Edição 73 julho 2019

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www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, julho de 2019 - Ano 7 - Nº 73 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Proteção contra raios em propriedade rurais

O Brasil é um dos países com maior incidência de raios do mundo e a zona rural é a principal refém desse fenômeno

já que possui muitas áreas descampadas e com pontos altos isolados

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Orgânicos: “Orgânicos não são mais saudáveis”, diz especialista

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Análise de mercado: Tecnologia no agronegócio: riscos e oportunidades

Assuntos jurídicos: Justiça dá sinal verde para implementação do PRA em São Paulo, diz SRB

Café:

Mais uma colheita farta de café conilon

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Artigo:

Proteção contra raios em propriedade rurais


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Bioenergias:

Biocombustíveis podem reduzir 70% das emissões globais

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Pesquisa:

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Feiras e eventos: Expocachaça e BrasilBier encerram edição 2019 com sucesso de público

Estado de São Paulo incentiva o projetos inovadores de pesquisa

Apicultura:

Ácaro aumenta risco de vírus em abelhas

Receitas Caipiras: Porco atolado REVISTA 100% CAIPIRA |

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ORGÂNICOS

“Orgânicos não são mais

saudáveis”,

diz especialista Fonte: Agrolink

“O

uso

de

produtos

químicos dá a sensação às pessoas de que a comida de hoje não é saudável” O austríaco Bernhard Url, veterinário treinado, mas com quase 20 anos de experiência em proteção de alimentos, afirmou categoricamente que os alimentos orgânicos não são mais saudáveis, seguros ou nutritivos que os biotecnológicos. De acordo com ele, os estudos realizados por diversas entidades ao redor do mundo, inclusive pela Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (Efsa), garantem isso. “O uso de produtos químicos dá a sensação às pessoas de que a comida de hoje não é como aquela suposta comida natural de nossos avós, o que é completamente errado: a nossa é muito melhor. A complexidade da cadeia de distribuição, a industrialização da agricultura e processamento de alimentos aumentou a sensação de que você não sabe onde a comida, que in-

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fluencia a forma como a cadeia é vista”, comenta ele. Ele afirmou ainda que intenções políticas vêm sendo utilizadas para descredibilizar a ciência. “Mas o que acontece é que quando publicamos uma opinião que entra em conflito com a sua visão, eles dizem que não confiam em nossa análise, que devemos estar errados, talvez sejamos corruptos”, completa. “Isso é perigoso, eles ameaçam nossa reputação dizendo que estamos muito próximos do setor. Não é assim. Se você não gosta dos nossos resultados, trabalhe no nível político para mudar a forma como os produtos são usados na agricultura, mas não atire no cientista. Nós não somos vítimas de notícias falsas, somos vítimas de iniciativas políticas que são um perigo para a democracia”, conclui ele.

Brasil, julho de 2019 Ano 7 - Nº 73 Distribuição Gratuita

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CULTURAS FLORESTAIS

Pesquisas da Agricultura potencializam produção de mudas de acácia-negra A partir da acácia-negra, pode-se produzir carvão vegetal e, de sua casca, é extraída uma substância chamada tanino, utilizada em curtumes e em estações de tratamento de água Árvore exótica, originária da Austrália, a acácia-negra encontrou um lar propício no Rio Grande do Sul: a produção de florestas plantadas desta árvore no Estado ocupa uma área de 90 mil hectares e envolve, atualmente, cerca de 40 mil famílias. A partir da acácia-negra, pode-se produzir carvão vegetal e, de sua casca, é extraída uma substância chamada tanino, utilizada em curtumes e em estações de tratamento de água. Tendo em vista sua crescente importância econômica para o agro gaúcho, a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, por meio do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária, vem investigando formas de potencializar esta cultura florestal no Estado. Uma das linhas de pesquisa conduzidas é a respeito da utilização de bactérias que se associam à raiz da planta e ajudam na fixação biológica de nitrogênio, dispensando o uso de fertilizantes. “Chamados inoculantes, eles já são de uso amplo no cultivo da soja. A ideia é popularizar o uso para a acácia-negra, que é uma parente distante, sendo também uma leguminosa”, explica o pesquisador Bruno Brito Lisboa. O DDPA possui a maior coleção no Brasil deste tipo de bactéria, os rizóbios, sendo o laboratório oficial do Ministério da Agricultura para a indústria de inoculantes de soja.

A caracterização de uma bactéria específica para as sementes de acácia-negra foi realizada na década de 1980, mas os pesquisadores da Secretaria continuam selecionando estirpes de rizóbios (bactérias) que sejam mais eficientes na fixação do nitrogênio. O grupo de pesquisa também está aplicando essa tecnologia a campo, em visitas a produtores de mudas florestais. No primeiro teste, os pesquisadores observaram que a germinação das sementes aumentou em 16% com a utilização do inoculante, proporcionando uma maior uniformidade dos lotes de mudas. “É um resultado interessante, porque o uso do inoculante não é exatamente para este fim. É um efeito associado muito positivo”, destaca o engenheiro florestal da Seapdr Jackson Brilhante. O resultado despertou o interesse de alguns produtores, como Laércio Somacal, de Montenegro. Com média de produção de 3 milhões de mudas, Laércio tem como meta aumentá-la para 4 milhões em 2019. Ele concordou em produzir alguns lotes de mudas a partir de sementes tratadas com inoculantes para poder observar a diferença. “Pra mim vem bem, porque agrega à germinação, e nós sempre tivemos um problema na germinação. Tempos atrás a germinação era pior e hoje já está melhor, mas se melhorar em 16%, como ele falou, já é um gran-

de ganho”, avalia. Em Pareci Novo, o viveirista Ulysses Heldt também quis participar do teste. Com uma produção média de 4 milhões de mudas por ano, Ulysses espera chegar aos 6 milhões em 2019, pois a procura por mudas de acácia-negra está grande. “Hoje, esse tipo de muda responde por 90 a 95% da minha produção”, conta. Bactérias promotoras do crescimento Outra linha de pesquisa avalia a utilização de bactérias para ajudar a promover o crescimento da planta. A produção de mudas de acácia-negra também pode ser feita por meio do enraizamento de estacas obtidas de plantas matrizes, condição em que é necessário utilizar hormônios vegetais sintéticos para aumentar a taxa de enraizamento. Por isso, os pesquisadores estão avaliando o emprego de outros grupos de bactérias benéficas, conhecidas como promotoras de crescimento vegetal. “Estas bactérias, quando aplicadas nas estacas, têm a capacidade de aumentar o enraizamento, porém sem a necessidade do uso de hormônio vegetal. A utilização destas bactérias, além de ser uma alternativa de menor custo, também evita o uso de produtos químicos que podem ser tóxicos ao produtor”, explica Jackson. Fonte: Secretaria da Agricultura RS REVISTA 100% CAIPIRA |

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ARTIGO

Proteção contra raios

O Brasil é um dos países com maio zona rural é a principal refém desse f descampadas e com p

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em propriedade rurais

or incidência de raios do mundo e a fenômeno já que possui muitas áreas pontos altos isolados Por: Letícia Vecchi

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evido ao fenômeno climático do E l Niño, durante esse ano, o Inst ituto Naciona l de Pes quis as E sp aci ais (INPE) projetou um aumento na incidência de raios de aproximadamente 30% o que pode causar mais mortes de animais no camp o. É fato que o confinamento no Brasil tem maior representatividade durante o inver no, ép o ca com menor incidência de tempestades e raios, porém a proteção contra esse fenômeno é necessária uma vez que os animais estão aglomerados e se apenas um raio atingir o confinamento pode causar um g rande prejuízo. São três as formas proteger a propriedade rural contra os raios: os para-raios, o aterramento e seccionamento das cercas. Se esses métodos forem adotados é possível minimizar os prejuízos caus ados p or um raio. Para-raios Como o raio sempre procura o local mais alto para c a i r, o p a r a - r a i o s e v i t a q u e os raios caiam em outros locais, como cercas ou até mesmo nos animais. O para-raios deve ser instalado no ponto mais alto da propriedade e deve ser ligado à terra para que a corrente do raio seja levada para o chão e dissipada. É possível aproveitar postes de luz existentes no conf inamento. Para saber a quantidade de para-raios que deve ser colocado, em mé dia, um p oste de 12m de altura com um para10 | REVISTA 100% CAIPIRA

-raios instalado cobre uma áre a de 20m de diâmet ro. A partir daí, é possível calcular quantos para-raios serão necessários para cobrir a área do conf inamento. A norma brasileira NBR 5419 - Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas de junho de 1993, determina os critérios de instalação de para-raios. Existem dois tipos de para-raios que podem ser utilizados no Brasil, o tip o Melsens e o tipo Franklin. Para-raios tip o Melsens adotam o princípio da gaiol a d e F a r a d a y, e n v o l v e n d o a edificação com uma armadura metálica e hastes que descem até o solo para dissipação da corrente elétrica. Já os para-raios tipo Franklin possuem uma única

haste metálica onde ficam os captadores e um cabo de condução que vai até o solo para a dissipação da energia. O método mais indicado é o tip o Melsens, ap esar do um custo mais elevado para a inst a lação. O f uncionamento é mais eficaz. At e r r a m e n t o mento da cerca

e

secciona-

O ater ramento, ligação dos fios de arame à terra associados ao seccionamento da cerca é uma medida para evitar os perigos decorrentes de um raio. De forma geral, o raio sempre vai querer alcançar a ter ra, p or t anto, s e ele at ing ir uma cerca, a corrente elétrica viajará através do arame p ara at ing ir s eu obj et ivo.


r e d o r, e m c u r r a i s o u b a i a s , é indicado a instalação de malhas de aterramento (telas metálicas) que, quanto mais fechadas forem, maior o nível de prote ção. No cas o de currais pequenos, até 400m², é possível a adoção apenas de um anel metálico enterrado junto à cerca. O seccionamento da cerca impede que a corrente elétrica circule ao longo da cerca, restringindo-a a apenas uma parte, ou seja, quanto menor a cerca, menor o r is co. O importante para seccionar a cerca é que todos os elementos metálicos devem ser isolados, sendo que nenhum pode estar conectado aos mourõ es de is olamento. O ideal é que entre os dois mourõ es não haja ligação, mas se não for possível, essa ligação deve ser feita com madeira (bom isolante elétrico). A distância entre os esticadores deve ser a maior possível com, no mínimo, 500m e o seccionamento deve ser feito a cada 200m ou 300m. Conclusão O aterramento dos arames, facilita essa jornada, permitindo que a corrente elétrica alcance a terra rapidamente e não caminhe por um longo percurso na cerca. No caso de o raio atingir pontos próximos da cerca, o aterramento auxilia a diminuir a carga elétrica que ficará retida na cerca. O ideal é que seja escolhido vários pontos ao longo da cerca para fazer o aterramento, ligando os f ios à ter ra através de um objeto metálico que de ve s er enter rado. O

tamanho desse objeto é importante, pois se for pequeno o aterramento será ineficiente. Va l e d e s t a c a r q u e , n ã o deve ser feito o aterramento de dois lados do seccionamento das cercas, pois, devido à proximidade, o seccionamento ficaria prejudicado. O indicado é que o aterramento de dois trechos de cercas seccionadas deve f i c a r, n o m í n i m o , a f a s t a d o s 20 metros. Como o aterramento causa a eletrificação do solo ao

Os raios têm grande incidência no Brasil e existe o perigo de atingir uma propriedade rural e matar os animais, que não deve ser ig norado. A prote ção cont ra raios é necessária em fazendas para minimizar os prejuízos. L e t í c i a Ve c c h i - Z o o t e c n i s t a , f o r m a d a p e l a Un i versidade Estadual Paulista – U N E S P, C â m p u s B o t u c a t u - S P. É a n a l i s t a d e m e r c a d o d a S cot C onsu ltor i a. Pes quis adora de mercado nas áreas de boi, leite e grãos. REVISTA 100% CAIPIRA | 11


ASSUNTOS JURÍDICOS

Plano de Florestas Plantadas: meta é mais 2 milhões de hectares plantados com florestas comerciais até 2030 Florestas Plantadas, a partir de agora chamado de Plantar Florestas, com horizonte de dez anos, a ser atualizado periodicamente Fonte: Aceti Advocacia

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O Plano Nacional de Desenvolvimento de Florestas Plantadas - PNDF está previsto no Decreto 4 nº 8.375, de 11 de dezembro de 2014, foi aprovado pelo Ministério da Agricultura e publicado em 05/06/2019. O PNDF estabelece “os princípios e os objetivos da Política Agrícola para Florestas Plantadas relativamente às atividades de produção, processamento e comercialização dos produtos, subprodutos, derivados, serviços e insumos relativos às florestas plantadas”. A Política Agrícola para Florestas Plantadas - PAFP tem por princípios: a) a produção de bens e serviços florestais para o desenvolvimento social e econômico do país; e b) a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Seus objetivos são: a) aumentar a produção e a produtividade das florestas plantadas; b) promover a utilização do potencial produtivo de bens e serviços econômicos das florestas plantadas; c) contribuir para a diminuição da pressão sobre as florestas nativas; d) melhorar a renda e a qualidade de vida no meio rural, notadamente em pequenas e médias propriedades rurais; e e) estimular a integração entre produtores rurais, indústrias e agroindústrias que utilizem madeira como matéria-prima. As florestas plantadas ocupam uma área de 10 milhões de hectares (iBGE). O Brasil lidera o ranking global de produtividade florestal, com uma média de 35,7 m³/ha/ano para os plantios de eucalipto e 30,5 m³/ha/ano nos plantios de pinus (indústria Brasileira de Árvores, 2016). Esses valores são quase duas vezes maiores do que a produtividade das florestas em países do hemisfério norte. A PAFP não se aplica a Áreas de Preservação Permanente (APP), de uso restrito e de reserva legal. O MAPA, através da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Florestas Plantadas, coordenará o planejamento, a implementação e a avaliação das ações da PAFP, além de promover a sua integração às demais políticas e setores da economia e deverá elaborar um Plano Nacional de Desenvolvimento de Florestas Plantadas, a partir de agora chamado de

Plantar Florestas, com horizonte de dez anos, a ser atualizado periodicamente. Seu objetivo é definir linhas de ações para todos os atores setoriais, de forma que florestas plantadas gerem emprego e renda e também contribuam com o desenvolvimento humano e a qualidade ambiental do espaço rural brasileiro. O Plantar Florestas poderá contribuir também para melhores oportunidades para o homem no campo com um horizonte promissor, um negócio rentável e ótimas oportunidades de crescimento. Além disso, como o setor é parte importante da economia brasileira, é necessário que tais ações sejam conduzidas em um ambiente de segurança jurídica e estabilidade econômica favorável aos investimentos no setor de florestas plantadas. O Plantar Florestas apresenta um diagnóstico do setor, destacando os principais aspectos ambientais, sociais e econômicos associados ao manejo das florestas plantadas e sua indústria; as possíveis relações entre as diferentes políticas públicas relacionadas ao tema e analisa gargalos e oportunidades para o setor, propondo, ao final, uma lista de Objetivos Nacionais Florestais (ONF) e Ações Indicativas (AI) para o alcance de tais objetivos. Meta: Mais 2 milhões de hectares plantados com florestas comerciais até 2030. Objetivo Nacional Florestal ONF 1: Fortalecer institucionalmente o setor de florestas plantadas; ONF 2: Desburocratizar, aprimorar e fortalecer o sistema de defesa sanitária florestal; ONF 3: Ampliar a base de dados e informações sobre florestas Plantadas; ONF 4: Ampliar a capacitação da mão-de-obra, a difusão do conhecimento e a extensão rural em florestas plantadas; ONF 5: Atrair mais investimentos privados e adequar as políticas de crédito e gestão de risco rural ao setor de florestas plantadas; ONF 6: Investir em pesquisa, desenvolvimento e inovação no setor de florestas plantadas e seus produtos; ONF 7: Aumentar a demanda por produtos florestais; ONF 8: Desburocratizar os processos de concessão de licenças ambientais; ONF 9: Simplificar e o sistema tributário, reduzir alíquotas de impostos e

encargos sobre o setor; ONF 10: Ampliar a comunicação e a promoção comercial do setor de florestas plantadas e seus produtos; ONF 11: Propor medidas para a equalização da matriz brasileira de transportes, a melhoria da infraestrutura viária e a expansão portuária, para ampliar a competitividade na exportação dos produtos agroflorestais; ONF 12: Aumentar a participação da biomassa de madeira na matriz energética. A Assessoria de Comunicação e Evento (ACE) do MAPA elaborará um Plano de Comunicação do Plantar Florestas, a ser aprovado pela Câmara setorial de Florestas Plantadas, e que deverá prever a publicação de relatórios das atividades desenvolvidas e dos progressos obtidos pelo programa referentes aos anos 2020, 2025 e 2030. Será utilizada a data de 21 de março, Dia internacional das Florestas, como data de referência para campanha de âmbito nacional de divulgação do plano e dos resultados alcançados. (Fonte: Plano Nacional de Desenvolvimento de Florestas Plantas e Ministério da Agricultura estabelece plano de florestas plantadas R7) Luiz Carlos Aceti Junior - Advogado. Pós-graduado em Direito de Empresas. Especializado em Direito Ambiental, Direito Empresarial Ambiental, Direito Agrário Ambiental, Direito Ambiental do Trabalho, Direito Minerário, Direito Sanitário, Direito de Energia, Direito em Defesa Agropecuária, e respectivas áreas afins. Mestrado em Direito Internacional com ênfase em direito ambiental e direitos humanos. Professor de pós-graduação em direito e legislação ambiental de várias instituições de ensino. Palestrante. Parecerista. Consultor de empresas na área jurídico ambiental. Escritor de livros e artigos jurídicos em direito empresarial e direito ambiental. Consultor de portal www.mercadoambiental.com. br . Diretor da Aceti Advocacia www. aceti.com.br Maria Flavia Curtolo Reis - Advogada. Pós-graduada em Direito de Empresas. Especializada em Direito Empresarial Ambiental, Direito Contratual e Obrigações Financeiras. Integrante da Aceti Advocacia www.aceti.com.br Lucas Reis Aceti - Graduando em direito pela UNIFEOB. Estagiário na da Aceti Advocacia www.aceti.com.br REVISTA 100% CAIPIRA |13


Exportações de milho já superam todo o ano de 2018 MILHO E SORGO

Fonte: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

Portos do Paraná já movimentaram 19,7 milhões de toneladas

As exportações de milho pelo Porto de Paranaguá, entre janeiro e maio de 2019, já superam o volume registrado em todo o ano de 2018. Números divulgados pelos Portos do Paraná nesta segunda-feira (10) mostram que nos primeiros cinco meses deste ano foram 1,4 milhão de toneladas exportadas. Nos doze meses de 2018 foram 1,09 milhão de toneladas. Na comparação entre os primeiros cinco meses de cada ano, a movimentação do cereal mais que dobrou. De janeiro a maio do ano passado, Paranaguá registrou 677,5 mil toneladas embarca14 | REVISTA 100% CAIPIRA

das. A receita gerada somou U$ 244,7 milhões, mais de 128% maior que o registrado no ano passado, segundo dados do Ministério da Economia. Os principais países compradores deste ano são Irã, Malásia, Taiwan (Formosa), Egito e Cuba. “O resultado reflete a boa comercialização, estimulada pelo dólar forte e pelo preço competitivo. A eficiência do Porto de Paranaguá também é essencial, tanto na armazenagem do produto, quanto no embarque dos navios”, diz o diretor-presidente da autoridade portu-

ária, Luiz Fernando Garcia. Em 2018, questões comerciais prejudicaram as exportações do cereal e o porto paranaense não registrou movimentação do produto em maio. Neste ano, somente no último mês, foram 490,8 mil toneladas exportadas. Deste total, 77% passaram pelo complexo do Corredor de Exportação. Modal A movimentação de milho fez crescer também o uso do modal ferroviário. A utilização de trens para o transporte


do produto até a descarga no Porto de Paranaguá teve aumento de 214% na comparação com o ano anterior. De janeiro a maio de 2019, foram 3.854 vagões carregados com 227.275 toneladas transportadas. Nos primeiros cinco meses de 2018, foram 1.226 vagões que descarregaram 77.431 toneladas. A produção paranaense lidera o escoamento por trilhos, somando quase 199 mil toneladas do produto, movimentados em 3,3 mil vagões. Na sequência, destacam-se como origem do milho que chega em trens os produtos dos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo e São Paulo. Rodovias Apesar do aumento na participação do modal ferroviário, o principal transporte do produto até o Porto continua sendo por rodovias. Nos primeiros cinco meses deste ano, foram 32.205 caminhões que descarregaram quase 1,17 milhão de toneladas de milho. Em quantidade de veículos, o aumento registrado na participação do modal é de 184%. Do milho que chega pelas rodovias, as origens são, principalmente, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Santa Catarina, Goiás, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Grãos De janeiro a maio de 2019, foram movimentadas 4,6 milhões de toneladas de soja, 2,18 milhões de farelo de soja e 617,8 mil toneladas de açúcar (granel e ensacada). A utilização do modal ferroviário permaneceu no mesmo patamar na movimentação geral. Foram 46 mil vagões, em média, que transportaram cerca de 2,5 milhões de toneladas de grãos. Já o uso do modal rodoviário caiu 20%, tanto em quantidade quanto em volume de carga. Este ano o Porto de Paranaguá recebeu

153.462 caminhões, com quase 5,6 milhões de toneladas de grãos. Em 2018, de janeiro a maio, foram 192.393 caminhões, com aproximadamente 6,2 milhões de toneladas. Portos do Paraná já movimentaram 19,7 milhões de toneladas Em maio, os Portos do Paraná movimentaram quase quatro milhões de toneladas de cargas: 2,5 milhões de exportação e 1,5 milhão de importação. No acumulado dos primeiros cinco meses de 2019, foram mais de 19,7 milhões de toneladas. Só de exportação, foram 12,2 milhões de toneladas. Na importação, foram 7,5 milhões de toneladas. Na comparação com o mesmo período de 2018, a movimentação geral registra queda de 10%. No ano passado, de janeiro a maio, foram quase 22 milhões de toneladas. Segundo os operadores, a queda é geral, em todos os portos do país, e o motivo é a situação de mercado. Carga Geral As movimentações de carga geral registraram aumento de 9% em relação ao ano passado. Em 2019, de janeiro a maio, foram mais de 4,4 milhões de toneladas de carga geral movimentados, contra 4 milhões em 2018. As exportações foram destaque e cresceram 16% em relação ao mesmo período do ano passado: 2,8 milhões de toneladas, ante 2,5 milhões. Já as importações apresentaram aumento modesto: cerca de 1% em comparação com 2018. Foram mais de 1,44 milhão de toneladas em importação de carga geral de janeiro a maio de 2019 contra 1,43 milhão, em 2018. Contêineres O aumento registrado na movimentação dos contêineres, de janeiro a maio de 2019, foi de 14%, no geral. Este ano, foram 343.371 unidades próprias de medida (TEUs). Em 2018, foram 302.492.

No sentido exportação, o aumento registrado na movimentação de contêineres pelo Porto de Paranaguá foi de 12% (170.631 TEUs, contra 152.157). Na importação, o aumento foi de 15%: cresceu de 150.335 TEUs para 172.740) Importação Entre os granéis de importação movimentados pelo Porto de Paranaguá, o maior aumento foi registrado no trigo: 85%. Este ano, de janeiro a maio, foram 231,8 mil toneladas importadas do produto. Em 2018, quase 125,4 mil toneladas. O segundo destaque nas importações a granel fica na dupla malte/cevada: 34%. Este ano, nos primeiros cinco meses, foram 242.564 toneladas importadas do produto contra 181.397, no ano passado. Entre os granéis líquidos importados, o maior aumento foi registrado no metanol, acumulado em mais de 449 mil toneladas. O volume é 12% maior que o registrado no ano passado (pouco mais de 400 mil toneladas). Antonina O Porto de Antonina, onde opera a empresa Tppf (Terminal Ponta do Félix), segue a tendência de retomada da movimentação. Nos primeiros cinco meses do ano, o crescimento registrado foi de 49%, em comparação com 2018. No total, em 2019, foram quase 376 mil toneladas movimentadas, contra pouco mais de 253 mil toneladas, em 2018. O principal produto movimentado por Antonina é o fertilizante, na importação. No balanço dos primeiros cinco meses do ano, foram 255 mil toneladas movimentadas 52% a mais que o volume importado em 2018. Sentido exportação, são movimentados açúcar (saca) e farelo de soja. Em 2019, foram exportadas mais de 31,2 mil toneladas de açúcar e mais de 89,3 mil de farelo de soja (100% paranaense e não transgênico). REVISTA 100% CAIPIRA | 15


ANÁISE DE MERCADO

Tecnologia no agronegócio: riscos e oportunidades

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o agronegócio é responsável por 42% das exportações brasileiras, atingindo US$ 102 bilhões em 2018 Cristiano Kruk é sócio da KPMG no Brasil. Fonte: Viveiros

Este desempenho representou um crescimento de 6% em relação ao ano anterior e uma contribuição para o saldo positivo na balança comercial brasileira de quase US$ 90 bilhões. Estes dados, aliados ao fato do agronegócio representar 23% do PIB do Brasil, não deixam dúvida quanto à relevância do segmento para a economia nacional. De acordo com dados do United States Department of Agriculture (USDA), o Brasil ocupa as primeiras posições na produção mundial dos principais produtos agrícolas consumidos no mundo, tais como soja, açúcar e café (primeira posição), carne bovina e de frango (segund a posição), além do milho (terceira posição), entre outros. Manter a relevância do agronegócio na economia nacional tem sido especialmente desafiador para os participantes deste segmento. Os agropecuaristas brasileiros, além de terem que enfrentar os riscos inerentes ao seu próprio negócio, 16| REVISTA 100% CAIPIRA

tais como condições climáticas, pragas que afetam a lavoura e as doenças que ameaçam suas criações, também precisam lidar com os efeitos da instabilidade econômica e política do País, greves, além da inerente precariedade da infraestrutura logística nacional. Desta forma, o sucesso deste setor está significativamente associado com a capacidade de adaptação às incertezas por meio de instrumentos de gerenciamento de riscos, assim como a aplicação de tecnologias de ponta no desenvolvimento das lavouras e criações. A chamada “tecnologia de precisão” há muito tempo vem sendo desenvolvida e aplicada no campo com o propósito de elevar a produtividade de maneira a compensar as deficiências estruturais do País que vão além da porteira e, portanto, não gerenciáveis pelo produtor. A Embrapa, empresa de pesquisa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que conta com 43 anos

de suporte ao agronegócio, é uma referência mundial na agricultura de clima de tropical e uma das principais fomentadoras da inovação no campo. Com o auxílio da tecnologia, os níveis de produtividade do agronegócio brasileiro tem desempenho igual, e muitas vezes superiores, aos seus principais competidores mundiais. No que se refere à soja, por exemplo, enquanto a produtividade média mundial da safra de 2017/18 foi de 2,74 ton/hectare, no Brasil, a produtividade foi de 3,47 ton/ hectare. Os Estados Unidos, principal concorrente, tiveram uma produtividade de 3,31 ton/hectare, 5% inferior à do Brasil. Neste sentido, as oportunidades de desenvolvimento de inovações tecnológicas para o campo são ilimitadas e, como parte deste processo, uma série de novas startups voltadas para desenvolver soluções de tecnologia no setor agrícola têm surgido nos últimos anos.


De acordo com levantamento feito pela KPMG, em conjunto com o Distrito, das mais de 7 mil startups brasileiras, 135 estão voltadas exclusivamente para o mercado agro, e este número encontra-se em franca expansão. Estas startups têm atuado não só no desenvolvimento de ferramentas voltadas para a agricultura de precisão, assim como de soluções em robótica, drones, satélites, big data, inteligência artificial, entre outras. Se, por um lado, a tecnologia tem trazido soluções para permitir o crescimento da relevância do agronegócio no PIB brasileiro, muitos desafios ainda precisam ser superados. Além de questões relacionadas à falta de infraestrutura ideal para permitir a conectividade, bem como uma velocidade de conexão adequada nas áreas de plantio mais remotas, as empresas do agronegócio têm passado a ser alvo constante dos chamados ataques cibernéticos nos últimos anos. De acordo com pesquisa realizada

pela KPMG, em conjunto com a Oracle, com mais de 450 profissionais de segurança cibernética e TI, cerca de 80% destes profissionais estão preocupados com algum tipo de ataque cibernético. Tal preocupação se deve, principalmente, ao fato de que a maioria destes ataques está direcionado para áreas estratégicas do negócio, gerando a paralisação de operações, sequestro e per da de dados, danos à reputação e, consequentemente, perdas financeiras significativas ocasionadas por estas situações. Em outra pesquisa da KPMG, observa-se que os riscos relacionados às novas tecnologias é o segundo assunto que mais preocupa os altos executivos das empresas, atrás apenas de riscos relacionados com a perda de clientes estratégicos. Desta forma, é inegável que o uso de tecnologias de ponta e a inovação no agronegócio tem contribuído significativamente para o crescimento sustentá-

vel do setor, bem como sua contribuição para a economia brasileira como um todo. Entretanto, face à relevância crescente da tecnologia para os negócios, é muito importante que as empresas do setor passem também a incluir, em seus processos de gerenciamento de riscos, aspectos relacionados à prevenção dos riscos associados a eventuais ataques cibernéticos. Se por um lado, os investimentos em segurança cibernética podem representar um custo adicional para as empresas, esta também é uma boa oportunidade para os gestores e executivos aprofundarem seus conhecimentos sobre o seu negócio, visto que estratégias de segurança de TI e resiliência dos negócios sempre devem estar alinhadas com as metas globais da organização, desde a proteção da propriedade intelectual e de dados, até a maximização de sua produtividade por meio de novas tecnologias aplicadas no campo. REVISTA 100% CAIPIRA |17


PROCESSAMENTO

Expansão da produção nacional de azeite é tema de encontro em São Paulo

Fonte: APTA

Pesquisadores trabalham para adaptar a planta, do Mediterrâneo, às condições do clima subtropical na Serras da Mantiqueira, do Mar e da Bocaina Engana-se quem acha que apenas os azeites importados têm alta qualidade. O azeite paulista e nacional, muitas vezes, têm qualidade superior aos azeites produzidos em Portugal, Espanha e Itália, países tradicionais na produção. A prova da alta qualidade vem de competições internacionais, como o New York International Olive Oil Competition, que analisou em 2019 mais de mil amostras de azeites produzidas no mundo todo. O azeite Fazenda Irarema, produzido no município de São Sebastião da Grama, interior paulista, recebeu medalha de ouro na edição de 2019 e em 2018 foi escolhido o melhor azeite da competição, recebendo o prêmioBest in Class. “A medalha de ouro do evento é entregue a todos os azeites que atingiram 90 pontos, ou seja, com alta qualidade. O Brasil teve este ano oito azeites classificados na categoria, nesta que é a principal competição do mundo”, afirma Moacir Carvalho Dias, da fazenda Irarema, que processa os frutos da fazenda e de produtores próximos. Dias implementou seu olival em 2015 e, atualmente, possui árvores consideradas jovens, ou seja, abaixo de seis anos que ainda não atingiram seu potencial 18| REVISTA 100% CAIPIRA

produtivo. “Espero em alguns anos atingir produção de 60 mil litros. Hoje, não temos produção suficiente para atender à demanda. Temos que escolher a dedo os estabelecimentos para os quais queremos vender nosso produto”, afirma. O azeite Fazenda Irarema pode ser encontrado em alguns empórios e supermercados gourmets da região Sudeste. Mas, estabelecimentos do Nordeste, Rússia, Japão e Canadá querem também comercializar o produto. “Nosso grande diferencial é o azeite ser fresco. Já dominamos totalmente o processo de extração. Nosso grande gargalo está na produção dos frutos e, para isso, contamos com a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo”, afirma Dias. A APTA acompanha a produção de azeitonas na Fazenda Irarema desde o seu início. “Usamos tecnologias da APTA na Fazenda, além de técnicas que observamos no exterior. Dependemos da ciência paulista para avançar na produção”, afirma. A APTA coordena o Grupo Oliva SP, que desenvolve pesquisas relacionadas à produção das oliveiras, implantação

de olivais, manejo da cultura, controle de pragas e doenças, zoneamento agroambiental, colheita e extração do azeite. Além disso, realiza cursos com o objetivo de formar profissionais capacitados a reconhecer a qualidade do produto. O Estado de São Paulo conta, atualmente, com 53 produtores de oliveira, muitos deles orientados diretamente pelo Oliva SP. A área cultivada está em torno 600 hectares, em 28 municípios. O Estado conta também com oito plantas extratoras de azeite, com capacidade para extração de 3.670 quilos por hora. “Com a expansão crescente dos olivais, assim como os avanços na capacidade extratora de azeite e pesquisas e tecnologias geradas em São Paulo, crescem as demandas do setor por políticas públicas adequadas à produção. Nesse sentido, desde agosto de 2018, os produtores paulistas estão empenhados na formação da Câmara Setorial Paulista da Olivicultura”, conta Edna Bertoncini, pesquisadora da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Análise sensorial para combater fraudes de produtos importados


De acordo com Edna Bertoncini, grande parte dos azeites importados encontrados em supermercados brasileiros não são extravirgens, como afirmam as embalagens. A fraude ocorre, pois a legislação brasileira pede apenas três análises para considerar um azeite extravirgem. “São análises muito básicas e limitadas, relacionadas à acidez, número de peróxidos e extinção especifica. Também, não há uma fiscalização rígida nos estabelecimentos comerciais quanto aos azeites comercializados no País e, por isso, os consumidores acabam sendo lesados”, afirma. Uma forma barata e eficaz de resolver o problema é a formação de grupos de especialistas em degustação para realização de análises sensoriais. “É uma prática adotada no mundo todo. Esse grupo de especialistas consegue classificar um azeite como extravirgem, virgem e lampante apenas com a degustação. Isso reduz os custos com análise e é uma forma muito mais eficaz. O ideal é que esses grupos façam uma triagem nos azeites e naqueles em que se têm dúvida sobre a qualidade, sejam realizadas as análises químicas. Assim, teríamos uma classificação mais rigorosa dos azeites comercializados no Brasil, preservando a saúde do consumidor e permitindo competição mais justa para os azeites nacionais”, explica a pesquisadora que atua na APTA. O entrave para a formação desses grupos está na falta de uma legislação específica, outra demanda que a APTA tem atuado em conjunto com os produtores junto ao Ministério da Agricultura. “Temos muitos profissionais capacitados no mercado, que já fizeram cursos com a APTA e no exterior para realizar análise sensorial de azeites. O que falta é uma legislação”, afirma Edna. Enquanto normas mais rígidas não são aplicadas, a dica para os consumidores é verificar o preço dos produtos no supermercado. Segundo Edna, o custo de produção de um azeite extravirgem na Europa está em torno de 8 a 12 euros o litro. “No mercado, achamos azeites mais baratos do que esse valor, então desconfie de azeites europeus com preços muito baixos. Não existe milagre”, afirma. Outra dica é consumir os azeites nacionais, que são frescos, considerados

de alta qualidade, e com menos riscos de estarem fraudados, ou ainda azeites da América Latina, que demandam menos tempo de transporte e entram no país com menores taxas de importação. A produção nacional de azeites A produção nacional de oliveiras e azeites será tema do VII Encontro da Cadeia Produtiva da Olivicultura no Brasil, que acontecerá entre 14 e 15 de junho de 2019, no SENAC Aclimação, na Capital paulista. Apoiado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), o evento reunirá produtores, investidores, e público ligado à gastronomia e consumidores para discutir o potencial e os gargalos da produção paulista e brasileira. Também será oferecido curso de análise sensorial de azeites, em que será possível aprender os atributos gustativos para classificar o azeite em extravirgem, virgem e lampante. O encontro faz parte da programação da feira ExpoAzeite, que este ano completa sua décima edição. A APTA coordena, desde 2011, o Grupo Oliva SP, que reúne 22 pesquisadores da Agência, além de parceiros de instituições do Brasil e exterior para o desenvolvimento de pesquisas e tecnologias na área e fomento da produção paulista. O evento contará com 16 palestras. Em 14 de junho, técnicos da APTA Regional, Instituto Agronômico (IAC), Instituto Biológico (IB), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ibraoliva e Pieralisi abordarão aspectos da produção das oliveiras, como os desafios da cultura, climatologia, colheita, pós-colheita e extração, formigas cortadeiras, olivicultura no estado do Rio Grande do Sul, extração dos azeites e desafios da produção nacional. No dia 15, profissionais ligados à gastronomia abordarão o azeite na cozinha e para a saúde. As palestras serão proferidas por representantes do SENAC, Head Chefe Adega Santiago, Bodega Garzòn, La Pastina e Restaurante Shahiya. A pesquisadora da APTA, Edna Bertoncini, ministrará dois cursos no evento. No dia 14 de junho, em conjunto com Ricardo Furtado, da Superintendência

Federal de Agricultura do Rio Grande do Sul (SFA/RS), será realizado um treinamento com azeites brasileiros, sul americanos e europeus para profissionais que já concluíram cursos de análise sensorial de azeite e querem se atualizar. No dia 15, Edna ministrará o V Curso de Análise Sensorial e Qualidade dos Azeites de Oliva para aqueles que nunca participaram de treinamento. Os interessados podem fazer inscrição pelo site www.eventbrite.com.br/e/10o-expo-azeite-2019-tickets-60039150716. O gargalo está no campo De acordo com Edna, o gargalo da produção paulista e nacional de azeite está no campo. Isso porque a oliveira é uma planta de clima mediterrâneo, que está se adaptando às condições de clima subtropical que ocorre nas Serras da Mantiqueira, do Mar e da Bocaina, em São Paulo. “Nosso gargalo ainda está na produção dos frutos, melhoramento de processos de florescimento e pegamento de frutos e em aumentar a produtividade por meio de técnicas culturais adequadas à cultura. É nisso que estamos auxiliando os produtores”, afirma. Outro entrave à produção paulista e nacional está relacionado à legislação. Segundo Edna, existe apenas um pesticida registrado para ser usado na cultura, o que dificulta o controle adequado de pragas e doenças. Outro ponto é a necessidade de legislação para certificar a comercialização de mudas, como ocorre com a cultura do citros, por exemplo. Com isso, evitaria a disseminação de doenças como a Xylella fastidiosa, uma praga bastante conhecida na citricultura e que também está atacando os olivais. “A pedido dos produtores, encaminhamos em 2018 uma carta com as principais demandas da cadeia produtiva ao Ministério da Agricultura. Como a produção nacional de oliveiras ainda é baixa estamos tentando enquadrar a cultura como minor crops,ou seja, como cultura com suporte fitossanitário insuficiente, o que daria agilidade para o registro de produtos químicos para serem usados na produção. Também buscamos uma legislação eficiente para evitar a disseminação de pragas e doenças por mudas”, explica a pesquisadora. REVISTA 100% CAIPIRA | 19


FRUTICULTURA

Tecnologia ajuda a elevar a qualidade e a produtividade da uva brasileira no semiárido nordestino

Produtores do Vale do São Francisco têm se destacado no mercado externo com a produção de duas safras e meia da cultura por ano 20| REVISTA 100% CAIPIRA


Na s ú lt i m a s d é c a d a s , o Va l e d o S ã o Fr a n c i s c o, e m e s p e c i a l a re g i ã o d e Pe t ro l i n a , n o i nt e r i or p e r n a m bu c a n o, t e m s e d e s t a c a d o n a pro du ç ã o d e u v a s d e qu a l i d a d e . C om o i mp l e m e nt o d e n ov a s t e c n o l o g i a s , c om o a s up l e m e n t a ç ã o e nut r i ç ã o f o l i a r, o s pro dut ore s d o s e m i á r i d o n ord e s t i n o c on s e g u e m a c a d a s a f r a m e l h or a r a qu a l i d a d e d a s f r ut a s , au m e nt a r a pro dut i v i d a d e e re du z i r c u s t o s . A l é m d e s e r i mp or t a nt e p a r a a c omu n i d a d e l o c a l , a v it i c u ltu r a t e m p ap e l d e d e s t a q u e n a e c on o m i a n a c i on a l . S e g u n d o proj e ç õ e s d o M i n i s t é r i o d a Ag r i c u ltu r a , o Va l or B r ut o d e P ro du ç ã o ( V B P ) d a u v a p o d e c re s c e r 1 8 % n o E s t a d o e s t e a n o, p a s s a n d o d e R $ 1 , 3 bi l h ã o p a r a R $ 1 , 8 bi l h ã o. “A c a d a a n o t e m c re s c i d o a d e manda pelas nossas uvas devido à a b e r t u r a d e n ov o s m e rc a d o s pr i n c ip a l m e nt e n a Ás i a , c om f ort e d e m a n d a d a C h i n a qu e t e n d e a c re s c e r a i n d a m a i s”, d i z C l e b e r Uz u m a k i , e n g e n h e i ro a g rôn om o e RT V d a U by f o l , mu lt i n a c i on a l br a s i l e i r a qu e d e s e nv o l v e f e r t i l i z a nt e s e s p e c i a i s . E s t i m a - s e qu e 9 5 % d a s u v a s c l a s s i f i c a d a s c om o d e m e s a , q u e s ã o c on s u m i d a s i n n atu r a n o B r a s i l , s ã o pro du z i d a s n o Va l e d o S ã o Fr a n c i s c o, qu e a l é m d e Pe t ro l i n a , e m Pe r n a mbu c o, c on t e mp l a o s E s t a d o s d e M i n a s G e r a i s , B a h i a , S e r g ip e e A l a g o a s . Pa c ot e t e c n o l ó g i c o A c a d a s a f r a , o s pro dut ore s d e u v a s i nv e s t e m m a i s e m n o v a s t e c n o l o g i a s bu s c a n d o e s p é c i e s re s i s t e nt e s a o c l i m a s e c o e qu e nt e d a re g i ã o. Atu a l m e nt e a s v a r i e d a d e s qu e o s pro dut ore s m a i s c u lt i v a m s ã o a s B R S d e s e n v o l v i d a s p e l a E mbr ap a : Vit ór i a , Nú bi a e Is i s . S ã o e s p é c i e s q u e ut i l i z a m m e n o s d e f e n s i v o s p or s e re m m a i s re s i s t e nt e s h á a l g u -

d a s a s out r a s e t ap a s d o pro c e s s o. O s m e rc a d o s c on s u m i d ore s i n t e r n a c i on a i s s ã o e x t re m a m e nt e e x i g e nt e s qu a nt o a ap a rê n c i a e p a d ron i z a ç ã o d o s pro dut o s . Por i s s o, u m a s d a s p a r t e s d o pro c e s s o pro dut i v o qu e m a i s re qu e r at e n ç ã o e c u i d a d o é o r a l e i o. A t é c n i c a é f e it a m a nu a l m e nt e , m a n e j a n d o o s c a c h o s e re t i r a n d o o s f r ut o s i mp e r f e it o s , m o l d a n d o - o s p a r a o p a d r ã o c om e rc i a l . O raleio das bagas precisa ser executado por pessoas altamente treinadas e capacitadas para assim obter cachos perfeitos e uniformes. Não diferente de out ras áre as do camp o, a mão de obra qualificada também é um dos problemas recorrentes na produção de uvas. Mas, até mesmo neste cenár io, as tecnologias Ubyfol estão contribuindo e facilitando a vida dos viticultores. D e acordo com o RT V d a empresa, nas últimas safras tem se obser vado que produtores que utilizaram o complexo nutricional Acordex CT da U b y f o l n a f a s e d e s a í d a d e f l o r, com baga de 2 mm, conseguiram reduzir a quantidade de p ess o as no pro cess o de ra leio. “Nas plantas onde o pro duto foi ut i lizado, os prof issionais que tiram as bagas menores para moldar o cacho conseguem ter um rendimento melhor de até 5 0 % ”, d e s t a c a o p r o f i s s i o n a l . O produto é composto por micronutrientes que favorecem a fisiologia e o metabolismo vegetal através de suas propriedades bioestimulantes e de u m a n u t r i ç ã o e f i c a z . “ Te m o s casos de clientes que usaram o Acordex CT na fase cer ta e reduziram até 40 pessoas por hectare. Ou seja, uma grande Au x í l i o n o r a l e i o economia no custo de mão de A f or m a ç ã o d o s c a c h o s d e u v a o b r a”, f i n a l i z a o e n g e n h e i r o Fonte: Rural Press s ã o t ã o i mp or t a nt e s qu a nt o t o - a g r ô n o m o . m a s d o e n ç a s , a l é m d i s s o, t ê m b o a f e r t i l i d a d e . “C on s e g u i n d o c on c i l i a r v a r i e d a d e s qu e m e l h or s e a d apt a m a n o s s a re g i ã o, c om a s c on d i ç õ e s c l i m át i c a s e a s n o v a s t e c n o l o g i a s , t e m o s pro du z i d o at é du a s s a f r a s e m e i a p or a n o”, d e s t a c a Uz u m a k i . E nt re o s i nv e s t i m e nt o d o s pro dut o s t e c n o l ó g i c o s p a r a au m e nt a r a pro dut i v i d a d e d o s p a rre i r a i s , d e s t a qu e p a r a a nut r i ç ã o c omp l e m e nt a r v i a f o l h a qu e c on f i g u r a - s e c om o f e r r a m e nt a d e re l e v â n c i a n a c u ltu r a d a u v a . S e g u n d o o e s p e c i a l i s t a d a U by f o l , atu a l m e nt e , 9 9 % d o s pro dut ore s d a re g i ã o ut i l i z a m a nut r i ç ã o f o l i a r n a c u ltu r a . “A nut r i ç ã o f o l i a r é u m a re a l i d a d e c on s o l i d a d a , o i nv e s t i m e nt o m é d i o é d e R $ 1 , 2 m i l p or h e c t a re , u m ap or t e b a i x o p a r a a pro du ç ã o d e u v a s d i a nt e d o s g a n h o s d e re t or n o”, d i z . A l é m d a nut r i ç ã o f o l i a r, mu i t o s pro dut ore s d a re g i ã o t r a b a l h a m c om o p a c ot e t e c n o l ó g i c o d a U by f o l , qu e é c omp o s t o p or pro dut o s qu e v ã o d e s d e a brot a ç ã o, at é a f a s e d e c o l h e it a . C om e s s e p a c ot e d e s o lu ç õ e s , o s v it i c u lt ore s m e l h or a r a m a qu a l i d a d e d e s e u s pro dut o s t a nt o n o a s p e c t o v i s u a l , c om m e l h or c o l or a ç ã o, qu a nt o e m s a b or c om o B r i x ( t e or d e a ç ú c a r ) . O ut ro f at or i mp or t a nt e é qu e o c u s t o d e s s e p a c ot e t e c n o l ó g i c o é m a i s b a i x o e m re l a ç ã o à m é d i a d a re g i ã o e i s s o t e m p o s s i bi l it a d o o g a n h o d e m e rc a d o a o s pro dut ore s . “E s t e s pro dut o s d a U by f o l atu a m n a s f a s e s f i s i o l ó g i c a s e s s e n c i a i s p a r a a c u ltu r a d a u v a on d e o pro dut or t e r á u m a p ó s c o l h e it a b o a , c om e x c e l e nt e qu a l i d a d e e b o a c o l or a ç ã o”, c it a o e n g e n h e i ro a g rôn om o.

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ASSUNTOS JURÍDICOS

Justiça dá sinal verde para implementação do PRA em São Paulo, diz SRB Publicação do acórdão permite retomada do Programa de Regularização Ambiental, paralisado no Estado desde 2015

Fonte: SRB - Sociedade Rural Brasileira

A Sociedade Rural Brasileira (SRB) esclarece que a publicação do acórdão do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 210085072.2016.8.26.0000 permite a retomada da regulamentação e efetiva implementação do Programa de Regularização Ambiental (PRA), paralisado no Estado de São Paulo desde 2015. Na quarta-feira (05/06), o Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) julgou a ação “procedente em parte”. A decisão assegura a constitucionalidade do PRA e representa mais um passo importante para implementação do Código Florestal no Estado. Em seu voto, o relator Jacob Valente esclareceu que a Lei Estadual n.º 15.684/2015, que dispõe sobre o PRA das propriedades e imóveis rurais, não implica em retrocesso ambiental. O desembargador alegou que o próprio 22| REVISTA 100% CAIPIRA

Supremo Tribunal Federal (STF) já havia reconhecido a constitucionalidade do Código Florestal quando, no ano passado, julgou várias ADI’s e uma Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) de objeto ainda mais amplo. O TJSP também afastou a alegação de que a lei teria invadido a competência da União Federal. O acórdão conclui que a matéria ambiental tem competência concorrente, ou seja, a União deve estabelecer as normas gerais (Código Florestal) e os Estados exercem a capacidade suplementar e de regulamentação. O acórdão decidiu ainda pela constitucionalidade do artigo 27, que dispõe sobre a regularização das Áreas Consolidadas em Áreas de Reserva Legal. O Tribunal confirmou que os proprietários rurais que realizaram

supressão de vegetação nativa respeitando os limites impostos pela legislação em vigor à época em que ocorreu a supressão são dispensados de promover a recomposição, compensação ou regeneração para os percentuais de Reserva Legal exigidos pelo Código Florestal. A SRB reconhece a importância da atuação do governador de São Paulo, João Doria, e do secretário de Agricultura e Abastecimento, Gustavo Junqueira, para pacificar as controvérsias em prol da efetiva implementação do PRA. De acordo com o vice-presidente da entidade, Francisco de Godoy Bueno, o Estado inicia agora uma nova fase de implementação do Código Florestal: “São Paulo passa a oferecer segurança jurídica aos proprietários para promover a regularização ambiental dos imóveis rurais.


MEIO AMBIENTE

Identificado no Brasil fungo que

ataca videiras e oliveiras

Os pesquisadores isolaram o fungo usando amostras de plantas afetadas e identificaram o tipo pelo DNA Um estudo publicado em uma importante revista de doenças de plantas da Itália traz uma descoberta de pesquisadores do Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar (Epagri/ Cepaf ). Eles identificaram, pela primeira vez no Brasil, um fungo capaz de matar videiras e oliveiras: o Pleurostomophora richardsiae. Os pesquisadores conseguiram isolar o fungo usando amostras de plantas afetadas e identificaram o tipo pelas características do DNA. Depois, comprovaram a capacidade desse microrganismo causar doença em novas plantas de oliveira e videira Eduardo Brugnara, um dos pesquisadores que assinam o artigo, explica que plantas cultivadas nos municípios de Itá e Riqueza, no Oeste Catarinense, começaram a apresentar sintomas de amarelecimento, murcha

e morte de folhas e ramos, além de manchas escuras na madeira e casca. Segundo Maria Cristina Canale, outra pesquisadora, o conhecimento da ocorrência deste fungo é importante para auxiliar na compreensão e solução de problemas de morte de plantas de oliveira e videira, comuns no Sul do Brasil e muitas vezes causada por uma série de fatores em conjunto. Apesar de já se saber que a doença pode matar as plantas em casos severos, também serão necessários novos estudos para quantificar os danos que a doença pode causar na produtividade das plantas e na qualidade dos frutos em casos menos graves. Outra demanda que se apresenta é o desenvolvimento de cultivares resistentes ao fungo. A viticultura é uma cadeia pro-

dutiva importante para Santa Catarina. A produção catarinense de uvas comuns, viníferas e de mesa foi de 46,7 mil toneladas em 2017/18, com produtividade média de 14,2 mil quilos por hectare. Esse total representa crescimento de 1% na área colhida e de 3% na produção de uva comum em relação à safra anterior. Por outro lado, a uva vinífera apresentou redução de 17% na área e de 40% na quantidade produzida. Há vinte anos a Epagri/Cepaf, localizada em Chapecó, desenvolve trabalho com o objetivo introduzir a oliveira no território catarinense, e vem observando boa produtividade em algumas regiões. Atualmente o Estado conta com cerca de 70 hectares cultivados com a planta. Em 2019 já foram produzidos mais de mil litros Fonte: Epagri de azeite extra virgem. REVISTA 100% CAIPIRA | 23


CRÉDITO RURAL

CRÉDITO RURAL: Cooperativas de crédito ganham força

Impulsionadas por uma estratégia concentrada nos principais polos do agronegócios espalhados pelo interior do país, as cooperativas de crédito viram seus desembolsos de crédito rural dobrarem nas últimas seis safras e superarem R$ 27 bilhões no ciclo atual (2018/19) Fonte: Portal Paraná Cooperativo

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O

avanço ultrapassa com folga o crescimento dos outros agentes que atuam nesse mercado e já incomoda tanto o Banco do Brasil, líder histórico no segmento, quanto as instituições privadas que também estão fortalecendo sua atuação no campo. Salto - Com o crescimento, a fatia do ramo cooperativo no volume total de financiamentos liberados ao setor agropecuário saltou de 9%, na safra 2013/14, para 17,2% agora, de acordo com dados do Banco Central. O incremento médio, segundo estudo do Instituto de Pesquisa E c onôm i c a Apl i c a d a ( Ip e a ) , foi de 8,8% ao ano em valores deflacionados, enquanto o BB amargou queda de 3,4% ao ano e os bancos privados registraram baixa de 5,3% no inter valo. Av a n ç o - E o a v a n ç o t e n d e a continuar acelerado, sobretudo diante da maior concorrência no segmento estimulada pelo governo. Nesse contexto, o perfil mais simplificado de gestão, com executivos mais próximos dos cooperados e estrutura de gerência menor e menos burocrática, é uma das vantagens competitivas do setor cooperativista, de acordo com especialistas. M a i s l e v e s - “A s c o o p e r a t i vas de crédito são muito mais leves que os bancos tradicionais. Conseguiram furar o bloqueio de um grupo muito fechado de bancos e são, hoje, as que mais estão ganhando ‘s h a r e’ n o c r é d i t o r u r a l , c r e s cendo a uma taxa de dois díg i t o s h á u m b o m t e m p o”, d i z o economista Antônio da Luz,

da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Atu a ç ã o Atu a l me nte, 437 cooperativas de crédito atuam no segmento rural no país. Em cerca de 600 municípios, segundo dados da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), elas atuam praticamente sozinhas, e em boa parte com agências digitais. Márcio Freitas, presidente da entidade, reforça que em muitos casos essa atuação se dá onde não há nenhuma outra agência bancária. “Estamos ocupando espaços que, muitas vezes, os bancos não querem. E é aí que as cooperativas são m a i s c o m p e t i t i v a s ”, d i z . Bancos cooperativos - A maioria das cooperativas de crédito sempre emprestou aos produtores rurais por meio dos dois bancos cooperativos em operação no país (Bancoob e Sicredi). Mas há algumas que operam sem esses b a n c o s . S ã o a s c h a m a d a s “s o l t e i r a s ”, l i g a d a s a c o o p e r a t i v a s de produção, como a Credicoamo, que recentemente receberam aval para captar poupança para o crédito agrícola. Pequenos negó cios - “Enquanto alguns bancos deixaram de crescer nos últimos anos, estamos inseridos na atividade econômica dos pequenos municípios, onde o agronegócio é pujante e tem ficado um pouco alheio às c r i s e s ”, a f i r m o u a o Va l o r J o ã o Ta v a r e s , p r e s i d e n t e d o B a n c o Cooperativo Sicredi. Abrangência - Guarda-chuva para 114 cooperativas de crédito como a Credicitrus líder nas contratações de crédito rural entre as cooperativas financeiras -, o Sicredi tem hoje 1,7 mil agências no

país e mantém uma carteira de crédito rural de R$ 22,1 bilhões, ou 40% de toda sua carteira de crédito. Em 2018, o Sicredi cresceu 27,7% na comparação com o ano anter i o r. Outros estados - Com forte atuação na região Sul, o Sicredi, que tem 81,2% de suas agências no meio rural, busca agora avançar em São Paulo, Minas Gerais e no Nordeste, e também em cidades onde é a única instituição financeira. Com boa penetração entre pequenos e médios produtores e “funding” baseado em poupança rural e depósitos à vista, o Sicredi vê um crescimento cada vez maior dos empréstimos com Letras de Crédito do Agronegócio (LCA). Principal fonte - No Bancoob, as LCA já despontam como principal fonte de recursos, o que comprova que os bancos cooperativos também estão antenados na maior demanda por recursos a juros livres com o patamar baixo da taxa básica de juros (Selic). Oriundo de cooperativas do Sudeste, o Bancoob conta com uma carteira de R$ 15,2 bilhões no crédito agrícola e vem crescendo cerca de 14% ao ano nas últimas seis safras - das 430 cooperativas do sistema Sicoob, 80% operam com crédito rural. Experiência maior - “Nossa atuação no crédito rural, que era nada há 20 anos, fez e m p u r r a r o ‘s h a r e’ d o B B p a r a baixo. E estamos na frente dos privados, porque adquirimos uma experiência maior operando sistematicamente nesse setor em escala nacion a l h á 2 2 a n o s ”, a f i r m a M a r c o Au rél i o A l m a d a , pre s i d e nte do Bancoob. REVISTA 100% CAIPIRA |25


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CAFÉ

Mais uma colheita farta de café conilon Colheita do conilon em São Gabriel da Palha em 2018

Com o avanço da colheita de café conilon nos principais polos produtores do país, a aposta na safra recorde estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) perdeu força. Mas a perspectiva é de colheita farta, para consolidar a recuperação observada no ciclo passado depois das perdas de 2015/16 e 2016/17, provocadas por estiagens. A segunda estimativa da Conab, divulgada neste mês, indicou uma produção de 13,9 milhões de sacas de 60 quilos em 2019/20, 1,7% menor que o recorde de 2018/19, quando o país colheu 14,2 milhões de sacas – 23% da safra brasileira total de café, que somou 61,6 milhões de sacas. A projeção anterior da estatal, de fevereiro, sinalizava entre 14,3 milhões e 16,3 milhões 28 | REVISTA 100% CAIPIRA

de sacas. No Espírito Santo, principal Estado produtor da variedade, 5% da área já foi colhida. Segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a safra estadual deve ficar entre 9 milhões e 9,5 milhões de sacas – em linha com a estimativa mais recente da Conab e abaixo do recorde de 9,9 milhões de sacas de 2014/15. “A produção do Estado não deve ser recorde como se esperava, mas ainda assim será maior que a passada, quando foram colhidas 9 milhões de sacas”, afirma Abraão Carlos Verdin, pesquisador do Incaper. Segundo Verdin, o ajuste pra baixo se deve ao clima. Até o fim de dezembro, as condições estavam favoráveis à cultura, com

as lavouras bem nutridas e boa recuperação após a queda de produção em 2016, o que embasava a expectativa de aumento de produtividade. “Passada a primeira semana de janeiro, porém, tivemos 40 dias sem chuva e com temperatura mais elevadas que o normal, o que afetou a cultura”. Embora a colheita esteja no início, Verdin destaca que já é possível perceber a redução do tamanho dos grãos – o que faz com que um volume maior seja necessário para completar uma saca de 60 quilos. “Isso deverá influenciar também a produção de 2020”, diz. Se na produção nacional não haverá recorde, nos armazéns da Cooperativa Agrária de Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel), de São Gabriel da Palha (ES), maior cooperativa de café


conilon do país, haverá. Com 15% da área colhida, a Cooabriel deve receber 1,4 milhão se sacas neste ano. Menos que as 1,6 milhão inicialmente estimadas, mas acima do recorde de 2018/19 (1,2 milhão). “É o ano da recuperação”, disse Edimilson Calegari, gerente corporativo de café da cooperativa. Segundo ele, os produtores começaram a trocar as áreas mais íngremes por regiões planas, onde a colheita pode ser mecanizada. “Além disso, há cafeeiros novos que vão entrar em produção e que fazem parte de um trabalho de melhoria da genética das plantas que vem sendo feito com o uso de clones mais produtivos”. A Cooabriel tem 4,6 mil associados no Espírito Santo e na Bahia. Ainda que a perspectiva seja positiva, os cafeicultores da região de atuação da cooperativa também tiveram dificuldades com o calor nos três primeiros meses do ano, críticos para a formação

do grão. Em Rondônia, a perspectiva também é de safra farta. O Estado apostou no café robusta – que, assim como o conilon, pertence à espécie coffea canephora – e tem registrado aumento na produção ano a ano. Originário do Congo, o robusta é uma variedade mais alta e viçosa, que se adaptou melhor à região do que o conilon, originário da Guiné. De acordo com Janderson Dalazeno, engenheiro agrônomo da Empresa Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (Emater-RO), a produção deverá alcançar entre 2,2 milhões e 2,3 milhões de sacas em Rondônia em 2019/20, ante 1,9 milhão no ciclo passado. A última vez que o patamar de 2 milhões de sacas foi superado no Estado foi em 2003 (2,5 milhões de sacas). “Ao contrário de outras regiões produtoras, tivemos boas chuvas”, explica Dalazeno. Segundo ele, as chuvas

foram tão abundantes que atrasaram a colheita. Os trabalhos costumam começar em abril e terminar no começo de junho, mas devem avançar pelo mês adentro. A área já colhida alcança entre 60% a 70% do total de 62,7 mil hectares. A produtividade na região deverá subir pra 37 sacas por hectare nesta safra, ante 34 em 2018/19. Nas contas da Conab, serão 34 sacas, 9,3% mais que no ciclo anterior. “Todos os anos temos novas lavouras entrando em produção, com casos de produtividades que beiram as 130 sacas por hectare”, destacou. Para ele, o diferencial do Estado é investir em um café de qualidade e apostar no robusta – como o Vietnã, segundo maior produtor de café do mundo, líder na espécie. Mas se volume e qualidade motivam otimismo, os preços preocupam, como no arábica. Em de Londres, as cotações caíram 35% desde o início de 2017.

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Fundepag e secretaria do meio ambiente firmam parceria em prol de inovação no estado de são paulo Instituição especializada no universo de gestão em P&D&I (Pesquisa & Desenvolvimento & Inovação), fica encarregada de apoiar o Instituto de Botânica São Paulo, junho de 2019 – A Fundepag, com mais de 40 anos de atuação especializada na gestão de pesquisas, desenvolvimento tecnológico e inovação, firmou um acordo de cooperação com a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. A partir de agora, fica alinhado que a Fundepag passa a atuar não só no apoio à gestão das atividades de desenvolvimento tecnológico e como também à gestão das propriedades intelectuais do Instituto de Botânica, vertente da secretaria destinada ao cuidado e desenvolvimento das espécies da flora estadual. A empresa estará encarregada desde a facilitação da administração e gerenciamento de projetos, até o estímulo à inovação e desenvolvimento tecnológico do Instituto. No decorrer de 2018 foram promovidas diversas ações pelo NIT (Núcleo de Inovação e Tecnologia) da Fundepag, ao lado do Instituto de Botânica e, no final do ano, o acordo foi assinado por ambas as

partes. “As tratativas para este acordo começaram no ano passado, com o credenciamento da Fundepag como fundação de apoio ao Instituto de Botânica. Houve um grande esforço da nossa parte na disseminação da aplicação do Decreto Estadual no 62.817, de 04/09/2017, nas ICTESP (Instituição Científica e Tecnológica do Estado de São Paulo). O decreto trata, em resumo, do apoio ao desenvolvimento e inovação tecnológica”, explica Cyntia Curcio, consultora de Negócios e Inovação da Fundepag. Esta parceria está alinhada com a missão da Fundepag, em paralelo aos esforços do Estado e ações da iniciativa privada para viabilizar projetos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e apoio à inovação do agronegócio e meio ambiente. É um marco para uma colaboração muito rica com a possibilidade de desenvolvimento de novos projetos inovadores. Sobre a Fundepag: Com 40 anos de atu-

Fonte: PiaR COMUNICAÇÃO

ação e a missão de potencializar a inovação no agronegócio, a Fundepag, especializada na gestão de negócios no setor, anuncia reposicionamento estratégico como agente de conexão entre pesquisadores, empresas, startups, institutos, aceleradoras e governo. Hoje, além de conectar o mercado de ponta a ponta, a Fundepag aproxima pesquisadores, institutos, hubs de inovação e de novos negócios em expansão ao ecossistema de empreendedorismo, para capturar sinergias e oportunidades para desenvolver inovações que vão de encontro com os desafios e necessidades deste setor. Com atuação nacional, a Fundepag tem hoje como parceiros mais de 48 organizações de ciência e tecnologia e já realizou mais de mil eventos de transferência de conhecimento, 6 mil projetos, além de contar com mais de 2.500 financiadores públicos e privados. Em seu portfólio constam clientes como Basf, Bayer, Danone, Dupont, Internacional Paper, Nestlé, Natura, entre outros. REVISTA 100% CAIPIRA |29


BIOENERGIAS

Biocombustíveis podem reduzir 70% das emissões globais

Dado é apontado por estudo da IRENA e será apresentado durante o Etanol Summit, maior evento do setor sucroenergético da América Latina 30 | REVISTA 100% CAIPIRA


Os bio combust íveis têm p otenci a l de re duzir em 70% as emiss õ es g lob ais de C O2 até 2050. O d ado é re vel ado p elo estudo Glob a l Energ y Transformat i on, public ado este ano. O le vant amento foi re a lizado p el a Agênci a Inter naciona l de Energ i a R enovável (IRENA, na sig l a em ing lês) e s erá apres ent ado nest a terç a-feira (18), durante o Et anol Summit, maior e vento d a Amér ic a L at ina do s etor sucroenergét ico. O estudo ident if ic a op çõ es p ara des c arb onizaç ão d a mat r iz energét ic a g lob a l no hor izonte até 2050. De acordo com R ic ardo G or ini, pesquisador d a IRENA, os biocombustíveis des emp en harão p ap el fundamental na des c arb onizaç ão do s etor de t ransp or tes. “No c ur to prazo, o fo co maior est á no s etor de t ransp or tes rodov i ár io com a p ar t icip aç ão do et anol e do bio dies el como subst itutos d a gas olina e do dies el. No longo prazo, de verá aument ar o es cop o de atu aç ão dos bio combust íveis com o aumento do us o do biomet ano e dos chamados bio combust íveis avanç ados, como o bioqueros ene de av i aç ão e o dies el renovável, que de verão cont r ibuir p ara a des c arb onizaç ão de s etores como o t ransp or te mar ít imo e a av i aç ão”. O assunto s er á dis c ut ido na Plenár i a Bio combust íveis no mundo, que cont ará com a p art icip aç ão do diretor exe c ut ivo d a Uni ão d a Indúst r i a de C ana-de-Aç úc ar (UNICA), E du ardo L e ão. O exe c ut ivo lembra que, emb ora exist am prog ramas de et anol em mais de 60 p aís es em

to dos os cont inentes, 89% do consumo g lob a l de et anol est á concent rado em t rês reg iõ es: Brasi l, E st ados Unidos e Uni ão Europ ei a. “Noss o g rande des af io é ampli ar e for t a le cer os prog ramas de et anol fora dess as t rês reg iõ es. Hoj e, s e considerar mos to do o et anol ut i lizado no mundo e comp arar mos com o consumo de gas olina, o et anol repres ent a p ouco mais de 6%. E nós p o der íamos, s em qu a lquer t ip o de problemas ambient ais, p elo menos duplic ar ess a pro duç ão. C hegar-

para 650 bilhões de litros. Essa não será uma tarefa fácil e dependerá de políticas públicas de longo-prazo que possam sinalizar ao mercado as vantagens dos biocombustíveis em relação aos combustíveis fósseis e dependerá, também, da expansão do uso de biocombustíveis para o u t r o s p a í s e s”, r e v e l a o p e s q u i s a d o r d a I R E NA . Pa r a o d i r e t o r e x e c u t i v o UNICA, o caminho para essa expansão deverá ser o contin e n t e a s i á t i c o. S e g u n d o e l e , a combinação de países altamente populosos com sociedades af luentes, deve resultar em um significativo crescimento da demanda por automóveis e, consequentemente, por combustíveis. Pa r a s e t e r u m a ideia, somente Índia e China representam cerca de um terço de toda a população mundial. E é exatamente nesses dois países que a demanda por automóveis mais deve crescer nos próximos anos. Segundo r e l a t ó r i o d o B a n c o Mu n d i a l , a expectativa é que o volume de automóveis dobre nos próximos 30 anos. “É esperado que nesse processo sejam privilegiados os combustíveis renováveis em detrimento de combustíveis fóss e i s . Is t o p o r q u e , a l é m d e o e t a nol trazer oportunidades para os produtores agrícolas nessas regiões, um aspecto comum entre os vários países asiáticos é a necessidade de reduzir os altíssimos níveis de poluição do ar em suas metrópoles, além das emissões de gases de efeito estufa. E o etanol é, nesse sent i d o, a f o n t e d e e n e r g i a m a i s eficiente e economicamente viá v e l”, a f i r m a L e ã o. Fonte: UNICA

...Essa não será uma tarefa fácil e dependerá de políticas públicas...”

mos a a lgo próximo de 15% de mistura s em que haj a qu a lquer problema do p onto de v ist a ambient a l. A exp ans ão de áre a necess ár i a p ara iss o repres ent a menos de 0,5% do tot a l de áre as ag r ic u lt áveis no mundo”, explic a L e ão. EXPANSÃO Os biocombustíveis representam atualmente apenas 3% do consumo final de energia no setor de transportes. Desse total, dois terços são atendidos pelo etanol e um terço pelo b i o d i e s e l . “ No s s a a n á l i s e i n d i c a um crescimento de cinco vezes no consumo global que partiria de 130 bilhões de litros ao ano

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PESQUISA

Estado de São Paulo incentiva o desenvolvimento de projetos inovadores de pesquisa em nutrição e genômica animal

Fonte: Assessora de Imprensa IZ - Instituto de Zootecnia

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Zootecnia (IZ/Apta), recebeu os primeiros aprovados da bolsa Jovem Pesquisador da FAPESP, vinculado ao Plano de Desenvolvimento Institucional de Pesquisa (PDIP) na área de Nutrição Aplicada a Produção de Bovinos de Corte com pesquisas em sistemas “in vitro” e Genômica Animal na área estratégica Produção Sustentável da Carne. Os pesquisadores desenvolverão os trabalhos, que contam com um fomento de quase R$ 2 milhões no Centro Avançado de Pesquisa de Bovinos de Corte, unidade do Instituto de Zootecnia (IZ) em Sertãozinho/SP. O Jovem Pesquisador Eduardo Marostegan de Paula desenvolverá a nova linha de pesquisa da instituição com o tema “Efeito do aumento dos níveis de proteína não degradada no rúmen em dietas para bovinos de corte - Implantação de sistemas “in vitro” (Fermentadores de fluxo contínuo e 32 | REVISTA 100% CAIPIRA

Secretaria de Agricultura e Abastecimento recebeu os primeiros aprovados da bolsa Jovem Pesquisador da FAPESP para iniciar os trabalhos, que contam com mais de R$ 2 mi de fomento de produção de gases) para estudos de ruminantes”. Um dos objetivos do projeto é implantar o sistema de fermentação contínua no Laboratório de Fermentação Ruminal e Nutrição de Bovinos de corte. A vinda do jovem pesquisador colocará o Instituto de Zootecnia, órgão vinculado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), como uma das dez únicas instituições mundiais que possuem um equipamento deste. O pesquisador aprovou um auxílio à pesquisa junto a FAPESP de R$ 1.310.610,80, para desenvolver pesquisas na área de Nutrição de Ruminantes, juntamente com a pesquisadora do IZ Renata Helena Branco Arnandes. Ele é graduado em Zootecnia e mestre em Produção Animal pela Universidade Estadual de Maringá, doutor em Animal and Rangeland Sciences pela University of Nevada, e pós-doutorado no Departament de Animal Sciences da University of Florida, Gainesville, EUA.

O desenvolvimento do projeto, segundo a diretora do Centro de Corte, Joslaine Noelly dos Santos Gonçalves Cyrillo, é de grande relevância para Secretaria de Agricultura, “pois não haverá no Brasil um laboratório tão completo para estudos “in vitro” do ambiente ruminal”. “Serão adquiridos equipamentos que possibilitam avançar no conhecimento básico dos processos digestivos em ruminantes, como fermentação ruminal, produção de gases e digestão intestinal”, detalha Joslaine. Os equipamentos contribuirão nas pesquisas do projeto e, também, auxiliarão outros estudos e parcerias com outras instituições no Brasil e no exterior. A implantação no IZ, segundo Joslaine, irá gerar pesquisas de grande impacto na comunidade científica, criando novas tecnologias que poderão contribuir com a pecuária nacional e internacional, atual e futuramente. “Poucos laboratórios no mundo têm estas ferramentas dispo-


níveis”, enfatiza. O segundo projeto aprovado é da pesquisadora Nedenia Bonvino Stafuzza que desenvolverá estudos de Genômica Animal na Produção Sustentável da Carne, no Laboratório de Genômica Animal do Centro de Bovinos de Corte do Instituto de Zootecnia. Este projeto conta com a participação da pesquisadora Claudia Cristina Paro de Paz. Para este projeto, foi aprovado pela FAPESP um auxílio de R$991.574,21 e U$104.307,04 para desenvolver estudos relacionados à identificação de biomarcadores para eficiência alimentar, termotolerância e resistência a carrapatos em bovinos da raça Caracu. A pesquisadora é graduada em Ciências Biológicas e mestre em Genética pela Unesp/IBILCE, doutora em Genética e Melhoramento Animal pela Unesp/FCAV, e realizou pós-doutorados em Genômica Animal pela UNESP/IBILCE e UNESP/FCAV, University of Georgia e no Instituto

de Zootecnia. O projeto conta com a participação de pesquisadores associados de diversas áreas do conhecimento, de renomadas instituições nacionais e internacionais. A diretora do Centro de Corte ainda destaca que, embora o IZ possua um consolidado grupo de pesquisa na área de Genética e Melhoramento Animal, o amplo conhecimento da pesquisadora Nedenia em Biologia Molecular e Genômica – estrutural, funcional e comparativa – permitirá agregar novos conhecimentos às pesquisas em andamento no Instituto e na criação de novas propostas para impulsionar a investigação de processos biológicos complexos em bovinos sob a ótica da genômica”, completa Joslaine. Programa Fapesp

Jovem

Pesquisador

A finalidade do Programa Jo-

vens Pesquisadores em Centros Emergentes é estimular a criação de oportunidade de trabalho, em condições competitivas internacionalmente, para jovem pesquisador ou grupo de jovens pesquisadores com experiência internacional demonstrada em pesquisa após a conclusão do doutorado. O Jovem Pesquisador também irá auxiliar na orientação e coorientação de alunos, colaborar com outros pesquisadores do Instituto no desenvolvimento de projetos na Instituição sede, auxiliar na redação e revisão de trabalhos científicos do grupo de pesquisa e trabalhar em ações que visem à transferência de tecnologia e conhecimento. A Bolsa Jovem Pesquisador – R$ 8.152,20 mensais e isenta de imposto de renda –, é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e tem a duração de 24 meses. REVISTA 100% CAIPIRA |33


Os verdadeiros guardiões das culturas sertanejas

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APICULTURA

Ácaro aumenta risco de vírus em abelhas Fonte: Agrolink

“O ácaro emergiu como um parasita das abelhas ocidentais”

Pe s q u i s a s r e c e n t e s , r e a l i z a d a s p e l a Un i v e r s i d a d e d e E x e t e r, n a I n g l a t e r r a , m o s t r a m q u e um ácaro que espalha um vírus perigoso entre as abelhas também desempenha um papel indireto na infecção de abelhas s e l v a g e n s . O á c a r o Va r r o a d e s tructor vive nas abelhas e pode e s p a l h a r o v í r u s d a a s a d e f o rmada (DWV) por toda a colmeia. O ácaro emergiu como um parasita das abelhas ocidentais, depois de mudar de seu hospedeiro original, a abelha asiátic a n o i n í c i o d o s é c u l o p a s s a d o. D e s d e e n t ã o, e l e s e e s p a l h o u 36 | REVISTA 100% CAIPIRA

globalmente através do movimento artificial de colmeias infestadas e se tornou um vetor v i r a l . O á c a r o i nv a s i v o n ã o v i v e em zangões, mas cientistas da Un i v e r s i d a d e d e E x e t e r d e s c o briram que isso os afeta indiretamente, aumentando as taxas de infecção entre as abelhas, que então propagam o DWV para abelhas próximas. Pe s q u i s a d o r e s d i z e m q u e suas descobertas destacam a necessidade de apicultores para tratar colônias de abelhas afetadas por ácaros para proteger a s a b e l h a s s e l v a g e n s . “ Nó s c o m paramos áreas onde as abelhas

t i n h a m á c a r o s Va r r o a c o m á r e a s l i v r e s d e á c a r o s”, d i s s e R o b y n M a n l e y, d o C e n t r o d e E c o logia e C onser vação do campus d e Pe n r y n , d a Un i v e r s i d a d e d e E x e t e r, n a C o r n u a l h a . “ Na s á r e a s o n d e o s á c a r o s e s t a v a m p r e s e n t e s e , p o r t a n t o, a propagação da DWV entre as abelhas, encontramos taxas mais altas de vírus entre as a b e l h a s s e l v a g e n s . Ab e l h a s i n fectadas compartilham seu ambiente com outras saudáveis, se alimentam das mesmas f lores e t r a n s m i t e m o v í r u s , c o nv e r t e n d o - a s a b e l h a s e m ‘s u p e r e s p a l h a d o r a s’ d e D W V ”, c o n c l u i .


AGRICULTURA

Pimenta brasileira agita a maior feira de produtos gourmet dos EUA Sabor das Índias apresenta nova linha de antepasto de pimenta biquinho ao mercado norte-americano Fonte: Sandra Campello Assessoria de Imprensa

A Fancy Food Show, uma das principais feiras internacionais de produtos gourmet, que acontece de 23 a 25 de junho, em Nova York, nos Estados Unidos, é um grande acontecimento para o mercado de comidas especiais, quando as novas tendências do setor são apresentadas tanto para restaurantes, supermercados e consumidor final. A Sabor das Índias, empresa especializada em pimentas há 25 anos, leva pela segunda vez consecutiva o seu tempero brasileiro em produtos à base da especiaria, lançando durante o evento em Nova York, o seu antepasto de pimenta biquinho, nova linha da marca com variações da pimenta que está caindo cada vez mais no gosto dos

americanos. Durante a feira, o visitante poderá encontrar misturas inusitadas e harmonizações pensadas especialmente para realçar sabores capazes de transformar o antepasto na verdadeira estrela na hora de servir uma mesa. Todos os produtos são veganos, livres de conservantes, corantes e glúten, além de serem preparados com azeite de oliva. Entre os lançamentos estão o Antepasto de Biquinho com azeitonas pretas e mel, Antepasto de Biquinho com alho confit e pimenta habanero, Antepasto de Biquinho com cebola caramelizada e Antepasto de Biquinho com alho confit. “Nascemos há 25 anos na cozinha

de casa e hoje temos orgulho de exportar para 10 países. A nossa meta é quebrar o tabu de que pimenta é só ardência. Queremos mostrar para o mundo o sabor que conseguimos extrair de tal condimento misturando com nosso paladar brasileiro, além de aumentar as possibilidades de negócios com o mercado norte-americano”, informa Gustavo Moreira de Aquino, sócio da Sabor das Índias. A marca participa do Fancy Food Show a convite da organização como empresa vitrine, onde se estabelece alguns critérios para selecionarem os melhores casos, levando em conta, entre outros métodos de avaliação, qualidade, brasilidade e estrutura para exportação. REVISTA 100% CAIPIRA |37


AGROTÓXICOS E DEFENSIVOS

MAPA: Diário Oficial traz registro de 42 defensivos agrícolas Fonte: Mapa

O Diário Oficial da União (DOU) desta segundafeira (24/06) traz a publicação do ato nº 42, do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária, com o registro de 42 defensivos agrícolas 38 | REVISTA 100% CAIPIRA


O Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (24/06) traz a publicação do ato nº 42, do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária, com o registro de 42 defensivos agrícolas. Desse total, apenas um produto traz um ingrediente ativo novo, os demais são produtos genéricos que já estavam presentes em outros produtos existentes no mercado. Genéricos - Da lista de registros, 29 são produtos técnicos equivalentes, ou seja, genéricos de princípios ativos já autorizados no país, para uso industrial. Outros 12 registros (10 de origem química e dois de origem microbiológica) são produtos genéricos que já estão prontos para serem usados no controle de pragas na agricultura brasileira. Em média, os produtos registrados hoje estavam há quatro anos na fila para aprovação. Novo - Também está na lista o registro do produto técnico à base do ingrediente ativo Florpirauxifen-benzil, que é o primeiro ingrediente ativo novo aprovado em 2019. Ele apresenta alta eficiência contra a infestação de diversas plantas daninhas para as quais hoje o produtor rural tem muitas dificuldades para controlar. Objetivo - O objetivo da aprovação de produtos genéricos é baratear o preço dos defensivos, o que faz cair o custo de produção e, consequentemente, os preços dos alimentos para o consumidor brasileiro. Já a aprovação de novos produtos tem como objetivo disponibilizar novas alternativas de controle mais eficientes e com menor impacto ao meio ambiente e à saúde humana. Fábricas - “As aprovações de novos produtos técnicos equivalentes significam que novas fábricas estão autorizadas a fornecer ingredientes ativos para fabricação dos produtos formulados que já estão registrados, possibilitando um aumento na concorrência no fornecimento industrial destas substâncias”, explica o Coordenador-Geral de Agrotóxicos e Afins da Secretaria de Defesa Agropecuária, Carlos Venâncio. Processo de registro - Para serem registrados, os pesticidas devem ser avaliados e aprovados pelo Ministério da Agricultura quanto à eficiência

agronômica, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quanto ao impacto para a saúde humana e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) quanto aos impactos ao meio ambiente. Não há ingerência política na análise e a avaliação técnica realizada pelos três órgãos federais está alinhada às melhores práticas internacionais. Total no ano - Com a publicação desta segunda, chega a 211 o número de produtos autorizados desde o início do ano. O aumento da velocidade dos registros se deve a ganhos de eficiência possibilitados por medidas desburocratizantes implementadas nos três órgãos nos últimos anos, em especial na Anvisa, que modernizou seu processo a partir de 2015. Quebra de patentes - Nos últimos três anos, foram quebradas as patentes de ao menos 15 ingredientes ativos que antes eram comercializados apenas por uma empresa. Nesses casos o tempo da patente e da proteção de dados já havia expirado, mas as empresas continuavam comercializando os ingredientes ativos sozinhas no mercado, pois não havia o registro dos genéricos. Nos próximos meses, mais seis ingredientes ativos hoje comercializados por apenas uma empresa também devem ter genéricos registrados. Segurança - Os critérios usados pelo Brasil para a aprovação de novos registros são mais rígidos do que os de outros países. Se fôssemos usar a classificação internacional, o Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos, conhecido como Sistema GHS, o índice de pesticidas classificados como extremamente tóxicos no Brasil passaria de 34% para cerca de 14%. Qualidade - “O Ministério da Agricultura garante a qualidade dos alimentos produzidos e consumidos no Brasil e condena a campanha de desinformação que está sendo feita sobre esse assunto, que é extremamente técnico. Nossos alimentos são exportados para 160 países e testados tanto na saída do Brasil quanto na entrada em outros países. Quando há resíduos, estão muito abaixo do que é permitido pelos códigos internacionais”, explica a ministra

Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Relatório - O relatório do Programa de Análises de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), realizado pela Anvisa, mostrou que cerca de 99% das amostras de alimentos analisadas entre 2013 e 2015 estavam livres de resíduos que representam risco agudo para a saúde. Um novo relatório com a análise dos dados de monitoramento de resíduos de 2016 a 2018 deve ser divulgado neste ano. Novas moléculas - O objetivo de fazer a fila andar no Brasil é justamente para aprovar novas moléculas, menos tóxicas e ambientalmente corretas, e assim substituir os produtos mais antigos. Atualmente, são mais de 2 mil produtos na fila para serem avaliados e o prazo legal para a liberação é de quatro meses. Há produtos que estão na fila há mais de oito anos. Uso - O fato de haver mais marcas disponíveis no mercado não significa que vai aumentar o uso de defensivos no campo. O que determina o consumo é a existência ou não de pragas, doenças e plantas daninhas. Os agricultores querem usar cada vez menos em suas plantações, pois os defensivos são caros e representam 30% do custo de produção. Novo herbicida - O Florpirauxifen-benzil é um herbicida de modo de ação ainda inédito no território nacional. O produto formulado à base deste novo herbicida, que no futuro poderá ser utilizado para o controle de plantas daninhas na cultura do arroz, ainda está em fase final de análise nos órgãos federais envolvidos, com previsão de finalização para as próximas semanas. O ingrediente ativo em questão ganhou o prêmio de química verde em 2018. Alternativa - “Com este novo herbicida, o produtor rural terá uma nova alternativa altamente eficiente para plantas daninhas de difícil controle e de menor toxicidade do que os disponíveis hoje no mercado”, destacou Venâncio. Primeira fase - O registro de um produto técnico novo é a primeira fase de registro de um defensivo. Nesta fase, o Ibama avaliou o impacto ao meio ambiente e a Anvisa realizou análise quanto ao impacto na saúde humana. REVISTA 100% CAIPIRA | 39


FLORICULTURA

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FEIRAS E EVENTOS

Expocachaça e BrasilBier encerram edição 2019 com sucesso de público

Fonte: Pessoa, Agência de Relações Públicas

No último final de semana, Belo Horizonte foi palco da 29ª Expocachaça e 13ª BrasilBier. O evento, realizado de 06 a 09 de junho, contou com 200 expositores de todo o país. Além de apresentar centenas de destilados produzidos no Brasil, a feira voltada para produtores, comerciantes e apreciadores da cachaça teve palestras e workshops com especialistas, 12 atrações musicais e um concurso de degustação às cegas, que premiou as melhores bebidas do evento em nove categorias diferentes. Para o presidente da Expocachaça, José Lúcio Mendes, a edição deste ano reafirmou o sucesso e o espaço que a cachaça tem no mercado brasileiro. “Foi um sucesso. Além da bebida, também trouxemos para o evento toda a cadeira produtiva da cachaça com equipamentos, insumos e serviços. E já estamos trabalhando para trazermos novidades para 2020. 42 | REVISTA 100% CAIPIRA

A 30ª edição será especial”, afirma o presidente que acredita que, agora, é necessário trabalhar na internacionalização da bebida. “A cachaça é a única bebida que tem condições de conquistar espaços importantes no mercado internacional. Isso precisa ser explorado pelos produtores”. Produtores de cachaça dos quatro cantos do Brasil se reuniram em Belo Horizonte nesse fim de semana para apresentar suas criações. Henrique Tenório, responsável pela Cachaça Gogó da Ema, de São Sebastião (AL), conta que a empresa participa do evento desde 2013 e que a Expocachaça proporcionou a exposição e o crescimento da cachaça alagoana. “Nós conseguimos ter uma expansão para o território nacional a partir do momento em que começamos a participar da Expocachaça”, afirma. Leandro Silveira, presidente da Associação Catarinense de Produto-

res de Cachaça e Aguardente de Qualidade (ACAPACQ), reitera a força do evento. “Participar da Expocachaça, para nós, foi um divisor de águas. Esse é o maior evento de cachaça no mundo e nos orgulha muito de fazer parte desse grande momento da cachaça brasileira”. Este é o terceiro ano que a associação participou do evento e o resultado positivo das edições anteriores propiciou ao grupo a expansão do estande na feira: para a 29ª edição da Expocachaça, a ACAPACQ trouxe 16 expositores catarinenses. Durante a Expocachaça houve ainda a assinatura do convênio entre a Sicoob Divicred e a Associação Nacional de Produtores de Cachaça de Qualidade (ANPAQ), que visa liberar para o setor de cachaça uma linha de crédito com análise de crédito e taxas diferenciadas, e o lançamento do selo de qualidade da ANPAQ.


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GESTÃO

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RECEITAS CAIPIRAS

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Porco atolado INGREDIENTES

1kg de costelinha de porco 1kg de mandioca 1 cebola 1 cabeça de alho picadinho 2 limões Molho de pimenta Uma colher de sopa de vinagre 1 copo de água Sal a gosto PREPARO

Corte a costelinha em pequenos pedaços, tempere com o alho, limão, vinagre, molho de pimenta e sal, deixe marinando por 2 horas. Em uma panela de pressão doure a cebola e adicione as costelinhas de porco refogue por 15 minutos em seguida acrescente a mandioca e a água e deixe na pressão por 40 minutos ou até derreter a mandioca. Sirva com arroz couve e uma farofinha. REVISTA 100% CAIPIRA | 49


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Onde seu cavalo ĂŠ mais feliz

Baias amplas e higienizadas Pista de treino Ambiente familiar Transporte especializado de animais

Rodovia Arthur Matheus km 2,5 Santa Isabel Fone: (11) 96404-7694 | REVISTA 100% CAIPIRA


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