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2018 FEIRA MEDIEVAL DE SILVES: “SILVES, 1189. A CONQUISTA” É TEMA CENTRAL DA EDIÇÃO DE 2018 A décima quinta edição da FEIRA MEDIEVAL DE SILVES realizase entre os dias 10 e 19 de agosto de 2018, no centro histórico desta cidade algarvia. Serão 10 dias de recriação histórica do período medieval da antiga capital do Reino do Algarve. Nesta edição recordaremos SILVES, 1189. A CONQUISTA, envolvendo-nos no ambiente político e bélico que levaria à tomada da cidade pelos cristãos, liderados pelo Rei D. Sancho Primeiro, que contou com o apoio dos cruzados que se dirigiam à Terra Santa para a III Cruzada. Entre as 18h00 e a 01h00 os visitantes terão oportunidade de viver aventuras únicas: dois torneios a cavalo por dia, animação exclusiva no Castelo, manjares medievais, experiências memoráveis que os farão regressar a outras épocas e perceber o que a cidade terá sido outrora. Num ambiente e cenário únicos, constituídos pelo traçado peculiar do tecido urbano e pela imponência dos seus monumentos, todos serão convidados a fazer deste evento a grande festa do Verão algarvio! Contextualização histórica Nesta edição da Feira Medieval teremos como tema a primeira tomada de Silves pelos Cristãos, ocorrida em 1189. Este relevante episódio da nossa história assume particular interesse porquanto o cerco da cidade, que antecedeu a conquista e que teve a duração de 45 dias, foi integralmente 4
relatado sob a forma de diário, por um dos cruzados que no mesmo tomou parte. Tal circunstância permite-nos, com a distância a que obriga o sentido crítico e a cuidadosa leitura de outras fontes que se assumem como contraditório, ter uma noção muito completa deste evento. O cruzado, que não assina o documento, é por nós conhecido como “Cruzado Anónimo” e o seu escrito, encontrado numa biblioteca da cidade italiana de Turim, é publicado pela primeira vez em 1844 e tem por título “Relação da Derrota Naval, Façanhas e Sucessos dos Cruzados que Parti’rão do Escalda para a Terra Santa no Ano de 1189”. Em 1189 a cidade era dominada pelos Almóadas, tribo berbere que se organiza a partir de Marrocos, com o objetivo de unificar o Império muçulmano, algo fragmentado, após tentativa reunificadora perpetrada com insucesso pelos Almorávidas. À frente da cidade está Abu Becre Ibn Wazir a quem os cruzados chamavam Albainus. Aparentemente, este Ibn Wazir era filho de Mahomed Ibn Wazir, senhor de Évora, que também governou Beja, Silves e Badajoz. Numa primeira fase partidário de Ibn Qasí, que dominou o reino de Silves durante a 1ª metade do século XII, torna-se seu opositor e após a sua morte, em 1151, chefia a cidade até os Almorávidas o destronarem, em 1157. O seu filho, também conhecido por Abu Becre Ibn Wazir Al-Xelbi é um dos mais importantes personagens do cerco de 1189. Guerreiro bem treinado, homem forte e persistente, resiste heroicamente durante um longo período de tempo, a um exército composto por mais de setenta embarcações e um número incontável de cavaleiros.
Do outro lado temos D. Sancho I, o rei cristão que aproveita a passagem da terceira cruzada do oriente, chefiada por Frederico Barba Roxa da Germania e Henrique II da Bretania, para tentar a conquista de Silves, o que equivaleria ao domínio de todo o Gharb. Os cristãos passam os fossos e transpõem a muralha do arrabalde tomando a cidade baixa no primeiro dia mas, a inexpugnabilidade das muralhas da almedina permitem uma longa resistência e, só o derrube da Couraça, que protegia o canal de acesso à água e a consequente impossibilidade de abastecimento, provoca a rendição dos muçulmanos. Ibn Wazir é poupado e segue para o exílio, em Sevilha, voltando a destacar-se ainda durante o domínio Almóada, pois é um dos guerreiros que integra o exército de Yacub al-Mansur quando, em 1191, este devolve aos muçulmanos o domínio da cidade.
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2018 OS PROTAGONISTAS DA CONQUISTA DE 1189 OS CIDADÃOS ANÓNIMOS QUE VIVERAM O CERCO Muitos foram os cidadãos anónimos que viveram os 45 dias do cerco de Silves, partilhando tudo o que ele representou de alterações nas suas vidas, não somente ao nível político e administrativo, mas no que toca aos sentimentos, às ligações, aos afetos ou aos ódios desses momentos tão marcantes e tão duros. Os medos e os sentimentos de todos os que experimentaram o assédio, de um lado ou do outro da muralha, são a história que conta a XV Feira Medieval de Silves, dando nota da vida desta cidade e dos factos que alteraram para sempre a vida dos seus habitantes no século XII. De entre todos os anónimos desse período, o mais conhecido dos que passaram por Silves em 1189 terá sido cruzado e terá deixado um manuscrito que descreve a campanha militar que proporcionou a ocupação cristã. Este manuscrito que se encontra na biblioteca da Academia das Ciências de Turim, foi descoberto e adquirido em Aix-en-Provence pelo académico italiano Costanzo Gazzera, que foi o seu primeiro transcritor e editor. João Baptista da Silva Lopes, estudioso da história algarvia, também publicou este texto (pela Academia de Ciências), tendo-o traduzido para Português e acrescentado comentários. Foi, todavia, Charles Wendell David, outro investigador, quem lhe atribuiu o título pelo qual é hoje conhecido: Narratio de itinere navali peregrinorum Hierosolymam tendentium et Silviam capientium, a. d. 1189.
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O Cruzado Anónimo, como ficou conhecido, descreve, num estilo muito direto e com linguagem simples, o sistema defensivo de Silves, os grupos que faziam parte da sociedade local, regista nomes de lugares no território da Xilb habitados e dá nota das particularidades da construção e da magnificência das localidades sob domínio muçulmano. O seu testemunho será o resultado da observação direta, mas também de relatos que lhe
terão sido transmitidos e acredita-se que teria recorrido ao saber de alguns clássicos (como Varrão e Plínio), bem como de alguns importantes estudiosos muçulmanos, como Idrisi, o geógrafo que visitou e descreveu Silves em torno ao ano 1100. Onde e quando foi escrito o original deste texto não se sabe, pois a cópia conhecida é do início do século XIII. Do seu autor também pouco se sabe, mas acredita-se que seria de origem germânica, pois compara Silves a Goslar, provavelmente a sua cidade natal e, portanto, pertenceria ao grupo de Cruzados que, a caminho de Jerusalém, ajudaram Sancho I na Conquista da Cidade. SANCHO I Outro dos que marca, indelevelmente a Conquista de Silves é D. Sancho I (1154-1212), o segundo Rei de Portugal, filho de D. Afonso I e de D. Mafalda e o primeiro monarca a intitular-se Rei de Portugal e dos Algarves. Casou com D. Dulce de Aragão (1174) e, após a morte de seu pai, foi solenemente aclamado em Coimbra. Grande administrador, protegeu a fomentou a indústria, tendo sido o povoamento das terras uma das suas maiores preocupações (criou concelhos e concedeu cartas de foral). Foi, ainda, responsável por mais um período de expansão do território, sendo o conquistador de Silves (que era na altura uma cidade com uma população de cerca de 6200 habitantes, durante o cerco aumentada com os que, vivendo nos campos envolventes, ali se refugiram em busca de proteção e uma das mais ricas do Gharb al-Andaluz) e Albufeira, que depois perderia. Contou com ajuda de cruzados estrangeiros que se dirigiam à Terra Santa, participando na III Cruzada, após a conquista de Jerusalém pelo Sultão Saladino (Nácer Salá Adim Iúçufe ibne Aiube) para concretizar a conquista de Silves, que aconteceria a
2018 3 de setembro de 1189, após um longo cerco. Sancho I negociou a rendição das hostes muçulmanas e concordou com a sua saída da cidade, devendo deixar todas as riquezas, levando somente uma muda de roupa. Os cruzados, a quem o rei concedera o direito a saquear a cidade vazia, concordaram inicialmente com esta proposta, mas atacaram e chacinaram os muçulmanos quando estes abandonavam a medina. Para além dos conflitos que liderou contra os muçulmanos, também esteve em guerra com o reino cristão de Leão. Preocupou-se igualmente com a necessidade de tornar mais coeso o seu poder enquanto rei, e com esse objetivo lutou contra o forte poder do clero. Apesar das suas características beligerantes era interessado na cultura e foi também poeta, tendo enviado muitos bolseiros portugueses a universidades estrangeiras. Pai de uma descendência numerosa (de entre a qual se destacam as Beatas D. Teresa, mulher de D. Afonso IX de Leão, D. Sancha e D. Mafalda, Rainha de Castela, bem como D. Berengária, rainha da Dinamarca pelo seu casamento com Valdemar II) deixaria o trono a seu filho, D. Afonso II. ABU BECRE IBN WAZIR Do lado oposto, à frente das tropas muçulmanas encontrava- se o bravo Abu Becre Ibn Wazir Al-Xelbi (ou Uazir), a quem os cruzados chamavam Albainus. Era filho de outro Ibn Wazir, de Évora, em tempos partidário de Ibn Qasí, personagem que foi figura central da Feira Medieval de Silves de 2016. A sua ação no cerco da cidade, dizem algumas fontes, poderá ter sido resultado de inexperiência, de não terem sido fechadas as fronteiras e do medo, que não o levou a contra-atacar, mas é descrito por autores muçulmanos como um guerreiro hábil e experimentado e que foi, e, 1191, muito preponderante na reconquista da cidade pelos árabes, liderada por Yakub alMansur (que em 1189 estava no Norte de África). Após a rendição, Ibn Wazir é poupado e segue para o exílio em Sevilha. 8
Permanece uma personagem pouco conhecida e de quem pouco se fala, mas que importa recordar quando relembramos este episódio tão importante da história de Silves.
BIBLIOGRAFIA: Serrão, Joel (dir.), 1976. Pequeno Dicionário de História de Portugal, Lisboa: Iniciativas Editoriais. Serrão, Joaquim Veríssimo, 1978. História de Portugal, Volume I: Estado, Pátria e Nação (1080-1415), 2.ª ed., Lisboa: Verbo, In Portal da História (http://www.arqnet.pt/portal/portugal/temashistoria/sancho1.html, consultado a 12/06/2018). Pereira, Armando de Sousa, 2010. “Silves no Itinerário da Terceira Cruzada: um Testemunho Teutónico”, in Revista Militar, Nº 2496, janeiro de 2010 (https://www.revistamilitar.pt/ artigo/538, consultado a 12/06/2018).
A Tomada de Silves dia a dia
DIA 10 DE AGOSTO
Estamos no dia 20 de julho do ano de 1189. Do alto na nossa alcáçova observamos, muito ao longe, em local de onde certamente se avista o mar, mais de trinta naus. Parece-nos ser a terceira cruzada que, tivemos notícia, se deslocaria para a Terra Santa. Devem preparar-se para nos atacar. Os Cristãos vão tentar tomar a cidade. Valha-nos Alá!
DIA 11 DE AGOSTO O rio Arade está adoentado e em frente à cidade mostra já pouco fundo, os cruzados não vão conseguir chegar aqui naqueles barcos de tão grande calado. Mas atenção que chegam forças por terra, parece que já ultrapassaram a muralha da cidade baixa. Não vamos capitular, jamais conseguirão entrar na cidade alta, pois as nossas muralhas são potentes e inexpugnáveis.
DIA 12 DE AGOSTO Hoje, Silves amanheceu calma, temos a cavalaria cristã estacionada na parte poente da cidade mas vemos muita movimentação na zona ribeirinha. Parece que trabalham em máquinas de guerra e já ontem tentaram minar a couraça. Esperemos que não a destruam, pois ficaremos sem abastecimento de água.
DIA 13 DE AGOSTO O sol já vai alto e a labuta dos cristãos não pára. Há pouco atingiram o nosso muezzin que, do alto do minarete da mesquita do arrabalde, chamava para a oração do meiodia. Que crueldade! O povo continua a sua rotina, mas está muito preocupado. As mães já não permitem que os filhos se desloquem à madraza para a aprendizagem das letras e do Corão.
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2018 DIA 14 DE AGOSTO Os Cristãos não param de nos atormentar e por duas vezes minaram a couraça mas sem êxito. Quando ela se for morreremos todos pois a água da pequena mina do nosso castelo está quase seca. As famílias estão em casa, amedrontadas, e os mantimentos já começam a escassear nos mercados. Que Alá nos ajude.
DIA 15 DE AGOSTO Há dezoito dias que as tropas cristãs nos cercam, há fome e, alguns dos nossos, os mais frágeis, já pereceram. Não conseguimos levá-los à sua morada final pois os cemitérios estão fora de portas. Ontem, quando o sol já se punha, conseguiram deitar a baixo a nossa couraça pelo que a água já não chega à medina.
DIA 16 DE AGOSTO Estamos desalentados, as máquinas de guerra provocaram grandes rombos nas muralhas e alguns elementos do exército inimigo tentam trespassá-la, mas estamos a ripostar com todas as nossas forças, pegando em armas para os repelir. Com a graça do nosso deus, havemos de vencer. Xilb ainda é a nossa Xilb!
DIA 17 DE AGOSTO Hoje é dia 3 de setembro, o dia nasceu solarengo mas os nossos corações estão cinzentos e sem alegria. O medo e a doença apoderaram-se do nosso povo. Muitos de nós morreram, pois os mantimentos já não existem e quem sobreviveu está doente e sem ânimo. Parece que não teremos alternativa à rendição. Tentaremos junto de D. Sancho obter alguma benevolência.
DIA 18 DE AGOSTO D. Sancho é benevolente e prometeu que nos deixaria com os nossos pertences mas parece que os cruzados não concordam e querem saquear toda a cidade. D. sancho chegou até a prometer dez mil cruzados de oiro, que depois elevou para vinte, mas sem êxito. Os cruzados fazem-nos sair da cidade apenas com o que temos vestido.
DIA 19 DE AGOSTO Que nos deixem viver na nossa amada XILB ainda que sob o seu domínio. Amamos a nossa cidade, envolta em terrenos férteis e campos repletos de árvores frondosas, mercados bem abastecidos, porto dinâmico e fácil acesso aos mares. Mares por onde circulam produtos e ideias. Terra de poetas, terra de cultura, terra de homens e mulheres laboriosas, terra próspera e bela. O sol continuará a brilhar nesta terra, hoje e sempre, seja qual for a ideologia e a religião.
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ROSA PALMA,
Presidente da Câmara Municipal de Silves
«QUEREMOS QUE O VISITANTE SE SINTA NUM LUGAR MÁGICO» Rosa Palma, Presidente da CMS, considera a Feira Medieval de Silves uma referência no que toca a este tipo de eventos, quer em Portugal, quer na Europa e revela algumas das suas preocupações na preparação de mais uma edição, a XV. Relações Públicas CMS (RP - CMS) – A Feira Medieval de Silves vai chegar à sua XV edição. Quinze anos a contar as “histórias” de Silves e dos seus ilustres habitantes de outros tempos. Como se faz para inovar numa situação destas e continuar a ter um evento de referência? Rosa Palma (RP) – Silves nunca deixará de ter histórias e personagens para dar a conhecer. Temos um passado riquíssimo de acontecimentos e personagens, que nos revelam como se viveu, como se trabalhou, como se guerreou e até como se amou noutras épocas. E se nos faltarem as personagens reais, podemos sempre recorrer ao imaginário popular e recordar as lendas e histórias de mouras e príncipes, que sempre encantaram e continuarão a encantar. E acho que o caminho da inovação passa, precisamente, pela redescoberta e pelo recontar de todas estas memórias, de formas atrativas e únicas. Este ano, por exemplo, trabalhámos para que a animação fosse ainda melhor e mais espetacular que em anos anteriores, oferecendo aos visitantes momentos inesquecíveis, experiências que não conseguirão noutro lugar, pois não acredito que exista outro lugar onde a história, o património, a arquitetura se conjuguem de forma tão perfeita para nos transportar numa viagem no tempo. Estes 15 anos serão marcados precisamente pela melhoria daquilo que oferecemos, pela melhoria na qualidade do espaço, que se pretende que seja bem fruído e a melhoria na qualidade do
que há na feira em termos de animação. O que queremos é que o visitante se sinta num lugar mágico e que se envolva em tudo o que acontece, porque é ele também um personagem da nossa história, daquela que vamos reviver. RP - CMS – Ao longo destas edições, nomeadamente as últimas, têm sido introduzidas novidades, sobretudo, por exemplo, no que toca à melhoria da recolha de resíduos e sensibilização dos participantes e visitantes para esse facto. Vai continuar a apostarse nesse sentido? RP – Sim, sem dúvida, uma vez que temos o evento certificado como “Ecoevento” pela Algar desde há quatro anos a esta parte. Assim sendo, é nossa preocupação central sensibilizar quem vem à Feira para que use corretamente os recipientes do lixo e colabore na preservação do meio ambiente. Se todos colaborarem, os números relativos a resíduos que enviamos para reciclagem continuarão a aumentar e teremos um evento com uma pegada ecológica cada vez menor, Essa é uma forma de inovar, que efetivamente marca este 15º aniversário da Feira Medieval de Silves.
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2018 RP - CMS – A Feira Medieval de Silves é um dos grandes eventos da cidade. Qual a sua importância para o concelho? RP – A Feira Medieval de Silves é um dos eventos âncora do nosso Município, um evento que nos permite simultaneamente abordar as questões ligadas à nossa história e património, fazendo a promoção turística do nosso território e promovendo ações de carácter cultural, que nos tornam um destino apelativo para diversos tipos de público. Ao mesmo tempo, permite que marquemos o panorama regional estival, época durante a qual todos os municípios procuram realizar eventos que possam atrair os visitantes que a região concentra. Para além disso, este acontecimento é aguardado pelos silvenses com expetativa, já que movimenta o tecido empresarial local, permitindo que o pequeno comércio e a restauração tenham uma dinâmica que dificilmente se consegue noutras ocasiões. Também as coletividades, que participam ativamente na feira, têm nela a oportunidade de gerar fundos muitíssimo úteis e importantes para o seu funcionamento e atividades. Por isso, a Feira Medieval de Silves é um evento de grande importância e significado para a autarquia. RP - CMS – A Feira é a grande aposta da autarquia, em termos de eventos, mas a Câmara Municipal de Silves quer crescer e afirmarse, não só pela sua história e património monumental, mas também pelo património imaterial. O que tem sido feito nesse sentido?
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RP – Temos vindo a promover ações que, não apenas no Verão, mas também na época baixa, possam comprovar a capacidade de atrair do concelho. E não me refiro somente, como diz, ao património histórico e monumental, mas à gastronomia, aos produtos da terra e, sobretudo, àquilo que está profundamente enraizado em nós e que faz dos silvenses um povo generoso e aberto. Dou o exemplo dos vinhos que têm motivado diversas ações e que se agrupam na marca da autarquia “Vinhos de Silves” (o Jazz nas Adegas, que recomeçará em outubro próximo, com um novo formato e estrutura), da laranja, de que somos a capital (“Silves Capital da Laranja”, outra marca do Município), da caldeirada e do folar. Todos estes produtos são emblemas de nós mesmos e permitem-nos chegar a quem nos visita, motivando interesse e curiosidade e gerando receitas, que é muito importante para a economia local.
Este tipo de preocupação é central para nós e trabalhamos empenhadamente para que Silves seja, no panorama regional, uma marca forte, um símbolo de diferenciação e de afirmação de genuinidade. Porque é isso que faz a diferença! RP - CMS – O evento tem uma dimensão e uma estrutura bastante grande e autarquia faz um trabalho de grande monta para que ele continue a ser uma referência. Como é que se trabalha para atingir esse objetivo? RP – Contamos com muitos apoios, que desde já agradeço, pois são um importante contributo para a organização de custos da Feira Medieval. A todos os que nos patrocinam e que são nossos parceiros media, o meu muito obrigada! O mais importante apoio que temos é o do simples cidadão que vem ao evento, que participa e que se nos dirige e nos dá uma palavra de estímulo, pois é para ele que trabalhamos e damos tudo o que temos de melhor para pôr de pé este evento! Este evento envolve largas dezenas de funcionários e esse é, também, um grande apoio, pois é o seu esforço e o seu empenho que permite que tudo corra “sobre rodas” e que o visitante possa desfrutar de um cenário perfeito para viver uma aventura como a que habitualmente propomos. O staff da autarquia durante longos meses prepara a Feira Medieval de Silves, gastando longas horas na conceção de tudo o que a ela está associado e é preciso reconhecer e agradecer aos que trabalham, sem serem vistos, mas cujo trabalho é determinante para o sucesso desta ação! Artistas, coletividades, artesãos e taberneiros também são fundamentais e são o toque da varinha de condão, que permite que a magia aconteça perante os olhares de todos nós. E é neste espírito de criação de sinergias que se trabalha para se poder montar este evento. Se não for assim, nada acontece e nada terá sucesso. Portanto, é esse o espírito que se pretende afirmar: em colaboração, crescendo juntos, temos mais uma história de sucesso para contar sobre Silves e sobre este evento, que revela a nossa natureza, de gente amável que sabe acolher, mas aguerrida e trabalhadora, que busca um futuro melhor!
ANDRÉ BOTO deu vida aos
personagens da conquista de silves A imagem da XV Feira Medieval de Silves volta a ser uma criação do fotógrafo André Boto. Tendo como tema base “Silves, 1189. A Conquista” dará a conhecer o famoso episódio da história da cidade, no qual o Rei D. Sancho I, com ajuda dos Cruzados que se dirigiam à Terra Santa, toma a cidade. Na sessão fotográfica (que este ano decorreu na Casa da Cultura Islâmica e Mediterrânica, com a colaboração do Centro de Estudos Luso-Árabes de Silves - CELAS) que permitiu a criação da imagem da XV Feira Medieval de Silves procurou-se criar uma imagem vívida e dramática de dois guerreiros, um cristão e um muçulmano, que certamente, ao longo dos vários meses que durou o cerco à cidade (de junho a setembro, mais precisamente até dia 3 desse mês) e durante o confronto se terão enfrentado. A determinação de ambos os lados em confronto está retratada, bem como a presença de todos os demais que viviam na cidade ou que seguiam os combatentes, personificados pelo místico rosto que aparece quase como que uma sombra e as mulheres e crianças, personificados pela jovem que olha o infinito, em busca de melhores dias. «Creio que a imagem deste ano é muito poderosa e fará, por certo, trabalhar a imaginação de quem a vir, convidando a que possam estar em Silves, de 10 a 19 de agosto, na XV edição deste evento», diz Rosa Palma, Presidente da Câmara Municipal de Silves. «Queríamos, precisamente, continuar a dar uma dimensão de grande dramatismo, diria mesmo cinematográfica, a esta criação, já que a história de Silves, cheia de episódios grandiosos, personagens de grande poder e influência, lendas e poesia, nos permite explorar com muita força tudo o que diz respeito à produção visual», reforça a autarca. André Boto, que volta a ser o criativo por trás deste trabalho, diz a propósito das suas preocupações ao preparar este trabalho: «Penso que em primeiro lugar é preciso ter em conta o objetivo para o
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qual se destina este tipo de imagem. Deve ter impacto suficiente para “agarrar” o espectador em poucos segundos ou frações de segundo. É importante ter em mente que é uma imagem comercial, e a forma de chegar à maior tranche possível de público é ter impacto e características que potenciem que a imagem comunique com a maior franja possível de público, já que o evento pretende atingir um vasto leque de pessoas em termos de idades». Nesta medida, o fotógrafo considera que «o tema deste ano abriu espaço para algo importante em termos de uma comunicação visual eficaz, que é a ação», pois, na sua opinião, uma vez que está relacionado com a conquista, «pede movimento/ação, expressões fortes e consequentemente uma maior comunicação com o espectador».
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«O maior desafio este ano», diz André Boto, «era encontrar as personagens que mais facilmente encarnassem o perfil de verdadeiros guerreiros em termos de fisionomia e também de simulação de movimentos/posições para a imagem final». E a opinião de todos os que têm visto a imagem da XV Feira Medieval de Silves é unânime e coincidente com a do seu autor: «Dificilmente poderíamos ter tido melhores figurantes para conseguir isso. Temos uma imagem muito cinematográfica!» E mais uma vez, a autarquia recorreu a voluntários para a criação da imagem do evento, facto que André Boto vê como uma mais-valia: «Penso que é uma opção muito inteligente, pois a utilização de “pessoas reais” (não atores) faz com que o potencial visitante da feira tenha de certa forma uma relação de maior proximidade com o próprio evento», refere e salienta que esta «é uma opção que muitas grandes marcas estão a tomar para ter maior proximidade com os seus clientes e penso que também neste caso da Feira Medieval de Silves é uma forma de estabelecer laços emocionais com quem visita o evento».
Rosa Palma defende que esta estratégia começa, também, com escolha do próprio fotógrafo: «O André Boto trabalha connosco há já alguns anos, é alguém que viveu e cresceu na cidade de Silves e, portanto, conhece o espaço, os monumentos, as pessoas e tem um olhar muito particular sobre a Feira Medieval, como tem sido possível ver», diz a autarca e reforça: «O que nos interessa é poder envolver as pessoas, fazê-las participar naquele que é efetivamente o maior evento da cidade e esse envolvimento apenas reforça aquilo que queremos: que a nossa identidade seja profunda e evidentemente vincada na forma como o evento decorre. É isso que faz desta feira uma feira diferente das demais!» Os próprios modelos, que ao longo dos anos foram trabalhando com a autarquia e com o fotógrafo neste evento estão de acordo. João Vitorino, que em 2017 foi o rosto de Al-Mutamid e em 2013 também participou sem personagem definida, diz: «A Feira é uma das imagens de marca da cidade e as pessoas que cá vivem têm muito orgulho do evento. Isso nota-se bastante no dia da sessão, no qual o entusiasmo dos participantes é enorme. É algo mais autêntico que a utilização de profissionais.» Raquel Martins, que participou em 2014 e 2015 diz mesmo que «sendo natural de Silves e tendo crescido a vida inteira nesta cidade, constituiu um grande orgulho poder dar cara aos eventos que aqui são realizados». E mesmo quem não é natural da cidade, mas vive o evento, como é o caso da Ana Castro, passa «a ver a feira como algo familiar, do qual sinto um orgulho imenso». Bruno Guerreiro, que este ano encarna o guerreiro cristão, também concorda: «É uma forma de integrar as pessoas da terra e é nítido que tem sido uma aposta ganha! Qualquer cartaz dos últimos anos está ao mais alto nível de qualidade, o que faz
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2018 de simples figurantes voluntários estrelas de cartaz. Já recebi comentários que estamos ao nível de um cartaz Hollywood!» O trabalho de preparação da imagem da Feira Medieval de Silves começa bem antes do evento e é dividido em várias fases, para que tudo permita o melhor resultado final. André Boto destaca, todavia, a importância da «fase de preparação inicial», para o «sucesso do resultado final». Após a definição do tema «há uma fase de pesquisa onde se procura o que já foi realizado nesse âmbito, que é importante para saber e também para procurar novas ideias que possam resultar em termos de imagens», diz o fotógrafo. «A seguir vem a fase de escolher as personagens/figurantes que se enquadrem nas características de cada personagem que vai ser representada. Habitualmente há uma fase de esboço, em que as ideias são apresentadas em reunião e depois segue-se a fase da sessão fotográfica com toda a equipa e figurantes». «É uma experiência fantástica, muito divertida», diz João Vitorino a propósito da sessão fotográfica da Feira Medieval de Silves. «O dia da sessão é sempre emocionante, partilhar esses momentos com os restantes figurantes, staff e fotógrafo – que é de um profissionalismo brutal, deixa-nos extremamente à vontade - é uma experiência e um tempo muito bem passado». Mas retratar um personagem que muitas vezes não se conhece muito e cuja história sabemos dos livros não é um processo fácil. «É desafiante conseguir passar emoções em apenas um frame, sem qualquer suporte de palavras, sons ou gestos», salienta João Vitorino, que diz ter sido esse o seu «maior desafio». Para Ana Castro, participante em 2016 e 2017, este trabalho é profundamente aliciante. A modelo considera que o fotógrafo «transforma a sessão fotográfica em autênticas obras de arte», pois consegue que todos deem o máximo da sua «expressividade e qualidade». «Adorei participar e estarei sempre disponível para o fazer, pois é um desafio representar um evento grandioso como este. O maior desafio é andar na rua e ver as minhas fotos e pensar: “mas eu sou mesmo aquela???”», conclui. 18
A última fase é a mais solitária, já que nela o criativo vai dar forma à imagem final, que nada tem a ver com aquilo que se vê na
sessão fotográfica. Esta é a «fase mais demorada e aquela em que todos os planos feitos e imaginados anteriormente ganham forma», explica. Naturalmente, a equipa que trabalha neste projeto ajuda o fotógrafo a ter um processo mais fácil de criação. «É sempre um trabalho em equipa», diz André Boto e este ano integraram o grupo de trabalho vários modelos: Bruno Guerreiro (o cristão), António Santos (o muçulmano), Catarina Marreiros (a jovem) e Eduardo Ramos, o músico silvense que, mais uma vez, se associa a este evento, onde também atua todos os anos. Anita Oliveira (do salão de cabeleireiro Anita, em Silves) realizou, igualmente por mais um ano, a caracterização dos personagens – cabelo e make up -, com grande qualidade. Anita Oliveira formou-se na Alemanha e exerce a profissão há mais de 30 anos, realizando formações constantes, para aperfeiçoamento da técnica e é, também, silvense e voluntária, o que continua a enquadrar-se no espírito de trabalho preconizado. Este ano é, também, um dos rostos da Feira Medieval de Silves, encarnando uma “curandeira”, que com as suas mezinhas trataria dos muitos soldados feridos na conquista.
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2018 «Há algo que tenho a destacar que é a chave, não só para este ano, mas para esta relação/parceria ao longo dos últimos anos, que é a confiança/liberdade que tenho vindo a receber por parte do Município de Silves, da Sra. Presidente da Câmara Rosa Palma, da Sra. Vereadora Luisa Conduto Luís, e claro, da Coordenadora do Gabinete de Informação e Relações Públicas, Sandra Moreira, que tem acompanhado de perto todas as edições e fases do trabalho», diz André Boto. «A estas pessoas e a todas as restantes que direta ou indiretamente fazem parte da nossa equipa, o meu obrigado, pois é com elas que se torna possível colocar em prática ideias diferentes e evoluir ano após ano». E depois de criada a imagem, é mesmo esperar as reações e muitas são as histórias para contar, todas elas divertidas e reveladoras do impacto que este evento tem. João Vitorino, por exemplo, conta: «Sou residente no Algarve, no concelho de Silves, há apenas seis anos e no meu segundo ano por cá fui imagem da Feira. Sou originário de Lisboa e no início desse verão recebi várias chamadas e mensagens dos meus amigos de lá, pois estavam a ver-me nos cartazes que foram colocados no metro de Lisboa ou nos pacotes de açúcar nos cafés. Foi uma surpresa muito gira. E em 2017 foram várias as vezes que fui reconhecido na feira e que me pediram para tirar fotografias». «Quando participei na criação da imagem para a Feira Medieval fui reconhecida nos mupis espalhados pelo concelho de Silves e todas as pessoas me deram um bom feedback, dizendo que as imagens dos cartazes estavam bastante apelativas, bonitas e bem trabalhadas», recorda Raquel Martins, cujo rosto foi um dos mais marcantes do evento. Ana Castro também revela um episódio curioso: «O meu marido, que faz safaris, durante um passeio à Ria Formosa e ao explorar toda a aquela zona deparou-se com um outdoor da Feira Medieval onde estava a minha cara!!! De imediato fez sair todos os turistas do jipe para que vissem a sua esposa naquele outdoor....Claro que ninguém ACREDITOU!!!! até que ele foi obrigado a mostrar a nossa foto juntos em casa!»
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O “cristão” da imagem da XV Feira Medieval também já tem histórias para contar: «Fiz a sessão sem que ninguém próximo o soubesse. Quando foi lançada a imagem no Facebook, a minha
mãe comentou que o “moço” do cartaz era parecido comigo», revela bem-disposto e ainda conta que o mais engraçado foi que «os amigos aos quais disse que, quanto mais partilhassem, mais dinheiro eu ganhava», acreditaram, apesar de não ser verdade e «partilharam muitíssimo» a imagem deste ano! «O que me fez aceitar ser imagem da Feira foi o quanto esta me marcou aquando da minha primeira visita e para mim é um dos melhores acontecimentos culturais e lúdicos do Algarve», diz João Vitorino, que se assume como um «fã», que «raramente falta um dia». Aliás, Bruno Guerreiro também o diz, já que considera que esta é «a melhor feira medieval do país e quem tiver dúvidas visite-nos em Silves, de 10 a 19 agosto». Noites mágicas e muita animação, sempre com a história da cidade como envolvente, é o que espera todos os visitantes em mais uma edição, a XV da Feira Medieval de Silves.
SOBRE ANDRÉ BOTO: André Boto residiu em Silves por longos anos e tem nesta cidade as suas origens. O seu currículo inclui inúmeras distinções entre as quais, as últimas, recebidas em 2016 e 2017, são: • 2017 / Medalha de Prata no concurso MIFA - Moscow International Foto Awards 2017, Rússia • 2016 / Master Qualified European Photographer - com fotografia de interiores • 2016 / 3º Prémio no concurso “NYC4PA - Macro”, EUA • 2016 / Vencedor da categoria de “Paisagem e Habitats” no concurso “AMBID 2016” • 2016 / Menção Honrosa do concurso “Motif Collective - Shadows” • 2016 / 6º Lugar no concurso “Night Photography & Light Painting” • 2016 / Menção Honrosa no concurso “FAPA - Fine Art Photo Awards Photomanipulation” • 2016 / 2 Nomeações no concurso “Not Indoor Photography - 2016” • 2016 / 2 Menções Honrosas e 5 Nomeações no concurso “La Grande Awards • 2016 / 4 Nomeações no concurso “11th Black and White Spider Awards” • 2016 / Nomeado/Finalista no concurso “1000 for 1 - New Eyes”
Vídeo foi realizado por RAFAEL CORREIA e JOANA GOMES
Também com o intuito de promover os jovens talentos da comunidade, o spot vídeo da XV Feira Medieval de Silves foi criado e editado por Joana Gomes e Rafael Correia. Ambos são jovens silvenses e têm formação na área do design, do vídeo e da música, tendo já alguns trabalhos feitos quer com músicos algarvios, quer com autarquias. RAFAEL CORREIA é licenciado em Arquitetura pela Universidade Lusíada, em Lisboa em 2005. Desde então dedica-se a esta área profissional, tanto no sector público como privado, com mais de oito anos de experiência no ramo. Em paralelo desenvolve trabalhos nas áreas de Design, Fotografia e Vídeo, sob o cognome Sickonce e na Música, diretamente ligado à Editora Independente Algarvia Kimahera como Produtor (Sickonce) e DJ (Gijoe). Na área do vídeo conta com inúmeros trabalhos, nomeadamente, videoclipes, vídeos promocionais, institucionais e de espetáculo. O seguinte link dá acesso à playlist de alguns desses trabalhos: http://www.youtube.com/ playlist?list=PLX_6R3KHzfvt0Jm1dd8hIp9Vzp6kMZBvs
JOANA RODRIGUES GOMES nascida a 11 de dezembro de 1983, cresceu e estudou em Silves até à conclusão do Ensino Secundário. Cresceu, fora do meio urbano e o que chamavam cidade tinha pouca oferta artística e criativa. Primeiro veio o gosto pela pintura pela mão da mãe, mais tarde, na adolescência, o interesse pela música e fotografia. Apesar do forte laço com o mundo artístico, as circunstâncias e influência dos pares levou-a a seguir área de ciências e após o secundário, licenciou-se em enfermagem. Em 2006 terminou a licenciatura e durante oito anos foi enfermeira. Mantendo sempre um gosto paralelo e um sonho cativo, em 2010 decide que não haveria de adiar o inadiável e iniciou a Licenciatura em Design de Comunicação no ISMAT (Portimão), em 2011 na Etic_Algarve conclui o curso de Design Gráfico. Desde então trabalha como freelancer na área do Design, fotografia e mais recentemente em vídeo, com o alter-ego Camille Leon. 21
2018 Associativismo local também é estimulado pela Feira Medieval de Silves A Feira Medieval de Silves é, também, um espaço para que as associações locais possam estar presentes, ao longo dos 10 dias do evento, estimular os seus associados à realização de trabalho voluntário e angariar fundos, para que ao longo do ano tenham a possibilidade de pôr de pé os seus projetos, com fundos próprios. Muitas são as coletividades que participam no evento: Silves Futebol Clube, Sociedade Filarmónica Silvense, União Desportiva Messinense Futebol Clube, Agrupamentos do Corpo Nacional de Escutas, Casa do Povo de SB Messines, Extremo Sul, Grupo Desportivo e Cultural do Enxerim e, ainda, as corporações dos Bombeiros Voluntários de Silves e de SB Messines. Duas das Associações que estão presentes no evento há muito tempo em âmbitos distintos são a Associação Amigos da Pedreira (AAP) e o Orquestra de Percussão Percutunes (OPP). Piedade Neto, Presidente da AAP conta que há já 10 anos que integram este evento. Todos os anos montam uma Taberna, que se localiza junto à Catedral de Silves e trabalham arduamente para poderem não só «agradar às pessoas» que ali vão comer, mas também porque muitos dos «que trabalham durante a noite na feira, trabalham no dia seguinte nos seus empregos, o que por vezes se torna muito cansativo, mas também se torna muito gratificante chegar ao fim dos 10 dias e atingirmos os nossos objetivos». Cerca de 20 pessoas estão envolvidas nesta participação. «Uns fazem a comida (sopa, migas, carne à portuguesa) em casa e depois levam para feira», explica Piedade Neto e acrescenta: «outros assam a carne na Feira; outros servem ao balcão; outros fazem os pedidos; outros lavam a louça; outros fazem os pratos, enfim todos estão permanentemente ocupados». 22
O trabalho começa cerca de três meses antes da data de início da Feira. Nessa altura, os membros da AAP reúnem-se «para elaborar
a ementa e fazer a inscrição. Mais tarde, voltamos a reunir para saber quais as pessoas que estão disponíveis para trabalhar e elaboramos um plano de trabalho», diz a presidente e depois disso, «mãos à obra»: durante 10 dias servem maravilhosas iguarias a todos os que os procurem e os queiram ajudar fazendo uma refeição na sua Taberna. A OPP também já participa há 8 anos na Feira Medieval de Silves. Composta por jovens entre os 8 e 18 anos («muitos dos jovens
a possibilidade de contacto com um público diferente, visto que a Feira Medieval é visitada por turistas de todos os pontos do país e de fora do país até. Já tivemos muitos contactos para atuações que surgiram através da Feira Medieval!»
mais velhos que ainda fazem parte do grupo participam na Feira desde os seus oito anos», conta Diogo Soares, o coordenador desta orquestra), este agrupamento musical anima as noites da festa e traz os sons dos tambores e das caixas às ruas de Silves, sons esses que são aprimorados ao longo do ano pelos cerca de 15 elementos que compõem esta formação.
A Presidente da AAP reforça a importância desta participação para a Associação, pois permite darem-se «a conhecer e também angariem mais alguns fundos para poderem desenvolver as suas atividades», considerando este esforço «vantajoso». Diogo Soares concorda: «A participação de Grupos e Associações locais neste tipo de eventos é altamente importante, pois dada a dimensão atual da Feira Medieval de Silves é uma ótima oportunidade que estas Associações têm de poder divulgar o seu trabalho, que muitas vezes pode passar despercebido num concelho tão grande como o nosso».
«Vamos atuando ao longo dos dias na feira, nos diversos pontos mapeados pela organização, todos os dias acompanhados por pais e/ou dirigentes da associação que ajudam os mais novos a transportar instrumentos, garantem que todos têm águas e dão suporte ao grupo nas atuações», explica Diogo Soares. Nem sempre é fácil percorrer as ruas apertadas, inclinadas e cheias de visitantes que formam o perímetro da feira: «O principal desafio ao longo da feira medieval é o percurso que tem que ser feito entre atuações, pois em certos dias nos quais o recinto está cheio e é bastante complicado realizá-lo com todos os instrumentos», conta o jovem músico.
E o sucesso deste evento acontece, na opinião destes dirigentes associativos «porque a autarquia tem feito, ao longo destes anos, um bom trabalho, tanto na organização, como na publicidade do evento», diz Piedade Neto e Diogo Soares reforça: «A Feira Medieval tornou-se o sucesso que é hoje, muito graças a todo o ambiente que é criado ao longo dos vários dias e de toda a experiência que é proporcionada aos visitantes» E ambos salientam a colaboração e a qualidade do trabalho de todos os que estão envolvidos no evento - «grupos de animação, artesãos e vendedores que tentam retratar a época medieval, entusiasmando os visitantes», dia Diogo Soares – e sem ao quais a Feira Medieval de Silves não seria possível.
Esta associação é mais um exemplo daquilo que acontece nas coletividades, como revela Diogo Soares: «A nossa associação vive exatamente do voluntariado e disponibilidade dos seus membros; sem eles, nada do que foi feito até hoje teria sido possível». Por isso, diz, a «participação na feira é preparada reunindo a disponibilidade de todos os elementos e conjugando com a melhor forma de assegurar a melhor prestação em cada dia da feira». Depois, este trabalho dá frutos: «Para a nossa Orquestra, participar na Feira vem desde há muito sendo vantajoso, pois para além de nos dar
«Este é o verdadeiro espírito deste evento», salienta Rosa Palma, Presidente da Câmara Municipal de Silves. «A Feira vive das pessoas que a amam e que amam a sua terra, a sua história e por ela tudo fazem. A Feira de Silves tem essa forte componente, que a transforma num espaço único de vivências, não apenas para os visitantes, mas para todos os que nela trabalham», diz. Por isso mesmo, a Feira Medieval de Silves é um evento de afetos e de pessoas que os vivem e partilham, em 10 dias de festa e de uma verdadeira viagem no tempo
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FEIRA proporciona muitas vivências aos visitantes A Feira Medieval de Silves permitirá que os visitantes possam viver diversas experiências, sempre com o objetivo de os ajudar a compreender melhor a cidade, a sua história e a divertir-se enquanto o fazem. Haverá, como habitualmente, um ESPETÁCULO NO CASTELO DE SILVES, pelas 22h30, com muita animação, dança e música, atraindo os visitantes para o espaço mais emblemático da cidade. Mais uma vez a história será aqui parte importante, dando-se a conhecer aspetos curiosos das vivências de tempos passados. Este ano, o espetáculo chamar-se-á “Sitiados no Castelo: Do Cerco à Rendição”. Para além de todas estas ofertas, os visitantes que queiram fazer uma “viagem no tempo” e viver um serão como personagens da história e da Feira podem participar no programa EXPERIÊNCIAS MEDIEVAIS.
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O visitante poderá participar nesta recriação histórica, vivendo o dia-a-dia de um personagem nobre da época áurea da antiga capital do Reino do Algarve e experimentando toda a emoção e nobreza deste festejo de uma forma privilegiada, já que será acolhido numa zona especial, trajar-se-á e será
acompanhado ao longo de toda a visita, tendo um lugar de honra no torneio e uma degustação de manjares medievais. Também assistirá ao espetáculo no castelo num lugar previamente marcado e com excelente visibilidade, de modo a desfrutar de todo o encanto e magia da Feira Medieval de Silves (para marcações e informações: turismo@cm-silves.pt). As crianças também têm o seu espaço especial, o XILB DOS PEQUENOS, onde, com as suas famílias, poderão usufruir de diversas atividades educativas e lúdicas, nomeadamente de expressão plástica, expressão dramática e de atividade física contextualizadas e integradas historicamente no período da Feira Medieval. O Xilb dos Pequenos funcionará diariamente entre as 18h00 e as 24h00, de 11 a 20 de agosto, na Praça Al-Mu’tamid Outra forma de poder viver a Feira Medieval de Silves de maneira única é usando TRAJES MEDEVAIS. Dois roupeiros disponibilizam, a quem o desejar, fatos de homem, mulher e criança, que são alugados por um valor simbólico. Outra forma de viver com muita alegria e bom espírito este evento é experimentando a muita OFERTA GASTRONÓMICA que existe nas diversas praças de alimentação. Sentar numa taberna
e degustar um bom petisco, permite que grandes grupos de amigos e família passem serões memoráveis e possam conhecer um pouco daquilo que se poderia comer e beber na idade média. Parte dessa experiência particular é poder usar uma MOEDA que só circula na Feira Medieval de Silves, o “Xilb”, que concorre, como os demais elementos cénicos, trajos e animação, para a criação de um ambiente muito característico e único. Os visitantes podem trocar os seus euros por esta moeda, num posto de câmbio, comprando a sua comida e as suas recordações com a moeda oficial do evento!
do Poço-Cisterna Almóada, com 18 metros de profundidade e classificado como Monumento Nacional. Os visitantes podem encontrar um vasto espólio de peças arqueológicas, com as coleções organizadas cronologicamente desde a pré-história até ao período moderno. A Igreja da Misericórdia também estará aberta ao público, no seu interior, poderá observar no painel central do retábulo do altar-mor a imagem da visitação, rodeada das sete obras da misericórdia.
Vir à Feira Medieval de Silves e conhecer os principais MONUMENTOS DA CIDADE é mais uma aposta na criação de momentos a recordar. O Castelo de Silves, Monumento Nacional desde 1910, é também o mais emblemático monumento da cidade. Assente no topo da colina, esta fortificação de imponentes muralhas de taipa, revestidas a arenito vermelho, o Grés de Silves terá sido um espaço defensivo, residência de governadores, dos seus contingentes militares e de funcionários da administração e poderá ser fruído por todos os que entrarem na Feira Medieval de Silves. Do mesmo modo, o Museu Municipal de Arqueologia estará aberto. Inaugurado em 1990, este espaço foi construído em torno
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2018 TORNEIO MEDIEVAL: O cerco e os treinos de cavalaria cristã Estamos no dia vinte e nove de julho de 1189 e temos a esplendorosa cidade de XILB cercada. Ultrapassámos, logo no primeiro dia, os fossos e as muralhas do arrabalde mas a medina é protegida por uma potentíssima muralha a que se acede por três portas muito bem protegidas por torres albarrãs que nos impedem a aproximação. Alguns de nós trabalham em máquinas de guerra e já construímos um “Ouriço” para tentar derrubar a Couraça que protege o canal das águas até ao rio Arade. A nossa estratégia é cortar o abastecimento e fazer Abu Becre Ibn Wazir, que em nome dos Almóadas governa a cidade, anunciar a rendição. Sabemos que a cidade é próspera e possui silos bem guarnecidos de cereais mas também sabemos que está lotada de gente, que fugida dos campos ali se refugiou e, diz-se, que a água que se retira dos poços é salobra e que a sede se faz sentir. Enquanto os nossos estrategas delineiam os ataques e arquitetam as máquinas, enquanto os nossos carpinteiros e ferreiros as constroem, a fina flor da cavalaria treina na liça que se improvisou junto ao Rio. De um lado temos os cavaleiros de D. Sancho onde também figuram templários, cistercienses e hospitalários e, do outro, germanos, flamengos e bretões, que dão corpo à terceira cruzada, que se deslocava para a Terra Santa e que ajuda o Rei D. Sancho I na sua conquista. Aqui se treina a arte de bem cavalgar, aqui se ensaiam golpes de espada e de lança.
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O contexto histórico é real mas os treinos da cavalaria apenas imaginários, ainda que prováveis. Prontos para viajar no tempo até ao longínquo século XII? O TORNEIO MEDIEVAL é uma das experiências que não pode perder. Com duas sessões diárias (pelas 20h00, 1.ª sessão, e pelas 22h30, 2.ª sessão), numa liça construída de forma a fazer jus à época, cavaleiros e combatentes apeados defrontam-se com grande maestria, mostrando aos presentes como seriam os combates de outros tempos.
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2018 FEIRA MEDIEVAL DE SILVES É UM ECO EVENTO HÁ JÁ QUATRO ANOS A ALGAR, empresa certificada e responsável pelo Sistema de Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) do Algarve, atribui pelo quarto ano consecutivo a categoria de «EcoEvento» à Feira Medieval de Silves. Na verdade, desde o seu início que este evento âncora da Câmara Municipal de Silves tem sido uma referência no que toca aos cuidados com higiene e limpeza, procurando-se preservar o mais possível a qualidade ambiental do espaço onde a mesma recorre, implementando regras cuidadas de recolha e separação dos resíduos de embalagens recicláveis (papel/ cartão, plástico/ metal e vidro), revelando a organização a maior responsabilidade e preocupação com as questões da sustentabilidade. Por isso, a ALGAR assegurará formação específica aos responsáveis pela higiene e limpeza do recinto, disponibilizando
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os equipamentos para a deposição de resíduos (nomeadamente sacos verdes, azuis e amarelos, que permitem a separação dos mesmos). A organização da Feira Medieval de Silves procurará, por seu turno, continuar a sensibilizar os visitantes para que cumpram as boas práticas no que toca a este tema, contribuindo todos para a redução do impacto ambiental do evento, já que em 2017 encaminhou para reciclagem 2,5 toneladas de resíduos de embalagens. Neste sentido, também haverá, este ano, uma campanha de recolha de papel, cartão e embalagens junto de todos os consumidores de água com contrato de abastecimento no concelho de Silves. Os participantes receberão prendas, de acordo com a modalidade da sua participação e as quantidades dos resíduos que entregarem para reciclagem.
Informação geral da Feira Medieval de Silves Pode encontrar, aqui, informação geral sobre a feira, que lhe permitira planear melhor a sua visita. EVENTOS DIÁRIOS Abertura da Feira Medieval de Silves: 18h00 | Cortejo pelas Ruas e Largos da Medina Leitura da Xaria do Dia: 18h30 | Portas da Cidade Torneio de Armas a Cavalo na Liça: 20h00 | Praça Al-Mu’thamid Espetáculo no Castelo: “SITIADOS NO Castelo. Do Cerco à Rendição”- 22h30 Torneio de Armas na Liça: 22h30 | Praça Al-Mu’thamid Preços de Bilhetes Espetáculo no Castelo: 5,00€ Torneio de Armas a Cavalo: 5,00€ Entrada Diária (com copo): 3,00€ Entrada Diária (sem copo): 2,00€ Entrada de grupo (cinco ingressos): 8,00€ Pulseira de Livre Circulação (até ao dia 9 de agosto): 3,00€ Pulseira de Livre Circulação (durante a feira): 4,00€ Aluguer de Traje (adulto): 3,00€ Aluguer de Traje (criança): 2,00€ “À Mesa Real” (Banquete): 25,00€ Experiência Medieval (adulto): 60,00€ Experiência Medieval (criança): 30,00€ APOIOS: DELTA, FIESA, REGIÃO DE TURISMO DO ALGARVE, KEBABS AL-SULTÃO, AQUALAND, ALGAR MEDIA PARTNERS: SUL INFORMÇÃO, RUA FM
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2018 SILVES, UM CONCELHO QUE SE ESTENDE DA SERRA AO MAR Silves estende-se da serra ao mar. O segundo maior concelho do Algarve, com 680 quilómetros quadrados de área e 37 mil habitantes, possui seis freguesias e uniões de freguesia. Numa viagem pelo seu território, entremos pelo coração da serra algarvia. Encontramos São Marcos da Serra, lugar de história e de tradições. O pão, o folar da Páscoa e a boa gastronomia serrana são chamariz para os visitantes, que podem desfrutar da tranquilidade proporcionada pela natureza. Uma espreitadela pela aldeia leva-nos a descobrir o casario, onde a Igreja Matriz e uma monumental chaminé centenária se destacam. Terra de linces, permite que os mais curiosos possam aprender mais sobre este felino, cujo Centro Nacional de Reprodução se situa no coração da serra se Silves. Nas barragens do Arade e do Funcho pode desfrutar-se da paisagem e praticar desporto. Na Quinta Pedagógica de Silves aprende-se tudo sobre o dia-
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a-dia vivido numa herdade tradicional. Este pode ser um ponto de partida para passeios de carro, BTT, veículos todo o terreno, que levarão os visitantes a descobrir os caminhos do interior da serra. Seguindo viagem, partimos em direção a São Bartolomeu de Messines. As memórias aliadas à modernidade, a silhueta do Penedo Grande, marcam o espírito desta vila, que guarda recordação dos seus ilustres filhos. Destaca-se João de Deus. A Casa-Museu com o seu nome, o Museu do Traje e das Tradições, a Igreja Matriz, são espaços que atraem os visitantes. Um comércio pujante e diversificado e uma vida associativa e cultural dinâmica fazem de Messines um lugar especial para se viver. Prosseguindo em direção ao Algoz, sente-se a frescura dos laranjais e dos vinhedos. O barrocal é fértil e rico em produtos da terra e a laranja ganha particular importância, como produto emblemático do concelho. Tradicionalmente agrícola, a freguesia do Algoz ganha hoje uma nova energia, com a chegada de importantes negócios, como a plataforma logística do Grupo Jerónimo Martins.
A centralidade e a proximidade a Tunes são determinantes nesta nova aposta. Tunes é local de chegada e partida. É ai que primeiro param os comboios vindos de todo o país. E a estação de comboios é o coração da localidade e de toda a atividade que nela se desenvolve. Partimos, agora, em direção ao litoral. Alcantarilha é vila antiga, com uma nobreza altiva. O casario imponente prova a presença de reis e nobres em tempos que já lá vão. A agricultura continua a ser uma das atividades importantes. A produção de frutos secos e secados, entre outras, tem um papel de destaque na economia local, bem como o comércio, que gera, no presente, riqueza e emprego. Vila vizinha é Pêra. Localidade associada à vida agrícola, está igualmente ligada ao mar. A Praia Grande, situada perto da Lagoa dos Salgados, é um local de rara beleza. Esconde maravilhas naturais únicas: as dunas fósseis e a fauna e flora, sobretudo as aves, que habitam a Lagoa dos Salgados. Terra de gente aguerrida, possui um património rico, que se descobre percorrendo as ruas estreitas e sinuosas do casco antigo.
na vila. Uma baia ampla, de águas limpas e cálidas e um areal dourado fazem as delícias de todos os que ali passam as suas férias. A estrada leva-nos de regresso a Silves. Pelo caminho avistamos campos de Golfe e extensos pomares de citrinos, que se alongam mesmo até chegarmos. O olhar perde-se ao descobrir a cidade. O Castelo e a Catedral compõem o topo de uma manta colorida, composta por casas e casinhas que se estendem até ao Rio Arade. Nas ruas antigas, nas casas e nos monumentos estão presentes as memórias e a história. Outrora capital do Garb Al-Andaluz e do reino dos Algarves, Silves soube preservar uma forte ligação à cultura muçulmana e uma longa tradição de multiculturalidade, hoje presente nos espaços culturais da cidade, como o Museu Municipal de Arqueologia ou a Biblioteca. Equipamentos modernos e apelativos, espaços verdes e de lazer garantem, igualmente, a possibilidade de praticar desporto e desfrutar do clima ameno. Com um charme irrepetível, Silves vivese e sente-se em cada esquina, em cada praça e faz-nos sonhar com um passado grandioso e acreditar num futuro feliz.
No litoral do concelho, o mar é atrativo e rico. Armação de Pêra é vila de pescadores desde a sua fundação. O peixe garante o sustento de muitos e enriquece a gastronomia, onde a caldeirada é o prato rei. Mas o mar atrai, também, os turistas, que enchem a localidade no Verão. São eles a principal fonte de sustento da restauração e hotelaria, que abundam
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ARMAÇÃO DE PÊRA É PARAÍSO PARA AMANTES DOS DESPORTOS NAUTICOS
A vila de Armação de Pêra deve o seu nome atual às armações de pesca que os pescadores da povoação de Pêra tinham neste local, atraídos pela abundância de peixe, sobretudo o atum e a sardinha. O povoado ganha outra importância com a edificação da Fortaleza de Santo António das Areias, no ano de 1667, construída para proteger a costa da pirataria e servir de abrigo aos pescadores. Situada numa ampla baía, esta vila conheceu um assinalável desenvolvimento turístico a partir dos anos 60 do século XX. Neste período, o turismo suplantou a atividade piscatória, tendo esta vila sido considerada um dos mais atrativos destinos turísticos do Algarve e da Europa. O antigo casino está estreitamente associado a esta evolução da atividade turística. Inaugurado em 1958, conheceu o seu período áureo nos anos 60, com a atuação de grandes nomes da vida artística nacional. O Hotel Garbe (atualmente Holiday Inn Algarve) e o Chalet dos Caldas e Vasconcelos representam importantes símbolos da atração turística da vila de Armação de Pêra, que acolhia veraneantes, na sua grande maioria provenientes da cidade Silves, ligados à burguesia da indústria corticeira. Recentemente, os trabalhos de requalificação da Frente de Mar modernizaram o ordenamento do território, privilegiando a circulação pedonal em detrimento da circulação de veículos, melhorando a qualidade de vida dos residentes e contribuindo para a fricção da oferta turística da vila.
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Armação de Pêra constitui hoje um dos maiores destinos turísticos do Algarve, mantendo o tipicismo das fainas de pesca, aqui e ali misturadas com a alegria e o colorido das gentes que, atraídas pelo extenso areal da sua praia e o seu mar de águas límpidas e cálidas, a procuram para passar férias. O areal estendese ao longo de 1600 metros, limitado pelas ribeiras de Alcantarilha e Espiche. A nascente, a tradição piscatória ainda permanece ativa, com o areal ocupado por coloridas embarcações de pesca, que zarpam diariamente na busca do peixe que é apreciado nos vários restaurantes que a vila oferece.
O Verão nesta localidade é ainda marcado pela intensa atividade desportiva que se desenvolve no areal, que oferece infraestruturas desportivas para quem procura umas férias mais ativas. Armação de Pêra oferece ainda um segredo bem guardado com cerca de 30.000 anos. Situado a cerca de 4 milhas da costa, com profundidade entre os 12 e os 22 metros, encontra-se o maior recife natural de Portugal. Acredita-se que a sua formação teve origem na subida do nível do mar que cobriu uma antiga linha de costa fossilizada. Assim, quem quiser passar momentos de lazer usufruindo de diversas atividades marítimo-turísticas, que lhe permitam conhecer a costa, e de atividades subaquáticas que lhe garantirão experiências inolvidáveis, pode fazê-lo. Desde a simples gaivota, passando pelo stand up paddle ou os clássicos passeios de barco às grutas tudo é possível, assim como o mergulho. Armação de Pêra é um paraíso para todos os amantes dos desportos náuticos.
SB MESSINES ESPAÇOS MUSEOLÓGICOS DÃO A CONHECER PERSONALIDADES E TRADIÇÕES DA VILA S. Bartolomeu de Messines, vila do concelho de Silves, situada perto da Serra de Monchique e da Serra do Caldeirão, é conhecida por ser terra de poetas e de revolucionários, os mais conhecidos deles João de Deus e José Joaquim de Sousa Reis, o “Remexido”. A figura de João de Deus, escritor e pedagogo, que criou o método da “Cartilha Maternal” para o ensino da escrita da língua, nasceu nesta vila a 8 de março de 1830 e morreu em 1896, em Lisboa. Advogado de formação, jornalista por gosto, foi uma das mais importantes figuras da cultura e da política do seu tempo, continuando a marcar as gerações atuais com os seus escritos e métodos pedagógicos. Numa casa que foi sua e que atualmente é pertença da autarquia, funciona um espaço museológico – a Casa-Museu João de Deus - que retrospetiva e recupera a vida e obra, expondo-se algumas aguarelas e fotografias da sua família. Na cozinha podem ser observados variadíssimos objetos de interesse quotidiano, que tendo ou não pertencido à casa de João de Deus, são peças integrantes da sua memória.
Outro espaço da autarquia, que merece uma visita e que revela a importância desta vila em termos culturais é o Museu do Traje e das Tradições. Situado à entrada da vila, numa casa típica do interior algarvio, recuperada especialmente para este efeito, com um projeto da autoria da Arquiteta da Câmara Municipal
No segundo andar, na Sala de Exposição Permanente, é possível apreciar, entre outros acervos, primeiras edições de obras poéticas, quadros a óleo representando João de Deus, desenhos de António Carneiro que ilustram fábulas, uma caricatura de Rafael Bordalo Pinheiro e um exemplar da Cartilha Maternal. Este espaço é visitável e, para além disso, dinamiza diversas iniciativas culturais (exposições, apresentação de livros, tertúlias e serões culturais e poéticos), para além de ter um espaço de biblioteca e um espaço de ludoteca, que se destina ao público infantil.
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2018 do século XX, herdadas do pai, que constituem testemunhos da antiga arte da latoaria; maquinaria mais recente e sofisticada; ferramentas criadas pelo próprio consoante a necessidade criativa, moldes e várias peças, bem como a sua bancada de trabalho. O espólio de Sebastião Guia, artesão de SB Messines que trabalhava o cobre, foi recentemente doado à CMS, estando prevista a sua inventariação para o início de 2016. Concluídos que estejam os trabalhos de conservação e restauro, será criado um núcleo no Museu do Traje e das Tradições, que permitirá aos visitantes poderem apreciar a habilidade criativa destes mestres da latoaria. de Silves, Carla Alfarrobinha e o projeto da musealização da autoria de Conceição Amaral, atual Diretora do Museu de Artes Decorativas Portuguesas - Fundação Ricardo Espírito Santo Silva e anteriormente Diretora do Museu Municipal de Arqueologia de Silves, este espaço foi concebido com base no vastíssimo espólio legado ao Rancho de S. Bartolomeu de Messines, exibindo peças relacionadas com as tradições populares daquela vila, dos finais do século XIX, inícios do séc. XX e que em breve será aumentado com materiais oferecidos por dois mestres latoeiros locais: António da Silva Nascimento (conhecido como Sr. Raúl”) e Sebastião Guia.
O Museu é visitável e promove diversas atividades educativas, que incluem ateliês de expressão plástica e conversas “hora da História” entre as várias gerações, entre muitas outras.
O inventário da Oficina de Latoaria ou Funilaria “Casa Raul”, situada em SB Messines, já foi feito (em abril e maio de 2015). O “Sr. Raúl”, único latoeiro em atividade no concelho, à semelhança do seu pai, que também exerceu a profissão, deixou todos os seus materiais à autarquia: ferramentas de trabalho datadas do início Contacto para mais informações sobre a Feira Medieval: Câmara Municipal de Silves | Sector de Turismo | 282 440 800 (ext. 2741 / 2742) | feira.medieval@cm-silves.pt Contactos para mais informações turísticas sobre o Concelho: Câmara Municipal de Silves | Sector de Turismo | 282 440 800 (ext. 2741 / 2742)| turismo@cm-silves.pt www.cm-silves.pt 34