Edição 08 100 por cento caipira

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Shows sertanejos animam final do Circuito da Queima do Alho www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, fevereiro de 2014 - Ano 2 - Nº 8 - R$ 9,90

Agropecuária mais produtiva e sustentável Dissociação entre expansão agrícola e desmatamento no Brasil é destaque em revista científica internacional

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Especiarias conservam óleos vegetais

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SP recolhe mais de 4 mil toneladas de embalagens de defensivos

Leia também Programa Montana realiza ultrassonografia - Pág. 15 Recapagem de pneus passa a ser certificada- Pág. 17

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Agropecuária brasileira torna-se mais produtiva

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Grupo belga aposta no crescimento do Brasil - Pág. 20 Agropecuária sustentável recebe apoio - Pág. 21 Estados do Norte lideram expansão agrícola - Pág. 37 Paraíso Eventos reúne cavaleiros - Pág 38 Indústria de SP gera 6 mil empregos em janeiro - Pág. 41 Cozinha da Roça - Costela recheada - Pág. 44 Artigo: Limpeza de baias e meio ambiente - Pág. 48


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Falta de chuva afeta ciclo do carbono

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Final da Queima do Alho atrai mais de 8 mil pessoas

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Expansão do PIB do agronegócio deve atingir 4% em 2014

Conselho editorial: Adriana Oliveira dos Reis, João Carlos dos Santos, Paulo César Rodrigues e Nilthon Fernandes de Oliveira Jr. Publicidade: Agência Banana Fotografias: Eduardo Reis, Sérgio Reis, Paulo Fernando, iStockphoto e Shutterstock Departamento comercial: Rua das Vertentes, 450 – Vila Constança – São Paulo - SP - Tel.: (11) 2645-0046 Rede social: facebook.com/revista100porcentocaipira A revista 100% Caipira é uma marca registrada com direitos exclusivos de quem a publica e seu registro encontra-se na revista do INPI Nº 2.212, de 28 de maio de 2013, inscrita com o processo nº 905744322 e pode ser consultado no site: http://formulario.inpi.gov.br/MarcaPatente/jsp/servimg/validamagic.jsp?BasePesquisa=Marcas. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião desta revista, sendo eles, portanto, de inteira responsabilidade de quem os subscrevem.

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PESQUISA

Cravo, canela e dedo-de-moça são alternativas saudáveis para conservar óleos vegetais Estudo com as especiarias mostrou que, para a conservação de óleo de soja, o cravo é a melhor opção na substituição do antioxidante sintético Com a crescente demanda por alimentos efetivamente saudáveis, tem se pensado em garantir um produto final que atenda as exigências do mercado. No que diz respeito aos conservantes, um exemplo seria a atenção das indústrias para a substituição de aditivos sintéticos por alternativas naturais, como o uso de antioxidantes provenientes de ervas e especiarias. Os lipídeos, compostos encontrados na maioria dos alimentos, podem se deteriorar pela oxidação, conhecida como ranço, provocando uma redução da vida útil destes produtos, com perdas de parte de suas qualidades nutricionais, alteração do sabor, textura e até sua cor. Em vista disso, Ana Paula Marques Pino Sichieri desenvolveu, em sua dissertação de Mestrado no Programa de pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ ESALQ), um estudo sobre o uso em potencial de antioxidantes naturais extraídos de especiarias e - 6 - REVISTA 100% CAIPIRA

adicionados sob a forma de extratos hidroalcoólicos no óleo de soja. Orientada pela professora Marisa Aparecida Bismara Regitano-d’Arce do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN), a pesquisadora submeteu a testes os extratos de cravo, canela e pimenta dedo-de-moça. “Procuramos avaliar a eficácia de produção otimizada de extratos hidroalcoólicos de especiarias, e o seu emprego por meio da metodologia de superfície de resposta”, conta Ana Paula. Segundo a pesquisadora, o método consiste em comparar amostras de óleo de soja com adição de extratos hidroalcoólicos de antioxidantes naturais, em proporções de 50, 100, 150 e 200 mg/kg, com amostras contendo antioxidante sintético (TBHQ) – nas mesmas proporções-, conhecido pela sua alta eficiência, e amostras isentas de antioxidantes. “Todo esse processo, em uma condição que favorece a deterioração conforme a metodologia oficial conhecida como Teste de Estufa”, complementa. “Definidas as concentrações

mais eficientes dos extratos das especiarias, as amostras foram armazenadas em frascos de vidro transparente de 250 ml, dispostos em prateleiras no Laboratório de Óleos e Gorduras do LAN, em temperatura ambiente”, conta Ana Paula. Expostos à luz por 15 horas por dia durante sete meses, as amostras passaram por uma simulação das condições de comercialização em supermercados. Segundo a pesquisadora, mensalmente uma amostra era retirada para análises de qualidade do óleo, tais como índice de peróxido - o composto primário da oxidação-, índice de acidez e absortividade na faixa do ultravioleta (UV), para detectar se os extratos protegeram o óleo da oxidação lipídica. “No final do experimento foram realizadas análises sensoriais com provadores treinados para avaliar se eles conseguiam diferenciar, por meio do exame olfativo, os óleos armazenados segundo e o seu nível de deterioração.”. A pesquisa comprovou que, tanto para as análises físico-químicas quanto sensoriais, o cravo


FOMENTO PÚBLICO

foi a especiaria que proporcionou ao óleo de soja maior proteção contra a oxidação lipídica, seguido da canela e por fim da pimenta dedo-de-moça. “É importante frisar que o comportamento antioxidante varia conforme o produto em que ele foi adicionado. Há pesquisas na Dinamarca que evidenciam que o cravo é muito bom para emulsões em geral, porém para carnes a canela é a opção”, pondera Ana Paula. Necessidades e possibilidades Ana Paula Marques Pino Sichieri afirma que o antioxidante

natural prolonga a vida útil do alimento, mas que, em contra partida, ainda não foi desenvolvido nenhum composto com extratos naturais que tenha efeito antioxidante tão bom como o sintético. “Por isso, pesquisas com antioxidantes naturais continuam sendo muito necessárias”, conta. A pesquisadora diz ainda que as indústrias de alimentos já estão se mobilizando para a utilização de antioxidantes naturais devido a maior exigência dos consumidores em adquirir alimentos mais saudáveis. “Alguns antioxidantes

sintéticos já são proibidos no Canadá e na União Européia e, no Brasil, o uso é controlado pelo Ministério da Saúde”. Para Ana Paula, em meio a essa tendência de consumo de alimentos mais saudáveis, as indústrias de alimentos ainda tem que buscar alternativas economicamente viáveis. “Acredito que o processo estudado seja uma forma promissora de substituição dos antioxidantes sintéticos, tendo em vista que muitos países já proibiram ou restringiram a utilização destes na indústria alimentícia”. REVISTA 100% CAIPIRA - 7 -


LOGÍSTICA REVERSA

São Paulo destina 4,7 mil toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas em 2013 Quantidade de embalagens destinada pelo Sistema Campo Limpo, no estado, é 5% maior que a do ano anterior Em 2013, o Sistema Campo Limpo (logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas), formado por agricultores, fabricantes - estes representados pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV) -, canais de distribuição e com apoio do poder público, encaminhou para o destino ambientalmente correto 4.769 toneladas de embalagens vazias de agrotóxicos em São Paulo. A quantidade é 5% maior, se comparado ao mesmo período de 2012. O estado tem importante re-

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presentatividade no cenário brasileiro de destinação das embalagens, e junto ao Mato Grosso, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul está entre os estados que mais destinaram neste ano. O grupo corresponde a cerca de 70% do total destinado no país no período. Para Daniel Penteado, coordenador regional de Operações do instituto na região, o balanço demonstra que a contribuição oferecida pela experiência desse sistema é de grande relevância para o país e para o meio am-

biente. Isso só é possível porque o Sistema se apoia em princípios como responsabilidades compartilhadas, logística reversa, gestão integrada de resíduos sólidos e ecoeficiência. De acordo com o estudo do inpEV, em 2013, foram retiradas do meio ambiente mais de 40 mil toneladas do material em todo o país. O resultado ultrapassa o total destinado no ano anterior. Desde o início de suas atividades, em 2002, o Sistema Campo Limpo já destinou mais de 280 mil toneladas de embalagens.


PESQUISA

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ESTUDO

Agropecuária brasileira torna-se mais produtiva, porém mais excludente Comoditização da produção rural brasileira aumenta concentração de terras e êxodo rural, destaca revista científica Karina Toledo Da Agência Fapesp As mudanças no padrão brasileiro de uso do solo nas duas últimas décadas foram destaque da capa da edição de janeiro da revista Nature Climate Change. A boa notícia apontada pelo artigo é que, nos últimos dez anos, ocorreu no País uma dissociação entre expansão agrícola e desmatamento – o que resultou em queda nas emissões totais de gases de efeito estufa. O fenômeno, segundo os autores, pode ser atribuído tanto a políticas públicas dedicadas à conservação da mata como à “profissionalização” do setor agropecuário, cada vez mais voltado ao mercado externo. Mas essa “comoditização” da produção rural brasileira trouxe também impactos negativos, entre os quais se destacam o aumento da concentração de terras e o consequente êxodo rural. “As grandes propriedades – maiores que mil hectares – representam hoje apenas 1% das - 10 - REVISTA 100% CAIPIRA

fazendas do país. No entanto, ocupam praticamente 50% das terras agrícolas”, ressaltou David Montenegro Lapola, professor do Departamento de Ecologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Rio Claro e autor principal do artigo. As conclusões são baseadas na análise de mais de cem estudos publicados nos últimos 20 anos. Entre os 16 autores – todos brasileiros – estão Jean Pierre Henry Balbaud Ometto e Carlos Afonso Nobre, ambos pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e integrantes do Programa Fapesp de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG). Também participaram Carlos Alfredo Joly (Universidade Estadual de Campinas) e Luiz Antonio Martinelli (Universidade de São Paulo), do Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Recuperação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo (Biota), da Fapesp. “Os dados mostram, em 1995,

um pico de expansão na agricultura coincidindo com um pico de desmatamento na Amazônia e no Cerrado. Isso volta a ocorrer entre os anos de 2004 e 2005, quando também houve pico de crescimento do rebanho bovino do Brasil. Após esse período, porém, a expansão agropecuária se desacoplou do desmatamento, que vem caindo em todos os biomas brasileiros”, disse Lapola. Se na Amazônia é claro o impacto de políticas públicas voltadas à preservação da floresta – como criação de áreas protegidas, intensificação da fiscalização feita pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e pela Polícia Federal e corte de crédito para municípios campeões do desmate –, nos demais biomas brasileiros a queda parece ser resultante de iniciativas do próprio setor produtivo. “As culturas que mais cresceram são as voltadas ao mercado externo, como soja, milho, canade-açúcar e carne. É o que chamamos no artigo de ‘comoditização’ da agropecuária brasileira. De


CITRICULTURA

olho no mercado estrangeiro, o setor passou a se preocupar mais com os passivos ambientais incorporados em seus produtos. O mercado europeu, principalmente, é muito exigente em relação a essas questões”, avaliou Lapola. Também na Amazônia há exemplos de ações de conservação capitaneadas pelo setor produtivo, como é o caso da Moratória da Soja – acordo firmado em 2006, por iniciativa da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e da Associação Brasileira dos Exportadores de Cereais (Anec), para impedir a comercialização e o financiamento de grãos produzidos em áreas desmatadas. “Na Amazônia, a soja tem avançado sobre áreas antes usadas como pastagem. O mesmo pode ser observado no estado de São Paulo, no caso das plantações de cana. A maior parte da expansão canavieira dos últimos anos ocorreu sobre áreas de pastagem”, afirmou Lapola. Tal mudança no padrão de uso do solo teve um efeito positivo no

clima local, apontou o estudo. Em regiões de Cerrado no norte de São Paulo, por exemplo, foi registrada uma redução na temperatura de 0,9° C. “A maior cobertura vegetal aumenta a evapotranspiração, libera mais água para a atmosfera e acaba resfriando o clima localmente. Mas a temperatura ainda não voltou ao que era antes de ocorrer o desmatamento para dar lugar ao pasto. Nessa época, o aquecimento local foi de 1,6° C”, disse Lapola. Êxodo rural - Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam que as áreas dedicadas à pecuária no Brasil estão diminuindo. No entanto, o número de cabeças de gado continua crescendo no país, o que significa um maior número de animais por hectare e maior eficiência na pecuária (o uso do solo predominante no país). De acordo com Lapola, o mesmo pode ser observado no caso de outras culturas voltadas à alimentação, como arroz e feijão,

que tiveram suas áreas de plantio reduzidas embora a produção total tenha aumentado. Graças a esse incremento na produtividade, a segurança alimentar brasileira – por enquanto – parece não ter sido afetada pela “comoditização” da agricultura. O artigo revela, no entanto, que a concentração de terras em grandes propriedades voltadas ao cultivo de commodities intensificou a migração para as áreas urbanas. Atualmente, apenas 15% da população brasileira vive na zona rural. Em locais onde a produção de commodities predomina, como é o caso do cinturão da cana no interior paulista, cerca de 98% da população vive em áreas urbanas. “Essa migração causou mudança desordenada de uso do solo nas cidades. O resultado foi o aumento no número de favelas e outros tipos de moradias precárias”, afirmou Lapola. As mudanças no uso do solo afetaram também o padrão brasileiro de emissão de gases do efeito estufa. Em 2005, o desmatamenREVISTA 100% CAIPIRA - 11 -


Entre as recomendações para que esse ideal seja alcançado os pesquisadores destacam a adoção de práticas de manejo já há muito tempo recomendadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), como o plantio na palha, além do fortalecimento do Código Florestal (que estabelece limites de uso da propriedade) e a adoção de meNovo paradigma - No artigo, didas complementares para asseos autores defendem o estabele- gurar que a legislação ambiental cimento no Brasil de um sistema seja cumprida. “Defendemos mecanismos de inovador de uso do solo apropriado para regiões tropicais. pagamento por serviços ambien“O País pode se tornar a maior tais, nos moldes do programa de extensão de florestas protegidas e, Redução de Emissões por Desmaao mesmo tempo, ser uma peça- tamento e Degradação Florestal chave na produção agrícola mun- (REDD), por meio do qual prodial”, defendeu Lapola. prietários rurais recebem incentito representava cerca de 57% das emissões totais do país e, em 2010, esse número já havia caído para 22%. Hoje, o setor agropecuário assumiu a liderança, contabilizando 37% das emissões nacionais em 2010, advindas principalmente da digestão de ruminantes, da decomposição de dejetos animais e da aplicação de fertilizantes.

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vos financeiros pela conservação da biodiversidade e outros recursos naturais”, explicou Lapola. Os autores também apontam a necessidade de políticas públicas – entre elas a reforma agrária – que favoreçam um modelo de agricultura mais eficiente e sustentável. “Até mesmo alguns grandes proprietários não têm, atualmente, segurança sobre a posse da terra. Por esse motivo, muitas vezes, colocam meia dúzia de cabeças de gado no terreno apenas para mostrar que está ocupado. Mas, se pretendemos de fato fechar as fronteiras do desmatamento, precisamos aumentar a produtividade nas áreas já disponíveis para a agropecuária”, concluiu Lapola.


TEMPO DE SEMEAR

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PECUÁRIA

Programa Montana realiza avaliações de ultrassonografia de carcaça em 100% dos animais A partir deste ano, todos os animais da raça Montana serão avaliados também através de ultrassonografia de carcaça. A técnica será utilizada para fazer as medições de Área de Olho de Lombo (AOL), Espessura de Gordura Subcutânea (EGS) e Espessura de Gordura na Picanha (EGP) dos animais. Cerca de nove mil animais da safra 2012 já estão sendo avaliadas para dar origem às novas DEPs (Diferença esperada na progênie) do composto tropical. O Programa Montana realiza as medições desde 2008, porém apenas em parte dos animais de cada safra para análises, estudos e desenvolvimento das novas DEPs. Em uma reunião recente dos criadores da raça, ficou decidido que todos os animais nascidos a partir de 2012 serão avaliados por ultrassonografia de carcaça.

“As avaliações são importantes na busca por animais com carcaças cada vez melhores. São medidas importantes e fáceis de obter com os animais ainda vivos, além de serem muito acuradas. Com esses nove mil animais sendo avaliados, teremos mais 27 mil medições para compor o banco genético”, avalia Gabriela Giacomini, gerente de operações do Programa Montana. As medições que estão sendo feitas irão incrementar o banco de dados já existente no Programa. Doutora em melhoramento animal e qualidade da carne, Marina Bonin será responsável pelas medições de parte dos animais e destaca a importância das áreas avaliadas. “São informações que ajudam na melhoria da raça que tem como objetivo a produção

de animais melhoradores. AOL está correlacionada aos cortes nobres do animal, como os cortes do traseiro, EGS está ligado ao acabamento de carcaça e EGP às medidas de gordura depositadas na picanha, fato que nos ajuda a identificar os touros precoces”, afirma a especialista. Assim que colhidas, todas as informações serão enviadas para o banco de dados da equipe dos professores Joanir P. Eler e José Bento S. Ferraz, USP/Pirassununga, para análise do valor genético. O material será compilado com dados das safras anteriores para dar origens às novas DEPs que, em breve, entrarão para o sumário da raça Montana. ¬Segundo Giacomini, as DEPs serão uma ferramenta importante para direcionar a produção para um rebanho mais precoce.

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TERCEIRO SETOR

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TRANSPORTE + SEGURO

Inmetro certifica recapagem Menos de 50% das unidades reformadoras de pneus do País possuem o registro no órgão federal, informa associação do setor No ano de 2010, os reformadores de pneus ganharam um aliado para fortalecer a imagem perante o setor e mostrarem que comercializam uma atividade de qualidade e segurança. A Portaria n° 444 do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade (Inmetro), trouxe a obrigatoriedade para as empresas reformadoras de um rígido sistema de controle de processo e produto, para que através deste sistema se obtenha o Registro de Declaração de Conformidade de Fornecedor. O prazo para adequação das empresas encerrou em novembro de 2012, e menos de 50% das reformadoras obtiveram o registro no Inmetro até o início de 2014, segundo dados da Associação Brasileira de Reforma de Pneu (ABR). Para obter a cerificação do Inmetro e estar regulamentada perante a Portaria n° 444, a empresa deve seguir os seguintes passos: Solicitação de Abertura do Processo via web; Pagamento de Taxas e Envio de Documentos; Auditoria do Processo fabril; Teste dos Pneus em laboratório independente e pertencente à RBC; Obtenção do Registro. Para Alex Silva, Gerente de Serviços de Linha Pesada da DPaschoal, obter a certificação gera maior credibilidade para a empresa e mais segurança para o consu-

midor. “Ao adquirir o registro no Inmetro, a reformadora consolida seu compromisso de qualidade com o mercado nacional e ganha a confiança do consumidor, que sempre busca por produtos e serviços de qualidade”. “Fizemos avaliações individuais nas unidades de recapagem da DPaschoal, devido suas particularidades regionais. Todos os nossos técnicos e colaboradores foram treinados para se adequarem à nova norma do Inmetro e também para padronizarem um único modelo de atendimento e serviço em nossas reformadoras”, ressalta Eliel Bartels, Gerente de Engenharia e Recapagem do Grupo DPaschoal. As consequências para aqueles que não procuram a certificação obrigatória podem ser variadas. No Brasil, de acordo com a ABR, existem mais de 1.300 reformadoras de pneus e aproximadamente 600 não estão dentro das normas para exercerem a atividade, sendo que o registro é uma obrigatoriedade prevista em lei. Sem a regulamentação, as reformadoras de pneus estão sujeitas a multas e advertências, correndo o risco de terem suas atividades suspensas. Quem corre o risco também é o consumidor, que estará comprando um produto fora dos padrões exigidos, comprometendo sua segurança.

“O cliente que se preocupa com a qualidade do serviço a ser comprado, deve prestar atenção se a reformadora de pneus está dentro das normalidades. As empresas certificadas garantem melhores reformas, serviços de alta qualidade e que proporcionam maior segurança e economia aos clientes. Acima de tudo, a imagem dela perante aos clientes, já que passa a ser vista de maneira responsável e profissional”, completa Silva.

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CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Manejo sustentável de citros na Amazônia

Pesquisa busca gerar conhecimento científico para implementar pomar adaptados ao ecossistema amazônico

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ECONOMIA

Grupo belga vê boas oportunidades no mercado brasileiro Companhia especializada em distribuição de peças e acessórios para equipamentos agrícolas prevê crescimento das operações no Brasil O grupo belga TVH - Thermote & Vanhalst, que tem operações no Brasil desde 2000 na área de distribuição de peças para equipamentos de movimentação e industrial e expandiu a atuação para a o mercado agrícola, em 2012, com a aquisição da distribuidora Dinamica, continuará com planos de investimentos no Brasil com a unidade TVH-Dinamica. O grupo, que possui operações em mais 173 países, sendo um dos principais distribuidores de peças e acessórios para empilhadeiras e máquinas agrícolas no mundo, com faturamento global anual da ordem de 1 bilhão de euros, enxerga o mercado brasileiro como importante polo de oportunidades de negócios. A empresa continua com planos de investimentos no Brasil para aumentar a participação de mercado de distribuição peças e acessórios para equipamentos de movimentação, industriais e agrícolas. Para isso, conta com departamento de desenvolvimento de novos produtos que mantém con- 20 - REVISTA 100% CAIPIRA

tato permanente com a matriz na Bélgica para pesquisar inovações e tendências e torná-las viáveis ao mercado brasileiro. O centro de distribuição em Vinhedo-SP, na sede própria da empresa, foi projetado para dar suporte à ampliação constante de portfólio de produtos. A empresa também deve contar com mais dois centros de distribuição. Com portfólio em constante expansão da linha agrícola e do segmento industrial e de movimentação, a TVH-Dinamica possui 100.000 itens cadastrados. “Fomos pioneiros no mercado brasileiro de reposição de peças para plataformas aéreas no ano passado. Como temos operações em vários países, conseguimos agilizar o desenvolvimento de novos produtos. Em casos de componentes muito específicos atendemos o cliente com pedidos sob encomenda”, afirma o diretor geral da TVH-Dinamica, Alex Wiederhold. Além de trabalhar com produtos de grandes fabricantes, a empresa está aumentando o número de itens de marcas próprias

no mercado brasileiro: Bepco e Tractorcraft (linha agrícola) e TotalSource e TotalLifter (movimentação e industrial). “A ideia é oferecer linhas completas de produtos para máquinas agrícolas e equipamentos de movimentação e industrial, garantindo solução aos dois mercados de reposição. Assim, o cliente pode encontrar o que precisa em um único lugar”, explica Wiederhold. O grupo, que tem registrado crescimento expressivo no mercado brasileiro desde que iniciou as suas operações, prevê bons resultados para 2014, seguindo o ritmo dos últimos anos. Para o diretor, o agronegócio em franca expansão e importantes obras de infraestrutura impulsionam os mercados de reposição de máquinas agrícolas, industrial e de movimentação. A empresa participará de importantes de feiras dos setores em que atua: Movimat Nordeste, que será realizada de 25 a 28 de março, no Cabo Santo Agostinho (PE) e Automec Pesados, que acontece de 1º a 5 de abril, em São Paulo (SP).


CARNE SUSTENTÁVEL

Projetos de boas práticas no campo recebem investimentos Agropecuaristas de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia e Bahia serão beneficiados por ação apoiada por ONG internacional O Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), que reúne diferentes segmentos da cadeia produtiva bovina, e do qual a The Nature Conservancy (TNC) faz parte, anunciou o investimento de R$ 12 milhões para apoiar projetos de incentivo à adoção de boas práticas agropecuárias em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia e Bahia. Cada um deles testará um modelo de produção sustentável adequado à realidade local. Entre as sete iniciativas contempladas na primeira fase do Programa Pecuária Sustentável na Prática, lançado pelo GTPS em 2013, está o projeto Carne Sustentável, implementado pela The Nature Conservancy (TNC) em São Felix do Xingu, no Pará.

O projeto é o primeiro a integrar produtores rurais do município com o maior rebanho bovino do país a um dos lideres globais em produção de alimentos, a Marfrig, e a mais ampla cadeia de supermercados do mundo, o Walmart. Juntos, os participantes do Carne Sustentável trabalham em diversas frentes para estimular a produtividade no campo, garantir a conservação das florestas e ampliar as possibilidades de consumo consciente. Incluído na lista de embrago do Ministério do Meio Ambiente (MMA) em 2008, São Felix do Xingu, hoje, já cumpriu dois dos três requisitos para sair da lista e comemora avanços em várias

frentes. Sucessos que, em parte, podem ser atribuídos ao suporte que o município vem recebendo desde 2009 pela TNC. “A TNC já trabalha nessa região há quatro anos. Apenas com o programa Carne Sustentável ajudamos a conservar quase de 50 mil hectares. Nossa expectativa é construir um modelo de produção que seja conciliável com a conservação do bioma e que possa ser aplicado em outras áreas da Amazônia, de forma a trazer resultados de grande escala”, afirma Ian Thompson, diretor do Programa Amazônia da The Nature Conservancy. O projeto Carne Sustentável conta com o apoio da Gordon and Betty Moore Foundation.

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MEIO AMBIENTE

Falta de chuva afeta a capacidade da Amazônia de absorver carbono Para chegar a essa conclusão, grupo de pesquisadores realizou, ao longo de 2010 e 2011, 160 medições aéreas em quatro locais da Bacia Amazônica Karina Toledo Da Agência Fapesp A seca que atingiu a Bacia Amazônica em 2010 foi tão severa que comprometeu até mesmo a capacidade da floresta de absorver o excesso de dióxido de carbono (CO2), considerado o principal gás de efeito estufa. No ano seguinte, com chuva acima da média, a vegetação conseguiu não apenas absorver toda a emissão oriunda de processos naturais como também a resultante de atividades humanas, entre elas as queimadas. Os dados são de uma pesquisa financiada pelo Natural Environment Research Council (Nerc), do Reino Unido, e pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e foram divulgados na capa da edição de 6 de fevereiro da revista Nature. “São dois cenários extremos que mostram como a falta de chuva modifica a dinâmica da floresta e o balanço de carbono na região. A precipitação pluviométrica, portanto, é um fator que os cientistas que trabalham com previ- 22 - REVISTA 100% CAIPIRA

são climática terão de levar em consideração em seus modelos. Caso contrário, os resultados ficarão muito distantes da realidade”, disse Luciana Vanni Gatti, pesquisadora do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Gatti é autora principal do estudo ao lado de Emanuel Gloor, da Universidade de Leeds, no Reino Unido, e de John B. Miller, do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), uma das principais agências científicas norte-americanas focada em questões ambientais. O estudo contou com a participação de pesquisadores do Ipen, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Instituto de Astronomia e Geofisica da Universidade de Sao Paulo. Para chegar a tal conclusão, o grupo realizou, ao longo de 2010 e 2011, 160 medições aéreas em quatro locais da Bacia Amazônica: Santarém, Alta Floresta, Rio Branco e Tabatinga. Em cada perfil de avião foram coletadas 17 amostras de ar atmosférico em alturas que varia-

vam até 4,4 quilômetros acima do nível do mar. “Fazemos um plano de voo indicando para o piloto em quais alturas devem ser feitas as coletas. Ele começa do ponto mais alto e desce em um trajetória helicoidal de aproximadamente 5 quilômetros de diâmetro”, explicou Gatti. De acordo com a pesquisadora, a representatividade do dado obtido cresce na medida em que aumenta a altura das medições, pois as amostras trazem informações de toda a região que aquela massa de ar passou desde a entrada no continente. “Medições feitas no nível do solo, por meio de câmeras ou torres, representam apenas a realidade daquele local. Estudos anteriores mostraram que não dá simplesmente para pegar dados de diferentes locais e tirar uma média, pois a Amazônia tem uma diversidade de habitats gigantesca em seus 6 mil quilômetros quadrados de extensão”, disse Gatti. “Por outro lado, perfis de avião mostram a resultante de todos os processos que ocorreram desde a


FOTO DA AMAZテ年IA OU BACIA AMAZテ年ICA

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MEIO AMBIENTE “Em 2010, a estação chuvosa foi bem menos chuvosa do que a média dos 30 anos anteriores. O estresse hídrico foi tão grande para a vegetação que aumentou a mortalidade e a taxa de decomposição e modificou o balanço entre fotossíntese e respiração. Tudo isso comprometeu a capacidade da floresta de absorver carbono”, afirmou Gatti. Para piorar, acrescentou a pesquisadora, o número de focos de queimada detectados em 2010 foi bem maior do que nos anos anteriores. Segundo os cálculos do grupo, a queima de biomassa lançou na atmosfera naquele ano cerca de 510 bilhões de quilos de carbono. A floresta praticamente só absorveu a quantidade de carbono equivalente ao que naturalmente foi emitido (além de outros processos, desconsiderando a queima de biomassa) – algo em torno de 30 bilhões de quilos de carbono –, sendo que o balanço final foi de 480 bilhões de quilos de carbono emitidos para a atmosfera no ano de 2010. Em 2011, por outro lado, as queimadas lançaram na atmosfera cerca de 300 bilhões de quilos de carbono e o balanço final da Cruzando dados - Para enten- bacia (o que restou na atmosfera der o balanço de carbono no pe- das emissões) foi próximo de 60 ríodo, os pesquisadores cruzaram bilhões de quilos de carbono. os resultados obtidos nas medi“Foi um ano em que a floresções aéreas com informações so- ta compensou praticamente tudo bre a precipitação pluviométrica que o fogo emitiu. A maioria dos dos anos de 2010 e 2011 e dados modelos de previsão climática de monitoramento de queimadas está baseada na temperatura. E do satélite Aqua Tarde. vimos que tanto 2010 como 2011

costa até o local de coleta e não permitem entendermos todas as fontes e seus sumidouros e suas dinâmicas. São trabalhos complementares. O primeiro chama-se estudo top-down (de cima para baixo) e o outro, botton-up (de baixo para cima). Com um entendemos o macro, a Região Amazônica como um todo, e com o outro entendemos o micro, cada compartimento da floresta e suas dinâmicas”, acrescentou. Com auxílio de um equipamento portátil, a bordo de aviões comuns (táxis aéreos), os pesquisadores coletaram o ar e analisaram, no Laboratório de Química Atmosférica do Ipen, as concentrações de cinco diferentes gases: CO2, metano (CH4), óxido nitroso (N2O), monóxido de carbono (CO) e hexafluoreto de enxofre (SF6). “O CH4 e o N2O também são importantes gases de efeito estufa, que estudamos no momento. Já a concentração de CO permite estimar o quanto daquela emissão resulta da queima de biomassa. O SF6 permite calcular qual era a concentração de carbono quando aquela massa de ar entrou no continente”, explicou Gatti.

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foram anos com temperatura acima da média. A diferença principal foi a chuva”, ressaltou Gatti. Para a pesquisadora, os resultados alertam para os possíveis impactos nefastos que as alterações no ciclo de chuva causadas pelas queimadas, pelo desmatamento e pela construção de represas poderão causar no ambiente. Incógnita amazônica - Há pelo menos duas décadas, cientistas de todo o mundo têm se esforçado para entender o balanço de carbono da Bacia Amazônica e descobrir se a floresta é, de fato, o sumidouro de carbono que se imagina. “A Amazônia concentra 50% da floresta tropical do planeta e isso faz muita diferença no balanço global de carbono. É uma incógnita importante nos modelos climáticos”, contou Gatti. Embora medições aéreas ofereçam dados com maior representatividade regional, avaliou a pesquisadora, é preciso também que o estudo tenha representatividade temporal, ou seja, tenha longa duração. “Existe uma variabilidade muito grande de ano para ano. Se nos baseássemos apenas nas medições feitas em 2010, que foi um ano completamente anômalo, não teríamos uma ideia precisa do balanço de carbono da Amazônia. Por isso o projeto continua e nossa meta é completar dez anos de medições para ter um dado que realmente represente o balanço de carbono da Bacia Amazônica”, afirmou Gatti.


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FESTA CAIPIRA ECONOMIA E INFRAESTRUTURA

Casa de show do ABC Paulista recebeu mais de 8 mil pessoas para dançar e saborear rroz carreteiro, feijão tropeiro, paçoca de carne seca e churrasco

Final da Queima do Alho agita Estância Alto da Serra Shows de Matogrosso & Matias e Rionegro & Solimões animaram a última etapa do concurso que resgata a tradição culinária dos tropeiros A final do Circuito da Queima do Alho consagrou a comitiva Bully Bulls como a campeã do festival gastronômico que celebra as tradições culinárias e culturais dos tropeiros e resgata as raízes bandeirantes. - 26 - REVISTA 100% CAIPIRA

Promovida no Estância Alto da Serra, a etapa de fechamento do circuito 2013 reuniu mais de 8 mil pessoas na casa de show do ABC Paulista em 26 de janeiro. Conforme determina o regulamento do evento, as

comitivas participantes serviram ao público e aos jurados arroz carreteiro, feijão tropeiro, paçoca de carne seca socada no pilão e churrasco na chapa. Confira, a seguir, os principais momentos da grande festa.


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ECONOMIA E INFRAESTRUTURA

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ARTIGO

JAIR BERTOLUCCI

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Sistema Nacional de Transplantes

Aos 7 meses, eu ganhei um coração.

Há 7 anos, eu agradeço esse presente. Matheus tinha apenas 7 meses quando recebeu um coração. Hoje ele já tem 7 anos e comemora esses anos de vida graças a um doador. Todos nós podemos ser doadores de órgãos, basta comunicar esse desejo à família.

Não deixe a vida se apagar. Seja doador de órgãos. Fale com sua família. @doeorgaos_MS

/doacaodeorgaos

Matheus Bitencourt Lazaretti

Melhorar sua vida, nosso compromisso.

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ECONOMIA

PIB do agronegócio deve crescer 4% este ano Os produtores brasileiros se preparam para, mais do que colher uma safra de cerca de 200 milhões de toneladas de grãos, aproximar o país do posto de maior produtor de alimentos do mundo. Na safra 2013/14, outro feito já deve ser alcançado, que é a liderança mundial na produção de soja, que pode alcançar até 95 milhões de toneladas na temporada atual, segundo o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade. Segundo levantamento da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (AGE/Mapa), o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio deve somar R$ 1,03 trilhão em 2014, valor 4% maior ao obtido no ano passado (R$ 991,06 bilhões). Se confirmado esse resultado, o PIB do setor terá um crescimento de 34% em dez anos – em 2005, foram R$ 769,2 bilhões. Ainda de acordo com a AGE,

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com o crescimento da produção nas lavouras, também há a perspectiva de que o valor bruto da produção (VBP) seja o maior já obtido no país, registrando R$ 314,8 bilhões – o que representa um aumento de 10% sobre 2013, superando pela primeira vez a marca de R$ 300 bilhões. Somado ao VBP da pecuária, esse valor deve alcançar R$ 462,4 bilhões, alta de 7,5% sobre o resultado do ano passado. Outros segmentos do agronegócio nacional também têm perspectiva de crescimento, especialmente com a abertura de mercados internacionais para produtos como milho e carnes, em 2013. No ano passado, o setor exportou US$ 99,97 bilhões – o que representou mais 40% de todos os produtos brasileiros vendidos para outros países – e, este ano, deve superar US$ 100 bilhões.

para sediar a abertura oficial da colheita deste ano por ser a principal produtora de grãos do País, respondendo por 40% da produção nacional. No entanto, essa já foi uma área irrelevante para a agricultura brasileira. A grande transformação ocorreu na década de 1970, graças ao trabalho de pesquisadores da Embrapa, que desenvolveram tecnologias para corrigir a acidez do solo do Cerrado brasileiro e para adaptar plantas oriundas de outros biomas. A pesquisa possibilitou um crescimento produtivo sem precedentes. Em menos de quatro décadas, enquanto a produção cresceu cerca de 1400%, a área de cultivo de grãos ampliou em apenas 400%. O maior destaque da região é o Mato Grosso. O estado é o maior produtor brasileiro, respondendo por um quarto dos grãos colhidos no País, senMato Grosso - A região Cen- do ainda líder na produção de tro-Oeste do Brasil foi escolhida soja e milho.


PRODUÇÃO RURAL

Amapá e Tocantins lideram expansão agrícola no País Extensão das terras ocupadas por áreas plantadas aumentou 24% entre 1994 e 2010 Norte do Amapá, Oriental de Tocantins, e Sul do Amapá foram as mesorregiões que mais elevaram sua participação na área plantada brasileira no período de 1994 a 2010. O Norte do Amapá, por exemplo, multiplicou por nove sua participação no total da área plantada. Os dados estão em um estudo recém-publicado pelo Ipea, que analisou o perfil e a desigualdade da expansão da área plantada nas mesorregiões brasileiras, entre 1994 e 2010. A pesquisa mostra um aumento da área plantada no sentido centro-noroeste do país, com diferentes eixos e epicentros de crescimento de área plantada. Entre as mesorregiões identificadas com maior ritmo de expansão, no entanto, destacaram-se também algumas localizadas em fronteiras agrícolas já teoricamente estabilizadas, como São José do Rio Preto (SP), do Alto Paranaíba/Triângulo Mineiro (Minas Gerais) e do Norte Central Paranaense (Paraná). Mesorregião, segundo o estudo, é um conjunto de microrregiões contíguas e contidas na mesma Unidade da Federação, agrupadas com base no quadro

natural, no processo social e na rede de comunicações e de lugares. Outras mesorregiões se sobressaíram individualmente por conta da ampliação absoluta de área plantada. São os casos do Norte Mato-Grossense, Sul Goiano, Sudoeste de Mato Grosso do Sul, Extremo Oeste Baiano, Sudeste Mato-Grossense, Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, Nordeste Mato-Grossense, São José do Rio Preto, Sul Maranhense e Norte Central Paranaense. Para medir o crescimento de área plantada nas mesorregiões brasileiras, o estudo teve como base os dados da Pesquisa de Produção Agrícola Municipal (PAM) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram utilizadas análises de grupamentos para identificar similaridades entre as mesorregiões agrícolas. No mapa abaixo, a área 1, em que foram observadas as maiores expansões participativas entre 1994 e 2010, está marcada em preto.

tintos. Entre 1995 e 2001, as áreas plantadas e colhidas foram inferiores ao nível registrado no início da série (1994). A partir de 2002, no entanto, a ocupação de áreas ganhou fôlego e encerrou 2010 com uma expansão de área plantada de 24% em relação a 1994.

Desempenho agrícola - De acordo com os dados da pesquisa, o comportamento da área agrícola brasileira teve dois períodos disREVISTA 100% CAIPIRA - 37 -


INFLAÇÃO

Paulo Sérgio, Beto Careca, T. Celsinho e João Resende, da Romaria Santo Amaro, marcaram presença

Paraíso Eventos promove encontro de cavaleiros Cavalgada promovida em 2 de fevereiro reúne experientes e jovens caveleiros e amazonas na casa de eventos sediada em Embu-Guaçu, na Grande São Paulo. Confira os flashes do encontro:

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AGRONEGÓCIO

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TRANSPORTES MEIO AMBIENTE

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ECONOMIA

Indústria paulista gera 6 mil empregos em janeiro Variação positiva de 0,24% sobre dezembro é negativa em 0,15% no ajuste sazonal, segundo pesquisa de emprego da Fiesp A indústria paulista empregou 6 mil funcionários em janeiro de 2014 em relação a dezembro de 2013. A variação, positiva em 0,24%, deve ser interpretada como negativa em -0,15% com ajuste sazonal. A conclusão faz parte da Pesquisa de Nível de Emprego do Estado de São Paulo, feita pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). “Em comparação com os outros janeiros, o resultado foi negativo”, explica o diretor do Depecon, Paulo Francini. Segundo Francini, o desem-

penho do primeiro mês de 2014 não permite estabelecer como vai ser o resto do ano. Ele lembra que a indústria de São Paulo perdeu 54.500 empregos em 2012 e 36.500 em 2013. “Foram 91.000 vagas perdidas em dois anos, um resultado muito ruim”. Nesse contexto, “2014 não deve apresentar nenhum fato novo”. “Devemos fechar o emprego próximo de zero esse ano”, afirma Francini. “Se cair ou se subir, vai ser algo em torno de 0,5%, porque 5% não vai ser”. Entre os setores, a maior queda no número de vagas ficou com o grupo açúcar e álcool: -0,10%. Em

números absolutos, foram menos 2.603 postos de trabalho. Entre os 22 setores analisados, 14 tiveram variação positiva, seis negativa e dois ficaram estáveis. A área que mais gerou empregos foi a de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, com 3.381 profissionais empregados, numa variação de 4,7%. O segundo lugar ficou com produtos de borracha e de material plástico: 2.032 postos e 1% de crescimento. Já a preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para a viagem e calçados abriu oportunidades para 1.012 trabalhadores ou 1,5% a mais.

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COZINHA DA ROÇA COSTELA RECHEADA 1 costela de boi tipo gaúcha de aproximadamente 6 kg 350 gramas de paio 250 gramas de bacon 300 gramas de toucinho “panceta” 1 pimentão vermelho 1 cebola grande 1 cabeça de alho Cheiro verde Manjericão 350 gramas de farinha de mandioca torrada 1 limão Sal grosso Molho de pimenta vermelha Azeite de oliva Preparo do recheio: Corte o toucinho “panceta” em pedacinhos pequenos leve ao fogo com uma colher de azeite, sal de frite até virar torresmo e reserve, esmague bem alho, corte a cebola e o pimentão em pedacinhos bem pequenos, em seguida corte o bacon e o paio em cubinhos, logo em seguida com um pouco de gordura retirada do torresmo, doure o alho e acrescente o bacon e o paio, doure-os bem e em seguida acrescente a cebola e o pimentão, por último o cheiro verde, refogue tudo em fogo médio, em seguida junte o torresmo e a farinha de mandioca torrada apague o fogo e mexa até esfriar. Preparo da costela: Em um papel alumínio untado em azeite, coloque a costela com os ossos para baixo e com uma faca faça um corte rente aos ossos sem romper as bordas, recheie com a farofa e em seguida unte bem com muito azeite, coloque por cima do azeite o sumo de um limão, o manjericão, o molho de pimenta e cubra tudo com uma camada boa camada de sal grosso, embrulhe muito bem com papel alumino e coloque na churrasqueira com lenha em fogo baixo por 6 ou 7 horas. Está pronto, sirva com acompanhamento ao seu gosto. Vai muito bem com arroz, salada, mandioca frita etc. - 44 - REVISTA 100% CAIPIRA


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ARTIGO

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A higiene da baia do cavalo e o meio ambiente Por Adriana Reis As baias dos cavalos devem ser limpas diariamente para manter o ambiente limpo e confortável permitindo assim uma parte fundamental para a saúde do animal mantendo os cascos saudáveis e canelas limpas. Toda manhã as fezes do animal devem ser retiradas, assim como a serragem/maravalha molhada pela urina. Em geral as serragens é um dos materiais mais usados nas baias de jockeys e hípicas. Sua base é de madeira de reflorestamento, de Pinus ou Eucalipto, é de fácil limpeza, conservação e reposição. Outro material muito utilizado é a maravalha que também são raspas de madei-ra e seus custos e facilidades são similares a serragem. O ideal é que o tratador repasse a limpeza das baias durante o dia, pois este ato permite que a troca da cama do animal seja feita em menor quantidade, diminuindo o custo de material ajudando também o meio ambiente com menos quantidade de resíduos. Assim como as baias, os cochos de ração devem ser limpos a cada refeição, sendo retirada todo o resto de comida. Como esta limpeza é feita diariamente, o que é feito com esta serragem e este resto de ração retiradas? Em geral esses locais possuem

uma estrumeira que deve ficar a uma distância razoável das baias para que o mal cheiro não atraia insetos. Em alguns casos o tratador mantém uma lixeira grande perto da cocheira, para que esse material seja acumulado durante o dia e depois levado a estrumeira, mas esta prática poupa o tempo e esforço físico do tratador mas não deve ser levada em conta, justamente devido os insetos e ao mal cheiro. Essas estrumeiras são locais que permitem a armazenagem dos estrumes, restos de ração e serragem/maravalha durante um período determinado para que as bactérias realizem a decomposição desta matéria orgânica através do processo de fermentação. A construção destas estrumeiras são simples e fundamental para evitar a con-taminação do solo e da água. Existe um modelo de solo cimento que tem um custo inferior ao das estrumeiras convencionais. Para a execução deste serviço o material a utilizar é simples, como uma pá para cavar o buraco, uma enxada para remexer o terreno, areia, cimento e água. Uma solução para utilização destes compostos orgânicos deixados nas estru-meiras seria a criação de hortas para o consumo destas famílias, dos trabalha-dores e até mesmo para os próprios cavalos, mantendo uma dieta mais saudá-vel com o consumo de

alimentos sem agrotóxicos. Na produção de adubos orgânicos podemos colocar na estrumeira esterco de animal, restos vegetais, sobras de comida, bagaço de frutas, casca de legumes, casca de ovos, papel, ossos, serragem/maravalha e outros resíduos or-gânicos, que são aqueles de origem vegetal ou animal. Este local deve ser regado diariamente e revirado de 15 em 15 dias. Manter o local coberto para evitar a proliferação de ratos. Durante o processo de fermentação deverá ser juntado a essa massa, um adubo fosfatado para absorção de líquidos e cal apagada, para equilibrar o ph do solo. Esse processo de fermentação terá um período médio de 3 a 4 meses. Este composto estará pronto para uso quando a massa estiver homogênea, pastosa e de cor escura. Atualmente existem empresas especializadas na destinação adequada desses resíduos. Lembrando que o processo de fermentação produz calor, gases e alcalinização do ph, por isso o local não deve ser hermeticamente fechado, permitindo que estes gases sejam liberados, tal e qual o processo de compostagem normal. Eis uma das soluções para estes resíduos. Adriana Reis é engenheira civil com especialização em engenharia ambiental REVISTA 100% CAIPIRA - 49 -


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