de 12 mil produtos, está disponível para visualização, análise ou download, com seus metadados. O BDGEx é o “nó” do Exército na Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (Inde) e possui, entre suas principais características, o suporte a diferentes formatos de dados, consulta a metadados, navegação visual, downloads e compatibilidade com os padrões de serviços web do Open Geospatial Consortium (OGC). INFO www.geoportal.eb.mil.br
Mapeamento móvel 3D da Topcon Foi lançada a última edição do sistema de mapeamento móvel 3D, o IP-S3 da Topcon Positioning Group. O sistema emprega a integração de uma Unidade de Medição Inercial (IMU) e receptor GNSS com eletrônica embarcada em um veículo, sendo capaz de digitalizar 700 mil pontos por segundo. O sensor rotativo LiDAR capta o ambiente em 360° com 32 lasers internos. A câmera digital de seis lentes do IP-S3 foi projetada para fornecer resultados com riqueza de dados com seus 30 Megapixels de resolução para imagens panorâmicas. INFO www.topconpositioning.com
Nova base de dados SomaBrasil O Sistema de Observação e Monitoramento da Agricultura do Brasil (SomaBrasil) disponibilizou novas bases para consulta. Os dados possibilitam o monitoramento das pastagens degradadas do Bioma Cerrado, o mapeamento de áreas agrícolas da região do Matopiba e das áreas irrigadas por pivôs centrais do Brasil, além de novas consultas sobre a produção de silvilcutura do Brasil e acesso ao modelo digital de elevação do Brasil (SRTM 30m) e da declividade calculada a partir do modelo digital e relevo sombreado, ambos com 30 metros de resolução. INFO mapas.cnpm.embrapa.br/somabrasil/
Portal de Mapas do IBGE O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) disponibilizou o portal “Mapas do IBGE versão Beta”, com o qual é possível encontrar mais de 22 mil mapas cadastrados. A busca por mapas pode ser feita por tema, publicação e tipo ou, ainda, por palavra-chave. Os mapas visualizados são salvos automaticamente na janela “histórico dos mapas visualizados”, facilitando uma segunda visualização. Além disso, o portal permite criar e compartilhar os mapas. A partir da ferramenta de mapas interativos, o “SIGIBGE”, é possível realizar análise de dados espaciais e criação de anotações. INFO portaldemapas.ibge.gov.br
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MundoGEO 81 | 2015
Imagens com resolução 30cm
DSG Tools
A DigitalGlobe disponibilizou as imagens de satélite com resolução de 30 cm. As imagens com esta resolução estavam previamente disponíveis apenas a partir de plataformas aéreas, sendo portanto de alto custo e difícil acesso em muitas partes do mundo. As imagens foram obtidas pelo satélite WorldView-3, da DigitalGlobe, considerado o primeiro e único satélite comercial capaz de coletar imagens com esta resolução. INFO www.digitalglobe.com/30cm
Dando continuidade ao projeto de implantação do software livre QuantumGIS (QGIS) na linha de produção cartográfica da Diretoria de Serviço Geográfico (DSG), foi disponibilizada a primeira versão do plugin denominado “DSG Tools”. Totalmente gratuito e aberto, o mesmo apresenta funcionalidades que permitem a produção de dados geoespaciais em perfeita conformidade com a Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (Inde), possibilitando a implementação física da Especificação Técnica para Estruturação de Dados Geoespaciais Vetoriais 2.1.3 (ET-EDGV) em bancos de dados geográficos. Nessa primeira versão, o plugin conta com todas as ferramentas necessárias para as atividades de aquisição de feições vetoriais a partir de imagens matriciais (imagens aéreas, orbitais etc). Como perspectiva futura, o QGIS será utilizado em outras etapas do processo de produção de dados geoespaciais da DSG. As ferramentas do plugin deverão receber atualizações para o mesmo ser utilizado, por exemplo, no processamento digital de imagens, na vetorização semiautomática, na validação topológica e de atributos e na impressão de cartas. INFO www.geoportal.eb.mil.br
OGC A revista MundoGEO traz as principais novidades em padrões e serviços disponibilizados pelo Consórcio Geoespacial Aberto (OGC, na sigla em inglês), um grupo internacional que reúne mais de 500 companhias, agências governamentais e universidades com o objetivo comum de desenvolver padrões.
Padrão para desenvolvimento sustentável O OGC aprovou o padrão de informação de tecnologia para o desenvolvimento sustentável. Os autores argumentam que é necessário um esforço global e contínuo para definir a comunicação de dados e requisitos de interoperabilidade do sistema de ciência ambiental, negócios e políticas e, em
Realidade Aumentada O OGC aprovou o padrão para realidade aumentada Augmented Reality Markup Language 2.0 (ARML 2.0), fornecendo uma codificação livre e aberta. A realidade aumentada fornece uma sobreposição, gerada por computador, de imagens reais, geralmente em tempo real. A sobreposição fornece informações – texto e símbolos – associadas aos objetos nessas imagens. O padrão descreve os objetos virtuais que
seguida, desenvolver e implementar padrões livres e abertos
são colocados no foco da realidade aumentada, bem como
sobre meio ambiente, derivados do consenso de Tecnologia
o registro dos objetos virtuais no mundo real, e permite a
da Informação (TI) que atender a essas exigências.
interação e a modificação dinâmica da cena.
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MundoGEO 81 | 2015
CAPA
Agora vai?!? Com diversos fabricantes nacionais, startups e distribuidores de equipamentos importados, mercado brasileiro de Veículos Aéreos Não Tripulados aguarda regulamentação para operar a todo vapor. Anac diz que regras serão lançadas ainda em 2015. Muitos países se adiantam e já permitem a utilização em seus territórios. Feira Drone#Show será pioneira no país e ajudará o setor a decolar PorAlexandre Scussel e Eduardo Freitas
O
céu é o limite! Esta expressão - que norteia a vida de muitas pessoas e a filosofia de várias
empresas - se torna verdadeira para o mercado dos veículos aéreos não tripulados, ao menos no sentido literal. Essas aeronaves, que já invadiram o cotidiano de todos, esperam a liberação da regulamentação para ganhar os céus do Brasil. Os veículos aéreos não tripulados (VANTs) são conhecidos popularmente pelo termo drones que, traduzido ao português, significa “zangão”. O termo foi inferido justamente pelo barulho característico que é emitido por esses equipamentos. No entanto, se trata de uma denominação genérica, sem amparo técnico ou definição na legislação, que se originou nos Estados Unidos e vem sendo usado mundo afora para caracterizar
Exemplos de usos Os drones podem ser usados para dezenas de aplicações, dependendo apenas da arquitetura e características de cada equipamento: filmagens, fotografias, entregas de encomendas, atividades agrícolas, missões militares, mapeamento de imagens 3D, monitoramento meteorológico, missões de busca, missões de governos, defesa civil, defesa aérea, usos como robôs industriais, patrulha de fronteiras, combate a incêndios, combate ao crime, inspeção de plataformas de petróleo, distribuição de remédios em ambientes hostis, entre muitos outros usos que já existem ou ainda estão por vir, dependendo apenas da criatividade e seus desenvolvedores e usuários, já que a tecnologia é extremamente versátil.
todo e qualquer objeto voador não tripulado, seja ele de qualquer propósito (profissional, recreativo, militar, comercial, etc.). Apesar de sabermos que este não é o termo mais adequado, a MundoGEO vai se referir às aeronaves não tripuladas por Drones, visando padronizar e facilitar o entendimento do leitor. Veja nas próximas linhas os principais usos, classificações, o que se pode fazer atualmente e as expectativas para a utilização dos drones no Brasil. Classificações e usos Há diversas nomenclaturas, siglas e palavras para definir as aeronaves não pilotadas (ou remotamente pilotadas). Além disso, apesar de ainda não contarem com uma regulamentação específica no país, os drones podem ser classificados por altitude máxima de voo, peso, autonomia, tamanho, arquitetura, entre outras características.
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MundoGEO 81 | 2015
Legislação atual Com a promessa de lançar uma regulamentação para o uso de Drones, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) já realizou dois workshops para discutir com a sociedade os pontos mais importantes da legislação. “Interessante observar que hoje não existe legislação específica para uso dos drones para fins comerciais. Para usos pessoais, entretanto, o uso é permitido seguindo as regras de aeromodelismo. Mas deve-se salientar que este uso pessoal, no caso da segurança, é preocupante, pois está ficando comum adultos e adolescentes ganharem o ‘brinquedinho’ e sairem voando por aí. A sensação ao controlar um objeto voador pode ser muito legal, mas existe o risco dele se desgovernar e cair, podendo provocar danos na rede elétrica, machucar pessoas e até bater em algum avião ou helicóptero tripulado. O que fazer a respeito?", afirma Emerson Granemann, Diretor da MundoGEO.
Grande altitude e autonomia Peso maior que 250 quilos Alcance maior que 70 quilômetros Altitude maior que 3 mil metros Autonomia maior do que 6 horas Geralmente para uso militar Exemplos: Global Hawk (imagem), Hermes 1500
Médio Alcance Peso de 50 a 250 quilos Alcance de 30 a 70 quilômetros Altitude até 3 mil metros Autonomia de 3 a 6 horas Uso civil e militar Exemplos: Skeldar (imagem), BQM-145A, Flamingo
Pequeno Alcance Peso de 25 a 150 quilos Alcance de 10 a 30 quilômetros Altitude até 3 mil metros Autonomia de 2 a 4 horas Uso civil e militar Exemplos: Condor (imagem), Skylark II, Hermes 180
Micro e Mini Drones Peso menor que 25 quilos Alcance menor que 10 quilômetros Altitude até 300 metros Autonomia menor que 2 horas Geralmente para uso civil Exemplos: SD6 Spyder XL (imagem), Echar 20B (imagem), SenseFly 21
Profissionais e empresas aguardam ansiosamente pelo documento, que irá “desemperrar” o mercado e permitir o seu pleno desenvolvimento.
Webinar mostra usos e características No dia 1º de Abril, a MundoGEO realizou o Webinar "VANTs & Drones: Características, usos e funcionalidades", apresentando como esta tecnologia vem sendo usada para fotogrametria, além das principais características e funcionalidades dos Drones de asas fixas e rotativas. O vídeo está disponível em www. mundogeo.com/webinar/ vants-e-drones.
O fato é que o lançamento da reque muitas pessoas acreditam, e até mesmo para o voo de aeromogulamentação dos Drones no Brasil delos. Há uma Circular de Informajá teve sua data postergada diversas ções Aeronáuticas especialmente vezes. Ao ser contactada pela equidedicada ao tema, a AIC N 21/10 pe editorial da MundoGEO em abril – Veículos Aéreos Não Tripulados deste ano, a Anac afirmou que não (http://goo.gl/8BaaB6) Para o caso irá se pronunciar por nenhum meio de aeromodelos, há a Portaria DAC - isso inclui a participação em evennº 207 (http://goo.gl/64n3Ba) que tos, entrevistas, entre outros - até a estabelece as regras para a operalegislação ser liberada, o que deve ção do aeromodelismo no Brasil. acontecer, segundo a Anac, ainda Há ainda o Código Brasileiro de Aeno primeiro semestre de 2015. Enronáutica, o Regulamento Brasileitretanto, o mercado espera há mero de Homologação Aeronáutica ses a liberação da consulta pública, (RBHA) e Regulamento Brasileiro de discutida desde 2011 e já aprovaAviação Civil (RBAC). da pelo departamento jurídico da Por enquanto, somente alguns Agência. Profissionais e empresas Incidentes com drones se tornam cada vez mais comuns modelos de aeronaves não tripulaaguardam ansiosamente pelo dodas têm a permissão para voar no cumento, que irá “desemperrar” o mercado e permitir o seu pleno desenvolvimento. Brasil, a qual é emitida na forma de um certificado "A legislação já está operante em 12 países da Europa de Autorização de Voo Experimental (CAVE) pela e 11 outros pelo mundo, dentre eles o Uruguai e o Anac. A solicitação para a emissão do documento Chile. Além da própria falta de legislação, o texto do deve ser feita conforme as seções 21.191 e 21.193 do CAVE contém itens que não são de sua competência, Regulamento Brasileiro da Aviação Civil n° 21 (RBAC mas sim da Agência Nacional de Telecomunicações 21), disponível em: http://goo.gl/NNdCY5. A Instrução Suplementar 21-002 Revisão A, inti(Anatel), como o caso de não poder usar links de tulada “Emissão de Certificado de Autorização de rádio para os voos LOS (500 a 1000m) e frequências 900 mhz, 2,4Ghz, etc.), o que está atrasando este Voo Experimental para Veículos Aéreos Não Tripucertificado em 6 a 12 meses, afirma Ulf Bogdawa, lados”, orienta a emissão de CAVE para Drones com CEO da SkyDrones, empresa do Rio Grande do Sul os propósitos de pesquisa e desenvolvimento, treique desenvolve e comercializa Drones. "Ainda te- namento de tripulações e pesquisa de mercado. mos a enorme carga tributária de itens que compõe O arquivo oficial está disponível em: http://goo.gl/ o VANT. Deste modo, nunca seremos competitivos", j56jlM. pondera o diretor. De acordo com o CEO da SkyDrones, a ausência O que é CAVE? de uma regulamentação penaliza as empresas, prinO CAVE é emitido para um número de série escipalmente, nos seguintes pontos: “Não podemos pecífico de um drone, portanto não é possível receber aporte de fundos gestores de capital, pois emiti-lo sem apresentar a aeronave específica, eles não podem investir dinheiro em empresas que para a qual se pretende emitir um CAVE. operam em mercados não regulamentados; não poNo que diz respeito a esses voos experimendemos (ou não somos interessantes) receber capital tais, o Regulamento Brasileiro de Homologaprivado; não podemos contratar seguro; não temos ção Aeronáutica no 91 (RBHA 91), intitulado como pagar nossos funcionários (engenheiros, técni“Regras gerais de operação para aeronaves cos, etc.) pois não temos vendas; grandes empresas civis”, na seção 91.319, parágrafo (a), define que como a Vale, Petrobras e outras não podem operar “Nenhuma pessoa pode operar uma aeronave equipamentos que não têm legislação, portanto socivil com certificado de autorização de voo exmente empresas pequenas, que consomem poucos perimental (CAVE) para outros propósitos que equipamentos, é que podem comprar ou contratar não aqueles para os quais o certificado foi emineste momento”. tido, ou transportando pessoas ou bens com Denominados pela Anac como Sistemas de Aefins lucrativos”. O RBHA 91 está disponível em: ronaves Remotamente Pilotadas (RPAS, na sigla em http://goo.gl/WVF5lO. inglês), os drones já contam com algumas regras vigentes no Brasil para o seu uso, ao contrário do
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MundoGEO 81 | 2015
Por fim, o Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA) – Lei nº 7.565, de 19 dez.1986, em seu Artigo 119 diz que “As aeronaves em processo de homologação, as destinadas à pesquisa e desenvolvimento para fins de homologação e as produzidas por amadores estão sujeitas à emissão de certificados de autorização de voo experimental”. Uso com Fins Lucrativos A fim de viabilizar a operação de drones com fins lucrativos, operação esta que não é caracterizada como experimental, deve ser encaminhado à Anac um requerimento devidamente embasado, destacando as características da operação pretendida e do projeto do drone, de modo a demonstrar que o nível de segurança do projeto é compatível com os riscos associados à operação (riscos a outras aeronaves em voo e a pessoas e bens no solo). Contudo, a Anac ainda não possui regulamentação específica relacionada à operação de drones
com fins lucrativos e, até o momento, este tipo de requerimento está sendo analisado, caso a caso, pela área técnica da Agência e apreciado pela Diretoria Colegiada, que então delibera pelo deferimento ou indeferimento da autorização. A publicação da legislação referente à operação de drones com fins lucrativos será precedida de audiência pública, quando os interessados poderão ler a minuta e submeter comentários à Anac para aprimoramento da proposta. Até o momento deve ser aplicada a regulamentação já existente. Vale lembrar que nenhuma operação civil com drones poderá ser realizada no Brasil sem a devida autorização da Anac, seja ele em caráter experimental, com fins lucrativos ou que tenha qualquer outro fim que não seja unicamente o de lazer, esporte, hobby ou competição.
Chile lança regras Em abril deste ano o Chile instaurou uma norma pioneira na América Latina para regular o voo de drones, tanto em seu uso público quanto privado, de grande popularidade hoje no país. Saiba mais na página 44.
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Autorização para o voo Qualquer objeto que se desprenda do chão e seja capaz de se sustentar na atmosfera – com propósito diferente de diversão – estará sujeito às regras de acesso ao espaço aéreo brasileiro. Desse modo, todo o voo de drones precisa de autorização do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), exatamente como no caso das aeronaves tripuladas. Ou
seja, a regra geral, seja aeronave tripulada ou não, é a mesma, já que é imprescindível a autorização para o voo. A exceção, para os dois casos, também é a mesma: os voos que tenham por fim lazer, esporte, hobby ou competição, que têm regras próprias. Os procedimentos para solicitar a autorização de uso do espaço aéreo devem observar, porém, a localidade em que se pretende voar já que o espaço aéreo brasileiro é dividido em sub-regiões aéreas de responsabilidade de diferentes órgãos operacionais regionais, subordinados ao Decea. Esses órgãos dizem respeito aos quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo, os chamados Cindacta, que atuam diretamente no controle aéreo dessas áreas – denominadas, por padrão internacional, de FIR (em português, Regiões de Informação de Voo) – que preenchem a totalidade da área de responsabilidade do Brasil. Há ainda um outro órgão regional, responsável exclusivamente pelo uso do espaço aéreo entre os terminais aéreos do Rio de Janeiro e São Paulo: o Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP). Em suma, a solicitação deverá ser encaminhada ao órgão responsável pela área de jurisdição a ser voada.
Drone#Show 2015 Em 2015 o mercado de drones contará com uma grande novidade. A primeira edição da Drone#Show será realizada na cidade de São Paulo e terá, além da feira, atividades técnicas como cursos e seminários, que vão instruir os participantes sobre como utilizar a tecnologia e apresentar as inúmeras aplicações profissionais que podem ser empregadas com base nos dados gerados pelos drones. Emerson Granemann, Diretor da MundoGEO, informa que a criação deste novo evento foi baseada na crescente sinergia que existe entre a comunidade geoespacial e os usuários de drones. “O foco da Drone#Show 2015 será destacar as importantes aplicações das aeronaves não tripuladas para mapeamento e monitoramento, com foco nas áreas de mineração, segurança, infraestrutura, meio ambiente, construção, agricultura de precisão, serviços de emergências, entre outras”, comemora. A feira irá mostrar os modelos nacionais e importados de drones, além da inteligência para navegação e dos sistemas para coleta e processamento dos dados. “O evento também debaterá os modelos de negócios das aplicações potenciais futuras dos drones, que prometem revolucionar as áreas de entretenimento, publicidade, jornalismo, serviços de entregas e vigilância em espaços urbanos”, finaliza Granemann. Todas as informações sobre a Drone#Show 2015 estarão disponíveis em breve. Para contribuir e opinar sobre esta novidade, envie um e-mail para Emerson Granemann, diretor do evento, em emerson@mundogeo.com. Ao menos enquanto estiverem operando somente no planeta Terra, o céu continuará sendo o limite para os Drones! logo_droneshow.pdf 1 14/04/2015 10:15:18
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www.droneshowla.com
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Passo a Passo
Google Meus Mapas
Como criar um mapa a partir do Google Planilhas
N Arlete Aparecida Correia Meneguette Engenheira cartógrafa (Unesp), PhD em fotogrametria (University College London). Docente e pesquisadora do Departamento de Cartografia da Unesp Campus de Presidente Prudente arletemeneguette@gmail.com
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este tutorial vamos demonstrar os novos recursos implementados no Google My Maps (Google Meus Mapas). O Google My Maps permite importar arquivos CSV, TSV, KMZ, KML ou XLSX, além de planilhas do Google Drive. Usando o Google Planilhas foi elaborada uma planilha contendo coordenadas geográficas e atributos para alguns pontos. A área de estudo deste tutorial é a Área Central da Unesp - Câmpus de Presidente Prudente Você pode seguir os procedimentos sugeridos neste tutorial e usar seus próprios dados. Para tanto, faça login em sua conta Google. Entre no Google My Maps: www.google.com/maps/d/. Clique em “Criar um novo mapa”. Você terá acesso à interface do Google My Maps, que agora aceita até 10 camadas de dados. Observe que no painel à esquerda consta “Mapa sem título”. Clique sobre esse texto e será possível digitar o nome do mapa. Neste tutorial foi digitado: “Unesp - P. Prudente - Área Central”. Digite uma descrição para seu mapa. Neste tutorial foi digitado: “Este mapa mostra a localização dos prédios da Área Central da Unesp de Presidente Prudente”. Clique em “Salvar”. Note que agora o nome e a descrição são exibidos no painel à esquerda. Observe que já existe uma camada sem título disponível para conter dados, sejam eles criados manualmente ou através de importação de dados previamente coletados. Vamos demonstrar a segunda opção; portanto, clique em “Importar”. Há duas opções: fazer upload de um arquivo do seu próprio computador ou escolher um arquivo no Google Drive. Sendo assim, escolha a segunda opção (Google Drive) para indicar um arquivo do Google Planilhas que você tenha elaborado anteriormente. Indique o caminho onde salvou seu arquivo. Neste tutorial foi indicado o arquivo “predios-area-central-unesp-prudente”. Logo depois de clicar em “Selecionar”, você notará que será iniciado o upload do Google Drive para o Google My Maps. Ao final do processo de importação será exibida uma janela de informações na qual já aparecem habilitadas as colunas “Latitude” e “Lon-
gitude”, que serão utilizadas para posicionar os marcadores. Caso houvesse uma coluna com o endereço completo, a mesma poderia ser habilitada ao invés das colunas de Latitude e Longitude. Clique em “Continuar”.
Em seguida será possível escolher a coluna para identificar os marcadores, sendo que há várias opções. Neste tutorial foi escolhida a opção “Sigla”, mas você poderá escolher a que desejar no seu arquivo do Google Planilhas. Depois clique em “Concluir”. Os marcadores importados serão exibidos na tela. No caso deste tutorial, observe como os marcadores estão posicionados sobre os prédios da Área Central da Unesp - Câmpus de Presidente Prudente, de acordo com as coordenadas geográficas fornecidas no Google Planilhas.
Clique no nome da camada (que passou a ter o nome do arquivo importado) e digite o nome que desejar. Neste tutorial foi digitado: “Prédios da Área Central da Unesp de P. Prudente”. Depois clique em “Salvar”. Observe que os marcadores aparecem com o mesmo símbolo (estilo uniforme, todos iguais entre si). Clique em “Estilo
uniforme” para escolher outro estilo, uma vez que há várias possibilidades: Estilo uniforme; Sequência de cor e letras; Estilos individuais; Estilo por coluna de dados. Escolha a opção “Sequência de cor e letras” e observe que agora os marcadores são exibidos como balõezinhos em diferentes cores e com letras associadas a cada um deles. Escolha agora a opção “Estilo por coluna de dados”. No caso deste tutorial foi selecionada a coluna “Nr andares”. Observe que há opções: “Intervalos” e “Categorias”. Escolha “Intervalos” e defina o número adequado para seus dados, sendo que neste tutorial foi escolhido o número 2. Em seguida escolha a paleta desejada para preenchimento dos balõezinhos. Note que a aparência dos marcadores foi alterada, seja no que se refere à cor de preenchimento, sendo que no exemplo abaixo os prédios com um andar foram associados com a cor vermelha e prédios de dois andares com a cor amarela. Há nove prédios com somente um andar e seis prédios com dois andares na nossa área de estudo. Podemos alterar a aparência dos marcadores representando os prédios de um andar e os prédios de dois andares. Você pode fazer o mesmo com seus próprios dados, por exemplo, clique no painel à esquerda no baldinho associado com os marcadores dos prédios de um andar. Vamos alterar agora a legenda e a aparência dos marcadores representando os prédios de um andar e os prédios de dois andares. Você pode fazer o mesmo com seus próprios dados. No nosso caso clicamos no painel à esquerda no baldinho associado com os marcadores dos prédios de um andar. Editamos a legenda para “Prédios de um andar” e escolhemos outro ícone para os marcadores (estrelinha) mas mantivemos a mesma cor do intervalo. Para finalizar essa edição da aparência dos marcadores associados com os prédios de um andar clicamos em “X” localizado no canto superior direito dessa telinha. Tendo feito a edição da aparência dos marcadores associados com os prédios de dois andares e clicado novamente em “X” localizado no canto superior direito da telinha podemos visualizar o resultado da customização do nosso mapa. Para exibir informações específicas de cada prédio basta clicarmos no marcador desejado, sendo que no nosso caso clicamos no marcador da Diretoria da Unesp - Câmpus de Presidente Prudente. Desta forma todos os atributos daquele marcador podem ser exibidos na caixa de informações. Para alterarmos o plano de fundo temos que clicar na seta que se encontra do lado esquerdo de “Mapa Básico” e escolher a opção “Satélite” a partir das nove opções. Depois podemos clicar em “X” para fechar esse recurso de escolha do plano de fundo.
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Exiba na tela a área de interesse com o nível de zoom mais adequado para futuras visualizações. Em seguida, clique no ícone que se encontra do lado direito de “Compartilhar” e escolha a opção “Definir visualização padrão”. Um aviso será exibido confirmando que “a visualização atual foi salva como padrão para este mapa”. A partir desse mesmo menu utilizado para definir a visualização padrão, temos acesso a outros recursos, tais como: Imprimir o mapa; Exportar para KML; Incorporar ao site. Caso queiramos exportar para KML podemos fazer isso para todo o mapa ou para cada camada em separado. Mas, depois de clicarmos em “Download” e no momento de indicarmos o caminho onde salvar o arquivo, notaremos que a extensão é KMZ e não KML. Outro recurso interessante do Google My Maps é o de exibirmos os atributos dos marcadores em forma de tabela. Para tanto, temos que clicar nos três pontinhos localizados do lado direito do nome da camada. Ao fazermos isso veremos a última opção, que é “Abrir tabela de dados”. Clicando nessa opção será aberta a tabela com os atributos dos marcadores. Outro recurso interessante do Google My Maps é o de exibirmos os atributos dos marcadores em forma de tabela. Para tanto, temos que clicar nos três pontinhos localizados do lado direito do nome da camada. Ao fazermos isso veremos a última opção, que é “Abrir tabela de dados”. Clicando nessa opção será aberta a tabela com os atributos dos marcadores. Tendo sido exibida a tabela com os atributos dos marcadores podemos fazer buscas. No exemplo abaixo digitamos “depart” e obtivemos como resultado um único Departamento associado a um dos marcadores dos prédios. Mas se digitarmos “dep” obteremos outro resultado em função da maneira como os dados foram inseridos originalmente no Google Planilhas. Isso serve como alerta para que tenhamos cuidado com relação à forma e ao conteúdo que criamos em nossas planilhas, pois só teremos resultados de busca compatíveis com o que foi cadastrado. Podemos editar os atributos na tabela de dados, por exemplo, substituindo “Dep” por “Departamento”. Notaremos que os mesmos atributos são refletidos na caixa de informação que está associada ao marcador em questão. Para fechar a tabela de dados basta clicarmos em “X” no canto superior direito. Essa mesma edição poderia ter sido feita na caixa de informação do marcador, bastando clicar
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no ícone do lápis. Além da edição dos atributos do marcador, podemos também inserir fotos associadas ao lugar, bastando clicar no ícone da câmara no canto inferior direito da caixa de informações. Para inserir fotos do lugar podemos fazer uma busca no Google. Também podemos fornecer a URL da imagem que tenhamos publicado no Panoramio, Picasa, Google Maps Views etc. No caso em questão podemos entrar em http:// www.panoramio.com/photo/42969417 e clicar com o botão direito do mouse sobre a foto para obter a URL da imagem http://static.panoramio. com/photos/large/42969417.jpg a ser inserida no Google My Maps. Para finalizar temos que clicar em “Selecionar”.
A imagem selecionada na etapa anterior agora é exibida associada ao marcador do prédio em questão. Finalmente, clicamos em “Salvar”. Faça o mesmo para seus dados e customize seu mapa no Google My Maps. O Google My Maps possibilita inúmeras edições, desde o título do mapa, a descrição do mapa, o nome de cada camada, os estilos, os atributos e os demais dados associados com os marcadores. Para que outras pessoas tenham acesso ao mapa podemos clicar em “Compartihar”. Há várias opções de redes sociais, mas também podemos divulgar uma URL exclusiva para cada mapa que criarmos (que no nosso caso é https://www. google.com/maps/d/edit?mid=zDteTvTo4lO4.kepB78ns6LAw). Podemos convidar pessoas para geocolaborar e contribuir com conteúdo no mapa que criamos no Google My Maps. Ao finalizar, clicamos em “Concluído”. Os mapas criados no Google My Maps ficam salvos no nosso próprio Google Drive. Siga os procedimentos sugeridos neste tutorial e, tendo dúvidas, entre em contato com os Principais Colaboradores do Fórum Google Maps: http://goo.gl/88yUcw.
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Premiação de Projetos de Geoinformação
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Em 2015 profissionais, acadêmicos e estudantes tiveram a oportunidade de concorrer ao Prêmio MundoGEO#Connect por seus trabalhos que usam atributos geográficos. No total foram recebidos mais de 100 trabalhos, os quais foram avaliados por especialistas do setor geoespacial. As avaliações foram feitas atribuindo notas para os seguintes critérios: Inovação, Aplicação Prática e Retorno para a Sociedade. Confira abaixo todos os projetos enviados pela comunidade de geoinformação e o Top 3 de cada categoria. A ordem dos três primeiros colocados será revelada durante a cerimônia do Prêmio MundoGEO#Connect 2015, no dia 6 de maio de 2015.
EDUCAÇÃO Projeto: Atlas Digital do IFBAIANO – Uma ferramenta para planejamento e desenvolvimento sociambiental sustentável Autor: Vandemberg Salvador de Oliveira Empresa/Instituição: IFBAIANO Projeto: Escolas ao Mar Autor: Raul Oliveira Costa Dias Empresa/Instituição: Fundação de Estudos e Pesquisas Aquáticas Projeto: Google Earth na Sala de aula Autor: Luis Correia Antunes Empresa/Instituição: Google Earth na Sala de Aula Demais projetos: A mitigação e o gerenciamento de desastres naturais sobre a ótica dos alunos do ensino fundamental Atlas Escolar da Região Metropolitana de Campinas Cartografia geotécnica de Chapada dos Guimarães com ênfase em materiais de construção, potencial geoturístico e problemas geoambientais Ciclo anual das chuvas e os condicionantes geográficos e meteorológicos do regime de precipitação no estado do Rio Grande do Norte
Curso de Pós-graduação em Geoprocessamento (EAD) - PUC Minas Especulação Imobiliária e o fim dos Craques de Futebol Geografia vai a Feira InfoPatrimonio
clamações referentes à falta de água através de uma aplicação na Web Autor: Marcelo José Garcia Fernandes Empresa/Instituição: Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp)
OceanDB
Demais projetos:
Projeto Paisagem Problema
A utilização do laser scanner para planejamento na mineração
Projeto Sustentabilidade: Moda ou necessidade? Tecnicatura en Sistemas de Información Geográfica: Modalidad virtual WebGIS no Ensino de Geografia Escolar
INFRAESTRUTURA E UTILITIES Projeto: De onde vem a água? Autor: Alex Piaz Empresa/Instituição: Instituto Socioambiental (ISA) Projeto: LIS Online e GSE – Leitura e Impressão Simultânea com Gerenciamento das Equipes Autor: Marco Aurélio de Oliveira Empresa/Instituição: Acqua Manager Projeto: Sabesp da Baixada Santista Monitora através do Geoprocessamento as re-
Análise da possibilidade de uso de aplicações livres para mapeamento App Geo para inspeção e manutenção de ativos elétricos e não elétricos de rede das distribuidoras Geração de base de dados georreferenciados e desenvolvimento de sistema de visualização de dados espaciais Gerenciamento de projetos e fiscalização de obras em condomínios horizontais fechados Manual do usuário de produtos cartográficos Procedimento Operacional na Geração de Nuvem de Pontos Georreferenciada com Tecnologia LiDAR Projeto Rotas e Mapas Sistema de Priorização e Gestão de Poda de Árvores Ambientalmente Correta para Minimização das Interrupções de Energia Elétrica SmartInfo
INFRAESTRUTURAS DE DADOS ESPACIAIS
geográfico de canudos pós-guerra através das geotecnologias
Projeto: Banco de Dados Geográficos do
Digitalização e disponibilização do Acervo
Exército (BDGEx)
Fundiário Histórico de Mato Grosso do Sul
Autor: Wladimir da Silva Meyer Empresa/Instituição: Diretoria de Serviço Geográfico/Centro de Imagens e Informações geográficas do Exército Projeto: Datageo – Implantação de uma IDE Ambiental do Estado São Paulo
Estimativa e discriminação de áreas de soja por meio de índices de vegetação e GEOBIA Geomarketing como Suporte à Gestão Turística do Centro do Rio de Janeiro em Ambiente SIG
Autor: Arlete Tieko Ohata
MapInfo: SiteHunters
Empresa/Instituição: Secretaria de Meio
Portal LAPIG: disseminando informação geo-
Ambiente-SP Projeto: IDE Montevideo Autor: Victoria Alvarez Empresa/Instituição: Intendencia de Montevideo
gráfica sobre o Cerrado e o Brasil SIGA – Sistema Integrado de Gestão Ambiental Sistema de Calibração e Correção Atmosférica Multissensor (SCCAM)
Demais projetos:
Sistema Integrado de Informações Geográfi-
Análise das mudanças de posicionamento
cas de Mato Grosso do Sul – SIG-MS
GESTÃO PÚBLICA Projeto: Gestão da Rede de Drenagem Integrada ao Cidadão Autor: Joseanny Gomes Poltronieri Pereira Empresa/Instituição: Prefeitura de Vitória Projeto: Sistema Gerenciador de Informações sobre Riscos Geológicos no Estados de São Paulo (SGI-RISCO-IG): Geotecnologia como subsídio para tomada de decisões em cenários de risco de desastres naturais. Autores: Antonio Carlos Guedes, Maria José Brollo, Francisneide Ribeiro Empresa/Instituição: Instituto Geológico – SMA/SP Projeto: Sistema Municipal de Informações Urbanas – Integração da informação geoespacial para o Rio de Janeiro Autor: Luiz Roberto Arueira Empresa/Instituição: Instituto Pereira Passos – Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro
Demais projetos:
MEIO AMBIENTE
cer, incluir e preservar na Amazônia
A importância da modernização cadastral na gestão territorial urbana no Município de Cascavel
Projeto: Geodecision Autor: Álvaro de Freitas Viana Empresa/Instituição: Alta Geotecnia Ambiental
Índice de sensibilidade fluvial a derrames de óleo: criação de banco de dados e de chaves interpretativas para o Estado de São Paulo
Análise das Áreas de Proteção Permanente do Perímetro Urbano de Rio Claro-SP, visando uma proteção e revitalização com o auxílio de um gerenciamento baseado no PMBOK Aplicação do Sistema de Informações Geográficas para o dimensionamento da precariedade sócio-territorial pelos gestores públicos municipais Atlas digital de Recursos Hídricos Contribuição à metodologia para delimitação de Aglomerados Subnormais
Projeto: Plataforma de Monitoramento Ambiental – TerraMA2 Autor: Eymar Silva Sampaio Lopes Empresa/Instituição: INPE Projeto: Sistema de Gestão da Arborização Pública Autor: Máicon Altir Canal Empresa/Instituição: Município de Cascavel Demais projetos:
Digitalização e disponibilização do Acervo Fundiário Histórico de Mato Grosso do Sul
3D para Avaliação de Dados Ambientais Marinhos
Direito da cidade e o direito à cidade: uma análise socioespacial de Montes Claros (MG)
Água Virtual
Integração e análise de dados e geoinformações da espécie arbórea Ocotea odorifera Mapa temático de planejamento para reciclagem de embalagens pós consumo Mapeamento Digital de Solos das Bacias Hidrográficas dos Rios Guapi-Macacu e Caceribu, no estado do Rio de Janeiro Maquete Alternativas de água para Uberaba MG Módulo de Avaliação Preliminar (MAP) do Geobahia Monitoramento da Qualidade da água em reservatórios através de Sensoriamento Remoto Monitoramento da Tendência Demográfica Moratória da soja no bioma Amazônia e seu monitoramento via imagens de satélites
GeoCidades
Análise ambiental de Franca: uso e ocupação do solo na área rural
Indicadores do Esporte nos Municípios do Espírito Santo
Análise da Fragilidade Natural da Bacia do Córrego do Enxofre - Piracicaba (SP)
Mudanças ambientais na bacia do Córrego Pederneiras: estudo de caso no semiárido mineiro
Atlas do Risco Ambiental Ferroviário no Paraná
Portal Cidade Verde
Biodigestor
Processamento digital de imagens Landsat-8 para obtenção dos índices de vegetação NDVI e SAVI visando a caracterização da cobertura vegetal no município de Nova Lima
Integração de Cadastro Imobiliário e Registro de Imóveis do Município de Dourados - MS Mapa das Organizações da Sociedade Civil Mapa de Combate à Corrupção Monitoramento da Agricultura Irrigada por Pivôs Centrais no Brasil O Uso de Geotecnologias para Gestão Pública em Pequenos Municípios Possibilidades de intervenção para o baixo curso da sub-bacia do Cercadinho-BH Proposta de readequação da abrangência territorial dos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) em Londrina-PR Sistema de Cadastro Inteligente - CAD & GIS Sistema Integrado de Informações Geográficas de Mato Grosso do Sul – SIG-MS Sistema Unificado do Processo de Obras OPUS Uso de informações geoespaciais na gestão pública consorciada no meio ambiente Uso de la Regresión Geográficamente Ponderada (GWR) en el estudio del valor de oferta de viviendas en la ciudad de Montevideo
Campos de altitude, campos rupestres e aplicação da lei da mata atlântica: estudo prospectivo para o estado de Minas Gerais Cartas de declividade para licenciamento ambiental: avaliação de métodos de interpolação para geração de modelos baseados em dados LiDAR Condicionantes Econômicas e o Meio Ambiente: por uma questão de sobrevivência Definição do Corredor Ecológico Urbano (CEU), Zona Leste do Município de São Paulo, através de tecnologias de Sistemas de Informação Geográfica (ArcGIS)
Projeto Abrace o Boto Cinza Projeto SIG Histórico Ambiental Proposta para a elaboração de mapas de solo para a agricultura familiar utilizando geotecnologias Ribeirinhos amazônicos monitoram a biodiversidade na bacia do rio Unini - AM Sensoriamento remoto para o uso sustentável da água na irrigação
Desdobramentos do Programa de Monitoramento do Centro Regional do SIPAM em Belém na Estação Ecológica da Terra do Meio
SIG aplicado ao mapeamento da suscetibilidade a escorregamentos no município de Porto Alegre
Detecção Automática de Mudanças em Imagens SAR Multi-temporais das Bandas X e P
SIMAP-LN
Drone como ferramenta de avaliação de desempenho em recuperação de áreas
Sistema de Monitoramento Socioambiental de Fornecedores de Gado da JBS
Geoprocessamento aplicado para avaliação do uso do solo e de áreas de preservação permanente da microbacia do Ribeirão Caladão
Técnicas de geoprocessamento para auxilio na avaliação ambiental da sub-bacia hidrográfica do Rio Cachoeiras no município de Bocaiúva (MG)
Incluigeo: Geotecnologias livres para conhe-
Utilização de VANTs no meio Florestal
GIS
A ciência por trás da informação geográfica C
José Augusto Sapienza Ramos Coordenador Acadêmico do Sistema Labgis da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Graduado em Ciência da Computação pela UFF e mestrado em Engenharia de Sistemas e Computação pela COPPE/ UFRJ, trabalha há 14 anos com Geotecnologias com pesquisa, ensino e consultoria sapienza@labgis.uerj.br
SIG nos ajuda a gerenciar o que conhecemos do mundo. 38
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reio que seja bem aceito, em geral, quando se define o Sistema de Informações Geográficas (SIG ou GIS em inglês) como simplesmente uma ferramenta para visualizar, analisar, armazenar, gerenciar, entre outros verbos. Todavia, este autor prefere uma definição mais lírica: SIG nos ajuda a gerenciar o que conhecemos do mundo. Destaca-se que o primeiro SIG já é datado há meio século, na década de 60 no Canadá. De lá para cá muitas aplicações foram desenvolvidas, novos paradigmas emergiram e a tecnologia evoluiu e se popularizou a olhos vistos, onde um vórtice de termos foi cunhado, a citar alguns: neogeógrafo, neocartógrafo, informação geográfica voluntária infraestrutura de dados espaciais e geovisualização. Todavia, por trás desses termos e de muitos trabalhos, uma pergunta recorrentemente aparece: qual é a ciência envolvida com a informação geográfica? Se pensarmos a ciência por trás da informação geográfica, ou seja, a ciência que possibilita o uso da informação geográfica como temos hoje, podemos elencar, por exemplo, a ciência geodésica, que define a forma da Terra; as ciências estatísticas, que estudam métodos para modelar o erro, amostragem, análises, entre outros tópicos; e a cartografia, com suas técnicas para descrever a superfície da Terra. Ainda temos as ciências que ganharam atenção a partir do século XX, como a ciência cognitiva para compreensão de como percebemos e representamos o espaço geográfico, a da informação para estudar o fenômeno informação, ou mesmo a ciência da computação no desenvolvimento de úteis tecnologias digitais. Também podemos pensar na ciência “com” informação geográfica, onde não faltam exemplos da visualização, representação e análise geográfica sendo aplicadas em estudos científicos. Todavia, será que reunir um conjunto
de ciências em torno da informação geográfica e aplicá-las em estudos científicos — gerando mais ciência — fornece as condições necessárias para a definição de uma nova área? Essa pergunta não é nova. Um texto publicado em 1992 pelo renomado autor Michael F. Goodchild apresenta pela primeira vez o termo Ciência da Informação Geográfica (Geographic Information Science). Desde então, inúmeros trabalhos se debruçam à discussão do termo — a destacar alguns pelos nomes dos primeiros autores: Goodchild, Mark, Raper e Blaschke. Não há um consenso e a discussão segue evoluindo. No ponto de vista da comunidade científica internacional, a Ciência da Informação Geográfica já possui identidade. Há periódicos específicos e de impacto como o International Journal of Geographical Information Science, corpos de conhecimento (body of knowledge) como o do projeto Geographic Information: Need to Know, as agendas de pesquisa como a promovida e apoiada pela Associação de Geógrafos Americanos, o Consórcio de Universidades para a Ciência da Informação Geográfica, os cursos de doutorado e mestrado promovidos pela Rede UNIGIS e Universidade de Salzburgo, entre outras iniciativas que há décadas avançam e dão substância a uma comunidade científica centrada na informação geográfica. Mas qual é a definição para Ciência da Informação Geográfica? Olhando os conceitos mais imediatos que compõem este termo e fazendo uma analogia com a álgebra, podemos escrever “Ciência X (da Informação + Geográfica) = Ciência da Informação + Ciência Geográfica” e buscar uma explicação inicial nesses dois outros termos. A Ciência da Informação pode ser definida como a ciência que investiga as propriedades e o comportamento da informação, as forças que governam o seu fluxo e os meios de processar a
[...] hoje o SIG reúne diversas áreas do conhecimento para sua estruturação e na sua aplicação.
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informação para boa acessibilidade e uso. O processo inclui a origem, a disseminação, a coleta, a organização, o armazenamento, a recuperação, a interpretação, e o uso da informação. Apesar dessa visão não ser consensual, podemos definir que existem várias ciências da informação e elas podem ser separadas em dois grupos. O primeiro grupo como biblioteconomia, informática, jornalismo e comunicação possui como objeto de estudo mais imediato a transferência da informação. O segundo grupo é composto por áreas como psicologia, filosofia, sociologia e ciências cognitivas, para as quais certos aspectos da transferência da informação constituem um dos seus objetos de estudo importantes. Assim como a Ciência da Informação pode ser entendida como um conjunto, para este texto a citada Ciência Geográfica é o conjunto de ciências qual parte de seus objetos de estudo pautam processos geográficos físicos e/ou humanos. Apesar de esta definição ser aderente à definição lato sensu de Geografia, não se deve entender o termo como circunscrito à escola atual da Geografia, mas sim envolvendo também áreas como Meteorologia, Geologia, Meio Ambiente, Sociologia, Epidemiologia, Marketing, História, Engenharia Urbana e tantas outras que estudam as dimensões geográficas com suas próprias abordagens e métodos. Não é fácil pensar em uma ciência qual pelo menos um de seus objetos de estudo não pondera o espaço geográfico, porém é evidente que algumas áreas hoje já se apropriaram da informação geográfica mais do que outras. Uma vez que o dado (geográfico ou não) é uma construção do conhecimento de uma pessoa ou um grupo, sempre possuindo um contexto técnico, étnico, político, econômico, filosófico e espaço-temporal, como então desassociar o geográfico ou, de forma mais ampla, o espacial de qualquer dado? De fato, hoje o SIG reúne diversas áreas do conhecimento para sua estruturação e na sua aplicação. Quando essa reunião acontece, as ciências participantes se influenciam, criando interfaces conceituais e técnicas como a multidisciplinaridade. Se aceitarmos o termo Ciência da
Informação Geográfica, ela é multidisciplinar. Diversos termos que foram cunhados recentemente para técnicas e ferramentas como Geodireito, Geomarketing, Geovisualização, Infraestrutura de Dados Espaciais, Digital Earth e Geodesign apontam para a característica multifacetada da Ciência da Informação Geográfica, onde várias abordagens de diferentes disciplinas são arranjadas e inter-relacionadas na busca de novas respostas ou novas formas de responder questões. Em outras palavras e permitindo analogia, a Ciência da Informação Geográfica não levanta muros ou define limites para seus domínios, mas em seu ambiente é promovida a interação entre as áreas. Essa característica não é exclusiva da Ciência da Informação Geográfica; áreas que emergiram mais recentemente como Meio Ambiente, Neurociência e Fisioterapia também avançam com a promoção do relacionamento entre disciplinas. A estrutura disciplinar da ciência com um todo é uma colcha de retalhos. As disciplinas constantemente surgem e expandem, diminuem e desaparecerem, se fundem e fraturam, se sobrepõem e separam. Esse texto não apresenta uma definição acabada para Ciência da Informação Geográfica, mas sim objetiva provocar uma reflexão. Representar o espaço é uma capacidade natural do homem. Desde pinturas rupestres, passando pelos primeiros mapas náuticos, até o Google Earth, o homem busca meios para representar e compartilhar o seu conhecimento sobre o espaço. Se uma parte do conhecimento humano sobre a superfície da Terra hoje é expresso pela informação geográfica e o SIG manipula essa informação, então não seria correta a definição mais lírica que diz que o SIG nos ajuda a gerenciar o que conhecemos do mundo? Veja as referências bibliográficas deste artigo na revista MundoGEO 81 disponibilizada no Portal MundoGEO: http://bit. ly/1PnsmOv.
su p l e m e n t o
VANTs & Drones
A (falta de) Legislação pode conter a invasão dos Drones?
Emerson Zanon Granemann Engenheiro cartógrafo, diretor e publisher do MundoGEO emerson@mundogeo.com
“Leis têm de andar de mãos dadas com o progresso. Quando nos tornamos mais desenvolvidos, descobertas são feitas, modos e opiniões se transformam, e instituições precisam avançar para se manter atuais” - Frase cunhada por Thomas Jefferson, terceiro presidente dos Estados Unidos, em 1816 42
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É chegada a hora de lançar a primeira edição do suplemento Drone#Show na revista MundoGEO, o qual dará suporte ao evento homônimo que será realizado em São Paulo (SP) nos dias 20 e 21 de Outubro de 2015. Dedicamos este editorial à necessidade de discussão e da regulamentação das atividades comerciais dos veículos aéreos não tripulados (VANTs), popularmente conhecidos por Drones É urgente uma resposta à sociedade por parte
Esta legislação deve vir acompanhada da libe-
da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e do
ração de campos de provas nas grandes cidades,
Departamento de Controle do Espaço Aéreo (De-
para que os equipamentos possam ser testados
cea). Por um lado, os usuários têm demonstrado
com mais facilidade pelas empresas que fabricam
grande ansiedade em relação ao uso desta tec-
os drones por aqui, e também para as que impor-
nologia em áreas criticas, como monitoramento
tam os equipamentos com fins de comercializa-
de obras, torres de transmissão, dutos e grandes
ção, recreação ou ainda para uso profissional.
multidões, segurança, serviços de emergência
Já está ficando recorrente a aparição de dro-
e saúde pública, como na identificação rápida
nes em novelas, telejornais e programas de gran-
de focos de dengue no Brasil, entre inúmeras
de audiência na televisão. Até mesmo em esco-
outras aplicações.
las de samba no carnaval carioca o seu uso está
Na parte de mapeamento, são inúmeras as
ficando mais comum.
demandas para os setores de agricultura, meio
Sabemos que existe um mercado bilionário
ambiente, florestal, identificação de construções
mundial associado a esta tecnologia e, em tem-
clandestinas, transporte, energia, telecomuni-
pos de crise, é fundamental uma maior agilidade
cações e infraestrurura em geral. Em paralelo,
na liberação – pelo menos por etapas – desta
existem os usos mais populares, tais como en-
regulamentação. Além dos equipamento impor-
tretenimento, publicidade, propaganda, etc..
tados existentes no mercado brasileiro, há pelo
Sabemos que o tema requer atenção devido
menos mais de 20 empresas nacionais, startups
às questões ligadas a segurança de voo, prote-
com modelos já desenvolvidos e investidores
ção de vidas e da privacidade, principalmente
esperando o sinal verde do governo para pro-
em áreas urbanas. Nos Estados Unidos, pelo que
duzir drones nacionais. O pleno funcionamen-
parece, após a queda de um drone nos jardins da
to deste setor irá provocar um aquecimento na
Casa Branca, a regulamentação avançou. Penso
economia, através da geração de empregos e do
que as regras podem, inclusive, coibir usos inde-
surgimento de novos prestadores de serviços
vidos e, de certa forma, garantir mais segurança
desta tecnologia revolucionária.
para os cidadãos que vão explorar esta tecnologia comercialmente.
Espero que possamos anunciar ainda este ano novidades concretas sobre este tema.
XMobots lança o novo VANT Echar 20B para mapeamento A XMobots anunciou em 2015 uma novidade para o setor brasileiro de veículos aéreos não tripulados (VANTs ou Drones): o pré-lançamento do Echar 20B, novo drone desenvolvido pela empresa que chega ao mercado com a promessa de ser o mini-VANT com a maior capacidade de mapeamento do mundo. Durante a fase de pré-lançamento, que vai até o dia 30 de abril, as aeronaves serão comercializadas com condições especiais de pagamento. Segundo Giovani Amianti, CEO da empresa, as características que tornam o Echar 20B o melhor VANT de mapeamento do mundo dizem respeito à autonomia e resolução das imagens: com sete quilos e capaz de voar até duas horas ou fazer 44km² em um único voo, o novo drone da XMobots tem uma câmera embarcada de 36 megapixels, o que garante um ground sample distance (GSD) de apenas 7mm. “O mercado costuma classificar autonomia em minutos e GSD em centímetros. Mudamos esses parâmetros para horas e milímetros, atendendo a demanda brasileira para equipamentos capazes de mapear grandes áreas, com alta performance. Sem dúvida, o Echar 20B é um VANT único e estamos satisfeitos por aprimorar nossa tecnologia e chegar a esse grau de amadurecimento industrial”, avalia Amianti. O CEO da XMobots explica que, antes do Echar 20B, os mini-VANTs com maior capaciade de mapeamento do mundo variavam sua capacidade de produção entre 12 e 15km², com câmeras de 12 a 24 Mpixel que geravam GSD de 1,5 cm a 0.9cm. Além disso, a estrutura do VANT da XMobots é fabricada em kevlar, material usado em coletes a prova de balas, o que torna a aeronave resistente ao dia a dia de campo, além de possuir o pouso com paraquedas, que confere maior segurança ao sistema. Amianti também ressalta que o lançamento com catapulta permite a operação do drone até mesmo em lugares onde não existe pista de voo. “É um VANT com procedimentos de pouso e decolagem 100% automatizados. Isso faz com que o operador de campo não precise ter habilidades de piloto de aeromodelo, tornando a operação extremamente simples e eficaz”, destaca. As aplicações do Echar 20B atendem desde a agricultura de precisão e topografia até fiscalização ambiental, de minas e de linhas de transmissão de energia, além de demais áreas onde a fotogrametria e sensoriamento remoto são requisitados. Atualmente a XMobots é a única empresa brasileira fabricante de VANTs com aeronaves que obtiveram da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) o Certificado de Autorização de Voo Experimental (Cave), documento que autoriza seus VANTs a voarem em território nacional.
Projeto estabelece regras de operação no Brasil Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei n°16/2015, do deputado Otavio Leite (PSDB-RJ), que estabelece regras sobre o licenciamento e operação de veículos aéreos não tripulados (VANTs) e aeronaves remotamente pilotadas. O projeto trata de veículo aéreo projetado para operar sem piloto a bordo, que tenha uma carga útil embarcada e que não seja utilizado para fins meramente recreativos. A definição abrange aviões, helicópteros e dirigíveis controláveis nos três eixos, excluindo-se balões tradicionais e aeromodelos.
Modelo 3D do Cristo Redentor A Pix4D, em parceria com Aeryon Labs e a PUC Rio, liderou a primeira reconstrução precisa em 3D da estátua do Cristo Redentor. Usando o VANT Aeryon para aquisição de dados e o software Pix4Dmapper de processamento de imagem para a reconstrução 3D, a equipe do projeto superou condições meteorológicas e desafios de posicionamento geográfico, a fim de adquirir as imagens necessárias para a elaboração do modelo. O resultado é um impressionante modelo 3D do Cristo Redentor e do entorno. Os resultados estão no formato de 134,4 milhões de nuvem de pontos e uma malha texturizada com cerca de 2,5 milhões de triângulos.
VANT varrerá Amazônia em busca de civilizações antigas O Nauru, VANT nacional desenvolvido pela empresa XMobots, iniciará um trabalho de mapeamento na floresta amazônica para procurar áreas onde podem ter existido comunidades milenares. O projeto, resultado de uma parceria entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Universidade de Exeter (Grã-Bretanha), tem como principal objetivo determinar o tamanho dessas comunidades e analisar até que ponto elas alteraram a paisagem local. Pioneiro, o projeto já conseguiu uma verba de 1,9 milhão de dólares do Conselho Europeu de Pesquisa. Dependendo dos dados obtidos, as informações também poderão ser usadas para a elaboração de políticas de uso sustentável da floresta. Mas os pesquisadores ressaltam que a questão mais importante é tentar compreender a escala e as atividades das populações que viveram na Amazônia no
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final do período antes da chegada dos europeus à América, ou seja, os últimos 3 mil anos antes de 1490. A equipe internacional vai tentar encontrar na Amazônia os chamados geoglifos, que são desenhos geométricos grandes feitos no chão. Mais de 450, em vários formatos geométricos, foram encontrados em locais onde ocorreu desmatamento. No entanto, até hoje ninguém sabe exatamente o que estes círculos, quadrados e linhas representam – há indícios de que fossem centros cerimoniais. O projeto prevê o sobrevoo do VANT Nauru por algumas áreas da floresta que servirão de amostra. O laser que será acoplado à aeronave vai procurar geoglifos que estão escondidos em regiões ainda não desmatadas.
EUA apresentam regras para o uso civil Autoridades americanas publicaram em fevereiro uma série de recomendações para regular o uso civil de pequenos drones, respondendo a anos de vazio legislativo. O Departamento de Transportes e a Agência Federal de Aviação Civil (FAA) propuseram para os drones de menos de 25kg que os pilotos tenham licença, definindo os voos por dia e limitando a velocidade dos motores a 160km/h, a uma altitude máxima de 152m, para evitar colisões entre aviões. As recomendações, apresentadas depois de anos, serão submetidas a consulta pública em um período de 60 dias, antes de serem formalizadas, assinalou o Departamento de Transportes. Nos próximos cinco anos, o céu americano deverá ser palco de operações para 7,5 mil pequenos drones civis. A associação americana de drones civis afirma que o setor tem potencial para gerar 100 mil empregos e 82 bilhões de dólares de receita em uma década, apenas nos Estados Unidos. As cifras não incluem os drones de uso recreativo, nem os aparelhos do Exército, regidos por outras leis. “Tentamos definir regras flexíveis”, disse o administrador da FAA, Michael Huerta. “Queremos manter o nível de segurança extraordinário do nosso espaço aéreo sem submeter este setor emergente a regras excessivas.”
Os pilotos dos drones também deverão ter a idade mínima de 17 anos e realizar uma prova a cada 10 anos para obter a autorização de voo da FAA, indicou o Departamento de Transportes. Além do piloto autorizado, estes aparelhos não poderão ser operados por outras pessoas, nem por pilotos em aeroportos. Em outro comunicado, a Casa Branca pediu o aumento da regulamentação do uso de drones, com o objetivo de proteger a vida privada. A ideia principal da declaração presidencial é proibir o uso de drones para colher informações privadas ou confidenciais, uma vez que isto atentaria contra a Primeira Emenda da Constituição americana. A regulamentação dos drones deve ser revisada a cada três anos “para garantir que as regras evoluam no mesmo ritmo dos avanços tecnológicos”, solicitou a Casa Branca.
Chile regulamentA o uso de Drones O Chile instaurou uma norma pioneira na América Latina para regular o voo de drones, tanto em seu uso público quanto privado, de grande popularidade hoje no país. A norma chilena, conhecida como DAN 151, regula o uso de drones com fins públicos principalmente de empresas e meios de comunicação, proibindo o uso de aeronaves de mais de 6 quilos e tornando obrigatório o uso de um paraquedas para evitar acidentes. Os drones não poderão voar a uma altura maior de 130 metros, nem a mais de 500 metros de distância do operador e não poderão ser utilizados de noite, sendo proibidos de sobrevoar eventos de massa e devem fazê-lo ao menos a dois quilômetros de um aeroporto. Além disso, deverão ser registrados na Dirección General de Aeronáutica Civil (DGAC) e seus operadores precisarão obter uma licença de voo. Diante da grande popularidade de pequenos modelos de drones entre usuários privados, a DGAC determinou que estas aeronaves poderão ser colocadas em funcionamento nas casas de seus donos, mas não a mais de 130 metros de altura, ou fora de zonas urbanas. Seu voo ficou proibido em espaços públicos em cidades. Os que desrespeitarem estas normas deverão pagar multas que chegam a 36 mil dólares.
SENSORIAMENTO REMOTO
Para além das figuras coloridas Fronteiras e desafios do sensoriamento ótico multibanda Luiz Eduardo Vicente Geógrafo, Doutor em Geografia, pesquisador, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Monitoramento por Satélite luiz.vicente@embrapa.br
Daniel Gomes Geógrafo, Mestre em Geografia, Analista da área de Geoprocessamento da Embrapa Monitoramento por Satélite daniel.gomes@embrapa.br
Daniel de Castro Victoria Engenheiro Agrônomo, Doutor em Ciências, pesquisador, supervisor de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Monitoramento por Satélite daniel.victoria@embrapa.br
Davi de Oliveira Custódio Analista de Sistemas da Embrapa Monitoramento por Satélite davi.custodio@embrapa.br
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crescente relação de oferta e demanda por sensores óticos multibandas, operacionais especificamente nas regiões espectrais entre o visível (VIS) ao infravermelho de ondas curtas (IVOC) (400-2500 nm) com vias a aplicações diversas, como mapeamento e monitoramento da superfície terrestre, constitui hoje um dos principais nichos de interesse, tanto de pesquisa, como de desenvolvimento de aplicações geotecnológicas. Entretanto, uma fronteira na utilização de dados óticos é a necessidade cada vez maior de um pré-processamento adequado para o uso total de seu potencial, o qual deve considerar a necessidade de calibração radiométrica, com a transformação de dados brutos (em números digitais - DN - do inglês Digital Number) para valores de radiância (Lsen), e consequente correção dos efeitos da atmosfera e a conversão em reflectância de superfície (ρsup). Esse tipo de tratamento confere ao conjunto de dados características únicas, possibilitando o uso semi-quantitativo das imagens multibandas através da capacidade de identificação de valores biofísicos intrínsecos aos alvos, como pigmentos, lignina, celulose no caso da vegetação, ou óxidos e hidróxidos de ferro, no caso de solos, e nitrogênio em ambos os casos. A correção atmosférica age ainda como normalizador do conjunto de dados, extraindo influências espúrias como efeitos de retroespalhamento da radiação eletromagnética ou presença de aerossóis. Como vantagem, permite o uso adequado de séries multitemporais de imagens em diferentes condições de tempo, a aplicação de cálculos para estimativa da quantidade de determinado componente bioquímico no alvo, bem como análises comparativas de diferentes cenas sobre extensas áreas em bases de dados isonômicos. Entre os principais fatores limitadores para a realização de tais procedimentos estão: a) o difícil acesso a parâmetros multitemporais para simulação da atmosfera em diferentes períodos; (b) a necessidade de conhecimento especializado de métodos de calibração e correção adequados para diferentes sensores e (c) o conhecimento
necessário sobre o comportamento espectral de diferentes alvos para a validação da correção, em diferentes sensores. A ausência de um pré-processamento adequado tem como consequência uma subutilização de imagens óticas, as quais têm seu uso baseado muito mais em aspectos geométricos e de identificação visual através de composições coloridas da região do visível e de índices espectrais simples, nem sempre aplicados de maneira adequada. Exemplo disso fica mais evidente nos escassos resultados e produtos que relacionam características espectrais dos alvos a partir de sensores de altíssima resolução espacial, comumente utilizados por sua precisão planimétrica. Trabalhar com dados calibrados e corrigidos confere uma nova gama de possibilidades de aplicação, alinhadas a novas demandas por resultados não apenas qualitativos, mas quantitativos. Tomando-se como referência o comportamento espectral típico da soja, estabelecido através de medidas espectrorradiométricas de campo utilizando espectrorradiômetro Fieldspec HiRes4, comparativamente com dados do sensor OLI (Operational Land Imager - Landsat 8), extraídos sobre áreas de soja em diferentes níveis de processamento – radiância do sensor (Lsen), reflectância do topo da atmosfera (ρtoa) e reflectância da superfície (ρsup) – fica nítida a melhor capacidade reprodutiva do comportamento espectral do alvo do último formato (Figura 1), mesmo considerando-se diferenças de exposição de dossel e condições de luz. Reiterando que os valores de ρsup são o resultado final de todo o procedimento de calibração radiométrica e correção atmosférica. As maiores diferenças entre os valores de bandas em Lsen e ρtoa, e o espectro de referência de campo, notoriamente nas bandas do Visível/ Infravermelho Próximo (OLI 1-4), são demonstrativos de características não associadas aos alvos sob investigação, e sim a condições atmosféricas ou anomalias radiométricas, que conforme dito em epígrafe, inviabilizam processamentos semiquantitativos, por vezes, apresentando um
efeito exponencial de erro quando submetidos a cálculos matemáticos típicos de processamento digital de imagens, como por exemplo, comumente cálculos de biomassa utilizando índices espectrais como o NDVI (Normalized Difference Vegetation Index). Demandas de mapeamento como as supracitadas já estão em curso, mesmo que em pequena escala, em países de forte tradição em sensoriamento remoto e geotecnologias através do desenvolvimento de sistemas de correção e calibração pronto uso para alguns poucos sensores, tais como: o ASTER (Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer) com 15 metros de resolução espacial), através de produtos do tipo AST07, já calibrados e corrigidos; o MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectro-
radiometer) com 250 metros de resolução espacial), com exemplo de produtos como os dados de reflectância da superfície (MOD09), índices de vegetação (MOD13) e albedo (MOD43); e mais recentemente a série Landsat 4, 5 Thematic Mapper; 7 Enhanced Thematic Mapper e Landsat 8 OLI com 30 metros de resolução espacial), através do programa LEDAPS (Landsat Ecosystem Disturbance Adaptive Processing System), que disponibiliza imagens da reflectância de superfície. Cabe destacar que tais sensores são todos de resolução espacial moderada/média. Entretanto, tais sistemas de calibração e correção inexistem no Brasil e, mesmo aplicações experimentais associadas a dados corrigidos são escassas e nenhuma delas fazendo uso de sensores de altíssima resolução espacial.
Figura 1: Espectros extraídos de imagens do sensor OLI (Landsat8) sobre áreas de soja, nas seguintes grandezas escalonadas (%): radiância do sensor (Lsen); reflectância do topo da atmosfera (ρtoa) e reflectância de superfície (ρsup). Como referência do comportamento espectral do alvo tem-se o espectro de soja medido em campo utilizando espectrorradiômetro Fieldspec HiRes4 (ρsup) (Labspec/Embrapa). Valores de ρsup das bandas do espectro de soja do sensor OLI (calibrados e corrigidos) apresentam comportamento espectral análogo à medida de campo (Fieldspec HiRes4).
SCCAM Com base na necessidade premente de utilização de dados de alto nível de sensores óticos multibandas para aplicações semiquantitativas voltadas ao uso em soluções de última geração,
a Embrapa Monitoramento por Satélite desenvolveu o Sistema de Calibração e Correção Atmosférica Multissensor (SCCAM) (Figura 2). Planejado inicialmente para atender projetos e demandas da Embrapa e instituições parceiras, o SCCAM possibiMundoGEO 81 | 2015
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lita a calibração e correção de dados de sensores remotos através de um fluxo de processos e algoritmos encadeados. Por meio da internet, o usuário pode acessar o acervo de imagens disponíveis no sistema na forma de repositório de dados já processados ou requisitar o procedimento junto à Embrapa Monitoramento por Satélite. Tanto o acesso ao acervo, quanto a requisição de processamento de imagens obedecem a normas de direito de uso e distribuição, bem como aos critérios prioritários envolvendo parcerias da Embrapa. O usuário pode acessar o sistema online de maneira interativa via WebGIS na página http://mapas.cnpm.embrapa. br/labspec/sccam/app.html. Sensores de cunho estratégico e acesso gratuito, como as séries do satélite Landsat, são disponibilizados livremente mediante aceite de termos de citação. O sistema opera baseado em arquivos de conversão para radiância (L) com valores sempre atualizados junto às empresas e agências espaciais fabricantes dos sensores, sendo realizados testes de consistência na transformação dos dados brutos (DN). Para a correção atmosférica é utilizado o mais eficiente algoritmo de processamento baseado no Modelo de Transferência Radiativa (MODTRAN), cujos parâmetros das condições atmosféricas para sua implementação são obtidos através de consulta de coordenadas para todos os dias e locais do Brasil, utilizando algoritmo próprio, desenvolvido pela Embrapa Monitoramento por Satélite, que calcula variáveis como: visibilidade, coluna de água da atmosfera e aerossóis, a partir do sensor MODIS, operacional nos satélites TERRA e AQUA, abrangendo uma série histórica de mais de 15 anos.
Figura2: Interface gráfica do Sistema de Calibração e Correção Atmosférica Multissensor (SCCAM). Interface de busca por: satélite, data, sensor, órbita/ponto e display de visualização no mapa e em forma de lista (a). Lista de imagens escolhidas para avaliação visual, metadados e download (b). Mapa de visualização por órbita/ponto das imagens selecionadas (c).
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Resultados Entre os resultados alcançados a partir da implantação do SCCAM, destacam-se a inédita e plena capacidade de calibração e correção atmosférica de sensores de altíssima resolução espacial, como o WorldView2, o Geoeye e o RapidEye. Esse último é estratégico para o governo brasileiro, considerando a aquisição recente de várias coberturas anuais (2011/2012/2013) do território nacional. Destaque também para a capacidade de correção e calibração da série Landsat 5 TM e do recém-lançado (fevereiro de 2013) Landsat 8 OLI. No caso do OLI, outro produto associado é a calibração e correção de cenas de todo o território nacional para o ano de 2014, totalizando 375 órbitas ponto de 180 x 180 km, as quais obedecem ao calendário agrícola por Estado, constituindo um mosaico de imagens processadas ainda inédito para o Brasil. Tratam-se dos primeiros produtos de alta e altíssima resolução calibrados e corrigidos, sendo que em alguns casos mesmo o fabricante não possui tal implementação, o que representou um desafio para a equipe da Embrapa em termos de obtenção, organização e aplicação da base de metadados necessária aos procedimentos supracitados (cada sensor possui arquivos de calibração relacionados com suas características físicas e de funcionamento). Atualmente, apenas os fabricantes e agências espaciais governamentais possuem tal capacidade, muitas vezes voltada para um único sensor. A utilização do SCCAM abre a possibilidade desses tipos de aplicações em larga escala para grandes faixas do território, além de disponibilizar dados de altíssima qualidade para diferentes locais do Brasil, passíveis de serem aplicados em produtos da agricultura de precisão, sistemas de mapeamento/monitoramento agrícola, ambiental e de recursos naturais. A proposta da Embrapa Monitoramento por Satélite, com o SCCAM, é aprimorar e ampliar o uso de dados multissensor em alto nível, evoluindo e procurando auxiliar a comunidade de geotecnologias no alcance, cada vez mais, de melhores resultados.
Para mais informações, consulte a Biblioteca Espectral do Labspec: www.embrapa.br/monitoramento-por-satelite/labspec
Cadastro Ambiental Rural
Como (e quanto) cobrar pelo Cadastro Ambiental Rural? Dúvida entre os profissionais, elaboração do orçamento para o CAR deve levar em conta desde custos operacionais até a responsabilidade e o tempo investido Por Izabela Prates
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egundo consta no Artigo 29 – Lei 12.651/2012, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) é o registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento. Ao realizar o CAR, o produtor consegue identificar a reserva legal, as áreas de uso restrito e as áreas consolidadas das propriedades e posses rurais. Embora o CAR seja gratuito e permita que o proprietário faça o cadastro sem a contratação de profissionais específicos, é necessário considerar que o CAR envolve etapas que ocorrem antes, durante e depois da inserção das informações no sistema de cadastro e em alguns casos há a necessidade da realização de trabalho de campo como, por exemplo, quando as imagens de satélite não correspondem com a realidade. Assim, é de extrema importância que o proprietário considere a contratação de um profissional apto para a realização do cadastro. No primeiro contato do profissional com o cliente, deve ser esclarecida a obrigatoriedade da realização do cadastro para todos os imóveis rurais e que existe um prazo para que o CAR seja realizado. Ainda, explicar o que será analisado na propriedade e as vantagens da realização do cadastro, como a isenção de impostos para os principais insumos e equipamentos, suspensão de sanções administrativas, obtenção de crédito agrícola, linhas de financiamentos, e até mesmo o cômputo das Áreas de Preservação Permanente (APP) no cálculo do per-
centual da Reserva Legal, e as desvantagens por não aderir ao CAR, que envolvem restrições de direitos, como por exemplo impedir a venda, transferência, doação, desmembramento e unificação do imóvel rural e restrição no acesso a financiamentos bancários, entre outras sanções. Segundo Margarete Maria José Oliveira, instrutora de treinamentos teóricos e práticos e atuante há mais de seis anos em montagem de processos de georreferenciamento e reserva legal, a “transparência fornecerá ao cliente segurança no trabalho prestado”.
Afinal, quanto vale a responsabilidade do profissional? Além das etapas envolvidas, fatores como a responsabilidade do profissional, seu conhecimento acerca da legislação e a perspectiva a longo prazo, de maneira que não hajam pendências, considerando a dificuldade que há no preenchimento de planilhas para elaboração do orçamento, definirão a qualidade do cadastro, o qual deve ser preenchido de acordo com as necessidades de cada proprietário rural, observando a legislação ambiental de modo a evitar futuros questionamentos de órgãos competentes, com a devida regularização das APPs, planejamento econômico quanto ao uso e ocupação do imóvel rural, localização estratégica da reserva legal e até o seu manejo sustentável visando a obtenção de benefícios econômicos, estudo dos reflexos tributários e a suspensão e conversão das multas, previstas no Art. 59 da Lei 12.651/12, em melhoria, recuperação da qualidade do meio ambiente e serviços de preservação. Portanto, é imprescindível que seja realizada uma visita técnica
ao imóvel, acompanhado do proprietário, e que o profissional obtenha informações sobre todas as características do imóvel. Segundo Luiz Eduardo Faria, engenheiro agrônomo e fundador da Agrosig Brasil, “ao fazer as contas devemos considerar um custo por hora trabalhada do profissional em 50 reais, o que representaria um salário líquido de 3 mil reais por mês. Consideramos também que um profissional consegue realizar o trabalho de escritório, de campo e no cadastramento no SICAR em 1,5 dias (gastando 4 horas cada uma das etapas). Muitas vezes pode-se demorar mais do que apenas 4 horas para realizar cada etapa, e isso faz com que os custos aumentem. Portanto, é essencial ter uma estimativa de quanto tempo demora cada etapa”, conclui. Colocadas as premissas, para as etapas de escritório, campo e cadastro a um custo de 600 reais, já foram gerados 200 reais em cada etapa (quatro horas cada etapa, 50 reais por hora). Mas não se pode considerar apenas o custo do trabalho realizado. Ou seja, já está claro que nenhum profissional deveria cobrar menos que mil reais para realizar o CAR de qualquer propriedade. O profissional precisa ter consciência de que, mapear uma propriedade com nascentes preservadas e com vegetação nativa remanescente, é muito mais trabalhoso do que uma propriedade sem nascente e, mais trabalhoso ainda, é mapear rios em campo, quando não se tem acesso às imagens de satélite, tornando o tempo gasto em campo difícil de estimar. Sendo assim, na elaboração de uma planilha orçamentária, é preciso estabelecer os serviços e gastos diretos, como o deslocamento até o local da visita técnica de reconhecimento e do levantamento, o serviço de campo, a contratação de um auxiliar/ ajudante e funcionário em escritório, aluguel de equipamento, serviço de escritório (pós-processamento) e considerar se o proprietário fornecerá apoio base (alguém para auxiliar no imóvel e fornecimento de energia, por exemplo), além ainda dos gastos indiretos: parte dos custos fixos como aluguel, luz, telefone, desgaste de aparelho e do veículo utilizado, e outras despesas que
o profissional tenha. Não se deve esquecer dos impostos, caso o profissional trabalhe com nota fiscal ou RPA (Recibo Profissional Autônomo) o que teoricamente é obrigatório), adicione ainda o custo da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) e contabilize, conforme mostrado na planilha:
Planilha para montagem do orçamento do CAR, elaborada por Margarete Maria José Oliveira. Esta tabela pode servir como base de orçamento para área georreferenciada. Tanto o profissional quanto o cliente precisam ter em mente que as informações descritas pelo proprietário, quando total ou parcialmente falsas, enganosas ou omissas, são de responsabilidade do declarante, e que incorrerá em sanções penais e administrativas, sem prejuízo de outras previstas na legislação (Decreto nº 7.830, art. 6º, § 1º). Por este motivo, ao tentar economizar ou entender desnecessária a contratação de um técnico profissional responsável, o proprietário pode correr o risco de sofrer prejuízos. Sob uma perspectiva profissional, o CAR precisa ser cobrado de acordo com as características e o tamanho da propriedade, as ferramentas utilizadas, o tempo dedicado ao trabalho de campo e ao georreferenciamento da área. Portanto, cobrar pelo CAR não é apenas jogar um valor qualquer, mas analisar o que será feito e como será feito, calculando valores que cobrem as despesas e, acima de tudo, a responsabilidade e o profissionalismo de quem coloca as informações no sistema. MundoGEO 81 | 2015
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Cartografia
Cartografia a serviço do cidadão Geoportal disponibiliza bases cartográficas oficiais de São Paulo
O Alexandre Iamamato Ciuffa Graduado em Geografia pela Universidade de São Paulo, vem atuando no desenvolvimento de projetos de mapeamento do Instituto Geográfico e Cartográfico desde 1998. Condecorado em 2013 pela Sociedade Brasileira de Cartografia com a medalha da Ordem do Mérito Cartográfico. Atualmente ocupa a direção técnica da Gerência de Cartografia do IGC. aciuffa@planejamento. sp.gov.br
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s usuários de produtos georreferenciados do estado de São Paulo podem contar com um novo serviço de disponibilização de bases cartográficas oficiais. O Geoportal IGC (www.igc.sp.gov.br/geoportal), lançado recentemente pelo Instituto Geográfico e Cartográfico, tem como objetivo atender a esta crescente demanda, compartilhando, gratuitamente, um considerável acervo de informações atualizadas e históricas do território paulista. O IGC, nos últimos anos, vem realizando iniciativas importantes no que diz respeito à produção da cartografia oficial do estado, com investimentos em tecnologias de última geração, como gravímetro absoluto, rede GNSS/RTK, VANT, mapeamento de precisão e o próprio Geoportal IGC, visando uma maior eficiência no atendimento aos cidadãos e aos gestores da administração pública. Fundado em 1979, sucessor direto da Comissão Geográfica e Geológica de 1886, o Instituto herdou conhecimentos, atribuições e acervos documental e cartográfico adquiridos nestes quase cento e trinta anos de existência. A disponibilização deste acervo no Geoportal IGC abrange mapas históricos, fotografias aéreas analógicas e os mais recentes mapeamentos digitais, oferecendo ao usuário uma nova visão temporal da formação do território paulista. No final da década de 70, o IGC iniciava de forma
pioneira a produção de folhas topográficas na escala 1:10.000, material de referência que foi produzido até 2008. Durante este período, o mapeamento nesta escala recobriu mais da metade do território paulista, atendendo as mais diversas demandas, desde a regularização de áreas de comunidades quilombolas no Vale do Ribeira até o planejamento integrado da Região Metropolitana de Campinas. Partindo de aerolevantamento digital de 2010, novos produtos estão sendo elaborados pelo IGC, incluindo a restituição da rede hidrográfica, modelo digital de terreno e ortofotos RGB e infravermelho com pixel de 45 cm. O objetivo é que até 2015 todo o território paulista, sem exceção, esteja mapeado e acessível por meio do Geoportal IGC, iniciando um processo contínuo de atualização cartográfica. O conteúdo do Geoportal IGC inclui também a malha municipal do estado de São Paulo e suas regionalizações oficiais: Regiões Administrativas, Regiões de Governo, Regiões Metropolitanas, Aglomerados Urbanos e Unidades Hidrográficas de Gerenciamento de Recursos Hídricos. A arquitetura do Geoportal IGC foi concebida de modo a constituir-se uma Infraestrutura de Dados Espaciais (IDE) para o estado de São Paulo. Os mapas e imagens estão padronizados nos formatos Web Map Service (WMS) e Web Feature Service (WFS) e os dados e metadados estruturados conforme os padrões estabelecidos pela Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (Inde). Os relacionamentos com os demais órgãos públicos geradores de informações estão sendo estabelecidos segundo o conceito de interoperabilidade, mantendo-se assim resguardadas a responsabilidade e a atualidade dos dados. Além da publicação e compartilhamento de bases cartográficas e dados estatísticos vitais, espera-se que o Geoportal IGC seja um instrumento técnico capaz de facilitar o intercâmbio de informações advindas de diferentes órgãos estaduais e municipais e de fomentar os mais diversos e criativos usos em benefício de toda sociedade.
GEOQualificação Manifesto pela Qualificação Profissional contra a Crise Nós brasileiros somos batalhadores por natureza. Já passamos por diversas crises econômicas e políticas, e não vai ser agora que vamos esmorecer. Ou, se preferir uma citação mais dramática, “não vamos desistir do Brasil”. Independentemente de debates políticos, o fato é que o dólar passou de 3 reais e houve uma escalada nos preços dos combustíveis e da energia, além de aumento de impostos. Com isso, é natural que o ritmo dos negócios diminua, e com o setor de infraestrutura e geotecnologia não poderia ser diferente. Por outro lado, toda empresa trabalha com metas, que sem-
7 dicas para se destacar no LinkedIn De acordo com um levantamento feito recentemente, o LinkedIn conta com 347 milhões de usuários, sendo 20 milhões no Brasil. Mas como se destacar nessa multidão e despertar a atenção dos profissionais de RH das empresas do setor geoespacial? Confira estas 7 dicas para você usar os diversos recursos do LinkedIn e atrair oportunidades para sua carreira:
0 Crie um perfil no LinkedIn Esta é a dica “número zero”: hoje, é OBRIGATÓRIO para quem está buscando uma colocação no mercado de trabalho ter um perfil no LinkedIn.
pre são maiores do que as do período anterior. Ou seja, é preciso
1 Escreva uma headline interessante
que cada profissional ou setor seja ainda mais produtivo, porém
Headline é a linha que aparece logo abaixo do seu nome no LinkedIn. Saiba se diferenciar e crie uma que atraia quem visita seu perfil.
utilizando menos recursos e atuando em mercados cada vez mais competitivos. Pois é, não vai ser fácil mesmo. Não há como negar que os próximos meses serão de aperto para todos, mas como driblar esta crise e crescer mesmo em um ambiente hostil? Para nós do Instituto GEOeduc a palavra-chave contra a crise é: qualificação. Contra esta crise que já está instalada, somente as pessoas poderão fazer a diferença e encontrar alternativas para vencer os obstáculos e descobrir novas oportunidades. Por isso, mais do que nunca, acreditamos que os poucos recursos devem ser investidos nas pessoas, afinal são elas que precisam estar preparadas para aproveitar as poucas oportunidades que surgirão pela frente. Como? Pela qualificação e atualização profissional, através de cursos presenciais, treinamentos a distância, webinars, congressos do setor, livros, ebooks, podcasts, vídeos educativos, e tudo mais que possa ajudar a criar novas oportunidades. A falta de material para estudo já não é mais desculpa para deixar a qualificação profissional de lado. Queremos ajudar você a melhorar seus resultados usando Geotecnologias, e sabemos como fazer isso. Estaremos sempre aqui, do seu lado.
Eduardo Freitas, engenheiro cartógrafo, técnico em edificações, coordenador de cursos e pesquisas do Instituto GEOeduc eduardo@geoeduc.com @eduol
2 Use uma foto apropriada Selecione uma imagem profissional, com boa luz e trajes adequados. Evite imagens em situações de lazer ou em festas.
3 Liste todo seu histórico profissional e acadêmico Enalteça sua experiência e seja o mais específico que puder para destacar os resultados atingidos em seus estudos e nos empregos anteriores.
4 Construa um resumo profissional conciso e objetivo Elabore este resumo como se contasse uma história – com começo, meio e fim -, lembrando sempre que você é o “herói” da narrativa.
5 Atualize seu status regularmente A cada atualização de status e de currículo, uma mensagem aparece para seus amigos e seguidores no LinkedIn, o que aumenta sua possibilidade de ser notado.
6 Conecte-se a grupos, compartilhe conhecimento e siga empresas do setor de Geotecnologia Participe e interaja com as corporações e profissionais que você admira, o que aumenta sua visibilidade e suas chances de se destacar. Além disso, sempre compartilhe informações que você encontrar e considerar interessantes, o que tornará você uma referência.
7 Solicite recomendações Aqui vale a pena calçar as chinelas da humildade e pedir mesmo recomendações a seus ex-colegas e chefes. Isso salta aos olhos dos recrutadores.
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Sirgas2000 agora reina absoluto Você sabia que terminou no dia 25 de fevereiro o prazo para transição ao Sirgas2000? Você conhece o Sirgas2000 e suas implicações no posicionamento preciso e na Cartografia? Conforme tem sido lembrado há mais de dez anos e foi reforçado recentemente pelo IBGE, a partir de agora o Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas (Sirgas2000) passa a ser o único oficialmente adotado no Brasil. Durante este período admitiu-se o uso concomitante de vários sistemas de referência, como o próprio Sirgas2000, o South American Datum 1969 (SAD 69) e o Córrego Alegre. Porém, agora todos os usuários no Brasil devem adotar exclusivamente o sistema geodésico de referência Sirgas2000 - em sua realização 2000,4 - para suas atividades, assim como o IBGE disponibilizará produtos geodésicos e cartográficos referidos somente a este sistema.
Para uma correta análise espacial é preciso que todas as informações de um mapa estejam em um mesmo sistema de referência. Como exemplo de incompatibilidade, os dados fornecidos pelo SAD69 e pelo Sirgas2000 não podem ser inseridos num mesmo mapa, pois há um deslocamento espacial entre as coordenadas determinadas pelos dois sistemas, que é variável dependendo do local onde se está, mas que gira em torno de 65 metros. Por sua vez, no caso da referência do sistema norte-americano GPS (WGS-84), para a maioria das aplicações práticas pode-se considerá-lo coincidente com o Sirgas2000. INFO Veja mais informações aqui: http://bit.ly/1NQaltJ.
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Já passam de 80 Entenda como fazer os satélites de a Análise de Impactos posicionamento Ambientais Impacto, em uma semântica generalizaglobal! Você sabia que hoje estão em órbita sob nossas cabeças mais de 80 satélites de posicionamento global? E você notou que o sistema norte-americano GPS já não reina absoluto nos céus? Com os lançamentos realizados em março passado, a "constelação" do sistema russo Glonass agora possui 28 satélites, enquanto o GPS conta com 32 veículos em órbita. Por sua vez, o sistema europeu Galileo chegou a 8 satélites e o chinês Beidou já possui 17. Toda essa variedade de satélites para posicionamento e navegação ao redor do globo só melhora a precisão e acurácia do trabalho dos profissionais de geotecnologia em solo, já que fornecem mais opções, principalmente se levarmos em conta locais com problemas para recepção de sinais, como por exemplo em áreas urbanas. Mas, afinal, pra que tanta sigla? Apesar de popularizados com o termo genérico "GPS", na verdade todos estes sistemas fazem parte de um grande grupo chamado de GNSS, que é a sigla em inglês para Sistemas Globais de Navegação por Satélite. Nos sistemas GNSS, três satélites são suficientes para determinar as coordenadas do receptor em solo, enquanto o quarto satélite é utilizado para sincronizar o tempo. Quer conhecer mais a fundo como funcionam os sistemas GNSS? O curso online de Introdução ao Sistema GPS conta com material teórico e vídeos explicativos voltados para todos os interessados em conhecer as características e aplicações práticas do Sistema GPS, bem como conceitos de Cartografia e Geodésia. O autor é Wanderley Kampa Ribas, Engenheiro Cartógrafo (UFPR), Engenheiro de Segurança (UTFPR) e Engenheiro de Dutos (PUC-PR), Coordenador de projetos na Esteio Engenharia e Aerolevantamentos. Veja mais aqui: http://bit.ly/1OH8Drx. Bons estudos!
da, é definido como “Impressão ou efeito muito fortes deixados por certa ação ou acontecimento”. Para desemaranhar a teia legislativa ambiental, as Geotecnologias vêm com papel de apontar, dimensionar, indicar e alertar sobre qualquer cenário de transformação geográfica não-condizente com as limitações ambientais presentes. A tecnologia de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) se apresenta, cada vez mais, como técnica imprescindível na gestão territorial de qualquer natureza. Atuando no terreno da análise preventiva, modelamos, conceitualmente, os parâmetros envolvidos na eclosão do evento em questão. Essas análises, por sua vez, nutrem o Estudo de Impactos Ambientais (EIA) e o Relatório de Impactos Ambientais (RIMA) de informações e dados geográficos com considerável precisão, uma vez que são levados em consideração diferentes abordagens temáticas (geomorfologia, pedologia, pluviometria dentre outros) para uma mesma área de estudo. A análise multicritério nos possibilita a consideração e ponderação de todos os fatores envolvidos no impacto daquele meio, desde que esses fatores compartilhem do mesmo espaço. Isso garante uma informação espacial e graduada quanto ao nível de risco que uma dada região apresenta, aplicando o mapeamento temático adequado. Tanto na esfera pública, como na iniciativa privada, a necessidade de uso das Geotecnologias se mostra crescente, e o monitoramento contínuo das áreas depende da elaboração de modelos cada vez mais fiéis àquele instante. Leia aqui a íntegra do artigo escrito por Arthur Paiva, instrutor do Instituto GEOeduc: http://bit.ly/1OiI3mH.
eBook grátis: Veja como baixar e usar dados geográficos do IBGE Você sabia que o IBGE lançou um novo Portal de dados geográficos com mais de 22 mil mapas? Este guia vai ajudar você a pesquisar e encontrar dados geoespaciais no Portal de Mapas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e, principalmente, utilizar dados e imagens de forma legal, sem correr nenhum risco. Baixe o ebook e tenha acesso a estes conteúdos: • Confira quais os dados e imagens disponíveis e onde encontrá-los • Aprenda a pesquisar dados geoespaciais no site do IBGE • Conheça o novo portal de dados geoespaciais do IBGE e como usá-lo • Entenda a política de privacidade do IBGE e veja como usar dados e imagens em seus projetos sem correr nenhum risco. Baixe o material gratuitamente aqui: http://bit.ly/1Hx8sx1. www.geoeduc.com | (41) 3338-7789 / (11) 4063-8848 | cursos@geoeduc.com skype: cursos.geoeduc | whatsapp (41) 9934-9578
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