Uma auspiciosa estreia... do capacete que deixou estupefacto o polícia!
Vila Real, ímpar!
de acessos pedonais
Prepara já a tua ideia para o Orçamento Participativo da Freguesia de Vila Real 2024.
www.freguesiadevilareal.pt
Mensagem do Presidente do Município
Quando, em 1931, um grupo de Vila-realenses se empenhou na organização da primeira edição deste evento, estaria longe de imaginar que em 2024 ele ainda perduraria. Um evento que teve altos e baixos, que nem sempre se realizou fruto de circunstâncias especiais e de decisões mais ou menos ponderadas, mas que deixou nos Vila-realenses uma paixão quase inexplicável. Uma paixão que não conhece idade, género, e que faz de dezenas de milhares de Vila-realenses adeptos incondicionais da adrenalina da velocidade e dos automóveis.
Quando fui eleito Presidente do Município, em 2013, as corridas automóveis estavam interrompidas há alguns anos. Um dos compromissos que assumi foi o do regresso das corridas com toda a urgência. Foi mais um compromisso que cumprimos com todo o gosto.
Na altura, acompanhado por um conjunto de pessoas abnegadas e voluntárias, o Município conseguiu, em apenas 7 meses, pôr de pé toda a estrutura necessária à realização de corridas dos vários campeonatos nacionais. O sucesso alcançado fez-nos perceber que podíamos rapidamente almejar a internacionalização do circuito. E assim, quando a oportunidade de receber o Campeonato do Mundo da FIA de Carros de Turismo, o WTCC, se colocou em 2015, não a deixamos escapar. Quem diria que, em apenas pouco mais de um ano, passaríamos de um Circuito de Vila Real adormecido, para um Circuito Internacional de Vila Real que recebia a etapa portuguesa de um campeonato do mundo FIA. O atrevimento de uma pequena cidade do interior teve os seus frutos. Movidos pela paixão pelos carros e pela cidade, fizemos algo que foi histórico e que nos enche de orgulho.
Tal como todos os grandes eventos, o Circuito Internacional de Vila Real procura apresentar sempre o melhor cartaz, com os melhores protagonistas e a melhor organização, apesar das limitações próprias de um circuito urbano.
Durante alguns anos fomos o palco principal do WTCC/WTCR da FIA, competição que infelizmente deixou de existir em 2022. Em 2023 apostamos exclusivamente nas competições nacionais, mas em 2024 a nossa opção passa por um certo regresso ao passado, àqueles que são considerados os anos de ouro das Corridas de Vila Real. Este será, portanto, um ano dedicado exclusivamente aos carros clássicos, quer recebendo todas as categorias nacionais, quer recebendo duas grelhas internacionais, uma com carros da primeira metade do século XX e outra com alguns dos GT’s e Protótipos que deliciaram os aficionados nos anos 60 e 70.
Sabemos que haverá quem fique entusiasmado com este cartaz e quem preferisse ver outros carros nas ruas de Vila Real, mas uma coisa é certa: com os seus quase 100 anos de história, o Circuito de Vila Real é para continuar. Nem todos os anos agradarão a toda a gente, mas o essencial é manter a mística e a paixão vivas, preservando a herança desta nossa marca identitária.
Mas o Circuito Internacional de Vila Real é muito mais do que a paixão. As nossas corridas automóveis são também um caso sério de racionalidade. O investimento que é feito pelo Município é diminuto, quando comparado com o retorno que é trazido para Vila Real. Um retorno económico direto, que é sentido ao nível da hotelaria, da restauração e de todos os setores de atividade locais, mas um retorno ainda maior, se avaliado de forma indireta, pela exposição mediática do nosso território. Uma exposição que aumenta a notoriedade de Vila Real e que potencia a indústria turística, associada à nossa gastronomia, vinhos e cultura.
Sentimos que a nossa aposta foi vencedora. Ao mesmo tempo que vamos ao encontro de todos os que adoram o automobilismo, estamos a criar uma nova geração de aficionados, que assegurarão a continuidade desta bandeira de Vila Real e de tudo de bom que ela representa. A mim resta-me agradecer a paciência infinita dos Vila-realenses que sofrem as agruras de conviver com um circuito urbano e a todos aqueles que contribuem para que o sonho se tenha tornado realidade.
Rui Santos
Presidente do Município de Vila Real
Auditiv Circuito Internacional de Vila Real
A pautar-se pela excelência e pela inovação, o Walter Internacional Group dedica-se à qualidade de vida dos seus clientes através da audição e é esta a sua grande marca há quase 20 anos. A Auditiv nasce com a premissa “Ouvir é Viver Melhor e tem percorrido, desde então, todo o país de Norte a Sul em Unidades móveis, nas quais equipas especializadas com os melhores equipamentos de diagnóstico efetuam Avaliações Auditivas.
Mas inovação significa movimento e ousadia, o que condiz com a criação da mais rеcеntе adição ao seu portfólio: um concеito inovador no mundo das motos. Jason Waltеr, um entusiasta das duas rodas, seguiu a sua paixão e fundou a MotoW, um stand е oficina especializada dedicados a motos exóticas, clássicas е exclusivas, cuja coleção ofеrеcе uma experiência única aos amantes de motos. É mais uma prova do compromisso dе Jason Waltеr com os seus clientes. Tal como no setor da audição, aqui os cliеntеs еncontram alta qualidade em produtos е serviços de manutenção dе excelência. Esta evidente preocupação com a Saúde e com o alcance de uma Vida Melhor, que está no ADN da Auditiv, reflete-se também nas “apostas decisivas de apoio a desportos em rodas que com toda a adrenalina promovam uma vida mais feliz”. Atualmente a Auditiv, já conta com várias parcerias no desporto motorizado procurando desta forma manter- se fiel ao que a caracteriza na sua identidade: a proximidade com o público. Por este motivo, o Circuito Internacional de Vila Real, tornou-se uma excelente oportunidade. Jason Walter, CEO da Auditiv, explica que “apoiar este evento resulta de uma paixão particular que tenho desde muito novo: a adrenalina dos desportos automóveis e motorizados”. E acrescenta que “nada faria mais sentido do que também estar aliado à Câmara Municipal de Vila Real e juntarmo- nos a este evento que acontece numa localidade fantástica, com uma população incrível”. Para o CEO, esta aliança é sem dúvida uma grande oportunidade de continuar a reforçar a proximidade com todos os portugueses e cumprir com a sua missão especialmente junto da população.
O seu Supermercado de referência desde 2005!
Quinta do Lameirão - Nossa Sª Conceição · Vila Real · 5000-046 Vila Real
Mensagem do Vice-Presidente do Município
Todos os anos, Vila Real prepara-se com grande afinco para o seu circuito automóvel. Quer quem nos visita, quer nós que aqui vivemos, aguardamos as Corridas de Vila Real com grande expectativa. Aprendemos a transformar 3 dias de desporto automóvel em 3 dias de espetáculo, de emoção, de adrenalina e de paixão, fazendo deste fim-de-semana um evento singular e marcante, em toda a região.
Neste 53º Circuito Internacional de Vila Real, tudo isto está novamente assegurado. Mais uma vez contaremos com grandes máquinas, grandes pilotos e com uma organização exemplar. E a esse propósito, quero deixar uma palavra de reconhecimento e gratidão pelo excelente trabalho às duas instituições parceiras que, juntamente com o Município de Vila Real, asseguram a realização deste circuito. Falo obviamente da Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real e do Clube Automóvel de Vila Real, com as suas muitas dezenas de voluntários.
Sabemos que este circuito é sempre um sucesso em termos desportivos. Qualquer aficionado de automobilismo gosta de vir a Vila Real, seja para assistir, seja para participar nas provas. A adesão de pilotos a este evento, ao melhor circuito urbano do mundo, acontece em massa. Os pilotos descrevem estas provas como uma experiência única, e anseiam voltar nas edições seguintes! Já nós, na qualidade de espectadores, reconhecemos a qualidade desses pilotos e dos respetivos carros, e ficamos encantados com a sua destreza e coragem em pista. Dentro ou fora da pista, só quem vive esta experiência entende como é Vila Real a vibrar com as corridas, o nosso calor humano, a nossa amizade e a nossa alegria.
Nesta 53ª edição, para além das provas dos campeonatos nacionais que tradicionalmente são muito competitivas, com grandes pilotos que prometem colocar esta edição num patamar de excelência, teremos também o regresso de provas internacionais, com carros que há muitas décadas não se viam no CIVR. Acreditamos que todos serão a garantia de um grande sucesso desportivo e de espetáculo magnífico para os espetadores. Sabendo nós das características da nossa pista, estou seguro de que escreveremos a ouro mais uma bela página da nossa história coletiva.
E se desejamos a todos esses protagonistas um fantástico fim-de-semana, não posso deixar de endereçar uma palavra
especial a todos os pilotos Vila-realenses, que são muitos. Espero que tenham um fim de semana com grande sucesso desportivo, que se divirtam em pista e façam, como sempre, vibrar as pessoas que estão a assistir, ajudando a preservar esta parte do nosso ADN e da nossa cultura. O vosso sucesso é também o sucesso de Vila Real e uma garantia para o futuro do nosso circuito.
Por fim duas palavras para todas e todos os Vila-realenses que são afetados pela realização das Corridas: muito obrigado! A vossa paciência e compreensão são imprescindíveis para que continuemos a alimentar este sonho!
Que seja um grande fim-de-semana para todas e para todos!
Viva Vila Real!!!
Alexandre Favaios Vice-presidente e Vereador com o pelouro do Desporto
A maior festa do automobilismo
português
Perguntam-me, repetidas vezes, o porquê do sucesso das Corridas de Vila Real
O que leva tanta gente a querer assistir a este evento, independentemente das provas que ali se realizam?
Existem, naturalmente, diversas razões e diferentes motivos que levam, ano após ano, milhares de pessoas a visitarem o nosso concelho e as nossas corridas.
Por um lado, temos a tradição e a história do circuito que remonta a 1931, altura em que foi realizada a sua primeira edição. Nestes quase 100 anos de história, foi criado um vínculo afetivo e único com todos os apaixonados do automobilismo.
Por outro lado, temos a emoção das próprias corridas, já que o traçado do nosso circuito é extremamente exigente e desafiante para os pilotos, proporcionando provas muito disputadas e empolgantes.
O apoio e envolvência de toda a comunidade na organização do Circuito Internacional de Vila Real, juntando milhares de pessoas e dezenas de instituições, criam nestas uma forte sensação de pertença e orgulho, reforçando assim a sua ligação ao evento.
Claro está que há também motivos mais racionais, como é o impacto económico que as corridas têm na economia local e regional. São disso exemplo os comerciantes, restaurantes e hotéis, beneficiários diretos de um evento desta dimensão.
Temos, ainda, o facto das nossas corridas serem consideradas uma experiência única, já que assistir a uma prova num circuito urbano como o nosso é bem diferente de um autódromo. A proximidade do público com a pista e com os carros despertam uma vivência singular e empolgante.
Por último, e para muitos o fator determinante, é que a edição do Circuito Internacional de Vila Real não se limita às corridas. Falamos de uma verdadeira festa que durante todo o fim de semana anima a cidade e o concelho, com concertos, ex-
posições e muitas outras atividades, criando uma atmosfera vibrante e animada.
Na edição deste ano, uma vez mais, teremos os mesmos condimentos e mais razões para visitar Vila Real e fazer parte da maior festa do automobilismo português.
Sejam muito bem-vindos à 53ª edição do Circuito Internacional de Vila Real.
José Miranda Silva Presidente Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real (APCIVR)
Mensagem FPAK
O “Circuito Internacional de Vila Real” mantém-se vivo e a fazer delirar todos aqueles que gostam de desporto automóvel.
Este ano será palco dos Campeonatos de Portugal de Velocidade de Clássicos e ainda das emblemáticas provas organizadas pela “Peter Auto”, o “Trophée Légende” e o “Classic Endurance Racing”. As máquinas que fizeram a história do desporto automóvel todas reunidas num só local.
Vai ser mais um fim-de-semana de excelência na organização com o espírito competitivo a marcar pela diferença. O vasto número de inscritos aliado à espetacularidade de um circuito citadino vai impactar todos aqueles que acompanham sempre de perto as corridas em Vila Real.
Sou suspeito para falar de uma pista e de uma prova que me traz tão boas memórias do passado e do presente. Assim, desejo aos pilotos que proporcionem um bom espetáculo e ao público que faça a festa nas bancadas.
Manter Vila Real no calendário desportivo nacional é ponto de ordem.
Saudações Desportivas.
Fernando Machado “Ni” Amorim, Presidente Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK)
Mensagem do Presidente do CAVR
Clube Automóvel de Vila Real
É com enorme satisfação que damos as boas vindas a todos aqueles que nos visitam neste fim-de-semana de corridas.
Em nome do Clube Automóvel de Vila Real, e em meu nome, quero agradecer o prazer que nos dão em poder partilhar a vossa companhia durante este fim-de-semana prolongado.
Relembrar o passado é um enorme passo para construir o futuro, e poder viver o passado no presente é um prazer inigualável.
Vamos todos, novos e menos novos, viver este momento com sabor especial.
Aos pilotos, artistas deste nosso evento, espero que o mesmo vá ao encontro das vossas espectativas. Diversão mais competição saudável, são princípios em que deve assentar a vossa participação. Da nossa parte vamos fazer tudo para vos proporcionar um fim-de-semana de corridas para lembrar futuramente.
Aos amantes do desporto Automóvel, nunca se divorciem desta vossa, nossa paixão.
Bem-haja a todos, divirtam-se.
Jorge Almeida Presidente
Clube Automóvel de Vila Real (CAVR)
Nosso_Circuito_148x210.pdf 1 15/05/2024 10:13:26
Comissão Organizadora:
Município de Vila Real
Representado por Rui Santos Presidente
Comissão Organizadora:
Alexandre Favaios
Município de Vila Real
Vice-Presidente; Vereador (Educação e Ensino; Desporto, Juventude e Tempos Livres; Desenvolvimento das Freguesias; Defesa do Consumidor - CIAC; Julgado de Paz; Contraordenações)
Representado por
APCIVR – Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real
Representada por
Rui Santos Presidente
Alexandre Favaios
Vice-Presidente; Vereador (Educação e Ensino; Desporto, Juventude e Tempos Livres; Desenvolvimento das Freguesias; Defesa do Consumidor - CIAC; Julgado de Paz; Contraordenações)
José Miranda da Silva Presidente
APCIVR – Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real
Representada por
Filipe Fernandes
António China
Adriano Tavares
Nuno Augusto
José Miranda da Silva Presidente
Filipe Fernandes
Eduardo Passos (Presidente Assembleia Geral)
António China
Rui Taboada (Presidente Conselho Fiscal)
Adriano Tavares
CAVR – Clube Automóvel de Vila Real
Representado por
Jorge Almeida Presidente
Pedro Polido
Daniel Almeida
Jorge Oliveira
Tiago Fernandes
Oficiais de Prova:
Nuno Augusto
Eduardo Passos (Presidente Assembleia Geral)
Rui Taboada (Presidente Conselho Fiscal)
CAVR – Clube Automóvel de Vila Real
Representado por
Jorge Almeida
Presidente
Pedro Polido
Daniel Almeida
Jorge Oliveira
Tiago Fernandes
Diretor da prova: Eduardo Ferreira
Oficiais de Prova:
Responsável pela segurança: Pedro Polido
Comissário técnico chefe: Pedro Couto
Diretor da prova: Eduardo Ferreira
Médico chefe da prova: André Santos Luís
Responsável pela segurança: Pedro Polido
“Press-Officer”: Rodrigo Sá
Comissário técnico chefe: Pedro Couto
Médico chefe da prova: André Santos Luís
“Press-Officer”: Rodrigo Sá
by Peter Auto
Le circuit urbain de Vila Real, réputé pour sa rapidité et sa technicité, s’étend sur une longueur de 4,8 km. Il accueillera les 28, 29 et 30 juin prochains deux plateaux des Historic Racing by Peter Auto, promettant un week-end riche en émotions et en spectacles pour les amateurs de courses historiques.
Parmi les participants, les voitures du Classic Endurance Racing, comprenant uniquement des GT et des prototypes de moins de 2 litres, ainsi que le Trophée Légende, dédié aux voitures d’avant-guerre, auront l’opportunité unique de s’affronter sur ce circuit urbain. L’événement se déroulera dans des conditions de sécurité optimales, offrant un cadre exceptionnel pour ces bolides d’époque.
Parmi les voitures du Trophée Légende, deux pilotes locaux feront sensation dont un, Pedro Rui Mota Felipe au volant d’une rare Ford Felcom Grand Prix de 1928. Cette voiture est le fruit de la fusion entre une Ford A et une Turcat-Mery, l’un des pionniers de la construction automobile française au début du XXe siècle. Autre pilote local, Luis Sousa Ribeiro sera quant à lui au volant d’une Riley TT Sprite de 1938. Les TT Sprite étaient une série de voitures construites pour participer aux courses du Tourist Trophy au milieu des années 1930. Elles étaient principalement basées sur un moteur et un châssis Riley 12/4, mais avec une carrosserie plus basse et sportive.
Du côté du plateau des Classic Endurance Racing, l’enthousiasme est palpable avec notamment la participation de Carlos Tavares, l’enfant du pays ! Il prendra le volant de sa Chevron B21 sur un plateau qui comptera, parmi les prototypes et GT engagés, deux Porsche 2.8 RSR qui marquèrent de leur empreinte les plus grandes épreuves d’endurance des années 1970.
Ce meeting complet de courses historiques à Vila Real s’annonce comme un événement incontournable pour les passionnés d’automobiles, mêlant le charme des voitures anciennes à l’adrénaline des courses urbaines. Peter Auto est fier de prendre part à ce grand week-end, où le passé et le présent se rencontreront sur la piste, pour le plus grand plaisir des spectateurs et des participants.
Informações, Inscritos:
FPAK Campeonato Portugal de Velocidade Legends
/Clássicos/1300/SUPER Legends
by ANPAC
FPAK Campeonato Portugal de Velocidade Legends/Clássicos/1300/SUPER Legends by ANPAC
FPAK Campeonato Portugal de Velocidade Legends/Clássicos/1300/SUPER Legends by ANPAC
FPAK Campeonato Portugal de Velocidade Legends/Clássicos/1300/SUPER Legends by ANPAC
Informações, Inscritos:
Informações, Inscritos:
Informações, Inscritos:
Informações, Inscritos:
Informações, Inscritos:
TypeR Legacy CUP G’s Competizione
TypeR Legacy CUP by G’s Competizione
Informações, Inscritos:
Informações, Inscritos:
Informações, Inscritos:
TypeR Legacy CUP by G’s Competizione
TypeR Legacy CUP by G’s Competizione
ENTREVISTA
Grupo Dourogás: 30 anos a apoiar a comunidade
por Filipe Ribeiro
Fundado em 1994 por dois irmãos, o Grupo Dourogás foi o principal responsável por trazer para a região do interior norte o gás natural.
Com todas as empresas do grupo sediadas em Vila Real, o grupo aposta no apoio permanente a diversas iniciativas da região, das quais o Circuito Internacional de Vila Real não é exceção.
Francisco Magalhães conta que a ligação da Dourogás ao Circuito Internacional de Vila Real (CIVR) surgiu quando a Câmara Municipal decidiu avançar com o seu regresso, acompanhando e estando “desde o início ao lado dele”, até porque tem “raízes na região”, dado que o pai frequentou o Liceu Vila Real e viveu cá durante esses anos.
Sobre o CIVR, o empresário tem boas recordações, tendo presenciado algumas edições desde os anos sessenta do século passado, destacando Carlos Gaspar como um dos nomes mais sonantes das corridas internacionais que passaram pelo circuito.
“Quando o grupo decide apoiar o CIVR, está a investir na região”, é o lema defendido por Francisco Magalhães que destaca a importância deste para a cidade e para a região “o circuito era um grande anseio da região e é uma marca importantíssima no universo e afirmação da cidade”.
“O circuito é uma marca distintiva e o grupo Dourogás, nas suas diversas empresas, desde o princípio que lhe atribui aquilo que é uma parte também da realidade das empresas do grupo, uma marca regional a apoiar uma marca regional”.
Segundo o CEO, o grupo trabalha numa ótica de desenvolvimento regional, não olhando aos benefícios da publicidade, até porque os seus clientes são maioritariamente empresas e serviços, tendo como base de recrutamento o contacto com as pessoas.
Além do apoio que dão ao CIVR desde que retomou a atividade, a Dourogás também colabora com outras áreas da região, como é o caso do núcleo museológico da antiga Central do Biel, em Vila Real, e o prémio que é dado em diversos municípios aos melhores alunos, dando a oportunidade a estudantes de ingressarem no ensino superior.
Susana Teixeira, Grupo MCOUTINHO:
“O espírito da competição está no ADN do Grupo”
por Filipe Ribeiro
O GRUPO MCOUTINHO conta com mais de 68 anos de experiência na distribuição automóvel, assinalando a presença em Vila Real há mais de 25 anos. É uma marca conhecida da população, não só pela localização da sua instalação icónica na Avenida da Europa, mas também pela oferta de marcas e serviços na região, além do seu envolvimento nas míticas corridas.
O envolvimento do Grupo com o Circuito Internacional de Vila Real tem quase uma década, destacando a estreita ligação com o Município de Vila Real, a Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real (APCIVR), bem como o Clube Automóvel de Vila Real (CAVR).
A diretora Susana Teixeira revela que “o espírito da competição está no ADN do Grupo”, sendo “gratificante fazer parte
deste grande evento que muito orgulha os vila-realenses e que em muito destaca esta área geográfica”.
A parceria incide na cedência de parte do edifício às entidades organizadoras, edifício esse “que beneficia de uma localização privilegiada face ao circuito definido”, permitindo à empresa “receber inúmeros convidados por parte da organização, assim como convidar os nossos clientes de todo o país”, explica a responsável.
Susana Teixeira dá nota que este é um evento que “desperta muito interesse nos nossos clientes e são cada vez mais os aficionados do mundo automóvel a quererem estar presentes”. A empresa também apoia a organização com a cedência dos automóveis “fulcrais para garantirem toda a logística associada a este evento”.
Graças à centralidade física da marca MCOUTINHO no circuito, plena linha de partida e chegada, “permite-nos experienciar o evento na sua globalidade, não só pela cedência de espaço à organização que nos permite também acolher os nossos clientes, como na organização e disponibilização de um espaço destinado aos nossos colaboradores”.
Susana Teixeira confessa que “são dias muito intensos onde se vive e respira o desporto automóvel na sua grandiosidade”, sendo um desporto que “diz muito aos nossos colaboradores”.
Para a diretora, este evento tem um impacto “muito positivo não só na economia local, mas também na projeção da cidade a nível internacional”, traduzindo-se, por isso, num “motivo de orgulho para todos nós”.
“Gostamos de envolver a marca MCOUTINHO com as comunidades locais e com tudo que acontece de relevante em termos regionais, sendo que o desporto automóvel está diretamente ligado ao nosso ADN, na vontade permanente de sermos melhores, de nos superarmos e de assegurar a melhor oferta de serviços ao Cliente”.
ENTREVISTA
A norvia e o circuito de vila real
por Filipe Ribeiro
Conversámos com Tomás Espírito Santo, Diretor Geral do Grupo Norvia, empresa de engenharia que nasceu há 37 anos em Vila Real e que tem desde então uma relação próxima com o Circuito. Hoje a presença é marcada pela localização do edifício sede, bem próximo da pista, numa curva muito especial e com uma bancada que tem uma vista privilegiada para assistir às corridas. Uma conversa do automobilismo à consultoria de engenharia.
Qual a área de atuação da Norvia?
O Grupo Norvia é uma consultora de engenharia de âmbito nacional, criada em 1987, aqui em Vila Real, onde continua a manter a sede. Tem também presença no mercado internacional e desenvolve a sua atividade em estudos multidisciplinares de engenharia e na supervisão e gestão global de projetos.
Atua em áreas como Engenharia de Transportes, Aeroportos, Edifícios, Infraestruturas Urbanas e Saneamento Básico e Ordenamento do Território. Mas também em Portos e Obras Marítimas através da MSW, Estruturas Especiais – Pontes e Barragens na LCW, Geologia e Geotecnia, monitorização de pavimentos na GEOVIA.
Tem escritórios em Portugal, em Vila Real, Lisboa, Funchal e Ponta Delgada, e nas subsidiárias, em Angola, Moçambique, Cabo Verde, Senegal e Costa do Marfim. Somos hoje cerca de 300 trabalhadores, num grupo com um volume de negócios anual da ordem dos 25 milhões de euros.
Desde quando e como surgiu a ligação da Norvia ao Circuito de Vila Real?
A ligação ao circuito é natural numa empresa da cidade. Mas, neste caso, eu próprio tenho uma ligação pessoal forte. Antes de vir para este projeto Norvia fui responsável pela realização anual das obras de adequação do traçado às exigências colocadas para fazer o Circuito Internacional na então Junta Autónoma de Estradas, o organismo que tinha a seu cargo as estradas que integram o circuito.
O entusiasmo e a paixão pelas corridas e pelo Circuito vieram, portanto já comigo, para a Norvia. Não só profissionalmente, mas também por razões familiares, dado que muito acompanhei o meu cunhado, Manuel Fernandes, conhecido piloto vila-realense.
Na Norvia viríamos a trabalhar nos projetos das novas vias no interior do Circuito, que permitiram estabelecer o novo traçado, que, entretanto, passou para a gestão da Câmara Municipal. A curva “Norvia” onde se abandona o traçado antigo para entrar no novo e onde está hoje a nossa sede, foi projeto nosso.
Que papel desempenha a vossa empresa na dinamização do Circuito de Vila Real?
Temos estado sempre presentes no apoio à realização do Circuito, como patrocinadores. E sempre disponíveis para colaborar com a Comissão e com a Câmara Municipal na análise e estudo de questões técnicas que se coloquem no traçado da pista. Temos experiência e trabalho comprovado neste tipo de projetos: estivemos nos estudos de remodelação do Autódromo do Estoril, e também na gestão das obras de construção do Autódromo de Portimão. Aqui em Vila Real, somos, de forma natural, “o gabinete técnico permanente” do Circuito.
Estando a empresa localizada nas imediações do centro logístico da prova, como é que vivem os dias da prova a partir do vosso espaço?
Com entusiasmo e expectativa dado que acabamos por estar no centro do acontecimento. A curva e bancada Norvia, situadas junto ao edifício da sede do Grupo, são na verdade um local de excelência para assistir às provas. Todos os colaboradores que ali trabalham acabam por viver esse ambiente de festa que se aprecia fora e dentro de portas, dado que dos gabinetes a vista sobre o circuito também é privilegiada.
Olhando para o impacto que o Circuito tem na cidade de Vila Real e os valores defendidos pela Norvia, de que forma a empresa contribui nesse intuito?
Sentimos que o Circuito também é nosso e que com ele partilhamos uma forma de estar: ambos representamos a região e os seus valores, ambos alcançámos uma afirmação nacional e internacional. Também partilhamos os mesmos valores e metas, como a ambição de sermos os melhores: o Circuito de Vila Real com cada prova e nós com cada trabalho. Temos ambos a ânsia de chegar primeiro e garantir que em cada prova, em cada projeto, demos o nosso melhor.
Na verdade, investir no patrocínio das provas, não é o tipo de publicidade mais eficaz na nossa atividade, mas faz para nós todo o sentido. O Circuito faz parte da identidade de Vila Real e nós, apesar do nosso percurso a nível nacional e internacional, seremos sempre uma empresa vila-realense.
Pedro Matos Da paixão da família aos bastidores das corridas
por Filipe Ribeiro
Pedro Matos é professor de educação física, é associado da Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real (APCIVR), mas dentro do circuito é um dos responsáveis pelo paddock, dando apoio e estando atento às necessidades das equipas em competição.
A sua ingressão na APCIVR surge de um convite protagonizado por Paulo Costa que o desafiou a ele e mais um amigo a experimentar o outro lado das corridas, uma vez que sendo vila-realense, já vivia esta paixão do lado do espectador. Além disso, a família de Pedro sempre esteve ligada direta ou indiretamente às corridas, tornando esta ligação mais natural.
Ao entrar na associação, o professor de educação física e o amigo não iam com nenhuma função definida, “íamos ajudar no que fosse possível”, até porque o número de associados é baixo comparado ao trabalho que é dinamizado na preparação e organização do circuito.
A zona do paddock era a que precisava de pessoas, “adaptei-me bastante bem” e acabou por ficar mais nessa área, não descartando a ajuda em outras que necessitem de apoio ao longo das provas.
Desde que aceitou o convite, nunca mais viu as corridas “se nos três dias virmos meia ou uma hora é muito”, dizendo, no entanto, que nunca mais voltou à condição de espectador porque é “uma perspetiva totalmente diferente”.
José Meireles
“As corridas não são só de Vila Real, mas de toda uma região”
por Filipe Ribeiro
José Meireles é técnico do Município de Vila Real na área do turismo, mas em altura das corridas também colabora na preparação da semana do Circuito Internacional de Vila Real (CIVR).
Natural de Valença do Douro, Tabuaço, mas a viver há 30 anos em Vila Real, José Meireles conta que já sente as corridas como sendo suas, lembrando uma altura em que o irmão e os colegas faltaram à missa para ver a prova na RTP2 porque ia participar o piloto conterrâneo Joaquim Macedo. Um episódio que correu mal para os envolvidos, marcou o téc-
nico que nunca esqueceu “e daí ter sentido que as corridas não são só de Vila Real, mas de toda uma região que sente as corridas como dela”.
O facto de ter vindo estudar e viver para o concelho vila-realense e colaborar no município quando regressaram as corridas, tornou-se mais fácil “ganhar esse bichinho porque já me sentia de Vila Real com as corridas nas veias”.
“Vemos que não é só sentimento local, mas é sentimento mesmo nacional e até além-fronteiras”, explicando que ao participarem em várias feiras de turismo, sobretudo na zona da Galiza, são muitas vezes abordados sobre as corridas ao falar de Vila Real.
A colaboração com as corridas surge aquando do regresso do CIVR, altura em que já trabalhava na área do turismo da Câmara Municipal, sendo “voluntário para todas as secções” e ajudando um pouco onde é necessário.
O trabalho de preparação inicia nos dias seguintes ao término das corridas com uma reunião para fazer o relatório de balanço que permitirá melhorar alguns aspetos para a edição do ano seguinte.
O CIVR insere-se no programa das festas da cidade, obrigando a um trabalho mais dedicado na conjugação da parte desportiva com os concertos, algo que José Meireles afirma que “parece mais confuso do que o que realmente é, porque nós temos programa de animação associado ao programa desportivo das corridas, com os concertos à noite na Praça do Município”.
Este ano as datas do CIVR coincidem com o fim de semana de São Pedro, existindo já algumas atrações e tradições associadas a esta comemoração como é o caso da Feira de São Pedro tornando-se um desafio “casar estas duas situações e fazer o melhor programa de animação que a Câmara tenta fazer todos os anos, que vá ao encontro àquilo que é a essência de São Pedro em termos de animação que as pessoas estão habituadas em termos de concertos e ao mesmo tempo que vai também ao encontro dos concertos que existem nos dias das corridas”.
No entanto, José Meireles garante que “o casamento está bem feito”, embora dê “um bocadinho mais de trabalho”.
Carlos Veiga
O rosto dos Comissários Técnicos que são os primeiros a chegar e os últimos a sair
por Filipe Ribeiro
O Clube Automóvel de Vila Real, como já é conhecido, fica responsável pela parte desportiva do Circuito Internacional de Vila Real (CIVR), e cada elemento é responsável por determinadas funções fulcrais para o sucesso das provas.
No caso de Carlos Veiga, comissário técnico chefe, o seu trabalho inicia na quinta-feira, um dia antes do arranque das provas, em que faz as primeiras verificações aos carros que irão participar.
Com uma equipa de comissários técnicos e comissários técnicos estagiários ao seu encargo, Carlos Veiga recorda a sua ligação à área que já dura há 50 anos, altura em que teve o primeiro contacto como fiscal de pista. “Dado os conhecimentos adquiridos na minha profissão, e como a parte técnica exige um bocado de mecânica de automóveis, pediram-me para eu ser comissário técnico”, disse.
Começou, assim, um passatempo que se tem prolongado até aos dias de hoje e que, segundo o comissário técnico, não tem data para terminar. Confessa que a mulher às vezes lhe diz: “tu vives mais para as corridas do que para casa”, para reforçar a dedicação que tem por esta área onde trabalha apenas por gosto e de forma voluntária.
Carlos Veiga explica que realizam uma verificação técnica a todos os carros mediante o regulamento para garantir “a segurança da parte técnica do automóvel”, bem como durante a prova “a meio de cada mango de classificação, atuamos mediante o que o advogado técnico nos pedir”, referindo que este lhes pode pedir que quer ver, por exemplo, “no fim daquela manhã, x, y, e z de automóveis o peso”. Depois de pesados, se não estiver tudo em conformidade é o comissário técnico chefe que faz o relatório juntamente com o técnico e enviam para o colégio que “por aí vai decidir se desclassifica ou não”.
Os carros permanecem, geralmente, meia hora em parque fechado à espera do veredicto do colégio e para poderem efetuar as suas reclamações e protestos às decisões. Só depois disto podem ser libertados, e é, de um modo geral, o que constituiu o trabalho técnico.
Os comissários técnicos, mesmo depois de todos irem embora e dos carros serem libertados, têm de arrumar o seu material, “arrumar as nossas balanças, arrumar a parte logística de todo o material que é exigido” para o exercício destas funções.
São deste modo os últimos a abandonar o local depois das provas.
A “Fotografia Moderna” em Vila Real
Por Francisco Vieira e Brito
O início do século XIX marca o surgimento da fotografia
Trata-se de uma arte insubstituível e, na minha opinião, eterna, que nos permite explorar e tirar partido de tudo o que nos rodeia de uma forma mais intensa e profunda. Quem domina esta arte, como qualquer outra, é um Mestre que imortaliza momentos únicos que ficam, então, disponíveis para todos nós.
Há uma casa na sala de visitas da Capital Transmontana que se dedica à arte de bem fotografar há mais de 50 anos. Fomos visitá-los e aqui Vos deixamos algumas impressões...
À nossa espera tínhamos Manuel Carvalho (n.1947) e Nuno Costa (n.1978), Pai e Filho, Mestres Fotógrafos, que registam diariamente momentos do quotidiano e também (aquilo que mais nos interessa, e quiçá a Si, prezado leitor, também) acompanham há longas décadas as edições e acontecimentos relacionados com o Circuito Internacional de Vila Real.
São pessoas de trato simples, educadas, respeitadoras, pacientes, boas conversadoras e Amigas, em resumo a síntese do que eu sempre considerei ser um(a) Vila-Realense e que me faz sentir em casa, e como um deles, desde que, em 1979, pela primeira vez vim a esta linda Cidade!
Manuel Carvalho, decano dos fotógrafos da “Bila”, começa por nos referir que, sendo toda a sua família de Vila Real, nasce em Lisboa em virtude das obrigações profissionais de seu Pai.
Quando regressa em definitivo a Vila Real, com 16 anos, inicia a sua atividade como fotógrafo naquela que era na altura, muito provavelmente, a melhor casa do género na cidade. Referimo-nos à “Foto Marius”, propriedade de Mário Rodrigues da Silva, de quem passou a ser simultaneamente empregado e aprendiz. A importância da “Foto Marius” refletia-se, por exemplo, no facto de ter, em permanência cinco fotógrafos ao seu serviço. “Fiz a cobertura das Corridas, ininterruptamente, desde 1966” atira Manuel Carvalho. Mesmo o serviço militar, que começa a cumprir com 20 anos de idade, não quebra a rotina que começa a fazer crescer o gosto pelas Corridas apesar do “receio das velocidades”, confessa. “O meu patrão gostava que eu fotografasse a Curva da Salsicharia (também conhecida como Curva da Areias ou do Sinaleiro) pois o campo de visão que conseguíamos estendia-se desde a entrada na ponte metálica até às proximidades da Garagem Loureiro”. Passou a ser a sua curva predileta para fotografar. Mas o receio mantinha-se. A separar os fotógrafos da pista havia meia dúzia de fardos de palha!! “Felizmente nunca houve nenhum acidente” diz aliviado. “Mal colocaram guardas metálicas os acidentes começaram-se a suceder Olha se tinha sido antes?! Podia já cá não estar agora...”
1973, treinos. Curva da Salsicharia (Transmontana)
O “receio da velocidade”, acrescenta, também se manifestava quando, em trabalho se deslocava à “Vilauto”, oficina do amigo e conceituado piloto da “Bila”, o inesquecível Manuel Fernandes (1946-2005), que o vinha buscar e o transportava no seu carro do dia a dia. O trajeto, apesar de curto, causava-lhe sempre bastantes calafrios, como nos disse perentoriamente!
Durante os 39 meses em que cumpriu o serviço militar obrigatório, Manuel Carvalho também se valorizou como fotógrafo tendo-se diplomado com o “Curso de Fotografia e Cinema”, que muito o orgulha. Foi contemporâneo de Carlos Cruz, Júlio Isidro e José Luís Carvalhosa (1947-2018, conceituado diretor de fotografia, reconhecido nacional e internacionalmente). Teve o gosto de reencontrar José Luís Carvalhosa nas Corridas Vila Real, na década de 1980, estava ele, na ocasião, ao serviço da Rádio Televisão Portuguesa (RTP).
Falando em encontros casuais, ainda Manuel Carvalho morava no Bairro de Santa Maria, e estando a fotografar as Corridas na zona da Timpeira, próximo a sua casa, conhece um “indivíduo de Lisboa, um pouco forte, de barbas” a quem, num intervalo das provas, convida para um lanche em sua casa. Esse personagem, que naturalmente ficou encantado com a hospitalidade do anfitrião, era nem mais nem menos, do que Joaquim Pelejão Marques, grande jornalista, na altura distinto Diretor do conceituado jornal de desporto motorizado “Motor”.
A magnífica fotografia que a seguir reproduzimos, da autoria de Manuel Carvalho, é, na minha opinião, um verdadeiro ex-libris deste Circuito que tanto veneramos. Reparem atentamente na mesma e vejam quantas histórias diferentes ela conta. Manuel Carvalho ao recordá-la desabafa “...as pessoas ao contemplarem a fotografia até devem achar que eu, naquele momento, não me encontraria bem pois estava a fotografar os carros de traseira!”. Há também um episódio curioso para recordar ligado à captação deste instantâneo. A foto foi tirada a partir de uma passagem superior que passou a existir no local e que só podia ser usada no intervalo entre corridas e em circunstância alguma os utentes da mesma poderiam ficar lá parados. Manuel Carvalho, a muito custo, conseguiu convencer os responsáveis pela segurança aí presentes a permitirem a captação deste momento sublime. A memória do Circuito ficou imensamente valorizada; os nossos agradecimentos a todos os envolvidos.
Mas vamos voltar aos tempos da “Foto Marius” para elucidar os estimados leitores de um facto capital no desenrolar desta bonita história. Aí trabalhava, já desde tenra idade uma menina, de seu nome Deolinda, pessoa em quem o Senhor Mário Rodrigues da Silva depositava total confiança a ponto de a colocar a dirigir o estabelecimento quando se tinha que ausentar. Essa menina virá a tornar-se a esposa e companheira de Manuel Carvalho vindo ambos, em 1972 após deixarem de trabalhar na Foto Marius, a fundar na Avenida Carvalho Araújo, no centro da cidade de Vila Real, a “Fotografia Moderna.
Entretanto a família vai aumentando com o nascimento dos filhos, primeiro a Ana e depois o Nuno que, logo que a idade permitiu, começaram a ajudar os Pais na arte de fotografar, principalmente nos fins de semana em que o número de casamentos era tão grande que tinham que se desdobrar para atender às solicitações. Todos pegavam nas máquinas fotográfica e iam ao trabalho!
Enquanto a filha Ana em termos profissionais abraçou a carreira de professora, Nuno, no início deste século (XXI), entra para a faculdade de Engenharia, tendo chegado ao terceiro ano. Contudo a era do digital estava a invadir o comércio da fotografia e era necessário dar o passo em frente. A necessidade e vontade de ajudar os Pais a abraçarem esse novo desafio, crucial para a sobrevivência do negócio, aliado ao gosto, refinado ao longo dos anos, pela fotografia, leva Nuno a optar apenas por esta última atividade, decisão que o próprio considera “acertada, da qual não me arrependo e que me permite viver a vida a fazer o que gosto”, segundo palavras do próprio.
Nuno, Deolinda, Manuel e Ana, num momento de justificada felicidade, aquando da distinção e homenagem levada a cabo pelo Município de Vila Real pela passagem do 50º aniversário da fundação da “Fotografia Moderna” em 2022.
Tendo nascido na “Bila” o gosto pelas Corridas é inato em Nuno. A primeira recordação que guarda de assistir ao vivo ao desenrolar das provas no asfalto de Vila Real traz-lhe à memória o seu ídolo Manuel Fernandes a pilotar o BMW 635CSi com as cores da “Mustang”.
1988, Curva da Salsicharia, as primeiras imagens das Corridas que ficaram na memória de Nuno Costa, então com 10 anos, aqui eternizadas pela objectiva do seu Pai.
Fotografia da autoria de Nuno Costa que o próprio elege como uma das que mais gosta porque “... diz muito das Corridas de Vila Real. Carros míticos..., descida de Mateus..., grelhas cheias...”
As Corridas trazem-lhe a satisfação de usufruir em simultâneo de dois gostos e de viver situações para mais tarde recordar –como quando depois de ter estado a fotografar na curva da rotunda do Bairro da Araucária, se senta um pouco a descansar junto a uma ambulância; algum tempo após abandonar esse local essa ambulância foi abalroada por um carro de competição!! Por falar nesse episódio, Nuno Costa fez questão de referir as amizades duradouras que tem vindo a fazer com muitos dos protagonistas que têm passado por Vila Real, como é o caso de Tom Coronel (NL), com quem mantêm contacto regular.
Vila Real, Praça do Município. Miguel Oliveira com Nuno Costa. Dois Grandes, cada um na sua Arte...
Foi um gosto muito grande a pequena conversa mantida com Manuel Carvalho e seu filho Nuno Costa, que nos dão o privilégio da sua Amizade e que teimam em manter uma casa, a “Fotografia Moderna”, com mais de meio século de existência onde está escrita a história da família e também a do Circuito Internacional de Vila Real
Em relação a este último Pai e Filho são unânimes em reconhecer a importância do mesmo para a Cidade e para a Região, fazendo votos para que haja condições para que continue a haver boas Corridas em Vila Real durante muitos e muitos anos.
A braçadeira é de 1966, a foto foi tirada mais de 40 anos depois! Manuel Carvalho, uma vida inteira a fotografar o Circuito Internacional de Vila Real.
E para finalizar resta-nos agradecer aos nossos entrevistados a amabilidade em connosco partilharem as suas vivências e desejar que a “Fotografia Moderna” continue a trilhar o caminho para o século de existência, tal como o Circuito Internacional de Vila Real está a fazer.
Bem-Hajam Estimados Amigos, Muito Obrigado.
Filho de peixe... Nuno Costa a honrar os pergaminhos da família.
Circuito Internacional de Vila Real
Heróis, Anti-heróis e Super-heróis
Por Jorge Machado*
Quando folheamos as corridas de Vila Real, não nos permitimos deixar de identificar e reconhecer todos, e são muitos, os heróis que, desde 1931, foram capazes de aportar esta nau de outro mundo até aos nossos dias.
Generais, Lugares-Tenentes e Oficiais, guiaram as batalhas duma guerra que conquistou o direito à diferença. O direito à diferença daquelas gentes “lá atrás-do-sol-posto” que, num sopro, se agigantaram “cá à-frente-do-sol-nascente”, e tomaram em mãos o padrão da ousadia e coragem, qual pilar de granito cravado na terra de fogo por Diogo Cão, seja no cabo de Santa Maria ou na foz do rio Zaire. Muitas foram as batalhas pelejadas pelos nossos heróis, como ainda o continuam a ser, sendo Aureliano Barrigas talvez o herói primeiro na história do Circuito de Vila Real.
“… em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?...”, ilustra Brecht num dos seus poemas.
Existiram, existem e continuarão a existir, protagonistas que não possuem as virtudes tradicionalmente atribuídas aos heróis?
Uma espécie de Batman que faz o bem, mas ao mesmo tempo desafia as leis da cidade de Gotham?
Talvez uns anti-heróis?...
Nada de mais errado!
Não se podem confundir como anti-heróis aqueles que apenas despem o desafio das leis do protagonismo pedante e salobro, e não necessitam de caminhar em bicos de pés, ou de salto alto, puxando as calças para cima, para serem vistos, ou reconhecidos, ou virados importantes.
“Faltam-nos redes e postes para protegermos o Boque…”
“Está bem Sr. Francisco… vamos resolver a situação... Pode faltar tudo, menos a segurança!…”, respondia com o peito cheio de confiança, rendido à responsabilidade que o amor e dedicação deste homem transpirava. E lá apareciam as redes montadas nos postes de madeira, como se, de facto, parecessem mais servir para suster ou sustentar uma motorizada “Pachancho” ou una bella “Cucciolo 48cm3”…
O suor das noites quentes, bem cedo desde há dois meses antes da bandeirada, misturava-se com o serrim que ia enchendo os sacos que os rapazes amontoavam em pilhas, não fosse o caso de os rails, inexistentes naquela época, se revelarem fracos à provação da segurança que era suposto garantirem…
Ora os sacos de serrim emparelhados como alvenarias, estes sim!...
E os fardos de palha? A correr com os bombeiros, a apagar os que pegaram fogo por qualquer pirisca com cheiro a álcool que o fígado de sábado, pelas tantas da noite, botou boca fora…
“Sr. Francisco?!...”
“Vá lá rapazes, vamos lá!...”
A Ford Transit da “Intramel” corria para se certificar que estavam juntas as condições para que o semáforo verde da bandeira se pudesse agitar no dia seguinte.
“O Sr. não pode passar!...” gritou a Autoridade!
“Ó Sr. Guarda, eu tenho de passar!...”
“Não pode! O circuito está fechado!...”
“Deixa lá o homem passar, senão não temos corridas!... rompeu esbaforido o superior!
E a Ford Transit lá foi, enquanto se aguardava a sua chegada, quase atrasada pelo percalço, às boxes.
Francisco Abílio da Fonseca Coelho ergueu a bandeira verde do profundo das grelhas de partida para que o semáforo sempre se agitasse…
Cozinheiro do exército, masterchef sem estrelas Michelin desnecessárias, voluntário “anti-herói?” do festim…
E amanhã?
Hoje já é amanhã!...
Com os fatos azuis e vermelhos com um S no peito, ajustados ao corpo do Super-Homem em licra esterlicada ou mangas a abanar… (não importa!), o Batman dorme de cabeça para baixo a aguardar o amanhecer…
Como o Homem-Aranha, pulemos de edifício em edifício, de palco em palco de todos os atores, tecendo a rede que os deuses gregos lançarão no olimpo de Vila Real, para que a tocha ardente continue viva e o Circuito Internacional seja uma marca da festa que nos distingue.
Então e os Super-heróis?!...
Serão os que farão as corridas de amanhã!...
* Jorge Machado foi assistente à “Comissão Permanente do Circuito Internacional de Vila Real” de 1971 a 1973, Presidente do “CAVR”, Clube Automóvel de Vila Real em 1987/1988 e Membro Fundador da “APCIVR”, Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real, 2014.
Circuito Internacional de Vila Real.
Recordações felizes de uma região.
Crónica do Professor Hilário Nery de Oliveira
Desde 1931 Vila Real, usufrui o privilégio de ser a capital do desporto automóvel de Portugal. O nosso circuito trás à Princesa do Marão fama e proveito, devidamente comprovados pelos milhares de visitantes que se deliciam com a destreza e audácia dos renomados pilotos, com a majestade das máquinas que tripulam e com a extravagância lustrosa das respectivas comitivas. Vila Real, para os bem receber, veste o seu traje de gala, juntam-se vontades e parcerias, realça-se a lhaneza das suas gentes. Alindam-se casas e ruas, melhoram-se jardins, podam-se árvores, lavam-se varandas, colocam-se bancadas improvisadas, nos bares serve-se do fino e generoso.
As populações à volta do circuito abriam as suas portas, os seus quintais a familiares e amigos para apreciarem no melhor local as corridas. Eram três dias de festa de muitas merendas e “tainadas”. Os forasteiros chegavam de todo o lado, quem não tinha quarto para dormir, descansava num saco cama nos armazéns de Mateus ou Abambres. Nos hotéis, restaurantes, tascas e casas de pasto, vem ao de cima a qualidade genuína da gastronomia trasmontana. Brilha a MESA de VILA REAL, a sua vitela maronesa, as tripas aos molhos, os afamados covilhetes, as cristas de galo, relembrando a sapiência da doçaria conventual. Entrem quem é. Bem-vindos.
A nossa prova teve como principal impulsionador Aureliano Barrigas, um grande especialista do mundo automóvel e da mecânica. Escreveu mesmo um livro chamado “Como tratar o meu automóvel.” O Circuito passou a fazer parte do programa das festas do Sto. António, realizadas na Capital de Trás-os-Montes, por volta do 13 de junho. Rapidamente atingiu patamares de romaria, milhares de forasteiros chegavam ao Sto. António para ver as corridas, apreciar a grande feira anual e comerem as especialidades gastronómicas. Tudo bem regado com excelentes vinhos da região.
Em 1936, toda a pista foi finalmente alcatroada. Chegam bólides da Europa. Os melhores pilotos nacionais estão presentes. Destaca-se o célebre cineasta Manoel de Oliveira, o seu irmão Casimiro de Oliveira e o super piloto Vasco Sameiro. Os carros atingiram médias de 130km/h. No início da década de 50, melhorou-se a ponte metálica que liga a Estação ao famoso gancho do Sinaleiro no alto do S. João da Fraga. Nesse ano a prova atravessou o Corgo pela Ponte de Santa Margarida, subindo o Bairro dos Ferreiros. O vencedor foi Piero Carini.
Ao longo dos diferentes anos destacaram-se pilotos da região que animavam as bancadas, emocionando os espectadores locais. Especial relevância para a família Fernandes
com o patrono António Camilo, o filho Carlos, o primo Manuel e actualmente o herdeiro Manuel Pedro. Destaques também para António Taveira e Sidónio Cabanelas. Nas motas o audaz Costa Paulo.
Para a posteridade ficou o ano de 1958. Ano Vintage, assim considerado pela qualidade das amêndoas e do vinho generoso do Douro. Nesse ano nasceu a Região de Turismo da Serra do Marão. O Sport Club de Vila Real, disputou o Campeonato da 2ª Divisão, com uma equipa memorável que esgotava o Campo do Calvário, pela primeira vez, reforçada com internacionais, como o saudoso Mosquera Platas. As corridas nesse ano foram ganhas pelo famoso Stirling Moss com o seu Maserati 300 S vermelho. No seu livro de memórias escreveu: “ Vila Real foi a terra mais encantadora de todas em que corri, deliciei-me com a sua gastronomia em especial com um pastel de carne que chamam, covilhetes”
Na década de 60 chegam a Vila Real as máquinas de turismo, grande desporto e os protótipos, além da Fórmula 3, que brilham conjuntamente com os Minis Cooper S, recordando a famosa volta de Manuel Lopes Gião somente em duas rodas. Nos sport protótipos, comandam os Lola T 70 de Mike Grace de Udy, o Porsche 908 de David Piper. Os portugueses Carlos Santos, Mário Araújo Cabral, Carlos Gaspar no Ford GT 40, Ernesto Neves, defendem galhardamente as cores nacionais. No grande turismo evidencia-se o Ford Capri RS de Jorge de Bagration. Em 1969 foi transmitida para toda a Europa a majestosa corrida das “Seis horas de Vila Real “. Os carros ultrapassaram a média de 160km/h.
Hélder de Sousa conta-nos que em 1969 o conde belga Van Der Straaten trouxe a Vila Real dois Alfa 33, mas lamentava-se dos maus resultados obtidos, justificando-os pela qualidade da nossa “ comida pesada “ que prejudicou a prestação dos pilotos. No ano seguinte regressou a Vila Real, recomendando no Hotel umas ementas mais suaves.
Assim em 1970 as condições únicas do nosso “ terroir “ foram fundamentais na contribuição para a vitória do carro do nosso estimado Conde, pilotado por Teddy Pilette, o Lola T70, com motor Chevrolet que numa luta tenaz conseguiu levar de vencida o McLaren M8C de Chris Craft na mítica Prova dos 500Km, disputada num dia de sol abrasador em que o motor Chevrolet só aguentou por estar a ser arrefecido pelo glicol especial feito, na véspera ,pelos melhores vinhos de Vila Real e pela totalidade dos quilos de açúcar que existiam nas mercearias da Bila e arredores. Segredos da tecnologia que o nosso famoso Conde só soube quando já estava na Bélgica a apresentar o troféu e a deliciar-se com um saboroso presunto que também constituía o prémio.
Vila Real consolidou fama, era, e é, indubitavelmente, a capital do desporto automóvel de Portugal. Jovens aficionados chegavam de todo o lado para acompanhar as voltas ao circuito. Os hotéis de Pedras Salgadas e Vidago também esgotavam. Há noite, realizavam-se espectaculares verbenas no Jardim da Carreira. Animação em toda a cidade. Na Avenida, entre o Tocaio e a Gomes, desfilava o “Jet Set” da Foz, de Cascais e Estoril. Nesta semana a Capital de Trás os Montes, parecia uma grande cidade europeia. Parqueava os carros, verdadeiras máquinas voadoras, dentro de camiões oficinas e atrelados especiais. Vinham pilotos, mecânicos e beldades femininas, fazer publicidade aos diversos patrocinadores. Nos dias anteriores as máquinas eram afinadas com os ultimos retoques nas garagens da cidade: Loureiro, S. Cristóvão, Ford, Boavista, Miro, Renort, etc… A juventude andava de oficina em oficina a verificar o trabalho destas equipas, à procura de novos autocolantes (decalcomanias) para juntar à coleção dos anos anteriores.
O Circuito de Vila Real é único. Atravessado por uma linha de comboio, por isso os horários das provas tinham de ser acertados para dar passagem ao “Velho Texas “. No fim de cada prova havia um contentamento geral. O vencedor subia ao pódio, colocada a coroa de louros sobre os ombros, o champanhe lançado sobre as cabeças dos colaboradores, assistia-se e participava-se numa festa sem igual.
Tudo terminava no domingo pela noite, com o grande espetáculo animado por locutores e artistas profissionais da RTP, na entrega de prémios no Jardim da Carreira. Nos dias seguintes retiravam-se cancelas e bilheteiras. Desmontavam-se bancadas e barracas de comes e bebes. Sempre com a sensação de dever cumprido e com a esperança de que no próximo ano haverá mais corridas e… mais Vila Real nos jornais e na televisão.
Hilário Nery de Oliveira, Juiz da Confraria do Covilhete, com o Bastão Aléu.
Sport & Protótipos 2 litros (até 2.000cc)
no Circuito Internacional de Vila Real na década de 1970
Seleção e recolha Francisco José “Kiko” Vieira e Brito
Discreto, assertivo, perfeccionista, trabalhador, leal e amigo do seu amigo, homem de causas, habitual “municiador” das páginas dos “Livros das Corridas” – como o que o prezado leitor tem agora nas mãos - o longo e multifacetado percurso do Engenheiro Jorge Machado em prol das Corridas e do Circuito Internacional de Vila Real merece ser enaltecido e mais conhecido. Razões mais do que suficientes para (mais) uma pequena conversa que aqui Vos deixamos....
* Desafiado a autocaracterizar-se, o nosso interlocutor afirma:
“Sou “Bilarealense” (1955, Vila Real) com o ADN das Corridas de automóveis que foram a minha companhia desde muito cedo, completamente apaixonado por carros e corridas!”
A relação de proximidade com os automóveis inicia-se com o começar a guiar muito novo ao colo do Pai, “prazer incomparável”, mesmo sem chegar aos pedais!
Com o irmão, nove anos mais velho, no espaço amplo existente atrás do “Palácio dos Correios” de Vila Real, tinha “aulas” de condução acompanhadas, até o dia em que lhe pede para guiar sozinho, ou seja, com o irmão fora do automóvel! “Tu não chegas aos pedais! Chego sim, vê como consigo chegar...” (com as pontas dos dedos dos pés!!). Com o irmão a correr do lado de fora da viatura a dar indicações (mete segunda, trava, acelera agora um pouco...) Jorge Machado começa a conduzir sozinho.
Recorda, entre muitos outros episódios, uma ida ao Porto com o Pai e com o Tio José Loureiro (dono da “Garagem Loureiro”), de quem teve uma proximidade e admiração muito grandes, buscar veículos “Austin” novos, cuja representação o seu Tio detinha. Na vinda era preciso conduzir o veículo deixado junto à Ponte da Salgada (N2 – em Almodena, Vila Real) e os outros dois que tinham sido trazidos do Porto. O Tio José Loureiro sugere que o jovem Jorge, apenas com nove anos, conduza o terceiro carro, rodando entre os outros dois para estupefação do progenitor de Jorge. “Foi, apesar do ser um percurso curto,
a primeira vez que eu senti a responsabilidade e o peso de levar um carro, tendo chegado à garagem do meu Tio com um sorriso de orelha a orelha, com o meu Pai aflitíssimo dentro do carro de trás”. Outros tempos....
Aos 14, 15 anos, uma das fases da sua vida que o próprio considera das mais bonitas, com o Mini azul que o irmão tinha comprado novo mas que não usava por estar a cumprir o serviço militar obrigatório, e que Jorge Machado conduzia regularmente (ainda que não devidamente habilitado), após estacionar a viatura num dos raros lugares, já nessa altura, na rua em que habitava, na cidade de Vila Real, apercebe-se que um transeunte, aparentemente com um problema de saúde momentâneo, estava a sentir-se mal, cambaleando e acabando por deitar-se no chão. Um Senhor agente da autoridade acode ao enfermo e Jorge Machado faz o mesmo. A pessoa em causa ao aperceber-se da chegada de ajuda pede para o transportarem a casa, para descansar e se restabelecer. Imbuído do sentido cívico que sempre o caraterizou, Jorge Machado prontifica-se a transportar o Senhor a casa para gáudio do Senhor agente que se oferece para os acompanhar! Após o deixarem em casa regressaram ao sítio de onde tinham saído, mas o local de estacionamento anteriormente utilizado já estava ocupado! Mais abaixo, onde o Doutor António Cabral “para nós o Padre Cabral”, dava as suas explicações, havia um espaço, mas aí não era permitido estacionar. O Senhor agente, profundamente sensibilizado pelo sucedido, dirige-se a Jorge Machado convidando-o a ocupar esse espaço para estacionar o seu carro e informando-o que iria inclusivamente alertar o colega que entraria de turno a seguir para ele para não levantar nenhum problema por a viatura estar lá estacionada!
Esse episódio foi o clique que fez o nosso entrevistado despertar para a necessidade de regularizar a situação, o que faz pouco tempo depois, já quando estudava em Lisboa: Junto de um parente que possuía uma escola de condução, mesmo sem ter nenhuma aula condução (situação impensável hoje em dia) faz o exame de código e na manhã do dia
do exame deu umas voltas de habituação com um velhinho Volkswagen Carocha de pedais “ao contrário” de forma a adaptar-se ao carro, a fazer as curvas em ângulo reto, a olhar pelo espelho retrovisor e, naturalmente, ao trânsito da capital. A situação de ilegalidade foi assim ultrapassada nessa tarde o que permitiu que Jorge Machado, aquando do regresso a Vila Real, pudesse dar a boa nova aos Pais de que já tinha “tirado a carta” e colocar assim um ponto final ao período “clandestino” por que passou que, segundo o próprio, não o orgulha e nem quer mesmo que o próprio filho, nem ninguém, fiquem algum dia a saber...
Em jovem, apesar das poucas facilidades em termos financeiros, dedicava sempre um mês de cada ano a conhecer o mundo além-fronteiras através do programa “interrail”, consumando o seu “despertar para o mundo”
Seguiu-se o lado profissional da sua vida, coincidente com a interrupção das provas em Vila Real motivadas pela crise do petróleo e pelo “25 de Abril” de 1974, primeiro em Coimbra (UC, 1973 a 1975) e depois em Lisboa (IST, 1976 a 1978). Já formado passa pelo IUTAD (Instituto Universitário de Trás-os-Montes e Alto Douro) e posteriormente UTAD (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro), pelo LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil), adquirindo experiência que o vai ajudar na posterior passagem por Macau onde também trabalha no Laboratório de Engenharia Civil de Macau. “Oportunidade única”, refere, de construção de um Laboratório que veio a apoiar as grandes obras dessa época – aeroporto, porto de águas profundas, ligação da península de Macau com as ilhas da Taipa e de Coloane.
Macau, ironia do destino, também alberga um famoso circuito urbano, o “Circuito da Guia”, que mantinha a paixão de Jorge Machado bem viva e “obrigava-o” a continuar a pensar no seu Circuito Internacional de Vila Real.
Segue-se o regresso à terra natal, ainda imbuído do romantismo, utopia mesmo, segundo o próprio, de contribuir para a fixação de população e desenvolvimento da região.
Após a passagem pela Universidade, que nunca abandonou e que serviu sempre como escape para os dias de azáfama que se seguiriam, surgiu a oportunidade da JAE – Junta Autónoma das Estradas. A colaboração com a Universidade dura 34 anos; como dirigente a vários níveis do organismo que tutela as estradas e a circulação rodoviária teve uma intervenção de 23 anos seguidos, correspondentes a 11 administrações da JAE, 6 governos da República, foi uma “travessia que permitiu conhecer-me, a mim e a todos aqueles que à minha volta passaram”, acrescenta.
Enfatiza um aspeto muito importante, desconhecido para alguns, que é o facto de ter sido a JAE o suporte primeiro das “Corridas” de Vila Real. Ainda hoje assim é...
Tudo começou em 1931 com os irmãos Borges, conhecidos por “Borginhos” atendendo à sua pequena estatura, engenheiros técnicos da JAE, numa altura em que parte do Circuito não era sequer pavimentado (!), tinha piso de macadame. As primeiras corridas foram um autêntico “mar de pó”. O alargamento, a pavimentação, a sobrelevação das curvas - respeitando a filosofia de que esta (sobrelevação) ajudaria a maior velocidade de negociação deste tipo de curvas pelos automóveis de competição (promovia-se mais o espetáculo e menos a segurança) - foram da lavra deste organismo.
Mas há mais!
Dois meses antes dos eventos, cerca de duas centenas de cantoneiros e jornaleiros contratados pela Direção de Estradas começavam a fazer a limpeza, com vassouras, das estradas que compunham o Circuito e os lancis eram caiados para ficarem devidamente sinalizados. “O compromisso era total”, não se cansa de enfatizar o nosso interlocutor. Quando as estradas do Distrito começaram a ter guardas metálicas, as primeiras a serem colocadas foram-no no Circuito.
Estes, e outros episódios, ajudaram a cimentar o cada vez maior compromisso que Jorge Machado sempre teve, e continua a ter, com as “Corridas” de Vila Real.
* Caso único dentro da organização do Circuito Internacional de Vila Real, Jorge Machado integrou a “Comissão Permanente do Circuito Internacional de Vila Real” e o “Clube Automóvel de Vila Real” e, atualmente, a “Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real”
Existem períodos marcantes da história do Circuito, das Corridas; Jorge Machado identifica três. O nosso interlocutor lamenta não ter vivenciado o primeiro deles, a era gloriosa dos fundadores! Referimo-nos aos anos 1930/40/50. De qualquer modo enaltece que em 1958, três anos após ter nascido, Vila Real recebe, entre muitos outros nomes muito ilustres, “Sir” Stirling Moss.
A tenra idade não lhe permite recordar muitos pormenores dessa altura, referindo apenas que a recordação mais longínqua que guarda é assistir, extasiado, de mão dada com o seu Pai, à chegada do camião que transportava, entre outras, as viaturas da Ferrari, que esteve estacionado em frente ao Liceu Camilo Castelo Branco.
1958 - Circuito Internacional de Vila Real.
O camião da “Renzi”, em Reims, antes de partir em direção a Vila Real.
A nossa história começa com a nossa promessa | Tornar a experiência do Cliente única.
Já mais velho, a partir de 1966, lembra-se perfeitamente da era dos Fórmula 3 cujas provas causavam grande emoção, transportados que eram, como recorda, em carrinhas Volkswagen (Transporter) de caixa aberta, muitas vezes provenientes dos países nórdicos. Uma “verdadeira odisseia na altura, com as dificuldades de acesso de então”.
A partir dos 15/16 anos a ligação de Jorge Machado à “Comissão Permanente do Circuito Internacional de Vila Real começou a ser “vital” para ele. Sentia-se uma espécie de “mascote” dentro da mesma; cerca de dois meses antes da data das Corridas, os dias, das nove da manhã até às nove horas da noite, eram passados no escritório do Turismo na Avenida Carvalho Araújo, autêntico quartel-general à volta do qual tudo girava naqueles que o nosso interlocutor considera como sendo os “anos de ouro”, principalmente pela “presença de pilotos e carros que na atualidade seriam os concorrentes do WEC” (FIA World Endurance Championship).
Na altura a presença de viaturas icónicas – Porsche 917K; Ferrari 512M; Porsche 908; Lola T70 – deixaram recordações, sensações indeléveis, “o peito a tremer com a vibração do motor, o cheiro que completava todo o cenário das corridas de então”.
Sempre presente no “quartel-general” estava o Senhor Francisco Teixeira, amigo da família, a quem o Pai de Jorge Machado chamava carinhosamente “ Chico ” Teixeirinha, era o “incansável promotor do diálogo para que os pilotos viessem a Vila Real”. A vinda dos pilotos era mediada por agentes, angariadores se quisermos, sendo os contactos estabelecidos por “telex”. As propostas por eles apresentadas eram então analisadas e as escolhas feitas. Cada conjunto piloto/ carro tinha um valor de “prémio de alinhar” definido à partida. Muitos dos que eram rejeitados numa primeira escolha, voltavam a ser propostos pelos seus agentes. Jorge Machado deixa escapar “...tomara eu ter cá agora muitos dos que na altura rejeitámos” !! Os conhecimentos de Inglês da “mascote” da Comissão Permanente a revelarem-se de capital importância em todo este processo. Jorge Machado refere a empatia e simpatia que existiam com o Senhor Francisco Teixeira, “Teixeirinha” , personagem que caracteriza como “ fundamental e, muitas vezes, esquecida” neste tão importante período da história do Circuito.
Recorda igualmente uma visita, entenda-se operação de charme, feita em 1972 ao então Presidente da República Almirante Américo Tomás que ao dirigir-se a Jorge Machado para o cumprimentar pergunta “este Senhor é piloto, não é?”. O nosso interlocutor respondeu-lhe ser naquela altura ainda muito novo para ter esse estatuto, mas “quem sabe, um dia!”. Nessa época lutava-se em Vila Real para se criar um autódromo pelo receio de não conseguir manter as Corridas no traçado urbano até então utilizado.
Para a Comissão Permanente a coroa de glória foi 1973, última prova de carácter internacional nesse período, tendo Vila Real recebido “a nata” dos concorrentes de Sport-Protótipos 2 litros da altura, alguns dos quais disputavam, em simultâneo, o Campeonato do Mundo de Fórmula 1. Recorda e evoca, com orgulho Peter Ghetin (1940-2011), “Dave” Walker (1941), John Miles (1943-2018), apenas como alguns (poucos) exemplos. As equipas que se deslocavam à capital transmontana eram em muitos casos oficiais ou semioficiais, Chevron “Red Rose Racing”, a G.R.D., os Lola’s T-292 do “Team BIP”, destaca, lembrando a euforia da vitória de Carlos Gaspar (mentor e piloto desta última equipa, precisamente na edição de 1973 (que só conheceu vencedores portugueses, saliente-se, apesar da fortíssima presença de pilotos de além-fronteiras nesse ano). “Corrida épica e memorável”, com várias trocas no comando ao longo de quase uma hora e meia de competição.
Nessa altura Jorge Machado, já com 17 anos, tinha já uma braçadeira da “Comissão Organizadora”, “era das antigas”, é certo, mas que já lhe permitia ter acesso a tudo aquilo que, para ele, era “desejável de saber, conhecer e contactar”! Uma das permissões era entrar no “Jardim da Carreira”, onde funcionava o “parque fechado” conseguindo assim estar com pilotos e ver e fotografar os carros. “Nessa altura era o máximo da realização”. Uma das facetas da paixão de Jorge Machado materializa-se através de testemunhos fotográficos de elevada qualidade
No dia seguinte ao fim de semana das corridas destaca o papel do também membro da “Comissão Permanente”, o Senhor Rodrigo Araújo, que de alguma forma “roubava” o protagonismo ao Senhor Francisco Teixeira. O seu principal papel era “ferreamente controlar as finanças, receitas e despesas do Circuito”. Jorge Machado também colaborou de muito perto com ele pois era preciso ajudar na tarefa de pagar os prémios de presença aos pilotos. A esse propósito recorda o que caracteriza como uma das “mais deliciosas atitudes” que assistiu relativamente à atuação da Comissão Permanente passou-se com um piloto que tendo tido problemas de motor, deslocou-se ao seu país natal no sentido de resolver o problema. Em Vila Real ficaram o carro (sem motor!!) os mecânicos e a esposa do piloto. Inesperadamente o referido piloto teve um ataque de apendicite não regressando a Vila Real. Efetivamente o carro estava em Vila Real e para que fosse possível receber o prémio de presença era necessário levá-lo até à grelha de partida, o que foi feito pelos mecânicos que o empurraram até à última linha da mesma. Imediatamente antes da partida a viatura foi de novo retirada, a Comissão Permanente sancionou o procedimento e o concorrente pode assim, efetivamente, receber o prémio de presença de forma a ser recompensada pela sua efetiva presença.
A condescendência com este espetáculo materializava-se, por exemplo, em atitudes como a tida pelos superiores hierárquicos das forças policias quando, após terem dado voz de prisão a um dos pilotos estrangeiros presentes por alegada conduta imprópria, foi-lhes explicado que a manutenção dessa situação levaria a prejuízos assinaláveis nas corridas que se realizariam no dia seguinte e eles acabaram por libertar o referido indivíduo, sem mais nenhuma consequência para ele.
A partir de 1985 começa a ter maior proximidade com as provas que se realizam na região o que lhe valeu o convite para, em 1988, presidir ao novel “Clube Automóvel de Vila Real”. Considera ser esta a instituição naturalmente com maior apetência para a organização deste espetáculo, como gosta de lhe chamar, pois o mesmo caracteriza-se por possuir um “palco, público e atores”. O seu objetivo neste novo desafio foi conseguir provar que era possível fazer corridas em Vila Real com qualidade. O contrário para ele não faz sentido, afirmando mesmo que “sem qualidade é melhor não termos Corridas”. Propunha-se também lutar por um projeto internacional. Liderou o CAVR durante um ano até ir para Macau, tendo a liderança sido assumida pelo resto da equipa após a sua partida. Um dos aspetos que foi melhorado foi a questão do escrupuloso cumprimento dos horários, “não poderia haver atrasos injustificados, por respeito ao público e todos os envolvidos”. Mesmo durante esta fase como dirigente, Jorge Machado ocupava durante as provas o seu lugar na bancada que (nessa altura, desde 1968) existia em frente ao local onde funcionavam as (antigas) boxes, permitindo-lhe alimentar o seu hobby pela fotografia. “Para colocar as coroas de louros e entregar os prémios era só preciso atravessar para o lado de lá…”
Nesse período assistiu-se igualmente à implementação de medidas como a definição de cores para os bilhetes!, ao incentivo à população para ajudar financeiramente com o que fosse possível, à realização de dois circuitos, em Abril e na data tradicional, ao próprio preenchimento do intervalo entre as corridas com desfiles de carros que tinham corrido em Vila Real, organizaram-se exposições de fotografia - Claustros do Governo Civil - e miniaturas - Garagem São Cristóvão.
As fotografias foram gentilmente cedidas pelo Senhor Magalhães – Foto Macário, que tinha uma coleção absolutamente extraordinária e que as cedeu posteriormente ao CAVR a custo simbólico que ficou assim com um espólio magnífico que, infelizmente, já não estará integro… Maneiras de chamar as pessoas para a festa! “Ainda hoje”, vinca Jorge Machado, “as Corridas têm que ser uma festa para chegarmos às pessoas. Só assim tiramos partido de todo o prestígio alcançado ao longo da história, em breve centenária, das nossas Corridas”.
Quando passámos a ter um campeonato do mundo FIA, no caso o WTCC, Jorge Machado entende ter-se conseguido uma outra perspetiva. Esse foi, na sua opinião, o “outro período de ouro do Circuito Internacional de Vila Real”. Essa outra perspetiva decorre da criação da Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real – APCIVR. De novo “uns pequenos loucos resolvem desafiar tudo e todos para que esta situação se pudesse concretizar”. Recorda a reunião em que foi aliciado/desafiado a, novamente, conseguirem concretizar aquilo que foi, e continua a ser, o “ex-libris” das Corridas em Vila Real. Logo no primeiro ano de vigência da Associação as bases foram lançadas na perspetiva de ser um Circuito Internacional, designação que Jorge Machado sugere como imprescindível, baseado na ideia fundamental que a ambição tem de permanecer, “pensar sem ser em pequenino! É fundamental, acrescenta, esse horizonte prevalecer para o futuro”. Tivemos, também nesta nova fase, a nata dos pilotos e marcas envolvidas no mundial de carros de Turismo, o tal segundo período de ouro
* No seguimento da nossa agradável conversa Jorge Machado vai recordando factos curiosos que testemunhou
A influência do Tio José Loureiro continua a exercer-se ao longo da vida de Jorge Machado, nomeadamente no seu envolvimento nas “Corridas”. A Garagem Loureiro estava estrategicamente situada junto à zona de boxes/meta do Circuito Internacional de Vila Real. Muitos dos carros de competição eram lá recolhidos e assistidos durantes os dias de competição. Outros, recorda Jorge Machado, espalhavam-se por outros locais nas imediações do Circuito: David Piper usava o quartel dos Bombeiros da Cruz Verde, Michael Grace D’Udy deixava o seu Lola T-70 na garagem “Mabor” na Avenida Carvalho Araújo, propriedade igualmente de um outro Tio do nosso entrevistado (Senhor Alberto Botelho da “Mabor”).
Todos os anos havia uma “encenação com o meu Tio” afirma.
Jorge Machado funcionava como tradutor para o Tio quando este recebia no desempenho da sua atividade profissional e comercial os ingleses da BMC (posteriormente BLMC) de cujas viaturas era o representante – “vai lá buscar o rapaz” para que o sobrinho servisse de interprete. Na altura das Corridas, nomeadamente das realizadas no início da década de 1970, o Tio José Loureiro dizia sempre que não deixaria vir nenhum carro de competição para a sua garagem! Justificava-se com a confusão, barulho, quantidade de pessoas que “invadiam” o espaço, os incómodos para os seus funcionários e a sua própria “falta de tempo”. Jorge Machado justificava ao Tio que não havia muitos espaços para albergar as viaturas de competição e aquele espaço estava mesmo “à mão”! Depois de alguma conversa era sempre possível atingir uma situação de compromisso em que o nosso entrevistado se comprometia a controlar as entradas, função que desempenhou pessoalmente nos primeiros anos. Colocava uma corrente na entrada e deixava os curiosos e aficionados, em pequenos grupos, visitarem o interior da garagem onde cada viatura ocupava um lugar pré-determinado que lhe estava destinado e onde podia ser assistida.
Circuito Internacional de Vila Real, 1972
No centro da Cidade, à porta da Garagem S. Cristóvão, o Lotus 62 do piloto Ernesto “Nené” Neves.
Mais tarde arranjou amigos que o substituíam nesta função que muito agradava a seu Tio mas, principalmente, a quem demandava a “Bila”, ávido de poder contactar de perto com tão fabulosas máquinas de competição.
* A conversa aproxima-se do fim! Jorge Machado dá a Sua visão sobre o futuro...
“As Corridas em Vila Real podem de facto ser um grande motor de desenvolvimento da região, entenda-se Trás-os-Montes e Alto Douro”, assevera. Jorge Machado fala em termos de região de forma que a mesma funcione como um todo, promovendo-se sinergias de forma a não haver “duplicação” de eventos que só os desvaloriza; haver eventos dentro da mesma região, mas com características e localizações distintas, concorre para o aumento do seu prestígio e notoriedade. “Nós não precisamos ter tudo aquilo que o vizinho do lado tem!” afirma. “Temos que ser complementares As Corridas inserem-se neste processo”. Acrescenta “temos que deixar de pensar em pequenino, temos que ter uma visão mais alargada”
Em jeito de balanço das três fases que atravessou (Comissão Permanente versus CAVR versus APCIVR+CAVR), Jorge Machado considera que as realidades são completamente distintas.
Todas foram/são, de base, amadoras, mas os tempos da Comissão encarnavam, na sua perspetiva, o “mais puro amadorismo”; lembra que após as 21:00 (hora de “saída”) o Dr. “Zezé” (José Rebelo), o “Antoninho do talho” (Calos Fernandes) e tantos outros, que traziam mais qualquer coisa: um naco de presunto, meloas, bolas de carne, uns filmes (!!!) para que todos se pudessem deleitar naquela altura de convívio. Essas personagens, assevera, eram a “cor” da Comissão, mas o trabalho no essencial era feito por indivíduos como o Senhor Faceira, o Senhor Batista encarregue da gestão dos ficais de pista, entre outros, todos com funções bem determinadas e com autonomia para as exercerem.
Relativamente ao Clube Automóvel recorda o orgulho e satisfação que lhe proporcionou a equipa constituída aquando da sua passagem por esta instituição. Relembra que apenas foi tido em conta para a constituição dessa equipa a paixão, o gosto e o querer fazer as Corridas; naquela altura “não havia partidos, não havia cores, não havia nada que se sobrepusesse ao que era a realidade de então” o que resultou num perfeito funcionamento da mesma com uma responsabilização de todos e cada um dos setores com autonomia, mas sempre em ligação quando tal se justificasse. Recorda José Lopes, responsável pela componente desportiva, António Lopes encarregue da dinamização e animação da pista, António Joaquim (Rodrigues da Silva) com a vice-presidência do CAVR, entre outros, Barreira Gonçalves, secretário, tudo a funcionar como um todo, com lealdade, desprendimento, com capacidade de gerir o bem-estar. “As diferenças entre todos eram muitas, mas havia um denominador comum, as Corridas de Vila Real”
Surge então a pergunta que a muitos assola: se existe o CAVR, por que razão surge a Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real. O nosso entrevistado de forma sucinta elucida – “eu só concebo a existência da APCIVR enquanto o CAVR não for a entidade capaz de superintender tudo aquilo que era e é o espetáculo dos automóveis”. Sustenta em dois exemplos simples. Por um lado, a criação em 1988 do “Real Moto Clube de Vila Real”, Jorge Machado não apoiou a iniciativa pela simples razão de que, existindo o CAVR este deveria “abraçar” também a modalidade do motociclismo. Infelizmente esse Clube, que usou todas as infraestruturas do CAVR, não teve a fortuna pelo seu lado e apenas teve um ano de existência. Outro exemplo prende-se com os eventos de carros antigos, ou clássicos se quisermos, levando à criação do “NAMA” – Núcleo de Automóveis e Motociclos Antigos. Jorge Machado não descansou enquanto não os trouxe para o Clube. “O prevalecer da ideia que deve ser o CAVR a fazer tudo o que se deve fazer neste espetáculo”. Afirma que após sair do CAVR as coisas “voltaram ao pequenino” e o panorama alterou-se!
Neste momento Jorge Machado assume como preocupação em termos de futuro saber se “a região, o País, quer ou não que haja Corridas em Vila Real Se concluirmos, através de números, quer em termos económicos, quer em termos de representatividade daquilo que é este ex-libris de Vila Real”, que há uma justificação para a continuidade, “então temos que pensar muito bem no palco deste espetáculo que é a pista. E há muito que podemos fazer para melhorar a pista. Mesmo que alguns não estejam muito bem a ver como, mas há!”. Acrescenta tratar-se de uma possibilidade real que não obriga a orçamentos desmesurados e incomportáveis. “É relativamente fácil criar condições para que o Circuito de Vila Real possa continuar a ser o Circuito de Vila Real! Em Vila Real há sempre espetadores em grande número, há a visão de termos os carros a passar junto de nós, temos este espetáculo, temos este vibrar e principalmente temos este retorno. Porque não aproveitarmos estes factos? Ir ao encontro do que parece ser o novo rumo do espetáculo motorizado. Ser um verdadeiro espetáculo de proximidade com proveitos promocionais, e não apenas os pilotos lá ao longe de bancadas vazias… (é só perceber a Fórmula E no centro das cidades…)
Em jeito de términus, Jorge Machado reafirma a convicção de que vale a pena continuar a fazer este percurso, que ele também fez, em voluntariado ou não, permitindo-lhe assim ter a “veleidade e imodéstia” de afirmar que contribuiu “um bocadinho” (!!) para que Vila Real fosse tendo o “espetáculo que eu espero que continue a ter e no qual a edilidade, tenha ela a orientação e composição que tiver, tem um papel capital, fundamental na viabilização da continuidade das provas na nossa cidade, dando assim uma prova de sensibilidade e de maturidade do que é importante para uma região como a nossa que se afirma atualmente como um verdeiro centro nevrálgico com facilidade de comunicações, nomeadamente rodoviárias, com qualquer zona do País. Assim haja visão, estratégia, horizontes, assim deixemos de lado os pequeninos. Eu não vivo no Restelo, nem quero viver no Portugal dos pequenitos. Eu quero viver no Portugal dos Grandes. Isso só depende de nós, nós somos a pedra primeira e última. Acho fundamental não desistirmos, palavra que não existe no meu dicionário”.
Foi um gosto ter esta conversa e poder partilhá-la com todos os que gostam do nosso Querido Circuito Internacional de Vila Real.
Muito Obrigado Estimado Amigo.
As Corridas em Vila Real na década de 1930...
Seleção e recolha Francisco José “Kiko” Vieira e Brito
Uma auspiciosa estreia... do capacete que deixou estupefacto o polícia!
por Vasco Callixto
Recolha e adaptação Francisco José “Kiko” Vieira e Brito
Vasco Callixto (1925-2021) foi um insigne jornalista, escritor e investigador nas áreas da aviação e do automobilismo e desportos motorizados em Portugal.
Deixou-nos uma vastíssima obra da qual faz parte o livro, em dois volumes, “Fala a Velha Guarda – subsídios para a história do automobilismo em Portugal”.
Precisamente no segundo volume encontramos uma entrevista a Alfredo Marinho Júnior, “automobilista dos mais briosos, possui mais de meia centena de taças e medalhas”, de acordo com as palavras escritas pelo autor.
Recordemos que Alfredo Marinho Júnior participou em três edições do Circuito de Vila Real.
Na primeira edição, em 1931, acompanhado por Óscar Chambers, obtém a terceira posição da geral, segundo da categoria “Sport” ao volante de um “Austin Seven Super Sport”.
1931,
No ano seguinte, 1932, participa com um Bugatti Type 35C da categoria “Corrida”, mas desiste por acidente.
A terceira participação ocorre em 1933, de novo com um Bugatti Type 35C alcançando um brilhante segundo lugar da classificação geral e que foi a última prova da brilhante carreira do piloto.
É precisamente o motivo que leva Alfredo Marinho Júnior à desistência no Circuito de Vila Real de 1932 que inspira o relato escrito por Vasco Callixto quando entrevistou o piloto com o título “Uma auspiciosa estreia... do capacete que deixou estupefacto o polícia!”: e que, com a devida vénia, passamos a transcrever:
Os mais de setecentos anos de história concedem a Vila Real o inestimável título de cidade capital de toda uma região. O norte interior, com a sua diversidade ímpar, é partilhado com o acesso privilegiado a essa pérola património da humanidade conhecida como Douro. Rodeada de paisagens e lugares únicos, pela qualidade dos seus ecossistemas, Vila Real é destino cimeiro da Biodiversidade. Na gastronomia, apresenta distinções inigualáveis como uma das sete maravilhas à mesa e maravilhas doces de Portugal. Boas razões para uma visita demorada, plena de sensações e experiências inolvidáveis.
“Entre!…e já está no Reino Maravilhoso.” Miguel Torga
O que visitar?
Palácio de Mateus | Casa de Mateus
Encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 1910. Todos os estudos referentes ao Solar de Mateus são unânimes em considerá-lo uma das obras mais significativas da arquitetura civil portuguesa do período barroco. Não se sabe ao certo em que data é que a Casa começou a ser construída, mas é certo que a sua conclusão se verificou em 1744, a Capela foi terminada em 1750, data que coincide com a época em que o Arquiteto italiano Nicolau Nasoni trabalhou na zona, a quem é atribuída a autoria da obra. Atualmente, a Casa de Mateus é administrada pela Fundação com o mesmo nome, fundada em 3 de Dezembro de 1970, e dirigida pela família, organizando diversas atividades de âmbito cultural, para além de conservar a biblioteca e o museu.
Igreja de S. Domingos | Sé de Vila Real
Classificada como Monumento Nacional, a igreja de São Domingos ou Sé de Vila Real, sede de um convento dessa ordem, foi erigida a partir de 1424 e constitui o melhor exemplo transmontano da arquitetura gótica. Passou por uma primeira remodelação, no século XVI, durante o reinado de D. Manuel, mas foi mais tarde, no século XVIII, que sofreu obras mais profundas. Nesta altura, a primitiva cabeceira gótica foi substituída em benefício de uma mais ampla, profunda e moderna, profusamente iluminada através de janelões nas paredes laterais. É deste período, também, que data a torre sineira (1742). A extinção das Ordens Religiosas, em 1834, significou a decadência do convento. Alvo de um violento incêndio, em 1837, que destruiu grande parte do recheio, só viria a ser restaurado nas décadas de 30 a 50 do século XX, altura em que foi colocado o atual retábulo-mor, obra maneirista do Convento de Odivelas. Mais recentemente, o IPPAR promoveu um projeto inovador, convidando o pintor João Vieira a efetuar um conjunto de vitrais para o edifício. O resultado foi uma composição inspirada no prólogo do «Evangelho Segundo São João», atualmente integrada na estrutura medieval do edifício.
Parque Corgo
O Parque Corgo situa-se nas margens do rio que lhe dá nome e tem uma área de cerca de 33 hectares; está ligado ao Parque Florestal, um verdadeiro pulmão da cidade e incorpora vários equipamentos: campos polidesportivos, itinerários pedestres, parque de merendas de Codessais (equipado com grelhadores e mesas), piscinas municipais abertas, parque infantil, cafés e casas de chá; é ainda possível ver antigos moinhos, alguns deles recuperados. Na área correspondente ao Parque Florestal está instalado um circuito de manutenção, que convida à prática de hábitos de vida saudáveis. Numa das margens do rio estão as instalações do Centro de Ciência Viva. Esta área da cidade assume um papel primordial na vida dos vila-realenses, havendo uma notória ligação criada entre estes, o rio e todo o ambiente do Parque. Deixe que o rio Corgo seja o seu anfitrião, ele dar-lhe-á a conhecer cada recanto deste Parque! Venha desfrutá-lo!
Parque Natural do Alvão
Esta Área Protegida, tal como o nome sugere, situa-se no conjunto montanhoso definido pelas Serras do Alvão e do Marão e parte da sua área está na zona indefinida de tran-
sição das duas serras. A área do Parque Natural do Alvão corresponde à cabeceira da bacia hidrográfica do rio Olo, afluente do Tâmega, e a uma pequena aba (Arnal) virada a Este, pertencente à bacia do Corgo. É neste parque que se encontra a maior cascata natural da península ibérica, conhecida por Fisgas de Ermelo.
Vegetação e flora: as condições de clima e altitude em simultâneo, são responsáveis pela diversidade e diferenciação da cobertura vegetal. Até ao momento estão inventariadas e referenciadas cerca de 486 espécies de plantas, sendo 25 delas endemismos ibéricos, 6 endemismos lusitânicos e 23 possuem estatuto de conservação.
Fauna: a intervenção do homem no Parque Natural do Alvão tem determinado a manutenção e o equilíbrio entre as diferentes formas de vida da fauna selvagem. Esta atitude tem contribuído para a diversidade biológica ao serem criadas novas unidades ecológicas biótopos, campos agrícolas, lameiros, sebes, etc., que se associam aos biótopos naturais. É na área do Parque Natural do Alvão que encontra apascento uma raça autóctone, que origina uma das mais suculentas e saborosas carnes portuguesas: a Maronesa DOP.
Aldeia de Bisalhães | Olaria negra Bisalhães é uma aldeia situada na encosta sul da freguesia de Mondrões, concelho de Vila Real. É célebre pela olaria de Bisalhães, mais conhecida por “Barro preto de Bisalhães”. Recorde-se que a decisão de inscrição do barro preto de Bisalhães na lista do património cultural imaterial que necessita de salvaguarda urgente da Unesco foi tomada no dia 29 de novembro de 2016, em Adis Abeba, Etiópia, na sequência de uma candidatura apresentada pelo Município de Vila Real. Este reconhecimento internacional foi um passo fundamental para a valorização da arte ancestral dos Oleiros de Bisalhães, que deixou de estar confinada ao nosso território e passou a ser partilhada com o Mundo.
Destaques da Gastronomia!
Covilhetes
Espécie de “empadas” que devem o seu nome à pequena forma de barro preto (de Bisalhães) em que iam ao forno. Hoje em dia, o molde já não é de barro, mas o nome mantém-se. A tradição desta especialidade é muito antiga e está ligada às festas de Santo António, do Senhor do Calvário e da Senhora da Almodena, que eram as únicas ocasiões em que era vendido. Desde a década de 60 do séc. XIX que os Covilhetes começaram a ganhar notoriedade na Gastronomia Vila-Realense e, no séc. XX, havia pessoas que os vendiam pelas ruas da Cidade em tabuleiros cobertos com panos de linho. Atualmente, podemos comprar Covilhetes numa qualquer pastelaria de Vila Real, pois são comercializados diariamente. Integra o menu das 7 Maravilhas à Mesa de Vila Real.
Pitos de Santa Luzia
Com origem no antigo Convento de Santa Clara, os Pitos de Santa Luzia ganharam forma e paladar pelas mãos de Maria Ermelinda Correia, uma Irmã Imaculada de Jesus que, segundo reza a história, era muito gulosa. Ora, sabendo a Madre Superiora de toda a sua gula, proibiu-a de comer todo o tipo de doces. A Irmã Ermelinda Correia, não conseguindo controlar a sua gulodice, criou um doce cuja forma se assemelhava muito com os pachos de linhaça com que trata-
va os doentes com problemas de olhos. E assim nasceu o Pito de Santa Luzia (padroeira dos doentes com problemas de olhos), uma especialidade com recheio de doce de abóbora e cobertura de massa de farinha, que é um dos ex-líbris de Vila Real. Manda a tradição Vila-realense que as raparigas ofereçam o Pito aos rapazes nos dias da Festa de Santa Luzia. Integra o menu das 7 Maravilhas Doces de Vila Real.
Carne Maronesa DOP
É nas pastagens da região delimitada pelas Serras do Marão, Alvão e Padrela que esta raça autóctone encontra apascento e são as particularidades deste território que conferem à Carne Maronesa D.O.P. características organolépticas únicas, fazendo dela um produto de topo, que se distingue pela textura tenra e sabor incomparável com que chega à mesa dos consumidores. Para que estas características possam ser verdadeiramente degustadas, a Carne Maronesa deverá ser apenas temperada com sal. Não deixe de provar esta especialidade e, se nos permite a sugestão, acompanhe com um Vinho Tinto Reserva da Adega Cooperativa de Vila Real.
Vila Real, uma lenda… Reza a lenda, que durante o reinado de D. João I (ou de D. Dinis), durante a campanha de conquista da praça de Ceuta (Marrocos), estaria um grupo de rapazes a jogar o jogo da choca (uma espécie de hóquei medieval), com um pau a que davam o nome de “aleo”. O rei terá criticado a sua despreocupação em tempo de guerra, quando um dos rapazes, D. Pedro de Meneses, que viria a ser o 1º Conde de Vila Real, terá respondido que com o mesmo aléu com que jogavam a choca tratariam dos inimigos. Satisfeito com a resposta, o rei mandou que a palavra aléu fosse inscrita no brasão da cidade.
Agenda Cultural
AGRADECIMENTOS
A Organização do 53.º Circuito Internacional de Vila Real agradece a colaboração de todos os que tornam possível a realização deste grandioso evento, nomeadamente:
- Bombeiros Voluntários da Cruz Branca, Vila Real;
- Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real - Cruz Verde;
- PSP - Polícia de Segurança Pública;
- GNR - Guarda Nacional Republicana;
- Freguesia de Vila Real;
- Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil;
- Associação de Comissários de Desportos Motorizados do Estoril;
- Clube Automóvel do Minho;
- Regimento de Infantaria nº 13 - Vila Real;
- Cento Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro;
- Associação de Paralisia Cerebral de Vila Real;
- Teatro de Vila Real;
- Museu do Som e da Imagem, Vila Real;
- Museu de Arqueologia e Numismática de Vila Real;
- EMARVR, Água e Resíduos de Vila Real;
- EDP, Eletricidade de Portugal, S.A.;
- NERVIR, Associação Empresarial;
- Funcionários Municipais de Vila Real;
- Funcionários das Infraestruturas de Portugal – IP;
- Patrocinadores, colaboradores, pessoas e entidades que, direta ou indiretamente contribuem com o seu esforço, tempo e dedicação para a realização deste evento;
- Comerciantes e Moradores, nomeadamente os situados no perímetro do Circuito;
- Voluntários que colaboram com a organização;
- A todos os que de alguma forma tornaram possível este evento e tenham sido involuntariamente esquecidos.