Revista Qual Viagem Edição 78 - Maio/2020

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MAIO 2020

qualviagem @revistaqualviagem

Viagem

BRASIL: TEMPO DE REDESCOBRIR O NOSSO PAÍS!

qualviagem.com.br

Turismo & Experiências

TEMPO DE REDESCOBRIR O NOSSO PAÍS!

Qual Viagem

Uma seleção de destinos nacionais para a sua próxima viagem:

CHAPADA DIAMANTINA, ALTER DO CHÃO, ARAXÁ, MACEIÓ, CANELA, JERICOACOARA, PETRÓPOLIS, CALDAS NOVAS, PIAUÍ, ESPÍRITO SANTO E MUITO MAIS



QUAL VIAGEM

EDITORIAL EDIÇÃO 78 • ANO 7 • MAIO 2020 EDITORA E PRODUTORA QUAL EIRELI.

VAMOS REDESCOBRIR O BRASIL

CNPJ 17.523.350/0001-35 Inscrição Estadual 140.490.598.110 Rua Araguari, 817 - Conjuntos 42/43 Moema - CEP 04514-041 São Paulo - SP - Brasil Telefones +55 11 3024-9500 | 3554-2496 Publisher: Marcio L. Dadalti Diretor Comercial: Marcos Telore Consultor Editorial: Cláudio Oliva (Mtb 20.586/SP) Jornalista: Roberto Maia Administração e Logística: Patrícia Silva Produção: Marlei Rugai e RCS Designer Gráficos e Fotos Ltda- ME

Prezado leitor,

O Brasil e o mundo ainda vivem momentos de incertezas por causa da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Alguns países da Europa já ensaiam a retomada das atividades, mas de forma cuidadosa e gradual. Logo chegará a nossa vez. Porém, tudo será diferente do que vivíamos em um passado recente. Será o “novo normal” e teremos que nos adaptar a ele. Acreditamos que, em um primeiro momento, o turismo será retomado através de viagens próximas aos domicílios dos turistas e predominantemente para cidades dentro do país. Assim, QUAL VIAGEM preparou uma edição especial somente com destinos nacionais, de todas as regiões do BRASIL, para você já ir definindo qual será a sua próxima viagem.

PUBLICIDADE NO BRASIL Para anunciar: (11) 3024-9500 | 2157-8199 dadalti@editoraqual.com.br REPRESENTANTE NA AMÉRICA DO NORTE E CARIBE - Globe Travel Media Claudio Dasilva: +1 (954) 647-6464 Neil Strickland: +1 (954) 296-9515 REDAÇÃO Sugestões de matérias, opiniões ou dúvidas: claudio@editoraqual.com.br maia@editoraqual.com.br ASSINATURAS ligue: (11) 3554-2496 patricia@editoraqual.com.br

DISPONÍVEL TAMBÉM

A seleção inclui Chapada Diamantina, Alter do Chão, Araxá, Maceió, Canela, Jericoacoara, Petrópolis, Caldas Novas, Chapada das Mesas, Piauí, Bento Gonçalves, Chapada dos Guimarães, Espírito Santo e muito mais.

Boa leitura, boa viagem e até a próxima edição!

Capture o QR Code e visualize a revista on line Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida sem a autorização por escrito dos editores. As informações publicitárias contidas nesta revista são de responsabilidade dos anunciantes.

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EDITORA QUAL


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Cidade da Serra Gaúcha tem muitas opções de lazer e belezas naturais, principalmente durante o inverno. Pág.

SANTARÉM

Pág.

PIAUÍ

Pág.

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14

Vila de pescadores no Ceará tem um ar rústico e recebeu influências de estrangeiros, principalmente na gastronomia.

32

No destino paraense o encontro das águas dos rios Amazonas e Tapajós é atração. Serve de base para visitas a Alter do Chão.

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Viagem

brasil: Tempo de redescobrir o nosso país!

JERICOACOARA

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turismo & experiências

Tempo de redescobrir o nosso país!

FOTO: ©ISTOCK.COM / JUNOTPHOTOGRAPHY

Pág.

maio 2020

CANELA

Uma seleção de destinos nacionais para a sua próxima viagem:

Qual Viagem

QUAL VIAGEM

SUMÁRIO

Chapada diamantina, alter do Chão, araxá, maCeió, Canela, JeriCoaCoara, petrópolis, Caldas novas, piauí, espírito santo e muito mais

CHAPADA DIAMANTINA

Pág.

132

O menor litoral do Brasil tem paisagens deslumbrantes, passeios ecológicos e pousadas intimistas e muitas outras atrações.

MACEIÓ

Pág.

BENTO GONÇALVES

Pág.

85

A cor azul-turquesa das águas do mar e as praias enfeitadas por coqueirais lembram muito os destinos caribenhos.

93

Roteiros que combinam enoturismo, história e gastronomia, que provam que a Serra Gaúcha não é um destino só de inverno.

PETRÓPOLIS

Pág.

112

Oásis no sertão nordestino, possui uma quantidade incrível de montanhas, chapadões, rios, cachoeiras e grutas.

+

ESPÍRITO SANTO Pág.

23

CALDAS NOVAS Pág.

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CHAPADA DOS GUIMARÃES Pág.

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ARAXÁ Pág.

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CHAPADA DAS MESAS Pág.

Além de um rico patrimônio histórico, os visitantes também podem curtir atrativos gastronômicos e cervejeiros da cidade.

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MANAUS Pág.

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Canela Charme

FOTO: ©ISTOCK.COM / ADVJMNETO

e encanto na Serra Gaúcha

Bucólica, tranquila, de ar puro e repleta de opções de lazer e descanso, encanta pelas belezas naturais, atrações culturais e de diversão. Principalmente durante o inverno, quando o clima de romance e aconchego toma conta do lugar e até a neve pode dar as caras na Região das Hortênsias POR LUCIANO EMILIANO E ROBERTO MAIA


Exuberante, a Cascata do Caracol é uma cachoeira de 130 metros, localizada no Parque Estadual do Caracol. Sua base pode ser alcançada através de uma trilha íngreme de 927 degraus mantida pelo Projeto Lobo-Guará. Há uma torre de observação de 30 metros que oferece elevador e vista panorâmica.

C

onsiderado um dos melhores destinos da Região das Hortênsias, na Serra Gaúcha, reúne dezenas de parques temáticos e naturais, arquitetura germânica, cultura e muitas opções gastronômicas e de cervejas. Canela está situada a 115 quilômetros de Porto Alegre, e conta com uma excelente estrutura hoteleira, com pousadas e hotéis que não deixam nada a desejar em conforto e sofisticação. O acesso é feito pela rodovia RS 235, uma das mais belas do país, em meio a charmosos canteiros de hortênsias e matas de araucárias. A cidade começou a despontar para o turismo em 1944, época da abertura de um cassino no Palace Hotel. O jogo atraiu muitos visitantes do Brasil e também de países vizinhos. A alta temporada é o inverno, em especial julho, e o fim do ano – de novembro à primeira quinzena de janeiro – com bastante eventos ligados ao Natal. Não é à toa que o destino atrai milhares de visitantes de várias partes do Brasil. Vale a pena conhecer a região também entre fevereiro e maio ou em setembro e outubro.

CASCATA DO CARACOL

Cercada de muito verde, Canela tem 25 parques naturais e temáticos, sendo um convite para casais românticos, famílias que buscam lazer ao ar livre e para quem gosta de turismo de aventura. As paisagens são deslumbrantes e inesquecíveis, com inúmeros vales, morros, trilhas e quedas d’água, sendo a principal delas a Cascata do Caracol, um dos mais conhecidos cartões-postais do Rio Grande do Sul. Situada no Parque Estadual do Caracol, a cachoeira pode ser vista de um mirante logo na entrada do local. Também é possível observar através dos bondinhos aéreos ao lado do parque, na rodovia RS 466. A atração despenca sobre um paredão de pedra no Vale da Lageana, sendo um dos pontos altos do ecoturismo na região. Outra atração natural é o Parque da Ferradura, que apresenta diversas trilhas e um grande cânion de 420 metros de profundidade, com o Rio Caí. É possível avistar muitas espécies de animais silvestres no espaço, como quatis. Para quem gosta de adrenalina, Canela oferece pontos de esportes radicais. Há atividades para todas as idades e com diferentes níveis de dificuldades. Os visi6

FOTO: ©ISTOCK.COM / DIEGOGRANDI

ATRAÇÕES RADICAIS...



tantes podem optar por caminhadas, passeios de quadriciclo, cavalgadas e bicicletas, além do rafting no Rio Paranhana e de rapel no riacho Três Forquilhas. São 50 metros de paredão, sendo 47 metros com inclinação negativa, um desafio que intimida muitos iniciantes. Para quem viaja com a famílias a cidade oferece muitas opções para a diversão nos parques temáticos. Entre eles o Terra Mágica Florybal, que possui um circuito de trilhas com personagens folclóricos e míticos, na estrada do Caracol. Vale a pena também conhecer o Alpen Park, que tem atividades como tirolesa, trenó e montanha-russa, na rodovia Arnaldo Oppitz. Outra atração interessante é o Mundo Gelado do Capitão, o primeiro parque temático de gelo da América Latina. O espaço é uma caverna com 30 toneladas de gelo e com 140 m2 e 40 metros de extensão. Durante todo o ano a temperatura é de 10 graus Celsios negativos. Os visitantes recebem um grosso casaco para aguentar o frio e pode apreciar cerca de 16 esculturas em gelo e o Ice Bar, além de móveis e utensílios.

CATEDRAL DE PEDRA

De grande desenvolvimento urbano e econômico, especialmente pela agroindústria e segmentos moveleiro, madeireiro e de malharia, Canela recebeu influências dos colonos alemães do século 19. Por isso, ainda preserva muitos chalés de estilo bávaro. Com pouco mais de 42 mil habitantes, a cidade mantém o clima calmo de interior e reserva uma variedade de pontos interessantes que merecem visita. E um dos mais importantes é a imponente Catedral de Pedra, nome pelo qual é conhecida a Igreja Matriz de Nossa Senhora de Lourdes. Localizada na região central do município, tem estilo gótico inglês com uma vistosa torre de 65 metros, um carrilhão de 12 sinos de bronze fabricados na Itália e vitrais que são autênticas obras de arte, assim como os adornos e o altar, que tem como tema a Santa Ceia. Em seu interior destacam-se painéis que retratam a “Aparição de Nossa Senhora”, a “Alegoria dos Anjos” e a “Anunciação”. Tamanha beleza levou a igreja a ser candidata a uma das Sete Maravilhas do Brasil em 2010.

MUNDO A VAPOR

O parque temático Mundo a Vapor é uma das atrações mais concorridas de Canela. Chama muito a aten8

FOTO: LARISSA FRAGA / CC BY /CREATIVECOMMONS.ORG /LICENSES /BY /3.0

...E PARA FAMÍLIAS

Na página ao lado, a Catedral de Pedra, que tem estilo gótico inglês, uma torre de 65 metros, um carrilhão de 12 sinos de bronze e vitrais que são autênticas obras de arte. Acima, a fachada do parque temático Mundo a Vapor, que reconstitui um famoso acidente na estação Montparnasse, em Paris, no final do século 19.

ção a sua fachada, que reconstitui um famoso acidente ferroviário acontecido em Paris, em 1895, quando uma locomotiva cruzou desgovernada em alta velocidade a estação de Montparnasse, atravessou uma das paredes e ficou pendurada a 12 metros de altura. No interior do parque, que foi construído na década de 1950, os visitantes encontram uma coleção de miniatura que representam as grandes conquistas da humanidade relacionadas à energia motriz a vapor. Omar Urbani, idealizador do Mundo a Vapor, iniciou a produção das miniaturas usando os materiais descartados pela oficina mecânica dos pais. Para finalizar, há, também, a possibilidade de um passeio de locomotiva para a diversão de adultos e crianças. Canela tem ainda muitos outros pontos de interesse turístico. Entre eles o famoso Castelinho Caracol, uma das primeiras casas da cidade, que tem arquitetura germânica e busca resgatar os costumes dos imigrantes alemães da região; os museus da Moda, do Automóvel e dos Beatles; Vale dos Dinossauros, Parque das Cequoias, Ecoparque Sperry, Parque Estação Verde e Mundo da Vela.


FOTO: ©ISTOCK.COM / BRUNO SANTOS


MIRANTE LAJE DE PEDRA

Para quem quiser apreciar a vista da região de Canela, o lugar indicado é o Mirante Laje de Pedra. Lá do alto é possível admirar e fotografar as montanhas do Vale do Quilombo, com suas fendas, paredões e cidadezinhas ao fundo. O mirante está localizado ao lado do Hotel Laje de Pedra (que encerrou atividades no início do mês), dentro de um condomínio com belas casas, ruas arborizadas e lagos. A entrada é gratuita.

O evento Sonho de Natal apresenta “A Fábrica de Sonhos”, que tem show sincronizado de luzes e som na Catedral de Pedra com o “bom velhinho’ descendo do alto da torre da igreja. Além da linda decoração natalina, a cidade tem a “Casa do Papai Noel”; o Desfile Mágico de Natal com carros cenográficos e personagens pelas principais ruas e avenidas; o espetáculo “Auto de Natal” que reúne música, teatro e dança; as Estátuas Humanas, inspiradas em imagens de pintores renascentistas, que encenam passagens do nascimento de Cristo e emocionam o público com uma trilha de cantos gregorianos.

SONHO DE NATAL

FOTO: ©ISTOCK.COM / ADVJMNETO

FOTO: DIVULGAÇÃO / SONHODENATAL.COM.BR

Realizado há 32 anos, o evento Sonho de Natal integra primorosa decoração natalina com shows e outras atrações. Como não podia ser diferente, o espetáculo principal é a chegada do Papai Noel. E o “bom velhinho” chega em grande estilo, descendo pela torre da Catedral de Pedra, em meio a um grandioso show de luzes e fogos de artifícios. A edição 2019/2020 contou com 22 atrações diferentes, 280 apresentações e mais de 1,1 mil pessoas envolvidas na execução e organização. Foram 79 dias de programação com atrações gratuitas ao público. Segundo a Secretaria de Turismo e Cultura de Canela, cerca de dois milhões de visitantes assistiram ao evento.


ESTAÇÃO CAMPOS DE CANELLA

SERVIÇO Endereço: Largo Benito Urbani, 77 – Centro – Canela (RS) Horário de funcionamento: diariamente das 8h às 23h Telefone: (54) 3342-5255

FOTO: TIAGO MELO/DIVULGAÇÃO

A velha locomotiva Le Meuse, que estava desativada há 40 anos, está de volta a Canela. Após passar por processo de restauração, ela foi mais uma vez posicionada na estação – também recuperada - e transformada em um complexo cultural e comercial, a Estação Campos de Canella, onde operou por quase cinco décadas. A icônica estação férrea da cidade passou a ser uma nova opção turística para a região da Serra Gaúcha. A reabertura aconteceu em janeiro de 2019 e tem uma área total de 5,9 mil m² com lojas, cafés, cervejarias e restaurantes. A histórica locomotiva, fabricada na Bélgica em 1909, agora tem seus vagões abertos ao público. O tradicional parque temático Mundo a Vapor é parceiro do projeto que carrega a paixão pelos trens. Recentemente a locomotiva ganhou efeitos especiais e agora imita os mesmos sons do tilintar das engrenagens nos trilhos, o assovio da chaminé e o

barulho do freio ao chegar ao destino como fazia no passado. A fumaça que saía da chaminé ao consumir a lenha para movimentar o trem também está de volta, dessa vez artificialmente. A iniciativa público-privada resgatou a relação do município com trens e trilhos, ao mesmo tempo em que abriu espaço para novos locais de cultura, entretenimento, comércio e um centro de gastronomia. Construída por João Correa, entre 1913 e 1924, a antiga ferrovia transportava madeira e ligava Canela a Taquara, seguindo depois para São Leopoldo e Porto Alegre. A linha toda foi desativada em 1964.

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Serviço COMO CHEGAR

Há voos de São Paulo para Porto Alegre pela Gol (voegol.com.br), Azul (voeazul.com. br) e Latam (latam.com/pt_br). A partir do aeroporto da capital gaúcha é possível seguir em um carro alugado, ônibus ou transporte de empresa turística.

CLIMA

O inverno – entre maio e agosto – é a época mais procurada pelos turistas para viajar a Canela. Durante esses meses faz bastante frio na região, podendo chegar a temperaturas negativas e até nevar. O verão, por outro lado, é bem quente com média de 35 graus.

GASTRONOMIA

O município também é um destino gastronômico, com bares e restaurantes de várias culinárias típicas, principalmente alemã, italiana e gaúcha. O tradicional churrasco, o delicioso café colonial, o romântico fondue e o chocolate caseiro também estão presentes.

Parque Terra Mágica Florybal – parqueterramagicaflorybal.com.br Vale dos Dinossauros – valedinossauros.com.br/canela Mundo Gelado do Capitão – icebarmundogelado.com.br Castelinho do Caracol – castelinhocaracol.com.br Parque das Cequoias – sequoias.com.br Ecoparque Sperry – ecoparquesperry.com.br Museu do Automóvel – museudecanela.com.br Museu dos Beatles – museudosbeatles.com Bondinhos Aéreos – parquesdaserra.com.br

PACOTES TURÍSTICOS

CVC – cvc.com.br FLOT VIAGENS – newsite.flot.com.br LUSANOVA – lusanova.com.br ORINTER TOUR – orinter.com.br VIAJANET – viajanet.com.br

INFORMAÇÕES TURÍSTICAS

canela.rs.gov.br

ONDE FICAR Pousada Cravo e Canela – Luxuoso casarão com 11 suítes e piscina térmica. Diária para casal, com café da manhã. Integra a Associação de Hotéis e Pousadas de luxo, Roteiros de Charme. Informações: pousadacravoecanela.com.br Grande Hotel – O hotel centenário fica em um parque com 85 mil m2 de área. Diária para casal, com café da manhã. Informações: grandehotel.com.br

FOTO: DIVULGAÇÃO / BUSTOUR.COM.BR

DICA

Bustour – Canela dispões de uma linha de ônibus hop-on hop-off, que passa pelos principais atrativos turísticos da cidade, além de Gramado.

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FOTOS: ©ISTOCK.COM

ATRAÇÕES TURÍSTICAS

Mundo a Vapor – mundoavapor.com.br Estação Campos de Canella – estacaocanella.com.br Parque do Caracol – parquedocaracol.com Alpen Park – alpenpark.com.br Parque da Ferradura – parquedaferradura.com.br Museu da Moda – museudamodadecanela.com.br


QUAL VIAGEM

SUPERdica viagenseoutrashistorias facebook.com/viagenseoutrashist

Cambará do Sul

viagenseoutrashistorias.com.br Por Flávia Ribeiro

UM CENÁRIO ESPETACULAR! Com quase mil metros de altitude essa cidadezinha, na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina, guarda dois importantes parques com os maiores cânions do Brasil. São mais de 60 cânions com paredões que chegam a 900 metros de altura e mais de 30 quilômetros de borda. Imagina isso?! O cenário é tão espetacular que já foi palco de várias novelas e minisséries como “A Casa das Sete Mulheres”, que mostra os bastidores da Revolução Farroupilha. QUANTO TEMPO FICAR Num final de semana dá para conhecer os dois principais cânions de Cambará do Sul, o Itaimbezinho e Fortaleza. Mas se você tiver mais tempo há muito mais o que explorar na região, como os cânions Malacara e Churriado. Os mais aventureiros podem tentar a trilha do Rio do Boi, que é feita dentro do Itaimbezinho – atravessando o rio em um percurso de 14 quilômetros.

COMO EXPLORAR A REGIÃO É importante fazer os passeios com guias especializados que conhecem bem a região. Fizemos todos com a Coiote Adventure que além das trilhas, também oferece passeios de bike, a cavalo pelos campos, de balão e raftings.

ONDE FICAR A melhor opção em Cambará do Sul é o Parador Casa da Montanha, um hotel que faz parte da Associação Roteiros de Charme. A hospedagem segue o conceito de acampamento de luxo adaptado dos lodges africanos, chamadas glampings - barracas de lona de fibra com estrutura em madeira. Aos sábados, oferece um autêntico churrasco gaúcho, assado no fogo de chão e complementado por um bufê campeiro delicioso. 13


Jericoacoara:

FOTO: ©ISTOCK.COM / PHAELNOGUEIRA

redescobrindo o paraíso cearense


Da simplicidade ao aconchego, a charmosa vila de Jericoacoara surge como um oĂĄsis cearense para relaxar no segundo semestre. Por Pedro Teixeira e ElĂ­ria Buso


FOTO: ©ISTOCK.COM / AMMONITEFOTO

A

badalada vila cearense, que segue mantendo sua rusticidade alheia às altas investidas de turistas do Brasil e do mundo, é um dos destinos mais desejados para o segundo semestre do ano, quando, passada a pandemia, o turismo deve retomar aos planos dos ávidos viajantes. Aliada ao clima favorável – e sem chuvas – que vai de julho a dezembro, a facilidade de acesso que acometeu o lugar nos últimos três anos, deixando pra trás aquela imagem dos visitantes chegando a bordo de sacolejantes 4x4, graças à abertura do aeroporto regional, com novas possibilidades de voos, torna o destino em um recanto de despreocupação em meio à natureza. Distante cerca de 300 quilômetros de Fortaleza, Jericoacoara, entre praias, dunas e lagoas, é um refúgio de belezas naturais, que, combinadas ao clima agradável de vila pequena e os bons serviços de gastronomia e hospedagem, que competem com os melhores destinos do país, o tornam inesquecível.

Jericoacoara – mar de tranquilidade

Um dos locais mais frequentados por turistas na América do Sul não tem iluminação elétrica pública, calçadas ou ruas pavimentadas. Trata-se de uma vila. Cravada entre o mar e as dunas, próxima a lagoas cristalinas de água doce, a localização peninsular co16

loca Jericoacoara entre os poucos lugares no Brasil de onde o turista tem o privilégio de assistir ao nascer e ao pôr do sol no oceano. Suas praias de mar aberto, ondas grandes e vento forte são perfeitos para windsurf. Jericoacoara foi declarada Área de Proteção Ambiental (APA) desde 1984 e, desde 2002, transformada em Parque Nacional, portanto, não se pode mais construir rodovias, estradas e nem sequer pavimentar as já existentes. Inversamente proporcional ao seu tamanho é o reconhecimento: Jericoacoara garantiu no final de 2016 a 3ª posição dentre os 43 melhores destinos do mundo no prêmio Travelers’ Choice Destinos em Alta, do TripAdvisor.

Windsurf e Kitesurf – a energia dos ventos As praias locais de Jericoacoara têm boas correntes de vento, um paraíso para os praticantes de windsurf e kite: mistura de windsurf com esqui, wakeboard, surf e voo livre. O kitesurf consiste em deslizar sobre a água numa prancha impulsionada por uma asa que funciona como pipa. Há instrutores no local e a diversão é garantida. Os praticantes de windsurf, em geral, preferem a praia Malhada, local também eleito pelos nudistas, enquanto à praia do Preá vão os de kitesurf.


Jericoacoara: milhares de turistas transformam a região num do destinos mais procurados da América do Sul A Pedra Furada é um dos principais atrativos do destino e, em julho, oferece um verdadeiro espetáculo natural ao pôr do sol.

O lindo passeio à

A Pedra Furada é um dos mais famosos cartões-postais da região. Localizada a trinta minutos de caminhada a partir da praia de Jericoacoara (seguindo à direita), a formação basáltica à beira-mar tem um orifício de 4 metros formado pela ação dos ventos da região. O maior espetáculo dessa pedra é proporcionado em julho, quando o sol se põe do outro lado do “furo”. A caminhada da vila até a pedra é de três quilômetros e pode ser feita pela praia, mas somente durante a maré baixa. Durante o passeio se nota outras diversas formações rochosas da região como a Cama e a Banheira da Princesa, a mini-pedra furada, as pedras do Jacaré e da Tartaruga, além da caverna dos morcegos. Caso a maré esteja cheia, o passeio precisa ser feito via Morro do Serrote. Em média, a caminhada é de 40 minutos.

O espetáculo da

FOTO: ©ISTOCK.COM / LICENÇA PADRÃO.

Pedra Furada

Duna do Pôr do Sol

A Duna do Pôr do Sol é outro importante ponto de referência para apreciar a despedida do astro-rei junto ao azul do mar aos finais de tarde. A bela montanha de areia de 30 metros, bem e frente à praia de Jeri, costuma formar plateias superlotadas para o evento.

Praia ou lagoa? Depende

Em Jericoacoara, há quem prefira água doce ao 17


invés de salgada, daí, duas opções se destacam: a Lagoa Azul e a do Paraíso. A coloração azul traz a sensação de estar numa praia do caribe. Assim fica difícil escolher a melhor.

A encantada

LagoaAzul

Próximo ao Parque Nacional de Jericoacoara, já no município de Cruz, o clima tropical e vegetação rasteira envolvem toda a Lagoa Azul - local onde se pode praticar mergulho e ficar bem perto de peixes coloridos e feixes de luz do sol refletidos no azul. Uma das mais bonitas e limpas do Brasil, a magia e o encantamento da Lagoa Azul proporcionam passeios românticos ao final de tarde. Suas águas transparentes e azuis mudam de tom em cada época do ano. Para a família, é o local apropriado para ensinar as crianças a nadar. A Lagoa faz parte de uma Área de Proteção Ambiental (APA). No local, duas barracas oferecem redes gratuitas quase submersas para se deitar com parte do corpo na água transparente, além de cadeiras, guarda-sol e cardápio com petiscos. A lagoa tem coloração azulada lindíssima, como numa praia do Caribe e a água não é ge18


FOTO: ©ISTOCK.COM / LICENÇA PADRÃO.

Um dos mais belos lugar de Jeri, a Duna do Pôr do Sol reúne dezenas de visitantes para assistir a despedida do astro-rei.

As lagoas de águas doces e transparentes são uma alternativa bastante apreciada pelos visitantes de Jeri.

lada. Para quem quiser se hospedar pertinho, é possível encontrar pousadas a cerca de 300 metros da lagoa.

FOTO: ©ISTOCK.COM / PHAELNOGUEIRA

– Lagoa do Paraíso beleza e muita diversão O nome da lagoa faz jus ao esplêndido lugar: 10 quilômetros de extensão de praia de água doce e transparente, com tons azuis e verdes, rodeada por areia branca e fina. Dentro dela, redes coloridas montadas sobre a água, de onde o visitante contempla, enquanto descansa, a deslumbrante paisagem ao seu redor. O trajeto à refrescante lagoa do Paraíso passa por entre dunas e estradas de terra durante 30 minutos. Em geral, o acesso ao local é feito de buggy. Para seguir com o próprio veículo se recomenda a contratação de guia e, mesmo assim, é bom estar atento a trechos com lama ou pequenas lagoas. Ao final do trajeto, a recompensa: na enorme Lagoa do Paraíso o visitante terá ao seu dispor o The Alchymist, um beach club que oferece aos clientes espreguiçadeiras brancas e barracas de praia, além de cardápio primoroso. Vale a dica: quem deseja conhecer a Lagoa do Paraíso, a Pedra Furada e a Lagoa Azul, pode reservar 19


junto ao hotel um dos vários bugueiros estacionados na pracinha de Jericoacoara ou contratá-los pessoalmente no local. Na pracinha do vilarejo também estão disponíveis caminhonetes e jardineiras direto para a Lagoa do Paraíso. Depois, é só combinar com o motorista o tempo de permanência em cada local.

A Árvore da Preguiça

Cartão postal da Praia do Preá, a Árvore da Preguiça fica no caminho da vila para as lagoas. Numa área em que só se avista dunas pela frente, os fortes ventos da região impuseram dificuldade a uma árvore em a natureza levou a nascer. A atração virou ponto de parada para os turistas em busca de fotos diferentes: uma árvore com galhos de cerca de 4 metros que mais parece se rastejar sobre a areia. Beleza inusitada numa região onde o maior atrativo é a água.

– passeio alternativo Litoral Oeste leva até a cavalos marinho

FOTO: ©ISTOCK.COM / TUNART

Em Jericoacoara existe um passeio de buggy com parada no delta do Guriú. Ali, o grande atrativo é se-

guir com um barquinho de madeira para ver cavalos marinhos nos mangues. A navegação é feita num em um rio de água salgada. O passeio é Ideal para se fazer com crianças: elas podem chegar bem perto dos cavalos marinhos, aprender sobre eles a adquirir consciência ambiental sobre o habitat desses bichinhos. Em seguida, o buggy é levado a atravessar o delta numa balsa (sem motor), impulsionada somente por varas de madeira. A travessia chega até Mangue Seco, uma verdadeira floresta de galhos e árvores secas, onde tem até uma barraquinha com água de coco, refrigerante e cerveja. O passo seguinte é conhecer a Velha Tatajuba, cidade que foi engolida pelas areias nos anos 80. Na Nova Tatajuba, a vista para o mar é deslumbrante. Outro atrativo da região é praticar sandboard e esquibunda na duna do funil. O passeio termina na Lagoa Torta, onde se come e bebe com os pés na água.

Árvore da Preguiça - em meio à areia, não há quem resista passar por ela sem levar uma foto de recordação.


Serviço COMO CHEGAR FOTO: JERICOACORA OFICIAL / YAGO FRANCO

Desde julho de 2017 está mais fácil chegar até Jericoacoara. Azul, Gol e Latam fazem o trecho de São Paulo até Cruz, onde fica o aeroporto de Jeri. Para quem vai por Fortaleza, há ainda o modo mais conhecido de acesso, via 4x4. As caminhonetes fazem o percurso de cerca de 5h30 passando por alguns trechos de dunas e areias. Quem vai de carro próprio deve deixá-lo em um estacionamento no começo da vila e, de lá, fazer o trecho de 40 minutos com o 4x4..br

ONDE FICAR Pousada Jeribá – jeriba.com.br Pousada La Vie Jeri – pousadalavie.com.br Hotel Hurricane – hotel-hurricane-jericoacoara.com Vila Kalango – vilakalango.com.br Essenza Hotel – essenzahotel.com.br Casa Fufi – casafufi.com.br

ONDE COMER

Freddyssimo – facebook.com/freddyssimojeri Bistrô Caiçara – Tel: (88) 99749-1000 Naturalmente – Tel: (85) 99700-6116 Cantinho da Tapioca – cantinhodatapiocajeri.com.br Romã Jericoacoara – facebook.com/romajericoacoara

PACOTES TURÍSTICOS FOTO: @VIAJANDOEMFERIAS

ADVENTURE CLUB – adventureclub.com.br CVC – cvc.com.br FLOT – flot.com.br SANCHAT TOUR – sanchatttour.com.br SUBMARINO – submarinoviagens.com.br

INFORMAÇÕES TURÍSTICAS

FOTOS: ©ISTOCK.COM

setur.ce.gov.br ceara.gov.br/turismo descubraceara.com.br portaljericoacoara.com.br



FOTO: © ISTOCK.COM / LEOARAUJO7

Serra capixaba tem clima de romance e todo o charme das montanhas

Com bucólicas paisagens, friozinho e colinas tingidas por incontáveis tons de verde, as cidades e vilarejos que se multiplicam pela região serrana do Espírito Santo são refúgios perfeitos para quem é romântico e para quem curte a natureza. Por FABIOLA MUSARRA


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Espírito Santo não se traduz apenas em cinematográficas praias e em sua famosa moqueca. O Estado também possui montanhas e o friozinho e o ar puro da serra. É verdade que o Brasil não abriga picos elevados como o Everest no Himalaia, os dos Alpes no centro-norte da Europa ou os da Cordilheira dos Andes, nos países situados no Oeste da América do Sul. Os tupiniquins são bem menores, mas nem por isso menos bonitos. E eles surgem em formatos de mesa, baús, pontões e monólitos gigantescos. Caso da Pedra Azul, na região serrana capixaba. Com monumentais 1.822 m de altitude, a imponente formação de granito e gnaisse é assim chamada por adquirir a coloração azul e esverdeada, cor que vai mudando durante o dia de acordo com a incidência da luz solar. Também conhecida como Pedra do Lagarto, está localizada na terceira maior área de Mata Atlântica do Brasil, no interior de um Estado que é possuidor de um dos três melhores climas do mundo, segundo a ONU. Com piscinas naturais, cachoeiras e uma pedra me-

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nor em forma de lagarto “agarrada” em sua encosta rochosa, a Pedra Azul é o principal “habitante” da Rota do Lagarto, em Arecê, um pequeno distrito de Domingos Martins. A vila é mais conhecida como Pedra Azul, um glamouroso lugarejo que concentra paisagens surreais, gastronomia impecável e os costumes e as tradições culturais dos imigrantes italianos e, em bem menor proporção, dos alemães. Com garra e persistência, essa gente trabalhadora ajudou a desenhar o País, sobretudo a partir do século 19, quando colonizou a região. Aliás, essa miniatura “italiana” do Vêneto e de Treviso de Domingos Martins tem no agroturismo um de seus pontos altos – a maioria das fazendas da vizinha cidade Venda Nova do Imigrante recebe visitantes, para os quais oferece tentações doces e salgadas produzidas em suas terras. O Espírito Santo também é o produtor de um dos melhores cafés do País – concorre com o Estado de

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Ao lado, uma das pontes da cidade de Vitória. Abaixo, a Pedra Azul, principal postal da região.

Minas Gerais. Por isso, na região não faltam lojas que comercializam os diferentes tipos da bebida feita a partir da seleção e torrefação de grãos semeados pelos seus proprietários, especialmente o Arábica. Os agricultores também abrem suas portas ao público, dando aulas sobre todas as etapas de fabricação do café, da coleta de grãos à exportação.

A rota

O acesso à região onde fica a gigantesca Pedra Azul (entenda, o principal postal da serra capixaba) e que também é a porta de entrada para as suas lindíssimas atrações é a Rodovia BR 262. É possível chegar lá de carro, de ônibus ou depois de contratar um tour das agências de viagens. Partindo de Vitória, o trajeto de mais de 90 km pela estrada até a vila de Pedra Azul inclui mágicas paisagens e um roteiro de sonho: a Rota do Lagarto. Ela começa no km 88 da BR 262, onde fica a Pousada e Restaurante Peterle, e se estende por mais ou menos 7 km até a Rodovia ES 164 por uma estrada repleta de flores e de tons de verde. Ao lado da pousada e perto do termômetro do início da rota está a Casa do Turista, o lugar certo para quem procura dicas sobre os tours turísticos de nove municípios das Montanhas Capixabas: Domingos Martins, Afonso Cláudio, Brejetuba, Castelo, Conceição do Castelo, Laranja da Terra, Marechal Floriano, Vargem Alta e Venda Nova do Imigrante. Além de informações, a Casa do Turista (27 + 3248-0035) também agenda passeios às trilhas e piscinas naturais do parque da Pedra do Lagarto. Para saber mais sobre os roteiros da região, você também pode acessar pedraazul.com.br e montanhascapixabas.com. Ou, baixar os aplicativos para IOS e Android guiaazul e montanhascapixabas. É a Rota do Lagarto que vai te conduzir ao distrito Aracê, onde está a majestosa Pedra Azul, no parque estadual de mesmo nome. Distante uns 50 km do centro de Domingos Martins, o vilarejo tem um clima romântico, friozinho e o ar puro das montanhas. Guarda ainda casas, construções e bemcuidados jardins, todos rodeados por flores e colinas verdinhas. Algumas edificações têm telhado coberto por grama, uma influência arquitetônica dos noruegueses que ali se instalaram. 25


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Pedra Azul, como a própria serra onde está inserida, tem bucólicas pousadas. A Rabo do Lagarto (rabodolagarto.com.br) é uma delas. A luxuosa pousada integra o Roteiros de Charme, da associação de mesmo nome. Todos os anos, a entidade sem fins lucrativos seleciona hotéis, pousadas e refúgios ecológicos do Brasil, segundo rígidos critérios quanto ao conforto, à qualidade dos serviços e à responsabilidade socioambiental. Suas 17 suítes com varanda têm vista para as montanhas, além de uma sala de estar e banheiro. Todas estão equipadas com tevê de tela plana, máquina de café expresso, frigobar, telefone, ar-condicionado e aquecedor. Algumas acomodações possuem lareira e ofurô; outras, banheira de hidromassagem. Como diferenciais, oferece um cardápio de perfumados sabonetes ao hóspede, servindo ainda o café da manhã na hora que ele desejar, incluindo a tarde e noite, em um bistrô com lareira. A refeição matinal também pode ser servida no quarto, assim como o cardápio gourmet do almoço e jantar.

A pousada possui dois ofurôs ao ar livre com água quente e um charmoso deque com vista panorâmica para as montanhas e para a icônica Pedra Azul, distantes apenas 5 km. Não é tudo. Fica entre colinas verdinhas, à beira da rodovia ES-164 e a poucos passos do quadrilátero São Paulino, onde tudo acontece nos finais de semana e feriados. O borbulhante quadrilátero é um point que se estende pela Rota do Lagarto e que abriga lojas e restaurantes com comidas da região, além de um food truck (o Taruíra) especializado em culinária alemã – seu cardápio inclui salsichas, hambúrgueres artesanais, batata rostie, torta de maçã e variados tipos de mostardas e de cervejas artesanais. Ali também funcionam o Tuía e o Marietta Delicatessen. Misto de restaurante e loja de artesanato, oferecem petiscos doces e salgados, licores e sorvetes caseiros, além de toalhas, panos de prato... Há, ainda, a Da Tutte Mani, que comercializa toalhas, almofadas e outras peças feitas por voluntárias do Instituto Yutta Batista da Silva. A entidade desenvolve projetos socioeducativos e ações sociais para melhorar a vida da população carente da região.

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Ponto de agito

À direita, cavalgada em trilha aos pés da Pedra Azul. Abaixo, a charmosa pousada de charme Rabo do Lagarto.


Se você gosta de doces, São Paulino é o lugar perfeito para saborear uma divina torta de morango, outro dos itens produzidos na região – todos os anos, em agosto, Pedra Azul sedia a tradicional Festa do Morango. A tentação é servida no restaurante anexo ao Degga Ofurô, no km 7 da Rota do Lagarto. Aproveite que está aí e conheça o ateliê onde o artesão João Luiz Sessa cria tinas de imersão, casas para pássaros, abridores de garrafa, baldes de gelo e outros objetos de madeira. Se a fome apertar e os petiscos não forem suficientes para cessá-la, o Alecrim Cozinha Artesanal, também no quadrilátero, é uma opção. Comandada por Cecília Cunha e marido, a casa oferece receitas criadas a partir de referências de pratos clássicos com toques da gastronomia francesa e italiana. Como charme a mais, tem um aconchegante terraço coberto que dá a sensação de a gente estar inserido no meio da Mata Atlântica. Mas, atenção: como a maioria dos restaurantes do vilarejo, tudo no São Paulino somente funciona de sexta-feira a domingo e nos feriados, exceto

nas férias escolares, quando muitos deles abrem todos os dias. Bem pertinho do quadrado, o Peccato della Montagna é uma das poucas exceções. Diariamente, o ristorante serve o almoço e o jantar, seduzindo o paladar dos frequentadores com um elaborado cardápio integrado por pratos típicos italianos.

Influência escandinava

Gosta de cavalgar? O que acha de fazer uma cavalgada ecológica em cavalos noruegueses da raça Fjord? Na Fjordland (fjordland.com.br) isso é possível. Na visita, aproveite para conhecer os estábulos e a fazendinha com animais domésticos, a horta orgânica, o berçário de plantas e ervas medicinais e a estufa onde são semeadas as mudas usadas na proteção dos recursos hídricos, na recuperação de áreas degradadas e na criação de áreas verdes. Na propriedade de uma falecida princesa da Noruega (ainda pertence à família de nobres escandinavos), funcionam ainda uma biblioteca e uma 27


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cozinha-escola que é palco de cursos abertos à comunidade, além de uma tulha, onde é possível acompanhar o processo de produção artesanal do Café Orgânico Heimen. Lembra das construções com telhados cobertos por grama que falei? Pois, aqui, todas as instalações são coloridas por eles. Outra coisa legal para conhecer em Pedra Azul é o Apiário Florin (apiarioflorin.com.br), propriedade de dez mil hectares de Mata Atlântica do agrônomo holandês Arno Wiering e esposa. No lugar, você vestido com o macacão de apicultor pode conhecer colmeias de diversas espécies de abelhas e aprender sobre o processo de produção do mel. Já a loja da propriedade comercializa mel de variados aromas e sabores (com direito à degustação), geleia real e licores e cachaças feitos à base de mel... Nas proximidades de Pedra Azul, mas já na cidade de Venda Nova do Imigrante, em Providência, ficam as lojas de artesanato e de delícias caseiras da Tia Claudia e da Tia Cila. A visita a esta última dá direito à provinhas de licores e de variados tipos de biscoitos que a dona da loja fabrica em fogão a lenha. A propriedade inclui ainda a Capelinha de São José, uma loja de móveis rústicos de madeira e um centenário jequitibá. Ainda em Providência, vale a pena dar um pulo 28

até a fazenda da Família Carnielli (carnielli.com.br), a pioneira no agroturismo da região. Diariamente, a sua loja recebe visitantes. Ali eles chegam para ver, comer e comprar produtos feitos na fazenda. São queijos, doces, iogurtes, linguiças e biscoitinhos, além de diferentes tipos de café Arábica, ob-


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À esquerda, o agronomo e sua esposa, dono do Apiário Florin, abaixo a Capelina de São José e acima a loja de artesanatos e biscoitos casaeiros da Tia Cila.

tidos a partir dos grãos cultivados há mais de cem anos pela família. Já ouviu falar de socol? Não? O embutido de lombo suíno, que se assemelha ao italiano culatello, é um dos campeões de venda da Carnielli. Sua receita foi inspirada no ossocolo, produzido na região de Treviso, na Itália. Após ser temperada com sal, pimenta-do-reino e alho, a iguaria é curada por seis meses. O socol também é o carro-chefe do Sítio da Família Lourenção (lourecao.com.br), uma das mais tradicionais produtoras do Espírito Santo. Tia Cacilda, como é conhecida a nona da propriedade, conta que era hábito das famílias de imigrantes fazer o ossocolo. Ela mesma aprendeu a fabricar o embutido com os avós italianos. Sorridente, a nona ensina que, com o passar dos anos e devido às diferenças de pronúncia, o ossocolo passou a se chamar socol. Depois da aula de Tia Cacilda, nada melhor do que provar a iguaria na loja da família, que comercializa ainda uma grande variedade de doces, geleias e conservas, pestos e antepastos, além de licores e limoncello.

Tempos difíceis

Degustações à parte, Venda Nova do Imigrante é considerada a capital nacional do agroturismo. Pela cidade de pouco mais de 20 mil habitantes e pelo seu entorno espalham-se fazendas de tradicionais famílias, a maioria delas integradas por descendentes de imigrantes Italianos. Assim como a maioria dos municípios da região serrana, esta cidade foi colonizada por eles, que vieram sobretudo das províncias de Treviso e Vêneto, na Itália. Para você ter uma ideia, até a década de 1940, todos os habitantes da localidade eram descendentes de italianos, e só falavam o vêneto, idioma usado na região de mesmo nome no Nordeste da Itália. Os primeiros imigrantes chegaram em meados de 1892. Devido às dificuldades de uma época em que não existiam as comodidades e tecnologias dos dias atuais, eles se uniram e construíram escolas, igrejas e até uma usina geradora de energia elétrica, capaz de movimentar máquinas de beneficiamento de café e iluminar casas e demais construções. Essas mesmas dificuldades, além das de comunicação e transporte, fizeram com que os italianos fabricassem os próprios alimentos e bebidas, como queijos, pães, massas, biscoitos, geleias, vinho, 29


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Produtos do agrotursimo.

aguardente e café, desenvolvendo o agroturismo na região. Responsável pelo crescimento da economia e do turismo local, o setor atualmente reúne mais de 80 produtores, cada um deles com suas peculiaridades. Os produtores fazem parte do Agrotur – Centro de Desenvolvimento Regional do Agroturismo (agrotur. com.br), entidade criada em 1993 e que, entre outras iniciativas, organiza roteiros de visitação às propriedades rurais. A região abriga ainda orquidários, laticínios, fábrica de cerveja artesanal e cachaçaria. Você também pode obter dicas sobre o que fazer em Venda Nova do Imigrante no Posto de Informações Turísticas, na Av. Evandi Américo Comarela, 75, no centro da cidade e em frente à rodoviária. Ainda no centro de Venda Nova do Imigrante, vá até a Caprinova. Situada na Av. Domingos Perim, 593 - a loja comandada por Carmem Feitosa Alto se destaca pela produção artesanal de sabonetes de leite de cabra com extratos vegetais. Dona Carmem também produz o próprio socol, uma receita aprendida com os antepassados nascidos no Tirol, em Trento, Norte da Itália, onde em cada comuna os costumes culinários tinham suas particularidades. “Aprendi a usar os temperos com a minha mãe. É uma herança fantástica”, orgulha-se. Outro sucesso da loja são as geleias de abacaxi, em versões com pimenta, gengibre, limão siciliano, mexerica e laranja. A Caprinova também fabri30

ca antepastos de tomate seco, berinjela e palmito e molhos (al suggo e de laranja com hortelã), além de vender artesanatos feitos com retalhos de tecido, lembrancinhas perfeitas para dar de presente. Na cidade também não deixe de tomar um cafezinho no Café Seleção do Mário (cafeselecaodomario.com.br), considerado como um dos melhores da região por sua excelente qualidade. O diferencial dos produtos desenvolvidos pelo casal Mário Zardo e Lucineia começa com a seleção dos grãos, feita à mão e separados um a um. Depois, o café vai para uma torradeira, onde fica de 12 a 15 minutos, a uma temperatura que varia entre 200ºC e 225ºC. Com o mesmo grão, é possível fazer diversos tipos de torra, que resultam em sabores diferenciados. No total, a propriedade gera cerca de cinco a seis toneladas de grãos por mês. Especializada na produção, venda e exportação de grãos de café especial, inclusive pela internet, a empresa hoje abastece cafeterias de capitais e cidades brasileiras. Vale mesmo a pena saborear o café do Mário. Assim como se deixar seduzir pela gente de bem com a vida que mora nas vilinhas e cidades de contos de fada que se intercalam pelas montanhas do Espírito Santo. Pegue roupas de frio e coloque na bagagem. Prepare-se para ganhar uns (ou muitos) quilos a mais e vá conhecer a mágica serra capixaba. Vai se apaixonar com certeza!


COMO CHEGAR

A porta de entrada para a Rota do Lagarto fica no km 42 da BR 262. Para ir de carro às cidades da região, saindo de Vitória, você deve seguir em direção ao centro da capital para atravessar a segunda ponte. Mantenha-se nas duas faixas da direita e pegue a rampa de acesso para Belo Horizonte/Rio de Janeiro/Cariacica. Prossiga na BR 262 até o Km 42. Já os ônibus da Viação Águia Branca, a única empresa que faz o trajeto entre Vitória e Domingos Martins, partem do antigo Terminal Aquaviário, também conhecido como Terminal Dom Bosco (na realidade, é um ponto de ônibus), na Av. Marechal Mascarenhas de Moraes. Vale lembrar que outros ônibus que saem da Rodoviária de Vitória não vão até o centro de Domingos Martins, somente passam pelo trevo onde fica o portal da cidade. De lá até o centro são três quilômetros, trajeto que pode ser feito de um táxi, a pé ou pegando um outro ônibus para chegar até o centro.

ONDE FICAR

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Rabo do Lagarto – rabodolagarto.com.br Pousada Pedra Azul – ppazul.com/pt-br Pousada e Restaurante Peterle – pousadapeterle.com.br Chez Domaine Pousada Orgânica – domaine.com.br Eco Pousada Quaresmeiras – ecopousadaquaresmeiras.com.br Pousada Caminho das Flores – facebook.com/Pousada-Caminho-dasFlores-1208300732615568 facebook.com/caminho.dasflores.9

ONDE COMER

Alecrim Cozinha Artesanal – facebook.com/alecrimcozinhaartesanal Bistrô Chez Lagarto – pousadarabodolagarto.com.br Peccato della Montagna – peccatodellamontagna.business.site Restaurante Quinta dos Manacás – quintadosmanacas.com.br/o-restaurante Taruíra Food Truck – facebook.com/taruirafoodtruck

DICAS

PEDRA AZUL Fjordland – fjordland.com.br Apiário Florin – apiarioflorines.com.br VENDA NOVA DO IMIGRANTE Fazenda Carnielli – carnielli.com.br/st Sítio Lorenção – lourecao.com.br Caprinova – Av. Domingos Perim, 593 - Centro - Tel. (28) 3546-1239 Café Seleção do Mário – cafeselecaodomario.com.br

PACOTES TURÍSTICOS AZUL VIAGENS – azulviagens.com.br CVC – cvc.com.br ORINTER TOUR – orinter.com.br

INFORMAÇÕES TURÍSTICAS

descubraoespiritosanto.es.gov.br

A jornalista Fabíola Musarra viajou às Montanhas Capixabas a convite da Pousada Rabo do Lagarto.

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CLIMA

Pedra Azul do Aracê, no município de Domingos Martins, possui o terceiro melhor clima do mundo, segundo a ONU. De modo geral, as temperaturas médias anuais são amenas, variando de 20ºC a 12ºC .

Pousada Aracê – pousadaarace.com.br Aroso Paço Hotel – aroso.com.br Bristol Vista Azul – Cinco Estrelas – bristolvistaazul.com.br Flat em um eco-resort – bristolvistaazul.com.br Apart-Hotel Luxo Pedra Azul (Hotel Bristol Vista Azul) – bristolvistaazul.com.br

FOTO: FABIOLA MUSSARA

Serviço


No Oeste do ParĂĄ, SantarĂŠm guarda segredos e seduz

com seus encantos


Terceira mais populosa do Estado, a cidade de aproximadamente 350 mil habitantes tem seus próprios enigmas, reservando surpresas a quem vai conhecê-la de perto.

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POR FABÍOLA MUSARRA


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antarém é uma cidade intrigante. Se fosse uma mulher, eu diria que ela, com todos os seus contrastes, guarda segredos e fascínios únicos. Para desvendá-los, só mesmo pessoalmente. O mais sedutor deles: o encontro do azulzinho Tapajós com o marrom barrento do Amazonas, rios que correm paralelos sem se misturar ao longo de alguns quilômetros da orla fluvial da cidade e que fazem parte de sua paisagem urbana. Quem mora lá, não dá muita importância. Mas, a beleza cinematográfica deste cantinho santareno hipnotiza qualquer visitante. A mesma avenida banhada pelo Rio Tapajós, ao lado da central Praça Barão de Santarém, abriga o Centro Cultural João Fona, também conhecido como Museu de Santarém, que resgata a história da cidade desde a sua criação até os dias atuais. Sua construção começou em 1853, sendo concluída em 1867. Foi inaugurado no ano seguinte pelo engenheiro Marcos Pereira. Ao longo dos anos, o casarão em estilo colonial abrigou a Câmara Municipal, a Prefeitura, o Fórum de Justiça e a Cadeia Pública. É uma das construções mais antigas da cidade. Desde 1991, é a sede do Centro Cultural João Fona. Em seu interior, é possível desbravar um valioso tesouro de Santarém, desde peixes fossilizados, restos de sambaquis e objetos (e fragmentos deles) de cerâmica de diferentes etapas da cultura tapajônica até peças do artesanato indígena de tribos que primitivamente povoaram a região e utensílios usados para castigar os escravos. Entre outros itens, seu acervo também reúne esculturas em madeira, fotografias, jornais, livros e coleção de moedas de diferentes períodos históricos, além de móveis que pertenceram aos antigos Fórum de Justiça (o Salão do Júri ainda está lá, intacto) e Câmara Municipal. Há, ainda, exposições de artistas contemporâneos e uma ala inteiramente dedicada ao Festival do Çairé, um dos mais emblemáticos da Região Norte do Brasil. À esquerda do centro cultural, você vai encontrar a Praça Mirante do Tapajós, recém-batizada como Fortaleza do Tapajós. Com canhões originais, a fortaleza, construída entre os séculos 17 e 18, foi erguida a mando de Portugal para defender o Brasil de invasões nos tempos de Colônia e Império. Ao término da praça há um mirante, de onde Santarém, com suas coloridas casas, embarcações e barzinhos à beira-rio exibe a sua beleza a perder de vista.

Nos fins de semana e feirados, o lugar é palco de música ao vivo. Sinônimo de paquera, fervilha de animação e transborda de gente bonita. Espaço democrático, o point da galera descolada também recebe dezenas de famílias com os seus pequenos à tiracolo. Ainda no centro, no sentido oposto ao mirante, está a Praça Monsenhor José Gregório, com a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a padroeira da cidade. Construída em 1761 em estilo colonial português, guarda uma imagem da padroeira de 1759, doada pelo então governador Francisco Xavier de Mendonça Furtado, que visitou a região para definir os limites entre os territórios de Portugal e Espanha, segundo o Tratado de Madri. Atualmente, a construção mais


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Acima, vista de Santarém, cidade que integra quilômetros de rio à sua paisagem urbana. Abaixo à esquerda, o interior do Museu de História e Arte Sacra, que exibe imagens, quadros e indumentárias religiosas; e à direita artesanato da região, com forte influência indígena.


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antiga de Santarém passou por restauração em 2018 – a igreja foi erguida próxima ao lugar onde ficava a capela de mesmo nome, feita em taipa em 1661, no então Largo do Pelourinho, no centro da antiga vila, a atual Praça Rodrigues Santos, a principal da cidade. Originalmente, este espaço foi o centro de uma aldeia indígena. Chamava-se Ocara Açu, que significa praça principal. Após a catequização dos índios pelos jesuítas, foi rebatizada como Upana Ocara, que quer dizer Praça de Deus. Nomes e ocupações à parte, a praça é o berço onde nasceu e a partir do qual se desenvolveu Santarém. Nela, desembarcou o fundador da cidade, o padre João Felipe Bettendorf. Foi a seu mando que, anos depois, a primeira capela em homenagem à Nossa Senhora da Conceição foi erguida. Anexo à Matriz, o Museu de História e Arte Sacra exibe aproximadamente 330 peças da arte religiosa de Santarém, entre imagens, quadros e indumentárias. Em frente à igreja, quiosques expõem peças do artesanato local. São redes, mantas, centros de mesa, cestarias, chapéus, biquínis... Nas imediações da praça, lojas de roupas femininas e masculinas fazem a festa de quem gosta de consumir. Perto dali ficam o Cristo Rei – Centro de Artesanato do Tapajós e o Mercadão 2000. O primeiro é o endereço certo para quem deseja conhecer o trabalho de artesões de Santarém e de comunidades da região. Suas 15 lojas vendem desde cestarias, cerâmicas e muiraquitãs (símbolo de fertilidade e sorte) a licores, bombons e doces típicos, passando pelas cuias pintadas e bordadas à mão, consideradas patrimônio cultural do Pará. O espaço conta ainda com balcão de informações, sorveteria, lanchonete e caixas eletrônicos. Já o mercado traduz em cores, perfumes, sabores e formas como vivem os santarenos. Em seu interior espalham-se barracas que comercializam de tudo, de peixes amazônicos usados na gastronomia local até carnes, verduras, frutas e flores. Sem esquecer a grande estrela das mesas de Santarém: a mandioca, usada para fazer receitas bem regionais: a farinha, a goma, o tucupi, o tacacá e o beiju, uma iguaria de origem indígena, feita com a tapioca (fécula da mandioca). O Mercadão 2000, que é público e o maior da cidade, abriga ainda lojas de roupas, de brinquedos e de raízes, óleos, essências e remédios naturais feitos com ervas e com plantas medicinais que prometem curar todos os males da humanidade, de ressaca a reumatis-


Ao lado, a Matriz de Santarém, construção mais antiga da cidade. Abaixo à esquerda, o Mercadão 2000, e à direita, o Rio Tapajós com o Porto.

mo. Em frente ao mercado, a Feira do Pescado reúne toda a diversidade de peixes de rios e lagos da região. Entre as espécies ali encontradas filhote, tambaqui, pirarucu, pirapitinga, surubim, matrinxã, pacu e jaraqui. A margem direita do Tapajós é ainda o lar do Porto de Tapajós, por onde ecoam grande parte dos grãos cultivados em solo paraense rumo ao Estado do Amazonas. Mas, os gigantescos navios que em suas águas atracam e que delas partem também transportam soja, arroz, milho e até madeira e produtos minerais para países como a China, a Rússia e o Japão, só para citar alguns. O porto é ainda a porta de entrada para as centenas de turistas que chegam à cidade em cruzeiros transatlânticos.

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Sem placas nem sinalização

Santarém é a terceira cidade mais populosa do Pará, perdendo apenas para a capital Belém e Ananindeua, o principal centro urbano, financeiro, comercial e cultural do Oeste do Estado. Mesmo assim, tem pouquíssimos semáforos. E ainda menos sinalizações. Placas com o nome de identificação nas ruas? Nem pensar. Procuro saber como um turista pode andar em Santarém, e a melhor resposta que recebo é para que ele traga o endereço e o Google Maps, o app que o orientará como chegar ao local desejado. Os santarenos afirmam ainda que existem os postos de informação turística e que os taxistas conhecem bem a cidade. Aceito a explicação e os argumentos, mas eles não me convencem e me parecem ser insuficientes para que um visitante consiga se localizar em Santarém, uma metrópole que a cada dia se renova e que não para de crescer. Contraste que também chama a atenção são os altos edifícios que começam a despontar nos bairros periféricos da cidade. Santarém abriga construções baixas, com quatro, cinco andares, no máximo. E uma lei proíbe a construção de prédios altos nos quatro quarteirões situados em frente à orla fluvial do Rio Tapajós. É exatamente por isso que os arranha-céus não combinam com a paisagem arquitetônica da cidade, ainda integrada por construções e casarões históricos. A falta de planejamento urbano e o resultado dessa ausência é bem conhecido por muitos outros municípios brasileiros, onde o céu mal pode ser visto e o trânsito é caótico. Santarém, contudo, ainda tem tempo para impedir que o crescimento desordenado e desenfreado invada as suas ruas, destruindo os seus 37


FOTO: SIDNEY OLIVEIRA

espaços verdes e a sua invejável natureza, arrasando ainda com os marcos e os traços históricos desenhados em seu passado. Por falar em história, saiba que foi durante o período colonial que Portugal começou a ocupar os territórios na Amazônia, assegurando a sua hegemonia e posse das terras brasileiras – as primeiras povoações às margens do Rio Tapajós e seus afluentes foram fundadas no século 17. A aldeia de Tapajós foi uma delas. Fundada em 1639, na foz no Rio Amazonas, se desenvolveu e hoje é Santarém, uma cidade onde as cores, aromas e sabores satisfazem todos os sentidos.

Comunidades ribeirinhas

Distribuídas pelo território santareno, pulsam vibrantes comunidades santarenas. Com características únicas, vivem do fruto do que cultivam e produzem. A comunidade São Francisco do Canarapari é uma delas. Localizada no distrito do Eixo Forte de Santarém, é incentivada há mais de dez anos por empresários a praticar uma economia sustentável. O que produzem? Lembram-se da mandioca? Sim, aqui existe uma Casa de Farinha. Afinal, em solo paraense nascem 250 variedades da raiz nativa do Estado. Da mandioca nada se perde: 38


FOTO: ©ISTOCK.COM / ROMAN_RAHM FOTO: SIDNEY OLIVEIRA / AGENCIA PARÁ

À esquerda, o boto um dos grandes encantos do Rio Tapajós, abaixo, mais representações do rico artesanato local. E à direita, comunidades ribeirinhas

da folha à raiz, tudo é aproveitado. É transformada em goma e tucupi no tacacá, tapioca e beiju para serem saboreados no café da manhã. É usada para fazer bolos, mingaus e até bebidas alcoólicas. Por isso, é impossível falar da gastronomia regional sem citar a mandioca – dificilmente você encontrará pratos que não sejam feitos ou acompanhados por ela. A Casa de Farinha é comandada por seu Bené e a esposa Sebastiana, uma das 45 famílias que vivem nesta comunidade de 120 hectares. Ao lado dos filhos, o casal planta e colhe a raiz, que posteriormente é submetida à raspagem, colocada de molho na água, triturada e prensada. “Produzimos duas sacas de 60 quilos de farinha a cada 15 dias, além de alguns subprodutos: a goma e a farinha de tapioca. Assim, geramos renda para a nossa família”, orgulha-se seu Bené. Já na comunidade Santa Luiza vivem 25 famílias, num total de 110 pessoas. Entre eles, Paulo Sérgio Castro, um dos apanhadores de açaí, cupuaçu e taperebá (cajá). As árvores são bem altas e o trabalho não é dos mais fáceis. Mas é interessante de testemunhar. Se ficou interessado, a comunidade está situada no km 13 da Rodovia Everaldo Martins (PA-457). A viagem pode ser

feita de carro ou de ônibus e dura em média meia hora. Por sua vez, a comunidade de Anã produz mel e peixes. “Começamos a criar peixes aprendendo a fazer a ração”, conta Maria Odila Duarte, coordenadora do Projeto Musa – Mulheres Unidas Sonhadoras em Ação. “Hoje, nossa produção garante a sobrevivência das 95 famílias que aqui vivem”. A comunidade é só uma das 75 que dividem um vasto território banhado pelo Rio Arapiuns. Só é possível chegar à região pelo rio. Se você quiser conhecer esse lindo lugar, pode contratar os serviços de Gilgledson Oliveira no Terminal Turístico de Santarém. Você pode entrar em contato pelo Instagram, o endereço é Gledson Turismo. No Facebook, facebook. com/gilgledson.maiadeoliveira. Em uma embarcação com capacidade para 40 pessoas, Gilgledson realiza diversos passeios aquáticos, todos incluem o encontro entre os rios Tapajós e Amazonas e, na maioria das vezes, dão direito a ver botos. Os passeios podem ter ou não refeições a bordo e só podem ser feitos com pelo menos 20 pessoas. As saídas são às 9h e o retorno a Santarém acontece às 17h. O tour até Arapiuns é bem legal. Além de você ficar conhecendo a comunidade de Anã, te conduz a um banho na Ponta do Icuxi, uma das paisagens mais bonitas de Santarém. 39


Até agora, falei de algumas atrações turísticas de Santarém, mas não mencionei a sua principal estrela: o Rio Tapajós. Nem é preciso olhar no mapa da cidade, do Pará e do Amazonas para entender isso. Majestoso, o rio de águas transparentes tem seus caprichos: muda de cor conforme a hora do dia e a incidência do Sol, indo de tons de azul a multicoloridas tonalidades de verde. No pôr do sol, veste-se de dourado. À noite e de madrugada reflete o prateado da Lua. O Tapajós nasce em Mato Grosso, banha parte do Pará e desagua no Rio Amazonas, em frente à cidade de Santarém, a cerca de 695 km de Belém. Tem aproximadamente 1.900 km de comprimento e suas margens, direita e esquerda, são tão distantes uma da outra que a gente nem consegue ver o outro lado do rio. A maior parte dele está em terras paraenses, enquanto a sua porção superior (Sul) faz a divisa dos estados do Pará e do Amazonas. Independentemente de suas idas e vindas, o rio é uma passarela mágica que conduz embarcações de todos os tamanhos a cenários de beleza inimaginável. Caso de Alter do Chão, uma charmosa vila de 40

pescadores pertencente a Santarém. Fundado pelo português Pedro Teixeira em 1626, este pedacinho de solo, bem antes disso, abrigou a antiga aldeia onde viviam os índios borari, os habitantes da região. Mais tarde, quando elevado à condição de vila, o distrito foi rebatizado como Alter do Chão, um nome de origem portuguesa. O Tapajós, porém, não é a única via de acesso a esse encantador vilarejo situado à margem direita do rio. Você também pode chegar até lá, partindo de Santarém, pela Rodovia Everaldo Martins (PA-457). São aproximadamente 37 km de distância. A viagem vale a pena! Conhecida como Caribe Brasileiro, Alter do Chão é o principal ponto turístico de Santarém – em 2009, foi eleita pelo jornal britânico The Guardian a mais bonita praia de água doce do mundo. Logo na entrada da cidadezinha, você vai dar de cara com a Ilha do Amor, uma falsa ilha (na realidade, é um istmo) de areia branquinha que somente é acessível por caminhada em novembro, quando as águas do Tapajós baixam. Fora disso, você terá de fazer a travessia a nado ou contratar o serviço para um barquinho te levar até lá, um trajeto que demora menos de cinco minutos.

FOTO: ÁDRIO DENNER / AD’PRODUÇÕES

A beleza surreal do Tapajós


FOTO: ©ISTOCK.COM / ELPIDIO COSTA JUNIOR

Ao lado, com uma paisagem exuberante, a Ilha do Amor. Abaixo, o Tapajós com seus quase dois quilômetros de extensão.

Na chegada, as águas translúcidas e mornas do Tapajós te convidam a banhos e aos mergulhos, enquanto os quiosques com cardápios amazônicos e guarda-sóis te aguardam, abraçados pela natureza irretocável do lugar, pelo céu de intenso azul e por muito sol. Imperdível também é o passeio de canoa pelo Lago Verde, também conhecido como a Floresta Encantada, uma mata de igapó que fica inundada durante seis meses por ano. Por isso, o tour somente pode ser feito entre os meses de fevereiro e julho. Atrações que brilham pela margem direita do Tapajós e que também merecem a visita são o Igarapé do Macaco e a Ponta do Cururu, uma lindíssima praia que não oferece infraestrutura turística. Para chegar, é preciso contratar um passeio de barco ou de lancha. De volta à terra firme, se ainda tiver fome, passe na central Praça Sete de Setembro, onde barraquinhas servem tacacá, vatapá, maniçoba e outras iguarias da região. Pelas ruas da vila, por sinal, multiplicam-se bares e restaurantes, alguns com preços acessíveis como o Espaço Alter, com caprichado cardápio e atrações


musicais – promove shows, noites de dança e eventos que agitam a noite da cidade. Para preservar as tradições e a cultura do Pará, a programação musical do restaurante sempre inclui a apresentação de um grupo de carimbó. A casa tem decoração rústica, amplo espaço ao ar livre, varanda com vista deslumbrante, shows musicais e comida da melhor qualidade. De sua culinária contemporânea elaborada com ingredientes locais, destaque para o Pirarucu Recheado, o Tucunaré com Legumes, o estrogonofe de camarão rosa, a coxinha de legumes e o pudim de cumaru. Para abrir o apetite, a cachaça de jambu. A bebida, forte e feita com a fruta da região, literalmente vai te deixar atordoado (entenda melhor, completamente tonto). Os peixes amazônicos fresquinhos também são a vedete do Restaurante Butikin Alter, na Praia do Cajueiro, a dez minutos do centro. Os pratos principais são acompanhados, a exemplo do que acontece nos demais restaurantes paraenses, por arroz e uma deliciosa (e engordativa) farofa preparada com farinha de mandioca e banana. Entre as opções para petiscar, bolinhos de piracuí (farinha de peixe). Uma dica: não vá embora sem experimentar os sorvetes de frutos regionais, como o de cupuaçu com leite condensado. Ainda na vila, outra opção é o Restaurante do Alter Hotel. Ele funciona no interior do empreendimento situado em uma das praias mais bonitas do Lago Verde, a cerca de 1 km de Alter do Chão. Os pratos oferecidos em seu cardápio combinam exóticos temperos da floresta com uma grande variedade de peixes frescos e frutas da região, como o açaí, o bacuri, o cupuaçu, o jambu, a pupunha, o guaraná, a jaca, a manga, o mucuri, o sapoti e o taperebá. Também serve pratos da cozinha internacional. Alter do Chão é mais do que excelente gastronomia e praias estonteantes. É cultura também. Todos os anos, em setembro, promove o Festival do Çairé, um dos mais tradicionais do Norte do País. Realizada há 330 anos, a manifestação acontece em louvor ao Divino Espírito Santo e é marcada pelo religioso e profano, incorporando ainda elementos da natureza e do folclore indígena. Sua programação inclui o ritual da busca dos mastros realizado pelos moradores da vila, ladainha, procissões e rituais que lembram os povos indígenas, além do Festival dos Botos, no qual a lenda regional do mamífero sedutor que se transforma em homem e engravida mulheres solteiras é encenada pelos Botos Tucuxi e Cor-de-Rosa. Com duas torcidas organizadas como as de Parintins (AM), a competição dos dois grupos é um show de cores, luzes, carimbó e criativas alegorias. Vale a pena assistir ao espetáculo. É ir e comprovar! 42

FOTOS: MAURO NAYAN / AD’PRODUÇÕES

A gastronomia é um capitulo à parte na região. De Tacacá a Pudim de Cumaru, é impossível não se apaixonar pelos sabores e aromas locais.


Serviço Encontro das Águas: Orla fluvial de Santarém, margem direita do Rio Tapajós. O encontro das águas azul-esverdeadas do Rio Tapajós com as águas barrentas do Rio Amazonas é um fenômeno natural no qual dois rios correm lado a lado por uma longa extensão, mas não se misturam. O fato ocorre em decorrência da temperatura e densidade das águas. Centro Cultural João Fona: Av. Adriano Pimentel s/nº Prainha. Tel. (93) 3523-0658. Funciona de segunda a sextafeira, das 8h às 17h. Cristo Rei: Centro de Artesanato do Tapajós: Av. Barão do Rio Branco, 375, Santa Clara. Tel. (93) 3523-1925. Funciona de segunda-feira a sábado, das 9h às 21h. Domingos e feriados, das 14h às 20h. Mercadão 2000: Av. Tapajós s/nº, com Trav. Prof. Carvalho. Porto de Santarém: Ponta do Salé, à margem direita do Rio Tapajós e a cerca de 3 km da confluência com o Rio Amazonas. É administrado pela Companhia Docas do Pará. Terminal Fluvial Turístico: Av. Tapajós s/nº, centro. Funciona de segunda-feira a sábado, das 8h às 22h. Domingo, das 14h às 22h. Centro de Informações Turísticas: Av. Tapajós s/nº, Laguinho (orla da cidade, próximo à Companhia Docas do Pará). Funciona de segunda-feira a sábado, das 8h às 20h.

ONDE FICAR

SANTARÉM Barrudada Hotel: Rua Mendonça Furtado, 4.120 Liberdade. Tel. (93) 3523-1990 barrudadatropicalhotel.com.br Vila de Alter Pousada Boutique Amazônia: Rua do Sol, 282 - Pefu - Alter do Chão. Tel. (93) 99212-2338 viladealter.com.br

FOTOS: RODOLFO OLIVEIRA / AGÊNCIA PARÁ

ONDE COMER

SANTARÉM Casa do Saulo: Rodovia Interpraias s/nº, km 4 - Curuatatuba - São Francisco do Carapanari. Tel. (93) 99224-4691. Funciona de terça-feira a domingo, das 10h às 17h. Restaurante Piracema: Av. Mendonça Furtado, 73 Prainha. Funciona de terça-feira a sábado, das 11h às 15h, e das 19h às 23h30. Aos domingos, das 11h às 16h. Tel. (93) 3522-7461 restaurantepiracema.com.br. Bar Mascote Restaurante: Praça do Pescador, 145 Centro. Tel. (93) 99146-4996. ALTER DO CHÃO Restaurante do Alter Hotel: Rua Pedro Teixeira, 500. Tel. (93) 3527-1230. beloalter.com.br/o-restaurante.html. Espaço Alter: Rua Lauro Sodré, 74. Tel. (93) 9840-1614. Restaurante Butikin Alter: Rua Lauro Sodré, 125 Praia do Cajueiro. Tel. (93) 9967-5105. TY Comedoria e Bar: Rua Lauro Sodré, 441. Tel: (93) 98401-6144

A jornalista Fabíola Musarra viajou a Santarém e a Alter do Chão a convite da Secretaria Municipal de Turismo de Santarém (Semtur) e da Secretaria de Estado de Turismo (Setur-PA).

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• VIVÊNCIA • CONFORTO • CHARME • @viladelter

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QUAL VIAGEM

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Aurora do Tocantins

levenaviagem.com.br Por Luisa Galiza

MUITAS BELEZAS ESCONDIDAS Situada na região Sudeste do Tocantins, a 486 km de Brasília e a 530 km de Palmas. Para quem sai do DF, siga sentido Chapada dos Veadeiros, e para quem sai da capital de Tocantins, desça o estado pela BR 010. A cidade recebeu o nome de Aurora por conta da Serra Geral que a circunda, fazendo com que o sol apareça um pouco mais tarde e com uma luz única. Para quem gosta de explorar lugares desconhecidos, esse roteiro é uma dica de ouro! SERRAS GERAIS As serras são outro ponto forte da região, e a cidade dos totens é uma atração a parte, com um visual único da natureza árida do cerrado brasileiro. PRAINHA DO PEQUIZEIRO Outro lugar incrível, que esconde poços de água azul-turquesa que muitos amantes do ecoturismo nunca ouviram falar.

RIO AZUIS Considerado o menor rio do país (segundo o Guinness Book) e um dos menores do mundo, com extensão de apenas 147 metros. Uma beleza indescritível, com água totalmente cristalina, característica de muitos locais incríveis no Tocantins. DUNAS As dunas da cidade são incríveis para ver o pôr do sol.

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Pode vir quente que estou fervendo!


Caldas Novas está localizada bem ao sul do estado de Goiás e é o paraíso das Águas Quentes. Ela possui o quarto maior número de leitos em hotéis do Brasil e reúne dezenas de parques aquáticos com água quente.

FOTO: JULIO GONÇALVES

POR CLÁUDIO LACERDA OLIVA


C

aldas Novas é uma cidade que desponta nacionalmente como destino para turismo familiar não por acaso. Com a chegada das férias, a busca por destinos que ofereçam hospedagem de qualidade, lazer para as crianças e atividades para pessoas de todas as idades aumenta. A cidade das águas termais reúne esses e outros atrativos, preservando o estilo interiorano, sem ficar devendo a outros locais reconhecidamente turísticos no Brasil. A origem das águas de Caldas Novas remonta a 600 milhões de anos quando um vulcão, hoje extinto, ainda expelia lavas incandescentes, cinzas e gases. Esteve em atividade por milhares de anos até se extinguir completamente. Com o passar do tempo, a erosão provocada pelas fortes chuvas e pelo vento, foi corroendo as bordas de cratera até aterrá-la completamente. O calor e a grande pressão interna dos gases acumulados abriram rachaduras na base da montanha e por elas eram expelidos vapor d’água formando “geisers”. Com a diminuição da atividade vulcânica e da pressão dos gases internos, os jatos de vapor também diminuíram e finalmente passaram apenas a jorrar água quente pelas trincas nas rochas em três locais distintos, distantes alguns quilômetros uns dos outros: Caldas Velhas, Pirapitinga e Caldas Novas. Somente em 1722 é que estas águas quentes foram descobertas. Quem as encontrou foi o sertanista Bartolomeu Bueno da Silva, filho do bandeirante Anhanguera, que procurava ouro e pedras preciosas. Não encontrou os tesouros desejados, mas descobriu as fontes termais de maior vazão em todo o mundo!

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Como se formam as águas quentes? O maior estudo sobre o termalismo de Caldas Novas foi realizado pela empresa estatal Furnas Centrais Elétricas, em função da possível influência da barragem da Usina Hidrelétrica Corumbá I sobre o lençol termal da região, que estaria sob o risco de esfriar. De acordo com Furnas, o fenômeno das águas quentes decorre de características geológicas e topográficas peculiares. As águas são aquecidas com o calor proveniente do interior da Terra, em camadas profundas da crosta terrestre. O subsolo da região é constituído por camadas de xisto e quartzito, ambos impermeáveis. Entretanto, estas rochas têm consistências diferentes: o xisto é uma formação rochosa mais plástica é mais moldável pelas forças exteriores; já o quartzito é uma rocha mais rígida, sob pressão, permitindo a formação de grandes conjuntos de fraturas. É nesta camada de quartzito onde se encontram os reservatórios de águas termais. O processo de formação do aquífero termal se inicia com a infiltração da água da chuva no topo das Serras de Caldas e da Matinha, que estão a cerca de mil metros de altura em relação ao nível do mar. A água quente, confinada sob as camadas de xisto e quartzito, está submetida a uma pressão muito grande, equivalente à pressão de uma coluna d’água de mais de 600 metros de altura (desde onde se encontra confinada até o topo das Serra).


Muita diversão e atração

Se essa é sua primeira ida a Caldas Novas com a família, indicamos algumas coisas típicas da cidade e atrações imperdíveis: Pode vir quente que eu estou fervendo! Caldas Novas é um dos mais importantes polos turísticos do estado de Goiás e talvez seja o Top 10 no Brasil. Sua infraestrutura hoteleira conta hoje com mais de 120 hotéis, das mais diversas categorias, desde os mais sofisticados até os mais simples, todos dotados de piscinas termais para uso de seus hóspedes. Além das águas quentes, principal atração da cidade, existem outros pontos turísticos que merecem destaque:

Parque Estadual da Serra de Caldas Novas O Parque Estadual da Serra de Caldas Novas (PESCAN) está localizado entre os municípios de Caldas Novas e Rio Quente, no sudeste goiano e distante somente 5 km do centro de Caldas Novas e a 174 km de Goiânia. Possui uma área de 123 km2 em formato elipse, sendo o topo constituído de um grande platô, as laterais com encostas que formam muralhas naturais, e o sopé da serra que faz divisão com fazendas e loteamentos urbanos. Foi criado no ano de 1970, com o objetivo maior de proteger a área de captação da chuva que abastece o lençol termal, principal agente no desenvolvimento do complexo turístico e de lazer que se estabeleceu na região, fazendo dos municípios de Caldas Novas e Rio

FOTO: JRACHEL & GARY DE LEÓN/OWN WORK/CREATIVECOMMONS.ORG/LICENSES/BY-SA/3.0/WIKIMEDIA COMMONS

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O Parque da Serra de Caldas oferece fauna e flora preservados do Cerrado Goiano, além de trilhas e cachoeiras

Quente, o maior complexo hoteleiro do mundo a utilizar estes recursos termais em associação ao turismo. Considerado pequeno em termos de proteção do bioma o Cerrado, possui, contudo, uma amostra bem conservada deste ecossistema. Sua proximidade urbana facilita o acesso da comunidade e dos turistas, o que consequentemente obriga a um controle da visitação, de forma que o parque cumpra sua missão de preservador do Cerrado e do manancial hidrotermal, pois a Serra de Caldas é importante ponto de recarga deste manancial. Ao mesmo tempo em que promove a visitação, sem causar impacto negativo ao ambiente, o Parque é um agente ativo em Educação Ambiental junto à comunidade e espaço destinado à pesquisa do Cerrado. 49


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O jardim Japonês é uma homenagem a maior colônia Oriental das Américas e merece ser incluído no roteiro

FOTO: DIVULAGAÇÃO/FLICKR.COM/PHOTOS/GOIASTURISMO/LUIS MANOEL VASCONCELOS

O Jardim Japonês de Caldas Novas foi construído pelo japonês Toshiyuki Murai. É um lugar de grande significado espiritualista e que deve ser visitado na companhia de um guia local treinado, que fará a interpretação dos vários componentes do local. O Jardim Japonês tem sua origem no século XIV, quando os monges da seita Zen-Budista saíram da China para o Japão e começaram a se instalar junto aos imperadores e comandantes militares, os shoguns. Sua forma é assimétrica, permitindo visões diferentes, dependendo do ângulo em que se estiver. Os monges precisavam de espaços especiais para fazer suas orações e meditações. Por isto, usaram elementos da natureza, como as pedras, as plantas e a água, fazendo arranjos os mais diversos. Localização: Estrada para Goiânia ao lado do Hotel Império Romano com horários de visitação das 08:00 às 11:00s e das 13:00 às 17:00s todos os dias.

O Lago Corumbá é um dos melhores locais para praticar esportes náuticos, também é um local com natureza abundante proporcionando um passeio ecológico maravilhoso de barco, lancha ou Jet-Ski. O Lago que abastece a Usina Hidroelétrica Corumbá I, de Furnas Centrais Elétricas, começou a ser formado em setembro de 1996. O lago pode atingir até 595 metros em relação ao nível do mar. O perímetro do Lago de Corumbá é bastante recortado. Para circular todo o lago, uma pessoa teria de andar mais de 100 quilômetros. A parte mais profunda do lago está próxima à barragem e atinge 90m de profundidade. Há lagos que demoram até três anos para voltarem a encher. Espera-se que o Lago Corumbá sofra alterações de no máximo 15m, na seca mais severa, ao passo que outros reservatórios chegam a perder até 25m.

FOTO: DIVULGAÇÃO/GOIASTURISMO.GO.GOV.BR/WP/SILVIOQUIRINO

Turismo náutico também tem vez

FOTO: DIVULAGAÇÃO/FLICKR.COM/PHOTOS/GOIASTURISMO/LUIS MANOEL VASCONCELOS

Jardim Japonês para contemplar e refletir


Lagoa Quente – Onde tudo começou A Lagoa de Piratininga, também chamado de “Lagoa Quente”, é um dos pontos turísticos mais bonitos de Caldas Novas, oferece toda infraestrutura de camping, hospedagem, piscinas termais com nascente natural, quadras de areia e sauna. A temperatura de suas águas pode chegar até 50 graus e está localizada à 6 Km do centro de Caldas Novas, às margens da estrada que liga Caldas Novas a Pires do Rio.Um lugar onde desfruta-se dos prazeres das águas quentes estando em contato direto com a natureza. Alguns guias demonstram como se pode cozinhar um ovo, em menos de três minutos.

No Lago Corumbá (acima), casas de veraneio e esportes náuticos compõem a paisagem. Já a Lagoa Quente de Pirapitinga (abaixo), foi onde tudo começou; suas águas quentes brotam a mais de 50 graus


FOTOS: ADILSON ZAVARIZE

Acqua Park é bem central e tem toboáguas radicais com águas mornas

Parques para todos os gostos e idades Acqua Park: agito e diversão no centro da cidade O Acqua Park é um dos principais parques da cidade. O que mais atrai visitantes é a variedade de atrações para todas as idades. Entre as mais famosas estão os tobogãs que simulam queda livre a 90° e a alturas de prédios de quase 8 andares, a maior piscina de ondas da cidade, os enormes Navio do Descobrimento e a Gruta [ideais para curtir com as crianças menores], o Rio Lento, a Rampa e os toboáguas caracol espalhados pelas grandes piscinas. Para hóspedes dos hotéis diRoma as entradas para o Acqua Park são gratuitas. diRoma Acqua Park: R. São Cristóvão, 805 – Solar de Caldas.

Hot Park: o mais bem estruturado da região Localizada na cidade vizinha de Rio Quente, que abriga vários hotéis, a principal atração é o Hot Park. Lá há diversas opções para adrenalina, descanso e parque aquático com águas quentes. A diversão é separada por gosto e estilo de cada visitante, como a modalidade aventureiro. Proporcionando o frio na barriga nas alturas pela descida de um tobogã de 110 metros ou half pipe, uma rampa que desce de boias e foi inspirada nas pistas de skate. 52

Existem aventuras para os pequenos também, principalmente no hotibum, um parque do cerrado, que proporciona muita diversão com escorregadores – um parquinho dentro da piscina. As outras modalidades são esportistas, família e criançada, assim, todos podem curtir e viver momentos inesquecíveis. Passar apenas um dia em lugar tão incrível como o Hot Park é muito pouco; Compre o pacote para dois dias para um melhor aproveitamento.

Ilha do Kaká é a nova atração do Prive Diversão

O Prive Diversão inaugurou recentemente o complexo infantil Ilha do Kaká, no Náutico Praia Clube, empreendimento localizado às margens do Lago Corumbá. A Ilha do Kaká é um espaço temático exclusivo para os pequenos e possui três mil metros quadrados repletos de atrações. Logo na entrada, um portal com o nome do espaço dá as boas vindas aos visitantes, que também se deparam com uma torre com balde de 1,7 metros. A nova e diferenciada opção do Paraíso aprimora o conceito de diversão oferecida aos visitantes e reforça a proposta de relax com irreverência apresentada às crianças. A Ilha do Kaká oferece dois escorregadores infantis com queda para a piscina e muitas duchas temáticas e aquáticas aguardam a petizada, que até janeiro de 2018 terá a seu dispor um bar infantil e um novo restaurante com cardápio diversificado voltado para o paladar dos pequenos. O complexo se chama Ilha


Hot Park é a maior atração de Rio Quente, cidade vizinha de Caldas Novas

FOTO: DIVULGAÇÃO/PALAVRACOM.COM

do Kaká em referência a um dos personagens infantis mais populares e carismáticos da Turminha do Náutico, composta por mais seis figuras que simbolizam o empreendimento. A Ilha é a casa do Kaká. Na cidade o Grupo Privê oferece ainda mais 4 grandes e divertidos parques para a garotada se divertir plenamente. Informações: privediversao.com.br

Os parques do Privê são garantia de diversão para adultos e crianças


FOTOS: ADILSON ZAVARIZE

No Monumento das Águas, uma homenagem à maior atração da cidade

Monumento das Águas retrata principal atração da cidade

O Monumento das Águas é o cartão postal e as boas vindas da cidade. A primeira atração vista ao pisar em Caldas Novas é um lindo monumento que proporciona paz ao som das águas que caem. Um barulho tão tranquilizador como o som das cachoeiras. Não deixe de tirar uma selfie no Monumento das Águas. Esse marcante símbolo da cidade é uma das atrações mais fotografadas da região. As águas que brotam da enorme escultura emitem um som que relaxa e, ao mesmo tempo, revigora. As cascatas espalhadas pela estrutura fazem sucesso nas fotos. Visita imperdível e fácil de fazer, o Monumento das Águas fica na região da entrada da cidade. Rua São Cristóvão – Privê das Caldas

Casarão dos Gonzaga Já o Casarão dos Gonzaga é a antiga propriedade da família de mesmo nome que se tornou ponto turístico tradicional, fazendo o visitante vivenciar, conhecer e sentir um pouco a história e momentos que já foram vividos e passados naquele local. Além de oferecer uma grande história, o local também abriga um acervo de peças antigas e é o centro de apoio ao artesanato goiano. O Casarão foi construído em 1920 fez parte da história de Caldas Novas, e hoje é um patrimônio cultural.

Trenzinho garante a diversão da criançada A forma mais divertida e calma de conhecer os pontos turísticos de Caldas Novas é realizar o passeio de trenzinho. O passeio pode ser feito durante a tarde que é 54

Doces em compota com ingredientes regionais são irresistíveis

mais vazio, ou se preferir durante a noite, além de ficar mais cheio, o trem fica todo iluminado chamando a atenção de todos. Um dos lugares que o trem percorre é o Parque Primavera, onde fica o Parque de Diversões e a Feira do Luar. O passeio custa R$15,00 por pessoa.

Cachaçaria Vale das Águas Quentes Outro lugar famoso em Caldas Novas é o centro de produção, degustação e armazenamento de cachaças e licores artesanais. A Cachaçaria Vale das Águas Quentes mostra o envelhecimento da cachaça em barris por mais de 13 anos, como era feito antigamente. Cachaças que são produzidas exclusivamente com caldo de cana. Av. Coronel Bento Godoy, 2000 - Estância Itanhangá. Abre de segunda e sábado e feriados, das 9h às 18h30.

Prove os doces regionais Os doces de Caldas Novas têm o sabor, aroma e a textura do que é carinhosamente feito em casa. Lojas como Doces Caseiros Dona Ana, por exemplo, são abastecidas com produções feitas à ‘moda antiga’, em tachos e usando produtos frescos. Doces em calda, goiabada, doce de leite e de outros ingredientes, as compotas de pequi e os doces de queijo fazem sucesso. Outro doce imperdível na cidade é feito com um ingrediente típico da região. O surpreendente sorvete de pequi é uma iguaria, mas encontrada com facilidade, inclusive na Cachaçaria Vale das Águas Quentes, produtora e loja de cachaça e licores 100% artesanais. Duas dicas de compras para levar um pouco da cidade para casa.Doces Caseiros Dona Ana. Av. Santo Amaro, 9 – Privê das Caldas

Comer empadão goiano A receita do empadão goiano ganha pequenas variações de cidade em cidade, mas é em Caldas Novas que o Empadão Goiano da Tânia tem a mistura de carne de porco, frango, queijo, pequi e guariroba mais famosa da região. O restaurante oferece outros recheios tão elogiados quanto o tradicional. Empadão Goiano da Tânia. Rua Antônio Coelho de Godói, 58 – Centro.


Serviço Caldas Novas é um destino para curtir o ano todo. A cidade tem nos Grupos Privê e Di Roma, os principais investimentos hoteleiros. A noite a cidade revela bons restaurantes, a feira do luar – que comercializa em mais de 300 barracas todo o tipo de artesanato. Já o parque é a principal atração para a criançada. Uma dica interessante é visitar Rio Quente e se deliciar com as atrações do Hot Park. A Gol e a Azul oferecem voos partindo de São Paulo e Campinas para Caldas Novas. O ideal é comprar os pacotes das operadoras, que incluem, traslados, hospedagem e meia pensão, além de city tour nos principais pontos turísticos da cidade. Cinco dias é o roteiro ideal, para não cansar e curtir com calma todos os parques da cidade. Os hotéis durante a noite oferecem musica ao vivo e serestas. Confira.

CLIMA

De novembro a março é o período onde ocorrem maior probabilidade de chuvas. Mesmo assim a temperatura varia entre 26 e 33oC. De abril a outubro, chove pouco e em alguns dias a temperatura supera 35oC. Os meses mais frescos são junho e julho que podem ter pequenas e rápidas frentes frias, com dias ensolarados e noites frescas.

COMO CHEGAR

A GOL (voelgol.com.br) tem três frequências de voos regulares para Caldas Novas saindo de Congonhas. Já a AZUL (voeazul.com.br) operara três voos semanais saindo do aeroporto de Viracopos, em Campinas.

ONDE COMER

Nonna Mia – facebook.com/grupononnamia Empadão Goiano da Tânia – (64) 3453-7895 Chicago Steakhouse – chicagosteakhouse.com.br Casa de Caldo Panela Grande – facebook.com/RestaurantePanelaPreta

ONDE FICAR

Le Jardin – lejardincaldasnovas.com.br Privê – privecaldasnovas.com.br Thermas di Roma – diroma.com.br Pousada do Ipê – pousadadoipe.com.br

DICAS

Não esqueça o protetor solar e chinelos. Abuse de roupas leves e de cores claras. É importante a hidratação constante!

PACOTES TURÍSTICOS

INFORMAÇÕES TURÍSTICAS visitecaldasnovas.tur.br

FOTOS: ADILSON ZAVARIZE

CVC – cvc.com.br VALETUR – valetur.com.br DECOLAR – decolar.com.br



QUAL VIAGEM

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Monique Trips

moniquetrips.com

Jalapão

Por Monique Miranda

FERVEDOURO BELA VISTA Um dos principais atrativos do Jalapão são os fervedouros. O Bela Vista é o maior e o mais bonito na minha opinião. Pode ser visitado tanto de dia quanto à noite. Paga-se uma taxa para entrar e o tempo de permanência no local é controlado.

DUNAS DOURADAS Dentro do Parque Estadual do Jalapão estão as famosas dunas de areias douradas. A entrada é gratuita e fica aberto até as 18 horas para visitação. Reservem o fim de tarde para visitar, pois o pôr do sol é lindíssimo.

PEDRA FURADA A Pedra Furada é uma parada obrigatória. O acesso é tranquilo, os carros chegam próximo da entrada e depois é preciso caminhar uns 10 minutos. Prefiram a visita no final da tarde para apreciar o pôr do sol e a linda vista.

HOTEL JALAPÃO ECOLODGE Ótima opção de hospedagem, o Jalapão Ecolodge oferece 5 quartos, 4 buritibanas e 1 bangalô com jacuzzi. Tem excelentes instalações, funcionários extremamente atenciosos e competentes, e várias opções de diversão como passeios de bicicleta, trilhas e boia cross no rio. Os passeios em carros 4x4 nos levaram a todos os principais pontos turísticos do destino. O café da manhã servido no Morro da Catedral ao nascer do sol e o bangalô são atrações que fazem desse hotel, na minha opinião, a melhor opção de estadia no Jalapão! 57


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O PEQUENO E MÁGICO LITORAL DO

Piauí

Parece que Deus foi generoso com o Piauí. O menor litoral do Brasil tem paisagens deslumbrantes, passeios ecológicos e pousadas intimistas. Confira! Por Cláudio Lacerda Oliva


FOTO: © CHICO RASTA

QUAL VIAGEM

PIAUÍ

O

litoral do Piauí, com seus 66 km de extensão, possui lindas praias, dunas de areia branca e lagoas incríveis que compõem a paisagem. Naquele pedacinho de beleza e magia, os praticantes de surfe e kitesurf encontram boas condições de mar e de vento para a prática desse modelo de esporte. A região com certeza é surpreendente em termos de beleza e diversidade de atrações. Embora não tenha grandes empreendimentos hoteleiros, oferece boa rede de hotéis e principalmente pousadas onde o detalhe dos serviços e decorações superam as expectativas. Praias para todos os gostos, ondas fortes, ondas brandas, piscinas naturais e lagoas, além de uma natureza abundante. O roteiro pode começar pela praia de Atalaia, em Luís Correia, que é uma das principais do estado e possui ampla faixa de areia, com ondas brandas e vários quiosques ao longo da orla. Recentemente, passou por uma grande reforma que trouxe como resultado um calçadão à beira-mar, pontos de acessibilidade, banheiros e duas praças para eventos.

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Já a antiga vila de pescadores tornou-se um dos “points” mais badalados do litoral do Piauí. A praia do Coqueiro fica a 10 km do centro de Luís Correia e tem boa estrutura para quem a visita. Ela é tranquila com ondas pequenas, é muito procurada por praticantes de kitesurf por ter ventos fortes e constantes durante todo o ano. Possui uma barreira de corais em parte de sua extensão que só fica visível durante a maré baixa, formando piscinas naturais de águas transparentes. É uma excelente opção para levar a família. Você encontrará bares e restaurantes à beira-mar, além de hotéis e pousadas com vista para a praia. O acesso para lá se dá por meio da rodovia PI-116. A praia conta com quiosques rústicos que funcionam somente durante o dia. A hospedagem é feita principalmente em casas de aluguel, mas é melhor se hospedar em hotéis e pousadas em Parnaíba, caso esteja procurando por diversão noturna. BARRA GRANDE, A “CEREJA DO BOLO”

A praia de Barra Grande pode ser considerada a


Barra Grande, com suas águas calmas e ventos constantes.

“Cereja do Bolo!” e fica 50 km a leste de Parnaíba. É a mais bem estruturada no pequeno litoral do Piauí. O lugar de calmaria e beleza sem igual fica no município de Cajueiro da Praia. Os que gostam de caminhar a pé na areia podem conferir o charme das casinhas de sapê e as ruelas de terra, com restaurantes bem decorados, pizzarias contemporâneas e as melhores tapiocas do estado. O nome Barra Grande foi dado porque, quando a maré seca, forma-se uma coroa de areia que separa as águas e vai-se mar adentro (uns 100 metros) através de areia. É um dos locais mais belos da região.

O que fazer

A ideia ali é curtir a natureza. A praia tranquila, de águas cristalinas e piscinas naturais que surgem com a maré baixa convida para dias de descanso à frente de um visual deslumbrante. Na alta temporada, a vila de pescadores se transforma em reduto de aventureiros e de visitantes ecologicamente corretos. O centrinho vira ponto de encontro, já que ali ficam

as pousadas mais legais e os melhores restaurantes da região. Tudo com a simplicidade chique que um destino bacana pede.

Cavalo-marinho: Atração ecológica e preservação

Em Barra Grande, quatro associações de condutores de turistas fazem vários tipos de passeio e recebem turistas de várias partes do Brasil e do mundo durante todo o ano. São elas: Tremembés, Caju Ecotur, Nativos Arte-Ecotur e Barratur. As quatro associações recebem apoio logístico e técnico da ONG italiana Cospe (Cooperação para o Desenvolvimento dos Países Emergentes), que promove cursos de treinamento para qualificar os condutores que recebem os turistas. Natureza virgem, aves em seu habitat, Hippocampus ou cavalo-marinho, caranguejos. Tudo isso pode ser visto em um único passeio de barco pelo rio Camurupim, no povoado de Barra Grande. Além da tradicional paisagem praiana, o visitante pode optar por fazer o pas61


E não para por aí. Barra Grande é também destino dos praticantes de kitesurf. Os ventos fortes, entre 18 e 30 nós, formam as melhores condições para a prática do esporte. Tanto é que há escolas especializadas no local para os iniciantes. À noite, os diversos bares fazem a balada do vilarejo. Praticantes do esporte vi62

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Kitesurf é o esporte do momento

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FOTO: AURELIANO MÜLLER

seio da rota do cavalo-marinho, em canoa a remo que inclui passagens por igarapés e ilhas. No trajeto, é possível observar a diversidade da fauna e flora local. O passeio existe há vários anos e o percurso faz parte da APA, área de proteção ambiental, que começa no Maranhão e termina no Ceará. São 9.303 km de natureza apresentados ao turista valorizando a natureza e também a diversão, como o “fraldão”, banho conhecido assim devido à posição do colete salva-vidas. O visitante simplesmente se deixa levar pela correnteza, descendo suavemente o rio. A rota do cavalo-marinho feita pelos condutores de turismo das associações de Barra Grande trabalha pela preservação da natureza e também para manter contato direto do turista com o meio ambiente. E quando o cavalo-marinho aparece é colocado em um vidro transparente para não ser machucado. Todas as atenções, neste momento, se viram para ele. Logo depois é colocado novamente em seu habitat natural. O trajeto de dois quilômetros no rio Camurupim ainda dá oportunidade de ver variedades de peixes e aves e perceber como os pescadores e catadores de caranguejo tiram seu sustento no leito do rio. A rota é uma descoberta para quem visita o rio de água salgada, rodeado de riquezas naturais.


O Kitsurfe é a marca de Barra Grande. Muitas dunas margeiam o belo Rio Parnaíba, ao lado. Em Pedra do Sal, abaixo, o pôr do sol é um espetáculo diário.

sitam a região que recebe turistas de todo o Brasil e de diversos turistas da Europa, como Portugal, França, Itália, Alemanha e Irlanda.

PARNAÍBA: A CAPITAL DO LITORAL PIAUIENSE

Com uma população de 150 mil habitantes, Parnaíba é a segunda maior cidade do estado do Piauí. O crescimento nos últimos dez anos fez com que a cidade se tornasse destaque nacional com altas taxas de desenvolvimento. Turística e universitária atrai visitantes de todas as partes, o que torna o dia-a-dia da população local muito mais rico, já que a mescla de culturas diferentes é ampla. Em relação ao turismo, destaca-se por ser a principal porta de entrada para o Delta do Parnaíba, - roteiro integrado da Rota das Emoções. Turistas do mundo inteiro visitam a cidade todos os anos para conhecer o Delta. O centro histórico e o Porto das Barcas contam muito da história parnaibana e piauiense. O nome da cidade vem do tupi-guarani e significa rio de águas barrentas fazendo referência ao rio Parnaíba. Em suas origens, a região era habitada pelos índios Tremembés, antes da chegada dos colonizadores portugueses. Diz a história que Nicolau Resende, um dos primeiros a chegar por lá, perdeu toneladas de ouro em um naufrágio na foz do rio Parnaíba e por isso, ficou alí por mais de 15 anos na tentativa de resgatar a riqueza perdida. Porém, o navegante português não obteve êxito.

Praia Pedra do Sal é a praia de Parnaíba

Localizada na Ilha Grande de Santa Isabel, a 15 km do centro urbano, é a praia dos moradores de Paranaíba, com 8 km de extensão. Chegando à Pedra do Sal, o turista encontra um conjunto de rochedos graníticos, que avança oceano adentro, dividindo a praia em dois lados: o bravo, mais frequentado por surfistas com ondas mais fortes, e o lado manso, ideal para descanso, pescaria e para acompanhar o belíssimo espetáculo do pôr do sol. Parnaíba conta com um aeroporto internacional e terminal rodoviário. Possui campus das Universidades Federal e Estadual do Piauí e a particular Uninassau. 63


FOTO: ©ISTOCK.COM / MAGU DIRECTORS

Na saúde, conta com um hospital de grande porte, o Dirceu Arcoverde e a Santa Casa de Misericórdia. A região é composta por abudante fauna e flora, com muitas espécies em risco de extinção, sendo um fator relevante para a visita de pessoas do mundo todo. O turismo é uma área em franca expansão, com uma boa rede hoteleira e diversas agências de turismo, onde o visitante encontra diversidade e conforto quando procura passeios para a região do Delta do Parnaíba.

Quadriciclo na Lagoa do Portinho

Reza a lenda que uma trágica história de amor entre os filhos de duas tribos inimigas conta a origem desse belo cenário natural e turístico piauiense, a Lagoa do Portinho. Cercada por dunas que se movimentam constantemente com a ação do vento, o local é ideal para o lazer e a prática esportiva. Passeios de barco, caminhada pelas dunas e muito forró aos finais de semana completam o leque de opções para a diversão do visitante. A lagoa fica na divisa entre os municípios de Parnaíba e Luís Correia e o acesso se dá através da rodovia BR-343, onde o motorista segue até a estrada que leva à lagoa. No local, existe uma colônia de férias que dispõe de hospedagem, alimentação e entretenimento, além de passeios de barco. Aos finais de semana, os restaurantes promovem shows de forró e de samba. A Lagoa do Portinho é ideal para prática de esportes como o windsurf, e suas dunas e trilhas oferecem um cenário paradisíaco. 64

Surpreenda-se com o verde e a limpeza de Teresina.

Que tal vivenciar uma experiência única, fazer um passeio seguro para conhecer as Dunas do Portinho e região? O passeio é de quase uma hora de duração e ideal para experimentar a sensação de pilotar um quadriciclo e também conhecer o entorno da lagoa, com paradas na vila, rasgando trilhas na Mata Atlântica e subindo e descendo nas dunas e lagoas. A duração é de uma hora de pilotagem. Estão inclusos: quadriciclo e capacete, serviço de guia em todo o percurso e leva e trás até o ponto de partida/chegada em Parnaíba, ao preço de R$ 170,00 para duas pessoas. Em sua viagem ao litoral do Piauí, não deixe de visitar Teresina. Vale muito passar uns dois dias e se surpreender com a limpa e verde capital piauiense. Visitar os Museus, a igreja matriz, a catedral e o polo cerâmico vão contribuir para enriquecer a sua experiência de viagem. Ouvir as histórias “Maria Não se Pode” e do Cabeça de Cuia também levam o turista a vivenciar as lendas mais importantes do estado. De Teresina para Barra Grande e Parnaíba, dê uma parada para explorar o Parque de Sete Cidades. Embora esteja precisando com urgência de uma manutenção, vale a pena explorar nas trilhas guiadas toda a magia das enormes pedras e inscrições rupestres que são testemunhos dos antigos povos que habitaram aquela região.


Serviço QUANDO IR

A alta estação é considerada de junho a agosto que é o verão no Piauí. O restante do ano há muto sol. Evite os meses de novembro e dezembro, pois chove muito nessa região.

COMO CHEGAR

BARRA GRANDE Pousada BGK A Pousada BGK está localizada pé na areia, em frente à praia de Barra Grande. A propriedade dispõe de um belo parque aquático com piscinas adulto e infantil, um amplo jardim e um delicioso restaurante. Todos os chalés incluem ar-condicionado, água quente e frigobar. Durante sua estadia, você pode saborear um completo buffet de café da manhã, com frutas da estação variadas, pães e frios. A Pousada BGK tem um dos melhores índices de satisfação dos clientes.

DICAS Viajamos para o litoral do Piauí com o apoio da Natur Turismo. Há 11 anos no mercado, a Natur Turismo oferece roteiros personalizados valorizando as belezas do Piauí. Informações:naturturismo.com.br

PACOTES TURÍSTICOS AZUL VIAGENS – azulviagens.com.br CVC – cvc.com.br VIAJANET – viajanet.com.br

INFORMAÇÕES TURÍSTICAS turismo.pi.gov.br barragrandepiaui.net Cláudio Lacerda Oliva. O jornalista viajou a convite da Natur Turismo, Pousada BGK e Nautilus Hotel e contou com assistência GTA.

FOTOS: ©ISTOCK.COM

ONDE FICAR

PARNAÍBA Hotel Nautillus O Nautillus Hotel está localizado em Parnaíba, a 500 m do centro da cidade e a 2 km do Aeroporto Internacional. O hotel possui piscina ao ar livre. Os apartamentos têm ar-condicionado, frigobar e TV a cabo. Ótimo café da manhã.

ONDE COMER

TERESINA Confraria Uchoa Bacalhau e Cia Miski Restaurante Cana Del Primo BARRA GRANDE Trapia Tapiocaria La Pizza La Cozinha

FOTO: CLÁUDIO LACERDA OLIVA

A Azul Linhas Aéreas oferece voos direto a Parnaíba semanalmente. Outra opção é utilizar o aeroporto de Teresina. Gol, Azul e Latam oferecem várias opções partindo de Congonhas e Guarulhos. A diferença é que de Teresina a Parnaíba são 4 horas e meia de duração. Ou você aluga um carro, ou contrata os serviços de um receptivo. Indicamos a Natur Turismo, melhor empresa da região.





Chapada dos Guimarães: um portal entre passado e futuro

Situada no estado do Mato Grosso, a menos de 70 quilômetros da capital Cuiabá, a Chapada dos Guimarães é identificada pelos paredões que marcam as bordas do Planalto Central Brasileiro.

FOTO: FLÁVIO ANDRÉ / MTUR

CLÁUDIO LACERDA OLIVA E PATRÍCIA CAMPOS


Atualmente são cinco atrativos da Chapada que estão abertos à visitação: Mirante do Véu de Noiva, Circuito das Cachoeiras, Casa de Pedra, Morro de São Jerônimo e Vale do Rio Claro. No Véu de Noiva, uma trilha de 550 metros separa o turista de um visual deslumbrante. Após uma relaxante caminhada, lá do alto é possível curtir toda a força da cachoeira que recebe o mesmo nome do mirante. Para visitar o Circuito das Cachoeiras e a Casa de Pedra do córrego Independência é preciso muita disposição. O passeio completo pode levar até seis horas de duração e as paradas para banho nas águas lím70

pidas das piscinas naturais são as responsáveis por revigorar. Já a Casa de Pedra é uma gruta com vestígios de inscrições rupestres, que prova que o local já recebia povos milenares. Outra atração indispensável é o Morro de São Jerônimo, um dos pontos mais altos do parque, mais de 830 metros e um dos locais mais indicados para apreciação da fauna e flora locais, enquanto o Vale do Rio Claro é ideal para quem deseja aproveitar o momento na natureza dentro de um veículo 4x4. Fora da reserva também há muitas belezas. Uma das mais encantadoras é a caverna Aroe Jari, uma gigantesca gruta de arenito com 1.500 metros de extensão e inscrições rupestres. Seu conjunto inclui ainda a Lagoa Azul, de águas transparentes e um dos melhores locais para fotos que irão ficar para a eternidade. A Cidade de Pedra é outro enorme presente da natureza. Emoldurada por rochas pontiagudas que remetem a castelos medievais. As formações espalham-se por cânions que ultrapassam a 400 metros de altura em meio a escarpas frequentadas por belas araras-vermelhas.

FOTO: AJRJR74 / CC BY-SA /CREATIVECOMMONS.ORG / LICENSES/BY-SA/4.0

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Atrativos também nas cidades vizinhas

Acima, as formações rochosas avermelhadas típicas da Chapada. À direita, o Morro de São Jerônimo e, abaixo, vista de tirar o fôlego da Cidade de Pedra.

FOTO: FLÁVIO ANDRÉ / MTUR

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tom avermelhado destas formações rochosas e as belezas naturais do local transformado em Parque Nacional em 1989 encantam os visitantes e fazem dele um destino completo de ecoturismo e turismo de aventura. Entre as atividades que podem ser praticadas ali estão trekking, rapel e flutuação. Tudo isso em um cenário que combina cerrado, cachoeiras e cânions, além de pinturas rupestres e formações rochosas de encher os olhos.


Um paredão de belezas infinitas

O enorme paredão com cento e cinquenta quilômetros de rochas há trezentos milhões de anos estava no fundo do oceano, e quando o mar cedeu, um deserto cobriu toda a região e aos poucos uma densa vegetação passou a brotar, servindo de alimentos aos animais pré-históricos (os dinossauros) até serem extintos. Essa é história geológica desse gigante de pedras que, segundo os místicos, é um dos pontos de maior concentração energética do planeta. Fósseis de conchas do mar, até hoje preservadas na argila ou na hematita (uma rocha negra ferrosa), e dunas do antigo deserto preservadas pelo arenito são visíveis na região do Portão do Inferno, além de inscrições pré históricas em diversas cavernas. Segundo as profecias de Dom Bosco, nasceria ali a civilização que seria o berço de um novo pensamento planetário na era de aquário. Acredita-se também, que o fluxo magnético da região (“corredor Bivac”),


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FOTO: FLÁVIO ANDRÉ / MTUR

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possibilita às pessoas iniciadas um maior contato com os elementais e seres de outras dimensões, devido a um “buraco” na superfície da Chapada que permite a passagem de ondas cósmicas que normalmente não chegam à superfície. Todas essas histórias que mexem com o imaginário, fazem da Chapada dos Guimarães um dos destinos mais procurados por místicos e esotéricos, que desde os anos setenta passaram a se instalar na região. A paisagem exótica e a constatação de que a flora que ali brota é a maior concentração de plantas medicinais por quilômetro quadrado do mundo, e que por ali passa uma antiga estrada pré - colombiana que corta a região que liga a América Central cruzando a Cordilheira dos Andes em direção ao Brasil Central cruzando o país de noroeste a sudeste, só reforça as teorias. Com o decorrer do tempo, muitas pousadas surgiram, atraindo inicialmente turistas “alternativos” e hoje passa a ser um importante destino do ecoturismo. O Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, criado em 1989, recebe hoje turistas do mundo inteiro, que buscam conhecer suas cachoeiras (são quatrocentas e oitenta e sete no total), sítios arqueológicos e paleontológicos. Pela proximidade com Cuiabá (69 Km), capital do estado, passou a ser também um destino de lazer, o que acaba criando um grande fluxo de pessoas aos fins de semana, em busca como principal atrativo os


FOTO: © ISTOCK.COM / ALARICO

Acima, da esquerda para a direita, as águas cristalinas da Gruta da Lagoa Azul e a Cachoeira das Andorinhas. Ao lado, a Cachoeira Véu de Noiva, cartão-postal do destino.

banhos de cachoeira, que dentro da área do parque tem o controle de número de visitantes e tempo de permanência. Para quem está disposto a enfrentar oito horas de caminhada, o trekking até o Morro de São Jerônimo, passa por formações em arenito bastante curiosas, como o Jacaré de Pedra, a Pedra Furada e a Mesa do Sacrifício; ou o circuito das cachoeiras, sete horas de caminhada, passando pelas quedas Sete de Setembro, Pulo, Prainha, Degraus e Andorinhas e duas piscinas naturais. As cavernas são outras atrações da Chapada dos Guimarães, porém nem todas podem ser visitadas. A mais conhecida é a Gruta do Francês, com 1.550 metros de extensão e a Gruta da Lagoa Azul, que abriga uma lagoa de águas cristalinas. Embora localizada no centro-oeste brasileiro, região onde o calor é constante, nos meses de inverno, a Chapada dos Guimarães chega a marcar mínimas de 10ºC com muita neblina. Mas assim que o sol rasga as nuvens, o calor volta a dominar a região. Com tantas histórias, quem visitar a Chapada dos Guimarães deve estar preparado para banhos em cachoeiras incríveis, para receber toda energia telúrica do local e quem sabe encontrar alguns “elementais”, durante as relaxantes trilhas e panorâmicas caminhadas. 73


Malai Manso Resort completa o passeio

Porta de entrada tanto para a Chapada dos Guimarães como para outros atrativos da região, a capital de Mato Grosso, Cuiabá recebe quem chega com um abraço quente, a média da temperatura local é de 34 graus em qualquer época do ano. A cidade mais rica do estado, com movimentação intensa do agronegócio nacional, estende seu território para muito além dos altos prédios, chegando a planícies intermináveis que ajudam a formar o cerrado do centro-oeste. Nessa imensidão surge um verdadeiro oásis chamado Malai Manso Resort. Com pouco mais de três anos, já é referência na hotelaria de lazer e de eventos, recebendo no último ano quarenta e cinco mil hóspedes. Com uma entrada suntuosa e o jardim que emoldura o lago do Manso, maior que a Baía de Guanabara e dez vezes o tamanho do Lago Paranoá, em Brasília, com cinquenta e sete quilômetros de navegação, o resort está instalado num oásis de montanhas, cerrado e águas. Tudo ali é grandioso . A piscina principal, com água em temperatura ideal, tem três mil metros quadrados, divididos em ambientes encantadores interligados, com palmeiras e flores e bar, onde bebidas e petiscos estão à disposição o dia inteiro (incluso na diária). No espaço para as crianças, brinquedos coloridos e muita segurança. A piscina aquecida é coberta com vários pontos de hidromassagem e nos faz lembrar os banhos romanos pela sua extensão. No serviço “All Inclusive”, bebidas alcoólicas ou não, sorvetes e quitutes durante todo o dia, nas refeições pratos da culinária mato-grossense no restaurante “self service” ou à la carte no restaurante romântico, além de pizzas e lanches especiais na Vila Malai. Recebendo toda a energia mística da Chapada Guimarães, com suas montanhas suntuosas e cheias de história e mistérios, os 1,7 mil metros quadrados do Malai Manso Resort, oferecem muitas atividades ao ar livre, para quem quer aproveitar ao máximo o tempo da estadia. Para os amantes dos esportes radicais opções como tirolesa, arvorismo e arco e flecha, além dos esportes náuticos e passeio de lancha no lago Manso, com direito a relaxar em uma prainha deserta no sopé de uma enorme montanha. Campo de futebol, quadras de tênis e poliesportivas, academia estão à disposição dos mais atletas, 74

e um SPA com a assinatura da L´Occitane é o espaço para relaxar com massagens e outros tratamentos que fazem bem para o corpo e para alma. A garotada conta com uma intensa programação sob o comando da equipe de monitores, com atividades divididas por faixa etária, que vão de contação de histórias, fantoches, aulas de artesanato e culinária a atividades radicais, balada, jogos educativos e baladas noturnas.

Empreendimento sustentável

Com a assinatura de empreendimento sustentável, em ações como monitoramento da qualidade da água superficial e subterrânea, recuperação de matas nativas para proteção da fauna e flora local e gerenciamento e disposição final de efluentes líquidos e sólidos, através de um programa de coleta seletiva, com armazenamento e destinação adequada, confecção de adubo através de compostagem de resíduos sólidos e uma estação de tratamento de todo esgoto do empreendimento, relançando a água no solo para decantação natura l, e a captação de água de uso através de três poços artesianos e com um parque de placas solares que garantem 100% da energia consumida no hotel, o Malai Manso Resort, demonstra seu respeito e preocupação com o meio ambiente. Esse verdadeiro oásis está distante de São Paulo e Rio de Janeiro por apenas duas horas e meia de voo e apenas noventa e seis quilômetros do aeroporto de Cuiabá, com aeródromo e heliponto para aeronaves particulares. O Malai Manso Resort é também um destino procurado para eventos corporativos. Ter o Malai Manso Resort na lista de destinos para uma viagem de férias, feriado ou fim de semana, com amigos ou com a família, é item obrigatório para quem busca conforto, lazer, qualidade e experiências inesquecíveis, principalmente no término ou relaxamento do período de quarentena, que deve terminar no início do segundo semestre. Visitar a Chapada dos Guimarães pode ser uma alternativa inspiradora, e aproveitando que já está na região, recomendamos uma visita ao Resort Malai Manso. Para quem desejar ficar uns dois dias na Chapada dos Guimarães, pode consultar as nossas dicas nos serviços dessa matéria, onde se hospedar e onde comer.


COMO CHEGAR

As aéreas Azul, Gol, e Latam, oferecem voos de Guarulhos e/ou Campinas diretamente para Cuiabá. Informe-se nos sites sobre as novas opções de horários. AZUL – voeazul.com.br GOL – voegol.com.br LATAM – latam.com

FOTO: FLÁVIO ANDRÉ / MTUR

Serviço

CLIMA

O período mais seco na Chapada é de maio a setembro, sendo esta a melhor época para curtir os atrativos do destino. Os meses de agosto, setembro e outubro são os mais quentes do ano. Entre outubro e abril é a época com mais chances de chuva.

ONDE COMER

Restaurante Morro dos Ventos Estrada do Mirante, km 01 - Tel. (65) 99971-6464 Podori R. Quinco Caldas, 60 -Tel. (65) 3301-3061 Malai Manso Resort - malaimansoresort.com.br

ONDE FICAR

CHAPADA DOS GUIMARÃES Pousada Manacá da Serra - Tel. (65) 99247-1251 pousadamanacadaserra.com.br Pousada Villa Guimarães - Tel. (65) 3301-1366 pousadavillaguimares.com.br Pousada Penhasco - Tel. (65) 3612-4550 pousadapenhasco.com.br

PACOTES TURÍSTICOS

CVC – cvc.com.br FLYTOUR – flytour.com.br ABREU – abreutur.com.br

INFORMAÇÕES TURÍSTICAS

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FOTOS: © ISTOCK.COM

icmbio.gov.br/parnaguimaraes


O grandioso castelo na terra de Dona Beja Araxá, que em tupi-guarani significa “lugar de onde primeiro se avista o sol”, é o destino ideal para quem busca momentos revitalizantes e de pura tranquilidade. Localizada no Circuito das Águas de Minas Gerais, a cidade guarda para si histórias dos tempos de reis, personagens marcantes e incríveis casarões que até hoje estão conservados. POR CAROLINA BERLATO


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ocalizada em Minas Gerais, a histórica cidade de Araxá é conhecida por seu polo turístico que rapidamente se desenvolveu após a inauguração das Termas do Grande Hotel, em 1944. Além do belíssimo castelo e das águas termais milagrosas, a região conta com diversos atrativos, alguns chegando a datar construção em meados do século 19.

Fonte Dona Beja Dona Beja é a personagem mais importante da cidade de Araxá. A ela foi atribuído o mérito da reconquista do território que abrangia o Triângulo Mineiro para Minas Gerais, quando a região era dominada por Goiás, em meados de 1814. Maior destaque do turismo local, a fonte hidromineral que leva seu nome fica dentro das dependências do Grande Hotel, e está aberta para visitantes e moradores. Segundo as histórias locais, era ali que dona Beja tomava seus banhos. Dona Beja inspirou ainda vários autores a escreverem romances, livros históricos, roteiros para novela e cinema, peças teatrais e sambas-enredo. 78


Ao lado a Fonte Andrade Junior que foi projetada pelo arquiteto Francisco Bolonha, e conta com diversos bebedouros de onde saem as águas milagrosas de Araxá. Copos ficam a disposição para quem quiser matar a sede. Ainda há uma exposição de achados arqueológicos da região. Abaixo a fonte que carrega o nome de Dona Beja foi idealizada por Ragael Hardy, que a transformou em uma gruta estilizada, de onde ás águas radioativas descem formando uma linda cascata

Igreja de São Sebastião

Memorial de Araxá O Museu Memorial de Araxá conta com um acervo exclusivo que homenageia cerca de 180 famílias que foram importantes para a cidade, e está localizado dentro do casarão de Elias Porfirio de Azevedo, um importante maestro do século XIX. A história e cultura do local e desses moradores é contada por meio de quadros, instrumentos musicais antigos, biografias, li-vros e outros objetos antigos que foram doados por familiares. Ainda dentro do Memorial há um espaço para a realização de eventos, atividades culturais e artísticas.

Criado logo após o falecimento de Calmon Barreto, em 1996, é o maior museu brasileiro que reúne obras de um único artista, com mais de 170 pinturas e esculturas. Calmon Barreto foi o mais importante artista de Araxá e dedicou sua carreira às ilustrações críticas a respeito da história do Brasil.

FOTO: CAROLINA BERLATO

FOTO: DIVULGAÇÃO

Museu Calmon Barreto

Construída no início do século XIX, a igreja de São Sebastião é um dos marcos mais importantes de Araxá. Apesar de estar passando por uma reforma, é possível conhecê-la por fora e observar o estilo arquitetônico simples, com influências jesuítas. Alguns dos artefatos internos estão sendo preservados dentro do Museu da Memória Legislativa, onde podem ser vistos.

Tauá Grande Hotel e Termas de Araxá: conforto e sofisticação em meio a natureza Construído em 1938 e inaugurado em 1944, o Grande Hotel Termas do Araxá é o maior castelo do Brasil. O projeto arquitetônico foi idealizado por Luiz Signorelli, com inspiração nas edificações coloniais da América espanhola, e todo esboço paisagístico foi feito por Roberto Burle Marx, um dos mais renomados artistas plásticos do país. São 45 mil m² de construção neo-clássica com colunas grego romanas e mármores de Carrara. A simetria perfeita do hotel em relação ao sol faz com que ele seja uma enorme bússola. Logo na recepção, existem duas lindas pinturas de Joaquim Ferreira da Rocha que representam a Estrada Real, Rota do Ouro e o Circuito das Águas de Minas Gerais. O Solar dos Araxás, o Salão de Inverno do hotel, é o local ideal para ler um livro, apreciar a paisagem através das enormes janelas de vidro e também para tomar um delicioso chá da tarde com vista para o lago. O chão ainda contrasta com a abobada pintada com estrelas para representar o céu da cidade. Em 1994, o hotel passou por um processo rigoroso de reforma e restauração, e todos os detalhes originais – inclusive o mobiliário – foram mantidos. Hoje, o hotel conta com 283 apartamentos, todos conservados de maneira exata aos dormitórios da década de 1940. As acomodações são divididas nas categorias Standard, Solarium, Superior Solteiro e Casal, Luxo 2, 3 e 4, além de quatro tipos de suítes, a Especial, Nobre, Governamental e Presidencial, que conta com 200 m² e mobília especial fabricada em marfim, sucupira e jacarandá, além do banheiro todo em mármore carrara. O Grande Hotel conta com diversos salões especiais que eram utilizados para encontros políticos, festas e 79


também como sala de jogos na época em que o cassino ainda era ativo. Todos os nomes são inspirados em cidades mineiras. Entre eles estão:

SALÃO MINAS GERAIS: Sem dúvidas, é o salão mais bonito do complexo. Circundado por arandelas, janelas com vidros franceses, colunas coríntias e lustres com cristais da Boêmia, o Salão Minas Gerais foi a sede dos jogos de cassino – antes de serem proibidos pelo presidente Dutra. Depois disso, o local se tornou uma das salas mais importantes de eventos sociais da cidade e do país, onde até hoje ocorrem festas de casamento, aniversários e bailes. SALÃO OURO PRETO: Recitar poemas é uma arte milenar. Não é diferente no Grande Hotel de Araxá, que conta com uma sala especial com palco para saraus, concertos de piano e peças de teatro e shows musicais.

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SALÃO CONGONHAS: O Salão Congonhas foi a principal sala usada para reuniões políticas entre Getúlio Vargas e aliados. Os detalhes ficam por conta de duas pinturas de Joaquim Ferreira da Rocha com ênfase na mitologia do Saci e das Guerreiras Amazonas, dos cômodos em estilo chipandale, que imita patas de animais selvagens, do lustre de cristal e do único tapete persa conservado de 1944.

CINE TEATRO – TIRADENTES: Durante a década de 1940, a sala Tiradentes foi o local mais bem equipado de entretenimento de Araxá. Hoje, o espaço conta com 402 lugares e é utilizado para momentos de lazer para os hóspedes e para eventos. O Grande Hotel ainda dispõe de diversas atividades para o lazer dos hóspedes, como um Salão de Jogos e Scotch Bar para os adultos, quadra poliesportiva, playground, lago para prática de pesca, caiaque e stand up paddle, piscinas, bicicletas e arco e flecha. Ainda há os Taualegres, equipe de monitores especializados para trazer diversão diariamente. O complexo conta com cinco espaços gastronômicos, o Quinta do Lago, o Chez Breja, o Varand Grill, o Scotch Bar e o Restaurante Estância Barreiro, que oferecem uma variedade de sabores, excelente atendimento e um lugar repleto de requinte e sofisticação.

Termas de Araxá: tratamento para o corpo e alma

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Interligado ao Grande Hotel, o complexo de tratamentos estéticos é um verdadeiro templo para


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À esquerda a piscina emanatória de água mineral radioativa, indicada para reabilitação de funções motoras Abaixo o Solar do Araxás, local ideal para ler um livro ou tomar chá da tarde À direita os Salões Congonhas e Minas Gerais, respectivamente, que serviram de palco para encontros políticos e festas no cassino

contemplar seu próprio corpo e mente. A grandiosidade arquitetônica é um destaque a parte, que recebe o conceito do número “8” e os ensinamentos de Buda. Ali, o hóspede pode passar por procedimentos para reequilíbrio energético enquanto admira os contrastes entre afrescos e vitrais que contam a história de Araxá. No espaço, nenhum outro som pode ser escutado além de música suave. Um verdadeiro convite para esquecer todos os problemas e ficar sereno. Existem diversos procedimentos estéticos oferecidos pelo complexo, os mais famosos são os banhos sulfurosos e radioativos, que utilizam as propriedades das águas para ação sedativa ao sistema nervoso e tratamento da pele; a piscina emanatória, indicada para relaxamento e terapias para reabilitação de funções motoras e o banho mais tradicional das Termas: o de lama. Uma deliciosa imersão em uma banheira que combina perfeitamente lama negra e as águas especiais de Araxá para completo relaxamento. 81


Serviço Minas Gerais

COMO CHEGAR

Araxá tem uma culinária muito rica e que recebeu influência dos índios, portugueses e dos tropeiros. Com o tempo, ganhou influência dos imigrantes espanhóis, italianos e árabes. O prato indicado na cidade em quase todos os locais é o tradicional feijão tropeiro. Experimente o Restaurante Tururu e o Pizzaiolo.

QUANDO IR

Com um clima bem tropical, a cidade é ideal para ser visitada em qualquer época do ano, já que há predominância de temperaturas agradáveis e pouca chuva, entretanto, os meses mais secos, durante abril e setembro, deixarão sua visita ainda melhor.

ARAXÁ

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Belo Horizonte

São Paulo Rio de Janeiro

PACOTES TURÍSTICOS

CVC – cvc.com.br FLOT VIAGENS – newsite.flot.com.br

INFORMAÇÕES TURÍSTICAS

turismo.mg.gov.br

A jornalista Carolina Berlato viajou a convite do Tauá Grande Hotel e Termas de Araxá

FOTO: DIVULGAÇÃO

O QUE COMER

Espírito Santo

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ONDE FICAR

Tauá Grande Hotel e Termas de Araxá – tauaresorts.com.br/araxa

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FOTO: NO MACHINE-READABLE AUTHOR PROVIDED. CONRADO ASSUMED / BASED ON COPYRIGHT CLAIMS / PUBLIC DOMAIN

Carro Saindo de São Paulo, o melhor caminho – e também o mais curto – é pela via Anhanguera até o quilômetro 318, já em Ribeirão Preto, quando se deve entrar na rodovia Cândido Portinari – SP-334. De São Paulo até a divisa com Minas Gerais são 440 quilômetros, mais 120 quilômetros pela MG-428, após a divisa, que leva até Araxá. Onibus Partem diariamente de São Paulo com destino a Araxá ônibus da empresa Expresso Adamantina. Informações: expressoadamantina.com.br Avião Também é possível chegar a Araxá pelo Aeroporto Romeu Zema, que fica a 4 km da cidade e recebe voos regulares da Azul Linhas Aéreas. Partindo do aeroporto, existem diversas opções de traslados, táxis e vans de transporte coletivo.



QUAL VIAGEM

SUPERdica @lalarebelo facebook.com/lalarebelotravelblog

lalarebelo

lalarebelo.com

Pipa

Por Lala Rebelo

UM LUGAR IMPERDÍVEL O litoral sul do Rio Grande do Norte é surpreendente. A 95 quilômetros de Natal você encontrará um visual de águas clarinhas e quentinhas (média de 28ºC) contrastando com o alaranjado das falésias.

PONTA DO PIRAMBU Beach club em Tibau do Sul com ambiente tranquilo para relaxar. Tem piscina de borda infinita, redes e excelente restaurante ao lado da lindíssima Praia do Giz.

SIBAÚMA O vilarejo de Sibaúma fica ao sul de Pipa e, mesmo em épocas lotadas, sua praia continua tranquila. Na maré baixa há várias piscinas naturais e uma lagoa que divide Sibaúma de Barra do Cunhaú. Deliciosas para nadar. Hospede-se nas charmosas Kilombo Villas.

GOLFINHOS Os golfinhos amam Pipa! Você pode alugar um caiaque para vê-los de pertinho na Praia do Madeiro ou na própria Baía dos Golfinhos. Acesso na maré baixa pela Praia do Centro.

PRAIA DO AMOR Praia mais famosa de Pipa, é muito procurada por surfistas. Mas se o seu forte não é onda, dá pra curtir a praia mesmo assim, pois é linda e tem infraestrutura. Logo ao lado está o Chapadão, com vistas deslumbrantes! Nas proximidades, indico as pousadas Sombra e Água Fresca e Toca da Coruja.


MACEIÓ

Visual cenográfico que lembra o

CARIBE

A cor azul-turquesa das águas do mar e as praias enfeitadas por coqueirais lembram muito os destinos caribenhos. Mas, além da beleza cênica, ela tem o espírito do Brasil

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POR ROBERTO MAIA


À dir., a Praia de Pajuçara, uma das mais conhecidas da capital alagoana e de onde partem os famosos passeios de jangadas.

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bela capital alagoana é privilegiada pela natureza. A semelhança com destinos caribenhos não é por acaso. As águas do mar com coloração azul-turquesa e as lindas praias ornadas por coqueirais encantam e atraem turistas. Talvez o segredo que envolve e encanta os visitantes em Maceió seja o visual cenográfico caribenho, porém, com a alma brasileira. Sensação que pode ser percebida nas manifestações culturais, na diversificada gastronomia e no seu rico folclore. Caribe com jeito de Nordeste ou Nordeste com cara de Caribe? Não importa, basta sentir e curtir! A origem da cidade de Maceió não é clara. Segundo alguns historiadores, ela nasceu a partir de um antigo engenho de açúcar por volta do século 18. Já, outros, acreditam que seu surgimento está ligado a uma pequena vila de pescadores. Enquanto eles divergem e buscam descobrir a verdadeira história, turistas brasileiros e de todas as partes do mundo aproveitam para curtir suas maravilhas naturais. Principalmente as praias e as piscinas formadas em arrecifes com águas que mesclam entre o azul-turquesa e o verde-esmeralda. A comparação com destinos do Caribe é inevitável.

Piscinas naturais e praias paradisíacas

Praias incríveis não faltam na capital de Alagoas. Por isso elas levam às comparações com os paraísos naturais do Caribe. A orla ao Norte e ao Sul estão repletas de paisagens encantadoras. A cidade, que está localizada entre o Oceano Atlântico e a Lagoa Mundaú, apresenta um lindo conjunto natural onde se destacam as piscinas formadas pelos incontáveis arrecifes de corais. As mais famosas estão em Pajuçara e no município de Maragogi. Os passeios de jangada até as piscinas são a atração mais procurada pelos turistas. Para chegar até elas, que estão distante alguns quilômetros mar adentro, é preciso acordar cedo. Os jangadeiros partem somente durante o período de maré baixa, o que pode ocorrer nas primeiras horas da manhã. O esforço vale muito à pena, acredite! As praias de Ponta Verde, Jatiúca e Pajuçara dividem as atenções dos visitantes da capital alagoana. As três ocupam seis quilômetros 86


Abaixo, uma das várias piscinas naturais do litoral próximo de Maceió - formadas por recifes de corais, as visitas são realizadas no período da maré baixa; e a icônica jangada, que tem presença marcante no visual do litoral alagoano.

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da orla estruturadas com calçadão, ciclovia, restaurantes, bares e quiosques com música ao vivo. PRAIAS TRANQUILAS – Quem procura praias mais sossegadas para curtir e relaxar terá que seguir em direção a Pratagi, Ipioca, Paripueira ou Costa Brava. Todas localizadas ao Norte da cidade. As duas primeiras são extensas e pouco movimentadas. As outras duas são famosas pelas piscinas naturais. A Garça Torta é outra opção que não decepciona. Distante cerca de nove quilômetros do centro de Maceió, ela ainda é pouco explorada. A praia possui um denso coqueiral e águas com uma incrível tonalidade azul-esverdeada. É ideal para quem procura tranquilidade, fazer longas caminhadas ou apenas pescar. PRAIAS FAMOSAS – No outro extremo, ao Sul, estão as mais badaladas e belas praias de Alagoas. Entre elas, a Barra de São Miguel, do Gunga e do Francês, distantes cerca de 33 quilômetros de Maceió. Surfistas são atraídos pelas ondas fortes e altas, enquanto em um trecho protegido por arrecifes, famílias com crianças

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Acima, Barra de São Miguel, uma das praias mais famosas da região metropolitana de Maceió, tem águas calmas e cristalinas. Ao lado a bela Maragogi que tem as famosas galés, as piscinas naturais distantes seis quilômetros da costa.

Recifes de coral ao largo da costa e os bancos de areia criaram uma lagoa com pouca profundidade, que na prática se transformou em uma grande e agradável piscina natural. Ao Sul de Maragogi está São Bento, uma aldeia com uma praia ornamentada por palmeiras. Ela está localizada em uma região protegida da Costa dos Corais, a maior Área de Proteção Ambiental (APA) da Marinha do Brasil.

Marechal Deodoro

Mas Maceió tem muitos outros atrativos interessantes além das praias e das piscinas naturais. Entre eles, as lagoas de Mundaú, Manguaba, Roteiro e Jequiá, todas no litoral Sul. Considerada uma das lagoas mais importantes do País, Mundaú tem área de 23 quilômetros quadrados e está ligada com o mar através de uma grande rede de canais, que cortam a planície formando pequenas ilhas. O vasto mangue-

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aproveitam as águas mornas e tranquilas. Quiosques oferecem porções e pratos de frutos do mar e barcos levam os interessados até as piscinas naturais. Não deixe de programar uma visita à Praia do Saco, que é também chamada de Saco da Pedra. Essa praia encantadora está em uma reserva ecológica que pertence à Ilha de Santa Rita. Há duas formas de chegar até ela: caminhando durante a maré baixa ou contratar um passeio de barco. MARAGOGI – Distante cerca de 130 quilômetros de Maceió está a exuberante Maragogi. É lá que estão as famosas galés, um conjunto de piscinas naturais a seis quilômetros da costa. Elas são a principal atração do destino e podem ser visitadas durante a maré baixa em passeios de catamarãs. Em alguns dias, durante a maré alta, os passeios não são realizados. Há, também, outras piscinas naturais, como as de Taocas e Barreira de Peroba. O município também é conhecido pelas lindas praias como Burgalhau, perto do Rio dos Paus, Barra Grande e Peroba - na divisa com Pernambuco. A cidade de Japaratinga, a menos de 10 quilômetros de Maragogi, é outro passeio imperdível.


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zal e a grande variedade de peixes, crustáceos e moluscos são características marcantes. Considere fazer um passeio de barco através das ilhas. E, no final da tarde, o melhor programa é sentar em um dos barzinhos à beira da lagoa e apreciar o maravilhoso espetáculo do pôr do sol no Pontal da Barra. Distante pouco mais de 30 quilômetros de Maceió – também no litoral Sul - está a histórica cidade de Marechal Deodoro, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Fundada em 1552, foi a primeira capital de Alagoas e cidade natal do marechal Manuel Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente do Brasil e que proclamou a República. Entre os atrativos estão a Praia do Francês, o Centro Histórico com as igrejas de Santa Maria Madalena, Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora do Amparo, e o Museu de Arte Sacra instalado no Convento Franciscano. No Espaço Cultural Santa Maria Madalena artesãos e rendeiras expõem seus trabalhos. Há, ainda, locais pouco explorados na região como a Prainha de Barra Nova, a Praia Saco da Pedra, o Balneário do Broma e o Lago Azul. PRAIA DO FRANCÊS – Além de ser o principal ponto de atração do município, a famosa praia também é uma das mais visitadas de Alagoas. E motivos para tamanho interesse não faltam. Além da grande beleza natural ela tem águas quentes e piscinas naturais. Surfistas também são frequentadores assíduos por 90

Acima, a Lagoa Mundaú em Maceió, que tem dezenas de pequenas ilhas e conta com um imenso manguezal. Na página ao lado, o Museu Palácio Floriano Peixoto (MUPA), antiga sede do governo de Alagoas e conhecido por Palácio dos Martírios; o tradicional e saboroso Sururu de Capote, um ícone da culinária local; e renda tipo filé – tipicamente alagoana – tecida por rendeiras há mais de 200 anos.

causa das suas grandes ondas. Durante os finais de semana a Praia do Francês tem muito movimento de turistas. Portanto, se puder, prefira visitar a cidade entre segunda e sexta-feira. MASSAGUEIRA – Considerado um dos principais polos gastronômicos do Nordeste, esse povoado de Marechal Deodoro, distante 15 quilômetros de Maceió, atende a todas as preferências, especialmente aos que apreciam frutos do mar. São vários os bares ribeirinhos e restaurantes rústicos que proporcionam uma agradável vista para a Lagoa Manguaba. Em todos eles os visitantes encontram cardápios repletos de pratos regionais, petiscos saborosos e deliciosos doces caseiros como cocadas e suspiros, além de bolos de mandioca e broas de coco.

História

O Centro Histórico de Maceió abriga um precioso conjunto arquitetônico com igrejas, centros culturais e museus. Na Praça Dois Leões está a igreja mais antiga da capital, a de Nossa Senhora do Povo, construída em 1820. A praça tem também um obelisco,


FOTO: MACEIOALAGOAS.COM/2016/07/GASTRONOMIA.HTML/DIVULGAÇÃO

FOTO: MTUR DESTINOS / CC BY-SA/CREATIVECOMMONS.ORG/LICENSES/BY-SA/4.0

mica e as rendas - filé, bilro, rendedê, labirinto e renascença. Elas estão presentes em blusas, saídas de praia, biquínis, vestidos e toalhas, entre outros. FOTO: DIVULGAÇÃO / AGENCIAALAGOAS.AL.GOV.BR

Gastronomia

que foi erguido em homenagem à Independência do Brasil. No roteiro pela zona central também está a Catedral Metropolitana e o Palácio Floriano Peixoto. Vale à pena também conhecer Jaraguá, local onde a cidade começou a se desenvolver. Em suas ruas centenárias viviam as elites abastadas de Alagoas. Verdadeiros tesouros, alguns antigos casarões, armazéns e escritórios das usinas de cana-de-açúcar resistiram ao tempo e à chegada dos prédios modernos. Alguns deles se transformaram em restaurantes, bares, boates e até casas de shows. Antigo reduto da boemia, o bairro atualmente é a principal referência comercial da cidade.

Artesanato

E por falar em comércio, o endereço para comprar lembrancinhas é o Mercado de Artesanato, localizado no centro da cidade. O lugar reúne diversas lojinhas que vendem desde roupas de cama e de banho, cerâmicas, bolsas, cintos e sapatos até castanha de caju, doces, cachaças e pimentas. Outra opção é a famosa Feira de Artesanato em Pajuçara. Os destaques do artesanato alagoano são a cerâ-

A culinária alagoana pode ser considerada uma atração à parte durante uma viagem ao Estado. Ela é extremamente rica e mistura tradições indígenas, portuguesas e africanas. Dos índios herdou a tapioca, que é saboreada no café da manhã e pode ser acompanhada de mais de 30 tipos de recheio. Os sabores locais incluem receitas típicas à base de mandioca, milho, carne de sol, charque, queijos e coco. Umbu, cajá, caju, cajarana, acerola, seriguela, manga, mangaba, pitomba, jaca, pinha (fruta do conde), pitanga e graviola são frutas regionais usadas no preparo de coquetéis, batidas e caipirinhas. SURURU DE CAPOTE - Mas se você perguntar a um alagoano qual é o seu prato preferido irá ouvir que são os preparados com o sururu, um saboroso molusco que vive em lagoas. Por isso, o tradicional Sururu de Capote é um ícone da culinária local. Cozido com leite de coco e temperos, é servido acompanhado de pirão, purê de macaxeira e muita pimenta. O Caldinho de Sururu, que tem fama de ser afrodisíaco, também é muito apreciado. Além dos pratos à base de sururu e do incomparável Baião de Dois, outras receitas típicas estão nos cardápios. Entre elas a Caldeirada preparada com camarão, siri, sururu, lagosta, polvo, patinha de uçá, ostra, maçunim (marisco) e acompanhada de uma massa de mandioca no leite de coco; o Arrumadinho feito com fava ou feijão verde, charque, carne-de-sol desfiada e farinha de mandioca; a Carne de Sol com nata; o queijo coalho, o Cuscuz de milho, a Paçoca Sertaneja, a Galinha à Cabidela e muitas outras. 91


FOTO: ©ISTOCK.COM / DK_PHOTOS

Serviço CLIMA

Maceió possui um clima equilibrado com dias quentes e noites refrescantes. Durante o verão (alta temporada) a cidade fica lotada e mais cara. Chove muito entre maio a julho.

COMO CHEGAR

Há voos diários partindo das principais capitais do país com destino ao Aeroporto Zumbi dos Palmares.

ONDE FICAR

FOTO: DIVULGAÇÃO/MATSUBARA HOTEL

A capital alagoana dispõe de uma boa estrutura hoteleira. As opções vão desde os econômicos até os resorts all inclusive e luxuosos hotéis 5 estrelas. Há, também, pousadas requintadas, empreendimentos voltados ao lazer e os localizados em frente ao mar. LUXUOSOS Best Western Premier Maceió (bwpremiermaceio.com.br) e Ritz Lagoa da Anta (ritzlagoadaanta.com.br) RESORTS ALL INCLUSIVE Pratagy Beach (pratagy.com.br) e Salinas Maragogi (salinas.com.br/pt/ maragogi/allinclusive) LAZER Jatiúca Resort (hoteljatiuca.com.br) e Matsubara Hotel (matsubaramaceio. com.br) EM FRENTE AO MAR Hotel Ponta Verde (hotelpontaverde. com.br/praiadofrances) e Vistamar – Pajuçara (vistamarhotel.com.br) ECONÔMICOS Lagoa Mar Inn (lagoamarhotel.com. br) e Expresso R1 (expressor1.com.br)

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ONDE COMER

Maceió possui uma gastronomia diversificada, com receitas que mesclam ingredientes do sertão com peixes, lagostas e frutos do mar. Não faltam boas opções de locais, principalmente em Jatiúca, Ponta Verde e Pajuçara. Janga – R. Gen. João Saleiro Pitão, 1.296 - Ponta Verde – tel. (82) 991203331. Informações: instagram.com/ restaurantejanga Parmegianno – Av. Dr. Antônio Gouveia, 1.259 – Pajuçara – tel. (82) 33139555 | Rua José Luiz Calazans, 44 – Jatiúca – (82) 3325-9495. Bodega do Sertão – Av. Dr. Júlio Marques Luz, 62 – Jatiúca – tel. (82) 3327-4446. Informações: bodegadosertao.com.br Imperador dos Camarões – Av. Dr. Antônio Gouveia, 607 – Praia de Pajuçara – tel. (82) 3231-4134. Informações: imperadordoscamaroes.com Camarões Pajuçara – Rua Dr. Antonio Gouveia, 15 – Pajuçara – tel. (82) 3327-0518 Massagueirinha – Rua Dep. José Lages, 1.105 - Ponta Verde – tel. (82) 3327-1027. Informações: facebook. com/massagueirinhaoficial

PACOTES TURÍSTICOS BWT OPERADORA – bwtoperadora.com.br CVC – cvc.com.br FLOT VIAGENS – flot.com.br ORINTER TOUR – orinter.com.br 55 DESTINOS – 55destinos.com.br

INFORMAÇÕES TURÍSTICAS

maceio.al.gov.br/turismo

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DICA

Tábua de Maré – Escolher bem a época da viagem a Maceió é muito importante. É essencial viajar em dias em que a maré esteja baixa. É durante esses períodos que acontecem os passeios às piscinas naturais. As marés são mais baixas durante a lua cheia e a lua nova.


Bento Gonçalves

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boas surpresas na rota do vinho


Caminho de pedra coberto por ramos de videira de uma das vinícolas de Bento Gonçalves.

Na principal região vinícola do Brasil, Bento Gonçalves tem roteiros que combinam enoturismo, história, gastronomia e experiências exclusivas do período da vindima, que provam que a Serra Gaúcha não é um destino só de inverno Por Patrícia Chemin

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onsiderada a capital nacional do vinho, a cidade de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, recebe mais de um milhão de turistas todos os anos. O enoturismo é o principal atrativo do destino, mas não a única opção: Bento tem cinco roteiros turísticos muito bem estruturados, que envolvem também história, mesas fartas e a vida no campo. Muito mais do que conhecer vinícolas e provar vinhos, visitar essa parte da Serra Gaúcha é embarcar em uma viagem pelas heranças culturais dos imigrantes que fizeram esse destino ser o que ele é hoje. A tradição de cultivar uvas na região começou no século 19 com os primeiros colonos italianos, que produziam vinho para consumo próprio. A tradição atravessou gerações, tanto que muitas vinícolas continuam administradas pelas mesmas famílias. Hoje, a Serra Gaúcha concentra 85% da produção nacional de vinhos, com quase 30 mil hectares de área cultivada e um destaque especial para os espumantes, cuja qualidade é reconhecida internacionalmente.

Vinícolas: passeios e degustações

Uma viagem para Bento Gonçalves tem a seguinte garantia: você vai beber e comer muito bem. Nessa linha, nada é mais icônico do que visitar as vinícolas da região – há dezenas delas para escolher. Entre as de grande porte estão 94

nomes famosos, como Aurora e Salton, esta localizada no Distrito de Tuiuty. Com mais de 100 anos de história, a Salton encanta os visitantes logo na chegada, quando se deparam com uma imponente construção e um belo jardim. No tour, conheça o processo de produção do vinho e explore o labirinto das caves subterrâneas, um ambiente todo especial guardado por estátuas de anjos e envolvido por cantos gregorianos. Ao final, uma degustação aguarda os visitantes. Já as vinícolas menores têm investido cada vez mais em experiências únicas. Os proprietários – geralmente membros de uma mesma família – estão diretamente envolvidos no dia a dia da vinícola e fazem questão de receber os visitantes. No Distrito de Faria Lemos, a Cristofoli proporciona vários tours únicos, como passeios guiados pelos parreirais com degustação de espumantes com vista para a serra. Há também almoços harmonizados e um romântico piquenique privativo, feito em um edredom estendido sob a sombra dos parreirais. Além de visitar os vinhedos, na Cainelli, vinícola localizada em Tuiuty, é possível fazer jantares harmonizados e cursos de degustação, que acontecem no porão da antiga casa da família, erguida em 1929 com uma estrutura de pedras basálticas. No andar superior, existe um museu que recria como eram as casas da época, com móveis e objetos originais dos primeiros imigrantes da região.


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Ao lado, na Vinícola Cainelli, a vindima é celebrada com as antigas canções italianas da época dos imigrantes e com um saboroso lanche sob as parreiras. Abaixo, a Vinícola Salton.

Verão com experiências da vindima

A Serra Gaúcha é sempre lembrada como um destino de inverno, mas a mais importante época do ano para as vinícolas é o verão. Quando as videiras estão carregadas de uvas suculentas, entre os meses de janeiro e março, é a estação da vindima, período de colheita da fruta. Quem visita o destino nessa época pode participar de atividades especiais em várias vinícolas, como a pisa das uvas e a própria colheita. O Grupo Giordani, empresa referência no turismo da Região Uva e Vinho, organiza roteiros especiais durante a vindima, que propõem uma imersão na cultura do vinho e das vinícolas familiares, com um toque de história dos imigrantes. Na Vinícola Cainelli, equipados com chapéus e cestos de palha, os visitantes seguem para o parreiral para a colheita das uvas, que é acompanhada por um grupo que entoa e toca as antigas canções italianas da época dos colonos. Depois, parada para um saboroso “merendin” entre as videiras, um lanche tradicional reforçado com polenta, salame, queijo, pão, torta tirolesa e, é claro, vinho e suco de uva. Um “tuque-tuque” (veículo agrícola) leva os visitantes para a pisa das uvas – as mesmas que eles acabaram de colher. Não tenha receio de sujar os pés – além de ser muito divertido, é também relaxante. Já na Salton, há visita e curso de harmonização de vinhos com queijos e chocolates. Guarde um espaço para um almoço típico italiano na Cristofoli. O menu completo, que envolve ingredientes da região e pratos como massa fresca e polenta mole, é acompanhado por vinhos e espumantes da vinícola.

Um passeio pelo Vale dos Vinhedos

A maior parte das vinícolas de Bento Gonçalves está no Vale dos Vinhedos, que guarda 70 km² de belas paisagens de extensos parreirais. Os vinhos produzidos por lá são os únicos no Brasil 96


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FOTOS: PATRÍCIA CHEMIN

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FOTO: ALESI DITADI

À esquerda, almoço repleto de delícias da cozinha italiana na Vinícola Cristofoli. Abaixo, a sede da Miolo no Vale dos Vinhedos.

com a Denominação de Origem, que conferem a identidade do local e a excelência de seu terroir. Nessa rota turística, há mais de 30 vinícolas, além de pequenas propriedades rurais e familiares, restaurantes de culinária típica – como o Giordani Gastronomia Cultural –, pousadas, hotéis e lojas de artesanato e de delícias como queijos e doces. É só seguir a estrada e fazer paradas em cada empreendimento. No Vale dos Vinhedos está a sede da Miolo, maior produtora de vinhos finos do Brasil. Quem visita a vinícola pode conhecer as caves e os par-

reirais e fazer um curso de degustação. Além disso, acontece a pisa das uvas e um tradicional merendin na Miolo durante a época da colheita. Outro lugar de destaque no Vale dos Vinhedos é o Spa do Vinho, luxuoso hotel boutique do grupo Marriott. Cercado por parreirais próprios, foi concebido para se integrar à região e possui a maior adega de vinhos do Brasil em um hotel. Ideal para quem busca experiências únicas, tem em sua estrutura, além do Spa, o elegante Restaurante Leopoldina, piscina e terraço com vista panorâmica para os vinhedos. 97


A Maria Fumaça é uma atração emblemática de Bento Gonçalves. Abaixo, o L’Essenza del Vino, passeio especial com mini curso e degustação.

Mais conhecida como “trem do vinho”, a Maria Fumaça da Serra Gaúcha é uma das atrações mais queridas e populares da região. Os passageiros embarcam em um nostálgico passeio por lindas paisagens ao longo de 23 km entre Bento Gonçalves e as cidades vizinhas de Garibaldi e Carlos Barbosa. Em cada estação, é feita uma parada para tomar vinho e suco de uva, ao som de música italiana. Também a bordo da Maria Fumaça, o L’Essenza del Vino é um passeio especial que acontece no último vagão do trem e inclui um mini curso sobre um tema do mundo dos vinhos, com degustação de alguns rótulos e harmonização com produtos locais. O ingresso para o passeio de Maria Fumaça inclui visita ao parque temático Epopeia Italiana, uma experiência imersiva e emocionante que mostra toda a jornada dos imigrantes que chegaram à Serra Gaúcha há 140 anos. Ambas as atrações são operadas pelo Grupo Giordani.

FOTO: ALESI DITADI

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Vinho e nostalgia sobre trilhos


Ao lado, o parque temático Epopeia Italiana. Abaixo, duas atrações do roteiro Caminhos de Pedra: a Cantina Strapazzon e o Parque da Ovelha.

FOTOS: PATRÍCIA CHEMIN

FOTO: SERGIO AZEVEDO

Herança italiana nos Caminhos de Pedra

De 1875 a 1914, o Rio Grande do Sul recebeu cerca de 80 mil italianos, que receberam do governo lotes na serra. Com recursos escassos, os primeiros imigrantes tiveram que construir suas casas com as pedras basálticas encontradas na região. As paredes foram erguidas apenas com as pedras encaixadas, sem cimento ou algo do tipo. Algumas dessas casas sobreviveram ao tempo e ainda se encontram bem preservadas. Hoje, são propriedades rurais que abrigam de vinícolas a restaurantes, pousadas e outras atrações. Em São Pedro, distrito de Bento Gonçalves, há mais de 20 casas do tipo, que integram o roteiro Caminhos de Pedra ao longo de uma estrada de 12 km. É uma verdadeira viagem ao passado. No caminho, há uma série de placas para indicar as atrações, o que facilita a vida do turista. Cada uma das paradas é preparada para receber os visitantes com passeios e experiências únicas, além de uma contação de histórias para ficar na memória, pois ali mora um povo que tem orgulho de mostrar suas origens. Uma das casas de pedra mais antigas do roteiro é a da Cantina Strapazzon, pequena vinícola que oferece um tour com degustação de vinhos e produtos coloniais. Original de 1880, a casa foi cenário para várias produções da TV e do cinema, como o premiado filme brasileiro “O Quatrilho”. Outras atrações do Caminhos de Pedra incluem a Casa do Tomate, a Casa da Erva-Mate e o Parque da Ovelha. Nesta última, você pode vivenciar os afazeres de uma fazenda de ovinos, como pastoreio, ordenha, tosquia e amamentação de filhotes de ovelhas, o que encanta tanto crianças quanto adultos. Para o almoço nos Caminhos de Pedra, não faltam opções. A gastronomia da região de Bento Gonçalves se baseia em refeições muito bem servidas, com fortes influências da cozinha italiana. Pratos típicos incluem sopa de capeletti, tortéi (massa com recheio de abóbora) e outras massas frescas, galeto assado na brasa, polenta mole e, de sobremesa, sagu de vinho. No Restaurante Casa Ângelo, construção que data de 1889, o almoço é um farto rodízio com uma sequência de risotos, massas e carnes. Esse tipo de refeição é bem popular no destino e pode ser encontrada em vários restaurantes. 99


CLIMA

O tempo frio na Serra Gaúcha é característico do inverno. No verão, época da vindima, faz muito calor, com temperaturas que podem atingir a casa dos 30°C. Por isso, se for viajar nessa estação, coloque na mala roupas leves.

FOTO: VAGNER XX / CC BY-SA /CREATIVECOMMONS.ORG/LICENSES /BY-SA /4.0

Serviço

ONDE COMER Cobo Wine Bar – cobowinebar.com Casa Ângelo – Estr. p/ São Pedro, 26 Caminhos de Pedra Galeto Di Paolo – dipaolo.com.br Giordani Gastronomia Cultural – giordanigastronomia.com.br

FOTO: DIVULGAÇÃO / ALESI DITADI

COMO CHEGAR

O Aeroporto de Porto Alegre recebe voos regulares de várias cidades brasileiras, principalmente do Sul e do Sudeste. Depois, siga de carro ou ônibus até Bento Gonçalves, um trajeto de 115 km. AZUL – voeazul.com.br GOL – voegol.com.br LATAM – latam.com

ONDE FICAR Hotel Vinocap – vinocap.com.br Hotel & Spa do Vinho – marriott.com.br/bgvak Hotel Laghetto Viverone Bento – laghettohoteis.com.br

FOTO: PATRÍCIA CHEMIN

PASSEIOS Grupo Giordani Turismo – giordaniturismo.com.br Cainelli – vinicolacainelli.com Cristofoli – vinhoscristofoli.com.br Miolo – miolo.com.br Salton – salton.com.br Parque da Ovelha – parquedaovelha.com.br Caminhos de Pedra – caminhosdepedra.org.br Vale dos Vinhedos – valedosvinhedos.com.br

INFORMAÇÕES TURÍSTICAS

bento.tur.br

A jornalista viajou a convite do Grupo Giordani Turismo

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FOTO: ©ISTOCK.COM / SAMUEL AZAMBUJA KOCHHAN

PACOTES TURÍSTICOS ABREU – abreutur.com.br CVC – cvc.com.br FLYTOUR – flytour.com.br


QUAL VIAGEM

SUPERdica @modoferias facebook.com/modoferias

Chapada das Mesas

modoferias.com.br Por Mariana Moreira

IMPERDÍVEL NO MARANHÃO Cachoeiras, poços azuis em meio a formações rochosas, cânions e um céu diferente de tudo. Isso e muito mais farão você se surpreender com a Chapada das Mesas. O lugar recebeu muitas melhorias nos últimos anos, então as principais atrações são de fácil acesso e contam com boa infraestrutura. Para chegar o aeroporto mais próximo é o de Imperatriz e fica à 220 km de Carolina, cidade base da região. O ideal é alugar um carro para fazer o percurso e outros passeios. A melhor época para ir é de junho à agosto, quando não chove e o céu está mais azul do que nunca.

DICAS Visite as cachoeiras de Itapecuru, Prata e de São Romão. Para esse último passeio o ideal é que procure uma agência de turismo, pois a região é de difícil acesso e é feito apenas por carros com tração 4x4.

COMPLEXO DA PEDRA CAÍDA Localizado a 35 km de Carolina, o complexo oferece circuitos de cachoeiras, além de uma estrutura de resort. Cada circuito é pago a parte e o mais procurado é o da Cachoeira do Santuário, uma queda de mais de 45 metros dentro de um cânion. No fim da tarde, aproveite para assistir ao pôr do sol no Portal da Chapada, que fica no caminho de volta para Carolina. A trilha é bem curta e o visual recompensador. ENCANTO AZUL E POÇO AZUL Considerado o ponto alto da viagem, o complexo do Poço Azul é imperdível. Ele está localizado em Riachão, a cerca de duas horas de Carolina. Além do famoso Poço Azul, conta ainda com mais cinco cachoeiras, restaurante, estacionamento e banheiros, toda estrutura para passar o dia. Um pouco mais adiante, está o lugar mais bonito da região: o Encanto Azul. A nascente de águas azuis merece ser visitada logo no início do dia, quando o sol incide e reforça sua cor. 101



FOTO: ©ISTOCK.COM / MARABELO

Chapada das Mesas: um mundo de pedras e águas De tempos em tempos aparecem no Brasil novas atrações turísticas naturais. A mais recente delas é a espetacular Chapada das Mesas, um paraíso natural que fica no sul do Maranhão, bem na divisa com o Tocantins. O “boom” turístico local teve início na região há menos de 15 anos, quando a cidade de Carolina despertou a atenção dos visitantes. Em Riachão, o movimento turístico começou há 8 anos, e a cidade ainda é um laboratório de atrativos a serem descobertos. POR CLAUDIO LACERDA OLIVA


Carolina, ao sul do Maranhão, é considerada a porta de entrada da Chapada das Mesas

Carolina: o Paraíso das águas

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onsiderada a porta de entrada da chapada, Carolina fica pouco mais de 800 quilômetros de São Luís e a 220 de Imperatriz. Principal destino de ecoturismo do estado do Maranhão, a área de preservação é só uma parte de um território que guarda uma quantidade incrível de montanhas, chapadões, rios, cachoeiras, nascentes, corredeiras e grutas. Como o Parque ainda é recente, a maioria de suas atrações fica em áreas particulares. A sinalização ainda é precária e são poucas atrações que oferecem boa infraestrutura aos visitantes. Entre os lugares mais visitados estão as cachoeiras de Carolina e os poços azuis de Riachão, cidade que completa o maravilhoso roteiro. O Mirante da Chapada das Mesas também merece sua visita. É um parque que explora o turismo contemplativo e abriga uma enorme serra com quase 14 mil metros lineares de extensão, e altitudes que variam de 309 a 420 metros de altura. As novas trilhas levam ao alto da serra de onde pode ser vista a exuberante vegetação do Cerrado, além do contato direto com pés de bacuri, araçá e mais de três dezenas de plantas medicinais. Dentro do mesmo local, o Caminho das Pedras construído pelos primeiros habitantes da região, uma mistura de arquitetura e interrogações, afinal, se trata de um filamento de pedras que possivelmente foram uti-

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lizadas para rituais indígenas, e que vem sendo objeto de estudo. Mas a região guarda ainda em suas terras pinturas rupestres, lagos, rios, e outras atrações que esperam a descoberta dos turistas. Nem mesmo os guias sabem afirmar o número exato de cachoeiras e atrativos, mas juram que ainda há atrações a descobrir. Enormes pedras que despontam no topo e lembram mesas de vários tamanhos, rios e nascentes com águas mornas, formações rochosas exuberantes, além de rica fauna e flora, fazem dessa região uma aposta certeira de que os atrativos do Maranhão não se limitam apenas à sua bela capital e a região dos Lençóis. A Chapada das Mesas pode ser curtida e aproveitada durante todo ano. Do alto do Morro do Chapéu, o mais impactante deles, parece que a Chapada não tem fim. Cenários belíssimos e dezenas de mesetas enfeitam a paisagem. No infinito, o contorno mágico do Rio Tocantins, uma dos mais belos que já tive a oportunidade de ver. Somente em Carolina, já foram catalogadas mais de 100 cachoeiras além de 400 nascentes e, por isso, a cidade tem o apelido de “Paraíso das Águas”, ou Planeta Água! Ela é base para explorar outras atrações da região, como Riachão, com lagos de cor azul turquesa, Tasso Fragoso, com suas pinturas rupestres, e a vizinha Filadélfia, já no estado de Tocantins, do outro lado do rio, e que oferece praias e paisagens indescritíveis.


FOTOS: ADILSON ZAVARIZE

A Estância Ecológica Vereda Bonita é uma ótima opção de turismo sustentável. Ao lado, as pinturas rupestres de Tasso Fragoso

Estância Ecológica Vereda Bonita: Lição de preservação!

As trilhas foram desenvolvidas para os visitantes que vão desfrutar da prática de caminhada rústica, dos banhos em piscinas naturais e cachoeiras de águas cristalinas, e que possam também despertar a consciência ecológica nos visitantes. Marcelo Assub já tem experiência com a atividade turística há mais de 20 anos. Paulistano, ele resolveu investir na região. É proprietário da Estância Ecológica Vereda Bonita, bem no entorno do Parque. Pode-se afirmar que o local é o mais novo atrativo turístico da região. Ali, os turistas realizam trilhas ecológicas, sempre acompanhadas por guias, que discorrem sobre a importância do meio ambiente em suas vidas. No local, o turista planta uma muda de árvore e ajuda a preservar uma área que antes servia aos caçadores de animais silvestres.

Pi nturas Rupestres em Tasso Fragoso

É no município de Tasso Fragoso que está a maior referência maranhense em sítios arqueológicos - devido à relevância do patrimônio. Lá se concentra o maior número de sítios arqueológicos do Maranhão. As descobertas feitas até o momento revelam a existência de

vestígios como gravuras rupestres no interior de grutas e paredões rochosos em serras de arenito. Os vários sítios arqueológicos identificados até agora mostram uma estratégia peculiar: os abrigos localizados próximos a cursos d’água e em encostas. Com isso, os ocupantes tinham maior facilidade para obter alimentos e matéria-prima para elaborar objetos e ferramentas do dia a dia, além de proteção e abrigo contra os perigos naturais de grupos inimigos e da própria selva. Já foram encontrados vários objetos líticos lascados como machadinha, cerâmicas, várias pedras de cortes, raspadores e dois moedores. No Maranhão, a maioria da população ainda desconhece a riqueza arqueológica do estado no que consiste aos registros rupestres. A cidade ainda tem pouca estrutura para receber turistas, dispondo de apenas dois pequenos meios de hospedagem, mas vale dar uma esticadinha e explorá-la.

OAzul intenso das lagoas de Riachão

Riachão é um antigo distrito de Carolina que foi elevado à categoria de vila em 19 de abril de 1833. A cidadezinha é charmosa, porém ainda com pouca estrutura de hospedagem: são apenas cinco pousadas. Experimentar a vida ao ar livre, visitar cenários majestosos como as montanhas de arenito que servem de berçário as araras Canindé, vermelhas e azuis, a lagoa 105


rodeada de carnaúbas frondosas ou mergulhar nas águas quentinhas do balneário municipal são apenas algumas das possibilidades de interação com a vida do campo. A observação de pássaros também é uma atividade nova. Grande parte das terras de Riachão está preservada dentro do Parque da Chapada das Mesas. Uma regra básica é não esquecer a máscara de mergulho e a câmera a prova d’água. O centrinho da cidade é puro charme, com pracinha, coreto, jardins, fonte e a charmosa matriz de Nossa Senhora da Conceição que abraça toda a região central.

Cachoeiras, rios e nascentes

Para conhecer as atrações da Chapada das Mesas, você precisará de, pelo menos, cinco dias completos. Aproveite para relaxar nas cachoeiras, para mergulhar em lagoas cristalinas e apreciar cada minuto as trilhas. Você pode começar o seu roteiro visitando as Cachoeiras de Itapecuru, ou também conhecida como cachoeiras gêmeas. Aqui, há infraestrutura para você passar a manhã inteira curtindo as águas que despencam de duas lindas quedas, formando um imenso lago onde você também pode andar de caiaque. Ela fica no

povoado de São João das Cachoeiras, a 30 quilômetros do centro de Carolina. Depois do almoço visite o Balneário Queda D’água, onde a barragem de uma antiga hidrelétrica se transformou em piscina. Mais tarde, siga para a Cachoeira do Dodô. Ela é uma das menores, mas é uma das mais queridas da Chapada. No fim do dia, volte para Carolina e corra para ver o pôr do sol no Rio Tocantins, talvez o mais lindo que você verá nesta região. Aproveite para praticar o relaxante stand up paddle nas águas cristalinas do Rio Tocantins, operada pela agência Torre da Lua. No dia seguinte, tome um café da manhã reforçado e comece o seu roteiro adentrando numa grande área do Parque, onde estão duas das mais exuberantes cachoeiras da Chapada das Mesas: a de São Romão é a mais volumosa delas, e a Cachoeira da Prata, tem esse nome por causa dos reflexos do sol que deixam suas águas metalizadas. São 85 quilômetros de viagem, sendo que 50 deles em estrada de chão. Justamente por isso, indicamos que você contrate um guia e use apenas veículos 4X4. Consulte os serviços da Cia do Cerrado, Ilton Tour ou Zeca Tour, as agências mais solicitadas da região.

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FOTOS: ADILSON ZAVARIZE

A Cachoeira de Itapecuru, também conhecida como cachoeiras gêmeas, fica a 30 quilômetros do centro de Carolina


A Cachoeira do Prata tem esse nome por causa dos reflexos do sol que deixam suas águas metalizadas

Quando a noite cair, aproveite para caminhar na área central de Carolina e conheça um pouco de seus mais de 200 prédios históricos. O Museu Histórico é imperdível com ótimas exposições temporárias e salas temáticas. Em Carolina existem boas opções de bares e restaurantes e uma grande diversidade de opções de hospedagem. Mais um dia se anuncia. Aproveite para curtir o Complexo da Pedra Caída, que oferece uma grande infraestrutura. A 36 quilômetros do centro de Carolina em direção a Imperatriz, o complexo tem uma enorme área destinada ao turismo de aventura. São nada menos que 25 quedas d’água, sendo que a principal delas é a Cachoeira do Santuário, um dos passeios mais emocionantes do roteiro. A queda despenca de uma altura de 46 metros. Por estar escondida no fundo de um cânion, quando você termina a trilha e vê a sua grandeza a emoção é indescritível. O local oferece várias tirolesas. Uma delas tem 1.400 metros de comprimento e fica a 392 metros de altura, sendo a mais alta da América do Sul e a segunda mais extensa do país – a primeira fica na cidade de Pedra Bela, em São Paulo. Antes de o dia terminar, siga para o Portal da Chapada para ver a paisagem a partir de uma abertura natuA Cachoeira de São Romão é a mais volumosa da região


Os enormes paredões são paisagem recorrente na região

ral esculpida no arenito. De lá é possível apreciar boa parte da extensa vegetação, os Pilares da Chapada e o fabuloso Morro do Chapéu em todo o seu esplendor. A subida é íngreme e exige bastante preparo físico. Leve água em abundância para hidratar-se, além de óculos escuros e protetor solar. Não perca o pôr do sol!

Poço Azul, Encanto Azul e mais cachoeiras

Começamos nosso roteiro por Riachão visitando o Encanto Azul e as suas cachoeiras. Embarcamos na caminhonete 4X4 e podemos afirmar que o roteiro é uma aventura “off road”. A estrada de terra é belíssima e de hora em outra nos deparamos com raposas, revoada de maritacas e até alguns casais de seriemas. Num percurso de pouco mais de 25 km partindo do centro da cidade até chegar à propriedade privada, ainda com modesta infraestrutura, - só uma lojinha que vende água e refrigerante e que fica bem na entrada do atrativo. O nome faz jus ao local: águas transparentes, de um belíssimo azul, cercadas de enormes rochas de arenito e árvores nativas e frutíferas do cerrado. Perfeito para a prática do snorkeling, sempre na companhia de pe108

quenos peixes. É impossível resistir! Não fosse pelos demais atrativos ainda por visitar, teria sido fácil permanecer ali o dia todo. No Encanto Azul, o valor de entrada é de R$ 20,00 por pessoa. Para encerrar com “chave de ouro” a sua viagem, vá ao Poço Azul. Num raio de 600 metros estão, além do lago, outras seis cachoeiras, cada uma com sua peculiaridade. É cobrada taxa de R$ 50,00 por pessoa e o acesso é facilitado por meio de seguras passarelas de madeira. Passamos pelas pequenas Cachoeiras de Santa Paula e do Moreno e seguimos para a Cachoeira de Santa Bárbara, a mais alta da região, com 75 metros. A força da queda gera uma névoa contínua e é bom ter cuidado com equipamentos eletrônicos. A imagem dela é estonteante e um mergulho com um jaleco salva vidas é recomendável. Depois seguimos para o Poço Azul, o ponto alto da nossa viagem. O local é uma área privada com diversas cachoeiras, piscinas naturais e estrutura para hospedagem e atividades de ecoturismo. As atrações mais famosas possuem acesso por passarelas de madeira construídas entre os enormes penhascos. A subida exige bastante fôlego para quem está fora de forma, mas o esforço é recompensado depois de curtir as águas cristalinas da região. O Poço Azul é a última atração e a mais cobiçada. A


O Encanto Azul é perfeito para uma tarde de snorkeling

FOTOS: ADILSON ZAVARIZE

Com suas águas cristalinas, o Poço Azul é parada obrigatória para quem visita a Chapada

enorme piscina natural tem 5 metros de profundidade e seu fundo é coberto de pedras de calcário, deixando a água com visibilidade 100%. É abastecido com as águas quentinhas do Rio Cocal, sempre com uma temperatura de 22 graus, ideal para aliviar do calor constante. No lado próximo ao penhasco, é possível se refrescar em algumas pequenas cachoeiras que desembocam no poço. Outra atração é banhar-se na Cachoeira D. Luiza, também muito bela. Tinha tanta coisa pra falar que não deu pra discorrer sobre a gastronomia. Mas posso afirmar que em qualquer das cidades você irá se deliciar com a galinha caipira, a carne de sol, os peixes fresquíssimos, a deliciosa farinha de mandioca e os sucos de frutas naturais, como maracujá, goiaba, abacaxi e bacuri. Tenha a certeza de uma coisa: a Chapada das Mesas e suas belas cidades não é um produto turístico para as grandes massas. Ecossistema frágil, mesetas e morros esculpidos pela ação do vento e das chuvas, abundância de nascentes e um espetáculo único que a natureza nos oferece. Aposte nesse roteiro. Bálsamos para os olhos, fortalecimento do espírito e um reencontro 109


Serviço CLIMA

De novembro a abril é a época mais propícia para as chuvas. As cachoeiras tem volumes mais elevados de água. Já de maio a outubro chove pouco e as lagoas de Riachão ficam mais azuis.

ONDE IR pilaresdachapada.com.br Facebook: cachoeirasdoitapecuru Empresa Torre da Lua – agência de receptivo torredalua.com.br.

O QUE LEVAR - Repelente. Mutucas são comuns - Protetor solar - Máscara de mergulho e Snorkel. - Roupas de banho - Sandália tipo papete ou tênis que possa ser molhado – as caminhadas não são longas mas tem muitas pedras. Botas e tênis para trekking são indispensáveis.

Pousada do Lajes – pousadadolajes.com.br Pedra Caída – pedracaida.com

QUEM LEVA

Ilton Tour – Informações: 99 – 981717297. ZecaTur – agenciazecatur.com.br Informações seturcarolina.com.br e # PARTIU RIACHÃO

PACOTES TURÍSTICOS

DESVIANTES – desviantes.com.br PISA TUR – pisa.tur.br VENTURAS – venturas.com.br

INFORMAÇÕES TURÍSTICAS seturcarolina.com.br

O jornalista Cláudio Lacerda Oliva e o fotógrafo Adilson Zavarize viajaram a convite da Secretaria de Turismo do Maranhão e Prefeitura de Carolina e Riachão.

COMO CHEGAR

De avião, partindo de São Paulo, Brasília ou São Luis descer em Imperatriz em voos da LATAM e Azul. De lá são cerca de 220 quilômetros até Carolina. Um trajeto mais curto é ir de Passaredo até Araguaína no Tocantins, que fica a 180 km de Carolina. Quem vem do Piauí, o melhor trajeto é o rodoviário, com opção de seguir via a cidade de Balsas. voeazul.com.br latam.com voepassaredo.com.br

ONDE COMER

RIACHÃO Restaurante e Pizzaria Casa de Palha. CAROLINA restaurantemotocozin.com.br facebook.com/mocotozinrestaurante Espaço Gourmet Rua Augusto dos Santos, s/n, Centro

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FOTOS: ADILSON ZAVARIZE

ONDE FICAR

RIACHÃO Pousada Chapada das Mesas – pousadachapadadasmesas.com.br CAROLINA New Center Hotel – newcenterhotel.com.br Pousada dos Candeeiros – pousadadoscandeeiros.com.br Pousadinha Filhos d’água – pousadinhafilhosdaagua.com.br


QUAL VIAGEM

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Morro de São Paulo

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viajandocomgabi.com Por Gabriela Valverde Carimbando o passaporte e colecionando boas memórias sempre que possível. Vem comigo!

MORRO DE SÃO PAULO É um vilarejo localizado no arquipélago de Tinharé, a 3h de Salvador, Bahia. Para chegar você pode pegar um catamarã do Terminal Nautico ou um transfer semi-terrestre. Para se hospedar eu indico a Segunda Praia para quem gosta de agito ou a Terceira Praia para quem quer mais tranquilidade. Na vila há vários restaurantes e também lojinhas.

VOLTA A ILHA O passeio principal é o de “Volta a ilha”, que sai da Terceira Praia, e passa o dia todo visitando diversos pontos como a cidade histórica de Cairu (foto), as piscinas naturais de Moreré e a de Garapuá, Canavieiras, Ilha de Boipeba... Fiz o tour com a agência @descubramorrodesaopaulo. Recomendo!

GARAPUÁ 4X4 Outro passeio que recomendo (meu preferido) é este. Nele você visita a quinta praia, também conhecida como Praia do Encanto e a Praia de Garapuá. Uma praia linda e quase vazia, com barquinhos que levam os turistas para as piscinas naturais. Um show de beleza, uma paz. Passeio lindo e super tranquilo, excelente para quem quer curtir o paraíso sem pressa.

OS MIRANTES Por último, recomendo conhecer os mirantes, como o da Tirolesa (foto). Aproveite para descer com emoção e adrenalina os 71metros de altura e 345 metros de extensão. Para fechar com chave de ouro a trip, o pôr do sol na Toca do Morcego é de uma beleza incrível, que deixa todo mundo com vontade de ficar. Ah, muita gente chama o Morro de São Paulo de Morro de Saudade. Pelas fotos vocês vão entender porque.


Petrópolis: um roteiro pela Cidade Imperial Localizada na Serra Fluminense, Petrópolis teve um papel importante na história do Brasil. Destino de veraneio da família imperial e dos primeiros presidentes da República, a cidade acumulou um rico patrimônio histórico e arquitetônico, com construções bem preservadas que datam do século19 e do início do século 20. Os visitantes podem curtir também os atrativos gastronômicos, cervejeiros e naturais da cidade.

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FOTO: ©ISTOCK.COM / JULIO RICCO

Por Patrícia Chemin



tornava-se sede do governo. Junto com D. Pedro II e a família imperial, se deslocavam para Petrópolis nobres, diplomatas e intelectuais, que ali também construíram seus palacetes e mansões. Até mesmo vários presidentes do Brasil se renderam aos encantos de Petrópolis como destino de veraneio, notadamente Getúlio Vargas. Nas primeiras décadas da República, Petrópolis não perdeu seu prestígio e continuou atraindo personalidades ilustres, em um ambiente culto e refinado. Hoje, a cidade é um importante destino turístico, pois soube preservar sua história. Petrópolis continua como um reduto de tranquilidade, estando entre as 50 cidades mais seguras do país (dados do Ipea de 2017).

HERANÇA DO BRASIL IMPÉRIO Poucas cidades brasileiras têm um patrimônio imperial tão vasto e bem preservado quanto Petrópolis. As lembranças desse momento de nossa história estão por toda parte: em monumentos, construções e nomes de ruas e praças. Para conferir tudo isso, vale um passeio a pé pelo centro histórico, que é plano, bem arborizado e decorado com flores coloridas. Em vários pontos, há placas que contam um pouco da história de cada local.

FOTO: ©ISTOCK.COM / JULIO RICCO

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oi em 1822, antes mesmo da Independência do Brasil, que D. Pedro I visitou pela primeira vez o local que viria a ser Petrópolis. Na época, ali existiam apenas algumas fazendas entre os enormes paredões rochosos da serra. O futuro imperador logo se apaixonou pela paisagem exuberante e pelo clima da região – bem mais ameno que o do Rio de Janeiro. Idealizou, assim, a construção ali de um palácio de verão para a corte, algo muito comum entre as monarquias europeias. Os planos só foram concretizados anos depois, mas por D. Pedro II, que assinou o decreto de fundação do povoado de Petrópolis em 1843. Além da construção de um Palácio Imperial, o projeto previa a urbanização de uma vila ao redor. Petrópolis foi toda planejada, com as ruas seguindo o curso natural dos rios e as casas viradas para eles, mas recuadas, com espaço para amplos jardins – um projeto inovador para a época e que ainda pode ser visto no centro histórico da cidade. Para ajudar na construção do povoado, chegaram os primeiros colonos em torno de 1845 – no caso, imigrantes alemães. Na época do Império, a temporada de verão em Petrópolis durava cerca de seis meses, quando a cidade


FOTO: ©ISTOCK.COM / DIEGOGRANDI

Os palacetes do século 19 chamam a atenção pela beleza arquitetônica e pelo bom nível de conservação. Muitos viraram pontos turísticos, enquanto outros foram adaptados na forma de hotéis, prédios oficiais da prefeitura e comércio. Porém, sem dúvida, o grande destaque é o próprio palácio de verão de D. Pedro II, hoje Museu Imperial. De estilo neoclássico, tem um acervo riquíssimo do Brasil Império e não deve nada a museus europeus do mesmo porte. Aberto na década de 1940 por decreto de Getúlio Vargas, ele recria alguns cômodos usados pela família imperial com móveis e objetos originais e ainda tem em exposição itens como a pena usada pela Princesa Isabel para assinar a Lei Áurea, as coroas de D. Pedro I e D. Pedro II e as vestes monárquicas, além de cartas, joias e pinturas. Perto dali está a Catedral São Pedro de Alcântara, em estilo neogótico, cuja torre pode ser vista de vários pontos da cidade. No interior, encontra-se o Mausoléu da família imperial, onde estão os restos mortais de D. Pedro II, Dona Teresa Cristina, Princesa

À esquerda, vista a partir da Praça da Liberdade, com a Catedral São Pedro de Alcântara ao fundo. Acima, o Museu Imperial, que conta com um vasto acervo do Brasil Império.

Isabel e Conde D’Eu. Há também 38 vitrais de grande beleza, que contam algumas passagens da história de Petrópolis e de santos católicos. Com uma estrutura de ferro e vidro, o Palácio de Cristal foi encomendado pelo Conde D’Eu em homenagem à Princesa Isabel. Ali foi assinada a libertação dos escravos de Petrópolis, antes mesmo da Lei Áurea. Para visitar, a entrada é gratuita. Também vale conferir a Casa da Princesa Isabel (visita apenas externa). No jardim, ainda há camélias brancas, símbolo dos abolicionistas da época. Vários restaurantes, pousadas e outros estabelecimentos de Petrópolis se reuniram no chamado Tour da Experiência, oferecendo produtos e atrações interativas para mergulhar na época do Império. Um dos mais interessantes é o Sarau Imperial, uma apresentação com a Princesa Isabel que ocorre no Cineteatro do Museu Imperial. 115


Em sentido horário, a Catedral São Pedro de Alcântara, onde está o Mausoléu da família imperial, a Casa de Santos Dumont, repleta de traços da genialidade do pai da aviação, e o Palácio Rio Negro, usado como residência oficial de verão por antigos presidentes da República.

A PETRÓPOLIS DO SÉCULO 20 Apesar de grande parte do patrimônio da cidade ser do período do Império, há uma série de construções surpreendentes que datam do século 20. Entre as figuras ilustres que continuaram a frequentar a cidade está Santos Dumont. O pai da aviação teve ali sua residência de veraneio, mais conhecida como “A Encantada”. De longe, parece uma casa de brinquedo, bem compacta, sobre um terreno em declive. Porém, é funcional e, como seu antigo morador, à frente de seu tempo. O desenho, feito a pedido do próprio Santos Dumont em 1918, é repleto de traços da genialidade do inventor, como os degraus em raquete, o chuveiro com aquecimento de água e os móveis multiuso. Em exposição, há objetos, livros e cartas de Santos Dumont. Já o Palácio Rio Negro, a partir de 1903, foi usado como residência oficial de verão por vários presidentes da República. Hoje funciona como um museu, onde é possível ver de perto móveis originais usados por Getúlio Vargas, as escadarias de mármore e muito mais. Por muito tempo, Petrópolis atraiu a nata da elite brasileira. Assim, nada mais natural do que a construção de um hotel cassino luxuoso: o Palácio Quitandinha, erguido na década de 1940 para ser o maior do tipo na América do Sul. Repleto de ambientes e detalhes suntuosos, o hotel foi palco de grandes bailes de Carnaval, shows de artistas famosos da época e até concursos de Miss Brasil. Porém, apenas dois anos após sua inauguração, os jogos de azar foram proibidos no país e o hotel entrou aos poucos em decadência. Recentemente, o Palácio Quitandinha passou a ser administrado pelo SESC e é agora aberto a visitas. Os salões foram restaurados e dá para ter uma amostra dos tempos de glória do hotel. O espaço do antigo cassino surpreende com uma cúpula gigantesca. 116


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CAPITAL ESTADUAL DA CERVEJA Petrópolis vai muito além do patrimônio histórico: é um dos principais polos cervejeiros do país. A cidade também é considerada o berço da produção de cerveja no Brasil, já que ali surgiu a primeira cervejaria do país – a Bohemia, fundada em 1853. Junto com as vizinhas Teresópolis, Nova Friburgo e Guapimirim, Petrópolis faz parte da Rota Cervejeira do Rio de Janeiro, que engloba mais de 20 produtores de todos os portes. Muitas são abertas a visitantes e oferecem atrações imperdíveis para os fãs da bebida. A Bohemia transformou parte de sua fábrica original, localizada no centro de Petrópolis, no maior centro de experiência cervejeira da América Latina. Funciona como um museu interativo da cerveja, com ambientes temáticos sobre a história da bebida e seu processo de produção. No tour, acontece degustação de alguns rótulos da Bohemia. O local também abriga um bar e um restaurante. Já o Grupo Petrópolis, produtor de marcas como Itaipava, Crystal e Petra, oferece “beer tour” guiado e gratuito pela fábrica de Petrópolis. Em frente à Câmara Municipal, acontece mensalmente a Deguste, uma feira de cervejas artesanais. Marcam presença vários pequenos produtores da cidade e da região serrana, além de food trucks e barraquinhas de produtos gourmet e artesanato. 118


FOTO: PATRICIA CHEMIN

FOTO: ©ISTOCK.COM / DIEGOGRANDI

Na parte superior, a fachada e o interior da Bohemia no centro de Petrópolis, a primeira cervejaria do Brasil. Abaixo, tour guiado e gratuito pela fábrica do Grupo Petrópolis.

FOTO: PATRICIA CHEMIN

PARA TODOS OS GOSTOS: COMPRAS, GASTRONOMIA E FESTIVAIS Com inúmeras lojas, galerias e confecções locais, Petrópolis é um reconhecido polo de moda nacional. Roupas e acessórios de alta qualidade são vendidos a preços muito atrativos. Para fazer umas comprinhas, vá à famosa Rua Teresa, no centro, ao bairro do Bingen e à Feirinha de Itaipava, que funciona aos sábados, domingos e feriados. A gastronomia também ganha cada vez mais destaque na cidade. Há uma boa variedade de restaurantes – de hamburguerias a bistrôs refinados, de culinária italiana a culinária japonesa. Perto do centro histórico, o bairro de Valparaíso é o polo gastronômico da cidade. Durante o ano, há uma série de eventos gastronômicos em Petrópolis, como o Festival Sabores de Outono, o Serra Wine Week e o Petrópolis Gourmet. As festas culturais também são imperdíveis, como a tradicional Bauernfest, em homenagem aos imigrantes alemães, a japonesa Bunka-Sai e a italiana Serra Serata. Já o Festival de Inverno traz uma programação com concertos, óperas, ballet, shows e peças de teatro. No fim do ano, o Natal Imperial deixa a cidade toda iluminada. 119


CLIMA

Por estar a 800 metros de altitude, Petrópolis tem um clima ameno o ano todo, com invernos mais frios – mesmo estando a apenas 60 km do Rio de Janeiro. Chuvas são mais comuns no verão. A partir de Petrópolis, é possível visitar o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, que oferece vistas deslumbrantes.

NATUREZA E ECOTURISMO Além de ser uma cidade bem arborizada e repleta de áreas verdes, Petrópolis abriga grande parte do Parque Nacional da Serra dos Órgãos – uma reserva com mais de 20 mil hectares e exuberante biodiversidade da Mata Atlântica, além de cachoeiras e incríveis formações rochosas da Serra do Mar, como o Dedo de Deus (visto na foto acima) e a Agulha do Diabo. Criado em 1939, é o terceiro parque mais antigo do país. Por lá é possível praticar esportes como escalada, rapel e trilhas. Aliás, o parque possui a maior rede de trilhas do Brasil, com mais de 200 km de extensão. A parte mais conhecida é a travessia Petrópolis-Teresópolis, composta por 30 km de subidas e descidas. Esse trecho dá acesso a vistas panorâmicas de tirar o fôlego. O roteiro indicado tem duração de três dias e início em Petrópolis. Recomenda-se ir acompanhado de guia especializado.

COMO CHEGAR

Há voos entre as principais capitais do país e a cidade do Rio de Janeiro, operados por várias companhias aéreas. Depois, siga pela rodovia BR-040 (Washington Luís) até Petrópolis, de fácil acesso a partir do Aeroporto Santos Dumont e do Galeão. Azul – voeazul.com.br GOL – voegol.com.br LATAM – latam.com

ONDE COMER

Bohemia – bohemia.com.br Katz Chocolates – katzchocolates.com.br Luigi – massasluigi.com.br Rota Cervejeira do RJ – rotacervejeirarj.com.br

ONDE FICAR

Casablanca Imperial – casablancahotel.com.br Grande Hotel Petrópolis – grandehotelpetropolis.com.br Hotel Solar do Império – solardoimperio.com.br Locanda della Mimosa – locanda.com.br

PACOTES TURÍSTICOS

SCHULTZ – schultz.com.br DECOLAR – decolar.com CVC – cvc.com.br

INFORMAÇÕES TURÍSTICAS

A jornalista viajou a convite da Schultz para a XI Convenção Schultz 120

petropolis.rj.gov.br/fct visitepetropolis.com

FOTO: ©ISTOCK.COM / FABIANO_TEIXEIRA

Serviço


Manaus da art nouveau, à cultura viva!

FOTO: © EMBRATUR ISTOCK.COM / DIVULGAÇÃO / POBLADURAFCG

Por Eliria Buso


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FOTO: © ISTOCK.COM / DANIEL FIGUEIREDO

Entre rios e floresta, Manaus se destaca como uma cidade cheia de cultura e história. À direita, o imponente Teatro Amazonas é um dos principais monumentos da arquitetura da cidade

UM GIRO PELO CENTRO HISTÓRICO Manaus conta com diversos edifícios e construções históricas que retratam seu rico passado. Alguns dos lugares imperdíveis são:

Teatro Amazonas

Construído em estilo neoclássico, o Teatro Amazonas é o grande cartão-postal (não natural) da cidade. Herança do período áureo do látex, o espaço foi inaugurado em 1896 e chama a atenção principalmente pela imponência de sua cúpula – com inspiração turca -, feita com 36 mil peças em cerâmica esmaltada e telhas vitrificadas coloridas nas cores da bandeira brasileira. Além disso, o teatro representa um marco na sociedade manaura, tendo recebido óperas, operetas, musicais, peças de teatro, shows de cantores líricos e populares, festivais, grupos de dança, bandas de música, corais, orquestras e tantos outros durante seus mais de 120 anos de história.

FOTO: © ISTOCK.COM / PICCAYA

M

anaus é um destino que dispensa apresentações. Porta de entrada para a exuberante Floresta Amazônica, a cidade já foi exaltada de inúmeras formas, atraindo turistas de todos os cantos do mundo. Porém, muitos de nós, brasileiros, só a conhecemos no papel – seja do livro da escola ou da fotografia – e não nos atrevemos a desbravar essa maravilha como ela merece. Depois de quase quatro horas de viagem, admirando o verde incessante da janela do avião, o que encontramos em solo manauara é surpreendente. Bem no meio do bioma mais rico do país, nos deparamos com uma cidade moderna, cheia de história e com uma cultura viva que ganha as ruas e contagia seus visitantes. Fundada em 1669, pelos portugueses, a cidade teve seu primeiro auge no Ciclo da Borracha, entre os séculos 19 e 20. Nesse período áureo, da belle èpoque manauara, a cidade ganhou ares vanguardistas, sendo uma das primeiras do país a contar com luz elétrica, bondes e água encanada. Era até chamada de “Paris dos Trópicos”. E é justamente dessa época que surgem grandes ícones da arquitetura que permanecem preservados em Manaus, como o Teatro Amazonas, o Palácio do Governo, o Mercado Municipal e o prédio da Alfândega.



O salão de espetáculos tem capacidade para 701 pessoas e recebe, até hoje, apresentações de festivais importantes.

Palacete Provincial

Construído por um casal português, o edifício foi sede da segurança pública e hoje se tornou um complexo cultural que abriga: o museu de Numismática Bernardo Ramos, a Pinacoteca do Estado, o museu Tiradentes, o museu da Imagem e do Som, o museu de Arqueologia e o Laboratório de arqueologia Alfredo Mendonça de Souza, o Ateliê de Restauro de obras de artes e de papel, as reservas técnicas dos museus e as exposições de longa duração “Escritório da obra”, que é uma clara demonstração de como estava o prédio antes da restauração, e a “Esculturas do Mundo” que é uma mostra das réplicas das esculturas dos museus franceses, assinadas pela Reunion ds Musées National - RMN, além de serviços como o Café do Pina, a Arena de espetáculos Newton Aguiar e o Auditório Multiuso Cel. Pedro Henrique. O Palacete Provincial está localizado na praça Heliodoro Balbi, que foi restaurada e recompõe a paisagem urbana, local e a memória do histórico Clube da Madrugada. É referência para quem quer conhecer a capital do Amazonas e a história de seu povo.

Palácio Rio Negro

Também conhecido como Palacete Scholz, o edifício foi construído em 1903, em estilo eclético, como residência de um barão da borracha. Depois, foi sede do governo e residência oficial do governador. E para contar um pouco de sua história e importância, hoje promove gratuitamente vasta e eclética programação cultural com exposições de arte de artistas locais, nacionais e internacionais, e visitas guiadas às salas tradicionais do Palácio.

Mercado Adolpho Lisboa

Outra construção que data da belle époque é o mercado municipal da cidade. Situado na região portuária de Manaus, o edifício em art nouveau reúne todas as principais cores e sabores tão características e famosas da região Norte. 124


O Mercado Adolpho Lisboa é destino certo para experimentar as delícias típicas da região

O espaço conta com mais de 180 boxes que oferecem produtos típicos como: peixes, carnes, frutas, ervas e artesanato. Além disso, o lugar é um dos mais indicados para provar uma das iguarias do café da manhã manaura, o x-caboquinho. O lanche feito em pão francês leva banana frita, queijo coalho e tucumã – uma fruta amazônica. Experimente acompanhado de um suco de cupuaçu ou de um, também local, guaraná Baré!

HISTÓRIA E NATUREZA PRESENTES NOS MUSEUS DA CIDADE Antes de fazer um roteiro completo pela Amazônia, vale a pena visitar os parques e museus de Manaus, que são uma pequena amostra da grandeza natural presente nessa região

FOTO: © ISTOCK.COM / ELLEON

Museu da Amazônia – MUSA

Imagine passear por um pedacinho da Floresta Amazônica sem sair da área urbana de Manaus? Essa experiência pode ser vivida no Musa, o Museu da Amazônia. Localizado na zona leste da cidade, o espaço funciona como um jardim botânico dentro da Reserva Florestal Adolpho Ducke. Fundado em 2009, o museu é perfeito para um passeio educativo e sustentável. Ocupando 100 hectares da fazenda, o museu vivo conta com trilhas de mata nativa que guardam belas surpresas. Destaque para o lago de vitórias-régias, o aquário com peixes amazônicos, como pirarucu e tambaqui, e o serpentário – com espécies peçonhentas e não peçonhentas. Além disso, entre uma trilha e outra, o que chama a atenção é uma enorme árvore: a angelim-pedra. Com idade estimada entre 500 e 600 anos, a árvore tem 45 metros e é conhecida como “senhor da floresta” ou “deusa maior da Floresta Amazônica”. Depois das trilhas, a dica é subir os 242 degraus da torre de observação do Musa. Do alto de seus 42 metros, a torre exibe uma vista exuberante do topo das árvores da floresta. 125


Ao lado, do alto da torre de observação do MUSA, é possível admirar toda a natureza de dentro da cidade, a seguir, o lago das vitórias-régias é uma das atrações mais bonitas do Musa. Abaixo, o Museu do Seringal conta a história da época do ouro da borracha em Manaus

FOTO: MICHEL DANTAS/ SECRETARIA DE CULTURA DO AMAZONAS

FOTO: © ISTOCK.COM / LUH RODRIGUES

FOTO: ELÍRIA BUSO

O Museu do Seringal Vila do Paraíso, em Manaus, é uma verdadeira aula de história. Ilustrando a época do ouro do Ciclo da Borracha, o espaço retrata o modo de ser e viver do homem no seringal, tanto os coronéis, quanto os nordestinos que chegavam à capital amazonense para trabalhar com o látex. Originalmente, o lugar foi criado como cenário cinematográfico do filme “A Selva”, protagonizado por Maitê Proença, e, graças à sua perfeita ambientação à situação do início do século XX, passou a receber visitantes como um museu. Retratando in loco o passado áureo da economia de Manaus, o cenário recriado no museu foi inspirado em um seringal de Humaitá, a 600 quilômetros dali. O projeto é formado por ambientações do ciclo da borracha, com móveis e utensílios que testemunham a riqueza dos seringais, além de Casa de Farinha, Tapiri de defumação da borracha, Barracão de aviamento, Casa de Banho, entre outros. As visitas, sempre guiadas, ainda incluem as trilhas das seringueiras, onde ocorre a demonstração de como era retirado o látex. O acesso ao Museu é feito de barco em um trajeto de 25 minutos e as saídas são feitas a partir da Marina de Davi.

FOTO: © ISTOCK.COM / FILIPEFRAZAO

Museu do Seringal


NAS ÁGUAS, O CENÁRIO É DE TIRAR O FÔLEGO! Não dá para falar de Manaus e deixar de lado suas águas abundantes. A Floresta Amazônica é considerada a maior bacia hidrográfica do planeta, já que abriga 80% de água doce. Isso reflete bastante no transporte da região, feito quase sempre por vias aquáticas, mas também influi no turismo. Isso porque, é no meio dessa imensidão de águas que estão alguns dos principais atrativos da cidade. Por conta disso, o que não faltam são pacotes e passeios para desbravar os famosos rios Negro e Solimões.

Nadando com os botos

O Rio Negro é uma das maravilhas da natureza manaura. Com mais de dois quilômetros de exten-

O mergulho com o boto é um dos atrativos do Rio Negro

são, protagoniza um verdadeiro espetáculo ao se encontrar, sem se misturar, com o Rio Solimões. O rio de águas negras é cenário para diversos passeios nos arredores de Manaus. Entre eles, se destaca o mergulho com os botos cor-de-rosa. Na ocasião, o turista pode mergulhar com os animais em seu habitat natural, observar os guias alimentando -os com peixes e ainda admirar seus belos saltos. Como é um passeio livre de exploração animal, a interação nem sempre é garantida. E além disso, é necessário que os turistas sigam algumas importantes instruções para garantir a preservação da espécie e do meio ambiente em volta. Uma verdadeira aula de turismo sustentável! 127


Praia do Tupé

Localizada a cerca de 30 quilômetros de Manaus, a partir da orla da Ponta Negra, a praia do Tupé é um pequeno reduto de tranquilidade em meio às águas do Rio Negro. Exposta durante praticamente o ano inteiro, a praia de água doce forma um cenário praticamente paradisíaco com areias clarinhas contrastando com o negro das águas.

As delícias manauaras

Quando se fala em gastronomia da região Norte brasileira, o que paira pela nossa imaginação é uma variedade enorme de pratos com peixes e temperos amazônicos. E é exatamente isso que encontramos por lá, porém, com uma riqueza de aromas e sabores praticamente indescritível. Alguns restaurantes de Manaus vêm modernizando seus cardápios, mas sem deixar de lado a tradição que vem atrelada à ingredientes como o tucupi, o tucumã e os já internacionalizados açaí e cupuaçu.

À esquerda, encontro das águas é um dos maiores espetáculos da natureza. Graças as diferenças químicas dos rios, suas águas, de tons distintos, não se misturam. Ao lado Açaí, cupuaçu e outras frutas típicas são presença frequente na gastronomia local

Praia do Tuoe

FOTO: © ISTOCK.COM / TACIOPHILIP

Como falamos anteriormente, o encontro dos rios Negro e Solimões é um dos Patrimônios Imateriais da cidade. Imperdível, o fenômeno ocorre no ponto em que os cursos dos rios se juntam para formar o Rio Amazonas. Devido às grandes diferenças físico-químicas entre os dois rios, suas águas, de cores negra e barrenta, correm paralelamente sem se misturar por vários quilômetros. A maneira mais tradicional de conhecer as diferenças e belezas desse espetáculo é pegar um barco e ir até o Encontro.

Apesar de, aos finais de semana, a praia ficar mais cheia, o lugar ainda permanece isolado, tornando-se um oásis de relax e descanso. A área de proteção abriga ainda a tribo Dessana, que realiza apresentações de dança e da cultura indígena.

FOTO: © ISTOCK.COM / LUCKOHNEN

Encontro das águas


Serviço Manaus das paisagens de tirar o fôlego, do verde incessante, dos sabores únicos e exóticos. A capital do Amazonas tem atrações surpreendentes, muito contato com a natureza e uma ampla rede de serviços. Descubra!

CLIMA

Apesar das altas temperaturas acontecerem durante o ano inteiro, Manaus tem duas estações bem definidas: seca e chuvosa. A primeira ocorre durante o inverno e é quando os rios baixam o nível da água e formam as praias fluviais; já a outra, durante o verão, é perfeita para o turismo de selva, pois os rios estão cheios e favorecem os passeios pelos igarapés.

COMO CHEGAR

Saindo de São Paulo, são cerca de quatro horas de viagem até Manaus. Algumas das principais companhias aéreas do país, como GOL e LATAM já fazem o trecho direto entre as cidades. Do Aeroporto Internacional de Manaus, são 14 quilômetros até o centro da cidade, e a melhor forma de chegar é pegar um taxi.

ONDE FICAR Holiday Inn Manaus – holidaymanaus.com.br Hotel Villa Amazônia – villaamazonia.com Novotel Manaus – accorhotels.com

FOTOS: © ISTOCK.COM

ONDE COMER Moquém do Banzeiro – facebook.com/moquemdobanzeiro Caxiri Restaurante – facebook.com/caxirimanaus Tambaqui de Banda – facebook.com/TambaquideBanda Restaurante Naia – holidaymanaus.com.br Shin Suzuran – suzuran.com.br Cachaçaria do Dedé – cachacariadodede.com.br Abaré Sup & Food – facebook.com/ Abaré-SUP-and-Food-1434914630116671

PACOTES TURÍSTICOS

AZUL VIAGENS – azulviagens.com.br CVC – cvc.com.br RCA TURISMO – rcaturismo.com.br

INFORMAÇÕES TURÍSTICAS A jornalista viajou a convite do IHG – Intercontinental Hotels Group.

FOTO: ELÍRIA BUSO

amazonastur.am.gov.br

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QUAL VIAGEM

SUPERdica viajandocomsy facebook.com/viajandocomsy

Viajandocomsy166

viajandocomsy.com.br

Icaraí

Por Symone Dias

QUEM CONHECE ESSE PARAÍSO? Você deve estar curioso para saber sobre esse lugar que carinhosamente é chamado de Icaraizinho de Amontada, uma pequena vila de pescadores no Ceará com um pouco mais de 5 mil habitantes e distante de 48 km de Amontada e 198 km de Fortaleza.

DUNAS DO PÔR DO SOL A segunda parada foi nas dunas, sendo que o passeio segue sempre as margens do Rio Aracatiaçu. Em seguida, a outra foi na Ilha das Ostras, por volta das 17h15, para apreciar o pôr do sol nas dunas. Sensacional e imperdível! O QUE FAZER Desconectar, recarregar as energias, namorar, não fazer nada, curtir o mar, passear de bugue, praticar esportes aquáticos e não ver televisão. É um dos melhores lugares do Brasil para praticar kitesurf e por isso já foi descoberto pelos gringos que invadem Icaraí de Amontada a partir de agosto.

PÔR DO SOL O melhor passeio é esse! Com saída às16h em direção à Praia de Moitas (distante 6 km), onde o mar se encontra com o Rio Aracatiaçu.

VILLA MANGO BEACH BUNGALOWS O mais lindo dos hotéis, fiquei apaixonada! Fica em frente ao mar e tem um deck de dar inveja a qualquer outro. Lá tem tudo, você não precisa nem sair: jantar romântico em frente ao mar, aulas de kitsurf etc. E eles ainda agendam todos os passeios.


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Rios, rochas e águas no coração da Bahia

FOTO: © ISTOCK.COM / CAMILA1111

POR CLÁUDIO LACERDA OLIVA


FOTO: © ISTOCK.COM / GERVANIO

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rincipal destino de ecoturismo do Brasil, a Chapada Diamantina é um oásis em pleno sertão nordestino, fica no coração do estado da Bahia e possui temperaturas amenas. A área de preservação é só uma pequena parte de um território que guarda uma quantidade incrível de montanhas, chapadões, rios, cachoeiras e grutas. Formada por vários municípios, a Chapada tem aproximadamente 40 mil km². A região foi desenhada ao longo de bilhões de anos, quando as chuvas, os ventos e o rios esculpiram as rochas, criando vales e montanhas de tamanhos e formas impressionantes e oferecendo um cardápio diversificado de belezas cênicas. Como o parque ainda não possui um completo plano de manejo implementado, a maioria das atrações não tem estrutura adequada para visitas, nem boa sinalização - portanto é preciso contratar um guia na maioria dos casos. Muitos lugares interessantes estão fora do domínio do parque.

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Cultura Garimpeira dominou a região

Escolha da cidade

A cultura garimpeira deixou o seu legado e, junto com tantas outras, deu sentimento, sabor e identidade à Chapada. Com uma rica arquitetura, em grande parte, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o lugar é um reduto para o intercâmbio cultural entre nativos e turistas. O destino recebe milhares de visitantes a cada ano, ávidos por experimentar os diferentes atrativos que compõem a região, com direito a uma boa dose de adrenalina, afinal, não é à toa que a região é referência no turismo de aventura no Brasil. Devido à dimensão do território e às grandes distâncias existentes entre os principais atrativos naturais e as cidades turísticas, programar uma viagem para a região requer uma atenção especial.

FOTO: © ISTOCK.COM / MARTINELLI73

Ao lado, a cidade de Lençóis, que preserva no centro histórico, o maior conjunto de casario colonial da região. No centro, abaixo, as trilhas entre morros, montanhas e grutas são os destaques do parque da Chapada.

O Parque tem como cenário principal as cidades de Lençóis - considerada a capital - Mucugê, Andaraí, Ibicoara, Palmeiras, Rio de Contas e as vilas de Igatu e Vale do Capão. Lençõis possui a maior quantidade de hospedagens e também as mais confortáveis. Os quartos com as melhores vistas estão nas pousadas do Vale do Capão. Nas demais localidades, a maioria dos hotéis é mais simples e com pouca estrutura. Portanto a partir daí dá para se organizar para conhecer os principais atrativos, espalhados de norte a sul do território. As agências de turismo oferecem diversas opções de roteiros que variam de um a oito dias. São visitados pontos turísticos localizados no entorno do Parque Nacional da Chapada Diamantina. Os passeios possuem diferentes níveis de esforço físico e ainda podem ser adequados ao perfil de cada pessoa. Os guias garantem que quem decide o ritmo da caminhada é o turista e, para facilitar, nas trilhas mais longas são oferecidos serviços como a contratação de uma pessoa para levar as bagagens. A Chapada Diamantina possui uma enorme área silvestre. Por isso, é imprescindível que você esteja acompanhado por alguém que conheça bem cada lugar e que tenha treinamento em primeiros socorros. Além disso, o guia poderá enriquecer sua viagem com informações sobre a fauna, flora, geologia e história. Guardiã de centenas de quedas d’água, sitios arqueológicos e uma geologia suntuosa, esta unidade de conservação ocupa 152 mil hectares, agraciando nativos e turistas com sua beleza cênica e esplendor. Foi no ano de 1985 que nasceu o parque com o intuito de preservar os ecossistemas da Serra do Sincorá e conservar suas nascentes, com destaque para o principal rio baiano, o Paraguaçu. Esta unidade de conservação guarda um banco genético importantíssimo para a pesquisa. A cada ano, diversas novas espécies de plantas endêmicas e animais são descobertas na região. Administrado pelo Instituto Chico Mendes de 135


Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a sua área representa apenas uma pequena parte de toda a Chapada Diamantina, região que engloba dezenas de municípios. Com sede na cidade de Palmeiras, o Parque abrange seis municípios (Andaraí, Lençóis, Mucugê, Palmeiras, Ibicoara e Itaetê), contribuindo para a preservação de lugares de relevância histórica e cultural.

FOTO: RAFAEL SGARI/CC BY-SA 4.0/CREATIVECOMMONS.ORG/LICENSES/VIA WIKIMEDIA COMMONS

Você deve iniciar o seu roteiro visitando a Cachoeira da Fumaça. É possível conhecer os principais atrativos do Parque Nacional da Chapada Diamantina a partir de localidades como Lençóis, Mucugê, Andaraí e do Vale do Capão. O acesso se dá, na maioria das vezes, por meio de caminhada. Muitos lugares famosos estão localizados ao seu redor, como os Poços Azul e Encantado, o famoso Morro do Pai Inácio e diversas grutas, a exemplo da Lapa Doce. Lençóis é o portal da Chapada Diamantina,

FOTO: © ISTOCK.COM / PEDARILHOS

Onde começar a sua Visita


FOTO: © ISTOCK.COM / JOÃO VIANNA

A esquerda, a Cachoeira da Fumaça é um dos atrativos mais visitados da Chapada. Abaixo, águas cristalinas e geladas na Gruta da Lapa Doce. E à direita, o Morro do Pai Inácio, paisagem ícone desta região baiana.

graças à sua infraestrutura hoteleira, com mais de dois mil leitos, restaurantes de alto nível e voos regulares. Ao longo dos anos, o município vem ganhando ares cosmopolitas, com residentes dos quatro cantos do mundo. Os seus principais atrativos são os casarios do século XIX; a história e cultura herdadas do garimpo; a Serra do Sincorá e os atrativos naturais de fácil acesso como os poços do Serrano. A cidade também concentra o maior número de agências de turismo, que organizam passeios por toda a Chapada Diamantina. O lugar ainda oferece uma agenda cultural diversificada, com opções que variam de festas tradicionais, como o São João, a shows de MPB, com destaque para o Festival de Lençóis. O Vale do Capão é uma atração por si só. Ele é mais do que um santuário ecológico: é um lugar fascinante! O clima de esoterismo e paz está presente no dia a dia da comunidade e foi trazido por jovens ainda embalados pelos sonhos dos anos 70.

Hoje, muitas pessoas continuam chegando dos grandes centros urbanos e até de outros países, à procura de autoconhecimento, espiritualidade, contemplação e uma vida mais sustentável. É possível fazer os tradicionais passeios de ecoturismo no Capão e ainda provar delícias locais, como o pastel de palmito de jaca e a pizza integral, além de boas opções para vegetarianos. Por lá, o turista poderá ter acesso a práticas terapêuticas e tratamentos holísticos. Há acesso para alguns dos lugares mais famosos da região, como a Cachoeira da Fumaça e o Morrão. O evento cultural que mais chama a atenção dos turistas é o Festival de Jazz, com shows de artistas consagrados da música instrumental. Foi neste município que apareceram os primeiros diamantes da Chapada Diamantina, em 1844. Uma das atrações mais interessantes é o cemitério de estilo bizantino, único do Brasil, que chama a atenção pela sua singularidade. Composto por jazidas em forma de igreja, todas pintadas de branco, remetem ao 137


FOTO: © ISTOCK.COM / VTUPINAMBA


O Poรงo Azul oferece essa imagem exatamente ao meio-dia, quando o sol incide sobre a cratera da gruta.


FOTO: SAMORY SANTOS/CC BY 3.0/CREATIVECOMMONS.ORG/LICENSES/VIA WIKIMEDIA COMMONS

estilo arquitetônico neogótico do século XVIII. Mucugê é tombada como patrimônio nacional pelo IPHAN e foi construída às margens da Serra do Sincorá. Cercada por montanhas, a temperatura média local é de 19˚C. O seu principal destaque é o Parque Municipal de Mucugê, onde está localizado o Projeto Sempre-Viva, focado na educação e preservação ambiental, além do Museu Vivo do Garimpo. 52% do seu território fazem parte do Parque Nacional. As atrações culturais mais significativas são os festejos de São João, o Festival de Chorinho e o Vozes na Chapada. No centro da cidade, os prédios são do século XIX. O principal rio que banha o município é o Paraguaçu, um dos raros cursos d’água permanentes do Nordeste, que responde por 60% do abastecimento da capital baiana. Já Andaraí, que fica mais na região central, oferece fácil acesso para diversos atrativos naturais: como o Poço Encantado, o pantanal Marimbus e a Gruta da Paixão. As piscinas do Rio Coisa Boa, a Cachoeira do Ramalho, a Lapa do 140

Bode e do Rio Garapa, os poços da Donana e da Paraíba são alguns dos pontos turísticos locais, ao lado das famosas praias do Paraguaçu. Nos áureos tempos do garimpo, a antiga vila Xique-Xique de Igatu, hoje distrito de Andaraí, era um dos locais mais povoados da região, com cerca de dez mil habitantes. Igatu viveu o apogeu e a decadência da exploração de minérios, deixando os sinais de sua história estampados na arquitetura e no estilo de vida dos moradores. Chegou a possuir cinema, loja de produtos importados e uma usina de energia elétrica. Também foi um dos maiores produtores mundiais de carbonado. As ruínas das casas de pedra do distrito integram um Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico tombado pelo IPHAN. O lugar ainda dispõe de um Parque Urbano de Preservação Ambiental, Histórica e Lazer, criado em 2007 para proteger as ruínas do bairro Luís dos Santos e as áreas internas dos afloramentos rochosos da Manga do Céu. É nas ruínas que está o principal aquífero do distrito e representantes

À esquerda, os esotéricos picos do Vale do Capão. À direita, explosão de cores no famoso Morrão.


FOTO: JEILSONANDRADE /CC BY-SA 3.0/CREATIVECOMMONS.ORG/LICENSES/VIA WIKIMEDIA COMMONS

típicos da flora, por isso é um dos espaços de maior beleza cênica de Igatu. O museu a céu aberto intitulado “Galeria Arte e Memória” se soma a esse rico acervo, ao guardar utensílios do garimpo e sediar exposições temporárias de artistas plásticos renomados. Com seis cachoeiras ao seu redor, Igatu também é um dos destinos preferidos para quem curte escalada.

Serras e cachoeiras em Ibicoara Cercada por serras e cachoeiras, Ibicoara está localizada ao sul do Parque e a 1.100 metros de altitude. O Parque Municipal do Espalhado, uma unidade de conservação a 30 km da sua sede, que abriga a majestosa Cachoeira do Buracão vem ganhando importância. Vale visitar as cachoeiras da Fumacinha, do Licuri e do Rio Preto que atraem principalmente os adeptos de esportes de aventura, como o rapel, o cascading, a escalada e o trekking. O lugar também tem produção artesanal de ca-

chaça e é famoso pela sua cultura agrícola, com ênfase no café orgânico, internacionalmente reconhecido pela sua qualidade. Ibicoara ainda integra o caminho das pinturas rupestres que segue até a cidade vizinha de Iramaia, ótima opção para os admiradores dessa arte milenar. A cidade de Palmeiras é o principal acesso para o Vale do Capão, um dos principais destinos da região. Vale visitar o Morro do Pai Inácio e o Morro do Camelo. São outros destaques os sítios arqueológicos do Matão e da Serra Negra, ao lado do patrimônio histórico e cultural do município, dos quais fazem parte os casarios coloniais, como o Museu da Cidade, que guarda lembranças do início do século XX.

Friozinho em Piatã

Para aqueles que adoram frio, belas paisagens montanhosas e clima interiorano, Piatã é um ótima opção. A mais alta cidade serrana de todo o Nordeste (1268 m de altitude) fica num platô entre as serras do Tromba e de Santana e tem temperaturas que podem chegar a 5ºC. 141


Com menos de 20 mil habitantes, a cidade produz cafés especiais de alta qualidade, premiados em concursos nacionais. A iguaria pode ser degustada nas fazendas, diretamente com o produtor. A mais antiga povoação da Chapada Diamantina tem vocação para prática de esportes outdoor, como Mountain Bike e trekking. O município conta também com vistas panorâmicas, pinturas rupestres e cachoeiras, belezas naturais e históricas. Fazem parte da cidade, cenários pictóricos como as cachoeiras do Patrício e Cochó e trilhas na Serra de Santana, onde é possível ter uma vista panorâmica da paisagem de Piatã em diversos ângulos. O calendário cultural é bem animado e conta com São João tradicional em junho, com forró pé de serra.

Conjunto arquitetônico em Rio de Contas Bem ao sul fica Rio de Contas, considerada uma das mais antigas cidades planejadas do país. Possui um dos três conjuntos arquitetônicos coloniais mais importantes da Bahia, dos quais fazem parte o Teatro São Carlos e as igrejas do Santíssimo Sacramento e Nossa Senhora de Sant’Ana. As suas casas e ruas de pedras são muito bem conservadas e passam um clima de aconchego e tranquilidade. A cidade já foi rota do ouro, através da Estrada Real. A beleza de suas ruas serviu de cenário ao filme Abril Despedaçado (2001), do cineasta Walter Salles. Dentre as singularidades da cidadezinha estão o tradicional carnaval de máscaras e os vilarejos quilombolas da Barra e Bananal e de descendência portuguesa. Eles sobrevivem da agricultura, do artesanato e da pesca e conservam a cultura de seus ancestrais de raízes africanas. Já a comunidade de Mato Grosso foi fundada por portugueses, e do lugar se extraiu muito ouro na época do garimpo.

Chapada Velha e Morro do Chapéu 142

À esquerda, a Igreja do Santíssimo Sacramento merece ser visitada no distrito de Rio de Contas.

Banhos refrescantes podem ser desfrutados na Cachoeira do Buracão.


FOTO: © ISTOCK.COM / SERGIOZACCHI

FOTO: © ISTOCK.COM / GERVANIO

FOTO: GUIARIODECONTAS.COM.BR/CHAPADA-DIAMANTINA-ATRATIVOS/ATRATIVOS-HISTORICOS/IGREJA-MATRIZ

O imenso cânion guarda quatro espetaculares quedas d’água na Cachoeira de Ferro Doido.

Os jesuítas chegaram à Chapada Velha e logo avistaram um monte com forma de chapéu. Assim surgiu o nome desta cidade de gente hospitaleira e clima ameno. Reduto de espécies endêmicas, como o colibri dourado, e as orquídeas, Morro do Chapéu tem um rico acervo natural, com cachoeiras, sítios arqueológicos e cavernas, a exemplo da Gruta dos Brejões, considerada a 4ª maior do estado e a 6ª do Brasil. Os rios que nascem e cortam o município fazem parte das bacias do Paraguaçu e São Francisco, sendo o Jacuípe o mais importante. A Cachoeira do Ferro Doido é um monumento natural de 98m de altura, quatro quedas e um imenso cânion. Já a do Agreste tem poços profundos, onde foram explorados diamantes. Com artesanato diversificado e a típica culinária regional, Morro do Chapéu também é palco para esportes de aventura. Na área urbana, são referências a arquitetura secular da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Graça, a capela da Soledade, a sede da prefeitura e a casa do

padre Magalhães. Nos arredores da cidade, está a Vila do Ventura, o maior centro de diamantes da região no início do século XX. Dois casarios e uma capela foi o que restou dessa época. Por uma trilha de 6 km, chega-se à Cachoeira do Ventura. Nas proximidades, o sítio arqueológico Cidades das Pedras é uma área de grande afloramento de arenitos, com curiosas formas e um belo conjunto de pinturas rupestres. As festas de Reis, do Divino Espírito Santo, de São Benedito e de Nossa Senhora da Graça, padroeira do município, são os principais eventos religiosos e populares do lugar. Complete o seu roteiro visitando a Gruta da Boa Esperança, do Cristal e da Igrejinha; a Cachoeira Domingos Lopes; a Fonte Termal do Tareco, um oásis em plena caatinga, com propriedades medicinais, e o Buraco do Possidônio. Mas nunca se esqueça de programar uma ida para essa espetacular experiência. Visite a Chapada Diamantina ao menos uma vez, vale muito a pena! 143


FOTO: DIVULGAÇÃO

Serviço CLIMA

De setembro a março ocorrem mais chuvas e o clima é mais quente e úmido. Temperaturas variam de 30 a 18 graus. De abril a agosto é uma época mais seca e as cachoeiras ficam menos volumosas e as temperaturas despencam, podendo chegar a 5oC.

COMO CHEGAR

FOTO: © ISTOCK.COM / PURPLEIMAGES

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PACOTES TURÍSTICOS DECOLAR – decolar.com.br FREEWAY – freeway.tur.br SUBMARINO VIAGENS submarinoviagens.com.br VENTURAS – venturas.com.br ZENTUR – zentur.tur.br

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ONDE COMER

Dona Nena em Mucugê prepara receitas da época do garimpo, pastel de palmito de jaca na Dona Dlava no Vale do Capão, os sorvetes da Apollo em Andaraí. Experimente também o Restaurante Cozinha Aberta e Os Artistas da Massa com especialidade italiana.

O QUE LEVAR

Botas ou tênis para trekking são indispensáveis. Na maioria das trilhas é recomendado o uso de calça. Na mochila repelente, protetor solar e blusa leve para proteger do vento. Entre outubro a março, inclua uma capa de chuva. Para as trailhas nunca esqueça de água, algumas frutas e barrinha de cereais para matar a fome.

INFORMAÇÕES TURÍSTICAS

serranoturturismo.com

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ONDE FICAR

De dezembro a fevereiro as diárias sobem, as trilhas lotam e as ccachoeiras estão com maior volume de água. De maio a agosto, o clima é seco. Em junho vale ir pelos festejos de São João e São Pedro. Recomendamos o Canto das Águas, a Pousada Vila Serrano e Alcino Estalagem que é mais simples e oferece diárias mais em conta.

QUANDO IR

O clima semiárido – com sol durante todo o ano e poucos períodos de chuva – também contribui para o viajante eleger a época que mais é conveniente. O tempo mínimo indicado para visitar a região é de quatro dias e o ideal é pelo menos sete, período necessário para conhecer os pontos turísticos mais famosos.

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Para uma viagem de carro a partir de Salvador o melhor é seguir pela BR 242. Desde Vitória da Conquista. Outra opção é pegar voos até Salvador e alugar um carro. São cerca de 5 horas de viagem. A Azul - voeazul.com.br oferece voos diários partindo de Campinas chegando até Lençóis. De lá alugue um carro ou contrate os serviços de uma agência de receptivo.




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