1 1990: Murder one
A bala de calibre 45 põe-se em movimento. As partículas de pólvora se acendem, os gases se liberam violentamente na câmara de combustão e, dilatando-se, propulsionam a bala full metal jacket. Ela sai pela extremidade do cano da Sig-Sauer P220 à velocidade de 260 metros por segundo. Ondas de choque concêntricas se propagam, os gases refluem, a arma recua. Os seis sulcos no interior do cano, voltados para a direita, provocam a rotação da bala, aumentam sua velocidade e contribuem para a estabilidade numa distância de mais de 8 metros. O cartucho é expelido num ângulo lateral de 45 graus à direita. A distância, aqui, é de alguns centímetros, e os sulcos de nada servem. A bala atinge o rosto de Dag Drollet uma fração de segundo depois de disparada. Exerce uma pressão de 50 quilos por milímetro quadrado, o que se costuma chamar de “força esmagadora”. A superfície do projétil é de 10,2 milímetros quadrados, e a pressão total, de 510 quilos. O detalhe é que, a tão pouca distância, os gases liberados pelo cano acompanham a bala, dilatando-se no interior do corpo. Antes disso, queimam a pele da vítima: é a “tatuagem”. A força esmagadora, aqui, não vem ao caso, pois a bala nada encontra de muito sólido. Quanto maior a resistência, maior o estraçalhamento. Mas o cano da Sig-Sauer está apontado para a face esquerda de Dag Drollet. A bala penetra num ângulo de 45 graus em relação ao solo e abre caminho em diagonal na direção da base do crânio e do cerebelo. Ela atravessa o assoalho craniano, destrói a parte pétrea e timpânica do osso temporal, 13