omd | 40 Entrevista
Celso Guimarães de Sousa, médico dentista
“Sistema na Holanda reprime um bocado a liberdade criativa do médico dentista” A paternidade levou-o a mudar o rumo da vida profissional. Entre um futuro incerto em Portugal ou uma oportunidade aliciante de trabalho na Holanda, Celso Guimarães de Sousa escolheu emigrar. Aos 26 anos vive e exerce em Leeuwarden, uma cidade com pouco mais de 100 mil habitantes, localizada no extremo norte da Holanda, a cerca de 150 km de Amesterdão. Apesar da agenda cheia, Celso Guimarães de Sousa diz ter uma vida tranquila onde concilia trabalho/ família. Em entrevista à Revista da OMD explica como é ser médico dentista na Holanda e porque pretende regressar nos próximos anos.
ROM - Como surgiu a Holanda no seu percurso profissional? CGS - Fui para a Holanda em agosto de 2017. O motivo foi o mercado de trabalho em Portugal. Na altura, descobri que ia ser pai e as opções que tinha eram ficar a viver à custa dos meus pais para sustentar a minha filha ou ir para o mercado de trabalho. Quando tirei o curso, tive uma experiência
de trabalho de cerca de duas semanas numa clínica que acabou por não me remunerar. Era um daqueles sistemas de percentagem, em que me disseram que ia receber 40%, mas o trabalho que eu recebia ou era a prótese que estava mal colocada ou uma restauração que estava alta, tarefas que não eram declaradas. Depois fui para Cuba, onde tirei um curso de dois meses de cirurgia oral. Vol-
tei a procurar emprego e percebi que a única solução era emigrar. A Holanda é o país que tem a melhor relação trabalho/ família. ROMD - Quais os requisitos, por exemplo linguísticos, que lhe foram exigidos? CGS - Para se trabalhar na Holanda como médico dentista independente é necessário fazer o exame de holandês do Babbel (é o