O Catador: nas fendas do mundo onde tudo acontece

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O Catador: nas fendas do mundo onde tudo acontece



tudo manifesta




Este livro






esgaça e rasga cola e recoloca refaz e torce vira do avesso qualquer impulso travesso o coração as víceras ao som do reminescesnte



faz uma inspeção completa e quando incompleta me sacode de novo faz de tudo pode tudo ? quem diria quem escreveria quem veria noite e dia o meu amuleto o meu medalhão vórtice ressurreição morte


sorte mil e um agradecimentos maturação caminho augúrio afirmo firmeza a coisa do espaço e do tempo a brincadeira você já sabe e da onde vem não esmoreça e nem pense no que eu deveria fazer suplicas conhece só tem um ? murmuros barulhos sem fim




vamos lá obtuso simplório faz-me rir mel está acontecendo mergulho não me pergunte me pergunte saboreio sóbrio centeio nascimento brotar brotamento nascitar diga-me tudo vai vou voou por que tanta resistência? que gelo


por que tanta felicidade? me volto para as imagens respondo alguém primeira pessoa na beira das coisas na beirada a beira mar no cabideiro das estrelas volta a fita fruição as incontestáveis camadas as inconsoláveis cascatas vá em frente foi em frente frente a frente capturador recapitulador






firme na contestação como as coisas foram conduzidas não lhe tiro o mérito guepardo daquela confiança aqui estou zelando zelador vai feito o vento feito o fogo

acompanha acompanhador no vigor um jardim no rigor da liberdade pré-histórica aqui catando dizendo e lembrando ao que está entregue



o ensumo transformado coletor catador mutador transitações luz de conhecimento destrinchamento o meu processo tudo que criei o que estou criando o que crio me cria a cria que me criou via de mão dupla do que se fala do que se sente do que se mente do que se vive do que se nada tivesse do nada que se tem


do tudo que se perde aqui em todo lugar consagrou o eu amor por tantos é um segredo é um tesouro uma chave de ouro onde estão suas mãos? onde estão seus ombros? onde estão seus lábios? o tempo traz tudo tem somente para lembrar





está balançando ciência oriunda perfume da rainha floresta imperial terra terra terra terra terra terra terra água água água água água água água postura quem desconhece se engana




ainda tem confusão o valor do pedido convem vem à tona tonifica o pernóstico e sucinto movimento sinestésico de todas as coisas oblíquo desde o nascimente de quem vos percorre me digo as origens do que não se diz banho andamento discernitivo limpeza completa destreza maculada alimento incessante não há perda está tudo perdido força satisfeita fato desfeito desfecho contundente nada nada nada nada nada nada nada


caduquices de menino não se avexe não se esconda ao que interessa cálculos vácuos espasmos honestos vacúolo transgressivo não me desminta me agrida me castigue e me coroe posso lhe ser útil estou confirmando vou me segurando a citação divina a destruição de destruição de onde vem a palavra? corre solto solta o corte se porte não se importe buraco negro distorções constantes




pelas horas que são busca ininterrupta eu te reverencio por isso de joelhos de cabeça pra baixo pra que tanta ruina? faça parte da rede segundos segundos segundos segundos segundos segundos segundos existem? desabrochas desabrocho desabroche em tanta criatura em sua forma cada uma ligações protetivas balaustres



apurando apurando apurando apurando apurando apurando apurando o que é preciso apurar me lembrei de mãe me respondia concelhos congruências matutinas respostas inesperadas pelas portas diagramadas no mundo das cores raio celestial cuidado aptidões deslocadas vai e vem cocheiras de mistérios trabalhe no que recebes trabalhar trabalhar trabalhar trabalhar trabalhar





trabalhar vigor silhuetas indiscretas me contaram dividas e reliquias que pouco se vê humilhado desfacelado onipresente distinções bruxas guardiões preservação anciã valor valor valor valor prova prova prova silêncio silêncio silêncio silêncio silêncio silêncio silêncio


matula espiritual esforços límpido reconciliação geral mãe natureza disco molecular domínio abrangente conforto e sofrimento indisposta

responsabilização coadjuvante estou de olho constante assim como não se deve sendo constipação hereditária de doenças da ganância esclarecendo a necessidade pré mundana você está vivo? está tudo vivo, menos o que está morto lembranças esquecidas vontades reprimidas




ingredientes abundantes em toda parte por tudo porte tenho tanto perco o rumo volto adiante brilho resplandecente da riqueza genuina aqui está a todos de um só tamanho não queira ser grande não queira ser grande não queira ser grande pequeno pequenino pequenininho pequeniníssimo entramos em julgamento


incontestável mudança e referência já que ninguém nunca pode entender já que sentido não se entende com o entender nem no muro nem na página nem na cabeça já que a cabeça é a cabeça já que tudo está como está faz parte realoca o membro estagnado desloca as posições desmistifica e endeusa feito uma maratona insessante você voltou mas já vai eu ordeno se voltar conversamos ou não mais uma vez




É uma necessidade brutal e delicada não se diferencia não se separa o subsídio início da experiência veridica cantraria o luto de morrer na praia por que vindes até aqui? por que pensas? por que me volto à isso espaço sagrado brutal e delicado marionetes contundidas por um reboco se arrebatam transforma tudo transtudo recalibra o que se mortifica pode morrer pode transformatar não a morte histórica morte áurea morte d’alma da vontade



você divide a meta, ou é desonesta? você desmancha o tacho aquele do apuro aquele do apelo o da conquista da dolorosa festa de todas as cousas velhas serenavam a todo tempo e o tempo como pode ainda existem coisas novas como? engoli seco também é velha mas foi nova por um momento sem mais delongas com todas as delongas infinitos parenteses


logo menos as coisas práticas é um trabalho árduo a quantidade você quem quer os ossos dos grandes aos pequenos espelhos sem fundo fundo sem começo conheço reconheço e adormeço demanda basta pisar e o apocalipse as silhuetas minhas sombras não me envergonho o nada o tudo contido em algo a fome





seguem viagens as vantagens das vontades o que nos faz deixar de querer ser pedra abra sessão está aberta quem abriu foi quem abriu está aberto tudo solto exceto o que não ora não é hora aperto o cinto mas não esqueço de afrouxar não esqueça de sentir tão pouco respirar se vira são suas horas




o medo da mudança o desespero completo a falta de ar a perda do controle agonização extrema a paz suprema a observância basta besta porta e mais portas circulos e mais circulos você está dentro da roda palavras que são imagens vozes retumbantes navegantes do oceano onde tudo tem soluços medíocres protagonistas secundários soluções rocambolescas cânticos e mais cânticos melodias tardes lascas secas petalas suculentas olhares sóbrios


abraรงos quentes a coisa do quanto menos mais quanto mais menos quando menos menos quando mais traz quanto faz vais extravase corre livremente por todos os cantos micro cantos macro sonos suavizante aterrorizante reconfortante por um instante perde o sentido por uma fineza corajosa tudo se remolda com peito aberto assim no vamos ver veja tudo por mim vai que estou te vendo




bons ventos aproveite o tempo aproveite o vento sopre para mim soprando para o mundo sopro para você você para bons ventos aproveita e sopra soprei soprando e nem preciso dizer já foi soprado sopro não se entende assim como já foi soprado sopradores e sopratários bulhufas audácia melancólica enrijecida impedido o receptáculo e sua abóbada já foi dito e soprado lembrado e relembrado vomitado por quem não tem mais nem receptáculo nem abóbada mas acabo por parar


parei parei parei parei parei parei parei pare espero o repentino sempre presente alavanque vespertino esmiuçando cada vez mais vasculhando não me surpreendo me surpreendi mas não me surpreende surpreendido voltando para o agora cavando a própria cova covil dos corvos e das cóleras escutas? sereia marinha delírios dos rios





fazer acontecer quanto mais mexe mais aparece a redenção de agora em diante em diante de agora supostamente deslizando eu admito com todas as condolências camadas e camadas de profundezas todas as coisas removendo poeira trazendo partículas aplaudido sempre




prenda chave conservada continuando a viagem elevando o prazer pedagĂłgico naturalmente segue naturalmente vem se estudando tem um jardim para zelar tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo rei o alquimista que beleza conhecer


nos amostra soberana rocha brilho de beleza no criar e no fazer gestos maduros de compreensão salto alto pé resteiro em marcha terracota templo de cada sendo um testificado resguardado até o fim do fim até o início da memória





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Murilo de Azevedo 2018


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