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Figura 4 – Retrato de Ambroise Paré
Outro nome de destaque foi Ambroise Paré (1510-1590). Paré estava engajado como cirurgião militar e acompanhou diversas campanhas militares francesas. O cirurgião fez algumas observações a respeito do absurdo do uso do óleo fervente como forma de estancar hemorragias por arma de fogo. Então, decidiu utilizar um emoliente menos irritante à base de gema de ovo, óleo de rosa e terebintina (líquido obtido da destilação da resina de coníferas), o que lhe trouxe melhores resultados e, consequentemente, glória e fama duradouras.
Figura 4 – Retrato de Ambroise Paré
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Fonte: Brélivet (2021).
1.5 IDADE CONTEMPORÂNEA
Anestesia
O ser humano sempre buscou alívio para a dor. Segundo Dunn (1991), por volta de 3000 a.C., na Mesopotâmia, se “narcotizava” o paciente, comprimindo-lhe as carótidas para que perdesse a consciência e, dessa forma, o procedimento pudesse ser feito. Na América, a coca era um importante anestésico usado em trepanações. Os alquimistas árabes utilizavam uma esponja embebida em haxixe, ópio e ervas aromáticas, mantendo sobre a face do paciente e o levando a um estado de inconsciência. A incapacidade de os cirurgiões realizarem operações sem dor sempre esteve entre os mais aterradores problemas médicos.
Por volta de 1830, o clorofórmio, o éter e o óxido nitroso tinham sido descobertos, possibilitando que certos procedimentos fossem possíveis de serem realizados, mas essa não era uma anestesia de qualidade, e os cirurgiões se preocupavam mais com a velocidade da cirurgia realizada do que com a eficácia clínica de sua dissecção. Crawford Williamson Long (1815-1878) foi o primeiro cirurgião a usar o éter como anestésico durante uma intervenção cirúrgica, porém não publicou seus estudos. Em 1846, William Thomas Green Morton (1819-1868) persuadiu John Collins Warren (1778-1856), professor de cirurgia no Massachussets General Hospital, a deixá-lo administrar éter sulfúrico em um paciente no qual Warren iria remover um pequeno tumor vascular no pescoço. Impressionado após a operação bem-sucedida, Warren proferiu sua famosa frase: “senhores, isso não é uma fraude”. O acontecido foi um marco histórico, e uma nova era havia começado para a cirurgia.