Edição 13 100 por cento caipira

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www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, julho de 2014 - Ano 2 - Nº 13 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Setor de plantas e flores ornamentais movimentou, em 2013, R$ 5,2 bilhões

Mercado de flores pode ganhar novo impulso REVISTA 100% CAIPIRA -

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Produtores querem fim de imposto sobre fertilizantes

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Agropecuária matém ritmo de expansão

Leia também Artigo: Colhendo o sol - Pág. 10 Artigo: Eleições e agricultura - Pág. 12 Agronegócio impulsiona mercado de máquinas - Pág. 14 Abag encaminhará propostas a presidenciáveis- Pág. 20 Hospitais veterinários de SP estão saturados - Pág. 22 Agro exporta quase US$ 50 bi no 1º semestre- Pág. 24

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Produção Integrada, sinônimo de qualidade - 4 - REVISTA 100% CAIPIRA

Amapá tem produção recorde de soja - Pág. 33 Liberados R$ 50 mi para garantir preço da laranja - Pág. 34 Ribeirão Preto perde espaço na cultura da cana - Pág. 35 Os Caipira de Ibiúna promovem Queima do Alho - Pág. 39 Receita do mês: feijoada da roça - Pág. 44


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Cultivo de maçã é nova cultura na Grande SP

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Projeto pode reduzir custo de produção de flores e plantas

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Queima do Alho pode virar patrimônio cultural de SP

Fotografias: Eduardo Reis, Sérgio Reis, Paulo Fernando, iStockphoto e Shutterstock Departamento comercial: Rua das Vertentes, 450 – Vila Constança – São Paulo - SP - Tel.: (11) 2645-0046 Rede social: facebook.com/revista100porcentocaipira A revista 100% Caipira é uma marca registrada com direitos exclusivos de quem a publica e seu registro encontra-se na revista do INPI Nº 2.212, de 28 de maio de 2013, inscrita com o processo nº 905744322 e pode ser consultado no site: http://formulario.inpi.gov.br/MarcaPatente/jsp/servimg/validamagic.jsp?BasePesquisa=Marcas. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião desta revista, sendo eles, portanto, de inteira responsabilidade de quem os subscrevem.

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CARGA TRIBUTÁRIA

Produtores apoiam desoneração de alimentos, remédios e fertilizantes Tributação brasileira do setor chega a 35%, muito acima dos 7% da média mundial

A desoneração da carga de impostos incidente sobre insumos, fertilizantes, produtos químicos e alimentos destinados ao consumo humano e também, medicamentos, conforme prevê a proposta de emenda à Constituição (PEC 491/2010), em tramitação no Congresso Nacional, tem o apoio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). - 6 - REVISTA 100% CAIPIRA

A posição foi oficializada pela entidade em estudo técnico apresentado à Comissão Especial da Câmara dos Deputados que analisa a questão. Para o Coordenador de Assuntos Econômicos da Superintendência Técnica (SUT) da CNA, Renato Conchon, a carga tributária brasileira incidente sobre o setor é extremante elevada, em compa-

ração a outros países. “Os alimentos processados têm alíquota de 35% e os in natura, de 22%, enquanto a média internacional está em apenas 7%”, destacou. A CNA apoia também uma emenda apresentada à PEC-491, incluindo a desoneração aos setores de insumos e fertilizantes utilizados na agroecologia, além de alimentos agroecológicos. Renato


Conchon considera de extrema relevância para o país a redução da carga tributária incidente sobre a produção de alimentos. Ele citou estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), estabelecendo para o Brasil a meta de produzir 40% de todo o alimento consumido no mundo, até 2050. Com menos impostos, o

setor agropecuário brasileiro teria mais estímulo para produzir. Baixa renda - Outra preocupação da CNA diz respeito à questão social. Dados apresentados à Comissão Especial, com base em informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que uma família de baixa renda (rendimento mensal inferior a um salário

mínimo, hoje de R$ 724,00) gasta 40% de seu orçamento, por mês, na compra de alimentos. Nesse aspecto, diz Conchon, fica clara “a regressividade dos tributos indiretos que recaem sobre os alimentos devido a maior participação dos gastos com alimentos por parte das famílias de menor renda”. Uma crítica recorrente aos REVISTA 100% CAIPIRA - 7 -


CARGA TRIBUTÁRIA

produtores agrícolas brasileiros - serem responsáveis pelo país estar na liderança mundial no consumo de fertilizantes -, mereceu reparos da CNA em recente audiência pública realizada na Comissão Especial da Câmara. Os números indicam que o Brasil está em quarto lugar no ranking mundial de consumo de fertilizantes, atrás da China, Índia e dos Estados Unidos. A participação brasileira é de 6,5% no consumo mundial de fertilizantes, enquanto a China detém 29% do total e a Índia outros 16,5%. Fertilizantes e produtividade Mesmo assim, segundo a análise da CNA, o uso de fertilizantes na - 8 - REVISTA 100% CAIPIRA

produção agrícola tem importância decisiva na melhoria dos índices de produtividade. Enquanto a produção de grãos no país na safra passada alcançou 187 milhões de toneladas – crescimento de 127% em comparação com 1990 -, a área plantada cresceu apenas 44% e a aplicação de fertilizantes outros 70%. O Brasil, explicou Conchon, possui elevada dependência das importações de fertilizantes, especialmente os potássicos: 94% de todo o consumo é importado. Criada em maio deste ano, a Comissão Especial que analisa a PEC 491/2010 realizou duas audiências públicas com a participação

de representantes dos produtores rurais, da indústria, entidades de classe, além de técnicos da área tributária e pesquisadores. Na última delas, ocorrida este mês, a CNA foi convidada para o debate e apresentou suas ideias. Na prática, a PEC-491, de autoria do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-RS), proíbe a União, os estados, os municípios e o Distrito Federal de instituírem impostos sobre alimentos destinados ao consumo humano e sobre medicamentos. Veda, também, a taxação de insumos agrícolas, fertilizantes, produtos agroquímicos e químicos destinados à produção de alimentos e ao setor pecuário.


PESQUISA

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ARTIGO

Colhendo o sol Por Antonio Roque Dechen, membro do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS), professor da ESALQ/ USP e presidente da Fundação Agrisus

Filipe Frazão / Shutterstock.com

No dia 28 de julho comemoramos o Dia do Agricultor, uma justa homenagem àqueles que no dia a dia, sob sol e chuva, dedicam-se à nobre missão de produzir alimentos. É pequeno o reconhecimento da população urbana para as atividades do agricultor, é muito cômodo e simples irmos às feiras livres, quitandas e supermercados e escolhermos os alimentos para o nosso dia-a-dia, não nos preocupamos e nem avaliamos o tempo e as dificuldades enfrentadas pelos produtores para disponibilizar esses alimentos. Nunca avaliamos as dificuldades daqueles que na difícil atividade de campo, antes do raiar do sol já estão a postos para cuidar da sua árdua missão de produzir alimentos. São nobres guerreiros que diariamente vão à luta, plantando, cultivando e colhendo alimentos e com isso cultivando a paz, pois o

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combate à fome é um dos principais fatores de segurança e qualidade de vida. O Brasil é hoje mundialmente estratégico graças ao seu potencial de produção de alimentos, temos terras, temos sol o ano todo, água, e principalmente os heróis anônimos que diariamente trabalham e colhem a energia do sol e a transformam em uma expressiva produção de alimentos que são colocados em nossas mesas. Nossos cumprimentos aos milhões de heróis anônimos, que ao plantar as sementes que irão usar a energia do sol na produção de alimentos, colhem também os efeitos do sol em suas vidas. Lembrando um dos versos do Poema do Milho de Cora Coralina: “Em qualquer parte da terra, um homem estará sempre plantando, recriando a vida, recomeçando o mundo”. Nosso reconhecimento ao agricultor brasileiro pela nobre missão de cultivar e conservar o solo, garantindo a sustentabilidade do ambiente e a existência humana. Obrigado agricultor, pelo seu trabalho, pelo alimento e por nos garantir a vida.


ECONOMIA

Agropecuária mantém ritmo e cresce 2,48% no acumulado até abril Crescimento da produção compensa recuo dos preços de alguns produtos O Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário cresceu 2,48% no acumulado do ano até abril, quando a variação positiva foi de 1,12% na comparação com igual período de 2013. O bom desempenho reflete o crescimento esperado de 3,93% na produção em 2014, apesar de os preços de alguns produtos terem recuado nos primeiros meses do ano. É o que mostra estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo (USP), para o PIB em 2014. Um dos destaques no período foi o algodão. A melhora dos preços em função do aquecimento da demanda interna e externa justifica o aumento de 35,29% do faturamento da cotonicultura no acumulado do ano. Apesar do cenário positivo para 2014, o faturamento recuou em abril em função do posicionamento das indústrias têxteis que não adquiriram lotes para entrega imediata.

Por outro lado, o desempenho de alguns produtos foi negativo no ano. Batata (16,60%), cebola (30,05%), fumo (4,32%), milho (11,14%) e tomate (24,76%) foram as culturas que apresentaram retração do faturamento esperado para 2014. No caso da cana-de-açúcar, a retração foi de 6,26% em função da queda de 8,06% na comparação entre os quadrimestres. Ainda há, no entanto, expectativa de crescimento devido à expansão da área cultivada nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, onde se concentra o maior número de novas usinas. Puxados pelo desempenho positivo tanto em termos de preços quanto em volume, os faturamentos da pecuária de corte, de leite e da produção de ovos acumularam altas expressivas no período de 15,64%, 19,56% e 12,34%, respectivamente. Na pecuária de corte e na avicultura de postura, as taxas apresentadas refletiram, em especial, a elevação das cotações no primeiro quadrimestre do ano: 14,36% e 9,70%, variações superiores às registradas no mesmo período do ano passado. REVISTA 100% CAIPIRA - 11 -


ARTIGO

Eleições e agricultura Por Ciro Antonio Rosolem, membro do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS) e professor titular da Faculdade de Ciências Agrícolas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FCA/Unesp Botucatu)

os médios e os grandes. Os pequenos, bem ou mal, vem sendo assistidos, muitas vezes subsidiados por diversos programas governamentais especiais, dirigidos especialmente à agricultura familiar. Não quero aqui discutir o uso de recursos públicos em assentamentos que, muitas vezes, se configuram Apesar do aborrecimento pela pro- como investimentos duvidosos. Os paganda gratuita no rádio e TV, uma programas existem. Os grandes, por eleição, com a possibilidade de mu- sua capacidade econômica e gerencial, dança, traz esperança. Uma chance de mais sua escala de produção, tem controcar pessoas, pensamentos, objeti- seguido produzir a custos muito comvos, enfim, mudança de políticas pú- petitivos. Existem problemas, mas as blicas. A agricultura brasileira precisa grandes empresas tem recursos para disso. E a urgência vai muito além do enfrentá-los. E os médios? problema de logística, já bem conheOs agricultores médios constituem cido. A agricultura tem, de muito, sido uma vasta legião, responsáveis por a âncora econômica brasileira. Cres- significativa parte da produção naceu embalada por novas tecnologias, cional. Os agricultores médios vivem, novos investimentos, por vezes com trabalham, se divertem em sua cidapreços internacionais atrativos. Mas de no interior. Compram na revenda novos tempos se avizinham. da esquina, nas lojas de sua cidade, Foi divulgado que os preços inter- contratam os profissionais do interior. nacionais de commodities agrícolas Muito diferente das grandes empredeverão cair nos dois próximos anos. sas agrícolas. Assim, em função de Até agora, crises de preços baixos fo- sua escala de produção, seu produto é ram vencidas com aumentos na pro- mais caro. Sua competitividade é medutividade, mas este elástico está nor no mercado. Por isso a agricultura quase no limite. Não deve ser mais es- de médio porte vem diminuindo de perado crescimento significativo nas tamanho no Brasil. Em algumas reprodutividades, pois nossa produtivi- giões as cooperativas tem tido papel dade já é alta, cada vez mais próxima importantíssimo na manutenção do do que o ambiente permite. médio agricultor. Mas, onde estão os Grosseiramente, pode se dividir os programas de governo? Onde estão as produtores rurais em três “tamanhos”. políticas públicas visando à manutenOs pequenos (enquadrados normal- ção deste segmento fundamental de mente como agricultores familiares), nossa sociedade? Por exemplo, o que

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acontecerá no estado de São Paulo com os médios produtores de laranja expulsos da atividade pelo greening? É desejável que todos arrendem suas terras para usinas? Outro exemplo: os pequenos ficaram desobrigados da área de reserva, no atual Código Florestal, mas os médios foram tratados como grandes, sem uma transição minimamente aceitável. Nota-se um aumento no número de grandes grupos, inclusive com empresas de capital aberto, atuando na agricultura brasileira. Isso tem trazido competitividade. Enquanto os preços

internacionais estiverem altos, há esperança para os médios agricultores, mas isso deve mudar. Então, o que será daqueles que estão sendo expulsos da atividade? É isso que queremos? De um lado grandes empresas agrícolas, muito eficientes e de outro o agricultor familiar muitas vezes subsidiado? No meio de um deserto? Qual a consequência para a economia da maioria dos municípios? Eleições: tempo de discussão de ideias e de mudar políticas. Quem encampa a defesa do médio produtor rural brasileiro?

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MECANIZAÇÃO

Agronegócio estimula mercado de peças de máquinas agrícolas Cenário otimista para a safra de grãos leva boas perspectivas para o setor de distribuição de equipamentos para o campo As projeções mostram um panorama positivo para o agronegócio brasileiro. A safra brasileira de grãos 2013/2014 deve alcançar 193,87 milhões de toneladas, índice 2,8% maior que a safra anterior de 188,66 milhões, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Já a área plantada deve

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chegar a 56,82 milhões de hectares, valor 6,1% acima da área cultivada na safra 2012/13 e que representa um aumento de 3,26 milhões de hectares. “Fundamental para a economia e também na composição do PIB, a agricultura tem apresentado números recordes de produção, com os aperfeiçoamentos e

novas tecnologias para melhoria da produtividade”, afirma Paulo Acosta, gerente comercial da TVH-Dinamica. Alguns produtos superaram a produção passada, como a soja (5,9% ou 4,77 milhões de t) e o trigo (33,8% ou 1,87 milhão de t). O segmento de máquinas agrícolas também apresentou excelen-


tes resultados em 2013, quando foram produzidas 100.451 máquinas agrícolas, ante 83.704 unidades do ano anterior, registrando alta de 20%. As vendas também registraram dados positivos, com 83.078 unidades em 2013, contra 70.139 unidades de 2012, numa elevação de 18,4%. Já no primeiro semestre deste ano, a comercialização de máquinas agrícolas caiu 20% em relação ao mesmo período de 2012, diminuindo de 41.134 unidades para 32.901.

“Os produtores investiram na renovação da frota de máquinas agrícolas no ano passado. Por isso, a partir de agora, devem focar na manutenção preventiva e corretiva, resultando em boas perspectivas para o setor de distribuição de peças”, comenta. Para atender a demanda, a TVH-Dinamica está constantemente incluindo novos itens em seu portfólio da linha agrícola. “A busca por novos produtos para compor nosso portfólio é constante. Tudo para facilitar a vida

dos profissionais que trabalham no campo, como os agricultores, lembrando também dos colonos”, afirma Acosta, fazendo menção ao Dia do Colono, comemorado em 25 de julho, e ao Dia do Agricultor, celebrado em 28 de julho. Em 2013, a empresa, intensificou os lançamentos de itens agrícolas e continuará a ampliar o portfólio de mais de 12.500 itens. A previsão é apresentar mais 5 mil lançamentos, incluindo itens das marcas próprias Bepco e Tractorcraft.

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TERCEIRO SETOR

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FRUTICULTURA

Cultivo de maçã em Suzano é nova cultura na Grande SP Historicamente produzida no Sul do País, produção paulista desafia condições climáticas da região Segunda maior produtora de couve-manteiga do Estado de São Paulo, a cidade de Suzano vem se destacando pela plantação de maçã. Historicamente produzida na região sul do País, cujo clima frio proporciona condições favoráveis para o desenvolvimento da fruta, o cultivo na Região Metropolitana de São Paulo desafia as condições climáticas e indica o início de uma nova cultura no sudeste. Com aproximadamente 300 mil habitantes, o município localizado no Alto Tietê é reconhecido por seu grande parque industrial, que divide espaço com

uma extensa produção agrícola. A atividade rural é incentivada pelo programa da Agricultura Familiar e compreende a plantação de folhosas, ovos, peixes ornamentais e, mais recentemente, maçã. Há quatro anos o agricultor Rui Terao plantou experimentalmente os primeiros pés de maçãs, que mostraram ser possível investir na produção. Atualmente, são dois hectares de terra destinados ao cultivo dos 900 pés da fruta. A produção é comercializada no mercado local. “Foi um grande desafio, pois temos um clima quente e, ultimamente, muito seco aqui no su-

deste. Isso demanda um cuidado redobrado com a irrigação e no combate as pragas. A primeira safra foi dispensada, mas as seguintes já puderam até ser comercializadas. Ficamos muito felizes com os resultados e esperamos aumentar a plantação no ano que vem”, afirma Terao. Embora a falta de chuvas tenha contribuído para o atraso da florada, Terao se mantém otimista. “As árvores já estão florescendo e tudo indica que teremos farta colheita, prevista para o fim de novembro”, diz o agricultor, que espera colher 10 toneladas de maçãs este ano.

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FRUTICULTURA

Agricultura familiar impulsiona produção no município paulista Rui Terao é um dos centenas de produtores rurais de Suzano, na Grande São Paulo, incentivados pela Agricultura Familiar. Por meio da iniciativa, a prefeitura compra parte da produção local e destina a pessoas em situação de vulnerabilidade alimentar. “Por meio do programa, também criamos a Feira da Agricultura Familiar e proporcionamos todo apoio logístico para que os produtores locais possam comercializar sua produção e aumentar sua renda”, explica o prefeito Paulo Tokuzumi (PSDB). Para o prefeito, a Agricultura Familiar contribui ainda para a produção de alimentos saudáveis e de qualidade. “O programa gera postos de trabalho em número bem maior que a agricultura empresarial, se preocupa com a sustentabilidade socieconômica e ambiental, preserva as tradições e costumes locais e ainda nos proporciona a descoberta de novos nichos de mercado, como é o caso do Rui que investiu na produção de maçãs. É um grande orgulho para nós”, diz o prefeito. Além das maçãs, Rui Terao é conhecido na cidade também pela produção de frutas exóticas, como zamboa, uma espécie de citrus usado para fazer doces; kinkan, conhecida como “laranja de ouro”; atemoia; lichia e romã. Todas comercia- 18 - REVISTA 100% CAIPIRA

lizadas na Feira da Agricultura Familiar de Suzano. Potencial agrícola de Suzano – Cercada por mananciais e com forte potencial agrícola, a cidade de Suzano, na Grande São Paulo, está localizada a cerca de 50 km da capital paulista. A cidade, que tem 73% de Área de Proteção de Mananciais e 7% de Área de Proteção Ambiental, é a segunda maior produtora de couve manteiga do Estado de São Paulo, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento. O município também ocupa a segunda colocação na produção de cogumelos do Estado. Em seus 18 hectares de terra, o agricultor Odair Pelegrin produz cerca de 150 dúzias de maços de couve manteiga diariamente. É um dos maiores da região. “A mi-

nha plantação abastece Suzano, Santos e algumas cidades do ABC paulista. Além da couve manteiga ainda cultivo salsa, alface, brócolis, acelga e catalônia”, enumera Pelegrin. “Temos potencial para aumentar a produção, porém falta mão-de-obra para trabalhar na lavoura”, acrescentaPelegrin. Na cidade, são cerca de 450 empreendedores rurais, dedicados a horticultura, fruticultura e olericultura (folhosas, raízes e frutos). Destacam-se também outros segmentos, tais como silvicultura (pinus e eucaliptos), avicultura, fungicultura, além de plantas e peixes exóticos. Na cidade, a empresa Piraporanga destaca-se pela criação dos mais belos peixes ornamentais, com destaque para a reprodução da espécie nishikligoi, conhecido como o “rei dos peixes de água doce”.


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POLÍTICA

Congresso da Abag debaterá propostas do agronegócio a ser encaminhadas aos candidatos à Presidência Evento acontecerá no dia 4 de agosto e terá ainda a divulgação de uma pesquisa de opinião inédita dos brasileiros em relação ao agronegócio, além de discussão sobre as novas mídias e o setor agrícola Durante o 13º Congresso Brasileiro do Agronegócio, promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), no próximo dia 4 de agosto, será debatido um documento, denominado Agronegócio Brasileiro 2014-2022 – Proposta de Plano de Ação aos Presidenciáveis. Elaborada por um grupo de técnicos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e coordenada pelo ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, a proposta está baseada em cinco princípios: sustentabilidade da produção, competitividade, produção orientada para os mercados, segurança jurídica e governança institucional. Alguns dos princípios contidos na proposta detalham necessidades ligadas à maior oferta de crédito e financiamento para investimento e capital de giro; desenvolvimento de mecanismos de seguro contra quebra de produção e queda acentuada de preços; uma - 20 - REVISTA 100% CAIPIRA

atuação mais agressiva na celebração de acordos comerciais; desoneração tributária e ampliação da malha de infraestrutura de transporte e logística. O estudo da FGV preconiza também maior segurança jurídica, capaz de garantir o direito de propriedade privada e, em decorrência, criar um ambiente favorável a investimentos e incentivar o empreendedorismo. Traduzido em ações, isso significa simplificar e aplicar a legislação agrária, ambiental e trabalhista, com base em critérios técnicos, condizentes com as características do agronegócio. Todas essas questões serão debatidas no painel denominado Agronegócios e os Presidenciáveis, contendo o posicionamento virtual, em vídeo, dos três principais candidatos à Presidência melhor cotados nas pesquisas eleitorais. O moderador desse painel será o jornalista William Waack, assim como a coordenação feita

pelo ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Agronegócio da FGV-GVAgro, contando ainda com as presenças de representantes dos três candidatos melhor posicionados nas pesquisas eleitorais. O congresso será aberto com uma palestra do economista Samuel Pessoa, pesquisador da FGV, que tratará do tema central do evento: Agronegócio Brasileiro: Valorização e Protagonismo. Na sequência, haverá o painel 1 sobre Agronegócio e as Novas Mídias, que será apresentado pelo jornalista Rodrigo Mesquita e debatido pela professora Elizabeth Saad Corrêa, da Escola de Comunicação e Artes, da USP; e pelo engenheiro Demi Getschko, professor da PUC-SP. O painel será coordenado pelo jornalista Heródoto Barbeiro. Encerrando os trabalhos na parte da manhã, serão entregues os prêmios Norman Borlaug e


Ney Bittencourt de Araújo. O primeiro será concedido este ano ao presidente do Conselho da Agroceres, Urbano Campos Ribeiral; e o segundo para João Paulo Koslovski, presidente do Sistema Ocepar – Organização das Cooperativas do Paraná. Na parte da tarde, o diretor do Núcleo de Agronegócio da ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing, José Luiz Tejon apresentará a pesquisa de opinião Agronegócio e a Sociedade. Nesse painel atuarão como debatedo-

res, os cientistas políticos Bolívar Lamounier, sócio-diretor da Augurium Consultoria e Christian Lohbauer, diretor de Assuntos Corporativos da Bayer. O painel será coordenado pelo presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho e contará com a moderação do jornalista William Waack. Promovido desde 2002, o Congresso da Abag, na edição do ano passado, contou com a presença de aproximadamente 700 participantes na plateia, além de 90 jornalistas de todo o País. Cerca de 8

mil pessoas assistiram aos painéis e participaram dos debates por meio da transmissão ao vivo feita via web.

:: SERVIÇO :: 13º Congresso Brasileiro do Agronegócio Data – 04 de agosto de 2014 Local – Sheraton São Paulo WTC Hotel Av. das Nações Unidas, 12.559 REVISTA 100% CAIPIRA - 21 -


SAÚDE ANIMAL

Com apenas dois hospitais veterinários públicos, São Paulo tem atendimento saturado Projeto em tramitação na Assembleia Legislativa cria serviço que oferecerá consultas, atendimentos e cirurgias, inclusive ortopédicas e oftalmológicas A cidade de São Paulo conta apenas com dois hospitais veterinários públicos, mantidos pela prefeitura, para atender a uma população crescente de animais, especialmente cães e gatos. Com atendimento saturado, ações alternativas tentam minimizar o transtorno de quem procura pelo serviço. A partir deste mês de julho, as consultas nas unidades do Tatuapé e Tucuruvi passam a ser agendadas por telefone. De acordo com informações veiculadas pela Rádio Estadão, serão distribuídas 60 senhas por dia por esse canal, 30 para cada localidade. O serviço estará disponível todos os dias a partir das 15h30. As consultas serão realizadas no dia último subsequente. A ideia é evitar que se formem filas nas unidades. Segundo a reportagem, são realizados de 130 a 150 atendimento por dia nos dois hospitais veterinários da cidade, entre animais que chegam pela primeira vez e os - 22 - REVISTA 100% CAIPIRA

que já estão em tratamento. atendimentos, cirurgias - incluO Projeto de Lei 827/2014, sive ortopédicas e oftalmológicas de autoria do deputado Feli- – dando prioridade ao cuidado ciano Filho (PEN-SP), em tra- preventivo, à castração e à idenmitação na Assembleia Legis- tificação dos animais. lativa de São Paulo, propõe a “O atendimento aos animais é instituição do Serviço de Hos- uma ação humanitária, de meio pital Veterinário Público no es- ambiente e de saúde pública. Pela tado, como forma de evitar que proposta, o Serviço de Hospital animais da população carente Veterinário Público Estadual pofiquem sem atendimento. derá atuar firmando convênios “É muito importante que te- com as faculdades de medicina nhamos hospitais regionais para veterinária, auxiliando-se mutuaque possam ser atendidos, de mente. Assim, a população terá o forma gratuita, os animais da po- atendimento gratuito e os alunos pulação carente e de baixa ren- terão estágios e aprendizado gada, que não tem acesso a clínicas rantidos”, afirma o deputado. particulares e asCesar Ogata/SECOM sistem seus animais morrerem sem assistência, sem nada poder fazer”, destacou Feliciano. De acordo com o projeto de lei, os hospitais veterinários públicos farão consultas, Hospital Veterinário da Zona Norte de São Paulo


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ARTIGO

Agro exporta quase US$ 50 bi no primeiro semestre Marcos Fava Neves* e Rafael Bordonal Kalaki**

comparadas com o mesmo período de 2013 (US$ 9,18 bi), aumentaram 4,7%. O saldo na balança do agro de O agro no primeiro semestre esca- junho foi de US$ 8,40 bi, um crescipou do fiasco da economia brasileira mento de 6,3% em relação a junho de e da seleção do Felipão. 2013, graças também às importações Em junho as exportações do agro do brasileiras que diminuíram 3,8% tiveram melhora em relação a 2013. no mês. As exportações (US$ 9,61 bilhões) se O valor exportado acumulado no

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ano (US$ 49,1 bilhões) por sua vez teve queda de 0,9% quando comparado com o mesmo período de 2013 (US$ 49,6 bilhões). O saldo positivo acumulado no ano foi de US$ 40,8 bilhões (1,2% menor que o mesmo período em 2013). Os demais produtos brasileiros fora do agro tiveram uma expressiva e preocupante queda de 9,2% nas exportações (US$ 11,9 bi em 2013, para US$ 10,8 bi em 2014), o que levou a participação do agronegócio nas exportações alcançar incríveis 47% em relação as exportações totais do Brasil, ou seja, o agro foi responsável em mais um mês por quase metade de tudo que o Brasil exportou. O saldo da balança comercial brasileira se recuperou e apresentou um superávit de US$ 2,37 bilhões no mês de junho, porém no acumulado do ano o país teve um déficit de US$ 2,49 bilhões. Se não fosse o agronegócio, a balança comercial brasileira teria um déficit de US$ 43,3 bilhões acumulados no ano, ou seja, mais uma vez o agro evitou um desastre maior na economia brasileira. Neste junho, os 10 campeões no aumento das exportações em relação a 2013 foram respectivamente: farelo de soja (aumentou US$ 299,9 milhões em relação a junho de 2013), café verde (US$ 159,9 mi), soja em grãos (US$ 136,2 mi), carne bovina in natura (US$ 84,2 mi), carne suína in natura (US$ 68,9 mi), couros/peles bovinos preparados (US$ 28,0 mi), outros couros/peles bovinos curtidos (US$ 24,5 mi), celulose (US$ 22,1 mi), arroz (US$ 16,2 mi) e algodão não cardado nem penteado (US$ 15,3 mi). Estes 10 juntos foram responsáveis por um aumento de aproximadamente US$ 855,1 milhões nas exportações do agro de junho.

A variação dos preços médios (US$/tonelada) foram as seguintes: carne suína in natura (56,9%), outros couros/peles bovinos curtidos (35,1%), café verde (16,9%), farelo de soja (11,9%), couros/peles bovinos preparados (11,6), carne bovina in natura (8,5%), algodão não cardado nem penteado (6,0%), soja em grãos (-2,0%), arroz (-9,9%) e celulose (-13,4%). No cenário dos mercados de destino dos produtos do agro brasileiro, os 10 principais países que mais cresceram suas importações foram: Rússia (US$ 190,5 milhões a mais que em junho de 2013), Venezuela (US$ 179,3 mi), Países Baixos (US$ 178,4 mi), Estados Unidos (US$ 168,9 mi), França (US$ 106,8 mi), Emirados Árabes (US$ 70,8 mi), Espanha (US$ 65,0 mi), Alemanha (US$ 62,9 mi), Romênia (US$ 46,4 mi) e Irã (US$ 41,9 mi). Juntos, estes dez países que mais cresceram, foram responsáveis pelo aumento de US$ 1,11 bilhão. Estamos esperançosos, mesmo com uma anunciada super-safra nos EUA, aguardando aumento dos volumes exportados, bem como na recuperação da China nas importações brasileiras. Somado a isso, ainda temos grãos armazenados, a safra de cana de açúcar já começou e temos um dólar no patamar dos R$ 2,30. Cabe ainda nossas esperanças nos países em desenvolvimento que cada vez mais são importantes para as exportações do Brasil, quem sabe ainda dá para passar de US$ 100 bilhões em 2014. * Marcos Fava Neves é professor titular da FEA-RP/USP e **Rafael Bordonal Kalaki é mestre em administração e pesquisador da Markestrat REVISTA 100% CAIPIRA - 25 -


FLORICULTURA AQUECIMENTO GLOBAL

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Produção de plantas e flores ornamentais

pode ter custo reduzido Projeto isenta cultivares de domínio público da obrigatoriedade do registro O Projeto de Lei 4.937/2013, que permitirá redução na burocracia e nos custos para registro de cultivares de plantas e flores ornamentais, foi aprovado em caráter terminativo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A matéria segue direto para apreciação do Senado. Na prática, o projeto isenta as cultivares de domínio público da obrigatoriedade de inscrição no Registro Nacional de Cultivares (RNC). A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que defende agilidade na liberação nos registros agropecuários entende que, neste caso específico, o registro é uma exigência burocrática que “gera custos desnecessários e freia o desenvolvimento do setor”. O mercado de plantas e flores ornamentais movimentou, em 2013, R$ 5,2 bilhões, montante que tem crescido a cada ano. O fim da obrigatoriedade de inscrição no RNC, como previsto no Projeto de Lei 4937/2013, vale apenas para as variedades

de domínio público. Está mantida a exigência de inscrição para aquelas que se encontrem sob o regime de proteção do direito de uso instituído pela Lei de Proteção de Cultivares (Lei 9.456/1997). A lei preserva os direitos de quem detém patentes de cultivares melhoradas. A partir do Registro Nacional de Cultivares, fica autorizada a produção e comercialização de sementes e mudas no país. A inscrição depende, no entanto, do cálculo do Valor de Cultivo e Uso (VCU), que combina características agronômicas da cultivar com as suas propriedades de uso em atividades agrícolas, industriais, comerciais e do consumo in natura. Atualmente são exigidos ensaios para determinar o Valor de Cultivo e Uso para 29 espécies vegetais. Um dos impasses envolvendo o tema no caso das cultivares de plantas e flores é que o valor comercial de cada espécie é subjetivo, oscilando de acordo com as tendências de mercado.

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FLORICULTURA

Rosas colombianas fazem sucesso no Brasil No ano pasado, foram exportados para o País US$ 5 milhões, contra US$ 4,3 milhões de 2012. De janeiro a abril deste ano, o Brasil já comprou US$ 1.195.000 em flores do país vizinho As flores colombianas, principalmente as rosas, são um patrimônio econômico e um dos produtos mais exportados pelo país, inclusive para o Brasil. A Proexport Colômbia, organização governamental com o objetivo de promover o turismo, as exportações e os investimentos da Colômbia, destaca os números da exportação de flores para o País. Em 2013, foram exportados para o Brasil US$ 5 milhões contra US$ 4,3 milhões de 2012. De janeiro a abril deste ano, já foram exportados US 1.195.000. A Colômbia é o segundo exportador de flores do mundo, depois da Holanda, vendendo para o mundo US$ 1,3 bilhões de flores, com uma grande variedade, que inclui uma oferta de rosas, cravos, extremosas, crisântemos, dália, hortênsia, antúrios, helicônias, folhagens e outras. A historia das flores no país andino está diretamente ligada a sua história e tradição, virando negócio industrial e fonte de divisas nos anos 60, quando engenheiros agrônomos - 28 - REVISTA 100% CAIPIRA

colombianos descobriram que as condições de clima, solo e localização geográfica do país são quase que únicas no mundo. Os 2.600 metros de altitude sob o nível do mar da Savana de Bogotá, além de ficar na faixa tropical da terra, fornecem clima de temperaturas que dificilmente ultrapassam os 20 graus. O maior tempo de horas de luminosidade solar, por causa da proximidade com a Linha do Equador são condições que deixam as flores colombianas com um tamanho maior (de cabeça), acima dos cinco centímetros e talhos de até 80 centímetros de longitude. Além disso, a produção das flores ocorre em três zonas climáticas. Bogotá e suas periferias permitem o cultivo de rosas, cravo e extremosas. Antioquia, com sua temperatura média, permite o crescimento de gérberas e crisântemos. Já o Valle Del Cauca, de clima cálido, é ideal para cultivar flores exóticas e folhagem. Atualmente, a Colômbia é o maior fornecedor de flores dos mercados

estadunidense e canadense. Também ocupa posições de destaque nos países europeus. A qualidade de suas flores tem até conquistado os mercados mais exigentes como Japão e Emirados Árabes. Outra das vantagens é que a cor das flores colombianas é muito vívida, algo que todos os compradores buscam. Além disso, os produtores de flores da Colômbia trabalham em parceria com os produtores de material vegetal para ter variedades que se destaquem no âmbito comercial. “O mercado brasileiro é importante para os floricultores colombianos, porque é um mercado de contra estação. No verão boreal, a demanda de flores nos países localizados acima do Tropico de Câncer baixa por causa da temporada de férias e o fornecimento de produtores locais. No Brasil, pelo contrário, o inverno reduz a produção local e acontece o Dia dos Namorados, em junho, em que há uma importante demanda de flores”, explica Alejandro Peláez, diretor comercial do escritório da Proexport Colômbia no Brasil.


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FRUTICULTURA

Produção Integrada traz mais qualidade e segurança para frutas e verduras

Produtores também lucram mais na hora de comercializar a safra - 30 - REVISTA 100% CAIPIRA


Muitos produtores e consumidores ainda não sabem, mas o Sistema de Produção Integrada (PI-Brasil), desenvolvido pela Coordenação de Produção Integrada da Cadeia Agrícola do Departamento de Sistemas de Produção e Sustentabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (CPIA/DEPROS/SDC/Mapa) é um meio de produzir alimentos seguros para o consumo, com menor impacto ambiental, maior responsabilidade social e rastreabilidade garantida. Atualmente, no Brasil, já são 18 frutas que possuem normas de PI publicadas - abacaxi, banana, caqui, caju, coco, limão, laranja, tangerina, figo, goiaba, maçã, mamão, manga, maracujá, melão, morango, pêssego e uva que podem ser certificadas se o produtor seguir todas as etapas corretas do Sistema de Produção Integrada. A batata e o café também já podem ser certificados, após cursos de auditores e de responsáveis técnicos. A produção integrada agropecuária é um processo de certificação, no qual o produtor rural deve seguir um conjunto de regras técnicas específicas, que serão auditadas nas propriedades rurais por certificadoras reconhecidas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Hoje, existem quatro certificadoras aptas no país. Produtores de todos os portes

podem se capacitar para o processo de certificação. Eles precisam apenas seguir as normas estabelecidas para cada produto e arcar com alguns custos em relação à empresa certificadora. Os benefícios são maior renda para o produtor rural, já que com a PI, a produtividade pode aumentar significativamente, maior qualidade dos alimentos, redução dos impactos ambientais, pois é possível diminuir o uso de agrotóxicos e ainda preservar a saúde tanto dos agricultores, quanto do consumidor final. O selo “Brasil Agricultura de Qualidade” comprova que o produto tem origem conhecida pela rastreabilidade e que o alimento é seguro para o consumo. De acordo com a coordenadora de

Produção Integrada da Cadeia Agrícola do Ministério da Agricultura, Rosilene Ferreira Souto, o desafio agora é fazer com que produtores e consumidores entendam a importância do Sistema de Produção Integrada e da certificação. “O consumidor precisa conhecer o produto certificado identificado através do selo. Já o produtor, muitas vezes, adere à produção integrada, mas não certifica o produto justamente por conta dos custos e da falta de reconhecimento por parte do consumidor. Mas assim que o consumidor passar a cobrar o selo de qualidade e a reconhecer, de fato, que os produtos com selo, produzidos de forma integrada, são melhores, teremos certamente um aumento nas certificações”, explicou.

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SOJICULTURA

Amapá tem produção recorde de soja Estado registra aumento da área plantada, diz IBGE O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estima uma produção recorde de soja no Amapá em 2014. O último Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do IBGE, divulgado no final do mês de junho, prevê um aumento de 253,96% na produção do grão, o equivalente a 45,6 mil toneladas acima da safra passada, que foi de 12,9 mil toneladas. Dados do Instituto mostram que esse aumento se deu por causa do salto na área plantada. Enquanto em 2013, a soja foi colhida numa área de 4.528 hectares e teve rendimento médio 2.850 toneladas por hectare, resultando numa produção de 12.906 toneladas; em 2014, a projeção sobe para 15.825 hectares plantados, com previsão

de rendimento médio de 2.887 toneladas por hectare. Para escoar o produto, o Governo do Amapá incentiva a instalação de empresas que atuam no transporte de grãos concedendo isenção fiscal, investe na pavimentação de estradas no interior do estado, está construindo um silo de armazenamento de grãos com capacidade para 9 mil toneladas na BR-156, em Macapá, e trabalha em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Amapá (Embrapa/AP). Essa iniciativa consiste na preparação do Zoneamento Ecológico do Cerrado, que vai delimitar as áreas aptas para plantio. Além disso, o governo do Amapá está criando uma Zona

de Processamento de Exportação (ZPE), no município de Santana, onde vai estabelecer um espaço para a logística de escoamento dos principais produtos brasileiros de exportação: soja, grãos, petróleo e bens industrializados. O objetivo é consolidar o estado como rota portuária de conexão com os mercados internacionais, com exportações para os Estados Unidos, a Ásia e a Europa, por meio do Porto de Santana. Um protocolo de intenções foi assinado em maio deste ano entre o governo do Amapá e a Prefeitura de Santana, com o objetivo de estabelecer etapas jurídicas para aumentar a capacidade de infraestrutura portuária na Ilha de Santana para 721 hectares.

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CITRICULTURA

Governo destina R$ 50 mi para garantir preço da laranja Ações visam auxiliar produtores de laranja quando o valor do produto no mercado estiver abaixo do mínimo estabelecido para este ano

O governo federal disponibilizou R$ 50 milhões para a realização de leilões públicos de equalização dos preços da laranja. O valor foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) do dia 3 de julho, por meio da Portaria Interministerial nº 641, que define os critérios para subvenção nos arremates de laranja in natura durante a safra 2014/15. “Com a publicação dessa portaria, o governo poderá atuar para garantir o preço mínimo ao produtor de laranja, que atualmente é - 34 - REVISTA 100% CAIPIRA

ciar a colheita, está apto a aplicar os programas de apoio à comercialização do produto. Os leilões serão realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que utilizará como mecanismos de apoio à comercialização o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) e o Prêmio de Escoamento de Produto (Pep). A diferença entre as duas modalidades está em quem participa como arrematante dos prêmios. No Pep, os participantes são os beneficiadores, agroindústrias e comerciantes e, no Pepro, produtores e cooperativas. Na data da realização do leilão, o participante deverá estar adimplente junto ao Cadastro Informativo de Créditos Não Quitados do Setor Público Federal (Cadin) e de R$ 11,45 a caixa com 40,8 kg”, possuir cadastro em situação reguexplicou o ministro da Agricul- lar no Sistema de Cadastramento tura, Pecuária e Abastecimento, Unificado de Fornecedores (Sicaf). Neri Geller, que assina a Portaria O prazo de comprovação de juntamente com os titulares das venda da laranja pelo produtor pastas da Fazenda, Guido Mante- rural e pela cooperativa de produga, e do Planejamento, Orçamen- tores é de até 35 dias corridos da to e Gestão, Miriam Belchior. data da realização do arremates. De acordo com o secretário de O prazo limite para a comprovaPolítica Agrícola do Mapa (SPA/ ção da operação para fins de receMapa), Seneri Paludo, o Ministé- bimento do prêmio será de até 120 rio da Agricultura tem acompa- dias corridos, contados após a data nhado os preços de mercado da limite estabelecida para a venda da laranja e, no momento que vai ini- laranja em cada leilão.


CANAVIAIS

Ribeirão Preto perde espaço na área de cana cultivada em SP A crise do setor sucroalcooleiro tem interferido diretamente na evolução da área de cana-de-açúcar cultivada na macrorregião de Ribeirão Preto. É o que mostra o Boletim Setor Sucroalcooleiro do Ceper/Fundace. Baseado em dados da Única (União da Indústria de Canade-Açúcar), o estudo revela que

a situação é ainda mais crítica quando se analisa a microrregião de Ribeirão Preto, onde a taxa de crescimento se apresenta próxima de zero desde a safra 2010/2011. Tal fenômeno tem feito com que a região, que responde por quase um terço do total de lavouras de cana cultivas no Estado, venha perdendo espaço ao longo

das safras. No estado de São Paulo como um todo, a taxa de crescimento da área total cultivada também vem apresentando significativa redução desde a crise financeira internacional iniciada nos EUA e com efeitos mais relevantes sobre a economia brasileira a partir de 2009. REVISTA 100% CAIPIRA - 35 -


CULTURA CAIPIRA

AGCIP e Os Independentes organizam Queima do Alho na Secretaria da Cultura de SP Almoço fez parte das ações para o reconhecimento das tradições dos estradeiros como patrimônio imaterial A AGCIP (Associação de Gestão Cultural no Interior Paulista) e e a associação Os Independentes promoveram, em 11 de julho, uma Queima do Alho na Secretaria de Estado da Cultura. O almoço foi servido no estacionamento sub-solo do órgão com o objetivo de mostrar um pouco da história daqueles que ajudaram a desenvolver a sociedade, economia e cultura do país, e sensibilizar as autoridades presentes do processo aberto para registro e reconhecimento da Queima do Alho como Patrimônio Imaterial no CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico). Cerca de 300 convidados participaram do almoço que contou com a presença do secretário de estado da cultura Marcelo Mattos Araújo, do diretor do PROAC (Programa de Ação Cultural) Efrén Colombani entre outras autoridades. João Paulo Martins, coordenador da Queima do Alho da Festa do Peão, representou a Associação Os Independentes e o presidente Prof. Edemilson José do Vale participou em nome da AGCIP. Participaram também funcionários da Secretaria, gestores de cultura das cidades parceiras da AGCIP, membros - 36 - REVISTA 100% CAIPIRA

do Consórcio Intermunicipal Culturando e CONDEPHAAT, Superintendência do IPHAN em São Paulo. Além do almoço acompanharam a manifestação da Queima do Alho o violeiro Guilherme Tenório, grupo de Catireiros Novos Araçás e o berranteiro Dorival Gonçalves e comitivas de Queima do Alho da capital. Sobre a Queima do Alho - Era o alimento preparado para os peões que marchavam pelos “estradões” do Brasil com as boiadas. Com esse preparo, há outras manifestações culturais do povo caipira em consonância como o toque do berrante, catira e a moda de viola. Quando paravam para comer, ou queimar o alho, os peões praticavam os mais diversos fazeres culturais, tais como: moda de viola, contação de causos, jogo de baralho, dança do Catira, montarias em burros xucros (provavelmente a origem do nosso rodeio) e outras manifestações. A queima do alho está presente na cultura caipira desde as últimas décadas do século XIX (com o início do ciclo das boiadas) e vem se mantendo ao longo dos anos com força e respeito às tradições, isso graças à força que ela exerce sobre as populações caipiras.


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FESTA CAIPIRA

Os Capira di Ibiúna promovem sua 10ª Queima do Alho Comitiva reuniu amigos e convidados especiais em grande festa no Arena Estação 60

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COMÉRCIO EXTERIOR

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PRODUÇÃO AGRÍCOLA

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COZINHA DA ROÇA

Feijoada da roça Ingredientes:

Modo de Preparo:

Feijoada 500 g de feijão preto novo 200 g de carne seca 200 g de carne de porco (defumada) 200 g de paio 200 g de linguiça calabresa 200 g de costela de porco defumada 150 g de bacon 1 pé 1 orelha 1 rabo (todos salgados) 1 cebola média 1 dente de alho Cheiro verde (reserve um pouco para o molhinho) 1 laranja 2 folhas de louro Sal e pimenta do reino a gosto (se precisar) Arroz: 2 xícaras de arroz ½ dente de alho Azeite Sal

Feijoada Deixe as carnes salgadas de molho um dia antes, trocando a água algumas vezes. Deixe os feijões de molho por cerca de 12 horas. Pique as carnes em pedaços médios e as lingüiças em rodelas Cozinhe a carne seca em panela de pressão por 40 minutos e reserve. Cozinhe a carne de porco na panela de pressão por 20 minutos e reserve Cozinhe a costela defumada por 20 minutos e reserve. Cozinhe pé, orelha e rabo em outra panela por 30 minutos. Cozinhe o feijão na pressão por 30 minutos. Junte o feijão, as carnes (exceto pé, orelha e rabo) e acrescente ½ litro de água em um panelão. Junte um pouco do feijão cozido na panela com o pé, a orelha e o rabo e reserve. É interessante deixar separado porque tem muita gente que não gosta destas partes. Frite as lingüiças e o bacon para tirar a gordura e coloque no panelão. Pique o alho, a cebola, o cheiro verde e jogue no panelão com o louro e o suco de 1 laranja. Descasque as demais laranjas e corte em rodelas. Faça o molhinho. Faça o arroz. Enquanto o arroz cozinha faça a couve. Sirva a feijoada, as rodelas de laranja, os apêndices do porco, o molhinho, o arroz, a couve e farinha de mandioca.

Couve 1 maço de couve ½ cebola pequena picada 1 dente de alho picado 50 g de bacon Azeite Molhinho: 2 pimentas vermelhas 1 tomate Cheiro verde Outros: 3 laranjas Farinha de mandioca - 44 - REVISTA 100% CAIPIRA

Molhinho Misture um pouco do caldo do próprio feijão, 2 pimentas vermelhas bem picadinhas, 1 tomate picado (cozido e amassadinho) e cheiro verde Couve refogada Corte 1 maço de couve em tiras bem fininhas (não use o talo). Leve ao fogo o bacon, depois a cebola picadinha, e por último o alho, para não queimar. Junte a couve e adicione sal. Mexa até a couve mudar de cor e diminuir de volume.


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ESPAÇO GASTRONÔMICO

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