Revista MundoGEO 73

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Laser Scanner MundoGEO divulga resultado de pesquisa

VANTs Saiba como diferenciar as opções no mercado

Tecnologia da Informação TI + Geo: um choque entre dois mundos

Agronegócios Inteligência territorial para a gestão estratégica

Edição 73 | Ano 15 | Junho & Julho | R$ 19,90

ENTREVIST A Paulo Guil herme Cab Secretá ral rio de Ext do Ministérativismo do Meio A rio mbiente

LatinAmerica 2013

NÚMEROS DO EVENTO: 3.540 participantes de 25 países 70 marcas globais na feira 94% de aprovação

ARCGIS E GOOGLE EARTH Tutoriais mostram como aproveitar ao máximo

IDEs Integração de dados em múltiplas escalas

LASER SCANNER 3D Conheça mais sobre a nuvem de pontos

ARQUEOLOGIA Influência do geo nas ciências da terra


MundoGeo Cu


ursos Online


SUMÁRIO

8 12 26

Entrevista

Paulo Guilherme Cabral: Secretário de Extrativismo do Ministério do Meio Ambiente

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Tutorial

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Passo a Passo

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+Trends

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Florestal

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Tecnologia da Informação

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Meteorologia

Latitude

Pressão nas ruas pode chegar ao Geo?

Prêmio MundoGEO#Connect 2013 Cerimônia reconheceu os destaques do setor de geotecnologia

Inteligência Geográfica na Cloud – Parte 3

Por dentro do Google Earth – Parte 4

Os desafios da integração de dados em múltiplas escalas às IDEs

Sistema de informações Florístico-Florestais de Santa Catarina

TI + Geo: um choque entre dois mundos

Eumetcast: Imagens orbitais disponibilizadas em tempo real

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Capa

MundoGEO#Connect LatinAmerica 2013, Conferência e Feira de Geomática e Soluções Geoespaciais, aconteceu em São Paulo, de 18 a 20 de junho, e reuniu 3.540 profissionais, demonstrando a força do mercado geoespacial da América Latina


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GeoQuality

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Pesquisa

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VANTs

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Arqueologia

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Cadastro

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GeoIncra

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Laser Scanner 3D

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Geografia

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Quem é Quem

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IDE#Connect

Inteligência territorial para a gestão estratégica no agronegócio – Parte 1

Saiba como diferenciar tipos de veículos aéreos não tripulados disponíveis no mercado

Simpósio do Comitê Permanente sobre Cadastro na Iberoamérica

Conheça mais sobre a nuvem de pontos

6 14 15 16 18 50 70 72

Por dentro do mercado: Laser Scanner

Influência das geotecnologias nas ciências da terra

Confea define quem são os profissionais que podem assinar trabalhos georreferenciados

O “novo geógrafo”: profissionais cada vez mais capacitados

Conheça os profissionais de destaque na América Latina no setor de geo

Fique por dentro das Infraestruturas de Dados Espaciais

Editorial Web

Acesse artigos complementares na revista online

Seção do Leitor Navegando

www.mundogeo.com

Lançamentos VANTs & Drones OnLine Guia de Empresas

Colaboraram nesta edição: Alexander González Salas, Arlete Meneguette, Augusto Copque, Claudio A. Spadotto, Daniela Maciel Pinto, Deilson Silva, Diego Moraes, Floriano Peixoto, Geovana Freitas Paim, Hermilino Danilo de Carvalho, Humberto Alves Barbosa, Joelma Miszinski, José Augusto Sapienza Ramos, Juliana Mio de Souza, Luciana Santiago Rocha, Marco Fontes, Roberto Tadeu Teixeira, Rodrigo Almeida de Sousa, Rovane Marcos França, Silvana Camboim, Wilson Holler


EDITORIAL

… e o Gigante Acordou

EDUARDO FREITAS Engenheiro cartógrafo, técnico em edificações e mestrando em C&SIG Editor da revista MundoGEO eduardo@mundogeo.com

A realização de um grande evento passa por vários estágios, desde sua concepção, formatação, planejamento e execução, mas por mais que se tente gerenciar todos os riscos, há acontecimentos que fogem ao controle e nos levam a situações totalmente novas. Foi assim em 2011 quando, a poucas semanas do MundoGEO#Connect, entrou em erupção um vulcão no Chile, o que aparentemente não teria nenhuma influência no evento mas acabou trazendo alguns transtornos, já que as cinzas chegaram ao Sul do Brasil e alguns palestrantes e participantes não puderam comparecer devido a problemas na decolagem dos voos. E em 2013 não foi diferente, com as manifestações nas ruas, que nos mostraram uma nova forma do povo brasileiro mostrar sua vontade, mas que também geraram alguns transtornos para a organização do MundoGEO#Connect LatinAmerica, que aconteceu de 18 a 20 de junho – justamente a semana mais movimentada nas ruas – no Centro de Convenções Frei Caneca – a poucos metros da Avenida Paulista, o “epicentro” dos protestos. Mas organizar eventos trata-se justamente de gerenciar o imponderável: Será que nossa programação é atraente? Os palestrantes vão fazer sua parte? Os visitantes vão aparecer? E o que se viu este ano foi uma ampla participação no evento, com mais de 3,5 mil pessoas e muita interação entre os

presentes. Claro que houve algumas desistências de última hora, o que não tirou o brilho da feira e conferência. Pelo contrário, pois os que foram até o local estavam focados em aproveitar ao máximo. Outro acontecimento impossível de prever era a reação dos participantes após o jogo entre Brasil e México, realizado na tarde do segundo dia do evento. Mas o que se viu foi uma grande festa nos estandes, com os monitores de TV sintonizados no jogo e todos torcendo pela seleção. E depois da partida ainda teve a entrega do Prêmio MundoGEO#Connect, com muita emoção por conta dos ganhadores, em um ambiente descontraído depois da vitória do Brasil. O MundoGEO#Connect LatinAmerica 2014 já está marcado para 7 a 9 de maio, no mesmo local, com muitas novidades em sua programação. O que estará esperando por nós?

Nova Seção Assim como o Portal MundoGEO, agora a revista também passa a contar com uma seção exclusiva sobre VANTs & Drones. Confira!

Diretor e Publisher | Emerson Zanon Granemann | emerson@mundogeo.com Editor | Eduardo Freitas | eduardo@mundogeo.com Assessor Editorial | Alexandre Scussel | redacao@mundogeo.com Estagiário | Ivan Leonardi | jornalismo@mundogeo.com Gerente de TI | Guilherme Vinícius Vieira | guilherme@mundogeo.com Comercial | Jarbas Raichert Neto | jarbas@mundogeo.com Marketing | Bruno Born | marketing@mundogeo.com Relações Internacionais | Rodrigo Ruibal | parceria@mundogeo.com Atendimento e assinaturas | Thalita Nishimura | atendimento@mundogeo.com Administração | Eloísa Stoffel Eisfeld Rosa | financeiro@mundogeo.com Projeto Gráfico e Editoração | O2 Design | o2@o2comunicacao.com.br CTP e Impressão | Maxigráfica MundoGEO www.mundogeo.com | Fone/Fax (41) 3338-7789 Rua Doutor Nelson Lins d’Albuquerque, 110 - Bom Retiro Curitiba – PR – Brasil – 80520-430 Todas as edições da Revista MundoGEO estão online no Portal MundoGEO. O material publicado nesta revista só poderá ser reproduzido com autorização expressa dos autores e da MundoGEO Ltda. Todas as marcas citadas nesta publicação pertencem aos respectivos fabricantes. O conteúdo dos anúncios veiculados é de responsabilidade dos anunciantes. A editora não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Edições avulsas da Revista MundoGEO estão disponíveis para compra no Portal MundoGEO.

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Revista MundoGEO Publicação bimestral - ano 15 - Nº 73

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ENTREVISTA

Paulo Guilherme Cabral Secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente

P

aulo Guilherme Cabral se formou em Agrônomia em Dourados, pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), é Mestre em Desenvolvimento Rural pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e Secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Foi um dos palestrantes no Seminário MegaTendências, que aconteceu no primeiro dia do MundoGEO#Connect LatinAmerica 2013 – Conferência e Feira de Geomática e Soluções Geoespaciais, realizado de 18 a 20 de junho em São Paulo (SP). A equipe MundoGEO conversou com o Secretário, que explicou sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR) – registro público nacional e obrigatório para todos os imóveis rurais - e sobre o novo Sistema de Cadastro Ambiental Rural (Sicar).

Certamente este é um momento de inovação e em que muitas pessoas, organizações e empresas estão se preparando para acessar e prestar serviços, visando a disponibilização dessas informações. 8

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MundoGEO: Como funciona o CAR e quais os benefícios trazidos por ele? Paulo Guilherme Cabral: O Cadastro Ambiental Rural foi criado pelo atual Código Florestal, Lei 12.651/2012, e estabelece uma obrigação de todos os produtores rurais - aquelas pessoas que fazem uso de recursos naturais em posses ou imóveis rurais - para que façam o cadastro do seu imóvel, caracterizando os recursos naturais que estão disponíveis. O que se quer buscar e verificar é principalmente o uso da vegetação natural desses imóveis rurais, principalmente das Áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente (APP). O Código estabeleceu então um conjunto de regras que o produtor deve seguir, diferenciado pelo tamanho de seu imóvel. Os imóveis considerados de agricultura familiar, de até quatro módulos fiscais, têm um regramento que permite inclusive a utilização de parte dessas áreas que seriam de reserva legal e de APP, e os imóveis maiores, acima de quatro módulos fiscais, têm um conjunto diferenciado de responsabilidades e de recuperação dessas áreas, especialmente se for reserva legal. Isto tudo só é possível de ser implementado utilizando os recursos tecnológicos, como de imagens de satélites, que permitam a elaboração do cadastro de cerca de cinco milhões de imóveis, para que seja feita a gestão dessas áreas. O que se está buscando

atualmente é a disponibilização da informação ao produtor para que ele possa, rapidamente e sem custo, caracterizar seu imóvel e enviar essa informação para o órgão ambiental pela internet, sem precisar ir ao órgão ambiental, o que traz mais agilidade e confiabilidade na informação. Dentre os ganhos podemos citar o ambiental, que é a recuperação e manutenção de áreas degradas, que podem ser revegetadas, representando um ganho ambiental e da eficiência ecológica, além do ganho econômico por parte do produtor, que pode deixar de ter uma área degradada e ter uma área de produção vegetal de madeiras, por exemplo, visto que o mercado hoje busca madeira de forma sustentável e legal. Além disso, o produtor passa a ter a segurança de acessar o mercado. Hoje o mercado internacional das comodities agropecuárias cada vez mais quer saber a origem dos produtos, se o gado, a soja e outros grãos estão provocando desequilíbrio ambiental e desmatamento. Para o produtor continuar comercializando internacionalmente esses produtos, ele precisa confirmar a sua regularidade, o que será feito por meio do cadastro ambiental rural. MG: Qual a importância do CAR e o que ele representa para o país? PGC: O Brasil é um país que tem uma vocação de produção agropecuária fantástica. Nós temos possibilidade de produzir alimentos para atender tanto o mercado interno quanto internacional, assim como a produção de energia, como o etanol, por exemplo. Mas não basta só produzir com qualidade, quantidade e preço, é preciso respeitar as normas ambientais e sociais do país. Por isso existe a importância de se ter uma forma de registrar os imóveis rurais e um acompanhamento, pelo poder público e pela iniciativa privada, da origem dessa produção. Através do CAR serão oferecidas condições para que o produtor, o mercado e os agentes públicos tenham uma informação eficiente, rápida e barata, e que possa inclusive integrar outras iniciativas de governo, da sociedade e da iniciativa privada. Assim, há também o interesse de associar uma ferramenta que irá informar sobre a cobertura vegetal dos imóveis rurais com informações sobre


de informação que hoje está disponível, podendo o mercado desenvolver outras ferramentas para potencializar, por exemplo, a classificação de imagens, a automatização de sistemas, a disponibilização periódica de novas imagens para fazer parte do banco de órgãos ambientais e demais órgãos, que vão ajudar na implementação dessa meta de cadastrar cerca de cinco milhões de imóveis rurais em todo o território nacional. Daniel Franco

sanidade animal, logística de transporte, armazenagem, comercialização da produção, pesquisa, entre outras. Haverá assim uma infinidade de utilidades que certamente irão mudar o padrão tecnológico, de assistência técnica e de comercialização da produção. Certamente este é um momento de inovação e em que muitas pessoas, organizações e empresas estão se preparando para acessar e prestar serviços, visando a disponibilização dessas informações. O produtor é o primeiro e maior interessado deste processo como um todo, além do consumidor, que terá a informação sobre a origem de seu produto e os mercados e órgãos regulamentadores. Trata-se de um conjunto de informações que, através da tecnologia disponível atualmente, pode agregar e agilizar todo o processo de prestação de serviços, e nós acreditamos que teremos um novo padrão, tanto de produção quanto de uso dos recursos naturais. MG: Que ações o Ministério do Meio Ambiente está tomando para divulgar este novo instrumento de regularização fundiária? PGC: A participação no MundoGEO#Connect foi para nós muito importante, pois pudemos dialogar e conhecer tecnologias, empresas e profissionais que estão na ponta do processo de fornecimento de serviços e de recursos tecnológicos, que permitam identificar e imagear os imóveis e territórios rurais, em um país que tem uma grande vastidão territorial. Estas novas tecnologias nos permitem, de fato, desenvolver tecnologias que garantam, por parte de um conjunto de gestores desta política florestal – órgãos estaduais e municipais de meio ambiente, empresas, sindicatos e associações de produtores -, um conjunto muito vasto de serviços e de utilização. Um evento como este permite o contato e a integração de ações e iniciativas, que poderão agregar mais valor e sofisticação a um tipo

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ALE


LEZI


LATITUDE

#VEMPRARUA Pressão nas ruas pode chegar ao Geo?

Emerson Zanon Granemann Engenheiro cartógrafo, diretor e publisher do MundoGEO emerson@mundogeo.com

Foi muito marcante, durante a realização do MundoGEO#Connect 2013, ficar hospedado a uma quadra da Avenida Paulista, durante a semana do evento que aconteceu de 18 a 20 de junho. Em paralelo aos preparativos do evento, pudemos sentir o calor das discussões que estavam provocando um clamor nunca antes visto no Brasil. Decididamente, a crise de representatividade democrática no país estava e ainda está em cheque. Por um lado, fiquei apreensivo de que os movimentos mostrados no mundo todo, em sua maioria pacíficos, pudessem afetar a presença de público no evento, o que de fato se consumou, pois nossa expectativa de 4.000 participantes ficou reduzida a 3.540 profissionais. Mesmo assim, um excelente número. Entretanto, confesso que senti, como cidadão brasileiro, uma grande oportunidade de darmos uma virada na forma como o Brasil vem sendo conduzido. Esta mudança ora em curso nasce inspirada em movimentos apartidários (e não anti-partidários) liderados por jovens 100% conectados e que buscam um país melhor, mais justo, em que os poderes judiciário, legislativo e executivo atendam melhor os interesses públicos e tenham mais sinergia com a população brasileira através de seus vários setores. Ela cobra que as autoridades constituídas ajam com mais competência, moralidade e honestidade e com menos corporativismo e passividade. O recado foi e ainda está sendo dado. Esperamos que os destinatários da mensagem reflitam e mudem sua postura para tratar da coisa pública.

atender as demandas do Brasil. O chamado “lobby do bem” precisa ser construído a partir da união dos interessados. A recente e frustrada - até agora - tentativa de se criar uma agência reguladora para o setor é um exemplo da necessidade das iniciativas terem mais respaldo da comunidade. Ela, embora inspirada em objetivos relevantes, acabou sendo encaminhada para votação ao legislativo de forma muito rápida, sem a devida discussão técnica e institucional que permitisse uma melhor formatação da sua implementação. A re-invenção das missões dos atores existentes passa por uma auto-avaliação dos objetivos destas instituições em relação ao setor de Geomática, como a Associação Nacional de Empresas de Aerolevantementos (Anea), Sociedade Brasileira de Cartografia (SBC), Associação Brasileira de Engenheiros Cartógrafos (Abec), Federação Nacional de Engenheiros Agrimensores (Fenea), etc.. Cada uma à sua maneira e velocidade, está procurando se movimentar e re-conquistar seus espaços. As Universidades também precisam acompanhar este movimento, bem como entidades históricas como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Comissão Nacional de Cartografia (Concar) e Diretoria do Serviço Geográfico do Exército (DSG). Estas últimas, precisando re-organizar suas funções, muitas vezes conflitantes entre si nos aspectos de articulação governamental, produção e normatização de dados geoespaciais.

A famosa vontade política ainda precisa ser consolidada e transformada em projetos inteligentes e viáveis, que saiam do papel. 12

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Estes movimentos vão afetar o setor de geotecnologia? Tenho convicção que sim. Por um lado, sabe-se que muita pressão precisa ser feita junto ao governo para que mais investimentos públicos sejam realizados na plena produção, distribuição, utilização e constante atualização das informações geoespaciais. A famosa vontade política ainda precisa ser consolidada e transformada em projetos inteligentes e viáveis, que saiam do papel. Já são décadas de acertos e desencontros dos protagonistas envolvidos. Na minha opinião, as entidades existentes precisam ser re-inventadas sob o ponto de vista de

A grande novidade, sem dúvida, é o recém criado Instituto Brasileiro de Empresas de Geomática e Soluções Geoespaciais (IBG). Com 25 associadas de diversos sub-setores do geo, a entidade nasce com uma proposta alinhada com o atual momento. Com dinamismo gerencial moderno, seu plano de ação prevê: mapear o setor produtivo e as demandas junto aos usuários; representar o setor juntos aos fóruns governamentais, propondo modernização nas atuais leis que regem o setor; participar de forma ativa na elaboração de projetos de inovação tecnológica; e buscar recursos de fomento à exportação.



WEB

Webinars MundoGEO Você sabia que mais de 25 mil pessoas já se inscreveram nos seminários online MundoGEO? E que o webinar com maior público teve 1.510 participantes? E que o MundoGEO já está realizando eventos online em espanhol e inglês? Os seminários online MundoGEO tiveram início em 2009, para fins educacionais e informativos, sobre tecnologia, cases e tendências no setor de geomática e soluções geoespaciais. A metodologia de seminários à distância está alinhada às demandas globais por conteúdo profissional em um curto espaço de tempo, sem necessidade de deslocamentos, tanto dos palestrantes e mediadores como dos participantes. A média recente nos webinars MundoGEO é de 1,5 mil inscritos e 750 participantes por evento. Ganham todos com este tipo de encontro virtual: o apoiador do webinar fortalece sua marca e obtém feedback instantâneo do público; o participante recebe informação rápida e relevante; e o MundoGEO aumenta e fortalece cada vez mais a comunidade de geotecnologia. Para conhecer a agenda dos próximos eventos, bem como para obter arquivos (pdf e vídeo) dos seminários online já realizados, acesse www.mundogeo.com/ webinar.

#ningfacts

• GeoConnectPeople é a primeira e única rede social global exclusiva para o setor de geomática e soluções geoespaciais • O GeoConnectPeople é baseado no Ning, uma plataforma online que permite a criação de redes sociais individualizadas • O Ning foi criado em outubro de 2005, por Marc Andreessen e Gina Bianchini. Já existem mais de 2 milhões de redes baseadas em Ning ao redor do mundo • O GeoConnectPeople é gerenciado pela equipe do MundoGEO, que modera os posts – com o mínimo de interferência – e elimina os spams que eventualmente entram na rede

Rumo aos 10 mil membros No início de 2013 o Ning ultrapassou os 5 mil membros e agora se aproxima dos 10 mil participantes. Inscreva-se, participe e convide seus amigos: http://geoconnectpeople.org.

tv mundoGEO

Geo para todos! O GeoConnectPeople está aberto para todos os usuários e produtores de geoinformação que desejam criar grupos e encontrar colegas para trocar experiências, tirar dúvidas e debater temas relevantes. Os conteúdos postados no GeoConnectPeople são ligados a Sistemas de Informação Geográfica (SIG), cartografia, agrimensura, fotogrametria, observação da Terra, geodésia, Sistemas Globais de Navegação por Satélites (GNSS), Serviços Baseados em Localização (LBS), Infraestruturas de Dados Espaciais (IDE) e suas diversas relações e aplicações. A rede é pautada pelo debate de ideias e a construção colaborativa de conteúdos que tenham como objetivo fazer o mercado geoespacial global crescer de forma sustentável. Conecte-se!

MundoGEO#Connect 2013 Cobertura completa da maior conferência e feira de geotecnologia da América Latina http://youtu.be/8AhwxhXVPV0

Hexagon Entrevista com Fernando Schmiegelow, Diretor de Marketing da Sisgraph/Hexagon http://youtu.be/oSaTiGSYjh8

+Lidas Junho IBGE divulga divisão urbano-regional do Brasil Embrapa abre acesso a biblioteca de dados geoespaciais Anunciados vencedores do Prêmio MundoGEO#Connect 2013

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Maio Ministério do Planejamento autoriza concurso com 440 vagas Anunciada a nova versão do Google Maps Texto fala sobre a nova atuação do geógrafo


SEÇÃO DO LEITOR REVISTA

OPINIÃO Gostaria de sugerir para a revista MundoGEO uma atenção especial aos tecnólogos em geoprocessamento, profissionais que nos últimos concursos estão deixando de ser contemplados. Contudo, somos profissionais bem capacitados na área de geotecnologias. Acho que falta divulgação para nós, portanto penso que a MundoGEO, como o maior veículo de comunicação da área, poderia dar uma força para nossa comunidade. Halysson Alves Macêdo | Teresina (PI)

Acabo de chegar do IBGE e receber a bela edição comemorativa de 15 Anos da revista MundoGEO. Está linda e muito informativa, técnica, moderna e sofisticada!

Eliane Alves | Rio de Janeiro (RJ) Gostaria de agradecer à MundoGEO pela revista edição especial de aniversário que acabo de receber. Obrigado a todos que fazem parte da MundoGEO. Desejo sucesso!

Aronilson Leal | Bonito (PE) WEBINARS Parabenizo toda a equipe que compõe o MundoGEO. Ressalto a importância cada vez maior do compartilhamento das informações por parte de vocês.

Franklin Ferreira Viana | Sobral (CE) Muy interesante el seminario sobre gvSIG Desktop 2.0 por la información brindada, bien concentrada y excelente uso del tiempo. La modalidad de webinar, por su gran accesibilidad y dinamismo, resulta para mí excelente.

MUNDOGEO#CONNECT 2013 Primeiramente gostaria de agradecer a oportunidade e a disponibilização do espaço dado às universidades no MundoGEO#Connect 2013, bem como às palestras sobre a unificação dos curso de Engenharias de Agrimensura e Cartográfica. Particularmente, foi a primeira vez que participo do evento e com certeza irei participar das próximas edições, assim como recomendarei a todos os outros professores e estudantes da UFV.

Afonso P. Santos | Viçosa (MG)

Alfredo D. Collado | San Luis - Argentina Muy interesante el webinar con todas las novedades de la nueva versión del gvSIG. Me gustaria que hubiese un webinar sobre el desarrollo del script en gvSIG 2.0.

Navarro Maldonado Juan Carlos | Lima - Peru Parabéns pelo webinar sobre a Plataforma HERE. Foi bastante enriquecedor, principalmente para aqueles que estão inciando nesse caminho das geotecnologias, como é o meu caso. Espero poder participar de novos eventos.

Foi um prazer poder desfrutar deste importante marco da geotecnologia em São Paulo. Quero parabenizá-los (MundoGEO) pela importante iniciativa e desejar todo o sucesso para novos projetos desta magnitude.

Eduardo Capella | Jundiaí (SP) Gostaria de parabenizar vocês pelo evento, em especial pelo seminário de VANTs que, pela quantidade de participantes, podemos perceber a validade do tema.

Alex A. Sikora | Curitiba (PR)

Leila Fonseca | Brasília (DF) O webinar sobre o i3Geo foi muito bom, pena que o tempo foi pouco. O i3Geo é surpreendentemente muito mais do que eu pensava. Parabéns pelo tema abordado e pela iniciativa.

Envie críticas, dúvidas e sugestões para editorial@ mundogeo.com. Por uma questão de espaço, as mensagens poderão ser editadas.

Érico Oliveira | Belo Horizonte (MG)

facebook

Twitter

Murilo Cardoso Excelente webinar sobre o GVSig 2.0 de hoje. Obrigado, Eliazer Kosciuk, Eduardo Freitas Oliveira e os demais envolvidos. Aquela ferramenta de inserir uma quarta dimensão foi uma informação e tanto

@Migtrons | Miguel Mesa @MundoGEO Excelente webinar, una nueva forma de llevar la oficina al campo y mejorar la eficiencia en las actividades a realizar. Gracias.

@eliazerk | Eliazer Kosciuk A todos que nos acompanharam no #webinar do @ MundoGEO de hoje, sobre #gvSIG 2.0, o nosso muito obrigado pela participação

@dondatomas | Tomás Donda Si quieren saber sobre ArcGIS para dispositivos móviles no se pierdan http://mundogeo.com/ es/blog/2013… organiza @MundoGEO y @ telematicaperu

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NAVEGANDO A Septentrio anunciou que Darren Fisher é o novo Gerente de Vendas da companhia, e irá atender os mercados da Europa e Ásia A partir de julho todos os usuários do

ArcGIS Online passaram a ter acesso aos serviços “premium” da DigitalGlobe, permitindo mais acesso a imagens de alta resolução O Google adquiriu o aplicativo israelense Waze, que permite navegação colaborativa por GPS A Leica Geosystems firmou um acordo de cooperação e distribuição com a Aibotix, empresa fabricante de VANTs Pesquisadores da Poli-USP desenvolveram um modelo geoidal mais preciso do Estado de São Paulo Em parceria com o Google, o ICMBio lançou o projeto Park View, que vai permitir um tour virtual pelas reservas e parques nacionais A TomTom iniciou, em julho, a realização do mapeamento móvel com o auxílio de imagens captadas por carros equipados com câmeras, sensores e GPS

Santa Catarina recebe novo levantamento aerofotogramétrico Foi lançado no dia 14 de julho, em São José (SC), o programa de Levantamento Aerofotogramétrico do Estado de Santa Catarina. Discos rígidos contendo dados do levantamento aerofotogramétrico do estado já foram entregues a várias regiões do estado. Composto por mais de 70 mil imagens de alta resolução, o programa foi iniciado em 2008 na Secretaria, mas ganhou agilidade há dois anos, pela necessidade de atualização da rede hidrográfica estadual. O programa, que teve custo de aproximadamente 12 milhões de reais, poderá ser utilizado para o planejamento costeiro, urbano e rural; avaliação ambiental integrada; efeito de mudanças climáticas; estudos de potencial hidroelétrico; delimitação de zonas de risco em áreas atingidas pelas enchentes e realocação de moradias; qualificação de medidas de proteção ao meio ambiente; planejamento de ocupação e de construção de estradas, entre outras finalidades. As imagens anteriores eram de 1977 e de 1985. Segundo o engenheiro cartógrafo Thobias Furlanetti, o projeto começou a ser executado pela empresa Engemap, após a vitória de concorrência pública, em janeiro de 2010, e foi finalizado em dezembro de 2012.

Instituto Brasileiro de Geomática lança página web

Após a perda de três satélites Glonass-M na explosão do foguete Proton, em julho, a Rússia anunciou que irá lançar dois satélites ainda este ano A Índia lançou o primeiro satélite de seu sistema de navegação próprio, chamado de IRNSS. Ao todo, sete satélites serão lançados até 2015 A Apple adquiriu as empresas HopSpot e Locationary, desenvolvedoras de aplicativos de navegação por satélites

O Instituto Brasileiro de Empresas de Geomática e Soluções Geoespaciais (IBG) lançou o seu site institucional. Na página www. ibgeo.org a comunidade de geotecnologia pode conhecer mais sobre os objetivos do Instituto, bem como acessar a documentação necessária para se associar. Segundo o conselho deliberativo, a meta estabelecida é chegar a 40 associados até o final de 2013 e a 60 até maio de 2014, quando o IBG completará um ano. Hoje, o Instituto conta com 24 empresas associadas. Para mais informações, entre em contato com Bruno Born, gerente-executivo do IBG: contato@ibgeo.com.

Peru recebe a 20ª Conferência de Usuários Esri da América Latina A Esri, desenvolvedora do software ArcGIS e a Telematica SA, sua representante no Peru, realizarão juntas a 20ª Conferência de Usuários Esri da América Latina (Lauc, na sigla em inglês), entre os dias 16 e 18 de outubro. Este importante evento vem sendo realizado há vinte anos em diferentes cidades da América Latina, e tem a finalidade de reunir especialistas, parceiros de negócios e usuários do software ArcGIS, a fim de capacitá-los para atuar com os avanços do setor geoespacial. Esta é a primeira vez que a Esri e a Telematica realizam juntas o evento. As inscrições já estão abertas e podem ser realizadas através do site www.esri.com/lauc ou pelo e-mail lauc@telematica.com.pe.

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OGC A revista MundoGEO traz as principais novidades em padrões e serviços disponibilizados pelo Consórcio Geoespacial Aberto (OGC, na sigla em inglês), um consórcio internacional que reúne mais de 450 companhias, agências governamentais e universidades com o objetivo comum de desenvolver padrões.

EUA usam padrões OGC

Os padrões do OGC constam em um documento elaborado pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (NSTC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, chamado “Estratégia Nacional para Observação Civil da Terra“. O padrão recentemente lançado pelo OGC, denominado WaterML 2.0, foi aprovado pelo governo federal dos Estados Unidos como um componente oficial para estratégia de observação civil da Terra.

Padrão de hidrologia

O OGC anunciou o padrão WaterML 2.0 – parte 2: Ratings, Gaugings and Sections Discussion Paper. Lançado no início de 2012, o WaterML 2.0 é utilizado para representações de observações hidrológicas, especificamente para dados em série histórica. Um documento sobre a nova versão do padrão se encontra disponível publicamente para receber comentários e sugestões.

Novos satélites

A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) anunciou que o próximo satélite Galileo encontra-se atualmente em fase de testes na Holanda, com seus painéis solares sendo implementados. Estes novos satélites fazem parte da fase de Capacidade Operacional Plena (FOC, na sigla em inglês) e fornecem os mesmos serviços operacionais que os seus antecessores, da fase IOV, porém estão sendo construídos por uma nova equipe industrial, a OHB, da Alemanha. Este é apenas o primeiro dos 22 satélites que estão sendo produzidos e testados pela OHB em larga escala, o que caracteriza uma nova forma de trabalho para a ESA.

Sinais criptografados

A QinetiQ e a Septentrio anunciaram uma nova solução para os satélites Galileo, utilizando sinais criptografados. O primeiro posicionamento do sistema Galileo foi realizado utilizando um dispositivo Galileo PRS Test User Receiver (TUR-P), desenvolvido pelas empresas sob um contrato da ESA. O receptor continua a ser usado para a fase de validação em órbita do sistema.

Embrapa abre acesso à biblioteca de dados geoespaciais A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) disponibilizou o acesso à Biblioteca Geoespacial, um sistema de armazenamento e de consulta de conteúdo geográfico produzido e administrado pela Embrapa Meio Ambiente, em Jaguariúna (SP). A Biblioteca Geoespacial conta com um servidor de dados onde são registrados os metadados de cada informação armazenada e tem interfaces gráficas para consulta ao conteúdo e para armazenar novas informações. O sistema pode ser acessado em português, inglês ou espanhol. INFO http://geo.cnpma.embrapa.br

Previsão do tempo em altíssima resolução Uma nova versão do modelo regional Brams de previsão de tempo, cobrindo toda a América do Sul, foi lançada pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/Inpe). O Brams versão 5.0 já está operacional para até sete dias, gerando previsões com resolução espacial de 5 quilômetros, contra 20 do modelo anterior. O avanço só foi possível devido à alta capacidade de processamento do novo supercomputador Cray do Inpe, o Tupã, instalado no CPTEC, em Cachoeira Paulista. INFO http://previsaonumerica.cptec.inpe.br

MundoGEO lança plataforma de cursos online Após meses de pesquisas e desenvolvimento, o MundoGEO lançou uma nova plataforma de cursos online, com o objetivo de suprir uma demanda por treinamentos com conteúdo teórico e prático de qualidade, ampla interatividade e liberdade de horários. Quatro cursos já estão disponíveis: Introdução aos SIG – Prática com ArcGIS; Introdução aos SIG – Prática com Quantum GIS; Introdução ao PDI – Prática com ArcGIS; e Introdução ao PDI – Prática com Quantum GIS. As matrículas já estão abertas! Para saber mais, acesse www.mundogeo.com/cursos.

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LANÇAMENTOS SIG-Trans e Siger A A ero M etric lançou uma nova família de soluções geoespaciais na nuvem, chamada de G eo A pps

... A B lue

Marble Geographics

lançou a versão 14.2 do software

G lobal Mapper com novas opções para trabalhar com dados laser, imageamento multi-bandas, cálculos de volumes, etc.

... A S ul S oft apresentou a atualização Service Pack 3 (Landsat) para o software

Envi 5, que inclui recursos novos e aprimorados

... A S upergeo T echnologies anunciou que o software

SuperGIS Desktop 3.1a está disponível em espanhol

... A R iegl L aser M easurement Systems apresentou seu novo sistema de mapeamento laser aerotransportado, o LMS-Q1560

...

A Imagem está disponibilizando ao mercado duas novas soluções para transmissão e geração de energia. O Sistema de Informação Geográfica da Transmissão (SIG-Trans) gera informações e dados que auxiliam as operações de transmissão de energia. O sistema traz ainda uma tecnologia focada em gestão patrimonial e otimização das etapas de cadastro, que permite a integração das informações geográficas com os dados contábeis, através da conexão do GIS com o SAP. Já o Sistema de Informação Geográfica da Geração (Siger) permite conversão e migração de dados, cadastro de atributos e integração com as informações alfanuméricas, visualização e edição das informações em ambiente web, cadastro e inspeção de campo em tecnologia mobile e conexão com SAP. INFO www.img.com.br

Trimble MX2 e software Trident A Trimble lançou seu novo sistema móvel de captura de imagens e dados espaciais, o Trimble MX2. Resistente, leve e portátil, o MX2 foi projetado para mapeamento, levantamento e engenharia, e também pode ser utilizado com equipamentos de topografia convencional. Com um laser scanner incorporado é possível criar nuvens de pontos precisas, uma técnica que vem sendo muito utilizada atualmente. A companhia também anunciou novas funcionalidades para seu software Trident 6.0, desenvolvido para realizar transformações rápidas de nuvens de pontos e imagens em inteligência geoespacial. As novidades incluem um gerenciador de sistemas de coordenadas da Trimble e possibilidade de importação direta de dados. INFO www.trimble.com/imaging

Google Maps Coordinate A nova ferramenta Google Maps Coordinate, licenciada no Brasil pela Geoambiente, permite que o usuário defina atribuições por proximidade geográfica e disponibilidade de seu recurso. Além disso, todo monitoramento e interação é realizado em tempo real sobre a infraestrutura do Google Maps. Dentre os principais recursos, o aplicativo permite que o usuário crie grupos e equipes, gerencie o acesso dos usuários, personalize as informações e tarefas, localize a equipe em tempo real no mapa, visualize o status e histórico das tarefas e chamados, além de possibilitar a realização de videoconferências, compartilhamento de arquivos via Google Docs e mais. A ferramenta está disponível para smartphones com os sistemas Android e iOS. INFO www.maisqueummapa.com.br

A M osaic M ill lançou a solução

Zeno Connect 2.0

EnsoMosaic 7.5 para operações

A Leica Geosystems anunciou uma nova versão do software Zeno Connect, que

de triangulação aérea e

permite que diversos softwares de GIS móvel para coleta em campo possam ser

orto-mosaicos, com opções

utilizados pelos dispositivos móveis da linha Zeno, fornecendo dados GNSS confiáveis

para que o usuário defina projeções livremente

e precisos. INFO camila.silva@leica-geosystems.com.br

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MS50 MultiStation

INFO http://www.leica-geosystems.com

GeoInt Accelerator A Nvidia, desenvolvedora de tecnologia para ciência da computação visual, lançou a GeoInt Accelerator, primeira plataforma de inteligência geoespacial acelerada por uma unidade processadora de gráficos (GPU, na sigla em inglês), que permite que usuários processem informações de forma mais rápida e precisa, a partir de grandes quantidades de dados brutos, imagens e vídeos. A plataforma utiliza dados de GIS e reconhecimento de objetos em vídeos coletados por aeronaves controladas à distância – Drones - e permite um processamento mais rápido de imagens de satélite de alta resolução, reconhecimento facial em vídeos de vigilância e planejamento de missões de combate. Oferece também aplicativos para análise de inteligência geoespacial e bibliotecas para desenvolvimento. INFO www.nvidia.com/object/tesla-geoInt-accelerator.html

Atlas do Censo 2010 O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou no final de junho o Atlas do Censo Demográfico 2010, com novos ângulos de análise da distribuição espacial da sociedade no território nacional. A publicação impressa traz 268 mapas, distribuídos através de um temário que se propõe a abordar, de forma abrangente e interligada, as várias dimensões que compõem a dinâmica e o perfil demográfico da população brasileira, dando ênfase às diferenças regionais e locais contidas. INFO http://censo2010.ibge.gov.br/apps/atlas

1/3 webinae

A Leica Geosystems anunciou a Leica Nova MS50 MultiStation, o primeiro instrumento que combina a mais avançada tecnologia de estação total com laser scanner 3D, imageamento e posicionamento GNSS em uma única solução. Reforçado pelo software Leica Smart Worx Viva, a nova MultiStation define uma nova categoria de levantamento que combina a tecnologia de estação total com escaneamento laser.

SketchUp 2013 A Trimble apresentou o novo SketchUp 2013, a versão mais recente da plataforma de modelagem 3D, popularmente utilizada por milhões de profissionais ao redor do mundo. Segundo a Trimble, a nova versão é a maior atualização do software desde que a empresa o adquiriu da Google, em abril de 2012, contando com maior capacidade para usuários profissionais e novas opções para a versão free. Esta nova versão inclui melhorias na documentação do SketchUp Pro em 2D, com ferramentas para vetorização de desenhos, renderização mais rápida e estilos personalizáveis. INFO www.sketchup.com

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CAPA

MundoGEO#Connect 2013 mostra a força do mercado geoespacial na América Latina

Evento reuniu 3.540 profissionais em São Paulo, de 18 a 20 de junho. Feira teve recorde de expositores, com 70 marcas globais. Edição 2014 já está marcada para 7 a 9 de maio e terá espaço ampliado para jovens talentos e empreendedores

Por Alexandre Scussel Fotos: Daniel Franco

“Eventos da natureza como a do MundoGEO#Connect oferecem ao setor privado a possibilidade de mostrar suas inovações e entender melhor aquilo que se adequa às nossas necessidades. Para nós é importante para tornar público o quanto estamos avançando no conhecimento e na disponibilzação de informações que têm muita tecnologia embarcada. Além do ‘network’, o evento promove a troca do conhecer e aprender”

Rovena Negreiros

Diretora de planejamento da Emplasa

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Entre os dias 18 e 20 de junho de 2013 o mercado geoespacial da América Latina demonstrou toda sua força. A terceira edição do MundoGEO#Connect LatinAmerica, Conferência e Feira de Geomática e Soluções Geoespaciais, aconteceu em São Paulo (SP) e reuniu 3.540 participantes de mais de 25 países nas 20 atividades do evento, além de 150 palestrantes e 70 empresas expositoras em uma feira de 4.600 metros quadrados. Com uma programação variada, o maior evento geoespacial da América Latina contou com sete seminários, cinco cursos, dois eventos especiais, quatro workshops e dois espaços de encontros. Os números de uma pesquisa feita com os participantes do evento mostraram que 94% avaliou positivamente e 92% indicaria o evento a um colega. Além disso, 89% dos participantes aprovou a infraestrutura do local, 93% opinou que a feira apresentou novidades, 89% gostou dos conteúdos apresentados nos seminários, fóruns e cursos. “Estas avaliações confirmam nossas expectativas e nos desafiam a sempre buscar melhorar ainda mais a relação custo/benefício para os participantes, apoiadores e patrocinadores do evento”, avalia Emerson Granemann, diretor da MundoGEO. “Apesar do evento ter acontecido no auge das manifestações populares nas ruas, ele atraiu mais de 3.500 participantes. Até na hora do jogo do Brasil e México a feira estava lotada, com vários expositores mostrando a partida em seus estandes. Mesmo antes, durante e depois do jogo, a troca de informações não cessou”, comemora. Atraindo um grande número participantes, a conferência ofereceu, no dia 18, cinco cursos que abordaram as principais demandas dos profissionais do setor geoespacial, tais como Georreferenciamento de Imóveis

Rurais, Geoprocessamento na Gestão de Municípios, Geomarketing, Cadastro Ambiental Rural e Infraestruturas de Dados Espaciais (IDE).

Conferência internacional Um dos principais destaques da Conferência, o Seminário MegaTendências era muito aguardado por fornecedores, gestores e usuários de informação geoespacial. Realizado no dia 18, logo após a abertura oficial do evento, com palestras ministradas por especialistas do Brasil, Venezuela, Argentina, Canadá e Estados Unidos - e tradução simultânea para português, espanhol e inglês -, o Seminário demonstrou o que será realidade nos próximos anos, e trouxe temas atuais para discussão junto ao público – presencial e online -, tal como o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Para apresentar sobre o novo instrumento de regularização ambiental rural do Brasil, a conferência trouxe Paulo Guilherme Cabral, do Ministério do Meio Ambiente. “Este é um evento muito importante, pois podemos dialogar e conhecer tecnologias, empresas e profissionais que estão na ponta do processo de fornecimento de serviços e recursos tecnológicos que permitem identificar e imagear os imóveis e territórios rurais do Brasil”, afirmou Paulo Guilherme, Secretário de Extrativismo e


Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente. O Seminário MegaTendências teve ainda a participação de dirigentes ligados ao setor geoespacial internacional, tais como Rede Geoespacial da América Latina e Caribe (GeoSUR); Open Geospatial Consortium (OGC), Comitê Permanente para a Infraestrutura de Dados Geoespaciais das Américas (CP-IDEA); Lincoln Institute of Land Policy; e Global Spatial Data Infrastructure (GSDI). O MundoGEO#Connect contou também com a presença de uma delegação da Alemanha, representada por Olaf Freier e Hagen Graeff, do Intergeo, maior evento de geoinformação do planeta, que é realizado anualmente no país. “Gosto muito do evento e das publicações da MundoGEO, principalmente pelo trabalho realizado em conectar a comunidade latinoamericana e global”, afirmou Peter Grognard, fundador e CEO da Septentrio, fabricante europeia de receptores profissionais para GNSS, palestrante no seminário MegaTendências. “Nós temos sorte de poder trabalhar com parceiros brasileiros, o que nos permite desenvolver soluções para atividades atmosféricas intensas. Nós já fazemos isso há alguns anos, em parceria com a Universidade de São Paulo. Estar aqui, para mim, significa fortalecer minha rede e começar novos contatos e relações de negócios”, conclui. VANTs, negócios e soluções A terceira edição do MundoGEO#Connect teve a presença, em sua feira de produtos e serviços geoespaciais, de 70 grandes companhias. As empresas e representantes de grandes companhias aproveitaram a feira do MundoGEO#Connect 2013 para lançar e demonstrar alguns de seus produtos e soluções em geotecnologias. Entre elas estão algumas companhias que, pela primeira vez, participaram de uma feira na América Latina, tais como DMC, Carlson, Pitney Bowes, Phenix, Sinoprime, Stonex e Vexcel. O espaço da feira esteve muito movimentado nos três dias do evento, com negócios e parcerias nacionais e internacionais realizadas em seus corredores, salas de reuniões e estandes. “É a primeira vez que a SulSoft participa do MundoGEO#Connect e eu, como diretor da empresa, estou muito contente. Como já visitei as feiras anteriores, vimos que o interesse cresceu e que o público com certeza se interessa por nossos produtos”, afirmou Michael Steinmayer, diretor-executivo da SulSoft. A feira de produtos e serviços, além de contar com muitas novidades em softwares e soluções, neste ano teve diversos modelos de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs ou Drones) em exposição. Tecnologia que

avança rápido no Brasil, os VANTs foram uma grande atração para usuários e também entusiastas deste mercado, que puderam conferir de perto mais de 10 modelos em exposição. Para apresentar ao público as características de cada veículo, sensor e solução de pilotagem, o evento apresentou o Seminário VANTs, trazendo especialistas para mostrar resultados concretos de utilização desta tecnologia. “O tempo das aeronaves não tripuladas simplesmente como aviões que voam sozinhos já passou. É preciso, hoje, dar um uso viável para essas aeronaves, sob o aspecto de segurança e econômico”, afirmou Onofre Trindade Junior, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP). “Na palestra no MundoGEO#Connect, nós apresentamos uma iniciativa livre que vem sendo desenvolvida na USP para disseminar a cultura das aeronaves não tripuladas e fazer com que o processamento das imagens seja feito na aeronave, para gerar o mapeamento temático a bordo e transmiti-lo antes da aeronave pousar”, informou. No último dia do evento foi realizado o Fórum Geointeligência para Defesa e Segurança, mostrando como a segurança, o combate ao tráfico de drogas e o monitoramento de multidões podem ser melhorados com a ajuda das ferramentas de inteligência geográfica e, dentre elas, os VANTs. “De uma maneira geral, o VANT tem as mesmas capacidades de geração de produtos cartográficos e de imagens quanto as aeronaves tripuladas. No futuro, todas as aeronaves deverão ser VANTs, com exceção daquelas que carregam passageiros, e as aplicações civis certamente serão as mais importantes e diversas. As aplicações militares também são importantes, mas elas já existem e têm volume reduzido, a não ser em nações que têm algum conflito”, completou o pesquisador da USP. “Uma tecnologia que a Santiago & Cintra está dando muita ênfase neste ano são as aeronaves não tripuladas. Nós aumentamos nosso portfólio, e hoje nós temos VANTs de curto alcance, equipados com uma câmera RGB ou de infravermelho próximo, e temos VANTs com até cinco horas de autonomia de voo. Com o VANT Arara é possível colocar qualquer sensor, dependendo do tipo de informação que será coletada”, comentou Gustavo Streiff, Diretor Comercial da Santiago & Cintra Geo-Tecnologias.

“Nós viemos de Pernambuco a São Paulo, porque o evento está reunindo pessoas de alto conhecimento, não só na área corporativa mas também de governo, e vemos aqui diversas universidades. Como a bola da vez de hoje é a geotecnologia, não tem lugar melhor para nos informar e ganhar novas ideias”

Aldenir Paes

Diretor admInistrativo do Grupo Arruda Paes

CAR em destaque Em vista da atualidade do tema e da demanda da comunidade geoespacial por um debate mais profundo acerca do CAR, a Conferência do MundoGEO#Connect apresentou o tema em três oportunidades: dentro da programação do Seminário MegaTendências; através

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de um curso com seis horas de duração; e também em um workshop gratuito, promovido pela empresa Santiago & Cintra Consultoria. Todas as atividades contaram com ampla presença e participação do público, que pôde conhecer as características sobre este novo instrumento de regularização ambiental rural do Brasil. Instituído pela Lei nº 12.651/2012, o CAR reúne todas as informações ambientais das propriedades e posses rurais, com acesso público pela internet, formando uma Renata Teures Ecóloga do Ibama base de dados. O cadastro é o primeiro passo para a obtenção de qualquer licença ambiental para uso ou exploração dos recursos naturais da propriedade. Com o comprovante de inserção no CAR, o produtor pode reconhecer seu passivo ambiental e assumir o compromisso para recuperá-lo. Durante o Seminário MegaTendências, o CAR foi apresentado por Paulo Guilherme Cabral, que detalhou as ferramentas utilizadas pelo Ministério do Meio Ambiente para implantação do Cadastro. Já no Curso “Regularização Ambiental e o Cadastro Ambiental Rural”, sob a instrução de Valmir Gabriel Ortega, consultor em projetos associados à gestão ambiental e áreas protegidas, foram apre“Produtores, empresas, organizações e governos estaduais estão organizados sentados histórico com o governo federal para acelerar e fada regularização amcilitar todo o processo de cadastramento”, biental rural; a nova explicou. “As parcerias com as entidades e associações de produtores, além de gaLegislação Floresrantir a regularidade ambiental aos seus tal Brasileira (novo associados, serão de grande importância para dar amplitude ao CAR e adequar o código florestal); mercado a essa nova exigência ambiental”. conceito e possibiliA tecnologia como aliada do produtor tamdades; e as oportubém foi destacada por Cabral como o outro caminho para implantação do Cadastro. nidades associadas Com o auxílio de imagens de satélite de alta ao CAR. Segundo o resolução, será possível demarcar o perímeinstrutor, o Cadastro dos imóveis rurais de todo o país e fazer o cadastro do imóvel via internet. “No final tro apresenta vando ano passado, o MMA adquiriu imagens tagens para gestão de satélite em alta resolução de todo o território brasileiro, no valor de 28,9 milhões ambiental do Brasil, de reais, com aproximação de cinco metros, tais como o controque serão utilizadas como base para o CAR”. le e monitoramento do desmatamento, com integração das bases de dados do órgão federal e dos órgãos ambientais; maior transparência pública, com ampliaMinistério do Meio Ambiente ção do controle social; a regularização Veja uma entrevista com Paulo Guilherme Cabral na página 14 ambiental do empreendimento rural

“Viemos para ver as novidades e o que tem de tecnologias novas, principalmente relacionado com os VANTs, que são uma ferramenta interessante, e também para ver as palestras relacionadas ao CAR, pois trabalhamos com isso”

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com segurança jurídica; dentre outras. No curso ainda foram mostrados desafios à implementação e experiências prévias. Geo para gestão pública Parte da programação do MundoGEO#Connect 2013, o Seminário Gestores Públicos da Geoinformação contou com a presença de importantes instituições – tais como IBGE, Incra, Ibama, Ministério do Meio ambiente, entre outras – que estiveram presentes para tirar as principais dúvidas de técnicos e gestores do governo com relação ao uso efetivo dos dados geoespaciais na administração pública, a nível nacional, estadual e municipal. Kilder Barbosa, representante do Incra, destacou o novo Sistema de Gestão Fundiária (Sigef) durante o painel sobre a importância estratégica da geoinformação no Governo Federal. Segundo o palestrante, o novo sistema inclui a automatização do processo de certificação eletrônica, com a dispensa de documentos em papel. Kilder detalhou também a terceira versão da Norma Técnica de georreferenciamento, com as novas datas para certificação. Segundo ele, a Nova norma será sucinta, acompanhada de dois manuais de procedimentos, um para o levantamento dos limites e outro para o posicionamento. Também esteve presente Dênis de Moura Soares, Coordenador de Estudos de Planejamento do Ministério do Planejamento, que destacou a espacialização das ações do Plano Plurianual e a complexidade das Políticas Públicas, tais como as ações de articulação com as Secretarias Estaduais de Planejamento. Apresentou, ainda, o Plano Nacional de Geoinformação e a Segunda Jornada INDE-Academia, que será realizada no segundo semestre de Dênis de Moura Soares, do Ministério do Planejamento 2013. Em um dos painéis do seminário sobre Gestão Pública da Geoinformação, o tema central foi o CAR, apresentado por Aline Menke, Analista Ambiental no Ministério do Meio Ambiente, que detalhou como foi o processo de compra de imagens de satélite RapidEye para 98% do território nacional, que estarão disponíveis aos estados e municípios, bem como instituições privadas e ONGs que trabalham com o Cadastro, através de uma forma inovadora de cessões e licenças negociada com a fornecedora dos dados geoespaciais.


Em outro momento do seminário, Luiz Motta, Coordenador de Tecnologia de Informação Geoespacial da Diretoria de Proteção Ambiental do Ibama, falou sobre as dificuldades no monitoramento dos biomas e da dificuldade de interpretação das imagens e complexidade dos ambientes. O coordenador ressaltou a importância do desenvolvimento de novas ferramentas de software livre e de plataformas para o acesso aos dados existentes. “Nós do Ibama temos tentado ser referência na área de informações espaciais para o meio ambiente. Há 20 anos o Ibama trabalha com monitoramento, especialmente para os biomas. Em 2013, a construção dessa informação vem sendo feita em plataformas livres”, declarou. “Ao gerar um dado espacial para tomada de decisão, a informação é sumarizada, quantificada e é feita a geração de gráficos para subsidiar políticas a nível do Ministério do Meio Ambiente. O dado espacial, o vetor propriamente dito, é disponibilizado no final desse processo. Nós trabalhamos com imagens de dois anos, para poder ter esse balanço sobre a mudança da paisagem e da pressão sobre os biomas brasileiros”, completou.

Inteligência geográfica nos negócios Em 2013, a programação do MundoGEO #Connect contou com a conferência internacional Location Intelligence Brazil, promovida em parceria com o portal norte-americano Directions Magazine, que realiza o evento Location Intelligence nos Estados Unidos anualmente, mostrando as principais aplicações da tecnologia geoespacial no mundo dos negócios. “Foi uma grande oportunidade para oferecer um fórum educativo, que abordou as aplicações da tecnologia de localização na computação empresarial e inteligência de negócios”, disse Joe Francica, editor-chefe da Directions Magazine. Com tradução simultânea para espanhol e inglês, a LI Brazil contou com o patrocínio da HERE – uma unidade da Nokia -, da Geofusion e da Joe Francica – Directions MapLink. Mag.

Geointeligência para defesa e segurança Segurança de fronteiras, combate ao tráfico de drogas e armas, prevenção e resposta ao crime, monitoramento de grandes multidões. Com o auxílio de ferramentas de Geointeligência é possível realizar pesquisa, desenvolvimento, aplicação e manutenção em processos e projetos de apoio à tomada de decisão em situações críticas. Com foco nos grandes eventos que o Brasil irá sediar, o Fórum Geointeligência para Defesa e Segurança apresentou como os dados geoespaciais vêm sendo usados de forma estratégica. Abrindo o Seminário, um painel discutiu sobre o mapeamento da Amazônia, encarado de forma estratégica para o país, em uma apresentação feita pelo General Pedro Ronalt Vieira, do Exército Brasileiro. “Um sistema de informação geográfica permite não só acompanhar todo o processo da segurança nacional, mas também fornecer o conhecimento preditivo e a consciência situacional, comum com as várias áreas que se ocupam da segurança de um país”, afirmou João Canais, Gerente de Negócios da Esri, palestrante no painel sobre Vigilância Territorial e Operações em Defesa e Segurança. General Pedro Ronalt – DSG

Em um dos paineis do Fórum, foram mostrados casos de planejamento e monitoramento de grandes eventos em grandes cidades brasileiras, pelos especialistas em segurança pública Raquel Pereira Fonseca Crispiniano e Tenente Coronel Marcus Ferreira. Na ocasião, Ferreira demonstrou como foi executada a análise de risco para locais de hospedagem de peregrinos na Jornada Mundial da Juventude 2013, realizada no Rio de Janeiro. De acordo com o especialista, com a disponibilização dos endereços de hospedagem dos peregrinos, a base de dados geoprocessada possibilitou a construção de informações relativas a áreas de maior densidade, o que foi utilizado pelos órgãos de segurança pública para a otimização do planejamento, com uma estrutura de segurança melhor focada, possibilitando que outros órgãos concentrassem seus recursos nas áreas em que efetivamente haveria maior número de peregrinos.

“O evento MundoGEO#Connect cada vez mais tem a cara do mercado. É neste tipo de evento que a Hexagon tem sempre que estar presente, pois desejamos ficar em contato permanente com as demandas da comunidade”

Claudio Simão

Presidente da Hexagon para a América do Sul e Ásia

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Na última rodada de palestras do Fórum, a utilização de VANTs no apoio a projetos de segurança foi abordada. “Em minha apresentação sobre como se pode plotar os dados provenientes de VANTs dentro de uma plataforma geográfica, foi demonstrado sobre a análise de mudanças multi-temporais, uma das operações mais comuns e utilizadas na indústria de defesa, inteligência e segurança”, afirmou Carlos Cardona, Arquiteto de Soluções para América Latina da Esri. Carlos Cardona – Esri

“Para nós da Universidade [Unisinos] é importante esse envolvimento em feiras geotecnológicas, pois muitas vezes ficamos restritos à nossa região, e as pessoas não nos conhecem. Conseguimos neste evento transmitir a potencialidade da Universidade em pesquisa, inovação e tecnologia, e também divulgar o curso de Engenharia Cartográfica e de Agrimensura, que é uma graduação relativamente nova na Unisinos”

Prof. Dr. Mauricio Veronez

coordenador do curso Engenharia Cartográfica e de Agrimensura da Unisinos

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Associações, universidades e profissionais Durante o MundoGEO#Connect 2013, mais de vinte universidades e diversas associações de profissionais do setor organizaram encontros para debates sobre formação, união de esforços e integração com empresas, visando o desenvolvimento da inovação. Assim, fez parte da conferência o 10º Encontro Nacional de Cartógrafos e 1º Encontro Nacional de Engenheiros Agrimensores e Cartógrafos, que debateu as atribuições destes profissionais. “O 10º Enecart e 1º Encontro Nacional de Engenheiros Agrimensores e Cartógrafos, organizado pelo MundoGEO#Connect, foi um evento importantíssimo e histórico, pois conseguiu reunir engenheiros cartógrafos e agrimensores para discutir a unificação das atribuições profissionais e a atuação das associações, afirmou o engenheiro cartógrafo Edmilson Volpi, Presidente da Abec-SP. “Pela manhã, estavam reunidos vários cursos para discutir como a unificação poderá ser feita. As graduações que ainda não fizeram, mas que com certeza irão fazer, puderam debater sobre como será feita esta mudança, e como isso vai impactar nos alunos, instituições de ensino e na sociedade em si”, afirmou. O Presidente fez ainda uma análise sobre o encontro das associações profissionais de engenheiros cartógrafos e de agrimensores. “Durante o período da tarde, foi discutida a unificação das ações - uma tendência que, com os cursos de dupla atribuição, impactará nas associações. Foi muito importante, pois se determinou uma ação conjunta entre as duas associações. As associações de engenheiros cartógrafos - regionais de São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná - e as associações de engenheiros agrimensores - Apeaesp e Fenea - saíram de lá com uma determinação de trabalhar conjuntamente, seja na organização de eventos, em ações profissionais, e em trabalhos de representação no sistema Confea/Crea. Foi com certeza um evento muito proveitoso para as

associações profissionais, que finalmente conseguiram uma união há tanto tempo almejada, e também para as instituições de ensino que vão caminhar junto nessa unificação, que é um processo irreversível”, comemora. Em 2013, o MundoGEO#Connect vivenciou um momento muito importante, caracterizado pela aproximação entre o evento e a academia. Com expressiva participação de professores e estudantes, várias instituições estavam representadas na feira com estandes, no “Espaço Universidades”. Instituto Militar de Engenharia, Unisinos, Universidade Estadual do Rio De Janeiro e as Universidades Federais da Bahia, de Alagoas, de Pernambuco, de Viçosa, do Pampa e do Paraná utilizaram o espaço da feira para demonstrar e debater as atividades de pesquisa e desenvolvimento no setor de geotecnologia. Um evento paralelo ofereceu uma oportunidade única para que diferentes entidades, atuantes no cenário geoespacial nacional, demonstrassem programas, projetos, casos de sucesso, propostas e parcerias que fomentem o setor de geotecnologias no país: o Encontro de Integração Governo, Universidade e Empresas.

Outro exemplo desta aproximação pôde ser observado nos workshops - eventos com participação livre -, que trouxeram especialistas e acadêmicos para debater tecnologias em informação geográfica. A primeira reunião da rede ICA-OSGeo Labs no Brasil reuniu universidades, instituições de pesquisa e demais organizações com o objetivo de desenvolver uma plataforma mundial de aprendizagem e criar infraestrutura de ensino e pesquisa nos tópicos de dados e padrões abertos e software livre na área geoespacial. Também foi realizado o workshop da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo (RBMC), reunindo especialistas de várias instituições de ensino e de pesquisa, e um encontro que apresentou à comunidade o Projeto Temático GNSS-SP. Em seu terceiro encontro oficial, o Projeto envolve os pesquisadores que atuam na geodésia, objetivando desenvolver algoritmos e metodologias para várias aplicações, entre elas aquelas factíveis de serem aplicadas na agricultura de precisão, cartografia e cadastro, meteorologia e monitoramento do nível médio dos mares, debatendo a implementação de uma rede de estações GNSS.


Eleição define Diretoria do IBG Durante o MundoGEO#Connect foi realizada a Assembleia Geral Ordinária do Instituto Brasileiro de Empresas de Geomática e Soluções Geoespaciais (IBG), contando com a presença de 24 empresas que elegeram a diretoria para os próximos três anos. Durante o encontro também foi realizada a eleição do Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal, Conselho de Ética e Diretoria Executiva. Além disso, foram definidos a contribuição mensal e o plano de ações do Instituto, a serem implementados nos próximos três anos. As empresas associadas ao IBG atualmente são: AMS Kepler, Furtado & Schmidt, Embratop, Engemap, Geocenter, Geo fusion, Geopixel, Imagem, Unidesk, Alezi Teodolini, Geoambiente, MundoGEO, Métrica, Leica Geosystems, Inovação, Geoconsult, Santiago & Cintra Geo-Tecnologias, Santiago & Cintra Consultoria, Satmap, Sensormap, Sisgraph, Somenge, Tecnomapas e Topocart. Conselho Deliberativo • Presidente: Luiz Leonardi – Imagem Geosistemas • Vice-presidente: Eduardo Martins Oliveira – Santiago & Cintra • Secretário: Mauricio Braga Meira – Geoconsult • Conselheiros: Izabel Cecarelli – Geoambiente, Patrick Pires – Leica Geosystems, Cesar Antônio Francisco – Engemap, Marcos Guandalini – Alezi Teodolini, Emerson Cauduro Velho – Embratop, Daniel Alexandre Janini – Metrica • Suplentes: Weber Pires de Sá Jr. – Satmap, Marco Antonio de Almeida Fidos Júnior – Inovação, Renato Zachariatas – Unidesk Diretoria Executiva • Presidente: Emerson Zanon Granemann – MundoGEO • Vice-presidente: Iara Musse Félix – Santiago & Cintra Consultoria • Diretor Financeiro: Fernando Schmiegelow – Sisgraph • Diretor Administrativo: Kleber de São José – Furtado & Schmidt Para mais informações, acesse www.ibgeo.org ou entre em contato com Bruno Born, Gerente Executivo do IBG, pelo email contato@ibgeo.org

Eleição da Diretoria do IBG – 18 de junho de 2013

Data marcada para 2014! Em 2014 o evento acontecerá de 7 a 9 de maio no mesmo local, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo (SP). Já está prevista uma expansão para 7.500 metros quadrados no espaço total do evento, correspondente ao quarto andar do Centro de Convenções. “Para 2014, o evento pretende ampliar sua oferta de cursos e espaços de debates, envolvendo as comunidades dos demais países da América Latina. Além do quinto andar utilizado este ano, está prevista a utilização do quarto andar para um evento novo, destinado ao público jovem e à comunidade universitária. As atividades serão alinhadas com este público, e irão abranger desafios, espaços para novos empreendedores, start-ups e desenvolvedores”, explica Emerson Granemann. Para conferir os materiais disponíveis dos fóruns, seminários, cursos e workshops, acesse a grade do MundoGEO#Connect LatinAmerica 2013 em http://goo.gl/KeeYgh. Mais informações sobre a edição 2014 do MundoGEO#Connect estarão disponíveis em breve no Portal MundoGEO e no site www.mundogeoconnect.com.

“O evento deste ano foi muito equilibrado e completo, mostrando um retrato fiel das demandas do mercado de geomática e soluções geoespaciais, reunindo em três dias e em um mesmo local as principais lideranças do setor empresarial, governamental, associativo e universitário”

Emerson Granemann Diretor da MundoGEO

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PRÊMIO

Prêmio MundoGEO#Connect 2013 Patrocínio:

Em 2013 o Prêmio MundoGEO#Connect reconheceu empresas, instituições, marcas, softwares, equipamentos e pessoas que contribuíram para melhorar o setor de geotecnologia no último ano. A cerimônia de premiação aconteceu no dia 19 de junho, e a votação foi feita exclusivamente pela internet, com 70% dos votos vindos do Brasil e 30% do restante da América Latina. Ao todo, 27 troféus foram entregues, em uma cerimônia marcada por muita vibração por parte dos vencedores. A Garmin, fabricante mundial de navegadores GPS, foi a patrocinadora oficial do Prêmio MundoGEO#Connect 2013. “Para uma empresa que baseia-se nos princípios de inovação, comodidade, desempenho, valor e serviço, como a Garmin, é uma honra premiar as personalidades do mundo da geotecnologia”, comemora Ilham Harati, Gerente de Marketing da Garmin. Confira a seguir o Top 5, Top 3 e os vencedores das 24 categorias do Prêmio MundoGEO#Connect, eleitos através de votação online, e também as instituições recebedoras de três prêmios especiais. Personalidade – Universidades João Francisco Galera Monico (Unesp Presidente Prudente) Joel Gripp (UFV) José Augusto Sapienza Ramos (Labgis UERJ) José Quintanilha (USP) Vandemberg Salvador (IFBaiano)

Legenda Ganhador Top 3 Top 5

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Personalidade – Setor Público Edmar Moretti (MMA) Gilberto Câmara (Inpe) Moema José de Carvalho Augusto (IBGE) Pedro Ronalt Vieira (DSG) Roberto Tadeu Teixeira (Incra) Personalidade – Setor Privado Antonio Machado e Silva (AMS Kepler) César Antonio Francisco (Engemap) Eduardo Oliveira (Santiago & Cintra)

Imagens: Daniel Franco

Entrega de troféus aconteceu no final do segundo dia do MundoGEO#Connect LatinAmerica 2013. Emoção e novas categorias foram destaque na cerimônia

Enéas Brum (Imagem) Rogério Neves (CPE Tecnologia) Curso mais Lembrado de Engenharia de Agrimensura e/ou Cartográfica Engenharia Cartográfica UFPE Engenharia Cartográfica Unesp Engenharia de Agrimensura e Cartográfica UFPR Engenharia de Agrimensura e Cartográfica UFV Engenharia de Agrimensura Unesc Curso mais Lembrado de Geografia UFBA UFPR Unesp Rio Claro Unicamp USP Instituição Pública de Maior Destaque Emplasa IBGE IGC-SP Inpe Ministério do Meio Ambiente Melhor Página no Facebook sobre Geotecnologias Abec-SP Alezi Teodolini ClickGeo CPE Tecnologia Embratop


Melhor Provedor de Mapas Digibase Google Imagem MapLink Nokia Melhor Iniciativa de IDE na América Latina IDE Colômbia Idera Argentina Inde Brasil SNIT Chile Idemex México Melhor Empresa Júnior no Setor de Geotecnologia Ejeag (UFV) Ejecart (Unesp Presidente Prudente) Geoplan Jr (Unesp Rio Claro) Labgis Jr (UERJ) UniSigma (IFPB) Empresa mais Lembrada Distribuidora de Imagens de Satélites Astrium Geo Brasil Engemap Engesat Santiago & Cintra Consultoria Space Imaging Brasil Empresa mais Lembrada Distribuidora de Software para Processamento de Imagens AMS Kepler Imagem Santiago & Cintra Consultoria Sisgraph Sulsoft Empresa mais Lembrada de Mapeamento Base Engefoto Engemap Esteio Topocart Empresa mais Lembrada Distribuidora de Equipamentos de Geodésia e Topografia Alezi Teodolini CPE Tecnologia Furtado & Schmidt Leica Geosystems Santiago & Cintra Geotecnologias

Empresa mais Lembrada Distribuidora de Software de GIS Geoambiente Globalgeo Imagem Santiago & Cintra Consultoria Sisgraph Empresa mais Lembrada de Desenvolvimento de Soluções CGI/Logica Coffey Cognatis Geoambiente Notoriun Marca mais Lembrada de Imagens de Satélite Alos Astrium Deimos DigitalGlobe RapidEye Marca mais Lembrada de Software de Processamento de Imagens ArcGIS eCognition Envi Erdas Inpho

Marca mais Lembrada de Software Topográfico DataGeosis Geoffice Posição TopoEVN Topograph Marca mais Lembrada de GIS ArcGIS Erdas GeoMedia gvSIG Quantum GIS Melhor Profissional de Marketing Felipe Seabra (Geoambiente) Fernanda Ribeiro (CPE) Fernando Schmiegelow (Sisgraph) Lennon Barbosa (Embratop) Pamela Paiva (Astrium Geo Brasil) Prêmios Especiais Global Spatial Data Infrastructure (GSDI) Comitê Permanente para a Infraestrutura de Dados Geoespaciais das Américas (CP-IDEA) Rede Geoespacial da América Latina e Caribe (GeoSUR)

Marca mais Lembrada de VANTs AGX Gatewing SenseFly Smart Planes XMobots Marca mais Lembrada de GPS Geodésico e Topográfico Geomax Javad Leica Spectra Precision Trimble Marca mais Lembrada de Estações Totais Geomax Leica Nikon Topcon Trimble

1 Daniele Barroca Mara Alves (Unesp Presidente Prudente) 2 Maurício Braga Meira (RapidEye) 3 Cesar Antonio Francisco (Engemap) 4 Leandro Rodrigues (Esri) 5 Emerson Granemann (MundoGEO) 6 Eduardo Kenzo (Google) 7 Franco Ramos (Trimble) 8 Ben Mallen (Trimble) 9 Gustavo Streiff (Santiago & Cintra Geotecnologia) 10 Denny Welch (Topcon) 11 Valéria Araújo (IBGE/CP-Idea) 12 João Bosco Azevedo (IBGE) 13 João Francisco Galera Monico (Unesp Presidente Prudente) 14 Alvaro López (Sisgraph/Hexagon)

15 Rogerio Neves (CPE Tecnologia) 16 Fernanda Ribeiro (CPE Tecnologia) 17 Ana Cristina Lazzaro (Bentley) 18 Izabel Cecarelli (Geoambiente) 19 Iara Musse Félix (Santiago & Cintra Consultoria) 20 Moema José de Carvalho Augusto (IBGE) 21 Eduardo Freitas (MundoGEO) 22 Eduardo Oliveira (Santiago & Cintra) 23 Diogo Nava Martins (Topcon) 24 Vinicius Fillier (Geoplan Jr) 25 Pedro Ivo Gouveia Vilas (Unesp Rio Claro) 26 Eric Van Praag (GeoSUR)

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tutorial

Tutorial ArcGIS Online – Parte 3 Espacialização de dados e geração de Dashboard Geográfico

V Deilson Silva Evangelista Técnico do Sistema ArcGIS, 13 anos de experiência em Sistemas de Informações Geográficas dtsilva@img.com.br

amos dar continuidade às práticas de utilização do ArcGIS Online, plataforma GIS na Cloud, através da terceira parte do Tutorial. Nesta parte falaremos de configuração de aplicações web. Para executar as funcionalidades apresentadas no Tutorial ArcGIS Online parte 3 é necessário possuir uma assinatura do ArcGIS Online. Ainda não tem? Acesse: http://arcgis.com e faça a sua!

Configuração de aplicações com ArcGIS Online Sabe aqueles dias que você precisa compartilhar informações com diferentes tipos de usuários? Quando você quer fazer com que a informação gerada em seu ArcGIS for Desktop esteja disponível para membros de sua equipe, para profissionais ou cidadãos? Chegou o momento de fazer isso, de forma simples e eficaz. Vamos executar cinco passos para configurar três aplicações em: JavaScript, Flex e Silverlight.

Criação de produtos de informação • Abra seu navegador web e acesse sua conta de ArcGIS Online através do endereço arcgis.com • Acesse seus conteúdos e veja o mapa que você acabou de publicar! Veja como ficou o meu

Geração e publicação de mapas, tudo começa aí! Você pode usar seu próprio conteúdo geográfico. Para este tutorial, usaremos os dados de municípios do Brasil disponíveis no site do IBGE. Acesse http://goo.gl/X6vVvp. Importante: Você precisará do ArcGIS for Desktop 10.1 para executar os próximos passos: • Crie e salve seu projeto com o ArcMap • Clique no menu File » Sign In e insira as credenciais de sua conta do ArcGIS Online for Organization • Clique no menu File » Share as para abrir a janela Share as Service • Escolha a opção Publish Service • Choose a Connection e aponte para sua conta de ArcGIS Online • Nomeie seu serviço e clique em next • Clique em Capabilities. Deixe marcada somente a opção Feature Access • Clique em Item Description para descrever seu serviço. Inclua no item Tags a palavra: MundoGeo. Clique em Publish Seu mapa está sendo enviado para sua conta de ArcGIS Online. Veja a figura a seguir do meu mapa. Meu processo de publicação terminou.

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• Clique em Adicionar, digite Brasil na caixa Localizar e clique em Ir. Você verá uma camada chamada Manifestações no Brasil. Inclua essa camada em seu mapa e coloque-a acima de seu mapa (você verá os pontos em vermelho) • Clique em Salvar e defina: os itens como na figura abaixo

• Clique em compartilhar e dê permissão a Todos (público)

Configuração de template em JavaScript • Com a caixa Compartilhar aberta, clique em Criar um Aplicativo da Web • Escolha um template em JavaScript disponível no ArcGIS Online. Eu escolhi o primeiro template: Alerta de Tempo • Clique em Publicar e inclua um título para sua aplicação


• Agora clique em Meu Conteúdo para compartilhar sua aplicação. Olhe como ficou a minha

Extensão do Mapa • Defina a Extensão de seus Mapas operacionais • Configure Widgets (funcionalidades), Layout e clique em visualizar • Para finalizar, clique em concluído. Veja minha aplicação abaixo

Perceba que, ao clicar nos pontos vermelhos, você recebe um pop up sobre as manifestações que contém o número de manifestantes e um foto.

Criação de aplicações com Flex Para criar uma aplicação em ArcGIS Viewer for Flex, primeiro passo é realizar o download do mesmo em http://goo.gl/aVFOqd. Você precisará de uma conta Global da Esri. Cadastre-se! Ambos são gratuitos: o cadastro e o download. Verifique se você possui os pré-requisitos, tais como: Adobe Air, IIS, etc.. Se preferir, você pode baixar a versão em português. • Após instalação, abra o ArcGIS Viewer for Flex • Clique em Criar Novo Aplicativo, dê um nome a seu aplicativo e clique em Criar

• Clique em Entrar (na parte superior do Viewer), insira suas credenciais da conta de ArcGIS Online • Clique em Mapas Base e Camadas Operacionais • Veja que seus mapas provenientes do ArcGIS Online, podem ser adicionados a sua aplicação • Insira os mapas mais adequados às suas necessidades. Eu fiz da seguinte forma: Mapa Base Mapa base apresentados: Topográficos Camadas Operacionais • Clique em ArcGIS for Server e digite: http://goo.gl/Ofxf1W • Clique na pasta Censo e escolha os mapas mais adequados a sua demanda. Veja a figura abaixo

Criação de aplicações com Silverlight Para criar uma aplicação em ArcGIS Viewer for Silvelight, o primeiro passo é realizar o download do mesmo em http://goo.gl/RSmvtk. Você precisará de uma conta Global da Esri. Cadastre-se! Ambos são gratuitos: o cadastro e o download. Verifique se você possui os prérequisitos, tais como: Silverlight, IIS, etc.. Se preferir, você pode baixar a versão em português. • Após a instalação, abra o ArcGIS Viewer for Silverlight através de seu navegador web • Clique em Criar Novo Aplicativo, dê um nome a seu aplicativo e clique em Criar • Clique em Entrar (na parte superior do Viewer), entre com suas credenciais da conta de ArcGIS Online • Pesquisar e digite mundogeo • Acesse o mapa que você criou e compartilhou no ArcGIS Online • Clique em abrir e defina as ferramentas e layout aderentes a suas necessidades. Veja minhas opções na figura abaixo

• Após definir tudo, clique em Implantar • Defina um nome para sua aplicação e clique em OK Pronto!!! Em cinco passos mostramos como criar um mapa no ArcGIS for Desktop, publicar no ArcGIS Online e configurar três aplicações: JavaScript, Flex (Adobe Air) e Silverlight. Promoveremos um webinar para que possamos fazer juntos cada ação apresentada nos tutoriais 1, 2 e 3. Fique ligado nas comunicações da MundoGEO!

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MUNDO GEO


CONECT 2013


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CONECT 2013


Passo a Passo

Por dentro do Google Earth - Parte 4 Veja como carregar arquivos shp, aplicar templates e associar atributos

N Arlete Aparecida Correia Meneguette Engenheira cartógrafa (Unesp), PhD em fotogrametria (University College London). Docente e pesquisadora do Departamento de Cartografia da Unesp Campus de Presidente Prudente arletemeneguette@gmail.com

as edições anteriores da Revista MundoGEO demonstramos como obter a licença do Google Earth Pro válida por sete dias (http://goo.gl/a640Si) e como baixar arquivos do site do IBGE. Você já deve ter criado no Google Earth Pro uma pasta denominada “Arquivos SHP do IBGE,” para a qual importou o arquivo que representa as mesorregiões do Estado de São Paulo. No momento da importação, uma mensagem foi exibida questionando se você desejava aplicar algum modelo aos recursos absorvidos e você clicou em Não, sendo assim foi necessário digitar o nome de cada uma das mesorregiões paulistas no painel à esquerda. Desta vez vamos importar um arquivo shp que representa as mesorregiões do Estado do Mato Grosso do Sul, aplicar um template de estilo e demonstrar duas possibilidades de associação de atributos.

Obtendo os arquivos shp Os arquivos shp de malhas relativas às quatro Unidades da Federação (Pará, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul), onde foram emancipados cinco novos municípios, foram modificados a partir de 2013. Para obter conteúdo oficial e confiável para exibir no Google Earth Pro, entre no site do IBGE em http://goo.gl/2xZn47 e escolha malhas_digitais » municipio_2013. Neste tutorial vamos utilizar os dados disponibilizados para o Estado do Mato Grosso do Sul, portanto baixe para seu computador o arquivo “ms.zip”, descompacte-o e observe que na pasta “ms” você terá acesso a arquivos das extensões shp, shx, prj e dbf. O Google Earth Pro importa arquivos shp desde que haja arquivos prj correspondentes, os quais informam qual sistema de projeção e datum foram adotados. Considerando que o Estado do Mato Grosso do Sul tem geocódigo 50, todos os nomes dos arquivos iniciam com esses numerais, em seguida vem duas letras, indicando tratar-se de: Unidades da Federação (UF), Municípios (MU), Mesorregiões (ME) e Microrregiões (MI). A escala é compatível com 1:250.000 sem supressão de pontos, estando em coordenadas geográficas e referenciadas ao Sirgas 2000, portanto, compatíveis com o Google Earth, que adota WGS84.

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Importando arquivos shp e aplicando um template Faça login no Google Earth Pro e observe que há duas opções associadas com “Lugares”, uma delas é “Meus lugares” e a outra é “Lugares temporários”. Note que abaixo de “Meus lugares” aparecem as pastas criadas nos tutoriais anteriores. Clique em Arquivo » Importar. Indique o caminho onde você salvou seus arquivos baixados do site do IBGE. No canto inferior direito da janela flutuante exiba a lista suspensa de todos os tipos de arquivos que podem ser importados para o Google Earth Pro, escolha ESRI Shape (shp). Observe que agora todos os arquivos shp são listados, clique sobre o arquivo “50MEE250GC_SIR”, que representa as Mesorregiões do Estado do Mato Grosso do Sul. Este arquivo foi escolhido como demonstração, tendo em vista que o Google Earth Pro na versão de avaliação restringe o número de elementos que podem ser importados, algo que não ocorre na versão completa (seja ela paga ou educacional). Quando for mostrado um aviso questionando se você deseja aplicar um template de estilo, clique em Sim. Em seguida será exibida uma caixa de diálogo na qual é possível escolher criar um novo template ou abrir um template existente. Escolha criar um novo e clique em OK. Note que serão exibidas na caixa de diálogo quatro abas, associadas com Nome, Cor, Ícone e Altura. Observe que os dados importados do arquivo shp são mostrados na caixa de diálogo. Na aba Nome selecione a partir da lista suspensa qual atributo será associado ao nome do marcador a ser exibido no Google Earth Pro. Escolha CDGEOCODME e note que tal atributo fica destacado na tabela. Agora clique na aba Cor. Há três opções a escolher: “selecionar a cor a partir de um campo”, “usar uma única cor” e “usar cores aleatórias”. Escolha a terceira opção. Clique em OK e o Google Earth Pro salvará o arquivo 50MEE250GC_SIR.kst, que contém o template de estilo. Aceite a sugestão de caminho clicando em Salvar. Exiba os dados importados, bem como o layer de Limites para melhor contextualização. Note que no painel à esquerda são listados os geocódigos das mesorregiões sul mato-grossenses.


Vamos demonstrar como gerar o mesmo mapa, mas desta vez escolhendo outro atributo que será associado ao nome do marcador a ser exibido no Google Earth Pro. Para tanto, clique novamente em Arquivo » Importar e indique o caminho onde está o arquivo “50MEE250GC_SIR.SHP”. Um aviso será mostrado, questionando se deseja recarregar o mesmo arquivo e perder as alterações feitas anteriormente. Clique em Sim. O aviso questionando se você deseja aplicar um template de estilo será mostrado. Clique em Sim. Na caixa de diálogo escolha criar um novo template e clique em OK. Mais uma vez será exibida a caixa de diálogo, sendo que na aba Nome, selecione a partir da lista suspensa qual atributo será associado ao nome do marcador a ser exibido no Google Earth Pro. Escolha NM_MESO e note que tal atributo fica destacado na tabela. Agora clique na aba Cor e escolha “usar cores aleatórias”. Clique em OK e o Google Earth Pro salvará o arquivo 50MEE250GC_SIR.kst, que contém o template de estilo. Aceite a sugestão de caminho, clicando em Salvar. Quando for mostrado o aviso informando que o arquivo já existe e questionando se deseja substituí-lo, clique em Sim. Exiba os dados importados, bem como o layer de Estradas para melhor contextualização. Note que, no painel à esquerda, são listados os nomes das mesorregiões sul mato-grossenses. Renomeie “50MEE250GC_SIR.shp” para “Mesorregiões do Estado MS”. Arraste e salve seus resultados em “Meus lugares”, na pasta “Arquivos SHP do IBGE”, e exiba as subpastas descendentes. Analise o resultado mostrado no navegador 3D e observe que as cores podem ser diferentes das mostradas neste tutorial, pois estão configuradas para serem aleatórias.

Exiba os limites dos municípios simultaneamente para verificar as alterações que ocorreram de 2010 para 2013. Para saber quais são os novos municípios emancipados, leia o arquivo disponibilizado pelo IBGE em http://goo.gl/ZjGdTc, onde é possível constatar que o novo município denominado Paraíso das Águas (geocódigo 5006275) causou alteração de área em três outros: Costa Rica (geocódigo 5003256), Chapadão do Sul (geocódigo 5002951) e Água Clara (geocódigo 5000203). Para saber qual é o perímetro e qual é a área de Paraíso das Águas, você pode clicar com o botão direito do mouse sobre o nome do município e depois em Propriedades. Na caixa de diálogo, clique na última aba e escolha as unidades desejadas (km e km2, por exemplo). Observe a sintaxe exibida e note que é necessário também renomear alguns dos municípios para que a acentuação e os caracteres especiais sejam mostrados corretamente.

Seguindo as orientações dos nossos tutoriais de Google Earth Pro publicados anteriormente na Revista MundoGEO, você poderá gerar seu mapa com outras cores e porcentagens de opacidade, além de inserir título, fonte dos dados, legenda, norte e escala gráfica. Ao invés de mostrar a imagem de satélite com as cores originais, você pode optar por tons de cinza ou cores esmaecidas no plano de fundo. Compartilhe seu mapa personalizado no Google+ ou capture a imagem e publique em suas redes sociais.

Comparando dados e fazendo medidas Adote os mesmos procedimentos demonstrados neste tutorial para importar os dois arquivos “50MUE250GC_SIR.shp”, que representam os municípios sul mato-grossenses nos anos 2010 e 2013. Renomeie os layers como “Municípios MS 2010” e “Municípios MS 2013” para evitar confusões futuras. Altere as propriedades de apresentação visual para facilitar a comparação das representações vetoriais multitemporais. Uma sugestão é mostrar os limites como linhas, ao invés de preencher os polígonos dos municípios. Neste tutorial as linhas em vermelho correspondem aos municípios de 2010 e as linhas em branco representam os municípios de 2013. MundoGEO 73 | 2013

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+trends

Resolvendo o paradigma da pirâmide Os desafios da integração de dados em múltiplas escalas às IDEs

D Silvana Camboim Professora de Banco de Dados Geográficos e SIG no Departamento da Geomática da UFPR. Engenheira Cartógrafa e doutora em Ciências Geodésicas pela UFPR, com mestrado em Gestão Ambiental pela Universidade de Nottingham, Reino Unido, e MBA em Gerenciamento de Projetos pela FGV. Coordenadora do nó da UFPR da rede ICA/OSGeo Labs. Coordenadora do Grupo de Trabalho de Normas e Padrões do Cinde/Concar silvanacamboim@gmail.com

[...] o paradigma da pirâmide não parece espelhar de forma exata o desenvolvimento das IDEs em níveis diferentes. 38

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esde que o professor Abbas Rajabifard, em conjunto com outros pesquisadores da Austrália, publicou em 2000 o artigo “Das iniciativas de IDEs locais às globais: uma pirâmide de blocos de montar” (tradução livre), se consolidou como o paradigma para a integração de IDEs em diversos níveis uma pirâmide, em cuja base ficam as IDEs corporativas, que se uniriam em iniciativas locais, estaduais, nacionais, regionais até uma formar uma estrutura global. A ideia era bastante original e contribui significativamente para a visão de que estruturas padronizadas podiam comunicar-se e formar associações mais amplas. Tal raciocínio foi adotado no Plano de Ação da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE) no Brasil, através do planejamento da execução escalonado em ciclos, sendo o primeiro para atores federais, o segundo para estaduais e o terceiro para os demais. No entanto, diversas novas possibilidades surgiram ao longo dos 13 anos que nos separam da publicação do artigo. A difusão do mapeamento voluntário, o movimento para consolidação de dados governamentais abertos, e até mesmo a ampliação do uso e desenvolvimento de ferramentas livres contribuíram para um cenário no qual o paradigma da pirâmide não parece espelhar de forma exata o desenvolvimento das IDEs em níveis diferentes. Tomemos como exemplo a implementação da INDE: na prática, algumas instituições federais estão com a adesão, a produção e a disseminação de dados a pleno vapor, enquanto outras ainda estão se capacitando para poder se integrar à iniciativa. Adicionalmente, as instituições, mesmo federais, não atuam apenas em Brasília, onde de forma geral ficam suas instâncias de gestão mais altas, mas também se distribuem em todo território nacional, em agências, escritórios, unidades estaduais, entre outras estruturas administrativas. É essa capilaridade que desafia os órgãos e os igualam aos demais entes federativos na tentativa de uniformizar padrões e descentralizar o conhecimento para que a informação seja mesmo produzida de forma distribuída e compatível com as normas adotadas. Por outro lado, há municípios, estados, regiões metropolitanas, que já possuem todo o arcabouço tecnológico para aderir à INDE. Portanto, não há razão para esperar que o ápice da pirâmide esteja implementado completamente para que seja sistematizada a forma de adesão de novos atores, com suas peculiaridades. O momento atual sugere não mais um modelo de pirâmide, mas o de uma rede de informação, onde dados de diferentes escalas, produzidos por agentes dispersos, possam ser integrados em uma plataforma única e aberta para o benefício da sociedade.

As bases cadastrais, por exemplo, são as mais ricas fontes de informação sobre o ambiente urbano. No entanto, é nesta escala que as normas e padrões são mais heterogêneos, ou inexistentes, e são as instituições que trabalham com estes dados as que encontram maiores dificuldades quanto à capacitação de seus técnicos e ao compartilhamento de dados. Os esforços da comunidade devem se voltar para que as pontas da rede - ou se preferir o paradigma anterior, a base da pirâmide - seja fortalecida a ponto de garantir IDEs mais consolidadas, eficientes e disponíveis para múltiplos usos. As bases digitais de referência passam a ser vistas não mais como um único produto a ser atualizado por uma instituição em datas que variam de acordo com o cronograma de investimento, mas sim como um conjunto de dados produzido por diversas fontes. Assim, por exemplo, os limites de unidades de conservação seriam atualizados diretamente pelo órgão ambiental responsável pela área. De forma análoga, pode-se proceder quanto aos limites municipais, através dos órgãos estaduais competentes ou quanto às estradas, recebendo dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), concessionárias e outros órgãos estaduais e municipais, dentre outros vários exemplos. Em termos de pesquisa e inovação, tal integração nos coloca vários desafios. Um deles é reforçar o estudo sobre generalização cartográfica e modelagem de dados em escalas diversas, de forma que dados atualizados em níveis mais detalhados possam compor bases de dados mais gerais, evitando a duplicação de esforços e custos de novos levantamentos. Outra grande questão que surge da integração de bases diversas é a documentação da qualidade de dados, para que seja possível a decisão da utilização ou não de determinado produto de acordo com a necessidade do usuário. Ferramentas com este objetivo já existem, como por exemplo para a IDE europeia (Inspire) que permitem, entre outras funções, a validação de bases de forma semi-automatizada. Vale a visita no site www.inspireservices.eu/inspire-services para conhecer esse e outros webservices disponíveis. Em resumo, as interferências e leituras do espaço geográfico acontecem de forma dispersa por atribuição legal ou necessidades específicas de diversos atores. A adoção da atualização dos dados o mais próximo do local onde os fenômenos acontecem poupa custos e o acúmulo de erros, e o compartilhamento descentralizado destas informações à rede proporciona uma infraestrutura de dados mais plural, dinâmica e participativa.


cpe tecnologia

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FLORESTAL

Flora Mapeada Sistema de Informações Florístico-Florestais de Santa Catarina

A

iniciativa para realização do Inventário Florístico-Florestal de Santa Catarina (IFFSC) partiu do

Governo do Estado, demandada pela Resolução 278 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), de 24 de maio de 2001, que trata da proibição da

Joelma Miszinski Analista de Sistemas – Especialista em Desenvolvimento Web e Gerenciamento de Projetos. Epagri/Ciram Tecnologia da Informação e Comunicação joelma@epagri.sc.gov.br

exploração e do corte de espécies ameaçadas de extinção do Bioma Mata Atlântica. Para atender à resolução, foi necessário inventariar as condições e o status de conservação das florestas nativas de Santa Catarina. Os levantamentos de campo foram finalizados em 2011 e as instituições Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão de Santa Catarina (Epagri), Universidade Regional de Blumenau (Furb) e Universidade Federal e Santa Catarina (UFSC) foram responsáveis pela execução das diferentes metas do projeto: digitalização e integração dos acervos dos herbários catarinenses; inventário dos remanescentes florestais; diversidade genética de deter-

Juliana Mio de Souza Engenheira Cartógrafa, Mestre em Cadastro Técnico Multifinalitário. Epagri/Ciram - Geoprocessamento julianasouza@epagri.sc.gov.br

minadas espécies; levantamento socioambiental; e desenvolvimento dos sistemas de informações florístico-florestais. O Sistema de Informações Florístico-Florestais de Santa Catarina (SIFFSC) é resultado da meta sob responsabilidade da Epagri/Ciram, na qual os objetivos foram organizar, armazenar, integrar, recuperar e disponibilizar os dados levantados em campo. O Sistema de Mapas para Web é de acesso público e o Sistema Visualizador de Informações Florestais (Vinflor) é de acesso a pesquisadores, técnicos e gestores públicos. Ambos estão disponíveis por meio do site do projeto.

Portal O “Portal do Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina” é uma ferramenta de apoio informacional na qual a comunidade acadêmica, pesquisadores e a sociedade em geral acessam conteúdo com qualidade, bem como documentos informativos sobre vários temas relacionados ao projeto. O acesso ao portal do IFFSC pode ser efetuado no endereço www.iff.sc.gov.br.

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Portal do IFFSC

O conteúdo é frequentemente atualizado com informações enviadas pelos integrantes do Projeto em forma de notícias, fotos, relatórios e informações gerais.

Sistema de Mapas para a web As informações disponíveis para acesso público foram definidas em reuniões com as equipes dos levantamentos. Para a implementação do sistema de mapas para a web foram utilizados uma base de dados geográficos (dados associados à sua localização na superfície – mapas), uma base de dados alfanuméricos (tabelas), fotografias e relatórios resultantes dos levantamentos de campo. Para armazenamento e gerenciamento dos dados foi utilizado o Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGDB) Oracle 11g e, para edição dos dados, elaboração dos serviços de mapas e desenvolvimento da aplicação web, um pacote de solução da Esri, GIS Server Standard, ArcGIS Desktop (versão 10) e Flash Builder. A partir do levantamento de requisitos foi definida a estrutura de modelagem do banco de dados geográficos (onde, por meio dos códigos – campo numérico –presentes tanto nas geometrias quanto nas tabelas, é garantido o relacionamento geometria-tabelas), bem como as funcionalidades do sistema. Para tanto, a modelagem dos dados e a implementação foram baseadas em conceitos de SIG, Cartografia Multimídia e WebGIS.


espécies consideradas a priori como ameaçadas de extinção. Para desenvolver o sistema de acesso restrito via web, foi adquirido o software QlikView, que é uma plataforma de Business Intelligence (BI), de análise associativa in-memory que combina e integra os dados, possibilitando que os usuários o explorem livremente, obtendo respostas rápidas e representativas. O sistema compreendeu o desenvolvimento de uma tela chamada Dashboard, onde são apresentadas análises qualitativas da floresta com informações, em forma de gráfico, da qualidade das árvores e seus fustes, os estádios da floresta, entre outras análises. São apresentadas também análises quantitativas, em forma de tabela, do total de pontos amostrados de cada meta, das plantas medidas, das espécies encontradas, das espécies armazenadas no herbário da Furb, dos questionários socioambiental aplicados, entre outros.

Tela inicial do sistema – Dashboard

Funcionalidade Identificar e Funcionalidade Busca Avançada

Todas as informações estão disponíveis para download (tabelas, gráficos, relatórios e fotografias) e para impressão dos resultados das consultas em forma de tabelas e mapas.

Sistema Visualizador de Informações Florestais Atualmente, o banco de dados alfanumérico do IFFSC armazena informações de aproximadamente 162 mil plantas avaliadas nas 440 Unidades Amostrais (UA), 16 mil plantas coletadas e armazenadas no herbário da Furb, 777 questionários do levantamento socioambiental e resultados da análise de 19 sistemas isoenzimáticos de 13

Além das informações integradas no Dashboard, o sistema disponibiliza informações específicas de cada meta de trabalho, que podem ser acessadas pelos botões nomeados com a descrição das respectivas metas. Foram inseridos filtros de consultas por unidades espaciais (município, microrregião, mesorregião, região fitoecológica, bacia e região hidrográfica), família e espécies. O Vinflor é uma ferramenta de uso restrito aos pesquisadores do IFFSC. Ele oferece a esses usuários possibilidades de executarem buscas, filtragens e cruzamento dos dados para subsidiar projetos e políticas públicas para uso sustentável das florestas.

A U S P

C I L UB

E D A ID

1/3 assinatura

Os sistemas de mapas para a web oferecem, além das funcionalidades básicas de exploração, exibição de layers (camadas), navegação e pesquisa de atributos, uma série de operações específicas de um sistema de informação geográfica. O sistema possui funcionalidades como: identificar, busca avançada, imprimir, marcador, desenhar e medir, localizar por coordenadas, lista de camadas com legenda dinâmica e transparência; funcionalidades básicas para navegação (zoom mais, zoom menos, pan), escala gráfica e visão geral, acesso aos mapas – índices e mapas-base – arruamento, imagem e topografia . A funcionalidade “Identificar” apresenta as informações que descrevem aquela unidade espacial, as fotografias e os documentos. Já a funcionalidade “Busca avançada” permite consultar, por exemplo, em quais bacias hidrográficas há ocorrência de Araucária, bem como consultar as tabelas de informações de campo.

I U AQ MAIS DE

50 MIL LEITORES

Agradecimentos As autoras agradecem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), que financiou o Projeto.

comercial@mundogeo.com 73 | 2013 41 +55 MundoGEO 41 3338 7789


Tecnologia da informação

TI+GEO Um choque entre dois mundos para estudar melhor um

N José Augusto Sapienza Ramos Coordenador Acadêmico do Sistema Labgis. Professor do Departamento de Geologia Aplicada da Faculdade de Geologia da UERJ. Formação na área de Engenharia e Ciência da Computação, atua há mais de 12 anos na área de Geotecnologias com pesquisa, ensino e consultoria sapienza@labgis.uerj.br

Seria soberbo achar que uma área de formação, isoladamente, teria todos os instrumentos necessários para desvendar o espaço geográfico. 42

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a história da ciência sempre perseguimos o conhecimento, fitando muitas vezes sobre aquilo que estava à nossa volta. Nesta epopeia, o fator geográfico é inexorável. Não por outro motivo que a expressão “à nossa volta” aparece já na primeira frase. Na sociedade da Grécia antiga até a atual em crise econômica profunda, a ciência foi segmentada conforme o conhecimento especializava-se. Temos, hoje, um quase incontável grupo de áreas do saber, onde se estruturam os cursos técnicos e superiores de nosso sistema de educação moderno. Isso trouxe um desafio aos acadêmicos e gerentes de empresas: realizar o movimento oposto e juntar os profissionais formados em diferentes áreas do conhecimento em torno de uma mesma atividade profissional. A linguagem de cada área do conhecimento se especializou a um nível que a conversa técnica interdisciplinar virou um obstáculo. Nas áreas das Geotecnologias é fundamental ser multidisciplinar e os profissionais dessas áreas flertam cada vez mais com conhecimentos além daqueles de sua formação acadêmica. Seria soberbo achar que uma área de formação, isoladamente, teria todos os instrumentos necessários para desvendar o espaço geográfico. Já virou jargão o termo “Era da Informação”, na qual estaríamos hoje. Alguns textos defendem que estamos um passo à frente, e que hoje vivemos na “Era da Conexão”. Seja o termo que a história vai cunhar em seus livros daqui a alguns anos, o fato é que a tecnologia, hoje, faz que algumas pessoas dos grandes centros sintam mais falta de internet do que da televisão ou mesmo de outros serviços mais básicos. As empresas estão digitais e utilizam os computadores em praticamente toda a sua cadeia de negócio. Assim, estas máquinas assumem papel de protagonistas quando se trata de informação, inclusive geográfica, e resulta com que os profissionais mais especializados precisem aspirar às técnicas de computação. Convencionou-se chamar de Tecnologia da Informação (TI) o conjunto de soluções computacionais que visam o trabalho com a informação. Apenas para ficar em dois exemplos de como as Geotecnologias e a Computação estão inseparáveis, não há como pensar atualmente em um Sistema de Informações Geográficas (SIG) sem computadores ou uma imagem digital de um sensor remoto imageador sendo trabalhada apenas em papel. Uma vez que o diálogo interdisciplinar não é simples, ocorrem dois movimentos dentro das equipes de projetos em Geotecnologias: estas equipes comumente contam com profissionais de TI; e os pro-

fissionais especializados nos softwares específicos de Geotecnologias, geralmente formadas na área de Geociências, buscam se interar de assuntos como banco de dados, programação de script, servidores, entre outros. É um choque entre dois mundos, que ficou conhecido pelo termo TI+GEO. Da mesma forma que hoje, infelizmente, os profissionais de geociências e afins no geral não possuem, nas suas graduações, uma formação extensa nos temas das Geotecnologias, o profissional graduado em computação não recebe uma formação focada para as mesmas, a citar: banco de dados geográficos, geometria computacional e estruturas de otimização específicas. A mesma dificuldade de formação em nível de graduação em Geotecnologias que a parte “GEO” possui, é também encontrada na parte “TI”. Por outro lado deste cenário, a comunicação entre essas duas áreas só é possível caso uma área entenda o mínimo das técnicas e conceitos da outra. É salutar, nesse contexto, que um profissional de TI consiga realizar, ou ao menos entender, uma análise espacial ou alterar um datum planimétrico e que um profissional de geociências ou afins consiga montar um script básico ou construir um pequeno banco de dados. Evidentemente as atividades técnicas avançadas ficam aos respectivos especialistas. Alguns leitores podem ter pensado: mas por que não formar um profissional que agregue as duas especialidades em uma mesma graduação, por exemplo? A resposta não é simples, pois envolve todo um processo de ensino superior já cristalizado em grades de disciplinas mastodônticas. O aluno aprende uma coleção de matérias na sua formação, porém com a ligação entre os conteúdos de maneira fraca ou inexistente. A primeira pergunta seria se, em quatro ou cinco anos, é possível formar um profissional com competências em duas áreas hoje tão distintas. Ou se o estudante absorveria essas competências parcialmente e complementaria a formação após a graduação. Podemos questionar também se a graduação é o espaço para tal formação. Porém este assunto fica para outro artigo. A necessidade de ser multidisciplinar para estudar o espaço geográfico, a dificuldade exatamente nesta interação de disciplinas e a importância que a Tecnologia da Informação assume hoje nas empresas, faz com que o tema TI+GEO seja rico de abordagens a fim de promover a aproximação entre as áreas, seja nos termos técnicos, seja em uma instrumentalização de uma área pela outra. Este desafio já faz parte do cotidiano de muitas empresas e profissionais.


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METEOROLOGIA

Eumetcast Imagens orbitais de altíssima resolução temporal são disponibilizadas em tempo real

A Humberto Alves Barbosa Doutor em sensoriamento remoto (PhD) pela Universidade de Arizona. Professor da Universidade Federal de Alagoas, onde coordena o Laboratório de Processamento de Imagens de Satélites. Experiência nas áreas de meteorologia e sensoriamento remoto, com ênfase no sistema vegetação-clima-atmosfera. Coopera com a Eumetsat no âmbito da Eumetcast Brasil, através da atividade de treinamento e difusão de conhecimentos barbosa33@gmail.com

INFO: Relatório final Sageo, 2012 www.lapismet.com

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s universidades desempenham um importante papel na investigação e na formação acadêmica no campo das aplicações espaciais. A atual disponibilidade de dados ambientais nas universidades brasileiras é ainda insuficiente para permitir e apoiar a tomada de decisão em questões ambientais ao nível regional. Neste aspecto, há vários projetos, instituições acadêmicas, centros e redes nacionais e regionais envolvidos em diferentes aspectos de desastres naturais, para os quais dados de satélites, radares meteorológicos e de observação in situ são utilizados para atingir os seus objetivos específicos. Contudo, há uma crítica falta de informação à escala de planejamento, por exemplo, desde o nível populacional e distrital ao nível nacional, para mapear a vulnerabilidade, produzir mapas de risco de desastres, mapear e avaliar a gravidade da ocorrência de fenômenos hidrometeorológicos (deslizamentos de terra, enchentes, secas, queimadas, etc.). Vale destacar que, nos últimos anos, estudos sobre estes fenômenos hidrometeorológicos apontam para um aumento na frequência, o que pode estar relacionado tanto com as alterações de superfície, principalmente supressão de vegetação, como mudanças climáticas, necessitando, assim, de ferramentas capazes de auxiliar o planejamento territorial e o gerenciamento dos recursos hídricos.

Sistema Eumetcast Os sistemas de monitoramento são imprescindíveis para o conhecimento dos padrões de variabilidade espaço-temporal de tempo e clima. São também ferramentas essenciais para a emissão de avisos e alertas meteorológicos e ambientais. Há, portanto, a necessidade por informação rápida que possibilite uma melhor compreensão no processo de diagnóstico de eventos meteorológicos extremos causados por tempestades severas, nas escalas meteorológicas de curtíssimo e de curto prazo, usando dados acessíveis, confiáveis e que sejam facilmente manipulados. Um exemplo desse esforço é o sistema Eumetcast, idealizado pela Organização Europeia para a Exploração de Satélites Meteorológicos (Eumetsat), que possibilita, por exemplo, a difusão de dados das imagens dos satélites Meteosat

Segunda Geração (MSG) com a escala de tempo de 15 minutos. É uma solução eficaz em termos de custos para a maioria das aplicações ambientais. Neste contexto, o sistema tem a capacidade de prover serviços de dados de satélites em locais com escassez de infraestruturas de recepção dos dados.

Cobertura global do sistema Eumetcast e seus subsistemas (Fonte: Lapis) A maioria das universidades brasileiras tem procurado obter formas de acesso facilitado às imagens de satélites, o que explica o interesse pelo sistema de difusão de dados e produtos por meio do sistema Eumetcast. Atualmente, das 50 instituições públicas e privadas de pesquisa e ensino que adotaram o sistema, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), com o apoio da Eumetsat, conecta a rede Eumetcast no Brasil a redes de treinamento, ajudando a fortalecê-la. Entre os benefícios, destaca-se a manutenção reduzida e o baixo custo de operação do sistema, já que não há custos de manutenção da infraestrutura, particularmente da Eumetsat com relação à América do Sul. A tecnologia Eumetcast foi projetada com capacidade suficiente para suportar o tráfego de grandes volumes de produtos de Observação da Terra - por exemplo, longe das grandes cidades -, evitando os altos custos de manutenção de uma rede de conexões à internet. A tecnologia permite o direcionamento independente de arquivos a usuários individuais ou grupos de usuários, possibilitando assim o controle seguro do acesso para cada arquivo e cada usuário.


Equipamentos e softwares usados para montagem da estação do sistema Eumetcast na Ufal (Fonte: Lapis) Atualmente, o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens (Lapis) é o principal responsável pela estação do sistema Eumetcast, no âmbito da Ufal, além de ser responsável pela geração e manutenção do banco de dados de imagens do MSG-1 (Meteosat-8), 2 (Meteosat-9) e MSG-3 (Meteosat-10). Os novos satélites meteorológicos de altíssima resolução temporal, como os MSG mantidos pela Eumetsat, permitem a obtenção de imagens com novas informações meteorológicas com frequência de 15 minutos, o que pode subsidiar uma série de estudos e pesquisas. A distribuição dos dados da Eumetsat é feita pela Eumetcast, utilizando o satélite de telecomunicações NSS-806. O satélite utiliza a Banda C para retransmitir e distribuir arquivos de dados e de imagens usando o padrão Digital Video Broadcast (DVB).

Imagens do sensor Seviri O sensor Spinning Enhanced Visible and Infrared Imager (Seviri) encontra-se a bordo da segunda geração de satélites Meteosat (MSG) e opera um canal no visível de alta resolução espacial, que imageia a um quilômetro, e outros 11 canais - no visível, infravermelho e o vapor d’água - que imageiam a três quilômetros no nadir. O Seviri, que é sensível à radiação visível e termal em diferentes bandas do espectro, é um radiômetro que varre a superfície da Terra, linha por linha, e cada linha consiste em uma série de elementos de imagem ou pixels. Para cada pixel, o radiômetro mede a energia radiativa de uma determinada banda espectral. Essa medição é digitalmente codificada e transmitida para a estação terrena. Várias bandas espectrais do sensor Seviri têm sido selecionadas para as composições coloridas do

tipo Red Green Blue (RGB), visando à obtenção de medidas mais dinâmicas e precisas nas pesquisas de diagnóstico de eventos meteorológicos extremos causados por tempestades severas. Na figura a seguir, observa-se essa situação, com a composição de três bandas RGB cobrindo o intervalo do espectro referente à emissividade - região termal - para uma imagem colorida obtida do Seviri. Nesse exemplo, destaca-se a composição em RGB das diferenças de bandas espectrais IR12.0 – IR10.8 e IR10.8 – IR8.7, que estão associadas aos canais R (Red) e G (Green), seguidas pela banda IR10.8 que está associada ao canal B (Blue). Por utilizar diversas regiões do espectro eletromagnético, a interpretação destas combinações mostra-se complexa, uma vez que depende do fenômeno estudado. As nuvens, o vapor d’água e aerossóis presentes na atmosfera, vegetação e os solos possuem com- Composição RGB às 15:00 UTC, 15 de agosto de 2012 (Fonte: Lapis) portamentos espectrais particularmente diagnósticos nas porções do espectro correspondentes ao visível, infravermelho e termal, que são registradas pelas diferentes composições em RGB. Estas, por sua vez, apresentam características de elevada frequência temporal (15 minutos), permitindo a identificação e o monitoramento do deslocamento e da severidade de fenômenos ambientais. Por exemplo, as composições coloridas RGB são utilizadas para a identificação e o monitoramento do deslocamento e da severidade dos sistemas meteorológicos. A conclusão final é que a implementação do sistema Eumetcast da Eumetsat permitirá às universidades brasileiras o acesso à informação através dos diversos provedores de serviços de dados e de produtos derivados de satélites, como índices de vegetação, temperatura da superfície terrestre, temperatura do topo das nuvens, albedo, etc.. Entre os benefícios, destacam-se a rapidez e a facilidade de implementação desse sistema. O fato é que todos os esforços devem ser feitos para facilitar o acesso à informação nas universidades.

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GEOQUALITY

Competitividade Sustentável Aplicações de inteligência territorial para a gestão estratégica no agronegócio – Parte 1

U

Wilson Anderson Holler Engenheiro Cartógrafo, Esp. (UFPR), Supervisor de equipe na Embrapa Gestão Territorial wilson.holler@embrapa.br

m desafio atual e de extrema importância no posicionamento do Brasil como potência econômica e agrícola é tornar a competitividade, nos diversos elos das cadeias produtivas agropecuárias, mais sustentáveis. Para isso, é necessário desenvolver soluções que respondam a questões ambientais, econômicas e sociais, passando, necessariamente, pela gestão territorial apoiada em geotecnologia. Nesta edição e na próxima, apresentaremos alguns projetos que estão em desenvolvimento e que contribuem para a sustentabilidade na agropecuária, considerando a componente geográfica.

ARAquáGeo

Diego Moraes Tecnólogo em Informática, Msc., Doutorando em Agronomia na FCA/Unesp diegomoraes@fca.unesp.br

Claudio Spadotto Engenheiro Agrônomo, Ph.D. (University of Florida). Gerente Geral da Embrapa Gestão Territorial claudio.spadotto@embrapa.br

Daniela M. Pinto Biblioteconomista, Mestranda em Ciência da Informação na USP. Analista da Embrapa Gestão Territorial daniela.maciel@embrapa.br

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Muito utilizados na agricultura, os agrotóxicos têm a finalidade principal de controlar pragas, doenças, plantas daninhas e garantir a produtividade agrícola. Porém, depois de aplicados em áreas agrícolas, seu comportamento é bastante complexo, podendo atingir a atmosfera, o solo e as águas, bem como diversos organismos que dependem desses recursos ambientais. Modelos matemáticos implementados em softwares têm como principal objetivo simular o comportamento dos agrotóxicos nos diversos compartimentos ambientais, sendo as águas os mais vulneráveis à contaminação. Modelos como o SciGrow e Geneec, desenvolvidos pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, estimam a concentração de um agrotóxico nas águas subterrâneas e superficiais, respectivamente. No entanto, esses modelos não consideram as condições ambientais brasileiras, juntamente com a localização geográfica. É nesse contexto que se insere o ARAquáGeo, importante evolução do software ARAquá, desenvolvido pela Embrapa em parceria com a Unesp e a Fatec e que vem sendo adotado pelo Ibama para a avaliação ambiental de agrotóxicos. Entenda como o ARAquáGeo irá funcionar: • Pontos e suas coordenadas geográficas são definidos, e dados sobre clima, solo e agrotóxico são inseridos • Por meio de cálculos matemáticos apresenta resultados que estimam o nível de contaminação de corpos d’água

• O ARAquáGeo simula e, com sua capacidade geoespacial, permite mapear e gerenciar os riscos ambientais. O ARAquáGeo é uma ferramenta para a gestão territorial da contaminação de recursos hídricos, capaz de estimar as concentrações de agrotóxicos e outros contaminantes, em corpos d’água superficiais e subterrâneos. É o único aplicativo com modelo matemático, desenvolvido para as condições brasileiras e que também leva em conta a localização geográfica. Ele permitirá que as estimativas do risco de contaminação sejam facilmente incorporadas a programas de geoestatística e SIG, para a geração de mapas de risco ambiental da área que está sendo avaliada. Dessa forma será possível observar tanto as estimativas das contaminações, quanto o comportamento espacial das mesmas, o que é de fundamental importância para o uso de agrotóxicos. Os mapas obtidos poderão ser utilizados como subsídios complementares nos mapas de aplicação de agrotóxicos a taxa variável, o que otimiza a agricultura de precisão. O aplicativo ARAquáGeo será uma ferramenta fundamental na avaliação e no gerenciamento agro-ambiental de agrotóxicos, permitindo o planejamento do uso desses produtos e a minimização dos seus riscos ambientais.


ams kepler


VANTS

Quero um VANT: E agora? Saiba como diferenciair os mais diversos tipos de veículos aéreos não tripulados disponíveis atualmente no mercado

O Floriano Peixoto Pesquisador responsável pelo projeto de pesquisa e desenvolvimento de Sis VANTs Albatroz Aerodesign, pré incubado no NINE – Núcleo de Inovação, Negócios e Empreendedorismo da UNISANTA – Universidade Santa Cecília, em Santos – SP florianopeixoto1@hotmail.com

Segundo pesquisa da MundoGEO, a maioria das empresas procura uma solução completa, sempre pensando no resultado final. 48

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uso de Sistemas de Veículos Aéreos Não Tripulados (Sis VANTs) para obtenção de imagens aéreas para as mais diversas aplicações já é uma realidade. Fala-se em Sis VANT, pois trata-se de todo um sistema desenvolvido para operar uma aeronave não tripulada com eficiência e segurança. Existem inúmeras opções no mercado, tanto de equipamentos nacionais como importados. Das mais diversas formas, tamanhos e preços. E não são equipamentos baratos. Por isso não podemos errar na escolha. Mas como fazer para chegar à conclusão de qual deles pode melhor nos atender? Segundo pesquisa da MundoGEO, a maioria das empresas procura uma solução completa, sempre pensando no resultado final. Mas para se chegar a este resultado, tem-se um bom caminho a percorrer. Muita coisa precisa ser analisada e pesada. Um bom começo é determinar o tipo de trabalho a ser desenvolvido com o Sis VANT, que tipo de terreno iremos cobrir, quais as condições para decolagem e pouso das aeronaves, o tamanho das áreas a serem imageadas, a facilidade ou não de acesso a estas áreas, se vamos precisar de imagens georreferenciadas com grande precisão ou apenas saber se determinada área está sendo desmatada, invadida, ou com sua ocupação expandida. Estes fatores irão impactar diretamente no tempo de voo necessário para cumprir cada missão, e isso ajudará a definir qual a autonomia e alcance que seu Sis VANT deverá ter. Com esta primeira informação, já poderemos eliminar uma parcela dos sistemas existentes no mercado. Agora temos que levar em conta outro fator: quanto maior a autonomia e alcance de voo necessário, maior será a aeronave e seu custo de aquisição e operação, e maior o tempo para treinamento da equipe que deverá operar tal sistema. Além disso, quanto maior a aeronave, mais pesada ela é, necessitando de maior distância para pousos e decolagens. Neste ponto vale a pena avaliar se realmente eu preciso de um avião que voe cinco horas ininterruptas, ou

se posso realizar cinco voos de uma hora. É preciso levar em conta que um piloto em terra deverá monitorar todo o tempo em que a aeronave estará no ar. A decisão deve ser tomada analisando-se todos estes fatores e principalmente a missão a ser desenvolvida. Se tenho pista de boa qualidade para decolagem e pouso, se posso operar horas ininterruptas monitorando uma área de grandes dimensões, o que deverá pesar será o custo de aquisição e operação de cada sistema. E, no caso da aerofotogrametria, existe um fator a mais a ser levado em conta: a condição climática, mais especificamente o calor. Com o avançar do dia, o sol vai aquecendo a terra, e dependendo do tipo de solo ele é mais ou menos aquecido. E este calor é irradiado para o ar sobre ele. O ar aquecido, por ser mais leve, começa a subir, gerando colunas de ar ascendente. À medida em que o calor vai aumentando, a velocidade de deslocamento dessas colunas de ar também aumenta. Com a subida do ar quente, uma camada de ar mais frio desce para ocupar o seu lugar. Temos, então, colunas de ar quente subindo e colunas de ar frio descendo, e este movimento gera o que conhecemos como turbulência. Quantas vezes já sentimos o efeito desta atividade térmica em voos comerciais que fizemos, aonde ocorreu turbulência com céu limpo? E nosso VANT também sofrerá o efeito dessa turbulência. Conclusão: para trabalho de aerofotogrametria de precisão não dá para voar o dia inteiro, a não ser que não haja atividade térmica. Continuando com a escolha da aeronave: VANT ou Aeromodelo? Afinal um VANT de pequeno porte e um aeromodelo são tão parecidos, ou será até que não são iguais? A resposta é: não são iguais. A diferença fundamental entre VANTs e aeromodelos está na segurança operacional. Se formos num final de semana a qualquer clube de aeromodelismo, veremos que é comum a perda de aeronaves pelos mais diversos motivos. Por problemas na transmissão ou recepção do sinal de rádio controle, por perda do motor em voo, por quebra ou queima de um dos servos (motor que aciona as superfícies de comando), por falha estrutural e por aí vai.


Os aeromodelos caem. Vão embora por conta própria. Perguntem para qualquer aeromodelista. Podem dizer que cair não tem problema, pois muitos atualmente são feitos de isopor, com motor traseiro e, se atingirem uma pessoa, não causarão nenhum dano. Ledo engano. Experimentem cortar um quadrado de isopor de 5 por 5 centímetros e espessura de 3 centímetros. Subam em cima dele com a ponta de um dos pés. Veremos que ele se achata, mas não completamente. Agora imaginem um avião de isopor pesando meio quilo atingindo alguém, na cabeça, a 200 quilômetros por hora. Pois um aeromodelo ou VANT caindo chega fácil nessa velocidade. Um VANT não pode cair. É projetado para não cair. Mas como faço para distinguir um VANT de um aeromodelo? A melhor maneira de ver se é um VANT ou um aeromodelo é verificar se os seus sistemas de comando, estabilidade, controle e acompanhamento de voo são redundantes e independentes. De nada adianta sistemas duplicados se não são independentes. Em primeiro lugar vamos ver quais superfícies se movimentam em uma aeronave para que ela mantenha um rumo estabilizado ou mude sua trajetória.

Superfícies de comando

Ailerons: responsáveis por inclinar as asas para fazer uma curva / Profundores: fazem com que ela suba ou desça

LEME

Lemes: mudam a direção no eixo perpendicular da aeronave. São usados também para fazer curvas Estes são os comandos primários de voo. Em asas voadoras, as mesmas superfícies de comando fazem as vezes de ailerons e profundores. Para movimentar estas superfícies existem pequenos motores (servos) que acionam braços articulados nelas. A quebra ou queima de um desses motores não é coisa rara. Daí é

preciso que existam pelo menos dois motores para acionar cada superfície de comando. Se um deles queimar, o outro continua trabalhando. Mas se caso houver uma quebra com travamento do motor, ele poderá impedir do funcionamento do segundo.

Servos O travamento de uma superfície de comando, invariavelmente causa a queda da aeronave. O ideal é que existam duas superfícies de comando com um servo em cada uma delas, para fazer a mesma função, e dois receptores de rádio acionando cada um dos sistemas. Em um VANT existe uma placa controladora de voo microprocessada com diversos sensores, que precisa ter redundância. Ou, utilizar duas placas embarcadas com sistema independente, em que o piloto em terra pode passar o comando da missão de uma para outra. Através delas é que a aeronave mantém sua estabilidade independentemente do piloto em solo. Também permite fazer um voo pré programado, com pontos de passagem, decolagem e pouso automáticos. Através de um modem de duas vias, o piloto em solo recebe todos os parâmetros de telemetria do VANT e pode enviar comandos para ele. Os voos de VANT normalmente não são feitos utilizando-se o rádio controle, igual aos dos aeromodelos. Este rádio normalmente é utilizado em situações de emergência, caso o sistema de telemetria e comando fique sem sinal. Esta é a redundância de comando encontrada em um VANT. Mas precisamos também ter redundância no acompanhamento do voo. A telemetria fornece todos os dados para uma tela de computador que está sendo operado pelo piloto. O segundo modo de acompanhamento de voo é através de uma câmera de vídeo online, embarcada no VANT. Em um monitor de TV tem-se a imagem dessa câmera e está se vendo aonde e como ele está voando. Daí temos três sistemas de telecomunicações independentes, com frequências diferentes para comando e acompanhamento de voo. E o sistema deve ser projetado e configurado para abortar a missão automaticamente, em caso de falha em quaisquer desses controles, fazendo com que a aeronave volte para o seu ponto de lançamento ou acione seu para-quedas de emergência. Aeromodelos normalmente não têm para-quedas de emergência, equipamento obrigatório em qualquer VANT. Agora que já vimos os parâmetros que podem nos ajudar a diferenciar um VANT de um aeromodelo, vamos passar a analisar os parâmetros que vão determinar qual o melhor Sis VANT para o nosso trabalho, e como planejar uma missão para que se obtenha o melhor resultado dela. Mas sobre isso vamos falar na próxima edição.

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VANTs & Drones O Grupo Merrick & Company adquiriu o VANT RQ-84Z Areohawk para mapeamento no México A Força Aérea Brasileira (FAB) usou dois VANTs Hermes 450 para monitorar os peregrinos e fazer a segurança do Papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro O Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) do Brasil realizou, em Curitiba, testes com um VANT que poderá ser utilizado em ações de fiscalização A Comissão Europeia publicou um relatório para apoiar o desenvolvimento de Drones no continente, reconhecendo o potencial que o setor pode trazer para a economia e para os cidadãos O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IFBaiano) apresentou um projeto para a utilização de um VANT como apoio ao processo de regularização fundiária na Bahia A polícia do Rio Grande do Sul utilizou um o micro VANT SD6 Spyder XL, desenvolvido pela SkyDrones, para prender suspeitos de tráfico de drogas em Porto Alegre e região metropolitana

Autraliano inventa Drone descartável A equipe de desenvolvimento robótico da Universidade de Queensland, na Austrália, anunciou a criação do primeiro protótipo de um Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) feito a partir de celulose. Desenvolvido pelo Dr. Paul Pounds, o mini-drone foi criado através da impressão de placas de circuitos diretamente em uma folha de papel. Segundo o pesquisador, o uso deste material para a fabricação significa que o drone será biodegradável, leve, aerodinâmico, além de apresentar custo muito baixo para ser produzido. Segundo informações do pesquisador, quando lançados a partir de balões de altitude, os VANTs de papel são capazes de navegar com o vento e podem ser guiados para pousar em qualquer lugar sem nenhuma fonte de energia adicional.

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Europa usa Drone produzido por impressora 3D A Guarda Costeira Europeia conta com uma nova ferramenta em sua luta contra o narcotráfico e contrabando. Trata-se um Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT ou Drone) impresso por uma impressora 3D. O Drone de pequeno porte, chamado 2Seas, tem 1,5 metro de comprimento. Projetado na Universidade de Southampton, a aeronave foi criada para localizar traficantes de drogas ao longo das costas do Reino Unido, Holanda, Bélgica e França. Segundo a Guarda Costeira, o 2Seas é altamente eficiente, com capacidade de voar em missões durante cinco horas e consumir apenas sete litros de combustível, chegando a uma velocidade máxima de 100 quilômetros por hora. Embora seja projetado por uma impressora tridimensional, ele não é inteiramente original. A aeronave é baseada no primeiro Drone feito por uma impressora 3D no mundo, o Southampton University Laser Sintered Aircraft.

Audiência pública discute regulamentação Foi realizada em junho uma audiência pública sobre regulamentação dos Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs) para uso civil, comercial e militar, na Comissão de Relações Exteriores e Defesa do Senado Federal (CRE). A Força Aérea Brasileira (FAB) participou da audiência pública, bem como a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Polícia Federal e Comitê de fabricantes de VANTs da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde). FAB e Anac vêm trabalhando na regulamentação do uso militar e civil dos VANTs. Representantes dos dois órgãos afirmaram que grupos técnicos dedicam-se à construção das normas e que regras iniciais já começam a ser adotadas. Para 2014 está prevista a publicação de um manual sobre o uso do equipamento, e um cronograma de ações foi definido até 2018, com a questão da segurança como prioridade.

VANT Gaivotão A Albatroz Aerodesign, desenvolvedora de Sistemas de Veículos Aéreos Não Tripulados (Sis VANTs) de baixo custo, lançou durante o MundoGEO#Connect LatinAmerica 2013 o Gaivotão, uma aeronave desenvolvida especialmente para serviços de aerofotogrametria. Com sistemas duplicados e independentes, o controle de voo pode ser feito de duas maneiras: completamente autônomo ou remotamente pilotado. Segundo a Albatroz, o VANT pode ser modificado para receber câmeras e sensores de maiores dimensões. INFO www.albatrozaerodesign.com.br


Sistema laser de batimetria em VANT A Riegl Laser Measurement Systems, empresa desenvolvedora de equipamentos e soluções laser, juntamente com a Applanix Corporation, empresa de produtos e soluções para mapeamento móvel, anunciaram que o AP50, um sistema GNSS inercial da Applanix, foi integrado com sucesso ao VQ820-GU, um sistema batimétrico de laser scanner aerotransportado da Riegl. A tecnologia foi embarcada num Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) Schiebel Camcopter S-100. O sistema VQ-820-GU da Riegl foi projetado especificamente para o levantamento de fundos marinhos, sendo adequado também para levantamentos hidrográficos e aerogeofísicos. A bordo do VANT o sistema é o único capaz de fazer levantamentos específicos e gerar dados de áreas que podem ser perigosas para aviões pilotados ou patrulhas terrestres.

Anac concede primeiro certificado para VANT privado e civil A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) emitiu, no dia 29 de maio, o primeiro Certificado de Autorização de Voo Experimental (Cave) para um Veículo Aéreo não Tripulado (VANT) para empresa privada no Brasil. Com isso, a XMobots, responsável pelo desenvolvimento do VANT Nauru 500, passa a ser a única empresa privada do país autorizada pela Anac a fazer voos experimentais voltados à pesquisa e desenvolvimento com VANTs. “Esse é o primeiro passo que uma empresa fabricante de VANTs precisa dar para atingir o objetivo de operar comercialmente os aviões. Com esse Cave de Pesquisa e Desenvolvimento, nosso objetivo é continuar aprimorando o equipamento e, ao mesmo tempo, demonstrar para a Anac o seu nível de confiabilidade”, explica o diretor da empresa, o engenheiro Fábio Henrique de Assis. O primeiro VANT civil de uma empresa brasileira apto a voar no país começou a ser desenvolvido pela XMobots no início de 2012. Para conseguir a certificação, a empresa desenvolveu para o Nauru um sistema que, caso o avião perca a conexão com o piloto em terra, a aeronave retorna e pousa sozinha em um ponto previamente determinado. Além disso, o VANT possui um paraquedas acoplado.

XMobots lança VANT automático

A XMobots, empresa com sede em São Carlos (SP), lançou no mercado seu primeiro Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) com decolagem e aterrissagem automáticas. O Echar foi apresentado na feira do MundoGEO#Connect LatinAmerica 2013, durante os dias 18 a 20 de junho, em São Paulo (SP). A aeronave é capaz e mapear e realizar a vigilância de áreas médias (até 3 mil hectares). Segundo o diretor da XMobots, o engenheiro mecatrônico Giovani Amianti, para obter a qualidade máxima e fazer do Echar um VANT pouco propenso a falhas, a empresa investiu na utilização de componentes aeronáuticos e outras tecnologias ainda não usadas nos drones nacionais. “O mercado passou a entender que VANT não é um aeromodelo, não é um brinquedo. O Echar é um equipamento inovador em vários sentidos, a começar por ser o primeiro veículo aéreo não tripulado com tecnologia nacional totalmente automático, da decolagem à aterrissagem, com preço competitivo se comparado aos concorrentes internacionais e alta confiabilidade em relação ao mercado interno”, afirma o diretor. INFO www.xmobots.com.br

DNPM obtém certificação para VANT O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) obteve, no dia 29 de julho, o certificado de Aeronavegabilidade para Voo Experimental (Cave) para o micro VANT que está sendo desenvolvido em parceria com a Universidade de Brasília (UnB). O equipamento é o segundo VANT civil a obter o Cave no Brasil. Além do VANT do DNPM e da empresa XMobots, estão autorizados a voar no Brasil somente o VANT da Polícia Federal, que possui autorização especial de voo, e os VANTs de uso militar. De acordo com o Departamento, vários testes foram realizados até que se chegasse ao modelo certificado. Além de testes em campo, o projeto envolveu o desenvolvimento de metodologias para processamento dos vídeos e fotografias resultantes dos voos e o treinamento de pilotos, considerado um dos pontos mais críticos do projeto. O DNPM é o primeiro órgão da administração pública a obter o Cave.

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CADASTRO

Compartilhar experiências para enfrentar os desafios do futuro

Simpósio do Comitê Permanente sobre Cadastro na Iberoamérica

R Alexander González Salas Engenheiro de Geodésia (UNA-CR), Coordenador da formação de cadastro do Programa de Regularização do Cadastro e Registro da Costa Rica, Professor na Universidade Nacional da Costa Rica

[...] as autoridades cadastrais estão cientes dos desafios a serem enfrentados no futuro para validar a eficácia do cadastro, adaptados às demandas dos novos tempo. 52

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ecentemente foi realizado na cidade de Córdoba, Argentina, o IV Simpósio do Comitê Permanente sobre o Cadastro na Iberoamérica (CPCI); esta atividade foi promovida pelo Conselho Federal de Cadastro da Argentina e pelo Departamento Geral de Cadastro da Província de Córdoba. O CPCI é um organismo composto por diferentes autoridades cadastrais dos países Iberoamericanos, e tem entre suas finalidades gerar uma rede de informação sobre o cadastro que possibilite o intercâmbio de experiências e de melhores práticas, além da melhoria de formação entre seus membros (veja a edição 69 da revista MundoGEO, página 34). As dissertações e os assuntos tratados no Simpósio estavam a cargo de especialistas de Argentina, Áustria, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Espanha, França, Holanda, República Dominicana e Uruguai. Tendo a oportunidade de participar da reunião que deu origem ao CPCI em Cartagena das Índias em 2006, é possível comparar os assuntos tratados naquele evento aos atuais. Enquanto na primeira reunião, os participantes se limitaram à descrição da tarefa e das funções das autoridades cadastrais, em Córdoba se abordou a tarefa a ser cumprida pelo cadastro no desenvolvimento social e econômico de cada país; respondendo, dentre outros assuntos, aos de planejamento do território, de regularização fundiária e na segurança jurídica e proteção das áreas públicas. De igual maneira, as autoridades cadastrais estão cientes dos desafios a serem enfrentados no futuro para validar a eficácia do cadastro, adaptados às demandas dos novos tempos. O fórum criado pelo CPCI permite um periódico intercâmbio das experiências, no qual “todos nós aprendemos muito”. Independentemente das finalidades específicas de cada instituição, e cientes

de que por razões econômicas e culturais o cadastro é diferente em cada país ou estado; discutir os problemas, os desafios, assim como as soluções e inovações que em maior ou menor grau alcançam com um trabalho contínuo, facilita aos demais uma referência para enfrentar suas necessidades e impulsionar o desenvolvimento de cada instituição. É evidente que a participação do CPCI tem contribuído para o enriquecimento da visão de futuro das autoridades cadastrais. Da agradável experiência técnica e profissional de Córdoba, há muitos tópicos de interesse para a tarefa das autoridades cadastrais nos países iberoamericanos. Como pessoa encarregada de apresentar um compêndio dos assuntos abordados, por esta razão que irei me aprofundar em quatro assuntos tratados por especialistas e que considero medulares para continuar com o desenvolvimento do cadastro na Iberoamérica. É evidente que a relevância destes assuntos pode ser maior ou menor em cada país, não obstante, em todos os casos são assuntos a serem considerados em um futuro imediato.

O valor dos dados Nem sempre é simples para os responsáveis pelo cadastro justificarem o que fazer ante as autoridades, sejam nacionais, estatais ou locais. Certamente quem está vinculado ao desenvolvimento do cadastro tem o pleno conhecimento de seu valor. Apesar de hoje ser necessário fazer um esforço a fim de que todas as autoridades tenham o mesmo nível de consciência de seu valor. Em sua finalidade fiscal, o cadastro contribui aos sistemas fiscais para uma maior transparência e equidade. Ao lado do conhecimento do valor da terra que refletem os observatórios dos valores, cada dia mais o


cadastro se consolida como o mecanismo de segurança jurídica da propriedade imobiliária e tem um valor adicionado, contribui a dinamizar os mercados imobiliários e estes têm também um impacto inquestionável na economia dos países. Por outra parte, as informações cadastrais - por suas características e o nível de detalhe - são de grande valor para o planejamento, o desenvolvimento e o controle do território. Algo a refletir: as informações do cadastro são necessárias para o desenho das ruas, como também no traçado de uma rodovia quanto às desapropriações associadas. Neste sentido, um caso concreto é sua importância, na Argentina, no Registro Nacional de Terras Rurais. É comum uma maior pressão e restrição do orçamento para o desenvolvimento do cadastro, por isto, as autoridades cadastrais também devem se esforçar a quantificar o valor da informação além da base tributável da arrecadação fiscal, e ser possível avaliar seu impacto em diferentes setores da economia.

As iniciativas de regularização Como já comentado, é necessário confirmar o cadastro como base para a segurança jurídica da propriedade. Diversos estados da América estão empreendendo processos para a regularização, titulação ou inscrição formal da terra; em todos os casos o desenvolvimento do cadastro deve ser fundamental para consolidar tais iniciativas. À luz destas necessidades, é preciso considerar cada caso

particular para definir os processos cadastrais que respondam de maneira eficiente as iniciativas de regularização. É necessário que a autoridade cadastral defina o contexto dos insumos, recursos e objetivos. Nem sempre será possível ter dados de alta precisão, o que se deve buscar é que a precisão possível e com determinados padrões de exatidão possa fazer uma determinação completa do universo predial. Sempre deverá se considerar que o cadastro é a informação em constante atualização, porque é válido prever que possa e deva ser melhorado em seu conteúdo e qualidade, sobretudo a cartografia cadastral.

Mudança de paradigma e novos desafios É evidente que o cadastro está imerso e afetado pelas mudanças tecnológicas, do papel ao suporte digital. Não se deve evitar, e sim assumir como um desafio. Mais importante que assumir a transformação tecnológica é compreender que esta não implica unicamente uma mudança das ferramentas. É mais que isso, é uma mudança de paradigma. Essa mudança para a era digital tem implicações no funcionamento habitual do cadastro; desde a geração dos dados, a distribuição de informação, e os processos, unificados e vinculados, de modo que garanta a qualidade da informação. A atualidade tecnológica demanda que os mapas cadastrais compilados em folhas de papel, sob uma determinada nomenclatura, devam migrar para

Tire as suas dúvidas sobre: ...Google Earth

| Microstation | AutoCAD | gvSIG...

Como fazer curvas de nível no AutoCAD? Qual será o novo rumo da Bentley Systems na área civil? Como fazer curvas de nível no Google Earth?

geofumadas

É possível fazer trabalhos profissionais com o gvSIG?

http://egeomate.com

Zatoca CONNECT MundoGEO 73 | 2013

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serem transformados em um modelo de dados do território. Em sua finalidade fiscal o cadastro contribui aos sistemas fiscais para uma maior transparência e equidade. Ao lado do conhecimento do valor da terra, tratado pelos observatórios dos valores, cada dia mais o cadastro se consolida como um mecanismo de segurança jurídica da propriedade imobiliária e tem um valor adicionado, contribui a dinamizar os mercados imobiliários e estes têm também um impacto inquestionável na economia dos países. Essa concepção de modelo de dados do território leva a novos desafios relativos às funções do cadastro, explicados de forma resumida nos seguintes pontos: • As funções ordinárias do cadastro vão se realizar com ferramentas tecnológicas ou sistemas que operam diretamente alinhados aos dados, sejam para consulta, publicação ou processos de modificação • O anterior induz que a carga de dados deve ser digital, o que implica que os mecanismos de recopilação deles devem estar orientados a aplicação tecnológica digital que também permita a georreferenciação • Dispor de informação digital permitirá que esta seja expandida de modo que se apreciem dimensões submétricas, isto implica que todos os dados permitam essa exatidão. Portanto, sempre deverá se conhecer a qualidade do dado (incorporar o metadado) de maneira que possa dar valor em função da aplicabilidade da informação. Os dados cadastrais devem estar conformados em padrões que permitam a sua interconexão com outras bases de dados, sejam propriamente geoespaciais ou dados alfanuméricos que permitam sua localização espacial • A informação do cadastro como modelo do território pode ter múltiplas aplicações, assim, sua publicação e distribuição, além de estar contida em padrões, deve ser publicada através de aplicações tecnológicas de serviços de mapas na web, também baseados em padrões alinhados ao princípio das Infraestruturas de Dados Espaciais (IDE) • Consolidar este modelo de dados implica que a autoridade cadastral o converta em um serviço de informação do território e todo este conjunto de informação somente tem sentido se alcançar o impacto da gestão do território

A realidade das novas fontes de informação O cadastro, igual às demais atividades profissionais, enfrenta uma realidade que já se está convertendo no que será o principal desafio dos próximos anos: o crowdsourcing, quer dizer, as fontes massivas ou públicas de informação. As ferramentas tecnológicas permitem a cada dia simplificar a captura dos dados espaciais. Isso acontece não somente aos profissionais que trabalham com o território, como os agrimensores, ao facilitar a recompilação de informação, como também é mais simples para o público em geral. Hoje em dia cada vez mais usuários da tecnologia, sobretudo os jovens “têm capacidade” de recompilar e publicar a informação do mundo que os rodeia e seus interesses particulares, como localizações comerciais, tráfico e fluxo veicular. Estes novos usuários geram informação em processos não regula-

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dos, espontâneos, conforme as possibilidades tecnológicas, e com uma visão “aberta” sobre o uso de tal informação. Essas comunidades de produtores se convertem em um desafio para o cadastro, porque na sociedade se está modificando a concepção dos dados do território. Cada dia se produz e publica muita informação e as plataformas web permitem o acesso a mais usuários. Quem tem acesso à informação gerada por comunidades, ou de forma pública, entende que ela reflita a realidade e a encontra útil e valiosa, mas não tem claro o caráter ou valor não oficial para a tomada de decisões que afete a administração do território. Diante desta realidade, a autoridade cadastral deve se preparar para “conviver” com os dados gerados e publicados por comunidades, não é possível ignorar a existência dessas fontes de informação e o uso massivo que se dá. É necessário tomar medidas estratégicas para procurar, diante de todas as instâncias públicas ou privadas e principalmente os proprietários, que se prevaleça a vigência dos dados oficiais e autênticos. Como parte dessas medidas deve se considerar a implementação de sistemas que permitam, de forma transparente, disponibilizar os dados comunitários. Isto implica em um esforço importante para alcançar transparência de imediato aos usuários, principalmente os proprietários. No mesmo sentido, desde já se deve pensar sobre quais mecanismos (filtros) se poderão incorporar no modelo de dados do território, do cadastro à aquisição de informação que proceda de comunidades ou usuários públicos. Este assunto, as novas fontes massivas de informação, não se deve considerar como uma tarefa somente para o futuro, e sim trabalhá-la em um curto prazo, pois se pode correr o risco da autoridade cadastral sofrer um deslocamento de suas competências, produto da rápida resposta que encontra um usuário nas comunidades que produzem informação, porque em princípio resolve suas necessidades.

Uma reflexão final Resulta evidente que as autoridades cadastrais têm importantes tarefas e desafios em um futuro imediato. O marco do CPCI continuará fomentando o intercâmbio de experiências que permita aos membros abordarem os desafios conforme suas capacidades e recursos. É por isso que, por meio dessa publicação, aproveito para motivar aos colegas que desempenham funções cadastrais na Iberoamérica para que se inscrevam no CPCI e desde agora convidá-los para a próxima reunião a se realizar na República Dominicana. Referências e reconhecimentos Toda a informação sobre o CPCI está disponível em www. catastrolatino.org. Todas as conferências do VI Simpósio do CPCI e as especificamente citadas neste artigo estão disponíveis em http://goo.gl/pKy6L1. O autor agradece a confiança depositada pelo Comitê Diretivo do CPCI para escrever este resumo sobre o evento realizado em Córdoba, Argentina. Especial agradecimento à colega Daniella Farias Scarassatti, pelas gestões realizadas para a publicação


ogc

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mapa sp Laser Scanner 3D

Laser Scanner 3D Conheça mais sobre a nuvem de pontos

O Rovane Marcos de França Professor de geodésia e georreferenciamento do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC) e consultor da Vector Geo4D. Engenheiro civil, técnico em geomensura e Estradas. Experiência em levantamentos com laser scanner há três anos em várias aplicações, usando diversos softwares de processamento e modelagem de nuvem de pontos rovane@vector.agr.br

produto mais básico do LS3D (Laser Scanner 3D) é a Nuvem de Pontos. Na edição 69 vimos que as cenas são unidas por um processamento que chamamos de Registro para obter a Nuvem de pontos. A figura a seguir ilustra o fluxo de trabalho com o LS3D para obtenção deste primeiro produto.

Nuvem de Pontos com cor real Fluxo de trabalho para obter a Nuvem de Pontos A Nuvem de pontos é essencialmente a junção de todos os pontos medidos por cenas independentes, num único sistema de coordenadas. Além das coordenadas XYZ, também é obtida a intensidade de retorno do laser para cada ponto, o que ajuda bastante a identificar elementos em campo em função do material e da cor.

A densidade de pontos deve ser adequada com o objetivo do trabalho. Na figura a seguir podemos observar os detalhes da fachada importantes para registro do patrimônio histórico.

Detalhe da Nuvem de Pontos com cor real

Fotografia da edificação e Nuvem de Pontos com intensidade Se o LS3D possuir câmera fotográfica integrada, é possível associar a cor da fotografia ao ponto XYZ, gerando uma nuvem de ponto com cor real.

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A Nuvem de Pontos permite a obtenção de informações e dimensões diretamente sobre ela, mas exige do profissional conhecimento e habilidade, assim como hardware e software específicos para tal. Este é um conjunto que ainda não encontramos facilmente no mercado. Por este motivo o uso da Nuvem de Pontos por profissionais finais (entende-se como aquele que usará o escaneamento para desenvolvimento de um projeto) ainda não é comum. Isto exige do profissional que fará o escaneamento extrair as informações necessárias para o profissional final poder trabalhar com ferramentas já dominadas por ele (sólidos 3D, plantas baixas, fachadas, cortes, etc.).


imagem - eu esri


PESQUISA

Por dentro do mercado de Laser Scanner Terrestre

MundoGEO dá sequência à série de pesquisas sobre o mercado de geotecnologia

N

o início de 2012 a revista MundoGEO iniciou uma série de pesquisas de mercado com o objetivo de mapear o setor de geomática e soluções geoespaciais. Já foram abordados o sensoriamento remoto, Sistemas Globais de Navegação por Satélite (GNSS), Sistemas de Informação Geográfica (GIS), estações totais, Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs), e nesta edição o tema são os equipamentos para escaneamento a laser terrestre. Dentre os participantes da pesquisa, dois terços já conheciam bem a tecnologia e, do total, 23% indicou que já está utilizando laser scanner terrestre no seu dia-a-dia. Veja abaixo um extrato dos resultados. Usuários de Laser Scanner Que alcance se aproxima mais de sua necessidade? 6,3% 3,2% 14,3% 30,2% 17,5% 17,5% 11,1%

10m 30m 50m 100m 500m 1.000m ou mais Todos

Que quantidade de pontos por segundo mais se aproxima de sua necessidade?

Que tipo de targets você mais utiliza? 24,2% 21,0% 6,5% 21,0% 27,4%

11,3% Até 10.000pts/s 48,4% Até 100.000pts/s 40,3% Até 1.000.000pts/s

Qual sua relação com laser scanner?

80 70 60 50 40 30 20 10 0

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Plano Esférico Adesivo Todos Não uso targets

Filtragem de nuvens de pontos Classificação de pontos Extração automática de feições Criação de produtos derivados Extração manual de feições

Que atributos são mais importantes para escolha de um laser scanner?

73,4% Coleta de dados em campo 73,4% Processamento de dados em escritório 65,6% Modelagem 3D 46,9% Extração de pontos de interesse 26,6% Análise espacial 14,1% Avaliador/comprador 12,5% Vendedor/fabricante 4,7% Apenas visualização 100 80 60 40 20 0

90,2% 54,1% 9,8% 55,7% 54,1% 52,5% 45,9% 37,7% 29,5% 32,8% 36,1%

Você já pensou em substituir a estação total pelo laser scanner? 30,9% SIM 31,5% NÃO 37,6% Não sei responder

Quais são as vantagens do laser scanner? 71,2% Grande quantidade de informações em curto tempo 52,5% Informações nativas em 3D 44,1% Sensor ativo usando medição remota 39,5% Modelagem de acordo com a finalidade 30,5% Aplicações não possíveis com topografia 16,9% Não sei responder 80 70 60 50 40 30 20 10 0

E quais as desvantagens?

Que tipo de plataforma de processamento de dados você usa? 53,2% 14,5% 14,5% 9,7% 6,5%

Não-usuários

Precisão/acurácia Tamanho e peso Tempo no mercado Alcance Quantidade de pontos/segundo Facilidade de uso Autonomia em campo Preço Suporte Garantia Robustez

72,2% 52,8% 18,2% 15,9% 10,8%

80 70 60 50 40 30 20 10 0

Custo alto do equipamento Custo alto de softwares Workstations para trabalhos de grande porte Formação avançada para modelagens Demora no tratamento dos dados simples (2D) 24,4% Não sei responder

Segundo o participante Fabio de Novaes Filho, o que restringe o uso de tecnologias mais sofisticadas em nosso país é a escala. “Menos pessoas treinadas se traduz em um network tecnológico pobre, onde sempre temos que recorrer ao exterior para informações e técnicas mais sofisticadas”, afirmou. Já de acordo com Rubens Bea Bustos: “esperamos que a tecnologia scanner laser venha a ser mais produtiva para levantamentos topográficos desde o ponto de vista do alcance médio e tempo de medição”. Perguntados se o mercado de laser scanner terrestre no Brasil é promissor, 81% responderam que sim e indicaram as áreas mais atraentes: rodovias/ferrovias, mineração, arquitetura, indústria, óleo&gás, florestal, forense, entre outras.



ARQUEOLOGIA

Arqueologia e Geotecnologias O passado a partir do Espaço

A Rodrigo Almeida de Sousa Graduando no curso de Geografia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com passagem pela Assessoria de Arqueologia do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional rodrigoalmeida.geo@gmail.com

A Arqueologia sempre foi muito próxima e influenciada pelos conceitos e metodologias desenvolvidos nas Ciências da Terra. 60

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influência das geotecnologias nas chamadas Ciências da Terra pode ser amplamente sentida nos diversos trabalhos de divulgação científica e nos projetos desenvolvidos por empresas do setor. As possibilidades ampliadas pelo uso destas ferramentas em geografia, geologia, meio ambiente e tantas outras é uma realidade e tendem a uma expansão cada vez mais intensa. No entanto, essa pode não ser uma realidade tão visível quando se trata de pensar as diferentes aplicações de geo para as ciências sociais. Grandes iniciativas, tanto do setor público como privado, estão surgindo em diversas áreas de análise socio-espacial, utilizando geo como base ferramental, destacando-se principalmente as de cunho econômico. A Arqueologia sempre foi muito próxima e influenciada pelos conceitos e metodologias desenvolvidos nas Ciências da Terra. De fato, pode parecer estranho em um primeiro momento, mas a memória da cartografia e da geografia devem muito à ciência arqueológica. O mapa mais antigo de que se tem conhecimento foi encontrado em escavações arqueológicas, na antiga cidade de Ga Sur, 300 quilômetros ao norte da Babilônia, e data de 2500 a. C.

Mapa da antiga cidade de Ga Sur, o mais antigo de que se tem registro

Feito em uma pequena placa de argila, demonstra um rio, montanhas que o circundam e possui indicações de norte, leste e oeste. Acredita-se que os Egípcios também tenham feito diversos mapas, porém diferentes dos feitos na Babilônia, não teriam resistido à ação do tempo. A Arqueologia tem como objetivo principal a remontagem de um cenário que não existe mais, do ponto de vista humano, através do estudo sistemático dos remanescentes das sociedades que se quer conhecer, tendo como objeto principal o sítio arqueológico. A contextualização ambiental dessas sociedades é imprescindível ao trabalho de resgate do passado, e nenhuma disciplina realiza melhor - e de maneira mais eficiente - essa tarefa do que a sua irmã dos estudos sociais, a geografia. Atualmente, uma grande influência advinda da geografia está sendo novamente incorporada pela arqueologia como ferramenta nos estudos do passado: as geotecnologias. Diversos trabalhos estão sendo desenvolvidos, tanto no exterior como em território brasileiro, utilizando intensamente ferramentas como SIG, Sensoriamento Remoto e os sistemas de posicionamento global, desde a fase de preparação das pesquisas até a ponta final, na gestão do patrimônio. De acordo com a Lei 3.924/61, conhecida como Lei de Arqueologia, todo sítio arqueológico é um bem da União, ficando a cargo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a fiscalização e gestão desse patrimônio. Assim como o petróleo, o sítio arqueológico é encarado como um bem não-renovável, no entanto é vetada sua exploração econômica (a própria criação da Lei é feita nos anos 60 por conta da exploração do calcário por empresas nos sítios conhecidos como sambaquis, acumulados de conchas deixados por sociedades pré-históricas do litoral). Uma vez descoberto, uma poligonal é definida pelo arqueólogo que realiza a pesquisa, cabendo a ele definir se o sítio será ou não mantido naquele local, podendo a remoção ser feita através de novo projeto denominado “Projeto de Salvamento”. A função do Iphan, portanto, requer cada vez mais ferramentas que não só nos ajudem a desvendar os tesouros arqueológicos ainda não descobertos (acredita-se que tenham sido descoberto apenas 1% de


todo patrimônio arqueológico existente no planeta) como também proteger o patrimônio que já existe. As geotecnologias entram como ferramentas poderosas nessa difícil tarefa. O próprio Iphan vem dando o exemplo nesse sentido. Nos últimos anos, diversas iniciativas têm sido tomadas pelas superintendências estaduais na tarefa de mapear o patrimônio existente. O Iphan-RJ desenvolveu um projeto piloto de georreferenciamento de sítios arqueológicos e projetos de pesquisa, que agora será aplicado em todo país pelo Centro Nacional de Arqueologia (CNA-Iphan), traçando parâmetros e metas em conformidade com as normas existentes e com a Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (Inde). Através desse projeto foi possível, por exemplo, atualizar a base de dados sobre a quantidade de sítios arqueológicos registrados no Estado do Rio de Janeiro atualmente, por município.

Distribuição de Sítios Arqueológicos Registrados no Estado do Rio de Janeiro Diversas outras aplicações possíveis podem ser feitas utilizando as camadas de informação produzidas pelo Iphan-RJ. Nesse momento, o SIG configura-se como a grande ferramenta de gestão de patrimônio arqueológico no Estado e, tão logo o projeto nacional esteja em funcionamento, de todo o país. Mas as iniciativas não param por aí. Os arqueólogos atualmente, em todo mundo, utilizam-se cada vez mais dos sistemas de posicionamento global para melhor localizar os seus sítios pesquisados no momento do registro. O caso brasileiro não foge a essa tendência, uma vez que o sistema GPS já se configura o mais utilizado no momento do registro do sítio. No entanto, o arqueólogo ainda sente a necessidade de um auxiliar para manuseio dos aparelhos e trabalho com os dados. A lacuna de uma norma específica para o registro de sítios utilizando sistemas de posicionamento também já vem sendo sentida. Nesse sentido, o CNA também trabalha para estabelecer um nível de qualidade dos dados espaciais produzidos pelos arqueólogos, que atualmente encontram-se em diversos níveis. Ainda que muito popular entre os arqueólogos, é necessária uma maior ampliação dos conhecimentos dos sistemas e de suas aplicações, bem como as normas de qualidade. A aplicação dos produtos do Sensoriamento Remoto em Arqueologia não é uma perspectiva recente. Na verdade, Leo Deuel em seu livro intitulado “Flights into yesterday, já sinaliza as diversas aplicações realizadas desde o surgimento da técnica, com pássaros e balões. Essa é, talvez, a perspectiva de maior crescimento em âmbito

mundial, percebida pelo aumento no número de trabalhos desenvolvidos por instituições de pesquisa. O mais conhecido atualmente é o da arqueóloga Sarah Parcak, que em sua palestra ao TED – Conferências sobre tecnologia - intitula-se uma “Space Archaeologist”. Ela desvendou cerca de 17 pirâmides no Egito utilizando apenas a banda infra-vermelha de um sensor óptico via satélite. Seu trabalho tem chamado a atenção da mídia, e demonstrado o grande potencial arqueológico dos produtos gerados pelo Sensoriamento Remoto. A mesma arqueóloga escreveu o livro “Satellite Remote Sensing for Archaeology”, onde estipula diversas outras aplicações para os diferentes sensores disponíveis no mercado. Descobertas interessantes também foram realizadas por arqueólogos americanos que pesquisam em Belize, desvendando, através do uso de Lidar, estruturas Maias encobertas por uma densa vegetação.

Modelo digital do terreno demonstrando estruturas humanas escondidas por densa vegetação A própria agência espacial americana (Nasa) realiza trabalhos de arqueologia com uso de Sensoriamento Remoto, obtendo sucesso em diversas linhas de trabalho, inclusive sensores hiperespectrais. A maior parte dos trabalhos tem sido desenvolvida por pesquisadores americanos, porém boas iniciativas começam a surgir em todo o planeta com a popularização do uso de imagens de satélite. No Brasil o panorama ainda é tímido, havendo iniciativas, por exemplo, nas diferentes possibilidades de usos de imagens ópticas na identificação de geoglífos e também sua identificação utilizando produtos do programa Cbers. Muitas outras iniciativas estão em andamento, e a tendência do campo de estudo é crescer juntamente com o aumento da constelação de satélites e disponibilidade de imagens nas mais diferentes resoluções. A arqueologia brasileira ainda precisa colocar ao mercado que tipo de demanda é desejada, quais os aspectos na geração de imagens são mais interessantes aos seus estudos e procurar se familiarizar ainda mais com as geotecnologias. Desde o planejamento e estudo em gabinete até a gestão do patrimônio por parte dos orgãos governamentais, as possibilidades no uso de geotecnologias em arqueologia são imensas. Se a tendência é de crescimento em todo planeta, no Brasil as possibilidades são ainda maiores com os grandes projetos em fase de implementação em território nacional. Com isso, o financiamento torna-se cada vez mais intenso em pesquisas arqueológicas, cabendo aos profissionais de geo trabalhar em conjunto com os arqueólogos para melhorar ainda mais as pesquisas sobre o nosso passado. MundoGEO 73 | 2013

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Geoincra

Quem assina? Decisão plenária do Confea PL 2087/2004 define quem são os profissionais que podem assinar trabalhos georreferenciados para Certificãção no Incra.

Roberto Tadeu Teixeira

Engenheiro Agrimensor - Incra , Especialista em Georreferenciamento de Imóveis Rurais, formado pela FEAP-SP, Professor do Curso de Pós Graduação em Georreferenciamento de Imóveis Rurais – disciplina de Normas e Legislação aplicada ao Georrreferenciamento de Imóveis: Universidade Regional de Blumenau; Fundação Educacional de Fernandópolis; e União Educacional do Norte – Rio Branco. Professor do Curso Legeo- Legsilação e Georreferenciamento da Universidade Santiago & Cintra (www. unisantiagoecintra. com.br). Integrante da equipe técnica que elaborou a Norma de Georreferenciamento de Imóveis Rurais do Incra robertotadeuteixeira@gmail.com

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Decorridos já quase nove anos da Decisão Plenária do Confea - PL 2087 - ainda existem muitas dúvidas com relação a quem são os profissionais que podem assumir a responsabilidade técnica de trabalhos topográficos georreferenciados com vistas ä Certificação no Incra, em atendimento à Lei 10.267/2001. Desta forma, iremos reproduzir os principais pontos da Decisão Plenária do Confea 2087 de 2004, conforme abaixo:

PL 2087/2004 Decidiu: 1) Revogar a Decisão PL-0633, de 2003, a partir desta data. 2) Editar esta decisão com o seguinte teor: I. Os profissionais habilitados para assumir a responsabilidade técnica dos serviços de determinação das coordenadas dos vértices definidores dos limites dos imóveis rurais para efeito do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais (CNIR) são aqueles que, por meio de cursos regulares de graduação ou técnico de nível médio, ou por meio de cursos de pós-graduação ou de qualificação/aperfeiçoamento profissional, comprovem que tenham cursado os seguintes conteúdos formativos; a) Topografia aplicadas ao georreferenciamento; b) Cartografia; c) Sistemas de referência; d) Projeções cartográficas; e) Ajustamentos; f) Métodos e medidas de posicionamento geodésico. II. Os conteúdos formativos não precisam constituir disciplinas, podendo estar incorporadas nas ementas das disciplinas onde serão ministrados estes conhecimentos aplicados às diversas modalidades do Sistema; III. Compete às câmaras especializadas procederem a análise curricular; IV. Os profissionais que não tenham cursado os conteúdos formativos descritos no inciso I poderão assumir a responsabilidade técnica dos serviços de determinação das coordenadas dos vértices definidores dos limites dos imóveis rurais para efeito do CNIR, mediante solicitação à câmara especializada competente, comprovando sua experiência profissional específica na área, devidamente atestada por meio da Certidão de Acervo Técnico – (CAT); V. O Confea e os Creas deverão adaptar o sistema de verificação de atribuição profissional, com rigorosa avaliação de currículos, cargas horárias e conteúdos formativos que habilitará cada profissional; VI. A atribuição será conferida desde que exista afinidade de habilitação com a modalidade de origem na graduação, estando de acordo com o art. 3º, parágrafo único, da Lei 5.194, de 24 de dezembro de 1966, e serão as seguintes moda-

lidades: Engenheiro Agrimensor (art. 4º da Resolução 218, de 1973); Engenheiro Agrônomo (art. 5º da Resolução 218, de 1973); Engenheiro Cartógrafo, Engenheiro de Geodésica e Topografia, Engenheiro Geógrafo (art. 6º da Resolução 218, de 1973); Engenheiro Civil, Engenheiro de Fortificação e Construção (art. 7º da Resolução 218, de 1973); Engenheiro Florestal (art. 10 da Resolução 218. de 1973); Engenheiro Geólogo (art. 11 da Resolução 218, de 1973); Engenheiro de Minas (art. 14 da Resolução 218, de 1973); Engenheiro de Petróleo (art. 16 da Resolução 218, de 1973); Arquiteto e Urbanista (art. 21 da Resolução 218, de 1973); Engenheiro de Operação – nas especialidades Estradas e Civil (art. 22 da Resolução 218, de 1973); Engenheiro Agrícola (art. 1º da Resolução 256, de 27 de maio de 1978); Geólogo (art. 11 da Resolução 218, de 1973); Geógrafo (Lei 6.664, de 26 de junho de 1979); Técnico de Nível Superior ou Tecnólogo - da área específica (art. 23 da Resolução 218, de 1973); Técnico de Nível Médio em Agrimensura; Técnicos de Nível Médio em Topografia; e Outros Tecnólogos e Técnicos de Nível Médio das áreas acima explicitadas, devendo o profissional anotar estas atribuições junto ao Crea. VII. Os cursos formativos deverão possuir carga horária mínima de 360 horas contemplando as disciplinas citadas no inciso I desta decisão, ministradas em cursos reconhecidos pelo Ministério da Educação; VIII. Ficam garantidos os efeitos da Decisão PL-633, de 2003, aos profissionais que tiverem concluído ou concluírem os cursos disciplinados pela referida decisão plenária e que, comprovadamente, já tenham sido iniciados em data anterior à presente decisão. Presidiu a Sessão o Eng. Civil Wilson Lang. Votaram..... Brasília, 3 de novembro de 2004. Eng. Florestal Fernando Antônio Souza Bemerguy Presidente em Exercício

É importantíssimo lembrar que os profissionais relacionados nesta PL que tiverem interesse em se capacitar com vistas a credenciar-se no Incra, devem se ater ao escolher o curso. Ou seja, a instituição de ensino deve ter o curso reconhecido pelo Ministério da Educação, e também o curso deve ser registrado no Crea estadual, visto que será este Conselho que emitirá a certidão necessária ao credenciamento do profissional no Incra.


garmin


GEOGRAFIA

O “novo” Geógrafo Profissionais estão capacitados para alçar voos cada vez mais altos Geovana Freitas Paim Graduada em Geografia pela Universidade Estadual de Feira de Santana/ BA. Especialista em Geotecnologias pela Escola de Engenharia Eletromecânica da Bahia. Mestra em Ciências Ambientais. Programa de Pós Graduação em Modelagem em Ciências da Terra e do Ambiente UEFS/BA. Analista de Geoprocessamento na Gerência de Geodésia da Petrobras/BA (através de contrato com a empresa Fototerra)

D

esde no século XIX, com a necessidade de desbravar o território brasileiro, o Geógrafo

ção dos Geógrafos em seus negócios apontam

era um profissional demandado para a apresen-

que a inserção destes em suas equipes trouxe

tação da realidade através de mapas. Atualmen-

avanços, pois este profissional possui, na sua

te, vive-se um momento fascinante, pois com o

essência, uma capacidade de análise interdisci-

mundo globalizado imbricado de novas tecno-

plinar, facilitando o diálogo entre os membros

logias e saberes nas esferas social, econômica e

do grupo. Além disso, o acesso às informações

ambiental, o geógrafo é convocado a participar

geoespaciais, acompanhado de inovações tec-

de múltiplos campos do conhecimento e conse-

nológicas (GPS, Google Earth, imagens de saté-

quentemente do mercado de trabalho.

lite, etc.) e seu olhar crítico no desenvolvimento

Na Bahia, o profissional tem atendido com êxito o desafio de atuar nas áreas de meio ambiente, educação, segurança pública, saúde, dentre ou-

fissional Geógrafo, na atualidade, é ir além das

tras. Empresas tanto públicas quanto do setor

fronteiras da sala de aula que, no Brasil, tanto

privado, acompanhando a tendência mundial,

caracterizou esta profissão nas últimas déca-

têm aberto cada vez mais vagas para Geógra-

das. O “novo” Geógrafo está preparado para al-

fos, graças a uma das especificidades inerentes

çar voos cada vez maiores, conquistando e rein-

a sua formação, o que lhe permite transitar por

ventando novos espaços nos diversos setores

muitos setores do saber, atuando em equipes

da sociedade.

desenvolvimento das atividades destas empresas em todas as suas fases e projetos, tais como: concepção, gerenciamento de equipes de campo, estudos de alternativas locacionais,

via-

bilidade ambiental, certificações, impactos na vizinhança, percepção do cenário político/

Realização: Aprogeo-BA. Colaboradores: Augusto Copque, Marco Fontes e Hermilino Danilo de Carvalho

64

MundoGEO 73 | 2013

tomadas de decisões. Assim, percebemos que a tendência do pro-

acompanhando o

Graduada em Geografia pela Universidade Federal da Bahia, Especialista em Geotecnologias pela Escola de Engenharia Eletromecânica da Bahia, Mestra em Engenharia Ambiental Urbana pela Universidade Federal da Bahia. Analista de Geoprocessamento na Gerência de Geodésia da Petrobras/BA (através de contrato com a empresa Fototerra) lurocha.geo@hotmail.com

dos projetos da empresa, muito contribuem nas

planejamento urbano, energia, petróleo e gás,

multidisciplinares,

Luciana Santiago Rocha

Empresas que antes não tinham a participa-

econômico vigente, produção de documentos cartográficos, entre outras.


assinaturas


quem é quem A revista MundoGEO dá continuidade à série iniciada na edição 66 e mostra a você quem são os profissionais de destaque do setor de geotecnologia na América Latina

D ênis de M oura S oares

Coordenador de Estudos de Planejamento na Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão - Brasília (DF). Mestre em Sensoriamento Remoto (Inpe), Engenheiro Cartógrafo (IME). Trabalhou também na Diretoria de Serviço Geográfico do Exército Brasileiro.

Ulf R ainer B ogdawa

CEO da SkyDrones Tecnologia Aviônica Ltda. - Porto Alegre (RS). Engenheiro Mecâncio com Pós-Gradação MBA em Gestão Empresarial. Fundador da NBN Automação Industrial Ltda., Ex-Diretor da Abrameq, atual diretor da Abimaq e conselheiro da Fiergs.

Vinícius Filier

Diretor Presidente da Geoplan Júnior, Analista de Desenvolvimento de Sistemas na Métrica Tecnologia - Rio Claro (SP). Graduando em Geografia com ênfase em Geoprocessamento (Unesp Rio Claro); técnico em Geomática (Unicamp). Já trabalhou no Departamento de Planejamento Territorial e Geoprocessamento da Unesp Rio Claro e na Secretaria Municipal de Obras de Santa Gertrudes (SP).

João Bosco de Azevedo

Felipe Seabra

Geoambiente/Google Partner - São José dos Campos (SP). Geógrafo e Mestre em Geografia (Unicamp), com Especialização em Marketing (ESPM) e MBA em Marketing (FGV). Já atuou também no Gruppo Itália (Diretor de Marketing), Digibase (Gerente de Marketing), ProMaps (Gerente de Marketing) e Imagem (Líder de Produto).

66

MundoGEO 70 | 2012

Trabalha no IBGE há 11 anos, tendo ocupado o cargo de Coordenador de Cartografia de 2009 a 2011 e atualmente ocupa o cargo de Diretor Adjunto de Geociências - Rio de Janeiro (RJ). Engenheiro Cartógrafo com mestrado em Geomática(UERJ) e especialização em Infraestruturas de Dados Espaciais (Universidad Politécnica de Madrid). Já atuou na Herjack Engenharia Sc Ltda. e no Serviço Geológico Brasileiro (CPRM).

G eorge Porto Ferreira

Coordenador-Geral de Monitoramento Ambiental do Ibama – Brasília (DF). Geógrafo, Mestre em Geoprocessamento e Condução de Projetos. Já atuou na Superintendência do Ibama em Rondônia e Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam/Porto Velho).


IDE#Connect | Infraestruturas de Dados Espaciais | Gerenciamento da Informação Geoespacial |

a publicação ç n la a p ra b m E os da Inde ic n c té s to c e com asp Territorial o tã s e G a p A Embra ublicação lançou uma p ma visão ta u que apresen ra a Infraestrutu técnica sobre os Espaciais Dad Nacional de (Inde)

67


IDE#connect Instituída em novembro de 2008 por meio do decreto 6.666, a Inde tem o intuito de nortear os padrões a serem adotados pelas instituições para a publicação de dados espaciais na web, tornando-os interoperáveis e acessíveis a toda sociedade. Permite catalogar e integrar dados geoespaciais de diversas instituições do governo brasileiro, produtoras e mantenedoras de dados, fazendo com que estes sejam facilmente localizados, explorados e acessados para os mais diversos usos. O objetivo é promover o compartilhamento e a disseminação desses dados por meio da catalogação de seus metadados. Além do lançamento da publicação, a Embrapa Gestão Territorial participou, recentemente, do treinamento promovido pela Comissão Nacional de Cartografia (Concar) sobre a Inde. A participação no treinamento, realizado na Escola Nacional de Administração Pública (Enap – Brasília) em junho, faz parte de uma série de ações da unidade, que buscam constituir uma base sólida de conhecimento para sua colaboração com a Inde. O treinamento focou a apresentação dos principais conceitos , princípios, processos decisórios e aspectos fundamentais correlacionados para a adoção da Inde, em níveis estratégico, gerencial, tático e operacional. Foram abordadas questões sobre as ferramentas necessárias para o desenvolvimento, a implantação, o gerenciamento, a manutenção e a operacionalização do Diretório Brasileiro de Dados Geoespaciais (DBDG), nome dado à rede de servidores integrados que reúne os produtores, gestores e usuários de informações geoespaciais da Inde.

O trabalho, intitulado “Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais: aspectos computacionais”, tem como objetivo sumarizar os fundamentos computacionais envolvidos na especificação da Inde e reunir referências atualmente disponíveis que possibilitam a construção de uma infraestrutura de dados espaciais baseada em softwares livres.

IBGE divulga Divisão Urbano-Regional do Brasil

68

MundoGEO 73 71 | 2013

-60°

-40°

-50°

V E N E Z U E L A

SURINAME

GUYANE

C O L O M B I A Y # GUYANA

RORAIMA

AMAPÁ

ECUADOR

ECUADOR

Y #

% ,

Y Belém #

MARANHÃO

Y #

% ,

Y Manaus #

CEARÁ

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Y Fortaleza # RIO GRANDE

Y # A

M

A

Z

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A

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DO NORTE

Á

Y # PIAUÍ

PARAÍBA

Y #

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Y Recife #

"#Y Porto Velho )

ACRE

PERNAMBUCO

TOCANTINS

Y #

-10°

-10° B

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ALAGOAS

Y #

Y # A

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RONDÔNIA

SERGIPE

GROSSO

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% , GOIÁS

% ,

Brasília YD.F. #

Y # Goiânia

MINAS GERAIS

% ,

MATO GROSSO DO SUL

Y Belo Horizonte #

P A C Í F I C O

Y #

ICÓR O DE CAPR

-20 °

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Rio de Janeiro

, %

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São Paulo

Y #

NIO

Curitiba

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% , Y #

Y #

, %

PARANÁ

, %

A

, %

Y # SANTA CATARINA

Limites

Porto Alegre

Internacional

% , Y #

Estadual

RIO GRANDE DO SUL

Zona contígua (24 milhas) Zona econômica exclusiva (200 milhas) -70°

Fonte: IBGE, Coordenação de Geografia.

125 URUG UAY -60°

0

125

Metrópole Nacional Metrópole

" )

Capital Regional A

) "

Capital Regional B

250 375

Regiões Ampliadas de Articulação Urbana

500 km

PROJEÇÃO POLICÔNICA -50°

NIO

Grande Metrópole Nacional

Divisão urbano regional

Mar territorial (12 milhas)

-30 °

RIO DE JANEIRO

IC O DE Hierarquia urbana do polo daTRÓP região CAPR ICÓR

SÃO PAULO

% ,

H

TRÓP IC

ESPÍRITO SANTO

Y #

PA R AG UAY

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-20°

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L

Ú

T

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A

E

O C E A N O

P

N

T

I

C

Y Salvador #

O C E A N O

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente a Divisão Urbano-Regional do Brasil, que integra e conclui o Projeto de Regiões de Influência das Cidades (Regic) 2008. O estudo inédito delimitou 14 regiões ampliadas de articulação urbana, identificando as principais cidades que exercem influência em termos macrorregionais. A subdivisão das regiões ampliadas resultou em 161 regiões intermediárias cuja articulação interna baseia-se no oferecimento e busca de bens e serviços de alta complexidade. Já as 482 regiões imediatas de articulação urbana refletem a área vivida pela população e seu deslocamento mais cotidiano. O banco de dados completo do trabalho disponibiliza arquivos com os limites e polos das regiões, além de tabelas e shapes com a composição das regiões por municípios, mostrando as etapas de formação de cada uma.

Divisão Urbano Regional Regiões Ampliadas de Articulação Urbana

-70°

-40°

-30°

-30 °


Chile lança mapa digital com informações territoriais O Ministério de Recursos Nacionais do Chile lançou recentemente um mapa digital que visa melhorar os investimentos e tomada de decisões para o desenvolvimento de políticas públicas no país. O Map Viewer IDE é a primeira plataforma web com informações territoriais do Chile, que permitirá fácil acesso para um melhor planejamento de projetos em território chileno. Este mapa é resultado do trabalho coordenado entre diversas instituições públicas envolvidas com a Infraestrutura de Dados Geoespaciais do Chile. Liderado pelo Projeto de

GSDI 14 será realizado na África A 14ª edição da Conferência da Associação para a Infraestrutura Global de Dados Espaciais (GSDI, na sigla em inglês) se realizará de 4 a 8 de novembro em Addis Abeba, no continente africano. O evento acontecerá em paralelo à conferência AfricaGIS 2013 e será uma oportunidade única para o debate sobre a implementação de Infraestruturas de Dados Espaciais (IDEs) em países com diferentes culturas. Consulte a página da Conferência, em http://gsdi.org/gsdi14, para informações recentes e detalhes sobre o programa, serviços e oportunidades de patrocínio.

Caracterização Territorial e pelo Sistema Nacional de Informação Territorial (Snit), o novo visualizador oferece apoio à tomada de decisão. O mapa já está disponível no site www.ide.cl e, até o momento, conta com dados e informações de quatro regiões do norte do Chile (Arica e Parinacota, Tarapacá, Antofagasta e Atacama). O objetivo do projeto é adicionar uma região por mês, além de incorporar os dados do último Censo, protocolos de emergência, entre outros.

Disponível o GeoBolivia-Live Versão 1.0 O GeoBolivia-Live Versão 1.0 é um DVD, pendrive ou máquina virtual, baseada em software livre, que permite o uso de ferramentas livres para a gestão de informação geográfica publicada na Infraestrutura de Dados Espaciais do Estado Plurinacional da Bolívia (IDE-EPB). GeoBolivia-Live Versão 1.0 é composto completamente por software de código aberto, o qual permite sua livre distribuição, difusão e acesso; utiliza Gnome Classic e Gnome Shol - o Gnome é carregado automaticamente em função da capacidade da placa gráfica - e proporciona um conjunto de aplicações pré-configuradas para a gestão de informação geográfica cuja funcionalidade permite o armazenamento, publicação, visualização, análise e manipulação de dados. Também são disponibilizados alguns dados geográficos acompanhados por seus respectivos metadados, além de manuais de uso empregando as ferramentas disponíveis. INFO http://geo.gob.bo

GIS no combate a desastres naturais será destaque no Intergeo A 19ª edição do evento irá acontecer de 8 a 10 de outubro de 2013 na cidade de Essen, Alemanha, e vai contar com um espaço de debates sobre o uso de geotecnologias para o combate a desastres naturais. Proteção contra desastres naturais é considerada uma das mais importantes áreas de aplicações de dados geográficos, tanto em nível nacional como internacional, que ajudam nos serviços de resgates. Quando ocorre uma catástrofe é importante, em primeiro lugar, identificar a localização exata do incidente e das pessoas afetadas, o que permite uma análise ágil dos dados, essencial para as esquipes de gestão de incidentes. Em longo prazo, no entanto, dados geográficos fazem mais do que apenas oferecer uma base confiável

de dados para avaliar pontos de risco. Para as áreas afetadas por enchentes, por exemplo, informações sobre a propagação de inundação é de extrema importância. Os dados coletados pelo satélite ou por levantamentos aéreos criam modelos tridimensionais com o objetivo de simular enchentes, fornecendo pontos de referência importantes em caso de crise. O Intergeo é o maior evento do mundo sobre geoinformação, geodésia e gestão territorial. Mais de 16 mil visitantes de 80 países participaram da versão mais recente do evento, em 2012. INFO www.intergeo.de

MundoGEO 73 | 2013

69


ONLINE

As seguintes empresas, presentes no Portal MundoGEO, convidam-no para visitar seus sites com informação atualizada sobre negócios, produtos e serviços. Para participar desta seção, entre em contato pelo email comercial@mundogeo.com ou ligue +55 (41) 3338-7789

Índice de Anunciantes Anunciante

Página

Alezi Teodolini

10

AMS Kepler

47

CPE Tecnologia

39

Furtado Schmidt

13

Garmin

63

Geofumadas

53

Imagem

57

Intergeo

73

Manfra

28

OGC

55

Santiago & Cintra Consultoria

43

Trimble

88

70

MundoGEO 73 | 2013

Allcomp Equipamentos de Precisão

Embratop

Furtado, Schmidt

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Santiago & Cintra Consultoria

Santiago & Cintra Geotecnologias

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SI TE

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SERVI ÇOS

Pr odut os

Mapeament o Geor r ef er enc i ament o Out r os

Dados Equi pament os Sof t war e

Aer oc ar t a

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Aer os at

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Cur i t i ba( PR)

Al l Comp

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Por t oAl egr e( RS )

Bent l ey

www. bent l ey . c om/ pt BR

S ã oPa ul o( S P)

CPETec nol ogi a

www. c pel t da . c om. br

Bel oHor i z ont e( MG)

Embr at op

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S ã oPa ul o( S P)

Engef ot o

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Cur i t i ba( PR)

Engemap

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As s i s( S P)

Enges at

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Cur i t i ba( PR)

Es t ei o

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Cur i t i ba( PR)

Fot ot er r a

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S ã oPa ul o( S P)

Func at e

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S ã oJ os édosCa mpos( S P)

Geof us i on

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Geogr aph

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Geomat

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Bel oHor i z ont e( MG)

GeoPed

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J oã oPes s oa( PB)

Geos aber

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I PNETSol uç ões

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Ri odeJ a nei r o( RJ )

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Si s gr aph

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Sof t mappi ng

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Sol ut i onSof t war es

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Ma t ã o( S P)

Spac eI magi ng

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Ri odeJ a nei r o( RJ )

SPGEOSi s t emas

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Ter r avi s i on

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Nov aL i ma( MG)

Topoc ar t

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Br a s i l i a( DF )

MundoGEO 73 | 2013

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INTERGEO



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