Edição 24 100 por cento caipira

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www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, junho de 2015 - Ano 3 - Nº 24 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

A origem das

Festas Juninas no Brasil REVISTA 100% CAIPIRA |


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Crédito Rural: BB prorroga custeios do arroz

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Alimentos Orgânicos: Semana dos alimentos orgânicos Economia Agrícola: Ampliação de mercado foi um dos destaques do agronegócio Pesquisa e tecnologia: Estação experimental auxilia agricultores a superar desafios

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Artigo: A Origem das Festas Juninas no Brasil


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Celulose: Expanção na produção de celulose

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Apicultura: Certificação do mel do Pantanal Festas e Eventos: Queima do Alho no Ceagesp

Caprinos e Ovinos: Curso de capacitação de ovinos Dorper Receitas Caipiras: Caldo Verde REVISTA 100% CAIPIRA |

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CRÉDITO RURAL

Brasil, junho de 2015 Ano 3 - Nº 24 Distribuição Gratuita

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Banco do Brasil prorroga pagamentos dos custeios do arroz

Na avaliação da Federarroz esta é uma das medidas que vai dar novo dinamismo ao mercado O setor arrozeiro recebeu uma boa notícia diante do cenário atual de preços baixos e altos custos. O Banco do Brasil anunciou a prorrogação dos pagamentos dos custeios da safra 2014/2015 que venceriam em julho e agosto deste ano para novembro e dezembro de 2015, respeitando o juro de 6,5%. A medida foi anunciada em encontro com a imprensa em Porto Alegre (RS), com a presença de dirigentes da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), além dos representantes dos bancos. Além disso, também foram anunciados R$ 200 milhões para o Financiamento para Estocagem de Produtos Agropecuários (FEPM) com juros de 6,5% ao ano e a prorrogação do pagamento das parcelas de renegociação amparada pela resolução 4.161 para após a 6 | REVISTA 100% CAIPIRA

data do último vencimento. De acordo com o presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, este é um dos passos que vai reverter a questão dos preços do grão. “Estas ações, aliadas à expectativa de um movimento mais homogêneo das exportações, com a liberação dos terminais portuários e a entrada de compradores do Brasil Central deverão, nos próximos 30 dias, dar um novo dinamismo no mercado”, observa. Dornelles informa que as negociações estavam em andamento há cerca de 20 dias e que foi respeitado o anúncio do Plano Agrícola e Pecuário 2015/2016 para concretizar a negociação. Conforme o dirigente, estão sendo realizadas conversações com as demais instituições financeiras. O presidente da Federarroz recomenda que os produtores precisam formalizar imediatamente a solicitação de prorrogação.

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A origem das festa

“O nome joanina teve origem, se países europeus cató 8 | REVISTA 100% CAIPIRA


as juninas no Brasil

egundo alguns historiadores, nos ólicos no século IV” REVISTA 100% CAIPIRA |

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o Brasil, a data é celebrada desde 1583. O costume foi trazido para cá pelos portugueses e espanhóis, ainda como uma forma de agradecer pelas colheitas, mas também como uma maneira de homenagear os santos do mês de junho. O Dia de Santo Antônio, 13 de junho, costuma marcar o início dos festejos. Também são homenageados São João, no dia 24 de junho e São Pedro, no dia 29 de junho. O nome joanina teve origem, segundo alguns historiadores, nos países europeus católicos no século IV. Quando chegou ao Brasil foi modificado para junina. Trazida pelos portugueses, logo foi incorporada aos costumes dos povos indígenas e negros. A influência brasileira na tradição da festa pode ser percebida na alimentação, quando foram introduzidos o aipim (mandioca), milho, jenipapo, o leite de coco e também nos costumes, como o forró, o boi-bumbá, a quadrilha e o tambor de crioula. Mas não foi somente a influência brasileira que permaneceu nas comemorações juninas. Os franceses, por exemplo, acrescentaram à quadrilha, passos e marcações inspirados na dança da nobreza europeia. Já os fogos de artifício, que tanto embelezam a festa, foram trazidos pelos chineses. A dança de fitas, bastante comum no sul do Brasil, é originária de Portugal e da Espanha. Para os católicos, a fogueira, que é maior símbolo das comemorações juninas, tem suas raízes em um trato feito pelas primas Isabel e Maria. Para avisar Maria sobre o nascimento de São João Batista e assim ter seu auxílio após o parto, Isabel acendeu uma fogueira sobre o monte. No Nordeste do país, existe uma tradição que manda que os festeiros visitem em grupos todas as casas onde sejam bem-vindos levando alegria. Os donos das casas, em contrapartida, mantêm uma mesa farta de bebidas e comidas típicas para servir os grupos. Os festeiros acreditam que o costume é uma maneira de integrar as pessoas da cidade. Essa tradição tem sido substituída por uma grande festa que reúne toda a comunidade em volta dos palcos onde prevale10 | REVISTA 100% CAIPIRA

cem os estilos tradicionais e mecânicos do forró. AS LENDAS Dizem que Santa Isabel era muito amiga de Nossa Senhora e, por isso, costumavam visitar-se. Uma tarde, Santa Isabel foi à casa de Nossa Senhora e aproveitou para contar-lhe que, dentro de algum tempo, iria nascer seu filho, que se chamaria João Batista. Nossa Senhora, então, perguntoulhe: - Como poderei saber do nascimento do garoto? - Acenderei uma fogueira bem gran-

de; assim você de longe poderá vê-la e saberá que Joãozinho nasceu. Mandarei, também, erguer um mastro, com uma boneca sobre ele. Santa Isabel cumpriu a promessa. Um dia, Nossa Senhora viu, ao longe, uma fumacinha e depois umas chamas bem vermelhas. Dirigiu-se para a casa de Isabel e encontrou o menino João Batista, que mais tarde seria um dos santos mais importantes da religião católica. Isso se deu no dia vinte e quatro de junho. Começou, assim, a ser festejado São João com mastro, e fogueira e outras coisas bonitas como: foguetes, balões, danças, etc… Porque existem bombas para alegrar


os festejos de São João: Pois bem, antes de São João nascer, seu pai, São Zacarias, andava muito triste, porque não tinha um filhinho para brincar. Certa vez, apareceu-lhe um anjo de asas coloridas, todo iluminado por uma luz misteriosa e anunciou que Zacarias ia ser pai. A sua alegria foi tão grande que Zacarias perdeu a voz, emudeceu até o filho nascer. No dia do nascimento, mostraramlhe o menino e perguntaram como desejava que se chamasse. Zacarias fez grande esforço e, por fim, conseguiu dizer: - João! Desse instante em diante, Zacarias voltou a falar. Todos ficaram alegres e foi um baru-

lhão enorme. Eram vivas para todos os lados. Lá estava o velho Zacarias, olhando, orgulhoso, o filhinho lindo que tinha… Foi então que inventaram as bombinhas de fazer barulho, tão apreciadas pelas crianças, durante os festejos juninos. Herança Portuguesa A palavra folclore é formada dos termos ingleses folk (gente) e lore (sabedoria popular ou tradição) e significa “o conjunto das tradições, conhecimentos ou crenças populares expressas em provérbios, contos ou canções; ou estudo e conhecimento das tradições de um povo, expressas em suas lendas, crenças,

canções e costumes. Como é do conhecimento geral, fomos descobertos pelos portugueses, povo de crença reconhecidamente católica. Suas tradições religiosas foram por nós herdadas e facilmente se incorporaram em nossas terras, conservando seu aspecto folclórico. Sob essa base é que instituições educacionais promovem, em nome do ensino, as festividades juninas, expressão que carrega consigo muito mais do que uma simples relação entre a festa e o mês de sua realização. Entretanto, convém salientar a coerente distancia existente as finalidades educacionais e as religiosas. é bom lembrar também que nessa época as escolas, “em nome da cultura”, incentivam tais festas por meio de trabalhos escolares, etc... A criança que não tem como se defender aceita, pois se sente na obrigação de respeitar a professora que lhe impõe estes trabalhos (sobre festa Junina), e em alguns casos é até mesmo ameaçada com notas baixas, porquê a professora, na maioria das vezes, é devota de algum santo, simpatizante ou praticante da religião Católica, que é a maior divulgadora desta festa. Neste momento quando se mistura folclore e religião, a criança -inocente por natureza - rapidamente se envolve com as músicas, brincadeiras, comidas e doces. Aliás, não existiria esta festa não fosse a religião. Inclusive existe a competição entre clubes, famílias ou grupos para realizarem a maior ou a melhor festa junina da rua, do bairro, da fazenda, sítio, etc... Além disso, não podemos nos esquecer de que o teor de tais festas oscila de região para região do país, especialmente no norte e no nordeste, onde o misticismo católico é mais acentuado. As mais tradicionais festas juninas do Brasil acontecem em Campina Grande (Paraíba) e Caruaru (Pernambuco). O espaço onde se reúnem todos os festejos do período são chamado de arraial. Geralmente é decorado com bandeirinhas de papel colorido, balões e palha de coqueiro. Nos arraiás acontecem as quadrilhas, os forrós, leilões, bingos e os casamentos caipiras. Uma Suposta Origem das Festividades Para as crianças católicas, a expliREVISTA 100% CAIPIRA |11


cação para tais festividades é tirada da Bíblia com acréscimos mitológicos. Os católicos descrevem o seguinte: “Nossa Senhora e Santa Isabel eram muito amigas. Por esse motivo, costumavam visitar-se com frequência, afinal de contas amigos de verdade costumam conversar bastante. Um dia, Santa Isabel foi à casa de Nossa Senhora para contar uma novidade: estava esperando um bebê ao qual daria o nome de João Batista. Ela estava muito feliz por isso! Mas naquele tempo, sem muitas opções de comunicação, Nossa Senhora queria saber de que forma seria informada sobre o nascimento do pequeno João Batista. Não havia correio, telefone, muito menos Internet. Assim, Santa Isabel combinou que acenderia uma fogueira bem grande que pudesse ser vista à distância. Combinou com Nossa Senhora que mandaria erguer um grande mastro com uma boneca sobre ele. O tempo passou e, do jeitinho que combinaram, Santa Isabel fez. Lá de longe Nossa Senhora avistou o sinal de fumaça, logo depois

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viu a fogueira. Ela sorriu e compreendeu a mensagem. Foi visitar a amiga e a encontrou com um belo bebê nos braços, era dia 24 de junho. Começou, então, a ser festejado São João com mastro, fogueira e outras coisas bonitas, como foguetes, danças e muito mais!”. Como podemos ver, a forma como é descrita a origem das festas juninas é extremamente pueril, justamente para que alcance as crianças. As comemorações do dia de São João Batista, realizadas em 24 de junho, deram origem ao ciclo festivo conhecido como festas juninas. Cada dia do ano é dedicado a um dos santos canonizados pela Igreja Católica. Como o número de santos é maior do que o número de dias do ano, criou-se então o dia de “Todos os Santos”, comemorado em 1 de novembro. Mas alguns santos são mais reverenciados do que outros. Assim, no mês de junho são celebrados, ao lado de São João Batista, dois outros santos: Santo Antônio, cujas festividades acontecem no dia 13, e São Pedro, no dia 28.

Plágio do Paganismo Na Europa antiga, bem antes do descobrimento do Brasil, já aconteciam festas populares durante o solstício de verão (ápice da estação), as quais marcavam o início da colheita. Dos dias 21 a 24, diversos povos , como celtas, bascos, egípcios e sumérios, faziam rituais de invocação da fertilidade para estimular o crescimento da vegetação, prover a fartura nas colheitas e trazer chuvas. Nelas, ofereciam-se comidas, bebidas e animais aos vários deuses em que o povo acreditava. As pessoas dançavam e faziam fogueiras para espantar os maus espíritos. Por exemplo: as cerimônias realizadas em Cumberland, na Escócia e na Irlanda, na véspera de São João, consistiam em oferecer bolos ao sol, e algumas vezes em passar crianças pela fumaça de fogueiras. As origens dessa comemoração também remontam à antiguidade, quando se prestava culto à deusa Juno da mitologia romana. Os festejos em homenagem


a essa deusa eram denominados “junônias”. Daí temos uma das procedências do atual nome “festas juninas”. Tais celebrações coincidiam com as festas em que a Igreja Católica comemorava a data do nascimento de São João, um anunciado da vinda de Cristo. O catolicismo não conseguiu impedir sua realização. Por isso, as comemorações não foram extintas e, sim, adaptadas para o calendário cristão. Como o catolicismo ganhava cada vez mais adeptos, nesses festejos acabou se homenageando também São João. É por isso que no inicio as festas eram chamadas de Joaninas e os primeiros países a comemorá-las foram França, Itália, Espanha e Portugal. Os jesuítas portugueses trouxeram os festejos joaninos para o Brasil. As festas de Santo Antonio e de São Pedro só começaram a ser comemoradas mais tarde, mas como também aconteciam em junho passaram a ser chamadas de festas juninas. O curioso é que antes da chegada dos colonizadores, os índios realizavam festejos relacionados à agricultura no mesmo período. Os rituais

tinham canto, dança e comida. Deve-se lembrar que a religião dos índios era o animismo politeísta (adoravam vários elementos da natureza como deuses). As primeiras referências às festas de São João no Brasil datam de 1603 e foram registradas pelo frade Vicente do Salvador, que se referiu aos nativos que aqui estavam da seguinte forma: “os índios acudiam a todos os festejos dos portugueses com muita vontade, porque são muito amigos de novidade, como no dia de São João Batista, por causa das fogueiras e capelas”. Sincretismo Religioso Religiões de várias regiões do Brasil, principalmente na Bahia, aproveitam-se desse período de festas juninas para manifestar sua fé junto com as comemorações católica. O Candomblé, por exemplo, ao homenagear os orixás de de sua linha, mistura suas práticas com o ritual católico. Assim, durante o mês de junho, as festas romanas ganham um cunho profano com muito samba de roda e

barracas padronizadas que servem bebidas e comidas variadas. Paralelamente as bandas de axé music se espalham pelas ruas das cidades baianas durante os festejos juninos. Um fator fundamental na formação do sincretismo é que, de acordo com as tradições africanas, divindades conhecidas como orixás governavam determinadas partes do mundo. No catolicismo popular, os santos também tinham esse poder. “Iansã protege contra raios e relâmpagos e Santa Bárbara protege contra raios e tempestades. Como as duas trabalham com raios, houve o cruzamento. Cultuados nas duas mais populares religiões afro-brasileiros – a umbanda e o candomblé – cada orixá corresponde a um santo católico. Ocorrem variações regionais. Um exemplo é Oxóssi, que é sincretizado na Bahia com São Jorge mas no Rio de Janeiro representa São Sebastião. Lá, devido ao candomblé, o Santo Antônio das festas juninas é confundido com Ogun, santo guerreiro da cultura afro-brasileira. Fonte Portal São Francisco REVISTA 100% CAIPIRA |13


ORGÂNICOS

Weber Haus investe no mercado de orgânicos

Fonte: Ponto DOC

Empresa gaúcha leva seus destaques à Biofach America Latina, em São Paulo A cachaçaria gaúcha Weber Haus desembarcou em São Paulo, para participar da Biofach America Latina. Focado no mercado de produtos orgânicos, o evento é considerado o mais importante encontro para negócios do setor, envolvendo mais de 120 expositores. Para atrair a atenção dos cerca de 15 mil visitantes esperados para a feira, a Weber Haus irá levar o melhor da sua produção orgânica. Entre os destaques da empresa estarão a cachaça Amburana, considerada a melhor cachaça do Brasil no Concours Mondial Spirits Selection 2014 - um dos mais importantes certames internacionais de destilados. Envelhecida em barris de madeira nobre de Amburana, a cachaça representa a qualidade da produção artesanal gaúcha para o 14 | REVISTA 100% CAIPIRA

país e para o mundo. “Cada vez mais, as pessoas estão aprendendo a apreciar um produto tipicamente brasileiro”, observa Evandro. Outras atrações serão a cachaça Silver Brazilian Alchemy, elaborada para a Copa do Brasil, além de sua versão Gold, e o lançamento da empresa, uma cachaça que teve o seu blend elaborado pelo famoso barman Jean Ponce. Também estarão em evidência o licor de cachaça e a Premium Orgânica. Para Evandro Weber, diretor da Weber Haus, o evento é uma oportunidade não apenas de apresentar a produção gaúcha ao país e ao mundo, mas também um momento de troca de experiência e rodada de negócios. “É uma feira que permite aos visitantes

conferirem, em primeira mão, o que há de melhor no mercado de produtos e serviços”, observa. Na Weber Haus, os produtos orgânicos representam em torno de 50 % do faturamento da empresa . A Biofach segue até sábado (13 de junho), na Bienal do Ibirapuera. Consolidada como o principal evento da América Latina para geração de negócios desse setor, a feira concentra todas as novidades e tendências do mercado orgânico, que, nos últimos anos, se destaca com crescimento médio de 30% a 40%. Dados do IPD – Instituto de Promoção do Desenvolvimento mostram que o faturamento para 2015 pode atingir até R$ 2,6 bilhões, 30% a mais em relação ao ano anterior.


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ALIMENTOS ORGÂNICOS

Gastronomia marca presença da Semana dos Alimentos Orgânicos Neste ano, a gastronomia marca presença na Semana dos Alimentos Orgânicos, com pratos elaborados especialmente para a ocasião e oficinas de gastronomia nas feiras do Circuito Carioca de Feiras Orgânicas. A Semana dos Alimentos Orgânicos é comemorado em todo o país, entre os dias 25 e 31 de maio, e o evento foi criado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com o objetivo de difundir os produtos orgânicos e seus benefícios nutricionais, ambientais e sociais. Na cidade do Rio de Janeiro, com o apoio do Sebrae, restaurantes do Polo+Ipanema criaram pratos com ingredientes orgânicos especialmente para a ocasião. Alguns deles já adotam alguns produtos orgânicos em seu cardápio mas essa não é regra na maioria deles, em função da falta de variedade/oferta de produtos e do preço elevado. Daniel Machado, do Restaurante Rayz diz que apesar do preço dos produtos, eles se tornam um diferencial, principalmente para o seu restaurante que valoriza a sustentabilidade ambiental. Já o empresário Demétrius Queiros diz que avalia a possibilidade de seu restaurante Fazendola ter um “cantinho dos orgânicos” dentro de seu buffet. Os chefs de cada um dos restaurantes criaram pratos que percorrem os mais diversos países e sabores. O Banana Jack, como não podia deixar de ser, preparou um prato da terra do Tio Sam: o “Jack Burger Light”, um hamburguer de soja com salada de folhas orgânicas, e o Fazendola criou a “Salada Primavera” 16| REVISTA 100% CAIPIRA

com folhas e legumes orgânicos. Já o Lapamaki, elaborou um “Temaki light” preparado com quinua orgânica, salmão e cream cheese e o Barzin criou a “Salada Bem me Quer”, uma salada orgânica com camarão na tempura e molho teriaki. O Bar do Beto preparou um “Penne ai Brocolis” e o Terzetto Café, fiel às suas raízes: criou uma “Insalata di misticanza orgânica al formaggio di capra”. O frango é estrela no restaurante Rayz, com seu “Frango Orgânico”, preparado na crosta de pão, purê de baroa com gorgonzola e legumes orgânicos salteados, e no Felice Café, que preparou o “Frango Felice”, um peito de frango grelhado servido com batatas rústicas, mix de folhas orgânicas e molho mostarda. Depois de provar esse festival de sabores, que tal aprender a preparar alguns pratos saudáveis? No sábado,dia 30, nas feiras orgânicas da Tijuca e Glória, o Sebrae estará realizando oficinas de gastronomia onde receitas simples e saudáveis serão apresentadas e depois o público poderá fazer degustação. A chef do Slow Food - Carol Sá vai ensinar a preparar “Pastinha de Rama de Beterraba” e “ Salada de penne ao pesto de rama de cenoura”. Segundo Carol, a ideia é ensinar as pessoas a elaborarem pratos saudáveis e saborosos e a aproveitar aquelas partes dos alimentos que normalmente são des-

cartados. “Observa-se uma adoção crescente de ingredientes orgânicos pelos restaurantes. Renomados chefes da gastronomia, nas principais cidades do Brasil, estão adquirindo seus produtos orgânicos diretamente dos produtores, ou fechando parcerias, para assim garantir a compra de alimentos mais frescos, apoiar os agricultores e, sobretudo, obter preços mais em conta que no varejo. Existem casos de alguns chefes que têm seu pequeno sítio ou horta para produzir seus próprios alimentos orgânicos. Os chefes requerem produtos frescos, o que abre a porta para que produtores orgânicos possam oferecer alimentos poucas horas depois de colhidos, do campo à mesa, e apresentem novas variedades que permitam aflorar a imaginação dos chefes”, diz Sylvia Wachsner, diretora da SNA e coordenadora do projeto Centro de Inteligência em Orgânicos. Sylvia complementa que as feiras são os sítios de encontro entre os produtores rurais e seus compradores, os lugares de intercâmbio de informações para estreitar laços, estabelecer amizades, descontrair e aprender. “Assim foi na Idade Media e permanece até hoje com as feiras de produtores orgânicos nos diversos municípios”, ressalta. Fonte: CERCON Estratégias em Comunicação


CONFRATERNIZAÇÕES ANIVERSÁRIOS CASAMENTOS FESTAS

ESPECIALIDADES: COSTELA DE CHÃO PORCO DE CHÃO PORCO NO ROLETE GALINHADA VACA ATOLADA FEIJOADA FEIJÃO TROPEIRO ARROZ CARRETEIRO

coelhoeventosembu@gmail.com

https://www.facebook.com/bardocoelho1 REVISTA 100% CAIPIRA |17

(11) 96706-2934


TO: Produção de banana está em expansão no projeto hidroagrícola Manuel Alves O Projeto de Irrigação Manuel Alves, implantado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro) continua apresentando resultados positivos na produção de banana. FRUTICULTURA O crescimento está sendo alavancado pela boa produtividade, alta demanda de mercado e bons preços da fruta. Em 2014 foram colhidas 3.200 toneladas. Para este ano, a estimativa de produção é superior a 5.500 toneladas, com perspectiva de colher oito mil toneladas na safra 2016. A fruta é a segunda mais cultivada no Estado, a primeira é a melancia, e tem se expandido especialmente nos projetos hidroagrícolas Manoel Alves, no município e Dianópolis e, São João, em Porto Nacional. Só de dezembro de 2014 a fevereiro de 2015, houve, no projeto Manoel Alves, um incremento no plantio de banana de aproximadamente 45 hectares. Em setembro de 2012, a área plantada no projeto era de 46,70 hectares, atualmente é de 304,96 hectares. Sendo 154,35 ha plantados com banana prata, 134,61 ha com banana nanica e 16,00 ha com as demais cultivares. Produtividade A média de produtividade da banana prata anã, na primeira safra, está em torno de 20 a 25 toneladas e no segundo ano de 30 a 35 toneladas. Já a produção a banana nanica, está em torno de 40 a 45 toneladas no 1º ano e de 60 a 70 toneladas no segundo ano. Segundo o coordenador de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), responsável pela Divisão do Perímetro Irrigado do Projeto Manuel Alves, Patrik Diogo Antunes, a produtividade varia 18| REVISTA 100% CAIPIRA

Fonte: Surgiu

em função do nível da tecnologia empregada pelo produtor, tais como adubação e os tratos culturais e fitossanitários. “Os produtores também são orientados para a compra de mudas de laboratórios ou viveiros certificados, evitando que venham contaminadas e no controle preventivo com aplicações de produtos registrados para cada cultura e seu respectivo agente causal”, explica. Produção Integrada Sobre o aumento de produção da banana, o engenheiro agrônomo do departamento de fruticultura e tubérculos da Seagro, Anderson de Oliveira Pereira, explica que a Seagro, em parceria com Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Embrapa Mandioca e Fruticultura, Ruraltins e Adapec, desenvolve o Programa de Produção Integrada, que incentiva as boas práticas de produção no campo. É um sistema de produção baseado na sustentabilidade, aplicação de recursos naturais e regulação de mecanismos para a substituição de insumos poluentes. Os técnicos vão a campo orientar os produtores no monitoramento da incidência de pragas nos plantios e o uso de defensivos agrícolas só quando há necessidade, e respeitando as normas técnicas. Segundo o engenheiro agrônomo, essa prática resulta no uso de menos agrotóxico, reduz custo de produção, os danos ambientais e melhora a qualidade dos produtos. “Os benefícios são para to-

dos”, conclui. Mercado O representante do grupo Agropecuária Pillati, Rodrigues Figueiredo Adamante, disse que em 2014, as frutas foram exportadas para a Argentina, mas esse ano tinha o mercado, mas faltou o produto. Ele confirma a demanda pela fruta. “A procura é grande, tudo que for plantado terá mercado garantido, é necessário produzir mais”, disse. O grupo é formado por três produtores e prevê colher 3.300 toneladas este ano. A colheita da banana ocorre semanalmente, quando os frutos são colhidos e levados para casa de embalagem. Ali são classificados e embalados em caixas de 16 kg para atenderem o mercado do norte e centro oeste. Projeto de Irrigação Manuel Alves O Manuel Alves implantado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro), está localizado no município de Dianópolis, a 320 km de Palmas e é um dos maiores projetos de irrigação do Brasil, fica em uma área de cinco mil hectares e expansão para mais 15 mil hectares. Dividido em lotes variados que estão sendo explorados com fruticultura, por meio de métodos modernos de irrigação (gotejamento, microaspersão e aspersão convencional). São 199 lotes para pequenos produtores e 14 lotes empresariais.


PISCICULTURA

CNA debate com federações pontos positivos e negativos do Programa Nacional de Sanidade de Animais Aquáticos de Cultivo A Comissão Nacional de Aquicultura avaliou aspectos das medidas que podem Fonte: Assessoria de Comunicação CNA prejudicar a competitividade e o desenvolvimento do setor

A

Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apresentou às Federações da Agricultura e Pecuária de todos os estados, uma análise técnica da Instrução Normativa do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) nº 04/2015, publicada em quatro de fevereiro de 2015, que instituiu o Programa Nacional de Sanidade de Animais Aquáticos de Cultivo - “Aquicultura com Sanidade”. Durante a apresentação foram indicados pontos do documento que contribuirão para garantir ganhos de qualidade e inocuidade dos produtos pesqueiros. No debate, os técnicos concluíram que alguns aspectos da norma poderão interferir de forma negativa na competitividade e desenvolvimento do setor. Diante desta constatação, as Federações reunirão as contribuições dos sindicatos rurais de cada Estado e as enviarão à Comissão Nacional de Aquicultura que se comprometeu a discutir a demanda com o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). Outro assunto tratado na reunião foi a escassez de técnicos capacitados na área, um dos maiores gargalos da aquicultura nacional. Na tentativa de sanar esta lacuna, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e a Comissão irão trabalhar em conjunto com o MPA na elaboração de um projeto para atuação junto com o Programa de Assistência Técnica e Gerencial com Meritocracia

(ATER), com o objetivo de contemplar adequadamente as particularidades da área de aquicultura. O modelo abrange não apenas a gestão técnica, mas também a gestão econômica das propriedades, subestimada pelos produtores por falta de tempo hábil ou de conhecimento técnico específico. Divergências – Os técnicos debateram, ainda, a publicação das Normas Técnicas definidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a NBR 16374:2015 - Aquicultura – Criação de Tilápia e ABNT NBR 16375:2015 - Aquicultura - Criação de peixes redondos, publicadas nos dias 19 e 20 de maio, respectivamente, apesar do posicionamento contrário da CNA em relação ao assunto. Segundo técnicos da CNA que participaram das discussões, ainda é cedo para normatizar o setor porque muitos obstáculos precisam ser superados antes de sua efetiva execução.

Em reunião com a ABNT, técnicos da CNA assinalaram que a entidade havia se prontificado a realizar estudos sobre impactos da norma, por meio de um “projeto piloto”, antes da publicação, com o intuito de identificar os gargalos e tornar o documento mais próximo do pensamento do setor. Contudo, o pedido foi negado à CNA. Foi discutida, ainda, a necessidade de maior participação do setor, no âmbito do legislativo, por meio de projetos de leis a serem construídos em conjunto com os parlamentares ligados ao setor. O encontro teve a transmissão dos debates por videoconferência. Esta ferramenta tornou viável a participação de representantes das unidades da federação que não puderam se deslocar à Brasília, enriquecendo as discussões e mostrando-se como ferramenta imprescindível para uma efetiva participação do setor neste tipo de evento. REVISTA 100% CAIPIRA | 19


PESQUISA E TECNOLOGIA

Estação Experimenta a superar desafios

Trabalho realizado em usina foi apresentad A Estação Experimental da Rotam é palco de importantes ensaios em busca de soluções agronômicas que ajudem os produtores a enfrentar os desafios do dia a dia em suas culturas. São 15 hectares destinados a pesquisas voltadas à avaliação de formulações e testes variados com produtos que já fazem parte da lista de opções oferecidas pela empresa. Resolver problemas que envolvem doenças e pragas, manejo, condições climáticas, hídricas e ambientais pode significar aumento da produtividade das culturas, reduzir perdas e consequentemente proporcionar aumento de lucros para os produtores, fatores que identificam diretamente a atuação da empresa no agronegócio mundial. No Brasil, a Estação Experimental da Rotam está 20| REVISTA 100% CAIPIRA

localizada estrategicamente próxima à cidade de Campinas, interior de São Paulo, e recebe constantemente demanda de ensaios para resolver questões que tiram o sono dos produtores. É como se uma pequena parte da propriedade onde está localizado o problema fosse levada até a Estação. Quando o deslocamento não é possível, a solução é fazer o caminho contrário e os técnicos da Rotam visitam o local atingido, desenvolvendo estratégias e ferramentas na solução do desafio. Inúmeros ensaios já foram realizados na Estação Experimental da Rotam atrás de soluções sustentáveis que ajudem o agricultor em suas necessidades e desafios no campo. É o caso, por exemplo, da Usina Ferrari, da cidade

de Porto Ferreira, no interior de São Paulo. Segundo o supervisor de tratos culturais, Reginaldo Aparecido Casadei, os técnicos da Estação Experimental da Rotam atuaram na Usina durante dois anos para solucionar o problema enfrentado com o ataque de insetos. O resultado foi tão satisfatório que foi apresentado no XXV Congresso Brasileiro de Entomologia - Controle de Pragas -, realizado em setembro passado, em Goiânia. “O pessoal da Rotam primeiramente fez os estudos numa safra e depois repetiu no ano seguinte. O principal ganho talvez tenha sido que, a partir dessa análise, descobrimos a melhor forma de manejo dos produtos, principalmente quanto à dosagem e aplicação para combater as pragas com


al auxilia agricultores s em suas culturas

do no Congresso Brasileiro de Entomologia mais eficácia. Eles nortearam nosso trabalho e os resultados foram bem positivos. Ajudaram muito”, conta Casadei. “Dependendo da cultura, o mais adequado é fazermos o trabalho no próprio campo, onde podemos observar diversas variáveis agronômicas, edafoclimáticas, de manejo, máquinas e equipamentos”, diz o gerente da área técnica da Rotam, Renato Paes. Na Estação é possível cultivar culturas perenes e semiperenes como café, citros e cana-de-açúcar, bem como o plantio de culturas anuais de verão e inverno, como soja, milho, algodão, feijão, amendoim, trigo, cevada, batata e tomate. “A Estação está localizada próximo ao Trópico de Capricórnio, com altitude de 600 metros, o que permite

reproduzirmos com fidelidade quase todas as culturas do Brasil, segundo as tecnologias e manejos semelhantes às principais regiões produtoras do país”, lembra Paes. “Aqui, com irrigação e casa de vegetação, conseguimos realizar ensaios para todas as culturas foco, tanto no inverno quanto no verão”, completa. Na safra 2013/2014, a Estação Experimental da Rotam trabalhou com 106 ensaios, sendo 52 internos e 54 externos. Destes, 48% foram com inseticidas, 29% com fungicidas e 23% herbicidas. No total, a grande maioria, 54%, foi com a cultura de soja, seguida pela cana, com 21% e o milho com 9%, além de análises diversas em culturas como pimentão, feijão, café, amendoim, tomate e batata, entre outras. Além da pesquisa para avaliação

de novos produtos com ensaios agronômicos, a Estação Experimental da Rotam oferece treinamento para os distribuidores, consultores e equipe de agrônomos regionais. Sua localização possibilita contar com o suporte científico dos pesquisadores da ESALQ de Piracicaba, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e Unicamp. Tendo como foco a pesquisa, melhoria e desenvolvimento de defensivos agrícolas baseada no conceito de pós patente, a Rotam está presente em mais de 60 países e disponibiliza para o agricultor soluções no campo desenvolvidas a partir de produtos de qualidade e de novas tecnologias na formulação. “Melhoramos e aperfeiçoamos o que já é bom”, Conclui Paes. REVISTA REVISTA100% 100%CAIPIRA CAIPIRA ||21


CELULOSE

Eldorado Brasil mira China e aumentos de preços com expansão da produção de celulose Por Priscila Jordão

Somando todos os projetos de expansão, a capacidade de produção anual de celulose no país deve subir em cerca de 5 milhões de toneladas entre 2016 e 2018 A Eldorado Brasil prevê que o aumento da demanda da China e a extensão a tendência de alta do preço da celulose vão impulsionar as vendas de sua nova fábrica em Três Lagoas (MS), apesar da rival Fibria ter decidido também elevar a capacidade no município e da Klabin iniciar novo projeto em 2016. Somando todos os projetos de expansão, a capacidade de produção anual de celulose no país deve subir em cerca de 5 milhões de toneladas entre 2016 e 2018. Mesmo assim, o presidente da Eldorado, José Carlos Grubisich, 22| REVISTA 100% CAIPIRA

está confiante no mercado. “O preço da celulose vai continuar subindo (até 2018)”, disse em entrevista à Reuters. “O mercado vai seguir crescendo, as entradas de capacidade são conhecidas e a capacidade mundial de implementar novos projetos está cada vez menor”. A empresa do grupo J&F prevê que sua segunda linha de produção comece a operar no primeiro semestre de 2018, adicionando 2 milhões de toneladas anuais à capacidade atual, de 1,7 milhão de toneladas. Grubisich diz ver demanda expres-

siva da Ásia, para onde a Eldorado envia a maior parte de sua produção, principalmente na China, por conta do aumento da procura por papel tipo tissue, usado na produção de papel higiênico, toalhas de papel e guardanapos. O mercado global de celulose cresce de 1,4 milhão de toneladas a 1,6 milhão de toneladas por ano, grande parte por conta da China, disse. “A gente olha mercado global sabendo que o crescimento está na Ásia e na China, mas tem um potencial enorme nos Estados Unidos e ainda tem potencial na Europa”, disse Grubisich.


Em 2014, a Eldorado direcionou 39 por cento de suas vendas para a Ásia e 34 por cento à Europa. As vendas domésticas, que representam cerca de 10 por cento do total, devem permanecer neste patamar com a nova linha de produção. Além de esperar crescimento na demanda, Grubisich afirma que a capacidade mundial de implantar novos projetos grandes deve ficar cada vez mais difícil. A construção de uma fábrica com 2 milhões de toneladas de capacidade anual hoje exige 200 mil hectares de terra para fornecimento de madeira, calculou. “Não é em qualquer lugar que se consegue terra, topografia e logística para plantar 200 mil hectares. Em outros lugares do mundo, precisaria de 400 mil hectares, porque a produtividade é muito menor”, afirmou. A Eldorado também aposta que, com a maior oferta de celulose de fi-

bra curta, produzida pelas empresas brasileiras, aumentará a pressão para a substituição da fibra longa, que deve ser empurrada para nichos de mercado. A celulose de fibra longa é usada para papéis que demandam mais resistência, como embalagens, e em geral usada na celulose tipo fluff, para fraldas e absorventes. Apesar de ser nova no mercado, tendo começado a produção no fim de 2012, a Eldorado afirma que conseguiu elevar os preços nos últimos sete meses. “Nosso preço médio de venda é superior ao de Fibria e Suzano, porque escolhemos ir a clientes que estão crescendo, grandes, mas não os maiores”, disse Grubisich. Segundo ele, a preferência por clientes menores, que exigem menos descontos, faz com que na média o preço seja maior. Apesar de o mercado de celulose

brasileiro ser fragmentado, o que de certa forma impede que as companhias sejam formadoras de preços, não deve haver consolidação enquanto as empresas ainda estiverem crescendo individualmente, disse Grubisich. ECONOMIAS A PARTIR DE JUNHO Além de lançar a pedra fundamental da segunda linha de produção em junho, a Eldorado terá também neste mês seu terminal no Porto de Santos em plena operação. Com isso, estima melhorar seus resultados com ganho em logística de pelo menos 80 milhões de reais anuais. E com o encerramento da operação florestal em São Paulo, que funcionava em acordo com a Duratex, a empresa pretende economizar 3 milhões de reais em pedágio por mês, uma vez que levará a operação para o Mato Grosso do Sul. Fonte: Reuters

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APICULTURA

Normas para a certificação do Mel do Pantanal

Fonte: Embrapa Pantanal

Apicultores e instituições discutem regras para a produção do mel pantaneiro com selo de Identidade Geográfica

O caderno de normas que deverá guiar a produção apícola certificada pelo selo de Identidade Geográfica (IG) do Mel Pantaneiro está tomando forma. Por meio de reuniões e do seminário Mel do Pantanal, realizado no início desta semana na Embrapa Pantanal em Corumbá (MS), os pesquisadores, apicultores, cooperativas, associações e diversas instituições que trabalham com a atividade puderam discutir as regras que serão aplicadas à produção apícola identificada como pantaneira pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). “Esse produto vai ser obtido de acordo com normas rígidas. Essa produção, além disso, vai ser certificada, ou seja: além da palavra do produtor, vai ter uma instituição e pessoas independentes que vão atestar que esse produto tem qualidade”, diz o pesquisador da Embrapa Pantanal Vanderlei dos Reis. O selo de Identidade Geográfica do Mel Pantaneiro, concedido este ano pelo Inpi, é uma garantia ao consumidor sobre a região onde o produto foi obtido e por quais métodos ele foi produzido, diz Vanderlei. Segundo Gustavo Bijos, presidente da Federação de Apicultura e Meliponicultura de MS (Faems), o investimento 24 | REVISTA 100% CAIPIRA

para produzir de acordo com as regras da IG pantaneira deve girar em torno de R$ 500 e R$ 1.000 ao ano, por produtor. “Ele pode comprometer uma pequena parcela da produção para bancar os custos da IG. O retorno, com certeza, é extremamente seguro”, diz Gustavo. “Aqui no Mato Grosso do Sul, o quilo do mel varia de R$ 25 a R$ 40 (na venda direta ao consumidor). O mel do Pantanal pode chegar a até

R$ 60 o quilo”, afirma. Mesmo assim, Gustavo lembra que participar da certificação de Identidade Geográfica é uma escolha do produtor. No caso de Albino Rochembach, que é dono de um sítio no assentamento Tamarineiro II, próximo à fronteira com a Bolívia, sua produção é toda comercializada entre a população do próprio assentamento e regiões próximas. “A turma daqui queria comprar mel. Fui vendendo e colocando mais caixas. Eu comecei com duas, até que cheguei a 15”, diz Albino. Por produzir uma quantidade suficiente apenas para estas vendas, ele afirma que ainda não deve investir para caracterizar a produção com a IG do Pantanal. Já Cristiano da Conceição, produtor rural na área do assentamento Taquaral (que tam-

bém fica próximo à fronteira), demonstra interesse e procura meios de viabilizar o investimento na certificação. “É preciso acontecer uma política de incentivo para aumentar o número de produtores e a quantidade de equipamentos”, diz. O pesquisador Vanderlei ressalta que a maioria dos investimentos exigidos pela IG do Pantanal não deverá ser feita em novos materiais ou equipamentos, mas na administração, planejamento e gestão do negócio apícola – ou seja, na profissionalização da atividade. “Isso é muito bom porque vai melhorar o controle, possibilitando que o produtor comece a verificar onde pode aperfeiçoar a produção, quais são os gargalos, quais são os diferenciais”. Para o fiscal federal agropecuário Márcio Menegazzo, da Superintendência Federal de Agricultura de Mato Grosso do Sul (SFA/MS), a Identificação Geográfica abre novos mercados para o Mel do Pantanal. “A IG vem para inserir o produtor dentro do mercado de especialidades, que é mais exigente do ponto de vista de protocolos de produção, responsabilidade social e ambiental (...). Consequentemente, o produtor tem uma condição de remuneração melhor”.


CAFEICULTURA

Começa a colheita de café no Norte Pioneiro Gervásio comentou com a reportagem que o preço médio da saca de 60 quilos do fruto está dentro da expectativa dos produtores da região. O Café Arábica está cotado em R$ 409,83 José Antônio Gervásio, técnico do Departamento de Economia Rural (Deral), do Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento em Jacarezinho, informou, neste final de semana,que a colheita do café começa nos 23 municípios do Norte Pioneiro que o órgão abrange.Em Carlópolis e Wenceslau Braz já chegou a dez por cento. Foram plantados 22.294 hectares.O rendimento estimado é 1.911 quilos por hectare e produção projetada em 42.606 toneladas.Ou seja, 50% da produção in-

tegral do estado, que será de 44.540 hectares. Gervásio comentou com a reportagem que o preço médio da saca de 60 quilos do fruto está dentro da expectativa dos produtores da região.O Café Arábica está cotado em R$ 409,83. Segundo ele, os cafeicultores não estão tendo dificuldades neste início de colheita da lavoura. Desde o começo da década o café especial produzido no Norte Pioneiro já recebeu a certificação de Indicação Ge-

ográfica Procedência (IGP) do Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI). A mesorregião - que envolve 45 municípios com 7.500 cafeicultores - foi a primeira a receber a distinção. Além do Paraná, somente outras duas regiões produtoras de café no País apresentam o registro oficial: o Cerrado Mineiro e a Serra da Mantiqueira, ambas em Minas Gerais. A certificação do Norte Pioneiro como região produtora de cafés especiais é fruto de um trabalho intenso realizado por várias instituições representantes e parceiras da cadeia econômica estadual.

Fonte: ABIC REVISTA 100% CAIPIRA |25


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FESTAS E EVENTOS

1ยบ Etapa da Queima do A e caridade de

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Alho no CEAGESP, festa e mãos dadas A direção da CEAGESP da cidade de São Paulo, ao saber que muitas das crianças e adolescentes que frequentavam o entreposto submetiam-se ao trabalho e à prostituição infantil, assim como à mendicância, em 31 de março de 1998 cria a Nossa Turma, um espaço onde a esperança em forma de lazer educativo oferece o resgate da infância e da cidadania a essas crianças e adolescentes. No início, dois projetos deram vida à entidade: a Escolinha de Futebol e o Centro de Apoio Nossa Turma, atendendo 194 crianças e adolescentes. Em 2 de maio de 2001, o Centro de Apoio Nossa Turma se formaliza e nasce a Associação de Apoio à Infância e Adolescência Nossa Turma, reconhecida pelos órgãos competentes. Hoje em dia atendemos 223 crianças e adolescentes com serviços de creche (período integral), reforço escolar (meio período) e oficinas (capoeira, música) - garantidas 3 refeições balanceadas por nutricionista. Estamos implementando oficinas profissionalizantes de marcenaria, estamparia e fabricação de papel reciclado. À frente de todo esse trabalho, desde 2000, está o Sr Manoel da Silva Filho, mais conhecido como Manelão, nosso diretor presidente (voluntário). Manelão sempre atuou na área social, mesmo antes da existência da ONG, através da escolinha de futebol, tendo sido reconhecido pelo Gilberto Dimenstein como um dos “Heróis Invisíveis” de São Paulo (livro publicado há 10 anos que também inspirou uma exposição). Nossos projetos são mantidos por verbas que vêm: Da Prefeitura - em virtude de convênio firmado em novembro quando nos tornamos um CEI (Centro de Educação Infantil); Da CEAGESP - em virtude de convênio; Eventos (sendo o principal, a Festa da Queima do Alho), mas também temos bazares, bingos... Doações (contamos com alguns parceiros regulares e outros eventuais)

Em 2015 arrecadação da Queima do Alho foi de R$ 21.000,00 Esse dinheiro será integralmente aplicado na manutenção e aparelhamento da entidade (estamos com um anexo em obras para atendimento dos adolescentes) REVISTA 100% CAIPIRA |29


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CAPRINOS E OVINOS

Criadores de ovinos Dorper e White Dorper recebem primeiro curso de capacitação Fonte: Grupo Futura.rs

Cabanha Interlagos (SP) sediou evento com eleito como melhor criador no Mundial 2014 A Cabanha Interlagos, em Valinhos (SP), sediou, no último sábado, dia 30, o 1º Curso de Capacitação dos Criadores das Raças Dorper e White Dorper. A atividade foi ministrada por Hendri Van Wyk Jr., do criatório Nuwerust Dorperstud (África do Sul), jurado e melhor criador Dorper do Mundial de 2014 da raça, realizado da África do Sul. Em sua palestra, Hendri abordou os conceitos básicos que devem ser conhecidos por criadores de elite, ideais de morfologia, pontos analisados em um julgamento, “linhas de sangue” dentro do rebanho e sua importância, entre outras peculiaridades da criação de ovinos dorper. Estiveram presentes cerca de 50 pessoas, entre criadores, administradores e funcionários de criatórios dos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Goiás. Conforme Daniel Cipolletta, zootecnista da Cabanha Interlagos, a grande maioria dos participantes externou sua satisfação com a atividade e as informações repassadas. “Até os mais experientes aprenderam 34 | REVISTA 100% CAIPIRA

coisas novas”, ressalta Daniel. “O que o palestrante disse no curso nunca nenhum outro criador ou palestrante que veio da África do Sul disse. Não foi um curso com interesses comerciais, nem para confundir nenhum criador. Ele só quis ajudar os criadores nacionais a encontrarem o caminho correto de trabalho e seleção genética, tentando evitar erros básicos, para que o Brasil venha a

ser no futuro uma referência em genética de Dorper e White Dorper, podendo então exportar a sua genética para a América e outros continentes.” Alguns criadores, inclusive, mostraram interesse em dar seguimento aos cursos de capacitação. Outubro, mês da Nacional 2015 do Dorper e White Dorper, seria o período cogitado para a nova edição do evento.


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A REVISTA DE AGRONEGÓCIO QUE RESGUARDA A CULTURA CAIPIRA

ACESSE: WWW.REVISTA100PORCENTOCAIPIRA.COM.BR

https://www.facebook.com/pages/100porcentocaipira 35 REVISTA 100% CAIPIRA |


AGRICULTURA

Metade do PIB do estado A agropecuária representa 52,8%, a distribuição corresponde a 29,9%, a agroindústria 11,8% e a indústria de insumos e os serviços 5,6% O agronegócio de Mato Grosso representa 50,46% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. Dos R$ 41,5 bilhões gerados pelo PIB estadual em 2007, R$ 20,9 bilhões foram do agronegócio. Esta é uma informação inédita e foi divulgada ontem pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). O estudo foi feito em parceria com a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). O Imea, segundo o superintendente Otávio Celidonio, sempre teve o interesse e o desafio de estudar a representatividade do agronegócio na economia de Mato Grosso. O PIB é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de medir a atividade econômica de uma região. Ele representa a soma dos valores adicionados pelos setores da economia mais os impostos pagos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) possui dados do PIB da agropecuária brasileira e mato-grossense, mas não tem informações sobre o PIB do agronegócio que engloba tudo o que é movimentado antes, durante e depois da porteira. Significa que envolve a agropecuária, indústria de insumos, serviço, agroindústria e distribuição. O estudo identificou que dos R$ 20,9 bilhões, a agropecuária representa 52,8%, a distribuição corresponde a 29,9%, a agroindústria 11,8% e a indús36 | REVISTA 100% CAIPIRA

Fonte: Diário de Cuiabá

tria de insumos e os serviços equivalem a 5,6%. Também foi verificado que o agronegócio mato-grossense desempenha um papel importante para as receitas públicas. Dos mais de R$ 3 bilhões de impostos indiretos gerados sobre a produção estadual em 2007, 54,2% foram oriundos do agronegócio (R$ 1,64 bilhão), sendo a maior parte com origem na agroindústria, ou seja, R$ 957 milhões (58%). “Isso demonstra que se por um lado não é a agroindústria que contribui para o maior valor adicionado do PIB do agronegócio, de outro é sobre ela, e de forma desproporcional, que incidem a maior parte dos impostos indiretos. Isso, consequentemente, tira a competitividade do setor e contribui para justificar a baixa expansão de agroindústrias no Estado”, explica Celidonio. COMPARATIVO Em relação a outros estados, a participação do agronegócio mato-grossense se destaca sendo o que mais depende deste setor no Brasil. Enquanto em Mato Grosso o PIB do agronegócio corresponde a 50,46%, no Brasil representa 22,54%. Para a comparação entre os estados com forte presença da agropecuária na economia, embora não tenha sido uti-

lizado exatamente o mesmo ano (2007) e a mesma metodologia de pesquisa (no caso a Matriz Insumo Produto), ainda assim é relevante a participação do agronegócio mato-grossense no PIB estadual. Os estados comparados foram: Santa Catarina, cuja participação do PIB do agronegócio é de 46%; Rio Grande do Sul (40,58%); Paraná (40%); Minas Gerais (29,76%); Bahia (25,40%) e Pernambuco (21,20%). VBP Na coletiva, o Imea também divulgou estimativas para o Valor Bruto da Produção (VBP) de 2015 e atualizou a previsão do VBP de 2014. O instituto calcula apenas o VBP da agropecuária que é a soma do faturamento bruto dos setores (soja, algodão, milho, cana-de -açúcar, arroz, produtos florestais, boi, aves, leite e suínos). Para o próximo ano, estima-se que o VBP alcance R$ 39,2 bilhões, 9,9% a menos do que a previsão apontada para 2014 (R$ 43,48 bilhões). Conforme o instituto, essa perspectiva de queda se deve, principalmente, pela redução do preço da soja (-17,2%) e do algodão (-7,2%). Em contrapartida, a expectativa é de crescimento da participação (share) da pecuária no VBP, de 26% para 28%.


TRANSPORTES

Fonte: Assessoria de Imprensa ANTT

ANTT faz audiência pública e discute tabela de frete A sociedade participou no dia 29 de maio da sessão presencial da Audiência Pública nº 003/2015, que trata de metodologia e aplicação de parâmetros de referência para cálculo do frete do serviço de transporte rodoviário remunerado de cargas por conta de terceiros, no edifício-sede da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em Brasília (DF)

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articipação ativa - O Sistema OCB tem participado ativamente e enviou as contribuições do movimento cooperativista ao tema. A proposta discutida na sexta-feira (05/06) é resultante dos estudos do grupo de trabalho coordenado pelos ministérios da Secretaria Geral da Presidência da República e dos Transportes e baseada na metodologia de cálculo de frete da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas e Associação Nacional do Transporte de Cargas (Fipe/NTC). Tabela referencial - Consolidada a nova resolução, será elaborada uma tabela referencial de custos para o serviço de transporte rodoviário de carga. Cabe à ANTT, em sua esfera de atuação, promover estudos aplicados às definições de tarifas, preços e fretes, levando em consideração os custos e os benefícios econômicos transferidos aos usuários pelos investimentos realizados. Parâmetros - Os parâmetros de referência terão vigência de 12 meses e deverão ser revistos anualmente. Porém, a ANTT poderá rever os valores a qualquer tempo. REVISTA 100% CAIPIRA |37


BOVINOS DE LEITE

Na criação de bezerros, prevenir também é melhor do que remediar Quando avaliamos os principais fatores de risco associados à ocorrência ou não de doenças em bezerros, podemos dividir estes fatores em dois grupos 38 | REVISTA 100% CAIPIRA

De um lado, temos fatores relacionados à resistência dos bezerros, como a falha na transmissão de imunidade passiva (colostragem), o baixo status nutricional dos animais ou situações que possam causar estresse nos bezerros. A ocorrência destes fatores de risco, de forma isolada ou em conjunto, reduzem a resistência dos animais favorecendo o desenvolvimento e aparecimento de doenças. Quando falamos em desafio, falamos da intensidade com que a doença está presente no ambiente. Sabemos que quanto maior o desafio, maior o risco dos animais adoecerem. Uma boa notícia, é que podemos atuar nos dois grupos de fatores de risco, ou seja, podemos intervir na resistência dos animais e no grau de desafio a que os animais serão ou estarão submetidos. Os cuidados com os bezerros devem se iniciar antes mesmo do nascimento.


Alguns pontos a serem observados são: o local onde os bezerros irão nascer, ou chamados por alguns de piquetes maternidade, a vermifugação e a vacinação da vaca no pré-parto. Após o nascimento dos bezerros, a cura do umbigo com iodo e a colostragem são importantes pontos a serem observados. É através do colostro que a vaca transfere toda resistência que adquiriu durante sua vida para o bezerro. O colostro é a primeira secreção eliminada pela glândula mamária da vaca logo após o parto, sendo rico em proteínas, devido a grande quantidade de anticorpos presentes. São considerados pontos chave da boa colostragem: - a quantidade de colostro ingerida pelo bezerro, o ideal deve ser em torno de 4 litros ou 10% do peso vivo; - o tempo, sendo que o colostro deve ser fornecido até 6 horas após o nascimento; - e a qualidade do colostro, que está relacionada à quantidade de anticorpos presente no colostro e a higiene no momento do fornecimento. Dentre as doenças mais importantes, as diarreias infecciosas em bezerros são consideradas sérias e podem ser causadas por vírus, bactérias, protozoários e vermes. De uma maneira geral, as diarreias

que acometem os bezerros, nos seus primeiros 15 dias de vida, podem ser devido a infecções virais, principalmente a coronavirose e a rotavirose, ou bacteriana, sendo a colibacilose, a mais importante. A salmonelose também se destaca como uma importante causa bacteriana das diarreias em bezerros, acometendo os animais, normalmente, entre 2 semanas e 2 meses de vida. As diarreias causadas pela Eimeriose ou a Coccidiose, também tem grande importância devido aos prejuízos causados aos bezerros, afetando de forma significativa o desenvolvimento dos animais, sendo que em muitos casos, os bezerros não apresentam os sinais caraterísticos da diarreia. A Coccidiose é uma doença que tem ampla ocorrência e causa maior impacto em animais jovens, podendo predispor a ocorrência de outras diarreias e afetando o ganho de peso, a capacidade reprodutiva e produtiva inclusive dos animais na fase adulta. Trata-se de uma doença multifatorial, ou seja, a sua manifestação clínica e a sua severidade varia de propriedade para propriedade dependendo da relação entre vários fatores, como: a idade dos animais, a nutrição, o estado imunitário, o manejo, a higiene, presença de fatores estressantes e a quantidade de

oocistos, que podemos entender como sendo os ovos do agente presente no ambiente. Em resumo, quanto mais oocistos (ovos) no ambiente, maior o risco dos animais se contaminarem e maior a probabilidade dos sinais clínicos serem mais severos. Os bezerros que apresentam diarreia causada pela Coccidiose, normalmente, apresentam diarreia a partir de três semanas de vida, em função do período do ciclo do agente. Os sinais clínicos mais comuns são: diarreia com muco e sangue (curso negro), perda de apetite, atraso no crescimento, desidratação e casos severos podem levar a morte. A diarreia, ou a doença clínica, mais severa, normalmente afeta a minoria dos animais. Na grande maioria dos casos, os animais não apresentam sinais clínicos evidentes, ou seja, possuem a doença na forma subclínica. Mas estes animais, normalmente, apresentam desempenho ou desenvolvimento insatisfatório. As lesões causadas pelo agente nas células intestinais dos bezerros provocam as diarreias e atrapalham a absorção dos nutrientes pelo intestino, atrapalhando assim, o ganho de peso destes animais. Visando auxiliar aos produtores no controle desta doença que muitas vezes passa despercebida, mas que é uma causa importante de ineficiência na criação de bezerros

Rômulo Mendes Júnior - Médico Veterinário Bayer Saúde Animal

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FLORICULTURA

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PESQUISA E CIÊNCIA

Cientistas acreditam que o abacate pode ajudar na luta contra o câncer.

Fonte: DailyMail

Cientista revoluciona ao encontrar molécula no abacate que combate a leucemia e pretende lançar medicamento em breve Um novo estudo revelou que a gordura da fruta pode combater a Leucemia Mieloide Aguda (LMA), uma forma rara e mortal da doença. Os pesquisadores canadenses disseram que as moléculas de gordura do abacate atacam diretamente as célulastronco da leucemia, a raiz da doença, à medida que crescem em células anormais do sangue. Mundialmente, existem poucos medicamentos que combatam as células-tronco da leucemia. Em função dos resultados, os pesquisadores esperam criar uma droga derivada do abacate, com intuito de aumentar significativamente a expectativa e a qualidade de vida em pacientes com LMA, uma doença devastadora e fatal dentro de apenas cinco anos, em 90% dos pacientes com mais de 65 anos. Em pessoas saudáveis, as células estaminais na medula óssea, crescem e se 42 | REVISTA 100% CAIPIRA

dividem para formar células vermelhas de sangue plenamente desenvolvidas, plaquetas e glóbulos brancos. Em pacientes com LMA, este processo dá errado. Em vez de formar células vermelhas do sangue saudáveis, muitas células de leucemia anormais são formadas. Estas são células imaturas, que não são capazes de se desenvolver em células sanguíneas de funcionamento normal. Os pesquisadores descobriram que a molécula de gordura do abacate, chamado avocatin B, é capaz de interromper este processo, tendo como alvo as célulastronco sanguíneas saudáveis, ainda capazes de crescer. “A célula-tronco é realmente a grande responsável pelo desenvolvimento da doença e a razão da recaída de tantos pacientes com leucemia. Temos realizado vários testes para determinar como esta nova droga funciona em um nível mole-

cular, confirmando que ele atinge seletivamente as células estaminais, deixando as células saudáveis ilesas”, disse Paul Spagnuolo, da Universidade de Waterloo, no Canadá. “A avocatin B não só elimina a fonte de LMA, como também seus efeitos seletivos, diminuindo a toxicidade ao corpo”, completou Spagnuolo, que fez uma parceria com o Centro de Comercialização de Medicina Regenerativa (CCRM), em Toronto, Canadá, e entrou com um pedido de patente para o uso de avocatin B para tratar LMA. A droga ainda precisará passar por longos teste, antes de ser aprovada para uso em clínicas de câncer, mas Spagnuolo já está realizando experimentos para preparar a droga para um ensaio clínico de Fase I. Esta será a primeira rodada de ensaios em que as pessoas diagnosticadas com LMA terão acesso à droga.


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ARTIGO

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FEIRAS E EVENTOS FRUTICULTURA

Expocachaça comemora 18 anos em sua 25ª edição A Expocachaça em sua 25ª edição aconteceu em Belo Horizonte/MG entre os dias 4 a 7 de Junho de 2015, juntamente com a 9ª Brasilbier, a feira da cerveja. Esse ano a feira da cachaça teve uma configuração diferente, justamente porque foi somada a feira da cerveja, de maneira que todos desfrutassem o melhor dos dois mundos, o que deu muito certo. Esse evento pioneiro, a maior, e a mais importante e conceituada feira do setor trouxe a cidade muitas novidades e surpresas, mantendo o formato de Feira e Festival que a consagrou junto aos expositores, público e mídia num cenário onde negócios, entretenimento e diversão, gastronomia, consumo, lazer e cultura acontecem simultaneamente. A Feira Expocachaça teve um público de 35.000 visitantes em seus 4 dias e um volume de negócios de cerca de 30 milhões de reais. Foram cerca de 500 marcas de cachaças de 25 estados do Brasil. Em 2016 será realizada de 9 a 12 de 46 | REVISTA 100% CAIPIRA

junho. Poucas pessoas sabem, mas desde 1994 a cachaça foi considerada como Patrimônio Cultural de Minas Gerais através de uma Lei Estadual, além de já ter sido tema de muitas músicas brasileiras, incluindo nossa saudosa Inezita Barroso. O agronegócio da cachaça já alcançou 40.000 produtores no Brasil, contudo a feira atrai diversos públicos, sendo os produtores de cachaça, varejistas, distribuidores e o público em geral que vem a procura de diversão, entres eles estão apreciador ou não da boa cachaça. Em geral, é um dos eventos principais na agenda dos colecionadores de cachaça. Os colecionadores e apreciadores de cachaça preferem a bebida pura e sem nenhuma mistura que possa alterar o sabor original, porém os novos apreciadores, esse novo consumidor da cachaça vem apreciando as adaptações que estão sendo feitas a bebida, fazendo com que se

encontre no mercado uma grande diversidade de bebidas derivadas da cachaça. As secretarias de Estado da Fazenda e da Agricultura de Minas decidiram reduzir o imposto dos atuais 18% para 3%, ainda sem data para a nova taxa começar a valer, essa grande novidade foi anunciada durante a Expocachaça 2015, além de que a partir de 1º de janeiro de 2016 a inspeção e a fiscalização da produção de cachaça em Minas serão feitas pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), e não mais pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “Nós temos hoje 150 marcas de cachaças certificadas. O IMA vai fazer um mapeamento do setor, saber quem são os produtores e os problemas que eles enfrentam”, disse José Lúcio Mendes, diretor da Expocachaça. Essas mudanças provavelmente contribuirão com a produção, chegando o beneficio até o consumidor final.


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É tempo de frio, por isso preparamos um

caldos e sopas para você amante da

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Caldo verde ma série sobre

a boa leitura.

INGREDIENTES

150 ml de azeite de oliva extravirgem 1 cebola grande picada 4 dentes de alho picados 1 maço de cheiro verde picado bem fininho 5 batatas grandes sem casca e cortadas em quartos 1 litro de água 2 1/2 colheres (chá) de sal 1 linguiça defumada, cortada em fatias 100 g de bacon cortados em cubinhos 1 maço de couve-manteiga

PREPARO

Coloque o azeite para esquentar em uma panela grande para sopas. Doure o bacon em seguida acrescente a cebola e o alho e o cheiro verde doure por aproximadamente 10 minutos, sem deixar queimar. Junte as batatas e cozinhe, mexendo de vez em quando, por 5 minutos mais. Acrescente a água e aumente o fogo para a sopa ferver. Assim que ela ferver, diminua a chama e cozinhe em fogo médio até as batatas ficarem bem macias, aproximadamente 30 minutos. Quando as batatas estiverem bem macias, quase desmanchando,esmague as batatas com um espremedor convencional na mesma água da fervura. Corrija o sal. Se a sopa estiver muito grossa, adicione mais água conforme o seu gosto. Acrescente a couve e deixe ferver por mais alguns minuto e sirva ainda quente. REVISTA 100% CAIPIRA 49 |


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