SUMÁRIO
20 Capa
Hexagon: Soluções completas, sinergia perfeita! Desde a coleta, passando pelo processamento e compartilhamento, até a saída dos dados. Conheça a trajetória, os valores e as operações da companhia que oferece soluções para toda a cadeia produtiva do ecossistema geoespacial. Executivo responsável pelas operações América do Sul revela perspectivas e planos para a região
Índice de Anunciantes Anunciante
Página
ABM
59
Allcomp
73
CPE Tecnologia
41
DroneShow 2015
62, 63 | 76
Embratop
3
ExpoUAV
65
FOIF
71
22
MundoGEO#Connect 2015
Furtado Schmidt
21
A comunidade geoespacial se encontra aqui!
Garmin
67
28
Prêmio MundoGEO#Connect 2015
Geoambiente
13
Troféus foram entregues para os vencedores de 20 categorias
GEOeduc
2
30
Big Data Geoespacial
GEOMAT
69
Grandes quantidades de dados e análises geoespaciais ajudando a agricultura
Geopixel
37
32
Passo a Passo
Intergeo
74
KCS
35
36
GIS Web
Leica Geosystems
5
38
Manfra
72
Gestão pública
40
Como georreferenciar?
44
Informe publicitário
46
Sistema Topo EVN 6
50
GeoQualificação
Aprenda a usar o Google Camera para Android O conhecimento geográfico na rede Inteligência geográfica e o espaço
Metric
47
MundoGEO#Connect 2016
75
NAVCOM
43
Optech
45
Racurs
51
Santiago & Cintra Geo-Tecnologias
7 | 9 | 10 | 11
SkyDrones
55
Space Imaging
31
Spectra Precision
49
Tecnosat
15
Trimble
27
Vexcel (Microsoft)
33
Particularidades e dúvidas frequentes nos levantamentos Optech expande na América Latina Como criar curvas de nível e calcular o volume de uma região Profissões que melhoram a tomada de decisão e se destacam na crise
Suplemento DroneShow News 54 Editorial 56 Fotogrametria a bordo do VANT 58 Entrevista com o Presidente da Associação Brasileira de Multirrotores
61 Vitrine 64 Tecnologia, mercado e aplicações
Acesse artigos complementares no Portal MundoGEO www.mundogeo.com
Colaboraram nesta edição: André Gavlak, Arlete Aparecida Correia Meneguette, Eduardo Freitas, Eduardo Steinberg, Flavio Lampert, Gustavo Peres, José Augusto Sapienza Ramos, Roberto Ruy, Wilson Holler
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Editorial Web Navegando Guia de Empresas Online
EDITORIAL
Integrar é viver!
J
Alexandre Scussel Geógrafo (UFPR) e Técnico em Informática. Editor do Portal e Revista MundoGEO, Coordenador Técnico dos Seminários Online e do Evento MundoGEO#Connect LatinAmerica editorial@mundogeo.com
á parou para pensar sobre o significado da palavra "integração"? O termo carrega consigo conteúdos e valores que vão muito além do simples "ato ou efeito de integrar ou tornar inteiro". Correndo o risco de ser julgado pelos sociólogos de plantão, penso que a integração social é muito mais do que simplesmente "inserir" indivíduos dentro de contextos específicos. Um verdadeiro cidadão deve ser capaz de gozar de seus direitos e exercer seus deveres com plenitude. No Brasil, temos experimentado recentemente um grande movimento imigratório - apesar do momento frágil de nossa economia - impulsionado por catástrofes, economias e condições de vida precárias, entre outros fatores. Mas como lidar com a exclusão social que já existe, principalmente nos grandes centros urbanos, e garantir que todos - sem exceção - tenham a oportunidade de viver com dignidade e "integrados" satisfatoriamente à sociedade?
Certamente, um desafio a ser enfrentado. No mundo corporativo, a busca por soluções mais integradoras e sustentáveis está cada vez mais presente em diversos setores da sociedade. Muitas companhias estão percebendo que, ao investir em matérias-primas e soluções que minimizem o desgaste do planeta e em ações que valorizem o indivíduo, os benefícios são poderosos e abrangentes. Este movimento, muito positivo e insofreável, deverá acontecer de forma mais natural nos próximos anos. A matéria de capa desta edição traz um exemplo muito interessante de integração e sinergia entre diversos segmentos, que transponde fronteiras geográficas e políticas. A Hexagon Geospatial enfrenta o desafio de integrar 15 mil funcionários e mais de 40 empresas em 46 países, oferecendo soluções completas e com visão sustentável.
Debater também é integrar... Sou suspeito para falar, mas penso que o MundoGEO#Connect já está consolidado como o principal ponto de encontro da comunidade de geotecnologias da América Latina. Em 2015, no dia 5 de maio, uma experiência muito interessante integrou diversos atores do setor geoespacial para discutir a nova política pública de geoinformação do Brasil. Momentos como este serão ampliados no próximo MundoGEO#Connect, para contemplar todos os representantes e usuários das informações geoespaciais, como estudantes, professores, pesquisadores, técnicos, especialistas e representantes do governo. Agende-se! Será de 10 a 12 de maio de 2016.
Quer contribuir com a revista MundoGEO? Envie seu artigo ou ideia para editorial@ mundogeo.com e vamos conversar!
DroneShow News Nesta edição da revista você vai perceber que o Suplemento DroneShow ganhou maior destaque e também um "sobrenome". Com uma nova proposta gráfica, esta seção faz parte de uma plataforma completa que está sendo lançada em 2015 sobre drones. Em breve vem mais novidades por aí! Confira a partir da p. 53 o novo Suplemento DroneShow NEWS!
Revista MundoGEO Publicação bimestral - ano 17 - Nº 82
Diretor e Publisher | Emerson Zanon Granemann | emerson@mundogeo.com Editor | Alexandre Scussel | alexandre@mundogeo.com Assistente Editorial | Izabela Prates | imprensa@mundogeo.com
Assistente Editorial | Deyse Delamura | jornalismo@mundogeo.com Gerente de TI | Guilherme Vinícius Vieira | guilherme@mundogeo.com Comercial | Jarbas Raichert Neto | jarbas@mundogeo.com Assinaturas | Thalitta Nishimura | assinatura@mundogeo.com Atendimento | Dienifher Gonçalvez | atendimento@mundogeo.com Gerente administrativa e financeira | Eloísa Stoffel Rosa | eloisa@mundogeo.com Assistente Administrativa | Amanda Simões | contato@mundogeo.com Projeto Gráfico e Editoração | O2 Design | o2@o2comunicacao.com.br CTP e Impressão | Maxigráfica MundoGEO www.mundogeo.com | Fone/Fax (41) 3338-7789 Rua Doutor Nelson Lins d’Albuquerque, 110 - Bom Retiro Curitiba – PR – Brasil – 80520-430 Todas as edições da Revista MundoGEO estão online no Portal MundoGEO. O material publicado nesta revista só poderá ser reproduzido com autorização expressa dos autores e da MundoGEO Ltda. Todas as marcas citadas nesta publicação pertencem aos respectivos fabricantes. O conteúdo dos anúncios veiculados é de responsabilidade dos anunciantes. A editora não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Edições avulsas da Revista MundoGEO estão disponíveis para compra no Portal MundoGEO.
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WEB Portal MundoGEO bate novo recorde de visitação No dia 17 de junho, o Portal MundoGEO bateu um novo recorde histórico de visitação, com o total de 8.377 visitantes únicos. Este é o maior número já registrado desde que foi lançado, há quase 15 anos atrás. A semana de 15 a 19 de junho registrou no total 37.117 visitas.
Materiais disponíveis O portal MundoGEO possui um canal direto de acesso a conteúdos exclusivos e gratuitos. Veja a seguir alguns artigos recentes que você encontra na categoria “Arquivos Gratuitos”: • Como se dar bem no setor geoespacial? • Guitarras e Mapas: Técnica ou a Arte da construção do Novo? • Artigo: O GIS serve antes de tudo para comunicar! • Cartografia: oportunidade ou necessidade?
DroneShow no ar! Já está disponível a nova página do evento DroneShow! Com navegação simplificada e um visual moderno, o site traz conteúdos em primeira mão sobre o universo dos drones, além de destacar tudo que vai rolar no primeiro evento de drones do Brasil! Saiba mais no Suplemento DroneShow News, a partir da p. 53. www.mundogeo.com Envie críticas, dúvidas e sugestões para editorial@mundogeo.com. Por uma questão de espaço, as mensagens poderão ser editadas.
CARTAS, POSTS E TWEETS Estimados, estaba por comenzar vuestro Webinar "Google Earth Pro: Potencialidades e Recursos" y me quedé sin conexión a Internet en la oficina, donde me encontraba trabajando en la ciudad de Formosa, Argentina. Siempre aguardo con expectativa las distintas Charlas formativas que ustedes amablemente ofrecen a través de webinars. Muy interesantes todas las anteriores que he asistido. Podrán enviarme la presentación efectuada? Pedro T. Tymkiw Pedro, obrigado por sua mensagem! Todos os materiais (vídeos e arquivos) que são disponibilizados pelos palestrantes e organizadores dos webinars estão disponíveis em www.mundogeo.com/webinar. O Chile já vinha liderando o uso de drones comerciais há algum tempo, principalmente na agricultura e em injeção de capital em projetos específicos. Saíram na frente também na normatização, espero que inspire os outros países da região a fazer o mesmo. Antonius Lourenço Kasbergen Obrigado pelas informações sobre mobilidade e detalhes no percurso de acesso ao MundoGEO#Connect 2015. É uma grande oportunidade de network para mim enquanto profissional. José Neto
Gostaria de informar que conseguimos preencher a vaga de estagiário em geoprocessamento que estava aberta na TRM Ambiental. Agradeço imensamente pelo apoio da MundoGEO na divulgação desta vaga e gostaria também de apresentar meus votos de que a MundoGEO seja cada vez mais bem sucedida em sua missão de divulgar o mundo do geoprocessamento. Marcel Gomez Damico Agradeço a atenção da MundoGEO, sempre prestativa e colaboradora com o setor de geotecnologias, e composta por excelentes profissionais. Lucas Barbosa Cavalcante
@lcmarquezini Cursos em Geotecnologias pelo Brasil via @MundoGEO
@exercitooficial Banco de Dados Geográficos do Exército ganha 1º lugar em Projeto de Infraestrutura Espacial pelo @MundoGeo @mariccota APROGEO-SP no @MundoGEO Connect 2015! Com @GeoplanJr @CoffeyInt Soluções Geoespaciais - Venha nos visitar no @ MundoGEO#Connect #geospatial @SISGRAPH No próximo dia 5 começa mais uma edição da @MundoGEO#Connect! Não deixe de conhecer o novo Power Portfolio! @mapaslivres Um artigo na revista @MundoGEO sobre o poder público e o OpenStreetMap
@EsriCol Mapa interactivo muestra trenes de todo el mundo en tiempo real vía @MundoGEO #ConMapasSeDiceMejor
@OpenStreetMapBR Daqui a duas semanas acontece o @ MundoGEO Connect em São Paulo e o OpenStreetMap estará presente
@Abimael_GIS Obrigado @MundoGEO pela publicação do artigo do 'blog' http://abimaelceredajunior. wordpress.com/ "Guitarras e Mapas - Técnica ou a arte da construção do novo"
Maria Angélica Bizari Cavicchioli Foi muito bom o seminário. Parabéns à Dra. Tania Sausen (INPE) e ao MundoGEO, sempre nos proporcionando novas informações a um click. Abraços a toda equipe.
+Lidas Maio
Junho
Banco de dados geográficos do exército disponibiliza imagens para usuários
Inpe Nordeste mapeia desmatamento da caatinga
Brasil terá 1ª feira de drones em outubro: DroneShow 2015 Prazo para fazer Cadastro Ambiental Rural é prorrogado por um ano 8
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IBGE disponibiliza mapas municipais atualizados Feira DroneShow 2015 lança programação de seminários e cursos
NAVEGANDO A Agência Nacional das Águas divulgou em seu portal o relatório sobre as Regiões
Hidrográficas Brasileiras
Como parte das comemorações do seu 79º aniversário, o IBGE lançou a 74ª edição do Anuário Estatístico do Brasil, referente ao ano de 2014 A Blue Marble lançou a versão 16.2 do software Global Mapper com melhor visualização em 3D, entre outras atualizações O Google apresentou uma versão de seu aplicativo de mapas que mantém as funções
de busca e de navegação passo a passo mesmo com celular offline O novo Código Florestal completou, no dia 25 de maio, três anos de existência Pesquisadores da Universidade do Texas desenvolveram um sistema capaz de identificar a localização com precisão de centímetros O Sismopan e o GeoHidro-Pantanal, dois sistemas desenvolvidos por pesquisadores da Embrapa, contam agora com informações sobre hidrologia, usando mapas, imagens de satélite, figuras, desenhos e animações O Sistema Labgis compilou uma extensa base de links com dados geográficos gratuitos para consulta e download: www.labgis.uerj.br O Grupo de Geoprocessamento do Centro Regional do Nordeste (CRN), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), apresentou os resultados preliminares do monitoramento por satélite da Caatinga O IBGE disponibilizou, em seu portal na internet, um mosaico de imagens ortorretificadas do Piauí e um conjunto de 30 cartas-imagem de Tocantins O Projeto Uniformização do Zoneamento
Ecológico-Econômico da Amazônia Legal (UZEE) aponta quais as áreas aptas para o plantio de espécies produtoras de energia em todos os estados da Amazônia Legal e implementa um sistema integrado de informações sobre a região
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Exército disponibiliza imagens Dando continuidade ao processo de aperfeiçoamento e desenvolvimento de novas funcionalidades no Banco de Dados Geográficos do Exército (BDGEx), ferramenta de disseminação dos dados geoespaciais matriciais e vetoriais produzidos pela Diretoria de Serviço Geográfico (DSG) foram disponibilizadas imagens RapidEye para visualização de todo o Território Nacional. As ortoimagens são geradas a partir dos satélites RapidEye pelo fusionamento RGB, com resolução espacial de 5 metros e resolução radiométrica de 8 bits. INFO www.dsg.eb.mil.br
BradarSAR A Bradar, empresa controlada pela Embraer Defesa & Segurança, desenvolveu o BradarSAR, um novo sistema de sensoriamento remoto InSAR multibanda (X e P). Aerotransportado e utilizado para mapeamento e monitoramento em alta precisão e resolução, o equipamento pode ser operado inclusive à noite, com chuva ou com a presença de nuvens. Pesando 100 quilos, ele pode ser transportado para qualquer lugar, até mesmo em missões fora do país. De fácil instalação, o radar pode ser levado em aeronaves de pequeno porte e baixo custo, utilizando a mesma furação (orifício de aeronaves já homologadas para operação) de câmeras digitais. Suas principais aplicações são a geração de imagens, mapeamento topográfico, monitoramento de mudanças geográficas como desmatamento, inundações, invasões, processos erosivos e estimativa de biomassa, busca e salvamento, vigilância terrestre e marítima, controle de fronteiras, entre outros. INFO www.bradar.com.br
ArcGIS 10.3.1 A versão 10.3.1 do software traz novas funcionalidades como o Smart Mapping (Mapeamento Inteligente), disponível através do ArcGIS Online, no qual o usuário pode rapidamente aprimorar as características do mapa. Disponível no ArcGIS for Server e Portal for ArcGIS, novas opções 3D Web permitem visualizar, criar e compartilhar cenas 3D através do browser. Com esta nova versão, a Esri dá mais um importante passo em direção ao 3D, permitindo que o ArcGIS for Server e o Portal for ArcGIS hospedem modelos 3D “multipatch” e simbologias como fotos de edifícios e árvores. INFO www.esri.com
eTrex 20x e 30x A Garmin Brasil anunciou a mais nova atualização da popular linha de GPS portátil dos modelos eTrex 20x e 30x. Com display de 2.2 polegadas, memória interna de 3.7 GB, robusto e resistente à água, os eTrex 20x e 30x vêm com um GPS de alta sensibilidade com suporte para Glonass, mapa base mundial pré-carregado e diversas opções de montagem. INFO www.garmin.com/br
Combate à corrupção A Notoriun Tecnologia desenvolveu uma ferramenta geoespacial de combate à corrupção, que permite aos cidadãos e gestores competentes visualizar dados estatísticos sobre a atuação judicial e extrajudicial do Ministério Público Federal no combate à corrupção. A ferramenta de inteligência espacial permite a extração de gráficos e tabelas interativos para o acompanhamento dos casos de corrupção sob investigação. Dados como números de procedimentos instaurados por ano, por estados, e tipos de ilícitos cometidos podem ser consultados. Com o componente geográfico das informações, o cidadão pode ter uma noção exata da propositura de ações de combate à corrupção propostas pelo Ministério Público Federal (MPF) por todo o país. Com o detalhamento da informação, o cidadão pode consultar o andamento dos processos, valores, atores envolvidos, do órgão julgador e principalmente da localização exata de proximidade à sua residência para ver o que está sendo feito no combate à corrupção em sua região. INFO www.notoriun.com.br
Vegetação do Brasil O IBGE disponibilizou em formato digital o conjunto de informações históricas sobre a vegetação do Brasil, produzido nas décadas de 70 e 80, que tem como base os projetos Radam (Radar da Amazônia), iniciado em 1970, e Radambrasil, fruto da expansão do projeto original para todo o território nacional em 1975. Anteriormente disponibilizado em papel, este mapeamento foi digitalizado e ajustado, tornando-se potencial ponto de partida para outros mapeamentos. Com isso, possibilita-se, por exemplo, a obtenção do mapa da vegetação pretérita do Brasil na escala 1:5.000.000 (em que 1 cm = 50 km), a modelagem das informações para a geração de estatísticas ambientais dos estados brasileiros, a aferição da quantidade de vegetação e do que se preservou, distribuída por tipos de vegetação, e a comparação dos níveis de desmatamento, comparando as áreas desmatadas na época do antigo mapeamento e as da atualidade. INFO www.ibge.gov.br
Atlas Brasil A Agência Nacional de Águas (ANA) divulgou o “Atlas Brasil – Abastecimento Urbano da Água”, uma plataforma digital que consolida um amplo trabalho de diagnóstico e planejamento nas áreas de recursos hídricos e saneamento no Brasil. Num contexto de crise hídrica vivido neste ano de 2015, o Atlas avalia os mananciais e sistemas de produção de água de cada sede urbana, indicando as principais obras e ações de gestão para o atendimento das demandas até 2025. INFO http://atlas.ana.gov.br/Atlas
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Mapa das Indicações Smart3DCapture A Bentley lançou no Brasil, durante a feira Geográficas do MundoGEO#Connect Latin America 2015, o softwaBrasil re Smart3DCapture, da Acute3D. Mundialmente usaO IBGE, em parceria com o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), lançou o Mapa das Indicações Geográficas do Brasil, que integra as informações cartográficas referentes aos selos de qualidade e às garantias de procedência de produtos nacionais, chamados Selos de Indicação Geográfica, localizando as regiões de origem dos 39 produtos e serviços nacionais certificados. O Selo de Indicação Geográfica (IG) remete à localização de origem e às condições espaciais da fabricação de produtos, permitindo que os consumidores tenham a certeza de que estão adquirindo um produto diferenciado pela qualidade da sua procedência, além de valorizar a cultura local e fomentar atividades turísticas. INFO ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas_tematicos/ mapas_murais
Laser Scanner 3D GeoMax A Embratop trouxe para Brasil o mais recente lançamento da GeoMax. O novo Laser Scanner 3D Zoom300 e o software X-PAD MPS são soluções simples e práticas. O equipamento possui proteção contra pó e água, classificação IP65, alcance linear de 300 metros, capacidade de coletar 40 mil pontos por segundo, sendo facilmente controlado por qualquer dispositivo iOS, Android ou Windows dotado de WiFi. O software X-PAD MPS , para processamento de dados topográficos, é capaz de integrar diferentes informações como registro e gerenciamento das nuvens de pontos, imagens digitais, geração de superfícies 3D e cálculo de volumes, além das funções CAD para a criação de desenhos topográficos tridimensionais. INFO www.embratop.com.br
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do para levantamentos topográficos, levantamento de cidades, projetos BIM e maquetes eletrônicas, o Smart3DCapture é uma solução para modelagem 3D da realidade. Seu princípio consite em analisar várias fotografias de um objeto estático, tiradas de diferentes pontos de vista, e automaticamente detectar os pixels correspondentes ao mesmo ponto. O software permite a utilização de fotos, desde sobrevoos (drones e helicópteros) para gerar elementos 3D, como também de cidades, terrenos e edifícios.
INFO www.acute3d.com/smart3dcapture
I/Map Editor A companhia Intergraph, parte do grupo Hexagon, anunciou o novo I/Map Editor para ArcGIS, que traz recursos avançados de mapeamento para dados provenientes de ferramentas da empresa, automatizando e agilizando a criação de mapas em I/CAD. INFO www.intergraph.com
Mapeamento da Amazônia Desde 2008, o Exército Brasileiro está mapeando 1,8 milhão de quilômetros quadrados da Amazônia. Agora, o radar usado na missão do Exército é capaz de enxergar através da folhagem, mesmo com céu encoberto. Para isso, os prismas (refletores) foram colocados pelas equipes de campo em pontos escolhidos no terreno com coordenadas GPS levantadas com precisão. Esses prismas são instalados seguindo as faixas de voo que o avião deve obedecer. Eles refletem os sinais emitidos pelos sensores embarcados na aeronave, e ajudam assim a calibrar com precisão as imagens adquiridas. Os cones, posicionados no solo, refletem o sinal com nitidez e permitem medir exatamente a distância percorrida. Permitem também o registro de qualquer variação do solo, como depressões ou elevações do terreno.
CAPA
Hexagon:
soluções completas, sinergia perfeita!
Grupo sueco é o único do mercado capaz de fornecer tecnologias que atendem desde a coleta e processamento de dados até o compartilhamento de informações. Conheça a trajetória, os valores e as operações da organização que oferece soluções para toda a cadeia produtiva do ecossistema geoespacial. Executivo responsável pelas operações na América do Sul revela perspectivas e planos para a região.
Por Alexandre Scussel
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E
m um mundo em constante mudança, coletar, processar, compartilhar dados geoespaciais cada vez mais precisos e transformá-los em informações úteis para as operações demanda tecnologias robustas, capazes de gerenciar esse fluxo de entrada de dados. Dados geoespaciais estão por todos os lados e podem ser coletados com diferentes tecnologias como satélites, aerolevantamentos tradicionais, drones, VANTs, estações totais, scanners laser e coletoras GNSS/GPS, que, depois de serem capturados, precisam ser processados, tratados, validados e armazenados de forma eficiente, para então poderem ser disponibilizados através de ferramentas de análise capazes de apoiar as tomadas de decisão. Devido ao seu extenso portfólio de soluções, a Hexagon oferece todas as tecnologias necessárias em todos os processos que compõem o ecossistema geoespacial, desde as famílias de produtos da Leica Geosystems para captura de dados, até os softwares da Sisgraph e da Hexagon Geospatial para processá-los e disponibilizá-los. A Hexagon conta com nomes de destaque dentro do mercado geoespacial para poder oferecer as melhores tecnologias e promover cada vez mais a sinergia entre as suas marcas. Utilizar soluções integradas nativamente, como as oferecidas pela Hexagon significa, em última análise, otimizar todo o fluxo da operação, evitando, assim, retrabalhos e episódios de perdas de dados. Isso pode ser exemplificado em casos quando, ao finalizar um processo de detecção de mudanças sobre dados matriciais utilizando um software de sensoriamento remoto, os usuários se beneficiam de uma integração com GIS desktop para terem as
respectivas (feature classes vetoriais) atualizadas automaticamente. Com a liderança desse segmento e investimentos constantes em pesquisa e desenvolvimento, a Hexagon está sempre buscando o estado da arte em tecnologia da informação. Um exemplo recente é a opção de utilizar software de sensoriamento remoto e GIS em uma configuração NAAS (native-as-a-service), um novo conceito em que o software está hospedado na nuvem, mas que permite ao usuário utilizá-lo como se estivesse executando a versão desktop instalada no seu computador. Sobre a Hexagon Fundada em 1992 e com sede em Estocolmo, na Suécia, a Hexagon oferece um portfólio de soluções geoespaciais extenso para todas as áreas de negócios dentro do ecossistema geoespacial. Com as tecnologias das marcas do grupo Hexagon, é possível realizar atividades que compreendem os principais pilares que sustentam esse mercado. Com atuação global no fornecimento de tecnologias da informação, o grupo disponibiliza melhorias na qualidade e produtividade em aplicações corporativas geoespaciais e industriais. As soluções da Hexagon auxiliam pessoas a enfrentar desafios globais como uma fonte de inovação e crescimento. Big Data, nuvem, tempo real e conectividade são apenas alguns tópicos e tendências que vêm impulsionando soluções essenciais para o futuro. As soluções da Hexagon são focadas na criação de um futuro sustentável e atendem clientes que abrangem os segmentos aeroespacial, transportes, ambiental, agricultura, infraestrutura e construção, mineração, energia, segurança, topografia e agrimensura.
As tecnologias desenvolvidas e as soluções ofertadas pela Hexagon têm como foco aproveitar o poder das informações, aliando ferramentas e técnicas para gestão, manipulação e visualização de grandes quantidades de dados. Essas soluções integram sensores, softwares, conhecimento e fluxos de trabalho em um inteligente ecossistema que disponibiliza informações úteis e relevantes a todos. Com mais de 15 mil funcionários em 46 países, o grupo Hexagon é constituído por diversas empresas voltadas à área de informações geográficas, como a Sisgraph, Intergraph, ERDAS, Leica Geosystems, entre outras. Abaixo estão alguns exemplos de áreas de negócios do setor geoespacial, nos quais as soluções da Hexagon podem ser utilizadas: • Geração de Energia Recursos hídricos Monitoramento Gestão de ativos Meio ambiente
• Governo (Municipal, Estadual, Federal) Plano diretor Portais e-Gov Gestão de infraestrutura e documentação Segurança pública e defesa
• Distribuição de Energia, Gás, Água e Esgoto Registro de rede Gestão técnica Gestão comercial
• Óleo e Gás Monitoramento Exploração Transporte
• Segurança Pública Incidentes Mapas de concentração Análises de tempo de resposta Áreas de cobertura
• Meio-Ambiente Uso do solo Delimitação de bacia hidrográficas Impacto ambiental
• Transporte Gestão de rede viária Rotas Registro e manutenção da rede de vias • Telecomunicações Gestão territorial e posicionamento de antenas Cadastro de redes Projeto e engenharia em um ambiente GIS 3D
• Fotogrametria e Produção Cartográfica Produção cartográfica Geração de ortofotos Gestão de imagens • Agronegócio Gestão de grandes áreas Agricultura de precisão Reflorestamento Classificação
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Leica Geosystems Com aproximadamente 200 anos de experiência em soluções pioneiras de medição, os produtos e serviços da Leica Geosystems são utilizados por inúmeros profissionais para capturar, analisar e apresentar informações espaciais com precisão e rapidez. A Leica Geosystems oferece uma linha completa de equipamentos e softwares relativos a todas as áreas da geomensura, atendendo indústria, construção, mineração e agricultura. HxGN LIVE O HxGN LIVE é a conferência mundial de clientes e usuários das tecnologias das empresas do grupo Hexagon, na qual são apresentadas todas as novidades do grupo, lançamentos de tecnologias e novos produtos, sessões de treinamento práticas e teóricas, apresentações de estudos de caso e melhores práticas da utilização das tecnologias. Na sua edição mais recente, que aconteceu entre os dias 1 e 4 de junho, em Las Vegas, o evento reuniu aproximadamente 3.500 participantes de 70 países. Durante o evento, além de grandes keynotes com executivos do grupo, uma área de 5 mil metros quadrados serviu de palco para demonstrações in loco das tecnologias Hexagon. Em 2015 o evento acontecerá duas vezes e, pela primeira vez, fora dos Estados Unidos. O local escolhido foi Hong Kong e receberá o HxGN LIVE entre os dias 18 e 20 de novembro. Para mais informações e saber como participar, visite www.hxgnlive.com.
Sisgraph Com mais de 30 anos de inovações tecnológicas, a Sisgraph sempre busca acompanhar a evolução e os novos desafios do mercado para atender as necessidades de seus clientes. Pioneira na impantação de soluções completas para sistemas de informações geográficas, utilities & telecom, segurança pública e engenharia & processos, a Sisgraph aliou software a serviços de suporte, consultoria e treinamento, fornecendo uma solução líder nas áreas de geoprocessamento, gerenciamento de redes de distribuição, centros de operação de emergência e projetos de plataformas de petróleo e de indústrias de processos. A empresa, que desde 2011 faz parte do grupo Hexagon, atua através das seguintes divisões: Hexagon Geospatial, Hexagon Ventures, Intergraph Security, Government & Infrastructure e Intergraph Process, Power & Marine. Mais informações sobre o grupo Hexagon podem ser encontradas em hexagon.com.
Com sede na Suiça, a Leica Geosystems atua em 28 países. Ao todo são mais 100 mil clientes atendidos todos os anos, mais de 3.500 colaboradores, quatro centros de desenvolvimento e mais de 260 centros de serviços distribuídos em 87 países. Fortalecendo a participação da Hexagon na América do Sul, em 2013, o grupo adquiriu total participação na empresa Manfra, distribuidora de produtos Leica Geosystems no Brasil nos mercados Sul e Centro-Oeste há mais de 30 anos. Há sete anos sediada em São Carlos, no estado de São Paulo, a Leica Geosystems do Brasil dispõe de ampla infraestrutura para atender as necessidades de todos os seus clientes e representantes da América do Sul. Além do seu escritório em São Carlos, a estrutura da Leica Geosystems no Brasil conta com unidades de negócios em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e Cuiabá.
Ciclo de "vida" das informações geoespaciais
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Leica Geosystems: Medindo o Mundo Escaneamento do pico mais alto da Europa: Mont Blanc
Cidades em 3D Monitoramento de barragens
Construção de estrada de ferro automatizada: Estação de Nottingham Batimetria aerotransportada
Inspeção de estruturas
Imageamento aerotransportado
Levantamentos em túneis
Controle de máquinas na pavimentação de estradas
Levantamentos de sítios arqueológicos
Tecnologias LiDAR aerotransportado
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Entrevista: Eduardo Steinberg
Presidente da Sisgraph & Hexagon ventures South America MundoGEO: Como você avalia a trajetória e os resultados da Sisgraph e da Leica desde sua aquisição pelo grupo Hexagon, em 2011? Eduardo Steinberg: A Sisgraph, ainda que uma empresa nacional, sempre procurou seguir padrões éticos, de organização e de atuação profissional das empresas que representava no Brasil. Assim, a adaptação ao modelo da Hexagon não exigiu uma mudança significativa. Especialmente no que diz respeito à sua atuação técnica e comercial, a vinda de um grupo de peso como a Hexagon trouxe ainda mais solidez às nossas propostas e os resultados refletiram positivamente. Isso fez com que a Hexagon aumentasse seu interesse por outras empresas brasileiras, criando, assim, um ciclo virtuoso. Hoje, a Hexagon | Sisgraph possui uma posição de destaque técnico no grupo, participando ativamente de diversas iniciativas internacionais de evolução dos produtos e soluções, bem como desenvolvendo suas próprias soluções voltadas para o mercado dos países em desenvolvimento, usando a força do grupo Hexagon para posicioná-las em todo o mundo. Como exemplo, podemos citar inclusive um projeto recente, no qual assistimos a Hexagon China na implementação de soluções de segurança pública. MG: Qual a participação atual do Brasil e da América Latina no volume de vendas da Hexagon no mundo? Como estão as expectativas de crescimento? Pode fazer uma projeção para curto e médio prazo? ES: A atuação do grupo Hexagon na América Latina cresceu muito nos últimos anos, tanto organicamente quanto através de aquisições estratégicas. Atualmente, a América Latina é responsável por 5% do faturamento total do grupo, patamar compatível com a participação dela na economia mundial. A expectativa do grupo é manter a trajetória que marcou os últimos anos, crescendo significativamente acima das economias regionais e consolidando nossa posição de liderança em vários dos segmentos em que atuamos. MG: Como a Hexagon vê o momento atual da economia brasileira e como isto está impactando os negócios da empresa? ES: Todos estão sentindo o momento de transição que
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estamos vivenciando. Como nosso ciclo de vendas é longo, demoramos um pouco para sentir os efeitos diretos da crise, o que nos dá tempo para promover os ajustes que são necessários. Aprendemos com nossa história que todo momento de crise é também um momento de oportunidades. A busca pelo aprimoramento constante de nossas soluções, tendo como foco a evolução das necessidades de nossos clientes, nos coloca em boa posição para atravessarmos este momento, que entendemos ser passageiro. MG: Quais os principais mercados que a Hexagon já atua e em quais a companhia pretende atuar para expandir sua presença na região? ES: A Hexagon atua em diversos mercados, tais como segurança pública, utilities, óleo e gás, mineração, entre outros. Nossas soluções geoespaciais se apoiam na plataforma de mapeamento e Sistemas de Informações Geográficas (GIS) da Hexagon Geospatial. Ela tem como base dados georreferenciados capturados por uma grande variedade de sensores na terra (laser), ar (aerolevantamentos), Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs) ou mapeamento móvel de precisão e imagens de satélites. Os dados capturados são devolvidos na forma de informações relevantes, que suportam o processo de tomada de decisões. As soluções criam processos simples para traduzir essa informação em ações corretivas ou preventivas. Da conectividade e integração das soluções, derivam melhorias nos processos de planejamento e resposta, aumento na produtividade e na qualidade do resultado final. MG: Quais os princípios que norteiam a Hexagon para a entrega de soluções aos seus clientes? Quais as principais mudanças recentes no perfil dos clientes e como a companhia vem se adaptando para atendê-los? ES: A Hexagon | Sisgraph é reconhecida pelas atividades de suporte e serviços, e pelo comprometimento com o sucesso dos projetos nos clientes. Também não temos receio em propor e desenvolvimento de soluções inovadoras. Entendemos que, no mercado de tecnologia, é comum ser o pioneiro, e as maiores oportunidades repousam ai. Percebemos uma tendência que é a de projetos mais importantes terem um componente significativo de inovação e exigirem respostas rápidas. Os clientes reconhecem esta postura de agilidade e engajamento, e nos têm premiado com grandes projetos e contratos que garantem o sucesso da nossa operação.
MundoGEO#Connect 2015
A comunidade geoespacial se encontra aqui!
Maior e mais importante evento de geotecnologias da América Latina reuniu ao todo 3,4 mil pesquisadores, usuários, empresários e especialistas do setor. Pesquisa realizada com participantes revela números e opiniões sobre o evento. Edição 2016 já está marcada para 10 a 12 de maio em São Paulo (SP) Por Alexandre Scussel e Izabela Prates Fotos: Daniel Franco
A
5ª edição do MundoGEO#Connect LatinAmerica, Conferência e Feira de Geomática e Soluções Geoespaciais, que aconteceu entre os dias 5 a 7 de maio, em São Paulo (SP), reuniu especialistas, pesquisadores, usuários e empresários do Brasil e de vários outros países da América Latina. Foram mais de 3,4 mil visitantes e participantes nas 24 atividades do evento, 124 palestrantes das mais diversas áreas de geotecnologia, seja de empresas privadas ou instituições públicas, e ainda 70 marcas expositoras nacionais e internacionais.
era deste setor. Houve crescimento em relação ao ano anterior na participação de presidentes e diretores. Em relação à área de atuação, 22% do público trabalha com gestão territorial e 20% com meio ambiente e recursos naturais.
Setor
58% 42%
Privado Público
Cargo 41% Presidentes e diretores 48% Setor técnico 11% Educadores, pesquisadores e estudantes
Onde trabalha
Apesar do momento instável da economia nacional, a feira deste ano contou com maior participação de profissionais que atuam na área do que público em geral. De acordo com a enquete realizada durante a feira, 58% do público faz parte do setor privado, e 48% dos participantes apresentam o cargo do setor técnico, um crescimento em relação ao ano passado no qual 46% do público participante
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8% 17% 8% 16% 22% 20% 9%
Universidades Empresas do setor Business Intelligence Infraestrutura Gestão territorial Meio ambiente e recursos naturais Agricultura e florestal
Em 2015, o evento registrou uma novidade: 57% dos participantes visitavam pela primeira vez a feira. A avaliação dos participantes em relação à organização do evento, na opinião de 80% dos participantes,
foi considerada muito boa, assim como as novidades que a feira trouxe ao setor de geotecnologias.
Frequência no evento
no Brasil, durante a feira MundoGEO#Connect Latin America 2015, o software Smart3DCapture, uma solução para modelagem 3D da realidade, mundialmente usado para levantamentos topográficos, levantamento de cidades, projetos BIM e maquetes eletrônicas. Veja todos os destaques do MundoGEO#Connect 2015: https://goo.gl/kiAjCW
57% Primeira participação 22% Segunda participação 21% Terceira participação ou mais
Organização do evento 80% Muito boa 17% Boa 3% Regular
Novidades na feira 69% 26% 4% 1%
Muito boas Boas Regulares Ruins
Apesar de o evento ser anual, era do interesse da equipe MundoGEO obter a informação sobre uma possível frequência bianual do evento. E, finalmente, 95% dos participantes consideram possível retornar a feira em 2016.
Frequência do evento 79% Anual 21% Bianual
Você pretende voltar ao evento em 2016
Vários outros expositores mostraram soluções e aplicações das tecnologias geoespaciais, como a Strata Engenharia, que apresentou as técnicas de sistemas de levantamentos a laser scanner cinemático em projetos executivos de engenharia relacionados a levantamentos de pavimentos rodoviários e aeroportuários. Outro exemplo é a empresa Coffey que, através da realidade virtual em integração com o GIS, trabalha na elaboração de diversos projetos. Pegasus acoplado em um veículo apropriado, que estava em exposição na feira. A empresa Strata Engenharia utiliza para aplicações técnicas em projetos de engenharia
95% Sim 5% Não
Durante os três dias, alguns expositores mostraram tendências em equipamentos e soluções para automação topográfica, imageamento da Terra, análises espaciais e tecnologias laser 3D, além de muitas novidades e lançamentos, como a Bentley, empresa especializada em soluções de software para projeto, análise, construção, operação e manutenção da infraestrutura mundial, que lançou
Empresa Coffey elabora modelos de realidade virtual mostrando a superfície topográfica
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Visando oferecer mais facilidade para a comunidade brasileira de geoinformação, o MundoGEO#Connect LatinAmerica 2015 contou com a transmissão online de três cursos do evento, oferecendo a oportunidade para que pessoas em qualquer lugar do Brasil e também do mundo se capacitem, sem a necessidade de deslocamentos.
Além da exposição de produtos e serviços, a feira ofereceu aos participantes seminários, cursos e fóruns, que destacaram importantes discussões e esclarecimentos acerca dos mais variados assuntos, como o Cadastro Ambiental Rural (CAR), debates sobre o impacto para a comunidade do setor do Projeto de Lei com a nova Política de Geoinformação e a incorporação da componente geográfica nos projetos de Big Data e de Cidades Inteligentes, por exemplo. Nos eventos livres que aconteceram ao longo dos três dias, as inscrições eram gratuitas e qualquer participante ou visitante da feira tinha acesso. Estes eventos se constituíram por seminários organizados por instituições como a Associação Profissional de Geógrafos no Estado de São Paulo (Aprogeo-SP), Diretoria do Serviço Geográfico do Exército (DSG), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Agência Nacional de Empresas de Aerolevantamentos (Anea), que abordaram assuntos de extrema importância, como as atribuições do geógrafo, a disponibilização de dados geoespaciais à sociedade, as aplicações do aerolevantamento e a adoção definitiva no Brasil do sistema de Referência Geocêntrico para as Américas, o SIRGAS2000.
pectiva geográfica, uma nova dimensão de conhecimento para que a tomada de decisão seja efetiva. No dia 6 de maio aconteceu o Seminário Big Data e Inteligência Geográfica, que desmistificou o conceito de Big Data, mostrou o que o profissional pode fazer para melhorar o resultado do seu negócio. Neste mesmo dia aconteceu o Curso Padrões e Infraestruturas de Dados Espaciais, no qual, especialistas da DSG ensinaram os principais aspectos das especificações técnicas mínimas a serem observadas na contratação e na produção de conjuntos de dados geoespaciais de referência. E no último dia do evento, 7 de maio, foi realizado o Seminário GIS: Novas Soluções e Desafios que demonstrou as novas soluções e oportunidades para o desenvolvimento e uso de GIS na web e na Nuvem.
CADASTRO E GOVERNANÇA DA TERRA
Visando oferecer mais facilidade para a comunidade brasileira de geoinformação, o MundoGEO#Connect LatinAmerica 2015 contou com a transmissão online de três cursos do evento, oferecendo a oportunidade para que pessoas em qualquer lugar do Brasil e também do mundo se capacitem, sem a necessidade de deslocamentos. As atividades realizadas na feira abordaram os principais eixos tecnológicos do setor geoespacial. A seguir você confere um resumo dos temas abordados, organizados em seis vertentes.
GIS E INTELIGÊNCIA GEOGRÁFICA A inteligência geográfica permite a integração e organização de informações como nenhuma outra dimensão e será através da consolidação da integração entre Big Data e das geotecnologias que o profissional terá condições de traduzir, para a pers-
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A automação topográfica vai além do campo e do escritório. No campo são obtidas as informações e realizada a mensuração, enquanto no escritório verifica-se a precisão dos dados obtidos. E é neste sentido que, de forma integrada, a topografia, imagens e a criação de banco de dados requerem softwares, equipamentos e imagens de satélite adequados. Mas o maior desafio desta área é a qualificação profissional. Assim, nas atividades da feira, os proprietários, profissionais e demais interessados puderam inteirar-se acerca do Georreferenciamento de Imóveis Rurais e também de outro tema de extrema importância para o país, o Cadastro Ambiental Rural, que é caracterizado por uma legislação complexa que causa insegurança nos proprietários e profissionais mas que, somado ao SIGEF, quando e se bem usadas, estas duas tecnologias representam um marco para a Agrimensura brasileira. Portanto, partindo da necessidade de esclarecimentos acerca do assunto, foi realizado o Curso presencial de Georreferenciamento de Imóveis
Rurais, no dia 5, que abordou questões técnicas e legais necessárias para a aprovação dos projetos junto ao Incra. Foram passados exemplos e dicas de como superar problemas comuns no levantamento de campo e na interpretação e encaminhamento da documentação do imóvel. O Seminário Georreferenciamento e CAR, no dia 6, abordou os benefícios em realizar dois levantamentos e debateu os principais erros técnicos e de interpretação da legislação que podem ser cometidos pelos profissionais.
Já o Curso Cadastro Ambiental Rural, no dia 7, atualizou os profissionais em relação à legislação e às técnicas para a elaboração do levantamento. Foram fornecidas dicas de como alcançar mais produtividade e qualidade nos trabalhos, com exemplos sobre os desafios técnicos e normativos associados à implementação do CAR e às oportunidades abertas aos prestadores de serviços, empresas e governos no uso deste instrumento de regularização ambiental rural.
SENSORIAMENTO REMOTO E ANÁLISE AMBIENTAL Com o lançamento do satélite Cbers-4, a disponibilidade de imagens de alta resolução e sensores que melhoram a oferta de dados remotos e aumentam a concorrência neste segmento, a necessidade de uma maior convergência das tecnologias utilizadas em outros segmentos para a área de geo - como a utilização de informações provenientes de bancos de dados integrados (big data) -, o uso de dados comportamentais para soluções urbanas e de geomarketing, as aplicações em nuvem que melhoram a integração dos dados de campo e aumentam a velocidade, diminuindo
os custos de processos. O levantamento de dados que agora ganhou mais um personagem, os VANTs, e consequentemente entra em cena a discussão jurídica sobre o uso de imagens de altíssima resolução obtidas por estes equipamentos. Enfim, estes são alguns exemplos das novidades no setor, que obrigam o profissional a manter-se atualizado e continue no mercado de trabalho. Para que o profissional obtivesse aperfeiçoamento profissional, o Curso Geoinformação nos Projetos Ambientais, no dia 5, ofereceu uma descrição das etapas de coleta, processamento e análise das informações geoespaciais aplicadas a projetos ambientais, além de explicar a vantagem desta nova forma de executar ações ambientais utilizando informações geoespaciais. E o Seminário Sensores e Serviços de Observação da Terra, no dia 7, mostrou as principais diferenças, técnicas e as características dos diversos tipos de sensores ópticos, radar e laser embarcados em drones, aviões e satélites. Também foram discutidas soluções para processamento dos dados e serviços de monitoramento, exemplos e aplicações práticas.
LASER SCANNING 3D A falta de mão de obra qualificada em países emergentes como o Brasil aumenta o custo dos serviços e exige soluções para que se possa fazer mais com menos. O uso de soluções tecnológicas que reduzem o tempo de trabalho repetitivo ou exigem maior qualidade cresce bastante, exigindo menos profissionais. Para isto, o mercado oferece uma variada gama de tecnologias, passando por estações totais robóticas, GNSS RTK, Laser Scanner e VANTs. O real ganho de produtividade vem da capacidade do profissional de juntar duas ou mais tecnologias, aproveitando o máximo e sabendo discernir as limitações técnicas de cada uma delas. No dia 5, no Seminário Laser Scanning 3D: Tecnologia e Aplicações, mostrou as diferenças e vantagens desta tecnologia em relação aos processos tradicionais de
coleta de dados, bem como os ganhos de produtividade e de qualidade nos trabalhos, além de limites e aplicações. Conceitos, características, processamento de dados e diferentes técnicas foram temas abordados no Curso Laser Scanning 3D: Fixo e Móvel, no dia 6, que mostrou diferentes equipamentos, como extrair dados, registrar cenas e aprender um pouco sobre a história desta tecnologia.
FERRAMENTAS GEOGRÁFICAS NA GESTÃO PÚBLICA Para ficar por dentro de tudo que a geoinformação pode fazer para melhorar a gestão do espaço urbano, o Curso Geoinformação na Gestão Municipal, no dia 5, e o Fórum Geoinformação para Cidades Inteligentes, no dia 7, apresentaram formas de coleta e atualização de dados geoespaciais para as diversas aplicações em municípios. Foram demonstradas as precauções necessárias em relação às especificações técnicas dos processos de licitação e os vários desafios encontrados na implantação de sistemas de informações geográficas, bem como suas aplicações para o cadastro, arrecadação, planejamento, gestão ambiental, entre outras. Enquanto o fórum contou com a presença de especialistas para discutir e apresentar resultados de projetos que incluem a coleta, processamento, representação e a análise de informações geoespaciais em sistemas de suporte à gestão inteligente de cidades, também foi debatido sobre a relação inseparável entre o novo conceito de Cidades Inteligentes (Smart Cities) e a importância do acesso rápido a informações geoespaciais atualizadas, para facilitar a tomada de decisão em situações rotineiras e emergenciais nas áreas urbanas.
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VEÍCULOS AÉREOS NAO TRIPULADOS (VANTS) O assunto que mais despertou a atenção, seja de profissionais ou do público geral, na feira MundoGEO#Connect 2015, foram os veículos aéreos não tripulados (VANTs, os famosos drones). Essas aeronaves atraíram futuros usuários e também entusiastas desta tecnologia, que puderam conferir de perto mais de 20 modelos em exposição.
Responsáveis pela expansão e desenvolvimento da indústria aeroespacial mundial, com estimativas de grandes investimentos, saindo dos atuais 2,7 bilhões de dólares por ano para cerca de 8,3 bilhões nos próximos anos, as possibilidades de aplicações são variadas e, com a regulamentação do setor, o uso civil desta tecnologia será cada vez mais expressivo. O uso de Sistemas de Veículos Aéreos Não Tripulados (Sis VANTs) para obtenção de imagens aéreas para as mais diversas aplicações já é uma realidade. Fala-se em Sis VANT, pois trata-se de todo um sistema desenvolvido para operar uma aeronave não tripulada com eficiência e segurança. Na feira, representantes e desenvolvedores mostraram as inúmeras opções de drones disponíveis no mercado, tanto de equipamentos nacionais como importados, das mais diversas formas, tamanhos e preços, ajudando os interessados nesta tecnologia a descobrirem qual dessas opções pode ser a melhor, de acordo com as diversas necessidades de aplicação.
Fatores como qual o tipo de terreno será coberto, quais as condições para decolagem e pouso das aeronaves, o tamanho das áreas a serem imageadas, a facilidade ou não de acesso a estas áreas, se será necessário o uso de imagens georreferenciadas com grande precisão ou apenas saber se determinada área está sendo desmatada, invadida, ou com sua ocupação expandida, entre outros fatores, impactarão diretamente no tempo de voo necessário para cumprir cada missão, e isso ajudará a definir qual a autonomia e alcance que o Sis VANT deverá ter. Assim, especialistas apresentaram o que há de mais avançado e as últimas novidades dos drones para diversas aplicações, além das capacidades, limites e modelos desta tecnologia, bem como um panorama atual da legislação através do Curso VANTs & Drones: Modelos, Usos e Limites e também o Fórum VANTs & Drones: Aplicações e Resultados. Para que fosse possível demonstrar a capacidade de voo dos drones, um espaço exclusivo na feira, da empresa Sensormap, contou com uma “tela de proteção”, para que drones pudessem voar sem oferecer perigo aos visitantes.
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A GyroFly, empresa com foco no desenvolvimento de drones multirrotores com tecnologia própria, incluindo a estrutura, hardware e softwares embarcados, também fez o lançamento da sua aeronave de maior alcance, autonomia e capacidade, a Gyro1000 X4. A Gyro 1000 X4 é uma aeronave adequada às operações de grande alcance, com capacidade de capturar imagens através de câmeras fotográficas, termais ou multispectral e voar por mais de 80 minutos.
Apesar dos drones ganharem uma feira exclusiva, também promovida pela MundoGEO, a DroneShow LatinAmerica 2015 que acontecerá nos dias 28 e 29 de outubro de 2015, essas aeronaves continuarão como destaque na feira MundoGEO#Connect, para aplicações na área de mapeamento, monitoramento, entre outras. Empresas como a XMobots e a Gyrofly fizeram lançamento oficial de seus drones durante a feira MundoGEO#Connect. A XMobots, empresa nacional especializada no desenvolvimento e fabricação de VANTs, fez o lançamento oficial do dro-
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ne Echar 20B, cujas aplicações incluem os setores de topografia, agricultura de precisão, sensoriamento remoto, ambiental, mineração, segurança, entre outras áreas onde há necessidade de georreferenciamento e mapeamento/fiscalização de grandes áreas.
Para mais Informações sobre o evento DroneShow 2015, acesse o site www.droneshowla.com
PREMIAÇÃO
PRÊMIO MUNDOGEO#CONNECT 2015
Troféus foram entregues para os vencedores das 20 diferentes categorias. Premiação de Projetos foi destaque neste ano Por Deyse Delamura
A
5ª edição do Prêmio MundoGEO#Connect reconheceu empresas, instituições, marcas, softwares, equipamentos e pessoas que contribuíram para melhorar o setor de geotecnologia no último ano. Todo o processo de votação teve contribuição da comunidade, que escolheu desde as categorias até os ganhadores. A cerimônia de premiação, que neste ano entregou 45 troféus, aconteceu na quarta-feira (6/5), no final do segundo dia do evento, e contou com uma homenagem póstuma feita ao engenheiro Geovane Cayres Magalhães por sua contribuição ao setor de geotecnologia. Profissionais, acadêmicos e estudantes também tiveram a oportunidade de concorrer ao Prêmio MundoGEO#Connect por seus trabalhos que usam atributos geográficos. Foram recebidos cerca de 120 trabalhos, os quais foram avaliados através da atribuição de notas aos quesitos Inovação, Aplicação Prática e Retorno para a Sociedade e os três vencedores de cada uma das cinco diferentes categorias foram revelados durante a cerimônia de premiação. Ao todo foram entregues 45 prêmios. Confira abaixo todos os vencedores.
Profissional do Ano – Setor Privado Iara Musse Felix (Santiago & Cintra Consultoria) Profissional do Ano – Setor Público Arlete Meneguette (Unesp – Presidente Prudente) Melhor Instituição de Ensino e Pesquisa Universidade Estadual Paulista (Unesp) Instituição Pública de Maior Destaque Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Melhor Curso de Engenharia de Agrimensura e/ou Cartográfica Universidade Estadual Paulista (Unesp – Presidente Prudente) Melhor Curso de Geografia Universidade Estadual Paulista (Unesp) – Rio Claro Melhor Empresa para se Trabalhar Santiago & Cintra Geo-Tecnologias Melhor Empresa Júnior no Setor de Geotecnologia EJECart – Empresa Júnior de Engenharia Cartográfica da UNESP Presidente Prudente
Melhor Aplicativo Móvel de Geolocalização Google Maps Empresa mais lembrada de Desenvolvimento de Soluções Santiago & Cintra Consultoria Empresa mais lembrada: Distribuidora de Imagens de Satélites Santiago & Cintra Consultoria Empresa mais lembrada de Mapeamento Geoambiente Empresa mais lembrada: Distribuidora de Equipamentos de Geodésia e Topografia Santiago & Cintra Geo-Tecnologias Empresa mais lembrada: Distribuidora de Softwares de GIS e Processamento de Imagens Santiago & Cintra Consultoria Marca mais lembrada de Equipamentos de Geodésia e Topografia Trimble
Marca mais lembrada de Laser Scanner Terrestre Trimble Marca mais lembrada de Software Topográfico Topograph – Bentley Marca mais lembrada de Softwares de GIS e Processamento de Imagens ArcGIS – Esri Marca mais lembrada de Imagens de Satélite RapidEye Marca mais lembrada de VANTs SenseFly Prêmio Especial – Carlos Alberto (Furtado, Schmidt) Prêmio Especial – Flávio Yuaça (Prefeitura de Goiás) Prêmio Especial – Eduardo de Rezende Francisco (UFV/ ESPM) Prêmio Especial – Gen Pedro Soares da Silva Neto (DSG) Prêmio Especial – Geovane Cayres Magalhães (CNPq)
Homenagem especial foi feita ao engenheiro Geovane Cayres Magalhães
Professora Arlete Meneguette, da Unesp, foi reconhecida com a profissional do ano do Setor Público
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PREMIAÇÃO DE PROJETOS Educação 1º lugar Projeto: Google Earth na Sala de aula Autor:Luis Correia Antunes Empresa/Instituição:Google Earth na Sala de Aula 2º lugar Projeto:Atlas Digital do IFBAIANO – Uma ferramenta para planejamento e desenvolvimento sociambiental sustentável Autor:Vandemberg Salvador de Oliveira Empresa/Instituição:IFBAIANO 3º lugar Projeto:Escolas ao Mar Autor:Raul Oliveira Costa Dias Empresa/Instituição:Fundação de Estudos e Pesquisas Aquáticas Infraestrutura e Utilities 1º lugar Projeto:Sabesp da Baixada Santista Monitora através do Geoprocessamento as reclamações referentes à falta de água através de uma aplicação na Web Autor:Marcelo José Garcia Fernandes Empresa/Instituição:Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) 2º lugar Projeto:De onde vem a água? Autor:Alex Piaz Empresa/Instituição:Instituto Socioambiental (ISA) 3º lugar Projeto:LIS Online e GSE – Leitura e Impressão
1. Máicon Altir Canal (Prefeitura de Cascavel) 4. Arlete Tieko Ohata (SMA/SP) 5. Antonio Carlos Guedes (SMA/SP) 6. Ana Cristina Lazzaro (Bentley) 7. Marco Aurélio de Oliveira (Acqua Manager) 8. Vandemberg Salvador (IF Baiano) 9. Pablo Galhardo (Furtado, Schmidt) 10. Álvaro Viana (Alta Geotecnia Ambiental) 11. Luiz Roberto Arueira (Instituto Pereira Passos)
Simultânea com Gerenciamento das Equipes Autor:Marco Aurélio de Oliveira Empresa/Instituição:Acqua Manager Infraestruturas de Dados Espaciais 1º lugar Projeto:Banco de Dados Geográficos do Exército (BDGEx) Autor:Wladimir da Silva Meyer Empresa/Instituição:Diretoria de Serviço Geográfico/Centro de Imagens e Informações geográficas do Exército 2º lugar Projeto:Datageo – Implantação de uma IDE Ambiental do Estado São Paulo Autor:Arlete Tieko Ohata Empresa/Instituição:Secretaria de Meio Ambiente-SP 3º lugar Projeto:IDE Montevideo Autor:Victoria Alvarez Empresa/Instituição:Intendencia de Montevideo Gestão Pública 1º lugar Projeto:Sistema Gerenciador de Informações sobre Riscos Geológicos no Estados de São Paulo (SGI-RISCO-IG): Geotecnologia como subsídio para tomada de decisões em cenários de risco de desastres naturais. Autores:Antonio Carlos Guedes, Maria José
12. Vinivius Rissoli (Santiago & Cintra Consultoria) 13. Gustavo Streiff (Santiago & Cintra Geo-Tecnologias) 14. Iara Musse Felix (Santiago & Cintra Consultoria) 15. Kleber de São José (Trimble) 16. Marcelo Magalhães (IBGE) 17. Representante da DSG 18. Laércio Massaru Namikawa (Inpe)
Brollo, Francisneide Ribeiro Empresa/Instituição:Instituto Geológico – SMA/SP 2º lugar Projeto:Sistema Municipal de Informações Urbanas – Integração da informação geoespacial para o Rio de Janeiro Autor:Luiz Roberto Arueira Empresa/Instituição:Instituto Pereira Passos – Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro 3º lugar Projeto:Gestão da Rede de Drenagem Integrada ao Cidadão Autor:Joseanny Poltronieri, Leonel Soares, Marcilene Favarato, Marcus Monteiro, Rosilene Tomazeli. Empresa/Instituição:Prefeitura de Vitória Meio Ambiente 1º lugar Projeto: Sistema de Gestão da Arborização Pública Autor: Máicon Altir Canal Empresa/Instituição: Município de Cascavel 2º lugar Projeto: Geodecision Autor: Álvaro de Freitas Viana Empresa/Instituição:Alta Geotecnia Ambiental 3º lugar Projeto: Plataforma de Monitoramento Ambiental – TerraMA2 Autor: Eymar Silva Sampaio Lopes Empresa/Instituição:INPE
20. Yara Eleutério (EJECart) 21. Izabela Cecarelli (Geoambiente) 22. Cristiane Kajiwara (Acqua Manager) 23. Raul Dias (Fundespa) 24. Marcus Monteiro (Prefeitura de Vitória) 25. Arlete Meneguette (Unesp) 26. Representante da DSG 27. Flavio Yuaça (Prefeitura de Goiás) 28. Eduardo de Rezende Francisco (UFV/ ESPM)
29. Cap Osvaldo da Cruz Morett Netto (DSG) 30. João Rocha (Google) 31. Vinícius dos Santos (Unesp Rio Claro) 32. Emerson Granemann (MundoGEO) 33. Mauricio Campitelli (EJECart) 34. Thomas Sunega (EJECart) 35. Nícolas Machancoses Roncato (EJECart) 36. Eduardo Oliveira (Santiago & Cintra) 37. Alexandre Scussel (MundoGEO) 38. Eduardo Freitas (GEOeduc)
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BIG DATA
Big Data geoespacial para a agricultura Iniciativas aliam grandes quantidades de dados com análises e informações geoespaciais
M
uitas pessoas no mundo disputam com a fome, a insegurança alimentar, a pobreza
e as ameaças para a sua subsistência. Em res-
Saiba mais sobre o RTBMaps no vídeo: https://goo.gl/01ogMo
posta, o Grupo Consultivo sobre Pesquisa Agrícola Internacional (CGIAR, sigla em inglês), uma
Wilson Anderson Holler Engenheiro Cartógrafo, Esp. (UFPR), Supervisor de equipe na Embrapa Gestão Territorial wilson.holler@embrapa.br
organização que coordena uma pesquisa agrícola internacional, criou o projeto RTB (Raízes, Tubérculos e Bananas) para segurança alimentar e programas de renda, que identifica áreas ameaçadas e destaca as oportunidades para melhorar as condições agrícolas. O principal objetivo do projeto é buscar soluções para o problema da fome no mundo através de uma compreensão das tendências geográficas nas causas da insegurança alimentar. O CGIAR é uma parceria global dedicada a reduzir a pobreza rural, aumentar a segurança alimentar, melhorar a saúde e nutrição humana, e assegurar uma gestão mais sustentável dos recursos naturais. O projeto RTB, do CGIAR, é uma pesquisa colaborativa para: o monitoramento da biodiver-
O SomaBrasil foi utilizado, por exemplo, para mapear os municípios em situação mais crítica em relação a oferta d'água para relacionar com os estágios de desenvolvimento das plantas. 30
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sidade da batata; o uso de Sistemas de Informações Geográficas para a avaliação de doenças da banana; um sistema de apoio à decisão multicritério para a definição de prioridades em culturas; um banco de dados aberto de ensaios e avaliações; e um atlas digital chamado RTBMaps. Desenvolvido como uma plataforma crowdsourcing científica, o RTBMaps, identifica as áreas prioritárias para diversas culturas. Ele agrega mapas individuais que mostram a distribuição das culturas, áreas desabitadas, áreas de pragas e doenças, e dados socioeconômicos. Cientistas e interessados podem acessar o sistema online e optar por sobrepor as camadas específicas. O CGIAR trabalha prioritariamente na África, mas o RTBMaps também possui dados de outros continentes e países como o Brasil.
Glenn Hyman, pesquisador sênior do Centro Internacional de Agricultura Tropical, em Cali, na Colômbia, diz: "Os centros de pesquisa, como o nosso, estão passando por nossa própria literatura para encontrar todas as aplicações de dados e conhecimentos que têm uma dimensão geográfica. A iniciativa RTB é uma maneira muito útil para compartilhar nossos trabalhos e olhar para além de nossos padrões de interesses". Hyman diz que os cientistas em seu centro estão pesquisando maneiras de prevenir a dispersão de cochonilhas para que não danifiquem as colheitas. Usando o RTBMaps, pesquisadores combinaram um mapa mostrando a alta aptidão para a cochonilha com outro mapa da distribuição atual de produção de mandioca na Ásia, destacando as áreas onde medidas de prevenção devem ser tomadas. No RTMaps está disponível uma aplicação chamada “Siempre” que utiliza a análise de decisão multicritério para apoiar a segmentação geográfica de intervenções no melhoramento das culturas do projeto. Essa aplicação é utilizada para avaliar soluções alternativas utilizando o “Processo de Análise Hierárquica” conhecido como AHP. O aplicativo também extrai informações de redes sociais, incluindo vídeos, tweets e posts, para enriquecer a compreensão dos cientistas sobre as culturas. Iniciativas como essa também estão presentes no Brasil, como o Sistema de Observação e Monitoramento da Agricultura no Brasil (SomaBrasil). O sistema, desenvolvido pela Embrapa Monitoramento por Satélite, dispõe de interface web para visualização, análise e gestão da informação geoespacial e possibilita gerar consultas
dinâmicas, auxiliando processos de tomada de decisão relacionados à agricultura. Os dados organizados e a disponibilização pela internet, utilizando padrões e normas internacionalmente adotados, favorecem a interoperabilidade de conteúdo e serviços, possibilitando uma visão geral e integrada do potencial agropecuário, da escala municipal à nacional. O SomaBrasil foi utilizado, por exemplo, para mapear os municípios em situação mais crítica em relação a oferta d'água para relacionar com os estágios de desenvolvimento das plantas.
Saiba mais sobre este mapeamento em: http://goo.gl/1g7wfq
O sistema é consultado por pesquisadores, gestores, analistas, consultores ambientais e es-
tudantes de graduação e pós-graduação, além de ser ferramenta frequente para instituições públicas e privadas que necessitam dessas informações. Atualmente, estão cadastrados mais de cinco mil usuários do Brasil e de mais de 20 outros países. Todos os cruzamentos dos mais de quatro milhões de registros geram mapas dinâmicos, sobrepostos em uma mesma plataforma. Desde 2013, a Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SPA/Mapa) é um dos principais usuários governamentais do SomaBrasil, utilizado para o apoio à tomada de decisão e ao direcionamento de políticas públicas já estabelecidas, como o zoneamento agrícola de risco climático e o seguro rural. Ambos os projetos (RTBMaps e SomaBrasil) motivam e incentivam novas atividades de pesquisa e desenvolvimento. Essas bases de conhecimento espacializado tornam as informações sobre a agricultura mais acessíveis a todos.
O SomaBrasil foi utilizado, por exemplo, para mapear os municípios em situação mais crítica em relação a oferta d'água para relacionar com os estágios de desenvolvimento das plantas.
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Passo a Passo
Google Camera para Android
Crie produtos surpreendentes com o aplicativo
O
Google disponibiliza um aplicativo para dispositivos móveis que permite a coleta de vídeos, fotos, panoramas e fotoesferas. O aplicativo Google Camera para Android pode ser obtido em https:// goo.gl/Rg5LsP.
Arlete Aparecida Correia Meneguette Engenheira cartógrafa (Unesp), PhD em fotogrametria (University College London). Docente e pesquisadora do Departamento de Cartografia da Unesp Campus de Presidente Prudente arletemeneguette@gmail.com
Requisitos do Google Camera • Funciona em smartphones e tablets com o Android 4.4+ KitKat e posterior • Os recursos Photo Sphere e Panorama requerem um sensor de giroscópio (não disponível no Moto G) • Os recursos Photo Sphere, Panorama e Efeito foco requerem pelo menos 1 GB de memória Versão atual • Compatibilidade com o Android 5.0/Lollipop • Design de material atualizado • Melhorias de desempenho e correções de bugs Tendo instalado o aplicativo Google Camera em seu smartphone ou tablet, vá até o local para o qual deseja coletar as imagens. Fotos, panoramas e fotoesferas devem ser geolocalizados para serem exibidos no Google Maps, portanto, ative o GPS do seu dispositivo móvel e verifique se o armazenamento de localização está ativado nas configurações da câmera panorâmica. Para tanto, execute o aplicativo clicando no ícone . Em seguida, a partir do menu deslizante na lateral esquerda da tela do seu dispositivo móvel, clique no ícone da roda dentada que está no canto inferior direito.
Ao acionar as “Configurações”, você pode: a. Definir resolução e qualidade das imagens: você pode escolher a resolução (alta, normal ou baixa); b. Salvar localização: você deve obrigatoriamente habilitar este recurso, sendo que a latitude e a longitude são capturadas em WGS84;
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c. Ativar Opções Avançadas: você pode habilitar a exposição manual, se desejar ter controle adicional.
Escolha a opção desejada dentre as disponíveis: fotoesfera, panorama, efeito foco, câmara, vídeo. Adquira as imagens evitando que pessoas e placas de veículos sejam mostradas, por respeito à privacidade. Para a captura de panoramas ou de fotoesferas, caso não tenha um tripé especial, procure manter a estabilidade ao máximo durante o processo de aquisição das imagens, girando em torno do seu próprio eixo sem se deslocar e mantendo o ponto azul sempre dentro do círculo mostrado na tela do dispositivo móvel.
Para excluir a imagem mais recentemente adquirida no panorama ou na fotoesfera, clique no ícone de desfazer (localizado no canto inferior esquerdo da tela), mas tome cuidado para não clicar duas vezes nesse ícone ou terá que recomeçar a coleta de imagens. Se quiser excluir o panorama ou a fotoesfera durante o processo de coleta de imagens, clique no “ícone X”, localizado no canto inferior direito da tela.
No caso de panoramas, basta coletar as imagens necessárias para completar a faixa horizontal que completa 360 graus. O número de imagens vai depender se você manteve seu dispositivo móvel na posição convencional, como ele é normalmente utilizado (na vertical), ou se você o rotacionou 90 graus para que ficasse mais fácil de manusear, com ambas as mãos posicionadas nas laterais. No caso de fotoesferas, você deve completar todas as faixas horizontais e também obter uma imagem zenital (mostrando o céu em fotos externas ou o teto nas fotos internas) e outra imagem que mostra o local onde você está posicionado (dê um passo para trás para que seus pés e pernas não apareçam na imagem).
Ao finalizar a captura da cada fotoesfera, o próprio aplicativo realiza a mosaicagem e o georreferenciamento, portanto mantenha-se no mesmo local em que estava coletando as imagens para assegurar que não haverá deslocamento do marcador de lugar, cujas coordenadas são fornecidas pelo GPS. Após coletar as imagens, você pode transferir os arquivos para uma pasta do seu computador usando o cabo USB. Se preferir, você pode se conectar à Internet e usar o backup automático para enviar seus arquivos para a nuvem do Google, ou então pode fazer postagens das imagens georreferenciadas no Google+. No caso específico de fotoesferas, a partir do seu próprio dispositivo móvel conectado à Internet você pode acessar sua “Galeria de Fotos” e escolher a imagem desejada.
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Você pode clicar no ícone para “Compartilhar” e, em seguida, pode selecionar a opção Google Maps, dentre os ícones exibidos na tela do seu dispositivo móvel. Desta forma, será feito o upload do arquivo escolhido a partir da sua Galeria de Fotos. É importante ressaltar a obrigatoriedade de você ter um perfil no Google+ para poder submeter as imagens ao Google Maps, as quais só serão publicadas depois de analisadas. No exemplo apresentado neste tutorial, a fotoesfera capturada em Gödöllői Királyi Kastély, na Hungria, está disponível no Google Maps em https:// goo.gl/maps/vtpZY:
De acordo com a Central de Ajuda do Google Maps, disponível em https://goo.gl/Hl3WgH: O Google Maps tenta escolher, com base em algoritmos, uma variedade de fotos interessantes e de alta qualidade que passem uma impressão do lugar. Para manter o foco no local, fotos que têm pessoas normalmente não são escolhidas. Como o espaço é limitado, nem todas as fotos podem aparecer no Google Maps. Além disso, alguns locais, como pontos turísticos conhecidos ou pontos de referência, têm mais contribuições que outros. Em breve o Google Maps Views se tornará parte do Google Maps e também será lançado um novo aplicativo chamado Street View App (tanto para Android quanto para iOS). Outra novidade será o lançamento do “Street View | Trusted”, um programa que visa incentivar a colaboração do cidadão fotógrafo que poderá contribuir com a publicação de fotos, panoramas e fotoesferas, tanto no Google Maps quanto no Google Earth. Detalhes podem ser acessados em https://goo.gl/vDyvNe. A Central de Ajuda do aplicativo Google Camera está disponível em https://support.google.com/ googlecamera/. O Fórum de Ajuda dos produtos Google Geo em Língua Portuguesa pode ser acessado em https://productforums.google.com/forum/#!forum/ maps-pt.
GIS WEB
Decifrando os mapas online: colocando o conhecimento geográfico na rede
Entenda a estrutura tecnológica por trás do GIS Web e utilize essa ferramenta para compartilhar informações geográficas
S José Augusto Sapienza Ramos Coordenador Acadêmico do Sistema Labgis da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Graduado em Ciência da Computação pela UFF e mestrado em Engenharia de Sistemas e Computação pela COPPE/ UFRJ, trabalha há 14 anos com Geotecnologias com pesquisa, ensino e consultoria sapienza@labgis.uerj.br
Em outras palavras, o acervo acumulado e a capacidade de produção e consumo de dados geográficos estão em franca expansão. 36
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egundo a divulgação dos últimos resultados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios, realizada pelo IBGE, metade dos brasileiros possui acesso à Internet, sendo que uma boa e crescente fração dessas pessoas garante o acesso via aparelhos celulares e outros dispositivos móveis. Este movimento de popularização ocorre em diversos países há diferentes tempos e graus por meio de equipamentos, como os tradicionais computadores “desktop” e “laptops”, passando pelos “tablets” e “smartphones”, e chegando até aos novos relógios e óculos digitais, os chamados “wearable technologies”, ou “tecnologias vestíveis”, em uma tradução livre. Em outra frente, as tecnologias para criação, análise e visualização de dados geográficos diversificam e barateiam – ou mesmo são gratuitas – e diferentes setores públicos e privados já acumulam e disponibilizam parte de um acervo de informações georreferenciadas. Em outras palavras, o acervo acumulado e a capacidade de produção e consumo de dados geográficos estão em franca expansão. Para finalizar o cenário aqui destacado, o terceiro ponto importante é a descentralização do uso e produção desses dados geográficos, colocando a sociedade mais ao centro do processo. Se, em séculos anteriores, criar mapas era um ofício de poucos, e os mapas eram artigos restritos a pessoas próximas ao poder, hoje temos neocartógrafos, mapeamento colaborativo e informação geográfica voluntária que evidenciam uma descentralização, na qual toda uma comunidade pode participar da criação e uso da informação geográfica.
Estamos então em um momento inédito na história do homem. Para ficar apenas em dois exemplos, temos acesso hoje a globos virtuais com imagens em alta resolução e usamos o posicionamento de GPS em ações cotidianas, como nos locomover em uma cidade. Hoje, jovens de 15 anos talvez nem saibam o que é computador sem Google Earth, pois este software está fazendo 10 anos de idade neste ano de 2015. Na berlinda desse cenário está a tecnologia denominada por alguns autores como GIS Web ou SIG Web, pois ela reúne o melhor do cenário descrito acima: Internet e ferramentas para uso e produção de dados geográficos para os mais diferentes afins. Apesar do GIS Web se tornar cada vez menos complexo em termos de implementação e utilização, se faz necessário destrinchar sua estrutura tecnológica para melhor compreensão deste recurso, principalmente para profissionais e instituições que desejem implementá-lo. Convém ressaltar, antes de avançar neste texto, que há um universo de termos técnicos nessa área e com a possibilidade de dispô-los de diferentes maneiras para explicar a estrutura geral de um GIS Web. Todavia, por questões de espaço, se seguirá uma linha que tem como objetivo dar um contexto geral e atualizado. Podemos separar a estrutura tecnológica do GIS Web em três camadas principais: armazenamento, distribuição e interação. Essas camadas podem ser implementadas hoje por diferentes soluções disponíveis no mercado (gratuitas e pagas), sendo possível inclusive utilizar o conceito de SAAS (software as a service), onde uma solução, geralmente na nuvem, construída por uma
empresa, é disponibilizada aos clientes mediante a um valor mensal ou anual. Em outras palavras, é possível “alugar” em empresas especializadas algumas ou todas as três camadas necessárias para montar seu GIS Web como, por exemplo, as soluções do ArcGIS Online, GIS Cloud e QGIS Cloud (há alguns planos gratuitos), dispensando assim a necessidade de se criar dentro de uma empresa a estrutura de hardware, software e recursos humanos dedicados ao GIS Web. A primeira camada, denominada armazenamento, é o dispositivo e estrutura onde os dados são salvos, podendo ir de arquivos não bem organizados em um HD até um grande cluster de supercomputadores, ou mesmo tendo um armazenamento distribuído em diversas instituições. Por exemplo, arquivos Shapefile ou TIFF (tagged image file format) podem ser diretamente disponibilizados para as camadas de distribuição e interação de um GIS Web, entretanto a utilização de um Sistema Gerenciador de Banco de Dados Geográficos como um PostGIS ou Oracle Spatial é geralmente desejado por questões de robustez, desempenho e melhor gerência dos dados. Uma vez que os dados podem estar armazenados em diferentes formatos e sobre diferentes soluções computacionais, há uma segunda camada focada em promover a interoperabilidade ou, em outras palavras, facilitar a distribuição dos dados de forma independente da ferramenta ou dispositivo que o usuário final está utilizando ou mesmo como os dados estão armazenados. Essa camada também implementa estratégias para melhoria de desempenho, como uso de cache e técnicas de otimização do fluxo de dados na rede. São criados então serviços, também chamados geoserviços, acessados por meio de uma URL e que dão acesso ao dado geográfico e suas configurações como simbologia e rótulos. Destacam-se aqui os padrões de interoperabilidade do Open Geospatial Consortium (OGC) como o Web Map Service (WMS) e o Web Feature
Service (WFS), que são hoje suportados pelas principais soluções de GIS no mercado – os sites SkyLab Mobilesystems e o GeoPortal possuem uma extensa lista de serviços de WMS com milhares de dados. Por fim, a camada de interação corresponde à ferramenta computacional utilizada pelo usuário final para utilizar e/ou produzir os dados. Há no mercado, hoje, uma gama de soluções, para as quais podem ser utilizados tanto aplicativos de GIS para desktop, como o ArcGIS for Desktop ou QGIS, quanto ferramentas online como o i3Geo e outros visualizadores interativos de mapas. Algumas dessas ferramentas da camada interação consomem os geoserviços da camada distribuição, podem acessar diretamente a camada de armazenamento e ainda adicionar dados do acervo do usuário, ou seja, total flexibilidade para agregar os dados de diferentes origens. Ressalta-se que é comum que a solução de mercado que provê a camada de interação também ofereça a camada de distribuição como MapServer+Openlayers ou o ArcGIS for Server. Essa estrutura básica, mas não simples, de três camadas, ainda pode contar com soluções para metadados e também serviços de geoprocessamento, que em oposição aos serviços de dados anteriormente citados na camada de distribuição, disponibilizam ferramentas para processar dados. Como este mesmo colunista defendeu em um artigo anterior, iniciativas que misturam mídias como mapas, vídeos, textos e hiperlinks para contar uma história – os Story Maps – demonstram a influência e o dinamismo do uso do dado geográfico para comunicar o conhecimento sobre o espaço geográfico. A solução tecnológica para dispor esses dados de uma forma acessível certamente passa pela rede mundial de computadores. Sendo assim, usar o GIS Web é um passo imperativo que foi dado ou ainda será dado por muitas instituições. Compartilhar é preciso!
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Gestão Pública
Inteligência Geográfica na Gestão Pública Inovação, eficiência e transparência
V André Gavlak Geógrafo (Unesp/Ourinhos), mestre em Sensoriamento Remoto (INPE) e especialista em soluções para o governo. Atualmente, é Gerente de mercado para Governo Federal na Imagem – Soluções de Inteligência Geográfica e atua há mais de 10 anos com geotecnologias para o setor público. É parecerista da Revista do Serviço Público (RSP) e produz conteúdos para o blog “Áreas de Integração para o Governo Federal” http://goo.gl/ YWyZC8 agavlak@img.com.br
Sem exagero algum, podemos falar de um “Big Data Governamental” apenas com dados desta natureza. 38
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ivemos em um país com dimensões continentais. São aproximadamente 200 milhões de habitantes distribuídos por 8,5 milhões de km², sendo cerca de 60% desta área considerada Floresta Amazônica, um dos mais importantes biomas do mundo. O Brasil possui uma biodiversidade riquíssima e uma economia fortemente baseada na agricultura, mineração e indústria de manufatura. Porém, ainda enfrentamos sérios problemas de distribuição de renda e acesso a serviços básicos como saúde, educação e saneamento básico. O país possui cerca de 15 mil km de fronteira terrestre com outros dez países e quase 7.500 km de litoral banhado pelo Oceano Atlântico. Toda esta heterogeneidade social e ambiental torna a gestão pública, de maneira geral, complexa e desafiadora, principalmente quando os recursos financeiros são escassos e há pouco estimulo à inovação tecnológica. Com a intenção de superar esses desafios, o Governo Federal tem investido, nas últimas duas décadas, em diversos programas e projetos que visam, de forma geral, melhorar as condições de vida da população brasileira. Exemplos como o “Programa Minha Casa, Minha Vida”, juntamente com o “Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)” trouxeram investimentos e crescimento, principalmente para a infraestrutura do país, focando em energia, moradia, transportes, etc.. Além disso, o Governo Federal implantou diversos programas sociais e educacionais, como o Bolsa Família, estabeleceu linhas de financiamento para estudantes de nível superior, subsídio para atletas olímpicos, fomento à pesquisa e à capacitação profissional em nível técnico. Entretanto, como sabemos, essas iniciativas são suscetíveis a fraudes e falhas gerenciais do poder público, o que coloca muitas vezes os esforços do governo em descrédito perante a população. Apesar da complexa realidade do nosso país, os olhares internacionais têm se voltado cada vez mais sobre o Brasil, uma vez que a forma como o nosso território é administrado impacta todo o planeta, principalmente quando se fala sobre desmatamento e emissão de gases causadores do efeito estufa. Pro-
gramas já consolidados, como o Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (PRODES) e outros em consolidação, como o Georreferenciamento de Imóveis Rurais, Mapeamento do vazio cartográfico da Amazônia, o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON) e o Cadastro Ambiental Rural (CAR), são fundamentais local e globalmente. Mas, afinal, o que essas iniciativas como o PAC, o Bolsa Família, o CAR e o SISFRON do Governo Federal têm em comum? A resposta é clara: o espaço geográfico. As obras do PAC estão localizadas em algum lugar, assim como os beneficiários do Bolsa Família, as propriedades cadastradas no CAR e as instalações militares que monitoram as fronteiras nacionais pelo SISFRON. Diante disso, imagine o volume de informações geográficas e passíveis de serem georreferenciadas que são produzidas e administradas pelo Governo Federal. Sem exagero algum, podemos falar de um “Big Data Governamental” apenas com dados desta natureza. E olhar para esses dados de forma georreferenciada abre um novo horizonte para a gestão do território, considerando o entendimento do comportamento social, o monitoramento ambiental e o desenvolvimento econômico. Um exemplo da importância dos dados geográficos para o Brasil foi a criação da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE), através do Decreto 6.666/2008. A INDE é definida oficialmente como “conjunto integrado de tecnologias; políticas; mecanismos e procedimentos de coordenação e monitoramento; padrões e acordos, necessário para facilitar e ordenar a geração, o armazenamento, o acesso, o compartilhamento, a disseminação e o uso dos dados geoespaciais de origem federal, estadual, distrital e municipal”. Diversos órgãos federais já aderiram à INDE, mas ainda existe muito a ser feito, dada a complexidade que é reunir dados de dezenas de instituições, padronizá-los e disponibilizá-los de forma atualizada e confiável. Como seria possível, então, fazer o cadastro e a gestão integrada de todas essas informações? Os Sistemas de Informações Geográficas (da sigla GIS,
em inglês) são peça chave para apoiar os órgãos governamentais nestes desafios, atuando desde o planejamento e a análise de dados, passando pela gestão operacional, coleta de dados em campo e gestão de ativos, permitindo ainda o engajamento social por meio da abertura de dados e transparência. Com uso do GIS é possível identificar padrões espaciais com análises estatísticas para identificação de fraudes em benefícios sociais, planejar o crescimento de uma cidade, monitorar o andamento de uma obra, acompanhar em tempo real as equipes de fiscalização em campo e receber dados gerados pela própria população usando seus smartphones. Por exemplo, órgãos fiscalizadores podem monitorar o andamento de grandes obras usando imagens de satélite, assim como dados ambientais coletados em campo podem ser cruzados e modelados para geração de cenários futuros sobre os impactos dessa obra. Todos estes processos podem ser realizados utilizando um único Sistema de Informações Geográficas. A Agência Nacional de Águas (ANA) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) são exemplos de órgãos reguladores federais que utilizam o GIS. Podemos notar facilmente isso quando acessamos o Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos ou quando observarmos as deliberações da ANEEL sobre as Bases de Dados Geográficas das Concessionárias (BDGD). Outro exemplo é o uso de GIS no Programa de Saneamento dos Municípios do Entorno da Baía de Guanabara que busca, entre diversos objetivos, atender requisitos da regulação do setor. Ainda na esfera federal, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) faz ampla utilização de GIS para mapeamento de áreas de risco a desastres naturais. Com desafios parecidos, diversas prefeituras do país têm utilizado os Sistemas de Informações Geográficas. Um exemplo é a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro que implantou duas soluções baseadas em GIS: “Dados abertos geográficos da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro” e o “Mapa participativo da cidade do Rio de Janeiro”. Ambas as aplicações dão acesso à informação para a população e promovem a transparência e engajamento social de forma bastante inovadora. Quando olhamos para este exemplo, vemos um emaranhado de ações interministeriais e interestaduais, grupos de trabalho multidisciplinares, comissões e conselhos que buscam integrar processos, compartilhar dados e chegar a consensos sobre temas polêmicos, e tecnicamente sofisticados. Neste ponto, o GIS também é um diferencial. Sua capacidade de análise, suporte a diversos sistemas ge-
renciadores de bancos de dados e possibilidade de integração com sistemas legados, como ferramentas de Business Inteligence (BI), têm ampliado a capacidade gerencial dos governos brasileiros, permitido que o fluxo da geoinformação (produção, análise e compartilhamento) seja muito mais simples. Há uma quebra de um paradigma aqui. Informação geográfica não é mais algo restrito aos engenheiros cartógrafos e especialistas em sistemas complexos de cartografia e geografia. Com interfaces muito simples e disponibilidade em diversos dispositivos e aplicações, servidores públicos e cidadãos têm utilizado GIS em suas atividades diárias, às vezes sem nem saber, melhorando seu modo de agir diante dos desafios cotidianos. Apesar do novo olhar trazido com o uso dos Sistemas de Informações Geográficas, o Brasil ainda ocupa as últimas posições nos rankings mundiais no que se refere ao desenvolvimento de serviços e produtos inovadores. Em contrapartida, cada vez mais vemos a utilização do GIS como um catalisador da inovação tecnológica na gestão pública. Há dez anos atrás, quem poderia imaginar que um cidadão qualquer poderia inserir informações sobre o seu bairro em um sistema da prefeitura ou que dados sobre a hidrografia federal poderiam ser consumidos como um web service? Administrar um país com características tão diferentes, tendo a visão geográfica como perspectiva comum, permitirá grandes avanços para a gestão de programas e políticas públicas, aquecendo a iniciativa privada que atua com essa tecnologia, incentivando pesquisas no meio acadêmico e beneficiando diretamente toda a sociedade.
Administrar um país com características tão diferentes, tendo a visão geográfica como perspectiva comum, permitirá grandes avanços para a gestão de programas e políticas públicas, [...]
Dados Geográficos Abertos da Cidade do Rio de Janeiro MundoGEO 82 | 2015
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Imóveis Rurais
Como Georreferenciar? Particularidades e dúvidas frequentes sobre o levantamento e o georreferenciamento de Imóveis Rurais Por Izabela Prates
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azão de dúvidas e discussões, o georreferenciamento de imóveis rurais tomou novos rumos nos últimos tempos. Em 2013 o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) publicou a 3ª Edição da Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais (NTGIR), que trouxe importantes mudanças, dentre elas a possibilidade da utilização de novos métodos de posicionamento, como por exemplo o sensoriamento remoto para a definição de limites naturais como rios, encostas, montanhas, e também eliminando a obrigatoriedade de implantação de marcos físicos em alguns casos. Além disso, o Instituto lançou o novo Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF), que simplificou a análise dos processos de Certificação, permitindo que seja realizada a recepção, validação, organização, regularização e disponibilização das informações georreferenciadas de limites de imóveis rurais. Além de compreender normas técnicas e manuais, o profissional precisa entender os conceitos que envolvem o posicionamento preciso e o transporte de coordenadas, conhecer a documentação a ser apresentada para montagem do processo, conferir confrontantes e gerar memorial tradicional, anuências e planilha de cálculo de área, inserir a folha e a malha de coordenadas, enviar a planilha ODS para o SIGEF e compreender integralmente a norma técnica e seus manuais. A seguir estão algumas particularidades encontradas durante o levantamento e a elaboração do georreferenciamento, que são muitas vezes motivos de dúvidas e incertezas.
Levantamento GPS e Sistema de Projeção Algumas informações precisam ser consideradas antes que o georreferenciamento seja feito. Um exemplo é o levantamento realizado em SIRGAS2000 e de uma propriedade certificada em SAD69. Neste caso, o profissional deve obter as coordenadas certificadas em SAD69 e transformá-las com o programa PROGRID do IBGE, por exemplo, e então comparar as coordenadas obtidas do levantamento em SIRGAS e fazer uma tabela de acurácia. Não existe necessidade de se realizar um novo levantamento de campo, apenas a transformação é suficiente. O desmembramento de uma área certificada em SAD69 também deve ser feito em SAD69. Já no caso de um imóvel atingido por fusos diferentes, o profissional deve estender o fuso onde se encontra a maior parte do imóvel.
Sistema Geodésico local: Cálculo de área O cálculo de área deve ser realizado com base nas coordenadas referenciadas ao Sistema Geodésico Local (SGL). A formulação matemática para conversão entre coordenadas cartesianas geocêntricas e cartesianas locais está definida no Manual Técnico de Posicionamento no site do SIGEF (https://sigef. incra.gov.br/). No caso da área ter sido certificada conforme a 2ª edição da NTGIR, e caso haja necessidade de se pedir o desmembramento, haverá sobreposição. Neste caso, deve-se pedir o cancelamento da certificação anterior. O Plano Topográfico Local desconsidera a curvatura da Terra e é perpendicular à vertical do
lugar no ponto da superfície terrestre considerado como origem do levantamento. Para se ter uma ideia, as coordenadas no sistema de projeção UTM produzem no meridiano central uma deformação linear que conduz a uma precisão de 1:2.500 e no sistema LTM a 1:200.000. Nos outros pontos do fuso esta precisão varia, sendo que no meridiano de secância não existe deformação.
Registro Imobiliário x Cadastro Territorial É importante que o profissional, durante a fase de reconhecimento e levantamento da área, esteja atento para as delimitações da propriedade, pois algumas situações descaracterizam a “propriedade imobiliária”, tais como a inclusão de área não titulada à área registrada (ex.: parcela de área do confrontante sem a sua anuência); várias matrículas numa única poligonal sem que seja possível a sua fusão (ex.: titulares diferentes); inclusão de área pública no levantamento (ruas, estradas, rios públicos, ferrovias, escolas).
Retificação administrativa e Judicial Quando a área do documento é diferente da área física, o INCRA não certificará a área de posse, ou seja, se um imóvel possui área física de 1000 ha e área documental de 700 ha, ele possui 300 ha de posse. Esta área de 300 ha de posse deve ser objeto de ação de Usucapião. O INCRA certificará a área matriculada, podendo haver divergência de área a mais ou a menos desde que esteja no corpo da matrícula e após a certificação no INCRA o cartório fará a retificação. O Incra, em casos de ações de Usucapião, somente fará a certificação quando houver a sentença final e transitado e julgado. Portanto, somente após o cartório emitir o número da matrícula nova.
O SIGEF usou como base o software livre i3Geo. Saiba mais: www.i3geo.com.br
Situações previstas nas delimitações dos Imóveis Um tipo de situação anômala são as matrículas de áreas descontínuas que ocorre em alguns cartórios, e que será corrigida através da realização do georreferenciamento.
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No caso de um imóvel composto por apenas uma matrícula/transcrição, o cartório pode retificar uma área em comum entre irmãos (fração ideal) e a solução para este caso é retificar o imóvel como um todo e depois fazer a divisão amigável entre os condôminos, de forma que cada um fique com uma matrícula especifica para sua área. Representação de limites sinuosos
Já quando uma área composta por duas matrículas, após certificadas, permanecerem também em duas matrículas, caso seja manifestado o interesse na venda uma dessas, o proprietário deverá solicitar nova certificação e uma inclusão cadastral, pois o Incra atribuirá novo código e atualizará a base de dados cartográficos e no cadastro do SNCR.
Quanto a rios navegáveis, considerado um bem público, a divisão do imóvel por ele seccionado é essencial e o trabalho deve ser feito numa única planta, pois a retificação refere-se ainda a uma única matrícula. Basta a planta trazer as linhas perimetrais, marcos e medidas das duas ou mais glebas resultantes, excluindo totalmente da contagem de sua superfície o espaço ocupado pelo bem público (rio navegável e suas margens).
Imóvel resultante de desmembramento de imóvel já certificado Os polígonos resultantes de desmembramento, de parte de matrícula de imóvel já certificado, deverão ser objeto de nova certificação. Deverão ser apresentadas as peças técnicas, individualmente, para a área remanescente e para a área objeto de desmembramento, assim como devera ser apresentada ART do desmembramento vinculada a ART que originou a certificação.
Imóveis contendo divisas de rios públicos e privados O rio não navegável, sendo um rio privado, representa um acidente geográfico incluso nos imóveis pelos quais o rio passa, portanto, o curso d'água não secciona juridicamente a propriedade privada, pois é dela integrante, estando entre dois imóveis. Trata-se de mero indicador das divisas e não um confrontante autônomo. Neste caso, deve-se obter a anuência do titular do outro imóvel.
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Caso exista alguma mudança do curso d´água, as coordenadas válidas serão aquelas obtidas na época do levantamento. Já nos casos de açudes criados recentemente em divisas que originalmente eram rios, deve-se respeitar o centro do açude ou o que for acertado pelos confrontantes, utilizando o vértice tipo V para definição. Os rios que dividem municípios devem ser feitos pela margem. Mas fique atento ao fato de que se um rio for navegável, ele será público. Se o rio servir de divisa de municípios mas não for navegável, ele será considerado particular, e o levantamento deve ser feito pelas margens. Assim, profissional, é importante analisar e compreender as Normas Técnicas do INCRA, bem como se dar conta da importância da fase de reconhecimento de uma área e ter sempre cuidado ao realizar o levantamento, pois as informações obtidas implicarão na qualidade final do georreferenciamento do imóvel.
INFORME PUBLICITÁRIO
TELEDYNE Optech expande na América Latina O mundo está mudando rapidamente e a necessidade de dados geoespaciais precisos para planejamento, engenharia, gerenciamento de ativos e recursos e resposta a emergência tornou-se indispensável para os governos, ONGs e empresas privadas que necessitam otimizar a coleta de dados. A América Latina e o Brasil, em particular, tem visto uma explosão no uso de dados geoespaciais. Dados LiDAR 3D se popularizaram muito entre aqueles que necessitam de dados precisos para engenharia, uma vez que permitem uma representação quase real do terreno, vegetação, e até mesmo da batimetria, com o benefício adicional de serem diretamente mensuráveis com alta precisão. Ferramentas de GIS e CAD geram e gerenciam os dados, mesmo que para obter estes dados seja necessário o uso de sensores altamente sofisticados. Recentemente a Teledyne Optech participou do evento MundoGEO#Connect, em São Paulo, tendo a chance de conversar com uma importante figura na indústria LiDAR global. No Brasil, a Teledyne Optech tem uma parceria de longa data com a Santiago & Cintra, um fornecedor líder de sensores terrestres e outros equipamentos. Com a recente aquisição pela Teledyne Technologies, a Teledyne Optech está pronta para uma expansão nas ofertas de sensores aerotransportados e móveis no Brasil. O lançamento dessa novidade foi possível graças à recente exposição no evento. Com operações nos EUA, Canadá, Reino Unido e Europa, a Teledyne Technologies fornece instrumentação sofisticada, produtos de imagens digitais e softwares para a indústrica aeroespacial e de defesa, além de sistemas de engenharia. A Teledyne Optech, com mais experiência do que qualquer outro fabricante LiDAR, comemora 40 anos no desenvolvimento de sensores avançados. Pioneira da tecnologia LiDAR, a Teledyne Optech continua a tradição definida através da introdução dos primeiros sensores comer-
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ciais de longo alcance terrestres, sistemas LiDAR batimétricos, para Drones, além da a primeira implementação da tecnologia “Continuous Multi-pulse” e até mesmo o primeiro sistema LiDAR em uma missão a Marte, que descobriu a evidência de água na atmosfera do planeta. Os sensores mais novos e mais avançados da Teledyne Optech, aerotransportados e móveis, são utilizados em todo o mundo, porém estão menos familiarizados na América Latina. No entanto, a Teledyne Optech, recentemente, vendeu sistemas à importantes organizações, como a CHESF, que se beneficiarão das capacidades do seu sistema multi-sensores. Os produtos atuais, como os sensores aerotransportados Optech Galaxy e Optech Titan, são alguns dos mais avançados do mundo, com um nível crescente de eficiência e diminuição de custos operacionais devido à inteligência embutida em seu hardware e software de processamento cada vez mais automatizado, para o fun-
cionamento a bordo, móvel e estático em levantamento e aplicações 3D. O novo Galaxy LiDAR aerotransportado utiliza a tecnologia PulseTRAK TM e novas capacidades de hardware para eliminar zonas cegas e manter uma boa distribuição de pontos sobre diversos tipos de terrenos e montanhas, que são comuns no Brasil e nos países vizinhos. O Optech Titan lançou uma nova era no sensoriamento remoto, introduzindo o primeiro LiDAR multiespectral, permitindo que, durante o dia e a noite, dados multiespectrais sejam recolhidos, sem efeitos de sombra e com informações precisas para melhorar a classificação de vegetação e de características urbanas. O sistema de batimetria LiDAR mais avançado do mundo, o Optech CZMIL Nova, já está disponível para comercialização, com clientes mais recentes tendo produzido resultados de sucesso na América Central e na Ásia. Para mais informações, visite www.teledyneoptech.com.
Optech Titan é a primeira tecnologia LiDAR multiespectral, inovando no sensoriamento remoto
O Optech Galaxy com tecnologia PulseTRAKTM fornece mais eficiência operacional e economia de custos, mesmo sobre variações extremas do terreno
Tutorial de Topografia
Sistema TopoEVN Dois em um: como criar e cotar curvas de nível e como calcular o volume de uma região no TopoEVN 6
O Gustavo Henrique Peres Geógrafo (UNESP Rio Claro), pós-graduado em Georreferenciamento de Imóveis Rurais e Urbanos (FATEP Piracicaba), cursando MBA em Gestão Estratégica de Negócios (ESALQ-USP). Gerente de Produto na Métrica Tecnologia. gustavo@metrica.com.br
TopoEVN é um sistema profissional para cálculos, desenhos e projetos topográficos. Com ele, atuamos diretamente com agrimensura e engenharia, desde o georreferenciamento até a volumetria e loteamentos. Nesta oportunidade, mostraremos como criar e cotar curvas de nível em um projeto e como efetuar o cálculo do volume de uma região utilizando o TopoEVN CAD. Então, vamos lá?!Bom trabalho a todos! Por ser intuitivo e fácil de usar, em poucos cliques conseguiremos obter o resultado que desejamos. Partimos do princípio que já exista um levantamento planialtimétrico importado no ambiente de trabalho do TopoEVN CAD. Por isso, obrigatoriamente, deveremos ter o valor correto de altimetria nos pontos que usaremos. Este levantamento pode ter sido elaborado através de uma estação total ou GNSS Geodésico, por exemplo. Para podermos criar curvas de nível, assim como fazer qualquer cálculo volumétrico, é necessário que exista um MDT (Modelo Digital do Terreno) dos pontos, ou seja, os pontos devem ser triangulados. Vá na barra de menu principal, no botão “MDT” e clique em “Triangular pontos.” Agora, no botão “Incluir”, digite o nome desta nova triangulação (pode ser “MDT1”) e dê “OK”. Os pontos a serem triangulados podem ser selecionados manualmente no botão “Selecionar”, ou então todos de uma vez no botão “Todos”. Desta vez, selecione “Todos”. Colocando a cota inicial e/ou final, é possível filtrar algum intervalo de cotas, se necessário. Caso contrário, clicar em “OK”. Para que o TopoEVN não triangule os pontos muito distantes no limite do MDT de forma errada, deve ser selecionada a opção “Eliminar triângulos obtusos dos limites”. A configuração do cálculo está pronta, basta clicar em “OK” e conferir a triangulação.
Com o MDT pronto, poderão ser criadas as curvas de nível! Clique novamente em “MDT” e depois na opção “Curvas de nível”. Na janela “Definição das curvas de nível”, escolha em qual MDT serão criadas as curvas. Neste exemplo, será a triangulação “MDT1”. Defina as cotas iniciais e/ou finais para a criação das curvas. Também é possível definir o intervalo entre as curvas intermediárias e as curvas mestras. É possível ainda modificar as cores. Se desejar, você pode “Prolongar o final das curvas” em quantos metros for necessário. A configuração da janela “Definição das curvas de nível” está pronta, clique em “Calcular” para gerar as curvas de nível!
Agora, será necessário cotar as curvas para obter o valor da altimetria de cada uma. Vá novamente até a aba “MDT” e depois em “Cotar curvas”. Primeiramente, pode-se configurar o estilo, cor, altura, escala e plotagem do texto que será criado com o valor das cotas. Para editar o tamanho que ficará o texto, modifique o
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valor da “Plotagem”. Após escolher estas definições de aparência, opte por cotar “Altitude” ou “Comprimento” da curva. Neste exemplo, será cotada a “Altitude”. Editando a “Posição das cotas”, pode-se escolher o melhor local onde os valores aparecerão. Coloque os valores “No local do clique” e também “Sobre” a curva. Em “Filtro”, opte por cotar “Todas as curvas”. Por fim, defina em qual “Camada (Layer)” ficarão os valores cotados e quantas casas decimais (“Decimal”) ficarão visíveis. Estas configurações poderão ser salvas (“Padrão”) e utilizadas em uma próxima vez (“Restaurar”), para que seus trabalhos estejam sempre padronizados. A configuração da janela “Cotar curva de nível” está pronta e, ao clicar em “OK”, a linha de comando do TopoEVN CAD informará o próximo passo: “Selecione uma curva de nível ou o primeiro ponto”.
Você deve clicar sobre o desenho de modo a criar uma linha que passe por todas as curvas de uma só vez.
Ao clicar novamente no segundo ponto, as cotas aparecerão no desenho. No teclado, saímos do comando com a tecla “Esc” e depois em “Cancelar” para sair da ferramenta de cotar as curvas e finalizar a ferramenta! A criação de curvas de nível normalmente é necessária em projetos de agricultura, de meio ambiente e também de nivelamento topográfico, por exemplo.
Para efetuarmos a segunda parte deste tutorial, usaremos outro levantamento como exemplo. Neste caso, já temos pontos levantados e também já triangulados, ou seja, já temos um MDT do levantamento (“MDT2”). Para calcular o volume de uma região,
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primeiramente deve-se criar uma “polilinha” nos pontos de todo o limite do levantamento, com as opções “Osnap” e “Snap 3D” ligadas.
Após fechada a polilinha nos limites do levantamento, vá até a opção “MDT” da barra de menu principal e clique na ferramenta “Volume de uma região”. Desligue a opção “Osnap” e, de acordo com o que solicita a linha de comando (“Selecione o objeto”), clique sobre a polilinha criada. A janela “Volume de uma região” aparecerá automaticamente. Escolha a triangulação “MDT2”. Também assinale a opção “Usar cotas dos vértices da polilinha”, visto que foi criada a polilinha com o “Snap 3D” ligado para que ela assumisse em seus vértices os valores de Z dos respectivos pontos. Deixe os valores de “Empolamento”, “Compactação” e “Limpeza” iguais a zero (apenas para o exemplo) e está pronta a configuração desta janela .
Ao clicar em “OK” você terá o resultado deste cálculo volumétrico:
O cálculo de volume de uma região é usado normalmente em projetos de resíduos sólidos de aterros sanitários, de terraplenagem e obras de engenharia, usinas de cana-de-açúcar e na mineração, por exemplo. Em próximas oportunidades, traremos mais tutoriais de importantes ferramentas do Georreferenciamento de Imóveis Rurais no SIGEF contidas no Sistema TopoEVN 6, além de transformações de coordenadas, outros cálculos volumétricos, perfis e alguns mapas temáticos. Se tiver alguma dúvida, entre em contato com a Métrica Tecnologia ou acesse nosso website: www.metrica.com.br. Até a próxima!
GEOQualificação Não quer ajudar, não atrapalhe... Em junho passado um terremoto abalou as bases do Cadastro Ambiental Rural (CAR) devido uma nota publicada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) afirmando com todas as letras que "o CAR não pode ser cobrado". Segundo o MMA, os proprietários devem tentar fazer o CAR sozinhos, mas se precisarem de qualquer auxílio devem procurar os 30 mil profissionais já formados no CapCAR, o curso gratuito oferecido pelo Ministério para capacitar pessoas para fazer o Cadastro. O que faltou explicar é que nem todo mundo que fez o CapCAR trabalha em sindicatos ou associações, e não está obrigado a trabalhar de graça para o governo. Além disso, existem milhares de empresas e profissionais liberais oferecendo serviços de CAR, que podem - e devem - ser aproveitados com seus conhecimentos técnicos para fazerem um trabalho de qualidade e dentro do prazo. A analogia que se faz do CAR com a declaração de Imposto de Renda é perfeita: enquanto algumas pessoas fazem sua declaração sozinhas e conseguem enviar sem problemas para o sistema da Receita Federal, outras têm mais dificuldades – ou a declaração é muito complexa – e contam com o auxílio de Contadores. Com o CAR acontece o mesmo. Pensar que todas as pessoas vão resolver isso sozinhas ou com o auxílio de algumas instituições ligadas ao governo é correr o risco de novamente o prazo não ser cumprido. Por fim, apenas um dia depois, após receber uma enxurrada de críticas, o MMA mudou o título da nota em seu site (http://bit. ly/1B6VcP4) para ""MMA alerta: o sistema CAR é gratuito" e o subtítulo para "O Ministério do Meio Ambiente esclarece que a inscrição para O Cadastro Ambiental Rural não é paga. O proprietário pode acessar e seguir passo a passo do preenchimento com auxílio da cartilha ou de pessoas treinadas". Confira o artigo "MMA mais confunde do que ajuda" no qual fiz uma análise completa sobre a nota do MMA: http://bit.ly/1KWBXYI. Seu feedback é muito importante. Um comentário seu por e-mail ou na própria fan page do GEOeduc no Facebook seria
Em momentos de dificuldades, o uso dos recursos deve ser otimizado para que não exista desperdício de esforços e para que o resultado das empresas seja maximizado. Após um primeiro trimestre de economia praticamente estagnada, a palavra de ordem no mercado de trabalho é cautela. Apesar do cenário pessimista que tomou conta de empresas e profissionais, este momento também é de oportunidades para algumas carreiras envolvidas com a tomada de decisão e que ganham fôlego em momentos de crise. Em época de retração de investimentos, as empresas precisam controlar as finanças, elevar a produtividade, manter ou aumentar a rentabilidade e, de alguma forma, tentar ganhar mercado. Por outro lado, elas precisam fazer escolhas mais assertivas para não correr riscos de mau uso de recursos. Desta forma, enquanto o desemprego está avançando na base do mercado de trabalho, as profissões ligadas à gestão e à tomada de decisão continuam em alta, conforme apontam as consultorias que recrutam profissionais. Os cursos a distância se mostram como uma excelente opção para aperfeiçoamento profissional em momentos de crise, já que oferecem qualificação e atualização profissional em um curto espaço de tempo, com qualidade e sem necessidade de deslocamentos. Pensando nisso, preparamos 5 dicas pra você acertar na mosca na hora de se inscrever em um treinamento a distância:
1 Ao escolher um curso, verifique se o mercado de trabalho tem reagido bem à instituição que o oferece.
2 Verifique se o seu computador atende as necessidades das aulas, com velocidade de internet, microfone, webcam, etc.
3 Depois de se inscrever, não se deixe interromper durante as aulas, já que os cursos online exigem organização e muita atenção.
4 Estabeleça uma rotina de estudo com horários fixos para acessar o conteúdo e fazer os exercícios.
5 Crie uma rede - ou aproveite os grupos existentes nos cursos - para debater os assuntos vistos nos treinamentos.
muito valioso. Eduardo Freitas, engenheiro cartógrafo, técnico em edificações, coordenador de cursos e pesquisas do Instituto GEOeduc eduardo@geoeduc.com @eduol
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Profissões que melhoram a tomada de decisão Se destacam na crise
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Dezenas de materiais gratuitos Acesse o nosso site e baixe ebooks, guias, vídeos e tabelas gratuitamente: www.geoeduc.com. Bom proveito!
Você usa cartografia temática para tomada de decisão? "Uma imagem vale mais que mil palavras": esta frase já está bem batida mas continua cada vez mais atual, e quando falamos de Cartografia, podemos afirmar sem medo de errar que "um - bom - mapa vale mais que um milhão de palavras". Mas você está usando da forma certa a Cartografia Temática como instrumento para tomada de decisão? O mapa temático se apresenta como um produto final do processo de geração da informação geográfica. Tem como objetivo representar o espaço de forma bidimensional e comunicar, com precisão semiológica, os fenômenos ali representados. A qualidade do levantamento espacial (utilizando técnicas de fotogrametria, topografia, sensoriamento remoto, dentre outros) é fator crucial na correta elaboração e ponderação dos temas a serem explorados sobre qualquer área de interesse. Frequentemente tratados como “mapinhas”, “mapas coloridos” ou “desenhos” da superfície terrestre, o aspecto métrico e posicional (orientação do elipsóide, escala ou projeção cartográfica) se mostra fundamental na manutenção da fidelidade posicional cartográfica.
O produto cartográfico temático apresenta a fundamental finalidade de comunicar. Assim, se apresentando como um produto final capaz de auxiliar o usuário na tomada de decisão ou prover o conhecimento geográfico de um atributo de interesse. Entretanto, com o advento das tecnologias de Sistemas de Informações Geográficas (SIG), os mapas temáticos podem ser utilizados como componentes na construção de modelos multicritérios relacionados a qualquer tipo de fenômeno geográfico. Como, por exemplo, quando lidamos com modelagens ambientais, na qual levamos em consideração diversas variáveis (temas) que influenciam diretamente na eclosão de qualquer evento que queremos modelar, como: declividade de terreno, pedologia, regime pluviométrico, umidade relativa do ar, dentre outros. Quanto maior for o número de critérios relacionados, melhor será a qualidade do modelo gerado. Veja aqui a íntegra do artigo sobre a Análise Multicritério: http://bit.ly/1KxlxZR.
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Entenda como drones e satélites ajudaram após terremoto no Nepal Um terremoto como o que aconteceu recentemente no Nepal é um dos acontecimentos mais devastadores em uma região e seu efeitos são catastróficos e duram por meses e às vezes anos. Dentre as empresas que auxiliaram no processo de resposta ao terremoto estava a Airbus Defense and Space, que forneceu imagens do satélite Pleiades para ajudar a avaliar os danos e apoiar as organizações de resgate nas atividades de ajuda humanitária na região. No "antes e depois" que está disponível neste post (http://bit.ly/1TbSnC3) pode-se ver nas imagens Pleiades toda a devastação da capital, Kathmandu. Outra gigante do setor geoespacial que trabalhou na resposta ao terremoto foi a DigitalGlobe, que fez imagens de alta resolução com os satélites WorldView-1, WorldView-3 e GeoEye-1 das áreas afetadas no Nepal e as disponibilizou gratuitamente on-line para todos os grupos envolvidos no esforço de resposta ao desastre.
Drones Os Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs ou mais popularmente chamados de Drones) também foram usados no Nepal, como pode-se visualizar neste vídeo http://bit.ly/1TbSnC3. Mesmo com a falta de regulamentação, os Drones têm sido amplamente usados em ações de resposta a desastres naturais em todo o mundo, pela agilidade fornecida por essas aeronaves, baixo custo da operação e alto poder de detalhamento das imagens.
Incra lança novo sistema para cadastro de imóveis. Veja o que muda GIR, NTGIR, SIGEF, CCIR, CNIR, CAFIR, NIRF, CAR, SNCR: o que esta sopa de letrinhas tem a ver com o Georreferenciamento e Certificação de Imóveis Rurais? E o que vai acontecer com o novo sistema SNCR (https://sncr.serpro.gov.br) para os profissionais e proprietários? Vamos começar pelo básico: GIR é uma sigla usada para designar o Georreferenciamento de Imóveis Rurais, enquanto NTGIR é a sigla usada para a Norma Técnica. SIGEF é o Sistema de Gestão Fundiária, uma ferramenta eletrônica desenvolvida pelo Incra para o apoio à governança fundiária do território nacional pelo qual são efetuadas a recepção, validação, organização, regularização e disponibilização das informações georreferenciadas de limites de imóveis rurais. Já O CCIR é um documento emitido pelo Incra que comprova a existência do cadastro do imóvel rural, sendo indispensável para realizar o desmembramento, arrendamento, hipoteca ou venda do imóvel. Por sua vez, o Cadastro Nacional de Imóveis Rurais (CNIR) é uma base comum de informações sobre as propriedades, gerenciada em conjunto pelo Incra e Receita Federal e compartilhada pelas diversas instituições públicas federais e estaduais produtoras e usuárias de dados sobre o meio rural. Já o Cadastro de Imóveis Rurais (Cafir), administrado pela Receita Federal, contém informações referentes aos imóveis, seus titulares e, se for o caso, os condôminos e compossuidores. Seguindo na "sopa de letrinhas, o NIRF é o número de inscrição do imóvel rural na Secretaria da Receita Federal, enquanto ITR é o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural. SNCR Em abril passado, o Incra lançou o Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR), que introduz a Declaração Eletrônica para imóveis e tem o objetivo de modernizar a regularização fundiária no Brasil, para a futura integração com os dados sobre as propriedades rurais declaradas na Receita Federal que fazem parte do CNIR. Esta atualização vai extinguir os formulários de papel, mas o cadastro também seguirá sendo feito nas Unidades Municipais de Cadastro, Salas da Cidadania, Unidades Avançadas e Superitendências Regionais do Incra em todo o Brasil para os proprietários que não tenham acesso à internet. Aqui você pode baixar o manual (em pdf) com orientações para preenchimento da Declaração para Cadastro de Imóveis Rurais Eletrônica: http://bit.ly/1MJcgfq.
www.geoeduc.com | (41) 3338-7789 / (11) 4063-8848 | cursos@geoeduc.com skype: cursos.geoeduc | whatsapp (41) 9934-9578
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Novo site DroneShow no ar Já está disponível a nova página do evento DroneShow! Com navegação simplificada e um visual moderno, o site traz conteúdos em primeira mão sobre o universo dos drones, além de destacar tudo que vai rolar no primeiro evento de drones do Brasil! Saiba já todos os temas e a programação do DroneShow 2015, que será realizado nos dias 28 e 29 de Outubro! www.droneshowla.com
editorial
Chegou a hora de profissionalizar o mercado de drones! E
jbor / Shutterstock.com
stá chegando o grande momento da comunidade de drones se reunir pela primeira vez, no Brasil, para discutir os desafios do mercado. Para isso, os principais atores deste segmento estarão no evento DroneShow 2015 em São Paulo, nos dias 28 e 29 de outubro. São importadores, fabricantes nacionais, prestadores de serviços, desenvolvedores, pilotos, pesquisadores e usuários. O evento tem como foco principal apresentar os diferentes aspectos tecnológicos, tanto na feira como nos seminários e cursos, levando-se em conta a qualidade e produtividade, sem deixar de lado uma importante questão: a segurança. A profissionalização passa pela combinação entre o drone e sua inteligência embarcada, como softwares e sensores para coleta de dados, pela equipe de planejamento da missão, habilidade dos pilotos e, por fim, pelo pós-processamento dos dados obtidos.
Emerson Zanon Granemann Engenheiro cartógrafo, diretor e publisher do MundoGEO emerson@mundogeo.com
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Seja para os diversos tipos de mapeamento, produção de imagens para publicidade, mercado imobiliário, monitoramento de qualquer natureza ou ainda para coberturas de televisão, a qualidade dos resultados será o fator primordial que dividirá os profissionais dos amadores. As múltiplas aplicações dos drones, além das situa-ções em que ele aparece como solução inovadora, estão comprovando que estamos diante de um avanço tecnológico que vai muito mais além dos usos óbvios. Estou seguro ao afirmar que estamos vivendo algo semelhante ao início da Internet, quando ninguém sequer ousava imaginar tudo que poderia ser desenvolvido através dela. Estamos diante de um mundo novo de aplicações profissionais, tanto “indoor” quanto “outdoor” (internas e externas), para os drones, que ainda nem conseguimos imaginar.
Drones e fotogrametria
Fotogrametria a bordo do VANT
Tome cuidado com improvisos e tecnologias baratas!
P
O VANT é uma plataforma, um veículo, e Fotogrametria é uma ciência aplicada, que se utiliza de técnicas rigorosas com o propósito de se obter informações confiáveis e precisas a partir de medidas e interpretações de imagens, sendo portanto, sem sentido compararmos os dois. 56
ara iniciarmos este artigo, gostaria de compartilhar alguns questionamentos e manchetes que me deparei nos últimos tempos: “O VANT vai substituir a Fotogrametria?“, “VANT x Fotogrametria“ ou “Será o fim da Fotogrametria?“, entre outros parecidos. Coloquei isso propositalmente de início para esclarecermos e desmistificarmos estes questionamentos e comparações que não fazem sentido. O VANT é uma plataforma, um veículo, e Fotogrametria é uma ciência aplicada, que se utiliza de técnicas rigorosas com o propósito de se obter informações confiáveis e precisas a partir de medidas e interpretações de imagens, sendo portanto, sem sentido compararmos os dois. Esclarecido isso, podemos passar à discussão sobre a possibilidade de realizar trabalhos fotogramétricos utilizando plataformas do tipo VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado), ou, popularmente apelidados de drones. Como vimos anteriormente, a Fotogrametria está relacionada à obtenção de informações confiáveis e precisas a partir de imagens e, deste modo, não está diretamente associada ao veículo ou plataforma, mas sim ao tipo e qualidade do sensor de imageamento e às técnicas e modelos matemáticos utilizados no tratamento e processamento dos dados. Logicamente, o mínimo que se espera do veículo é a estabilidade e a segurança operacional para propiciar a cobertura e a produtividade adequada do levantamento aéreo. Não podemos esquecer que a Fotogrametria surgiu no século 19 e os primeiros levantamentos aéreos foram conduzidos a bordo de balões. Além disso, em aplicações militares de espionagem foram utilizadas câmaras instaladas em pombos. A partir destes marcos históricos, podemos sugerir que a Fotogrametria associada ao VANT já existe a mais tempo do que imaginávamos. Portanto, diante de tudo isso, podemos já responder que é possível realizarmos trabalhos fotogramétricos e de mapeamento a bordo de VANT, desde que nos preocupemos com a qualidade do sistema de aquisição embarcado.
DroneShow | suplemento especial da revista Mundogeo 82
A constante e rápida evolução de componentes eletrônicos e projetos mecânicos e estruturais aumentou dramaticamente a oferta de opções de VANTs no mercado que carregam algum tipo de sensor, em geral uma câmara fotográfica digital ou filmadora. Estes modelos podem variar em tipo, tamanho, peso e valor e o acesso a eles se tornou fácil. Hoje em dia, podemos comprar diversos modelos pela internet e recebermos no conforto de nossas casas. O problema é que esta grande facilidade de aquisição e o custo popularizado destes equipamentos fomentou um grande mercado informal e populista, que oferece inúmeros modelos que prometem grandes resultados a partir de improvisos “caseiros” e tecnologias baratas, sem o mínimo rigor de qualidade. Para servir de exemplo, há pouco dias me deparei com um anúncio em um popular site de compra e venda, divulgando “VANT de FOTOMETRIA para Mapeamento”. Se o suposto fabricante não sabe nem o que é Fotogrametria, imaginem o que ele entrega. Quando entrei no link pude comprovar o absurdo que se oferecia. Na realidade, o fabricante estava apenas tentando usar a Fotogrametria e o Mapeamento como estratégias de marketing, sem ter o mínimo conhecimento destas áreas. Quando pensamos em Fotogrametria, estamos falando de aplicações métricas, e o que se deseja é a extração de informações e medidas precisas dos produtos derivados. Para que isso seja possível, deve-se adotar sensores de maior qualidade e lentes com foco fixo (sem recursos de zoom e focalizadas para o infinito) e pequena distorção, além da calibração periódica da câmara e do emprego de pontos de controle e/ou sistema GNSS/Inercial integrado de forma síncrona ao sensor de imageamento. Quanto melhor for este sistema de aquisição, maior será a qualidade e precisão do levantamento realizado. Como os modelos de VANTs capazes de carregar um sistema de Aerofotogrametria de grande formato - utilizados nos tradicionais serviços de aerolevantamento com aeronaves tripuladas - ainda não possuem relação custo/benefício acessível, há um grande esforço para a miniaturização de sistemas para propósitos
fotogramétricos, mapeamentos topográficos e interpretação de imagens. Aqui, gostaria de diferenciar os modelos de VANTs leves, geralmente de asa fixa, que possuem uma simples câmara digital de médio formato (em geral de 12 a 16 megapixels) conectada de forma pouco precisa a um GPS de navegação para a coleta de imagens. Estes modelos, que são vários no mercado, não possuem o rigor de um sistema para propósitos de mapeamento, tendo em vista que a câmara é exatamente a mesma utilizada por um usuário amador, inclusive com a lente de variação de foco, e que não possui nenhum tipo de calibração ou sincronismo preciso com sistema de posicionamento/navegação. Devido a estas características, estes modelos não são compatíveis aos softwares fotogramétricos de processamento de dados. Poderíamos dizer que são mais voltados às atividades de “Aerofotografia” para interpretação de imagens. Para a categoria de VANT voltado para mapeamento, devemos observar as características do sistema de aquisição que está integrado e a confiabilidade e estabilidade da plataforma. O sistema deve possuir as características básicas para aerolevantamento, como câmara de melhor qualidade com lentes de foco fixo e estáveis, calibração periódica, garantia de estabilidade geométrica, além de sistema de disparo e sincronismo com sensores de posicionamento e navegação de alta precisão. Mas, como discutimos anteriormente, os VANTs de grande porte, que suportariam os tradicionais sistemas fotogramétricos, ainda não são economicamente viáveis. Isso abriu espaço para a miniaturização de sistemas de mapeamento mais simples para embarcar nas aeronaves de menor porte, de até 25 kg, como o SwissDrone Waran TC-1235/Leica RCD30 e o SX8 da Sensormap Geotecnologia. Logicamente que não queremos e nem podemos comparar estes sistemas miniaturizados aos tradicionais sistemas fotogramétricos de grande formato usualmente empregados nas aeronaves tripuladas, tendo em vista toda a diferença de tecnologia e custo de produção envolvidos. Para estes modelos miniaturizados, pensamos em soluções customizadas com excelente relação custo/benefício para trabalhos de mapeamento em áreas de menor porte (inferiores a 50 km2). Considerando estes sistemas miniaturizados voltados para mapeamento, podemos explorar os mesmos produtos cartográficos decorrentes da aerofotogrametria tradicional, como ortofotos, modelos digitais de terreno e superfície, extração de feições por visão estereoscópica, entre outros. Levando-se em conta as características destas plataformas
VANT Waran TC-1235/RCD30 da parceria SwissDrone com a Leica (www.leica-geosystems.us)
Considerando estes sistemas miniaturizados voltados para mapeamento, podemos explorar os mesmos produtos cartográficos decorrentes da aerofotogrametria tradicional, [...]
VANT SX8map da empresa Sensormap exposto no MundoGEO#Connect 2015 (agilidade, flexibilidade e custo) e a tendência por “Cartografia rápida” com análises periódicas, algumas aplicações fundamentais para a economia do país vêm demonstrando serem muito atrativas para o uso destas tecnologias, como o monitoramento detalhado agrícola e ambiental, áreas de riscos e desastres, e o mapeamento de precisão de obras de engenharia e energia. Há que se mencionar, ainda, a disponibilidade recente de sensores multiespectrais e hiperespectrais leves, que revolucionarão as aplicações agrícolas e ambientais. Como vimos, as plataformas não tripuladas mais estáveis associadas a sensores e sistemas de qualidade podem ser usadas em trabalhos de Fotogrametria e mapeamento. Para fecharmos nosso assunto, gostaria de deixar mais um empolgante debate: “A Fotogrametria a partir do VANT irá substituir a tradicional Fotogrametria a bordo de aeronaves tripuladas?” Olhando esta avalanche tecnológica que estamos vivendo, nos parece ser uma tendência natural dos fatos, assim como na aviação tradicional de passageiros, mas fica a dúvida de como e quando isso irá ocorrer.
Roberto da Silva Ruy
Amostra de análise de plantio de cana-de-açúcar feita pela Sensormap Geotecnologia com o SX8map
Doutor em Ciências Cartográficas pela UNESP, com especialidade em Fotogrametria e Calibração de Câmaras. Diretor e sóciofundador da Sensormap Geotecnologia roberto@sensormap.com.br
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ENTREVISTA
Flávio Lampert
Presidente da Associação Brasileira de Multirrotores
Flávio Lampert é gaúcho de Porto Alegre. Tem 49 anos e trabalha há 24 anos como jornalista. Já realizou coberturas na Amazônia e foi correspondente internacional em Nova York. Além disso, também é um aficcionado por tecnologia e entrou no mundo dos multirrotores quando morou em Manhattan, entre 2010 e 2012. Apresentado a um Phantom 2 da DJI, virou entusiasta do hobby. O jornalista logo percebeu que havia um grande espaço para o crescimento das atividades de recreação e profissionais nesse ramo. Também começou a frequentar grupos em mídias sociais que reuniam centenas de aficcionados como ele. A falta de organização, de conhecimento técnico das pessoas e até de uma regulamentação que pudesse tranquilizar os praticantes e profissionais desse tipo de voo foi determinante para que o jornalista se juntasse a outros integrantes dos grupos e ajudasse a fundar a Associação Brasileira de Multirrotores (ABM), a única entidade no país que representa os reais interesses de quem deseja se divertir e trabalhar com esse equipamento.
Hoje, por exemplo, vivemos uma espécie de vácuo regulatório enquanto aguardamos a ANAC publicar a regulamentação para o setor. O que vale até lá são regras de aeromodelismo que não cobrem todas as necessidades de regulamentação de uma tecnologia nova. 58
MundoGEO: Qual é a missão da ABM? Flávio Lampert: A Associação Brasileira de Multirrotores foi fundada para defender os interesses de quem trabalha e se diverte com o equipamento. Hoje, por exemplo, vivemos uma espécie de vácuo regulatório enquanto aguardamos a ANAC publicar a regulamentação para o setor. O que vale até lá são regras de aeromodelismo que não cobrem todas as necessidades de regulamentação de uma tecnologia nova. O problema se repete nos EUA, por exemplo, que também discutem sua regulamentação enquanto, na prática, milhares de multirrotores decolam todos os dias. Aqui no Brasil, neste momento, há profissionais usando o equipamento para registrar imagens para audiovisuais, comerciais de TV, inspeção agrícola, venda de imóveis, segurança pública, combate a incêndios, registro em 3 dimensões e até no combate à dengue. São milhares de pessoas usando a tecnologia para melhorar a sociedade, esperando a regulamentação que dará mais segurança, credibilidade e tranquilidade para quem quer voar dentro das regras e de forma segura. MG: Além da legislação, quais os principais desafios para o mercado de usos profissionais dos Drones Multirrotores crescer no Brasil?
DroneShow | suplemento especial da revista Mundogeo 82
FL: O principal desafio é a qualificação. As empresas que fabricam os multirrotores se baseiam em uma característica das máquinas mais novas para alavancar as vendas: o controle por GPS e a volta automática para o ponto de partida no caso de perda de controle. A DJI, por exemplo, se tornou uma empresa bilionária, em parte, por causa desse marketing. O que ninguém fala na hora da venda é que é indispensável também a manutenção constante e vigilância sobre configuração de bússolas, de controladoras, o estado de motores e hélices e ainda de alguns componentes eletrônicos. Situações perigosas e não permitidas pelas regras adotadas na maioria dos países, como o sobrevoo de pessoas, são apresentadas em vídeos de divulgação de venda como se fossem algo natural e seguro. O resultado é a crença de que não há risco em determinados tipos de voos por quem é seduzido pelas promessas publicitárias. Hoje, existe um número muito grande de profissionais pilotando multirrotores acreditando que não há nenhum risco. Por consequência, os clientes desses profissionais também são prejudicados, porque não recebem todas as informações que deveriam receber antes de autorizar voos, por exemplo, dentro de igrejas, sobre convidados, em shows, rodeios e outras dezenas de situações onde esses voos se tornaram, infelizmente, comuns.
MG: Quem são os fundadores da ABM? Quem
MG: Como está o estágio atual de operaciona-
são os pioneiros?
lização da ABM?
FL: A ABM foi fundada no fim de 2014 por 20 afic-
FL: A ABM vive hoje um momento de consolidação.
cionados por multirrotores que se conheceram em
Os associados acabaram de aprovar nosso Regimento
grupos de mídias sociais. Nestes grupos, se torna-
Interno que tem como característica a defesa do voo
va evidente que havia muito a fazer pela atividade:
seguro e dentro das normas. Estamos nos organizando
ainda hoje há dúvidas sobre legislação, manutenção
em dois departamentos: um para profissionais e outro
e até sobre o funcionamento dos equipamentos. Se-
para praticantes, voltado a quem faz uso recreativo do
duzidos pela facilidade de pilotagem, pessoas com-
equipamento. Buscamos também a criação de um se-
pram o multirrotor, abrem a caixa e saem voando
guro para nossos associados.
sem ao menos ler os manuais. Não é a toa que virou um bom negócio abrir oficinas de conserto de mul-
MG:Quais são as expectativas da ABM na reali-
tirrotores. Um dos projetos da ABM é trazer auxílio
zação do evento DroneShow 2015, que se propõe
técnico aos seus associados. Para isso, a entidade
a atuar como integrador e educador da comu-
precisa crescer ainda mais. Não recebemos verbas
nidade que fabrica, importa e presta serviços
oficiais e nem doações. Todos os recursos que te-
deste setor?
mos vêm dos nossos associados. Por isso, há o re-
FL: A realização de eventos como a DroneShow 2015 é
conhecimento aos que entraram para a ABM nesse
fundamental para o setor. Esse é o motivo pelo qual a
período inicial: temos um grupo especial de sócios
ABM decidiu apoiar o evento: ainda estamos dispersos
considerados como "Pioneiros", formado por pessoas
e, por isso, à margem das decisões das autoridades e
que acreditaram na proposta da ABM e se juntaram
de quem domina o mercado. O momento é de estimular
à entidade logo depois da sua fundação, dando à
a organização do setor, dar voz ao mercado profissio-
entidade a força e a credibilidade que temos hoje
nal e criar oportunidades para o treinamento da mão
junto às autoridades e à comunidade.
de obra que vai operar os multirrotores. Além disso, é preciso também esclarecer a comunidade não só sobre
O momento é de estimular a organização do setor, dar voz ao mercado profissional e criar oportunidades para o treinamento da mão de obra que vai operar os multirrotores.
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MG:Qual o perfil dos associados da ABM? São em-
os benefícios do uso dos multirrotores, mas de suas
presas e/ou profissionais liberais? Em que ponto
limitações. É preciso que todos trabalhem dentro das
da cadeia produtiva atuam? Fabricantes, impor-
normas de segurança.
tadores, acessórios (sensores, softwares, etc.) ou prestadores de serviços? No caso dos prestadores
MG: A ABM pretende ter associados que atuam
de serviços, em quais mercados atuam?
com Drones de asa fixa ?
FL: Hoje já temos mais de 1.500 pessoas associadas
FL: Por enquanto, a ABM reúne aficcionados por
ou a caminho de se tornarem integrantes da ABM.
multirrotores. Nada impede que, no futuro, essa
É um universo que reúne desde lojistas, técnicos e
participação seja ampliada. A verdade é que o mun-
prestadores de serviços que trabalham com multir-
do dos multirrotores está em ebulição e, a cada dia,
rotores a muita gente ligada ao voo recreativo. Entre
uma novidade aparece no mercado. O futuro está
os lojistas, destaco o representante da DJI no Brasil,
saindo dos laboratórios e indo parar rapidamente
que está entre os primeiros a fazer parte da ABM.
nas mãos do consumidor. Estamos vivendo uma
Entre os prestadores de serviços, há uma maioria
nova revolução tecnológica e, até agora, ninguém
ligada à produção de imagens.
conseguiu prever ao certo onde tudo isso vai dar.
DroneShow | suplemento especial da revista Mundogeo 82
VITRINE A Vitrine de Drones é um espaço dedicado a divulgar produtos, serviços e tecnologias. Para mais informações e saber como participar desta seção, entre em contato: comercial@mundogeo.com (41) 3338-7789
XMobots lança mais um drone
G drones lança VANTs de baixo custo
A XMobots, empresa nacional líder no desenvolvimento e fabricação de drones para o mercado civil, traz mais uma novidade ao segmento de VANTs: a nova versão da série Nauru, batizada de Nauru 500B. A aeronave, indicada para áreas acima de 10 mil hectares, tem autonomia de 8 horas e pesa 25 quilos. Fabricada em kevlar, ela virá em duas versões: com decolagem e pouso manuais (radiocontrole) ou com ambos os procedimentos automatizados, por meio de decolagem com catapulta e pouso com paraquedas. Outro diferencial é a câmera de 36 Megapixels e a possibilidade de embarcar um RTK no VANT. O pré-lançamento do Nauru 500B ocorrerá durante o mês de agosto. O lançamento oficial será feito pela XMobots na Intergeo, maior feira mundial do setor geoespacial que será realizada em setembro, na Alemanha.
As possibilidades de aplicações de drones para o provimento de geoinformações têm crescido rapidamente ao longo dos últimos anos. Entretanto, os valores dos equipamentos apresentados até o momento no mercado brasileiro têm inviabilizado sua aquisição por grande parte das empresas e profissionais do setor. A G drones surgiu da demanda nítida por drones de valores acessíveis e que sejam confiáveis, prontos para uso e fáceis de operar. São oferecidas três opções de equipamentos voltados para a obtenção de nuvens de pontos, ortomosaicos georreferenciados e MDS por investimentos a partir de R$ 14.850,00 (valor do G quad completo).
xmobots XMobots www.xmobots.com.br vendas@xmobots.com.br (16) 3413-0655
G drones www.g-drones.com.br (11) 98155-7872 Rua Desembargador do Vale, n° 653 São Paulo (SP)
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Notícias Drones Multirrotor Recon One A Service-Drone anuncia o lançamento do novo Recon One Multirrotor. O drone é capaz de transportar cargas de 500 gramas em voos de longa duração, podendo permanecer no ar até 90 minutos. O novo multirrotor possui sensores específicos como infravermelho, multi-espectral e térmico, sendo indicado para a detecção de hotspots, fazendas, queimadas, edifícios industriais, monitoramento aéreo, vigilância e análise da vegetação.
Monitoramento de ciclones A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) planeja utilizar drones para analisar e prever o desenvolvimento de ciclones na próxima temporada de furacões na Bacia Atlântica. Os cientistas da NOAA lançaram os primeiros drones, de 5,9 quilos cada um, em setembro do ano anterior para estudar o desenvolvimento do furacão Edouard. Estes pequenos drones, chamados “Coyotes”, estão desenhados para penetrar nos quadrantes de maior violência do furacão e obter informações que permitirão melhorar os prognósticos meteorológicos. A missão primária consistirá em medir a pressão barométrica, a temperatura e a velocidade dos ventos no interior da tempestade. O aparelho teleguiado pode processar informações meteorológicas que um avião não é capaz de coletar, já que o drone é consegue voar aos níveis mais baixos do furacão, algo que seria muito perigoso para um avião com tripulação a bordo.
Frota de Drones Segundo reportagem da Agência de notícias Associated Press, a polícia federal dos Estados Unidos tem operado uma frota de pelo menos 50 aeronaves não tripuladas sobre cidades americanas nos últimos anos. De acordo com uma série de documentos revelados , o FBI utilizou drones para vigilância durante investigações, com sistemas de câmera e antenas, capazes de identificar e rastrear celulares em solo. O programa não faz parte de um sistema de vigilância em massa como o da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA), garantiu o FBI em comunicado, mas, ainda assim, pode ser usado para captar dados como imagens. Ainda, segundo a reportagem, mais de 30 cidades foram sobrevoadas pela frota de drones em um período de apenas 30 dias.
Produção em série do modelo Zangão Para atender à crescente demanda do mercado, a SkyDrones - empresa brasileira que atua no desenvolvimento de Drones desde 2008 - começou a produção em escala do seu novo modelos, batizado de “Zangão”. Com isto, a empresa espera atender as expectativas do mercado com qualidade e profissionalismo. A SkyDrones informa que recentemente o modelo foi adquirido pela empresa Doeler Agronegócios. INFO www.skydrones.com.br
Portugal e Brasil fazem acordo Os Ministros da Defesa do Brasil, Jacques Wagner, e de Portugal, José Pedro Aguiar Branco, participam da assinatura de um acordo de cooperação entre as empresas Santos Lab do Brasil e o Grupo português Tekever, para desenvolvimento de aviões não tripulados brasileiros mais modernos. O acordo foi assinado na abertura da LAAD, mais importante feira de defesa da América do Sul. A Santos Lab é responsável por equipar a Marinha do Brasil com aeronaves, enquanto o Grupo tecnológico português Tekever é o mais importante no segmento de defesa em Portugal. As duas empresas vão integrar tecnologia e conhecimento no desenvolvimento de novos produtos e unir esforços comerciais a nível global, com particular enfoque nos mercados sul-americanos. O Drone AR2 Carcará é o primeiro produto a resultar desta parceria entre as duas empresas.
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Relatório sobre o mercado de drones DE pequeno PORTE A grande variedade de aplicações nas quais pequenos veículos aéreos não tripulados (VANTs ou Drones) podem ser empregados está crescendo a cada dia, da mesma forma que também são buscados novos usos para esta tecnologia. A grande demanda por drones de pequeno porte possui uma distribuição geográfica ampla e diversificada, variando de país a país, por tipo e design. A compreensão da variabilidade e complexidade dos drones produzidos é crucial para aqueles que pretendem investir neste mercado. Está previsto o crescimento em aplicações na segurança e defesa nacional, particularmente para a coleta de uma grande variedade de dados, para o monitoramento de ameaças, tecnologia de reconhecimento facial, novos sensores militares e outros,assim como dados para fins investigativos. A automação promovida pelos drones também irá trazer grande economia de tempo e custos para várias aplicações. Um diagnóstico detalhado das últimas tendências políticas, econômicas e tecnológicas está disponível em análises quantitativas e qualitativas, presentes em um relatório realizado pela empresa Vision Gain. O relatório traz um balanço completo do mercado global, incluindo a análise do desempenho financeiro e perspectivas futuras, dinâmica do mercado políticos, econômicos, sociais e tecnológicas são avaliadas juntamente com detalhes de centenas de contratos, programas e requisitos. INFO https://goo.gl/9ogaEM
GoPro: Drone e imagens em 360° A GoPro anunciou que está trabalhando em dois novos projetos: um cubo que será utilizado na produção de imagens de realidade virtual e um drone. A marca fornecerá uma solução para a captura e o compartilhamento de “conteúdo esférico”. O drone deverá estar disponível no primeiro semestre de 2016 e seu preço não foi revelado.
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Drone é "impresso" em São Carlos A impressora 3D montada pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, já está alavancando o progresso científico do Instituto. Ao longo de mais de um ano com a máquina, foi produzido um drone, peças robóticas e até mesmo outra impressora 3D. Essa possibilidade de desenvolver objetos essenciais para o andamento das pesquisas, sem depender de recursos adicionais, facilita muito o dia a dia dos pesquisadores. Um quadrirrotor, ou drone, foi construído através da impressão das partes de sua estrutura. Quem desenvolveu o projeto foi o aluno de doutorado do ICMC Eduardo Fraccaroli: “Tentei utilizar um projeto open source disponível na internet, mas não atendeu todas as nossas necessidades. Então, tive que iniciar o processo de criação do zero e desenhar todo o quadrirrotor. Hoje, ele está 100% funcional.”, explica o estudante. O drone já voa de forma autônoma, possui uma câmera acoplada e chega a atingir 200 metros de altura e sua bateria dura, em média, 30 minutos. O doutorando disse que é possível incorporar novos atributos ao aparelho: “Diversos sensores podem ser acoplados e o quadrirrotor pode ser utilizado em diversas aplicações”. Por meio de uma parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), estuda-se o emprego do multirrotor na agricultura.
GYRO 1000 X4 é lançado em São Paulo A GyroFly, empresa com foco no desenvolvimento de drones multirotores com tecnologia própria, incluindo a estrutura, hardware e softwares embarcados, fez o lançamento da sua aeronave de maior alcance, autonomia e capacidade, a GYRO 1000 X4, na feira MundoGEO#Connect Latin America 2015, em maio passado, no Centro de Exposições Frei Caneca, em São Paulo (SP). A Gyro 1000 X4 é uma aeronave adequada para operações de grande alcance, com capacidade de capturar imagens através de câmeras fotográficas, termais ou multispectral e voar por mais de 80 minutos. O drone é dotado de tubos de fibra de carbono, sistema de propulsão elétrica através de motores de alto desempenho e piloto automático com tecnologia 100% nacional, desenvolvido pela empresa. A aeronave foi projetada para aplicações em agricultura de precisão e meio ambiente. INFO www.gyrofly.com.br
Rússia prepara drones para monitorar o Ártico Um grupo de especialistas russos da indústria militar chegou à região autônoma de Chukotka para preparar drones do Distrito Militar do Leste para missões de acompanhamento no Ártico, conforme anunciou o Ministério da Defesa da Rússia em um comunicado. “Os drones serão usados para a vigilância da parte do litoral do Oceano Pacífico, a parte continental da zona de responsabilidade das tropas e forças no nordeste, e nos treinamentos de combate da Marinha”, afirmou o Capitão Roman Martov. Ele acrescentou que, no futuro, os veículos aéreos não tripulados poderão também ser usados para escoltar navios e monitorar as condições ecológicas e de gelo no Ártico. A Rússia tem explorado ativamente a região, reivindicando os depósitos de petróleo e gás natural dentro de suas áreas de fronteira marítimas, junto com outras nações do Ártico. O plano de monitoramento foi anunciado no fim de 2014, e voos de teste dos drones começaram este ano. O Orlan-10 é um veículo aéreo remoto produzido na Rússia e projetado no Centro Espacial Tecnológico, em São Petersburgo. Sua velocidade máxima é de 150 km/h e sua autonomia de voo é de 16 horas sem reabastecer.
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O Guia MundoGEO é a lista mais completa do Brasil de empresas do setor de geotecnologias, divididas em prestadoras de serviços e fornecedoras de produtos e equipamentos. Acesse www.mundogeo.com/empresa e saiba mais.
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