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Carlos Moia. Director da MARATONA
from Lisboa Maraton 2017
by editorialmic
Director da MARATONA
Jornalista: António Manuel Fernandes
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A Rock’n’Roll EDP Maratona de Lisboa é a mais recente aposta do Maratona Clube de Portugal, associação desportiva que marca o panorama desportivo nacional desde o final dos anos 80, primeiro como clube de alta competição, depois também como promotor de organizações de nível internacional e também como catalisador das mudanças de hábitos que se verificaram na sociedade portuguesa, principalmente na área da Grande Lisboa – e que depois foram replicadas em diversos pontos do país.
Organizada em simultâneo com a Rock’n’Roll Meia Maratona Santander Totta RTP, a prova na distância mítica da modalidade, que decorrer numa paisagem singular, entre Cascais e Lisboa, atingiu forte projeção internacional nas anteriores quatro edições e tem neste ano de 2017 um significativo ponto de viragem. Por isso conversámos com o líder do projeto, o Comendador Carlos Móia.
Como reage a estrutura da organização aos elogios produzidos pelos media internacionais à Rock’n’Roll EDP Maratona de Lisboa?
Com grande orgulho pelo trabalho já feito, com a humildade necessária para procurar nunca fugir do rumo traçado na senda do sucesso, com a preocupação necessária para melhorarmos sempre. Senão vejamos, a Maratona de Lisboa foi referenciada recentemente pela Forbes como uma das 12 melhores da Europa. Também o American Express colocou a corrida nas listas das 19 Maratonas do Mundo de «cortar a respiração». Já o jornal canadiano Huffpost, menos conhecido em Portugal, mas com milhões de leitores, incluiu Lisboa nas 6 melhores cidades para conciliar visita e corrida. No entanto, o número atual de inscritos não nos deixa sossegados. Com estes elogios e com o esforço de divulgação que temos feito nas grandes maratonas, nas redes sociais e noutras ações, deveríamos estar na ordem dos 10 mil atletas na prova. O que nos dá algum alento é o facto de contarmos já com mais de 50 por cento de concorrentes estrangeiros.
E o que pensa fazer a organização para aumentar as participações?
Para já estamos a analisar o que foi feito e o retorno que temos tido. Só com os números finais podemos elaborar um plano de ação, contudo não temos dúvidas nenhumas que o esforço tem de ser feito com base na divulgação e comunicação.
A par das preocupações com a massificação existe também a atenção à participação da elite. A prova atingiu desde logo a etiqueta de ouro (Gold Label Road Race) da Federação
Internacional (IAAF) e tem vindo a atrair cada vez melhores atletas.
Até que ponto é importante manter a atenção nesta vertente?
É de máxima importância continuarmos a dotar a prova com atletas de grande nível internacional, porque é pelos resultados acima da média que conseguimos elevar a nossa organização aos patamares exigidos pelo facto de sermos Gold Label da IAAF. Também é pela sua participação que os media internacionais dão importância aos nossos eventos, dando-lhes o eco que nenhuma outra prova portuguesa consegue alcançar neste momento.
As mudanças de 2017
Apesar do sucesso que já se referiu, a edição de 2017 tem mudanças significativas. O que esteve na origem destas alterações?
Esta alteração de percurso, como consequência de termos um novo local para o final da corrida, deve-se a dois fatores: o primeiro é o cansaço que notávamos existir entre os corredores em relação ao percurso, que tinha zonas sem público e que provocavam muito tédio. O segundo motivo prende-se com o facto de querermos que a Maratona seja mais rápida para todos. Na anterior chegada, no Parque das Nações, chegava um momento em que o percurso afunilava, atrasando os corredores.
Por isso, recebendo todo o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, especialmente do seu presidente, Fernando Medina, que foi um dos responsáveis pela ideia, decidimos mudar a chegada da prova para o centro da cidade, que é o que acontece, por exemplo, em Paris, Londres ou Nova Iorque. Agora vamos para um dos “postais” da cidade, atravessando o Arco da Rua Augusta e temos o rio como paisagem de fundo para os corredores.
Esta mudança tem a ver com o novo paradigma de Lisboa ser um destino quase obrigatório do turismo mundial?
Sim, porque não? Repare-se que o Maratona Clube de Portugal, através das
suas organizações, é responsável pela presença de mais de 20 mil estrangeiros em Lisboa, pois os corredores não vêm sozinhos, aproveitam para trazer a família ou amigos. Aliás, em estudos de impacto económico que a Câmara Municipal de Lisboa já realizou, apenas uma competição mundial de vela ultrapassou os nossos números, com o que isso trouxe de bom para a hotelaria e restauração. Foi também a pensar neles que produzimos estas alterações, já que aqui no centro de Lisboa, e particularmente no Terreiro do Paço e suas zonas limítrofes, temos interfaces de transporte público como autocarros, metro, comboio e barco, o que facilitará a vida e deslocações a milhares de pessoas.
O Comendador Carlos Móia já correu em várias maratonas no Mundo e nessa ótica de corredor o que destaca nesta prova?
O que é difícil é não destacar algo! A partida é dada numa das cidades mais bonitas e icónicas de Portugal, Cascais, e a prova desenrola-se depois na magnífica estrada do Guincho, também já com fama mundial, por força de importantes realizações desportivas que ali se desenrolam. Depois, voltando a Cascais estamos em direção à Avenida Marginal, de cuja grandiosidade já falámos, devido às referências na Forbes e na American Express, atravessando Oeiras e chegando a Lisboa, onde passaremos por todos os grandes monumentos dos Descobrimentos, seguindo em direção ao coração da cidade, contornando os Restauradores e fazendo a viragem na Avenida da Liberdade, percorrendo o Rossio para corrermos a Rua Augusta e atravessarmos o seu icónico Arco para terminarmos no Terreiro do Paço. São tantos os pontos importantes a reter na imagem, alguns deles com a presença de bandas de música para elevar o nosso estado de ânimo. Há, finalmente, uma palavra a dizer aos corredores: desfrutem de um dos melhores percursos do planeta para correr uma maratona, atravessando ainda pedaços de história deste país que soube dar novos rumos ao Mundo. •••
A Rock’n’Roll EDP Maratona de Lisboa é a mais recente aposta do Maratona Clube de Portugal, associação desportiva que marca o panorama desportivo nacional desde o final dos anos 80, primeiro como clube de alta competição, depois também como promotor de organizações de nível internacional e também como catalisador das mudanças de hábitos que se verificaram na sociedade portuguesa, principalmente na área da Grande Lisboa – e que depois foram replicadas em diversos pontos do país “ Interview with Carlos Moia Journalist: António Manuel Fernandes
The Rock’n’Roll EDP Lisbon Marathon is the latest bet from Maratona Clube de Portugal, a sports association that has marked the national sporting scene since the end of the 80’s, first as a high competition club, and also as a promoter of international level and also as a catalyst for changes in Portuguese society, mainly in the Greater Lisbon area - and then replicated in different parts of the country.
The event is organized with the Rock’n’Roll Santander Totta RTP Half Marathon, the event takes place in a singular landscape, between Cascais and Lisbon, and has reached a strong international projection in the previous four editions. This year of 2017 was a significant turning point. That’s why we talked to the project leader, Chairman Carlos Móia.
How does the structure of the organization respond to international media praises at the Rock’n’Roll EDP Lisbon Marathon?
- With great pride in the work already done, with the humility necessary to try never to escape from the course set in the path of success, with the necessary concern to always improve. As a result, the Lisbon Marathon was recently referenced by Forbes as one of the 12 best in Europe. Also the American Express put the race on the list of the 19 Marathons of the World of “to take a breath”. The Canadian newspaper Huffpost, less known in Portugal, but with millions of readers, included Lisbon in the 6 best cities to reconcile visiting and racing. However, the current number of subscribers does not leave us alone. With these compliments and the publicity effort we have made in the big marathons, social networks and in other promotional actions, we should have more than 10 thousand athletes put to the test. This gives us some encouragement because we already have more than 50 percent of foreign competitors.
And what does the organization intend to do to increase these participations?
For now we are analyzing what was done and the feedback we have had. Only with the final numbers can we draw up a plan of action, however we have no doubt that the effort has to be made based on the dissemination and communication.
Therefore, receiving the support of the Lisbon City Council, especially its president, Fernando Medina, who was responsible for the idea, decided to change the arrival of the test to the city center, which is what happens, for example, in Paris, London or New York. Now we go to one of the “postcards” of the city, crossing the Arch Rua Augusta and we have the river as the background and landscape for the runners.
Along with the concerns about massification there is also attention to the Elite participation. The event has since reached the Gold Label Road Race of the International Federation (IAAF) and has been attracting more and better athletes. To what extent is it important to keep our attention in this area?
It is of utmost importance that we continue to endorse the competition with