www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, março de 2015 - Ano 3 - Nº 21 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Aves de rapina em áreas urbanas REVISTA 100% CAIPIRA |
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Feiras e eventos: 20ª edição do Dia de Campo
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Agronegócio: Valor da produção agropecuária 2015 Meio ambiente: Extremos climáticos em São Paulo
Comércio exterior: EUA lidera ranking de exportações
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Artigo: Criação de tilápias
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Gestão rural: EMATER - MG apresenta resultados
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Balança comercial: Alta na safra 2014/15 Biologia: Aves de rapina em áreas urbanas
Meio ambiente: Borboleta e o meio ambiente Gastronomia: Bacalhau à Vasca REVISTA 100% CAIPIRA |
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FEIRAS E EVENTOS
Brasil, março de 2015 Ano 3 - Nº 21 Distribuição Gratuita
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20ª edição do Dia de Campo apresenta resgate histórico Em comemoração à sua 20ª edição, o Dia de Campo Copercampos este ano conta com um pavilhão comemorativo. Em sua 20ª edição, realizada nos dias 24, 25 e 26 de fevereiro de 2015, o Dia de Campo Copercampos comemora 45 anos de fundação com chave de ouro, o evento superou as expectativas dos organizadores e parceiros, segundo Laerte Izaias Thibes Junior Diretor Executivo da Copercampos “Tivemos um crescimento muito bom no número de visitantes. O pessoal veio conhecer e se mostrou bem receptivo às novas tecnologias apresentadas e os expositores que estiveram presentes nesta edição do evento fecharam bons negócios com os produtores “. Eram esperados nesta edição 12 mil visitantes com entrada gratuita, que puderam contar com boas exposições de tecnologias na área de cultivares e equipamentos, além de diversas palestras, sendo para a aplicação de agroquímicos, a silagem de milho de alta qualidade, as perspectivas do mercado de soja e milho para 2015 e para a análise de mercado e agronegócio. O Dia de Campo Copercampos organizado e conduzido pela cooperativa, contou com a parceria de empresas de sementes, fertilizantes, agroquímicos e expositores em geral. Maria Lucia Pauli (Coordenadora do Dia de Campo Copercampos ) afirma que “Mais de 140 empresas dos mais diversos seguimentos relacionados com o agronegócio es6 | REVISTA 100% CAIPIRA
tiveram presentes no evento. Na área de máquinas e implementos agrícolas, as opções foram muitas e todos os produtos apresentados contemplaram a tecnologia com eficiência no campo”. A Copercampos têm a parceria com as empresas de sementes, fertilizantes, agroquímicos e expositores em geral. Pesquisas são realizadas no Campo Demonstrativo para validação de novas tecnologias, desenvolvimento e melhoria da eficiência produtiva. Os resultados dos testes com sementes, produtos químicos e técnicas de produção, servem de referência para o planejamento das áreas de produção dos associados da Copercampos e agropecuaristas visitantes. “Temos que destacar também as vitrines das culturas de feijão, soja e milho que estavam com excelente qualidade atraíram a atenção do público”, ressalta Luiz Carlos Chiocca o Diretor Presidente da Copercampos. Durante o evento os produtores de bovinos e suínos da região também tiveram a oportunidade de buscar informação e evoluir em relação a criação de bovinos de leite e a cadeia produtiva da suinocultura. Com animais com alto padrão genético e com altos índices de produção (reprodutores), foram expostos aos visitantes e interessados em iniciar no processo de produção de suínos em suas regiões.
Diretor geral: Sérgio Strini Reis - sergio@ revista100porcentocaipira.com.br Editor-chefe: Paulo Fernando Costa paulofernando@ revista100porcentocaipira.com.br Diretor de criação e arte: Eduardo Reis Eduardo Reis eduardo@ revista100porcentocaipira.com.br (11) 9 9322-8555 Conselho editorial: Adriana Oliveira dos Reis, João Carlos dos Santos, Paulo César Rodrigues e Nilthon Fernandes Publicidade: Agência Banana Fotografias: Eduardo Reis, Sérgio Reis, Paulo Fernando, iStockphoto e Shutterstock Departamento comercial: Rua das Vertentes, 450 – Vila Constança – São Paulo - SP Tel.: (11) 2645-0046 Rede social: facebook.com/ revista100porcentocaipira A revista 100% Caipira é uma marca registrada com direitos exclusivos de quem a publica e seu registro encontra-se na revista do INPI Nº 2.212, de 28 de maio de 2013, inscrita com o processo nº 905744322 e pode ser consultado no site: http://formulario. inpi.gov.br/MarcaPatente/ jsp/servimg/validamagic. jsp?BasePesquisa=Marcas. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião desta revista, sendo eles, portanto, de inteira responsabilidade de quem os subscrevem.
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ARTIGO
Criação de tilápias
“O sistema de criação de peixes em tanques-rede ou gaiolas é consid 8 | REVISTA 100% CAIPIRA
* Por: Luciane Messias Sperandio
as em tanque-rede
derado com um sistema intensivo com renovação de água contínua” REVISTA 100% CAIPIRA |
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O
Brasil reúne condições extremamente favoráveis à aquicultura, apresentando grande potencial de mercado, clima favorável, boa disponibilidade de áreas, disponibilidade de grãos para a fabricação de rações animais e invejável potencial hídrico. São 5,3 milhões de hectares de água doce em reservatórios naturais e artificiais, 8.000 km de zona costeira, além de uma extensa rede hidrográfica, que podem ser potencialmente aproveitados na produção de organismos aquáticos. O cultivo de peixes em tanque-rede e gaiolas é a alternativa de investimento de menor custo e maior rapidez de implantação, que possibilitará um adequado aproveitamento destes recursos hídricos e a rápida expansão da piscicultura industrial no país. O sistema de criação de peixes em tanques-rede ou gaiolas é considerado com um sistema intensivo com renovação de água contínua, é uma das formas mais intensivas de criação atualmente praticadas e tem se tornado popular devido ao fácil manejo e rápido retorno do investimento; além de ser uma excelente alternativa para a produção de peixes em corpos d’água onde a prática da piscicultura convencional não é viável. A piscicultura em tanque-rede também possibilita o aproveitamento de ambientes aquáticos já existentes (oceanos, rios, grandes reservatórios, açudes entre outros). A denominação de tanques-rede é conferida às unidades de cultivo que utilizam, para contenção dos peixes, materiais que se comportem como uma rede na hora da despesca. Geralmente dão usadas redes de multifilamento revestidos ou não de PVC, com malhas de abertura diversas, com ou sem nós, ou outros materiais resistentes à corrosão, como telas de alumínio ou inox, ou mesmo de ferro galvanizado resvestido de PVC, trançadas no formato de alambrado, que podem apresentar comportamento retrátil como uma rede, dependendo do sentido de orientação em que foram arrumadas na confecção do tanque-rede. Já as gaiolas são fabricadas com material de contenção rígido, geralmente telas de aço inox ou ferro galvanizado, revestidos ou não de PVC. Telas plásticas também são usadas na contenção de peixes em gaiolas com armação de madeira,
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barras de ferro ou alumínio. O sistema de criação de peixes em tanque-rede e gaiolas apresenta as seguintes vantagens: utilização de massas de água inaproveitáveis para a piscicultura intensiva; produtividade elevada; controle eficiente da população e da sanidade; facilidade na despesca;
menor investimento inicial; tecnologia relativamente barata e simples sendo aplicável a pessoas com poucos recursos; aplicável à maioria dos ambientes aquáticos dispensando o alagamento de novas terras; facilidade de movimentação e recolocação dos peixes; otimização da utilização da ração melhorando a conversão alimentar; facilidade de observação dos peixes me-
volume e alta densidade). Quanto ao formato, podem ser quadrados, retangulares, cilíndricos, hexagonais, etc. Em geral, as formas quadradas e retangulares beneficiam a passagem da corrente d’água de forma homogênea pela superfície lateral do tanque. Nos tanques cilíndricos, há uma tendência de desvio de parte da água que incide sobre as laterais . Outro aspecto importante é a orientação dos mesmos em relação à direção da correnteza, dessa forma, devem ser dispostos no ambiente de maneira que a água de baixa qualidade que sai de um tanque-rede não entre em outro logo a seguir. Os materiais utilizados nas malhas e estruturas de sustentação e flutuação dos tanques-rede e gaiolas devem apresentar as seguintes características: boa resistência ao esforço mecânico e à corrosão; resistência mínima à passagem de água; material deve ser o mais leve possível e de baixo custo; material não abrasivo e que não cause injúrias aos peixes; fácil manuseio e reparos.
las podem variar desde 1 a 1000m³. Enlhorando o manejo; possibilidade de uso ótimo da água com tretanto, o cultivo em tanques de menor volume (1 a 4m³) é mais vantajoso do o máximo de economia; ponto de vista produtivo e econômico. O O papel fundamental dos tanques motivo é que sob uma mesma condição, -redes é confinar os peixes enquanto a renovação completa de água no intepermite a maior troca de água possível rior dos mesmos é maior, garantindo a com o ambiente à sua volta. Essas fun- manutenção da qualidade de água para ções são influenciadas principalmente os peixes que estão ali confinados. Gepelo volume do tanque-rede seu formato ralmente esse tanques são classificados e o material utilizado em sua construção. de acordo com sua capacidade voluméO tamanho dos tanques-rede e gaio- trica e produtiva com PVAD (pequeno
Quanto maior for a abertura das malhas, melhor o renovação de água no interior dos tanques-rede. O tamanho das malhas deve ser o maior possível, permitindo minimizar os problemas de colmatação (entupimento pela deposição de material orgânico e crescimento de algas e outros organismos sobre a malha). O uso de malhas menores que 13mm aumenta o problema com a colmatação, exigindo limpezas periódicas ou a substituição das malhas, aumentando consideravelmente o custo operacional, podendo inviabilizar a produção em grande escala. Além de necessitar de estruturas para flutuação, como por exemplo bombonas plásticas, os tanques-rede devem ser cobertos para que os peixes não pulem pra fora e, também , para que seja evitado o acesso de animais aquáticos e pássaros predadores. As tampas dos tanques-rede e gaiolas devem ser opacas para reduzir a entrada de luz solar direta (raios ultravioleta) sobre os peixes e também atenuar o estresse causado pela presença de pássaros e outros animais sobre a gaiola. REVISTA 100% CAIPIRA |11
Outra estrutura auxiliar do tanque -rede é o comedouro, que varia conforme o tipo da ração utilizada. Geralmente a ração extrusada é a mais utilizada e que dá melhores resultados. Este tipo de ração, além de apresentar maior digestibilidade e aproveitamento pelos peixes, facilita a observação do consumo, permitindo minimizar as perdas de ração e ajustar de forma mais precisa a taxa de alimentação. Devido ao seu menor custo, alguns empreendimentos em tanque-rede ainda utilizam rações que afundam. No entanto, estas rações possuem baixa estabili-
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dade na água e dificultam uma adequada observação do consumo e das sobras. Adicionalmente, apresentam digestibilidade inferior comparadas às rações extrusadas flutuantes. Estas características negativas reduzem o aproveitamento e aumentam as chances de desperdício das rações, prejudicando consideravelmente o crescimento e a conversão alimentar dos peixes. A ração utilizada no cultivo em tanques-rede deve ser nutricionalmente completa, suprindo todas as exigências em nutrientes dos peixes, pois eles estão submetidos a uma condição única de
adensamento, interação social intensa e não são capazes de buscar outras áreas de maior conforto em situações de inadequada qualidade da água. Os peixes confinados também apresentam acesso restrito ao alimento natural disponível no ambiente. A taxa de alimentação diária dos peixes (% do peso vivo) é definida em função da temperatura da água, da espécie e tamanho dos peixes e do tipo de ração utilizada. Também a frequência do arraçoamento varia em função do tamanho e estágio de desenvolvimento dos peixes, podendo variar de 1 a 12 vezes por dia.
Muitas espécies de peixes vêm sendo cultivadas comercialmente em tanque -rede, mas algumas respondem melhor à esse sistema de criação, como por exemplo a tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus , que introduzida no Brasil em 1971 em açudes do Nordeste difundiu-se para todo o país. Originária dos rios e lagos africanos, é a segunda espécie de peixe mais criada no mundo, isso porque apresenta características importantes para o cultivo, tais como: precocidade e facilidade de reprodução e obtenção de alevinos; possibilidade de manipulação hormonal do sexo para obtenção de populações masculinizadas; boa aceitação de diversos tipos de alimentos; conversão alimentar entre 1 a 1,8; bom crescimento em cultivo intensivo; rusticidade, suportando o manuseio intensivo e baixos índices de oxigênio dissolvido; resistência a doenças; carne branca de textura firme, sem espinhos, de sabor pouco acentuado e de boa aceitação. A tilápia do Nilo é uma espécie precoce que apresenta excelente desempenho em diferentes regimes de criação. Em sistemas extensivos, apenas com adubação dos viveiros, alcança produtividades de até 3.500 kg/ha/ano, em densidades entre 8.000 e 10.000 peixes/
ha. Em regimes semi-intensivo, com renovação de água (10 L/seg/ha) e rações de boa qualidade, a tilápia nilótica chega a produzir 15.000 kg de pescado/ha/ ano, em densidades de 20.000 a 30.000 peixes/ha. No cultivo de tilápias em gaiolas a produção por ciclo pode variar de 30 a 300 kg/m³ dependendo do tamanho da gaiola ou tanque-rede utilizado. Em gaiolas de pequeno volume podese produzir de 200 a 300 kg de tilápia / m³. Esses valores devem estar próximos à capacidade suporte em gaiolas de baixo volume. Para definir esse limites geralmente são utilizados os valores de capacidade de suporte e níveis de arraçoamento estabelecidos para cultivos em viveiros tradicionais. Para pequenos açudes e viveiros utilizados com gaiolas, a biomassa econômica deve ficar entre 2.500 a 3.500 kg/ha quando a renovação de água for limitada e o arraçoamento deve ser entre 30 e 40 kg/ha/dia. As densidades nas quais as diferentes espécies podem ser estocadas é um importante fator na determinação do custo de produção em relação ao capital investido e depende também das condições ambientais, fluxo de água e nível tecnológico empregado na criação. Portanto é necessário determinar a densidade de estocagem ideal para cada situação a fim de se obter os melhores resultados. Além desses aspectos abordados, é necessário que se faça o manejo sanitário preventivo, além de biometrias frequentes e manejo da qualidade da água
utilizada. O uso da técnica de criação de peixes em tanque-rede visa em aumento da produtividade por área de cultivo e consequentemente maior lucratividade. Esse sistema começa a ser explorado no país a nível comercial, porém não existem manejos definidos de criação e utilização de materiais adequados e testados pela falta de pesquisas e parâmetros zootécnicos. Tendo em vista esses fatores, a empresa Belgo Mineira Bekaert (BMBA), juntamente com a Embrapa Arroz e Feijão desenvolveram um projeto de validação técnica, com o objetivo de determinar parâmetros zootécnicos para a criação de peixes em tanque-rede (principalmente na região de Cerrado), utilização de pequenas e grande áreas alagadas na criação de peixes, desenvolvimento de um sistema de cultivo de peixe em tanque-rede, além da validação técnica das telas Fortinet da BMBA na confecção de tanques-rede. O experimento foi conduzido durante 6 meses, com o cultivo de tilápia (gênero Oreochromis) sob diferentes densidades de estocagem e que culminou com a realização de um dia de campo na Embrapa para a divulgação das tecnologias empregadas e a apresentação do novo produto da BMBA.
*Zootecnista Luciane Messias Sperandio (CRMV-GO 0358/Z), aluna de especialização em Piscicultura na UFG, estagiária da Embrapa Arroz e Feijão - GO REVISTA 100% CAIPIRA |13
ARTIGO
Terras brasileiras e gestão de estrangeiros, qual o tamanho da coisa? Terras brasileiras e gestão de estrangeiros, qual o tamanho da coisa? Por José Luiz Tejon Megido* Terras agricultáveis viraram ouro no mercado global do agronegócio. Seus preços subiram mais do que qualquer ativo nos últimos 10 anos. Entre 2009 e 2013, a evolução média do preço das terras no Brasil foi de 94%, e muito mais no Centro Oeste, com 131% nesse período de apenas quatro anos. E temos produtores estrangeiros e empresas investindo no Brasil. Para variar, a lentidão das governanças e decisões no Brasil faz parte da nossa cultura histórica. Uma lei de 2012, que oferece um projeto, ainda aguarda a criação de uma comissão especial para análise do texto. Coisas como a proibição
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de vendas de áreas superiores a 25% do território do município fazem parte do texto. Mas o tema segue, em parcerias e movimentações de grupos. Grandes empresas japonesas já têm no Brasil cerca de 1% do total das áreas agricultáveis do país. O Japão estuda ainda investimentos logísticos no país. Argentinos, escapando das Kirchinices, diversificando, formam outro grupo de estrangeiros no Brasil, e muitos deles em parceria com empreendedores brasileiros. Dentre as 20 maiores empresas do agro, 1/3 são controladas por estrangeiros, aproximadamente 1 milhão de hec-
tares. Aspectos tributários, jurídicos e de governança são desafios. Não vejo temor, nem fantasmas, na questão de companhias e produtores estrangeiros produzirem no Brasil. Estarão sujeitos as leis do país, e investindo aqui. Há muita ficção a respeito. Algo que será cada vez mais inexorável, a globalização do lado de dentro das porteiras das fazendas pelo mundo inteiro. *Conselheiro Fiscal do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS), Dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM, Comentarista da Rede Estadão
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AGRONEGÓCIO
Valor da Produção Agropecuária previsto para 2015 é de R$ 477,5 bilhões Na lavoura, o destaque é a mamona, com crescimento de 121,2%. Na pecuária, a carne bovina apresenta crescimento, com 10,4%
O Valor Bruto da Produção (VBP) de 2015, estimado com base nas informações de janeiro, deve atingir os R$ 477,5 bilhões, o que representa 1,1% acima do obtido em 2014, que foi de R$ 472,5 bilhões. De acordo com a Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (AGE/ Mapa), o total das lavouras representa R$ 292,9 bilhões e da pecuária, R$ 184,6 bilhões. Essas estimativas são preliminares, visto que ainda não há informações completas para alguns preços em 2015 e os dados de produção referem-se a janeiro. Da lavoura, os produtos que vêm apresentando melhor desempenho são: mamona, com aumento de 121,2%; pimenta do reino, 23,0%; amendoim, 16,5%; café, 7,3%; laranja, 4,5% e soja, 4,9%. Entre os produtos com queda no VBP, em relação ao ano passado, estão tomate, cacau, cebola, maçã, milho, algodão, uva e cana-de-açúcar. Destes produtos, a cana-de-açúcar, o milho, o algodão e o tomate têm peso expressivo na formação do VBP. “Como eles tiveram um comportamento negativo, o 16| REVISTA 100% CAIPIRA
VBP está sendo menor do que poderia ser”, disse o coordenador-geral de Planejamento Estratégico do Mapa, José Garcia Gasques. Na pecuária, o melhor desempenho tem sido obtido pela carne bovina, que tem previsão para crescer 10,4% no faturamento, em relação a 2014. Em segundo lugar está a carne suína, com 3,8%, seguida pela carne de frango, com 3,5% e ovos, com 3,3%. Apenas o leite apresenta resultado negativo, com queda de 1,2%. Resultado regional Os resultados por região mostram que o Sudeste continua na liderança do VBP; seguido pelo Sul e Centro -Oeste. Em quarto lugar está o Nordeste e, por último, o Norte. Segundo a AGE, ainda não há significativas alterações nos resultados em relação ao ano passado. “A maior alteração observada é no Espírito Santo, onde a seca nos meses de janeiro e fevereiro deve provocar forte queda na produção do café Canephora, com repercussão sobre o valor produzido”, comentou Gasques.
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MEIO AMBIENTE
Extremos climáticos devem ocorrer com m Por Elton Alisson Da Agência Fapesp A variação climática observada na Região Metropolitana de São Paulo nos últimos anos – caracterizada por chuvas intensas concentradas em poucos dias, espaçadas entre longos períodos secos e quentes – deve se tornar tendência ou até mesmo agravar nas próximas décadas. As conclusões são de um estudo realizado por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), em colaboração com colegas das Universidades de São Paulo (USP), Estadual de Campinas (Unicamp), Estadual Paulista (Unesp), de Taubaté (Unitau) e dos Institutos Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e de Aeronáutica e Espaço (IAE), entre outras instituições e universidades do Brasil e do exterior. Resultados do estudo foram descritos em artigos publicados na revista Climate Research e contribuíram para a elaboração do Atlas de Projeções de Temperatura e Precipitação para o Estado de São Paulo, uma publicação interna do Inpe lançada em 2014, também resultado de projeto. “Estamos observando na Região Metropolitana de São Paulo um aumento na frequência de chuvas intensas, deflagradoras de enchentes e deslizamentos de terra, distribuídas entre períodos secos que podem se estender por meses”, disse José Antônio Marengo Orsini, pesquisador do Inpe e atualmente no Cemaden. “Os modelos climáticos projetam que esses eventos climáticos extremos passarão a ser cada vez mais comuns em São Paulo e em outras cidades do mundo e podem até mesmo se intensificar, se forem mantidos o atual ritmo de urbanização e de emissão de gases de efeito estufa”, disse o pesquisador, que coordenou o estudo. Os pesquisadores analisaram a variabilidade do clima da região metro18| REVISTA 100% CAIPIRA
politana nos últimos 80 anos por meio de dados diários de chuva referentes ao período de 1933 a 2011 fornecidos pela estação meteorológica Água Funda, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP). Do período de 1973-1997, foram utilizados também dados de outras 94 estações meteorológicas espalhadas pela região. As observações indicaram um aumento significativo, desde 1961, no volume total de chuva durante a estação chuvosa, que pode estar associado à eleva-
ção na frequência de dias com chuva pesada e à diminuição de dias com precipitações leves na cidade. Enquanto os dias com chuva pesada – acima de 50 milímetros (mm) – foram quase nulos nos anos 1950, eles ocorreram entre duas e cinco vezes por ano entre 2000 e 2010 na cidade de São Paulo.
Ilha de calor De acordo com Marengo, as alterações no regime de chuvas em São Paulo podem ser decorrentes da variabilidade climática natural, mas podem também estar relacionadas ao crescimento da urbanização, em especial nos últimos 40 anos, que contribuiu para agravar os efeitos da “ilha de calor” na cidade. Com o aumento da urbanização, o solo da região – antes exposto e com vegetação remanescente da Mata Atlântica
– foi sendo cada vez mais coberto por materiais como asfalto e concreto, que absorvem muito calor e não retêm umidade.
Com isso, durante o dia o clima fica muito quente e, à noite, o calor acumulado é liberado para a atmosfera. A umidade relativa do ar da cidade é reduzida e a evaporação de água do solo para a formação de nuvens é acelerada, segundo explicou Marengo. “O aumento da taxa de evaporação faz com que mais água do solo seja extraída, deixando-o totalmente seco, como tem acontecido nas regiões dos reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo”, disse o pesquisador. “Isso pode contribuir para aumentar o deficit hídrico da cidade”, avaliou.
mais frequência e intensidade em São Paulo Projeções climáticas A fim de avaliar possíveis tendências e alterações no padrão de chuvas extremas até 2100, os pesquisadores fizeram projeções de mudanças climáticas de diferentes regiões do Estado de São Paulo, incluindo a região metropolitana, usando uma técnica chamada downscaling. A técnica combina o modelo climático regional EtaCPTEC, desenvolvido pelo Inpe, com os mo-
delos globais HadCM3 e HadGEM2, criados no Reino Unido e usados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), para fazer projeções de curto, médio e longo prazo, com uma resolução espacial de 40 quilômetros. “Ela permite fazer previsões climáticas mais detalhadas de regiões do Estado de São Paulo, como o Vale do Paraíba ou a Serra do Mar, que não aparecem em
um modelo climático global”, explicou Marengo. O modelo foi rodado pelos pesquisadores com base no cenário 21 SRES A1B de emissões de gases de efeito estufa até 2100, usado pelo IPCC. Nesse cenário climático, considerado intermediário, as emissões de gases-estufa poderão atingir 450 partes por milhão (ppm) e causar um aumento na temperatura global da ordem de 3 ºC até 2100. Os pesquisadores realizaram simulações para os períodos de 2010 a 2040, 2041 a 2070 e 2071 a 2100, tendo como base o período climatológico de 1961 a 1990, adotado como padrão para projeções climáticas pela Organização Mundial de Meteorologia. Os resultados das projeções indicaram que aumentará a frequência e a intensidade de chuvas extremas na região metropolitana de São Paulo e nas regiões norte, central e leste do estado nas próximas décadas. Por outro lado, as projeções também sugeriram um aumento significativo na frequência de veranicos nessas mesmas regiões, sugerindo que as chuvas extremas serão concentradas em alguns dias e ocorrerão entre períodos de seca mais longos, explicou Marengo. “As projeções mostram que haverá um aumento dos riscos de enchentes, inundações e de delizamentos de terra na região metropolitana de São Paulo e nas regiões norte, central e leste do estado”, disse o pesquisador. “As pessoas que moram nessas regi-
ões deverão experimentar um aumento maior de temperatura, assim como mudanças no regime de chuva e secas mais prolongandas”, afirmou.
Vulnerabilidade climática Segundo Marengo, uma das razões pelas quais essas regiões do estado poderão ser mais atingidas pelas variações climáticas é o fato de terem maior densidade populacional. Além delas, as regiões do Vale do Paraíba, da Serra do Mar, da Baixada Santista e de Campinas também deverão sentir mais os efeitos das variações climáticas, indicou Marengo. “Os impactos sociais e econômicos do aumento da temperatura, secas mais prolongadas e mudanças no regime de chuva nesses locais deverão ser maiores”, estimou. “No caso da região oeste de São Paulo, por exemplo, onde a densidade populacional é menor, os impactos serão relativamente menores, mas também ocorrerão.” A projeção de aumento da mancha na região metropolitana de São Paulo até 2030, justamente nas áreas mais vulneráveis às consequências das mudanças climáticas, deverão agravar ainda mais o risco de desastres naturais, avaliou o pesquisador. “Os deslocamentos populacionais causados pelas mudanças climáticas não serão só rurais, porque há mais pessoas vivendo nas cidades do que no campo hoje”, estimou Marengo. “Se fenômenos recentes, como a seca em São Paulo, mostram que não estamos preparados para enfrentar os problemas relacionados às mudanças climáticas, os resultados do estudo reforçam que esses problemas só tendem a piorar e que é preciso considerar possíveis estratégias de adaptação”, disse Marengo. REVISTA 100% CAIPIRA | 19
COMÉRCIO EXTERIOR
EUA liderou ranking de importações de produtos brasileiros em janeiro Os cinco primeiros países somaram US$ 1,68 bilhão e representam mais de 29,7% das importações Em janeiro de 2015, os cinco países que mais importaram produtos agropecuários brasileiros somaram US$ 1,67 bilhão. Segundo o Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio (Agrostat) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em primeiro lugar ficaram os Estados Unidos (US$ 478,5 milhões), seguido pela China (US$ 377,2 milhões) e Países Baixos (US$ 356,6 milhões). Em quarto colocado ficou a Indonésia (US$ 243,3 milhões) e, em quinto a Alemanha (US$ 219,9 milhões). No total, 182 países importaram produtos do Brasil em janeiro, num valor total de US$ 5,64 bilhões, e os cinco primeiros representam mais de 29,7% da participação. Estados Unidos Os produtos florestais foram destaque nas importações pelos Estados Unidos e atingiram a cifra de US$ 131,1 milhões. No setor, a madeira foi o produto mais importado, com o montante de US$ 69,1 milhões. Em seguida está o café, com a soma de US$ 102,2 milhões. Em terceiro ficou o complexo sucroalcooleiro, com importações que alcançaram US$ 74,2 milhões, sendo que o álcool foi responsável por US$ 59,9 milhões.
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Em terceiro lugar ficaram as carnes, com US$ 58,3 milhões. Nesse setor, a carne de frango foi a mais comprada, com a cifra Em relação à China, os produtos flo- de US$ 33,9 milhões. restais também foram os mais importa- Indonésia dos pelo país, com US$ 172,8 milhões. O Quanto à Indonésia, o açúcar foi o destaque do setor foi a celulose, que so- produto mais importado do Brasil, com mou US$ 161,3 milhões. Em segundo lu- US$ 79,3 milhões. Em seguida estão os gar está o açúcar, com US$ 66,9 milhões cereais, farinhas e preparações, com US$ importados. O couro, produtos de couro 67,5 milhões e farelo de soja, com US$ e peleteria ocuparam a terceira posição, 58,9 milhões. com o montante de US$ 52,7 milhões. Alemanha Países Baixos Em relação à Alemanha, o destaque foi o café, que somou US$ 119,4 milhões, O farelo de soja foi o produto mais seguido pelo farelo de soja, com importaimportado pelos Países Baixos em jações por esse país que atingiram o monneiro deste ano, com US$ 99,0 milhões. tante de US$ 24,9 milhões. Em terceiro Em seguida estão os produtos florestais, lugar ficaram as carnes, que somaram com a soma de US$ 93,7 milhões, sendo US$ 15,1 milhões, sendo que US$ 9,0 mique US$ 91,2 milhões foram de celulose. lhões foram de carne de frango. China
INOVAÇÃO PRAGA
Helicoverpa armigera continua no foco do Mapa
Lagarta que afeta culturas importantes para o Brasil está mais concentrada em seis estados Alagoas, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Maranhão e Mato Grosso são os estados que estão na condição de emergência fitossanitária para a Helicoverpa armigera. Eles fazem parte do plano de supressão da praga e são orientados a adotar uma série de medidas coordenadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), descritas na portaria 1.109, publicada em 2013 para auxiliar no combate à praga. Cinco destes estados tiveram a situação de emergência renovada recentemente com o objetivo de dar maior segurança ao agricultor. Uma das decisões traçadas no plano e que traz benefício ao produtor é a autorização emergencial temporária para importação de produtos agrotóxicos que tenham como ingrediente ativo a substância Benzoato de Emamectina para fins de contenção da Helicoverpa armigera. Ainda nesse sentido, no ano passado, a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) publicou o ato nº 60, que estabeleceu prioridades para os registros de agrotóxicos capazes de combater a praga. Outras medidas adotadas pelo Mapa envolvem a liberação inundativa de agentes de controle biológico; o uso de cultivares que restrinjam ou eliminem as populações da praga e o vazio sanitário para deixar a terra sem cultivo com períodos livres de hospedeiros.
Situacional da Emergência Fitossanitária, com o objetivo de identificar, propor e articular a implementação de ações emergenciais, ágeis e eficazes para contenção da praga, a fim de assegurar o completo restabelecimento da normalidade produtiva. Na página do Mapa na internet, há uma série de informações sobre o assunto que pode ser conferida clicando aqui. Na cartilha “Como combater a Helicoverpa armigera”, o ministério detalha orientações para o agricultor. No texto, aconselha-se, por exemplo, a adoção de manejo integrado de pragas emergencial: “Integração de diferentes tecnologias de controle, mediante identificação das pragas mais importantes, monitoramento, estudo de fatores climáticos, avaliação do desenvolvimento das plantas e danos observados”, diz o documento. Também recomenda-se efetuar a semeadura das culturas do milho, soja e algodão no menor espaço de tempo possível para obter uma janela de semeadura menor. Esse tipo de ação reduz o período de disponibilidade de alimento para a praga. A Helicoverpa armigera, identificada em 2012 no Brasil, é uma praga polífaga que causa danos a diferentes culturas de importância econômica, como o algodão, sorgo, milho, tomate, soja e as frutíferas e foi identificada em 2012 no Brasil. Na safra 2012/2013 de grãos e fibras Ação – Dentre as medidas que o ministério cultivados no oeste da Bahia, as perdas adotou para o controle da lagarta foi a econômicas, derivadas da ação da praga, instituição do Grupo de Gerenciamento foram estimadas em R$ 2 bilhões.
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GESTÃO RURAL
EMATER–MG APRESENTA IMPORTANTES RESULTADOS EM PROL DA SOCIEDADE MINEIRA Empresa está presente em 93% dos municípios e atende a 400 mil famílias rurais. Promove desenvolvimento rural sustentável e qualidade de vida no campo A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater–MG) possui 66 anos de existência e se consolida como referência em todo o país na sua área de atuação. Ela foi a primeira empresa do setor no Brasil e hoje está presente em 789 municípios, o que corresponde a 93% de todo Estado. Atende 400 mil famílias por ano, atingindo 78% dos agricultores familiares mineiros. O serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural contribui para o crescente resultado positivo no PIB do agronegócio de Minas Gerais, que no último ano atingiu R$ 150 bilhões, valor que representa 14% do PIB do agronegócio Nacional. Quando se compara com o PIB total do Estado, a participação do agronegócio é de 35%. Segundo o Censo Agropecuário 2006 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em média os agricultores familiares atendidos pelo serviço têm renda quatro vezes maior que os demais. Isso significa ganho de produtividade e melhoria de vida da população. Além dos serviços de assistência técnica, a Emater–MG desenvolve programas, políticas públicas e projetos que geram resultados ambientais, sociais e econômicos. O programa Minas Rural, do Governo de Minas e gerenciado pela Emater– MG, por exemplo, beneficiou nos últimos dois anos, 250 mil agricultores com projetos de horticultura, avicultura, apicultura, abastecimento de água e outros. O programa incentiva a produção de alimentos, agregação de valor e geração de renda, visando à melhoria das condições de segurança alimentar e nutricional. A instituição é responsável pela mobiliza22| REVISTA 100% CAIPIRA
ção dos agricultores, assistência técnica, compra e distribuição dos insumos. Na cafeicultura, a Empresa desenvolve o programa Certifica Minas Café, em conjunto com a Secretaria de Estado de Agricultura e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). A Empresa orienta os produtores para a adequação das propriedades às boas práticas agrícolas em todos os estágios da produção, atendendo também normas ambientais e trabalhistas reconhecidas internacionalmente. No final do processo, a propriedade passa por uma auditoria independente e recebe um certificado. Atualmente, Minas conta com 1633 propriedades certificadas em 214 municípios. O Estado é o maior produtor nacional de café e responde por cerca de 50% da safra brasileira. De acordo com o presidente da Emater–MG, José Ricardo Roseno, para atingir resultados positivos foi preciso investir na melhoria da infraestrutura. “Cerca de 500 veículos foram entregues, pela primeira vez adquiridos com ar condicionado para proporcionar melhores condições de trabalho. Quase dois mil computadores, diversos equipamentos e mobiliário chegaram às nossas Unidades para melhorar a qualidade do atendimento prestado ao produtor rural e agricultor familiar. Temos a certeza de haver dado significativa contribuição rumo às condições ideais de trabalho. Muito há que ser feito e vamos continuar em busca de melhorar cada vez mais”, destaca. Outro fator importante foi o empenho realizado para a valorização de pessoas, através de aprovação de Concurso Público, Programa de Demissão Voluntária (PDV) e qualificação profissional.
“Conseguimos realizar o PDV, com 84 profissionais já desligados e outros 145
com previsão de afastamento em 2015. Também conquistamos, no último ano, a aprovação pelo Governo de Minas para realização do Concurso Público. Hoje sofremos com déficit no quadro de profissionais, o que impossibilita a presença em todos os municípios mineiros e a ampliação do serviço. Com reposição de pessoal vamos superar, em caráter definitivo, este problema. E para
qualificar, ainda mais, o atendimento aos produtores, a Emater–MG também irá proporcionar a capacitação de 400 técnicos com o curso de pós-graduação através da Universidade Federal de Lavras (UFLA)”, ressalta Roseno. Minas também é o principal produtor brasileiro de leite. Nesta área, a Emater–MG desenvolve o Minas Leite. O programa investe na qualificação gerencial e técnica das propriedades, gerando ganhos econômicos, sociais e ambientais. São priorizadas propriedades com produção de até 200 litros de leite/dia. Atualmente, o programa conta com 1160 propriedades cadastradas, distribuídas em 386 municípios. Cada pro-
Governo Federal que estabelece que 30% dos recursos para a merenda escolar sejam destinados à compra de gêneros alimentícios produzidos por agricultores familiares. Já no PAA, os produtos da agricultura familiar são adquiridos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e distribuídos para creches, asilos, escolas públicas e instituições assistenciais. Outro importante programa que tem participação da Emater–MG é o Brasil Sem Miséria, dos ministérios de Desenvolvimento Agrário (MDA) e de Desenvolvimento Social (MDS). A Empresa faz o diagnóstico e o planejamento de projetos produtivos das famílias que podem ser beneficiadas, além de orientar a execução dos mesmos. Cerca de 9,2 mil famílias, com renda de até R$ 77 mensais por pessoa, já foram assistidas pela Emater–MG. O MDA repassa os recursos a fundo perdido para a elaboração de projetos produtivos que gerem renda para as famílias. Destaca-se, também, a efetiva atuação da Empresa no Minha Casa, Minha Vida Rural com orientação e identificação de famílias para acesso ao Programa. Projeto Jaíba e Preservação do Rio São Francisco O Perímetro de Irrigação do Projeto Jaíba, no Norte de Minas, está localizado entre o rio São Francisco, onde ocorreu o desvio para abastecer os canais, e o rio Verde Grande. A região se destaca como importante polo produtor de fruticul-
tura, principalmente de banana, limão e manga. A área do projeto tem aproximadamente 1.830 pequenos produtores, que recebem assistência técnica da instituição, além de 90 médios produtores e 55 empresários. A atual área irrigada do projeto, incluindo as etapas I e II, é de aproximadamente 20 mil hectares. Uma das principais ações da Emater–MG na área ambiental é a de preservação da sub-bacia hidrográfica do Rio São Francisco, desenvolvida em parceria com a Ruralminas e Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Foram beneficiados 56 municípios, com a construção de barraginhas - para captação da água da chuva - terraços e proteção de nascentes. O investimento da Emater– MG no trabalho foi de aproximadamente R$ 1,5 milhão. Centros de Comercialização O trabalho desenvolvido pela Emater–MG também proporcionou a inauguração dos Centros de Qualidade do Queijo Minas Artesanal de Medeiros e do Rio Paranaíba, do Centro Vocacional Tecnológico da Agricultura Familiar de Ponto dos Volantes e do Centro de Comercialização da Agricultura Familiar de São Francisco. São espaços estruturados graças a diversas parcerias desenvolvidas pela Empresa e que possibilitam a capacitação e a venda dos produtos regionais pelos agricultores familiares.
Emater–MG em números
priedade atendida pelo Minas Leite serve de modelo para outras dez propriedades vizinhas, o que garante um efeito multiplicador das ações do programa. Nos últimos dois anos, a Emater–MG orientou 17 mil agricultores para fornecimento de produtos ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O PNAE é um programa do
- Municípios atendidos: 789 (93% do Estado) - Agricultores atendidos: 400 mil famílias - Programa Minas Sem Fome: 250 mil agricultores - Programa Certifica Minas Café: 1633 propriedades em 214 municípios - Programa Minas Leite: 1160 propriedades em 386 municípios - PNAE e PAA: 17 mil agricultores - Brasil Sem Miséria: 9,2 mil famílias até novembro - Projeto Jaíba: 1.830 produtores atendidos - Preservação da sub-bacia do São Francisco: 56 municípios - Pós-graduação a distância: 400 técnicos na área ambiental - Veículos adquiridos: cerca de 500 unidades - Notebooks adquiridos: 640 unidades e outras 500 em processo de aquisição. - Desktop adquiridos: 199 unidades e outras 429 em processo de aquisição. REVISTA REVISTA100% 100%CAIPIRA CAIPIRA || 23
BALANÇA COMERCIAL
Safra 2014/2015 deve ultrapassar 200 milhões de toneladas “Segundo dados da Conab, a soja continua como destaque entre as culturas”
O Diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, João Marcelo Intini, anunciou na quinta-feira (12), no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o 5º levantamento da safra 2014/2015. A produção deverá ter um aumento de cerca 6,5 milhões de toneladas em relação ao período anterior. Intini fez questão de reforçar que o cenário da agricultura brasileira é de tranquilidade. “Estamos fazendo um acompanhamento permanente das questões climáticas e podemos assegurar que a produção agrícola segue dentro de um padrão de normalidade”, tranquilizou. O diretor mencionou o lançamento do hot site “Água na Agricultura”, feito pela ministra Kátia Abreu na quarta-feira (11), que garante maior transparência nas informações sobre o tema. Segundo dados da Conab, a soja continua como destaque entre as culturas. Apesar de problemas climáticos que reduziram a expectativa de produtividade no Sudeste, em parte do Centro-Oeste e no MATOPIBA, a produção ainda deve ser superior à safra passada. Está previsto incremento na ordem de 9,8%, o que 24 | REVISTA 100% CAIPIRA
equivale a um acréscimo de 8,4 milhões de toneladas, chegando a uma produção de 94,58 milhões de toneladas. O total de área destinada ao plantio de grãos também deve apresentar variação positiva, passando de 57,03 milhões na safra passada para 57,39 milhões de hectares. A diferença representa uma alta de 0,6%, o que equivale a um acréscimo de aproximadamente 359,9 mil hectares. Dentre os principais produtos, também se destaca a soja, com um crescimento de 4,4%, passando de 30,17 para 31,51 milhões de hectares. O algodão deve ter redução de área nesta safra, sendo 11,2% inferior à safra 2013/14, principalmente em razão da redução de consumo, preços praticados e excesso de estoque no mercado interno e externo. A segunda safra está sendo plantada e a expectativa é de que a área total no Brasil seja de 995,8 mil hectares. Este levantamento também apresenta a primeira estimativa para as culturas de segunda safra plantadas na Região Centro-Sul. A expectativa é uma redução de 2,5% na área de milho, passando de 9,21 para 8,98 milhões de hectares.
A pesquisa foi realizada entre os dias 18 e 24 de janeiro. Durante o estudo, foram levantadas informações de área plantada, produção estimada, produtividade média estimada, evolução do desenvolvimento das culturas, pacote tecnológico utilizado pelos produtores, evolução da colheita, entre outras variáveis.
Paralisação de caminhoneiros causa morte de 1,5 milhão de pintinhos no PR Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO
Na região de Toledo, 900 mil pintinhos precisaram ser descartados, e outros 750 mil na região Sudoeste A paralisação de caminhoneiros no Paraná, responsável pelo bloqueio de 40 pontos no interior segundo dados das polícias rodoviárias do Estado e Federal, tem provocado não apenas um desabastecimento, mas também a perda de mercadorias. Segundo dados de entidades ligadas à agricultura, a cadeia produtiva do leite e granjeiros já registra um prejuízo de R$ 10 milhões/dia e na região de Toledo, 900 mil pintinhos precisaram ser descartados, além de outros 750 mil na região Sudoeste, por causa das paralisações no transporte das aves e de rações. Se a greve continuar as chocadeiras precisarão ser desligadas. A entrega do leite - que tem sido descartado em diversos pontos de bloqueios, para famílias carentes, na região Norte e na região Centro-Oeste também foi afetada. Dados do governo estadual apontam que nas Ceasas de Foz do Iguaçu e Cascavel a comercialização caiu nesta semana e houve falta de alguns produ-
tos. “Temos recebido cargas isoladas de alguns itens, principalmente os produzidos no Estado, mas não recebemos, por exemplo, cargas de tomate e batata”, disse Valdinei Loesi dos Santos, gerente da Ceasa de Foz do Iguaçu. O mesmo ocorre na Ceasa de Cascavel, que não recebeu os mesmos produtos. “Os pequenos comércios varejistas acabam sendo os mais afetados com essa diminuição da oferta no atacado”, explica Neide Cordeiro, gerente da unidade em Cascavel. O Porto de Paranaguá tem sido um dos reflexos da paralisação, quando no início da semana, de um total de 900 caminhões que deveriam chegar até o local para descarregar, apenas 45 chegaram e a previsão para os próximos dias seria de 1.600 caminhões, o que não deve ocorrer. Segundo a Associação Paranaense de Supermercados (Apras) há estoque nos mercados para mais cinco dias e o risco de desabastecimento é iminente, sendo
que em Maringá e em Pato Branco ele tem sido maior. Quanto ao combustível, o tráfego na Repar, em Araucária, tem mantido o abastecimento de gasolina e álcool na região da capital e metropolitana. Governo e caminhoneiros chegaram a um acordo, assinado na madrugada desta quinta-feira, (26/2), por grevistas e ministros do governo Dilma Rousseff, para acabar com os bloqueios nas estradas. A proposta foi fechada depois de três rodadas de negociação. Entretanto, o Comando Nacional do Transporte, entidade que diz também representar os caminhoneiros, postou um vídeo no Facebook em que diz não ter havido acordo. Segundo boletim da Polícia Rodoviária Federal (PRF), divulgado no início da manhã desta quinta, 81 rodovias ainda estavam interditadas em seis Estados. REVISTA 100% CAIPIRA |25
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BIOLOGIA
Aves de rapina em áreas urbanas “ a perda dos habitat naturais também colaborou com a presença de algumas espécies nos centros urbanos”
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Por: *Willian Menq
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oje em dia não é muito difícil ver um falcão voando entre os prédios da cidade ou um gavião perseguindo pássaros nos quintais de casas. As aves de rapina já ocorrem em praticamente todos os centros urbanos e alguns dos fatores responsáveis por isso é o aumento da disponibilidade de presas (roedores, aves e insetos), locais para ninhos (cavidades artificiais, forro de casas) e baixo número de predadores e/ou competidores. Além disso, a perda dos habitat naturais também colaborou com a presença de algumas espécies nos centros urbanos. Pelo menos 17 rapinantes são comuns para a maioria das cidades brasileiras, e eles ocupam de várias formas os centros urbanos. Alguns vivem e nidificam em ambientes artificiais; existem aqueles que vivem nas cidades, mas dependem de árvores das praças, ruas e canteiros para nidificar; outros são florestais e ficam restritos aos pequenos fragmentos e parques; e também há aqueles que vivem na periferia das cidades, terrenos baldios e áreas abertas, ocasionalmente aparecendo nas áreas mais urbanizadas. Rapinantes urbanos O caracará Caracara plancus é um dos rapinantes urbanos mais comuns. Sua aparência lembra a de uma águia, sendo até confundido como tal, mas é aparentado aos falcões. É oportunista, costuma alimentar-se de restos de comida nos lixo das casas, animais atropelados, invertebrados em terrenos baldios, ou de forma mais rara caça filhotes de aves nos ninhos e roedores. Pode nidificar no alto de prédios, sacadas e ninhos abandonados por outras aves. É comum vê-lo junto a urubus, e tem uma boa relação com eles, podendo até trocar “carícias” quando pousados, retirando carrapatos um do outro,
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comportamento chamado de “Allopreening”. Outro falcão muito comum nas cidades e totalmente urbano é o quiriquiri Falco sparverius. Pequeno, com 23 a 27 cm de comprimento, caça principalmente insetos e roedores. Devido ao pequeno tamanho, é pouco notado pelas pessoas, mas é facilmente encontrado pousado em postes, fios de eletricidade e antenas, estruturas que usa para localizar e capturar sobre suas presas. Costuma utilizar forro de casas, torres e cavidades artificiais para nidificar. É um falcãozinho bastante valente, quando percebe a presença de um rapinante maior em seu território, imediatamente voa em direção ao intruso realizando voos rasantes contra o mesmo, às vezes até o atingindo. Bastante parecido com o quiriquiri, tanto no uso de habitat quanto na aparência, é o falcão-decoleira Falco femoralis. Nas cidades com razoável presença de edifícios e antenas de telefonia pode ser encontrado o falcão-peregrino Falco peregrinus. Migratório do hemisfério norte, é, sem dúvidas, o mais impressionante e eficaz predador de aves do ambiente urbano. Costuma fazer perseguições incríveis contra suas presas, em geral pombos, por vezes realizando “picados” no céu a mais de 300 km/h. Se reproduz no Hemisfério Norte, aparece no Brasil entre os meses de outubro e abril. Gosta de passar o dia descansando no alto de edifícios, torres de telefonia e plataformas altas de prédios, saindo para caçar nas áreas mais abertas da cidade (campos, parques com lagos, terrenos baldios, orla de praias) ou no alto dos edifícios, normalmente primeiras horas da manhã ou no final de tarde. Além das aves, o falcão-peregrino persegue morcegos em voo, as espécies prediletas são os morcegos-cauda-de-rato (Molossus spp), que são abundantes e no crepúsculo costumam voar de forma retilínea, se tornando excelentes presas para o falcão.
Dos gaviões, o gavião-carijó Rupornis magnirostris é um dos mais comuns. De porte médio, é um predador oportunista, caça roedores, aves e insetos. Gosta de ficar pousado no alto de antenas, árvores, fios e postes de iluminação para espreitar suas presas. Por ser extremamente territorial, na época reprodutiva é conhecido por dar voos rasantes sobre a cabeça de pessoas que aproximam de seu ninho, geralmente construído no alto de árvores. Infelizmente, devido ao comportamento de “mãe protetora”, o gavião-carijó é considerado uma ameaça, sendo perseguido e caçado indiscriminadamente. Nas áreas mais arborizadas das cidades pode ser encontrado o gavião-decauda-curta Buteo brachyurus, gavião de porte médio especializado na captura de aves. É bastante ágil e veloz para seu gênero, em suas caçadas costuma realizar rápidas perseguições sobre a copa das árvores ou abaixo delas. Normalmente se reproduz em árvores no interior de parques ou outras áreas verdes mais preservadas. Também gosta de planar sobre a cidade nas horas mais quentes da manhã, às vezes, junto aos urubus. Outro gavião urbano bastante discreto é o gavião-miúdo Accipiter striatus. É um predador nato, ágil e esperto, sendo o terror dos passarinhos, realiza curtas e incríveis perseguições entre as árvores de parques e praças, e mesmo pequeno não hesita em atacar aves maior que seu próprio tamanho. Pode ser encontrado nos parques, bosques e nas zonas mais arborizadas das cidades. No inicio da primavera, em muitas cidades do sul e sudeste do Brasil aparece o gavião-sauveiro Ictinia plumbea. Assim como o gavião-de-cauda-curta, o sovi só aparece nas cidades com razoável presença de bosques e áreas arborizadas. É insetívoro, voa em grupo de dezenas de indivíduos, sobrevoa os parques e praças a procura de libélulas e outros insetos voadores. Da mesma forma que o sovi,
o gavião-bombachinha-pequeno Harpagus diodon e o gavião-tesoura Elanoides forficatus, também podem aparecer nos bosques urbanos. Já o gavião-de-cauda-branca Geranoaetus albicaudatus e o gavião-caboclo Heterospizias meridionalis preferem as áreas mais abertas para caçar, como os terrenos baldios, campos e áreas antropizadas na periferia das cidades. O gavião-peneira Elanus leucurus também gosta de campos e terrenos baldios para caçar. Sua técnica de caça chama bastante a atenção, costuma “peneirar” no ar, ou seja, pairar no ar a baixa altura para localizar ratos e camundongos no solo. Assim, pode ser encontrado nos bairros menos urbanizados, campos e periferias da cidade. Gosta de sair para caçar no inicio da manhã e no final da tarde, próximo do anoitecer. Em cidades com presença de grandes lagos, rios ou estuários, pode ser encontrada a águia-pescadora Pandion haliaetus. Migratória, aparece no Brasil entre outubro a abril, e alguns indivíduos jovens ou não-reprodutivos podem permanecer o ano todo. Como é pescadora, habita grandes rios, lagos, lagoas, zonas costeiras, estuários e represas. Pode ser encontrada em diversas cidades. Das corujas urbanas, a suindara Tyto furcata é a mais comum. Geralmente passa o dia dormindo em torres de igreja, galpões, barracões e sótão de casas. Assim que anoitece, sai de seu dormitório para suas áreas de caça favoritas, como terrenos baldios com árvores esparsas, quintais de casas, campos de futebol, escolas, cemitérios além de parques e praças da cidade. Fica de um poleiro até localizar sua presa e então atirar-se sobre ela. É conhecida por ser uma grande exterminadora de roedores. Estima-se que durante o período de um ano um casal consome entre 1.720 e 3.700 ratos. Outra coruja comum nas cidades mais arborizadas é a corujinha-do-mato Megascops choliba. É uma coruja peque-
na, do tamanho de um sabiá, encontrada nos parques urbanos, bosques e até mesmo nos quintais de casas, desde que haja algumas árvores. Noturna, costuma se aproveitar da iluminação pública para encontrar e capturar insetos que são atraídos pela luz. No período reprodutivo vocaliza bastante, seu canto lembra um sapo-cururu. Durante o dia fica escondida em meio à folhagem densa das árvores ou em cavidades e buraco de árvores, local que também usa para nidificar. De todas as corujas, a mais popular e visualizada é, sem dúvidas, a coruja-buraqueira Athene cunicularia. É insetívora, habita terrenos baldios, gramados, beira de estradas e campos onde costuma ficar pousada no solo ou em poleiros a baixa altura (postes, mourões de cerca, muros), usa buracos no solo para nidificar e se abrigar. É ativa tanto durante o dia quanto a noite, por isso é facilmente visualizada pelas pessoas. Reação de outras aves as aves de rapina Gaviões e corujas, por serem predadores, são temidos por outras aves. Por isso, é muito comum observar bem-te-vis, beija-flores, sanhaços e outros pequenos pássaros “atacando” com voos rasantes as aves de rapina. Essa postura agressiva das aves contra um potencial predador é chamada de “mobbing”. Os pássaros reagindo desta forma conseguem alguns benefícios, como alertar a presença do gavião para outros indivíduos e claro, afastar o predador da área. Alguns estudos apontam que esses pássaros conseguem identificar o tipo de predador, desta forma, rapinantes mais ornitófagos (que comem aves) causam um alvoroço maior do que aquelas espécies que se alimentam de outras presas. Tabela 1. Lista das espécies mais comuns nos centros urbanos. Predadores naturais e ameaças No geral, os rapinantes não possuem
muitos predadores nas cidades. Espécies menores como a coruja-buraqueira, falcão-quiriquiri e corujinha-do-mato certamente estão sujeitas a predação de rapinantes maiores como, por exemplo, o falcão-peregrino e alguns gaviões. Filhotes de gaviões e corujas podem ser predados por gatos, cachorros e por outras aves de rapina. O que mais ocorre são interações agonísticas entre as espécies, quase sempre ocasionadas por defesa territorial. Essas interações geralmente são iniciadas pela espécie mais fraca, que ao observar outro predador em sua área inicia voos rasantes até acuá-lo da área. No entanto, os maiores problemas são outros, colisões contra vidraças, eletrocussões em fios de eletricidade, linhas de pipa com cerol e atropelamentos são os principais desafios enfrentados pelos rapinantes urbanos. Há também perseguições e abates indiscriminados contra alguns gaviões e corujas, que muitas vezes são acusados de predarem aves em gaiolas ou devido ao preconceito e crendices populares. As aves de rapina exercem um papel fundamental nas cidades, controlando a população de roedores, insetos, aranhas, escorpiões e serpentes. Colaboram também no controle de infestações de pombos e pardais. Apesar de algumas espécies se adaptarem bem ao ambiente urbano, muitas outras estritamente florestais não têm a mesma sorte, e com o avanço da agropecuária e da urbanização acabam sendo extintas junto às florestas. Um desenvolvimento que siga modelos sustentáveis aliados à educação ambiental é fundamental para garantir a existência das aves de rapina nas cidades e claro, nas florestas.
*Willian Menq – Porto Alegre / RS Ornitólogo/Analista Ambiental na Biota Soluções Ambientais / mestre em zoologia REVISTA 100% CAIPIRA |31
MEIO AMBIENTE
Borboleta e o meio ambiente “As borboletas desempenham um papel importante nos ecossistemas terrestres”
No Brasil há mais de 3,5 mil espécies de borboletas. Além de belas, as borboletas são bioindicadoras naturais de qualidade ambiental, pois são muito sensíveis a pequenas mudanças no ecossistema. Por esse motivo, são usadas como instrumento de monitoramento ambiental. Conhecida também como “Panapaná” e “panapanã” que vêm do tupi panapa’ná, as borboletas apresentam fases da vida bem características: ovo, larva (lagarta), pupa (crisálida), imago (borboleta jovem) e adulto (borboleta propriamente dita). Os lepidópteros são insetos holometabólicos, ou seja, sofrem metamorfose completa. Os estágios de crescimento de uma borboleta fornecem fontes de alimento para outros animais. Existem formigas que consomem ovos de borboletas. Quando lagarta, a borboleta se alimenta predominantemente de vegetais, e de forma voraz, já que assim armazenará substâncias nutritivas para quando permanecer em forma de crisálida, nesta fase são consideradas pragas, pois enquanto larvas podem danificar culturas, porém servem de alimentos para os insetos e muitos tipos de aves. Quando crisálida, ela permanece dependurada, de cabeça para baixo, e tempos depois se transforma num inseto adulto, exuberante, nesta fase fornecem uma refeição ocasional para os escorpiões e formigas. Nessa última etapa, se alimenta basicamente de néctar, utili-
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zando-se de seu aparelho bucal sugador, chamado probóscide, ou espiritromba. As borboletas adultas fornecem refeições para os morcegos, lagartos, aves (incluindo as belas aves canoras), aranhas, vespas e grandes sapos. Alguns parasitas vivem dentro do corpo da lagarta e se alimentam dela. Esta escotilha de ovos postos por alguns tipos de moscas e vespas. Em razão de tais peculiaridades, suas interações nas teias alimentares, e também por serem muito sensíveis a alterações ambientais, as borboletas são animais de grande interesse científico. As borboletas desempenham um papel importante nos ecossistemas terrestres, não só por serem elementos vitais na cadeia trófica, mas também por darem um inestimável contributo para a polinização das plantas. De hábito diurno, o seu papel na polinização é essencial para a sobrevivência das flores e plantas e, por extensão, os seres humanos. Quando uma borboleta adulta pousa em uma flor para sugar algum néctar delicioso através de sua tromba (suas longas línguas que é um tubo enrolado em espiral que funciona semelhante ao brinquedo língua-de-sogra), ela acidentalmente recolhe o pólen em seu corpo, uma vez que entra em atrito com a antera. A borboleta esfrega um pouco do pólen na próxima flor, ao se mover ela recolhe um pouco mais. Através deste processo, a borboleta é capaz de polinizar numerosas flores sempre que se
move. A polinização permite reproduzir plantas através da produção de sementes. Claro, algumas sementes são protegidas dentro de deliciosas frutas que gostamos de comer, outras estão alojadas em vegetais. As borboletas parecem preferir flores rosas, vermelhas e roxas. Diferente das abelhas , a borboleta não pode sentir o cheiro e não se importa que as flores que poliniza são inodoras, isto é, sem cheiro. Sua longa tromba lhe permite acessar flores que a abelha não poderia, e seu peso leve permite que ele pouse na mais delicada das plantas. Como são um elo fundamental na cadeia alimentar, o seu desaparecimento causará um desequilíbrio do ecossistema. As borboletas estão ligadas as diferentes espécies de plantas que dela dependem. E as plantas estão ligadas ao solo, ao clima, ao vento e a quantidade de água existente em um determinado bioma. Certas espécies dependem exclusivamente de uma planta, tornando-as muito sensíveis às alterações do meio, sendo por isso consideradas espécies indicadoras da qualidade ambiental e da integridade das paisagens naturais. Este fato faz com que os estudos de monitorização numa determinada área sejam muitas vezes utilizados como ferramentas indispensáveis na biologia da conservação. Contudo, não podemos esquecer que são belas criaturas, que deixam beleza por onde passam.
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ENERGIA LIMPA
Uruguai e Brasil inauguram parque eólico construído em parceria O empreendimento vai fazer a integração entre os sistemas elétricos dos dois países Uruguai e Brasil inauguram parque eólico construído em parceria Segundo a presidenta, o empreendimento vai fazer a integração entre os sistemas elétricos dos dois países. “Junto com esses cata-ventos, esses moinhos de vento, como dizem os uruguaios, nós vamos ter também uma linha de transmissão que vai permitir que, no Brasil e no Uruguai, nós construamos um sistema interligado de geração de energia, que vai dar mais segurança para as nossas populações e uma energia de melhor qualidade e mais barata”, disse. Dilma ressaltou que um sistema interligado é muito importante para a redução de impacto nas mudanças de conjuntura de cada local. “Se você, cada 34 | REVISTA 100% CAIPIRA
vez mais, interligar essas regiões, criar redes de transmissão que levem energia de um lado para o outro, melhora. No passado, quando nós começamos esse processo, tinha água no Brasil, e faltava água na Argentina e no Uruguai. Agora, inverteu. Então, o que nós temos de ter é uma ação conjunta comum para garantir que haja um sistema elétrico latino-americano de qualidade”, defendeu a presidenta. O evento ocorreu no último dia de governo do presidente Mujica, que amanhã entrega o cargo ao presidente eleito, Tabaré Vázquez. “[O presidente Mujica] é uma liderança com compromisso com seu povo e com todo o povo latino-americano. É, ao mesmo tempo,
uma pessoa encantadora, como vocês já viram aqui. Uma pessoa que está à frente do seu tempo e isso é algo muito importante, porque um país e um continente se desenvolvem se têm utopias. E o presidente Mujica é um presidente que tem a realidade e a utopia compartilhadas”, disse a presidente. Fonte: Agência Brasil
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A REVISTA DE AGRONEGÓCIO QUE RESGUARDA A CULTURA CAIPIRA
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FISCALIZAÇÃO
Apreensões de prod ultrapassaram 65 t
Produtos de origem animal e vegeta de Confins (MG), de Guarulh 36 | REVISTA 100% CAIPIRA
dutos em aeroportos toneladas em 2014
al foram apreendidos nos aeroportos hos (SP) e Salgado Filho (RS REVISTA 100% CAIPIRA |37
FISCALIZAÇÃO
Fonte: Assessoria de Comunicação Social (MAPA)
Fiscais Federais Agropecuários do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Serviço de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), apreenderam mais de 65 toneladas de produtos de origem animal ou vegetal irregulares em bagagens em três dos maiores aeroportos do Brasil em 2014: Confins, em Belo Horizonte, Guarulhos, em São Paulo e Salgado Filho, em Porto Alegre. O aeroporto de Guarulhos foi o campeão em apreensões, com mais de 53 toneladas. Em seguida, vem o aeroporto de Confins, com quase 9 toneladas em apreensões. O aeroporto Salgado Filho fecha a lista com quase 4 toneladas de produtos irregulares apreendidos. O Mapa, por meio do Vigiagro, é responsável pela inspeção das bagagens dos passageiros internacionais que entram no país. Itens de origem animal e vegetal, como alimentos, plantas, sementes, tabaco, animais ou peles, não podem ser trazidos para o Brasil e nem levados para outros países sem certificação sanitária oficial do Mapa e dos órgãos equivalentes dos países de destino. A regra também vale para vegetais in natura. Apenas produtos de origem vegetal com um grau de processamento maior, tais como doces de frutas, farinha, café torrado e chocolate, estão liberados para viagens internacionais. Os produtos mais apreendidos são os de origem animal, como lácteos, embutidos, pescados, mel e carnes. As sementes, mudas e frutas lideram a lista vegetal. As mercadorias apreendidas, que não possuem certificação sanitária de origem nem autorização, são con38 | REVISTA 100% CAIPIRA
sideradas de risco à saúde pública e à sanidade agropecuária e são destruídas. Segundo a chefe da área animal da Coordenação Geral do Vigiagro, Mirela Eidt, a importância do controle dos produtos e substâncias que entram no país é fundamental. De acordo com ela, as doenças ou pragas que podem entrar no país através de bagagens de passageiros internacionais representam um risco real tanto para a economia quanto para a saúde pública da população brasileira. “O agronegócio responde hoje por 25% do PIB brasileiro. Então a riqueza do país está na produção agropecuária e na exportação de alimentos. E quando uma praga consegue ingressar no país ela pode encontrar um ambiente extremamente propício, se proliferar e causar prejuízos econômicos. A partir daí podemos ter desemprego, muitas vezes abate de animais, o que também acaba impactando muito a sociedade como um todo”.
Saiba mais: Os produtos agropecuários que não podem ingressar no Brasil sem autorização prévia do Vigiagro ou certificação sanitária específica são: frutas, verduras leite, queijo, manteiga, iogurte, doce de leite mel, cera, própolis animais de companhia carnes “in natura” ou industrializadas, (presunto, embutidos, enlatados, pescado) insetos, moluscos, bactérias e fungos comida para animais, ovos, sêmen, embriões, agrotóxicos e produtos veterinários (soro, vacinas, medicamentos, entre outros) mudas, sementes, hortaliças frescas, madeira e terra comida servida a bordo
PECUÁRIA
Jacarezinho é fornecedora de genética Nelore CEIP para o Programa Marfrig+, que objetiva acelerar os ganhos da cadeia da carne bovina Jacarezinho é fornecedora de genética Nelore CEIP para o Programa Marfrig+, que objetiva acelerar os ganhos da cadeia da carne bovina “O programa de melhoramento genético da Agropecuária Jacarezinho tem mais de duas décadas de investimentos na seleção massal do rebanho com foco nas mais importantes características econômicas, tanto em produção quanto em reprodução. Esse projeto com a Marfrig representa o reconhecimento de um dos maiores grupos de carne bovina do mundo na qualidade da nossa genética, que contribuirá decisivamente para a obtenção de bezerros de alta qualidade, ganho rápido de peso, crescimento e terminação. Essa inédita e inovadora iniciativa proporcionará grandes volumes de carne de padrão superior, que projetarão o Brasil ainda mais no cenário internacional”, afirma Ian Hill, diretor da Agropecuária Jacarezinho. De acordo com David Makin, coordenador do Programa Marfrig+, a proposta é produzir animais com características superiores de desempenho, tanto em termos de quantidade quanto de qualidade da carne produzida. Até então, este sistema era usado no Brasil em pequena
escala, para a produção de gado de elite e reprodutores. Agora, a Marfrig disponibilizará esta tecnologia a um custo viável e em escala industrial. A primeira fase do programa teve início com a participação de pecuaristas parceiros dos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, em conjunto com a Agropecuária Jacarezinho e a FSL Angus Itu, e deverá chegar ao fim deste ano com 20 mil fêmeas prenhes confirmadas. Com a grande demanda, a Marfrig já se prepara para o segundo ano do programa, que contará com o apoio das principais instituições de raça do país: Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Associação Brasileira dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) e Associação Brasileira de Angus. A expectativa é que, já em 2015, seja alcançada a marca de 300 mil vacas; em 2016, 600 mil; e em 2017, 1 milhão de vacas dentro do programa. Os bezerros desmamados terão, em média, 20% a mais de peso e chegarão à idade de abate aos 16 meses, acelerando a cadeia da car-
ne bovina. Passo a passo – A primeira etapa do programa já foi iniciada com a coleta de óvulos de vacas top da Agropecuária Jacarezinho e do sêmen sexado de touros top. A partir dessa genética diferenciada, são produzidos, por meio de fertilização in vitro (FIV), embriões com características superiores, resultando em precocidade, alta conversão alimentar, acabamento, sabor e qualidade da carne. A técnica possibilita a produção acelerada do rebanho, já que as crias nascem com 100% dos genes de alta qualidade e em larga escala. Comitê técnico – O programa conta com comitê técnico conta com nomes importantes da atividade, como Celso Boin (Esalq), Pedro de Felício (Unicamp), Roberto Cavalheiro (Unesp Jaboticabal), José Bento Ferraz (USP Pirassununga), Fernando Garcia (Unesp Araçatuba) e Luiz Antonio Josakhian (ABCZ). Fonte: STAPRESS Ian Hill Agro Jacarezinho REVISTA 100% CAIPIRA | 39
AGRICULTURA
Produtores podem contar com o Centro de Apoio e Regularização Ambiental Culturas Acessórias do Oeste da Bahia já é uma realidade na região oeste da Bahia
O Centro de Apoio e Regularização Ambiental das Propriedades Produtoras de Algodão e Culturas Acessórias do Oeste da Bahia já é uma realidade na região oeste da Bahia. Criado pela Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), o Centro vai auxiliar o produtor rural a manter a regularidade de suas propriedades e, consequentemente, das atividades agrícolas. ”O Centro de Apoio e Regularização Ambiental, possibilitará que todos os associados da Abapa, tenham informações para fazer o Cefir com o máximo de presteza, tendo a orientação adequada, dada pela Dra. em botânica e bióloga, Alessandra Chaves. Assim, o produtor 40 | REVISTA 100% CAIPIRA
poderá sanar quaisquer dúvidas sobre áreas de preservação permanente, reservas legal, aproveitamento de material lenhoso, supressão vegetal, ficará por dentro dos prazos e das pessoas, prefeituras, estado, responsáveis por cada ato ambiental.”, disse o presidente da Abapa, Celestino Zanella. Além dos serviços de orientação, acompanhamento de procedimentos e normas sobre regularização ambiental da propriedade e o cumprimento da legislação, o Centro presta assessoria para a adesão e atualização de dados junto ao Cadastro Estadual Florestal de Imóveis Rurais (Cefir), realiza a conversão de arquivos de mapa do formato DWG para Shapefile (shp), para inscrição no Cefir, e acompanha a adesão ao Programa de
Regularização Ambiental (PRA). Para a coordenadora do Centro e Diretora de Meio Ambiente da AIBA, Alessandra Chaves, “a implantação do Centro, irá contribuir de forma muito positiva com a ampliação do conhecimento dos produtores rurais frente as mudanças ocorridas nas legislações ambientais, em especial a partir de 2012 quando da publicação do Código Florestal e em 2014 para as novas regulamentações da Política Ambiental do estado da Bahia, o que consequentemente irá contribuir para regularização ambiental da propriedade rural”, disse Alessandra. O projeto conta com recursos provenientes do Instituto Brasileiro do Algodão (Iba). Fonte: Abapa
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FLORICULTURA
Empaer mostra técnicas a produtores em campo experimental
Evento contou com a participação de 40 agricultores familiares oriundos do Norte de Mato Grosso Visita técnica realizada no Campo Experimental da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), no município de Acorizal (62 km ao Norte de Cuiabá), apresentou o projeto de pesquisa com flores tropicais. Considerado pioneiro no estado, o projeto estuda a viabilidade produtiva das espécies: strelitzia, helicônias, bastão do imperador, alpinia e antúrio. Plantas destinadas principalmente para arranjos florais e paisagismo. A diretora de pesquisa da Empaer, Eliane Forte Daltro destaca que, desde 2009, são desenvolvidas pesquisas com flores tropicais. A floricultura já é vista como uma nova alternativa de geração de emprego e renda no agronegócio brasileiro para muitas regiões rurais, dinamizando a economia local. As flores tropicais, destinadas principalmente para corte, são perenes e exóticas. O projeto de pesquisa é inovador e estuda a fenologia e viabilidade produtiva de espécies REVISTA 100% 100% CAIPIRA CAIPIRA 42 || REVISTA
de flores tropicais de corte, voltado para a agricultura familiar. Conforme Eliane, a solicitação da visita foi feita pela irmã Leonora Brunetto, da Pastoral da Terra, que acompanhou agricultores familiares dos municípios de Sinop, Cláudia, Colider, Terra Nova, Nova Guarita, Novo Mundo, Nova Canãa do Norte e Alta Floresta. Leonora esclarece que programa há mais de dois anos a visita na Estação da Empaer e dessa vez, deu certo. “Estamos buscando uma alternativa de renda para os produtores rurais, em especial para as mulheres, para que possam obter independência financeira”, enfatiza Leonora. A visita técnica foi divida em grupos e apresentou também outros trabalhos de pesquisa desenvolvidos como a cultura da mandioca e Sistemas Agroflorestais (SAFs. O técnico agropecuário, Liduino Lima mostrou aos participantes o cultivo de mais de 60 variedades de mandioca de mesa e para a indústria. A pesquisa-
dora da Empaer, Marilene Moura Alves apresentou uma alternativa sustentável para agricultura familiar e uma forma de produzir alimento e preservar o meio ambiente. O engenheiro agrônomo, Vanderson Eliel Meira, membro da Pastoral da Terra do município de Sinop, falou que mais de 200 mulheres rurais estão interessadas na atividade. O engenheiro agrônomo, Edson Fernando Tamanini, de Nova Guarita, também tem curiosidade com as flores tropicais e veio buscar informações para produção na agricultura familiar. A visita técnica aconteceu no período da manhã (8h às 11h30), e contou com a presença da chefe de gabinete da presidência da Empaer, Shirley Duarte,Coordenador de Pesquisa, Sebastião Campos Filho, Presidente do Sinterp, Gilmar Bruneto, Chefe da Estação Experimental, Judival Silveira Leite, produtores rurais, funcionários da Empaer e outros. Fonte: Reportagem local
ParabÊns a todas as mulheres no dia8 de março Dia Internacional da Mulher uma homenagem da Revista 100% Caipira
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ARTIGO
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FRUTICULTURA
Irrigação é responsável por 72% do consumo de água no Brasil Fonte: Agência Nacional de Águas
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) concluíram o Levantamento da Agricultura Irrigada por Pivôs Centrais no Brasil De acordo com o último relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil, da Agência Nacional de Águas (ANA), a irrigação é a atividade responsável por 72% do consumo de água no Brasil. Levando em conta a importância do setor para o consumo do recurso, a ANA e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) concluíram o Levantamento da Agricultura Irrigada por Pivôs Centrais no Brasil – Ano 2013. O primeiro estudo em escala nacional sobre o tema identificou aproximadamente 18 mil pivôs centrais ocupando uma área de 1,18 milhão de hectares – área que representa um aumento de 32% em relação ao Censo Agropecuário de 2006. Segundo o trabalho, quatro estados concentram quase 80% da área ocupada por pivôs centrais no País: Minas Gerais (31%), Goiás (18%), Bahia (16%) e São Paulo (14%). Estes estados contribuem para uma concentração de uso de pivôs nas bacias dos rios São Francisco, Paranaíba, Grande e Paranapanema – cerca de 350 mil, 300 mil, 100 mil e 90 mil hectares respectivamente. Estas regiões ficam em áreas densamente povoadas 46 | REVISTA 100% CAIPIRA
e com alto índice de industrialização, o que resulta num maior consumo de água. Considerando regiões hidrográficas, a do Paraná concentra quase 530 mil hectares (nela estão as bacias do Paranaíba, Grande e Paranapanema) e a do São Francisco acumula 350 mil ha. O estudo foi realizado pela ANA e pela Embrapa Milho e Sorgo (MG), levando em consideração a crescente expansão da agricultura irrigada no Brasil, os conflitos pelo uso da água, a carência de dados atualizados sobre as áreas irrigadas e a necessidade de planejamento e ordenamento da atividade em bases econômicas e ambientais sustentáveis. A técnica de pivô foi escolhida como objeto do levantamento por ser o método de maior expansão no País nos últimos anos. A parceria entre as duas instituições vai até o fim deste ano e está sendo realizado o levantamento referente a 2014. Assim será possível fazer um comparativo quantitativo dos pivôs a curto prazo, entre 2013 e 2014. Com os resultados, os principais polos de expansão da irrigação poderão ser monitorados mais amplamente e o restante do País poderá ser
monitorado com periodicidade bienal ou trienal. Com o levantamento, que utilizou imagens de satélites e a análise delas, é possível aperfeiçoar as estimativas de demandas da água e os dados podem ser utilizados na elaboração de planos de recursos hídricos, em estudos de bacias críticas e em publicações, como o relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil. A partir do cruzamento das bases de dados referentes à agricultura irrigada com as bases de bacias hidrográficas (da ANA) e de municípios (do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os gestores públicos poderão ter informações para gestão do uso da água na irrigação e a avaliação da safra agrícola. Outra possibilidade para utilização dos dados obtidos pelo estudo é o cruzamento com cadastros e outorgas de recursos hídricos, apontando o nível de regularização nas sub-bacias. Assim, é possível planejar campanhas de regularização e fiscalização de usuários de água.
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GASTRONOMIA
Bacalhau à Vasca
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Ingredientes: 1 kg de bacalhau ling. de molhado(s) 200 ml de caldo de peixe 300 g de batata cozida(s) 2 dente(s) de alho em fatias 2 unidade(s) de ovo cozido em rodelas 100 g de aspargo(s) 50 g de ervilha 1 xĂcara(s) (chĂĄ) de azeite quanto baste de salsinha
Modo de preparo: Aqueça o azeite. Adicione o alho em fatias. Deixe dourar e retire. Adicione o bacalhau pelo lado da pele. Deixe cozinhar em fogo brando por 10 minutos.Vire o bacalhau e deixe cozinhar por 10 minutos com a panela tampada. Adicione aos poucos o caldo de peixe. Acrescente as ervilhas, os aspargos, as batatas cozidas, a salsinha e o alho. Deixe cozinhar por 5 minutos. Sirva com os ovos cozidos.
Fonte: http://casagodinho.com.br/bacalhau-a-vasca/ REVISTA 100% CAIPIRA 49 |
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