Ronin Fanzine Edição #03

Page 1

Fevereiro / 2017 Ilustração: Eduardo Lucas

RPG

As diferenças entre papel e lápis e o digital



Editorial

Começando 2017 com uma discussão entre RPG digital e de mesa, vamos esclacer qual a diferença , se é que existe e qual a real definição do que é RPG, tambem veremos um pequeno review(sem spoilers) da série da HBO Westworld. Nesse mês tambem inauguramos nosso site, onde postaremos mais conteúdos e informações adicionais. Inté a proxima.

Sumario Dungeon Dice ........................................ 4 Bookshelf............................................... 8 Capa : RPG de Mesa vs Digital............... 11 Catflix..................................................... 16 Tales from RPG...................................... 18

Equipe Editor-Chefe Eduardo Lucas Redator Dock Dark Ilustrações Eduardo Lucas Colaboradores Chapuisat

Querendo falar com a equipe tem sinal de fumaça e contato telepático ou as opções abaixo: Facebook: @roninfanzine E-mail: roninfanzine.tj@gmail.com Site: roninfanzinerj.wixsite.com/roninfanzine

Impressão Ronin Creative Design


Dungeon Dice Por Chapuisat

Ilustrações: Eduardo Lucas

A Maldição de Taara

4

Entre os elementos mais gerais da cultura zangorniana, certamente a Maldição de Taara é o que mais permeia o cotidiano das pessoas, sobretudo daquelas fiéis aos cultos das catorze divindades. Taara, o deus das trevas, senhor do mundo dos mortos, é descrito em sua forma terrena em duas versões: a mais tradicional é de uma besta de doze cabeças, com tronco de urso negro, quatro braços de demônios, pernas e cauda de dragão negro, e asas de grifo. Cada cabeça da fera representaria uma face do mal presente nos espíritos das outras divindades, com a exceção de Freyja, da qual o próprio senhor das trevas é a face do mal. A segunda versão do avatar de Taara vem ganhando mais força nos cultos populares, pois tem sido recorrente a ideia de que o lorde maldito já está entre os mortais, em uma forma humanoide extremamente disfarçada, de um homem sereno, cabelos negros e longos, vestido com uma armadura em tons de marrom e portando consigo uma espada de aço e

um escudo de couro batido. Kolung, um ex forasteiro que agora comanda uma taverna em Weefield, diz ter visto o disfarce de Taara cair em meio a um ritual a Freyja, onde rapidamente a face do homem descrito se tornara em um demônio, que logo desaparecera.


Apesar disso, é mais forte a crença na maldição lançada pelo deus das trevas quando do seu enclausuramento pelas outras divindades. Segundo a lenda, mil anos após o encarceramento do senhor dos mortos, os sete selos do submundo seriam ativados pelos pecados mundanos, fazendo com Taara retorne ao convívio dos mortais, e instale o seu reino de trevas supremas de uma ver por todas. Para isso ocorrer, a divindade conta com o apoio dos seus fiéis clérigos, criaturas em sua maio-

ria noturnas, que atuam nas sombras para influenciar os cursos da história e trazer de volta o seu mestre supremo. O líder dos clérigos das trevas é Marloth, um ser elemental milenar, possuído pelo deus das trevas momentos antes de seu enclausuramento, com o objetivo de manter seu culto vivo e coletar almas para o ritual de libertação. É comum ouvir que, por trás de cada desgraça a assolar Zangor, o dedo de Marloth está por trás, influenciando as mentes fracas dos mortais e controlando seus desejos e fraquezas. Porém, essa criatura nunca foi realmente vista, nem mesmo pelos clérigos que Taara, os quais acreditam na existência do sumo-sacedorte somente pelos poderes que recebem dele ao fazerem parte do culto ao senhor dos mortos. Conta-se também que Marloth seria o responsável por criar a Espada Apanhadora de Almas, de Lothar, e o próprio monstro Zummatra, a fim de destruir o equilíbrio mundano, e trazer os conflitos e traições de volta para a realidade de Zangor.

5


Dungeon Dice Por Chapuisat

Com o aparecimento cada vez menos raro de criaturas apanhadoras de alma, e de mortos-vivos, esqueletos, múmias, e vampiros, as pessoas de Zangor começam a crer ainda mais que o dia em que a maldição do deus das trevas se cumprirá está mais próximo. Essa maldição é algo tão importante na cultura geral de Zangor que o próprio calendário foi construído em cima dela, sendo a nova era iniciada pelo enclausuramento de Taara, marcando o começo o reino de Freyja. Aliado a isso, inúmeros sinais do retorno do mestre das trevas podem ser vistos ao longo da história de Zangor, como o ataque de Zummatra, e o retorno de Kabala, o lorde vampiro.

6

Ilustrações: Eduardo Lucas

A seguir, é possível ver na íntegra a versão da maldição presente no segundo tomo do tradicional Deuses, bestas e monstros de Zangor, escrito pelo sábio oriental Far-mak-dhir: “Hoje, meu corpo é selado pela luz daqueles que pensam haver caminho correto na existência cósmica. Mas eles se enganam! Em mil colheitas, os campos não irão mais render alimentos, as aves não cantarão mais ao amanhecer, e aos reis o povo não irá mais obedecer! Ah, os reis! Tolos mortais que pensam haver verdadeiro poder: é deles que virá meu renascimento! Seus ódios, suas ambições, suas vaidades, elas irão celebrar a morte e a escuridão entre os que tiram de Zangor a essência da vida. Quando a criatura suprema chegar, e ao mundo quase destruir, os falsos reis tomarão seu lugar, e a verdadeira morte irá começar. As árvores virarão fogo e as pedras virarão água, homens não se verão como homens, sim como monstros, a agonia dominará o mundo e os mortos se confundirão com os vivos, e nada poderá parar o poder das trevas, exceto o raio de luz do último coração puro do mundo. Mas agora mesmo eu me encarrego de destruí-lo! Junto comigo virá a filha da luz, e a maior mentira da existência, a paz, morrerá com ela. Quando aquele que comanda mares de sangue acordar, os selos do portal serão abertos, as montanhas se abrirão, e delas sairei, para arrancar cada coração, e consumir cada alma. Depois, como num sopro de destruição, acabarei com você, criatura de luz, que acha ser capaz uma existência pacífica nesse universo. E isso acabará como estava destinado desde os tempos remotos, a dor e a agonia tomarão conta do universo!”.


7


Bookshelf

Por DockDark

8

“No meu aniversário de 75 anos fiz duas coisas: Visitei o túmulo da minha esposa, depois entrei para o exército.” - Sinceramente, depois de ler essa sinopse, de ver a capa e a contracapa do livro, não fiquei nem um pouco animado em compra-lo. Achei estranho ou talvez porque na época ainda era muito mais aficionado por livros de fantasia, tanto que acabei comprando o “Imperador das Lâminas” (resenha deste eu faço em outra oportunidade). Depois de algum tempo, um amigo sabia que eu gostava de ficção cientiífica e me emprestaria um livro que ele achou muito bom e com certeza eu gostaria. Qual foi a minha surpresa? O livro era “Guerra do Velho” Tirando o primeiro capítulo que parece aquela subida inicial de uma montanha russa (pra quem nunca foi ou está indo pela primeira vez, é algo bem chato no início, mas depois melhora muito), o resto do livro é uma leitura prazeirosa e divertida. São 18 capítulos que passaram voando, quando você menos espera o livro já acabou e você ta procurando qualquer noticia sobre uma sequencia.

Pra quem leu o livro ou/e viu o filme “Tropas Estelares”, o autor John Scalzi bebe muito dessa fonte, mostrando um uso de tecnologia e cultura de forma divertida. O livro impressiona e os amantes de ficção científica militar, com certeza adorarão lê-lo. Direitos do livro serão usados para a produção de uma série de TV. Agora vou falar um pouco do livro e tentar não spoilar: O livro conta a história do idoso John Perry que aos 75 anos visita o túmulo de sua esposa e depois se alista no Exército. Mas não é qualquer exército e sim para FCD ou Forças Coloniais de Defesa. O planeta Terra já está em paz, mas os humanos estão se expandindo pelo universo em busca de novos mundos para conquistar e colonizar Infelizmente existem raças alienígenas que não estão dispostas a entregar esses novos mundos para USA quer dizer.. para os humanos e por isso a FCD foi criada. Um exército de supersoldados com novas habilidades e capacidades especiais para lutar em outra galáxia, enfrentando criaturas e sobrevivendo em ambientes no qual um ser humano comum não teria condições de resistir. Dentro de cada supersoldado, existe um computador pessoal conhecido como BrainPal. Abaixo vou por uma parte do livro que achei muito divertida: “... Seu BrainPal agora poderá receber instruções pelo som de sua voz. Gostaria de personalizar seu BrainPal agora? – Sim. Muitos usuários do BrainPal preferem dar um nome para o BrainPal diferente de BrainPal. Gostaria de dar um nome ao seu BrainPal agora? – Sim. Por favor, fale o nome que você gostaria


de dar ao seu BrainPal. – Cuzão. Voce selecionou “Cuzão”(...) Saiba que muitos recrutas já selecionaram este nome para seus BrainPals.(...)Gostaria que Cuzão se referisse a si mesmo na primeira pessoa? – Claro. Eu sou Cuzão. – Claro que é” Tem outros diálogos ácidos e divertidos ao decorrer do livro, tornando-o uma leitura bem relaxante. A parte científica da ficção é algo bem tranqüilo, não chega a enrolar ou dar um nó em sua cabeça. Pesquisando um pouco melhor sobre a editora, fui surpreendido que a mesma pretende publicar muito material de qualidade em literatura de ficção científica (lá se vai minha carteira). Que Scalzi é um ótimo narrador você já deve saber… mas agora vamos aos motivos: o cara sabe dosar momentos de tensão, ação frenética e um humor que beira o sadismo, tudo isso ao lado de tecnologias avançadíssimas, alienígenas estranhos e com uma incrível aptidão para a guerra. As mutas incursões dos pelotões das FCD e as batalhas que aparecem ao logo do texto são um verdadeiro passeio por mais de 30 anos de histórias de Sci-Fi de guerra futurista espacial. Não foram poucas as ocasiões que ecoaram em meu pensamento tantos filmes, HQs e jogos de videogame que iam na mesma levada da narrativa divertida de GdV. Parece que Scalzi joga ali em sua obra todas as armas, todos os veículos, todos os alienígenas que a cultura pop-nerd criou desde Star Trek até agora.

Um conjunção de fatores torna a obra uma pedida e tanto de leitura. O fã de ação não vai ter do que reclamar, o fã de Sci-fi menos ainda. Divertido, inteligente e dinâmico, Guerra do Velho é um fôlego e tanto no segmento e cada passagem do livro é um lembrete constante dos motivos pelos quais tanto obra quanto autor acabaram caindo nas graças dos críticos e do público em geral. Com uma narrativa ágil, objetiva e sempre cheia de encadeamentos que prendem o leitor em um ritmo cadenciado, Guerra do Velho é uma obra que, sem sombra de dúvidas, deve integrar a biblioteca do fã de Sci-fi de qualquer época. Scalzi não reinventa o gênero, mas injeta em seu livro décadas de boas ideias repaginadas e que, na melhor parte de tudo, dialogam com quase tudo que se fez nas últimas décadas em games, séries de TV e quadrinhos. Guerra do Velho foi uma surpresa agradável, com sua leitura leve e diálogos ágeis e bem humorados. Recomendo esse livro pra todos aqueles que gostem de ficção militar e os ecléticos. Serviu de lição de não julgar um bom livro pela capa (a capa brasileira é feinha mesmo, não tem jeito). No Blog vão ter as imagens das duas capas (a brasileira e a americana). Agora é aguardar pela continuação e pelo lançamento da série de TV. Espero que tenham gostado da resenha. Deixe sua opinião no blog, para que possamos melhorar mais nas próximas. Um abraço e até a próxima resenha.

9


Ilustração: Eduardo Lucas

RPG

As diferenças entre papel e lápis e o digital

10


U

ma discussão que acontece ha tempos é entre o RPG digital vs RPG de mesa, dependendo de para quem você perguntar as definições do que é realmente RPG muda. Para alguns RPG se resume a jogar dados e distribuir pontos , para outros tem mais haver com a interpretação. Na verdade RPG mesmo é uma conjunção das duas coisas, para a criação e contagem de danos é necessário as jogadas de dados e uma ficha que indica o que seu personagem tem ou não habilidade suficiente para fazer tal ação, uma vez decidido cabe ao jogador tomar as decisões que iram mudar o rumo dele na história. Diferente do RPG digital onde a história está previamente decidida e as poucas escolhas que você tem permitem apenas algumas alterações, porém o final da história já está definido, nada em sua jogabilidade mudará isso, no RPG de mesa o mestre do jogo tem que se adaptar as decisões dos jogadores, na visão narrativa da mesa os jogadores fazem parte de uma história muito maior e nem sempre são os heróis. Por motivos publicitários decidiu-se divulgar como RPG vários jogos digitais que utilizam-se de distribuição de atributos e uma “rolagem de dados’’(na verdade o processamento dos atributos tanto do atacante como do inimigo é feito pelo computador) que simula a mesma ações do RPG, porém sem a questão de interpretação. Para a máquina não importa se as suas decisões são tomadas a partir da sua visão do personagem, ele apenas reage as ações que você toma.

11


Se formos tomar como definição atributos e rolagem de dados vários jogos entram nessa classificação, desde Fifa até God of War nesses jogos de uma maneira ou de outra há uma distribuição de pontos em uma ficha do personagem porém suas decisões não afetam em nada o rumo da história, mesmo Skyrim que dá ao jogador uma liberdade imensa, leva o jogador a um final já pré-determinado, sendo que ele pode demorar mais ou menos tempo para chegar no mesmo. O tempo de duração do RPG de mesa também é um diferencial , enquanto uma campanha em um jogo digital , tirando os MMORPG, pode durar algumas horas até o final da história, uma campanha vai durar quanto tempos os jogadores tiverem disposto a continuar e o quanto de história que um mestre consegue criar, sendo que a mesma pode ser modificada pelos jogadores no decorrer das partidas, pois as ações futuras do mestre dependem do curso que a partida anterior tomou. A confusão entre esses tipos de jogo acontecem principalmente porque jogar RPG se tornou um tipo de demonstração que as pessoas envolvidas são cultas e mais inteligentes do que um jogador casual de Final Fantasy por exemplo, apesar de que os mesmos exercícios de lógica são aplicados nas duas mídias, por ter um caráter mais físico por assim dizer o rpg de mesa leva vantagem.

12

Os JRPGs como Final fantasy e Dragon quest são narrativas já determinadas que permitem ao jogador algum grau de escolha ,porem como citado anteriormente, com um final já certo. Isso em nada diminui a qualidade dos mesmos que apresentam histórias ótimas, personagens cativantes e um mundo rico em detalhes. Esse jogos como muitos outros possuem uma contraparte em RPG de mesa com livros que traduzem o mundo e suas regras para o ambiente do jogo de dados. MMORPGs de hoje em dia chegam perto de passar a sensação de uma campanha de rpg porém uma vez que nem todos jogadores envolvidos têm o mesmo objetivo com relação ao jogo, não há uma imersão maior, sendo que em uma mesma partida pode haver pessoas que realmente estão envolvidas com a história e em sua mente tem um personagem com background desenvolvido e outros que apenas estão jogando de maneira casual.


Como a vida dos jogadores hoje em dia é muito corrida e a disponibilidade para os jogadores de RPG se encontrarem é cada vez menor, muitos grupos estão optando por jogar via online, onde o mestre e jogadores se comunicam via um software de conversação tipo Skype adaptado para as jogadas de dados como o RRPG Firecast entre outros, no qual os jogadores se reúnem em um sistema Play-by-web que basicamente é uma mesa virtual. Apesar de ser muito útil esse tipo de mesa depende de vários elementos , como um boa conexão , jogadores com headsets de qualidade entre outras coisa, também o horário da partida pode ser um problema , uma vez que vários jogadores chegam cansados de suas rotinas e acabam por não aproveitar de maneira satisfatória a campanha.

O rpg de mesa hoje em dia enfrenta vários problemas, falta de tempo, disputa de atenção com jogos eletrônicos, a dificuldade em conseguir reunir os jogadores, ha também um grande preconceito das famílias e pessoas que não tem conhecimento do que realmente é o rpg , muitas vezes a culpa de certos crimes cometidos é atribuída ao jogo de rpg somente porque algum dos envolvidos jogava .

13


Há inúmeros fatores que contribuem para diminuição da quantidade de jogadores de rpg de mesa. Um é que jogadores com mais experiência recepcionam de maneiras agressivas pessoas que se interessam em jogar pois não queremter que explicar as regras ou não tem paciência para permitir que novos jogadores aprendam com o tempo, essa atitude não é só vista no meio do rpg, hoje em dia a obrigatoriedade de um jogador ser profissional está afastando jogadores em potencia lque só querem se divertir.

14

Nos dois tipos de RPG há histórias e ambientações para todos os gostos , desde campanhas na era medieval, seguindo por tempos atuais, super-herois e até futuristas. Há sistema de RPG como o Stor y teller no qual a enfase é na narrativa, colocando para segundo plano a impor tância combate. Atualmente através da influência de canais do Youtube (como Azecos, Gruntar Tv, Teor dos Mundos entre outros), blogs e o retorno de materiais de rpg, como Dragão Brasil, temos visto um crescente interesse no rpg de mesa.Tanto que investimentos como “financiamento coletivo” tem proporcionado o lançamento de material de qualidade para mestres antigos e novos. Você pode saber mais sobre financiamento no site da New Order.


Livros de RPG

13ª Era

3D&T

Numenera

D&D 5 edição

Shadowrun 5ª Ed

Vampiro A Mascara

15


Catflix By Ronin

16

Formato : Série Genêro:Ficção Cientifica Epsíódios: 10 Temporardas : 1(renovada) Duração?: 57-91 Minutos Ciradores : Jonatha Nolan Lisa Joy Westworld é uma série de televisão baseada em um filme de mesmo nome de 1973, no qual em um parque temático no qual os Anfitriões são robôs e em que o visitante pode fazer o que quiser, um dos robôs se rebela e começa a matar os visitantes que ele encontra. Na série produzida pela HBO nós temos uma visão maior da história, no qual questionamentos sobre o que é considerado vida e senciência, tem maior ênfase. Nós somos apresentados a uma versão modernizada do parque, diferente do filme original, os Anfitriões são praticamente indistinguíveis de um humano normal, a não ser que por algumas pistas você fica a série inteira tentando saber que é humano mesmo e quem é um Anfitrião.

Os problemas começam a aparecer quando uma foto antiga de um visitante é encontrada pelo Anfitrião que faz o papel de “pai” de Dolores (Evan Rachel Wood) uma das mais antigas Anfitriãs do parque. Essa foto causa um mal funcionamento nele pois como o parque, o pelo menos esse parque, é ambientado no velho oeste e a foto é de um mundo moderno o software dele não consegue processar a informação. Ao longo de 10 episódios nos é mostrado como a falta de caráter do ser humano aparece quando ele considera uma espécie inferior e se acha no direito de fazer o que quiser, como quiser, onde quiser.

Questionamentos sobre o que é consciência ou autoconsciência, limites sobre o que é moralmente ou eticamente aceitável aparecem a cada cena que mostra o tratamento recebido pelos Anfitriões. Com atuações incríveis por parte de todo o elenco, mostra que no meio de séries vazias ou que apresentam conflitos adolescentes idiotas, a televisão ou, pelo menos, canais como HBO e Netflix conseguem produzir conteúdos de alta qualidade. Anthony Hopkins está perfeito como Dr. Robert Ford o criador dos Anfitriões que faz a audiência se perguntar de que lado ele está. Jeffrey Wright como


Bernard um programador e técnico que Na internet o sucesso da mesma foi ajuda Dr Ford na manutenção de qualida- absoluta com vários grupos de discussões, de e atualização dos Anfitriões mostrando fãnpages e podcast inteiramente voltados um lado de compaixão pelos mesmos. para inúmeras teorias surgidas com cada episódio transmitido. Assim como Lost e Arquivo X a série deixa margem para várias teorias conspiratórias e tentativas de adivinhação que mostram que quando feito com cuidado é possível entregar para o público uma narrativa mais adulta sem apelar para violência ou cenas sensuais a cada episódio. Uma coisa a se dizer é que apesar de não apelar ainda há na série alguns moAlém destes há vários ótimos ato- mentos que podem deixar pessoas mais res no elenco dando a audiência um show sensíveis incomodadas, os Anfitriões são de atuação desde o sinistro Homem de atualizados e analisados completamente preto interpretado por Ed Harris como a nus, como boa parte dele são destruídos, Anfitriã cortesã Mave(Thandie Newton) atacados, e machucados pelos Visitantes a que mostra o lado perigoso da autocons- “troca de peças” e a manutenção apresenciência. Na parte técnica o show tem uma ta algumas cenas mostram parte humafotografia incrível, com o oeste americano nas ou Anfitriões pela metade em cima maravilhosamente integrado com a parte de mesas cirúrgicas. Cenas de sexo são avançada do parque. A construção e ma- poucas e não chegam no nível de exposinutenção dos Anfitriões é mostrada com ção de Game of Thrones. Essa é uma série um cuidado extremo, mostrando que que eu particularmente indico pois tem por baixo da aparência natural ainda há, um padrão de qualidade acima da média em alguns casos, um maquinário incrível e por ter apenas 10 episódios é uma boa funcionando. Esse é o tipo de série que pedida para fazer uma maratona. A próqualquer spoiler pode estragar a experi- xima temporada só será lançada em 2018 ência. Há pontos cruciais que se revelados então teremos que passar um ano inteiro podem não refletir a carga dramática que na expectativa. está sendo transmitida. A abertura da série vai ficar marcada na mente no mesmo nível de Game of Thrones. Já está confirmada uma segunda temporada e pelo que foi divulgado pelos showrunners da série a história vai durar pelo menos umas cinco temporadas, com um fim já definido pelos roteiristas.

17



Fevereiro /2017


HQ

Proxima edição:

Nacionais

Os desafios da produção de quadrinhos no Brasil


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.