Revista professor 3

Page 1

Ano II • n.º 3 • dezembro 2013

revista do professor

Valorização Servidores têm conquista histórica em salários e carreiras

Professores elegem calendário de aulas no ano da Copa p. 11

Política de qualificação continuada abre vagas em mestrado

p. 13

Programa de pós-graduação beneficia 6 mil professores p. 20

“Amazonas Alfabetizado” resgata cidadania de jovens e adultos p. 24



EDITORIAL

P

rimeiramente, boas festas e um ano novo de muitas conquistas! Esta edição reflete realizações, perspectivas e esperanças de que a educação ainda é o caminho mais viável e mais seguro para a redução das desigualdades sociais. Não é à toa que as sociedades que possuem melhores índices de desenvolvimento humano são as que investem, decididamente, em educação. O Brasil, nos últimos 20 anos, conseguiu avanços significativos no setor, mas precisa apressar o passo para cobrir déficits acumulados em sua história. O Governo do Amazonas, por intermédio da Seduc, não mede esforços para fazer a tarefa de casa com eficácia,porque acredita no resultado libertador do ensino. Mas, certamente, pouco ou quase nada se faz sem o envolvimento da sociedade. É esse envolvimento que gera solidariedade, criatividade e afeto ao agir do governo, dos gestores, dos professos, dos alunos, dos pais dos alunos e do cidadão que exige mais escolas e mais vagas no ensino público. O trabalho pela educação se realiza no compartilhamento de ações, que tanto podem partir dos governos quanto da sociedade. A educação é, por isso, um caminho seguro, porém não por estar pronto, mas por estar em construção permanente. Novas salas de aula, melhorias salariais, aperfeiçoamento dos professores, novas propostas pedagógicas e o entrelaçamento entre alunos, pais de alunos e gestores públicos são os resultados dos passos realizados. Ao folhear estas páginas, o leitor terá a oportunidade conferir o esforço que governo e sociedade fazem para dar à educação o sentido de que ela precisa ficar do lado da vida. Isso é que é caminhar com os pés no presente e com os olhos no futuro. Uma boa leitura.


OMAR ABDEL AZIZ Governador do Estado do Amazonas ROSSIELI SOARES DA SILVA Secretário de Estado da Educação e Qualidade do Ensino CALINA MAFRA HAGGE Secretária-Executiva MARIA DE NAZARÉ SALES VICENTIM Secretária-Executiva-Adjunta da Capital MAGALY PORTELA RÉGIS Secretária-Executiva-Adjunta do Interior MARCELO HENRIQUE CAMPBELL Secretário-Executivo-Adjunto de Gestão EDSON SANTOS MELO Diretor do Departamento de Políticas e Programas Educacionais (Deppe) LÚCIA TIYO SAITO Assessora de Comunicação

End. Fun.: Rua Waldomiro Lustoza, 250 Japiim II – CEP: 69076-830 Fone. Func.: (92) 3613-6688/ 3614-2214 / 2260/ 2202 Fax Func.: (92) 3237-8737 Site: www.seduc.am.gov.br

Produção de conteúdo, design e projeto gráfico

INVC

Instituto Nacional Valer de Cultura Av. Joaquim Nabuco, 1.605 – Centro CEP 69020-03 – Manaus-AM Tel. 92.3234-9830

Editor responsável WILSON NOGUEIRA MTb/AM 365 Coordenação pedagógica NEIZA TEIXEIRA Editora executiva SUELEN REIS MTb/AM 235 Design e direção de arte HEITOR COSTA Revisão Núcleo de editoração INVC


SUMÁRIO

15

Municípios debatem Plano de Educação

17

Professor ganha capacitação na Suíça

22

“Rede de Letras” busca novos leitores

29

Portal aproxima pais e alunos da escola

26

Governo do Amazonas resgata história da escola Ruy Araújo

46

Aulões via satélite preparam alunos para o Enem

30

Estado premia as 150 escolas com os melhores indicadores

48

Estudante de Maués representa Amazonas nos Estados Unidos

32

IEA há 133 anos formando gerações

50

Concurso de Redação leva aluno ao Senado Federal

34

BID investe US$ 273 milhões na rede pública estadual

53

Escolas garantem cardápio diferenciado

37

Manaus ganha mais seis escolas-padrão

57

Família e professores devem ficar atentos à discalculia

40

Jornada interdisciplinar discute profissões

60

Alunos conhecem o Inpe para aprimorar ensino sobre Exatas

42

Torneio de Robótica gera soluções ambientais

62

Campanha beneficia idosos do projeto “Meu Velho Amigo”

44

Projeto científico conscientiza e promove distribuição de mudas

64

Seduc promove balanço anual em Mostra de Gestão


É pra comemo Revisado pela Seduc, com a participação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam), o novo PCCR apresenta-se como um instrumento de reconhecimento ao esforço dos educadores da rede pública estadual, possibilitando a eles maiores ganhos e reajustes salariais ao longo de toda a carreira Afonso Júnior

“P

oderia dizer que é um presente de Natal antecipado, mas é mais que isso: é a garantia de que teremos muitos e muitos natais mais justos e com motivos de sobra para comemorar”. É dessa forma que a servidora pública estadual Kátia Maria Guedes Almeida, 50, que atua como auxiliar de serviços gerais na Escola Estadual Milburges Bezerra Vieira, em Manaus, avalia o novo Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) da Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc). Revisado em um processo que durou mais de um ano após inúmeras discussões com o

6

Sindicato dos Trabalhadores do Estado do Amazonas (Sinteam) o PCCR foi recém-aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado e já em 2013 entrará em vigor na forma da lei após a sanção do governador Omar Aziz. Revisado pela Seduc e de maneira democrática com a participação do Sinteam, o novo PCCR apresenta-se como um instrumento de reconhecimento ao esforço dos educadores da rede pública estadual, possibilitando a eles maiores ganhos e reajustes salariais ao longo de toda a carreira. Igualmente, o PCCR também apresenta-se como um instrumento de inclusão ao passo em que pretende, de forma

Amazonas educação revista do professor

inédita no Amazonas, valorizar e beneficiar com melhores remunerações profissionais, como dona Kátia Almeida, auxiliar de serviços gerais da Escola Milburges Bezerra que, mesmo contribuindo de maneira significativa com a educação de centenas de


PCCR

orar!

crianças e jovens, não tinham até então assegurados benefícios remunerativos, tais como reajustes salariais por tempo de serviço, tampouco o justo direito de levar esses benefícios para a aposentadoria. “O que ocorria, até então, é que profissionais como dona Kátia, que é auxiliar de serviços gerais – e tantas outras centenas

de pessoas que atuam como merendeiras, vigias, auxiliares administrativos, técnicos e exercem outras funções – não tinham direito algum no PCCR. Hoje, com a revisão, estes profissionais tomam parte no Plano e passam a possuir uma carreira, com a possibilidade de ganhos reais e melhores remunerações assegurados para

Amazonas educação revista do professor

7


Entrega da proposta do novo Plano reuniu mais de 4 mil professores

o momento presente e para suas aposentadorias”, é o que explica o secretário de Estado de Educação do Amazonas, Rossieli Soares da Silva. Segundo ele, esse é apenas um dos muitos benefícios práticos do novo PCCR. “É imprescindível apresentarmos à sociedade e enfatizarmos o caráter inclusivo no novo Plano e há de se destacar, igualmente, a justiça que estamos fazendo com nossos mais de 20 mil professores e pedagogos que passarão a usufruir de melhores salários no decorrer de suas carreiras, tais como reajustes percentualmente maiores aos que conquistam pós-graduações ao longo de sua trajetória profissional (Progressão Vertical) e a redução do interstício para conquistar maiores salários por tempo de serviço (Progressão Horizontal)”, afirma Rossieli.

Revisão Implantado em 2004, o PCCR da Seduc carecia de revisões para efetivamente beneficiar os servidores com ganhos salariais reais. Até então, no caso de professores e pedagogos, a ausência dessas revisões impossibilitava, por exemplo, que esses servidores obtivessem maiores ganhos ao

8

Governador Omar Aziz na entrega do PCCR

se especializarem e também os obrigava a aguardar mais de sete anos para ter reajustes por tempo de serviço. Já no caso de servidores como merendeiras, vigias, auxiliares de serviços gerais e demais técnicos, o antigo PCCR os excluía da obtenção de conquistas salariais, pois estes não possuíam uma carreira, o que os levava a ingressar no serviço público com um salário e após 30 anos (para mulheres) ou 35 anos de função (para homens), se aposentar com o mesmo salário que recebiam ao entrar no serviço público. Ao entregar a proposta do novo Plano de Cargos da Seduc à Assembleia Legislativa do Estado, em evento que reuniu mais de 4 mil professores da capital e do interior no auditório Canaã, em Manaus, o governador Omar Aziz lembrou que o objetivo maior do Governo do Estado, ao tomar a decisão de revisá-lo em conjunto com a base da categoria, era o de prestar o justo reconhecimento aos educadores. “Quando eu me propus e quis ser candidato ao governo tinha em mente que não há desenvolvimento se não tivermos uma educação forte e comprometida. Para desenvolver um Estado você precisa incentivar aqueles que levam o conhecimento a todas

Amazonas educação revista do professor

as gerações”, disse o governador Omar Aziz. Segundo ele, além de reparar um déficit histórico, o PCCR faz questão de reconhecer o mérito dos demais servidores que, ao lado dos professores, zelam pela educação de milhares de amazonenses. “São mudanças que vão beneficiar não apenas os professores, mas todos os trabalhadores da educação, desde a merendeira, aos motoristas e demais servidores administrativos”, apontou.

Benefícios para todos Aprovado por unanimidade pela Assembleia Legislativa do Estado, no último dia 30 de outubro, o novo PCCR entra em vigor ainda em 2013 e traz aos servidores públicos estaduais da Educação concursados vários benefícios, dentre os quais: Progressão Horizontal (por tempo de serviço) automática, sem a necessidade de avaliação; Redução do interstício da Progressão Horizontal (de 7,5 para 4 anos); Maior percentual de aumento para os servidores na Progressão Vertical (por aquisição de pós-graduações); Realização de Progressões Pendentes (beneficiando automaticamente 17 mil servidores); Eliminação


das distorções salariais nas progressões verticais (anteriormente o servidor que adquirisse nova titulação acadêmica avançava para outro ‘degrau’ no Plano de Cargo e Carreira tendo perda salarial) e Instituição da Progressão Diagonal (Mediante avaliação optativa para professores que desejarem). Já os profissionais concursados de Ensino Fundamental, tais como os merendeiros, vigias e outros, com o novo PCCR passam a contar agora com uma carreira, na qual são assegurados acréscimos salariais por tempo de serviço e aumento imediato em 15% de seus salários, que saltarão, ainda em 2013, de R$ R$ 786,66 para R$ 904,66. Os profissionais técnicos de Ensino Médio, tais como assistentes técnicos, assistentes administrativos, técnicos em geral e demais servidores, passarão também a contar com uma carreira, sendo assegurado a estes benefícios como progressão horizontal por tempo de serviço, revisão salarial na data-base anual, dentre outros. Outro grupo de trabalhadores que passam a ser profissionais de fato e de direito a partir do novo PCCR são os servidores Integrados (que ingressaram no serviço público estadual antes da realização do concurso da Seduc de 2003). Esses profissionais passarão, da mesma forma que os demais citados anteriormente, a contar com uma carreira que possibilitará ganhos reais para a atualidade e para a aposentaria.

está atuando na rede pública de Educação em escolas como Olga Falcone e Raimundo Gomes Nogueira. Natural de Manaus e convicto de que escolheu a profissão que ama, o professor Mário vê com bons olhos as propostas do novo PCCR. “Fiz questão de acompanhar as diversas reuniões que o secretário de Educação (Rossieli Silva) organizou com os educadores para explicar as propostas e as avalio positivamente, pois elas buscam beneficiar um número imenso de pessoas que até então estavam excluídas do processo. Ao analisarmos o PCCR, não podemos perder de vista isto, pois ele tem um significado imenso para pessoas que ficavam ao largo, sem benefício algum, como as merendeiras e os professores integrados”, menciona o professor. Mário Borges, que interrompeu mas que pretende retomar o Mestrado, destaca a decisão do Governo do Estado em valorizar a pessoa do professor. “Foi uma decisão corajosa do governador Omar Aziz e que demonstra a preocupação do Estado em valorizar os educadores. O projeto

Professor Mário Borges

foi ‘tirado da gaveta’, discutido com o Sindicato e hoje é uma realidade”.

Estabilidade profissional Marinete Pinheiro Ferreira, 32, é servidora integrada (ingressou no serviço público estadual em 2000) e há 13 anos atua na Escola Estadual Olga Falcone, em Manaus, onde hoje exerce a função de profissional de apoio pedagógico. Para ela, o novo Plano de Cargos vem trazer novas perspectivas para os servidores que possuíam benefícios mínimos. “Eu, assim como centenas de servidores integrados que ingressaram na Seduc antes

Reconhecimento Tendo deixado de lado a carreira de bancário na qual atuou por muitos anos, Mário Borges Pereira de Almeida, 65, graduouse em Letras (Língua Portuguesa) aos 56 anos (em 2004) e hoje

Amazonas educação revista do professor

9


e sinaliza para novos ganhos. “Estávamos aguardando por muito tempo e hoje o PCCR é uma realidade. Reconhecemos o valor dessa decisão e acreditamos que ele representa o primeiro passo de um projeto maior”.

Sindicato

Professora Maria Izabel acredita que novo PCCR é uma conquista para servidores

do concurso público (de 2003) trabalhávamos sabendo que não tínhamos direito sequer à aposentadoria. Recebemos a notícia de nossa inclusão no PCCR com imensa alegria, pois não tínhamos direito a quase nada. Hoje teremos uma carreira na qual poderemos progredir e poderemos ter uma aposentadoria digna. É a estabilidade que tanto sonhávamos”, afirmou.

Primeiro passo Professora há 23 anos e atuando hoje na Escola Estadual Milburges Bezerra Vieira, onde leciona para turmas do 1.º Ciclo do Ensino Fundamental (que corresponde às séries do 1.º ao 5.º anos), Maria Izabel Gomes Ribeiro, 60, acredita que o novo PCCR é uma conquista para os servidores da Educação do Amazonas, traz maior segurança profissional

Principais avanços do PCCR para professores e pedagogos • Progressão Horizontal (por tempo de serviço) automática sem a necessidade de avaliação; • Redução do interstício da Progressão Horizontal (de 7, 5 anos para 4 anos); • Maior percentual de aumento para os servidores na Progressão Vertical (por aquisição de pósgraduações); • Realização de Progressões Pendentes (beneficiando automaticamente 17 mil servidores); • Eliminação das distorções salariais nas progressões verticais (anteriormente o servidor que adquirisse nova titulação acadêmica avançava para outro ‘degrau’ no Plano de Cargo e Carreira tendo perda salarial);

10

Amazonas educação revista do professor

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam), Marco Libório, destacou a iniciativa do Estado em formular o novo PCCR e ressaltou que as sugestões vão ao encontro dos anseios da categoria. “Este é um anseio que já vínhamos discutindo há mais de dois anos. Dentre os pontos revisados, destacamos a desvinculação da progressão horizontal a um processo de avaliação (o qual será realizado, mas com outro fim), a inserção de demais servidores da Educação no Plano de Cargos e a disposição de uma remuneração diferenciada aos professores que atuam com a Educação Escolar Indígena e nos sistemas prisionais. São ganhos consideráveis para a categoria”, afirmou o presidente do Sinteam.

• Instituição da Progressão Diagonal (Mediante avaliação optativa para professores que desejarem). Principais avanços do PCCR para técnicos (de Ensino Fundamental e Médio) • Anteriormente, os servidores técnicos de Ensino Fundamental (merendeiras, vigilantes etc.) e de Ensino Médio (Assistentes Técnicos, Técnicos Administrativos etc.) não possuíam carreira, o que impossibilitava aumentos salariais por tempo de serviço. Com o novo Plano eles possuirão uma carreira, com benefícios semelhantes aos dos professores. • De início, os profissionais de Ensino Fundamental receberão um aumento salarial de 15% no contracheque, ainda em 2013, com o salário saltando de R$ 786,66 para R$ 904,66.


Democracia

Professores elegem o calendário escolar de 2014 Processo democrático envolveu 15.688 votos dos servidores da rede pública estadual

P

or iniciativa da Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc), os professores da rede pública estadual de ensino tiveram a oportunidade de escolher, mediante votação, o calendário escolar que será adotado pela rede no ano de 2014. O processo contou com a participação de 15.688 professores da capital e do interior do Estado.

O calendário escolhido atenta para o estabelecimento de 200 dias letivos, divididos em quatro bimestres, conforne determina a Lei Federal 9.394/1996. Com as aulas iniciando no dia 5 de fevereiro e concluídas no dia 19 de dezembro de 2014, o calendário estabelece férias escolares entre

Amazonas educação revista do professor

11


os dias 17 e 30 de junho, no período de realização da Copa do Mundo da Fifa, além de definir como ponto facultativo os dias de jogos da Seleção Brasileira. A votação se deu no período de 19 a 23 de agosto e nesse período os professores tiveram a oportunidade de decidir sobre três opções apresentadas pela Seduc, as quais foram elaboradas por uma equipe técnica atentando para as orientações do Ministério da Educação (MEC) e Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). O processo foi assessorado pelo Departamento de Políticas e Programas Educacionais da Secretaria. De acordo com a proposta de calendário que foi escolhida pela maioria dos professores, o ano letivo de 2014 para a rede pública estadual terá início no dia 5 de fevereiro e será concluído no dia 19 de dezembro. O calendário eleito contou com 8.318 votos do total de 15.688 registrados. O processo, realizado pela primeira vez nesses moldes, contou com os votos de 7.463 professores e pedagogos que atuam em escolas da capital e de 8.225 que atuam nas escolas do interior do Amazonas, contabilizando 15.688 votantes. De acordo com o secretário da Seduc, Rossieli Soares da Silva, ao assegurar aos professores a decisão de escolha sobre

qual calendário seguir no ano seguinte, a Secretaria preza pela democracia. “Pela primeira vez realizou-se um processo com esta amplitude no Amazonas, envolvendo a capital e o interior. Por meio deste processo, que abrangeu mais de 15 mil votos, delegamos aos profissionais da educação a decisão de escolha acerca do calendário. Acreditamos que este espírito democrático só tem a contribuir com o desenvolvimento de nossa educação”, ressalta Rossieli.

Apuração Após o encerramento do período de votação, foi iniciado o processo de contabilização e validação dos votos encaminhados por escolas da capital e do interior. Essa etapa foi realizada entre os dias 28 e 30 de agosto e dela participaram cinco professores da rede pública, além de um professor representante do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam). Os profissionais puderam atestar os dados, contabilizar os votos para cada proposta de calendário e juntamente com o Departamento de Políticas e Programas Educacionais da Seduc, emitir o parecer final da apuração.

Reunião da Comissão responsável pela contabilização dos votos

12

Amazonas educação revista do professor

Participando do processo de apuração dos votos, Josemar de Oliveira Brito, que leciona na Escola Estadual Sebastiana Braga, destacou o caráter democrático da iniciativa. “É louvável a decisão da Secretaria em ouvir e confiar aos professores o processo decisório”. Lívio de Sousa Lima, que é professor no Centro de Educação de Tempo Integral Elisa Bessa Freire, ressalta a transparência do processo. “Há de se destacar a transparência de todo o processo, primeiramente pela divulgação em massa do edital para todas as escolas e também pelo convite feito a nós, professores, para acompanhar e validar a apuração”, cita. Joseanne Mendes Gomes, que leciona nas escolas estaduais Arlindo Vieira e Sebastião Augusto, também destaca a proposta democrática do pleito. “Foi uma ideia que agradou aos professores, pois nossa opinião foi fator determinante. Acredito que a participação dos 15.688 votantes demonstra o nível de aceitação”. Para Frank Dias de Oliveira, professor da Escola Estadual Frei Silvio Vagheggi e integrante da comissão de apuração, a ideia de delegar aos professores a escolha é exemplar. “A ideia da Secretaria em sua atual gestão foi louvável e ficamos com grande expectativa ao saber pelo atual secretário, Rossieli Silva, que outras decisões também serão tomadas a partir deste diálogo franco e democrático ”, diz. Rosemary Araújo, representante do Gabinete do Interior/Seduc no processo de apuração dos votos frisa a grande mobilização das unidades de ensino do interior. “Tivemos a participação de mais de 8,2 mil professores e destes, muitos eram de escolas da zona rural. A participação maciça é sinal do sucesso e relevância da decisão”, destacou.


Qualificação

Professores têm mestrado financiado A especialização em “Avaliação da Educação Pública” é realizada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG) com todos os custeios financiados pelo Estado

O

Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), ofereceu, em 2013, a oportunidade para 50 professores da rede pública estadual de ensino cursarem mestrado em “Avaliação da Educação Pública”. O processo de seleção se deu por intermédio de concorrência (avaliação) e o curso está sendo oferecido pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG) com todos os custeios da turma financiados pelo Estado. Segundo o secretário de Estado de Educação do Amazonas, Rossieli Soares da Silva, esta é

Amazonas educação revista do professor

13


Turma de mestrandos financiados pelo Governo do Amazonas

uma ação inédita do Governo do Estado, focada na qualificação do magistério, e que tem como meta promover a formação continuada de pelo menos 6 mil professores e pedagogos. “Como anunciado pelo governador Omar Aziz, colocaremos em prática uma ampla política de qualificação de nossos educadores e um dos primeiros passos neste sentido foi a disponibilidade, para ampla concorrência, de 50 vagas para mestrado que estamos financiando os educadores de nossa rede”, aponta Rossieli Silva. Segundo a diretora do Centro de Formação Profissional Pe. José Anchieta (Cepan/Seduc), Regina Marieta, nenhuma instituição de ensino superior no Estado oferece esse modelo de mestrado, com ênfase em Gestão e Avaliação da Educação Pública. Entre os pré-requisitos para participar da seleção para

14

o mestrado, o professor ou pedagogo deveria fazer parte do quadro efetivo da Seduc e estar desempenhando suas atividades normalmente. “A seleção foi de ampla concorrência e contou com 549 candidatos. As avaliações de acesso contaram com a participação de candidatos (professores) de Manaus e de outros municípios”, informa Regina Marieta. Os servidores aprovados para o mestrado terão, ao longo do curso, os encargos da formação, as despesas com hospedagem, alimentação e transporte nas fases presenciais (em Juiz de Fora) custeados pela Seduc. Segundo Regina Marieta, durante os dois anos de curso, os professores e pedagogos terão cinco encontros para aulas presenciais em Minas Gerais. Cada encontro na UFJF durará 21 dias.

Amazonas educação revista do professor

“Mas os professores e pedagogos não se afastarão de suas atividades durante o mestrado. Após cada período que passarão na universidade, eles retornam para as escolas. É bom que eles vão ter oportunidade de aplicar os conhecimentos à medida que vão aprendendo”, diz a diretora do Cepan. Participando do curso, o professor Júlio César Meirelles falou sobre a importância de iniciativas de formação como essa recém-oportunizada pelo Governo do Estado. “É importante, pois qualifica os educadores. Não podemos perder de vista que o curso é uma conquista particular para os professores, pois agregará maior conhecimento, mas também para a rede de ensino com um todo, que passa a contar com uma maior qualificação de seus quadros”, pontua Júlio César.


Encontro

Conferência reúne representantes de 40 municípios Evento contou com debates, mesas-redondas, estudos e definição de propostas que venham a favorecer a qualidade do ensino. Na oportunidade foram eleitos os delegados que representarão o Amazonas na Conferência Nacional (Conae), que acontecerá entre 17 e 21 de fevereiro de 2014, em Brasília

Amazonas educação revista do professor

15


V

isando apresentar e discutir as propostas estabelecidas nas Conferências Municipais e Intermunicipais para a construção do Plano Nacional de Educação, o Fórum Nacional de Educação do Amazonas, em parceria com a Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc), promoveu, entre os dias 16 e 18 de outubro, a 3.ª Conferência Estadual de Educação. O evento contou com a participação de representantes de mais de 40 municípios do Amazonas. A Conferência contou com debates, mesas-redondas, estudos e definição de propostas que venham a favorecer a qualidade do ensino. Na oportunidade foram eleitos os delegados que representarão o Amazonas na Conferência Nacional (Conae), que acontecerá entre 17 e 21 de fevereiro de 2014, em Brasília. Segundo o assessor de gabinete da Secretaria Adjunta da Capital, José Luiz Brás, “dentre as principais propostas discutidas na Conferência, estiveram a aprovação do financiamento de pósgraduação e formação continuada para os professores, a proposta de destinar 10% do PIB para a Educação e melhorias contínuas das condições de trabalho para os educadores. Todas essas propostas serão defendidas pela delegação amazonense

que participará da Conferência Nacional”, afirma o assessor. A Conferência Estadual, de acordo com seus organizadores, buscou sistematizar e definir prioridades que venham a contribuir com a criação de um Sistema Nacional de Educação. Na etapa prévia da Conferência Estadual, as Conferências Municipais contaram com a participação de alunos, seus familiares, professores, gestores e sociedade em geral. O secretário de Estado de Educação do Amazonas, Rossieli Soares da Silva, participou das discussões e destacou a importância de fóruns amplos de discussões como os que ocorrem nas conferências. “São em oportunidades como esta de debates e de troca de experiências, em especial sobre Educação, que nascem projetos pertinentes. Enquanto instituição (Seduc) fizemos questão de apoiar logisticamente as conferências municipais ocorridas em quase todos os municípios”, comenta Rossieli Silva. Professor do Centro Cultural Thiago de Mello, localizado em Manaus, e participante da Conferência, Jonas Araújo fala sobre os saldos dos inúmeros debates promovidos. “Uma sociedade democrática que não discute sua própria educação está com sérios problemas. Considero os debates sobre políticas públicas educacionais de suma importância, pois os debates suscitam a construção e reformulação daquilo que está ultrapassado. Na educação nada é eterno”, enfatiza o professor Jonas.

o/Seduc

Divulgaçã

“São em oportunidades como esta de debates e de troca de experiências, em especial sobre Educação, que nascem projetos pertinentes” Rossieli da Silva

16

Amazonas educação revista do professor


FOTOS: Eduardo Cavalcante/Asscom-Seduc

Capacitação

Professor conhece centro de Física na Suíça Hudson Batista da Silva fez um curso de capacitação em Física de Partículas e Altas Energias no Cern, centro de pesquisa que ganhou as capas de jornais do mundo, em 2009, ao recolocar em funcionamento o grande colisor de prótons “Large Hadron Collider” (LHC)

Amazonas educação revista do professor

17


H

udson Batista da Silva, professor da Escola Estadual Cleómenes do Carmo Chaves, no bairro Jorge Teixeira, 4.ª etapa, na zona leste de Manaus, integrou um grupo seleto de educadores brasileiros que participou do programa Escola de Física, no Cern, um dos maiores laboratórios de pesquisa em Física no mundo, em Genebra, na Suíça. Hudson atribui o feito de ser o único professor de escola pública da Região Norte selecionado para o programa graças à dedicação ao ensino da Física. O professor está certo de que com um pouco de imaginação e amor pelo que faz é possível transformar em atração a repulsão que alunos do Ensino Médio têm pela matéria portadora de conceitos, aparentemente, tão complexos. “A rejeição à Física é natural, porque o ensino ainda trata o aluno como mero espectador. Nas minhas aulas, procuro inverter essa lógica. O aluno passa a experimentar os conceitos. E a partir dessa conciliação entre teoria e prática, é possível perceber que o estudante começa

18

enxergar a matéria de outra forma. Com mais interesse”, ensina Hudson. A prática em sala de aula e a participação nas Olimpíadas de Física garantiram a ele uma das 30 vagas para professores brasileiros em um curso de capacitação em Física de Partículas e Altas Energias no Cern, centro de pesquisa que ganhou as capas de jornais do mundo, em 2009, ao recolocar em funcionamento o grande colisor de prótons “Large Hadron Collider” (LHC). “De que é feito o Universo? Como isso começou? Perguntas como essas são instrumentos de pesquisas dos físicos do CERN, o que culminou com a detecção do , a famosa ‘partícula de Deus’, procurada pelos físicos há mais de 60 anos, rendendo um prêmio Nobel, neste ano, ao belga François Englert e ao britânico Peter Higgs pela descoberta dessa partícula. Esse feito por si só já justificaria um investimento tão alto, mas ainda houve a criação do World Wide Web (www), inventada no Cern, em 1989,

Amazonas educação revista do professor

“A rejeição à Física é natural, porque o ensino ainda trata o aluno como mero espectador. Nas minhas aulas, procuro inverter essa lógica” Hudson Batista


Compartilhando experiências

além de contribuir também com a medicina com experimentos voltados para o tratamento do câncer ”, destaca Hudson. Desde 2007, entre os programas que desenvolve, o Cern tem um voltado para a área de Educação, que é a Escola de Física. Inicialmente, o projeto é destinado a professores de escolas secundaristas portuguesas. A participação de educadores brasileiros foi possível a partir de 2009, depois de negociações entre pesquisadores do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), da diretoria da Sociedade Brasileira de Física (SBF) e do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP), de Lisboa. O processo de inscrição e seleção dos professores brasileiros, que participaram da Escola de Física, foi coordenado pela SBF, por meio de sua Secretaria para Assuntos de Ensino, com o apoio do CBPF e com recursos oriundos da Capes. A participação dos educadores do Brasil nos cursos do Cern aconteceu no período de 1.º a 7 de

setembro, ao lado de professores portugueses e africanos do Ensino Médio. “Participar da escola de física Cern 2013 foi uma experiência inestimável, pois além de nos proporcionar uma visão mais clara de temas complexos no ensino da física, permitiu-nos uma troca cultural enriquecedora, visto que, durante o curso, tivemos contato com professores de Portugal, Brasil, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, o que nos proporcionou, além de outras coisas, analisar como é o ensino de física em outros países”, disse. Hudson passou por um processo seletivo de abrangência nacional, com professores de Física do Ensino Médio das redes municipal, estadual, federal e particular de ensino. Entre os critérios de seleção estavam a participação nas Olimpíadas Brasileira de Física e a análise de currículo. “Tive contato com esse programa ano passado. Tinha recebido o convite para participar da seleção, mas por questão de tempo não me inscrevi. Esse ano resolvi arriscar e deu certo”, conta o professor.

Há nove anos lecionando na Escola Estadual Cleómenes, o professor afirma que, desde que retornou do Cern, está procurando dividir a experiência com colegas e alunos. “Agora é começa a divulgar o aprendizado para a comunidade escolar por intermédio de palestras e, dependendo da logística da escola, até mesmo levar nossos alunos a ter uma visita virtual a um dos detectores do LHC, o Atlas (Toroidal LHC Apparatus), em tempo real”. Hudson é natural do Estado do Ceará, mas veio com a família para Manaus aos cinco anos. “Eu me sinto amazonense”, diz ele. O professor conta que sempre estudou em escola pública e, em 2004, formou-se em Física, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam). “Tentei fazer engenharia elétrica, mas não fui aprovado. No ano seguinte, fiz o vestibular para Física, passei, e me identifiquei de vez com a matéria”, comenta. Após retornar da Escola de Física, Hudson já iniciou o mestrado em Educação, pela Ufam e o Instituto Federal do Amazonas (Ifam), para o qual foi aprovado este ano. A Escola Estadual Cleómenes do Carmo Chaves é uma das 33 escolas públicas estaduais da área de abrangência da Coordenadoria Distrital de Educação 5 (CDE 5). Hudson leciona Física para cinco turmas de ensino médio, no turno noturno.

Amazonas educação revista do professor

19


6 mil vagas para pós-graduação

Fotos: Eduardo Cavalcante

Curso é destinado a professores da rede pública estadual de ensino que tenham diploma de graduação em Licenciatura Plena

O

governador do Amazonas, Omar Aziz, assinou dois editais de seleção com oferta de 6.780 vagas para o curso de pós-graduação destinado a professores da rede pública estadual de ensino, no dia 13 de novembro. A assinatura ocorreu durante cerimônia de inauguração da nova estrutura da Escola Estadual Humberto de Campos, na rua Loris Cordovil, bairro Alvorada I, zona centrooeste de Manaus. O curso tem duração de 20 meses e exige como requisito básico ser professor da rede pública estadual e ter diploma de graduação em Licenciatura Plena.

20

Amazonas educação revista do professor

A oferta gratuita do curso de pós-graduação oferecida pelo Governo do Amazonas é a maior do país. De acordo com o governador Omar Aziz, a tendência é ampliar o número de vagas para todos os professores que ainda não atingiram a qualificação. “Quando esta turma se formar, nós vamos abrir mais seis mil vagas e daí por diante até que todos tenham a pós-graduação. Entendemos que a partir do momento que os professores do Estado fazem uma especialização quem ganha com isso são os nossos alunos, a educação, além do próprio professor que terá essa melhoria no currículo”, disse o governador. Os professores com residência em Manaus, Tabatinga, Tefé e Parintins realizaram as


Seleção

inscrições no período de 18 de novembro a 1.° de dezembro, nos sites da Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (www.educacao. am.gov.br) e da Universidade do Estado do Amazonas (www.uea.edu.br). Para os professores residentes nos demais municípios do Estado a inscrição estará disponível a partir de janeiro do ano que vem. Conforme o edital, os critérios da seleção avaliarão principalmente o tempo de serviço e o currículo do profissional. A especialização contempla o curso de Metodologia do Ensino para Disciplinas da Educação Básica; Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa e suas Literaturas e Metodologia do Ensino de Matemática. Os cursos serão ministrados em aula presenciais – para os professores instalados em Manaus, Tabatinga, Tefé e Parintins e as aulas via videoconferência – para os professores das demais localidades do Estado. A pós-graduação será ministrada pela UEA, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc). O governador afirmou que os investimentos na Educação são contínuos. No ensino superior ele destacou as obras de acesso à Cidade Universitária que estão a todo vapor com o trabalho de terraplanagem e aterro, além da instalação de núcleos da instituição no interior. Na educação básica, Omar Aziz destacou a construção de novos Centros de Tempo Integral (Cetis). “Estamos trabalhando sem medir esforços para a construção de 25 Cetis em todo o Estado. Manter uma criança no ambiente escolar o dia inteiro é importante para o futuro dela”, avaliou, ao mencionar que dos 25 Cetis, 12 já estão com obras iniciadas. Os demais estão em fase de elaboração de projeto e encaminhamento para a Comissão Geral de Licitação. Todas essas ações fazem parte do conjunto de investimentos que o Governo do Amazonas tem direcionado à Educação nos últimos três anos. Além de reajuste salariais para os servidores da área, que de 2010 a 2013 acumularam índice de 29,1%, superior à inflação, o governador Omar Aziz sancionou o novo Plano de Cargos Carreira e Remuneração (PCCR) da Educação, que beneficia cerca de 30 mil servidores com progresso na carreira e aumento salarial.

Escola Humberto de Campos é reinaugurada A Escola Estadual Humberto de Campos, reinaugurada no dia 13 de novembro, foi reformada e ampliada e recebeu equipamentos para novos espaços destinados à comunidade estudantil. A escola atende a 252 alunos, oferecendo atendimento educacional na modalidade de Ensino Fundamental (do 1.º ao 5.º anos). Com a reforma e ampliação, a escola ganhou uma quadra poliesportiva coberta, que auxiliará as atividade de educação física e a realização de eventos escolares. A quadra está totalmente equipada, com traves, redes, tabelas de basquete, hastes para a promoção de atividades de voleibol, arquibancadas e banheiros. Além disso, a unidade passa a contar com a climatização de todos os seus ambientes, como as dez salas de aula, laboratórios de informática e de ciências, biblioteca, refeitório e salas administrativas. A Humberto de Campos também recebeu adaptações para pessoas com deficiência e conta agora com circuito de câmeras, objetivando uma maior segurança para a comunidade estudantil e docente. Segundo a gestora da escola, professora Vera Lúcia Freitas do Nascimento, a ampliação da escola é de grande importância para a comunidade. “A reforma tem extrema importância. Leciono aqui e a considero como minha segunda casa. A reinauguração será muito bem recebida pela comunidade. Tenho certeza que todos estarão aqui para ver essa conquista”, afirma a gestora. De acordo com a Seduc, no período de reforma a escola não teve suas aulas interrompidas. As atividades foram transferidas para um prédio adaptado localizado no conjunto Dom Pedro II, próximo à Escola Estadual Petrônio Portela. A Seduc também disponibilizou o transporte escolar para esses estudantes durante o período da reforma.

Amazonas educação revista do professor

21


Rede de letras Seduc distribuiu mais de 800 mil livros paradidáticos aos 274,7 mil alunos do 1.º ao 9.º anos do Ensino Fundamental

P

ara melhorar o aprendizado em todas as disciplinas, a Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc) colocou em prática uma poderosa ferramenta pedagógica aos 274,7 mil alunos do 1.º ao 9.º anos do Ensino Fundamental. Por meio do projeto Rede de Letras, a Secretaria distribuiu 809.972 livros paradidáticos, buscando aguçar entre os estudantes, e até mesmo entre os demais membros da família dos alunos, o hábito e o gosto pela leitura. De acordo com o secretário da Seduc, Rossieli Soares da Silva, os livros distribuídos foram escolhidos atendendo à faixa etária e ao nível de escolaridade de cada aluno. “O aluno com esse material em casa vai levar o irmão, a mãe e o pai a ler. Então, o projeto tem esse fator social, que deve estimular outras pessoas da família a ter contato com a leitura. Sabemos que muitas famílias não

22

têm sequer um livro em casa”, comenta Edson. Segundo Rossieli, os títulos escolhidos são voltados para o gosto da garotada, com linguagem mais coloquial. “No 1.º ano, o livro é voltado para alunos desse segmento, e assim por diante”, explica. Dos 274,7 mil alunos que foram beneficiados pelo programa, 136.252 são das escolas da rede estadual em Manaus e 138.484 são do interior do Estado. Essa primeira fase do Rede de Letras terá duração de três anos. Ao final de cada ano letivo, os estudantes devolvem os livros às escolas, para que no ano seguinte eles recebam novas obras. Rossieli ressalta que um dos focos do programa é promover a formação dos professores de Língua Portuguesa, para que eles possam realizar atividades de leitura com os estudantes em cima dos livros distribuídos. “Muitos professores comentavam que tinham dificuldade para

Amazonas educação revista do professor

encontrar livros para trabalhar com os alunos atividades de leitura. Agora eles têm subsídio para trabalhar com os alunos”, ressalta.

Formação Para garantir que os resultados sejam alcançados, além da distribuição das obras, a Seduc capacitou cada professor de Língua Portuguesa, para eles terem ferramentas para trabalhar o conteúdo dos livros com os alunos, organizando um espaço escolar propício à prática da leitura. “Falamos como se dá a aprendizagem e os processos de cognição do processo de ensino e aprendizagem. A partir daí, relacionamos o conteúdo dos livros com as melhores formas de trabalhar a compreensão e a interpretação dos alunos de cada obra”, explica Cláudia Fontenele, consultora pedagógica da editora Moderna.


Incentivo

livro pode ser acessado no portal, o que permite que a sala toda faça a leitura coletiva da obra, por meio de um projetor de imagem”, explica Francisca, destacando, ainda, que, como o aluno vai poder levar o livro para casa, o professor capacitado terá condições de orientar o estudante sobre formas mais proveitosas de leitura dos conteúdos. “Com o projeto, o que não vai faltar é texto para os professores trabalharem com os alunos. A meta é que até 2016 cada aluno tenha lido 20 obras”, projeta a coordenadora.

Formada em 2011, a professora Maria Suziane conta que esse é o primeiro ano da experiência dela dentro de sala de aula. Lotada na Escola Estadual Gilberto Mestrinho, no bairro Colônia Antônio Aleixo, a professora disse que executa, com alguns colegas, um projeto para ajudar estudantes com dificuldade em leitura. “Identificamos os alunos que têm dificuldade e, três vezes por semana, nos reunimos com eles na biblioteca da escola para trabalhar esse déficit”, explica a educadora. Durante a formação do projeto Rede de Letras, Suziane não escondeu a grande expectativa que tem sobre o projeto. “Quando falam de leitura, até me arrepio, porque acredito muito no poder de transformação das pessoas por meio da leitura. Então, estou aproveitando para aprender mais”, diz a professora. Para ela, as limitações dos alunos com a leitura estão ligadas, de uma forma geral, à ausência de bibliotecas públicas, ao elevado preço dos livros no país e à falta de incentivo e exemplo de pais e professores. “O professor que pede para o aluno ler enquanto ele mesmo não tem esse hábito, jamais vai conseguir motivar o estudante”, afirma Maria. Segundo a coordenadora do Rede de Letras, a técnica da gerência do Ensino Fundamental da Seduc, Francisca Hermógenes França, um dos diferenciais do projeto é que, além dos livros, os professores e alunos têm acesso a conteúdos digitais relacionados às obras. “No portal da editora (modernaliteratura.com.br), o professor e os alunos podem acessar inúmeros conteúdos relacionados às obras, como orientações para realização de trabalhos. O conteúdo do próprio

Amazonas educação revista do professor

23


Resgate da cida

No biênio 2013/2014, a meta da Seduc é alfabetizar 57.596 alunos, distribuídos nos 62 municípios amazonenses

O

governador Omar Aziz lançou, no mês de setembro, o programa “Amazonas Alfabetizado”, coordenado pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e que vai, na fase inicial, alfabetizar 16 mil jovens e adultos, acima de 15 anos, em 28 municípios do Estado. O programa “Amazonas Alfabetizado” atenderá o alfabetizando com material e apoio didático para que aprenda a ler, escrever e ter o domínio sobre operações básicas de Matemática. “Uma pessoa que não sabe ler e escrever não é uma pessoa completa, falta alguma coisa, é como se vivesse na escuridão. O que nós queremos aqui é tirar esse cidadão dessa condição e dar a ele a oportunidade de ver o mundo sob outra perspectiva”, destacou Omar Aziz. Com aulas aos sábados e duração de seis meses – abrangendo 240 horas de atividades – o “Amazonas

24

Amazonas educação revista do professor

Alfabetizado” será aplicado nos municípios de Alvarães, Amaturá, Boa Vista do Ramos, Boca do Acre, Borba, Barreirinha, Benjamin Constant, Beruri, Canutama, Careiro Castanho, Careiro da Várzea, Coari, Iranduba, Itacoatiara, Japurá, Manacapuru, Manaus, Manaquiri, Manicoré, Nova Olinda do Norte, Novo Airão, Novo Aripuanã, Parintins, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, Silves, Tapauá e Urucurituba. No biênio 2013/2014, a meta da Seduc é alfabetizar 57.596 alunos, distribuídos nos 62 municípios amazonenses.

Formação O “Amazonas Alfabetizado” capacitou os 321 profissionais que atuam como professores e coordenadores da ação. Abrangendo 240 horas, a


Amazonas Alfabetizado

adania formação englobou metodologias de ensino para adultos, história da Educação de Jovens e Adultos no Brasil, estratégias de letramento, fundamentos de Língua Portuguesa, de Psicologia, de avaliação e orientação para a realização de oficinas educativas em sala de aula. De acordo com secretário de Estado de Educação, Rossieli Soares da Silva, o programa Amazonas Alfabetizado é uma ação do Governo do Estado que visa oferecer oportunidades de letramento e formação cidadã a pessoas adultas que, por algum motivo, não frequentaram escola na idade convencional. “Essa oportunidade, inicialmente, chegou a 16 mil pessoas de 28 municípios e com este trabalho pretendemos trabalhar a formação e contribuir com a inclusão social e resgate da cidadania destas pessoas”, frisou o secretário. A coordenadora do programa, Roberta Prestes, informou que as aulas serão ministradas aos sábados e em seis meses os alunos inscritos já estarão devidamente certificados. “Neste período – seis meses – concluiremos a formação com os alunos devidamente alfabetizados, tendo domínio sobre a escrita, a leitura e sobre as operações básicas de Matemática. Ao mesmo tempo oferecemos formação sobre cidadania e abrangendo educação ambiental”, explicou Roberta Prestes.

A coordenadora destacou que antes do início efetivo das aulas, o Governo do Estado, por meio da Seduc, preocupou-se em oferecer formação aos coordenadores de turmas e alfabetizadores que estão conduzindo os trabalhos junto aos alunos. “Oferecemos uma formação consistente por sabermos que a alfabetização de adultos é um desafio e que merece o máximo de preparo. Esta formação envolveu aspectos teóricos e práticos e contou com o assessoramento de especialistas, mestres e doutores”, ressaltou. Carol Benfica, graduada em Letras (Língua Portuguesa) e especialista em Leitura e Escrita, foi uma das professoras que conduziu a formação destinada aos 321 alfabetizadores. Segundo ela, a alfabetização de adultos é um desafio e requer orientações aos que vão conduzir o processo. “Para que ao final dos trabalhos a alfabetização seja bem-sucedida, o processo requer dos educadores uma atenção especial. Atenção esta que envolve compromisso para com esta tarefa; o conhecimento acerca da realidade dos alunos; a consideração dos conhecimentos prévios que os alfabetizandos trazem, além de paciência e habilidade para conduzir as atividades”, explicou. Com relação às habilidades específicas no segmento de Língua Portuguesa, a especialista disse que, mesmo com um período curto de curso (seis meses) é possível oferecer

uma formação consistente. “Trabalharemos para que os alunos tenham uma alfabetização significativa. Para isso nossos professores estão sendo capacitados para oferecer a estes alunos as condições necessárias para dominarem a leitura, a escrita e a interpretação”, disse.

Resgate Participante da formação conduzida pela Seduc, a alfabetizadora Raimunda dos Santos Moura, 50, revelou que uma das motivações para integrar o projeto é a certeza de possibilitar o resgate social das pessoas. “Já integrei vários projetos de educação de adultos e sei quanto os alunos ficam gratificados com projetos desta natureza. Muito além do letramento, nosso trabalho como professores é também o de resgatar, por meio da educação, a dignidade destas pessoas. Dignidade esta que, muitas vezes, é conquistada no momento em que o cidadão torna-se apto a escrever e ler o seu próprio nome”.

Amazonas educação revista do professor

25


Escola une tradição e tecnologia avançada de ensino Colégio agora conta, entre outros benefícios, com ginásio coberto, laboratório de informática, sala de mídia e de música

O

Governo do Estado reinaugurou uma das escolas mais tradicionais do Amazonas: a Escola Estadual Ruy Araújo, localizada no bairro Cachoeirinha, zona sul de Manaus. A unidade foi completamente remodelada e climatizada, ganhou um ginásio coberto, laboratório de informática, sala de mídia e de música, refeitórios e ambientes administrativos mais confortáveis, incluindo salas para professores, pedagogos e gestor. “Trata-se de uma das mais tradicionais escolas de Manaus, que está sendo modernizada, dentro do novo padrão estabelecido para as escolas estaduais, no qual as novas tecnologias estão inseridas”, disse o governador Omar Aziz durante a cerimônia de reinauguração da escola no último dia 26 de setembro, ressaltando que “a (escola) Ruy Araujo tem história e formou muita gente que já deu grande contribuição para o Amazonas”. Omar Aziz afirmou que, como governador, tem se empenhado para melhorar a qualidade da educação, ampliando e melhorando a estrutura da rede de ensino, além de investir na qualificação e na remuneração dos professores,

26

Amazonas educação revista do professor

proporcionando as condições necessárias para que possam dar uma boa aula. Segundo o governador, todos os esforços visam fazer com que os estudantes do Ensino Fundamental e Médio tenham as condições necessárias para que possam, no futuro, frequentar uma universidade. “Eu sou fruto da educação que recebi dos meus pais. Da mesma forma, quero que milhares de pais possam ter seus filhos estudando em boas escolas. A base de uma sociedade é a educação. Para ter desenvolvimento tem que haver conhecimento”. O Governo do Estado investiu aproximadamente R$ 1,4 milhão na obra da Escola Ruy Araújo, que passou a atender a um total de 1,3 mil alunos, oferecendo as modalidades de ensino fundamental (do 6.º ao 9.º anos) no turno vespertino, e também Ensino Médio (do 1.º ao 3.º anos), nos turnos matutino e noturno. Segundo o secretário de Estado de Educação, Rossieli Soares da Silva, a reinauguração da escola Ruy Araújo reforça o comprometimento do Governo do Estado com a educação de qualidade. “São importantes empreendimentos educacionais que mostram


Resgate o compromisso do Estado em ampliar o atendimento e modernizar a rede educacional com escolas mais equipadas”, disse. A gestora da Escola, professora Francinete Serrão, agradeceu ao empenho do Governo do Estado, que realizou a maior reforma desde que a Ruy Araújo foi fundada, em 1970. “Obrigada, governador, pelo empenho e a vontade de querer fazer o melhor pela educação no nosso Estado”, disse na cerimônia de inauguração.

Fotos: Alex/Seduc

Patrono Nascido em Pernambuco, Ruy Araújo veio para Manaus aos quatro anos de idade acompanhado por seus pais, Francisco de Araújo Filho e Francelina Barbosa de Araújo. Dedicado aos estudos, se destacou no Colégio Amazonense Pedro II onde concluiu o Ensino Médio e em seguida ingressou na Universidade Federal do Amazonas, onde formou-se bacharel em Direito. Casou-se com Helena Cidade de Araújo com quem teve três filhos. Trabalhou nos Correios durante 13 anos, depois pediu licença para ampliar seus planos. Deixando as funções postais, tornou-se promotor de Justiça e atuou em várias comarcas do interior do Amazonas. Como magistrado também presidiu audiências no Estado do Mato Grosso, melhorando os atendimentos e criando cartórios. Em Manaus, foi nomeado delegado de Polícia e chefe de Polícia do Estado. Nessas funções mostrou um ótimo desempenho, sendo respeitado pelo profissionalismo e ética. Depois de ser nomeado procurador pelo governo federal, Ruy Araújo se aposentou, mas não abandonou o

ofício. De 1937 até 1945 exerceu o cargo de secretário geral do Estado e com uma vasta experiência, atuou de forma exemplar, defendendo os interesses dos cidadãos. Ruy Araújo também foi deputado federal e estadual, em cujos mandatos lutou pela ética política. Substituiu sete vezes o governador Arthur Reis e foi condecorado com adereços e medalhas de mérito. Sua formação acadêmica era sólida e ilibada e, com apreço pelas palavras, publicou obras e folhetins. Aos 65 anos de idade, Ruy Araújo foi vitimado por um ataque cardíaco que o levou ao falecimento. Como reconhecimento à sua trajetória e pela relevância de suas ações em benefício da população do Amazonas, é patrono e confere seu nome a uma tradicional escola pública estadual, no bairro Cachoeirinha, e ao atual plenário da Assembleia Legislativa do Estado.

Amazonas educação revista do professor

27


Portal compartilha

transparência com pais Portal permitirá que os alunos da rede estadual e os seus responsáveis acessem informações como histórico escolar, boletins e horário de aulas via internet, sem a necessidade de requisitá-las às instituições de ensino

28

Amazonas educação revista do professor

C

om o objetivo de disponibilizar aos estudantes da rede pública estadual e aos seus familiares uma ferramenta ágil de comunicação e informações institucionais, o Governo do Estado criou e lançou o “Portal Educacional.


Tecnologia

Gerenciado pela Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc) e formulado pela Empresa de Processamento de Dados do Amazonas S/A (Prodam), o Portal, cujo domínio já está no ar – www.portaleducacional. seduc.am.gov.br –, permitirá que os alunos da rede estadual e os seus responsáveis acessem informações escolares de interesse particular, tais como histórico escolar, boletins e horário de aulas via internet, sem a necessidade de requisitar as mesmas às instituições de ensino. O novo recurso, que está funcionando desde o mês de outubro, deve facilitar o acesso a informações e levar as famílias a um maior envolvimento no processo educacional dos alunos. “Esta é mais uma ‘ferramenta’ que o Governo do Estado passa a oferecer em nossa rede pública de ensino com o intuito de elevar a qualidade dos serviços oferecidos

à população”, destacou o vicegovernador José Melo ao lançar o Portal. De acordo com o secretário de Estado de Educação, Rossieli Soares da Silva, com a nova ferramenta de interação com a sociedade, a Secretaria de Educação pretende desburocratizar o acesso a informações de interesse dos alunos. “Igualmente, a Seduc pretende favorecer uma maior participação das famílias no cotidiano escolar por meio da socialização de informações”, informa o secretário. Conforme Rossieli, as informações escolares disponíveis aos interessados poderão ser acessadas via internet no endereço www.portaleducacional. seduc.am.gov.br ou ainda por meio de um link no portal da Seduc: www.educacao.am.gov. br. “Para usufruir dos dados, logo que acessar pela primeira vez o portal, o usuário receberá todas as instruções necessárias para aderir ao serviço por meio de um cadastro inicial que o habilitará a utilizar a ferramenta digital”, explica. Projetando a expansão do serviço, a Seduc já está planejando a inserção de uma nova gama de serviços no Portal

Educacional, pretendendo trazer benefícios também aos professores, tais como informações sobre lotação funcional, relação de escolas para complemento de carga horária, entre outras.

Interação Para Elizandra Oliveira, 34, que tem dois filhos matriculados na rede pública estadual de ensino, o Portal representa um grande avanço. “Facilitará o acesso às informações escolares e nos levará a acompanhar mais de perto o retrospecto de nossos filhos. Por conta dos compromissos profissionais e domésticos, sobra pouco tempo para os pais acompanharem com rigor a vida escolar de seus filhos. Agora contaremos com um importante auxílio”, comenta. Francineire Nery, 18, aluna da Escola Antônio Lucena Bittencourt, em Manaus, comenta que a ferramenta eletrônica terá uma importância social. “Além de facilitar, junto aos estudantes, o acesso a informações, agora os pais poderão acompanhar de perto o desempenho dos filhos. Para nós, é um grande apoio”, diz a jovem finalista do Ensino Médio.

Amazonas educação revista do professor

29


Gestão de valor! Governo do Amazonas concede R$ 8,2 milhões em prêmios às escolas públicas estaduais com os melhores indicadores de Educação

T

endo como base o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb/MEC) e o Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado do Amazonas (Ideam/Seduc), o Governo do Estado premiou as 150 escolas públicas estaduais com os melhores indicadores educacionais. Com o prêmio “Escola de Valor”, R$ 8,2 milhões foram repassados às instituições de maior destaque. A premiação visa reconhecer as escolas públicas estaduais e seus respectivos funcionários que alcançaram ou vieram a superar as metas de qualidade no último ano escolar. Os prêmios concedidos

30

Amazonas educação revista do professor

às escolas são geridos e aplicados pelas Associações de Pais em Mestres (APMCs) em ações que asseguram benefícios à comunidade escolar, tais como investimento em melhorias de infraestrutura, aquisição de materiais pedagógicos, qualificação técnica dos educadores, dentre outras iniciativas. Em 2013, 150 escolas estaduais do Amazonas – sendo 94 do interior e 56 de Manaus – foram premiadas pelo Governo do Estado recebendo, como reconhecimento, premiações financeiras de R$ 20 mil por crescimento da média nos indicadores educacionais e R$ 50 mil


Incentivo por alcançar a média almejada, conforme as diretrizes do prêmio. Ao anunciar as escolas com os melhores indicadores e premiadas, o governador Omar Aziz disse que o prêmio valoriza as instituições pautadas pela qualidade e serve de estímulo para que outras persigam a qualidade. “Esse prêmio é um estímulo para que outras escolas também sigam o mesmo caminho, assim como os investimentos que estamos fazendo para melhorar as condições de ensino também são”, disse o governador, ao afirmar que tanto o interior quanto a capital têm recebido atenção especial do Governo do Estado na educação. De acordo com o secretário de Estado de Educação, Rossieli Soares da Silva, o prêmio, além de ser uma maneira de destacar publicamente as unidades de ensino que se pautam pela busca contínua da qualidade, tem se configurado como uma estratégia de motivação para o alcance de

melhores indicadores. “É um prêmio por reconhecimento ao alcance de metas e um estímulo para que as escolas busquem continuamente aperfeiçoar suas estratégias de ensino”, aponta o secretário. Conforme os critérios indicados no Decreto Estadual n.º 31.487 de 2.8.2011, para ter direito neste ano ao prêmio de R$ 50 mil – tomando como exemplo a rede de Ensino Fundamental (Anos Finais) – as escolas convencionais deveriam ter a média “5,9”, as Escolas de Tempo Integral “5,1” e os Centros de Educação de Tempo Integral “5,2”. As escolas das zonas urbana e rural que possuem ensino regular mediado por tecnologia (Centro de Mídias) e registraram crescimento nos indicadores educacionais receberam a premiação de R$ 1 mil (por sala de aula) e o valor de R$ 2 mil (por sala de aula) também por média proposta pelo Prêmio Estadual.

Melhores Escolas A Escola Estadual Balbina Mestrinho, de Novo Airão (a 115 quilômetros de Manaus), ficou em 1.º lugar na categoria Ensino Fundamental Anos Finais (6.º ao 9.º anos), com média 6,6 e a Escola Estadual Sérgio Rufino de Oliveira, de Carauari (a 787 quilômetros de Manaus), ficou em 1.º lugar na categoria Educação de Jovens e Adultos, com média 5,9. Para o gestor da Escola Balbina Mestrinho, de Novo Airão, José Sidney Brandão, que conquistou R$ 150 mil em premiação, o segredo do sucesso é a união das três esferas: escolas, alunos e pais. “Em primeiro lugar, tem que ter o comprometimento dos professores e a responsabilidade dos pais. Escola tem que ter disciplina, acima de tudo”, disse.

Escolas premiadas Ensino Fundamental – Anos Iniciais (1.º ao 5.º anos) 1.º lugar

Escola Estadual de Tempo Integral Santa Terezinha (Manaus) – Média 7,9

2.º lugar

Escola Estadual Nazaré Varela (Carauari) – Média 7,8

3.º lugar

Escola Estadual Jacinto Ale (Boca do Acre) – Média 7,5

Ensino Fundamental – Anos Finais (6.º ao 9.º anos) 1.º lugar

Escola Estadual Balbina Mestrinho (Novo Airão) – Média 6,6

2.º lugar

Escola Estadual de Tempo Integral Djalma Batista (Manaus) – Média 6,0 Escola Estadual Saturnino Marães Neto (Carauari) – Média 6,0

3.º lugar

Escola Estadual de Tempo Integral Leonor Santiago Mourão (Manaus) – Média 5,8

Ensino Médio 1.º lugar

Colégio Militar da Polícia Militar (Manaus) – Média 7,1

2.º lugar

Escola Estadual de Tempo Integral Marcantonio Vilaça (Manaus) – Média 6,9

3.º lugar

Instituto de Educação do Amazonas (Manaus) – Média 6,8

Educação de Jovens e Adultos – EJA 1.º lugar

Escola Estadual Sérgio Rufino de Oliveira (Carauari) – Média 5,9

Amazonas educação revista do professor

31


Tradição

IEA celebra

133 anos

Secretário da Seduc lembra que a UEA é uma das escolas mais tradicionais de Manaus e, por isso, responsável pela formação de várias gerações de amazonenses

32

Amazonas educação revista do professor

F

undado em 1880 e hoje uma das mais tradicionais instituições de educação do Estado, o Instituto de Educação do Amazonas (IEA) comemorou, no dia 29 de novembro, 133 anos de funcionamento. Administrado pelo Governo do Estado, via Secretaria de Estado de Educação (Seduc), o IEA oferece hoje atendimento na modalidade de educação de tempo integral e atende cerca de mil estudantes do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Construído no século 19, no auge do ciclo da borracha, o Instituto passou por várias fases de atendimento educacional e nos anos 70 foi reconhecido como instituto de excelência focado na


formação do Magistério (Escola Normalista). No ano de 2009, já com experiência na Educação Básica, passou a atender a população com a modalidade de ensino em tempo integral. Para o secretário de Estado de Educação, Rossieli Soares da Silva, o Instituto é de grande representatividade para a história do Amazonas. “É uma de nossas escolas mais tradicionais e que contribuiu com a formação de centenas de pessoas ao longo de seus mais de cem anos de funcionamento. Consideramos o IEA um ícone que marcou a história da educação regional e a história do próprio Amazonas”, pontuou o secretário. Para a gestora do IEA, Shirley Maria Vieira de Souza, a data é muito significativa. “Para nós, esses 133 anos representam uma trajetória de muito trabalho e reconhecimento. São anos de

dedicação e ajuda mútua e não podemos deixar de mencionar as pessoas que hoje são destaques na sociedade e que fizeram parte de nossa história”, disse a gestora, informando que hoje o instituto conta com 90 funcionários.

Destaque no Enem O IEA tem se destacado também por favorecer o grande acesso de jovens no Ensino Superior e também pelos indicadores educacionais obtidos recentemente em avaliações como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Dentre as escolas públicas estaduais com as maiores médias registradas no Enem de 2012, o IEA aparece com destaque estadual, como a 4.ª melhor escola pública no Exame, no qual registrou média geral “500,23”. A escola também conquistou,

dentre as instituições públicas, a maior média no Enem em Redação, alcançando o índice de “606,6”. Os dados do Enem foram divulgados na última semana de novembro. A respeito da conquista no Enem, a gestora Shirley Souza reforçou a tradição educacional da escola. “Os resultados representam a recompensa pelo trabalho que desenvolvemos, trabalho de muita garra, que supera obstáculos. Acreditamos no potencial dos nossos alunos e quando vemos esse reconhecimento, nos sentimos muito satisfeitos ao ver que nossos esforços estão sendo valorizados”, comentou a gestora.

Ação solidária Em comemoração aos 133 anos do IEA, alunos e servidores estão promovendo uma campanha social arrecadando alimentos não perecíveis, brinquedos e roupas para doar a instituições de caridade em Manaus. O projeto, intitulado “Casa Vida”, implantado na escola desde 2010, faz parte de uma ação que visa contribuir com o trabalho desenvolvido nessas unidades beneficiadas, além de propiciar aos estudantes a oportunidade de conhecer um pouco da realidade das crianças que a instituição atende. As doações podem ser realizadas no próprio IEA, localizado na av. Ramos Ferreira, n.º 875, centro de Manaus.

Amazonas educação revista do professor

33


Novos horizontes

BID investirá na ampliação da rede escolar Com o Programa de Aceleração do Desenvolvimento da Educação no Amazonas (Padeam), Governo do Estado captou recursos objetivando a ampliação da rede pública estadual de educação

O

Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) investirá US$ 273 milhões objetivando a ampliação e otimização da rede pública estadual de educação. Os recursos foram captados pelo Governo do Estado via Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e serão aplicados em ações que, no campo da engenharia, visam ampliar em, pelo menos, 33 mil novas vagas a capacidade de atendimento da rede pública estadual de educação do Amazonas e no campo pedagógico, favorecer a aceleração da aprendizagem por meio da expansão de

34

Amazonas educação revista do professor


programas como “Reforço escolar” e o projeto “Avançar”. Os recursos também serão empregados na qualificação profissional da rede de ensino e de assistência técnica pedagógica a professores e escolas. As ações foram anunciadas pelo secretário de Estado de Educação, Rossieli Soares da Silva, e pelo especialista líder em Educação do BID no Brasil, Marcelo Alfaro. De acordo com o secretário da Seduc, Rossieli Silva, por iniciativa do governador Omar Aziz, os recursos foram captados a fim de ampliar a capacidade da rede pública estadual de ensino e, sobretudo, impulsionar a qualidade da educação a partir de investimentos em iniciativas estratégicas. “Assim como estão sendo viabilizados financiamentos com o governo federal, o Estado firmou esta parceria com o BID, com metas audaciosas”, apontou o titular da Seduc, afirmando que as ações previstas devem ser executadas num prazo inicial de 18 meses. O repasse de 273 milhões de dólares, pelo BID, será investido no Programa de Aceleração do Desenvolvimento da Educação no Amazonas (Padeam) que,

“Assim como estão sendo viabilizados financiamentos com o governo federal, o Estado firmou esta parceria com o BID, com metas audaciosas” Rossieli Silva

segundo Rossieli Silva, possui quatro pilares de investimentos. “O primeiro pilar é na área de infraestrura que prevê a construção de 12 Centros de Educação de Tempo Integral (Cetis) e a transformação (adaptação) de 20 escolas de estrutura comum para estrutura de educação em tempo integral. O mesmo pilar prevê também a ampliação do programa Ensino Mediado por Tecnologias/Centro de Mídias, que levará a educação básica para três mil comunidades rurais do Amazonas, até então

desassistidas da oferta de Ensino Médio e de Ensino Fundamental (do 6.º ao 9.º anos)”, informou Rossieli Silva, indicando que essas ações ampliarão em 33 mil novas vagas a capacidade de atendimento da rede pública estadual. Conforme o secretário, o segundo pilar de investimento é pedagógico. “Nesta linha de ação estão previstas a expansão do programa “Reforço Escolar”, que hoje atende a dois mil estudantes com dificuldades de aprendizagem e passará a atender 80 mil. Também tem como foco a ampliação do projeto “Avançar” que, igualmente, passará a atender 80 mil alunos com defasagem idade-série”, informou o secretário Segundo Rossieli Silva, no segmento pedagógico de investimentos, o Governo do Estado tem por objetivo a elevação dos indicadores educacionais do Amazonas a partir da ampliação e melhoria sistemática dos serviços empreendidos pela rede estadual de ensino. Os outros dois pilares estratégicos de investimento objetivarão a qualificação de pessoas e no fortalecimento

Amazonas educação revista do professor

35


dos mecanismos de gestão e gerenciamento escolar. “Visando a qualificação técnica das pessoas envolvidas no processo educacional, estão previstos a implantação de programa piloto de assistência técnica a professores e assistência a escolas com baixos índices visando à melhoria dos indicadores educacionais do Estado. Já para fortalecer a gestão, sobretudo a gestão das escolas, prevemos a expansão do Sistema de Gestão Escolar do Amazonas (Sigeam), do Sistema de Avaliação do Desempenho de Educação do Amazonas (Sadeam) e a otimização dos processos internos da Secretaria com suas coordenadorias e escolas”, completou o secretário.

Investimento do BID Tradicional financiador de programas na área de infraestrutura no país e na América Latina, como o Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim), a partir do Padeam, o BID passa a investir em projetos na área de Educação. Conforme o especialista líder em Educação do BID no Brasil, Marcelo Alfaro, a opção por investir no Amazonas não foi feita de forma aleatória. “No campo da

36

Principais projetos previstos para execução

“O Banco está mudando seu foco histórico de atuação, que por muito tempo esteve concentrado nas Regiões Sul e Sudeste do país” Marcelo Alfaro

Educação, somos conhecedores dos esforços empreendidos pelo Estado que estão resultando na melhoria gradativa dos indicadores regionais de qualidade (como o Ideb) e entendemos que o Amazonas é um case bastante interessante para se apoiar. Avaliamos também que a Seduc é inovadora na forma de levar serviços para o interior do Estado via Centro de Mídias e, portanto, é detentora de um modelo interessante para ser compartilhado com outros países que compartilham dos mesmos desafios”, afirmou Marcelo Alfaro. O especialista acrescentou que a opção em investir na Região Norte é parte de um movimento estratégico do BID. “O Banco está mudando seu foco histórico de atuação, que por muito tempo esteve concentrado nas Regiões Sul e Sudeste do país. Pretendemos agora expandir nossa atuação para as Regiões Norte e Nordeste”, apontou Marcelo Alfaro.

Amazonas educação revista do professor

1. Construção de 12 Centros de Educação de Tempo Integral 2. Adaptação de 20 escolas (de modelo tradicional) para o modelo de tempo integral 3. Expansão do programa Ensino Mediado por Tecnologias que contará com novos 560 pontos de recepção em comunidades rurais do Amazonas. 4. Promoção da capacitação de toda a rede de profissionais da Seduc (a partir da implantação de programa piloto de assistência técnica a professores e de assistência a escolas com baixos índices visando à melhoria dos indicadores educacionais do Estado). 5. Expansão do programa “Reforço Escolar” (de 2 mil alunos para 80 mil estudantes beneficiados). 6. Expansão do “Projeto Avançar” que, igualmente, passará a atender 80 mil alunos com defasagem idade-série. 7. Fortalecer os mecanismos de gestão e gerenciamento escolar (por meio da expansão do Sistema de Gestão Escolar do Amazonas – Sigeam; da expansão do Sistema de Avaliação do Desempenho de Educação do Amazonas – Sadeam; da otimização dos Processos Internos da Secretaria com suas coordenadorias e escolas e, também, a viabilização avaliações dos processos e impactos do Programa.


Investimento

Mais seis escolas-padrão Governo do Estado investirá R$ 20,4 milhões na construção das novas escolas na capital

O

Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), investirá R$ 20,4 milhões na construção de seis novas escolas-padrão para atender a diversas zonas da cidade de Manaus. Ao visitar o local onde serão viabilizadas as construções, o secretário de Estado de Educação do Amazonas, Rossieli Soares da Silva, informou que, com os investimentos, o poder público estadual vai expandir a oferta de vagas da rede pública, sobretudo para as áreas periféricas de Manaus. “O Estado já concluiu os seis processos licitatórios

e com a recente homologação dos resultados da concorrência, as obras estão sendo iniciadas. As novas escolas deverão atender suas comunidades com a oferta de Ensino Fundamental e Ensino Médio, totalizando aproximadamente 5,7 mil novas vagas”, informa o secretário. Segundo Rossieli Soares, em Manaus, as seis novas escolas serão erguidas nas seguintes localizações: bairro Zumbi dos Palmares,

Amazonas educação revista do professor

37


As escolas Danilo de Matos Areosa e Joaquim Barbosa, no município de Novo Airão

Comunidade Riacho Doce 2, Conjunto Cidadão 5 (bairro Nova Cidade), bairro Santa Etelvina, Conjunto Hileia e bairro Tancredo Neves. “Estas são localidades cuja demanda foi apontada por nossa gerência de Pesquisas e Estatísticas a partir de um estudo técnico que tem orientado nossa gestão quanto aos locais que devem ser priorizados tendo em vista a necessidade populacional”, aponta o secretário Rossieli. Conforme o estudo citado pelo secretário, as zonas que precisam ser priorizadas por conta da expansão populacional são, especialmente, as zonas norte e leste da cidade de Manaus. “Nas quais estamos focando nossas atenções, atendendo de imediato a bairros como Tancredo Neves, Zumbi, Nova Cidade e Santa Etelvina, frisando que comunidades adjacentes também passam a ser atendidas com as novas construções”, ressalta Rossieli. Com base no mesmo estudo realizado pela gerência de Pesquisas e Estatísticas da Seduc, essas duas zonas da cidade de Manaus (norte e leste) vêm sendo atendidas paulatinamente com

38

Amazonas educação revista do professor

novas construções escolares. “Unidades como os Centros de Educação de Tempo Integral (Cetis) Elisa Bessa Freire e Sérgio Pessoa Figueiredo, ambos na zona leste, assim como o Ceti João dos Santos Braga, na zona norte, todos inaugurados na gestão do governador Omar Aziz, demonstram a atenção que estamos tendo com a ampliação da rede nestas áreas”, lembra Rossieli Soares.

Novas construções Orçadas aproximadamente em R$ 3,4 milhões, individualmente, as seis novas escolas-padrão contarão, cada uma, com salas de aulas climatizadas, bibliotecas, laboratórios de ciências e informática, cozinha e ambientes administrativos que incluem sala para professores, sala para pedagogos, banheiros, secretaria para atendimento público, dentre outros. Todas as escolas contarão com sistema de segurança e serão adaptadas para o atendimento a pessoas com necessidades especiais.


O governador Omar Aziz e autoridades na entrega de mais uma escola

Novos Cetis Além de priorizar a construção de escolas de modelo padrão, o Governo do Estado também está investindo pesado na construção de novos Centros de Educação de Tempo Integral. Com recursos

do governo federal, captados junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e com recursos próprios do Estado, mais de 20 Cetis serão construídos. Alguns desses Cetis estão com suas construções em estágio avançado – tais como o de

Iranduba – e outros já tiveram suas pedras fundamentais lançadas pelo governador Omar Aziz, tais como os que estão sendo construídos nos municípios de Borba, Maués, Fonte Boa, Manacapuru, Benjamin Constant, Humaitá e Tabatinga.

Novo Airão tem rede formada só por escolas de Tempo Integral Distante 143 quilômetros de Manaus, Novo Airão passa a ser o primeiro município do Amazonas a ter uma rede escolar inteiramente formada por escolas de Tempo Integral. No último dia 27 de setembro, o governador Omar Aziz esteve no município e acompanhado pelo vice-governador, José Melo, anunciou a novidade ao reinaugurar as escolas estaduais Joaquim Barbosa, Danilo de Matos Areosa e Balbina Mestrinho que foram completamente reformadas e adaptadas para atender à comunidade estudantil com esta modalidade diferenciada de Educação. Para atender às novas necessidades do ensino em tempo integral, as três escolas receberam um total de 33 novas salas de aula, laboratórios de informática, diretoria, secretaria, sala dos professores, refeitórios, cozinhas e banheiros (masculino e feminino). As escolas Danilo de Matos Areosa e Balbina Mestrinho foram contempladas ainda com ginásios poliesportivos cobertos.

O gestor da Escola Estadual Joaquim Barbosa, professor Quintino Nonato de Lima Filho, fala da importância que as novas adaptações trouxeram. “Criou um ambiente mais saudável, digno, melhor de trabalhar, o que facilita a realização de nossas atividades. Além disso, a experiência de estar atendendo em tempo integral está sendo muito boa”, aponta o gestor. De acordo com o coordenador educacional do município, José Sidnei da Silva Brandão, que é também gestor da Escola Balbina Mestrinho, as reformas atenderam a um anseio da população local. “Foi muito importante. Estávamos esperando há cinco anos. Estamos muito felizes. A reforma e o atendimento em tempo integral foram dois presentes que nós recebemos. Os pais dos alunos agora não têm mais que se preocupar em onde deixar os filhos, pois a escola, agora oferta esse serviço”, comenta José Sidnei. As atividades nas escolas foram retomadas no dia 6 de maio de 2013, já contando com a modalidade em tempo integral.

Amazonas educação revista do professor

39


Trabalho

Profissão, eis a questão! Escola Professor Ruy Alencar realizou jornada interdisciplinar que instigou alunos a que caminho profissional seguir

A

Escola Estadual Professor Ruy Alencar, localizada no Conjunto Nova Cidade, em Manaus, realizou pelo oitavo ano consecutivo sua Jornada Interdisciplinar. A atividade firma-se como uma oportunidade eficaz na qual a unidade de ensino motiva os estudantes a fixar o conteúdo do currículo escolar por meio de atividades temáticas de pesquisa. O evento também busca favorecer a qualidade de

40

Amazonas educação revista do professor


vida dos jovens por meio do incentivo à prática do desporto. Denominada “Jipra”, a Jornada Interdisciplinar Professor Ruy Alencar mobiliza alunos do Ensino Médio da instituição e é realizada a partir de eixos temáticos predefinidos para as 30 turmas da escola, distribuídas nos turnos matutino, vespertino e noturno. O tema de 2013 foi “Profissões: Valores que constroem uma sociedade”. “Realizar o Jipra é um desafio todos os anos. É uma aprendizagem significativa para os alunos, pois o evento traz uma carga de experiência para eles, além de oportunizar o compartilhamento do que aprenderam durante as pesquisas e mostrar a capacidade de cada um em executar os trabalhos”, destacou a gestora da Escola Ruy Alencar, Jeane Hidalgo, sobre a importância do evento na escola. Durante a atividade, os alunos apresentaram painéis sobre as profissões pesquisadas: Biólogo, Contador, Antropólogo, Administrador, Enfermeiro, Dentista, Radialista, Engenheiro da Computação,

Farmacêutico, Jornalista, Advogado, Bioquímico, Assistente Social, Engenheiro de Petróleo e Gás, Nutricionista, Pedagogo, Engenheiro Ambiental, Publicitário, Artista Plástico, Relações-Públicas, Fisioterapeuta, Médico, Agrônomo, Engenheiro Civil, Designer de Moda, Museólogo, Esteticista, Professor, Arquiteto e Psicólogo. Para a estudante do 3.º ano do ensino médio Bárbara Rebouças, 16, participar de um evento como o Jipra agrega valores para toda a vida. “Todos os temas do Jipra nos ajudam a trabalhar em equipe. A atividade, com certeza, marca a vida do aluno da Escola Ruy Alencar”, disse a aluna. Sobre o tema deste ano, a estudante do 2.º ano do Ensino Médio Deuzimar Melo, 16, acredita que a pesquisa sobre profissões levou os alunos a analisarem quais as melhores carreiras a seguir. “Com o tema do Jipra deste ano, refleti que é necessário escolher qual a profissão que mais se aproxima de nosso perfil, pois a que escolhermos agora influenciará as nossas atitudes no futuro e definirá se seremos bons ou ruins profissionais”, disse a jovem.

Amazonas educação revista do professor

41


Robótica

Escolas apresentam soluções ambientais

Alunos foram motivados a utilizar o conhecimento adquirido em sala de aula nas disciplinas de Exatas para desenvolver, por meio de projetos de robótica, soluções para desastres naturais

A

s escolas estaduais Maria Ivone de Araújo Leite, Deputado Vital de Mendonça (de Itacoatiara) e Daisaku Ikeda (de Manaus) participaram na última semana do Torneio de Robótica (FLL). Com o tema “Fúria da Natureza”, o torneio foi realizado no Clube do Trabalhador-Sesi, em parceria com a organização sem fins lucrativos For Inspiration and Recognition of Science and Technology (First). Reunindo estudantes com faixa etária entre 9 e 15 anos, a competição educativa contou com um total de 19 equipes. No decorrer do torneio, tendo como base o tema “Fúria da Natureza”, os alunos

42

Amazonas educação revista do professor


foram motivados a utilizar o conhecimento adquirido em sala de aula nas disciplinas de Exatas para desenvolver, por meio de projetos de robótica, soluções para desastres naturais, tais como avalanche, terremoto, inundação, furacão, tempestade, tornado, tsunami, erupção vulcânica e incêndios (não provocados por pessoas). Segundo a coordenadora do evento e gerente de educação do Sesi, Rita de Cássia Machado, o torneio teve como objetivo envolver crianças e jovens em atividades de robótica, favorecendo o conhecimento de Matemática e Física.

Realidade amazônica Estudante do 6.º ano do Ensino Fundamental da Escola Maria Ivone Leite, Érica Vitória Oliveira, 11 anos, juntamente com sua

equipe, trouxe para o torneio o projeto “Casa Inteligente” cujo objetivo é ajudar comunidades ribeirinhas do interior do Amazonas que sofrem todos os anos com as enchentes dos rios. “Para solucionar esse problema, a equipe resolveu fazer a ‘Casa Inteligente’, cuja estrutura é composta por motores potentes e vigas de aço com sensores, que comunicarão quando a água do rio se elevar e, por meio de sensor, a casa será erguida para que não seja alagada”, destacou a estudante. “O lixo no bairro Jardim Adriana”, da Escola Vital de Mendonça, foi outro projeto apresentado na competição. De acordo com o coordenador do projeto, professor de Matemática e Física Ademir Pinheiro, a iniciativa pode servir para prevenir males como a leptospirose e a diarreia que podem vir a surgir a partir do contato com a água contaminada. “Para realização do projeto, a equipe visitou o bairro (em Itacoatiara), fez o registro fotográfico, conversou com representantes comunitários e viu o problema do acúmulo de lixo na ponte que corta o igarapé, sobretudo no período de enchente. O projeto prevê a

limpeza do leito por onde a água passa”, explicou. Para a estudante do 1.º ano do Ensino Médio e integrante da equipe Vital de Mendonça, Milena Veiga, 15 anos, o interesse pela robótica foi despertado por conta da competição. “Levarei do projeto a experiência em conseguir uma solução para ajudar e conscientizar a população sobre o problema do lixo em decomposição. Além disso, me interessei pela robótica e no futuro quero me especializar na área”, disse. Já a Escola Estadual Daisaku Ikeda expôs o projeto “As inundações do igarapé do Novo Reino e afluentes do Mindu”. De acordo com o professor de Matemática e técnico da equipe, Jairo Guimarães Tavares, o objetivo do projeto é fazer a conscientização da população em não jogar o lixo nos igarapés. “Antes da conscientização vem a educação da população, no qual a equipe realizou a entrega de panfletos e visitas no bairro Novo Reino (em Manaus), onde atuamos na limpeza dos igarapés, plantamos mudas no banco de areia e temos como meta a ampliação dos igarapés e a remoção da população de áreas de risco”, disse.

Amazonas educação revista do professor

43


Ciências

Além da

sala de aula Projeto científico leva estudantes da rede pública estadual a cultivarem mudas para futura distribuição à comunidade

C

om o objetivo de conciliar teoria e prática, além de formar cidadãos preocupados com a preservação ambiental, a Escola Estadual Raimundo Gomes Nogueira, localizada no conjunto Ajuricaba (zona centro-oeste de Manaus) desenvolve um projeto de produção de mudas para futura distribuição à comunidade. A iniciativa, que envolve estudantes sob a orientação de professores, faz parte do Programa Ciência na Escola e é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

44

Amazonas educação revista do professor


Projeto é desenvolvido por alunos do 6.º ano do ensino fundamental

A atividade atende aos alunos do 6.º ano do Ensino Fundamental e foi criada com o intuito de proporcionar aos alunos a possibilidade de observar a aplicação prática dos conteúdos ministrados na disciplina Ciências, tais como: solo e ecossistemas. Por meio desse projeto, a escola busca trazer para a realidade do aluno o tema estudado, permitindo um aprendizado de qualidade. Além de auxiliar no estudo sobre os biomas brasileiros, por exemplo, a ação auxilia também nas noções da flora manauara. A iniciativa de implantação do projeto partiu da professora e coordenadora Ilcilete de Araújo, que ministra a disciplina Ciências. Segundo ela, o interesse em desenvolver o trabalho era grande, visto que a escola já possuía uma horta, beneficiando alunos e a própria comunidade. Com a produção de mudas e contando com o apoio da Fapeam, a Escola Raimundo Gomes Nogueira ampliou sua horta e voltou sua visão para o paisagismo. Para Ilcilete, a dedicação dos alunos ao projeto tem sido bastante reconhecida. “Com esse projeto, os alunos estão aplicando

conhecimentos adquiridos anteriormente e contextualizando com a realidade que será vivenciada. É necessário lembrar que o aluno, ao desenvolver esse projeto, estará dando seu primeiro passo como pesquisador e verá na prática a importância de se ter plantas na cidade, da preservação ambiental e da biodiversidade”, enfatiza a professora. Dentre as atividades desenvolvidas no projeto está o cultivo de espécies de plantas como a ‘samambaia’, ‘dracena tricolor’ e ‘chuva de prata’, esta última, uma espécie típica do Sul e Sudeste do país, mas que, com os esforços dos alunos, surpreendeu as expectativas e se adaptou ao clima do Amazonas. São aproximadamente 400 alunos envolvidos no projeto, além de cinco bolsistas. Os trabalhos, que iniciaram como uma atividade extraclasse, ganharam grande visibilidade, principalmente para a comunidade. “Nossa meta a partir de agora é atender aos pedidos de mudas dos moradores do conjunto Ajuricaba e aumentar cada vez mais a nossa produção”, comenta a coordenadora.

Saiba mais Ciência na Escola O Programa Ciência na Escola é uma ação de alfabetização científica e tecnológica, destinada aos estudantes e professores da educação básica do Amazonas. Promovido pelo Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e Secretaria Municipal de Educação (Semed), o programa destacase pela produção da ciência dentro do espaço escolar, por meio do desenvolvimento de projetos de pesquisa que garantem a formação e a transformação do pensar.

Amazonas educação revista do professor

45


Seduc apoia aluno para o Enem Transmitidos via satélite por meio do Centro de Mídias para capital e interior, “aulões” beneficiaram mais de 20 mil estudantes

46

Amazonas educação revista do professor


Preparatório

os

N

os dois últimos meses que antecederam as avaliações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc) promoveu aulões buscando auxiliar os estudantes finalistas na preparação para as provas. Realizados aos sábados, entre as 9 e 12h, os aulões foram ministrados nos estúdios do Centro de Mídias de Educação, localizado no bairro Japiim, em Manaus, e transmitidos para 1,8 mil salas de aulas em 2,4 mil comunidades rurais do interior do Amazonas. Os conteúdos também puderam ser assistidos em 14 escolas de Manaus (abrangendo todas as zonas da cidade) e foram acompanhados pelo público geral em tempo real via internet. Com grande aceitação e conduzido por professores especialistas, cada uma das aulas foram assistidas por mais de 20 mil estudantes. De acordo com os organizadores do projeto, os aulões tiveram como finalidade reforçar os conteúdos ministrados pelas escolas públicas estaduais de Ensino Médio e fornecer dicas de conteúdo aos candidatos. “Reunimos uma equipe de professores especializados buscando reforçar o conteúdo aos nossos estudantes. Por meio do Centro de Mídias, transmitimos as aulas para todo o interior do Amazonas para beneficiar o maior número de pessoas possível e tivemos um retorno positivo com a audiência de mais 20 mil pessoas por aula”, informou o secretário da Seduc, Rossieli Soares da Silva. Segundo a coordenadora de Ensino Médio da Seduc, Vera Lúcia Lima, as aulas ministradas atentaram para o conteúdo programático do Exame Nacional. “Os professores procuraram reforçar temas e descritores que costumam ser cobrados nas

avaliações. Com ênfase na exposição e correção de exercícios, os aulões foram bem aceitos, com um número sempre crescente de espectadores”, disse. Na Escola Estadual Vicente Telles, uma das 14 escolas de Manaus a receber a transmissão das aulas via satélite, o estudante Emerson Targino acompanhou os conteúdos e destacou a iniciativa do Estado. “As aulas foram bastante interativas e passamos a entender mais os conteúdos”, comentou o jovem. Na mesma escola, a estudante Rita de Cássia Pessoa acrescentou que o projeto foi um estímulo a mais para os que vinham intensificando os estudos nas vésperas do exame. “Além de estudar na escola, vinha intensificando os estudos em casa. O projeto foi um grande auxílio”, disse.

Enem 2013 Criado em 1998, o Enem ganhou impulso nos últimos anos quando sua nota passou a ser adotada no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), onde os participantes podem pleitear vagas em universidades federais, tais como a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e institutos federais de ensino superior. Igualmente, o exame também é utilizado para o candidato pleitear bolsa de estudo em programas como Universidade para Todos (Prouni) e Programa de Financiamento Estudantil (Fies). Em 2013, as provas foram aplicadas nos dias 26 e 27 de outubro, totalizando 180 questões mais a redação. No dia 26 de outubro foram aplicadas as provas de “Ciências Humanas e suas Tecnologias” e “Ciências da Natureza e suas Tecnologias”. Já no dia 27 foram aplicadas as provas das matrizes: “Linguagens, Códigos e suas Tecnologias”, “Matemática e suas Tecnologias” e Redação. Com 7,1 milhões de inscritos em todo o Brasil – representando um aumento de 15% em número de inscritos em comparativo com a última edição (de 2012) – o Enem teve 155 mil inscritos no Amazonas.

Amazonas educação revista do professor

47


De Maués para os Estados Unidos Ana Luísa Cardoso é a representante do Amazonas no programa que levará 35 estudantes brasileiros para um intercâmbio de três semanas nos EUA

Lúcia Saito

A

na Luísa Cardoso, 17 anos, foi a única estudante de Maués a se inscrever no programa Jovens Embaixadores. Acreditou e venceu! Aluna da Escola Estadual São Pedro, Ana concorreu com 104 inscritos no Amazonas e em janeiro de 2014 vai aos Estados Unidos, juntamente com outros 34 estudantes de escolas públicas de todo o Brasil. Criado em 2002, o programa Jovens Embaixadores busca beneficiar alunos brasileiros da rede pública de ensino que são exemplos em suas comunidades por meio de sua liderança, atitude positiva, consciência

48

cidadã, excelência acadêmica e conhecimento da língua inglesa. Os vencedores das 35 bolsas viajarão em janeiro de 2014 para um intercâmbio de três semanas nos Estados Unidos. Feliz pela conquista e pela oportunidade de representar o Amazonas, Ana Luísa conta que sempre se empenhou para ser a melhor na escola, pois sempre viu nos estudos uma oportunidade de crescimento. “Sempre procurei ser a melhor em tudo que eu faço e tive muito incentivo da minha família, principalmente da minha avó, e de meus professores, que acreditavam no meu sucesso”, afirma a aluna.

Amazonas educação revista do professor

A estudante, que passou no vestibular da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) para o curso Engenharia de Software, fala da importância que essa nova conquista representa na sua vida. “É muito importante, pois o programa abre muitas portas. Tenho a intenção de ser diplomata para representar o meu país e essa oportunidade é única”, destaca Ana Luísa. A partir de agora, a aluna acredita que por meio do programa muita coisa irá mudar. “Com essa conquista, espero alcançar meus objetivos e representar muito bem o meu país e o município de Maués. Será uma excelente experiência.


Intercâmbio

Ter concorrido com alunos de todo o país, principalmente com estudantes do Sul e Sudeste, e ter sido uma das finalistas, me deixa muito feliz”, completa Ana. Ana Luísa estuda a língua inglesa desde os oito anos de idade e já teve outra experiência muito compensadora, quando participou do programa Parlamento Jovem. O projeto seleciona estudantes para atuarem na Assembleia Legislativa do Estado e oportuniza o estudo das leis, além de conhecer o trabalho dos deputados e se inteirar de um modo geral sobre a política. Hoje, feliz com as conquistas que a educação tem lhe proporcionado, Ana Luísa incentiva a todos os alunos que também desejam alcançar esse objetivo e participar do programa

Jovens Embaixadores. “Mesmo não tendo conseguido agora, os alunos devem insistir. Uma pessoa é movida por sonhos. Basta lutar por eles e não desistir”, estimula a aluna.

O programa Os vencedores das 35 bolsas viajam em janeiro para um programa de três semanas nos Estados Unidos. Durante a primeira semana, visitarão a capital Washington, seus principais monumentos, participam de reuniões em organizações dos setores público e privado, visitarão escolas e projetos sociais e participarão de um curso sobre liderança e empreendedorismo jovem. Após essa primeira semana em Washington, o grupo será

dividido em subgrupos e cada um deles viaja para um Estado diferente nos Estados Unidos. Nos Estados, eles serão hospedados por uma família americana, assistirão aulas e vão interagir com outros jovens. Também participarão de atividades sociais/ culturais na comunidade e farão apresentações sobre o Brasil. A experiência de ser um Jovem Embaixador é única e oferece a esses excelentes estudantes a oportunidade de expandirem seus horizontes ao mesmo tempo em que ajudam a fortalecer os laços de amizade, respeito e colaboração entre o Brasil e os Estados Unidos. O programa é uma parceria entre a embaixada americana e o governo brasileiro.

Fotos: Eduardo Cavalcante/Asscom-Seduc

Luísa Cardoso na Assembleia Legislativa do Estado

Amazonas educação revista do professor

49


Concurso

gary yim / Shutterstock.com

Jovem

Premiação

Os 27 finalistas das etapas estaduais foram premiados com notebooks, medalhas e certificados de classificação, além disso, as escolas dos estudantes classificados nas três primeiras colocações receberam desktops para uso coletivo. As instituições de ensino dos 27 alunos finalistas ganharam kits com material educativo.

50

Amazonas educação revista do professor


Senador

amazonense Rayesley Ricarte Costa ganhou o título após desenvolver redação com o tema “Educação Política”, na qual deu ênfase ao ponto de vista da população sobre os dois aspectos

C

ursando o 3.º ano do Ensino Médio no Centro de Educação de Tempo Integral (Ceti) João dos Santos Braga, localizado na zona norte de Manaus, o estudante Rayesley Ricarte Costa, 18, foi o vencedor da etapa estadual do 6.º Concurso de Redação do Senado Federal. Pela conquista, o estudante amazonense foi premiado no dia 18 de novembro em cerimônia no Congresso Nacional, em Brasília, Distrito Federal. Na solenidade, foram premiados outros 26 alunos, representantes dos demais Estados brasileiros. O concurso de redação do projeto Jovem Senador 2013, cujo tema deste ano foi “Buscar voz para ter vez: cidadania, democracia e participação”, é um concurso realizado em nível nacional, tendo como objetivo proporcionar conhecimento acerca da estrutura do Poder Legislativo brasileiro, estimulando a reflexão sobre a política, a democracia e o exercício da cidadania. No Amazonas, 8.844 estudantes de 43 escolas participaram do concurso, que também mobilizou cerca de 150 professores orientadores. Rayesley Ricarte Costa, vencedor do certame, desenvolveu sua redação com o tema “Educação Política”, na qual deu ênfase ao ponto de vista da população sobre os dois aspectos. “A população agrega indecência e corrupção à política, mas também são poucos aqueles que fiscalizam o que o candidato fez ou está fazendo com o seu mandato em benefício da sociedade”, salientou.

Além disso, Rayesley destacou, em seu texto, a democracia no Brasil e sugeriu a inserção da disciplina “Ciências Políticas” no Ensino Médio. “A democracia que vivemos hoje se resume apenas ao ato de votar, uma vez que a população está acomodada e não busca informação sobre os futuros representantes do Estado. Acredito que a inserção da disciplina Ciências Políticas no Ensino Médio contribuirá para a formação intelectual e o senso crítico dos estudantes que saberão de forma clara seus direitos e deveres”, afirmou o estudante. Sobre participar do projeto e representar o Amazonas, Rayesley acredita que “é uma oportunidade dos jovens se inserirem na política, conhecendo culturas, ideias e buscando soluções para problemas sociais no Brasil”, destacou. Segundo a coordenadora do concurso no Amazonas e técnica administrativa da Gerência do Ensino Médio da Seduc, Ana Cavalcante, o concurso possibilita ao aluno participante a reflexão sobre os diversos aspectos da política. “O concurso estimula os alunos a debaterem o processo de escolha dos representantes na democracia, também contribui para o processo de formação da cidadania, incentivando a participação política e a mobilização social e, principalmente, dissemina informações sobre o papel institucional do Senado Federal e do Poder Legislativo brasileiro”, salientou a coordenadora.

Amazonas educação revista do professor

51


ANÚNCIO

52

Amazonas educação revista do professor


Saúde

Cardápio

diferenciado Estudantes em tratamento médico têm acesso a refeições específicas para sua condição de saúde em escolas de tempo integral do Estado

O

s estudantes regularmente matriculados nas escolas públicas estaduais de tempo integral que estejam passando por algum tratamento médico ou portarem requisição médica com orientações alimentares específicas podem ter acesso, em sua escola, a refeições específicas para sua condição de saúde.

O serviço é disponibilizado pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) em qualquer uma de suas 30 escolas de tempo integral e para requisitá-lo basta que o aluno, ou seu responsável, procure a direção de sua unidade de ensino. Nas escolas de tempo integral, onde o dia letivo é mais extenso

Amazonas educação revista do professor

53


“Um dos itens que mais gosto é ‘peixe’ e a escola procura sempre disponibilizá-lo no cardápio” Nutricionista Anita Paraízo

Rebeca Costa

– iniciando às 7h e terminando às 17h – os estudantes seguem uma grade curricular diferenciada e têm acesso diário ao café da manhã, lanche e almoço. Conforme a nutricionista e gerente de nutrição da empresa Ripasa, responsável pelo serviço de preparo e pela logística de fornecimento de refeições às escolas de tempo integral da rede estadual, Anita Paraízo, os pais ou os próprios estudantes que possuírem um receituário médico ou recomendações nutricionais específicas, podem solicitar a disponibilização de refeições diferenciadas, que atendam às suas necessidades de saúde. “A empresa observará a situação específica deste aluno e formulará um cardápio diferenciado diário para atendê-lo, atentando para a sua necessidade nutricional”, informou. Segundo Anita Paraízo, hoje, na rede de ensino de tempo integral do Estado, vêm sendo atendidos regularmente dezenas de estudantes. “Dentre os quais, jovens ou crianças em processo de reeducação alimentar por solicitação médica, diabéticos, hipertensos e outros com problemas de saúde diversos. Para cada caso, a empresa Ripasa

54

Amazonas educação revista do professor

elabora e disponibiliza um menu diferenciado, com o rigor necessário para cada perfil de pessoa”, citou Anita, lembrando que o serviço pode ser requisitado também por professores ou funcionários das escolas de tempo integral.

Refeição saudável e atrativa No Instituto de Educação do Amazonas (IEA), localizado na avenida Ramos Ferreira e que atende a aproximadamente mil estudantes na modalidade de educação de tempo integral, a estudante Rebeca Costa, 13, aluna do 7.º ano do Ensino Fundamental é uma das beneficiadas com esse serviço. Portadora de uma doença congênita, a aluna tem acesso a um cardápio alimentar diferenciado. “No início do ano letivo meus pais procuraram a direção da escola e ao falar sobre as recomendações médicas receberam a informação de que a escola poderia oferecer um cardápio alimentar diferente. Desde então, estou sendo prontamente atendida dentro daquilo que eu preciso”, disse a aluna.


Segundo a nutricionista da empresa Ripasa, Anita Paraízo, no caso da estudante Rebeca, a alimentação servida é isenta de frituras e gorduras. “No cardápio comum à rede já procuramos substituir itens dessa natureza por outros mais saudáveis. À Rebeca, como aos demais alunos com perfil semelhante, damos atenção especial, reforçando as orientações médicas”, informou a nutricionista. Segundo a aluna Rebeca, ainda que diferenciada, a refeição servida é atrativa do ponto de vista da diversificação e do sabor. “Um dos itens que mais gosto é ‘peixe’ e a escola procura sempre disponibilizá-lo no cardápio”, disse.

Aluna também do IEA, Luane Montefusco, 15, é estudante do 2.º ano do Ensino Médio e procurou o serviço a partir de uma recomendação médica, objetivando sua reeducação alimentar. Ela conta que há aproximadamente dois meses vem sendo atendida. “Minha médica falou da necessidade de reeducação alimentar para evitar doenças ocasionadas pelo sobrepeso. Hoje, com um cardápio que prioriza verduras e legumes ao invés de carboidratos em excesso e massas, passei a viver uma vida mais saudável. Este é um serviço que achei que nunca ia encontrar em uma escola pública”, contou a jovem.

Luane Motefusco

Combate ao diabetes Eudes Ramos Pereira, 47, é professor de Geografia do IEA e também tem sido beneficiado pelo cardápio diferenciado. Diabético e hipertenso, o professor tem encontrado no serviço alimentar da escola um auxílio para uma melhor qualidade de vida. “Por ter um histórico familiar com registro de diabetes, procurei ajuda de um médico, o qual me orientou a adotar um outro estilo de vida, com atenção especial à alimentação. Informei à nutricionista Anita sobre minha necessidade e tenho sido

atendido diariamente com um cardápio diferenciado fornecido pela empresa Ripasa, que atende à escola. Hoje me sinto mais saudável e tenho tido uma melhora significativa, com a perda considerável de peso”, observou o professor, acrescentando que, do ponto de vista nutricional, a refeição na escola é, muitas vezes, a principal alimentação do dia.

Amazonas educação revista do professor

55


Aprendizado

56

Amazonas educação revista do professor


Discalculia Transtorno ainda é pouco conhecido, mas causa dificuldade na aprendizagem sobre o mundo dos números, prejudicando também questões do dia a dia, como a verificação das horas, noções de medidas, de tempo e de espaço

Raquel Caetano

“U

m, dois, três, indiozinhos; quatro, cinco, seis, indiozinhos; sete, oito, nove indiozinhos; dez no pequeno bote” e lá se vão cantigas, brinquedos didáticos, recursos criativos para facilitar o entendimento entre a criança e o “bicho-papão” dos estudantes: a matemática. Mas quando essas atividades são insuficientes para o aprendizado, quando os alunos não conseguem memorizar a sequência dos numerais ou têm dificuldades em entender a relação de quantidade, mais e menos, maior e menor, elementos básicos na alfabetização numérica pode ser o sinal de um transtorno ainda pouco conhecido: a discalculia. Segundo a psicóloga e psicopedagoga Heleonora Cristina Pinto, a discalculia se caracteriza por uma má-formação neurológica, uma falha na substância branca nos dois hemisférios cerebrais, que provoca dificuldade na aprendizagem com o mundo dos números, cálculos,

classificações, conceitos, aplicação prática da matemática, como a da verificação das horas em um relógio; com as noções de medidas, de magnitude, de tempo e de espaço. Ainda sem estudos conclusivos, acredita-se que a causa dessa máformação pode ser de fundo hereditário, neurobiológico ou epidemiológico. Por essa razão, a discalculia não pode ser identificada como uma dificuldade matemática adquirida. Não seria o mesmo caso de um indivíduo que começou a estudar e teve problemas comuns com o universo dos números; ou o caso em que a criança sofreu deficiência no processo de alfabetização, que não foi bem orientada pedagogicamente e possui déficit de aprendizagem na disciplina, não é isso. “O transtorno é constitucional, o indivíduo já nasce com ele”, enfatiza a psicóloga. A grande dificuldade, no entanto, é na hora de diagnosticar o paciente; saber se realmente estamos diante de um problema de saúde ou de outros fatores que podem

Amazonas educação revista do professor

57


afetar o processo de aprendizagem da criança, como destaca Heleonora: “É muito mais fácil você identificar uma dificuldade de aprendizagem mais comum do que a discalculia porque a matemática já traz a má fama de ser uma disciplina difícil. Então, esse transtorno pode ser perfeitamente mascarado por essa vilã”. Além disso, existem outros indicadores que podem forjar a discalculia, segundo a psicóloga. “Às vezes estamos diante de uma pessoa discalcúlica, mas a falta de conhecimento nos leva a pensar que ela é lenta, preguiçosa, que são dificuldades normais com aquela matéria específica e tais razões não levam os pais a procurar ajuda. Mas o ponto crucial no qual o responsável pode se apegar, para desconfiar do problema e iniciar a busca por um diagnóstico médico, é quando o menor tem uma inteligência de acordo com a sua faixa etária ou até mesmo um pouco acima, não tem nenhum déficit cognitivo, porém

58

Amazonas educação revista do professor

apresenta uma dificuldade importante no processamento de informações e de conteúdos ligados aos cálculos”. Com isso, Heleonora alerta sobre a necessidade de que os pais ou responsáveis pela criança, bem como professores estejam informados e atentos a esses sinais. “Se ela começa a ter um baixo rendimento escolar, mesmo com reforço, com atendimento mais individualizado e não consegue um aproveitamento satisfatório, deve-se procurar um profissional para ver se o aluno está ouvindo bem, enxergando bem, examinar o quadro nutricional, e estando tudo bem iniciar a procura por um neurologista, psicopedagogo, psicólogo, que vão diagnosticar em conjunto”. A psicóloga também ressalta a importância de um acompanhamento precoce da criança, ainda na fase de alfabetização, para que ela não desenvolva outros transtornos. Quando é funcional


Foto: Daniel Bardan

em outras áreas, embora com esses déficits com os cálculos, a criança pode desenvolver o que a psicologia chama de ansiedade matemática. Será uma pessoa que vai fugir de qualquer situação que tenha que expor esse conhecimento, como ser submetido a uma prova ou questões relativas a contas com dinheiro, pode ser fator de evasão escolar ou até mesmo desenvolver uma fobia social. Assim sendo, o sujeito discalcúlico na fase adulta que nunca teve um acompanhamento será uma pessoa que já teve um sofrimento psíquico grande.

Família e escola ajudam A doença não tem cura, mas com o tratamento adequado, o discalcúlico pode aprender a conviver com o seu problema, por meio de recursos específicos se habilitarem ao aprendizado da matemática com uso de régua, de materiais concretos, de calculadora na hora de fazer uma prova e, assim, levar uma vida “normal”. Mas apenas tratamento profissional não é suficiente para um quadro evolutivo de sucesso. A família precisa estar atenta também para que não haja uma piora do problema por intermédio da pressão psicológica. Heleonora pondera: “Se tu não passares de ano, se tu tirar nota baixa, eu estou investindo pesado em ti e tu não estás correspondendo, tu vais apanhar etc. são pressões psicológicas que vão aumentar e desenvolver outros transtornos. O que é muito ruim, porque se essa criança chegar na ansiedade matemática, o tratamento se torna mais difícil. Primeiro, ele vai ter que aprender a lidar com essa ansiedade para depois tratar as dificuldades específicas inerentes ao transtorno”, destaca. Dessa forma, a psicóloga prioriza o acompanhamento sistêmico onde a família precisa estar junto ao paciente. “A família precisa funcionar para que o tratamento funcione, porque sem o envolvimento dela

nesse processo, o avanço do quadro e a sua respectiva melhoria ficam comprometidos”. Outra peça de extrema importância na descoberta da doença, desde a desconfiança que a criança é discalcúlica até o tratamento, é o professor. Se estiver bem orientado, ele pode chegar à família para falar sobre o problema, uma vez que ele é quem, diariamente, trabalha o aprendizado com a criança, assim como pode ser o elo que vai orientar e direcionar os procedimentos para o tratamento. Sozinho, ele não tem como fazer um trabalho que realmente seja adequado e ajude de forma robusta esse aluno que tem comprovadamente a discalculia. Se bem acompanhado, se houver tratamento adequado e, preferencialmente, precoce, a criança discalcúlica poderá desenvolver-se normalmente, realizar atividades matemáticas que, sem a ajuda profissional de psicólogos, psicopedagogos e neurologistas, não conseguiriam e seguirem cantando sem errar a sequência numérica: “Um, dois, três indiozinhos; quatro, cinco, seis indiozinhos; sete, oito, nove indiozinhos; dez num pequeno bote. Vinham navegando pelo rio abaixo, quando um jacaré se aproximou e o pequeno bote dos indiozinhos quase, quase virou. Mas não virou”.

Amazonas educação revista do professor

59


Estudantes visitam o Inpe Alunos conheceram também o Centro Cultural e Educacional Catavento, do Museu da Língua Portuguesa, e também participaram de reunião preparatória para a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace)

N

o período de 25 a 27 de novembro, um grupo de seis estudantes da rede pública estadual do Amazonas estiveram na cidade de São Paulo onde visitaram o Instituto Nacional de Pesquisas

60

Amazonas educação revista do professor

Espaciais (Inpe). A visita fez parte de um roteiro educativo com a finalidade de favorecer o conhecimento e aprimorar as experiências na área de ciências exatas absorvidas por alunos integrantes dos programas estaduais estratégicos de


Novos horizontes

indução à formação de Recursos Humanos em Engenharias (PróEngenharias) e em Tecnologia da Informação (RH-TI). Os dois programas são executados pelo Governo do Amazonas por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). Oitenta alunos da rede pública estadual integram os dois programas. Participaram das programações na cidade de São Paulo três estudantes integrantes do programa Pró-Engenharias e três do programa RH-TI, sendo eles: Yan Costa (da Escola Estadual Ângelo Ramazzoti), Isabela Apoema (da Escola Estadual Eunice Serrano), Rosa Fernandes Crisóstomo (da Escola Estadual Márcio Nery), além de Aline Araújo, Endriu Júnior Nunes da Silva e Christian Cruz, ambos do Colégio Amazonense Pedro II. Os estudantes foram acompanhados por professores. Além do Inpe, os estudantes, acompanhados por professores visitaram o Centro Cultural e Educacional Catavento, do Museu da Língua Portuguesa, e também participaram de reunião preparatória para a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), cuja edição de 2014 será realizada em março no Campus da Universidade de São Paulo. De acordo com o coordenador do programa Pró-Engenharias, professor Disney Douglas de Lima, ao oportunizar a ida dos estudantes amazonenses a São Paulo, o Governo do Estado buscou aprimorar o conhecimento dos jovens, “propiciando a eles experiências educativas que

venham a colaborar com sua trajetória acadêmica”, citou. No Inpe, os jovens conheceram projetos e um panorama das pesquisas e estudos executados pelo órgão federal sobre tempo e clima, dados de satélites, engenharia, dentre outros. No Museu da Língua Portuguesa, conheceram de forma dinâmica a história da Língua e tiveram a oportunidade de conferir a exposição temática “Cazuza: Mostra a sua Cara”. Já no Centro Cultural e Educacional Catavento, que é coordenado pelo Governo do Estado de São Paulo, os alunos obtiveram informações sobre experimentos nas áreas de Astronomia, Biologia, Mecânica, Eletromagnetismo, Óptica, dentre outras. O estudante Endriu Júnior, 17, esteve na excursão educativa e falou sobre a importância de participar do programa PróEngenharias. “Sempre tive interesse pela área de Engenharia. Era um sonho de criança. O projeto é uma oportunidade de concretizar esse sonho. Conteúdos de disciplinas que antes eu sentia dificuldade em aprender, o projeto me auxiliou muito a sanar esses problemas, tornou-se um reforço, um aprendizado a mais e meu desempenho escolar tem se tornado cada vez melhor”, frisou o aluno, acrescentando que as experiências em São Paulo estimularam ainda mais seu interesse pela área de exatas. Para Aline Nascimento, 17, o programa fortaleceu ainda mais a sua paixão pela Engenharia e a viagem trouxe grandes

benefícios. “Adquiri novas experiências e conheci outras realidades. A visita aos institutos e às exposições contribuirá com meu futuro profissional”, apontou a estudante, que pretende seguir a carreira da construção civil.

Programas Os programas Pró-Engenharias e RH-TI foram lançados em julho de 2012 pelo Governo do Estado, selecionando, inicialmente, 80 estudantes (40 para cada área) da rede pública de ensino. Integrados ao programa, os jovens foram contemplados com bolsas de estudo e aulas reforçadas no contraturno escolar. Os programas visam estimular estudantes da rede pública a seguirem carreira acadêmica e profissional, respectivamente, nas Engenharias e na área de Tecnologia da Informação, por meio de atividades orientadas. Além dos conteúdos teóricos trabalhados em sala de aula, os projetos incluem ainda atividades práticas, para que os estudantes possam conciliar os dois segmentos.

Amazonas educação revista do professor

61


Solidariedade

“Meu Velho Amigo” ganha cestas natalinas Estudantes fazem campanha para exercitar a cidadania e valorizar a vida na velhice

62

Amazonas educação revista do professor

A

pós uma campanha de arrecadação de mantimentos, os estudantes da escola estadual Frei Silvio Vaghegi, localizada no centro de Manaus, doaram 120 cestas de natal a idosos atendidos pelo projeto escolar “Meu Velho Amigo”. O projeto rendeu à unidade de ensino o prêmio “Escola Solidária” (2011) e tem a intenção de prestar auxílio a idosos de Manaus. Ao participar do projeto “Meu Velho Amigo” os estudantes – organizados em grupos de quatro componentes –, adotam um idoso ao longo do ano letivo e, dentro das possibilidades,


podem ajudá-lo com alimentação, medicamentos e demais providências. “Com o projeto, os jovens aprendem a respeitar, a ser solidários e a valorizar os idosos, passando a observar o envelhecimento como uma nova etapa da vida e não simplesmente a última”, destacou a gestora da escola e coordenadora do projeto, Maria Francisca Auxiliadora Farias. As cestas de natal entregues aos idosos foram preparadas por 636 estudantes do ensino médio que incluíram na ação solidária os seguintes itens: biscoitos, bombons, produtos de higiene (tais como creme dental, escova de dente, xampu e condicionador de cabelo, pente e perfume) e panettone.

Participando há dois anos do projeto, o estudante do 3º ano do ensino médio Diego Augusto Alencar, 19, encara a velhice como uma fase em que é primordial o espírito jovem. “O projeto possibilita um novo olhar sobre o idoso. Hoje vejo que essa fase da vida deve ser vivida com o espírito jovem e deve também ser prioridade o cuidado com a saúde e auto-estima”, disse. Para um dos beneficiados, o aposentado Álvaro Alberto Bezerra, 87, a ação trouxe mais alegria para a sua vida. “Fazer parte desse trabalho me proporciona muita alegria. Hoje me sinto mais feliz, pois as experiências que tive na vida posso compartilhar com os jovens desta escola”, enfatizou Álvaro.

“Meu Velho Amigo” O Projeto tem o objetivo de sensibilizar a juventude para que o idoso seja visto sob uma nova ótica, ou seja, uma fonte de sabedoria e experiência na qual o jovem tem muito a ganhar e assim desmistificar a idéia de que o idoso é um ser inútil e incapaz. A ação funciona de forma interdisciplinar durante o ano todo na escola Frei Silvio Vaghegi, onde são feitos trabalhos de cunho educacional, que são acompanhados pelos coordenadores de cada sala, através de reuniões periódicas.

“Com o projeto, os jovens aprendem a respeitar, a ser solidários e a valorizar os idosos” Maria Francisca Auxiliadora Farias

Amazonas educação revista do professor

63


Balanço anual No encerramento da Mostra de Gestão, estudantes, educadores e pais lotaram o bumbódromo de Parintins. Evento teve a participação do padre Fábio de Melo Lúcia Saito

P

ela primeira vez, a Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc) realizou o encerramento das Mostras de Gestão Escolar no bumbódromo de Parintins. Educadores de todos os 62 municípios amazonenses estiveram na ilha Tupinambarana para participar do evento, no dia 30 de setembro, que teve como uma das atrações o show do padre Fábio de Melo. Há nove anos, Parintins foi pioneiro em realizar a Mostra de Gestão Escolar e, atualmente, todas as escolas de Manaus e do interior realizam essa atividade, que já faz parte do calendário de eventos da Seduc. A Mostra de Gestão é uma atividade que ocorre ao longo do ano letivo e tem o objetivo de socializar com a comunidade os resultados educacionais obtidos em cada unidade de ensino. Com a ajuda das coordenadorias distritais e regionais, escolas do interior e da capital reúnem seus números, mobilizam

64

Amazonas educação revista do professor

alunos e apresentam, cada uma a sua maneira, não só o que já foi alcançado, como também as metas para o ano letivo vigente. Estudantes, educadores e pais lotaram o bumbódromo de Parintins, que contou com a presença de 20 mil pessoas. O tema de encerramento da Mostra foi “Família: a base da Educação”. O secretário da Seduc, Rossieli Soares da Silva, destacou que a família e a escola formam uma equipe. “Inúmeras dificuldades são postas na educação, hoje. Aproximar a escola da família, a comunidade vir para dentro da escola, este é um ponto primordial. A educação formal é da escola, mas sozinha não forma o caráter do ser humano. E a família, vindo para dentro da escola, traz uma série de benefícios. Esse é um grande desafio e também é a solução”, ressalta Rossieli. No encerramento da Mostra, estudantes e educadores das escolas estaduais de Parintins


Mostra de gestão

Fotos: Eduardo Cavalcante/Seduc/Divulgação

prepararam um grande espetáculo, como as escolas Araújo Filho, Senador João Bosco Ramos de Lima, Pestalozzi e Padre Paulo Mana. O evento foi finalizado com o show do padre Fábio de Melo, que emocionou os presentes com mensagens sobre a importância da família e da educação para alicerçar uma sociedade cada vez melhor.

Indicadores A Coordenadoria Regional de Educação de

Parintins vem realizando a sua Mostra de Gestão Escolar desde o dia 27 de setembro. Com o tema “Mostra de Gestão: viabilizando estratégias, otimizando resultados de ensino e aprendizagem nas escolas estaduais de Parintins”, as 18 escolas estaduais da zona urbana e as duas da zona rural do município apresentaram seus indicadores de qualidade (aprovação, reprovação e abandono), socializando com a comunidade os resultados das metas atingidas e prestando contas de seus gastos e atividades.

Amazonas educação revista do professor

65


ANÚNCIO




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.