www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, outubro de 2015 - Ano 3 - Nº 28 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
AMENDOIM E SEUS BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE REVISTA 100% CAIPIRA |
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Agricultura Familiar: RS agricultura familiar recebe incentivo
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Pesquisa: Agronegócio amplia esforços de negociação Análise de Mercado: Consumo de frutas democratizado no Brasil Festa: Encontro de Folia de Reis da Família Du Catira
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Artigo: Amendoim e seus benefícios a saúde
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Produção vegetal: Maçã é tema de audiência pública
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Produção rural:
Área de plantio de algodão pode recuar Certificação: Cientistas ajudam gaúchos a obter selo de procedência do vinho Agricultura:
A importância da polinização para a produção agrícola Receitas Caipiras: Paçoca de amendoim diet REVISTA 100% CAIPIRA |
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AGRICULTURA FAMILIAR
Brasil, outubro de 2015 Ano 3 - Nº 28 Distribuição Gratuita
EXPEDIENTE Revista 100% CAIPIRA®
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Fonte: Folha do Mate
RS: agricultura familiar recebe incentivo de quase R$ 140 mil Os processos de Consulta Popular de 2014 e 2015, promovidos pelo Governo do Estado, resultaram em incentivo de quase R$ 140 mil para a agricultura familiar do município Os dados foram fornecidos pelo escritório de Venâncio Aires da Emater-RS/Ascar. Os produtores beneficiados tiveram seus nomes aprovados pelo Conselho Municipal do Desenvolvimento Rural (Comder), que reúne Secretaria Municipal da Agricultura, Emater, sindicatos e demais entidades representativas dos produtores. Os recursos visam incentivar a diversificação no meio rural. Conforme o chefe da unidade da Emater-RS/Ascar na Capital do Chimarrão, Vicente Fin, os valores do processo oriundos do último ano serão divididos entre cinco agroindústrias familiares. Ao todo, serão R$ 100 mil, divididos entre as agroindústrias dos produtores Ademir da Silva, Clóvis Eggers, Elígio Agnes, Cláudio Posselt e Eli Maria Kessler. Os valores vão ser destinados à compra de equipamentos para cada empreendimento. Já da Consulta Popular de 2015, serão destinados R$ 30 mil para a agricultura, a serem divididos entre cinco 6 | REVISTA 100% CAIPIRA
produtores rurais venâncio-airenses. Os contemplados são os agricultores Izolde Dornelles, Ademir José Ribeiro, André Luiz dos Santos, Carline Andrea Linke e Erni da Silva. Todos receberão valores para fortalecimento de suas produções. Ainda serão repassados R$ 8,8 mil para a Cooperativa dos Produtores de Venâncio Aires (Cooprova), que conta hoje com cerca de 200 associados. O valor visa fortalecer a estrutura de logística e abastecimento da entidade. Os projetos que garantem o repasse dos valores aos agricultores foram elaborados pelo escritório da Emater-RS/ Ascar. Segundo Vicente Fin, as verbas obtidas através da votação na Consulta Popular são oriundas do orçamento do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper). Estes valores são empréstimos sem juros, com prazo de pagamento de até cinco anos e ‘quem paga na data do vencimento recebe bonificação de 80% do valor’, frisa Fin.
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Maltratar animais é crime.... .....abandonar também. Getúlio Vargas aprovou o Decreto nº 24.645/34 prevê pena para todo aquele que incorrer em seu artigo 3º, item V, "abandonar animal doente, ferido, extenuado ou mutilado, bem como deixar de ministrar-lhe tudo que humanitariamente se lhe possa prover, inclusive assistência veterinária". Fernando Henrique Cardoso aprovou a Lei Federal nº 9.605/98 que "dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências", incluindo maus tratos aos animais domésticos.
Animal é vida, não é brinquedo... sente fome, frio e medo!!!!
A educação vem de berço, ensine seus filhos, sobrinhos e conhecidos que os animais merecem respeito.
Não seja um criminoso.
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Para ajudar animais resgatados de maus tratos e abandono a VBA - Voluntários do Bem-Estar Animal conta com a colaboração de todos, através de depósito bancário: Banco Bradesco agência 1382-0 c/c 0127990-4 ou Banco do Brasil agência 6838-1 c/c 25923-3 ou entre em contato através do facebook: REVISTA 100% CAIPIRA | 7 https://www.facebook.com/beatrixsookie, para maiores informações e acompanhamento dos trabalhos realizados.
AMENDOIM E SEUS BEN
Para muitos, o amendoim tem a capacidade de
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NEFÍCIOS PARA A SAÚDE
e proporcionar uma série de benefícios à saúde
Por: Sérgio Strini Reis
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O amendoim (Arachis hypogaea L.), também conhecido no sul de Portugal (Alentejo e Algarve) como alcagoitae, é uma planta da família Fabaceae. A planta do amendoim é uma planta herbácea, com caule pequeno e folhas compostas e pinadas (estruturas em forma de pena, ou seja que apresentam formas multidivididas insertas num eixo comum), contendo quatro folíolos de formato elíptico e com inserção alternada, raiz aprumada, medindo entre 30–50 cm de profundidade. As flores são pequenas e amareladas e, depois de fecundadas, penetram no solo, com a ajuda de uma estrutura denominada ginóforo e de um fenômeno conhecido como geocarpia, onde os legumes desenvolvem-se subterraneamente. O fruto é uma vagem, logo é uma leguminosa. O amendoim tem uma grande importância econômica, principalmente na indústria alimentar. Algumas variedades produzem grãos com uma grande quantidade de lípidos (entre 45 a 50%) e têm sido utilizadas para a fabricação de óleo de cozinha. Em várias regiões da África, o amendoim é moído para cozinhar vários pratos da culinária local, que ficam assim mais ricos em lípidos e 10 | REVISTA 100% CAIPIRA
proteínas. É muito apreciado como aperitivo, torrado ou frito. É uma planta originária da América do Sul (Brasil e países fronteiriços: Paraguai, Bolívia e norte da Argentina. A difusão do amendoim iniciou-se dos indígenas para as diversas regiões da América Latina, América Central e México. No século XVIII foi introduzido na Europa. No século XIX difundiu-se do Brasil para a África e do Peru para as Filipinas, China, Japão e Índia. Além de “amendoim”, a Arachis hypogaea recebe diversos nomes, como alcagoita ou ervilhana (sul de Portugal), aráquide, caranga, carango (Moçambique), jiguba, jinguba, mandubi, manobi, amendubi, amendomepinda (Angola), mancarra (Cabo Verde e Guiné-Bissau). Em alemão, é conhecido por Erdnuss; em espanhol, por cacahuete (só na Espanha), maní (América do Sul) ou cacahuate (México); em francês, por arachide, arachis ou cacahuète, arachidi em italiano; em inglês, por peanut. O consumo mais popular do amendoim se dá nas seguintes formas: manteiga de amendoim, doces ou consumido puro, inteiros, torrados, cozidos ou crus. A utilização da man-
teiga de amendoim não é só em casa, mas grandes quantidades são também utilizadas na indústria e na produção comercial de sanduíches, doces e produtos de panificação. É largamente utilizado como recheio ou componente de chocolates e bombons. No Brasil, vários produtos alimentícios têm como base o amendoim: paçoca de amendoim, pé-de-moleque, doce de amendoim, óleo, entre outros. Também é consumido no formato de bolos, sorvetes e batidas de amendoim. Óleo de amendoim é frequentemente utilizado na culinária, porque tem um sabor suave e queima a uma temperatura relativamente elevada. O amendoim também é usado para a alimentação de aves de jardim. Os amendoins têm uma variedade de usos finais industriais, entre eles tintas, vernizes, óleos lubrificantes, inseticidas e nitroglicerina que são feitos a partir do óleo de amendoim. Alguns cosméticos contém óleo de amendoim e seus derivados. A porção de proteínas do óleo é usada na fabricação de algumas fibras têxteis. As cascas do amendoim são aproveitadas na fabricação de plástico, gesso, abrasivos, combustível; elas também
são usadas para fazer celulose (rayon e utilizado em papel) e mucilagem (cola). A parte aérea da planta de amendoim é utilizada em forragem para animais (como se fosse feno). O bolo de proteína (farelo de bagaços), resíduo do processamento do óleo, é usado na alimentação animal e como fertilizante do solo. Também pode ser usado, com outros legumes e grãos, para fazer um leite sem lactose, como bebida, o leite de amendoim. A Argentina é a maior produtora de amendoim na América Latina e a 9ª maior do mundo. No Brasil, se produz um doce a base de amendoim moido, pastoso, fécula de mandioca e açúcar, conhecido como paçoquinha. Na Colômbia, a semente é consumida de diversas formas: frito (cristalizadas, frito com e sem casca, com e sem sal), torrados, com ou sem casca, e cristalizada. Neste último caso, cristalizadas caramelo com a casca, mantém a cor vermelha natural da casca. Produção Mundial e do Brasil Segundo a Satra Export & Import, estes últimos anos demonstram claramente como o clima interfere no desenvolvimento das safras do sudeste brasileiro, 2003/2004 chuvas intensas inundaram o Brasil, 2004/2005 a seca durante janeiro e fevereiro prejudicou a qualidade de uma grande safra e 2006/2007 chuvas torrenciais por 40 dias prejudicaram fortemente a produtividade da safra. O mercado mundial no ano de 2007 na produção agrícola de amendoim alcançou o volume de 32.360 milhões de toneladas. A forte procura internacional em 2003/2004 promoveu o cultivo de amendoim em Minas Gerais e Mato Grosso, como conseqüência elevou a área plantada para 13.000 ha e uma produção de 300.000 toneladas métricas. A seca e os problemas de qualidade (aflatoxina) combinados com a falta de estrutura afetaram a economia do segmento, ocasionando a interrupção de muitos projetos no Cerrado, consequentemente muitos agricultores perderam a capacidade de gerar novas produções de amendoim na redução das áreas nas safras subseqüentes.
Na região sudeste do Brasil, Estado de São Paulo, as áreas agrícolas estão compostas em duas regiões, Alta Paulista e Alta Mogiana, compreendidas pelas cidades de Tupã, Marília, Dumont, Ribeirão Preto, Jaboticabal e Sertãozinho. A produção da região da Alta Mogiana apresenta um número maior em volume, diferença presente no volume da safra das secas plantada entre Janeiro e Fevereiro e colhidos entre Abril e Maio. O sudeste brasileiro responde a 75% da produção nacional de amendoim e consome aproximadamente 85% pela produção de doces e salgados complementados pela exportação de amendoim com e sem pele, bem como a exportação de óleo cru de amendoim. Visto que, 10% da produção do Estado de São Paulo são da variedade Tatu quase que exclusivamente comercializado no mercado nacional. Segundo a CONAB, na safra de 2006/2007 houve uma melhora dos preços internacionais, mas os exportadores já haviam fechado contratos a preços menores antecipadamente, e não puderam obter retorno sobre a alta. Já para a safra de 2007/2008 o alcançado foi 305.8 toneladas com crescimento de 26,2%. As principais áreas plantadas no mundo correspondem à China e Índia, que por sua vez também são grandes consumidores do produto na forma de óleo, alimento animal e alimento humano. Outros países, principalmente os africanos e asiáticos, possuem grandes regiões produtoras, principalmente para utilização como oleaginosa. Propriedades nutricionais A grande vantagem do amendoim é sua composição de alta qualidade nutricional. Portanto, ele pode ser largamente aproveitado como suplemento proteico na merenda escolar, por exemplo. Em 2004, o governo da Paraíba recomendou seu uso na alimentação de alunos da rede pública. O óleo de amendoim, devido à sua composição rica em gorduras insaturadas (aproximadamente 80%), tem comportamento semelhante ao azeite de oliva. Por ajudar a reduzir o colesterol ruim (LDL), está presente nas dietas
médicas para diabéticos. Importante ressaltar o desenvolvimento de nova variedade de amendoim, IAC Caiapó, mais adaptada às nossas condições de clima e solo. Efetuado pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), esse tipo propiciará melhora importante na qualidade do grão, o que será motivo de novas oportunidades de negócios tanto nacional quanto internacionalmente. Benefícios do amendoim Para muitos, o amendoim tem a capacidade de proporcionar uma série de benefícios, como proteger o coração, reduzir a gordura da região abdominal, retardar o processo de envelhecimento, atuar na formação de tecidos, participar do trabalho muscular, evitar cãibras e ajudar na prevenção do câncer, entre outros. O amendoim é uma planta da família Fabaceae, nativa da América do Sul (Bolívia ou Brasil), levada à Europa pelos espanhóis. A qualidade de sua proteína assemelha-se à do leite. Em sua composição química existem proteínas (26%), gorduras (47%), carboidratos (18,6%) e água (5,8%). Ele também é rico em ferro, zinco, cobre, vitamina A, vitamina E e niacina (vitamina). Vanderli Marchiori, nutricionista da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), destaca que, entre inúmeros benefícios do amendoim, ele é rico em: proteínas, fibras, antioxidantes e fitos químicos, além de auxiliar no controle do peso, da gordura abdominal e dos níveis de açúcar no sangue. “Além disso, sua alta concentração de vitamina E faz com o que o amendoim exerça o papel de antioxidante, que pode diminuir a incidência do mal de Alzheimer. Estudo feito ao mesmo tempo nos EUA e nos Países Baixos, com quase 6 mil pessoas, mostrou que aquelas que consumiram regularmente o produto (puro ou em forma de manteiga) apresentaram 67% dos itens abaixo relacionados. Ácido fólico ou folato: Essencial para a formação correta do sistema nervoso do feto. Ácido graxo monoinsaturado: Conhecido como gordura do bem, contribui para diminuir a oxidação, aumentar REVISTA100% 100%CAIPIRA CAIPIRA |11 REVISTA
a captação do colesterol ruim (LDL) pelo fígado e elevar as taxas do colesterol bom (HDL). O LDL em excesso provoca aumento da deposição de placas de gordura nas artérias, impedindo o fluxo sanguíneo. Já o HDL tem a função de transportar o colesterol dos tecidos para o fígado. Esse processo é fundamental para evitar doenças cardiovasculares, como a aterosclerose (entupimento das artérias). Mesmo com alto valor calórico, o amendoim não contém colesterol por ser de origem vegetal. Cálcio: Fortalece a estrutura óssea e previne osteoporose. Deve ser sempre consumido em conjunto com o magnésio. Ferro: Fundamental na dieta das gestantes, pois ajuda no crescimento do feto e na formação do sistema nervoso do bebê, além de reduzir infecções comuns na gravidez. Também é extremamente importante ao longo da vida toda: é parte das células vermelhas e sua carência é diagnosticada como anemia. Fibra alimentar: Gera saciedade e ajuda no emagrecimento. Fósforo e potássio: São aliados dos adeptos de atividade física: ajudam a afastar a fadiga e dar pique. O fósforo auxilia na formação dos ossos e é fundamental na constituição do rim. O potássio melhora a contração muscular. Gordura: É fonte concentrada de energia. Serve de transporte e absorção das vitaminas lipossolúveis (insolúveis em água). Além disso, é precursora de diversos hormônios e protege as membranas celulares. Gordura monoinsaturada: Contribui para a eliminação de peso. Mantém o nível de açúcar no sangue estável e ativa o metabolismo da queima de gordura. Além disso, converte os estoques de gordura corporal em energia. Magnésio: Importante para circulação, fortalecimento dos músculos e cicatrizações. Essencial para o sistema nervoso. Ajuda a manter o estresse longe. Ômega-3: Reduz moderadamente os níveis de triglicérides no sangue e a pressão arterial. Igual ao Omega-6 previne o envelhecimento por funcionar como renovador celular. Ômega-6: Renovador celular previ12 | REVISTA 100% CAIPIRA
ne o envelhecimento precoce. Selênio: Eficácia na redução do estresse celular, físico e emocional. Vitamina E: Nutriente famoso pela ação antioxidante, ou seja, combate ao excesso de radicais livres e prevenção de tumores. Aumenta a resistência dos músculos ao reduzir dores, e preserva o sistema imunológico. Vitaminas do complexo B: Essenciais ao sistema nervoso. Auxiliam na digestão e afastam o mau-humor por ajudar na formação de neurotransmissores como a serotonina – sinônimo de bem-estar. Outros benefícios: amendoim a favor da beleza; protege os vasos sanguíneos, tem ação antiinflamatória, previne o envelhecimento precoce, combate o enfraquecimento de unhas e cabelos, regula a oleosidade da pele, afasta dermatites e seborréia. Vanderli Marchiori, diz que o consumo recomendado de amendoim é de 30 g por dia. “Quem está em processo de reeducação alimentar deve ingerir a semente preferencialmente em lanches intermediários. Assim, é possível garantir a saciedade por mais de duas horas, o que inibe a ingestão de lanches mais calóricos”. Com relação à prevenção de doenças, além de seu alto valor nutritivo, com perfil vitamínico e gran-
de quantidade de proteínas vegetais – de 25% a 30% de sua composição – o amendoim é rico também em fitos esteróis. “Trata-se de um tipo de gordura com estrutura semelhante ao colesterol, mas que, ao contrário desse, tem origem vegetal e não é produzida pelo corpo. Presente em óleos vegetais e frutos oleaginosos, ela é reconhecida desde os anos 1950 por sua capacidade de baixar os níveis de colesterol ruim (LDL) do sangue”. Quem evita comer amendoim com medo de engordar e a certeza ganhar espinhas pode estar bem enganada. Isso porque, ao contrário dessa máxima, o fruto ajuda a emagrecer e não necessariamente gera acne, além de trazer benefícios ao coração. Quem afirma é o médico ortomolecular Dr. Wilson Rondó Jr., que desmistifica as propriedades do alimento. “O amendoim é rico em gordura monoinsaturada, que é boa e não engorda. Pelo contrário, quanto mais nos afastamos da gordura boa, mais ganhamos peso”, explica o especialista, que assume os altos valores calóricos do fruto, mas descarta o problema com as calorias. “As pessoas confundem calorias com ganhar peso. Não é bem assim que funciona. Um alimento pode ser calórico e ajudar a emagrecer”.
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PESQUISA
Produtores propõem pesquisa aprofundada sobre uso de defensivos agrícolas Fonte: MT Agora
A sugestão foi feita pelo agrônomo e pesquisador do assunto há mais de 40 anos, Francisco Graziano 14 | REVISTA 100% CAIPIRA
O setor produtivo agropecuário de Mato Grosso espera que o Estado, por intermédio da Assembleia Legislativa, possa promover um estudo científico sobre o uso de agrotóxico nas lavouras locais a fim de descobrir se há contaminação nos mananciais aquíferos das regiões produtoras. A sugestão foi feita pelo agrônomo e pesquisador do assunto há mais de 40 anos, Francisco Graziano. Ele veio de São Paulo para participar, nesta segunda-feira (21/09), de uma audiência pública promovida pelo Parlamento para debater o tema e destacou a necessidade de pesquisas sérias, com a integração de todos os setores envolvidos. “Não vou falar sobre a questão ideológica por trás desse assunto, porque ela é notória. Eu estou convencido de que só há um jeito de passar isso a limpo, que é o governo de Mato Grosso contratar uma pesquisa isenta, colocar a Universidade Federal, a Aprosoja, a Federação da Agricultura, formar um grupo de técnicos ligados a essas instituições, contratar um núcleo de pesquisadores, fazer um estudo e apresentar os dados aqui na Assembleia Legislativa. É preciso estudar profundamente e se basear em informações precisas, que não podem ser de uma pessoa só. O governo de Mato Grosso pode contratar essa pesquisa”, sugeriu o palestrante, um dos primeiros a publicar livro sobre o uso de produtos químicos nas lavouras brasileiras. Graziano explicou que as características tropicais do solo e do clima mato-grossenses impedem que a agricultura seja feita sem o uso de defensivos, justamente por conta da capacidade de prolifera-
ção das pragas e doenças que atingem a produção. Mas enfatizou que o emprego de tecnologia tem minimizado o uso e os danos ao ambiente. “O volume que se usava antes por hectare cultivado era muito maior. Na década de 70, nós utilizávamos dois quilos de produto ativo por hectare cultivado. Hoje, se utiliza 200 gramas, a média. Então, a minha visão como estudioso desse processo é que as coisas não pioraram. Mas eu também não quero comer veneno. A tese de não envenenamento é defendida por todos, só temos que ver como caminhamos nesse sentido”. O presidente do Sistema Famato/Senar, Rui Prado, representante dos produtores rurais de Mato Grosso, reiterou a necessidade de pesquisar com maior profundidade e existência de contaminação, enfatizando que é interesse do setor utilizar cada vez menos defensivos agrícolas. “Queremos uma outra tecnologia em que vamos utilizar menos recursos econômicos e agrotóxicos. Mas, infelizmente, ela ainda não está pronta. Pedimos para que o Estado faça pesquisas relativas a esse assunto, porque vocês podem ter certeza de que ninguém quer comer veneno. Agora, nós precisamos produzir alimentos. De que forma vamos produzir? Estamos vendo aqui pessoas que querem isso. Queremos dominar essa equação que leve à produção sem a utilização de produtos”, ponderou Prado. Análises do Ministério da Agricultura, conforme apresentou Graziano, através do Plano Nacional de Controle de Resíduos Contaminantes em Produtos de Ori-
gem Vegetal, demonstram que as lavouras de soja, alho, amendoim, banana, batata, café, cebola, feijão e trigo estão em conformidade em 100% com uso de agrotóxicos. O dado é de junho de 2015. “Reitero que fazemos uma agricultura sustentável aqui em Mato Grosso, do ponto de vista econômico, social e ambiental. Respeitamos a legislação, que é rígida, que faz os estudos que têm que ser feitos, e nós realizamos assim, ninguém quer nada diferente”, pontuou o presidente do Sistema. Prado destacou também a devida importância dada pelo setor no armazenamento e correto descarte das embalagens dos produtos químicos utilizados na agropecuária o Estado. Segundo ele, 99% das embalagens são descartadas corretamente. Além disso, salientou a capacitação realizada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT) específica para quem utiliza os produtos. “Com relação à orientação, quero relatar que nós, através do Senar, conseguimos, só no ano passado, qualificar 7.066 pessoas aqui no Estado quanto ao manuseio desses produtos. Este ano, já qualificamos 5.160 pessoas para o trato, o manuseio desses agrotóxicos”. Para finalizar, o presidente destacou a importância do debate. “O Estado de Mato Grosso está fazendo o seu papel no momento em que chama as instituições, a sociedade civil organizada para discutir um problema desta envergadura. Fico muito feliz com essa faixa que diz não queremos comer veneno. Esse é um ponto em comum entre produtores rurais, entre outras instituições e toda a sociedade mato-grossense”. REVISTA 100% CAIPIRA | 15
ANÁLISE DE MERCADO
Fonte: Avisite
Há um esforço do governo brasileiro para que mais produtos do agronegócio sigam a trajetória da soja nas exportações para a China. Estão em foco, entre outros, carnes de ave e suína, milho e tabaco. O resultado da balança no primeiro trimestre do ano ilustra a relevância da soja. Entre janeiro e março foram embarcados US$ 2,95 bilhões, alta de 84% em relação a igual período do ano passado, sendo que o grão sozinho totalizou US$ 2,1 bilhões. O volume saltou de 1,82 milhão de toneladas no primeiro trimestre de 2011 para 4,34 milhões de toneladas, informa Lino Colsera, diretor do Departamento de Negociações Sanitárias e Fitossanitárias do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) ao jornal Valor. Uma missão brasileira capitaneada pelo departamento está de malas prontas para a China com a intenção de abrir outras frentes de negócio. Os brasileiros pretendem obter sinal verde dos chineses para aumentar os embarques de carne de aves e incluir na lista de produtos exportados carne suína e milho, além de ter como meta expandir a venda de tabaco. Em fevereiro, em um primeiro encontro com a subcomissão de Quarentena, Inspeção e Vigilância Brasil/China, no âmbito da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concentração e Cooperação (Cosban), o Brasil já havia sinalizado a intenção de abrir o leque de produtos para a China. 16| REVISTA 100% CAIPIRA
Agronegócio amplia esforço de diversificação Uma missão brasileira capitaneada pelo departamento está de malas prontas para a China com a intenção de abrir outras frentes de negócio “No final de março e início de abril, uma missão chinesa visitou 15 abatedouros de frango no Brasil. A comitiva também passou pelo Paraná com o objetivo de ver de perto as plantações de milho e dar a largada para a importação também desse produto”, conta Colsera. A China já fez, inclusive, a análise de risco de pragas com relação ao Brasil e agora, durante a visita, o governo brasileiro espera que os chineses deem o sinal verde para esses produtos. Hoje, o país exporta uma quantia “irrisória” de milho para aquele país. “A meta é abrir o mercado e passar a exportar grandes volumes”, diz Colsera. Atualmente, 25 empresas fornecem frangos para o mercado chinês. “Nosso objetivo é elevar para 47 empresas e essa negociação está em fase de análise”, explica o diretor. Também faz parte da empreitada expandir o volume de carne suína vendida para os chineses. “Hoje são três frigoríficos que exportam e queremos passar para oito”, afirma Colsera. Os embarques de carne suína começaram no princípio do ano passado, resultado da visita da presidente Dilma Rousseff à China em 2011. “Nossa expectativa é que o governo chinês dê carta branca a mais 12 frigoríficos.” Os chineses importam de todo o mundo aproximadamente US$ 1 bilhão em carne suína por ano. “O mercado chinês é bastante relevante, mas queremos também diversificar os nossos destinos
de exportação de carne suína. É um setor que ainda tem as exportações bastante concentradas”, explica. Para Amaryllis Romano, consultora de alimentos da Tendências Consultoria Econômica, a China é hoje um parceiro da maior relevância, especialmente em alguns segmentos como soja. “É o maior importador com perspectivas de crescer ainda mais, além de ter elevado as importações de outros tipos de produto na área de agronegócio”, diz. Nesse ramo, explica a consultora, a China é basicamente via de uma mão só. “O Brasil não tem quase nada para trazer de lá no segmento de agronegócio”, explica. As perspectivas são boas: “Trata-se de um país que tem restrição de área para a agricultura, tem problemas de água e clima, logo, há uma série de restrições para ampliar a produção. Por isso mesmo, ainda que aconteça uma freada no crescimento nas exportações para a China, a intenção do governo chinês é fortalecer o consumo doméstico”. Apesar de volumes ainda restritos outros produtos embarcados para o mercado chinês também tiveram forte incremento no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. O óleo de soja saiu de 24 mil toneladas para 119 mil toneladas. O vinho passou de 12 toneladas para 33 toneladas. As carnes de aves avançaram de US$ 81,5 milhões para US$ 109,7.
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FEIRAS E EVENTOS
(Irmãos Rebolças)
Leilão Genética de Campeões atrai novos investidores
Foto: O garanhão Colosso do Azeredo foi um dos destaques do evento. Crédito: Tupa.
Evento contou ainda com a participação de compradores dos estados de São Paulo, Goiás e Amazonas, colaborando assim para expandir a presença do cavalo Lusitano em território nacional O Leilão Genética de Campeões, realizado na tarde de 19 de setembro, na Central de Equinos, em Guararema (SP), comprovou a força e liquidez do cavalo Puro Sangue Lusitano. O evento, que chegou este ano à sua segunda edição, alcançou a cotação média de R$ 14,8 mil, mesmo diante do momento de instabilidade econômica enfrentado pelo País. Para José Rebouças, promotor do remate e titular da Central de Equinos, o leilão atingiu os objetivos propostos. “O Genética de Campeões teve o mérito de atrair um número expressivo de novos compradores - pessoas que pela primeira vez participaram de um leilão - e ao mesmo tempo proporcionar o retorno de antigos criadores à raça. Além disso, contou com a participação de investidores de outros estados, como Amazonas e Goiás. Dessa forma, mostrou que não se limita a ser uma boa oportunidade de negócios, tratando-se também de uma importante ferramenta de fomento e divulgação do 18| REVISTA 100% CAIPIRA
cavalo Lusitano no território brasileiro.” Com dez coberturas negociadas a um preço fixo de R$ 2,5 mil cada, o garanhão Colosso do Azeredo (Quartilho em Granada do Aretê), de propriedade da Coudelaria Damas e originário da seleção do Haras Azeredo, foi um dos destaques do remate, assim como o jovem e promissor reprodutor Ilustre JMR (Colosso do Azeredo em Granada do Aretê), pertencente à Coudelaria Perrone e proveniente da criação da Coudelaria Rebouças, que teve quatro coberturas negociadas pelo valor de R$ 2,0 mil cada uma delas. O recorde do leilão coube, por sua vez, à potra castanha Jamaica JMR (Spartacus em Espanha JMR), de apenas um ano e sete meses de idade. Com um investimento de R$ 36 mil, o Haras Perrone garantiu a aquisição dessa promissora fêmea, originária da seleção da Coudelaria Rebouças e ofertada pelo Haras Dequech. Promovida pela Central de Equinos, a segunda edição do Leilão Genética de
Campeões contou com o apoio da Qualy Nutrição Animal e teve a participação de dez conceituados criatórios: Coudelaria Rebouças, Coudelaria dos Damas, Coudelaria do Castanheiro, Coudelaria Luso Brasileira, Haras Perrone, Haras dos Escudeiros, Haras Santo Angelo, Haras HCI, Haras Dequech e Haras Santa Fé. Para mais informações sobre o evento, que foi conduzido pelo leiloeiro rural Eduardo Vaz e teve transmissão ao vivo pela TV Leilão, visite o portal www.centralequinos.com.br ou entre em contato com a Central de Equinos pelo endereço eletrônico centralequinos@centralequinos.com.br ou pelos telefones (11) 9-9636-8677 e (11) 9-7228-6130.
Pedro C. Rebouças Assessor de Comunicação (11) 99638-4954/(11)4739-2299 pereboucas@hotmail.com
ORGÂNICOS
Mercado brasileiro de orgânicos deve movimentar R$ 2,5 bi em 2016
A agricultura orgânica ganha cada vez mais espaço na cadeia agrícola brasileira
O Brasil exporta para mais de 76 países. Os principais produtos exportados são açúcar, mel, oleaginosas, frutas e castanhas. Normatização A legislação brasileira estabelece três instrumentos para garantir a qualidade dos alimentos: a certificação por auditoria, os sistemas participativos de garantia e o controle social para a venda direta sem certificação. Os agricultores que buscarem a certificação por auditoria ou participativa poderão utilizar o selo oficial nos seus produtos. O selo é fornecido por organismos de avaliação de conformidade credenciados pelo Ministério da Agricultura. Eles são os responsáveis pelo acompanhamento e fiscalização dos produtos. Os grupos de agricultores familiares que quiserem atuar na venda direta recebem uma declaração de cadastro emitida pelo Mapa. O governo federal tem estimulado, em parceria com entidades públicas e privadas, a difusão da agricultura orgânica com cursos de capacitação, promoção de feiras orgânicas para o escoamento dos produtos e certificação da produção. A certificação garante a origem e forma produtiva do alimento que chega ao consumidor, atestando que a produção está em harmonia com o meio ambiente. Sistemas
Em 2014, ela movimentou cerca de R$ 2 bilhões e a expectativa é que em 2016 este número alcance R$ 2,5 bilhões, segundo o setor. O mercado nacional de orgânicos espera crescer entre 20% e 30% no ano que vem. Os produtos de orgânicos agregam, em média, 30% a mais no preço quando comparado aos produtos convencionais, de acordo com analistas do setor. Segundo Jorge Ricardo de Almeida Gonçalves, da Coordenação de Agroecologia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a formação de preços depende especialmente do gerenciamento da unidade de produção, do canal de comercialização e da oferta e demanda dos produtos. “Normalmente, os valores dos orgânicos são mais elevados que os dos produtos convencionais por terem uma menor escala de produção, custos de conversão para adequação aos regulamentos e pro-
cessos de reconhecimento de sua qualidade orgânica”, assinala Jorge Ricardo. Na sua avaliação, o produtor de orgânicos ainda carece de crédito diferenciado e de tecnologias e assistência técnica, além de infraestrutura e logística adequadas às características da produção e do mercado de orgânicos. Cadastro Atualmente, há 11.084 produtores no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, gerenciado pelo Mapa. O banco de dados é liderado pelos estados do Rio Grande do Sul (1.554), São Paulo (1.438), Paraná (1.414) e Santa Catarina (999). A área de produção orgânica no Brasil abrange 950 mil hectares. Nela, são produzidas hortaliças, cana-de-açúcar, arroz, café, castanha do Brasil, cacau, açaí, guaraná, palmito, mel, sucos, ovos e laticínios.
Os produtores de orgânico destacam que a atividade tem impacto ambiental positivo, como a ampliação dos ecossistemas locais e a redução do aquecimento global. Além disso – ressaltam –, contribui para a sustentabilidade econômica da agricultura familiar e para a melhoria da qualidade de vida. A prioridade desse sistema é empregar matéria orgânica e adotar boas práticas que harmonizem os processos biológicos. Os produtos orgânicos são provenientes de sistemas baseados em processos naturais. As técnicas para obter o produto orgânico incluem manejo da matéria orgânica, uso de adubação verde e biofertilizantes, consórcio e a rotação de culturas, emprego de sementes crioulas ou de variedades mais resistentes e adaptadas e utilização de controle fitossanitário biológico, mecânico ou cultural. Estes fatores garantem a qualidade dos alimentos orgânicos. REVISTA 100% CAIPIRA | 19
FESTAS
ENCONTRO DE FOLIA DE REIS DA FAMÍLIA DU CATIRA Tradição e Cultura Caipira em um grandioso evento que aconteceu em 05/09, organizado com muito esmero pela família Du Catira que passa de geração em geração. Folia de Reis, Reisado, ou Festa de Santos Reis é conhecida como uma manifestação cultural religiosa, é expressiva a presença da Folia de Reis em todo Estado de São Paulo. São grupos que por devoção, por gosto ou função social peregrinam de casa em casa do ,dia de Natal até o dia 6 de janeiro, ou quando promovem grandes encontros dos grupos de Folias de Reis e Festivais de Cultura Caipira, fora de época. Desde 1960, Sr. Sebastião e seu filho Zé do Laço, moradores de Itapevi, fundadores da tradição, conheceram o grupo de Guarulhos de Folia de Reis (Os mensageiros de Santos Reis) e todo ano, em Dezembro uniam o grupo e vinham para Itapevi, em cantoria fazendo o uso de temas religiosos da Profecia as Nascimento de Jesus Menino e a visita dos Três Reis Magos, sempre cumprindo o mesmo ritual de chegada e despedida, visitando amigos e devotos. Após sua morte, ficou para os filhos e netos, em especial a Du Catira, que desse continuidade a festividade. Assim, por 6 anos o encontro é realizado no segundo semestre na cidade de Itapevi, estabelecendo intercâmbio cultural e de turismo com a cidade de Guarulhos e outras convidadas.
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AGROINDÚSTRIA
17 técnicos participam do 5º Curso internacional de Caju Essa é a quinta edição do curso que, desde 2011, atendeu mais de 80 técnicos de 11 países da África, América Latina, América Central e Ásia Fonte: Embrapa Agroindústria Tropical
Técnicos de Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Colômbia, Venezuela e Timor Leste assistiram à primeira aula do Curso Internacional de Caju, na Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza- CE), na manhã de hoje. Eles foram recebidos pelo chefe-geral da Unidade, Lucas Leite, pelo Coordenador Geral de Cooperação Bilateral da Agência de Cooperação Internacional do Brasil (ABC) Josué Nunes Neto, e pelo representante da Agência Internacional de Cooperação do Japão (JICA) Eduardo Yasuto Matayoshi. Essa é a quinta edição do curso que, desde 2011, atendeu mais de 80 técnicos de 11 países da África, América Latina, América Central e Ásia. A ação é realizada por meio de parceria entre a ABC, a JICA e a Embrapa. O curso aborda assuntos ligados desde a produção no campo até o processamento industrial. Na abertura do treinamento, o chefe-geral da Embrapa Agroindústria Tropical, Lucas Leite, ressaltou que a ação é fruto da dedicação de todos os parceiros. Ele lembrou que os 17 técnicos selecionados enfrentaram uma 22| REVISTA 100% CAIPIRA
concorrência de seis candidatos para uma vaga. O representante da ABC, Josué Nunes Neto, disse que o objetivo da ação é a formação de multiplicadores que promovam benefícios reais em seus países de origem. A formação de uma rede de contatos entre os participantes e
as instituições que promovem o curso foi salientada pelo representante da JICA, Eduardo Matayoshi. “Por meio dessa rede será possível dar continuidade à ação, com troca de experiências”, disse. O curso - Com carga horária de 160 horas, o treinamento será dividido em quatro módulos e abordará os temas
cadeia agroindustrial, melhoramento genético, práticas culturais do sistema de produção, pragas e doenças, colheita e pós-colheita e processamento industrial. Na programação também estão incluídas visitas a plantios comerciais, a indústrias, além da participação na 12º Feira Caju Nordeste. Cinco técnicos que participaram anteriormente do curso compartilharão as experiências desenvolvidas e aplicadas em seus países de origem. Haverá também um seminário de avaliação do projeto. A Embrapa foi escolhida para realização dos treinamentos por apresentar atuação forte na cajucultura brasileira, com contribuições valiosas para o agronegócio do caju. A Empresa desenvolveu tecnologias para o aumento da produtividade e da qualidade dos produtos e subprodutos da cajucultura, com a introdução de novos clones, ações para a melhoria do sistema de produção, renovação de pomares pelo método da substituição de copas, controle fitossanitário, melhoria das técnicas da colheita e da pós-colheita e do processamento industrial da castanha e do pedúnculo do caju.
BRASIL
Mapa debate importância de Viracopos no comércio exterior
Fonte: Guia Marítimo
Para secretária doAgronegócio do Mapa, estrutura do terminal é adequada para exportações agrícolas de baixo volume e alto valor agregado A secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Tatiana Palermo, destacou a importância do Aeroporto Internacional de Viracopos no comércio exterior do agronegócio. O terminal tem a melhor estrutura para cargas vivas e de alto valor agregado do país e se beneficia da proximidade da rede do Lanagro (Laboratório Nacional Agropecuário), instalada no município do interior paulista. “A estrutura do terminal é adequada para exportações agrícolas de baixo volume e alto valor agregado. 68% das exportações são ovos férteis e pintos de um dia”, disse Palermo. As exportações por Viracopos entre janeiro e agosto deste ano somaram US$
2,14 bilhões, sendo que o total de produtos agropecuários foi de US$ 54 milhões. Segundo a secretária a atuação do Sistema de Vigiagro (Vigilância Sanitária Internacional), do Mapa, na importação e na exportação de produtos agropecuários também é de grande importância. O sistema tem o objetivo de garantir segurança zoofitossanitária, saúde pública, qualidade e conformidade. Nas importações, o Vigiagro trabalha para impedir o ingresso de doenças animais, pragas vegetais e mercadorias, bens e materiais que não atendam às exigências nacionais. Já nas exportações, o sistema controla produtos agropecuárias por meio do registro, licença e habilitação, em observância aos requisitos sanitários, zoo e fitossanitários interna-
cionais. O objetivo é garantir o acesso de produtos brasileiros a mercados estrangeiros. Palermo, contudo, apontou alguns gargalos enfrentados pelo Vigiagro e afirmou que o Mapa trabalha para reestruturá-lo e modernizá-lo. Entre as medidas do plano de ação traçado pelo ministério, está a simplificação de processos de fiscalização, a adoção de ferramentas de gerenciamento de risco e a participação no Programa Portal Único de Comércio Exterior, integrando todos os sistemas de controle dos intervenientes. “É uma via única de prestação e acesso de informações relacionadas às operações de comércio exterior”, finalizou a secretária. REVISTA 100% CAIPIRA | 23
PRODUÇÃO VEGETAL
Maçã é tema de audiência pública na Câmara dos Deputados O chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Mauro Celso Zanus, representou a Empresa na Audiência Pública para debater temas relacionados à cadeia produtiva da maçã Fonte: Embrapa
Na tarde da terça-feira (6/10), o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Mauro Celso Zanus, representou a Empresa na Audiência Pública para debater temas relacionados à cadeia produtiva da maçã na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, em Brasília. Ele falou sobre como a Embrapa atua nesse setor por meio de 13 projetos da Redepomi e do Moscafrut e reforçou a importância das parcerias entre instituições de pesquisa, associações de produtores e órgãos públicos para a erradicação da praga Cydia pomonella. Zanus apontou que o mercado da maçã tende a crescer em função de demandas dos consumidores cada vez mais interessados em produtos naturais 24 | REVISTA 100% CAIPIRA
e que é preciso investir em inovação. Segundo ele, a cadeia produtiva da maçã pode ficar ameaçada se não houver aporte de ciência e tecnologia. “Produzir maçã não é como produzir milho ou soja. Temos muitas etapas: a quebra da dormência, a fase do raleio, temos que cuidar das pragas e das doenças, temos uma colheita que não é feita de uma vez mecanizada, ela é seletiva e temos uma pós-colheita sofisticada que domina o campo da fisiologia vegetal. Você come uma maçã colhida em fevereiro em dezembro do mesmo ano, mantendo a mesma qualidade. Então, produzir uma fruta de clima temperado como essa exige o mais sofisticado da agronomia. Manter essa atividade em pleno funcionamento significa dominar o processo de agricultura sofisticada no País”, ex-
plicou o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho. Há uma grande rede de pesquisa e extensão disponibilizando resultados para a cadeia da maçã, de acordo com Zanus. Ele reconheceu o engajamento das universidades em programas da Embrapa e da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), citou diferentes Unidades da Embrapa que atuam nos projetos e nominou outras instituições parceiras da pesquisa. “Não falta suporte de pesquisa para o setor. Muito precisa ser feito, há muitas demandas e estamos trabalhando na seleção delas. Há um grupo qualificado de pesquisa atuante”, afirmou Zanus. Como resultados dessas parcerias em projetos de pesquisa, Zanus apon-
tou as seguintes tecnologias: avaliação de cultivares e clones; limpeza clonal; controle biológico de doenças; processo de elaboração de sidra e suco de maçã; gestão ambiental na pomicultura; produção integrada de maçãs; manejo integrado de pragas - Anastrepha fraterculus; recomendações para adubação e irrigação; estudos sobre dormência; e a erradicação da praga Cydia pomonella. Para tratar dessa última praga, o pesquisador lembrou que instituições fora da pesquisa e da extensão rural também deram sua contribuição. É o caso do Ministério Público e das prefeituras que atuaram para que árvores hospedeiras da praga com valor sentimental para uma família pudessem ser removidas. As parcerias para erradicação da Cydia pomonella no Brasil geraram bons
frutos. Como benefícios desse esforço conjunto, Zanus disse que a sociedade ganhou com menos pesticidas nas maçãs, menos casos de intoxicação dos aplicadores, menor impacto ambiental e maiores possibilidades de exportação em função das boas condições fitossanitárias conquistadas. Zanus lembrou ainda das dificuldades para erradicar a Cydia pomonella e alertou: se a praga for reintroduzida no País haverá aumento do custo da produção, danos à imagem do país e a consequente desmotivação dos produtores. “A pesquisa pode fazer muito em colaboração com o setor privado, mas é fundamental essa relação com a legislação, com os órgãos de controle para que a gente consiga avançar. Nem sempre os problemas são tão simples. Às vezes,
a pesquisa pode ajudar, mas a resposta não é tão rápida. Então, quando nós temos uma conquista dessas, como a erradicação da Cydia pomonella, temos que criar mecanismos de garantir que ela se perpetue”, considerou o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho. A audiência pública foi proposta pelos deputados Alceu Moreira (PMDB/ RS) e Afonso Hamm (PP/RS). Além do pesquisador da Embrapa, participaram com apresentações: Luis Eduardo Pacifici Rangel, diretor do Departamento de Sanidade Vegetal da SDA/MAPA; Neuto Fausto de Conto, diretor-presidente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE); e Moisés Lopes Albuquerque, representante da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM). REVISTA 100% CAIPIRA |25
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PRODUÇÃO RURAL
Área de plantio de algodão pode recuar até 2,3% na safra 15/16, aponta Conab A Região Centro-Oeste, principal produtora da fibra, deverá apresentar uma pequena elevação na sua área plantada, variando de 635 a 647,6 mil hectares, contra 630,8 mil plantados na temporada recém-encerrada Fonte: Conab - Companhia Nacional de Abastecimento
A primeira intenção de plantio da lavoura de algodão aponta para uma redução na área plantada, variando de 2,3 a 0,1% na temporada 2015/16. Essa redução foi influenciada pela atual conjuntura adversa, tanto interna quanto externa, onde os estoques internacionais elevados promovem impactos negativos nos preços da pluma. Conforme primeiro levantamento da safra brasileira de grãos 2015/16 divulgado nesta sexta-feira (09.10) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o plantio de algodão deve variar de 993,5 a 1.016,1 mil hectares. Isto representa uma redução média de 1,2% em relação ao ocorrido no exercício anterior. A Região Centro-Oeste, principal produtora da fibra, deverá apresentar uma pequena elevação na sua área plantada, variando de 635 a 647,6 mil hectares, contra 630,8 mil plantados na temporada recém-encerrada. O Mato 28 | REVISTA 100% CAIPIRA
Grosso, maior produtor nacional da fibra, apresentará um incremento médio de 2% na área, Goiás está previsto reduzir o plantio em 2%, comparado ao da safra recém-colhida e o Mato Grosso do Sul deverá, praticamente manter a área utilizada neste ano. No Mato Grosso, maior produtor nacional, no decorrer da finalização da colheita da safra 2015 já havia a expectativa positiva de que a área de plantio fosse mantida ou que houvesse uma pequena ampliação. Os elevados custos de produção do algodão, ainda mais acentuados nesta safra, por conta da alta do dólar, não resultaram em impactos que abalassem a confiança do produtor. O plantio do algodão de primeira safra tem previsão para iniciar em dezembro, lembrando que neste ano foi prorrogado o período do vazio sanitário no estado, para o dia 30 de novembro. O plantio da segunda safra deverá ocorrer
em janeiro e fevereiro de 2016, a depender da normalização do atual quadro de escassez hídrica. De acordo com fontes locais, existe o risco de que o plantio do algodão primeira safra seja prorrogado até o final de dezembro de 2015, podendo comprometer a janela de plantio das culturas de segunda safra no estado. No Mato Grosso do Sul, para a próxima safra, há uma tendência de manutenção da área plantada, a despeito dos bons preços praticados no mercado local para a sua principal concorrente, a cultura da soja, além do elevado custo de produção do algodão em decorrência da alta do dólar. A região norte do estado, compreendida pelos municípios de Chapadão do Sul, Costa Rica e Alcinópolis, encontra-se no período de vazio sanitário, que se estende até 30 de novembro, ou seja, mesmo que haja precipitação favorável e condições adequadas de solo, não é possível o plantio.
Vale ressaltar que a prática do vazio sanitário tem um embasamento legal, onde preconiza que o solo esteja sem plantas vivas de algodão, quebrando o ciclo das principais pragas e doenças que acometem a cultura da safra seguinte. Para tanto, a prática da destruição das soqueiras já foi iniciada e deve continuar em outubro, com o plantio devendo ocorrer em dezembro. No centro sul do estado, o vazio sanitário já se findou, de forma que os produtores de Aral Moreira e Sidrolândia já iniciaram o plantio, uma vez que para sua consecução, ainda dependem da estabilidade das precipitações. O plantio do algodão em Goiás está previsto reduzir em média 2% nesta safra. O seu plantio, em função do vazio sanitário para controle do bicudo do algodoeiro, está previsto iniciar durante novembro em alguns municípios produtores. Até o presente momento fontes
consultadas relatam informações escassas a respeito da área estimada para plantio com algodão primeira e segunda safras no estado, quando informam que a cotonicultura perderá área para a soja devido às expectativas otimistas com a oleaginosa. Na Região Sudeste a área de cultivo de algodão em Minas Gerais, principal produtor regional, está estimada atingir 18,8 mil hectares, sinalizando uma manutenção em relação aos números observados na safra passada. O plantio de algodão em Minas Gerais tem início apenas a partir de 20 de novembro, quando encerra o período de vazio sanitário, instituídos como medida fitossanitária para prevenção e controle do bicudo e também para proteger a produção mineira dos prejuízos ocasionados pela praga. Na Região Nordeste, segunda
maior produtora do país, o algodão deverá sofrer redução média de 6,8% na sua área plantada, em sintonia com o que está previsto ocorrer na Bahia, principal produtor regional e segundo produtor nacional, que deverá apresentar uma redução média de 7,5% em relação ao plantio passado. No Maranhão a área do algodão está concentrada nos municípios situados no entorno de Balsas, extremo sul do estado e até o presente momento não houve alteração na perspectiva de alterar a área a ser plantada. A cultura do algodão é explorada apenas nos municípios de Alto Parnaíba, Balsas e Tasso Fragoso, todos localizados no extremo sul do Maranhão, sendo os dois últimos os que apresentam maior representatividade. O início do plantio está previsto para dezembro, com finalização em janeiro.
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CERTIFICAÇÃO
Cientistas ajudam Campanha Gaúcha a obter selo de procedência para vinhos Campanha Gaúcha é segunda maior produtora de vinhos do país respondendo por 31% da produção nacional
A ciência está trabalhando para que os vinhos finos produzidos na Campanha Gaúcha, região que abrange parte do oeste e sul do Rio Grande do Sul, na fronteira com o Uruguai e a Argentina, tenham a Indicação de Procedência, um selo de qualidade concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). O selo vai permitir ao consumidor, por exemplo, identificar o produto e sua origem com confiabilidade. Para isso, os pesquisadores estão desenvolvendo ações como delimitação da área geográfica de produção; zoneamento de clima; testes e escolha das cultivares de uva com maior potencial à produção de vinho; definição de estratégias de controle de doenças e pragas. A Embrapa Uva e Vinho, em Ben30 | REVISTA 100% CAIPIRA
to Gonçalves (RS), a 109 quilômetros de Porto Alegre, está à frente de todo o trabalho do Projeto IG Vinhos da Campanha, com pesquisas aplicadas, para estruturar e implantar essa Indicação de Procedência na região, que é o segundo maior polo produtor de vinhos finos do Brasil, respondendo por 31% da produção. A Serra Gaúcha está em primeiro lugar, com 59% da produção. O trabalho técnico embasará o amparo legal, protegendo e garantindo a exclusividade de uso da marca nos vinhos, de acordo com as normas do INPI, que prevê, entre outros itens, o nome geográfico conhecido como centro de extração, produção ou fabricação do produto ou de prestação de serviço. A Indicação de Procedência (IP) é uma das modalida-
des do registro de Indicação Geográfica (IG) concedido pelo INPI. Segundo o pesquisador da Embrapa Samar Velho da Silveira, que coordena as ações, o projeto vai gerar também as bases para o desenvolvimento de denominações de origem de vinhos finos e espumantes em áreas específicas da região, além de sustentabilidade ambiental e econômica. As ações reúnem 41 pesquisadores e mais 30 colaboradores de dez instituições parceiras, como as universidades Federal do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e a Associação dos Produtores de Vinhos Finos da Campanha. Todo o trabalho é organizado em
Fonte: Embrapa Uva e Vinho
grupos temáticos: Indicação Geográfica, Viticultura e Fitotecnia, Enologia, Solos e Instalação, Zoneamento de Potencial e Riscos Climáticos e Sistemas de Informações Geográficas. São esperados resultados e inovações que podem aumentar a competitividade do setor, fortalecer e consolidar o nome da Campanha Gaúcha, além de promover o desenvolvimento do enoturismo. Os pesquisadores trabalham, por exemplo, para o aperfeiçoamento dos métodos de preparo, manejo e conservação do solo; estruturação de sistemas de informações geográficas e elaboração de mapas digitais da região vitícola, bem como a construção de uma rede de monitoramento meteorológico. O diferencial da região Até agora, já foram desenvolvidas atividades nos municípios de Santana do Livramento, Itaqui, Maçambará, Dom Pedrito, Bagé e Candiota. Os pesquisadores enfrentam também desafios na condução dos trabalhos. O primeiro deles, de acordo com o coordenador do projeto, é a falta de costume da população rural da região com o cultivo da videira. Silveira lembra que, historicamente, a Campanha Gaúcha tem um perfil mais agropecuário do que agrícola. Outro desafio apontado é a “falta de investimentos significativos à ampliação do plantio de novas áreas, instalação de mais vinícolas e capacitação técnica da população local”. Mas a região revela um diferencial que está atraindo a produção de uvas viníferas. Ela possui maior insolação, portanto, maior fotossíntese nas plantas e com isso mais produção de açúcares nos frutos; clima com menos chuva nos meses que antecedem a colheita, o que evita doenças nas plantas geradas por fungos
e bactérias; o solo é mais arenoso, o que ajuda na drenagem da água e evita doenças nas raízes, bem como a topografia, que é levemente ondulada, facilitando a mecanização. Além de todos esses fatores positivos, o valor da terra é baixo para os padrões do Sul do País. Hoje, um hectare na Campanha custa R$ 15 mil, enquanto na Serra Gaúcha, que além da vinicultura é grande polo moveleiro, não sai por menos de R$ 60 mil. Estímulo aos investimentos Os produtores acreditam que o reconhecimento da região, por meio da Indicação de Procedência, será um impulso para o desenvolvimento econômico dos onze municípios da Campanha Gaúcha. Os impactos esperados podem mudar a geografia da produção com a obtenção de estímulos a novos investimentos e a inovações tecnológicas, preservando características e tipicidade dos vinhos, estabelecendo, assim, um patrimônio da região. Segundo o presidente da Associação de Produtores de Vinhos Finos, Giovanni Peres, a Indicação de Procedência será valiosa para consumidores e vinicultores. “É uma conquista, pois vai fortalecer a imagem dos vinhos da Campanha. Queremos que o consumidor, ao comprar uma garrafa com o selo, tenha a certeza de estar adquirindo um vinho de qualidade superior”. O engenheiro-agrônomo Fabrício Domingues, da vinícola Almadén, a maior da região, concorda com Peres sobre a importância do selo de qualidade: “Penso que a Indicação de Procedência da Campanha será um diferencial para competir com as bebidas importadas. Temos que buscar o reconhecimento de qualidade dos produtos nacionais diante dos importados, chilenos e argentinos
principalmente, e essa indicação servirá para que nossos produtos sejam reconhecidos tecnicamente como tão bons quanto os vindos de fora”. Vinhos finos da fronteira Encravada no bioma Pampa, a região da Campanha Gaúcha inclui onze municípios em uma área de 41.614 km2, superior à da Suíça, que é de 41.285 km2. A população é estimada hoje em 570 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os municípios de Candiota, Bagé, Dom Pedrito, Santana do Livramento, Rosário do Sul, Quaraí, Uruguaiana e Itaqui são referências da região na produção de uva e vinhos finos. Reunidas, as dez vinícolas da Campanha têm hoje no mercado quase 300 rótulos. Em 2014, segundo Giovanni Peres, foram produzidos 12 milhões de litros. Para este ano, a expectativa da associação é que a produção chegue a 20 milhões de litros. A região hoje conta com cerca de 180 empresários envolvidos na produção de uvas e vinho. Eles trabalham com variedades viníferas, de origem europeia, como a Cabernet Sauvignon, a de maior prestígio no mundo, Merlot, Tannat, Pinot Noir, Viognier, Chardonnay e Sauvignon Blanc. Mais conhecida no mercado, a Serra Gaúcha já possui cinco regiões produtoras de vinhos finos com Indicação Geográfica e de Procedência concedidas pelo INPI: Vale dos Vinhedos, Altos Montes, Pinto Bandeira, Monte Belo e Farroupilha. Esses selos foram obtidos com auxílio da pesquisa a Embrapa Uva e Vinho, em parceria com associações de produtores e as universidades Federal do Rio Grande do Sul e de Caxias do Sul, que participou de todo o trabalho de pesquisa, desenvolvimento e inovação para que essas regiões conquistassem o reconhecimento. REVISTA 100% CAIPIRA |31
CAFÉ
Tecnologia ajuda a preservar a qualidade dos grãos de café durante a colheita O café produzido nas fazendas do Grupo Grossi, em Patrocínio (MG), é exportado para países como Itália, Japão e Estados Unidos Fonte: Assessoria de Comunicação Case IH
Para atender à clientela exigente, José Carlos Grossi, um dos pioneiros no cultivo do café no Cerrado brasileiro, investe em tecnologia para aumentar a eficiência da colheita e preservar seu maior patrimônio: a lavoura. Para a safra deste ano, ele decidiu ampliar a frota de colhedoras, adquirindo cinco modelos Coffee Express 200 da Case IH. Atualmente, o Grupo Grossi possui mais de 2.700 hectares de café e 100%
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da colheita é mecanizada. “O rendimento da máquina, a preservação da qualidade dos grãos e os baixos danos causados às plantas na hora da colheita são fatores importantes na hora de escolher os equipamentos, por isso testamos e comparamos os resultados de várias marcas”, explica José Carlos, que tem uma frota com 16 colhedoras. Com a nova aquisição, sete são da Case IH. O diferencial da Coffee Express 200
está no sistema de colheita totalmente hidráulico, que combina alta tecnologia e simplicidade na hora dos ajustes. De dentro da cabine se define a amplitude e frequência de vibração das varetas, permitindo que o produtor opte pela colheita plena ou seletiva dos frutos. De acordo com Alberto Almeida, especialista de Marketing da Case IH, outro fator que ajuda na eficiência de derriça, colheita e preservação da lavoura é o número maior de varetas do sistema de derriça, 21% a mais do que o principal concorrente. “O operador também pode regular a velocidade das esteiras do sistema de recolhimento, de acordo com a carga pendente das plantas, e a angulação dos recolhedores ou fish plates, reduzindo significativamente as perdas de grãos no chão.” Patrocínio é referência nacional no cultivo do café. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município responde por 2% da produção do fruto no país. Porém, quando chegou em Patrocínio, em 1972, José Carlos teve que superar a falta de estrutura e apostar no plantio de café num solo considerado pobre. “Naquela época não havia pesquisa de fertilidade ou de equilíbrio nutricional do solo e as variedades não se adaptavam bem à região, foi um desafio muito grande”, afirma. Hoje, o Grupo Grossi, colhe aproximadamente 100 mil sacas ao ano de variedades de alta qualidade, como o arábica.
AQUICULTURA E PESCA
Hoje, Brasil não sabe quanto custa produzir pescado no País A falta de dados sobre o pescado nacional e os custos de produção são temas de palestra da assessora técnica de Aquicultura e Pesca da CNA, Lilian Figueiredo, no evento Dia de Mercado, no dia 15/10, em Toledo (PR) Fonte: Assessoria de Comunicação CNA
Quanto custa produzir pescado no Brasil hoje? Quais espécies estão sendo cultivadas? Onde, como e em que quantidade? A produção está aumentando ou diminuindo? A resposta para estas perguntas são difíceis, pois faltam dados e informações fidedignas sobre o setor pesqueiro brasileiro. Para debater o assunto, a assessora técnica de Aquicultura e Pesca da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Lilian Figueiredo, vai tratar, em palestra, dos custos de produção da aquicultura no Brasil, na próxima quinta-feira (15/10), em Toledo (PR). O evento faz parte do Dia de Mercado da Aquicultura, realizado pela CNA, Federação da Agri-
cultura do Estado do Paraná (FAEP), Sindicato Rural de Toledo e o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER/PR). Segundo a assessora técnica, hoje ninguém sabe quanto realmente custa produzir pescado no Brasil. O setor carece de informações confiáveis que comprovem sua rentabilidade. No entanto, observa Lilian, a CNA realiza o projeto Campo Futuro que faz o levantamento do custo de produção em diversas cadeias produtivas, tanto animal quanto vegetal. “Desde o ano passado, os custos de produção na aquicultura nos principais polos do país foram levantados. Em 2014, os painéis ocorreram nos estados de
Tocantins, Mato Grosso, Bahia e Pernambuco”, observa. E acrescentou: este ano fomos ao Paraná, Ceará, Rio Grande do Norte e Rondônia. “Nesses painéis contamos com a presença de aquicultores e demais atores envolvidos na cadeia produtiva, como extensores rurais e vendedores de insumo”. De acordo com os levantamentos do Campo Futuro, hoje, na aquicultura o maior custo é a ração, que chega a representar 80% do custo efetivo do produtor. “Neste ano percebemos um aumento de custo da energia elétrica também, o que afeta diretamente os sistemas mais tecnificados”, ressalta Lilian Figueiredo.
Dia de Mercado O objetivo do evento é levar informações técnicas e gerenciais aos piscicultores, a fim de que possam otimizar as margens de sua atividade. As palestras serão específicas para a região, trazendo para o debate temas relevantes, como: mercado, custo de produção, cooperativismo e licenciamento ambiental. Espera-se que com mais essa ação de capacitação, os produtores rurais estejam mais bem preparados para enfrentar as adversidades do seu negócio, reduzindo os riscos e melhorando a gestão de sua empresa. REVISTA 100% CAIPIRA |33
Os verdadeiros guardiões das culturas sertanejas
RUA CIRIEMA Nº 100 - VILA AYROSA - OSASCO - SP Fone: (11) 97464-9622 E-mail: contato@abasertanejo.com.br http://www.abassertanejo.com.br/
Congresso Brasileiro de Marketing Rural estimula o agronegócio a driblar os desafios da crise através da criatividade Fonte: Redação AI/SI/BB
Com o tema “Estratégias de Marketing bem construídas suprem grandes desafios”, o 12º Congresso Brasileiro de Marketing Rural e Agronegócio”, realizado pela ABMR&A, levou cerca de 280 pessoas, entre especialistas e empresários rurais, às mediações da Avenida Paulista, São Paulo, para conhecer propostas que deram certo e buscar novas alternativas para se destacar no mercado nesse momento de crise. “Este ano buscamos trazer ao congresso exemplos de empresas que superaram crises e souberam reinventar os seus negócios com aplicações de estratégias de marketing acertadas e inovadoras. O objetivo principal é que os participantes do evento sejam inspirados e motivados”, contou Ricardo Nicodemos, diretor da ABMR&A e coorde34 | REVISTA 100% CAIPIRA
nador do evento. O Congresso apostou em profissionais que são referências em suas áreas, além dos cases de sucesso, que em grande parte estão fora do ambiente do agronegócio para inspirar e trazer insights diferentes dos usuais. “Ano após ano seguimos despertando o olhar criativo das empresas no setor Agro, mostrando que não apenas podemos, mas devemos pensar no nosso negócio com horizontes mais amplos. Com isso, queremos incentivar a reciclagem de velhos conceitos na busca por novas tendências e oportunidades”, analisa Nicodemos. Este evento está entre os melhores do setor de marketing rural do país. Presidente da ABMR&A, Daniel Baptistella, reforça a necessidade do agro-
negócio rever os seus conceitos para melhor chegar aos seus objetivos. “O Congresso é um evento histórico, onde reunimos o setor; sejam empresas do agro, em seus diversos elos da cadeia, desde insumos até processamentos, ou sejam, agências, anunciantes e veículos. A intenção é fomentar, principalmente em um ano de crise, mostrar as ferramentas que o marketing tem para que as empresas revejam seus conceitos e se reinventem para melhor chegar ao seu público consumidor. O agro precisa aprender a se comunicar melhor, precisa se comunicar melhor com o produtor, o consumidor e com a sociedade. O setor é falho nisso, mesmo representando 25% do PIB o seu investimento é muito reduzido. O setor precisa aprender a se posicionar”, concluiu.
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A REVISTA DE AGRONEGÓCIO QUE RESGUARDA A CULTURA CAIPIRA
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AGRICULTURA
78% da população desconhece a importância da polinização para a produção de alimentos no Brasil Apesar de a polinização prestar serviços gratuitos estimados, somente no Brasil, em mais US$ 12 bilhões por ano, pesquisa inédita realizada pelo IBOPE mostra que o brasileiro desconhece o seu papel para garantir a segurança alimentar Fonte: In Press Porter Novelli
O projeto Polinizadores do Brasil, coordenado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e pelo Ministério do Meio Ambiente, fomentou, entre 2010 e 2015, uma rede de pesquisas sobre polinizadores em culturas agrícolas que, em alguns casos, podem aumentar em até 70% a produtividade. Cerca de 75% da alimentação humana depende direta ou indiretamente de plantas polinizadas ou beneficiadas pela polinização animal. Realizado de forma gratuita, principalmente por insetos, o serviço de transportar células reprodutivas masculinas de plantas para o seu receptor feminino é estimado pela Universidade de São Paulo, somente nas principais culturas produzidas no Brasil, em US$ 12 bilhões por ano. Apesar da sua importância para garantir alimentos de qualidade na mesa do brasileiro, aumentar a produção agrícola e, consequentemente, o lucro do agricultor, uma pesquisa inédita realizada pelo IBOPE, encomendada pelo projeto Polinizadores do Brasil, constatou que 78% da população adulta brasileira desconhece ou 36 | REVISTA 100% CAIPIRA
nunca ouviu falar no termo polinização. Para divulgar a importância do papel dos polinizadores na produção de alimentos e a necessidade de promover a conservação e o uso sustentável desses animais, o projeto Polinizadores do Brasil, coordenado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e pelo Ministério do Meio Ambiente, formou uma rede nacional de pesquisa que, entre 2010 e 2015, estudou a polinização de culturas agrícolas brasileiras, produziu uma série de planos de manejo com recomendações para agricultores e observou o comportamento de diferentes espécies de polinizadores, identificando, inclusive, nove novas espécies de abelhas, das quais três já foram publicadas. “O projeto Polinizadores do Brasil é a maior iniciativa já realizada no país sobre o assunto e reforça a importância da polinização para a segurança alimentar. É um grande trabalho de pesquisa e análise de dados, que envolveu quase 60 bolsistas de 18 instituições de pesquisa em mais de quinze estados brasileiros. Ele também é parte de um esforço glo-
bal para entender, conhecer e reconhecer o papel dos agentes polinizadores na produção agrícola, cujo serviço prestado mundialmente é estimado em US$ 350 bilhões”, afirma a secretária-geral do Funbio, Rosa Lemos de Sá, citando que foram investidos pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês) aproximadamente US$ 3,3 milhões para a execução do projeto no Brasil. Sob a coordenação da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), com apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a iniciativa também acontece na África do Sul, Gana, Índia, Nepal, Paquistão e Quênia. Dentre as quase 310 mil espécies de plantas conhecidas atualmente, 87% delas dependem, em algum grau, de polinizadores animais. Entre os agentes polinizadores estão aves, morcegos, mamíferos não voadores, répteis, moscas, besouros, abelhas, entre outros. Sendo as abelhas responsáveis por mais de 70% das polinizações e também consideradas
os agentes mais eficientes. No entanto, apesar da relevância, de acordo com a pesquisa IBOPE encomendada pelo projeto, entre os 22% dos brasileiros que afirmam conhecer o termo polinização, somente 8% dizem que é o processo de transporte do pólen de uma flor para a outra, 43% sabem que a polinização ocorre a partir da ação de animais e poucos conhecem outros meios de polinização como ar e água. Práticas amigáveis aos polinizadores - Em parceria com instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Universidade de São Paulo (USP) e diversas outras universidades, a rede de pesquisa fomentada pelo projeto Polinizadores do Brasil coletou informações sobre o comportamento de agentes polinizadores em sete culturas agrícolas nacionais: algodão, caju, canola, castanha-do-brasil, melão, maçã e tomate. O trabalho rendeu ao todo mais de 40 publicações, incluindo um plano de manejo para cada cultura estudada, com recomendações de práticas amigáveis aos polinizadores. Entre as conclusões, que comprovam a importância da polinização para o aumento da produção e a melhoria da qualidade final da colheita, vale destacar: Algodão: As flores polinizadas por abelhas apresentaram um aumento de 12% a 16% no peso da fibra e um incremento de 17% de sementes por fruto; Caju: Áreas de plantio distantes no máximo 1 km de reservas de matas, com maior visitação de polinizadores, apresentaram produtividade superior às áreas distantes mais que 2,5 km; Castanha-do-brasil: Apenas 2,7% das flores manipuladas manualmente pelos pesquisadores geraram frutos, com índice de 75% de rejeição, enquanto as polinizadas por agentes naturais frutificaram em 10% com nenhuma rejeição observada após 70 dias; Canola: A visitação de abelhas aumenta a produção de canola de 17% a 30%; Maçã: O uso de abelhas sem ferrão (Melipona quadrifasciata), em conjunto com as abelhas-africanizadas (Apis
mellifera), registrou um aumento de 44% na produção de frutas e de 67% na produção de sementes; Melão: Nos testes realizados com a polinização adequada (uma colmeia de abelhas para cada 3 mil plantas) se constatou aumento de até 150% no número de visitas às flores, com um crescimento de até 15% na produtividade e 50% na qualidade do fruto; Tomate: Os tomateiros podem se autopolinizar, mas, com a visita de abelhas, a frutificação subiu até 12%, os tomates pesam até 41% a mais e geram 11% a mais de sementes. Entre as recomendações de boas práticas agrícolas para a manutenção dos agentes polinizadores, algumas delas são comuns para todas as culturas. “Manter a vegetação natural próxima às roças, ter plantios consorciados com outras culturas, disponibilizar fontes de água para os polinizadores e evitar práticas destrutivas aos seus ninhos são ações simples que favorecem a visitação dos agentes”, afirma a coordenadora do projeto pelo Funbio, Vanina Antunes, lembrando que também é importante ter cuidado com o uso de agrotóxico, que em alguns casos pode reduzir em mais de 80% o número de visitas dos agentes polinizadores às flores. Novas espécies - Dentre os animais, as abelhas são os principais polinizadores da flora do planeta. Elas respondem pela polinização de mais de 50% das plantas das florestas tropicais e no Cerrado podem chegar a polinizar mais de 80% das espécies vegetais. Segundo a FAO, as abelhas seriam responsáveis pela polinização de 73% das plantas cultivadas, que são utilizadas de forma direta ou indireta na alimentação humana. Além disso, dentre as 57 espécies de plantas mais cultivadas em todo o mundo, 42% delas dependem das abelhas nativas para a sua polinização. Conhecer os polinizadores nativos e monitorar suas populações durante 3 anos - foi um dos objetivos das pesquisas realizadas durante os cinco anos do projeto Polinizadores do Brasil. No período, foram coletados um total de 16 mil abelhas, distribuídas em 214 espécies. Para se ter uma ideia da diversidade de espécies de abelhas verificadas em cada
uma das culturas estudadas, o algodão listou 114 espécies, o caju 55, a canola 214, a castanha-do-brasil 79, a maçã 158, o melão 52 e o tomate 79 – sendo muitas espécies verificadas em mais de uma cultura. Entre as abelhas coletadas, o projeto identificou nove novas espécies: Melitoma sp. nov. (coletada pelas redes Maçã, Castanha-do-brasil, Caju e Algodão); Scaptotrigona sp. nov. (coletada pelas redes Caju e Melão); Bombus (Thoracobombus) sp. nov. (coletada pelas redes Maçã e Algodão); Ptilothrix sp. nov. (coletada pelas redes Maçã e Algodão); Ancyloscelis sp. nov. (coletada pela rede Algodão); Chlerogelloides nexosa (coletada no Pará durante o Curso de Polinização promovido pelo projeto); Centris (Centris) byrsonimae; Chilicola (Hylaeosoma) kevani (coletada pela rede Maçã) e Eulaema sp. nov. (coletada pela rede Maçã). Também foram identificadas dezenas de novas ocorrências para espécies de abelhas já conhecidas pela ciência, o que prova a contribuição do projeto para a compreensão dos padrões de distribuição geográfica das abelhas polinizadoras dessas culturas no Brasil. As espécies mais comuns e presentes em quase todas as culturas foram: Ancyloscelis apiformes (em todas, exceto canola), com 342 indivíduos; Exomalopsis analis (todas), com 282 indivíduos; Exomalopsis auripilosa (todas, exceto caju e melão), com 696 indivíduos; Melitoma segmentaria (todas), com 1206 indivíduos; Ptilothrix plumata (todas, exceto caju e canola), com 78 indivíduos; e Trigona spinipes (todas, exceto castanha-do-brasil), com 1449 indivíduos. A Apis mellifera (16% das capturas) foi a única espécie não nativa coletada. Muito abundante nas roças, ela é pouco observada em ambientes preservados, como as áreas de vegetação nativa do cultivo de castanha-do-brasil, na Amazônia. Um dos produtos finais do projeto Polinizadores do Brasil é o “Guia ilustrado de abelhas polinizadoras no Brasil”, publicado pela Universidade de São Paulo. Para conhecer as principais publicações e outros resultados do projeto Polinizadores do Brasil acesse: http://www. funbio.org.br/base-de-dados-polinizadores-do-brasil/Polinizacao_infográfico REVISTA 100% CAIPIRA |37
ENERGIAS RENOVÁVEIS
Itaipu apoia produção do biometano no Brasil e no Paraguai
Fonte: Imprensa Itaipu
Programa da empresa para incentivo e uso do biogás foi apresentado na Expo Milão
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mbora seja a maior geradora de energia limpa e renovável do planeta, a usina de Itaipu apoia e incentiva os menores geradores do Brasil e do Paraguai. O incentivo à produção e ao uso de biogás dentro e fora da usina são exemplo disso. “É uma iniciativa que transforma problemas em soluções, com uma nova cadeia produtiva, gerando renda, energia e oportunidades”, explica o superintendente de Energias Renováveis, Herlon Goelzer de Almeida. Ele foi um dos convidados do seminário Território, Água, Energia e Alimento, do Pavilhão Brasil, na Expo Milão, na cidade italiana de Milão. Só o Oeste do Paraná tem 1,4 milhão de pessoas, 1,5 milhão de suínos, 400 milhões de aves e 250 mil vacas. O incentivo ao biogás podem fazer com que os dejetos, potencialmente capazes de provocar um grave problema ambiental, sejam os dejetos, que podem se tornar um grande problema ambiental, hoje tem uma destinação aproveitados 38 | REVISTA 100% CAIPIRA
para gerar energia elétrica e térmica e ainda como combustível para veículos. Nos carros A Itaipu Binacional dá o exemplo em relação ao biogás como combustível. Hoje, 35% da frota da usina, na margem brasileira, é elétrica ou movida a gás metano. E a meta estabelecida para 2020 é chegar a 50% em 2020. Dos 36 veículos aptos para receber biometano, 32 são Fiat Siena Tetrafuel, que já vêm da fábrica com o kit para gás veicular, e quatro foram adaptados em oficina certificada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP): três caminhonetes Mitsubishi L200 Triton flex e um Chevrolet Cobalt flex. Do total geral de 250 veículos da margem brasileira da usina, 112 são flex (44,8%), 53 elétricos (21,2%), 36 podem ser abastecidos com biometano (14,4%) e 49 a diesel (19,6%). Outros sete Siena Tetrafuel já estão em processo de aquisição. Com mais 30 Siena, já será possível atingir a meta de 50%
de veículos sustentáveis (o álcool não é considerado um combustível 100% sustentável). Para Herlon Goelzer de Almeida, “a adesão de Itaipu ao uso do biometano tem uma expressão muito forte em relação à missão da empresa e visão para 2020, porque atende a todos os preceitos da sustentabilidade, que é baseada em três dimensões: ambiental, econômica e social”. Ele explica a vantagem em cada uma delas. “Na ambiental, tratando o dejeto, que estaria contaminando córregos, você dá um encaminhamento adequado ao transformar o produto in natura em biogás, evitando que seja lançado em córregos e rios. Outro ganho para a natureza é a redução do efeito do gás estufa. Na social, é possível criar uma nova cadeia de negócio, ampliando novas frentes de trabalho, para o agricultor familiar. Por consequência, na econômica, seguindo esse mesmo raciocínio, cria-se um novo produto para o dejeto, que antes, no máximo, só serviria como esterqueiro.”
PAINEL FLORESTAL
Eldorado investe para ampliar participação no mercado
Fonte: Painel Florestal
Investimento na ampliação da unidade em Três Lagoas (MS) chegará a R$ 8 bilhões Inaugurada há cerca de três anos, a Eldorado Brasil está com um projeto audacioso de ampliar a produção de papel e celulose e alcançar a terceira posição no mercado. Para isso, está investindo R$ 8 bilhões na ampliação da unidade em Três Lagoas (MS) e já caminha para atingir 4 milhões de toneladas/ano. Atualmente, a empresa é considerada uma das mais modernas do segmento e trabalha para conquistar a autossuficiência energética. De acordo com o coordenador da área de Projetos e Planejamento Operacional da Eldorado Brasil, Jozébio Esteves Gomes, que participou do 5º Congresso Florestal Paranaense, em Curitiba (PR), boa parte desses resultados que a empresa vem obtendo é fruto “da quebra de paradigmas e da maneira ousada de administrar”. Segundo ele, a empresa conta com 30% de áreas próprias e 70% arrendadas. No entanto, para continuar atrativa e dentro das metas de cresci-
mento, não descarta a possibilidade de compra de madeira disponível no mercado. A escolha da região sul mato-grossense para a instalação da unidade, afirma Gomes, se deu por diversos fatores. Entre eles, precipitação pluviométrica favorável, zoneamento ecológico e disponibilidade de área. “Hoje, a área florestal ocupa apenas 1% do espaço territorial”, diz o coordenador. No entanto, existem pontos desfavoráveis que ainda precisam sem balizados, como a falta de mão de obra e de material genético, definição de política de preços e estradas. Tecnologias Para suportar a operação, a Eldorado está utilizando e desenvolvendo tecnologias. Uma delas é o emprego de VANT (veículo aéreo não tripulado) para ações como o monitoramento de colheita e floresta, e acompanhamento de áreas de-
gradadas, experimentos e contagem de falhas. A empresa também tem investido fortemente na mecanização como opções para o plantio, o controle de formigas, a adubação e a irrigação. Congresso O 5º Congresso Florestal é uma promoção da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), Embrapa Florestas, Associação Paranaense de Engenheiros Florestais (Apef), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) e Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). O evento conta, ainda, com o patrocínio ouro da Itaipu Binacional e do Instituto de Florestas do Paraná; patrocínio prata da Arborgen e Klabin; patrocínio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-PR), Remasa e Tree Trading; apoio de Florestal Alvorada e Dinagro; além do apoio institucional da Curitiba Convention & Visitors Bureau e Sistema Fiep. REVISTA 100% CAIPIRA | 39
FLORICULTURA
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AGRICULTURA
Nova cultivar de pimenta recebe certificação oficial do MAPA Uma nova cultivar de pimenta está pronta para ganhar o mundo e ter as suas sementes disponibilizadas e comercializadas para produtores, companhias de sementes e empresas de processamento
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Fonte: Embrapa Hortaliças
ma nova cultivar de pimenta está pronta para ganhar o mundo e ter as suas sementes disponibilizadas e comercializadas para produtores, companhias de sementes e empresas de processamento: a BRS Juruti (Capsicum chinense Jacq.), desenvolvida dentro do programa de melhoramento de Capsicum da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), recebeu sinal verde do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), através da certificação oficial emitida pelo Serviço Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC) do MAPA, em agosto último. A BRS Juruti veio juntar-se ao grupo formado pelas cultivares BRS Sarakura e BRS Garça, únicas cultivares de pimenta Capsicum protegidas no Brasil, e que em breve será acrescido de mais uma nova integrante – a BRS Nandaia encontra-se com proteção provisória, aguardando para breve a averbação oficial, dado o cumprimento dos requisitos para obtenção de proteção definitiva. Com mais essa certificação, chegará a quatro o número de cultivares de pimentas protegidas no País, todas do programa Capsicum. “Hoje, no Serviço Nacional de Proteção de Cultivares do
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MAPA, temos três cultivares de pimentas protegidas, todas do nosso programa de melhoramento”, acentua a pesquisadora Cláudia Ribeiro. Coordenadora dos projetos relacionados ao melhoramento genético de pimentas e pimentões da Unidade, a pesquisadora acredita que a BRS Juruti vai atender a uma demanda crescente por materiais de pimenta vermelha com as suas caraterísticas, onde se destaca o alto teor de capsaicina, componente que confere picância à Capsicum. Segundo ela, tanto no mercado interno, como externo, há uma procura muito grande pelo mash, pasta de pimenta utilizada para fabricação de molhos picantes. “Há, por exemplo, um tipo de pimenta como a Jalapeño, muito utilizada pela indústria pelo seu alto rendimento de polpa, mas que não possui o nível de ardor normalmente exigido, e aí entra o mash de uma pimenta com alta pungência, aliando o ardor ao rendimento de polpa”. “Então, podemos afirmar que entre as cultivares desenvolvidas no Brasil, BRS Juruti e BRS Nandaia são as primeiras variedades do grupo habanero que cumprem esse papel, até então sem similar em nosso mercado”, acrescenta.
CARACTERÍSTICAS A BRS Juruti é uma cultivar de polinização aberta, desenvolvida para atender tanto o mercado de frutos frescos como a agroindústria. Além de altamente picante e aromática, a cultivar apresenta resistência múltipla a doenças, alta produtividade e uniformidade de plantas e frutos. Exigente em calor e sensível a baixas temperaturas, a BRS Juruti é recomendada tanto para cultivo em campo aberto – trata-se de uma cultivar especialmente adaptada para o período de seca na região do Planalto Central – como em cultivo protegido. SEMENTES Está previsto para novembro próximo o lançamento de edital para seleção pública pela Embrapa Produtos e Mercado (SPM), com o objetivo de licenciar empresas interessadas em produzir e comercializar as sementes da BRS Juruti. Até lá, a ideia é agregar esforços no sentido de disponibilizar para o mercado um volume suficiente de sementes genéticas para serem multiplicadas pelas empresas que se adequarem às normas da licitação.
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ARTIGO
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BRASIL
Áreas do Norte e do Nordeste consolidam-se como nova fronteira agrícola Com 337 municípios distribuídos em 73 milhões de hectares, o Matopiba tem quase 6 milhões de brasileiros e 324 mil estabelecimentos agrícolas Fonte: Agência Brasil
Formada por terras do Sul do Maranhão, do Leste do Tocantins, do Sul do Piauí e do Oeste da Bahia Mais, a região do Matopiba consolida-se como a mais nova fronteira agrícola do país. Próxima dos portos de Belém, de São Luís, de Pecém (CE) e de Suape (PE), a região caracteriza-se pelo baixo preço das terras e pela uniformidade do clima, do solo e do relevo, que facilitam a mecanização agrícola e têm atraído cada vez mais agricultores. Com 337 municípios distribuídos em 73 milhões de hectares, o Matopiba tem quase 6 milhões de brasileiros e 324 mil estabelecimentos agrícolas. A região se ressente, no entanto, da falta de uma malha rodoviária mais eficiente para o escoamento. Parte da safra do Tocantins e do Maranhão pode ser exportada pela Rodovia Belém-Brasília até o porto de Barcarena (PA) ou pela Ferrovia Norte-Sul, de Porto Franco (MA) até o porto de Itaqui, em São Luís. As demais áreas do Matopiba têm como caminho natural a BR-020, que liga Brasília a Fortaleza, que não tem asfalto num trecho de 460 quilômetros na Bahia e no Piauí. Apesar da carência de infraestrutura, que encarece os preços dos fretes, o agricultor e presidente da Associação dos Produtores da Serra do Quilombo (PI), Leivandro Fritzen, diz que investir em lavouras na região tem vantagens. 46 | REVISTA 100% CAIPIRA
Ele ressalta que as produções de soja e milho têm crescido ano a ano. Segundo o presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão, Celestino Zanella, Plano de Desenvolvimento Agropecuário do Matopiba, lançado em maio pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, ajudará a elevar a produtividade na região. Ele, no entanto, também reivindica melhorias na malha viária para o escoamento da safra. “Corrigida essa deficiência, a produção na região só tem a crescer”, diz. Mesmo com as deficiências no escoamento, a região tem chamado a atenção pela produção e pela produtividade crescentes. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Matopiba produziu 8,7 milhões de toneladas de soja na safra 2013/2014. Na temporada 2014/2015, a produção da oleaginosa teve aumento de 21,7% e chegou a 10,5, milhões de toneladas, equivalentes a 11% da produção nacional de soja. A Bahia se destaca em produtividade, com 2.940 quilos por hectare (kg/ha) e 4,2 milhões de toneladas colhidas.
país. A região produziu 19,7 milhões de toneladas de algodão em pluma, soja, arroz e milho, em uma área de 5,7 milhões de hectares. De acordo com a Conab, mais 10 milhões de hectares podem ser incorporados à área plantada. A produção poderia ter sido maior, não fosse a lagarta e a mosca branca que atacaram as plantações no início deste ano, além da falta de chuva, de acordo com o sojicultor Emir Wendler, de Balsas (MA). O sul do estado foi escolhido por agricultores do centro-sul para as primeiras experiências com soja em áreas de Cerrado, em 1978, mas a lavoura só ganhou impulso no final da década de 1990, avançando para outras áreas. No ciclo 2013/2014, o Matopiba colheu 4,42 milhões de toneladas de milho. A produção subiu para 4,45 milhões de toneladas na safra atual, o que equivale a 5% do total nacional. O Maranhão sobressaiu com 1,3 milhão de toneladas. A maior produtividade foi registrada no Piauí, com 7.186 kg/ha. O Matopiba também produz algodão. Numa área de 315 mil hectares, a produção na safra 2014/2015 chegou a 495 mil toneladas de algodão em pluma – a maior parte na Bahia. O volume Potencial elevado equivale a 32% da produção brasileira. Tocantins destaca-se na produção Na safra 2014/2015, a região do Ma- (605 mil toneladas) e na produtividade topiba colheu 9,4% das 209,5 milhões (4.745 kg/ha) de arroz no Matopiba. A de toneladas de grãos produzidas no região produziu
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RECEITAS CAIPIRAS
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Paçoca de amendoim diete INGREDIENTES 1 e 1/2 xícara (chá) de amendoim 1 xícara (chá) de adoçante tipo forno e fogão 1 xícara (chá) de leite em pó desnatado 1 xícara (café) de leite desnatado
PREPARO Torre o amendoim (pode ser numa frigideira em fogo baixo ou numa forma no forno em forno médio) deixe esfriar. Coloque no processador e triture por cinco minutos (pode ser com a pele ou sem ela), adicione o leite em pó e o adoçante, continue moendo até que se forme uma farinha homogênea. Junte o leite desnatado e deixe misturar por mais um minuto. retire do processador; coloque numa forma rasa e espalhe por igual. Obs.: se quiser mais cremoso junte um pouco mais de leite. REVISTA 100% CAIPIRA | 49
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ESPAÇO PARA EVENTOS LOCAÇÃO DE BAIAS PISTA PARA TREINO ARENA DE RODEIO LAZER PARA TODA FAMÍLIA
BRASIL
E-mail: harasroyalpark@hotmail.com facebook.com/HARAS ROYAL PARK
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