GEOMEMÓRIA O social e o urbano: quando a cidade era mais gentil
OPENSTREETMAP Geocolaboração para governos e pessoas
CLIMA Previsão efetiva para desastres e eventos extremos
PASSO A PASSO Crie mapas personalizados com o Google Meus Mapas
SUMÁRIO
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Latitude
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Clima
Passo a Passo
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Laser Scanner 3D
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GeoQuality
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TI+GEO
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Cartografia
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GeoQualificação
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História e Geografia
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GeoColaboração
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A voz do empresário geoespacial
Elabore mapas personalizados com o Google Meus Mapas
Monitoramento de ameaças
Pela união dos engenheiros e fortalecimento do setor geoespacial
Geomemória social e urbana
Previsão efetiva contra desastres
Principais finalidades do Laser Scanning 3D
O GIS serve antes de tudo para comunicar
Cinco dicas para turbinar seu currículo e se destacar no mercado
OpenStreetMap: Uma comunidade de governos e não somente de pessoas
24 Capa
Como se dar bem no setor geoespacial? Especialistas em cinco diferentes eixos analisam o panorama atual e antecipam o que terá de mais importante no evento MundoGEO#Connect 2015. Veja quais os principais desafios e como acertar na hora de utilizar ou investir em soluções geoespaciais
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Acesse artigos complementares no Portal MundoGEO www.mundogeo.com
Colaboraram nesta edição: Antonio Morelli, Arlete Meneguette, Eduardo de Rezende Francisco, Eduardo Freitas, George Serra, Humberto Alves Barbosa, José Augusto Sapienza, Margarete Maria José de Oliveira, Martin Jayo, Renato Asinelli, Rovane Marcos de França, Rovane Marcos de França, Thierry Jean, Wilson Holler
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Editorial Web Seção do Leitor Navegando Lançamentos VANTs & Drones Guia de Empresas Online
EDITORIAL
2015 está aí... U
m ano de incertezas para alguns e de novas oportunidades para outros. O fato é que, como qualquer outro ano que se inicia, 2015 traz a todos uma série de expectativas e novos desafios, tanto a nível pessoal quanto empresarial. No ambiente corporativo, a hora é de superar obstáculos e transformar os reveses em oportunidades. Fortalecer o posicionamento da marca,
Alexandre Scussel Geógrafo (UFPR) e Técnico em Informática. Editor do Portal e Revista MundoGEO, Coordenador Técnico dos Seminários Online e do Evento MundoGEO#Connect LatinAmerica editorial@mundogeo.com
construir o conceito de relevância e fidelidade, agregar novos clientes de maneira eficaz, atribuir qualidade e inteligência aos dados e informações, oferecer serviços personalizados. Talvez não exista a receita ideal, mas estar atualizado e devidamente capacitado pode ser a chave para aumentar o retorno sobre os investimentos e ir cada vez mais longe.
MundoGEO#Connect 2015
Transformar ações em resultados, desafios em soluções, dificuldades em oportunidades. Correndo o risco de parecer demasiadamente otimista, penso que não existe outro caminho para o sucesso empresarial. Tive a oportunidade de acompanhar a criação e evolução do evento MundoGEO#Connect que, desde 2011, é o principal ponto de encontro dos usuários e produtores das soluções geoespaciais na América Latina. Seu fortalecimento e consolidação só foram possíveis graças à interação de nossa equipe com a comunidade de usuários e empresários do setor, a qual vislumbrou, desde o princípio, o grande potencial que um evento como este tem para a geração de novas oportunidades. Ao "criar novas dimensões", em 2015 o MundoGEO#Connect pretende contribuir ainda mais para que todos se tornem capazes de promover essas transformações em seus negócios. Todos os cursos, seminários, fóruns e atividades paralelas do MundoGEO#Connect 2015 foram escolhidos e elaborados cuidadosamente para otimizar o investimento do participante, desde os temas até as metodologias de apresentações. Além dessas atividades, estar presente em um evento como este é se aproximar dos clientes – no caso das empresas – e entender o que eles estão procurando, além de ampliar redes de contatos, fechar novos negócios, etc.. Para os usuários, significa ver de perto o que há de mais avançado no setor geoespacial, além de aprender e interagir diretamente com especialistas e empresários. Conectar para transformar e agir com segurança! Vamos nos ver em São Paulo?
Revista MundoGEO Publicação bimestral - ano 17 - Nº 80
Diretor e Publisher | Emerson Zanon Granemann | emerson@mundogeo.com Editor | Alexandre Scussel | alexandre@mundogeo.com Assessor Editorial | Izabela Prates | imprensa@mundogeo.com
Estagiária | Deyse Delamura | jornalismo@mundogeo.com Gerente de TI | Guilherme Vinícius Vieira | guilherme@mundogeo.com Marketing | Bruno Born | marketing@mundogeo.com Atendimento e assinaturas | Thalitta Nishimura | atendimento@mundogeo.com Gerente administrativa e financeira | Eloísa Stoffel Eisfeld Rosa | eloisa@mundogeo.com Assessora Administrativa | Amanda Simões | contato@mundogeo.com Projeto Gráfico e Editoração | O2 Design | o2@o2comunicacao.com.br CTP e Impressão | Maxigráfica MundoGEO www.mundogeo.com | Fone/Fax (41) 3338-7789 Rua Doutor Nelson Lins d’Albuquerque, 110 - Bom Retiro Curitiba – PR – Brasil – 80520-430 Todas as edições da Revista MundoGEO estão online no Portal MundoGEO. O material publicado nesta revista só poderá ser reproduzido com autorização expressa dos autores e da MundoGEO Ltda. Todas as marcas citadas nesta publicação pertencem aos respectivos fabricantes. O conteúdo dos anúncios veiculados é de responsabilidade dos anunciantes. A editora não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Edições avulsas da Revista MundoGEO estão disponíveis para compra no Portal MundoGEO.
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LATITUDE
A voz do empresário geoespacial
Empreendedores do setor no Brasil opinam de forma surpreendente e sincera. Fazendo uma radiografia do mercado, sugerem mudanças, apontam tendências e fazem críticas construtivas ao atual modelo brasileiro de desenvolvimento
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Emerson Zanon Granemann Engenheiro cartógrafo, diretor e publisher do MundoGEO emerson@mundogeo.com
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o Anuário 2015 de Geomátca e Soluções Geoespaciais, 14 empresários do setor apresentam, com mais de 60 empresas, um conjunto muito rico de visões para quem quer entender melhor o mercado e saber o que pode ser feito para nosso país crescer muito mais e levar junto o mercado geoespacial. As opiniões se dividem, entre outros pontos, em criticar a excessiva carga de impostos para equipamentos e serviços, a arcaica legislação do setor de mapeamento e a demora no lançamento de regras para o uso de Drones para fins comerciais. De forma crítica, destaco a forma de contratação pública de serviços especializados a partir de
análises predominantemente ligadas a preços e distantes da questão da qualidade e garantia da conclusão do trabalho no prazo. Um ponto citado pela grande maioria dos empresários está relacionado às constantes decepções com o ainda baixo investimento governamental nos projetos de infraestrutura. Muitos usaram números para comprovar não só a demanda reprimida mas também a falta de educação qualificada. Tudo isso provoca uma baixa produtividade nos projetos ligados a infraestrutura, pois não se investe na atualização profissional e nos novos lançamentos tecnológicos. Desta forma, fica difícil de produzir melhor, otimizar prazos e gastar menos na execução dos projetos, situações que seriam possíveis caso os investimentos em tecnologia fossem feitos pelos que executam e monitoram as obras. Finalmente, houve também ponderações sobre a inexistência de pesquisas de mercado que forneçam dados do mercado, tanto de demanda quanto de oferta, além do desconhecimento do índice de empregabilidade da indústria geoespacial. Esta falta de informações contribui para uma baixa força politica do setor, quando há necessidade de reivindicações junto ao Governo. Neste Anuário, além dos depoimentos dos empresários e da lista de empresas, estão disponíveis alguns resultados de enquetes elaboradas pelo Instituto GEOeduc, criado em 2014 com foco em educação online e pesquisas do setor. Vários empresários citaram que o Brasil necessita urgentemente de lideranças – nos níveis municipal, estadual e federal – que pensem no futuro com uma visão estratégica mais ampla, a fim de beneficiar toda a sociedade e que não mantenham visões partidárias e ideológicas curtas, que garantem benefícios a curto prazo apenas para minorias.
Vem aí a DRONE#Show 2016!
ID1974 / Shutterstock.com
A MundoGEO vai realizar a primeira edição da feira Drone#Show, simultaneamente ao evento MundoGEO#Connect 2016, em maio, no Centro de Convenções Frei Caneca em São Paulo (SP). A criação deste novo evento foi baseada na crescente sinergia existente entre a comunidade geoespacial e os usuários de Drones. A Drone#Show 2016 terá, além da feira, atividades técnicas, como cursos e seminários, que vão mostrar como utilizar a tecnologia e apresentar as inúmeras aplicações profissionais que podem ser empregadas com base nos dados gerados pelos Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs), popularmente conhecidos por drones. Esperamos que a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) libere nos próximos meses a regulamentação para uso comercial dos vants, para que este mercado cresça no Brasil. O foco da Drone#Show 2016 será destacar as importantes aplicações das aeronaves não tripuladas para mapeamento e monitoramento, com foco nas áreas de mineração, segurança, infraestrutura, meio ambiente, construção, agricultura de precisão, serviços de emergências, entre outras. A feira irá mostrar os modelos nacionais e importados de vants, além da inteligência embarcada para navegação e dos sistemas para coleta e processamento dos dados. O evento também debaterá os modelos de negócios das aplicações potenciais dos vants, que prometem revolucionar as áreas de entretenimento, publicidade, jornalismo, serviços de entregas e vigilância em espaços urbanos.
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WEB MundoGEO#Connect 2015
Você sabia?
O MundoGEO#Connect LatinAmerica, Conferência e Feira de Geomática e Soluções Geoespaciais, será realizado em São Paulo (SP), de 5 a 7 de maio, no Centro de Convenções Frei Caneca. Na página do evento é possível visualizar fotos, vídeos, notícias, depoimentos, informações para expositores, localização, hospedagem, inscrições, planta da feira, votar no Prêmio MundoGEO#Connect, além de conferir a programação de seminários, fóruns e cursos da conferência. Com o tema principal "Criando Novas Dimensões", em 2015 o evento traz em sua página na web conteúdos exclusivos em primeira mão. Oportunidade: cursos à distância! Acesse o site do evento e veja como participar de três cursos sem precisar se deslocar até São Paulo, de forma totalmente à distância. Esta novidade está disponível para os cursos: Georreferenciamento de Imóveis Rurais; VANTs & Drones: Modelos, usos e limites; e Cadastro Ambiental Rural. www.mundogeoconnect.com
O GeoConnectPeople, maior rede social do mundo dedicada inteiramente à geoinformação, é baseado no Ning, uma plataforma online que permite a criação de redes sociais individualizadas. Fundado em outubro de 2005 por Marc Andreessen - criador do browser Netscape - e Gina Bianchini, a palavra “ning” significa “paz” em chinês. Cada usuário pode criar a sua própria rede social e aderir a redes de usuários que compartilhem os mesmos interesses. O Ning é totalmente integrado às redes sociais. O acesso de membros pode ser feito via Facebook, Twitter, LinkedIn, Google e mais. Além disso, pode-se facilmente agregar vídeos do YouTube, Vimeo e similares à rede. As atividades dentro do GeoConnectPeople podem ser sincronizadas e postadas em tempo real no Facebook, Twitter, RSS, etc.. O GeoConnectPeople é um projeto social sem fins lucrativos, criado e mantido pelo MundoGEO. Acesse http://geoconnectpeople.org e crie seu perfil! Materiais disponíveis O portal MundoGEO possui um canal direto de acesso a conteúdos exclusivos e gratuitos. Veja a seguir alguns artigos recentes que você encontra na categoria “Arquivos Gratuitos”: • Vídeo mostra como e porque utilizar a tecnologia laser 3D • Os bens imóveis particulares lindeiros aos terrenos de marinha • Reflexos do novo código florestal sobre a agricutura familiar • A invasão dos Drones no mercado mundial • Gestão e uso do GIS na América Latina www.mundogeo.com 30 mil fãs no Facebook! A página do Facebook MundoGEO chegou recentemente à marca de 30 mil curtidas. Em comemoração, foi sorteado um exemplar do livro "Roteiro de Cartografia" e também quatro assinaturas anuais da revista MundoGEO. Você já curte a MundoGEO no Facebook? A página não para de crescer e conta com conteúdos diários. Dê um “like” e fique sempre por dentro do mundo da geoinformação! www.facebook.com/mundogeoconnect
+Lidas Janeiro
Google Earth Pro agora disponível para download gratuito. ESPM lança primeiro mestrado do Brasil em comportamento do consumidor Termina em 100 dias o prazo para fazer o Cadastro Ambiental Rural 10
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Fevereiro Inscrições abertas para a I Olimpíada Brasileira de Cartografia DNIT cria sistema de georreferenciamento de comunicação para usuários de rodovias federais Georreferenciamento e Cadastro Rural de imóveis: prazos, novidades e melhores práticas
SEÇÃO DO LEITOR QUALIFICAÇÃO ONLINE
CONTEÚDO PARA TODOS
O webinar "Apresentando Resultados com o Sistema Posição para To-
Quero parabenizá-los pelo brilhante trabalho que vocês fazem no GEOeduc. Recebo diariamente os e-mails sobre cursos e divulgo a todos os técnicos da SEDHAB que trabalham nesta área. Litz Mary Lima Bainy
pografia" foi muito bom e interessante, mesmo que as atividades de topografia sejam importantes no início de qualquer atividade físico-territorial, não as vemos sendo compartilhadas. Justino Costa Junior He seguido varios de sus webinars sobre distintos temas, los que permiten escuchar opiniones de expertos de todo el mundo, a los que de otro modo jamás accederíamos por estas latitudes. Carlos Merg | Argentina Venho por meio deste parabenizar a organização do Webinar "Big Data e Inteligência Geográfica". Foi o primeiro material do MundoGEO que tive contato e superou, em muito, as expectativas. Excelente material, organização e palestrantes! Leandro Ludwig Fiz a minha inscrição para o webinar "BIM para Projetos de Rodovias e Ferrovias" e coincidentemente nesse horário eu dou aula para o curso de Projeto de Estradas na Unesp de Bauru. Gostaria de saber se posso aproveitar a oportunidade e fazer a projeção em tela grande e com áudio aberto aos meus alunos na sala de aula. Gustavo Garcia Manzato
Acompanho a revista desde o seu surgimento, bem como o portal MundoGEO. Venho por meio desta manifestar e sugerir que sejam liberados os comentários das pessoas, visto que estes são uma forma participativa da comunidade de geotecnologias. Grande abraço e parabéns pela revista e portal. Felipe L. Roman Olá Felipe, O portal MundoGEO recebe vários comentários de seus leitores. Vemos a interatividade e a comunicação como elementos fundamentais. O portal MundoGEO tem milhares de páginas de conteúdo, então às vezes pode ser difícil encontrar uma notícia, artigo ou matéria com comentários.
ERRATA Na edição 79 da revista MundoGEO, o anúncio da página 68 apresentava erroneamente a logomarca da empresa Trimble, bem como a frase “Tecnologia Trimble Maxwell 6”. Ambas devem ser desconsideradas deste anúncio, visto que a empresa Trimble Brasil Soluções Ltda. não autorizou que tal conteúdo publicitário fosse veiculado.
Portal
Olá José Augusto, gostei bastante do que li no seu artigo “A Lei do Mundo e a modelagem de dados geográficos”.
Drones para mapear comunidades é o projeto mais votado em concurso – José Luiz Couto Um dos maiores problemas técnicos da etapa Geo do Cadastro Ambiental Rural (CAR) é que os limites da propriedade “casem” com os constantes no documento legal. Os drones bem que poderiam ser usados para gerar os respectivos shapefiles, agilizando e dando confiabilidade ao cadastro.
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@MarkosCambiaghi Gostei de um vídeo @YouTube de @ mundogeo http://youtu.be/sE-92luJ-Pk?a Navegação nos Cursos Online MundoGEO @odaliscaperdida @MundoGEO Com o desmembramento CREA-CAU acredito que a lei deverá ser revista em relação às anotações e averbações das atribuições.
@Avenza We're attending MundoGEO#Connect in May! Exicted to meet the geospatial community there. @MundoGEO http:// tinyurl.com/nmbzqsm @odaliscaperdida @MundoGEO Daria uma matéria divertida sobre geotagging... https:// www.flickr.com/photos/walkingsf/ sets/72157624209158632/ …
@odaliscaperdida @MundoGEO Bem interessante. Na importação de equipamentos, a madeira que serve de suporte ou embalagem também deve ser tratada antes de vir.
@geoinformacao 15 de dez Revista MundoGEO e um Anuário MundoGEO 2015 - Cortesia by @ Mundogeo http://fb.me/2fRRPDSAr
@javiercarranza3 Presentes en el Webinar Big Data e Inteligência Geográfica de @mundogeo, @gogeo y @gisbi Muy interesante futuro de la #geobigdata #vision
@DigitalGlobe MT @MundoGEO: DigitalGlobe’s Geospatial Big Data Platform Enabling New Commercial Solutions: http://bit. ly/16FuUFV
NAVEGANDO A Geoambiente lançou nova versão do website maisqueummapa.com.br, no qual encontra-se disponível o portfólio Google Maps for Work para o Brasil
Embrace/Inpe lançaram o novo portal do clima espacial, que disponibiliza ilustrações
em alta resolução: www2.inpe.br/climaespacial/portal
Ministério das Cidades lançou o Portal Habitat sobre desenvolvimento urbano sustentável: www.participa.br/profile/habitat O Ministério do Meio Ambiente divulgou o Portal Nacional do Licenciamento Ambiental (PNLA), que unifica informações online sobre licenças ambientais Lançada a Plataforma Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr) que torna públicos os dados sobre a biodiversidade brasileira O Instituto Pereira Passos (IPP) lançou o Portal de Dados Geográficos do Rio de Janeiro: http://portalgeo.pcrj.opendata.arcgis.com Um estudo realizado por cientistas da Nasa e da NOAA mostra que 2014 foi o ano mais quente já registrado, desde o início das medições O Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 8 de outubro, decidiu por alterações nas divisas interestaduais de Goiás, Bahia, Tocantins e Piauí O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresenta a plataforma aberta Extrator de Dados, que fornece dados sobre a dimensão do emprego no turismo O Inpe iniciou a recepção, processamento e distribuição dos dados do satélite indiano Resourcesat-2. As imagens já estão disponíveis, sem custos, no catálogo online do Instituto A Esri e o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) anunciaram o mapeamento global, de alta resolução espacial, das unidades ecológicas da Terra O IBGE lançou, em versão digital, as cartas imagem do estado do Tocantins na escala 1:100.000
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CPRM lança novos produtos de cartografia geológica O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) vem executando um amplo programa de levantamentos geológicos básicos, com o desenvolvimento de projetos de cartografia geológica em todo o território nacional. Esta iniciativa está acompanhada de um ambicioso programa de levantamentos aerogeofísicos, que prioriza a Região Amazônica. Esses aerolevantamentos – realizados pelos métodos magnetométricos e gamaespectrométricos de alta resolução, com espaçamento de 500 metros entre as linhas de voo, – já recobriram mais de 90% dos terrenos cristalinos do Brasil. O Balanço da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM) revela que, em 2014, foram publicados 100 mapas geológicos. INFO www.cprm.gov.br
Novo Atlas traz dados municipais da Mata Atlântica A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) lançaram os dados mais recentes sobre a situação dos 3.429 municípios da Mata Atlântica. O Atlas dos Municípios da Mata Atlântica revela que o desmatamento teve alta de 9% em relação ao período anterior (2011-2012).
IBGE lança novo Mapa Político do Brasil O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou, em versão impressa e digital, o Mapa Político do Brasil na escala 1:2.500.000, que consiste em uma representação cartográfica de todo o território brasileiro, informando a distribuição espacial das capitais e cidades, com destaque para as de maior população. Esse mapa é utilizado como referência em projetos geocientíficos, fornecendo suporte aos tomadores de decisão para o macroplanejamento do país e para geração de diversos mapas em escalas menores. O mapa é composto por limites estaduais e internacionais, feições hidrográficas, pontos extremos, sistema de transporte, vegetação, energia e comunicações. A edição de 2014 traz a atualização da distribuição territorial brasileira, correspondente aos 5.570 municípios do Brasil, e retrata a situação populacional com base no Censo Demográfico de 2010.
Geoportal Bahia é lançado Como parte das ações de estabelecimento da Infraestrutura de Dados Espaciais do Estado da Bahia (IDE-Bahia), foi lançado o Geoportal Bahia, ferramenta que viabiliza a busca e acesso a dados (e seus metadados), serviços e aplicações geoespaciais produzidos pela administração pública estadual. INFO geoportal.ide.ba.gov.br/geoportal
Exército inicia o uso de QGIS A Diretoria de Serviço Geográfico (DSG) do Exército Brasileiro iniciou o uso do software QGIS no âmbito da sua produção cartográfica. O objetivo é subsidiar e incentivar o uso de softwares livres, minimizando os gastos com licenças de softwares proprietários. Como perspectiva futura, pretende-se empregar o QGIS em quase todo o processo de produção cartográfica, com exceção da fotogrametria.
Brasil propõe expansão do território marítimo O projeto "Amazônia Azul", que o governo brasileiro deverá apresentar à Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015, poderá expandir o território marítimo nacional para além da faixa de 200 milhas náuticas. Atualmente, apenas nessa faixa o país possui direitos exclusivos de exploração dos recursos marinhos, incluindo as jazidas de petróleo do pré-sal. Com o projeto, apresentado pela primeira vez à ONU em 2004, os direitos brasileiros poderão se estender por
toda a plataforma continental geográfica, até um limite de 350 milhas náuticas. A proposta acrescentaria ao país uma nova área oceânica de 963 mil quilômetros quadrados, maior que o território da Venezuela. Pesquisadores brasileiros acabam de concluir o primeiro de três relatórios que detalham os extensos e complexos estudos científicos – exigidos pela ONU para a análise da proposta -, sobre a configuração geológica da plataforma continental.
Termina o período de transição para o SIRGAS2000 Encerrou-se o período de 10 anos de transição para adoção do novo sistema geodésico de referência SIRGAS200. Agora todos os usuários no Brasil devem adotar exclusivamente esse datum
nas atividades de produção e/ou manipulação da informação geoespaciais. Neste contexto, as coordenadas das estações geodésicas do IBGE passam a ser publicadas somente em SIRGAS2000.
IDE#Connect
| Infraestruturas de Dados Espaciais | Gerenciamento da Informação Geoespacial |
Mapas climáticos do Brasil disponíveis na Inde Para ter acesso aos mapas climáticos resultantes da parceria entre a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), basta acessar o site da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (Inde). Os cenários climáticos regionalizados se referem ao período de 2010 a 2100, são comparáveis com o clima observado desde 1969 até o presente. Os mapas gerados abrangem todo o território brasileiro, a América do Sul, a América Central e o Caribe, com resolução de 20 km x 20 km, e apresentam um foco específico para São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, com definição de 5 km x 5 km. INFO www.inde.gov.br
México abre dados cartográficos e beneficia OpenStreetMap Para promover a disponibilidade, divulgação, utilização e compartilhamento de dados abertos e informação geográfica de interesse nacional, o Conselho do INEGI, órgão equivalente ao IBGE do Brasil, concordou com a criação da Comissão Técnica Especializada em Dados Abertos. Os Dados Abertos do México serão divulgados em uma base contínua e de acordo com as datas estabelecidas no calendário nacional, aprovado pelo Conselho de Administração do INEGI, assim como estabelecido pela Lei Nacional de Estatística e de Informações Geográficas (SNIEG).
LANÇAMENTOS Imagens de alta resolução do satélite
Spot 7 estão desníveis para todos os usuários A China lançou o satélite Kuaizhou II que irá monitorar desastres naturais
ONU e Ministério do Meio Ambiente lançam livro sobre urbanismo e biodiversidade
Garmin lança a série GPSMAP 7400 e 7600, desenvolvida para navegadores, oferecendo soluções de alto desempenho na água
Blue Marble lançou uma rede global de educação na área de GIS, chamada de Global Mapper
Academic Curriculum A TomTom lançou o serviço Tom Tom
Traffic, que oferece informações do trânsito em tempo real, no Chile e no México Governo do Sergipe lançará o Atlas
Histórico do estado com mapas datados desde o século XVI até o período atual Foi lançado novo mapa político do estado do Sergipe apresentando a divisão político-administrativa com seus 75 municípios e alguns povoados A DigitalGlobe anunciou a disponibilidade total de imagens de satélite com resolução de 30 cm O Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe) desenvolveu um novo transponder para coleta de dados ambientais, denominado DCS
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MapInfo 12.5 A Pitney Bowes lançou o MapInfo Pro 12.5. A nova versão simplifica a produção de mapas, o que permite, de forma rápida e fácil, criar e analisar dados geográficos importantes. Com uma interface de usuário intuitiva e novas funcionalidades, a nova versão reduz o tempo de treinamento para os usuários em 70%, passando de duas semanas para dois dias. INFO www.pitneybowes.com/br
DNIT Móvel O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) lançou a versão para o sistema iOS do aplicativo DNIT Móvel, que permite o usuário comunicar, em tempo real, problemas encontrados nas rodovias — como buracos e quedas de barreira. O aplicativo facilita o mapeamento das ocorrências mais constantes em determinada rodovia federal e possibilita o planejamento e priorização dos trabalhos de manutenção e melhorias. O programa permite que a ocorrência seja feita de forma anônima, porém caso o motorista queira uma resposta do DNIT, é necessário fazer um breve cadastro. INFO www.dnit.gov.br
Faro Freestyle3D A Faro Technologies lançou o novo Laser Scanner Portátil Freestyle3D, um dispositivo intuitivo e de fácil operação para utilização em Arquitetura, Engenharia, Construção, Perícia Criminal e outras indústrias. O Faro Freestyle3D é equipado com um tablet Microsoft Surface e oferece visualização em tempo real, permitindo ao usuário observar os dados de nuvem de pontos conforme estão sendo capturados. O Freestyle3D digitaliza até a distância de 3 metros e captura 88 mil pontos por segundo com uma precisão melhor do que 1,5 mm. INFO www.faro.com
ArcGIS 10.3 A Esri anunciou o lançamento da versão 10.3 do ArcGIS. Nesta versão, a companhia traz novidades para os processos de coleta, análise, produção e compartilhamento de mapas inteligentes. Com a ferramenta, será possível criar mapas em duas ou três dimensões com mais facilidade, integrar o software a diversos dispositivos móveis na cloud e compartilhar dados. Para facilitar aos usuários brasileiros a Imagem, distribuidora oficial da Esri no país, anunciou o novo website da Plataforma ArcGIS 10.3, que reúne as melhorias e novas funcionalidades, além da atualização de recursos presentes nas versões anteriores. INFO www.img.com.br/arcgis10-3
CADWorx 2015 A Sisgraph lançou o CADWorx 2015, a mais nova versão da solução para automação de projetos baseados em CAD, que agora permite a geração de arquivos no formato “.ifv” para visualização e compartilhamento de modelos no iPad através do Intergraph FreeView, um aplicativo gratuito para visualização de modelos do CADWorx. INFO www.intergraph.com/products/ppm/cadworx
Spring 5.2.7 O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) anunciou a versão 5.2.7 do software livre Spring, disponível para plataformas Windows e Linux (32 e 64 bits). Entre as melhorias ou implementações que foram efetuadas a partir da versão 5.2 do software Spring, estão: Ortorretificação, Vetorizador, Padrões OGC, Módulo SCARTA, TerraLib, Plugins, Gerenciador de Banco de dados SQLITE. INFO www.dpi.inpe.br/spring
MapLink 5.0 A MapLink atualizou seu aplicativo de navegação para a versão 5.0, disponível gratuitamente para os sistemas iOS (iPhone e iPad) e Android. Agora, as rotas se apresentam de forma ainda mais precisas e eficientes, e é possível escolher o percurso entre várias alternativas antes de iniciá-lo, já que a atualização é feita em tempo real. A ferramenta pode também indicar as opções para fugir dos pedágios. Outra novidade é que os mapas se tornaram mais interativos, trazendo os prédios em 3D e integrados com mais de 8 milhões de locais cadastrados no site Apontador.
Dados de Geologia, geomorfologia, vegetação e solos O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) disponibilizou um conjunto de informações geoespaciais temáticas (shapes integrados) na escala de 1:250.000 (1cm=2,5km) e tabelas de atributos a eles referentes, correspondentes aos temas geologia, geomorfologia, solos e vegetação. Essa divulgação dá continuidade à produção e à divulgação de informações geoespaciais de todo o território nacional, na escala 1:250.000, proporcionando assim conhecimento dos recursos naturais e ambientais para subsidiar o desenvolvimento sustentável. INFO www.ibge.gov.br
INFO www.maplink.com.br
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Cbers-4 As primeiras imagens da câmera multiespectral brasileira MUX, a bordo do satélite Cbers-4, foram obtidas pelos técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). As imagens foram tomadas sobre a região de Armação de Búzios (RJ). A MUX é a primeira câmera para satélite inteiramente desenvolvida e produzida no Brasil. Com 20 metros de resolução espacial e multiespectral, registra imagens no azul, verde, vermelho e infravermelho, em faixas distintas, para uso em diferentes aplicações, principalmente no controle de recursos hídricos e florestais. INFO www.cbers.inpe.br
Base Cartográfica Contínua do Brasil
Explorer for ArcGIS versão Android
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) disponibilizou uma versão atualizada da Base Cartográfica Contínua do Brasil ao milionésimo (onde 1cm = 10km). A base está disponível em formato livre (shapefile e “dump” do banco PostGIS). Em relação aos referenciais espaciais geodésico e cartográfico, segue a norma vigente, utilizando o sistema SIRGAS 2000, como referência de coordenadas geográficas.
A Esri lançou a versão para Android do Explorer for ArcGIS. Nesta versão, o aplicativo dimensiona o tamanho dos mapas de acordo com o tamanho do dispositivo. Agora, qualquer usuário de smartphone ou tablet Android (versão 4.0 ou superior) poderá explorar mapas públicos Esri de qualquer lugar, além de descobrir e compartilhar mapas com a finalidade de utilizá-los para a tomada de decisões. Não é necessário ter experiência em GIS para utilizar o aplicativo.
INFO www.ibge.gov.br
INFO www.esri.com/software/explorer-for-arcgis
OGC A revista MundoGEO traz as principais novidades em padrões e serviços disponibilizados pelo Consórcio Geoespacial Aberto (OGC, na sigla em inglês), um grupo internacional que reúne mais de 450 companhias, agências governamentais e universidades com o objetivo comum de desenvolver padrões.
O OGC adotOU o padrão IndoorGML
O OGC adotou o padrão de navegação IndoorGML, que fornece uma descrição tecnologicamente neutra e coerente dos espaços navegáveis de um edifício, que podem ser usados por desenvolvedores de aplicativos e fornecedores de plataformas.
Trimble no Comitê de Planejamento
A Trimble participará, a partir de agora, como membro principal do Comitê de Planejamento do OGC, ajudando a explorar o mercado e as tendências tecnológicas assegurando, assim que as políticas e os procedimentos do OGC permaneçam eficazes e ágeis no ambiente de tecnologia que se encontra em rápida mudança. Como membro Principal, a Trimble participará das
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decisões, na aprovação final para todos os padrões OGC e na nomeação para o Conselho de Administração.
Padrão para qualidade da água
O OGC aprovou o documento WaterML 2.0 Water Quality (WaterML-WQ), que estabelece padrões para estudo sobre a qualidade da água. O documento descreve sobre como configurar documentos XML para medições individuais e em série da qualidade da água, além de estabelecer regras de utilização das Observações e Medidas do OGC (O&M). Este documento destina-se a complementar o padrão OGC WaterML 2.0 como parte de um conjunto de normas para os dados de observação da água. INFO www.opengeospatial.org
GEOpOp 2015: O BIG DaTa NO muNDO DO GEOmaRkETING
NOVa ESTaçãO TOTaL FLExLINE TS06pLuS maNuaL
VITRINE A Vitrine MundoGEO é um novo espaço dedicado a divulgar produtos, serviços e tecnologias do setor geoespacial. Para mais informações e saber como participar desta seção, entre em contato: comercial@mundogeo.com (41) 3338-7789
Para a maioria, a “qualidade” é relativa. Mas não na Leica Geosystems. Para garantir que nossos instrumentos tenham a mais alta precisão e qualidade, nós produzimos com a última geração de equipamentos: a tecnologia suíça, combinada com a habilidade de fornecer os melhores mecanismos da classe. E esta qualidade também se aplica em todos os nossos procedimentos – fazendo a Leica Geosystems agir com excelência nos negócios para suprir as necessidades e expectativas dos nossos clientes em todos os sentidos. A Estação Total Leica FlexLine TS06plus Manual é ideal para a maioria das tarefas topográficas, especialmente aplicações de média à alta precisão. Herdando a tecnologia do modelo TS06 anterior, maior sucesso da Série Leica FlexLine, a Leica FlexLine TS06plus é a mais nova Estação Total da Leica.
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A Cognatis acaba de lançar o GEOpop® versão 2015, a maior base de informações especialmente feita para estudos e ferramentas de geomarketing. Além das atualizações populacionais e econômicas o novo GEOpop® traz diversas novidades para que empresas de todos os tamanhos e indústrias possam prosperar no próximo ano, apoiadas nas informações mais confiáveis e completas do mercado. • As informações foram divididas em módulos para permitir que cada empresa possa adquirir apenas aquilo que necessita; • Informações de mais de 12 milhões de empresas brasileiras georreferenciadas, incluindo faturamento presumido, potencial de vendas, e outros indicadores exclusivos; • Informações sobre comportamento digital, incluindo mapeamento de e-mails e dados de mídias sociais georreferenciados (novo); • Projeções demográficas e econômicas em nível municipal e distrital até 2030; • Novos indicadores de consumo baseados em cestas de produtos (cesta supermercado, pet, shopping, etc.).
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CAPA
Como se dar bem no setor geoespacial?
Especialistas em cinco diferentes eixos analisam o panorama atual e antecipam o que terá de mais importante no evento MundoGEO#Connect 2015, de 5 a 7 de maio em São Paulo. Veja quais os principais desafios e como acertar na hora de utilizar ou investir em soluções geoespaciais
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que o mercado de soluções e serviços geoespaciais deverá enfrentar num futuro próximo? Quais os principais desafios tecnológicos e culturais que as diferentes áreas da geotecnologia já estão enfrentando e quais ainda terão que superar? Veja a opinião de cinco diferentes especialistas sobre os principais eixos tecnológicos do setor geoespacial para acertar na hora de promover investimentos, garantir a qualidade de projetos, ampliar a produtividade e gerar melhores resultados. GIS e Inteligência Geográfica Por Eduardo de Rezende Francisco. PhD em Administração de Empresas pela FGVEAESP, Bacharel em Ciência da Computação pelo IME-USP, atua em GIS, Business Intelligence, Pesquisas de Mercado e Satisfação de Clientes. É professor de Métodos Quantitativos, Analytics e Big Data na FGV-EAESP e de Sistemas de Informação na ESPM, Consultor em Geomarketing, Estatística Espacial e Microcrédito e sóciofundador do GisBI e do Meia Bandeirada.
A consolidação da integração entre Big Data e geotecnologias será o grande desafio que precisaremos endereçar em 2015. 24
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A consolidação da integração entre Big Data e geotecnologias será o grande desafio que precisaremos endereçar em 2015. A “era das inferências” é a que estamos começando a adentrar, com o advento de um universo bastante amplo de informações não-estruturadas, diversa em complexidade, com velocidade não controlada, assíncrona e em tempo real. O profissional de Geomarketing terá que ter condições de traduzir para a perspectiva geográfica essa nova dimensão de conhecimento para que a tomada de decisão seja efetiva. A inteligência geográfica permite a integração e organização de informações como nenhuma outra dimensão. O profissional de geomarketing tradicional terá que se adaptar a um profissional que já é conhecido como Data Scientist, ou cientista de dados. Esse profissional deverá conhecer de tecnologia, de modelos preditivos e de negócios, e será cada vez mais valorizado.
Os desafios tecnológicos a serem vencidos estão nas técnicas de integração entre GIS e BI. Os modelos tradicionais desses dois mercados são eminentemente diferentes. O BI tradicional se estrutura em modelos multidimensionais, enquanto que o GIS é tradicionalmente objeto relacional. O Big Data geográfico deve promover adaptações de ambos os lados para permitir que tenhamos condições de lidar com uma vastidão de informações geográficas em tempo real, com análises sofisticadas e valorosas para as decisões de negócio. Por outro lado, o principal desafio ainda é cultural. Os profissionais em nível decisório nas organizações precisarão ter consciência dos reais benefícios da geoinformação, além da simples produção de mapas temáticos. Capacite-se! No dia 6 de maio o seminário Big Data e Inteligência Geográfica vai desmistificar o conceito de Big Data e mostrar o que ele pode fazer para melhorar o resultados do seu negócio. Neste mesmo dia vai acontecer o curso Padrões & Infraestruturas de Dados Espaciais, no qual especialistas da Diretoria do Serviço Geográfico do Exército (DSG) vão ensinar os principais aspectos das especificações técnicas mínimas a serem observadas na contratação e na produção de conjuntos de dados geoespaciais de referência. Por fim, no dia 7, o seminário GIS: Novas Soluções e Desafios vai demonstrar as novas soluções e oportunidades para o desenvolvimento e uso de GIS na Web e na Nuvem. Serão discutidas soluções inovadoras de GIS Mobile, 3D, entre outras. INFO mundogeoconnect.com/2015/grade
Cadastro e Governança da terra Por Margarete Maria José de Oliveira. Tecnóloga em geoprocessamento pelo Instituto Federal de Goiás (IFG), instrutora de treinamentos teóricos e práticos nas áreas de montagem de processos, levantamento em campo utilizando GPS e RTK, CAR, etc., e atuante há mais de seis anos em montagem de processos de Georreferenciamento e Reserva Legal, atendendo pessoas físicas e jurídicas de diversos estados do Brasil.
Quando a informática surgiu e, coincidentemente com ela o uso do GPS, não pensávamos que as duas tecnologias iriam se juntar e revolucionar os trabalhos da agrimensura, agronomia e demais áreas correlatas. Com esta revolução chegando e caminhando a passos rápidos, era necessário que o governo solicitasse aos Ministérios do Desenvolvimento Agrário e do Meio Ambiente que se dispusesse aos profissionais uma tecnologia que reunisse, ao mesmo tempo, o uso da metodologia de precisão com a informática (desenhos, planilhas, cálculos, etc.), ao mesmo tempo em que fossem imparciais e céleres. Nesse contexto surgiram o Sistema de Gestão Fundiária do Incra (Sigef) e o Cadastro Ambiental Rural (CAR). O Sigef, faltando ainda alguns reajustes, está cumprindo bem o seu papel. O CAR, ainda deixando muito a desejar, carrega consigo o peso de uma legislação complexa e a insegurança dos profissionais. Se bem usadas, estas duas tecnologias serão o marco da Agrimensura no Brasil. Está muito acelerado o desenvolvimento topográfico no Brasil quando se fala em inserir no mercado novos equipamentos. Podemos dizer que já não lidamos mais com erros sistemáticos devido à imperfeição dos aparelhos e à falta de exatidão nos métodos de medição, dentre outros mas sim com erros grosseiros, ocasionados principalmente pelo operador, pela falta de conhecimento em topografia e geodésia. A automação topográfica vai além do campo e escritório. E, somente conhecendo os equipamentos e as normas, conseguiremos um trabalho com qualidade. Hoje tudo se completa: Topografia, imagens, criação de bancos de dados, etc.. No campo se efetua a mensuração, no escritório verifica-se a preci-
são utilizando-se softwares adequados, imagens de satélite, etc.. O grande desafio tecnológico e cultural está na qualificação profissional de pessoas para lidar com a topografia como um todo, este que é um ramo cada vez menos requisitado pelas novas gerações, porém, um dos mais utilizados. Capacite-se!
Razão de muitas dúvidas e discussões, o georreferenciamento de imóveis rurais tomou novos rumos nos últimos tempos, com o lançamento da 3ª Edição da Norma Técnica do Incra e o surgimento do Sigef, que simplificou a análise dos processos de certificação. Profissionais que atuam com levantamentos de campo sabem da importância de estarem atualizados e conhecer melhores práticas para a execução dos trabalhos. Outro assunto que vem tirando o sono de muitos profissionais são as características e semelhanças entre o Georreferenciamento e o CAR, e quais os benefícios da integração dos diferentes levantamentos. De 5 a 7 de maio, em São Paulo, profissionais, proprietários e demais interessados poderão aprender e tirar todas as dúvidas sobre estes temas que têm tanta importância para o país. No dia 5, o Curso presencial Georreferenciamento de Imóveis Rurais vai abordar as questões legais e técnicas necessárias para a aprovação dos projetos junto ao Incra. Também serão compartilhados exemplos e dicas de como superar problemas comuns nos levantamentos de campo e na interpretação e encaminhamento da documentação do imóvel. Já em 6 de maio o Seminário Georreferenciamento & CAR irá desvendar as semelhanças e diferenças entre o CAR e o Georreferenciamento de Imóveis Rurais, além de abordar os benefícios de fazer os dois levantamentos e debater os principais erros técnicos e de interpretação
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da legislação que podem ser cometidos pelos profissionais. E por fim, no dia 7, o treinamento Cadastro Ambiental Rural (CAR) irá atualizar os profissionais em relação à legislação e às técnicas para elaborar com sucesso o levantamento. Além disso, serão ensinadas dicas valiosas de como alcançar mais produtividade e qualidade nos trabalhos, com destaque e exemplos sobre os desafios técnicos e normativos associados à implementação do CAR e às oportunidades abertas aos prestadores de serviços, empresas e governos no uso deste instrumento de regularização ambiental rural. INFO mundogeoconnect.com/2015/grade Sensoriamento Remoto e Análise Ambiental Por Antonio Morelli. Graduado em Ciências Biológicas, possui especializações em Meio Ambiente (2000) pela USP São Carlos, em Geoprocessamento pela UFSCar (2001), especialização em Geoprocessamento pela Poli-USP e mestrado em Ciências Agrárias pela ESALQ-USP, de Piracicaba. É auditor sênior certificado pelo IEMA (Institute of Environmental Manegement & Assessment) e atuou como gerente de projetos e produtos em empresas do setor de imagens de satélite como Imagem, Spot Image e Santiago e Cintra. Presta consultorias agroambientais, projetos de mapeamentos e agrícolas e ambientais para grupos do setor sucroalcooleiro, bancos, fundos de investimento, consultores agropecuários e prefeituras.
A formação do profissional sempre será o maior desafio em uma área tecnológica e manter-se atualizado é a chave da sobrevivência. 26
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Acredito que 2015 será um ano bom para a área de geotecnologia. A inovação tecnológica avança em passos largos em todos os setores produtivos. Quero ressaltar o sucesso do lançamento do satélite Cbers-4. Seus dados serão de grande utilidade, além de apresentarem ótimas características técnicas. As imagens de alta resolução também vêm com uma nova safra de sensores, melhorando a oferta de dados remotos de alta resolução e aumentando a concorrência neste segmento. Na área de levantamento de dados, podemos olhar com atenção o desenvolvimento de VANTs, com sua evolução desde os primeiros modelos até a tecnologia apresentada hoje. No segmento de software, destaco as aplicações em nuvem. Essa tecnologia melhora a qualidade de integração dos dados de campo, possibilitando ganho de velocidade e diminuição de custos de processos. A evolução desta tecnologia favorecerá o incremento de uma comunidade colaborativa, conceito que já vem ganhando força graças às tecnologias mobile e a melhoria da internet.
A chegada de novos sensores e tecnologias demandarão uma necessidade constante de aperfeiçoamento. A formação do profissional sempre será o maior desafio em uma área tecnológica e manter-se atualizado é a chave da sobrevivência, pois a chegada de novos sensores, softwares e equipamentos pedem reflexões sobre velhos conceitos e a revisão de paradigmas. Outro desafio é a abertura para uma discussão jurídica sobre o uso de imagens de satélites de altíssima resolução e das imagens originárias de drones e VANTs. A regulamentação dessa tecnologia é essencial para a disseminação desses novos recursos e norteará não só a comunidade de usuários, mas também o próprio mercado. Essa discussão, apesar de jurídica, deve ser acima de tudo baseada em estudos técnicos, nas limitações e características de cada tecnologia. Outro desafio está numa maior convergência das tecnologias utilizadas em outros segmentos para a área de geo, como a utilização de informações provenientes de bancos de dados integrados (big data) e o uso de dados comportamentais para soluções urbanas e de geomarketing. Gostaria de ver aplicações não apenas em grandes empresas, mas soluções acessíveis também para o usuário final, pois só assim acontece realmente a disseminação das novas tecnologias. Capacite-se! No dia 5 de maio o curso presencial Geoinformação nos Projetos Ambientais oferecerá uma descrição completa das etapas de coleta, processamento e análise das informações geospaciais aplicadas a projetos ambientais, além de explicar as vantagens desta nova forma de se executar ações ambientais utilizando informações geoespaciais. Para mostrar como obter os melhores resultados a partir de dados de sensoriamento remoto, no dia 7 de maio será realizado o Seminário Sensores e Serviços de Observação da Terra, que apresentará as principais características e diferenças técnicas dos diversos tipos de sensores ópticos, radar e laser embarcados em Drones, aviões e satélites. Também serão discutidas soluções para processamento dos dados e serviços de monitoramento, além de exemplos e aplicações práticas. INFO mundogeoconnect.com/2015/grade
Laser Scanning 3D Por Rovane Marcos de França. Professor de Geodésia e Georreferenciamento do IFSC e Consultor da Vector Geo4D. Mestre em Engenharia Civil na área de Infraestruturas, Engenheiro Civil, Técnico em Geomensura e Técnico em Estradas. Experiência no tema: Levantamentos com Laser Scanner há 6 anos em diversas aplicações, usando vários softwares de processamento e modelagem de nuvem de pontos.
A busca incessante pelo aumento de produtividade e qualidade para os serviços topográficos já faz parte do cotidiano das empresas desta área há alguns anos. A falta de mão de obra qualificada em países emergentes como o Brasil aumenta o custo dos serviços e exige soluções para que se possa fazer mais com menos. O uso de soluções tecnológicas que reduzem o tempo de trabalho repetitivo ou exigem maior qualidade cresce bastante, exigindo menos profissionais. Porém, os profissionais que atuam na área precisam ser mais bem qualificados. Temos uma grande gama de tecnologias no mercado para isso, passando por estações totais robóticas, GNSS RTK, Laser Scanner e VANTs. O real ganho de produtividade vem da capacidade do profissional de juntar duas ou mais tecnologias, aproveitando o máximo e sabendo discernir as limitações técnicas de cada uma delas. Tecnologicamente a limitação ainda está no software, que acaba exigindo muito do hardware. Precisamos de sistemas e algoritmos que agilizem o processamento e a modelagem de dados a partir da nuvem de pontos de forma mais dinâmica e imersiva. Culturalmente, ainda estamos a mercê dos usuários dos produtos topográficos que exigem a geração de produtos em 2D, seja para análise ou para desenvolver seus projetos. Esta mudança de cultura para o mundo 3D, infelizmente, não é a curto prazo, levará pelo menos mais uma geração.
Capacite-se! Conceitos, características, processamento de dados e diferentes técnicas serão mostradas no Curso Laser Scanning 3D: Fixo e Móvel, que vai ser realizado no dia 6 de maio em São Paulo. Com duração de 7 horas, você poderá conhecer ainda diferentes equipamentos, como extrair dados, registrar cenas e aprender um pouco sobre a história desta tecnologia.
Para conhecer as diferenças e vantagens desta tecnologia em relação aos processos tradicionais de coleta de dados, bem como os ganhos de produtividade e de qualidade nos trabalhos, além de limites e aplicações, participe do Seminário Laser Scanning 3D: Tecnologia e Aplicações, no dia 5 de maio. INFO mundogeoconnect.com/2015/grade Ferramentas geográficas na gestão pública
O grande desafio tecnológico e cultural está na qualificação profissional de pessoas para lidar com a topografia como um todo [...]
Por George Serra. Geógrafo, Especialista em Geoprocessamento e TI, Instrutor Certificado Internacional ESRI e Mestre em Engenharia pela Politécnica da USP. Atua como Professor, Consultor em Estruturação de Bases e Geomarketing na Empresa GeoSert
Quando pensamos na grande quantidade de serviços e produtos geotecnológicos que podem ser usados em um ambiente de governo municipal, temos muitas possibilidades a considerar em 2015. Posso listar algumas sem titubear, como a consolidação do uso de imagens de satélite de altíssima resolução espacial e espectral, o amadurecimento do segmento de levantamentos 3D por laser scanner, desenvolvimento de novos algoritmos de classificação de imagens orientados a objetos, coleta dinâmica de dados em campo com GIS móvel, transmissão em tempo real, mapeamento colaborativo, mineração de dados e interoperabilidade, além da perspectiva de legislação e liberação do uso de VANTs nos levantamentos urbanos. Todos estes elementos são trabalhados com interfaces de software cada vez mais didáticas e amigáveis, sejam de mercado ou open source. Logicamente, apenas tecnologia não representa o sucesso de um projeto em prefeituras, que têm como público final o contribuinte, o técnico da prefeitura como executor, geralmente um cargo comissionado como gestor e um político como elemento decisório. São muitos interesses integrados e ao mesmo tempo conflitantes, que têm uma janela temporal de quatro anos para desenvolvimento, execução e finalização. Um dos principais elementos balizadores para a criação de uma inteligência fiscal e formulação de políticas públicas é a manutenção atualizada de um cadastro técnico multifinalitário, ou seja, a construção de bases e sistemas que atendam às pendências das secretarias usando plataformas conjuntas, provendo respostas às demandas da sociedade e aos diversos órgãos da administração municipal.
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Podemos considerar que os principais desafios tecnológicos e culturais no âmbito da gestão municipal estão associados ao desenvolvimento e disseminação do conceito das cidades inteligentes, as “Smart Cities”. 28
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Atualmente falamos no desenvolvimento de um cadastro 4D (x, y, z, t), ou seja, com a possibilidade de medição dos elementos planialtimétricos associados ao monitoramento das transformações urbanas multitemporais que sofrem continuamente o território de um município. Se pensarmos neste conceito desenvolvido em um ambiente multiusuário versionado, teremos um grande potencial para a modelagem de bancos de dados geográficos. Este tipo de ambiente permite o uso de metodologias mais avançadas na padronização de procedimentos e camadas, por estarem todos os técnicos consultando e editando os mesmos dados, ao mesmo tempo e com controle de qualidade topológico para identificação e correção dos erros. Além disto, o armazenamento e controle otimizado do histórico destas alterações no tecido urbano, associado à democratização destas informações usando aplicações espaciais integradas a sistemas legados, permitem não apenas a exibição de mapas na web, mas também uma interatividade com o contribuinte na geração de consultas prévias, emissões de guias ou envio de documentos georreferenciados para as secretarias, possibilitando assim mecanismos para gestão do município e a estruturação de um modelo sustentável de desenvolvimento urbano. Podemos considerar que os principais desafios tecnológicos e culturais no âmbito da gestão municipal estão associados ao desenvolvimento e disseminação do conceito das cidades inteligentes, as “Smart Cities”. Este conceito refere-se ao desenvolvimento de um planejamento sustentável associado à gestão da ampla e complexa gama de informações geradas dinamicamente nas cidades. Embora saibamos que, infelizmente no Brasil a realidade da maioria das prefeituras seja de mapeamentos desatualizados, problemas de infraestrutura, defasagem tecnológica e recursos humanos escassos, o avanço, diversificação, didática e barateamento da tecnologia aparecem como uma luz para a solução de parte destes problemas. Outra questão importante é a popularização das geotecnologias aos gestores, assessores e secretários municipais, que já conseguem enxergar a importância e confiança das soluções espaciais no planejamento e tomada de ações para gestão eficiente do território. Além disso, o entendimento que o desenvolvimento de soluções corporativas, eficientes, seguras e otimizadas ficam como legado deixado à população, dificulta a dissolução destes avanços em futuros governos não tão visionários. Sendo assim, um dos grandes desafios está na criação de centros operacionais que usem a componente espacial como elemento norteador na análise e tomada de ações e sirvam como cerne na congregação de bases, infraestruturas, equipamentos e soluções corporativas voltadas a uma dinâmica na coleta, disseminação
e uso eficiente das informações. Estes centros devem prover a capacitação, além de suporte colaborativo e metodológico a núcleos de geotecnologias instalados nos órgãos, secretarias governamentais e de pesquisa, para permitir o estudo e desenvolvimento aplicado de soluções voltadas à integração entre bases, sistemas dinâmicos, processos otimizados e unificados na gestão urbana, gerando assim serviços eficientes aos contribuintes e secretarias municipais. Desta forma, soluções e desafios para o futuro podem ser associados à gestão e manuseio de big data, dinâmica e segurança de armazenamento de dados na Nuvem (Cloud), modelagem otimizada de banco de dados espaciais, integração com sistemas legados, desenvolvimento de aplicativos corporativos de SIG Web e Móvel, além do monitoramento de dados em tempo real, que permitam uma gestão municipal eficiente e com foco em resultados para o contribuinte. Capacite-se!
Para ficar por dentro de tudo que a geoinformação pode fazer para melhorar a gestão do espaço urbano, participe do curso Geoinformação na Gestão Municipal no dia 5 de maio, e do fórum Geoinformação para Cidades Inteligentes no dia 7. Ambos serão realizados durante o MundoGEO#Connect LatinAmerica 2015, em São Paulo (SP). O curso apresentará formas de coleta e atualização de dados geoespaciais para as diversas aplicações em municípios. Serão demonstradas as precauções necessárias em relação às especificações técnicas dos processos de licitação e os vários desafios encontrados na implantação de sistemas de informações geográficas, bem como suas aplicações para o cadastro, arrecadação, planejamento, gestão ambiental, entre outras. Já o fórum vai contar com a presença de especialistas para discutir e apresentar resultados de projetos que incluem a coleta, processamento, representação e a análise de informações geoespaciais em sistemas de suporte à gestão inteligente de cidades. Também será debatido sobre a relação inseparável entre o novo conceito de Cidades Inteligentes (Smart Cities) e a impor-
tância do acesso rápido a informações geoespaciais atualizadas, para facilitar a tomada de decisão em situações rotineiras e emergenciais nas áreas urbanas. INFO mundogeoconnect.com/2015/grade Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs) Atualmente os Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs ou Drones) são responsáveis pela expansão e desenvolvimento da indústria aeroespacial mundial, com estimativas de grandes investimentos, saindo dos atuais 2,7 bilhões de dólares por ano para cerca de 8,3 bilhões nos próximos anos. As possibilidades são enormes e, com a regulamentação do setor, o uso civil desta tecnologia será cada vez mais expressivo. O uso de Sistemas de Veículos Aéreos Não Tripulados (Sis VANTs) para obtenção de imagens aéreas para as mais diversas aplicações já é uma realidade. Fala-se em Sis VANT, pois trata-se de todo um sistema desenvolvido para operar uma aeronave não tripulada com eficiência e segurança. Existem inúmeras opções no mercado, tanto de equipamentos nacionais como importados, das mais diversas formas, tamanhos e preços. Mas como fazer para chegar à conclusão de qual deles pode melhor nos atender? Um bom começo é determinar o tipo de trabalho a ser desenvolvido com o Sis VANT, que tipo de terreno será coberto, quais as condições para decolagem e pouso das aeronaves, o tamanho das áreas a serem imageadas, a facilidade ou não de acesso a estas áreas, se será necessário o uso de imagens georreferenciadas com grande precisão ou apenas saber se determinada área está sendo desmatada, invadida, ou com sua ocupação expandida. Estes fatores irão impactar diretamente no tempo de voo necessário para cumprir cada missão, e isso ajudará a definir qual a autonomia e alcance que o Sis VANT deverá ter. Com esta primeira informação, já é possível eliminar uma parcela dos sistemas existentes no mercado.
Capacite-se! Os veículos aéreos não tripulados (VANTs ou Drones) e seus sistemas serão discutidos durante a conferência MundoGEO#Connect 2015. Especialistas estarão presentes para apresentar o que há de mais avançado e as últimas novidades dos Drones para diversas aplicações, além das capacidades, limites e modelos desta tecnologia, bem como um panorama atual da legislação. Para ficar por dentro desta tecnologia, participe do Curso VANTs & Drones: Modelos, Usos e Limites, no dia 6 de maio, e também do Fórum VANTs & Drones: Aplicações e Resultados, no dia 7 de maio. A programação das duas atividades já está disponível. Ambos serão realizados durante o MundoGEO#Connect Latin America, em São Paulo (SP). INFO mundogeoconnect.com/2015/grade
Google Earth Pro e ArcGIS Online O MundoGEO#Connect Latin America 2015, que será realizado de 5 a 7 de maio no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo (SP), vai contar também com cursos sobre o Google Earth Pro e o ArcGIS Online. O Google Earth Pro, que agora funciona sem a necessidade do pagamento de licença, é um software que traz um globo interativo em 3D que pode ser usado em diversas tarefas. O curso prático Google Earth Pro vai mostrar, dentre outros assuntos, como obter a versão Pro, baixar arquivos SHP e KMZ do site do IBGE, abrir e visualizar arquivos SHP, editar as propriedades e fazer busca por apontamento, abrir e visualizar arquivos KMZ, fazer busca por conteúdo e editar a aparência, salvar arquivos como KML ou KMZ, entre outros. O software de Sistemas de Informações Geográficas (GIS) mais famoso do mundo, utilizado por usuários em sua versão Desktop há muitos anos, pretende abrir o mundo da informação geográfica para todos através do uso de mapas na web e apps. Aplicativos simples permitem aos usuários visualizar, integrar e analisar dados geoespaciais de todos os tipos. No dia 7 de maio, em São Paulo (SP), a comunidade GIS terá a oportunidade de conhecer de perto as inovações do sistema ArcGIS. O Curso ArcGIS Online: Mapas e Análises vai oferecer aos usuários GIS e outros interessados a oportunidade de acessar mapas, aplicativos e ferramentas através da interface web para ArcGIS Online, realizando demonstrações de como encontrar, compartilhar e organizar o conteúdo geográfico. INFO mundogeoconnect.com/2015/grade
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Passo a Passo
Google Meus Mapas – Parte 2 Elabore seus mapas personalizados
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Arlete Aparecida Correia Meneguette Engenheira cartógrafa (Unesp), PhD em fotogrametria (University College London). Docente e pesquisadora do Departamento de Cartografia da Unesp Campus de Presidente Prudente arletemeneguette@gmail.com
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a edição anterior da Revista MundoGEO iniciamos uma série de tutoriais sobre o Google Meus Mapas, adotando como área de estudo a Unesp - Câmpus de Presidente Prudente. Um arquivo CSV (disponibilizado no Google Drive em http://goo.gl/2mEiws) foi utilizado para representar POI (Pontos de Interesse) sobre os Prédios da Área Central da Unesp. Para dar continuidade, faça login em sua conta Google e entre no Google Meus Mapas: https://www.google.com/maps/d/. Tendo em vista que no tutorial anterior você criou um mapa, clique em “Abrir um mapa” e encontre o mapa “Unesp - P. Prudente - Área Central” a partir da lista. Ao clicar duas vezes sobre o nome do mapa ele é exibido na tela. O desafio lançado no tutorial anterior foi o de você criar mais camadas, sendo que naquela época o limite do Google Meus Mapas era de cinco e agora é de, no máximo, 10 camadas. Além disso, agora é possível importar também arquivos KMZ. Clique na seta que se encontra do lado esquerdo de “Mapa Básico” e escolha a opção “Satélite” a partir das 9 opções, depois clique em X para fechar esse recurso de escolha do plano de fundo. Agora clique em “Adicionar Camada” e verifique que uma nova camada é adicionada, mas ela não tem título. Clique no ícone que se encontra do lado direito dessa camada sem título e que corresponde aos recursos de “Opções da Camada”. Escolha a opção “Renomear esta camada”. Exclua o texto que aparece por default e digite “Polígonos dos Prédios”, depois clique em “Salvar”. Nessa nova camada que foi adicionada serão criados os polígonos que representam os prédios. Para ter um referencial dos nomes dos prédios, exiba também a camada que contém os marcadores com cores e letras. Para vetorizar
os polígonos habilite a camada “Polígonos dos Prédios” (observe que será exibida uma tarja azul na lateral esquerda), em seguida clique em e escolha “Adicionar linha ou forma”.
Usando o botão esquerdo do mouse, crie vértices que representam os cantos do prédio e, para finalizar, clique novamente no primeiro vértice para fechar a poligonal e formar um polígono. Depois digite o nome do prédio e uma breve descrição. Após o término, clique em “Salvar” e observe que são exibidos dois outros atributos: a área e o perímetro.
Para editar a aparência do elemento gráfico clique em e escolha a cor de preenchimento, a transparência do polígono e a largura da borda.
Adote o mesmo procedimento para os demais prédios da Área Central da Unesp de Presidente Prudente e obtenha um mapa customizado que atenda às suas necessidades de informação.
Para um melhor resultado, exiba na tela a área de interesse com o nível de zoom mais adequado para futuras visualique se encontra do zações. Em seguida, clique no ícone lado direito de “Compartilhar” e escolha a opção “Definir visualização padrão”. A partir desse mesmo menu você pode ter acesso a outros recursos, tais como: imprimir seu mapa, exportar para KML ou mesmo incorporar ao seu site. Agora é sua vez: elabore seus próprios mapas personalizados e, caso tenha dúvidas, participe do Fórum de Ajuda aos Usuários do Google Maps: http://goo.gl/88yUcw
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GEOQUALITY
Monitoramento de ameaças Prevenção à entrada de pragas quarentenárias no Brasil
N Wilson Anderson Holler Engenheiro Cartógrafo, Esp. (UFPR), Supervisor de equipe na Embrapa Gestão Territorial wilson.holler@embrapa.br
O aumento do trânsito de pessoas entre países nos últimos anos tem ajudado a disseminar as pragas pelo mundo.
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o início dos anos 90, uma praga desconhecida deixou um rastro de devastação nas lavouras de cacau cultivadas na Bahia. A praga, que posteriormente foi batizada de vassoura de bruxa, causou perdas imensas aos produtores do estado. Como resultado, a produção cacaueira do Brasil, que respondia por cerca de 15% da mundial, foi reduzida a apenas 4%. Em 1989, a produção de cacau foi de 390 mil toneladas, sendo que no ano 2000 não passou de 123 mil toneladas. Pragas como essa rondam as lavouras brasileiras, vindas de diversas partes do mundo. Como exemplo mais recente há a Helicoverpa armigera, para a qual sequer foi possível determinar com exatidão a forma de entrada em nosso país. Uma das formas de caracterização das pragas é a sua qualificação como quarentenária. As pragas quarentenárias são exóticas para um país ou região e podem se movimentar de um local para outro, auxiliadas pelo homem e seus meios de transporte, pelo trânsito de plantas, animais ou frutos e sementes infestadas. O aumento do trânsito de pessoas entre países nos últimos anos tem ajudado a disseminar as pragas pelo mundo. Entre 1901 e 2014 mais de 68 espécies de pragas exóticas foram detectadas no Brasil, sendo que mais de 20 delas ocorreram nos últimos dez anos. Ter conhecimento de quais pragas quarentenárias estão por vir, onde podem se instalar e como se dispersam é fundamental, pois nossas fronteiras apresentam uma grande diversidade de condições e situações. Prevê-se que mais de uma dezena de pragas exóticas poderão entrar no país nos próximos anos, com consequências desastrosas para o agronegócio, que representa 23% do PIB nacional. Entre outros fatores a entrada de pragas quarentenárias pode resultar na diminuição da produção, na contaminação e tam-
bém na perda de mercado externo. Consequentemente o país como um todo pode ser impactado negativamente na medida em que podem ser aumentadas as barreiras comerciais dos produtos agrícolas nacionais devido às novas pragas. Sendo assim, é necessário estabelecer com exatidão os possíveis pontos de entrada das pragas no Brasil, visando auxiliar no planejamento e prevenção da entrada de pragas quarentenárias. Para estabelecer a relação entre prováveis vias de dispersão das pragas e potenciais pontos de acesso pela fronteira terrestre do Brasil, é necessário ter um retrato das condições existentes nos limites territoriais brasileiros com outros países. É esse trabalho que vem sendo realizado pela Embrapa Gestão Territorial. Um dos projetos compreende a identificação de locais que oferecem maior facilidade a entrada de pragas quarentenárias, na fronteira com os países vizinhos, discriminando: Fronteira terrestre seca; Fronteira terrestre úmida; Presença de floresta; Acesso terrestre (rodovias); Portos nas fronteiras; e Aeródromos. Além de dados cartográficos oficiais (IBGE, DNIT, ANTAQ e ANAC), os dados abertos, como do OpenStreetMap, ampliaram a capacidade de identificar os segmentos e pontos que devem receber mais atenção para o problema. O resultado do trabalho são os segmentos, ou pontos discriminados, como na figura, e disponibilizados para utilização em estudos sobre a entrada de pragas exóticas, por meio de nossas fronteiras com os 10 países vizinhos, e dessa forma ampliar nossa capacidade de monitorar ameaças à produção agropecuária e florestal nacional. A partir dos dados obtidos é possível realizar estudos que indiquem quais são os segmentos que merecem mais atenção de acordo com as pragas existentes em cada país fronteiriço. Dessa forma poderão ser estabelecidas regiões prioritárias para ações públicas e/ou privadas (empresas, associações ou cooperativas) de prevenção da entrada de pragas considerando a relevância de um segmento em particular e o contexto regional envolvido. Em breve os dados obtidos no trabalho estarão disponíveis em www.sgte.embrapa.br, no formato de arquivo vetorial shapefile e com uma proposta de representação das feições cartográficas nos formatos *.lyr, *.sld e *.qml.
VANTs & Drones Agribotix lança solução para drones na agricultura
A Agribotix, pioneira em serviços de coleta e análise de dados globais de drones, anunciou a nova solução de processamento de dados baseada em nuvem Bring Your Own Drone, disponível para pessoas usando qualquer drone para coleta de dados agrícolas, em qualquer lugar do mundo. O serviço sob pedido processa os dados coletados de drones e oferece recomendações viáveis.
Mapeamento aéreo com RTK A DroneMetrex, fabricante do TopoDrones – sistema não tripulado de mapeamento fotogramétrico, apresentou uma solução para mapeamento georreferenciado com Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT ou Drone). A vantagem desta solução é que ela engloba o Post Processed Kinematic (PPK). Como resultado, os usuários poderão mapear com sucesso áreas significativamente maiores com condições difíceis de terreno (densas florestas, zonas costeiras e áreas de mineração), sem quaisquer pontos de controle.
Novo multi-rotor brasileiro A empresa de engenharia E2Pro está desenvolvendo um drone com tecnologia brasileira capaz de voar sem o auxílio de pilotos, possível graças ao GPS e outros recursos que identificam as coordenadas e orientam a navegação do drone. Com seis motores movidos a baterias de lítio e estrutura de fibra de carbono, o drone da E2Pro terá autonomia de voo de 40 minutos. Equipado com recursos como acesso a rede 3G para compartilhamento de fotos e outros tipos de dados, cada drone deverá custar entre 8 mil e 15 mil reais. A aeronave poderá voar em alturas de até mil metros com velocidade máxima de 30 quilômetros por hora.
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Drones para agricultura são debatidos no 5º GeoPantanal As aplicações, vantagens e desvantagens do uso de veículos aéreos não tripulados ou drones, na agricultura de precisão e no monitoramento de áreas degradadas foram apresentadas durante o 5° Simpósio de Geotecnologias do Pantanal (5º GeoPantanal), que ocorreu de 22 a 26 de novembro de 2014, em Campo Grande (MS). Bastante populares, especialmente em operações militares, os drones também vêm sendo muito utilizados em atividades de monitoramento da produção agrícola. Os pesquisadores mostraram os vários tipos de aplicações da tecnologia e resultados obtidos em diferentes culturas. Além disso, foram discutidos os desafios para implantação de um projeto em atividades de fiscalização de áreas mineradoras, monitoramento de áreas de preservação permanente (APP) e recuperação de áreas degradadas.
Indústria nacional aposta em mercado externo Das aplicações para fins militares e no agronegócio aos projetos de gigantes como Amazon e Google, o potencial dos veículos aéreos não tripulados (VANTs) é cada vez mais extenso e já se traduz em cifras bilionárias em todo o mundo. No entanto, para os fabricantes brasileiros dos drones, o horizonte ainda é nebuloso. Em meio às limitações impostas pela ausência de uma legislação que regule o setor, essas empresas estão buscando alternativas, enquanto aguardam um cenário propício para alçar voos mais ambiciosos. Mais que os constantes adiamentos da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) na aprovação de uma regulamentação desse mercado, um dos principais entraves é uma instrução suplementar divulgada pela agência em 2012. O texto proíbe o uso dos drones para fins lucrativos e limita sua venda a projetos ligados a treinamentos, pesquisa e desenvolvimento e esforços de segurança pública, por meio da obtenção do certificado de autorização de voo experimental (CAVE). Em meio às limitações impostas pela ausência de uma legislação que regule o setor, essas empresas estão buscando alternativas, enquanto aguardam um cenário propício para alçar voos mais ambiciosos. A busca por parcerias com empresas estrangeiras e pela aber-
tura de mercados fora do Brasil é justamente um dos focos das fabricantes locais. A SkyDrones, por exemplo, fechou recentemente um acordo com a americana 3D Robotics nessa direção. Num modelo amplo, o acordo envolve termos como o desenvolvimento conjunto de tecnologias e a distribuição de produtos da parceira em seus respectivos mercados. No caso da SkyDrones, o formato inclui o lançamento e a comercialização do drone Zangão no mercado americano de agronegócios.
Feira drone#Show 2016 será realizada em São Paulo A MundoGEO tem o prazer de comunicar, para toda a comunidade de usuários, desenvolvedores e entusiastas, a realização da primeira feira de Drones do Brasil. A 1ª edição da Drone#Show vai acontecer simultaneamente ao MundoGEO#Connect LatinAmerica 2016 no mês de maio, no Centro de Convenções Frei Caneca em São Paulo (SP). A Drone#Show 2016 terá, além da feira, atividades técnicas, como cursos e seminários, que vão instruir sobre como utilizar a tecnologia e apresentar as inúmeras aplicações profissionais que podem ser empregadas com base nos dados gerados pelos Drones, também conhecidos no Brasil por Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs). Emerson Granemann, Diretor da MundoGEO, informa que a criação deste novo evento em 2016 foi baseada na crescente sinergia que existe entre a comunidade geoespacial e os usuários de Drones. “Esperamos que a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) libere nos próximos meses a regulamentação para uso comercial dos Drones, para que este mercado cresça no Brasil”, comenta. O foco da Drone#Show 2016 será destacar as importantes aplicações das aeronaves não tripuladas para mapeamento e monitoramento, com foco nas áreas de mineração, segurança, infraestrutura, meio ambiente, construção, agricultura de precisão, serviços de emergências, entre outras. A feira irá mostrar os modelos nacionais e importados de Drones, além da inteligência para navegação e dos sistemas para coleta e processamento dos dados. “O evento também debaterá os modelos de negócios das aplicações potenciais futuras dos Drones, que prometem revolucionar as áreas de entretenimento, publicidade, jornalismo, serviços de entregas e vigilância em espaços urbanos”, finaliza Granemann. Todas as informações sobre a Drone#Show 2016 estarão disponíveis em breve na página web do evento. Para contribuir e opinar sobre esta novidade, envie um e-mail para Emerson Granemann, diretor do evento, em emerson@mundogeo.com. Para conferir de perto todas as novidades desta tecnologia já em 2015, participe da feira e das atividades do MundoGEO#Connect 2015, que acontecerá de 5 a 7 de maio.
CARTOGRAFIA
Cartografia: oportunidade ou necessidade?
Pela união dos engenheiros e fortalecimento do setor geoespacial
A Renato Asinelli Filho Engenheiro Civil formado em 1977 pela UFPR com especialização em aerofotogrametria e geodésia pela mesma universidade. Sócio fundador da Engefoto e atual diretor presidente, tendo atuado nestes 35 anos de vida profissional em mais de mil contratos envolvendo geomática e projetos viários.
Continuo pensando que se a cartografia é uma atribuição do Estado (algo para se pensar), então que um único órgão se responsabilize por ela [...] 40
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tuando na área de aerolevantamentos e geoinformação por mais de 35 anos, permaneço com a sensação dúbia do vendedor de calçados da empresa que sondava o mercado africano: na visão pessimista lá não havia mercado, pois todos andavam descalços; na visão otimista lá seria o lugar ideal para se investir, porque todos andavam descalços. O Brasil continua um grande buraco cartográfico e carente de todo o tipo de geoinformação, portanto há muito por fazer e produzir. Ponto para o otimismo! Por outro lado, enquanto na ONU e nos países desenvolvidos, hoje, considera-se a geoinformação como uma importante ferramenta para o controle do desenvolvimento sustentado e para a prevenção e mitigação de acidentes naturais, aqui discutimos se geoinformação é um termo adequado, semanticamente correto, mais importante ou não do que cartografia; e se devemos extinguir a Comissão Nacional de Cartografia (Concar) e criar o Conselho Nacional de Geoinformação (Congeo). Lá fora estão pensando em geoinformação, pois estão todos preocupados com soluções para proble-
mas reais de subsistência e de segurança, sendo que a cartografia deixou de ser preocupação há muito tempo, pois está disponível na forma adequada e atualizada. Aqui, por sua vez, ficamos discutindo se geoinformação é mais importante do que cartografia, se o assunto continuará sendo conduzido no âmbito da Concar ou se será criada uma agência específica para tal; quem deve ser o responsável por uma coisa ou outra, numa disputa antecipada de poder sobre o nada. Já que nada existe e nada se faz! Sob este aspecto, entendo que o atual governo já tenha se dado conta que algo há de se fazer para acabar com o impasse existente entre o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Diretoria de Serviço Geográfico do Exército (DSG), onde, na minha opinião, a superposição de atribuições só atrapalha e emperra o desenvolvimento da cartografia e da geoinformação no país. Continuo pensando que se a cartografia é uma atribuição do Estado (algo para se pensar), então que um único órgão se responsabilize por ela, assu-
mindo as tarefas de normatizar, especificar e validar. O que não é pouco! Ao IBGE eu delegaria os Censos, as Estatísticas, o e-government, a gestão da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (Inde); e as atribuições do geógrafo em geral. Eventualmente, manteria com o IBGE as atribuições pela manutenção da rede Geodésica de Primeira Ordem, bem como a Gravimétrica. Quanto à produção da cartografia terrestre, eu a concentraria totalmente na DSG, por ter um histórico de procedimentos e normas escritas, além de uma estrutura produtiva. Por outro lado, defendo há anos a participação da iniciativa privada como força agregada à capacidade de produção do Estado, aumentando em muito a quantidade de produtos passíveis de serem gerados e disponibilizados de forma mais célere para a sociedade tão carente desta informação. Neste caso, caberia ao órgão oficial - a DSG - como citado acima, especificar e validar os produtos. Há anos as empresas privadas vêm atendendo o mercado cartográfico em projetos e serviços em escalas cadastrais. Administrações municipais são grandes demandadores, pois são conscientes de que os investimentos feitos nesta área se revertem em vantagens na forma de aumento de arrecadação de tributos. Empresas como Petrobras; geradoras e distribuidoras de energia elétrica; de saneamento; reflorestadoras; mineradoras e outras de infraestrutura, mais e mais se valem de bases cartográficas para subsidiar seus projetos. É chegada a hora dos estados partirem para mapeamentos em escalas desenvolvimentistas (por exemplo, 1:10.000), a fim de lastrear atividades de planejamento e gestão. Não há mais espaço para administrar na base do “feeling”, do improviso, ou do “jeitinho”. Uma boa base cartográfica planialtimétrica, elaborada segundo preconiza o estado da arte, atenderá perfeitamente todas as ações de governo, em particular o cadastramento rural, o georreferenciamento dos imóveis rurais (até hoje com poucos avanços), o cadastro ambiental rural; o Imposto Territorial Rural; e ainda as áreas da saúde, educação, segurança e serviços. Os avanços que testemunhei como representante da Agência Nacional de Empresas de Aerolevantamento (Anea) na Concar ao longo dos últimos
10 anos foram poucos e lentos. Contudo, destaco a importância da concepção da Inde e suas normas técnicas, como a Estrutura de Dados Geográficos Vetoriais (EDGV) e a Estrutura de Dados Geográficos Raster (EDGR) que permitirão, com mais facilidade e inteligência, elaborar, disponibilizar e compartilhar informações cartográficas. Como empresário da iniciativa privada, sofro com as sazonalidades do mercado, com a falta de planejamento, tanto estatal como na iniciativa privada (ex.: concessionárias de serviços públicos); com a elevada carga tributária; com os pesados encargos trabalhistas; e com o alto custo Brasil de um modo geral, onde o simples ato de enviar um equipamento para ser reparado ou calibrado pelo fabricante (estrangeiro) torna-se um demorado martírio burocrático. Temo que a política atual de contratação, predominantemente através de pregão eletrônico - onde prevalece somente o menor preço, leve a indústria do aerolevantamento e da geoinformação ao colapso, pela simples falta de condições de arcar com todos os custos a que estão sujeitas. Custos estes agravados pela necessidade de acompanhar o desenvolvimento tecnológico, hoje praticamente ditado pela lei de Moore (ex-presidente da Intel que preconizava que a cada dois anos a capacidade de processamento dobra, mantendo os preços atuais). Entendo que este seja um mal de quase todas as atividades de engenharia, pois há forte tendência de se menosprezar o conhecimento técnico, a experiência pregressa, bem como a estrutura produtiva das organizações, resumindo tudo a uma questão de menor preço. Não percebo esta tendência na contratação de serviços médicos (embora a classe médica esteja ainda digerindo a imposição governamental, sem o devido revalida, dos médicos estrangeiros) ou de serviços advocatícios. Penso que é chegado o momento dos profissionais que atuam na área de engenharia se unirem. Estejam eles atuando como produtores, demandadores/fiscais, ou como acadêmicos na formação de mão de obra básica e de especialistas. O enfraquecimento ou o afastamento demasiado de uma das pernas deste “tripé geomático” (produtores, demandadores e acadêmicos) prejudicará a todos e ao país consequentemente.
Não há mais espaço para administrar na base do “feeling”, do improviso, ou do “jeitinho”.
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HISTÓRIA & GEOGRAFIA
Geomemória social e urbana Quando a cidade era mais gentil
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Eduardo de Rezende Francisco PhD em Administração de Empresas pela FGVEAESP, Bacharel em Ciência da Computação pelo IME-USP, atua em GIS, Business Intelligence, Pesquisas de Mercado e Satisfação de Clientes. É professor de Métodos Quantitativos, Analytics e Big Data na FGV-EAESP e de Sistemas de Informação na ESPM, Consultor em Geomarketing, Estatística Espacial e Microcrédito e sócio-fundador do GisBI e do Meia Bandeirada. erfrancisco@gmail.com
Martin Jayo PhD em Administração de Empresas pela FGV-EAESP, mestre em Ciências da Comunicação pela ECA-USP e bacharel em Economia pela FEA-USP. É professor da EACH-USP, onde é responsável por aulas de Administração de TI, eGov e ICT4D para os cursos de graduação e mestrado em Gestão de Políticas Públicas. É também líder de tema da área de Administração de Informação na ANPAD – Associação Nacional de PósGraduação e Pesquisa em Administração. martin.jayo@usp.br
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oltamos à revista MundoGEO, desta vez em dupla com o amigo Martin Jayo, para tirar o leitor da zona de conforto e discutir um pouco a (falta de) memória coletiva do brasileiro. Será que as geotecnologias podem ajudar de alguma forma? “O brasileiro não tem memória”: quem não conhece a expressão, em geral dita em tom de queixa ou lamento? É provável que você se lembre (e não há um trocadilho aqui) de tê-la ouvido inúmeras vezes, repetida pelos mais diversos motivos, justificados ou não. E você já deve ter notado, também, que a expressão só faz sentido para um tipo particular de memória: a coletiva ou social. Entre os brasileiros há evidentemente muitas pessoas com excelente memória, assim como outras mais avoadas ou esquecidas. Certamente não é a esta faculdade que nos referimos ao dizermos, por vezes, que o brasileiro é um povo sem memória. A noção de memória pode ser entendida de pelo menos duas formas. Em seu sentido mais simples e tradicional, que encabeça os verbetes dos dicionários, memória é a capacidade individual de reter informações ou lembrar acontecimentos, e como tal é objeto de estudos da medicina, da psicologia e da neurociência, entre outras disciplinas. Já a memória social ou coletiva é entendida em uma dimensão que ultrapassa o indivíduo, e seu conceito se desenvolveu na sociologia, sobretudo a partir do trabalho do sociólogo francês Maurice Halbwachs (1877-1945). Para Halbwachs, nossas memórias se formam condicionadas por enquadramentos sociais, relacionados a fatores como o espaço e o tempo em que vivemos e os grupos sociais em que estamos inseridos. Desta forma, o autor acredita não ser possível uma memória individual pura: os indivíduos não recordam sozinhos, e o que eles lembram é na verdade um emaranhado de recordações comuns, que se influenciam mutuamente. “A memória do indivíduo depende do seu relacionamento com a família, com a classe social, com a escola, com a igreja, com a profissão, enfim, com os grupos de convívio e os grupos de referência peculiares a esse indivíduo”, acrescenta a psicóloga social e professora da USP Ecléa Bosi (1994, p.54), uma das principais pesquisadoras brasileiras da matéria. Embora não seja nosso objetivo fazê-lo aqui, é sob esta ótica que poderíamos
discutir ou questionar a desgastada afirmação que inicia este artigo, segundo a qual o brasileiro seria um povo sem memória. Outro pesquisador brasileiro, Maurício de Almeida Abreu, geógrafo e professor da UFRJ, dedicou-se a estudar uma forma específica de memória social: a memória das cidades. Para Abreu, o que distingue esta categoria de muitas outras formas de memória social é o fato de ela ter, necessariamente, existência material. A memória de uma cidade, para Abreu, é formada por um estoque de vestígios físicos do passado que, reapropriados pelas gerações presentes, permitem estabelecer uma relação de pertencimento ou de identidade com o território. Daí a importância de atitudes e políticas voltadas à preservação de certas edificações, equipamentos, monumentos e demais elementos materiais presentes na paisagem das cidades, que possam ser considerados bens repositórios de memória. Sob esta ótica, talvez seja possível concordar com a afirmação de que os brasileiros sofrem de alguma falta de memória. De fato as nossas cidades, mesmo as mais antigas, não mantêm nas suas paisagens construídas quase nada com mais de 60 ou 70 anos de idade. O exemplo de São Paulo (apontado também por Benedito Lima de Toledo em seu livro São Paulo, três cidades em um século) é talvez o mais representativo: a cidade que conhecemos hoje foi construída na segunda metade do século 20, no espaço deixado por uma outra que, por sua vez, também tinha sido construída no século 20, num processo de construção e reconstrução que deixou pouquíssima margem à preservação de memória urbana material. As grandes cidades brasileiras de forma geral também cresceram por esse processo, e de fato têm “pouca memória”: não permitem às suas gerações atuais conhecer o espaço em que viveram seus avós ou seus pais, dificultando a criação de laços, de pertencimento ao território. Contudo, um fenômeno relativamente incipiente parece sugerir que a internet e as redes sociais possuem o poder de compensar, ainda que parcialmente, nossa escassez de memória urbana material. Nos últimos dois ou três anos, chama a atenção o florescimento de dezenas, ou talvez centenas, de iniciativas na internet que parecem ter a capacidade de superar essa falta. O estoque de memória destruído de cidades e lugares encontra nelas um ambiente para ser re-
construído virtualmente - por meio de fotos antigas, textos e material documental - cumprindo um papel ainda não estudado, porém aparentemente importante, no resgate e na transmissão de memória e na criação de territorialidade. Por meio dessas iniciativas virtuais – blogs e sites na web, além de páginas nas redes sociais – um público bastante grande, ainda que difícil de quantificar, tem descoberto e valorizado o passado de suas cidades e territórios reais. Na cidade de São Paulo, um dos exemplos é o “quando a cidade era mais gentil” (quandoacidade. wordpress.com), um blog mantido desde 2012 por um dos autores deste artigo, que conta hoje com cerca de 1500 acessos (page views) diários e cerca de 10 mil seguidores em sua página no Facebook. Outras iniciativas congêneres, com visitação certamente maior, são o Sampa Histórica (sampahistorica.wordpress.com) e o site São Paulo Antiga (saopauloantiga.com.br), cada qual explorando por sua ótica a memória da cidade de São Paulo, além de muitas outras nas principais cidades do país, todas com bastante popularidade e um público em rápida ascensão. Registrar memória, mantendo-a vinculada a seu tempo e seu espaço, é também papel das geotecnologias. O advento do Google Street View, de certa forma, sistematizou um registro fotográfico – apesar de seu propósito completamente diverso do que estamos discutindo. Até “voltar no tempo” já é um recurso disponível no Google Earth, permitindo que retornemos em alguns poucos anos para imagens armazenadas. De toda sorte, já é um começo auspicioso. Alguns projetos ligados a “Spatial History”, em especial na Universidade de Stanford, têm procurado promover a colaboração da comunidade acadêmica em iniciativas criativas de análise de informação, textual, visual e espacial, envolvendo diversos registros históricos de ocupações, construções e muitas dinâmicas sociais e urbanas das mais diversas regiões do mundo. Alguns estudos interessantes do Rio de Janeiro do século 19 estão presentes. Maurício de Almeida Abreu, principal estudioso brasileiro de memória das cidades, faleceu em 2011 e talvez não tenha chegado a observar estas novas e potencialmente fascinantes - formas de compartilhamento e transmissão de memória urbana. Talvez devamos a ele uma pesquisa mais aprofundada, que
permita entender melhor o que está acontecendo: quem é público atraído por este fenômeno memorialístico na internet, quais são suas motivações, e de que forma o fenômeno pode compensar a reconhecida escassez de memória urbana material nas cidades brasileiras. Cabe a nós, mais do que nunca, reverter a máxima de falta de memória do brasileiro. Que a (geo)tecnologia nos ajude!
Museu do Ipiranga, em São Paulo, na década de 1950 (Quando a cidade era mais gentil)
Tenement Housing in Rio de Janeiro, 1870s-1880s, (Spatial History Lab, Stanford University) Veja as referências bibliográficas deste artigo na versão online da revista MundoGEO, disponível em www.mundogeo.com.
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CLIMA
Previsão efetiva contra desastres Novos satélites darão continuidade à previsão do tempo e prevenção a eventos extremos
D Humberto Alves Barbosa Doutor em sensoriamento remoto (PhD) pela Universidade de Arizona. Professor da Universidade Federal de Alagoas, onde coordena o Laboratório de Processamento de Imagens de Satélites. Experiência nas áreas de meteorologia e sensoriamento remoto, com ênfase no sistema vegetação-clima-atmosfera. Coopera com a Eumetsat no âmbito da Eumetcast Brasil, através da atividade de treinamento e difusão de conhecimentos
São desafios à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) as inovações tecnológicas no Brasil, considerando-se as demandas de adaptação aos extremos de tempo e clima. 48
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esastres ocasionados por extremos de tempo e clima vêm trazendo escalada de perdas e danos ao meio ambiente e à vida no planeta, de tal ordem que os prejuízos econômico-financeiros sobrepassam os orçamentos de Estados e põem em questão todas as estratégias de desenvolvimento sustentável, de forma que a adaptação se tornou a nova disciplina na busca árdua de alcançar possibilidades de suportar certo grau de sustentabilidade para as comunidades e sociedades globais. A adaptação conta com as convergências entre ciências e tecnologias para a geração de resiliências. As plataformas espaciais integradas via satélites para o sensoriamento remoto têm sido utilizadas para diversas demandas de observação, monitoramento
e gestão ambiental e do clima para suportar e promover sustentabilidade geral. A gestão de meio ambiente terrestre é suportada no monitoramento de tempo e clima apoiados por sensoriamento remoto com base em plataformas espaciais via satélites. São desafios à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) as inovações tecnológicas no Brasil, considerando-se as demandas de adaptação aos extremos de tempo e clima. O planejamento e o desenvolvimento em geral contam com a disponibilização de sistemas e plataformas tecnológicas integradas espaciais, terrestres e oceânicas compartilhadas entre a pesquisa científica e o suporte pleno a prevenção, resposta e redução de desastres.
Mapa da cobertura da vegetação diária do Brasil com base nos dados do Meteosat-10. Fonte: www.lapismet.com
Satélites Meteorológicos Geoestacionários (com centro sobre a linha do Equador e girando com velocidade da Terra a uma distância de ~ 36,000 km) de nova geração são projetados para monitorar camadas atmosféricas de baixa estratosfera e alta troposfera, as nuvens e suas propriedades a cada 15 minutos. Como resultado, pode-se medir o comportamento dos tipos de nuvens que se transformam em tempestades do gênero thunderstorms e fenômenos atmosféricos associados às descargas atmosféricas. Os satélites medem os gradientes de temperatura com o tempo e, portanto, pode-se estimar o crescimento das nuvens. Satélites também podem estimar outras propriedades das nuvens,
tais como a sua largura, a composição microfísica (gelo, água), e espessura. Monitorando todos esses aspectos do crescimento de nuvens ou ”cumulus”, pode-se facilmente predizer condições meteorológicas das nuvens e sequência de eventos do tipo tempestade nos próximos 30-90 min. É essa capacidade de alerta antecipado que é desejável integrar em um sistema de alerta geral aos eventos extremos para a prevenção de altos riscos de desastres associados a tempestades tropicais, tufões, furacões com descargas atmosféricas. Assim, os dados de satélites geoestacionários podem proporcionar vantagem significativa no aviso prévio de condições meteorológicas perigosas, antecipando alertas antes de sistemas de radar tradicionais. A Agência Espacial Europeia (ESA) e a Eumetsat iniciaram suas atividades preparatórias de planejamento, formulação e definição do Sistema Geoestacionário Meteosat de terceira geração (MTG), para assegurar a continuidade com melhorias do Sistema Meteosat de segunda geração (MSG), funcional desde 2007. O MTG será um novo sistema operacional e “backbone” europeu para serviços Eumetsat, com lançamento previsto para
2018. O Sistema MTG foi concebido com inovações tecnológicas para satisfazer as principais demandas técnicas de usuários pertinentes a: • Modelamento em tempo real. • Previsão do tempo de curto prazo. • Predição numérica de tempo de curto e médio prazos a nível regional e global. • Monitoramento do clima e da composição atmosférica. O segmento espacial que está sendo desenvolvido pela ESA, baseado nos requisitos especificados pela Eumetsat, terá seis satélites: quatro imageadores e dois sondadores. Os satélites imageadores irão prover imagens a cada 10 minutos utilizando 16 canais espectrais. Os satélites sondadores irão prover dados de perfis verticais detalhados da temperatura e umidade atmosférica. Uma inovação destacável nestes satélites sondadores, como parte do desenvolvimento do projeto Copernicus inserido na iniciativa Global Monitoring for Environment and Security-GMES pertinente ao Framework Program FP-7, são os sondadores do espectro ultravioleta visível próximo ao infravermelho, para analisar os gases atmosféricos.
Imagem do satélite Meteosat-10 MundoGEO 80 | 2015
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LS3D
As Built, As Is, As Found
Conheça as principais finalidades do Laser Scanning 3D – Parte 1
C Rovane Marcos de França Professor de Geodésia do IFSC e Consultor da Vector Geo4D. Mestre em Infraestrutura e gerência Viária, Engenheiro Civil, Técnico em Geomensura e Técnico em Estradas, possui experiência no tema Levantamentos com Laser Scanner há 6 anos em diversas aplicações, usando vários softwares de processamento e modelagem de nuvem de pontos. rovane@vector.agr.br
Com o Laser Scanning 3D, temos um “clone” da realidade permitindo identificar detalhes nunca antes possíveis. 50
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om o Laser Scanning 3D, temos um “clone” da realidade permitindo identificar detalhes nunca antes possíveis. Estudos, projetos e pesquisas realizadas com dados obtidos do Laser Scanner têm garantia de maior nível de detalhes e, consequentemente, o produto elaborado a partir deles pode ser mais rico e assertivo. Através do dado mais básico do Laser Scanning 3D, que é a Nuvem de Pontos em três dimensões, podemos executar modelagens (2D ou 3D) ou a extração de informações que visam atender uma determinada finalidade. Basicamente, o objetivo se classifica em três níveis de detalhes: As Built, As Is e As Found.
As Built: Como Construído Tem como objetivo extrair informações da realidade para identificar como foi construído um determinado elemento e as divergências básicas em relação ao projeto. • Exemplo 1: Numa indústria será necessário realizar um estudo de layout. Os pilares da estrutura, quando da sua construção, podem ter tido suas dimensões alteradas, ou ainda reposicionados para facilitar algum processo construtivo. Com o escaneamento teremos a nova posição e dimensão do pilar, porém, se ele possui alguma flambagem, torção ou variação das dimensões, estas variações não são importantes para o objetivo que é o estudo de layout e, portanto, no as built elas não são registradas. O pilar aparecerá como um sólido ou superfície de seção regular, posicionado no espaço conforme a Nuvem de Pontos 3D, podendo estar inclusive fora da vertical, caso a sua inclinação seja significativa para o objetivo do layout. • Exemplo 2: Num levantamento arquitetônico para a realização de uma reforma, as paredes poderão ser modeladas na vertical, mesmo que elas estejam fora de prumo ou com curvatura de alguns milímetros. A parede reta e vertical facilitará o entendimento para a elaboração da reforma, não trazendo consequências técnicas para a reforma da edificação.
As Is: Como está Tem como objetivo mostrar as deformações de um elemento para uma análise estrutural ou mesmo para um projeto onde o encaixe de uma peça tenha que ser próximo do perfeito. A deformação identificada no as is pode ter ocorrido ao longo do tempo ou mesmo por variações na construção. O modelo gerado no as is é mais fiel à realidade do que o as built.
• Exemplo 1: Um tanque cilíndrico que foi construído há algum tempo, hoje possui deformações em virtude de desgaste e uso. Ele não possui mais uma seção regular como um círculo e sua dimensão sofrerá variação gerando um modelo irregular. Isso permitirá identificar em que local o tanque sofreu mais deformação e analisar se é o momento de realizar alguma manutenção preventiva para reforçar sua estrutura e evitar maiores deformações. • Exemplo 2: Entre dois edifícios comerciais já construídos será implantada uma estrutura metálica com cobertura de vidro. Um menor tempo de construção é necessário para reduzir o impacto no comércio. As peças metálicas, assim como os vidros, precisam ser fabricadas para a montagem no espaço existente, evitando ajustes que consomem muito tempo. Ao longo do vão, as variações nas dimensões e detalhes nas fachadas precisam ser considerados, assim como a falta de verticalidade, pequenos dentes nas paredes, desníveis, etc.. O modelo que representará a parede será irregular.
As Found : Como encontrado Muito similar ao as is, mas não se limita a um único elemento. A composição de vários elementos num ambiente, e como eles estão entre si caracteriza o as is. • Exemplo 1: Numa fortaleza que é patrimônio histórico, existem paredes em ruínas espalhadas no ambiente. A parede não foi construída desta forma, portanto não é as built. A parede não está mais na forma de uma parede e, portanto, não é as is. O levantamento mostrará esta situação e permitirá ao projetista do restauro decidir se a parede será reconstruída ou mantida como está para ilustrar algum evento. • Exemplo 2: Num sambaqui foram encontrados vários sepultamentos e a posição deles no espaço é informação importante para a pesquisa. O estado que se encontram as composições ósseas, assim como sua posição espacial, é muito relevante. Ao avançar a escavação, as estruturas poderão se desmontar, impedindo que estudos sejam feitos. Com o registro através do Laser Scanning 3D, podemos a qualquer momento obter informações métricas no espaço. É muito importante que seja definido desde o orçamento se o objetivo é As Built, As is ou As found, pois o nível de detalhes em campo e na modelagem são fatores que importam muito no tempo do trabalho e consequentemente no seu custo.
TI+GEO
GIS como mídia, GIS para comunicar! Como ferramenta de visualização e análise de informações geográficas, o GIS serve antes de tudo para comunicar
A José Augusto Sapienza Ramos Coordenador Acadêmico do Sistema Labgis da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Graduado em Ciência da Computação pela UFF e mestrado em Engenharia de Sistemas e Computação pela COPPE/ UFRJ, trabalha há 14 anos com Geotecnologias com pesquisa, ensino e consultoria sapienza@labgis.uerj.br
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s definições do termo “mapa” na literatura geralmente afirmam que ele é um meio de armazenamento e comunicação de informações georreferenciadas. Já o termo “Sistemas de Informações Geográficas” (acrônimo GIS em inglês) é apresentado nas referências mais recentes tendo “comunicar” entre as suas funções. A defesa da ideia que GIS é um meio de comunicação não é recente. Ela foi apresentada pela primeira vez, no ano de 2001, em um artigo chamado “GIS as media?” tendo como coautor o conhecido pesquisador Michael F. Goodchild. Em outro artigo de 2011 intitulado “The convergence of GIS and social media: challenges for GIScience”, os mesmos autores atualizam a definição de GIS como mídia e afirmam que o GIS é utilizado hoje como uma mídia social. Mídia é geralmente entendida como um meio de se enviar mensagens ou comunicar informação ao público geral. O GIS pode ser definido como uma tecnologia especialmente focada na comunicação da informação geográfica. De meio século para cá, a partir de quando o primeiro GIS foi desenvolvido na década 1960, a definição para “Sistemas de Informações Geográficas” veio sendo ampliada conforme evoluíram a sua utilização e a tecnologia. Em linhas gerais, o GIS foi primeiramente descrito como um conjunto de funções computacio-
nais para realizar geoprocessamento, depois houve a definição que o GIS é uma ferramenta que auxilia o entendimento do mundo e suporte a decisão. Ao colocar o GIS como mídia, estamos descrevendo-o como ferramenta para comunicar o conhecimento sobre a superfície da Terra. Observe que todas as três definições são complementares. Um dos principais argumentos para o GIS ser uma mídia é que toda a cadeia de sua utilização apenas faz sentido se os produtos finais forem comunicados a alguém. Esses resultados são comunicados a um público e, logo, devem ser formatados para facilitar esta comunicação. O aumento em número e diversidade do público também altera o paradigma do GIS. Há muito se observa o GIS impactando no indivíduo e na sociedade, e a sociedade impactando o GIS. A popularização de tecnologias como GISWeb, GPS e dispositivos móveis, e novas formas de produzir e compartilhar informações geográficas como o mapeamento colaborativo e novas mídias tecnológicas, fizeram que o formato antigo de utilização do GIS, onde um especialista fica sentado à frente de um computador com um software instalado, já não é o único e, talvez, hoje não seja o formato mais importante. A explosão tecnológica nos últimos anos já resulta em milhões de pessoas utilizando diariamente soluções que trabalham com mapas digitais e com localizações. O GIS é uma ferramenta que permite uma nova abordagem sobre um tema fundamental e antigo à reflexão do homem, o espaço que ele vive. Ao tornarmos o uso do GIS mais intuitivo, melhorando a sua interface e diminuindo a necessidade de conhecimentos técnicos específicos, é previsível que ele seja mais absorvido pela sociedade em diferentes aplicações. Um dos efeitos desse processo é que estamos representando o nosso conhecimento geográfico, seja técnico ou não, e o comunicando ao público e por meio do público. Assim, a sociedade se utiliza do GIS como uma mídia, um novo meio para se comunicar.
GEOQualificação Tendências + Atualização No fim do ano passado apresentei duas palestras em eventos de Geo, uma para profissionais do setor em Belo Horizonte (MG) e outra voltada a estudantes em Brasília (DF), com temas diferentes mas com uma importante ligação entre eles. No dia 25 de novembro fiz a palestra de abertura do II Seminário de Geotecnologias Vale, que teve como objetivo apresentar aos colaboradores da empresa o estado-da-arte e as tendências em Geotecnologias. Na ocasião, pude apresentar um rápido panorama do que era tendência há alguns anos mas hoje já é realidade – tal como os drones e o big data -, e propus uma reflexão sobre o que deverá se tornar popular nos próximos anos – como por exemplo a internet das coisas, a impressão 3D e a navegação autônoma. Com o objetivo de aumentar a interatividade e fazer com que o assunto se estenda além do dia do evento, disponibilizei minha apresentação para acesso e comentários neste link: http://bit. ly/1uT9YEb. Aguardo seu feedback! Já no dia 5 de dezembro estive na capital federal para fazer uma palestra no IV Simpósio de Atualização em Geotecnologias realizado pelo Instituto de Geociências da Universidade de Brasília, com o tema “Necessidade da formação continuada – O que preparar e como preparar?”. Desta vez usei dados de pesquisas realizadas pelo Instituto GEOeduc e fiz um panorama geral das tendências em qualificação profissional, inserindo o conceito de “lifelong learning”. Também abordei alguns dos problemas e soluções referentes à formação dos profissionais de Geo no sistema atual de ensino, analisei um estudo realizado em 1989 - mas que continua atual – que mostrava a falta de divulgação das Geotecnologias, detalhei o processo de criação da MundoGEO a partir dos resultados daquele estudo, mostrei o processo de evolução que resultou no GEOeduc e finalizei com uma mensagem otimista sobre as possibilidades de complementação de estudos disponíveis
5 dicas para turbinar seu currículo e se destacar no mercado Diante de uma economia que está desaquecida, muitas empresas têm puxado o freio na seleção de novos colaboradores, e com o setor geoespacial não é diferente. O profissional de Geotecnologia que estiver buscando uma nova oportunidade de trabalho deve estar atento ao mercado e investir em qualificação para que possa se destacar em processos seletivos. Pensando nisso, separamos algumas dicas para você se preparar para o mercado: 1 – Aproveite o período de desaceleração no ritmo de trabalho típico do início de ano – para se capacitar. Cursos online são uma ótima opção. 2 – Ter cursos em instituições educacionais de primeira linha no seu currículo conta muitos pontos. Sempre pesquise sobre a credibilidade da instituição antes de se matricular. 3 – O início do ano é uma época em que poucas empresas estão contratando, mas mesmo assim vale a pena pesquisar. Uma dica é acessar o Banco de Vagas MundoGEO, onde são publicadas diariamente novas oportunidades. 4 – Divulgue ao máximo que você está buscando uma nova colocação, em sua rede de contatos (por email, redes sociais, whatsapp, conversas, etc.). 5 – Envie seu currículo para empresas especializadas em recrutamento de profissionais e cadastre-se em sites como Catho, InfoJobs e similares. Bônus – Sempre que for possível, mostre seus “dotes cartográficos” e inclua em seu currículo um mapa que mostre informações sobre você.
hoje. A palestra também está disponível para acessar e comentar neste link: http://bit.ly/12r8WDt. Nas duas palestras o fio condutor foi o mesmo: a rapidez com que o mercado se movimenta e a necessidade constante de qualificação para o profissional manter-se atualizado em relação às novidades. Até a próxima!
Eduardo Freitas, engenheiro cartógrafo, técnico em edificações, coordenador de cursos e pesquisas do Instituto GEOeduc eduardo@geoeduc.com @eduol
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E, para evitar gafes no currículo: • Inclua apenas as habilidades que realmente domina, evitando assim alguma “saia justa”. • Deixe claro qual seu objetivo profissional e mostre que você se encaixa na vaga, mesmo que seja preciso elaborar várias versões do currículo. • Evite informações em excesso, que não tenham ligação com sua qualificação. • Coloque informações objetivas e sucintas, pois os detalhes serão abordados na entrevista. • Tenha sempre uma resposta pronta para “buracos” no currículo. • Lembre-se de que provavelmente o recrutador vai buscar pelo seu nome em redes sociais, então cheque se seus perfis estão atualizados e de acordo com seu currículo.
Liberou geral! Disponíveis softwares gratuitos da Autodesk
crítica sobre seu trabalho para que
O que era bom ficou ainda melhor! No início parecia apenas um boato, mas a verdade é que a Autodesk liberou o acesso para download de alguns de seus principais programas. Você já pode dizer adeus para aquela marca d’água “Apenas para fins educacionais”, pois agora estamos falando da versão comercial liberada para qualquer estudante, professor ou instituição de ensino. A novidade não alcança apenas os interessados do setor Geoespacial e de Construção Civil, mas muitos profissionais de Engenharia Mecânica, Design de Produto, Design Digital e afins, pois os softwares liberados também pertencem a essas áreas. A princípio esses softwares são, de maneira geral, considerados “softwares básicos”, pois se tratam de rotinas de trabalho muito abrangentes a diversas áreas. Embora estigmatizados como voltados para a área de Construção Civil (talvez até dominada por ela), os softwares também são muito utilizados, por exemplo, na área de Geoprocessamento, pois vislumbram diversas alternativas para cálculos, desenhos, cartografia digital, projeções e interpretações espaciais e até mesmo tomadas de decisão geoespaciais por meio deles. Maquetes digitais de áreas urbanas, delimitação de áreas de preservação ambiental e reservas legais, renderização de projetos de paisagismo e iniciativas ecológicas. Tudo isso e muito mais pode ser desenvolvido por esses softwares, que oferecem um leque de opções de atividades através de suas rotinas de trabalho. Essas ferramentas informatizadas, utilizadas por quem as domina, viram uma riqueza de possibilidades. Basta que o usuário tenha um bom arcabouço teórico-formativo, criatividade, diálogo inter e multidisciplinar, capacidade interpretativa e
para a sua carreira profissional.
ele faça dessa oportunidade, que o “mundo Autodesk” oferece, uma porta de entrada ou uma alavanca Bom, a oportunidade está aí, os soft-wares estão liberados. Isso pode ser muito útil, desde que se saiba aproveitar. Não adiantar baixar os softwares para ocupar a memória do HD de sua máquina a fim de afirmar aos outros que mexe com CAD e não entender nada do assunto. Se for para investir na área, que se faça com excelência e da melhor maneira possível, preparando-se com qualidade e dedicando-se no aprendizado. Veja a seguir os softwares liberados para download: • AutoCAD – Software de desenho assistido por computador • Revit – Sistema desenvolvido especificamente para a Modelagem de Informação da Construção (BIM) • Maya – Software de animação 3D • 3DS Max – Sistema de modelagem • Inventor – Ferramentas para projeto mecânico 3D • Fusion 360 – Plataforma de 3D CAD/CAM para desenvolvimento de produtos • Sketchbook – Aplicativo de pintura e desenho INFO Veja aqui como acessar e baixar os softwares: http://bit.ly/1BpzJjm. Bom proveito!
Google Earth Pro agora é grátis! Agora você já pode aproveitar as funcionalidades adicionais do Google Earth sem pagar mais por isso. Nós fizemos o teste aqui no GEOeduc e realmente o Google Earth Pro – que antes custava em torno de 400 dólares – está funcionando sem necessidade do pagamento de licença. Dentre as novidades da versão Pro em relação à básica, estão as ferramentas de medições (áreas, caminhos 3D, etc), impressão de imagens em alta resolução, criação de filmes, geocodificação de endereços em lote, importação de dados GIS (shape, por exemplo), acesso a ferramenta de criação de mapas, entre outras. Saiba mais aqui: http://bit.ly/1EPTtLu.
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Novo conteúdo para atender a Norma de Georreferenciamento Você sabia que em breve poderá haver uma alteração substancial no conteúdo mínimo para atender a 3ª Edição da Normas do Incra para o Georreferenciamento de Imóveis Rurais? Segundo a proposta feita pelos Coordenadores das Câmaras Especializadas de Engenharia de Agrimensura dos CREAs e Representantes de Plenário da modalidade agrimensura, reunidos em Brasília (DF) no fim de 2014, o novo conteúdo mínimo de conhecimentos para um profissional executar atividades de Georreferenciamento de Imóveis Rurais, de acordo com a 3ª Edição das normas do Incra, levaria em conta as seguintes disciplinas e cargas horárias: • Cadastro e Legislação Territorial – 60 h/a • Cartografia – 60 h/a • Sistemas de Referência – 90 h/a • Topografia – 120 h/a • Fotogrametria e Sensoriamento Remoto – 120 h/a • Ajustamento de Observações- 120 h/a • Geodésia – 120 h/a • Posicionamento por Satélite – 120 h/a • Total = 810 h/a Segundo a proposta, além de ser insuficiente o conteúdo mínimo estabelecido anteriormente, de 360 horas, com a publicação da 3a Edição das Normas para o Georreferenciamento de Imóveis Rurais, seria impossível aceitar profissionais sem o referido conteúdo mínimo, necessitando urgentemente a revisão desses critérios. Além disso, seria também inaceitável a necessidade de comprovação de experiência no referido tema, o que demonstraria que o profissional não possui atribuição para o mesmo. Acesse aqui o arquivo pdf com a íntegra da Proposta 024/2014 do novo conteúdo mínimo para atender a Norma de Georreferenciamento: http://bit.ly/1AIHePp.
Qual a habilitação para trabalhar com licenciamento ambiental? Já passamos da época em que as construções e edificações passavam batidas na fiscalização pública, especial e principalmente aquelas localizadas em áreas de risco ou nas proximidades de áreas de preservação. Todo mundo sabe que a prerrogativa para a realização de uma obra é o seu Licenciamento Ambiental, realizado por um profissional habilitado. Geógrafos, biólogos, cartógrafos, agrimensores, engenheiros ambientais, tecnólogos em geoprocessamento, técnicos em meio ambiente, não só esses como tantos outros profissionais, egressos de áreas de formação diversas, se lançam no mercado como profissionais capacitados a realizar o tão esperado Licenciamento Ambiental. Mas será que existe um profissional ideal para isso? As normativas de um Licenciamento Ambiental são exclusivas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e, portanto, não pertencem a nenhuma Autarquia Profissional ou Conselho Federal. Em termos práticos, não é Crea, CRBio, nem nenhum outro órgão federal ou regional que regulamenta a prática do Licenciamento Ambiental. Os profissionais que realizam atividades para licenciamento podem ser egressos de diversas áreas de formação, pois o ato de licenciar efetivamente não é nenhum profissional que faz, mas o próprio órgão, cabendo a eles ter o domínio na elaboração dos levantamentos e na formulação dos textos. Após isso, o estudo é entregue ao órgão ambiental competente que, a partir do que recebe, licencia (ou não) a localização em questão. Veja mais aqui: http://bit.ly/1DuPYfP.
Governo prorroga prazo, volta atrás e mantém data limite para fazer o CAR Ninguém se entende quanto à data limite para fazer Cadastro Ambiental Rural (CAR). Como era de se esperar, no fim de janeiro foi divulgado que o prazo para fazer o CAR seria ampliado para mais um ano. Porém, um dia depois o Ministério da Agricultura emitiu uma nota mantendo o prazo limite até o próximo dia 6 de maio. Criado pela Lei 12.651/12, o CAR é um registro eletrônico, obrigatório para todos os imóveis rurais e que tem por finalidade integrar informações ambientais, criando assim um banco de dados nacional para planejamento ambiental e econômico. Ao realizar o CAR, o produtor rural consegue identificar a reserva legal, as áreas de uso restrito e as áreas consolidadas das propriedades e posses rurais. Produtores que não se cadastrarem poderão ficar impedidos de obter crédito agrícola e ter as atividades embargadas. Saiba mais: http://bit.ly/1vpaOed. www.geoeduc.com | (41) 3338-7789 / (11) 4063-8848 | cursos@geoeduc.com
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GEOCOLABORAÇÃO
OpenStreetMap
Uma comunidade de governos e não somente de pessoas
N THIERRY JEAN Francês, no brasil há 23 anos. Administrador de Empresas formado na França e na Inglaterra (NEOMA & Middlesex Business School), atua na indústria de GIS e de navegação GPS há 11 anos. Hoje é Country Manager da Telenav do Brasil e ativo colaborador da Comunidade OpenStreetMap thierry@openstreetmap. com.br
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o início de 2015 é provável que o OpenStreetMap (OSM) alcance a marca de dois milhões de colaboradores registrados. Quem poderia pensar que, com um número tão expressivo, o OpenStreetMap seja uma comunidade de pessoas físicas exclusivamente, mas que empresas e particularmente governos se envolvem e participam ativamente desta comunidade? Por que isso acontece? A primeira motivação dos governos é aproveitar o resultado, já que, de fato, a comunidade de “formiguinhas” tem produzido, em várias regiões do mundo, dados de uma precisão não alcançada por outros. A segunda motivação é cultural. Governos e administrações são organizações verticais com forte DNA hierárquico. Para uma entidade de governo produzir um mapa, existem dois caminhos naturais: ou se investe milhões de reais para produzir um mapa, ou se vota uma lei que exige que, por exemplo, estados ou municípios forneçam seus mapas. Mas estes dois caminhos são difíceis e longos. O segundo, mesmo com o apoio de uma lei, vai também exigir da entidade de governo muito esforço, muita tecnologia para lidar com todos estes interlocutores que são os municípios e estados. Estas relações “horizontais” parecem com as que existem numa comunidade como o OSM. Neste sentido, a cultura colaborativa e sua tecnologia são muito úteis para governos que, naturalmente, não são muito bem preparados para este tipo de interação. Listo, assim, as principais vantagens oferecidas pelo OpenStreetMap para governos: • Arquitetura moderna, flexibilidade e custo baixo: O OSM tem uma arquitetura de dados desenhada para que diversos atores possam colaborar com o mínimo de esforço possível. Diferentemente dos bancos de dados tradicionais de GIS, ele utiliza apenas uma camada e diferencia os dados usando etiquetas (tags). Desta maneira, feições geográficas não são duplicadas. Por exemplo, um rio que é também uma fronteira entre estados aparecerá em duas camadas num software de GIS tradicional, enquanto aparecerá uma só vez no OpenStreetMap, com duas etiquetas (Rio e Fronteira).
• Comunicação universal e ampla: No âmbito da lei de acesso à informação, governos devem disponibilizar para a sociedade as bases cartográficas geradas. Porém, para verdadeiramente comunicar essa base cartográfica e estes dados para a sociedade, é necessário que eles sejam colocados no OpenStreetMap em razão da sua audiência universal e mundial. Por exemplo, se uma empresa estrangeira estiver interessada em investir em infraestrutura no Brasil e necessitar de bases cartográficas para suas primeiras simulações, dificilmente ela conhecerá o site do IBGE ou de outro órgão, mas sim o OpenStreetMap, e saberá que pode baixar o dado e utilizá-lo a vontade em suas soluções. • Interoperabilidade em nível global: Hoje, quando um novo loteamento ou bairro é formado, cada ator (correio, concessionárias de água, gás, eletricidade) acaba criando o seu mapa do local a custos elevados, porque nem sempre é possível obter este dado da prefeitura. O lógico deveria ser que cada ator, ao se deparar com uma área para a qual não tem mapa, verifique a existência do dado no OpenStreetMap. E, se estiver disponível, fazer o download e utilizá-lo nos seus sistemas cartográficos. Se não estiver, ele deveria ser capaz de gerar o dado e carregá-lo no OpenStreetMap, ajudando assim todos os outros atores. Por esta razão, no evento State of The map 2014, que aconteceu em Buenos Aires em Novembro, foram apresentadas iniciativas relevantes de governos que escolheram o OpenStreetMap para ajudar a alcançar seus objetivos. Na França, em particular, após o OSM obter da DGFIP o banco de dados de endereços da receita federal francesa, esta base se tornou uma referência que motivou dois outros órgãos do governo: ETALAB e IGN a convidar o OpenStreetMap a ajudá-los a coordenar um banco único de endereços do país. Creio que este exemplo vá inspirar muitos outros países.
GUIA DE EMPRESAS O Guia MundoGEO é a lista mais completa do Brasil de empresas do setor de geotecnologias, divididas em prestadoras de serviços e fornecedoras de produtos e equipamentos. Acesse www.mundogeo.com/empresa e saiba mais. Empresa
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