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Figura 2 – Utilização de formigas para o fechamento de feridas

ferimento, este era mantido pelas presas das formigas, as quais tinham o corpo amputado, ficando somente as garras para proceder o fechamento da ferida cirúrgica. Na Índia, durante o século IV, surgiram as primeiras noções acerca da cirurgia plástica. Os adúlteros e prisioneiros de guerra eram punidos com a amputação do nariz, cuja reconstrução era feita por meio de retalhos da testa. Em 150 a.C., sob influência do juramento de Hipócrates, foi proibido que médicos e cirurgiões respeitáveis utilizassem bisturi para retirada de cálculos. Por serem tarefas consideradas selvagens, essas atividades ficavam a cargo de artesãos menos educados.

Figura 2 – Utilização de formigas para o fechamento de feridas

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Fonte: Santos (2011).

1.3 IDADE MÉDIA

Abw’l Qasim al Zahrawi, cirurgião islâmico, escreveu o primeiro livro ilustrado de cirurgia, no qual demonstrou o uso de ferro em brasa para cauterização. Essa técnica foi bastante difundida na época. Conforme Pilcher (1895), em 1376, Guy de Chauliac Mondeville foi autorizado a dissecar um cadáver por ano. Foi um dos primeiros a receber essa autorização. Recomendava a castração nas operações de hérnia inguinal, já que usava a cauterização, e poucos testículos permaneciam viáveis, retirando-os preventivamente. Antes mesmo do século XVI, os médicos praticavam algumas operações que as urgências exigiam, como tratar de feridos de guerra, consistindo raríssimas operações bem-sucedidas, sendo a maioria baseadas em magia. Mais tarde, passaram a deixar as operações para pessoas menos qualificadas: os barbeiros. Em 1540, os barbeiros e os cirurgiões de Londres se unem na Companhia dos Barbeiros Cirurgiões, que, em 1800, se tornaria o Royal College of Surgeons.

No século XIII, houve o surgimento das primeiras escolas de medicina, as quais forneciam diploma e ensino verdadeiro, sendo a escola de Salerno a primeira a surgir. No fim do século XIII e início do século XIV, as escolas francesas aumentam seu prestígio, e dois cirurgiões se destacam: Henri de Mondeville e o próprio Guy de Chauliac Mondeville. Este último preconizou que as feridas limpas cicatrizam melhor e não se deveriam usar unguentos e bálsamos. Os corpos estranhos deveriam ser removidos, e o sangramento parado. Recomendava curativos com compressas embebidas em vinho quente. Guy de Chauliac Mondeville publicou o livro Chirurgia Magna (1363), em que dizia: “Todos os artesãos devem conhecer o assunto em que trabalham; de outro modo, eles errariam nas suas obras. Segue-se que os cirurgiões devem conhecer a anatomia.”

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