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Moscato Branco é reconhecida como uva de origem brasileira
Brasil, março de 2014 - Ano 2 - Nº 9 - R$ 9,90
Cofre de sementes recebe feijão do Brasil Banco genético mundial, que já guarda amostras de arroz e milho do País, agora protege nosso feijão
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Agropecuária cresce 7% em 2013
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Médios produtores batem recorde de financiamentos
Leia também Adubos verdes substituem insumos nas lavouras - Pág. 07 Algodão orgânico conquista certificação - Pág. 08 Artigo: O apagão logístico, a seca e o futuro - Pág. 10 Consumo de água revela desempenho do gado - Pág. 11 Índice Ceagesp sobre 9% em fevereiro - Pág. 17
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Uva Moscato Branco é reconhecida como variedade brasileira
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Exportação de celulose cresce 50% em janeiro - Pág. 15 Agricultura familiar presente na Copa do Mundo - Pág. 22 JBS inicia campanha em prol da agropecuária - Pág. 24 Novo preço mínio para uva industrial é definido - Pág. 31 Brasil: alto indíce de imunização contra aftosa - Pág. 32 Seca e demanda elevada atingem setor de açúcar - Pág. 33 Crédito: agricultura contrata R$ 98 bi - Pág. 34 Evento: costelada no Rancho do Coelho - Pág. 37 Evento: aniversário da comitiva Vagar cá Pinga - Pág. 38 Evento: Simone e Claudinha Fest 2014 - Pág. 41
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Apesar da seca, alimento biofortificado rende mais
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Brasil envia feijão para banco de sementes
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Confira nesta edição uma deliciosa receita de panceta recheada
Conselho editorial: Adriana Oliveira dos Reis, João Carlos dos Santos, Paulo César Rodrigues e Nilthon Fernandes de Oliveira Jr. Publicidade: Agência Banana Fotografias: Eduardo Reis, Sérgio Reis, Paulo Fernando, iStockphoto e Shutterstock Departamento comercial: Rua das Vertentes, 450 – Vila Constança – São Paulo - SP - Tel.: (11) 2645-0046 Rede social: facebook.com/revista100porcentocaipira A revista 100% Caipira é uma marca registrada com direitos exclusivos de quem a publica e seu registro encontra-se na revista do INPI Nº 2.212, de 28 de maio de 2013, inscrita com o processo nº 905744322 e pode ser consultado no site: http://formulario.inpi.gov.br/MarcaPatente/jsp/servimg/validamagic.jsp?BasePesquisa=Marcas. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião desta revista, sendo eles, portanto, de inteira responsabilidade de quem os subscrevem.
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PRODUÇÃO RURAL
Safra recorde de grãos e fibras garante crescimento de 7% da agropecuária em 2013 Análise da CNA mostra que soja, milho e cana foram os principais responsáveis pelo desempenho do setor, que puxou o crescimento de 2,3% do PIB do país no ano passado O bom desempenho da safra de grãos e fibras, com produção recorde de 186,7 milhões de toneladas, garantiu o crescimento de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária em 2013. O setor foi o principal responsável pela expansão de 2,3% do PIB do país no ano passado, segundo dados divulgados em 27 de fevereiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo análise da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), os produtos que mais contribuíram para a expansão da agropecuária foram a soja, que também registrou safra recorde (81,4 milhões de toneladas), e
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o milho primeira e segunda safra, que juntos alcançaram 80,2 milhões de toneladas, e a cana-de -açúcar, cuja produção totalizou 588,9 milhões de toneladas. No quarto trimestre de 2013, o setor teve elevação de 2,4% em relação ao mesmo período de 2012. Na comparação com o terceiro o terceiro trimestre do ano passado, o crescimento foi nulo, em razão da entressafra na maioria das culturas, provocando uma desaceleração sazonal nos últimos três meses do ano, confirmando as estimativas divulgadas no final do ano passado, explica a CNA. Para 2014, a expectativa é de que a agropecuária mantenha o
mesmo ritmo observado em 2013. No entanto, alerta a entidade, “as irregularidades climáticas observadas desde o início do ano terão efeito negativo sobre a produtividade das lavouras”. De acordo com a CNA, a escassez de chuvas tende a afetar as lavouras de grãos no Paraná, Rio Grande do sul, Goiás e oeste da Bahia. Já em Mato Grosso, o excesso de chuvas pode prejudicar a produtividade e reduzir também a qualidade dos grãos em áreas onde a colheita ainda não foi feita, além de comprometer o plantio da safrinha de milho e o desenvolvimento da safra de algodão.
AGRICULTURA SUSTENTÁVEL
Adubos verdes substituem insumos nas lavouras Adubação ecológica ainda melhora atributos físicos, químicos e biológicos do solo Nas últimas décadas, grande parte do nitrogênio (N) exigido pelas culturas tem sido suprida por fontes minerais. No entanto, o aumento no custo desses insumos, aliado à crescente preocupação com a poluição das águas e da atmosfera pelo uso indiscriminado de fertilizantes nitrogenados, tem estimulado a busca de fontes alternativas de nitrogênio, que possibilitem a substituição integral ou parcial dos fertilizantes minerais. Na produção de cereais de verão, o cultivo de leguminosas de inverno como adubos verdes tem sido considerado como uma alternativa promissora para atender à demanda de nitrogênio das culturas, devido ao seu potencial de fixação biológica de N. O uso de adubos verdes como fonte de nitrogênio para a cultura do arroz irrigado é ainda incipiente no Sul do Brasil; porém, sua adoção em outros países com tradição na produção de arroz, como os da Ásia, é uma realidade. Segundo a pesquisadora Walkyria Bueno Scivittaro, resultados de pesquisa indicam que a contribuição em nitrogênio de adubos verdes para a cultura do arroz irrigado tem sido comparável à de fertilizantes minerais. Além disso, por atuarem como uma rotação de culturas e por cobrirem o solo du-
rante o período de entressafra, os adubos verdes promovem melhorias em atributos físicos, químicos e biológicos do solo, auxiliam no controle de plantas invasoras e reduzem fontes de inóculo de pragas e de doenças. Estudos recentes têm indicado espécies de leguminosas com elevada capacidade de fixação de nitrogênio e adequadas ao cultivo nas áreas de terras baixas do Sul do País, sendo uma fonte promissora de N para o arroz irrigado. O emprego desses adubos verdes atende às necessidades do sistema produtivo de arroz irrigado da região, representando uma possibilidade de elevação dos patamares de produtividade da cultura, sem onerar os custos de produção. Além disso, é uma medida de ca-
ráter conservacionista, que reduz os riscos de poluição ambiental. “Os resultados obtidos mostram que leguminosas de inverno como o trevo-persa, trevo-branco e cornichão apresentam boa capacidade de crescimento e adaptação ao cultivo, durante o inverno, nas terras baixas do Rio Grande do Sul, produzindo, desde o primeiro ano de cultivo, quantidades elevadas de matéria fresca e seca”, destacou Walkyria. A Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS), há alguns anos, vem realizando estudos para avaliar o potencial de fornecimento de nitrogênio de adubos verdes para a cultura do arroz irrigado e a viabilidade de seu uso na substituição ou suplementação das fontes minerais do nutriente.
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COTONICULTURA
Algodão agroecológico conquista selo de conformidade orgânica
Cinco associações de produtores de algodão agroecológico da região Nordeste foram credenciadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para utilizar o Selo do Sistema Brasileiro de Conformidade Orgânica em seus produtos de origem vegetal. O selo tem por objetivo ajudar o consumidor a identificar os produtos orgânicos que estão de acordo com as normas técnicas desse tipo de produção. O credenciamento mais recente foi o da Associação Agroecológica do Pajeú – ASAP/PE. Também foram credenciadas como Organismos Participativos de Avaliação da Conformidade Orgânica (OPAC’s) recentemente a Associação dos Produtores Agroecológicos do Semiárido Piauiense - Apaspi/PI, a Associação dos Agricultores e Agricultoras Agroecológicos do Araripe/PE Ecoararipe, a Associação Agroecológi- 8 - REVISTA 100% CAIPIRA
ca de Certificação Participativa dos Inhamuns Crateús – Acepi/CE e a Associação de Certificação Participação Agroecológica do Sertão Central do Ceará – Acep/CE. Todas essas associações fazem parte do projeto Algodão em consórcios agroecológicos, coordenado pelo Projeto Dom Helder Câmara, Secretaria de Desenvolvimento Territorial, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Fundo do Desenvolvimento Global, Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola, em parceria com a Embrapa Algodão e o Centro de Pesquisa e Assessoria Esplar. Estes são os primeiros OPAC’S credenciados pelo Mapa na região e envolvem cerca de três mil produtores. Atualmente, existem 12 OPAC’s no Brasil, sendo uma no Sul, quatro no Sudeste, duas no Centro-Oeste e cinco no Nordeste. O coordenador do Projeto Dom Helder Câmara, Fábio Santiago, avalia que a conquista do selo será referência para todo o Semiárido. “Acreditamos que o fortalecimento dos OPAC’S é uma estratégia fundamental para colocar os agricultores na linha de frente na gestão da organização da produção e acesso a mercados, com a assessoria técnica desempenhando seu papel de apoiadora e facilitadora”, afirma.
PESQUISA
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ARTIGO
O apagão logístico, a seca e o futuro Por Ciro Antonio Rosolem* Enfim aparece uma luz para resolver o apagão logístico agropecuário. É simples: vem a seca. O seguro agrícola é ridículo. Outorga de água para irrigação, nem pensar! O agricultor não consegue pagar a conta, não planta mais. Resolvido o problema! Em pouco tempo não haverá mais o que transportar. Afinal, para que perder tempo com essa tal agropecuária que sabe muito bem se virar? O governo tem coisas muito mais importantes a fazer: financiamentos para índios e quilombolas, bater papinho com o MST, financiar Cuba, pensar em novas bolsas/votos etc. “Rolezinhos” parecem preocupar mais os nossos governos que o problema agrícola. O marco histórico de uma tonelada de grãos produzidos para cada brasileiro foi adiado pela seca. Tragédia anunciada. Todos os ganhos, benefícios na balança comercial, empregos e desenvolvimento devido ao agronegócio são rapidamente esquecidos e já se começa a culpar a produção de alimentos por um provável recrudescimento da inflação. O preço da alface está pela hora da morte. Tem que haver um culpado que não precise de votos. Mais uma vez. Senhores candidatos, não percam a oportunidade de construir a história deste país. Considerem em suas propostas a reforma do seguro agrícola brasileiro. Isso se reflete em segurança alimentar e em sustentabilidade agrícola. Não se iludam! São previstos novos desastres climáticos, cada vez mais fortes e mais frequentes. Isso pode até não se confirmar, mas isso - 10 - REVISTA 100% CAIPIRA
não é desculpa para adiarmos políticas que nos permitam viver com o problema. Antes de tudo e talvez a providência mais fácil, seria reformular o seguro agrícola, de modo a assegurar a sustentabilidade do agricultor e não somente do banco. Isso é caro? Talvez, mas é um problema da sociedade. Com as intempéries ficará cada vez mais difícil para produtores agrícolas se manterem produzindo. Se a sociedade quiser viver sem alta inflação e sem fome - tragédia maior - precisa até subsidiar o seguro agrícola, se for o caso. Isso pode manter a agricultura viva. Senhores candidatos, não percam a oportunidade de construir a história deste país. Em todos os países em que a agropecuária tem importância: a irrigação tem papel fundamental na produção. Não no Brasil. Quem já tentou obter uma outorga de água para irrigação sabe do que estou falando. Nossas vacas não podem mais beber água no rio. Poluem! O terrorismo ecológico pode, a médio prazo, sabotar a segurança alimentar que temos no Brasil. É urgente a revisão do Código Florestal de modo a se permitir o uso racional de nossos recursos hídricos visando a produção agrícola. Já sentimos o peso da burrice ecológica nas hidrelétricas sem reservatório. Vamos deixar isso chegar à fome? Alerta, senhores! A situação é grave e pode piorar. Mas, ainda dá tempo. Senhores candidatos, não percam a oportunidade de construir a história deste país!
*Membro do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS) e professor titular da Faculdade de Ciências Agrícolas da Universidade Estadual Paulista (Unesp)
PECUÁRIA
Consumo de água é indicador de desempenho do rebanho A Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP) publicou um comunicado técnico sobre o consumo de água na produção animal. O documento traz informações para produtores, profissionais agropecuários e extensionistas sobre o que determina o consumo de água pelos animais, os tipos de fontes e as vantagens e desvantagens do monitoramento. De acordo com o pesquisador Julio Palhares, o consumo de água é um dos indicadores disponíveis para avaliar o desempenho zootécnico e sanitário de um rebanho. “Monitorar o consumo significa dispor de informações valiosas para auxiliar na tomada de decisão sobre os aspectos produtivos, econômicos, sociais e ambientais na propriedade”, destaca Palhares. Vários sintomas no animal podem indicar falta de água, como pele retraída, membranas e olhos secos, perda de peso, redução no consumo de alimentos, entre outros. Esses sintomas só podem ser detectados se o responsável pelo rebanho a ter como práti-
ca a avaliação dos animais no dia a dia. O pesquisador sugere que o produtor monitore o peso do animal, a ingestão de matéria seca e de sal, a porcentagem de proteína na dieta e a temperatura ambiente. “Esse monitoramento é simples, porque faz parte do manejo cotidiano. Cabe ao produtor relacioná-lo ao consumo de água. Para isso, terá que medir o consumo e compará-lo com as médias para a espécie e para as formas de uso. Assim, ele garante a eficiência e eficácia zootécnica da criação e a segurança hídrica da propriedade”, explica. O comunicado técnico traz
uma tabela com a média de água consumida por espécie, que pode auxiliar o produtor. A forma mais simples e de baixo custo para medição do consumo é pela instalação de hidrômetros, que devem ser adquiridos de acordo com as características estruturais e hídricas de cada propriedade. O manejo hídrico adequado possibilita uma melhor gestão da água nas propriedades e nas cadeias de produção. Além disso, é uma importante ferramenta para a preservação e conservação dos recursos hídricos, que são finitos, propiciando uma atividade ambientalmente mais equilibrada e economicamente mais rentável.
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CRÉDITO RURAL
Médios produtores batem recorde de financiamentos Sete primeiros meses da safra atual apresentam resultado 28,7% superior ao obtido na temporada 2012/13 Os médios produtores rurais estão entre os mais contemplados pelo governo federal em relação ao crédito concedido pelo Plano Agrícola e Pecuário. Entre julho do ano passado e janeiro deste ano, já foram liberados R$ 9,86 bilhões pelas modalidades de custeio e investimento do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), alta de 28,7% sobre o mesmo período da safra 2012/13, quando foram contratados R$ 7,66 bilhões. O resultado representa 74,64%
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dos R$ 13,21 bilhões disponibilizados ao programa na temporada atual. Pela modalidade de custeio, os produtores financiaram R$ 6,27 bilhões dos R$ 8,05 bilhões programados, enquanto pela de investimento, R$ 3,59 bilhões de R$ 5,16 bilhões. Comparando com a temporada anterior, os financiamentos de custeio apresentaram alta de 6,8% e, as de investimento, um valor ainda mais expressivo: 100,4% superior. “Este é o melhor resultado já obtido em sete meses da safra em relação ao crédito efetivamente
contratado pelos médios produtores. Ao oferecer empréstimos com taxas de juros de 4,5% ao ano e outras facilidades, o governo mostra mais uma vez atenção especial ao segmento, fato que vem sendo intensificado nos últimos anos”, explica o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller. A avaliação, atualizada mensalmente, das contratações do crédito agrícola é realizada pelo Grupo de Acompanhamento do Crédito Rural, coordenado pela Secretaria de Política Agrícola do ministério.
TEMPO DE SEMEAR
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COMÉRCIO EXTERIOR
MAURO FRASSON/FIEP
Exportação de celulose cresce 50% em janeiro e a de papel se mantém estável No primeiro mês de 2014, a produção brasileira de celulose cresceu 5,2% e a de papel 0,1%, na comparação com janeiro de 2013. Foram produzidas 1,3 milhão de toneladas de celulose e 874 mil toneladas de papel. As exportações de celulose cresceram 50%, de 635 mil toneladas em janeiro de 2013 para 958 mil toneladas em janeiro de 2014. No mesmo período, foram exportadas 167 mil toneladas de papel, com crescimento de 0,6% no mês. Com isso, a balança comercial do setor totalizou US$ 686 milhões em janeiro, o que representa um aumento de 27% sobre o valor do mesmo mês do ano passado. A Europa e a China permanecem como os principais mercados para a celulose brasileira, ge-
rando aproximadamente 40% e 33% da receita com as vendas externas do produto, respectivamente. A América do Norte participa com cerca de 18%. Em relação ao papel, a América Latina segue como principal mercado para o produto e foi responsável por aproximadamente 51% da receita de exportação em janeiro, seguida pela Europa e América do Norte, responsáveis por 16% e 15%, respectivamente. Os embarques para a América do Norte cresceram 28% no primeiro mês do ano, comparados com janeiro de 2013. As vendas de papel no mercado doméstico se mantiveram estáveis e somaram 463 mil toneladas, com pequena variação de 0,2% sobre o mesmo período de 2013. REVISTA 100% CAIPIRA - 15 -
TERCEIRO SETOR
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ABASTECIMENTO
Índice de preços da Ceagesp sobe 9,07% em fevereiro Altas excessivas nos preços dos legumes e verduras impulsionaram a elevação do indicador. Estiagem e altas temperaturas prejudicaram a produção de hortaliças Em fevereiro, o Índice Ceagesp de preços de frutas, legumes, verduras e pescados registrou alta de 9,07%. Nestes primeiros dois meses de 2014, o indicador acumula elevação de 7,87%. Nos últimos 12 meses a elevação foi de 8,77%. Do lado da oferta, a estiagem e as altas temperaturas prejudicaram a produção de hortaliças, notadamente as mais sensíveis. Com a demanda aquecida em razão principalmente da busca por alimentos mais leves e saudáveis, houve elevação acentuada de preços nos setores de legumes e verduras. O setor de pescados foi o único que registrou queda dos preços praticados em fevereiro, O setor de frutas subiu 1,67%. Principais altas: uva niagara (40,1%), melancia (32,1%), manga Tommy (30,7%), melão amarelo (26,2%) e abacaxi havaí (17,2%). Principais quedas: Figo (-22,8%), pêra estrangeira williams (-21,6%), jaca (-19,6%), abacate (-13,9%) e limão (-10,1%). O setor de legumes registrou elevação de 33,89%. Principais altas: tomate (67,4%), vagem (67,1%), pimentão verde (60,2%), abobrinha italiana (49,2%) e chu-
chu (46,3%). Principais quedas: abóbora seca (8,5%), batata doce rosada (7%), maxixe (6,5%) e pimentão amarelo (-6,7%). O setor de verduras apresentou alta de 58,20%. Principais altas: coentro (125,6%), alface crespa (118,5%), alface lisa (107,4%), repolho (105,2%), agrião (73%), escarola (60,6%) e Rúcula (50,7%). Não houve produtos que registraram queda de preços no setor de verduras em fevereiro. O setor de diversos subiu 6,63%. Principais altas: ovos vermelhos (22,7%), ovos brancos (21,3%), coco seco (9,6%), cebola nacional (5,8%), batata lisa (2,7%). Principais quedas: amendoim (-6,2%), milho pipoca (-2,4%) e batata comum (-1,1%). O setor de pescados caiu 4,62%. Principais baixas: atum (-34,1%), cavalinha (-32,7%), tainha (-28,7%), lula congelada (-19,1%) e robalo (-17,7%). Principais altas: cação congelado (23,4%), polvo (5,6%) e sardinha congelada (4,5%).
petir em março. Em patamares elevados, os preços de legumes e verduras deverão perder fôlego e registrar ligeira queda durante o mês de março. Nesta faixa elevada de preços, muitos consumidores diminuem o volume de compras ou, simplesmente, deixam de consumir, fazendo com que os preços não se sustentem em patamares tão elevados. As condições climáticas, com temperaturas mais amenas também deverão ser mais favoráveis à produção. Há que se atentar, no entanto, ao volume de chuvas que pode, caso ocorra em níveis elevados, novamente prejudicar a oferta e a qualidade das hortaliças.
Tendência - As elevações acentuadas de preços, ao que tudo indica, não deverão se reREVISTA 100% CAIPIRA - 17 -
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CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Manejo sustentável de citros na Amazônia
Pesquisa busca gerar conhecimento científico para implementar pomar adaptados ao ecossistema amazônico
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AGRICULTURA FAMILIAR
Apesar da seca, alimento biofortificado rende mais que a média nacional Pequenos agricultores rurais do município de Magé (RJ), que receberam da Embrapa Agroindústria de Alimentos ramas de batata-doce biofortificada para plantio, obtiveram colheitas acima da média, apesar da estiagem que se estendeu por cerca de 40 dias na região, no início deste ano. O cultivar enriquecido pode representar nova opção de renda para esses agricultores. Fazendo uma projeção pela área que foi plantada “e pelo rendimento” alcançado, o pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos, José Luiz Viana de Carvalho, disse que o resultado
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“deu acima da média nacional”, que são oito toneladas por hectare, de acordo com a Embrapa Hortaliças. Segundo Viana, se plantada em uma escala maior, a produtividade atingiria em torno de dez toneladas. “É sinal que, se a gente der um tratamento, um carinho na criança, a gente vai conseguir, e muito, melhorar o que fez”, externou. O município de Magé integra o grupo de cidades do Rio de Janeiro que recebem cultivares biofortificados, dentro da Rede BioFORT. Os outros municípios fluminenses parceiros do projeto são Pinheiral e Itaguaí. A
biofortificação é um processo de cruzamento de plantas da mesma espécie, também conhecido como melhoramento genético convencional, que gera cultivares mais nutritivos. O objetivo é diminuir a desnutrição e propiciar maior segurança alimentar por meio de maiores níveis de ferro, zinco e pró-vitamina A na dieta da população, sobretudo a mais carente. A Rede BioFORT abrange 59 municípios de nove estados: Maranhão, Piauí, Minas Gerais, Pernambuco, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Bahia, Rondônia e Pará. Os alimentos cujo valor nutricional vêm sendo enriquecido pelos técnicos da Embrapa Agroindústria de Alimentos englobam hortaliças, grãos e raízes. Ao todo, são oito culturas no Brasil: arroz, feijão comum e feijão-caupi (fradinho), milho, trigo, batata-doce, mandioca e abóbora. Para ser viabilizado, o projeto deve contar com a participação de outros atores, além da Embrapa Agroindústria de Alimentos, destacou Carvalho. No caso de Magé, por exemplo, o plantio da batatadoce biofortificada pôde se tornar realidade graças a acordo firmado entre a unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
CARNE SUSTENTÁVEL
(Embrapa) e a prefeitura de Magé, por meio da secretaria municipal de Agricultura Sustentável e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro (Emater-RJ). Carvalho acredita que Magé tem todas as condições para apoiar a agricultura familiar. A cidade já é um polo produtor de hortaliças. Ele disse que a ideia é continuar atuando para melhorar a produtividade de alimentos enriquecidos na região. O secretário municipal de Agricultura Sustentável de Magé, Aloísio Sturm, quer dar continuidade à parceria com a Embrapa Agroindústria de Alimentos nesse projeto de biofortificação. “Tudo que a Embrapa trouxer para nós é bem-vindo, porque a
gente conhece a Embrapa, sabe da importância de suas pesquisas, e a gente está aqui para multiplicar os resultados que a Embrapa faz acontecer”, manifestou Sturm. Ele disse que, para os pequenos produtores, novidades como essa podem significar oportunidades boas de mercado; inclusive quanto à merenda escolar, porque “o nosso foco com essa batata biofortificada é a merenda escolar”. A batata-doce biofortificada tem polpa de cor alaranjada e casca vermelho-arroxeada, de superfície lisa. O agricultor Matheus Cardoso Teixeira, que participou do projeto em Magé, na Fazenda Pau Grande, disse que “a batatadoce é muito boa porque, com as 15 ramas que recebi da prefeitu-
ra, em convênio com a Embrapa, plantei o equivalente a 2 metros de canteiro e colhi 8 quilos”. Se tivesse plantado uma batata-doce comum, Matheus informou que não teria colhido mais que 4 quilos do alimento. O produtor Laerte Luiz da Rosa, de 54 anos, dedicou toda a sua vida à agricultura familiar e quis participar do projeto. Ele colheu 15 quilos de batata-doce enriquecida na primeira vez que plantou. ”Achei a batata-doce biofortificada muito boa”, disse ele, e adiantou que na segunda safra, que deve colher no início de março, espera retirar em torno de 60 caixas para comercializar no mercado. Em relação ao paladar, foi categórico: “É muito bom. Está aprovado”. REVISTA 100% CAIPIRA - 21 -
PROMOÇÃO
Voluntários da Copa do Mundo receberão kits com produtos da agricultura familiar Chamada pública para associações e cooperativas que produzem alimentos orgânicos e sustentáveis prevê a compra de itens como castanha de caju, barra de cereal, mel em sachê e sucos de diversos sabores
Os 20 mil voluntários que atuarão nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo Fifa 2014 receberão kits para lanches com produtos da agricultura familiar. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) publicou, no início deste mês, uma chamada pública para comprar produtos de agricultores familiares. “O objetivo é estimular o consumo consciente, gerar oportunidades de negócios e promover a inserção de produtos orgânicos e sustentáveis da agricultura familiar no mercado turístico em - 22 - REVISTA 100% CAIPIRA
grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014”, afirma a assessora da secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Laura Souza. Ela ressalta ainda que o legado dessa ação é criar uma cadeia produtiva mais estruturada para o setor, com inserção social, geração de emprego e renda e preservação ambiental. Esta compra institucional – realizada por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) – dispensa licitação e é voltada para associações e cooperativas que produzem alimentos orgânicos
e sustentáveis. As propostas e os documentos para habilitação poderão ser entregues entre os dias 10 e 21 de março. Cada kit será formado por 10 itens: castanha de caju (100g), abacaxi desidratado (100g), banana desidratada (100g), barra de cereal (50g), biscoito integral (350g), biscoito sequilho (350g), castanha de baru (100g), castanha do Brasil (100g), mel em sachê (60g) e suco de diversos sabores (1,8 l). Cada organização (cooperativa ou associação) da agricultura familiar poderá concorrer a um ou mais de um item. As organizações habilitadas também deverão apresentar uma prova dos produtos em quantidade equivalente a um kit, para avaliação quanto à sua apresentação e qualidade, podendo, inclusive, passar por testes laboratoriais. Depois da divulgação do resultado, previsto para o início de abril, os produtos deverão ser entregues em São Paulo (SP), entre os dias 13 de abril e 3 de maio.
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PUBLICIDADE E PROPAGANDA
JBS inicia campanha para valorizar setor pecuário A JBS inicia no Brasil sua primeira campanha publicitária voltada para o pecuarista. O objetivo é valorizar a produção pecuária do País e reconhecer a importância que o produtor tem na oferta de um produto de qualidade ao consumidor final. A ideia é disseminar no setor produtivo o conceito de que o pecuarista não produz apenas boi, mas, sim, alimentos, a carne que ele e sua família também consomem diariamente. Com o slogan “Juntos por um Boi de Sucesso”, a estratégia da JBS é se aproximar ainda mais do setor produtivo e demonstrar que para se produzir a carne com a qualidade que o consumidor final demanda é necessário que o pecuarista também esteja envolvido. “As campanhas publicitárias da Friboi alavancaram a procura por carne bovina. Por isso, temos
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que nos preocupar cada vez com a qualidade dessa carne para que o consumidor mantenha o interesse constante”, afirma Renato Costa, presidente JBS Carnes no Brasil. “Nessa parceria queremos fazer com que a marca Friboi seja o canal de vendas do produtor, garantindo maior liquidez para uma cadeia mais madura e integrada por meio de um acesso diferenciado aos mercados”, completa. Para engajar o pecuarista, a JBS utilizará revistas especializadas, sites e canais de televisão que tenham o produtor como audiência principal, se valendo de uma comunicação em 360 graus. Já em março, será possível encontrar anúncios nesses veículos informando que o sucesso de marcas como Friboi e Swift se deve à parceria da companhia com o produtor. “A JBS desmonta, embala e
distribui a qualidade que vem do campo”, afirma Costa. A estratégia de aproximação da JBS com o pecuarista teve início em 2012, quando a companhia criou sua diretoria de relações com o pecuarista. Em dois anos de trabalho, a área participou de eventos, reuniões e encontros com produtores para entender as demandas e necessidades do setor. “Queremos levar ao pecuarista ainda mais informações sobre o que acontece com a carne que ele produz depois das porteiras da fazenda e apontar as oportunidades existentes no mercado. Para que a indústria tenha lucros é necessário que o produtor também ganhe e vamos cada vez mais reconhecer e premiar o pecuarista que produzir um boi de qualidade, dentro de um planejamento conjunto”, afirma Eduardo Pedroso, diretor de relações com pecuarista da JBS.
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PATRIMÔNIO GENÉTICO
Embrapa envia amo para o Banco Globa Junto com as variedades de arroz e milho encaminhadas em 2012, as sementes de feijão agora compõem parte da riqueza genética brasileira que ficará armazenada para o futuro na construção conhecida como a ‘caixa-forte do fim do mundo’
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ostras de feijão al de Sementes A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) enviou, no dia 11 de fevereiro, 514 acessos de feijão (Phaseolus vulgaris), para o Banco Global de Sementes de Svalbard, situado na cidade de Longyearbyen, Noruega. Acessos são amostras de sementes representativas de dife-
rentes populações de uma mesma espécie. A iniciativa é decorrente do acordo assinado entre a companhia e o Ministério de Agricultura e Alimentação norueguês, em 2008, e as sementes enviadas compõem Coleção Nuclear de Feijão da Embrapa, que, em setembro de 2012, já havia enviado ao ban-
co nórdico 264 acessos de milho e 541 acessos de arroz. Segundo o pesquisador Paulo Hideo, responsável pelo Banco de Arroz e Feijão da Embrapa, o termo coleção nuclear, também conhecido no meio científico como core collection, é utilizado para definir um grupo limitado de acessos derivados de uma coleção vegetal, escolhido para representar a variabilidade genética da coleção inteira. Tradicionalmente, as coleções nucleares são estabelecidas com tamanho inferior a 10% dos acessos de toda a coleção original e incluem aproximadamente 70% do acervo genético. “São coleções pequenas, mas estratégicas. Apesar do número reduzido de acessos, representam grande parte da variabilidade genética das espécies vegetais e normalmente não contém duplicatas”, explica a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Marília Burle. A seleção dos acessos para a coleção nuclear de feijão enviada ao Banco de Svalbard é resultado de diferentes modelos biométricos de amostragem. Esses modelos deram origem a várias coleções que foram comparadas entre si e REVISTA 100% CAIPIRA - 27 -
PATRIMÔNIO GENÉTICO
escolhida a mais robusta, ou seja, a mais representativa. Na verdade, as coleções nucleares são recomendadas pelo Banco de Svalbard, como deixou claro o coordenador de operações, Ola T. Westengen, visto que garantem a conservação das espé-
cies e ocupam menos espaço no banco, que tem capacidade para quatro milhões e quinhentas mil amostras de sementes de todas as partes do mundo. Antes de seguir viagem para o banco da Noruega, a coleção nuclear de feijão passou pela Embra-
pa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília, DF, onde as amostras foram conferidas, organizadas e etiquetadas. Depois, foi submetida ao trâmite regular de intercâmbio exigido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Feijão, arroz e milho: importância alimentar e cultivo secular no Brasil Além disso, elas são culturas que, A escolha das culturas agrícolas enviadas a Svalbard – feijão, arroz e apesar de não serem originárias do milho - atende a uma das recomen- Brasil, são cultivadas no País há séculos dações do Banco quanto à relevância e, por isso, possuem características de para a segurança alimentar e agricul- rusticidade e adaptabilidade às conditura sustentável. ções nacionais.
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Silo norueguês garante mais segurança para a conservação das sementes brasileiras A conservação das espécies vegetais de importância alimentar é uma preocupação da Embrapa desde a sua criação em 1973. Prova disso é que a empresa possui hoje o maior banco genético vegetal do Brasil e da América Latina, com mais de 120 mil amostras de sementes de cerca de 670 espécies agrícolas de importância socioeconômica conservadas a 20ºC abaixo de zero na Embrapa Re-
cursos Genéticos e Biotecnologia. O envio de amostras para Svalbard é mais uma garantia de segurança, já que o banco nórdico é o mais seguro do mundo em termos físicos e ambientais. Além de estar situado dentro de uma montanha na cidade de Longyearbyen foi construído com total segurança para resistir a catástrofes climáticas (enchentes terremotos, aquecimento
gradual, etc.) e até mesmo a uma explosão nuclear. O acordo prevê cooperação contínua entre as duas instituições e, por isso, “futuramente, sementes de outras espécies serão enviadas ao Banco Global”, como explica pesquisadora Marília Burle, lembrando que a prioridade será a mesma, ou seja, sementes de importância para a alimentação da população brasileira.
A caixa-forte da Noruega A caixa-forte norueguesa tem capacidade para quatro milhões e quinhentas mil amostras de sementes. O conjunto arquitetônico conta com três câmaras de segurança máxima situadas ao final de um túnel de 125 metros dentro de uma montanha em uma pequena ilha do arquipélago de Svalbard situado no paralelo 780 N, próximo do Polo Norte. As sementes são armazenadas a 20ºC abaixo de
zero em embalagens hermeticamente fechadas, guardadas em caixas armazenadas em prateleiras. O depósito está rodeado pelo clima glacial do Ártico, o que assegura as baixas temperaturas, mesmo se houver falha no suprimento de energia elétrica. As baixas temperatura e umidade garantem a baixa atividade metabólica, mantendo a viabilidade das sementes por um milênio ou mais. REVISTA 100% CAIPIRA - 29 -
VITIVINICULTURA
Moscato Branco é reconhecida como uva de origem brasileira Autoridade francesa confirmou que fruta só é encontrada na região da Serra Gaúcha O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio do Departamento de Propriedade Intelectual e Tecnologia Agropecuária (Depta) da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC), apoiou financeiramente a pesquisa realizada pela Embrapa Uva e Vinho que resultou na descoberta da originalidade da uva Moscato Branco, cultivada na região da Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul (RS). A hipótese da exclusividade surgiu a partir da observação de que a uva Moscato Branco cultivada em terras brasileiras se distinguia das uvas moscatéis cultivadas na Europa. Os primeiros resultados da pesquisa já indicavam que a suspeita era verdadeira e que a variedade era realmente exclusiva. Para dar ainda mais credibilidade ao resultado, em janeiro deste ano, o ampelágrafo – cientista que identifica e classifica as cultivares de videira – francês Jean-Michel Boursiquot, da Universidade SupAgro, de Montpellier, na França, esteve na Serra Gaúcha para confirmar a suspeita de que a cultivar de uva Moscato Branco, presente na região desde a década de 1930, somente é cultivada - 30 - REVISTA 100% CAIPIRA
comercialmente no Brasil, principalmente na região de Farroupilha (RS), município que responde por cerca de 50% do volume de produção da casta no Brasil. O ampelógrafo é mundialmente conhecido por ter redescoberto no Chile a variedade Carmenère. A experiência de Boursiquot, conjugada ao trabalho dos pesquisadores da Embrapa, tornou possível a comparação, sem encontrar um par idêntico entre amostras da Moscato Branco cultivada no Brasil e de uvas Moscato existentes em amplas coleções dos bancos genéticos de uva, brasileiro e francês. A Moscato Branco é utilizada na elaboração de vinhos secos finos moscatéis e do moscatel espumante – um sucesso da vitivinicultura brasileira. Agora, os estudos seguem, buscando mapear a origem e estabelecer a paternidade dessa variedade. A ação multi-institucional envolve os produtores da Associação Farroupilhense de Produtores de Vinhos, Espumantes, Sucos e Derivados (Afavin), titular da Indicação Geográfica, na modalidade Indicação de Procedência (IP) – cujo pedido de registro deve ser encaminhado ao Instituto Nacional da Proprie-
dade Industrial (INPI) ainda neste primeiro semestre. Para o secretário da SDC, Caio Rocha, a pesquisa é de extrema importância para os produtores da região. “Esta é uma variedade que suas características são adequadas para vinhos, frisantes e espumantes de qualidade reconhecida. No município de Farroupilha, tem sido a mais plantada, o que irá culminar no reconhecimento de indicação geográfica, demonstrando as características específicas da área”, disse.
VITIVINICULTURA
Governo estabelece novo preço mínimo para a uva industrial Valor da fruta usada em vinhos, sucos e derivados fica 10,5% maior O preço mínimo da uva industrial (Isabel) para o ano de 2014 nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste será de R$ 0,63, alta de 10,5% sobre os R$ 0,57 definidos pelo governo federal no ano passado. O valor foi aprovado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) no final de 2013, mas só foi publicado em 20 de fevereiro no Diário Oficial da União. “Esta é a primeira alta no preço mínimo do produto desde 2012 e será de fundamental importância
para os produtores”, explicou o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller. A Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) faz parte das ações governamentais para a aquisição de produtos excedentes do mercado, corrigindo distorções de preços ao produtor. O objetivo é permitir o sustento da renda no campo, garantindo uma remuneração mínima pela colheita. Além da PGPM, o auxílio do
Ministério da Agricultura ao setor da vitivinicultura tem sido por meio de linhas de crédito para custeio e investimento, além da subvenção ao prêmio do seguro rural. No ano passado, a estimativa é que tenham sido processadas 611 mil toneladas de uva Isabel apenas no Rio Grande do Sul, estado responsável por cerca de 90% da produção nacional. A utilização é para a elaboração de vinhos, sucos e outros derivados. REVISTA 100% CAIPIRA - 31 -
REBANHO IMUNIZADO
Brasil mantém alto índice de vacinação contra a aftosa Resultado de 97,5% obtido no ano passado é superior ao de 2012
O País vem apresentando ótimo desempenho na luta contra a febre aftosa. Além da ampliação e manutenção das zonas livres da doença, segundo dados da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SDA/ Mapa), o índice de imunização do rebanho brasileiro alcançou 97,5% no ano passando, superando o resultado de 2012, de 97,3%. Todos os estados brasileiros conseguiram executar as etapas de vacinação previstas para 2013, não havendo qualquer cancelamento, como - 32 - REVISTA 100% CAIPIRA
ocorreu em 2012 por causa de fortes estiagens no Nordeste. Os estados de Goiás, Tocantins e Mato Grosso se destacaram com índices maiores que 99% em todas suas etapas. Entretanto, os estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro, que compõem a Zona Livre de Febre Aftosa, obtiveram resultados menores que 90%, portanto abaixo do esperado. Para este ano, o Mapa dará maior atenção a estas Unidades da Federação, bem como ao Amazonas, Amapá e Roraima, que compõem a zona
não livre da enfermidade, para que melhorem seus índices de vacinação e contribuam com a proteção imunitária do rebanho nacional. Atualmente, o Brasil reconhece como zona livre de febre aftosa com vacinação áreas de 22 estados (sendo sete do Nordeste e o Pará apenas em 2013) e o Distrito Federal. A campanha e todo trabalho realizado pelo governo são fundamentais para impedir a reintrodução da doença no território. Santa Catarina é a única Unidade da Federação classificada como zona livre de aftosa sem vacinação.
ECONOMIA
Seca, entressafra e demanda elevada atingem setor de açúcar Resultado será a elevação do preço da commodity, avalia especialista As previsões indicam que a safra 2014/2015 pode ter uma quebra em relação à safra passada (que foi de 595 milhões de toneladas) e chegar a um nível tão baixo, como 575 milhões de toneladas. Uma redução de 35 milhões de toneladas em relação à expectativa inicial com a qual o mercado estava trabalhando, somada a mais 35 milhões de toneladas de cana - que é, aproximadamente, o adicional de cana necessária para atender ao acréscimo da frota de veículos flex no Brasil durante esse ano -, mais o volume de exportação de açúcar adicional (imaginando um crescimento do consumo mundial em torno de 2%) e o crescimento vegetativo do consumo interno, provocará um rombo total de 70
milhões de toneladas para a próxima safra. “As chuvas que tivemos recentemente e a previsão de mais chuvas nas próximas semanas são insuficientes para compensar a seca, segundo alguns analistas do setor. Como não dá para revogar a lei da oferta e demanda, esse rombo deverá se traduzir na forma de preços altos”, afirma Arnaldo Corrêa, gestor de riscos em commodities agrícolas e diretor da Archer Consulting, empresa de assessoria em mercados de futuros, opções, derivativos e planejamento estratégico para commodities agrícolas. De acordo com o executivo, o valor acima de 16 centavos de dólar por libra-peso em Nova York e o dólar rondando R$ 2,40 pro-
vocaram uma corrida nas fixações dos retardatários, ou daqueles que se depararam com produção adicional de açúcar no final da safra 2013/2014. “O fato é que não houvesse esse aumento substancial de fixações nas últimas semanas, o mercado de açúcar de NY teria subido com mais vigor. Por essas e outras é que houve recentemente a forte alta de 109 pontos no vencimento março/2014, cotado a 16,72 centavos de dólar por libra-peso”, informa. “Os demais meses que se estendem até outubro de 2016 também fecharam em altas que oscilaram entre 20 e 108 pontos, ou seja, entre US$ 4 e US$ 24 por tonelada”, acrescenta o especialista.
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CRÉDITO RURAL
Agricultura empresarial contrata R$ 98,2 bi em financiamentos Resultado é 48,2% superior ao obtido nos primeiros sete meses da safra 2012/13 Os financiamentos da agricultura empresarial apresentaram alta de 48,2% nestes primeiros sete meses do Plano Agrícola e Pecuário 2013/14, em relação ao mesmo período da safra passada, alcançando R$ 98,2 bilhões. Os produtores rurais contrataram R$ 71,1 bilhões pelas modalidades de custeio e comercialização e R$ 27,08 bilhões pelas de investimento. Ao analisar os resultados, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, destacou os avanços dos recursos disponibilizados pelo plano de construção e ampliação de armazéns (PCA), que já obteve R$ 2,18 milhões aplicados, um desembolso relativo a 62,5% dos recursos programados. Segundo o secretário, isto demonstra
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os avanços do setor com o intuito de buscar o apoio do governo em assegurar os produtos a serem armazenados. Ao todo, a agricultura empresarial contratou R$ 2,79 bilhões dos R$ 4,5 bilhões em recursos disponibilizados para ampliação e reforma de armazéns privados – outros R$ 500 milhões foram alocados para a agricultura familiar. Entre as linhas de crédito para custeio e comercialização, o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) chegou a um total de R$ 6,27 bilhões em empréstimos – alta de 6,8% sobre os meses de julho a janeiro da safra passada. Entre os programas referentes aos investimentos, outro destaque vai pra o Programa
de Sustentação de Investimento (PSI-BK), que financia máquinas e equipamentos, em que se observou maiores níveis de aplicação nesses sete primeiros meses do Plano Agrícola e Pecuário. Foram aplicados R$ 9,2 bilhões, 57,8 % a mais que o volume observado em igual período do ano passado. “Os produtores estão cada vez mais preocupados em modernizar suas propriedades para obterem resultados ainda melhores em relação à produtividade no campo”, destacou Geller. A avaliação, atualizada mensalmente, das contratações do crédito agrícola é realizada pelo Grupo de Acompanhamento do Crédito Rural, coordenado pela Secretaria de Política Agrícola do Mapa.
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ECONOMIA
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EVENTO CAPIRA - 1
Rancho do Coelho promove tarde sertaneja com churrasco de costela de ch達o Evento reuniu amigos em rancho de Itapecerica da Serra, na Grande S達o Paulo, em 23 de fevereiro. Confira os flashes da festa:
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EVENTO CAIPIRA - 2
Comitiva Vagar Cรก Pinga festeja seus 5 anos Criada por um grupo de amigos que costumam se reunir para tomar cachaรงa e fazer churrasco, a comitiva Vagar Cรก Pinga comemorou seus 5 anos com grande festa em Osasco, na Grande Sรฃo Paulo, em 16 de fevereiro. Confira os flashes do evento:
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AGRONEGÓCIO
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TRANSPORTES MEIO AMBIENTE
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EVENTO CAIPIRA - 3
Simone e Claudinha Fest 2014
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COZINHA DA ROÇA PANCETA RECHEADA Ingredientes: 1 peça de panceta (toucinho) de aprox. 2.5 kg 2 linguiças tipo calabresa 300 g de bacon 2 cenouras grandes 2 limões 1 cabeça de alho Azeite Vinagre Sal Molho de pimenta vermelha Preparo: Esmague bem o alho, e faça uma vinha d’alho com alho, sal, pimenta, vinagre, azeite e limão. Em uma travessa, deixe a panceta marinando na vinha d’alho por mais ou menos 3 horas; em seguida, corte a cenoura, o bacon e a linguiça em tiras finas e reserve. Coloque a panceta com o couro para baixo em um papel alumínio e distribua as tiras na longitudinal e enrole a panceta, amarre com um barbante de algodão, enrole no papel alumínio e leve ao forno médio por mais ou menos 3 horas. Depois, desenrole do papel alumínio e deixe dourar até o couro ficar a ponto de pururuca. Sirva ainda quente. Bom apetite.
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ESPAÇO GASTRONÔMICO
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