Golf CBG Life - Edição 57

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REVISTA OFICIAL DA CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE GOLFE

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9/23/14 11:36 AM












GOLF life

90 76 40 70 Consumo

Crescimento

18 SHOPPING Os pequenos e grandes prazeres

64 VIVER COM O GOLFE Golfe para a Vida em São Paulo

Rio 2016

Torneio

40 UM CAMPO HISTÓRICO Palco do golfe olímpico

70 O SWING DE CADA UM Aberto do Estado de São Paulo

Alto rendimento

Evento

48 EMOÇÕES À FLOR DA PELE Temporada CBG Pro Tour

76 ENCONTROS E APRENDIZADOS Caddies no Terravista Golf Course

Conhecimento

Crônica

56 UM JOGO DE RESPEITO As origens do fair play

82 A MATURIDADE DOS DETALHES Aberto do Damha Golf Club


REVISTA OFICIAL DA CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE GOLFE

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104 Psicologia esportiva

Torneio

90 UMA VIDA BEM VIVIDA A visão de Vicente Chino Fernández

100 SWING ALEMÃO Audi quattro Cup

Crescimento

História

94 PRESIDENTES EM CAMPO Federações e CBG no Olympic Golf Course

104 UM SÉCULO DE CORTES O pioneirismo da Toro

Torneio

Torneio

96 A IDADE DO PARAÍSO Aberto do Terravista Golf Course

108 RUMO À ESCÓCIA Nespresso Trophy 2014

Torneio

Torneio

98 AGENDA LOTADA Golfe sênior pelo Brasil

110 NAS ALTURAS Mundial da Turkish Airlines


Rafael Navarro no CBG Pro Tour, em Terras de São José, na cidade de Itu


GOLF life

REVISTA GOLF CBG LIFE PUBLISHER PAULO CEZAR PACHECO DIRETOR EDITORIAL MARCO FRENETTE * marco.frenette@gmail.com DEPARTAMENTO COMERCIAL WILSON NOGUEIRA DIREÇÃO DE ARTE DUSHKA * dushka29@gmail.com EDIÇÃO DE ARTE CARLO WALHOF REPÓRTER JULIO FARIA REVISÃO LILIAN DO AMARAL VIEIRA E RICARDO JENSEN FOTÓGRAFO OFICIAL ZECA RESENDES REPÓRTERES CONVIDADOS: NANCY CABRINO E HENRIQUE FRUET

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE GOLFE PRESIDENTE PAULO CEZAR PACHECO VICE-PRESIDENTE DE MARKETING KLAUS BEHRENS VICE-PRESIDENTE INSTITUCIONAL ARATA HARA VICE-PRESIDENTE DE DESENVOLVIMENTO JOSÉ KOBORI VICE-PRESIDENTE OPERACIONAL ODÉCIO LENCI VICE-PRESIDENTE TÉCNICO NORTON JOCHIMS FERNANDES DIRETOR DE REGRAS JOHN BYERS DIRETOR JURÍDICO ANTONIO CARLOS CRUZ LIMA DIRETOR ADMINISTRATIVO MILTON MARCOS BORBA DIRETOR FINANCEIRO ISMAEL FERREIRA FILHO GERÊNCIA EXECUTIVA MÁRCIO VASCONCELOS GALVÃO COACH NACIONAL SHAUN CASE GERENTE TÉCNICO ANTÔNIO LUIZ CHAVES BARCELLOS GERÊNCIA ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA MARIA ANGÉLICA A. GIUSTI, LEANDRO DIAS DA SILVA E PATRICIA YUI YAMATE GERÊNCIA DE PROJETOS E CONVÊNIOS LILIAN URATA E DANIEL TOLEDO GERÊNCIA DE OPERAÇÕES DE EVENTOS E TORNEIOS RODRIGO RANGEL E DARCIO RICCA GERÊNCIA DE COMUNICAÇÃO MARCO FRENETTE ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO JULIO FARIA ASSESSORIA DE IMPRENSA HILL + KNOWLTON

WWW. CBG.COM.BR


• EDITORIAL

O prazer da realização O filósofo grego Aristóteles dizia que só existe uma maneira de evitar as críticas: “Não fazer nada, não dizer nada e não ser nada”. Somos exatamente o contrário disso: nós fazemos muito e nos comunicamos muito, para que o golfe brasileiro cresça de modo sustentável e os golfistas saibam, para além de críticas descabidas e desinformadas, o quanto levamos a sério nosso querido esporte e nossa tarefa de pavimentar cada vez mais o caminho de um futuro promissor. Nós, na Confederação Brasileira de Golfe (CBG), temos prazer em realizar, trabalhar e depois colher resultados palpáveis de nossos esforços. E, claro, não fazemos nada sozinhos. Temos a felicidade de contar com parceiros valiosos e prestativos em várias esferas e áreas, a exemplo da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer do Rio de Janeiro, que abraçou o projeto Golfe para a Vida; agora foi a vez da Secretaria Municipal de São Paulo, por meio de seu secretário, Celso Jatene, assinar um contrato de colaboração com a CBG. O resultado é que o projeto Golfe para a Vida está também na capital paulista, tendo participado com sucesso da Virada Esportiva e já capacitado mais de 60 professores de educação física para ensinar os fundamentos do golfe. Só nessa primeira fase serão atingidos mais de 20 mil alunos dos Centros Educacionais Unificados (CEUs) e dos Centros Esportivos Municipais, os quais terão o primeiro contato com o esporte. Parceria e trabalho em conjunto são os conceitos-chave, pois ninguém é uma ilha. Por acreditarmos nisso, estamos sempre avançando, a exemplo do encontro com os presidentes das Federações que realizamos recentemente no Rio de Janeiro, visitando as obras do Olympic Golf Course e fazendo reuniões para alinharmos ações conjuntas para o crescimento do golfe de base e do golfe de alto rendimento. Com a ajuda do Comitê Olímpico Brasileiro, com a participação da R&A, com vários patrocinadores que nos apoiam, com a disposição dos clubes em receber nossos eventos, com o entusiasmo dos professores de educação física em aprender sobre golfe para depois transmiti-lo a seus alunos, com o apoio governamental por meio de políticos esclarecidos – toda essa estrutura conjunta e do bem tem sido um dos legados e um dos trunfos da CBG, sendo também a prova prática de nosso trabalho democrático e participativo. Neste número da Golf CBG Life, reportamos em matérias especiais toda essa gama de realizações em parceria, indo desde o Golfe para a Vida e o CBG Pro Tour até o campo olímpico e o fortalecimento das Federações, passando por uma matéria que esmiúça as bases históricas e sociais do fair play no golfe, esse termo que traz embutidos conceitos como o de honra, honestidade, perseverança e respeito – exatamente os valores que a própria CBG cultiva e trabalha para divulgar junto com o jogo de golfe. Muito boa leitura a todos.

Paulo Cezar Pacheco Presidente da Confederação Brasileira de Golfe

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The Ultimate Golf Experience* Os vencedores do Nespresso Trophy Brasil irão para a Escócia prestigiar a Ryder Cup 2014. Saiba mais em www.nespresso.com/trophybrasil

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Apoio:


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ACERVO BLACK-TIE

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1. Abotoaduras Double Knot de prata de lei, Tiffany & Co. Tel. (11) 3552-5200. 2. Instrumentos de escrita de resina preta preciosa e banhados de ouro vermelho, com pena de ouro Au750, coleção Meisterstück 90 anos, Montblanc. A marca apresenta desde a excelência da caneta-tinteiro 149, a versão Classique e as canetas-tinteiros LeGrand até os modelos rollerball e esferográfica. Tel. (11) 3552-8000. 3. Relógio Malte, Vacheron Constantin, com caixa de ouro branco 18k com 36,7 x 47,6 mm. As horas, minutos e pequenos segundos são constantemente impulsionados pelo Calibre 4400, que pode ser admirado através do verso transparente. Vacheron Constantin em São Paulo na Frattina e na Dryzun, no Rio de Janeiro na Sara Joias. 4. Relógio Gouverneur da coleção Black Tie, Piaget. A caixa da peça é de ouro rosé 18k e o verso, de cristal safira. O mostrador exibe horas, minutos, data (às 6h), segundo fuso horário (às 9h), e cronógrafo de 30 minutos (às 3h). O movimento mecânico automático ultrafino cronográfico flyback apresenta o calibre 882P. O modelo oferece cerca de 50 horas de reserva de marcha. www.piaget.com. 5. Abotoaduras Engine-turned de prata de lei, Tiffany & Co. Tel. (11) 3552-5200. 6. Abotoaduras da coleção Meisterstück 90 anos Montblanc. Tel. (11) 3552-8000. 7. Relógio Altiplano 38 mm 900P, o relógio mecânico mais fino do mundo. Foi lançado este ano em comemoração do 140º aniversário da marca. De ouro branco 18k, conta com marcador de horas e minutos e pequeno mostrador às 10h. Piaget. www.piaget.com

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Desafio Aceito! Este ano, os amantes de golfe do mundo inteiro estarão juntos no Brasil para competir no Turkish Airlines World Golf Cup Amateur Series. 50 torneios de qualificação acontecendo em 35 países. São Paulo / Paradise Golf&Lake Resort / 11 de Setembro de 2014

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VIAGEM

PAISAGENS INTOCADAS Entre setembro de 2014 e abril de 2015, os cruzeiros partem da Patagônia com destino à Terra do Fogo. As embarcações da Australis são compactas e conseguem passar pelos fiordes da Patagônia e da Terra do Fogo, um dos grandes diferenciais da empresa. Na programação estão pontos míticos que fazem parte do nosso imaginário, como o canal Beagle, o estreito de Magalhães, a cordilheira Darwin, a cidade de Ushuaia e o cabo Horn. As rotas pela região têm origem na Argentina (Ushuaia) e no Chile (Punta Arenas) e permitem explorar e avistar geleiras, imensos fiordes, golfinhos, castores, leões-marinhos, elefantesmarinhos, baleias, ilhas tomadas por pinguins-de-magalhães, entre outras belezas naturais. Todas as expedições são lideradas por guias experientes na navegação, história, geografia, fauna e flora da região. A “Rota de Charles Darwin” é inspirada na viagem do naturalista inglês a bordo do navio Beagle, que muito contribuiu para o desenvolvimento da teoria da evolução. Já outro roteiro é dedicado à observação de baleias-jubarte em seu hábitat natural. Todas as cabines são amplas, confortáveis e possuem grandes janelas com vista para o exterior. A visão panorâmica também é acessível pelas largas vidraças dos salões e do restaurante, cujo destaque é o cardápio internacional e regional, que inclui vinhos chilenos. www.australis.com

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EXPERTS 1. Óculos modelo Santos Dumont, com detalhe de couro, Cartier para Go Eyewear. Tel. (11) 4096-9640. 2. Pulseira, Tiffany Atlas™ de prata, Tiffany & Co. Tel. (11) 3552-5200. 3. Pingente chapado de prata de lei com a inscrição do ano em que a Tiffany foi criada na cidade de Nova York, com um cordão de contas de 61 cm, da coleção Tiffany 1837™. Tel. (11) 3552-5200. 4. Relógio Huracan, com movimento quartz, cronógrafo, calendário, taquímetro, caixa de aço e pulseira de couro, Dryzun. Tel. 0300 11 50 100. 5. Bolsa Gardena, de couro macio com bastante espaço interno, Bottega Veneta. Tel. (11) 3047-5757. 6. Carteira de couro com textura feita à mão, Bottega Veneta. Tel. (11) 3047-5757. 7. Pulseira de couro com detalhes de aço da coleção Meisterstück 90 anos, Montblanc. Tel. (11) 3552-8000. 8. Relógio HS ID Pilot Chrono, com caixa de PVD preta, mostrador preto e pulseira de couro. A coleção é inspirada nos aviões militares dos anos 1940 e nos relógios dos pilotos. O movimento é a quartzo e a caixa possui 42 mm. H. Stern. www.hstern.com.br. 9. Óculos, Bottega Veneta na Safilo. SAC 0800 701 2097. 10. Mala em verde intenso e com detalhes de couro natural em tom de amarelo, da edição limitada Bossa Nova, Rimowa. A linha foi inspirada na artista e botânica britânica Margaret Mee e tem venda exclusiva no Brasil até outubro, quando começará a ser exportada para o resto do mundo. Parte da renda mundial será revertida para projeto socioambiental na Amazônia. www.rimowashop.com.br

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DRINK

BELLE ÉPOQUE ROSÉ BY VIK MUNIZ A exclusiva Maison Perrier-Jouët, que possui tradição de mais de 200 anos na produção de champanhe em Epernay, na França, convidou o artista plástico Vik Muniz para eternizar mais um capítulo memorável da história da marca com o lançamento da edição limitada Perrier-Jouët Belle Époque Rosé by Vik Muniz. É a segunda vez na história da maison que um artista faz uma releitura da garrafa original, que foi pintada à mão por Emile Gallé em 1902. Desta vez, o nome convidado foi Vik Muniz, artista brasileiro de maior projeção internacional na arte contemporânea. A coleção contará, no Brasil, com apenas 240 garrafas. Admirador da marca, Vik Muniz concebeu a ilustração, sem cobrar cachê, unindo as tradicionais anêmonas que adornam cada garrafa de Belle Époque há mais de um século à imagem de um beija-flor. “A conexão com a natureza que Perrier-Jouët tem desde o início foi minha maior inspiração para criar esta colaboração”, conta Vik Muniz. O cellar master da Perrier-Jouët, Hervé Deschamps, escolheu a safra 2005 de Belle Époque Rosé para essa edição especial justamente por ser “o mais delicado e extravagante vinho da coleção Belle Époque”. É um champanhe generoso e voluptuoso cuja complexidade aponta para um vintage de contrastes. Chardonnay, a uva de preferência de Perrier-Jouët, é predominante no blend, enquanto a cuvée deve sua riqueza e tom salmão à pinot noir. Depois de bons anos envelhecendo na adega da maison, o resultado é um balanço perfeito entre as características de um ano marcante e o estilo floral e elegante de Perrier-Jouët. Mais informações sobre o produto: SAC 0800 0142011.

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ESPORTES

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DUAS RODAS 1. Bike dobrável Boat, Regatta. Com aro 20 e feita de alumínio, tem amortecedor traseiro e dianteiro e câmbio Shimano Tourney de 7 velocidades. Pesa 14,2 kg e é possível dobrá-la em apenas 16 segundos. Acompanham o modelo protetor de calça, para-lamas, rack e pedal de descanso. www.regatta.com.br. 2. Capacete Bontrager modelo Solstice na Trek. Confortável e facilmente ajustável. www.trekbikes.com/br. 3. Garrafa térmica S’Well, na Bento Store. Disponível em várias cores, é feita de materiais ecologicamente corretos e mantém a temperatura do líquido gelado por até 24h e quente por até 12h. O design ergonômico a faz caber em sua mão e em suportes para copos. www.bentostore.com.br. 4. Tênis Bontrager Evoke MTB na Trek. Resistente, seguro, firme e confortável. www.trekbikes.com/br. 5. Bike 7.4 FX Asset na Trek. A FX é rápida, divertida e ágil o suficiente para uma diversidade de usos. A melhor combinação entre a velocidade de uma bicicleta de estrada e o conforto de uma urbana. www.trekbikes.com/br. 6. Relógio Suunto Ambit3 Sport GPS e Suunto Smart Sensor para o monitoramento da frequência cardíaca. O GPS fornece a velocidade com precisão, navegação e rastreamento da rota, enquanto o monitor cardíaco deixa você treinar dentro da sua faixa ideal. Emparelhado com os relógios Ambit3 o Suunto Movescount App, faz do seu relógio GPS um smart watch multifuncional. Você também pode receber notificações de ligação e mensagem no seu relógio. www.suunto.com

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ELEMENTO-SURPRESA

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1. Barbeador Braun CoolTec CT2s. Com tecnologia que resfria automaticamente a pele durante o barbear. Pode ser usado com a pele seca ou molhada. Drogaria Iguatemi. Tel. (11) 3032-8626. 2. Perfume Gentlemen Only Intense, Givenchy. Uma fragrância sedutora e amadeirada para homens modernos e elegantes. www.sephora.com.br. 3. Perfume Ambre Noir, Yves Rocher. Os aromas do patchuli e do vetiver se misturam à sutileza do cedro e do frescor da lavanda, compondo uma fragrância amadeirada especial. SAC (11) 3087-5999. 4. Perfume L’Homme Ideal, Guerlain. O lançamento é um aroma amadeirado aromático. Nas notas de saída sinta notas cítricas, alecrim e flor de laranjeira; no coração, amêndoa e fava tonka; na base, fique com as notas de couro, cedro e vetiver. www.sephora.com.br. 5. Linha Clinique For Men. Produtos de skin care: limpeza, hidratação, esfoliação, produtos de barbear e outros itens. Fácil de usar, a linha foi especificamente desenhada para atender às necessidades únicas dos homens. Aqui temos o Antiperspirant Deodorant, que é um desodorante livre de fragrância com proteção máxima contra o suor e odor. E a Moisturizing Lotion, loção hidratante com fórmula leve que controla a oleosidade para uma pele matte, livre de brilho excessivo e com uma super-hidratação. SAC 0800 892 1694. 6. Xampu Silver L’Oréal Professionnel. Elimina os reflexos amarelados reavivando o brilho dos fios grisalhos. SAC 0800 701 7237

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SPA

HAPPY HOUR Em tupi-guarani Amanary significa “rio formado pelas gotas de chuva”. Aqui a ideia é oferecer um leque de massagens e tratamentos faciais e corporais que são verdadeiras vivências, para que você entre no “rio” e saia rejuvenescido, relaxado, com mais energia, disposição e beleza. Instalado em uma área de 700 m2 com entrada independente, sete salas privativas de tratamento, piscina aquecida e sauna seca, o Amanary é resultado da tradição da Hyatt, que administra os mais sofisticados spas em seus hotéis presentes nos endereços mais exclusivos do mundo, como Paris, Tóquio e Sydney. Escolha entre a massagem relaxante de shiatsu, a ayurvédica, que desintoxica o organismo, a aromaterapia, com pedras quentes – ou massagem thai clássica: depois de uma hora e meia de relaxamento seguem um ritual de chá e um banho relaxante com sais. Há tratamentos faciais e corporais perfeitos para cada necessidade. O tratamento Catio Vital hidrata, purifica e remove impurezas, além de usar produtos ricos em vitaminas A, C e E. Já o Peel & Lift tem efeito de lifting e uma ação gradual de peeling que reidrata a camada da pele e restaura a aparência jovem. Para o corpo, experimente os tratamentos Vinotage Care, que utiliza as propriedades benéficas da uva, e o Coffee Sensation, que traz benefícios antioxidantes para a pele. www.amanary.com.br

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GOURMET

CÁPSULA DO TEMPO Em 2010, 47 garrafas de Veuve Clicquot datadas de 1840 foram descobertas num navio naufragado bem próximo ao arquipélago de Åland, na Finlândia. Os champanhes estavam em ótimas condições de degustação. Em 2014 a maison acabou de lançar o projeto Cellar in the Sea, que vai durar os próximos 40 anos. A ideia está em perfeita sintonia com a herança de inovação e audácia deixada por Madame Clicquot, uma celebração da excelência de seu savoir-faire sobre o processo de envelhecimento de vinhos. No mesmo local onde os champanhes de 1840 foram encontrados, uma seleção de garrafas de Veuve Clicquot – desde os tradicionais Brut Yellow Label e Demi-Sec ao sofisticado Rosé Vintage 2004 – foi submergida a 52 metros, com 5 bars de pressão e à temperatura constante de 4 oC, em uma adega desenhada especialmente para o projeto, tudo para recriar o mesmo ambiente de envelhecimento. A Veuve Clicquot fará retiradas periódicas dessas garrafas no fundo do mar para compará-las com uma seleção semelhante de champanhes mantidos nas adegas da Maison Clicquot, em Reims, na França. Na tentativa de desvendar os segredos do envelhecimento no fundo do mar, essas análises serão coordenadas pelo chef de cave da maison, Dominique Demarville. www.veuve-clicquot.com

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NOVIDADES FRESCAS 1. Novo Clinique Repairwear Laser Focus Smooths, Restores, Corrects. Reduz as rugas visivelmente em 63% com apenas 12 semanas de uso. Funciona como um laser dermatológico poderoso para todos os tipos de pele e idade. SAC 0800 892 1694. 2. Lash Domination Volumizing Mascara, Bare Minerals. Garanta cílios volumosos e extremamente poderosos. A fórmula é livre de conservantes, fragrâncias, óleos, talco e parabenos. www.sephora.com.br. 3. Big Easy, Benefit. Equilibra a hidratação da pele e controla a oleosidade, ajusta-se ao seu tom de pele, uniformiza a pele com o acabamento líquido-pó. E ainda protege com FPS 35 PA+++, ajudando a prevenir sinais de idade. www.sephora.com.br. 4. Guerlain Spring Meteorites Pearls. Essa nova versão traz uma mistura sutil de pérolas brancas, bege-claras, rosadas e azuis combinadas com pérolas corretivas – amarelas para corrigir vermelhidão, rosa para iluminar e lilás para absorver a luz. Com uma fragrância de violetas, as pérolas muticoloridas iluminam o rosto sem igual. www.sephora.com.br. 5. Revlon Parfumerie™ Scented Nail Enamel. Esmaltes em tons vibrantes e brilhantes que quando secam exalam uma fragrância leve e sedutora que dura o dia todo. SAC 0800 7733450. 6. Revlon ColorBurst™ Crayon Collection. A coleção de crayons para os lábios tem um complexo triplo de manteiga de karité, manga e coco e leve fragrância de menta. São dez cores e três tipos de acabamento. SAC 0800 7733450

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COCKTAIL RINGS Um anel de coquetel colorido e vistoso não passa despercebido e é um acessório de glamour para usar em um look de festa. Nina Garcia, autora de vários livros de estilo explica o anel de coquetel no livro The one hundred: “O termo anel de coquetel surgiu durante a Lei Seca nos Estados Unidos, quando as mulheres usavam anéis audaciosos de pedras grandes em coquetéis ilegais”. 1. Pink Sunset Cocktail. Anel de ouro branco e amarelo 18k decorado com uma rubelita, 58 diamantes de lapidação brilhante e 28 tsavoritas redondas. 2. Mojito. O famoso drinque cubano que mistura rum, hortelã e limão está representado no anel de ouro branco 18k, cravejado com 220 diamantes e 125 esmeraldas, além de turmalinas, citrinos e tsavoritas. 3. Tutti Green. O anel de ouro amarelo 18k ganha vida com o perídoto de lapidação oval. Dois diamantes amarelos se transformam no desenho de limões e três brilhantes arrematam a joia. 4. Trio Kiss. Anel de ouro branco recebe os contornos preciosos de 26 diamantes de lapidação brilhante, 11 tsavoritas redondas, 3 tsavoritas corte pera, 3 safiras coloridas centrais, 5 safiras na cor rosa em forma de pera, 12 diamantes amarelos e 27 rubis redondos. 5. Watermelon. Anel de ouro amarelo 18k decorado com 45 diamantes de lapidação brilhante, 34 diamantes amarelos, 280 esmeraldas, 5 rubelitas e ônix para as delicadas sementes. 6. Blue Hawaiian. O anel de ouro branco 18k tem 121 diamantes de lapidação brilhante que iluminam a base e formam um canudinho, 1 topázio na cor azul em forma de almofada, 1 safira amarela redonda e 1 calcedônia branca esculpida em flor. Piaget na Grifith, www.grifith.com.br

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• RIO 2016

UM CAMPO HISTÓRICO Planejado para reproduzir as características visuais dos campos dos primórdios do esporte, o Olympic Golf Course aliará alta jogabilidade com tecnologia de ponta e sustentabilidade plena POR PAULO CEZAR PACHECO

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Neste artigo abordarei alguns aspectos de suma importância, os quais mostrarão ao golfista brasileiro quais são os motivos que justificam o grande orgulho que teremos devido ao primeiro campo público do país preparado para grandes eventos, além de ser o campo-sede do retorno do golfe às Olimpíadas após 112 anos de ausência. Localizado na região da Barra, na zona oeste do Rio de Janeiro, entre a lagoa de Marapendi e a avenida das Américas, ali está, já em sua reta final de construção, uma obra-prima do estilo “links”, que é um conceito que remete aos primeiros campos construídos na Escócia, iniciando a história do golfe na forma como é jogado até hoje. A ideia central de um campo links é manter o terreno o mais natural possível, seja em sua topografia, seja no

respeito à vegetação. Essa maneira de proceder, além de integrar o campo à paisagem original, gera uma economia significativa tanto na construção quanto na manutenção; no primeiro caso, por exigir menos movimentação de terra, uma vez que interfere o menos possível na topografia original; e depois porque a manutenção e o tratamento técnico da área ocorrem somente nos fairways, tees, bancas e greens, não envolvendo um entorno paisagístico, como ocorre com frequência nos outros estilos de campo. CONSCIÊNCIA AMBIENTAL Vejam como o mundo dá voltas. Estamos aqui falando dos primórdios do golfe e, na verdade, o comportamento e mentalidade que animavam os antigos construtores de campos links são totalmente contemporâneos e

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• RIO 2016

Movimentação de terra para a formação do traçado do Olympic Golf Course

perfeitamente alinhados com as orientações e exigências dos reguladores do meio ambiente no Brasil. Quer dizer, o campo links nunca foi tão moderno. Para termos uma ideia sobre a grandiosidade e importância dos campos links, basta lembrarmos que dois dos campos mais cobiçados pelos golfistas do mundo inteiro são nesse estilo: o escocês St. Andrews, um dos mais antigos e verdadeira “meca” golfística, e o californiano Pebble Beach, de uma beleza estonteante. Esses são apenas dois entre tantos santuários links cravados neste planeta maravilhoso. O arquiteto Gil Hanse, escolhido por concorrência pública para desenhar e preparar o palco para a volta do golfe aos Jogos Olímpicos, é o mais renomado nesse tipo de campo, pois, além da expertise e formação na área de design de campos, ele tem uma grande e cons-

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tante preocupação em preservar a natureza e fazer um campo com a manutenção mais econômica possível. Vê-se, portanto, que desde o início já tivemos muito cuidado em nossas decisões e escolhas. AS GRAMAS CERTAS Nesse campo links tudo será de alto nível e qualidade. A escolha das gramas, por exemplo, envolveu um processo extremamente cuidadoso e muito qualificado. Foram construídos canteiros com mais de dez tipos de grama, onde foram analisados diversos fatores, tais como tipo de solo adequado a cada uma, com quais características de água elas se davam melhor, resistência ao vento e à intensidade do sol e seus comportamentos com as variações de quantidade de chuva. Após todos esses cuidados, chegou-se a uma escolha muito confiável. Esse


trabalho foi acompanhado e analisado por agrônomos especializados do Brasil e do exterior, incluindo o PGA dos EUA, com sua equipe de engenheiros do Sawgrass. Após esse trabalho tão zeloso, decidiu-se que os golfistas do mundo inteiro darão suas tacadas em fairways com a grama Zeon Zoysia, uma das mais belas cultivadas em climas quentes, e também de excelente resistência e tolerância ao sombreamento, além de ter uma densidade perfeita para a prática do golfe. Já nos greens, as bolas rolarão veloz e sem sobressaltos pela grama Sea Dwarf Paspalum, que também reúne características excelentes de resistência, jogabilidade e manutenção. AS BANCAS DE AREIA Todo campo links que se preze deve ter um especial cuidado no desenho de suas bancas e em suas localizações,

para o golfista saber que a estratégia deve ser constante e eficiente. Assim, nosso campo olímpico terá nada menos de 54 bancas, cujas áreas, ao serem somadas, perfazem um total de 14.683 m². E nunca é demais salientar que não está sendo utilizado nenhum material natural como areia e plantas vindas de outro ambiente, sendo somente as gramas dos fairways e greens preparadas em fazendas especializadas fora do ambiente natural da reserva. Estão sendo mantidas e replantadas as vegetacões do próprio ambiente. O SISTEMA DE IRRIGAÇÃO Alimentada por dois grandes lagos, a irrigação do campo é outro espetetáculo à parte. O desenho e a entrega do projeto estão a cargo da empresa Green Leaf, que colocou à frente o profissional Larry Rodgers, um dos

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• RIO 2016

Parte do moderno sistema de irrigação do Olympic Golf Course em funcionamento

projetistas mais conceituados dos Estados Unidos nesse tipo de serviço. A bomba de irrigação é da marca Watertronic, reconhecida internacionalmente como uma das melhores. Ao todo, serão 286.445 m² de área irrigada no campo e mais 51.000 m² no driving range. Para tanto, um dos mais avançados projetos do mundo em sistemas de irrigação está sendo implantado no Olympic Golf Course (OGC). O sistema contempla a mais nova tecnologia de controles da irrigação, bem como a manutenção. Todo o sistema estará ligado a uma central internacional, e também a uma central no Brasil, controladas via internet, sendo 2.200 pontos de controles a cada 167 m², e tudo ligado a uma estação totalmente eletrônica e protegida contra as intempéries. Além dessas 2.200 zonas, a estação controlará 50 componentes do solo, a salinidade da água, a tempera-

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tura e o microclima, pois esses são fatores determinantes para a manutenção e a qualidade da grama ao longo do tempo. No Brasil, um sistema avançado administra em média 400 zonas, e no OGC são quase seis vezes mais. Trata-se, realmente, do sistema mais avançado já aplicado em campos de golfe em toda a América do Sul, sendo 50% mais eficiente do que qualquer outro sistema existente no Brasil. Atentem para estes números impressionantes: a linha mestra dos tubos terá 10.852 metros, iniciando com 400 mm de diâmetro e indo para 100 mm, fazendo a comunicação com as linhas de distribuição aos pontos que somam 35 mil metros de linhas com 50 mm de diâmetro. Toda essa “teia” irá garantir um show diário para a natureza e para os pássaros e animais que habitam aquele ambiente. A automação contará com 65 mil


Colocação do sistema de irrigação: projeto sem par em termos de abrangência, capacidade e rigor tecnológico

metros de fios que, conectados à central, comandarão as potentes bombas que despejarão 10 mil litros de água por minuto. Vale também notar que todo esse processo envolvendo um sistema de última geração poderá ser totalmente controlado e acessado por meio de um simples iPad. O LEGADO Esse magnífico campo de golfe – um campo público, brasileiro e de altíssimo nível – estará à disposição do mundo a partir de 2016. Podemos já imaginar quantos grandes nomes do golfe internacional, ao longo dos próximos anos, deixarão suas grandes tacadas por aqui, sem contar o restante dos golfistas de todas as partes do planeta, que farão planos de viagem para também ter a honra de jogar num campo que sediou o retorno desse

esporte tão peculiar e maravilhoso às Olimpíadas. Finalizo deixando uma mensagem não na condição de presidente da Confederação Brasileira de Golfe, mas na de um cidadão apaixonado pelo Brasil e por esse esporte: os pessimistas de plantão deveriam amar mais o seu país e divulgar de forma positiva toda a bravura dos responsáveis por esse feito imensurável para o desenvolvimento e popularização do golfe no Brasil. O termo “olímpico” remete à superação, inclusão social, união das classes e desenvolvimento do esporte em sua mais alta qualificação, que é quando se joga e se compete por amor ao esporte e à pátria. Este é o sentido mais profundo que devemos apreender: agora somos parte desse mundo, e o golfe não será mais o mesmo após ser jogado no campo olímpico em nossa querida cidade do Rio de Janeiro.

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• ALTO RENDIMENTO

EMOÇÕES À FLOR DA PELE CBG Pro Tour inicia uma temporada eletrizante com três torneios de sucesso, três campeões diferentes, disputas de alto nível técnico e distribuição de R$ 600 mil em prêmios POR HENRIQUE FRUET FOTOS ZECA RESENDES

Daniel Stapff, campeão da etapa de Itu

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Rafael Becker, durante sua vitória em Porto Alegre

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uas decisões no playoff, três campeões diferentes em três etapas, líderes diferentes a cada rodada e novos talentos conquistando as primeiras vitórias em torneios de ranking nacional. Em seu início mais eletrizante desde que foi criado, em 2011, a edição 2014 do Circuito Brasileiro de Golfe, mais conhecido pela sua abreviação CBG Pro Tour, mostrou que veio realmente para ficar. Não faltaram emoções aos três torneios que abriram a temporada, que distribuirá um total de R$ 600 mil no ano – nunca um circuito pagou tanto no Brasil, dando oportunidades a dezenas de profissionais. NO CAMPO DE TRENT JONES A temporada se iniciou na metade de agosto no Clube de Golfe de Brasília. O campo desenhado por Robert Trent Jones, que em 2013 viu a vitória do argentino Mauricio Molina, agora assistiu a dois brasileiros duelarem pelo título. Na primeira rodada, Molina assustou e saiu na frente com 69 tacadas, contra 70 de dois competidores, Ronaldo Francisco, que havia fechado 2013 como líder

do ranking brasileiro, e do boliviano Jorge Luiz da Salvatierra, que jogava no Brasil pela primeira vez. A segunda rodada de Brasília talvez tenha sido a de mais reviravoltas do circuito até hoje. O paranaense Daniel Stapff, que havia iniciado o dia com duas tacadas atrás do líder, fez um hole in one no buraco 13, de 194 jardas, e fechou a rodada com 68, passando a líder com -5 no total. O paulista Guilherme Oda, por sua vez, embocou de primeira no buraco 4, de 196 jardas, e passou a vice-líder, com -4 (e ele quase embocou um eagle no buraco 3, um par 4 de 372 jardas). Na volta final, num sábado, Oda e Stapff foram ultrapassados por Rafael Barcellos e por Ronaldo Francisco, que jogaram, respectivamente, 67 (-5) e 70 (- 2) para encerrar os 54 buracos regulamentares com um total de -4. Oda jogou 81, sua pior volta do torneio, para cair para décimo lugar, e Stapff jogou 74 para ficar sozinho em terceiro. Barcellos e Ronaldo foram então para a disputa do playoff de morte súbita, tendo de jogar o buraco 18 até um vencer o outro. Na primeira tentativa, ambos fizeram em quatro tacadas, que é o par do buraco, com Bar-

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• ALTO RENDIMENTO

Rafael Barcellos, campeão da etapa de Brasília

cellos quase embocando em três de fora do green. Na segunda vez, ambos erraram o green e fizeram bogey. Na terceira vez, diante do público e de crianças que têm aulas de golfe nos Centros Olímpicos do Distrito Federal graças ao programa Golfe para a Vida, ambos colocaram a segunda tacada no green. Barcellos embocou de cerca de 4 metros de distância e Ronaldo, que estava a cerca de 1 metro, errou, perdendo o título para o amigo. “Joguei bem os três dias, mas a volta da final foi especial, pois estava embocando muito. Fiquei muito feliz e emocionado, pois minha mãe comemorava 80 anos de idade naquele dia e foi em Brasília que ganhei meu primeiro torneio amador, em 1985”, disse Barcellos, que seguiu para Porto Alegre para comemorar o aniversário da mãe e se preparar para a etapa seguinte, disputada no final de agosto no Porto Alegre Country Club, onde aprendeu a jogar. EM TERRAS GAÚCHAS Em Porto Alegre, Barcellos surgia como franco favori-

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to, mas começou com 74 tacadas (+4) na rodada inicial, o que o deixou empatado na 24a colocação. Nas duas rodadas seguintes, o gaúcho jogaria 70 e 66 para finalizar no par do campo e empatado na quarta colocação, o que lhe garantiria a posição de número 1 do Brasil pelo menos até a etapa seguinte. Quem mais uma vez despontou como grande candidato ao título foi Daniel Stapff, que começou o torneio mandando o primeiro driver para debaixo das árvores. Saiu bem, colocou a bola no green e fez o primeiro de três birdies consecutivos, e ainda faria mais um no 5, terminando a rodada com 65 (-5), isolado na liderança. Atrás dele estavam cinco competidores com 67 tacadas (-3): o americano Sean McNamara, o carioca Philippe Gasnier, o argentino Mauricio Molina, o paulista Rafael Becker e o paulista Ronaldo Francisco. Stapff não segurou a pressão na segunda rodada, quando jogou 75 e caiu para a nona posição. No dia seguinte, jogaria 68 (-2) para terminar o torneio com -2, mais


Acima, Rafael Navarro no Terras de São José; ao lado, Marcio Galvão, da CBG, com Daniel Stapff

OS MELHORES JOGADORES BRASILEIROS EM CAMPOS DE VÁRIAS PARTES DO PAÍS: ALTO RENDIMENTO E COMPETITIVIDADE GOLF CBG life

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• ALTO RENDIMENTO

Marcos Silva

Guilherme Oda

uma vez isolado na terceira posição. O argentino Mauricio Molina mostrou que é bom de briga e jogou 68 (-2) para ir a -5 e liderar sozinho. Rafael Becker vinha em segundo lugar, com -4, seguido por três competidores com -3: o paulista Ronaldo Francisco e os cariocas Philippe Gasnier e Felipe Navarro, que virou a sensação do dia ao jogar 62 (-8), o que teria sido recorde do campo num campeonato oficial profissional se não estivesse em vigor o tee up em alguns buracos (no dia seguinte, Navarro jogou 77, sua pior volta na competição, e terminou empatado em 12o). O duelo na final de Porto Alegre ficou entre Molina e Becker. Na primeira volta, Becker abriu duas tacadas de vantagem em relação ao argentino, que se recuperou com birdies nos buracos 10 e 11. Becker baixou uma tacada no 14, e Molina embocou de longe (cerca de 6 metros) no 18 para forçar o playoff. No primeiro buraco do desempate, ambos fizeram birdies – Molina embocou de dois palmos e Becker precisou acertar um putter de mais de 2 metros. No segundo

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buraco do playoff, Molina colocou o driver no rough da direita, passou o green com o aproach e amargou um 6. Já Becker, que havia deixado a bola a pouco mais de 1 metro do buraco, fez outro birdie e comemorou a vitória, sua primeira no circuito. NOS VENTOS DE ITU Depois de uma semana de folga, o CBG Pro Tour foi para sua etapa paulista, disputada no Terras de São José Golfe Clube, em Itu. O forte vento deu a tônica nas duas rodadas iniciais. Barcellos, disposto a defender a liderança do ranking que mantivera após sua volta de recuperação na rodada final de Porto Alegre, começou liderando após ter jogado 69 (-3). Ronaldo Francisco e Guilherme Oda estavam empatados na vice-liderança, com 70 tacadas (-2). O paranaense Daniel Stapff vinha logo atrás, com 71 (-1). Na segunda rodada, Ronaldo encostou em Barcellos. Ambos estavam a -5, Ronaldo com parciais de 70/69 e Barcellos, de 69/70. Stapff vinha logo atrás, com -4. Bar-


Jorge Salvatierra

Odair Lima

cellos subiu três tacadas na primeira volta, Ronaldo se manteve no par com três birdies, um double e um bogey, e Stapff baixou uma tacada, passando a líder empatado com Ronaldo. Na segunda volta da rodada final, birdies nos buracos 10, 13 e 14 (este depois de ter deixado a bola a cerca de 1 metro no temido green ilha do Terras de São José) deixaram Stapff isolado na liderança. Ronaldo havia feito dois bogeys (buracos 13 e 15) e um birdie, para terminar empatado em segundo com Rodrigo Lee. Barcellos mandou a segunda tacada para a água no 14, de onde saiu com um triplo bogey que o fez abandonar a luta pelo segundo título na temporada. Stapff venceu com -7, contra -4 dos vice-campeões Rodrigo Lee e Ronaldo Francisco, e comemorou seu primeiro título na carreira e sua chegada ao topo do ranking após pouco mais de dois anos como profissional. “Eu estava batendo na trave direto. Sempre estava perto de ganhar, mas não ganhava. Experiência eu sei que me falta. Tratei de dar um jeito no psicológico”, diz

ele, que começou a praticar ioga e tentou se desligar da internet nos dias de torneio, para não ser influenciado por notícias sobre sua performance. RUMO ÀS OLIMPÍADAS Membro da equipe YKP/Azeite 1492, Stapff agradeceu ao empresário Yim King Po, da YKP, presente à premiação, o apoio que tem dado a ele e aos companheiros Ronaldo Francisco, Philippe Gasnier e Rafael Becker. Stapff também fez questão de explicar a importância do circuito da Confederação e o apoio em seu crescimento profissional: “Tenho muito o que agradecer ao Programa de Alto Rendimento da CBG e à Secretaria de Alto Rendimento do Ministério do Esporte por todo o apoio que venho recebendo. Desde 2011 conto com o apoio do Bolsa Atleta, que me ajuda com as despesas que tenho principalmente em torneios. Também tenho que agradecer a CBG por nos proporcionar o CBG Pro Tour, com torneios muito bem organizados e prêmios de ótimo nível. Ter um calendário

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• ALTO RENDIMENTO

Ronaldo Francisco

e um ranking para competir, nos dando possibilidades de avançar em Tours internacionais a partir de torneios jogados ‘em casa’ é um diferencial. Outra possibilidade que o CBG Pro Tour nos dá é a de assinar contratos com patrocinadores locais, que fazem a diferença na carreira dos melhores profissionais do Brasil”. Stapff agora se prepara para disputar a primeira fase da seletiva para o Web.com Tour. Ele pretende disputar também alguns torneios do PGA Tour Latinoamérica. Seus objetivos? “Quero jogar nas Olimpíadas de 2016. É um sonho. Sei que é difícil, mas tenho que acreditar. E, se não der, 2020 logo mais está aí”, disse; e ele está na direção certa, pois o CBG Pro Tour faz parte do caminho dos golfistas brasileiros rumo aos principais torneios do mundo. Os dois primeiros colocados do ranking anual do CBG Pro Tour poderão disputar a final da Série de Desenvolvimento, que classifica para o PGA Tour Latinoamérica, principal circuito do continente, que por sua vez dá vagas para o Web.com

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Tour, a divisão de acesso ao PGA Tour, o milionário circuito profissional norte-americano, que reúne os melhores do mundo. O PGA Tour LA também é almejado pelos golfistas por render pontos para o ranking mundial, critério que será utilizado para a definição dos atletas que poderão disputar o Rio 2016, quando o golfe retorna às Olimpíadas após 112 anos de ausência. Este ano, o CBG Pro Tour terá cinco etapas em cinco estados diferentes, cada uma delas com R$ 120 mil em prêmios, totalizando R$ 600 mil no ano. Além de Brasília, Porto Alegre e Itu, o circuito passará por Pinhais (PR), de 23 a 25 de outubro, e Rio de Janeiro (RJ), de 11 a 13 de dezembro. Fruto de uma parceria entre a Confederação Brasileira de Golfe (CBG) e a IMX, com recursos da Lei de Incentivo ao Esporte do Ministério do Esporte, o CBG Pro Tour tem como patrocinadores HSBC, BMW, SporTV, Azeite 1492, YKP e Klabin. Nespresso é o café oficial.


Acima, Tiago Silva; ao lado, Paulo Cezar Pacheco, da CBG, com Rafael Barcellos

BOLSAS DE PREMIAÇÃO CADA VEZ MAIS ELEVADAS E ORGANIZAÇÃO IMPECÁVEL COLOCAM O GOLFE PROFISSIONAL BRASILEIRO EM OUTRO PATAMAR GOLF CBG life

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• CONHECIMENTO

Um jogo de

respeito

Conjunto de princípios que norteiam, dão valor social e dimensão cultural aos esportes, o fair play constitui-se no principal pilar da cultura golfística POR MARCO FRENETTE

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• CONHECIMENTO

A socialização e a transmissão de valores positivos por meio do jogo

A ORIGEM DO FAIR PLAY ESTÁ NOS JOGOS OLÍMPICOS DA GRÉCIA ANTIGA, ONDE OS ATLETAS JÁ BUSCAVAM UM COMPORTAMENTO DIGNO E HONROSO

O

golfe é uma forma de transmitir valores éticos e morais aos seus praticantes. Ao se jogar dentro das regras e segundo o espírito do jogo, surgem formas de pensar e de se comportar que incentivam a interação, compreensão e valorização do outro. Ao mesmo tempo, desenvolvem-se a autoestima e o senso de justiça. O fio condutor de todas essas evoluções é o fair play – um conjunto de princípios que norteiam, dão valor social e dimensão cultural aos esportes. Encontramos a origem do fair play nos Jogos Olímpicos da Grécia antiga, onde os atletas já buscavam um comportamento digno; e também nos torneios de cavaleiros da Idade Média, os quais tinham seus códigos de lealdade e honestidade. E, no século 19, a aristocracia

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inglesa divulgava uma prática esportiva baseada nos valores cavalheirescos, dos quais surgiu o conceito de fair play, formulado pelo francês Pierre de Coubertin, pai dos Jogos Olímpicos modernos. A lógica e a aplicação do fair play são as seguintes: com um conjunto de regras e valores, o jogo torna-se possível de ser indefinidamente repetido sobre as mesmas bases e com respeito e aprovação de todos. Desse modo, a prática esportiva ganha valor na sociedade por ser uma forma de perpetuar e interiorizar nas pessoas as crenças e comportamentos que todos julgam imprescindíveis. Em seguida, o jogo destaca-se dentro da cultura que a produziu, extrapolando a prática em si para tornar-se objeto de reflexões e de entretenimento popular. Assim como ocorre no ideário olímpico, o fair play no golfe é baseado nos valores cavalheirescos da época


O autocontrole é uma das características do verdadeiro campeão

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• CONHECIMENTO

Uma comemoração dentro de limites respeitosos aos adversários

A elegância comportamental tanto na vitória quanto na derrota

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Fairplay é não deixar as contingências da vitória ou da derrota interferirem na civilidade

PARA O JOGADOR CENTRADO, A VITÓRIA SÓ TERÁ VALOR SE CONSEGUIDA COM A PRÓPRIA CAPACIDADE, SEM MANEIRAS ILÍCITAS DE SUPERAR AS PRÓPRIAS LIMITAÇÕES vitoriana. Naturalmente, com o passar do tempo, alguns valores ficaram anacrônicos, enquanto outros se tornaram absolutamente ridículos nos meios civilizados, a exemplo da honra cavalheiresca (aquela que, se manchada, precisa ser lavada com sangue), que só sobrevive atualmente nos países ou nos rincões mais primitivos do planeta e foi definida pelo filósofo alemão Arthur Schopenhauer como “filha da arrogância e da tolice”. No entanto, a maioria dos valores cavalheirescos perdura com as devidas adaptações e faz parte da essência não só do jogo de golfe como de qualquer existência saudável. Esses valores são: respeito, moderação, honestidade, discrição, coragem, senso de justiça, lealdade, amizade e autocontrole. Há duas definições básicas de fair play. Em sentido restrito, ele pode ser entendido simplesmente por “espírito esportivo” ou “jogo limpo”. É o chamado fair play formal,

que diz respeito ao cumprimento total e irrestrito das regras e regulamentos das competições. São normas obrigatórias e indiscutíveis durante suas aplicações – e se há discussão, é apenas sobre como melhor aplicá-las no momento. Essa primeira definição, porém, não atinge toda a complexidade e importância do conceito, precisando de uma segunda definição mais ampla, na qual ter fair play significa que o golfista recebeu uma formação ética e moral que influenciará diretamente o modo como vai encarar o esporte e se relacionar com seus oponentes e companheiros de disputa. É uma formação que o impedirá até de pensar em maneiras ilícitas de superar suas limitações e de alcançar a vitória. Para o jogador centrado, a vitória só terá valor se conseguida com a própria capacidade. Esse é o fair play não formal, que é legitimado culturalmente, pois não tem uma regulamentação oficial e um código escrito

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A experiência da convivência pode ser um dos grandes prazeres do jogo bem conduzido

O GOLFISTA QUE TEM FAIR PLAY É PERFEITAMENTE RECONHECÍVEL EM CAMPO PELA MANEIRA DE FALAR, AGIR E DE REAGIR ÀS EMOÇÕES DO JOGO

como acontece, por exemplo, com as Regras do Golfe. Por essas características, o fair play não formal tem suas relativizações de acordo com o local onde está sendo aplicado. Se um jogo de golfe acontecer em um país muçulmano, em uma ilha caribenha ou no interior de uma nação asiática, certos códigos de conduta – como a forma de tratar o caddie, cumprimentar o colega de jogo no tee, ou se dirigir às mulheres em campo – serão diferentes dos praticados, por exemplo, nos campos baianos ou cariocas. Isso significa que, embora haja uma universalização dos valores esportivos atuais, há uma dose de regionalismo na composição do fair play; e essa parte deve ser aprendida com o uso do bom senso e com o cuidado de se informar e estar atento aos costumes do local onde se está. E não é preciso viajar muito para isso: muitas vezes, basta ir de

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um clube a outro para já sentir diferenças marcantes de comportamentos e hábitos. Porém, a despeito de sua parcela de subjetividade, o golfista que tem fair play é um tipo perfeitamente reconhecível em campo. Sua maneira de falar não é incômoda, inoportuna ou inapropriada. Sua reação à frustração é quase nula, e sua manifestação de alegria durante a vitória não traz nenhum traço ofensivo ao perdedor. Ele sabe admitir um erro, e não tem vergonha de aprender. Ele tem postura, e as pessoas que ficam ao seu lado desejam ficar mais, e não sair correndo de seu lado assim que a bandeira é recolocada no buraco 18. O golfista com fair play é admirado e admirável, pois está em sintonia com o espírito do jogo e em conformidade com a dinâmica própria das pessoas civilizadas.


A dose de alegria ou de sofrimento em campo dependerĂĄ muito da qualidade do espĂ­rito esportivo

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• CRESCIMENTO

O campeão Juan Ignacio Garmendia

VIVER COM O GOLFE Aplicado com sucesso em Brasília, Porto Alegre, Curitiba e Rio de Janeiro, o programa Golfe para a Vida chega à cidade de São Paulo com aval e reconhecimento oficial da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação. Apenas na primeira fase na capital paulista, mais de 20 mil alunos terão seu primeiro contato com o esporte POR MÁRCIO GALVÃO

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Nesta e na anterior, Golfe para a Vida em Brasília: ampliação da base para um crescimento sustentável

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riado em 2012, o projeto Golfe para a Vida tem um objetivo muito claro: divulgar o golfe por meio da criação de oportunidades aos jovens de ter o primeiro contato com o esporte e, ao mesmo tempo, usá-lo como ferramenta educacional para incentivar nossas crianças a viver e a enfrentar seus desafios com discernimento, honestidade e perseverança. Para tanto, o programa é focado em qualificar e certificar, em nível nacional, os professores de educação física e profissionais de golfe para introduzir o esporte para o público infanto-juvenil através de um processo padronizado e sustentável. AS CHAVES DO SUCESSO Foi com essas claras diretrizes que surgiu o maior programa já idealizado no Brasil para o crescimento desse esporte por meio da ampliação da base. Nos próximos anos, a Confederação Brasileira de Golfe (CBG), com o apoio

técnico e financeiro do R&A, o Royal & Ancient Golf Club of St. Andrews, patrocínio do HSBC e total comprometimento das Federações e seus clubes filiados e dos órgãos governamentais, terá introduzido o esporte em pelo menos mil escolas do país, inicialmente por meio do nível fundamental. Até o momento, já foram capacitados cerca de 150 professores de educação física como introdutores do golfe, beneficiando cerca de 30 mil crianças que tiveram o primeiro contato com o esporte. Uma das chaves do sucesso do programa é que o golfe é ensinado nas escolas sem depender de gramados ou campos, apenas utilizando um equipamento bonito, colorido e altamente sedutor chamado Soft Golf, com o qual as aulas podem ser aplicadas em qualquer espaço de dimensões reduzidas, seja uma quadra esportiva ou uma sala de aula. RECONHECIMENTO OFICIAL Todas essas qualidades técnico-pedagógicas – e sua real e bem-sucedida aplicação em escolas de Brasília, Porto

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• CRESCIMENTO

Capacitação em São Paulo para professores de educação física e profissionais de golfe O campeão Juan Ignacio Garmendia

Alegre, Curitiba e Rio de Janeiro – levaram à assinatura de um termo de cooperação entre a Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação de São Paulo com a CBG. Essa cooperação nos permitirá atingir 20 mil alunos dos Centros Educacionais Unificados (CEUs) e dos Centros Esportivos Municipais. O trabalho já começou. Em setembro último, com o apoio da Federação Paulista de Golfe, mais de 60 professores de educação física do município – de unidades localizadas em bairros tão distintos como Mooca, Santana, Campo Limpo, Sabará, Cabuçu, Jaguaré e Casa Verde – receberam treinamento para estarem aptos a ministrar os ensinamentos da fase introdutória do golfe; e serão esses professores os responsáveis pela introdução do esporte em 20 CEUs e 20 Centros Esportivos a partir de novembro. Outro reconhecimento muito importante da oficialidade foi a transformação dos cursos do programa Golfe para a Vida em atividades de capacitação para os professores de educação física

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para promoção por merecimento e promoção funcional. Reconhecimentos oficiais como esse – e note-se que é algo inédito na história do nosso golfe – apenas reforçam o que temos como nossa crença: o acerto nas diretrizes e metodologias desse importante projeto. “Trata-se de uma visão ampla de médio e longo prazo. Deste projeto sairão cidadãos disciplinados, com princípios éticos e certamente grandes ídolos”, disse Paulo Cezar Pacheco, presidente da Confederação Brasileira de Golfe. “Porém, um projeto como este só atingirá um resultado pleno com parcerias com o setor público, e somos gratos e parabenizamos o prefeito Fernando Haddad e o Secretario Celso Jatene pela visão de grandeza em prol da comunidade”, conclui Pacheco. GOLFE NA VIRADA ESPORTIVA O lançamento oficial do programa Golfe para a Vida na cidade de São Paulo aconteceu durante o Golfe na Virada Esportiva, no dia 20 de setembro, quando os


O diretor tĂŠcnico da CBG, Nico Barcellos, no projeto Golfe para a Vida

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• CRESCIMENTO

O campeão Juan Ignacio Garmendia

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Participantes do curso Golfe para a Vida em São Paulo; e Marcio Galvão, da CBG, com Celso Jatene, Secretário Municipal de Esportes, Lazer e Recreação

professores capacitados receberam seus certificados no evento realizado no Centro de Treinamento da Federação Paulista de Golfe, sede das ações do golfe ligadas à oitava edição da Virada, que aconteceu em mais de 400 pontos da cidade. Ao apresentar em coletiva de imprensa a programação da Virada Esportiva, o secretário municipal de Esportes, Lazer e Recreação, Celso Jatene, fez questão de ressaltar a importância da participação das pessoas nas diversas modalidades esportivas que serão oferecidas a cerca de 3,6 milhões de cidadãos de todas as idades. Sobre a inclusão da modalidade golfe na Virada Esportiva e, simultaneamente, a implementação do programa Golfe para a Vida, o secretário destacou que “todas as crianças e jovens da cidade de São Paulo têm o direito de conhecer essa modalidade olímpica, e nada melhor que fazermos isso por meio da parceria com a CBG, capacitando nossos professores de educação física que irão

introduzir o esporte para jovens em toda a cidade”. Há tempo que vínhamos planejando a introdução do Golfe para a Vida na cidade de São Paulo, e termos conseguido nosso objetivo com o reconhecimento dos órgãos oficiais nos deixa mais orgulhosos ainda. Foi mais um grande passo no longo caminho de crescimento e amadurecimento do golfe nacional. PARA SABER MAIS Aplicado nas escolas de ensino fundamental, o programa Golfe Para a Vida – Formação de Talentos & Cidadania é uma iniciativa conjunta da CBG das Federações de Golfe, com o apoio técnico- financeiro do R&A (Royal & Ancient Golf Club of St. Andrews) e patrocínio do HSBC via Lei de Incentivo ao Esporte do Ministério do Esporte. Mais informações pelo telefone 55 11 3254 5757ou no site da CBG – www.cbg.com.br.

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• TORNEIO

O swing cada um Luiza Altmann, com seus movimentos dentro dos cânones contemporâneos, e Luiz Jacintho, com sua técnica absolutamente heterodoxa, foram os campeões do Aberto do Estado de São Paulo, realizado no Terras de São José POR MARCO FRENETTE • FOTOS ZECA RESENDES

O campeão Luiz Jacintho

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A campe達 Luiza Altmann

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• TORNEIO

Daniel Kenji Ishii

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em pensa que beleza de swing é tudo precisa ver em ação, sobretudo com o driver, o talentoso Luiz Jacintho, cujos movimentos absolutamente heterodoxos destroem qualquer teoria: seu grip é exageradamente na posição “forte”, fazendo os grips de Bubba Watson e Paul Azinger até parecerem clássicos se comparados ao dele; no setup, seu ombro direito fica demasiadamente “caído” em relação ao esquerdo (lembrando, nesse aspecto, a posição inicial de Moe Norman); e essa construção grip fortíssimo/posição de ombros desemboca em um takeaway amplo e muito vertical, impedindo o surgimento de um topo de backswing clássico, que é aquele em que taco e braço esquerdo formam um ângulo médio de 40 graus; em vez disso, Jacintho tem um topo no qual braço e taco formam praticamente uma linha reta, ficando entre 180 e 185 graus – e isso nem Moe Norman ousou fazer, pois embora ele praticasse a saída ampla da bola, logo em seguida se rendia ao imperativo técnico de fazer o “L” no fim do backswing. O resultado dessa série de heterodoxias de Jacintho é que no topo do backswing seu ângulo de coluna já não é mais o mesmo da postura inicial, e seus braços estão “desco-

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nectados” do tronco. No início do downswing, tudo precisa ser “consertado”, e então ele inicia a volta do taco com o timing usual, que é o de pernas e quadris inaugurando a descida. No início do retorno, seu pé direito não permanece “plantado” como costuma suceder com 99% dos jogadores de alto rendimento. Em vez disso, o calcanhar sai do chão e ele permanece na ponta dos pés até o impacto, momento em que o pé esquerdo recua uma distância razoável, formando um footwork bem peculiar que o leva a uma terminação com o pé esquerdo apontado para o alvo e num lugar distinto do qual estava no stance; e, apesar do takeaway ter sido muito upright, isso não significa que a terminação evidenciará isso: Jacintho termina o movimento num plano de swing bem flat. E, apesar dessa ilogicidade técnica, seu swing funciona muito bem; e funciona porque no downswing taco e braço esquerdo finalmente assumem um ângulo mais fechado, enquanto o corpo faz um movimento giratório perfeito, e o ângulo fechado braço esquerdo/taco é desfeito apenas pouco antes de atingir a bola; o resultado é uma face square e um impacto poderoso. Claro que para um swing desses funcionar o atleta tem de ter dentro de si coisas imponderáveis como um exce-


Julia Shin

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• TORNEIO

Lauren Grinberg

lente golpe de vista, uma autoconfiança que não passe por preconceitos estéticos e um perfeito equilíbrio entre mente e movimentos corporais. De qualquer maneira, o swing de Jacintho é mais uma prova cabal da espirituosa frase de Raymond Floyd: “Se fosse preciso um swing bonito para permanecer no Tour, muitos de nós já teriam morrido de fome...”. Posto isso, temos o fato de que Luiz Jacintho jogou três dias no campo do Terras de São José com esse swing tão peculiar, enfrentando um traçado técnico e que exige bolas muito bem colocadas, e, ao fim, somou 218 tacadas (73/70/75) para tornar-se campeão da categoria principal do 65o Campeonato Aberto de Golfe do Estado de São Paulo – Embrase, ocorrido em setembro último. Jacintho, que representa o Bauru Golfe Clube, mas atualmente vive, estuda e joga golfe em Orlando, nos EUA, lamentou não ter embocado mais; porém, o que conseguiu foi suficiente para lhe dar a vitória com duas tacadas de vantagem sobre o segundo colocado, o carioca Daniel Ishii. Jacintho já havia tentado esse título algumas vezes, sendo a última em 2009, quando foi vice-campeão também jogando em Itu; desta vez, tudo se encaixou e ele deixou para trás outros fortes concorrentes, como Ivo Leão, do Paraná (77/71/73),

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o paulista Felipe Almeida (73/73/76) e o gaúcho Herik Machado, primeiro do ranking brasileiro. Na categoria principal feminina, a vitória coube à jovem Luiza Altmann, ao totalizar 228 (79/73/76). A exemplo de Jacintho, ela também veio dos EUA para disputar o torneio. Porém, ao contrário do campeão masculino, ela não moldou seu swing nas forjas da individualidade e da desconstrução técnica, mas a partir de uma mescla dos padrões modernos e contemporâneos do que se considera (pelo menos até a “próxima grande revolução” técnica) um swing mais adequado ao alto rendimento. Seu grip tende para o neutro, com pulso esquerdo numa posição sem retorção, o que condiz muito mais com a lógica da biomecânica humana, e isso propicia um takeaway e uma subida do taco sem elipses ou sinuosidades que possam comprometer a manutenção do plano de swing: nesse início começa a construção de uma suave harmonia onde estão presentes elementos como uma base estável com pouco giro de quadris e giro máximo de ombros, criando a tensão necessária entre parte inferior e superior do corpo para a geração de torque. Enquanto muitas jovens ainda batem na bola fazendo uma excessiva e desnecessária movimentação de pernas e pés (hábito


• TORNEIO

Herik Machado

adquirido nas idades mais tenras, quando a musculatura e a coordenação motora levam naturalmente a esse tipo de swing), Luiza mantém-se estável no início do downswing até bem próximo do impacto na bola; ou seja, tentando deixar os pés “colados” no chão o maior tempo possível. Essa técnica vai se mostrar tão mais valiosa quanto mais ela subir nos níveis de competições, até atingir um estágio em que estará em torneios onde uma tacada correta ou errada a mais realmente fará toda a diferença. Já as jogadoras que levam para a juventude e para a vida adulta essa movimentação desnecessária, realizando o downswing já com o pé esquerdo fora do chão e o direito já também em movimentação, comprometem o equilíbrio e, consequentemente, a qualidade da tacada, a qual pode até parecer boa, mas que certamente seria melhor se a base fosse estável. Outra característica do swing de Luiza que denota um amadurecimento técnico que pode ajudá-la a se tornar uma grande jogadora é o fato de ela já tender a fazer um swing de apenas um movimento, e não dois. Muitos acreditam no folclore instrucional que afirma não haver problema em uma rápida parada no topo do backswing antes de iniciar o retorno do taco, dividindo, assim, o swing

em dois movimentos. Ocorre que isso é falso e identificável apenas em jogadores medianos. Todo grande jogador ou jogadora (Tiger Woods, Luke Donald, Rory Mcllroy, Michele Wie etc.) inicia o downswing antes de terminar o backswing, criando um movimento contínuo e fluido, aproveitando, dessa maneira, a geração de energia por meio do torque e aumentando também a estabilização durante todo o processo de impactação. Essa característica de movimento único já se desenha com certa clareza no swing de Luiza e, junto com sua tendência de manter os pés estáveis durante o retorno do taco, chega-se a certa vantagem técnica sobre adversárias que não aplicam esses conhecimentos. Não falta muito para que Luiza atinja a excelência com relação ao seu ritmo (variação de velocidade do taco durante back e downswing) e ao seu timing (movimentação do corpo no momento certo e na sequência certa), extraindo o máximo de energia gerada pela força centrífuga. Em seu swing já há uma harmonia e uma fluência que podem se tornar sua marca futura de grande jogadora afeita à técnica e ao objetivo de usufruir ao máximo das lições que o golfe vem acumulando com o passar do tempo. Aguardemos.

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• EVENTO

O campeão do Torneio de Caddies, Andre Azevedo, do Flamingo GC, de Indaiatuba

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ENCONTROS E

APRENDIZADOS O II Encontro Nacional e o VI Torneio de Caddies Instituto Irene Gail reuniram representantes de 30 clubes para jogos no Terravista Golf Course e uma série de palestras no Club Med, com a participação do campeão argentino Vicente Chino Fernández POR PAULO CEZAR PACHECO

F

oi na tripla condição de palestrante, golfista aficionado e presidente da Confederação Brasileira de Golfe (CBG) que participei, em agosto último, de um evento sui generis em Trancoso: o II Encontro Nacional de Caddies e o VI Torneio de Caddies Instituto Irene Gail, realizados, em agosto último, no campo do Terravista e nas dependências do Club Med. Lá estiveram mais de 70 caddies representando 30 clubes de várias partes do Brasil. Embora não seja sempre que os caddies tenham a oportunidade de disputar um torneio em um campo de primeira linha, como é o caso do Terravista Golf Course, torneios semelhantes são relativamente comuns e até já fazem parte da tradição de alguns clubes. Porém, o que não é nada comum é um evento no qual os caddies não são chamados apenas para jogar, mas para debater, ouvir palestras e conviver de modo mais próximo com

pessoas que podem trazer-lhes novas perspectivas, novas visões de mundo. Nesse sentido, talvez não seja exagero afirmar que em toda a história do golfe brasileiro nunca tenha havido um evento no qual os caddies tenham sido tratados com tanta deferência. Idealizado pelo diretor editorial da Golf CBG Life, Marco Frenette, e prontamente abraçado e colocado em prática por Michael Rumpf Gail, presidente do Instituto Irene Gail e sócio fundador do Terravista Empreendimentos, e por Glauco Doebelli, diretor do campo, o encontro acoplou-se ao torneio e, desde sua primeira edição no ano passado, vem surpreendendo os participantes, como bem definiu o caddie Alexandre Alves, do Búzios Golf Club: “Vim pensando apenas em jogar golfe, mas, para minha surpresa, o golfe ficou em segundo plano. As palestras e as discussões abriram novos caminhos para minha vida. Volto transformado para casa”. Neste ano de 2014, com minhas agendas conciliadas,

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• EVENTO

pude conferir in loco o efeito positivo sobre eles, pois ouvi dezenas de frases na linha “Que bom poder aprender novas coisas”; “Que ótimo ouvir essas palestras, pois elas me deram novas perspectivas”; “Não vejo a hora de voltar para minha vida e colocar em prática o que aprendi”; “Eu quero mudar”. O próprio Michael, admirador dos bons caddies que fazem a diferença no escore do golfista, resumiu da seguinte maneira os objetivos: “Somos preocupados com o crescimento profissional e pessoal dos caddies e fazemos questão de recebê-los com todo o respeito que merecem. Desejamos não apenas que eles joguem, mas que também se socializem com nossos convidados e com caddies de outros estados e aproveitem ao máximo as palestras e encontros voltados não para a técnica de golfe, mas para a formação profissional, pessoal e ética”. Nada mais coerente em se tratando do fundador de uma instituição cuja proposta é justamente contribuir para o desenvolvimento humano, social e profissional

Roana Alves, do Terravista Golf Course

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de crianças, jovens e adultos por meio do esporte, da educação e da cultura – o nome da instituição, Irene Gail, é uma homenagem póstuma à sua mãe. Minha contribuição pessoal ao evento foi uma palestra sobre a importância das relações pessoais que se estabelecem entre caddie e jogador, permitindo ao caddie ter contatos com outros mundos e outras formas de pensar que pode ser extremamente útil para seu futuro, desde que haja respeito, trabalho e perseverança envolvidos nessa delicada equação social e profissional. Frisei também a importância de o caddie não ver sua ocupação como algo permanente, como um destino que o levará a carregar bolsa até o fim da vida. A fila precisa andar, e aqueles com mais idade devem procurar novos caminhos, dando assim lugar aos mais novos, para que estes também possam usufruir das oportunidades sociais e culturais oferecidas pelo golfe. Outro palestrante foi Marco Frenette, que discorreu sofre a imperiosa necessidade de superarmos


Os palestrantes do 2º Segundo Encontro Nacional de Caddies: Janyck Daudet, CEO do Club Med; Vicente Chino Fernandez, golfista profissional; Paulo Cezar Pacheco, presidente da CBG; Marco Frenette, editor da Golf CBG Life; Michael Rumpf Gail, socio fundador do Terravista

nossos temores e agirmos com discernimento e perseverança para atingirmos nossos objetivos – nesse sentido, a fala de Janyck Daudet, CEO para a América Latina do Club Med, foi exemplar e motivadora para os caddies: “Comecei no primeiro degrau da empresa, recepcionando e entretendo hóspedes, e fui crescendo, com trabalho e determinação, acreditando em mim, perseguindo meu sonho”. Outro destaque foi a palestra do profissional Vicente Chino Fernández, que em sua carreira colecionou mais de 60 vitórias em torneios profissionais de seu país e mais de uma dezena ao redor do mundo, além de quatro títulos no European Tour e outros quatro no Seniors Tour, atual Champions Tour. Foi esse grande golfista que os participantes do II Encontro Nacional de Caddies tiveram o privilégio de ouvir em palestra. Chino deu um depoimento marcadamente pessoal. De coração aberto, falou de suas vitórias e de sua infância cercada por dificuldades: “Aos 9 anos de idade já era

caddie. Para ajudar no sustento de minha família, carregava bolsas no Hindu Golf Club, um campo nos arredores de Buenos Aires. Portanto, tenho uma ligação e um carinho especial por essa profissão e pelas pessoas que a exercem, por isso é com grande prazer que estou aqui, feliz com essa oportunidade de poder transmitir a vocês, caddies brasileiros, um pouco do que aprendi com esse esporte maravilhoso”, disse Chino, nas dependências do Club Med, para uma plateia atenta. Chino falou também com extrema franqueza de suas quedas financeiras e de seus reerguimentos. E aconselhou: “Nunca desista de seus sonhos, e sempre se levante, por mais que haja percalços, pois não importa quantas vezes você cairá, mas quantas vezes você se levantará. O importante é sempre recomeçar, sempre estar disposto a reiniciar a batalha da vida”. Finalizou usando uma metáfora do golfe: “Na vida, também evite o rough, fique sempre no fairway”. Para completar, houve um torneio de confraternização

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• EVENTO

Exibição de Vicente Chino Fernandez durante clínica

O caddie Ronaldo Barbosa

Caddies batendo bola na clínica

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Os participantes do evento reunidos no Club Med

entre os caddies e os convidados, além da disputa principal entre eles, com vitória de Andre Azevedo, do Flamingo GC, de Indaiatuba, que somou 80 tacadas, oito acima do par. O vice-campeão foi Adriel Marques, do Lago Azul GC, com 81, seguido de Walter Souza, do Clube de Golfe de Brasília, que ficou em terceiro, com 83. O encerramento foi um agradável almoço oferecido pelo Club Med em suas dependências. “Para nós, do Club Med, foi um prazer colaborar com ações direcionadas para a formação e crescimento dessa classe profissional tão fundamental para a prática do golfe”, disse o simpático e acolhedor Janyck. Eventos como esse, mesclando competição, aprendizado, palestras e debates, enriquecem de tal modo a vida de seus participantes que se tornam uma lembrança inesquecível, além de terem resultados práticos na vida dos envolvidos. Nesta segunda edição do Encontro Nacional de Caddies, ficou claro também que precisamos urgentemente de um trabalho

junto aos clubes para que possamos criar em cada um deles uma escola orientadora para essa classe, para alguns se transformarem em golfistas profissionais – como temos tantos exemplos no Brasil e no mundo – e outros seguirem um dos tantos caminhos profissionais possíveis, pois podem se tornar administradores, green keepers, engenheiros, projetistas de campo, mecânicos de máquinas, cozinheiros etc. Nós temos os meios, e eles têm a necessidade de transformar seus sonhos em realidade; e é exatamente dentro desse espírito de contribuição e crescimento social e profissional que o Encontro Nacional de Caddies está fazendo a grande diferença. Então, só me resta agradecer e parabenizar os organizadores Michael Rumpf Gail, Janyck Daudet e Glauco Doebelli pela realização desse maravilhoso evento. E aguardemos as novidades do próximo ano, pois esta edição 2014 foi tão boa que a responsabilidade e as expectativas aumentaram.

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• CRÔNICA

A MATURIDADE

DOS DETALHES A cada ano dando sinais de um amadurecimento visando uma grandeza estética e de jogabilidade, o campo do Damha Golf Club, projetado pelo lendário golfista Ricardo Rossi, continua seu trabalho de crescimento planejado, tendo o Aberto como seu maior case de sucesso POR MARCO FRENETTE FOTOS ZECA RESENDES

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Buraco 6 do Damha Golf Club, um par 3 com green-ilha

Os campos ao estilo links não precisam das árvores. Não precisam de suas copas e de seus troncos para impedir a tacada de recuperação ou minar a autoconfiança do jogador. No entanto, para aqueles campos que não foram concebidos para reproduzir a frieza espartana dos palcos de origem do esporte, as árvores são elementos fundamentais para o prazer desafiador do jogo e também para o deleite estético; e as árvores do Damha estão crescendo, estão frutificando e estão começando a dificultar a vida dos jogadores. Embora ainda jovens, esses seres verdes e lenhosos já se fazem notar como pequenos exércitos estrategicamente espalhados pelo campo. Em algumas situações, por conta de batalhões de palmeiras ou pinheiros, já não é possível bater uma madeirinha com voo baixo para cortar a raia errada e retornar para o lugar de onde

nunca deveríamos ter saído se acertássemos o primeiro tiro; noutros momentos, um terço de swing com um 52 graus e voo médio não resolve mais o problema de ter de deixar a bola perto da bandeira, pois onde antes tínhamos apenas um arroubo de um ipê agora temos uma copa florida que nos avisa que a situação exige um temerário lob wedge por cima dela, ou a colocação da bola numa parte do green que nos deixa muito longe da bandeira. A cada aberto do Damha, seu campo nos mostra um pouquinho mais de uma grandeza que, embora já evidente e impressionante desde sua inauguração, no final de 2006, ainda levará alguns anos para atingir um grau de maturidade que o colocará na posição de um dos campos mais belos que um golfista possa pisar. Como um ser vivo – o ser vivo que de fato é – o campo vai crescendo e se emoldurando, na sua

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• CRÔNICA

Carlos Cândido

movimentação diária, semanal, mensal, anual para atingir uma magnitude que combine perfeitamente com o club house com seu pé-direito alto, com seu bom gosto livre de exibicionismo barato ou caro, com sua estrutura sustentada por madeiras retiradas de antigas tulhas de café, com seus quadros lembrando os grandes momentos do golfe mundial. No Damha, a harmonização entre a ambição estética e a criação de um campo de alta jogabilidade e exigência estratégica (sem prejuízo dos amplos espaços para os grandes batedores se inflarem de orgulho atlético) segue seu curso natural de concretização. Não é uma grandeza acidental, mas planejada desde o início, e esse procedimento deveria servir de exemplo aos outros empreendimentos; e claro que também tudo tem a ver com as mãos e os corações daqueles que tocam e exe-

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cutam o projeto – e, como se costuma dizer que tanto Deus quanto o diabo gostam de se esconder nos detalhes, vou falar de um detalhe que vi no Aberto: no vestiário, um dos registros do mictório travou e começou um pequeno vazamento, criando rapidamente uma poça de água no chão; em questão de minutos, duas pessoas estavam limpando o chão, o registro tinha sido destravado, e um supervisor falava ao rádio com um dos limpadores para se certificar de que o problema tinha realmente sido sanado, e, como não bastasse, um quarto rapaz ainda passou pelo vestiário para não restar nenhuma dúvida de que o conforto dos jogadores e dos convidados estava sendo preservado. Vi em volta daquela poça de água mais preocupação e método de trabalho do que em problemas maiores em muitos clubes. Peque frequentemente nos


O campe達o Marcos Negrini

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窶「 CRテ年ICA

A campeテ」 Lucia Maria Guilger

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Lucia Maria Guilger e Marcos Negrini

detalhes, e em breve você será um grande pecador. Mas, se quiser pecar apenas nas coisas boas da vida, o Aberto do Damha também servirá de exemplo. Lá, o pecado da gula é difícil de evitar, com o bufê farto e variado, o carneiro assado e servido em lascas douradas com uma gordura saudável, os hambúrgueres; e para quem gosta de álcool, as doses de Chivas 12 anos, os drinques variados e as cervejas Petra e Itaipava; e para quem não gosta dos efeitos etílicos, os cafés Nespresso, os sucos variados, os energéticos TNT, estes servidos numa estilosa barraca vermelha montada ao lado do green do 9: oásis consolador após três putts nos amplos greens do Damha, ou mimo refrescante (para o corpo e para os olhos) servido por simpáticas garotas. E, junto com os detalhes, tem que vir também a educação. Enquanto em alguns clubes a distração

gerencial permite que a música domine o ambiente antes do término do jogo, no Damha os golfistas podem competir em paz, no silêncio que merecem e que os ajuda, pois a música só começa a sair das caixas depois que o último jogador deu seu último putt. Porém, quando o som começa, é plena certeza de que você só ouvirá coisa boa. Os gêneros variam, mas em todas as músicas que foram ouvidas nos três dias de festa só houve ritmos, melodias, compassos, acordes e letras que faziam as pessoas se sentirem melhor, e não com os ouvidos incomodados e o espírito um tanto violentado, como costuma acontecer em muitos lugares que investem na sofisticação dos ambientes físicos, mas praticam a tortura psicológica com um deprimente ambiente sonoro. Entre as apresentações musicais ao vivo, a minha preferida foi a que subiu ao palco no

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• CRÔNICA

Público exemplar durante a festa de encerramento

Música eclética e de qualidade

Cena de jogo no buraco 9, ao lado da barraca da TNT

Negrini comemorando a vitória com o tradicional pulo no lago

último dia, o Groove Allegro, onde as barreiras culturais que permeiam os estilos musicais foram quebradas de maneira radical; e assim tivemos um DJ fazendo seus samples com música erudita, um maestro controlando metais e cordas enquanto uma bateria de escola de samba quebrava tudo, e ao lado cinco vozes femininas davam certo toque sublime ao mix de sons que convidavam à dança: e há quanto tempo eu não ouvia uma versão tão inteligente do clássico de rap “Gangsta’s Paradise” do Coolio; ou tanta pegada rítmica num clássico pop como “A Little Respect” do Erasure. Foi um “Golfer’s Paradise” esse Aberto, e tudo com muito respeito, pois é uma grande festa familiar, na qual desde crianças até os mais velhos podem sorrir e se divertir à vontade, sem frescura ou

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afetação. E, se você me leu até aqui, deve ter notado que este texto foi escrito sem nenhum parágrafo, sem nenhum “respiro” para o leitor; e o motivo é que escrevo ainda sob a influência salutar dessa festa do golfe brasileiro que vai emendando uma sensação na outra, um prazer no outro (prazeres esportivos, sociais, culturais e gastronômicos, quer dizer: civilização) em nome do crescimento do golfe; e em campo, outro show de um jovem educado e talentoso, o Marcos Negrini, cujo início de carreira foi justamente no Damha, sete anos atrás, quando era uma criança de 10 anos e resolveu dar suas primeiras tacadas na Academia de Golfe Dr. Anwar Damha, dirigida pelo profissional Salinas. No primeiro dia, com tantas árvores, tanta movimentação de greens, tantos lagos, ele ano-


O presidente da Gocil Segurança e Serviços, Washington Cinel O campeão Glen Boggini Roberto Dhelomme e Paulo Cabernite após o jogo

A cada noite, um grupo diferente no palco

tou 83 no cartão e amargou um sexto lugar, mas no dia seguinte fez a melhor volta de todo o torneio ao cravar uma volta de 68. Foi um título desejado, pois já vinha tentando a vitória havia anos: foi vice-campeão desse Aberto em três ocasiões, e no ano passado foi o terceiro colocado. Dessa vez, quem ficou no quase foi o americano Glen Boggini, que havia vencido a competição em 2013. Entre as nossas queridas mulheres do golfe, a vitória ficou com Lucia Guilger, uma das mais ativas golfistas brasileiras. Ao todo, foram 144 jogadores em campo, de 25 clubes de cinco estados. E claro que tudo isso custa dinheiro, daí a importância capital dos patrocinadores da oitava edição do Aberto Damha Golf Club – Taça Gocil de Golfe: a Gocil Segurança e Serviços, a Damha Urbanizadora e o Grupo

Encalso Damha 50 Anos. Os copatrocinadores foram Banco ABC Brasil, Governo do Estado de São Paulo, Saccaro e D’Energy. Os parceiros foram Zada Seguros, Marriot Vacation Club, Monte Cristo, Nascimento Turismo, São Bento Golfe e Tapetes São Carlos, e os apoiadores foram Almeida Budoya, Club Med, Fibras Mil, Itaipava, Nespresso, Oil &Vinegar, Spa Almavie, The Black Pub, TNT, Trem Bão, Tulha Restaurante e Villa Fonte. A realização foi do Damha Golf Club, 4Dot e Federação Paulista de Golfe. No ano que vem, mais um “Golfer’s Paradise” comandado por Carlão & Juruna e sua equipe, com os exércitos de árvores maiores ainda, e com mais punição aos golfistas que se recusam a bater reto com seus tacos incrementados com as últimas inovações tecnológicas.

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• PSICOLOGIA ESPORTIVA

Uma vida bem vivida Neste artigo exclusivo para a Golf CBG Life, o grande golfista argentino Vicente Chino Fernández, cujas vitórias ao redor do mundo incluem títulos no European Tour e no Champions Tour, faz uma interessante comparação entre os aspectos de uma vida equilibrada e as características do alto desempenho golfístico 90

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osto de teatro, pois é uma arte que me surpreende de vários modos. O principal aspecto é que, se o ator é realmente bom, nós esquecemos que ele é um ator; e o mais fascinante: esquecemos que o personagem que ele representa não existe. É que no íntimo do ator acontecem coisas que podem também ressonar dentro de nós, embora ele se agite em emoções e sentimentos que só ele sabe exatamente como são, mas que terminam por nos tocar. Por isso, digo que o golfe é igual ao teatro, no sentido de que quando pisamos no green e estamos com chances de vitória, todas as luzes e os olhares estão sobre nós, e temos de fazer a magia acontecer. Sim, é preciso muita estratégia, muito treinamento físico e mental, muita disposição – mas há algo que é fundamental, e não é nenhuma dessas coisas.

G

O que faz um grande ator ou um grande golfista é, basicamente, sua vida pessoal. Quer dizer, não é tanto o treinamento ou a habilidade natural, mas o tipo de vida que leva. Um ator que não viveu não pode transmitir nada, porque não sabe nada do tema que pretende dominar. Claro que, se a interpretação for a de um assassino, não devemos exigir que o ator já tenha matado para executar com habilidade seu papel. Porém, precisará ter experimentado sentimentos como a ira, a dor, o ressentimento, a culpa, o medo – tudo aquilo que os dramaturgos colocam em suas peças, para depois os atores nos transmitirem tudo isso em forma de emoções. Quanto mais rica a vida de um ator, quanto mais ordenados e digeridos forem seus sentimentos, melhor será seu desempenho no palco. Tudo exatamente igual ao golfista. O que fazemos no campo de golfe com uma habilidade es-

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• PSICOLOGIA ESPORTIVA

pecial, o que fazemos a partir de uma improvisação pura – tudo isso compõe apenas uma parte mínima da equação. O que encanta as pessoas que te seguem em campo não é a inspiração demonstrada em uma jogada isolada. Improvisação e inspiração nada mais são que os frutos de um corpo bem treinado, de uma mente bem preparada, de um estado psicológico estável, e tudo isso é, afinal, a expressão de uma vida bem vivida. Reparem: não sou um filósofo, porém há coisas que aprendi vivendo, e elas me ajudam tanto na vida esportiva quanto na pessoal. Mas o que chamo de uma vida bem vivida? Mais do que qualquer outra coisa, ter uma vida bem vivida é conseguir tornar-se a melhor versão de si mesmo. Essa é a única maneira de triunfar. Triunfar de verdade. O esporte pode dar muitas satisfações, mas, se a vida pessoal do atleta é um desastre, quando chega a hora de se retirar, para onde ele vai? Com quem ele irá conviver? A glória proporcionada pelo esporte é como a beleza: passa num piscar de olhos. Para uma vida ser bem vivida, tem de se estar pleno, tem

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de entender aspectos variados da vida, tem de estar feliz para poder encontrar os motivos para ficar mais feliz ainda. Um verdadeiro campeão também é campeão na vida. E o mais importante: o que escolhemos fazer é o que definirá o nosso ser. Acredito que há alguns caminhos a serem percorridos para podermos viver plenamente nossa vida, e assim permitir que ela tenha reflexos e desdobramentos positivos dentro do esporte. Vejo quatro aspectos importantes nessa trajetória. O primeiro deles diz respeito à necessidade de termos plena consciência de nossos objetivos. Ou melhor dizendo: termos consciência daquilo que nos toca particularmente, que nos define como indivíduo. E devemos saber que não podemos impor a ninguém nossa forma de ver o mundo, assim como não devemos deixar que ninguém nos imponha a sua. O segundo aspecto envolve os vínculos. Somos uma rede de relacionamentos. Nós também somos feitos a partir daqueles que amamos e que nos amam, a partir daqueles que


Ao lado, Vicente Chino Fernandez ensinando; nesta página, executando uma tacada de aproximação

nos ensinam e aos quais ensinamos, somos parte daqueles que competem conosco e nos incentivam a aprimorar nossas capacidades. Sem referências afetivas, não podemos alcançar uma real definição de nós mesmos. Outro ponto importante são os valores. As pessoas não vivem totalmente à deriva, mas condicionadas a uma série de conceitos, convicções e tradições que a sociedade oferece. Dentro desse rol de possibilidades, o indivíduo vai fazendo suas próprias escolhas e traçando seus caminhos; e, quanto mais ele reflete e aplica os valores, mais eles se tornam profundos, rompendo com a superficialidade. Para vivermos plenamente, é importante ter valores claros. Umas das principais formas de termos essa clareza é estudarmos nossa própria história, identificando, a partir disso, o que é superficial e o que é essencial, o que é passageiro e o que é eterno dentro do coração e da alma do homem. Por fim, há a questão das escolhas que nós fazemos. De um modo ou de outro, sempre temos a possibilidade de fazer escolhas, e elas devem ser feitas levando em conta nossos

valores, nossos objetivos e nossos vínculos. Escolher influenciado pela publicidade ou por alguém não é uma verdadeira escolha, é uma ação por impulso. Porém, escolher de acordo com o que somos é viver plenamente. Sim, há a ação dos outros, há o imponderável – ou como desejemos chamar o que é impossível de prever – que termina por modificar nossas vidas, nos obrigando a fazer novas escolhas. Seja como for, devemos ter em nossa mente o que conhecemos como o “Bem maior”, que é a visão global sobre nossa vida e sobre a humanidade. Assim como no golfe, na vida é preciso manter o foco nas coisas certas, para no fim percebermos que tudo é inter-relacionado, que a vida não se dá em compartimentos isolados. Atualmente aposentado das competições internacionais, Vicente Chino Fernández dedica-se ao ensino de golfe e às clínicas corporativas ao redor do mundo. Maiores informações: www.chinogolf.net

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• CRESCIMENTO

PRESIDENTES EM CAMPO Em agosto último, diretores da CBG e presidentes das federações brasileiras de golfe se reuniram na cidade do Rio de Janeiro para alinhar ações para o crescimento do golfe nacional e visitar as obras do campo olímpico

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Ilustração do Olympic Golf Course; e Bruno Tariant (Pres Fed. Baiana); Luiz Leão (Pres Fed. do Rio); Klaus Behrens e Arata Hara (VPs da CBG); Ulisses de Toledo (Pres. Fed. Paranaense); Junio Batista (VP da FECONG); Antonio Lima (Dir. da CBG); Marcio Galvão (Ger. CBG); Antônio Padula (Pres. da Fed. Paulista); Paulo Pacheco (Pres. da CBG); Norton Fernandes (VP da CBG); Ricardo De Rose (Pres. da Fed. Riograndense) e José Kobori (VP da CBG).

O golfe nacional passa por uma fase de crescimento de seus projetos, de sua visibilidade nacional e internacional, e tanto a Confederação Brasileira de Golfe quanto as Federações estão cada vez mais ágeis e atentas às possibilidades que se avolumam com a aproximação dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em 2016, com o esperado retorno do golfe. Dentro desse espírito, diretores e presidente da CBG e presidentes das Federações encontraram-se na cidade carioca para uma série de planejamentos. Um dos principais objetivos do encontro foi um maior alinhamento dos programas, projetos e ações que devem ser estruturados em estreita parceria entre a Confederação e Federações, de tal forma que seja possível maior eficiência no uso dos recursos e maior eficácia nos resultados a niveis regionais e nacional, conforme o Plano Estratégico 2016-2020, que foi discutido em detalhes por todos os presentes. Entre os tópicos, o aumento da base de praticantes, o golfe de alto rendimento e o modelo de gestão mais condizente com os amplos objetivos para o cresci-

mento do golfe nacional. “Encontros como esses são fundamentais para podermos atuar com total discernimento e sempre em parceria, para que possamos ter resultados duradouros, os quais devem se traduzir em maior número de praticantes, maior nível de competitividade de nosso golfe de alto rendimento e maior número de campos abertos à prática do esporte e ao incentivo à aprendizagem”, disse Paulo Cezar Pacheco, presidente da CBG, “Essa é a grande oportunidade que temos para deixar um legado extremamente positivo e significativo para o crescimento sustentável do golfe brasileiro”, completou o dirigente. Na visita ao Olympic Golf Course, os presidentes das federações puderam comprovar o acelerado processo de finalização das obras, o que possibilitará a realização sem sobressaltos do evento-teste de 2015. O encontro também contou com a presença de Walter Russo, do Comitê Organizador Rio-2016, que deu explicações elucidativas sobre como será o processo de organização e realização dos Jogos Olímpicos.

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• TORNEIO

A IDADE DO PARAÍSO Terravista Golf Course comemorará em novembro seu aniversário de 10 anos com a realização de um Aberto voltado para os golfistas amadores

O sócio fundador da Terravista Michael Rump Gail com os novos sócios Carlo Lovatelli e Reinold Geiger

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Este será o segundo Aberto do Terravista Golf Course, mas terá sabor de primeiro. Afinal, o outro Aberto aconteceu no já longínquo ano de 2007 e contou com a presença de profissionais; agora será um torneio exclusivamente para amadores, além de ter o diferencial de envolver as comemorações de 10 anos de existência de um dos mais belos e desafiadores campos de golfe do país. O Terravista Golf Course tem a assinatura do designer Dan Blankenship, responsável por elevar o nível de qualidade dos campos brasileiros ao projetar traçados de qualidade em várias partes do Brasil. Ele estará no evento não apenas para jogar, mas para dividir com os participantes a experiência de ter construído uma obra-prima sobre as falésias de Trancoso. Entre outras atrações, o campo está preparando uma exposição fotográfica para contar em detalhes sua história. O campo foi inaugurado em 2004, fruto do sonho pessoal e do esforço administrativo e financeiro do empresário Michael Rumpf Gail, que com a ajuda dos sócios Carlos

Bittencourt e Romeu Chap Chap, presenteou o sul da Bahia com um empreendimento turístico-imobiliário que tem o Terravista Golf Course como seu grande destaque. Desde 2010, o campo foi assumido pelo empresário Reinold Geiger, presidente mundial da L’Occitane, e por Carlo Lovatelli e desde então tem recebido novos investimentos para dar ao Terravista maior visibilidade e o renome nacional e internacional que merece por causa de seu traçado magnífico, seu entorno belíssimo e sua localização em uma das mais belas áreas turísticas não só do Brasil como do mundo. PARA PARTICIPAR 2o Aberto Terravista de Golfe, de 20 a 22 de novembro, em Trancoso, na Bahia. As inscrições custam R$ 700 e incluem um dia de treino, dois dias de jogo, cart compartilhado, lanche no campo, coquetel, cafés da manhã e jantar de encerramento. Informações pelo telefone (73) 2015-2104, com Marina.

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Damha Golf Club, em São Carlos

AGENDA LOTADA A Associação Brasileira de Golfe Sênior encerrará 2014 com uma série de torneios em várias regiões do país, intensificando e diversificando seu calendário de atividades Premiação dos campeões Eduardo Rota e Luciano Lewis

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FOTO DIVULGAÇÃO

• TORNEIO


FOTO DANIELLE SOMMER

Alphaville Graciosa, no Paraná

A Associação Brasileira de Golfe Sênior (ABGS) vem celebrando um constante crescimento de torneios, campos parceiros e número de associados. Nos últimos meses, a instituição tem recebido novos associados de campos – como Aquiraz Riviera, Alphaville Graciosa, São Paulo Golf Club, Champs Privés, Clube de Campo de São Paulo, Campestre de Pelotas, Damha Golf Club e Castanhal Golf Club – e, ao findar 2014, terá chegado a novos cenários de golfe do Brasil com o seu circuito de torneios para cavalheiros e damas seniores e pré-seniores, a exemplo de lugares como Pelotas (RS), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Monte Verde (ES), possibilitando diversão, networking e constante confraternização num dos segmentos mais importantes do golfe brasileiro. Em 2015 serão incorporados ao calendário do golfe sênior brasileiro campos em Belém (PA), Cuiabá (MT) e Cam-

po Grande (MS), além de dois novos em São Paulo e quatro no Rio Grande do Sul, aumentando ainda mais a lista de oportunidades de jogos e torneios de seniores. No cenário internacional, entre as tantas viagens dos golfistas da ABGS, há a delegação de 60 jogadores formada para participar do 36° Campeonato Sul-Americano de Golfe Sênior na Argentina, em outubro próximo. Neste último trimestre de 2014, a ABGS realizará uma série de torneios pelo país, a exemplo do Campeonato Estadual ABGS do Estado do Rio Grande do Sul, no Porto Alegre Country Club, em outubro; e o 35° Campeonato Brasileiro ABGS de Golfe Sênior, no Iguassu Resort (PR), em novembro. Para conferir todos os torneios e ter mais informações sobre o golfe sênior, acesse o site oficial da ABGS: www. abgs.com.br.

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• TORNEIO

Octaviano Silva, da dupla campeã

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SWING ALEMÃO O Brasil definiu seus primeiros representantes na história para a final mundial da Audi quattro Cup, que acontecerá em dezembro, em Dubai

Detalhe do campo, com a represa de Guarapiranga ao fundo

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• TORNEIO

Audi e prosecco em um dos tees do Clube de Campo

N

o belo Clube de Campo São Paulo, às margens da represa de Guarapiranga, temos as raias e greens de um interessante e movimentado traçado que, entre projetos iniciais, reformas e mesclas, envolveram, desde sua inauguração, em 1958, o talento de nomes como o de José Maria Gonzalez, Amando Rossi e Augusto de Pádua Soares, que conseguiram um resultado que faz realmente valer a pena praticar o golfe e apreciar a exuberância da natureza. Foi nesse cenário privilegiado que ocorreu em setembro último a etapa brasileira da Audi quattro Cup, que é disputada no mundo todo por mais de 100 mil golfistas de 52 países a cada ano. Este é o primeiro ano que o Brasil participou do circuito. “Vamos torcer muito por um bom resultado do Brasil na Audi quattro Cup em Dubai. O evento representa a sofisticação, que é um dos pilares da marca Audi, a qual valoriza um esporte

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que tem cada vez mais adeptos no país”, resumiu Jörg Hofmann, presidente e CEO da Audi do Brasil, que entregou o prêmio aos vencedores José Fernandes e Octaviano Silva, que representarão o Brasil na final mundial em Dubai. A dupla campeã somou 47 pontos na modalidade Select Drive Alternate Shot. Nessa modalidade, os dois parceiros dão a tacada inicial, sendo selecionada a melhor delas. Então, o jogador cuja bola não foi selecionada fará a tacada seguinte com a bola que está em jogo, e não com a sua. A partir daí, a equipe passa a alternar as tacadas até que a bola seja embocada. A dupla vice-campeã foi formada pelos golfistas Claudio Del Guerra e Osmar da Costa Sobrinho, que também somou 47 pontos, mas perdeu o título por critérios de desempate. José Canepa e Roberto Guilger receberam o prêmio de terceiro lugar, com 45 pontos. Paralelamente ao torneio, a Audi realizou uma clínica de golfe, com aulas teóricas e práticas na área


Os campeões Octaviano Silva e José Fernandes com Jörg Hofmann, presidente da Audi do Brasil

de treino. “Trata-se de uma ação de relacionamento muito importante para a Audi. Ela faz com que clientes e prospects vivam a experiência Audi em suas diversas formas”, explicou Hofmann, que anunciou também que em 2015 a Audi adotará o formato internacional, no qual são realizadas diversas etapas regionais, classificando as duplas para uma final nacional. A ideia é contar com clientes Audi de todo o país, fazendo uma grande parceria com as concessionárias locais. A Audi quattro Cup foi criada em 1991 na Alemanha, quando mais de 6 mil golfistas participaram de 51 torneios. Já no ano seguinte, o número de disputas regionais saltou para 130, com a entrada de mais outros sete países europeus. Desde sua criação, mais de 1,4 milhão de golfistas amadores já participaram das etapas da Audi quattro Cup. Em 2013, a final mundial foi disputada na cidade de Los Angeles (EUA), com a equipe da África do Sul tendo sido

a vencedora do grupo A e a da Guatemala do grupo B. Ainda no ano passado, a Audi quattro Cup passou a contar com a participação de Rússia, Cazaquistão, Paquistão, Qatar e Macau (China). Este ano foi a vez de o Brasil juntar-se a esse torneio tão especial. O nome do torneio homenageia uma das principais tecnologias desenvolvidas nos laboratórios, centros de pesquisa e de testes da Audi: a tração integral quattro. Ela foi a responsável pela mudança de conceito em relação às trações 4x4 (ou integrais), que até então eram pesadas e pouco eficientes, sendo, dessa forma, quase inutilizáveis nos carros de asfalto. Lançada em 1980, equipando o legendário Audi quattro original, essa tecnologia já equipou mais de 6 milhões de veículos, uma marca histórica atingida em julho último. Com cerca de 170 versões quattro – com diferentes carrocerias, motores e transmissões –, a Audi oferece a maior variedade de carros com tração integral entre todas as fabricantes de veículos premium.

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• HISTÓRIA

Triciclo de corte da marca Toro, 1930

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UM

SÉCULO DE CORTES Cem anos atrás, surgia a Toro Motor Company, uma indústria que se tornaria pioneira na fabricação de máquinas motorizadas para cortes de grama em campos de golfe, revolucionando a forma de manutenção dos fairways e greens POR NANCY CABRINO

A

ntes, qualquer gramado, esportivo ou não, era cortado com foice. Apenas em 1830 a tarefa passou a ser um pouco mais rápida e menos cansativa, uma vez que o engenheiro inglês Edwin Beard Budding inventou um dispositivo manual que o registro de sua patente descreveria como “uma nova combinação e aplicação de máquinas, com o objetivo de raspar ou cortar as gramas e ervas dos campos”. A evolução continuou, a exemplo do primeiro cortador de grama com correias, inventado em 1859 por um homem com o sugestivo nome de Thomas Green; dos primeiros cortadores dirigíveis da marca Ransome, surgidos em 1900; e das experiências com máquinas rudimentares movidas a petróleo e querosene na década seguinte. No entanto, quando o empresário americano John Samuel Clapper e seus sócios fundaram em julho de 1924, em Minneapolis, em Minnesota, uma empresa para produzir motores para uma companhia chamada

Bull Tractor Company, o mercado de golfe ainda não tinha absorvido as tecnologias de motorização, e nem o próprio Clapper imaginava que dali a quatro anos a sua empresa, batizada de Toro Motor Company, se dedicaria a essa nova e promissora área, revolucionando o mercado e liderando-o cem anos depois. A empresa de Clapper teve seu primeiro contato com golfe em 1918, quando o Minikahda Club, de Minneapolis, pediu que criassem uma máquina de cortar fairway motorizada. A ideia era substituir as máquinas disponíveis até então, puxadas por cavalos. Foi quando a Toro acoplou cinco cortadores de grama à parte dianteira de um trator de fazenda, inventando em 1919 o The Toro Standard Golf Machine e, com ele, inaugurando o mercado de maquinário motorizado para campos de golfe. Em 1928 veio mais uma inovação: Clapper criou o primeiro cortador de green elétrico. A Toro não só inventou o mercado de máquinas motorizadas para golfe, como seguiu criando inovações ao longo dos anos. Hoje, aos 100 anos de idade, detém mais de 800 patentes nos EUA, gasta mais de US$

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• HISTÓRIA Invenção da Toro: primeiro cortador de fairway motorizado, 1919

Primeiro cortador de green elétrico, 1928

Um cortador moderno de green

60 milhões anuais em pesquisa, está presente em 90 países, com mais de 5 mil funcionários, e tem receita anual de mais de US$ 2 bilhões. Porém, nem tudo foram fairways bem cortados na história da empresa. Em janeiro de 1929, por exemplo, dez meses antes da quebra da Bolsa de Nova York, a Toro lançou suas ações no mercado e passou, como o mundo inteiro, por maus bocados, mas sobreviveu. Na década de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, paralisou sua produção de equipamentos de golfe para produzir insumos para os Aliados, para depois voltar mais forte ainda ao mercado, lançando a primeira cortadora de fairways com asas, que são aquelas nos quais os cilindros laterais da máquina se levantam e se adaptam ao terreno, possibilitando o corte em áreas antes inacessíveis.

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Toda essa tecnologia e pioneirismo garantiram à Toro um destaque no mercado. Entre seus clientes atuais há inúmeros nomes de peso no golfe mundial, como St. Andrews, Pinehurst Resort & Country Club, que sediou o US Open deste ano, Royal Liverpool Golf Club (sede do The Open deste ano), Gleneagles (sede da Ryder Cup 2014) e o Walt Disney World Resort. No Brasil, onde é representada pelo Grupo Greenext, a empresa também já fez um belo portfólio, incluindo campos como o de Aquiraz, Búzios, Clube de Campo de São Paulo, Costão Golf, Fazenda Boa Vista, Gavea, Iberostar Praia do Forte, Itanhangá, Quinta da Baroneza, São Fernando, São Paulo Golf Club e Terras de São José. Nada mal para uma história iniciada com um trator de fazenda com lâminas acopladas.


A fรกbrica Toro em seu primeiro ano de vida, 1914

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• TORNEIO

A profissional Victoria Lovelady, embaixadora Nespresso

Jogador em momento de reflexão

Premiação dos campeões Eduardo Rota e Luciano Lewis

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RUMO À ESCÓCIA Na terceira edição de seu torneio, a Nespresso Trophy 2014 premiou os vencedores com viagens para assistir à Ryder Cup A Quinta da Baroneza foi o palco de uma grande festa em agosto último, quando aconteceu a etapa final do Nespresso Trophy Brasil 2014, um torneio global de golfe da Nespresso. Seguindo o formato da Ryder Cup, o golfista espanhol e embaixador da Nespresso no golfe, José MaríaOlazábal, criou um campeonato de equipes no qual os golfistas jogam em duplas. Muito mais que competição, o Nespresso Trophy Brasil exalta o espírito de equipe. O torneio é dividido em duas categorias: A (soma dos handicaps da dupla deverá ser igual ou menor a 25) e B (soma dos handicaps da dupla de 26 em diante). Nessa grande final na Quinta da baroneza, venceu na categoria A, com 46 pontos, a dupla Carlos Hitoshi Castro, do clube anfitrião, e Roberto Nishikawa, do São Fernando. Já na categoria B, Eduardo Rota e Luciano Lewis, do Porto Alegre Country Club, foram os vencedores com 44 pontos. O prêmio das duas duplas será uma viagem com todas as despesas pagas para assistir a Ryder Cup

2014 em Gleneagles, na Escócia. Os vencedores também poderão jogar em um tradicional campo escocês e jantar nos melhores restaurantes da Europa. O show de encerramento ficou por conta do talentosíssimo cantor Tiago Abravanel, que reviveu grandes sucessos de Tim Maia. Os convidados puderam participar de diversas atrações como passeio de balão, clínica de golfe para iniciantes,workshop de como preparar drinks com café, entre outras atividades. O Nespresso Trophy Brasil 2014 passou por 16 clubes de golfe de 7 diferentes estados, entre eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal, Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Sul. Nas etapas classificatórias, o torneio contou com a participação de mais de 1.300 competidores. O Nespresso Trophy Brasil conta com o patrocínio da Lexus e do grupo de shoppings Iguatemi. Apoio das Águas Perrier, Whisky Glenmorangie e Taylor Made Adidas Golf.

Tiago Abravanel cantando sucessos de Tim Maia

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• TORNEIO

NAS ALTURAS Campeonato mundial amador da Turkish Airlines reuniu golfistas e empresários em sua etapa brasileira no Paradise Golf & Lake Resort. O campeão mundial do ano passado teve como prêmio uma partida de 18 buracos na companhia de Tiger Woods Uma das últimas etapas da Turkish Airlines World Golf Cup 2014, um dos maiores e mais emocionantes torneios amadores do segmento, aconteceu no Paradise Golf & Lake Resort, na cidade paulista de Mogi das Cruzes (SP), em setembro último. Os dois vencedores da competição stableford individual de cada categoria foram Kunikazu Oiwa e Yuji Oiwa. Agora, pai e filho irão para a Grande Final, em Antalya, na Turquia, em novembro. Os ganhadores da Grande Final jogarão no aberto Turkish Airlines Pro-Am e terão passes VIP, podendo desfrutar de uma estada de sete noites em um luxuoso hotel com tudo incluído. Além disso, todos os jogadores das etapas qualificatórias de cada país participaram de um sorteio com o scorecard, concorrendo a dois voos de classe executiva e uma estada de sete noites no cinco-estrelas Maxx Royal Hotel, em Antalya. No Brasil, quem levou o prêmio foram os sortudos Sérgio Cavenitti e Miuki Horii. “Estamos mui-

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to satisfeitos com o resultado do primeiro torneio no Brasil”, disse Atagun Kutluyuksel, gerente-geral da Turkish Airlines Brasil, durante o evento. “Temos certeza de que os participantes desfrutaram bastante do dia no Paradise e esperamos por todos ano que vem”, completou. Ao todo, a Turkish Airlines Golf Cup 2014 contou com 50 torneios amadores de qualificação em 35 países. A primeira etapa classificatória deste ano foi realizada na Índia, em março. Depois, o campeonato seguiu por outros países como África do Sul, Irlanda, Estados Unidos, Portugal, Itália, França, Grécia e Argentina. A Turkish Airlines, que recentemente foi eleita a melhor companhia aérea da Europa pelo quarto ano consecutivo, lançou sua Copa Mundial de Golfe em 2013, cujo campeão foi o chinês Han Liang, que teve como prêmio pela vitória o grande privilégio de jogar na companhia de Tiger Woods no aberto Turkish Airlines Pro-Am do ano passado.


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• AVENTURA

OFF-ROAD NO CERRADO Etapa do rali de estratégia Mitsubishi Outdoor foi repleta de atividades esportivas e teve, de surpresa, tarefas dentro da fábrica da montadora, no município de Catalão, em Goiânia

A

ventura e novos desafios não podem faltar quando se fala do rali Mitsubishi Outdoor, que une trilhas 4x4 aos esportes de aventura. Na terceira etapa do ano, com largada em Uberlândia (MG), a prova foi inédita. Entre as tarefas propostas, uma surpresa: os competidores foram até o município vizinho de Catalão e tiveram atividades dentro da fábrica da Mitsubishi. “Foi emocionante conhecer o berçário dos carros que dirigimos. Achei muito bonito, organizado. Foi legal ver a empolgação dos funcionários que também estavam participando do rali”, disse Marcos Fukumura, campeão da categoria Extreme com a equipe Tamboré. Mas esse não foi o único desafio das equipes, que ainda encararam um trekking de 2,5 km no morro do Urubu, uma tirolesa em um dos afluentes do rio Paranaíba e trilhas de mountain bike em meio ao cerrado. E, claro, não poderiam

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faltar desafios para os 4x4 da Mitsubishi Motors, que enfrentaram trechos de charco onde era necessária muita perícia dos pilotos. Na categoria Extreme, a vitória foi da experiente equipe Tamboré. “Apesar de participarmos de várias etapas, sempre começamos do zero. E hoje não foi diferente. É uma superação, foi muito bacana”, comentou Jeferson Gabrioli. Na categoria Fun, venceu a equipe Barro Seco, que é formada por amigos de Sorocaba e Campinas (SP) que trabalham juntos. “Nossa equipe tem muitos engenheiros, então foi um grande privilégio conhecer a instalação da Mitsubishi. Fizemos uma boa estratégia e conseguimos executá-la”, destacou Nilton Carvalho. “A prova foi maravilhosa com um visual muito lindo”, completou o campeão. COMO PARTICIPAR Para inscrições e mais informações acesse o site www.mitsubishimotors.com.br


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Karina Palmberg, no 84º Campeonato Amador de Golfe do Brasil 2014, no São Fernando Golf Club


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