Edição 35 100 por cento caipira

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www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, maio de 2016 - Ano 4 - Nº 35 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

FAISÃO: AVES ORNAMENTAIS E DE CORTE Originário da Ásia, e da Europa, os faisões são belíssimas aves com cerca de 40 espécies e inúmeras subespécies diferentes. REVISTA 100% CAIPIRA |


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Logística e Transporte: Transporte de containers já mostra resultados positivos em 2016 Piscicultura: Peixes ornamentais nadam contra a corrente em Minas

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Pragas e Doenças: Risco de entrada de planta exótica coloca em alerta produtores brasileiros Café: Mudas clonais triplicam produção de café em Acrelândia

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Artigo:

FAISÃO: AVES ORNAMENTAIS E DE CORTE


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Cadastro Rural:

SP tem mais de 90% das propriedades rurais cadastradas no CAR

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Fruticultura: Treinamento ensina como colher e embalar bananas

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Pesquisa: Pesquisa traz dados sobre precocidade sexual de novilhas Nelore

Desenvolvimento e Inovação:

Terra manejada por civilizações antigas é fonte de nova geração de fertilizantes

Receitas Caipiras: Sopa de Legumes REVISTA 100% CAIPIRA |

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TRANSPORTE E LOGÍSTICA

Brasil, maio de 2016 Ano 4 - Nº 35 Distribuição Gratuita

Transporte de containers já mostra resultado positivos em 2016 Já no primeiro trimestre MRS registra crescimento acima de 60% em relação ao mesmo período do ano anterior Fonte: Guia Marítimo Em um período pautado pela busca de redução nos custos operacionais e uma saída em meio à crise econômica e política que afeta o Brasil, a MRS Logística aparece com números “agressivos” no transporte de containers. A companhia abriu 2016 com forte crescimento na demanda de containers, uma alta de 30%. Em 2015, foram transportados 67,7 mil Teus, volume 31,4% superior a` produção anual de 2014. De acordo com a companhia em todas as rotas houveram ainda crescimento, sem nenhum caso de roubo de cargas registrado. O melhor resultado anual da ferrovia com as ‘caixas’ desde 2010. Para 2016, a empresa já aponta novos recordes: neste primeiro trimestre do ano, a ferrovia já transportou 63% mais contêineres do que em relação ao mesmo período do ano passado. Como conta Guilherme Alvisi, Gerente Geral de Negócios para Carga Geral da MRS, nos dois últimos anos o crescimento registrado são resultado “de uma convergência”. “De um lado, houve um movimento estratégico, uma remodelagem dos serviços e investimentos por parte da MRS. Por outro, estamos experimentando uma certa redescoberta das vantagens da ferrovia pelo setor produtivo, que precisa mais do que nunca de eficiência e custos reduzidos. A ferrovia oferece aquilo de que o mercado mais esta´ precisando”, sintetiza. Entre os setores mais movimenta6 | REVISTA 100% CAIPIRA

dos estão em destaque o transporte por containers de produtos industrializados, em janeiro e fevereiro desse ano com incremento de 244% em relação a 2015 e o de papel e celulose, que mais que dobrou (aumento de 112%) em relação à média mensal no mesmo período. Porto de Santos Nas rotas ligadas ao Porto de Santos, a companhia informou que considerando os fluxos nos dois sentidos (importação e exportação), o volume total em 2015 foi de 57 mil Teus. Um crescimento de 57% com relação ao ano anterior. Especificamente na rota entre Campinas e Santos, o crescimento foi de 79% no volume total transportado. Ainda de acordo com Alvisi, além do crescimento em volume, outro aspecto foi importante nos resultados de 2015: a diversificação das cargas. Segundo ele, o contêiner aceita virtualmente qualquer carga facilitando qualquer operação. Além disso, aponta, por ser um ativo comum a todos os modais, é ideal para a intermodalidade. “No ano passado, conquistamos ao todo 34 novos clientes regulares, em segmentos que ainda não tinham experimentado a ferrovia em suas cadeias. Peças plásticas, componentes automotivos, diversos outros produtos industrializados, até´ sucata foram incluídos ao portfólio de produtos mais tradicionais”, completou.

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Maltratar animais é crime.... .....abandonar também. Getúlio Vargas aprovou o Decreto nº 24.645/34 prevê pena para todo aquele que incorrer em seu artigo 3º, item V, "abandonar animal doente, ferido, extenuado ou mutilado, bem como deixar de ministrar-lhe tudo que humanitariamente se lhe possa prover, inclusive assistência veterinária". Fernando Henrique Cardoso aprovou a Lei Federal nº 9.605/98 que "dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências", incluindo maus tratos aos animais domésticos.

Animal é vida, não é brinquedo... sente fome, frio e medo!!!!

A educação vem de berço, ensine seus filhos, sobrinhos e conhecidos que os animais merecem respeito.

Não seja um criminoso.

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Para ajudar animais resgatados de maus tratos e abandono a VBA - Voluntários do Bem-Estar Animal conta com a colaboração de todos, através de depósito bancário: Banco Bradesco agência 1382-0 c/c 0127990-4 ou Banco do Brasil agência 6838-1 c/c 25923-3 ou entre em contato através do facebook: REVISTA 100% CAIPIRA | 7 https://www.facebook.com/beatrixsookie, para maiores informações e acompanhamento dos trabalhos realizados.


FAISÃO: AVES ORNAM

ARTIGO

Originário da Ásia, e da Europa, os f de 40 espécies e inúmera 8 | REVISTA 100% CAIPIRA


MENTAIS E DE CORTE

faisões são belíssimas aves com cerca as subespécies diferentes. Por: Sérgio Strini

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Originário da Ásia, e da Europa, os faisões são belíssimas aves com cerca de 40 espécies e inúmeras subespécies diferentes, que na maioria delas são usadas como ornamentais, as mais raras são da Sumatra, Borneus, Himalaia e Ilha de Formosa. Foi trazida para o Brasil pelos portugueses na época da colonização. Sua carne muito apreciada na alta gastronomia e luxuosos jantares dos nobres, um sinônimo de riqueza. Com o tempo, o faisão ganhou popularidade no mercado gastronômico. Seus apreciadores aumentam a cada dia, onde muitos dos criadores dedicam-se à criação em cativeiro, outros criam livres em seus sítios e fazendas apenas para ornamentar. A criação para corte está crescendo muito, uma vez que sua carne é muito saborosa e atinge preços bem altos no mercado. No Brasil são criadas apenas duas espécies para corte, que são: a coleira e a versicolor. Para iniciar uma criação de faisões, precisa montar uma estrutura adequada para ter sucesso e não cometer erros. O criadouro é bastante simples, basicamente igual ao galinheiro comum, um cercado com tela de arame e cobertura para que sirva de proteção aos animais e evitar a fuga deles. O ideal é montar em local que não seja barulhento para que os faisões não se estressem, isso é fundamental. O criatório deve ter pelo menos 20m², para comportar até 21 aves e tenham espaços para se movimentarem confortavelmente, neste espaço tem que ser instalado bebedouros e cochos para a alimentação e também poleiros. É aconselhável que se comece uma criação com um macho para cada seis fêmeas assim teremos 21 animais no cativeiro sendo 18 fêmeas e três machos, que é um bom número para quem não tem experiência ainda. Uma vez que os faisões não chocam os próprios ovos, o criador deve optar por utilizar galinhas garnisés ou chocadeiras elétricas (artesanais ou não) e quando a criação tiver mais de mil animais o ideal é a chocadeira profissional. Com essa quantidade de animais 10 | REVISTA 100% CAIPIRA

(21) no primeiro ano obtém-se em média 1.200 ovos, durante quatro meses. As melhores aves que nascem são selecionadas para o próximo ciclo de reprodução, todas as outras mesmo as matrizes são colocadas à venda que pode ser para o abate ou para outro produtor, pois não compensa manter as matrizes por mais de um ciclo de produção. Em geral se tudo correr bem o criador que começa com 3 famílias de faisões terá na primeira safra aproximadamente 500 aves novas, o que em geral cerca de 10% delas (as mais resistentes e de melhores características) serão destinadas a reprodução e o restante são comercializadas. É importante lembrar que ao final da postura, todas as matrizes serão abatidas. Para o mercado o faisão tem algumas peculiaridades, podem ser criados para enfeitar jardins, parques, sítios e criados comercialmente apenas para hobby ou para o abate, pois sua carne possui um sabor inigualável, segundo apreciadores, embora sua imagem ainda seja de uma ave sofisticada que é consumida por pessoas de maior poder aquisitivo, o faisão está ganhando aos poucos o mercado no Brasil e tem despertado o interesse de pequenos criadores e assim popularizando os produtos provenientes das aves como: carne, penas (para enfeites carnavalescos) e ovos. É necessária a autorização do IBAMA tanto para a criação quanto para a caça. É de extrema importância que se conheça o mercado que se vai atuar, tanto pra demonstrar o produto aos consumidores que lhes procurarem quanto saber exatamente o que se está fazendo para não cometer erros na produção. O processo de reprodução de faisões tem algumas particularidades. O macho é desconfiado e briguento, as fêmeas descuidadas e péssimas mães. Sexualmente precoce, o faisão é polígamo e tem bom desempenho na proporção de um macho para seis fêmeas. Na seleção, juntam-se machos de um lote e fêmeas de outro para evitar a consanguinidade. Os melhores machos são os

mais agressivos. Escolhem-se sempre os filhotes mais velhos do ano anterior por estarem mais aptos à reprodução. Feita a seleção, as aves vão para os viveiros familiares (um macho para seis fêmeas), ou coletivos (20 machos para 100 fêmeas). Os viveiros de reprodução devem receber apenas o sol da manhã, pois o sol da tarde estressa as aves. A construção é feita em alvenaria, tela e telhas. Criadores experientes aconselham três faces de alvenaria e uma única de tela sobre uma base de meio metro de alvenaria. É preferível usar telas plásticas ou de metal flexível, para que as aves,

na eventualidade de um susto, não se machuquem. A altura média dos viveiros é de 2 metros. O piso pode ser de areia ou pedriscos, com boa drenagem. O teto precisa ter uma cobertura de tela para as aves não fugirem em caso de destelhamento. Telhas de barro são as mais indicadas, por funcionarem como isolantes térmicos. É fundamental fazer poleiros e ninhos. O uso de comedores e bebedouros automáticos é


o mais recomendado e devem ser compatíveis com a quantidade de aves em cada viveiro. Conforme o que já foi dito acima, a criação de faisão necessita de autorizações especiais para que as atividades sejam realizadas de uma forma segura e regularizada, ao contrário o criadouro estará sujeito a multa e ao fechamento das atividades. O primeiro passo é procurar o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais) para fazer o pedido de autorização para criação e comercialização nas categorias de ornamento e ou abate. Para que o IBAMA forneça a auto-

rização de funcionamento ele faz uma vistoria no criadouro afim de, verificar se todas as condições exigidas estão em ordem para o bem estar dos animais. Se houver algum ponto divergente do exigido o criador terá um tempo para se adequar, neste prazo o fiscal definirá e marcará uma nova visita. Se não fizer as adequações, a autorização para funcionamento será negada, sendo necessário encaminhar um novo processo

para pedir a autorização novamente. O faisão é considerado uma ave de trato rústico, não necessita de muitos cuidados isso faz com que a alimentação seja bastante simples, normalmente são alimentadas com vegetais, frutas, raízes, insetos e também larvas. No entanto quando a criação é feita para o abate e postura, usam-se rações específicas para que haja um ganho de peso rapidamente, a ração de engorda é fundamental para contribuir com o regime e manter os animais saudáveis. A dieta do faisão é composta de água e ração com bons resultados, a ração comercializada para frangos, cada animal adulto consome cerca de 70 gramas de ração por dia, alguns criadores usam outros tipos de alimentos como: frutas, verduras, gemas de ovos, mas estes alimentos atuam pouquíssimo no processo de crescimento e engorda. Já o mamão e a alface costumam provocar alguns problemas intestinais nos faisões, por isso é aconselhável evita-los. A partir dos primeiros dias de vida, os “pintinhos” são alimentados com ração inicial própria para recém-nascidos, esta ração contém em média 25% de proteínas. A separação dos “pintinhos” das mães ocorre entre 25 a 30 dias do nascimento, ou saem da criadeira, passam então para uma ração de crescimento. Para as aves adultas, usam-se dois tipos de ração que são: para as aves que irão para o abate usa-se a ração para engorda e para as aves matrizes, usa-se a ração para poedeira. Para iniciar a criação de faisões depende a aquisição destas aves; assim sendo é preciso adquirir as matrizes de faisão que são fêmeas e machos, que devem ser compradas em viveiros específicos para a criação comercial. Como a intenção é fazer com que se reproduzam e deem a sequência à linhagem é necessário que as aves tenham atingido a maturidade sexual, que ocorre entre 7 e 12 meses de vida. Já para os viveiros dos recém-nascidos tem algumas diferenças, pois os faisõeszinhos são frágeis como qualquer filhote e precisam de cuidados

especiais. Durante o primeiro mês de vida eles devem ser mantidos em criadoras aquecidas (quando não sejam criados por galinhas garnisés). Essas criadoras são cercadas com madeira com 1m² e 50 cm de altura, com todos os lados protegidos com telas, cantos arredondados e instalado em espaços fechados seja em galpões ou salões. Em cada cercado podem ser mantidos até 100 faisões. As criadoras devem ter a temperatura ajustável, pois será necessário ajustar a temperatura no decorrer das semanas seguintes ao nascimento, sendo que: na primeira semana a temperatura deve ser de 35°C, na segunda semana, será de 31°C e a partir da terceira semana a temperatura deverá ser ajustada em 26°C até a total formação das penas. Outro cuidado que é fundamental é com a saúde das aves, logo a seguir do nascimento é administrado um polivitamínico na água para reduzir o estresse que causa a manipulação nos pequenos animais. Para quem quiser criar as aves em espaços livres, sem telas no teto, precisa submeter os filhotes a uma cirurgia na asa para que elas não voem. Esse procedimento é indicado apenas para animais que serão destinados ao abate. Essa operação costuma ser feita um dia após o nascimento, que consiste em amputação de um terço de uma das asas e cauterização imediata. Após sair das criadoras, os filhotes são transferidos para um viveiro de alvenaria, que ficam por mais um mês, esse viveiro é fechado e também aquecido e com cantos arredondados. Esses cuidados são necessários para que os pequenos faisões não morram de frio, ou amontoem-se nos cantos a procura de calor e acabem se sufocando. O chão deste viveiro deve ser forrado com serragem de madeira ou de sabugo de milho triturado. Aconselha-se a utilizar apenas serragem branca, pois a vermelha pode despertar o instinto canibal nas aves. Nos viveiros de reprodução usam-se bebedouros automáticos e comedores suspensos, mas pode-se utilizar os bebedouros comuns. A temperatura desses viveiros é controlada e REVISTA 100% CAIPIRA | 11


vai sendo reduzida aos poucos durante quatro semanas até que chegue ao nível da temperatura ambiente. E só a partir daí as aves vão para os viveiros definitivos onde ficam até o destino final. Quando os faisões atingem o peso de 1 kg eles vão para o abate, sendo que as fêmeas costumam ser abatidas a partir de 950 gramas este peso é conseguido com aproximadamente 6 a 7 meses e os machos a partir de 1,200kg atingindo o peso um pouco antes que as fêmeas aos cinco meses de idade. Os faisões podem crescer um pouco mais que isso, no entanto os animais com o peso acima indicado tem a maior procura para os restaurantes, bufês e outras entidades que tem o hábito de utilizar a ave como prato especial. Exis12 | REVISTA 100% CAIPIRA

tem também muitos estabelecimentos comerciais que preferem adquirir os animais mais jovens os chamados faisões de leite, por terem a carne mais macia e de um sabor ímpar. Estas aves são abatidas com aproximadamente 700 gramas e com idade de quatro meses. Em função dessa diferença de peso e idade das aves, é de grande importância que os compradores definam antecipadamente com os produtores a definição de pesos e idades das aves para abate o ponto certo passa a ser um ponto determinante ao consumidor intermediário (restaurantes, bufês e casas de carnes especiais). Uma observação importante é que quando o faisão passa de 7 meses e seu peso ultrapassa 1,5kg , sua carne fica fibrosa, dura e menos

saborosa; por isso sua procura é menor. Como em todas as criações de animais é necessário ter cuidados com as doenças, sejam elas as mais comuns ou as mais complexas, que possam atacar as aves, como newcastle ou bouba, são pouco frequentes entre os faisões. É fundamental para o crescimento das aves uma condição de rigorosa higiene. Outro cuidado que se deve ter é com a umidade, pois a chuva em demasia pode ser prejudicial para as aves; também a água empoçada que as aves possam vir a consumir, fatalmente traz problemas intestinais, por isso mesmo como foi dito anteriormente o terreno do viveiro deve ser bem drenado para que não haja poças e excesso de umidade.


Para os filhotes não é recomendável soltá-los pela primeira vez em época de chuva. Quando as aves apresentarem algum tipo de ferimento, não pode ser usado no local nenhum medicamento de cor vermelha, pois esta cor excita os faisões ao canibalismo (eles passam a bicar o ferimento da ave afetada). Por isso recomenda-se a utilização de violeta-genciana para a desinfecção do local ferido. Outra boa prática é que antes da ocupação do viveiro ele seja pintado com cal e feito uma limpeza com creolina ou uma mistura de formol com água numa proporção de 10 litros de água para um litro de formol, esta prática é recomendável que aconteça uma vez por semana e antes da colocação de outra ninhada no viveiro. Para não acumular sujeiras e fezes, os bebedouros e os comedouros precisam ser lavados com frequência, onde nos casos dos filhotes esta prática deve ser diária e nas outras fases pode ser mais espaçada. Também é importante efetuar a remoção dos dejetos e detritos periodicamente, deixando os viveiros sempre limpos. O ideal é vacinar os faisões logo nos primeiros dias de vida. Outra verificação importante para a saúde dos animais é sempre verificar o comportamento, principalmente o alimentício e se houver algum que esteja muito fora dos padrões de peso, verificar qual o problema e tratar. É importante para o criador ter sempre o acompanhamento de um veterinário o que pode ser contratado esporadicamente, uma vez que não há necessidade de ter o médico no criadouro o tempo todo. Para a criação dos Faisões Ornamentais, os cuidados devem ser praticamente os mesmos de uma criação de corte. A principal diferença é que para o início da criação ornamental é o custo das matrizes, enquanto que nas variedades de corte, um casal custa por volta de R$ 40,00 a R$ 50,00 aproximadamente, o casal de faisões ornamentais variam de R$ 150,00 a R$ 3.000,00 dependendo da raridade do faisão que haverá na criação. A época da postura é a mesma nas duas categorias em geral entre setembro e janeiro e o tempo de incubação varia de 21 a 25 dias. É

aconselhável nunca deixar as espécies de corte junto com as ornamentais, pois as aves de corte são mais briguentas principalmente a “prelatus”, e por serem agressivas contra as outras acabam estragando as penas das aves ornamentais e também machucando-as. O preço e a procura variam bastante, pois são mais de 40 espécies, cujos preços variam de R$ 20,00 e chega até R$ 4.000,00. Existe uma LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA tanto para criação para abate, quanto para criação ornamental: Torna-se necessário tomar algumas providências, para a abertura do empreendimento, tais como: – Registro na Junta Comercial; – Registro na Secretária da Receita Federal; – Registro na Secretária da Fazenda; – Registro na Prefeitura do Município; – Registro no INSS (Somente quando não tem o CNPJ – Pessoa autônoma – Receita Federal); e – Registro no Sindicato Patronal. O novo empresário deve procurar a prefeitura da cidade onde pretende montar seu empreendimento para obter informações quanto às instalações físicas da empresa (com relação à localização), e também o Alvará de Funcionamento. Além disso, deve consultar o PRO-

CON para adequar seus produtos às especificações do Código de Defesa do Consumidor (LEI Nº 8.078 DE 11.09.1990). OBS. Caso o empreendedor queira constituir-se com pessoa jurídica. Algumas legislações que futuro empreendedor deve ter conhecimento: – LEI nº 7.967/89 – Dispõe sobre o valor das multas por infração à legislação sanitária, altera a Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, e dá outras providências. Registro Especial – Registro no S.I.F. (Serviço de Inspeção Federal). Exigência feita para que o criador possa colocar seu produto no mercado. Sua concessão esta vinculada à manutenção de instalações idênticas às utilizadas para beneficiamento de pescado. – Registro como produtor rural. Exigência feita para o produto. Na comercialização do produto processado (carne ou pratos prontos), o empresário deverá informar-se a respeito dos registros necessários para sua legalização, já citados acima (Legislação Específica). Referências: Sebrae, IBGE, DIEESE, IPT, Instituto Datafolha, Instituto IBOPE, Wikipédia, Jornal Estadão, Jornal Folha de S.Paulo, Jornal O Globo, Revista Exame, Revista Veja, MAPA,MCTI, MDA, MDIC, MMA, MME, MTE.

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PISCICULTURA

Peixes ornamentais nadam contra a corrente em Minas A salvo da correnteza econômica e política que se arrasta pelo país, a produção de peixes ornamentais cresce a passos largos no Brasil, tendo Minas Gerais como o maior fornecedor nacional O negócio contabiliza, por ano, 12 milhões de unidades, em média, vendidas no estado, o que mostra o potencial que a atividade tem para se tornar referência mundial, segundo especialistas ouvidos pelo Estado de Minas. Contra a maré da crise que afeta vários setores da economia brasileira, piscicultores estão satisfeitos com o retorno do investimento. A explicação está na rentabilidade. O valor unitário dos animais cresceu mais de 700% nos últimos anos e, de acordo com o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), há muito espaço para ser explorado no ramo. Em 2012, levantamento feito pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf ) indicava no Brasil a existência de 4, 8 mil criadores comerciais de peixes ornamentais, 14 | REVISTA 100% CAIPIRA

sendo que 80% deles ficavam na zona rural, onde os tanques se espalham em áreas com extensão entre 3 mil e 10 mil metros quadrados (m2). Nas cidades, os criatórios são bem menores, com no máximo 200m2. Entre as espécies mais procuradas estão beta (ou peixe-beta), guppy, kinguio, as carpas douradas e o acará-disco. Em Minas, 60% da produção está concentrada na Região de Muriaé, na Zona da Mata, onde a atividade começou há 25 anos com a chegada de muitos peixes de fora do estado, principalmente os asiáticos, como é a espécie beta. Muriaé tem a melhor criação dessa espécie no Brasil. Atualmente, há na região cerca de 120 espécies. É ali que, segundo produtores, estão os peixes nacionais de maior qualidade, o que atrai consumidores do

país inteiro. “Não estamos falando de captura, que é mais representativa no Amazonas. Aqui nossa referência é a criação”, esclarece o técnico do Sebrae Muriaé Jefferson Dias Santos. De acordo com o especialista, a região abrange sete municípios produtores de peixes ornamentais e a estimativa é de que 400 piscicultores trabalhando diretamente no negócio. Deidson de Barros Rosa é um deles. Em 2006, ele iniciou a produção de peixes beta em Patrocínio de Muriaé, como uma brincadeira. “Vi que o pessoal estava produzindo e resolvi entrar nesse negócio. Hoje, vivo da minha produção”, conta. Barros Rosa vende cerca de 2 mil unidades por semana. Como a espécie deve ser criada individualmente, já que um macho mata o outro quando


criados juntos, ele os armazena em garrafas PET. “São 25 garrafas interligadas e colocadas em um poço. No chão há uma lona, e meu tanque é feito de barro”, revela. A estufa usada para aquecimento do ambiente para os animais foi ampliada de 15m2 para 700m2 para dar conta da demanda. “Para este negócio é preciso esperar mais ou menos um ano pelo retorno financeiro, mas vale a pena. É preciso, também, ter peixes de qualidade”, afirma. Por mais que os custos estejam subindo, em razão da crise econômica, as vendas se mantêm. “Tanto é que os produtores de leite estão passando a investir no ramo. O que tem segurado a vida na zona rural é a produção de peixes ornamentais”, ressalta Deidson de Barros. Nos cálculos do Sebrae, o piscicultor chega a ganhar cerca de R$ 10 mil por semana com a venda dos animais. “Se você compara um criador desses animais com produtores de café e leite, vai ver que os de peixe estão expandindo o terreno, têm moto e carro na garagem”, comenta Jefferson Santos. Na estruturação do negócio, ainda segundo a entidade, são necessários cerca de R$ 10 mil para a construção de tanques e também estufas, uma vez que o clima quente é fundamental para a criação de algumas espécies. “Há peixes que valem de R$ 0,10 a R$ 30. O beta, por exemplo, tem sido comercializado a R$ 1”, diz.

um mercado com alto potencial. Ele já fez levantamento sobre o assunto e conta que há muitos produtores espalhados por Minas, porém, a maior concentração é na Zona da Mata, nas cidades com divisas com o Rio de Janeiro. “Tanto é que o segundo polo produtor do país é o Rio. Os peixes ornamentais necessitam de água e, como muitas espécies são asiáticas, precisam de áreas quentes”, afirma. Ele conta que estatísticas mais detalhadas sobre o negócio em Minas ainda são um desafio, já que muitos produtores não sabem informar corretamente sobre o seu ramo. “Quando fiz meu mestrado nesta área, vi que muitos produtores não sabem o quanto produzem e, como muitos trabalham ainda com hortifrutigranjeiros, acabam se confundindo”, diz. Ele diz que a demanda pelo peixe é crescente. No mercado pet, por exemplo, já é o segundo animal mais adquirido, per-

dendo apenas para os gatos. “É um bicho que tem muitas facetas. Por isso, dizemos que é um mundo à parte. E há peixes sendo comercializados com altos valores”, diz. Em Belo Horizonte, são muitas as lojas especializadas na venda de peixes. A Eco Fish é uma delas e, de acordo com o dono, Vanilson Gonçalves, a venda atualmente não está a mil maravilhas, mas o seu negócio está conseguindo se manter em meio à turbulência da crise econômica. Com uma loja na Pampulha, no último sábado ele inaugurou novo espaço, na Avenida Catalão. “Trata-se de um negócio em que o conhecimento sobre peixe é o diferencial. Estou no ramo há seis anos, e vejo que é um comércio em constante crescimento”, afirma, dizendo não contabilizar suas vendas. Um peixe Beta na Eco Fish, por exemplo, custa a partir de R$ 4,90.

DEMANDA Cerca de 70% dos compradores dos animais no Brasil estão em São Paulo e, segundo Santos, são três mercados bem definidos: “Há aqueles que compram por hobby e investem muito para ter um aquário em casa ou estabelecimento; há aqueles que compram um aquário comum e aqueles que criam em copo de plástico”, enumera Santos. De acordo com o assistente intermediário do Ministério da Agricultura e Pecuária, Renato Cardoso, trata-se de

Fonte: Estado de Minas

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FRIGORÍFICOS E ABATEDOUROS

Carnes in natura elevam volume de exportação em abril; receita de bovina in natura cai

As vendas externas de carne bovina congelada, fresca e refrigerada somaram 86,6 mil toneladas no mês passado, aumento de 3,9% em relação ao exportado em abril de 2015. Já a receita com as vendas caiu 2,2%, para US$ 339,4 milhões

A

s exportações brasileiras de carnes in natura tiveram aumento nos volumes em abril, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados da Balança Comercial Brasileira divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) nesta semana. As vendas externas de carne bovina congelada, fresca e refrigerada somaram 86,6 mil toneladas no mês passado, aumento de 3,9% em relação ao exporta16| REVISTA 100% CAIPIRA

do em abril de 2015. Já a receita com as vendas caiu 2,2%, para US$ 339,4 milhões. A carne de frango in natura registrou aumento de 25,7% nos volumes exportados em abril, a 378,7 mil toneladas. A receita com as vendas externas somou US$ 533,3 milhões, alta de 10,5% na comparação anual. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) já havia divulgado nesta semana que as vendas totais de carne de frango no Brasil, incluindo in natura, salgadas e processadas, somaram 421 mil toneladas em

abril, alta de 15% ante o registrado no mesmo período do ano passado, e o segundo maior volume da história do setor. Os embarques de carne suína congelada, fresca e refrigerada saltaram 47,1%, a 52,9 mil toneladas, em abril, seguindo a tendência de forte crescimento nas exportações observada desde o início do ano, o que tem ajudado o setor em momento de vendas domésticas fracas. O faturamento com as exportações somou US$ 99,9 milhões, crescimento de 16,9% na comparação anual. Fonte: CarneTec


CONFRATERNIZAÇÕES ANIVERSÁRIOS CASAMENTOS FESTAS

ESPECIALIDADES: COSTELA DE CHÃO PORCO DE CHÃO PORCO NO ROLETE GALINHADA VACA ATOLADA FEIJOADA FEIJÃO TROPEIRO ARROZ CARRETEIRO

coelhoeventosembu@gmail.com

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(11) 96706-2934


PRAGAS E DOENÇAS

Risco de entrada de planta exótica coloca em aler ta produtores brasileiros Amaranthus Palmeri apresenta espinhos entre o caule e a folha Fonte: Embrapa Soja

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Identificada pela primeira vez em 2015 no Brasil, a planta daninha Amaranthus palmeri foi eliminada das lavouras do Mato Grosso. Trata-se de uma planta exótica extremamente agressiva e por isso o trabalho de contenção deve ser permanente, pois pode haver vestígios de sementes nas lavouras e a planta pode entrar no País novamente a qualquer momento. Nos Estados Unidos, onde a planta daninha está disseminada em várias áreas, os produtores relataram redução entre 20% e 80% na produtividade em soja, milho e algodão. “O Amaranthus palmeri é uma planta invasiva de grande agressividade, que se adapta com facilidade a diferentes ambientes e condições climáticas”, explica o pesquisador da Embrapa Soja Dionísio Gazziero, que vem acompanhando a evolução do Amaranthus palmeri nos Estados Unidos e agora no Brasil. Devido ao grande risco de sua entrada nas lavouras brasileiras pelas fronteiras com países vizinhos, a Embrapa elaborou um comunicado técnico com a finalidade de facilitar o acesso ao conhecimento existente sobre a planta daninha. Nesse documento estão detalhadas as características do Amaranthus palmeri e apresentadas orientações que facilitam a diferenciação entre as espécies, assim como indicações de manejo e de riscos de ocorrência de resistência a herbicidas. “Saber diferenciar a espécie exótica das espécies que já ocorrem no Brasil passa a ser uma importante estratégia, pois caso seja identificada alguma ocorrência, será fundamental sua eliminação antes que ela se espalhe pela região”, explica Gazziero. A preocupação das autoridades sanitárias também se deve ao fato de a planta ser resistente a herbicidas frequentemente utilizados nas áreas de produção norte-americanas. Pesquisadores da Embrapa explicam que plantas do gênero Amaranthus são encontradas em várias áreas de produção de grãos brasileiras e conhecidas popularmente como caruru. O problema é que o Amaranthus palmeri é uma planta exótica e pode ser facilmente confundido

com outras espécies de caruru, especial- mecanismos de ação. “A rápida evolução mente o Amaranthus spinosus (caruru- da resistência aos herbicidas trouxe uma -de-espinho), comum no Brasil. ameaça às alternativas de controle”, analisa. “Por isso, o monitoramento frequenDiferenciando as espécies te e a identificação precoce, no caso do estabelecimento dessa espécie no Brasil, O pesquisador Dionisio Gazziero, da ajudarão a evitar prejuízos para a agriculEmbrapa Soja, explica que a identificação tura brasileira”, defende o pesquisador. correta das espécies presentes nas lavouOs biótipos encontrados em Mato ras é uma primeira etapa para manejar Grosso apresentaram resistência a herbie controlar adequadamente o problema. cidas, até mesmo ao glifosato. “Por isso é Entre as características que podem aju- recomendável que os produtores brasileidar a assistência técnica e os produtores ros monitorem suas lavouras para que rana diferenciação entre as espécies, uma pidamente possam ser viabilizadas medidas mais evidentes é que no A. palmeri das de contenção, no caso da constatação os pecíolos (estrutura que liga o caule à de novos focos de infestação”, ressalta. folha) têm normalmente o mesmo tamanho ou são maiores que a folha. Primeiro registro no Brasil Outra característica que diferencia o A. palmeri dos outros carurus é que A presença da planta daninha A. pala inflorescência masculina e feminina meri foi confirmada em junho de 2015, ocorre em plantas distintas, e as femini- no Brasil, pelo Instituto Mato-grossense nas ao serem tocadas parecem espinhos. do Algodão (IMAmt), durante o moniDe acordo com Gazziero, o A. palmeri toramento de lavouras de algodão no possui ampla capacidade de dissemina- estado. Devido à alta agressividade do ção e o crescimento da planta além de ser Amaranthus palmeri, desde o ano passarápido pode atingir de um a dois metros do, os estados de Mato Grosso e Paraná de altura. “Seu crescimento acelerado di- mobilizaram os representantes da cadeia ficulta as aplicações de herbicidas pós-e- produtiva de grãos para elaborar estratémergentes. Ainda há relatos de que uma gias de contenção à planta daninha. única planta pode produzir de 100 mil a Em Mato Grosso, desde a constataum milhão de sementes, dependendo das ção dos primeiros casos da Amaranthus condições em que se desenvolve”, desta- palmeri, foram estabelecidas medidas ca. fitossanitárias, pelo Instituto de Defesa A intercessão entre o caule e a folha Agropecuária do Estado de Mato Grosso (axila) também auxilia na diferenciação (Indea-MT), em conjunto com o Minisdos carurus. Segundo Gazziero, no caso tério da Agricultura, IMAmt e instituido A. palmeri surge uma estrutura que se ções de pesquisa e ensino, detalhados assemelha a um espinho, o que difere do na instrução normativa Indea nº 86, de formato pontiagudo e rígido das estrutu- 4/12/2015. Ainda assim, existe a possibiras do Amarantus spinosus. lidade de disseminação da espécie pelas fronteiras com países vizinhos, princiAlto risco de resistência palmente por meio de máquinas, animais silvestres e sementes. Gazziero explica que o controle de No Paraná, segundo maior produtor A. palmeri pode ser feito por herbici- de soja brasileiro, depois de Mato Grosdas, mas alerta que nos Estados Unidos so, apesar de não ter havido registro da já houve a constatação de resistência da presença de A. palmeri, a Federação da planta daninha a diferentes princípios Agricultura do Estado do Paraná, a Seativos (glifosato, herbicidas inibidores da cretaria Estadual da Agricultura, a OrALS, do fotossistema II e dos inibidores ganização das Cooperativas do Paraná, da HPPD e da tubulina). o Ministério da Agricultura e a Embrapa Também já foram identificados ca- iniciaram um trabalho preventivo com sos de resistência múltipla a diferentes produtores e técnicos. REVISTA 100% CAIPIRA | 19


CAFÉ

Mudas clonais t ri p l i c a m p ro d u ç ã o de café em A c re l â n d i a

Fonte: Notícias do Acre

Com o objetivo de aumentar a produção de café, o governo do Acre distribuiu, ao longo dos últimos anos na região do Ramal Granada, em Acrelândia, mais de 300 mil mudas de café clonal para 154 produtores, em uma área plantada de 176 hectares Aliada ao investimento de aquisição de mudas com recursos próprios dos cafeicultores, a produção de café tem crescido de forma considerável na região. O secretário de Estado de Agricultura e Pecuária (Seap), José Carlos Reis, aproveitando o início da época da colheita do grão, visitou algumas propriedades para conferir a qualidade e produtividade do café do município. Um dos produtores que recebeu mudas clonais do governo foi Vanderlei de Lara. Ele tem seis hectares cultivados, emprega 23 pessoas só na colheita do café e conta que espera uma produção três vezes maior que as lavouras de mudas convencionais. “No convencional eu colho até 20 sacas por hectare. Com o clonal, minha produção é superior a 80 sacas. Então, é uma alternativa pra quem quer produzir 20| REVISTA 100% CAIPIRA

cada vez mais”, argumenta. As variedades clonais de café foram desenvolvidas e trazidas de Rondônia, exatamente para aumentar a produtividade das lavouras. Testar os melhores clones para o o solo e as condições climáticas de Acrelândia é o que faz Cesalpino Araújo. O agricultor tem cinco hectares de café clonal, e por conta própria decidiu pesquisar. Em sua propriedade, cultiva nove variedades de café clonal: “Meu objetivo é descobrir, entre esses nove, o que produz mais, qual é mais resistente às pragas e os que melhor se adaptam aos períodos de chuva ou seca intensa”, explica. Renda do café representa mais da metade do orçamento do município O café é atualmente um dos prin-

cipais produtos da economia de Acrelândia. Estima-se que a produção de todo o município gire em torno de 42 mil sacas do grão por safra, o que representa uma movimentação superior a R$ 12 milhões. O valor é mais da metade do orçamento de Acrelândia, que gira em torno de R$ 20 milhões. Por entender a importância da cultura para a região, o governo do Estado atua na oferta de assistência técnica e equipamentos que permitem melhores condições de produção. “Aqui a gente junta a vontade de produzir com a vocação desses agricultores para a cultura do café e o nosso apoio, para que a produção cresça ainda mais. Café em Acrelândia representa geração de renda no campo e na cidade”, afirma José Carlos Reis, titular da Seap.


AGRICULTURA

Cenoura híbrida de inverno conquista produtores da região Sul A variedade se destaca pela qualidade e alto rendimento Os estados do Rio Grande do Sul e Paraná estão entre as maiores regiões produtoras de cenoura do país, e a produção vem crescendo graças a utilização de sementes híbridas desenvolvidas para estas regiões. No mercado há quase quatro anos, a cenoura híbrida de inverno Melissa F1, da linha de sementes Topseed Premium, teve suas vendas intensificadas a partir de 2014 na região ao conquistar os produtores com seu alto desempenho, por exemplo. Segundo a ABCSEM (Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas de Hortaliças), em 2015 foram produzidas 700 mil toneladas, em cerca de 15 mil hectares. À frente da produção estão ainda Minas Gerais, Goiás e Bahia. “O mercado de cenoura de inverno teve um incremento de área este ano, influenciado pelos bons preços recebidos pelos produtores.

A cenoura híbrida Melissa obteve grande destaque principalmente por alcançar altos patamares de produtividade, que permitiram ao produtor ter no binômio Produtividade x Qualidade resultados altamente rentáveis”, explica o Coordenador Técnico de Vendas para a região Sul, Márcio Mota. Para o Especialista de Bulbos e Raízes, Samuel Sant’Anna, a cenoura Melissa apresenta elevado potencial produtivo e alto rendimento na classificação 3A. “Suas raízes são de formato cilíndrico com fechamento de pontas arredondado, pele muito lisa apresentando raízes com coloração alaranjada intensa, tanto interna quanto externamente. É um material com excelente uniformidade e padronização de raiz, o que contribui para melhor rentabilidade ao produtor”, explica. Para Docimar Macanan, Consul-

tor Técnico de Vendas Topseed Premium, a cenoura Melissa traz ainda segurança ao produtor. “Principalmente devido à sua alta tolerância foliar às principais doenças da cultura, como os fungos Alternaria dauci e Cercospora carotae, que podem causar danos na parte aérea da cenoura, a queima-das-folhas, e ainda ao Peronospora destructor (Míldio)”, explica. Essa segurança conquistou o produtor Vicente Riva, de Antônio Prado (RS), que cultiva o material há cerca de quatro anos e investe na cenoura Melissa baseado na tolerância que ela propicia. “A cenoura Melissa é o material ideal para o plantio de inverno, pois tem ótima tolerância às doenças que atacam a cultura. Além disso, tem um ótimo desempenho no campo, com boa coloração e bom rendimento, pelo fato de ser comprida”, afirma. REVISTA 100% CAIPIRA |21


AGRICULTURA FAMILIAR

Mercado garantido para a agricultura familiar

A capacidade de compra da União, dos estados e municípios somada às compras institucionais do PAA vai movimentar, segundo estimativas, até R$ 2,7 bilhões em compras diretas à agricultura familiar A produção da agricultura familiar já tem um mercado consumidor praticamente garantido com as compras públicas feitas pelos programas Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e de Aquisição de Alimentos (PAA) e que serão reforçados com os recursos de outras fontes previstos pelo Plano Safra 2016/2017. A capacidade de compra da União, dos estados e municípios somada às compras institucionais do PAA vai movimentar, segundo estimativas, até R$ 2,7 bilhões em compras diretas à agricultura familiar. 22| REVISTA 100% CAIPIRA

Estão previstos ainda recursos do PAA, MDA e MDS, da ordem de R$ 500 milhões, para a compra de alimentos produzidos por cooperativas e associações de agricultores familiares, e cerca de R$1,1 bilhão devem ser utilizados por estados e municípios, com recursos transferidos pelo Governo Federal por meio do FNDE, na compra de alimentos produzidos pela agricultura familiar. “Com estas políticas, garantimos que a produção da agricultura familiar, muitas vezes com dificuldade de acesso às grandes redes de supermercados,

tenha uma porta sempre aberta para seus produtos. Na verdade, trata-se de um benefício duplo, pois, se por um lado trata-se de incentivo à comercialização para os agricultores familiares, gerando renda e agregando valor, por outro, esta política garante acesso dos mais vulneráveis a alimentos de qualidade. Fomentamos, assim, um ciclo virtuoso dos pontos de vista econômico e social”, afirmou o ministro Patrus Ananias, durante apresentação do Plano Safra da Agricultura Familiar 2016/2017, na terça-feira (3/05), no Palácio do Planalto.


SAÚDE ANIMAL

Nove dicas para cuidar da saúde intestinal das aves

Conheça medidas preventivas, a importância e cuidados necessários no aviário Mais da metade do custo de produção do frango passa pelo intestino Assim como nós humanos, as aves também são o que elas comem. Dessa forma, a médica veterinária e consultora técnica de aves da Cargill Nutrição Animal, Ana Paula Guideli,

explica que, como o intestino é um importante órgão para digestão, absorção e o transporte de substâncias e de nutrientes e ainda, é uma barreira natural e imunológica contra infecções, a integridade intestinal tem um impacto direto na eficiência da produção animal

e resultado financeiro para o produtor, já que 60 a 75% do custo do quilo do frango passa pelo intestino das aves. Ana Guideli orienta com nove dicas para manter a saúde intestinal e contribuir com a qualidade e produtividade nas granjas:

1 – Verificar a qualidade dos ingredientes das rações por meio de análises laboratoriais. 2 – Ter uma nutrição de precisão que atenda as necessidades da ave. 3 – Garantir uma qualidade e manejo adequado da cama dos frangos, pois ela deve estar seca e confortável para os animais evitando lesões nas aves. 4 – Disponibilizar água na medida correta e assegurar sua qualidade. 5 - Manejo e Ambiência: regulagem adequada e disponibilidade de equipamentos, comedouros e bebedouros, qualidade do ar e conforto térmico das aves. 6 - Biosseguridade: para minimizar os riscos de infecções dentro do aviário que afetem a produção. 7 - Controle sanitário e imunológico das aves com programas vacinais, de anticoccidiano e melhoradores de desempenho adequados aos desafios e características da região. 8 - Monitorar constantemente sua produção é fundamental. Pode ser realizada por meio de necropsias e análises laboratoriais. 9 – Consultar sempre um especialista da área. Ana destaca ainda que as exigências do mercado obrigam reduzir ao máximo os custos e aumentar ao máximo a eficiência dos animais, tentando melhorar em todos os índices produtivos, razão pela qual é essencial

realizar controles exaustivos das matérias-primas, do manejo e da sanidade e utilizar uma nutrição adequada para as aves. A Nutron, marca de nutrição animal da Cargill, disponibiliza a solu-

ção para avicultura “Nutronpoultry”: uma série de programas nutricionais que visam melhorar os resultados da produção avícola para cada situação e necessidades dos clientes. Consulte nossos especialistas. Fonte: Assessoria de Comunicação Cargill

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CADASTRO RURAL

SP tem mais de 90% das propriedades rurais cadastradas no CAR Até às 23h59m59s do dia 5 de maio de 2016, o sistema registrou 17.741.687,36 hectares de área rurais, o equivalente a 86,60% dos 20.504.107 hectares cadastráveis no Estado O Estado de São Paulo já registrou 292.879 imóveis rurais no Cadastro Ambiental Rural (CAR), totalizando 90,23% dos 324.559 propriedades paulistas. Até às 23h59m59s do dia 5 de maio de 2016, o sistema registrou 17.741.687,36 hectares de área rurais, o equivalente a 86,60% dos 20.504.107 hectares cadastráveis no Estado, conforme informaram os secretários de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, e a secretária de Meio Ambiente, Patrícia Iglecias, em coletiva de imprensa realizada hoje, 6 de maio. “São Paulo se destacou de forma muito relevante na adesão ao CAR em todo o País”, avaliaram os titulares das Pastas Estaduais. Do total de 273.201 propriedades com até quatro módulos fiscais, 250.342, ou 91,7% já estão cadastradas no sistema, o que representa uma área de 4.814.866,07 hectares identificada. Também foram registrados no CAR 42.537 dos 51.398 imóveis acima de quatro módulos fiscais, equivalendo a 24 | REVISTA 100% CAIPIRA

82,76% do total de propriedades deste porte numa área de 12.926.821,29 hectares, com base nos dados do Levantamento Censitário das Unidades de Produção Agropecuária do Estado de São Paulo (LUPA – SAA). Se considerados os dados do Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que é a base utilizada para a contabilização do Ministério do Meio Ambiente para o CAR em todo o Brasil, São Paulo já registrou mais de 100% de sua área cadastrável. Para garantir maior adesão dos pequenos e médios proprietários rurais ao sistema, que respondem por mais de 82% do total dos imóveis rurais paulistas, a Secretaria de Agricultura promoveu um mutirão com os técnicos da Pasta, por meio dos Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs) e das Casas da Agricultura da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) para incentivar e orientar o preenchimento do cadastro.

Fonte: Secretaria da Agricultura de SP

A Pasta também contou com o apoio de entidades como a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado de São Paulo (Fetaesp), a Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp), a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) e a Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana). “As entidades do setor foram companheiras nesta jornada bem-sucedida de preenchimento do CAR. Isso nos ensejou um diálogo que irá se aprofundar ainda mais nesta próxima etapa para a adesão ao PRA”, explicou Arnaldo Jardim. O apoio ao produtor continua com a prorrogação do prazo para que os proprietários de até quatro módulos fiscais possam fazer o preenchimento do CAR até 5 de maio de 2017, de acordo com a Medida Provisória nº 724. “O Governo do Estado se empenhou para que os produtores fizessem o cadastro, um passo muito importan-


te. Agora, o desafio é olhar para adiante, cuidar para que aqueles que não se cadastraram possam fazê-lo e buscar a regularização ambiental definitiva. É a vitória de um conceito de colocar em vigor, definitivamente, o novo Código Florestal e de celebrar a harmonia entre A agricultura e meio ambiente, uma das diretrizes do governado Geraldo Alckmin”, ressaltou Arnaldo Jardim. Regularização Ambiental O cadastro no CAR é requisito obrigatório para que as propriedades possam aderir ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), que possibilitará a restauração de áreas degradadas ou alteradas, ampliando a área de vegetação nativa existente nas propriedades e imóveis rurais paulistas. “Os números demonstram que o registro no CAR não é mera formalidade, mas que o produtor rural realmente quer aderir à recuperação ambiental

e colocar o Novo Código Florestal em vigor”, pontuou Arnaldo Jardim. “A partir desta primeira radiografia, será possível fazer um diagnóstico ágil das áreas degradadas que poderão ser recuperadas”, complementou o titular da Pasta se Agricultura. Com a legislação, mais de 300 mil unidades produtivas do Estado terão as atividades agropecuárias completamente regularizadas, garantindo o uso econômico de áreas de ocupação consolidada em áreas de Proteção Permanente (APP), facilitar a instituição de Reservas Legais, rever termos de compromisso firmados sob a exigência da sistemática florestal anterior, suspender a cobrança de autuações e multas ambientais, auxiliar os pequenos e médios produtores rurais a reconstituírem matas ciliares, incrementar os fluxos e conexões biológicas e melhorar a produção hídrica. As propriedades terão o prazo de um ano, a contar da publicação de uma resolução pela Secretaria do Meio

Ambiente prevista para o segundo semestre de 2016, para apresentar o Projeto de Recomposição de Áreas Degradadas e Alteradas (PRADA). A Secretaria de Agricultura será responsável pela homologação do Projeto em propriedades de até quatro módulos fiscais, de forma mais ágil, fornecendo apoio técnico para a execução dos projetos e das atividades para recompor a vegetação das áreas, bem como o levantamento dos dados e indicadores necessários ao monitoramento das etapas, enquanto as área acima de quatro módulos fiscais ficará sob responsabilidade da Pasta do Meio Ambiente. Com base nos levantamentos das áreas degradadas, teremos o prazo para iniciar o Programa, mas o importante é que isso seja feito dentro de uma segurança jurídica, com apresentação do projeto, análise e assinatura de termo de compromisso para a recuperação da área”, finalizou a secretária do Meio Ambiente, Patrícia Iglecias. REVISTA 100% CAIPIRA |25


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FRUTICULTURA

Treinamento ensina como colher e embalar bananas tipo exportação

As propriedades são produtoras de banana e estão entre as exportadoras do produto para a Europa, com o Selo Região do Jaíba Trabalhadores das fazendas Uirapurú, Barriguda, Condômio, Frutis e Itapicuru localizadas no município de Jaíba, Norte de Minas, foram capacitados pelo SENAR Minas no curso Tratos Culturais, Colheita e Pós-Colheita Convencional e Embalagem de Banana, com o objetivo de melhorar a qualidade e a aparência da banana tipo exportação. As propriedades são produtoras de banana e estão entre as exportadoras do produto para a Europa, com o Selo Região do Jaíba. Esta foi a primeira vez que o curso foi realizado na região. O treinamento, realizado em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Jaíba e Matias Cardoso pelo instrutor Anderson Botelho, chama a atenção dos trabalhadores para todas as etapas do processo, que envolve desde o plantio da banana até o envio ao seu destino final. Muitos produtores e trabalhadores deixam de dar a atenção necessária a estes aspectos, que são de suma importância para quem compra e consome o produto. Segundo o instrutor, têm que

se levar em conta não só a parte da produção da banana, como também a parte que envolve a pós-colheita, tipos de danos, classificação dos frutos, pesagem e selagem dos frutos, embalagem, confecção de cargas e colocação de caixas, dentre outros aspectos que devem ser observados para garantir a qualidade e conservação das frutas. Conforme o gerente regional do SENAR Minas em Montes Claros, Dirceu Martins, a embalagem é de extrema importância no processo logístico, pois ela vai garantir a integridade do produto e informações sobre o mesmo. É na embalagem que estão registrados o nome da marca, data da colheita e validade do produto, forma de produção, nome do produtor, registro, local de origem, dentre outras. “Na hora de embalar as frutas, os cuidados têm que ser redobrados, pois as embalagens tem que garantir que as mesmas cheguem em perfeitas condições ao destino final. A marca e as informações na embalagem vão diferenciar este produto dos concorrentes”.

Marcos Antônio Oliveira, da Fazenda Itapicurú, trabalha como embalador de bananas há 16 anos. Para ele, o treinamento ajudou a entender que embalar não é só colocar a fruta dentro da caixa, mas que todo um processo tem de ser observado para que a fruta não sofra nenhum tipo de estrago. Por exemplo, a embalagem tem que estar atrelada aos tipos de transporte que vão levá-la a seu destino final, para que não sofra danos. Ainda segundo o instrutor Anderson Botelho, a falta de atenção a estes aspectos pode trazer prejuízos financeiros aos produtores de banana, pois a fruta danificada vai provocar insatisfação ao cliente. “Com o processo feito de forma certa, ganha todo mundo: produtores, trabalhadores, transportadores, fabricantes de embalagens e clientes, que passam a receber suas frutas de acordo com o desejado e, principalmente, os consumidores, que vão ter um produto de qualidade em sua mesa”, conclui o instrutor. Fonte: Senar - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

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INFORMÁTICA

BNDES: Aplicativo inovador permite simular condições de empréstimos para o produtor rural

Fonte: BNDES

O app foi lançado na Agrishow, feira de tecnologia agrícola realizada na cidade paulista de Ribeirão Preto, e que está entre os três principais eventos mundiais do setor O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou, de forma pioneira, um aplicativo para empresas e pessoas físicas interessadas em linhas de financiamento agropecuárias e microcrédito. O BNDES Agro está disponível para smartphones e tablets, nos sistemas Android e Apple. O app foi lançado na Agrishow, feira de tecnologia agrícola realizada na cidade paulista de Ribeirão Preto, e que está entre os três principais eventos mundiais do setor. O Sistema OCB é um dos apoiadores da iniciativa. Funções - O novo aplicativo possui inúmeras funções para auxiliar os interessados em realizar operações com o Banco, trazendo informações sobre as

linhas e programas oferecidos ao agronegócio e microcrédito, consulta ao Credenciamento Informatizado de Fabricantes (CFI) para máquinas e equipamentos agrícolas cadastrados, calendário de feiras importantes para o setor, além do contato direto com o BNDES, através de seus canais institucionais e redes sociais. Simulador financeiro- Outra importante função oferecida pelo BNDES Agro é o simulador financeiro, que ajuda o usuário na avaliação prospectiva de suas prestações, considerando as condições financeiras dos respectivos programas operacionalizados pelo BNDES, entre eles Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf),

Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota) e Programa para Redução da Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura (Programa ABC). Desempenho - O BNDES desembolsou R$ 3,1 bilhões para projetos do setor agropecuário no primeiro trimestre deste ano. As aprovações de novos financiamentos neste período somaram R$ 3,3 bilhões, com crescimento de 31% em relação ao primeiro trimestre de 2015. Nos últimos 12 meses encerrados em março, o valor desembolsado pelo BNDES para o setor agropecuário foi de R$ 13,3 bilhões. REVISTA 100% CAIPIRA |29


HOMENAGEM

Justa e merecida Homenagem da Câmara Municipal de Osasco pelo Autor Proponente Vereador de Paula, placa comemorativa ao ABCAS (Associação Brasileira Cultural dos Artistas Sertanejos) pelos 40 anos de valorização e divulgação da cultura sertaneja por meio da música raiz.

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Vereador de Paula (Autor Proponente)

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DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO

Terra manejada por civilizações antigas é fonte de nova geração de fertilizantes organominerais

A descoberta desses “novos” solos como a TPI trouxe também uma dor de cabeça para os cientistas: Fonte: Embrapa Solos

Resíduos deixados por civilizações antigas têm sido fonte de pesquisas da Embrapa para o desenvolvimento de novos modelos para geração de um fertilizante organomineral, o biocarvão. Esse material estimula o crescimento das raízes das plantas, aumenta o armazenamento de carbono e a biodiversidade de microrganismos no solo. Com ótimos resultados em experimentos, o desafio é avaliar a viabilidade da produção do biocarvão em larga escala a preços competitivos. Povos que habitaram nosso planeta há milênios deixaram um legado: os solos modificados pela ação do homem (solos antrópicos). Essas terras, presentes em locais tão distintos quanto Brasil, México, Rússia e Alemanha, possuem alta fertilidade, matéria orgânica de qualidade, além de grande estoque de carbono. Elas foram formadas pelos “restos” dessas civilizações, que incluem cacos de cerâmica, resíduos de alimentos, carvão, cinzas de rituais e práticas cotidianas que utilizavam o fogo. Agora, cientistas ao redor do mundo buscam um melhor entendimento de como esses solos se formaram e como replicá-lo. “O estudo desses solos tem inspirado manejos inovadores, como o uso de resíduos carbonizados”, conta o pesquisador da Embrapa Solos (RJ) Wenceslau Teixeira. O biocarvão é uma tentativa de 32 | REVISTA 100% CAIPIRA

replicar os solos antrópicos, a partir do resultado da carbonização de biomassa em ambiente com pouco ar (pirólise), é o principal resultado desse manejo, com possibilidade de criar uma nova geração de condicionadores e fertilizantes organominerais. “O biocarvão é preparado para aplicação no solo a fim de enriquecer o carbono e o condicionamento da terra, além de aumentar a retenção de água. Ele também é um agente na mitigação do efeito estufa”, revela Claudia Maia, pesquisadora da Embrapa Florestas (PR). No Mato Grosso, a Embrapa produziu biocarvão a partir de serragem, resíduo considerado problema ambiental na região. O material, após carbonizado, foi colocado em sulcos em plantações de espécies florestais e maracujá, com bons resultados. Outro experimento, realizado em parceria pela Embrapa Agrobiologia (RJ) e o Instituto Internacional para Sustentablidade (IIS), no Município fluminense de Seropédica, aplicou o biocarvão em pastagem e num feijoal. “O biocarvão pode ajudar a recuperar áreas degradadas, mas nem sempre aumenta a produtividade agrícola. É necessária mais pesquisa social para adoção do biocarvão na prática”, conta Agnieszka Latawiec, diretora de projetos e pesquisa do IIS. Nos arredores de Berlim, o Instituto de Engenharia Agrícola (ATB – Pots-

dam), em 2012, aplicou biocarvão no solo, e o resultado foi um aumento no teor de carbono de 0,62% para 0,85%. A mesma instituição comprovou o efeito positivo do produto na biota do solo, com crescimento de bactérias, micorrizas e minhocas, ajudando também a proteger a perda de nutrientes pela lixiviação. Naquele mesmo país, teste feito com raiz de trigo na água e com água misturada com biocarvão mostrou que esta última cresceu cinco vezes mais do que a raiz colocada apenas na água. Outros usos No campo da compostagem, o biocarvão também demonstra ser promissor: foram quase 60 artigos científicos abordando ambos os assuntos em 2015. A utilização desse material na compostagem leva à redução no tempo de decomposição da matéria orgânica e gera menores emissões de gases de efeito estufa e volatização da amônia. O biocarvão também aumenta a qualidade do composto final. “Creio que o biocarvão pode ajudar na biorremediação e fitorremediação de áreas contaminadas (lixões), na mitigação da contaminação do solo por resíduos e também na redução da emissão de gases de efeito estufa em aterros sanitários”, revela a professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) Márcia


Marques. “Para o pequeno produtor brasileiro, o biocarvão pode ser uma alternativa mais barata do que os fertilizantes comuns, pois a agricultura familiar absorve parte dos custos de produção em pequena escala, como a mão de obra, e a tecnificação ainda é muito cara para alguns desses agricultores”, conta Daniel Silva, do IIS. “Em regiões mais distantes, o frete da compra de calcário e fertilizantes torna inviável a correção do solo, assim como a compra de maquinário para atender pequenas áreas”, completa. Na Amazônia Na região Norte do Brasil, a Terra Preta de Índio (TPI), solo fértil formado por resíduos orgânicos e inorgânicos dos índios que habitaram o local há mais de mil anos, ocupa, segundo estimativas de pesquisadores, uma área equivalente a 3,2% da Amazônia, cobrindo 154 mil km2. Suas possíveis fontes de nutrientes incluem excrementos humanos e animais, ossos de peixes, cinzas de carbono e resíduos orgânicos. Acredita-se que o “segredo” da sua fertilidade é a mistura de cinzas, restos animais e vegetais e biocarvão. Quando comparada ao solo adjacente, a TPI revela presença superior de carbono, fósforo e cálcio, além de matéria orgânica de melhor qualidade. “Existe tecnologia baseada na TPI para transformar solos pobres arenosos em férteis”, diz Wenceslau Teixeira. “A pesquisa sobre replicação da TPI já existe há 20 anos, em uma rede mundial, que inclui o projeto Terra Preta Nova, parceria entre Brasil e Holanda, para estudos sobre a estabilidade do biocarvão”. Acredita-se que, além do biocarvão, é possível desenvolver uma nova geração de fertilizantes e condicionadores organominerais, combinando biocarvão e nutrientes. A descoberta desses “novos” solos como a TPI trouxe também uma dor de cabeça para os cientistas: como classificá-los? “Ainda buscamos uma categoria nova para as TPI, dentro da classificação mundial de solos, já que elas não se encai-

xam na existente. Ao contrário dos solos adjacentes, a TPI é rica em nutrientes”, revela a professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) Lúcia dos Anjos. Os estudiosos creem que uma nova classificação possível seria de solo “prétic”, com um horizonte de solo com testemunhos de atividade humana, presença de artefatos (fragmentos de cerâmica, ossos, conchas), carvão, cor escura e fertéis. Os próximos passos são fazer um banco de dados da TPI, testar propriedades e limites para o critério de diagnóstico e descobrir se solos semelhantes existem em outras regiões do Brasil e do mundo. Para quem quer saber mais sobre a Terra Preta de Índio, uma boa dica é visitar a página da TPI Network. Essa rede une 82 profissionais de oito países, com participação de 11 instituições estrangeiras e 12 brasileiras. No Litoral Brasileiro Esses solos férteis antrópicos também aparecem na beira do mar, na forma dos sambaquis. Trata-se de depósitos construídos pelo homem, formados por materiais orgânicos e conchas que, empilhados ao longo do tempo, vêm sofrendo a ação das intempéries. Eles são facilmente avistáveis, podendo chegar a 30 metros de altura, e localizados prioritariamente nos estados do Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. “Em seu material de origem estão vestígios de rituais funerários, que incluem restos de comida, prováveis oferendas para os mortos. Esses rituais eram tão triviais quanto comer e dormir”, conta Madu Gaspar, do Museu Nacional. Nos sambaquis no Rio também foram encontrados esqueletos humanos, marisco moído, ostras, peixes, plantas comestíveis e utensílios feitos de pedra. O carvão é um dos vestígios mais presentes nos sambaquis, revelando uma interação forte entre o homem e o fogo. Quanto maior a quantidade de resíduos de carvão, mais o fogo era utilizado pelo homem. A alta concentração e diversida-

de de carbono indica que o fogo foi usado por muitas gerações, revelando a presença constante do homem em atividades domésticas e funerárias. As tentativas de descobrir a origem desses povos e a datação dos resíduos ainda não tiveram sucesso. “A datação é difícil, o colágeno das conchas nos ossos atrapalha. Fizemos alguns testes de DNA com a Fiocruz, mas ainda não temos resultados conclusivos”, aponta Gina Bianchini, do Museu Nacional. Pelo Mundo No noroeste da Alemanha, na Bélgica, Holanda, Noruega e Rússia existem solos semelhantes à nossa TPI, com artefatos cerâmicos e de pedras, elevada presença de fósforo e com grande estoque de carbono (250 toneladas por hectare). As diferenças estão na geologia, pH e saturação das bases. O estudante da Universidade de Rostock (Alemanha) Andre Acksel, por exemplo, estudou os chernossolos do Mar Báltico e descobriu que eles possuem uma grande concentração de carbono pirogênico, influenciada pela ação do homem manejando o fogo e algas marinhas. Quanto ao biocarvão, projeto em Gana construiu o protótipo de um forno para produzir energia e carvão, usando casca de arroz e sabugos de milho. Suas cinzas serão utilizadas como biocarvão na agricultura. Já na Polônia, que conta com uma agricultura mais tecnificada, o biocarvão ainda não atraiu os produtores, que contam com outras alternativas. “O biocarvão é muito promissor para viveiros”, revela Agnieszka Latawiec. O uso de resíduos orgânicos carbonizados para a produção de fertilizantes é uma proposta inovadora, em que um problema ambiental pode se tornar uma solução agronômica. Fertilizantes organominerais ajudam na reposição nutricional completa das plantas sem agredir o solo, têm a liberação lenta, reduzem a mão de obra e o custo da aplicação, melhoram as propriedades físicas e biológicas do solo e sua performance é um pouco melhor que a dos convencionais. REVISTA 100% CAIPIRA |33


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AGRICULTURA

Mamona, vantagens e desvantagens do cultivo dessa versátil espécie

Por Adriana Reis

A facilidade de propagação e de adaptação em diferentes condições climáticas propiciou a mamona ser encontrada ou cultivada nas mais variadas regiões do mundo Segundo os aspectos botânicos da planta a mamona, como é conhecida popularmente e nome científico Ricinus Communis, vêm da família das Euforbiáceas (é uma família botânica representada por 290 gêneros e cerca de 7500 espécies, podem se apresentar como arbóreas, arbustivas, subarbustos e ervas com folhas alternas simples ou compostas estipuladas), também conhecida como mamoneira, palma-christi, carrapateiro e rícino. Caracteriza-se por folhas grandes palmadas e frutos rodeados de espinhos e contendo três sementes em seu interior. É um arbusto ou árvore anual, cujo porte atinge até 3 metros de altura, com caule ereto e ramos herbáceos, grossos, lisos e fistulosos. As 36 | REVISTA 100% CAIPIRA

folhas são alternas, longamente pecioladas, grandes e alternas, em formato de estrela com cerca de 8 pontas, peltadas, palmatifendidas, denticuladas, 7-11 lobadas, dentadas – inflorescências quase paniculadas, androgínicas, terminais ou através de uma série de rebentos simpodiais numa posição lateral desordenada, glabras, freqüentemente guarnecidas de polvilho ceroso, com glândulas e estípulas. As flores são monóicas ou unissexuadas, coexistindo dos dois sexos em um mesmo ramo, sendo que as masculinas ficam abaixo das femininas, com cálice 3-5 partido; estames indefinidos, compactos, densos, poliadelfos, filetes repetidamente ramificados, anteras biloculares, separadas, introrsas, quase esféricas.

Flores femininas com cálice muito débil, caduco, ovário triloculado, estilete mais ou menos curto, estigmas bifendidos, raramente indivisos, afastados, peniformes. Cápsulas abrindo-se em três cocas bivalves, lisas ou aculeadas. Sementes ovaladas, carunculadas, marmoreadas, com tegumento crustáceo e albúmen carnudo. Apresentam-se em grandes cachos terminais e eretos. São numerosas, com pétalas pequenas e de cor pálida. O fruto é uma cápsula espinhosa e contêm até 3 sementes, com o formato de meia esfera achatada, lisas, brilhantes, de cor cinza claro ou escuro, matizadas de branco e pintalgadas de preto ou marrom. A mamoneira é xerófila e heliófila,


provavelmente originária da Ásia. No Brasil, sua introdução se deu durante a colonização portuguesa, por ocasião da vinda dos escravos africanos. A origem desta planta é muito discutida, já que existem relatos, em épocas bastante longínquas, de seu cultivo na Ásia e na África. A diversificação de um grande número de variedades desta planta, encontradas tanto no continente africano, como no asiático, impossibilita qualquer tentativa de estabelecer uma procedência efetiva da mamona. Alguns pesquisadores acreditam que a mamona tenha sido originária da África, mais precisamente da Etiópia. A facilidade de propagação e de adaptação em diferentes condições climáticas propiciou a mamona ser encontrada ou cultivada nas mais variadas regiões do mundo, como no norte dos Estados Unidos da América e Escócia. No Brasil a mamona foi trazida pelos portugueses com a finalidade de utilizar seu óleo para iluminação e lubrificação dos eixos das carroças. O clima tropical e, predominante no Brasil, facilitou o seu alastramento. Assim, hoje podemos encontrar a mamoneira em quase toda extensão territorial, como se fosse uma planta nativa e em cultivos destinados à produção de óleo. De qualquer forma, menção dela é feita desde a mais remota antiguidade, pois segundo autores clássicos já era conhecida à época dos antigos egípcios que a apreciavam como planta milagrosa, sendo igualmente utilizada na Índia desde os tempos imemoriais para os mais diversos fins. No Brasil a mamona é conhecida desde a era colonial quando dela se extraía o óleo para lubrificar as engrenagens e os mancais dos inúmeros engenhos de cana. “Mamona” é um termo originário do termo quimbundo mumono, com influência da palavra “mamão” devido provavelmente à semelhança das folhas da mamona com as folhas do mamão. O nome “ricinus” é derivado da palavra Iatina que significa inseto, porque suas sementes se assemelham em forma e nas marcações a alguns besouros. A planta tem sido usada como objeto ornamental desde a antiguidade. As sementes da mamona também foram usadas como objetos de arte e ornamentos. O óleo de rícino já era usado pelos Egípcios como

óleo para lâmpada, como unguento e também ingerido misturado com a cerveja como um purgativo. O óleo possui uma secagem rápida e não amarela, e por isso é usado na indústria para tintura de tecidos, na manufatura de lubrificantes de alta qualidade e de corantes e tintas. A planta e o óleo têm sido usados medicinalmente para uma variedade inumerável de doenças, porém um benefício clínico verdadeiro é raramente observado. Seu plantio é feito através de sementes, que devem ser plantadas duas a duas em cada cova, a intervalos de 1 metro para as de porte menor. Após seis meses de plantio começa a produção, podendo-se obter até 3 colheitas por ano. O cultivo desta planta não exige clima, prefere solos orgânicos, profundos e secos. Responde a irrigação e a adubação orgânica. Já existe diversos cultivares selecionados com capacidade de produção variável, desenvolvidos em laboratórios agronômicos. A temperatura ideal de cultivo deve ser entre 20 a 35o C para que haja produções que assegurem valor comercial, com a temperatura ótima para a planta em torno de 28o C. A colheita das sementes é feita quando as bagas estiverem amadurecendo. No geral não se verifica a aplicação de fertilizantes, sendo apenas realizado o controle de plantas invasoras. A colheita é realizada manualmente com um auxilio de uma faca, para cortar os cachos de mamona, que depois são colocados para secar em terreno de chão batido, geralmente em frente da casa do agricultor, e em seguida as bagas (sementes) são separadas e colocadas em sacos de 50 kg, para posterior comercialização. A planta tem raízes laterais e uma raiz principal que pode atingir 1,50 m de profundidade. As variedades cultivadas no Brasil podem ser de porte anão ou baixo (até 1,60 m), médio (1,60 a 2,00 m) ou alto (acima de 2,00 m). Há também variedades com frutos deiscentes (quando maduro se abrem, deixando cair as sementes) e indeiscentes. O fruto é uma cápsula com espinhos, com três divisões e uma semente em cada uma. A mamoneira desenvolveu-se nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste do Brasil. Nas regiões Sudeste e Sul, para se garantir a competitividade com outros produtos concorrentes tornou-se necessário o de-

senvolvimento de técnicas que facilitassem a mecanização e o desenvolvimento de variedades mais rentáveis. Deste modo tornou-se possível cultivar variedades anãs e indeiscentes, cuja maturação ocorre aproximadamente ao mesmo tempo em todas as bagas. Isto permite colheita mecânica única anual. No Nordeste a miscigenação de variedades provocou um hibridismo espontâneo, os frutos são deiscentes, requerendo múltiplas colheitas por ano, em operação manual. Mesmo sendo uma cultura tropical equatorial, seu cultivo tem sido intensificado fora até mesmo dos trópicos e subtrópicos. Nas regiões tropicais, equatoriais, geralmente cultivam-se variedades arbóreas e nas regiões subtropicais e temperadas, variedades anãs e precoces. O seu recente ressurgimento deu-se graças ao Programa Nacional de Uso e Produção de Biodiesel, a mamona é base de produtos tão diversos como cosméticos e óleo de rícino. Sua ligação com agricultores familiares do interior do Nordeste e sua grande versatilidade fizeram o governo federal apostar nela como grande estrela do mercado do biodiesel no país. A ideia era criar um mercado garantido para o óleo produzido no país e, dessa forma, alavancar sua comercialização em outras áreas. O biodiesel seria a plataforma de lançamento para um futuro glorioso. O programa decolou, mas a mamona ficou para trás. Sem incrementos significativos na área plantada e sem utilização pelas usinas de biodiesel, o preço do óleo permaneceu alto, muito mais caro que o óleo da soja, por exemplo. Para muitos especialistas, o óleo de mamona é uma matéria-prima nobre demais para uso na produção de biodiesel. Suas aplicações vão desde a ricinoquímica até a indústria aeronáutica, em que ele é usado na fabricação de lubrificantes para a aviação. Sua alta viscosidade faz dele ideal para esse tipo de aplicação. Mas, na usina, o combustível produzido a partir dessa oleaginosa contabiliza problemas. O mais sério é justamente a alta viscosidade do óleo, que resulta num biodiesel com mais impurezas do que o desejado quando a mamona é a única matéria-prima utilizada. No entanto, é justamente essa característica que faz dessa semente uma matéria-prima tão útil em outras indústrias. A soREVISTA 100% CAIPIRA |37


lução é utilizar o óleo de mamona misturado a outros óleos. Adicionado a um mix na produção de biodiesel, ele pode contribuir para melhorar as qualidades do produto final. Além disso, o aperfeiçoamento da ricinoquímica permitiu ampliar a gama de produtos industriais obtidos a partir do óleo de mamona. Este fato elevou o interesse dos produtores, exportadores e industriais, dando mobilidade aos segmentos industriais e deixando a comercialização de mamona mais rentável. No chão da fábrica, no entanto, a realidade é dura. Muitos agricultores que investiram nessa cultura amargam um rendimento ruim. As usinas que apostaram na mamona pouco conseguiram fazer para o produto decolar. Há inclusive casos de empresas que adquirem a oleaginosa só para ter direito às isenções do selo Combustível Social, mas ao invés de utilizá-la na produção de biodiesel, repassam o produto a outras indústrias e continuam produzindo combustível de soja e outras oleaginosas mais promissoras. Como consequência, atualmente a mamona tem participação pouco significativa na produção nacional de biodiesel. O seu principal produto derivado é o óleo de mamona, também chamado de óleo de rícino. Este óleo é usado na medicina popular como laxativo e também é um excelente lubrificante de máquinas, eficiente mesmo em baixíssimas temperaturas. O óleo de rícino que tem coloração de incolor a amarelo-dourado, espesso, oleoso, inodoro e insolúvel em água, mas solúvel em solventes orgânicos. A mamona é tóxica, devido à presença da ricina, que é uma proteína, e que purificada é mortal, mesmo em doses pequenas. A ingestão de 5 sementes pode matar uma criança e 10 podem matar um adulto. Embora seja usado na medicina popular para diversos fins, este óleo possui largo emprego na indústria química devido a uma característica peculiar: possui uma hidroxila (OH) ligada na cadeia de carbono. Não existe outro óleo vegetal produzido comercialmente com esta propriedade. Plantas do gênero Lesquerella também produzam óleo hidroxilado, mas elas ainda não são cultivadas comercialmente. O ácido graxo hidroxilado se chama ácido ricinoleico. 38 | REVISTA 100% CAIPIRA

Outra importante propriedade do óleo de mamona é ser composto entre 80 e 90% de um único ácido graxo (ácido ricinoleico), o qual lhe confere alta viscosidade e solubilidade em álcool a baixa temperatura. Pode ser utilizado como matéria prima para o biodiesel, mas a quase totalidade do óleo de produzido no mundo tem sido utilizado pela indústria química para produtos de maior valor agregado. Possui ainda uma potente proteína alergênica chamada CB-1A ou Albuminas 2S presente nas sementes e no pólen. Um terceiro componente ativo na mamoneira é a ricinina (não confundir com ricina). A ricinina é um alcaloide que pode ser encontrado em todas as partes da planta. Este alcaloide tem efeito sobre o sistema nervoso central e pode causar diversos efeitos como convulsão, melhoria da memória, falta de equilíbrio e outros. As maiores concentrações de ricinina são encontradas nas flores e em folhas jovens. Os principais países produtores de mamona são a Índia (74%), a China (13%), o Brasil (6,1%) e Moçambique (2,5%) (2011, FAO), sendo os principais consumidores: China, Estados Unidos, França, Alemanha e Japão. No Brasil, a produção está concentrada no Estado da Bahia (67%), seguida do Ceará (15%), Minas Gerais (11%) e Pernambuco (3%). As partes utilizadas da planta são o óleo das sementes e as flores. Seu modo de conservação consiste na secagem das folhas ao sol, em local ventilado, ao abrigo de insetos. Guardar em sacos de pano ou de papel. O óleo de rícino extraído da semente deve ser guardado em vidros bem fechados. O óleo de rícino é obtido por extração fria das sementes, que contêm 45% a 50% de óleo. O óleo é uma mistura de triglicerídeos, dos quais o compõe 75% a 90%. Esta mistura é hidrolisada pelas lípases do duodeno, liberando o ácido ricinoleico, que exerce um efeito catártico. O óleo de rícino pode ser obtido por dois métodos de extração: prensagem ou solvente. No primeiro método são utilizadas prensas para retirar o óleo da semente, separando-o da torta. A extração com solvente é feita após a prensagem nas tortas residuais através do hexano, derivado do petróleo. Para tornar mais fácil a extração do óleo, é comum que as sementes secas sejam previamente tri-

turadas e imergidas em etanol. As fitotoxinas rícino e ricinina estão presentes na torta e no óleo. O rícino é uma glicoproteína do peso molecular aproximado em 65.000 daltons, consistindo de uma corrente A neutra e uma corrente B ácida, que estão conectadas por ligações de disueto. A corrente de A inibe a síntese de proteínas, que causa a morte celular e a corrente de B serve para ligar a proteína à superfície da célula. O rícino pode ser subdividido em rícino D que é altamente tóxico, em rícino acídico e em rícino básico. O alcaloide tóxico ricinina é encontrado nas sementes e nas folhas. Comercialmente, os óleos e tortas são

obtidos pela prensa fria ou são tratado a vapor para desnaturar as toxinas. O material restante após a extração do óleo é a torta de mamona. Para se obter uma torta de boa qualidade é necessário fazer uma extração dupla em que a mamona é primeiramente prensada para depois ser submetida ao tratamento de solventes. O resultado é uma torta com baixo teor residual que facilita a rápida absorção pelo solo. O álcool só será utilizado quando for feita a reação de transesterificação, ou seja, na produção de biodiesel. A torta de mamona é o mais


tradicional e importante subproduto da cadeia produtiva da mamona, produzida a partir da extração do óleo das sementes desta oleaginosa. Em todo o mundo, seu uso predominantemente tem sido como adubo orgânico de boa qualidade, pois é um composto ricamente nitrogenado, eficiente na recuperação de terras esgotadas, embora possa obter valor significativamente maior se utilizada como alimento animal (após ser moído e obtido o farelo), aproveitando o alto teor de proteínas. Porém este uso não tem sido possível devido à presença de elementos tóxicos e alergênicos em sua composição e à inexistência de tecnologia viável em

nível industrial para seu processamento. A toxicidade pode ocorrer por diversas formas de administração: inalação, injeções intramuscular, endovenosa e intraperitoneal e por via oral, que apresenta uma resposta tóxica menor em relação às demais vias de administração, devido, possivelmente, aos processos do trato gastrintestinal. Assim, embora atraente para alimentação animal, são três os componentes que inviabilizam a utilização da torta para esse fim: ricina, ricinina e CB-1A, podendo ser destoxificada, pode ser direcionada para uso

rotineiro na alimentação de ruminantes e de outras criações como piscicultura e avicultura. Uma torta de boa qualidade é a obtida pelo processo de extração dupla, isto é, submete-se a mamona à prensa e posteriormente a tratamento por solventes. A torta assim obtida tem baixo teor de óleo residual (1,5%), favorecendo a sua assimilação rápida pelo solo e aproveitamento ao máximo o benefício das chuvas. Considerando a sustentabilidade econômica, o fruto apresenta, em media, 25% de sua massa em casca, o que representa uma quantidade considerável para qualquer unidade de produção de biodiesel seus principais descartes que incluem a casca das bagas e a torta celulósica processada, que são utilizadas nas etapas de adubação e compostagem, contudo a geração de energia elétrica a partir da gaseificação como queima direta das cascas da mamona, reduzindo o impacto ambiental em unidades de beneficiamento de biodiesel, apresentam boa eficiência térmica e poder calorífico abaixo de madeiras tropicais típicas, sendo uma alternativa economicamente atrativa para geração de energia. A gaseificação da casca da mamona pode ser realizada através de um leito fixo ou fluidizado, obtendo-se o gás pobre, que será utilizado na geração de energia térmica, elétrica e mecânica através de uma turbina e um gerador. Como a aposta no cultivo da mamona não foi tão glorioso como esperado os produtores estão buscando alternativas a mamona, e uma das mais procuradas e promissoras oleaginosas do Brasil é o pinhão manso, que vem ganhando força. Embora o governo tenha lançado um programa de incentivo ao plantio de mamona, os resultados até o momento estão abaixo do esperado, os produtores não estão encantados com a mamona como o governo, isso se refletiu na produção que ficou aquém do esperado. A insegurança dos produtores vem da grande instabilidade do preço da saca de mamona, os ainda tímidos investimentos privados em fábricas de biodiesel, um eventual excesso de oferta, além da competitividade com outras oleaginosas, entre outros fatores. O governo perdeu o entusiasmo inicial e está reavaliando a utilização da

mamona no programa de biodiesel, restringiu geograficamente a importância da mamona, diminuiu a expectativa de produção do biodiesel nacional através da mamona. Algumas vantagens do pinhão manso em relação à mamona: - O pinhão manso pode ser cultivado desde o nível do mar até em altitudes superiores a 1000 m, adaptando-se tanto nos terrenos de encosta, áridos, como em solos úmidos. - Produz bem em terras de pouca fertilidade. - É uma planta perene. - Sua colheita se estende por cerca de seis meses. – É uma planta socialmente correta, pois sua colheita é manual, e temos no Brasil milhões de trabalhadores sem qualificação profissional. - Ecologicamente correta, não usa agrotóxicos, ao menos por enquanto. - Alta produção por ha. cerca de 6.000 quilos de semente com aproximadamente 2.000 litros de óleo. Porém os agricultores familiares ficam sem muita alternativa, pois a plantação de pinhão manso possuem diversos fatores de ordem técnica e econômica que aumentam o grau de incerteza da implantação desta cultura. Há grande oscilação dos custos de produção, sejam eles decorrentes de condições naturais das propriedades rurais como fertilidade do solo, ou condições de mercado e logística. Desta forma cabe ao agricultor familiar verificar se a cultura da mamona ou do pinhão manso conforme a oscilação do mercado compensa pelo custo beneficio em relação ao tipo de solo e aos benefícios que trazem ao meio ambiente. Referências: http://www.dicionarioinformal.com.br/sinonimos/ mamona/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Mamona#Etimologia http://www.plantasquecuram.com.br/ervas/ mamona.html#.VypArI-cFMs h t t p : / / w w w. a g e n c i a . c n p t i a . e m b r a p a . br/gestor/territorio_sisal/arvore/ CONT000ghou0b0002wx5ok05vadr13bskvp0.html h t t p : / / w w w. a g e n c i a . c n p t i a . e m b r a p a . br/gestor/agroenergia/arvore/ CONT000fbl23vmz02wx5eo0sawqe3kht4d7j.html http://www.biodieselbr.com/pdf/mamona/064.PDF http://www.biodieselbr.com/plantas/mamona.htm

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FLORICULTURA

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FEIRAS E EVENTOS

NEGÓCIOS NA AGRISHOW 2016 ALCANÇAM R$ 1,95 BILHÃO

Rodada Internacional de Negócios obteve recorde no valor de vendas e no número de empresas brasileiras inscritas A Agrishow 2016 – 23ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola, que se encerra nesta sexta-feira (29/4), obteve um resultado positivo com a realização de negócios da ordem de R$ 1,95 bilhão, superando o valor da edição anterior, que foi de R$ 1,9 bilhão. No entanto, contando os fechamentos dos bancos, bem como os negócios iniciados em Ribeirão Preto, mas finalizados nos próximos meses, a expectativa é que o valor será maior. A 17ª Rodada Internacional de Negócios obteve um recorde de US$ 18 milhões de vendas, entre negócios fechados e futuros, com prospecções para os próximos 12 meses. Esse montante representa 42 | REVISTA 100% CAIPIRA

um incremento de 23% em comparação com a rodada anterior. Também houve um recorde no número de empresas brasileiras inscritas – 46 fabricantes brasileiros –, o que exigiu que mais de 400 reuniões fossem agendadas, com compradores vindos da Argélia, Canadá, Colômbia, Egito, EUA, Etiópia, México, Quênia, Senegal, Tailândia e Zimbábue. Esta ação de promoção comercial, denominada Projeto Comprador, é organizada pelo Programa Brazil Machinery Solutions, uma parceria entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos

(ABIMAQ). A Agrishow 2016 é uma iniciativa das principais entidades do agronegócio no país: Abag – Associação Brasileira do Agronegócio, Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, Anda – Associação Nacional para Difusão de Adubos, Faesp – Federação da Agricultura e da Pecuária do Estado de São Paulo e SRB - Sociedade Rural Brasileira, e é organizado pela Informa Exhibitions, integrante do Grupo Informa, um dos maiores promotores de feiras, conferências e treinamento do mundo com capital aberto.


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ARTIGO

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PESQUISA

Pesquisa traz dados sobre precocidade sexual de novilhas Nelore

Fonte: Zoetis

Evolução genética foi estímulo para alavancar estudo de quase uma década Com mais de 20 anos de história, a Fazenda Tulipa, localizada em Campinorte – GO, destaca-se pela busca constante de métodos que levem à evolução genética do rebanho da fazenda. Durante quase uma década, a propriedade realizou um trabalho de seleção para o melhoramento genético por meio da diminuição da idade para a primeira prenhez de novilhas Nelore. “Queremos identificar vacas com maior potencial reprodutivo, aumentar a lucratividade por meio do aumento no número de bezerros produzidos pela fixação do gene da precocidade e, também, diminuir a idade do primeiro parto”, explica Rodrigo Brüner, administrador agropecuário da fazenda. Na estação de monta, que acaba de se encerrar, foram utilizadas 855 novilhas entre 11 a 16 meses, que representam todas as novilhas da última safra independentemente do peso. Antes de começar a trabalhar com animais precoces, a Tulipa utilizava o método de manejo tradicional: com cerca de 22 a 24 meses realizava-se a IATF mais repasse com touros e descartavam-se as vazias ao fi46 | REVISTA 100% CAIPIRA

nal da estação de monta. “Começamos este trabalho de precocidade em 2007, desafiando animais entre 16 e 18 meses (chamadas Precoces). Três anos mais tarde, na estação 2010/2011, passamos a desafiar as novilhas entre 14 e 15 meses (chamadas Super Precoces). No ano passado foi a primeira vez que passamos a desafiar nossas novilhas com idade entre 11 e 13 meses (chamadas Diamantes) à IATF e os resultados foram animadores: 45% das novilhas Nelore induzidas à ovulação e submetidas à inseminação artificial ficaram prenhas na primeira IATF, com idade média de 14 meses. Com a ressincronização dos animais vazios veio nossa surpresa maior: atingimos 70,52% de prenhez nas novilhas com idade média de 15 meses em duas IATF. Aguardamos agora o resultado de prenhez com o repasse de Touros para identificar os animais precoces do lote, já que as categorias Super Precoce e Diamante estão todas prenhas de inseminação. Nossa meta era atingir 70% de prenhez após dez anos de desafio na categoria Precoce e ao longo dos anos conseguimos desa-

fiar esses animais cada vez mais jovens e atingimos nossa meta um ano mais cedo”, afirma Brüner. tab-zoetis Tabela com os resultados desde o primeiro ano de experimento (Taxa de Prenhez após duas IATF). “Em resumo, conseguimos identificar fêmeas mais precoces e férteis que dentro do rebanho irão proporcionar um incremento no número de bezerros produzidos por ano, aumentando a rentabilidade do sistema – que está diretamente vinculado ao peso dos bezerros produzidos por safra, redução da IPP (Índice de Preços ao Produtor), e consequente fixação do GENE que está atrelado ás características de maior retorno econômico”, conclui Rodrigo Brüner. Os resultados com o novo método utilizado foram apresentados em uma palestra no XX Curso Novos Enfoques, que ocorreu em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. O evento, cujo objetivo é transmitir para o mercado informações relevantes e que contribuam para o crescimento do setor, contou com o patrocínio máster da Zoetis.


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Sopa de Legumes Sobrou uma batata, um tomate, uma cenoura e um pedacinho de carne já temos ingredientes suficientes para fazer uma deliciosa sopa, delícia sem desperdício.

INGREDIENTES 500 grs. de músculo em pedaços 2 batatas 1 mandioquinha 1 tomate 5 dentes de alho 1 cebola grande 1colher de sopa de azeite Sal e pimenta do reino a gosto

PREPARO Em uma panela refogue o alho e a cebola, em seguida os legumes picados, adicione a carne refogue tudo e depois adicione água e deixe ferver por mais ou menos 40 minutos, adicione o macarrão e deixe cozinhar por mais 15 minutos, mexendo as vezes para não grudar no fundo, desligue o fogo sirva ainda quente.

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Rodovia Arthur Matheus km 2,5 Santa Isabel Fone: (11) 96404-7694 | REVISTA 100% CAIPIRA


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