www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, dezembro de 2016 - Ano 4 Nº 42 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
A ÁRVORE DE NATAL Da tradição a beleza: símbolos divinos que alegram essa época festiva. REVISTA 100% CAIPIRA |
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Fruticultura:
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Gestão: Exportadores brasileiros usam redes sociais chinesas para expandir negócios
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Agroindústria: Trabalho de pesquisa promove agregação de valor às fruteiras da Caatinga
Clima favorável aumenta produção de pêssego no RS
Adubos Orgânicos: Resíduos orgânicos enriquecidos com minerais geram adubos de qualidade
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Artigo:
A ÁRVORE DE NATAL Da tradição a beleza
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Preços agropecuários:
Cai preço da batata e do tomate, enquanto frutas têm alta generalizada no atacado
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Pesquisa: Pesquisa derruba mitos sobre polinização da castanheira Agricultura familiar:
Agricultores do norte de MG criam cooperativa Arroz: Arrozeiros buscam garantia de pré-custeio, comercialização Receitas Caipiras: Panetone caseiro REVISTA 100% CAIPIRA |
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FRUTICULTURA
Brasil, dezembro de 2016 Ano 4 - Nº 42 Distribuição Gratuita
EXPEDIENTE Revista 100% CAIPIRA®
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Clima
Fonte: Assessoria de Imprensa Climatempo
favorável
aumenta produção de pêssego no RS Frio dentro da normalidade trouxe resultados positivos e safra pode ser 40% maior em relação a 2015 A produção de pêssego no Rio Grande do Sul foi muito baixa no ano passado, mas os agricultores estão animados com a safra atual. Com clima favorável e colheita precoce, o resultado deve ser 40% maior no principal estado produtor do país. Antônio Conte, assistente técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER/RS), conta que mesmo abaixo da média histórica, o crescimento será um alívio para os agricultores. Em 2015, o rendimento foi de 43 mil toneladas na soma entre as frutas para mesa e indústria. Agora, os produtores esperam algo em torno das 80 mil toneladas. “Ano passado, o inverno não foi tão frio e as geadas acabaram prejudicando a cultura. Esse ano, o frio esteve dentro da normalidade e, consequente6 | REVISTA 100% CAIPIRA
mente, a safra teve resultados positivos”, explica Conte. Com o fim da primavera se aproximando, no começo de dezembro a tendência é de tempo ameno com pancadas de chuva de forte intensidade no primeiro fim de semana do mês na região Sul. O sol volta a aparecer nos próximos dias. “Nesta primeira quinzena do mês, o Sul deve ter calor e pancadas de chuva, típicas de verão. Ainda podemos ter dias com temperatura amena”, afirma Alexandre Nascimento, meteorologista da Climatempo. A segunda quinzena de dezembro começa com o mesmo clima, mas antes do natal, pancadas de chuva com forte intensidade podem ser mais frequentes. A pluviosidade deve diminuir na semana do ano novo, segundo Nascimento.
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VACINAÇÃO ANIMAL
Aplicadores de medicamento de fluxo contínuo aumentam agilidade e eficiência do manejo sanitário A empresa neozelandesa Simcro, líder mundial no fornecimento de dispositivos de aplicação de medicamentos para a indústria veterinária, aposta nesse produto para o mercado brasileiro Com o objetivo de colaborar para tornar a pecuária brasileira cada vez mais produtiva, a Simcro, líder mundial no fornecimento de dispositivos de aplicação de medicamentos para a indústria veterinária que recentemente passou a atuar no varejo brasileiro, trouxe para o Brasil aplicadores de fluxo contínuo. Esse modo de aplicação é largamente utilizado na Nova Zelândia, Austrália e EUA, países conhecidos pelo uso de inovação de forma rápida, obtendo retorno em eficiência e, consequentemente, mais produtividade. “Os aplicadores de fluxo contínuo são interessantes por manter a medicação ou vacinação até o final, proporcionando ganhos em agilidade, eficiência - menos cansativo para quem aplica por não ser necessário parar para preencher novamente, principalmente em casos de produtos viscosos - e produtividade, pois medica um lote de forma mais rápida, sem necessidade de paradas para novos preenchimentos, como
ocorre nas pistolas comuns”, explica o médico veterinário Renato Rocha, gerente comercial para a América Latina da Simcro. “Outro benefício dos injetores de fluxo contínuo é que garantem uma menor contaminação do produto, que não entra em contato com a agulha da seringa e, sim, com o adaptador do frasco do medicamento que é conectado ao dispositivo. Isso faz com que não seja necessário furar a tampa do produto outras vezes, como ocorre nas pistolas comuns. Outro ponto importante é a precisão da dosagem que está sendo trabalhada. A seringa possui um sistema de fácil seleção de doses, que se mantém precisa durante todo o tratamento, sem o risco de ser alterada”, completa o médico veterinário Luciano Lobo, gerente comercial para a América Latina da Simcro. De acordo com os executivos, a necessidade cada vez maior de se ter uma pecuária mais produtiva no Brasil abre
espaço para a adoção de equipamentos mais inovadores, como os aplicadores de fluxo contínuo que contribuem para um manejo sanitário mais eficiente, facilitando o trabalho na fazenda. O design ergonômico dos produtos, feitos de material desenvolvido com polímeros de plástico e fibra de nylon oferece maior leveza e resistência, tornando a aplicação mais segura e confortável. No Brasil já é bastante comum o uso desses dispositivos para produtos via pour on e Simcro trouxe para o mercado brasileiro três modelos de aplicadores de fluxo contínuo para uso injetável que facilitam o manejo: a seringa PREMIUM de 12 ml com ponta metálica, a seringa OPTIMISER de 12 ml e a seringa Accurus, que possui uma ponteira que faz a prega subcutânea para garantir uma correta aplicação do medicamento, auxiliando a aplicação do medicamento no local correto e minimizando eventuais riscos de reações locais que podem comprometer a carcaça dos animais. REVISTA 100% CAIPIRA |
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ARTIGO
A ÁRVORE
Da tradição a beleza: símbolos divi 8 | REVISTA 100% CAIPIRA
D E N ATA L
inos que alegram essa época festiva Por: Sérgio Strini
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A árvore de natal é uma das mais populares tradições associadas as festas de Natal. Normalmente um pinheiro que pode ser de diversas variedades quando naturais ou tipos e tamanhos e cores diferentes quando artificiais. Faz parte das tradições enfeitar com bolas coloridas e cordões de pisca pisca e outros enfeites (laços, sinos, papai Noel, anjos, etc.). As civilizações antigas que habitavam a Europa e a Ásia, há cerca de 3000 mil anos antes de Cristo, já consideravam as árvores como símbolos divinos. Eles cultivavam e realizavam festividades em seu favor. Essas crenças ligavam as árvores as entidades mitológicas e sua projeção vertical, desde as raízes fincadas no solo, marcavam a simbólica aliança entre o Céu e a Terra. Nas vésperas do solstício de inverno, os povos pagãos da região dos países bálticos, já cortavam pi-
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nheiros e levavam para seus lares e os enfeitavam de forma muito semelhante ao que se faz nos dias atuais. Essa tradição passou aos povos Germânicos, que colocavam presentes para as crianças sobre o carvalho sagrado de Odin. A árvore de natal, a figura do Papai Noel e o Presépio constituem os símbolos mais populares do Natal. O dia em que os cristãos celebram o nascimento de Jesus Cristo. De modo geral, tanto a data de nascimento de Cristo quanto os demais símbolos adotados pela igreja, adequaram-se ao calendário litúrgico e às substituições de ritos e cultos pagãos pela ritualística cristã. No início do século VIII, o monge beneditino São Bonifácio, tentou acabar com essa crença pagã que havia na Turíngia, para onde fora como missionário. Com um machado São Bonifácio cortou um pinheiro sagrado, que o povo local adoravam no alto
de uma montanha, mas não teve sucesso com a empreita de erradicar a crença. Decidiu então associar o formato triangular do pinheiro à Santíssima Trindade e suas folhas resistentes e perenes à eternidade de Jesus. A história da árvore de natal, ao que tudo indica segue esse processo sob o trabalho do monge beneditino medieval conhecido por São Bonifácio Inicialmente, é necessário que se compreenda a enorme importância que o símbolo da árvore teve em diversas civilizações. Na antiga Mesopotâmia, por exemplo, essa simbologia estava bastante presente. Caldeus e até babilônios e assírios desenvolveram representações sobre a árvore como algo que estava intimamente relacionado à vida, ao florescimento e à frutificação. Entre os hebreus, esse mesmo simbolismo também era muito forte e, em grande parte, foi herdado dos povos me-
sopotâmicos. São Bonifácio, que viveu entre os séculos VII e VIII d.C., foi o responsável pela cristianização dos germanos, ou povos germânicos, que se instalaram no norte da Europa, entre os rios Danúbio e Reno. Assim como os hebreus e os povos da Mesopotâmia, os germanos também tinham uma forte ligação com o símbolo da árvore, talvez até mais central que esses últimos. O deus Odin, figura central na mitologia nórdica, era reverenciado pelos germanos por meio do culto a uma grande árvore de carvalho. Para São Bonifácio, tal simbolismo direcionado ao culto pagão deveria ser debelado. O culto às árvores, sobretudo aos pinheiros, passou a ser direcionado à atmosfera litúrgica do inverno e, principalmente, ao acontecimento central relacionado a essa época do ano para os Cristãos: o nascimento do menino Jesus. Progressivamente, o pinheiro passou a ser enfeitado não para o culto aos deuses pagãos antigos, mas para celebrar o nascimento de um Deus feito Homem. Do norte da Europa, o hábito do enfeite da árvore de natal espalhou-se e tornou-se comum por todo o mundo. Há outras versões, porém, a moderna árvore de Natal teria realmente surgido na Alemanha entre os séculos XVI e XVIII. Não se sabe exatamente em qual cidade ela tenha surgido. Durante o século XIX a prática foi levada para outros países europeus e para os Estados Unidos. Apenas no século XX essa tradição chegou à América Latina. Atualmente essa tradição é comum a católicos, protestantes e ortodoxos. Em vários países do mundo, mas pessoas montam árvores de Natal para enfeitar casas e outros ambientes, junto com as decorações natalinas, as árvores garantem um clima especial de festa nesta data tão importante nesta época do ano. Está tradição chegou ao continente ame-
ricano com a chegada de alguns alemães, que vieram residir na América durante o período colonial. No Brasil, país em que o cristianismo prevalece, as árvores de Natal estão presentes em diversos lugares na época natalina, pois, além de decorar, simbolizam paz, alegria e esperança. As árvores de Natal também simbolizam a vida, pois em dezembro no hemisfério norte, ocorre o inverno e as árvores perdem as folhas. Uma árvore frondosa e cheia de enfeites simboliza a vida. Nos tempos mais antigos, antes mesmo de Cristo, plantas e árvores que permaneciam verdes o ano todo, tinham um significado especial para as pessoas durante os rigorosos invernos. Assim como hoje nós decoramos nossas casa nas épocas festivas, com pinheiros, os povos antigos penduravam ramos verdes em suas portas e janelas (hoje em regras gerais substituídas por guirlandas decorativas). Em muitos países acreditava-se que as plantas vistosas afugentavam os maus espíritos e as doenças das casas. No hemisfério norte, o solstício de inverno cai entre os dias 21 e 22 de dezembro, época em que esse tipo de decoração acontecia. Tudo porque muitos povos antigos acreditavam que o Sol era um deus e que o inverno vinha todos os anos porque o deus sol se tornara doente e fraco. Dessa forma, os ramos verdes lhe faziam recordar de todas as plantas que cresciam quando o deus sol se tornava novamente curado e forte e a primavera voltava. Era como uma forma de amuleto para que os dias mais amenos e agradáveis voltassem trazendo vida. E por isso eles utilizavam vários ramos de folhas em suas casas durante a estação fria, dando os primeiros sinais da tradição da árvore de Natal. Outros indícios são: Os antigos romanos também usavam ramos e galhos para decorar seus templos no
festival de Saturnália, que era feito em honra ao deus Saturno, (deus da agricultura) para atrair fartura nas plantações. Já os cristãos passaram a usar as árvores coníferas como sinal de vida eterna com Deus. No entanto ninguém sabe realmente ao certo quando os ramos de pinheiros foram utilizados pela primeira vez como árvore de Natal. Provavelmente essa prática tenha começado há cerca de mil anos atrás no norte da Europa, com árvores de abeto (uma espécie de pinheiro) onde tinham seus ramos pendurados nas casas com algum tipo de decoração. Alguns registros na história, sobre a árvore de Natal: O primeiro uso documentado de uma árvore nas celebrações de Natal e Ano Novo, foi na praça de Riga, capital da Letônia, no ano de 1510. Nessa praça, existe uma placa dizendo que aquela foi a primeira árvore de Ano Novo, sendo que a frase está traduzida em oito idiomas. Outro registro é uma pintura da Alemanha de 1521, que mostra uma árvore sendo levada pelas ruas com um homem montado em um cavalo. O homem está vestido como um REVISTA 100% CAIPIRA | 11
bispo, possivelmente representando São Nicolau (santo que é relacionado com a inspiração para Papai Noel). Há também um registro de uma pequena árvore em Bremen, na Alemanha, em 1570. Ela era descrita como uma árvore decorada com “maçãs, nozes, tâmaras, pretzels e flores de papel” que era exibida numa casa aliança (ponto de encontro de uma sociedade de homens de negócios na cidade). No entanto, segundo algumas fontes a primeira pessoa a levar uma árvore de Natal para dentro de casa, na forma com conhecemos hoje, pode ter sido o monge protestante alemão Martinho Lutero, no século XVI. A história conta que uma noite antes do Natal, ele estava andando pela floresta e olhou para cima para
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ver as estrelas brilhando por entre os galhos das árvores. Ele achou aquilo tão bonito que foi para casa e disse para seus filhos que a cena lembrava Jesus, que deixou as estrelas do céu para vir a Terra no Natal. Então para reproduzir a bela cena que tinha apreciado, ele levou um pinheiro para casa e enfeitou com algodão representando a neve e as estrelas com velas acesas. Porém, a popularização da árvore de Natal aconteceu mais intensamente a partir de 1846, quando membros da realeza, a Rainha Victória e seu príncipe alemão Albert, foram ilustrados no jornal de Londres com os seus filhos em torno de uma árvore de Natal. Ao contrário da família real anterior, Victória era muito popular com seus súditos e o que foi feito
na corte, imediatamente tornou-se moda, não só na Grã-Bretanha, mas em todos os países de língua inglesa, se espalhando depois para outras partes do mundo. O culto às árvores, sobretudo aos pinheiros, passou a ser direcionado à atmosfera litúrgica do inverno e, principalmente, ao acontecimento central relacionado a essa época do ano para os Cristãos: o nascimento do menino Jesus. Progressivamente, o pinheiro passou a ser enfeitado não para o culto aos deuses pagãos antigos, mas para celebrar o nascimento de um Deus feito Homem. Do norte da Europa, o hábito do enfeite da árvore de natal espalhou-se e tornou-se comum por todo o mundo. A tradição da montagem da árvore de Natal varia em cada país. O
dia de montar as decorações natalinas de acordo com a tradição católica, deve ser a partir do dia 30 de novembro, que é o começo do período do advento. Sua montagem deve ser aos poucos, intensificando-se a partir de 17 de dezembro (momento em que a Bíblia começa a falar do nascimento de Jesus). Em 6 de janeiro (Dia de Reis), de acordo com a tradição, é o dia de desmontar a árvore de Natal. Já nos Estados Unidos se monta a árvore de Natal no Dia de Ação de Graças, no Brasil o dia certo para montar a árvore de Natal e no 4º domingo antes do Natal que marca o início do Advento. Já em Portugal a tradição diz que deve ser montada a 8 de dezembro, dia da Imaculada Conceição. A festa cristã relata que no dia 6 de janeiro, em que se comemora o Dia de Reis, data assinala a chegada dos Três
Reis Magos a Belém, encerrando as festas do Natal, quando a árvore de Natal e as demais decorações natalinas são desfeitas. As árvores de Natal têm diversos tamanhos e podem ser naturais e ou artificiais, podem ser mais ou menos decoradas, mas todas as árvores são montadas com o mesmo carinho e fantasia. Não há fórmula para enfeitar uma árvore de Natal, mas em regras gerais o ideal que tenham luzes, anjos, laços bolas estrelas, guirlandas, sinos, etc.. Em sua ponteira superior coloca-se uma estrela grande ou um papai Noel ou ainda um anjo para coroá-la. Como referência de decoração, os pisca piscas são acessórios com lâmpadas que utilizados para decorações de casas e árvores e representam as estrelas brilhando. As bolas que são esferas coloridas e decoradas são colocadas
nas árvores de Natal e simbolizam bons frutos e prosperidade. O Papai Noel é a figura que representa a bondade e a solidariedade, já os laços representam a união entre as pessoas. Toda essa tradição passada de geração em geração trás ao mundo alegria nessa época festiva, deixando as cidades mais belas e as famílias mais unidas. Referências: http://caiafarsa.wordpress.com/a-mentira-luterocriador-da-arvore-de-natal/ http://www2.uol.com.br/biblia/revista/edicao7/ natal.htm http://www.dw-world.de/dw/article/0,,1067311,00. html http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qualea-origem-da-arvore-de-natal http://www.lepanto.com.br/dados/ArvoreNat.html http://www.brasilescola.com/natal/arvore-natal. htm WWW.megacurioso/origem-da-árvore-de-natal WWW.dicionariodesimbolos.com.br/arvore-denatal REVISTA 100% CAIPIRA |13
GESTÃO
Exportadores brasileiros usam redes sociais chinesas para expandir negócios A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) deu início a uma nova estratégia de atuação junto ao mercado consumidor da China Fonte: Assessoria de Imprensa ABPA
Antes focando esforços junto às autoridades e às empresas importadoras, a entidade que lidera a cadeia produtora e exportadora da avicultura e da suinocultura do Brasil expandiu suas ações e agora tem como alvo o consumidor chinês. Para atingir seu alvo, a ABPA, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), está investindo em ações nas redes sociais chinesas WeChat (equivalente ao WhatsApp), Weibo (equivalente ao Twitter) e YouKu (semelhante ao YouTube). Uma agência especializada no mercado da China foi contratada especialmente para a iniciativa. As marcas Brazilian Chicken, Brazilian Egg e Brazilian Pork – dos projetos setoriais mantidos pela ABPA e pela Apex-Brasil – estarão no centro 14 | REVISTA 100% CAIPIRA
da ação, que destacará a qualidade dos produtos brasileiros, o status sanitário e o perfil sustentável da produção. De acordo com o vice-presidente de mercados da ABPA, Ricardo Santin, além de conteúdo exclusivo, vídeos especiais serão disponibilizados aos usuários. Os perfis nas redes também servirão para uma interação direta com o público alvo, especialmente donas de casa e outros perfis de consumidor. “Já temos um trabalho bastante intensivo nas redes sociais globais, como o Facebook. A China, entretanto, é um mercado especial, com redes próprias e um perfil de ação específico. Lá, nosso grande propósito é desfazer qualquer mito em torno da qualidade dos produtos importados congelados, mostrando que a qualidade é a mesma dos produtos frescos”, explica. Conforme o presidente-executivo
da ABPA, Francisco Turra, a ideia é levar ao consumidor informações sobre a qualidade dos produtos, o status sanitário e o perfil sustentável da produção. “Queremos destacar toda a tecnologia empregada em nosso sistema produtivo que é hoje um dos mais avançados do mundo. Além de fortalecer laços, queremos tornar mais sólida, também a confiança de quem adquire o produto na gôndola”, explica Turra. A China é hoje o segundo maior importador de carne de frango do Brasil, com 424,1 mil toneladas embarcadas entre janeiro e outubro deste ano, o equivalente a 11,7% do total exportado pelo país no período. No setor de suínos, o mercado chinês é o terceiro principal destino, com 75,4 mil toneladas exportadas no mesmo período, volume que representa 12,4% do saldo total brasileiro.
GOVERNO
Conab quer ampliar apoio a extrativistas em 2017 Na segunda semana de dezembro, a Conab promove reuniões nos estados de Amazonas, Pará, Rondônia, Tocantins, Maranhão, Ceará e Minas Gerais com o objetivo de ampliar o acesso à Política de Garantia de Preços Mínimos para a Sociobiodiversidade (PGPM-Bio) Com o objetivo de ampliar o acesso à Política de Garantia de Preços Mínimos para a Sociobiodiversidade (PGPM-Bio) e esclarecer os modelos operacionais da política de apoio à comercialização de produtos extrativistas, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) promove esta semana reuniões com produtores, cooperativas, associações e parceiros dos estados de Amazonas, Pará, Rondônia, Tocantins, Maranhão, Ceará e Minas Gerais. A subvenção ao babaçu estará em pauta nas cidades de Manicoré (AM), Marabá, São Domingos do Araguaia e São Geraldo do Araguaia (PA), Guajará-Mirim (RO), Palmas, São Miguel, Augustinópolis e Carrasco Bonito (TO), Chapinha, Vargem Grande, Coroatá, Itapecurum Mirim, Limpa Campos, Trizidela do Vale, São Luís Gonzaga e Porção de Pedras (MA). Em Minas Gerais, nos municípios de Gameleira, Espinosa, Monte Azul, Mato Verde, Santo Antonio do Retiro e Janaúba, os extrativistas receberão orientação sobre pequi e umbu. No dia 10, técnicos
da Companhia estarão em Barbalha, Crato, Porteiras e Chapada do Araripe, no Ceará, para tratar do apoio à comercialização de babaçu, pequi e macaúba. Atualmente, a PGPM-Bio contempla 15 produtos: açaí, andiroba, babaçu, baru, borracha extrativa, cacau extrativo, castanha-do-brasil, carnaúba, juçara, macaúba, mangaba, pequi, piaçava, pinhão e umbu. Os extrativistas desses produtos recebem subvenção direta quando comprovam a venda por preço inferior ao mínimo fixado pelo governo
federal. A Política de Garantia de Preços Mínimos para Produtos da Sociobiodiversidade assegura renda às populações que possuem formas próprias de organização social e ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, aplicando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição. Simultaneamente, a PGPM-Bio fomenta a proteção ao meio ambiente.
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PESQUISA
Estudo: 27% dos alimentos têm resíduos de defensivos agrícolas acima do permitido Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), realizado entre 2013 e 2015, apontou para 105 amostras insatisfatórias em um universo de 389 analisadas Um estudo nacional realizado pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), coordenado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), constatou que 27% das frutas e vegetais comercializados possuem resíduos de defensivos agrícolas acima do previsto em lei. O levantamento reúne dados de 389 amostras coletadas entre os anos de 2013 a 2015, das quais 105 tiveram resultados insatisfatórios. Os números não têm base de comparação de anos anteriores. As informações foram divulgadas pela Secretaria da Saúde do Paraná, na última semana. Na nota divulgada pela pasta estadual, o chefe da Vigilância Sanitária do Paraná, Paulo Costa Santana, explicou que as amostras em questão apresentaram resultados insatisfatórios. “Isso deve
servir de alerta, pois não há evidências científicas que comprovem ausência de risco à saúde a médio e longo prazo no consumo de alimentos com esses tipos de irregularidades”, disse à Agência Estadual de Notícias. Os tipos de alimentos mais contaminados foram: a abobrinha (100% das amostras irregulares), a uva (87,5%), o morango (81%), o pimentão (77,8%), a cenoura (60%), a couve (50%), a goiaba (47%), a alface (41,7%), o tomate (35,7%), a beterraba (30%), o pepino (27,8%), o repolho (20%), a banana (18,8%), o mamão (17,9%), o feijão (12,5%), o trigo em farinha (11,1%), a manga (10%), a batata (8,3%), o abacaxi (7,1%), a maçã (6,7%) e o arroz (5,9%). As únicas amostras que não tiveram resultados insatisfatórios nas análises
desses três anos foram as de cebola, de laranja e de fubá de milho. Levantamento estadual: O governo do estado informou que desenvolve desde 2012 um programa próprio para análise de resíduos de defensivos agrícolas em alimentos. Neste ano foram coletadas 417 amostras e 135 já tiveram seus laudos emitidos. Das amostras colhidas pelo estado até o momento, 44 apresentaram resíduos acima dos limites estabelecidos ou presença de resíduos não autorizados – o equivalente a 32% dos laudos apresentados. Os alimentos com maior índice foram morango (71,4%), pimentão (70,6%), goiaba (40%), uva (33,3%), abobrinha (27,8%), pepino (21%) e laranja (6,2%). O abacaxi foi o único alimento coletado sem resultados insatisfatórios, segundo o governo do Paraná.
Fonte: Gazeta do Povo
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CONFRATERNIZAÇÕES ANIVERSÁRIOS CASAMENTOS FESTAS
ESPECIALIDADES: COSTELA DE CHÃO PORCO DE CHÃO PORCO NO ROLETE GALINHADA VACA ATOLADA FEIJOADA FEIJÃO TROPEIRO ARROZ CARRETEIRO
coelhoeventosembu@gmail.com
https://www.facebook.com/bardocoelho1 REVISTA 100% CAIPIRA |17
(11) 96706-2934
ADUBOS ORGÂNICOS
Resíduos orgânicos enriquecidos com minerais geram adubos de qualidade
Fonte: Embrapa Milho e Sorgo
Resíduos produzidos nas fazendas e capazes de causar negativos se mal descartados podem ser matéria-prima de É o que tem demonstrado estudo realizado pela Embrapa Milho e Sorgo (MG) com a cultura de milheto. Foram utilizados resíduos orgânicos suplementados com minerais e microrganismos solubilizadores, que tornam o fósforo disponível para a planta. Os pesquisadores registraram maior crescimento das plantas, maior extração de nutrientes e maior disponibilidade de fósforo no solo. Adubos alternativos podem ser produzidos a partir de resíduos como cama de frango, estercos e restos de culturas, materiais orgânicos que, se não receberem destinação adequada, podem impactar o meio ambiente. O fertilizante também recebe uma mistura de fonte mineral, como pó de rochas, e ainda podem ser adicionados microrganismos solubilizadores, como bactérias que aumentam a disponibilidade de nutrientes para as plantas. O uso combinado de microrganismos, resíduos orgânicos e pó de rochas como fonte de fósforo apresenta um be18| REVISTA 100% CAIPIRA
nefício ambiental significativo, conforme explica a pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo Christiane Paiva. “Como na agricultura altas doses de fósforo precisam ser adicionadas ao solo por meio de fertilizantes químicos, suprir, mesmo que parcialmente, essa demanda fazendo uso de adubos organominerais, adicionados de microrganismos solubilizadores, é contribuir para a sustentabilidade agrícola”, afirma a especialista. Para ela, a pesquisa demonstra o potencial de utilização desses microrganismos em associação com rochas fosfatadas como alternativa ao uso de fertilizantes convencionais. Mais econômico Além do benefício ambiental, a adubação organomineral é mais barata, uma vantagem importante já que os fertilizantes estão entre os principais insumos utilizados na agricultura, representando cerca de 30% dos custos de produção de uma lavoura. Por isso, o uso de fontes
alternativas de adubação pode permitir aos produtores alcançar maiores rendimentos. Um exemplo de resíduo gerado nas propriedades rurais que requer destinação adequada é a cama de frango, mistura do material utilizado como substrato que forra o piso de aviários e de dejetos, penas e sobras de ração. Durante muito tempo, esse resíduo da criação de frangos era utilizado como complemento na alimentação do gado bovino, mas esse uso foi proibido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Instrução Normativa nº 8, de 2004). Uma alternativa de destinação desse material é seu reaproveitamento como adubo. Christiane Paiva explica que a cama de frango pode passar por compostagem para ser usada na adubação, a fim de que ocorra a disponibilização dos nutrientes de forma mais eficiente do que quando usada in natura. Dessa forma, obtém-se um composto orgânico como fonte alternativa de
impactos ambientais e fertilizantes eficazes
posto organomineral em doses crescentes, com pré-inoculação ou inoculação no sulco de plantio de microrganismos solubilizadores de fósforo. “O milheto foi usado como planta-teste, pois é uma gramínea que extrai muitos nutrientes do solo”, explica Christiane. Após o plantio, foram coletadas amostras de solo para análises químicas e biológicas, e também parte aérea e raiz para determinação de massa seca. A fonte de fósforo utilizada foi o Fosfato de Araxá, que foi misturado à cama de frango, esterco bovino e cana picada (parte orgânica). Essa mistura foi colocada em duas pilhas e deixada para compostagem. Em uma das pilhas foi realizada a pré-inoculação de microrganismos solubilizadores. A mistura da outra pilha recebeu a inoculação com os microrganismos solubilizadores apenas no sulco de plantio. Foram utilizados microrganismos que pertencem à Coleção de Microrganismos da Embrapa Milho e Sorgo, bactérias selecionadas em experimentos anteriores, sendo classificadas como eficientes na biossolubilização. Para preparo do inoculante, as bactérias crescem em um meio de cultura, um caldo nutriente. O inoculante foi aplicado na forma líquida, sendo pulverizado na pilha de compostagem ou sobre o composto durante a adubação no sulco de plantio. Foram avaliados massa seca e nutrientes da parte aérea e das raízes das plantas e também o teor de fósforo disponível no solo. Os resultados demonstraram que a inoculação de microrganismos solubilizadores pulverizados no plantio resultou em maior crescimento de plantas de milheto, maior extração de nutrientes e maior disponibilidade de fósforo no solo. Observou-se a superioridade dos tratamentos com fertilizantes organominerais inoculados no plantio, seguidos dos tratamentos com compostos organominerais pré-inoculados ou sem inoculação.
adubação, e esse material ainda pode ser enriquecido. “O produto que resulta da compostagem tradicional não tem alto teor de fósforo ou potássio”, informa a pesquisadora. Daí, a proposta de se trabalhar com fertilizantes organominerais. “A ideia é adicionar rochas aos compostos orgânicos. Além disso, para acelerar o processo de decomposição e liberação de minerais, são adicionados microrganismos solubilizadores. Esses microrganismos tornam mais eficiente o processo de disponibilização dos nutrientes”. Os microrganismos solubilizadores podem ser adicionados durante a compostagem, na produção dos fertilizantes organominerais, ou podem ser usados no momento do plantio. Neste caso, são Experiência com hortaliça aplicados no sulco, por cima do adubo O uso de fertilizante organomiorganomineral. neral com microrganismos também já foi testado em sistema orgânico de Entenda a pesquisa produção de alface. Durante curso de No experimento, foram feitos cultivos mestrado da Universidade Federal de de milheto, adubados ou não com com- São João del-Rei (UFSJ), o técnico da
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) Adenilson de Freitas realizou pesquisa sobre a produção de compostos orgânicos enriquecidos com rochas e inoculante microbiano na cultura da alface. Adenilson foi orientado pelo pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo Ivanildo Evódio Marriel e avaliou a eficiência agronômica dos compostos. Concluiu que a incorporação de rocha fosfática e potássica e inoculante microbiano contribuiu para a melhoria da qualidade dos compostos como fonte de nutrientes para a cultura da alface em sistema orgânico de produção. Os experimentos foram conduzidos em Capim Branco (MG), onde Adenilson atua como extensionista. O município é um dos principais polos de produção e fornecimento de hortaliças da região metropolitana de Belo Horizonte, com certificação de produtos orgânicos. Lá, agricultores já têm adotado a tecnologia dos fertilizantes organominerais com inoculação de microrganismos como alternativa ao uso de adubos químicos. Tecnologia extrapola fronteiras A produção de fertilizantes enriquecidos com microrganismos já foi tema de treinamento de pesquisadores africanos que estiveram na Embrapa Milho e Sorgo em 2015. Dentro do programa Agricultural Innovation MKTPlace, três pesquisadores do Mali participaram de visita técnica e curso sobre a tecnologia e sobre a produção de bioinoculantes. O pesquisadores Francisco Adriano de Souza, Christiane Paiva e Ivanildo Evódio Marriel ministraram o treinamento para Amadou Hamadoun Babana, Adounigna Kassogué e Amadou Hamadoun Dicko, que atuam na Universidade de Bamako, no Mali. Agricultural Innovation MKTPlace é uma iniciativa internacional apoiada por diversos parceiros com o objetivo de ligar especialistas e instituições brasileiros, africanos, latino-americanos e caribenhos para desenvolver, conjuntamente, projetos de pesquisa. REVISTA 100% CAIPIRA | 19
PRAGAS E DOENÇAS
Lagartas em áreas de soja preocupam produtores e agrônomos
Fonte: dupontagricola
Presença de Helicoverpa armigera e Spodopteras em regiões de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Piauí impõe cuidados extras no manejo de lavouras O registro dos primeiros focos de lagartas da soja na safra 2016-17 mobiliza produtores e consultores, em diferentes áreas da fronteira agrícola da oleaginosa. Embora tenham sido verificados somente ataques isolados dessas pragas, a experiência de safras anteriores mostra que o produtor deve buscar orientação e acompanhar sua lavoura, para impedir ataques mais agressivos. É o que recomenda o entomologista e pesquisador Fabio M. Andrade Silva, da equipe técnica da DuPont Proteção de Cultivos. O especialista ressalta que nos últimos dias foi detectada a ação de Helicoverpa armigera, e também de diferentes espécies de Spodoptera, em regiões de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e do Piauí. “Foram identificadas pelo menos quatro espécies, inclusive as do gênero Spodoptera, que causaram danos a variedades com a tecnologia ‘Intacta’”, afirma Fabio M. Andrade Silva. “Enxergamos nesse cenário uma tendência de aumento, pois há propriedades em Mato Grosso que já têm alta incidência de lagartas logo após o plantio”, relata o entomologista. Ainda no Centro-Oeste, uma pesquisa divulgada recentemente pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Agrodefesa e pelo Laboratório Nacional 20| REVISTA 100% CAIPIRA
Agropecuário, com apoio da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), constatou a presença da Helicoverpa armigera na sojicultura do Estado de Goiás durante o ano inteiro, em todas as regiões produtoras. Entre as práticas recomendadas ao produtor para o controle de lagartas da soja, Fabio M. Andrade Silva destaca a importância do monitoramento de lavouras, para correta identificação das espécies, e do uso de inseticidas em rotação ao longo da safra, ou seja, o chamado Manejo Integrado de Pragas (MIP). Esta prática, explica ele, se vale da combinação entre o controle cultural, o químico e o biológico, sendo este último pela ação de inimigos naturais de lagartas. “O produtor que tratou suas sementes adequadamente na safra 2016-17, até este momento tem menos razões para se preocupar, mas deve observar atentamente à lavoura na fase inicial da soja”, observa Fabio M. Andrade Silva. A prática do manejo de resistência a inseticidas, nas áreas atingidas por lagartas, é outra orientação relevante ao sojicultor. “Ele jamais deve usar, durante toda a safra, produtos inseticidas com o mesmo ingrediente ativo ou um mesmo modo de ação, sob o risco de as lagartas tornarem-se resistentes aos compostos”,
reforça Fabio M. Andrade Silva. Ciência para a soja – A DuPont Proteção de Cultivos informa que distribui no Brasil uma linha de inseticidas de última geração para controle de lagartas da soja, como os produtos Premio®, Avatar® e Lannate®. A companhia ressalta que Premio® é pertencente à revolucionária classe química das Diamidas Antranílicas. O produto, assinala a DuPont, apresenta alta potência inseticida e amplo espectro de controle, com residual prolongado. Seletivo aos principais inimigos naturais de lagartas, o inseticida, segundo a companhia, é um excelente aliado do Manejo Integrado de Pragas (MIP). O inseticida Avatar®, de acordo com a DuPont, é também usado com sucesso na prática do MIP e pertence à classe química das Oxadiazinas. O produto, diz a empresa, vem demonstrando excelente ação de controle sobre diferentes estágios das lagartas falsa-medideira, Spodoptera frugiperda, Helicoverpa e lagarta-das-maçãs, entre outras. Já o inseticida Lannate®, complementa a DuPont, impede a presença de lagartas como Spodoptera frugiperda, falsa medideira e ‘rosca’, sendo igualmente ideal na prática do MIP. O produto também tem sido empregado na dessecação (pré-plantio) da soja.
CAFÉ
É preciso pensar na concorrência desleal de cafés que seriam importados Fonte: Boletim Carvalhaes
Foi a quinta semana seguida de baixa nos contratos de café em Nova Iorque Sem nenhuma alteração nos fundamentos do mercado de café, que apontam para mais um ano de consumo em alta e produção mundial abaixo do consumo global, os operadores em Nova Iorque continuaram derrubando as cotações do café nesta semana, quando os contratos de café com vencimento em março próximo na ICE Futures US em Nova Iorque acumularam baixa de 645 pontos e fecharam a US$ 1, 3935 por libra peso, rompendo a barreira dos US$ 1,40. Foi a quinta semana seguida de baixa nos contratos de café em Nova Iorque. Esse “rally”, que já acumula perdas de 3 860 pontos, começou com as eleições americanas e a surpreendente vitória de Donald Trump, que contrariou o esperado por todos os institutos de pesquisa e analistas políticos. A inesperada vitória de Trump trouxe enormes incertezas políticas e econômicas para os EUA e para o mundo, levando os mercados a se reposicionarem. Na ICE em Nova Iorque, os operadores que estavam na posição vendida para dezembro conseguiram finalmente rolar seus contratos para março, o que até então encontravam imensas dificuldades. Nesse novo cenário, aliviados e com suas posições roladas, esses operadores, ajudados também pela séria crise política e econômica brasileira, ignoraram
os fundamentos do mercado e continuaram derrubando as cotações do café. A passividade das lideranças da produção contribui bastante para o sucesso dos interessados em baixa nas cotações do café. É inacreditável, mas apesar das cinco semanas consecutivas de baixa, o jornal Valor Econômico, em sua edição de hoje, informa que o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura pretende reunir representantes da indústria de café e dos cafeicultores entre terça e quarta-feira da semana que vem para buscar um consenso em torno da proposta de importação de café robusta feita pela indústria em novembro. Para onde será que querem levar as cotações? O que será que farão com as cotações quando nossa produção voltar para um patamar confortável? Reafirmamos aqui o que dissemos em nosso último boletim: Além do perigo de trazermos novas pragas para nossos cafezais, é preciso pensar na concorrência desleal desses cafés que seriam importados. Nossos produtores atendem a rígidas leis trabalhistas, fiscais e ambientais, que são imensamente mais brandas (quando existem) na maioria dos países concorrentes do Brasil na produção de café. O Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil informou que no último mês de novembro foram embar-
cadas 3 071 554 sacas de 60 kg de café aproximadamente 12% (425 851 sacas) menos que no mesmo mês de 2015 e 8% (270 406 sacas) menos que no último mês de outubro. Foram 2 747 541 sacas de café arábica e 28 390 sacas de café conillon, totalizando 2 775 931 sacas de café verde, que somadas a 292 721 sacas de solúvel e 2 902 sacas de torrado, totalizaram 3 071 554 sacas de café embarcadas. Até dia 8, os embarques de dezembro estavam em 306.764 sacas de café arábica, mais 22.016 sacas de café solúvel, totalizando 328.780 sacas embarcadas, contra 178.414 sacas no mesmo dia de novembro. Até o mesmo dia 8, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em novembro totalizavam 878.145 sacas, contra 591.104 sacas no mesmo dia do mês anterior. A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 2, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 9, caiu nos contratos para entrega em março próximo 645 pontos ou US$ 8,53 (R$ 28,72) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 2 a R$ 668,47 por saca, e hoje dia 9, a R$ 620,65 por saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 205 pontos. REVISTA 100% CAIPIRA |21
AGROINDÚSTRIA
Trabalho de pesquisa promove agregação de valor às fruteiras da Caatinga Para atender um crescente mercado voltado para alimentos naturais, orgânicos e socialmente responsáveis, uma equipe de pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) desenvolveu três novos produtos com frutas da Caatinga: geleia mista de umbu, cajá e mamão; fruta laminada de umbu e manga; chutney de maracujá do mato e manga. O trabalho contou com a parceria da Embrapa Semiárido (PE) e da Cooperativa de Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), com sede no município de Uauá, no sertão da Bahia. As tecnologias incluem tanto o processamento para a produção em agroindústrias familiares, quanto ações de manejo dos pomares das fruteiras nativas ameaçadas de extinção. O umbu e o maracujá do mato são fruteiras nativas que se destacam no bioma Caatinga, pois são utilizadas tradicionalmente na alimentação da população do semiárido brasileiro. O desafio enfrentado pela equipe de pesquisa foi o desenvolvimento de novos produtos agroindustriais com redução de açúcar e sem o uso de aditivos químicos, para 22| REVISTA 100% CAIPIRA
Fonte: Embrapa Agroindústria de Alimentos
Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) desenvolveu três novos produtos com frutas da Caatinga: geleia mista de umbu, cajá e mamão; fruta laminada de umbu e manga
produção em pequena escala pelos agricultores familiares. "Testamos as frutas da Caatinga, avaliamos cada uma delas, e percebemos que o maracujá do mato, por exemplo, é uma fruta muito ácida, então identificamos um potencial para a elaboração de um produto com característica de um produto salgado, o molho chutney, que já existe no mercado, principalmente no mercado internacional, porém sem adição de sal", conta a pesquisadora Renata Torrezan. Originário da Índia, o chutney leva gengibre e pimenta dedo de moça em sua formulação e costuma ser consumido com carnes e alimentos salgados. Apesar de pouco conhecido e consumido pelo público nacional, a avaliação da aceitação do chutney de maracujá do mato e manga realizada em um supermercado da cidade do Rio de Janeiro reforçou seu potencial de mercado. No teste efetuado com 80 consumidores, cerca de 73% disseram que utilizariam o molho desenvolvido pela Embrapa em suas refeições. Além do molho chutney, foram elaboradas, pela equipe de pesquisa, a fruta
laminada de umbu e manga e a geleia mista de umbu, cajá e mamão. A fruta laminada é um produto inédito no mercado nacional, que foi aprovada por 89% dos 100 provadores em análise sensorial realizada na Embrapa Agroindústria de Alimentos. "É um produto saboroso, prático, leve, fácil de transportar, que fornece energia e nutrientes provenientes das frutas, que pode ser consumido como lanches por pessoas de todas as faixas etárias, substituindo outros potenciais lanches menos saudáveis", conta a pesquisadora da Embrapa Virgínia da Matta. Já a geleia mista de umbu, cajá e mamão possui redução de 30% de açúcar, sendo, portanto um produto que pode ser denominado como light. A geleia também foi submetida à avaliação de aceitação com 100 consumidores. Destes, 83% disseram ter gostado do produto. "O mercado consumidor potencial desses produtos é daquelas pessoas que buscam alimentos sem edulcorantes ou quaisquer outros aditivos, com pouco açúcar adicionado, que sejam provenientes de produções sustentáveis, ou seja, o
chamado consumo consciente", afirma a pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos, líder do projeto. Estratégias de agregação de valor às frutas da caatinga O desenvolvimento desses novos produtos foi precedido de um diagnóstico participativo do sistema agroalimentar de produtos processados a partir de fruteiras nativas da Caatinga, realizado pela Embrapa Agroindústria de Alimentos em conjunto com a Embrapa Semiárido. A equipe de pesquisadores visitou a estrutura central da Coopercuc e seis mini fábricas de processamento de alimentos, onde se produzem geleias, compotas, sucos e polpas de frutas nativas. Mesmo com as dificuldades relacionadas ao longo período de seca, que diminuiu a produção de matéria-prima, foi possível fazer o levantamento. "Realizamos um estudo exploratório sobre as condições de beneficiamento das frutas nas pequenas agroindústrias, incluindo boas práticas de fabricação, necessidade de melhorias e treinamentos, além de demanda por novos produtos", conta Rodrigo Paranhos, pesquisador da área de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ), responsável pela ação. Os dados obtidos pelo diagnóstico subsidiaram atividades de pesquisa, transferência de tecnologia e de capacitação para os agricultores familiares da cooperativa. "Há um grande potencial de agregação de valor aos frutos nativos da Caatinga, que se encontram disponíveis na região. A aceitação dos novos produtos desenvolvidos na Embrapa foi ótima entre os agricultores familiares. Começamos a abrir um canal e a fortalecer a parceria entre a área de pesquisa e o setor produtivo", destaca Rodrigo. A estratégia de agregação de valor a frutos da Caatinga para o fortalecimento das bases econômicas da agricultura familiar no semiárido nordestino envolveu também práticas de manejo do polo extrativista de umbu na região de Uauá (BA). O diagnóstico realizado levantou informações sobre as práticas adotadas pelas comunidades locais, relacionadas ao manejo das plantas, tratamento e destinação dos frutos do umbuzeiro. A partir desse diagnóstico e buscan-
do a estabilidade ou aumento da capacidade produtiva do umbu em sistemas de produção de base familiar, a equipe de pesquisa da Embrapa propôs duas formas de manejo que foram implantadas na região como Unidades Práticas de Aprendizagem Tecnológica (Upat). Em primeiro lugar, recomendou-se fazer a utilização do umbuzeiro como porta-enxerto associado ao maracujá do mato em áreas em processo de degradação e desprovidas de vegetação; em seguida, o enriquecimento da Caatinga, pelo aumento da densidade de plantas de umbu gigante enxertadas e cultivadas em trilhas em meio à vegetação nativa e em áreas cercadas. "Os modelos propostos corresponderam às expectativas das comunidades, uma vez que diversos agricultores se mostraram dispostos a replicá-los em suas propriedades em função do reconhecimento das vantagens observadas nas Unidades experimentais implantadas", informa o pesquisador Francisco Araújo, da Embrapa Semiárido. A publicação recém-lançada pela Embrapa Extrativismo do Umbu e Alternativas para a Manutenção de Áreas Preservadas por Agricultores Familiares em Uauá, BA detalha as formas de manejo validadas. Nova variedade de maracujá do mato ou da Caatinga Mais de 12 anos de pesquisa resultaram na primeira variedade de maracujá nativo da Caatinga recomendado para cultivo comercial: o BRS Sertão Forte, uma variação da espécie Passiflora cincinnata. Fruto do trabalho de melhoramento genético tradicional realizado na Embrapa Semiárido (PE), em parceria com a Embrapa Cerrados (DF), essa variedade é decorrente da seleção de mais de 50 tipos de maracujazeiros silvestres coletados em diferentes áreas de Caatinga. Em comparação com as plantas nativas, ela apresenta maior produtividade e maior tamanho e rendimento dos frutos. "O maracujá do mato é a segunda principal fruta do bioma, vindo logo depois do umbu. É uma espécie silvestre, de ampla distribuição geográfica, tolerante a doenças e resistente às pragas, e muito adaptada às condições
climáticas adversas da região", conta Francisco Araújo. Os frutos do BRS Sertão Forte, quando maduros, têm coloração verde-clara e pesam de 109 g a 212 g. A polpa é bastante ácida, sendo recomendada para processamento agroindustrial e elaboração de doces, geleias, sorvetes e mousses, por exemplo. Apresenta como característica de destaque maior tolerância ao estresse hídrico e longo ciclo produtivo, sendo uma alternativa viável para a agricultura familiar da região. Além disso, sua flor exuberante, arroxeada, evidencia também seu potencial ornamental para paisagismo de grandes áreas, como muros e pérgulas. Recentemente, o maracujá do mato ou maracujá da Caatinga entrou para a Arca do Gosto do movimento Slow Food. O umbu já integra a Arca do Gosto desde 2007, que é um catálogo mundial que identifica, localiza, descreve e divulga sabores de uma região, ligados à memória, à identidade de uma comunidade e ao conhecimento tradicional local. Reúne alimentos esquecidos ou ameaçados de extinção, com potenciais produtivos e comerciais. A nutricionista Neide Rigo, que faz parte do movimento e integrou a equipe de avaliadores Arca do Gosto do Slow Food, conta: "O maracujá da Caatinga estava sendo preterido por aqueles maracujás maiores e mais suculentos. Era destinado apenas à alimentação dos animais ou à brincadeira de criança". Para valorizar as frutas do bioma, como o maracujá do mato, ela acaba de lançar o livro Mesa farta no Semiárido: Receitas com Produtos da Agricultura Familiar, em conjunto com a Coopercuc. "A ideia é mostrar como os produtos cultivados atualmente no Semiárido podem ser preparados, incentivando o uso deles na merenda escolar e na casa dos agricultores. São receitas simples, saudáveis, com o mínimo de ingredientes processados que atendam não só a adultos, mas crianças pequenas e em idade escolar", revela. Receitas com abóbora, mandioca, umbu, maracujá do mato e outros frutos são formas novas e criativas de valorizar a biodiversidade nacional. REVISTA 100% CAIPIRA | 23
PREÇOS AGROPECUÁRIOS
Cai preço da batata e do tomate, enquanto frutas têm alta generalizada no atacado
Fonte: CONAB
A grande oferta de batatas provocou queda no preço do produto nas principais centrais de abastecimento do país em novembro A grande oferta de batatas provocou queda no preço do produto nas principais centrais de abastecimento do país em novembro. O 12º Boletim Prohort de Comercialização de Hortigranjeiros da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que os maiores recuos ocorreram no Espírito Santo e no Rio de Janeiro, de 23,20% e 21,53%, respectivamente. O tomate também ficou mais barato em quase todos os mercados. A exceção foi na Ceasa RJ, que registrou aumento de 8,97%. A alta se deve à diminuição da oferta, provocada pelas chuvas nas regiões que abastecem o estado. Ainda assim, o preço do quilo do produto ficou em R$ 1,86, mais baixo que no Distrito Federal onde, apesar da queda de 30,33%, o quilo foi comercializado por R$ 2,05. O quilo da cenoura ficou 25,17% mais caro na Grande Vitória/ ES, sendo vendido a R$ 1,15. Em Fortaleza/CE e Recife/ 24 | REVISTA 100% CAIPIRA
PE houve alta de 4,74% e 2,60% e o quilo foi comercializado a R$1,21 e R$ 1,54, respectivamente. Nos outros estados pesquisados a cenoura ficou mais barata em novembro, com o menor preço em Campinas/SP, R$ 0,70/quilo. Em contrapartida, por questões climáticas, alface e cebola ficaram mais caros em todas as centrais de abastecimento analisadas. No DF, a alta chegou a 92,25% para alface e 49,36% para cebola. Mesmo com aumento em todos os mercados, a cebola mantém preços mais baixos que os praticados no mesmo período do ano passado, graças ao aumento da produtividade nas lavouras da Região Sul. Frutas – A laranja ficou mais cara em todos os entrepostos atacadistas por causa da pouca oferta e da alta demanda por exportações, com aumentos variando entre 9,92% (SP) e 0,28% (PE). Banana e mamão também apresentaram alta em sete das oito Ceasas analisadas,
devido a diminuição da oferta desses produtos. No DF, a banana foi vendida a R$ 3,82/quilo, aumento de 14,65%, enquanto o quilo do mamão ficou em R$ 3,14 (alta de 4,99%). A melancia foi a exceção das frutas. Houve queda em sete das oito centrais de abastecimento pesquisadas, com o quilo sendo vendido a R$ 0,69 em Belo Horizonte e R$ 0,77 em Recife. A Ceagesp foi o único entreposto que registrou aumento (7,84%), com o quilo da fruta comercializado a R$ 1,47. O estudo é realizado mensalmente pelo Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) da Conab, a partir de levantamento feito junto aos mercados atacadistas integrados ao programa. Para análise do comportamento dos preços em novembro foram considerados oito entrepostos dos estados de SP, MG, RJ, ES, DF, CE e PE.
FRUTICULTURA
FMC apoia projeto que resgata o orgulho da citricultura brasileira
O projeto “Laranja, patrimônio de São Paulo. Patrimônio do Brasil”, realizado pela CitrusBR, tem como objetivo promover uma série de ações com o intuito de resgatar o orgulho da citricultura brasileira A FMC Agricultural Solutions está apoiando o trabalho que tem como intuito responder a pergunta: Por que a laranja é um patrimônio econômico, social, tecnológico e sustentável? Para cada um desses quatro itens, será criado um capítulo de uma web série, distribuído para os públicos executivos, legislativo, embaixadas e todo o público que precisa entender porque a citricultura brasileira é um importante patrimônio. Além das web séries, serão produzidos materiais adicionais, com levantamento de dados e informações sobre a atividade e seus reflexos para a sociedade, principalmente nos municípios em que a cultura é cultivada. Todo o conteúdo do
projeto estará disponível no Facebook e na página do projeto. Nessas páginas é possível assistir a vídeos, ler entrevistas e ter acesso a dados que reforçam a importância da citricultura brasileira. Sobre o setor A produção de laranja foi o segmento que mais gerou empregos durante o ano de 2016 entre todas as categorias da agropecuária no Estado de São Paulo. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), observados de janeiro a agosto de 2016, a citricultura somou 30.709 admissões nesse período. Esse total tam-
Fonte: Assessoria de Comunicação FMC
bém coloca o setor entre os 20 principais geradores de emprego do Estado. O impacto positivo da citricultura na geração de empregos se deve ao uso extensivo de mão-de-obra, principalmente na colheita da fruta. Para mostrar o que isso significa, basta observar que em janeiro de 2016, haviam 47.071 empregados no cultivo da laranja no Estado de São Paulo. Levando-se em conta que, segundo o IBGE, a área plantada com laranjas no Estado é de 412.861 hectares, é possível observar que a citricultura emprega um trabalhador a cada nove hectares.O levantamento faz parte de um projeto idealizado pela CitrusBR. REVISTA 100% CAIPIRA |25
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Foto: Divulgação ABC Bio
DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
Mercado brasileiro de defensivo biológico projeta expansão anual de 15% nos próximos anos Dados foram analisados durante o Biocontrol Latam 2016, evento encerrado nesta quinta-feira (17), em Campinas/SP, e que reuniu renomados especialistas nacionais e internacionais do segmento para debater os desafios, oportunidades e Fonte: Mecânica de Comunicação Ltda perspectivas do setor O mercado brasileiro e mundial de defensivos agrícola biológicos tem registrado forte crescimento nos últimos anos. No mundo, a média anual de crescimento gira hoje na casa dos 10% e este ano deve atingir US$ 3 bilhões, valor que representa 5% do mercado total de defensivos, incluindo os químicos. Já no Brasil, a perspectiva é de uma expansão média anual de 15% para os próximos anos. Atualmente, o mercado brasileiro representa 2% de um volume anual de defensivos que, em 2015, foi da ordem de R$ 9,6 bilhões. Os dados foram analisados pelos conferencistas e participantes do Biocontrol Latam 2016 – Conference & Exibition, evento promovido desde dia 28 | REVISTA 100% CAIPIRA
15 em Campinas/SP e encerrado nessa quinta (17). “A tendência de expansão do uso de defensivos biológicos é um movimento que não tem volta no Brasil e no mundo”, afirmou Pedro Faria Jr., presidente da ABC Bio – Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico, que deu suporte organizacional ao evento, realizado pela primeira vez na América Latina. Para um dos organizadores do Biocontrol Latam 2016, William Dunham, sócio-gerente da DunhamTrimmer & Editor, que edita a 2BMonthly, uma das promotoras do encontro, a maior prova da importância que o mercado brasileiro vem adquirindo no contexto mundial de defensivo biológico é o fato de o Biocontrol Latam ter sido progra-
mado pela primeira vez no Brasil. “O evento só é realizado em mercados nos quais há grande potencial de crescimento do uso de biodefensivos. Daí a decisão de, a partir de agora, fazermos um revezamento na sua promoção, realizada a cada dois anos. Faremos uma vez na Ásia e outra na América Latina, com destaque para o Brasil”, informa Dunham. Além da 2BMonthly, o Biocontol Latam é uma iniciativa da NewAg International, editora especializada em publicações técnicas sobre agricultura moderna, e reuniu centenas de participantes entre consultores, especialistas e empresários do segmento que debateram os desafios, oportunidades, além de avaliar as perspectivas futu-
ras da área de defensivo biológico em todos os mercados do mundo. “Entendemos que o defensivo biológico se consolida como principal opção do produtor para combate a pragas e doenças, em função das deficiências do uso exclusivo do defensivo químico, que é utilizado há 50 anos e que, portanto, já não alcança a mesma eficácia”, comenta Faria Jr. O presidente da ABC Bio acrescentou ainda, em entrevista coletiva realizada durante o evento, que o biológico é uma alternativa confiável e fundamental para um país que, em 30 anos saiu de uma produção anual de 50 milhões de toneladas de grãos, para 200 milhões de toneladas. “Outra razão que indica o bom potencial do Brasil é que quase a totalidade das grandes companhias de defensivos químicos já atua no país com produtos biológicos”, acrescenta. A avaliação do presidente da ABC Bio foi confirmada pela apresentação feita por Fábio Brandi, responsável pela área de biológicos da Bayer no Brasil. Anunciando o lançamento de um novo produto biológico, Brandi lembrou que a Bayer vem investindo no segmento biológico desde 2009; que já adquiriu várias empresas dessa área; possui um banco de aproximadamente 100 mil genes de micro-organismos em estudo ou desenvolvimento e que já integrou o Biológico como um quarto pilar de negócios da companhia, hoje formado por Sementes, Agroquímicos e Serviços. “Com essa estratégia, a Bayer atende uma demanda dos agricultores, que querem maior produtividade e rentabilidade, mas também o desejo dos consumidores que buscam, cada vez mais, menor toxidade nos seus alimentos. E isso só pode ser feito por meio do biológico, que possibilita um adequado Manejo Integrado de Pragas (MIP), onde também continua sendo utilizado o componente químico”, comentou Brandi. Apesar do otimismo e das perspectivas de expansão do mercado, o
presidente da ABC Bio detecta algumas questões importantes. “Temos dois grandes problemas para o pleno desenvolvimento e crescimento do defensivo biológico no Brasil: os produtos ilegais e os gargalos na área de treinamento e capacitação do pessoal necessário para disseminar a aplicação dos produtos”, destaca Faria Jr. Segundo relata, há um contingente enorme de produtos que são processados em condições totalmente inadequadas e de forma improvisada. “Além de não se ter controle sobre que tipo de micro-organismo está sendo manuseado, a preparação inadequada de biológicos acaba por comprometer a eficácia da aplicação, afetando a imagem do setor”, comenta Faria Jr. O outro ponto destacado pelo presidente da ABC Bio é o da necessidade de se ter um amplo programa, inclusive com suporte governamental, para treinar e capacitar pessoas a fazer o manejo adequado da aplicação e uso dos biológicos, da mesma forma que foi feito quando da introdução dos defensivos químicos no país. No campo da regulamentação de novos produtos pelos órgãos competentes, outro ponto nevrálgico do segmento, o evento também trouxe algumas novidades, além da constatação de vários participantes sobre o excesso de burocracia e de regulação que posterga a aprovação de novos agentes biológicos, que pode demorar mais de dois anos. Na palestra de Caio Augusto de Almeida, gerente de avaliação toxicológica da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, foi destacado o avanço alcançado nos últimos anos no quesito liberação de novas agentes biológicos. Para ele, graças a reformulação interna do órgão, já se constata uma aceleração nos processos de avaliação. Segundo informa, em 2013 foram aprovados apenas seis produtos, número que subiu para 16, em 2014, 47, no ano passado, e que neste ano já chega a 54. “Temos tido um ganho significativo devido a pequenas mu-
danças que fizemos nos departamentos da Anvisa, o que permitiu reduzir o tempo médio de análise de 200 para 80 dias”, relata Almeida, salientando que o trabalho de agilização terá sequência. Além da participação do representante da Anvisa, o Biocontrol Latam 2016 contou ainda com as participações de gestores de todos os importantes órgãos ligados aos defensivos. Um exemplo, foi a presença da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, representada, na abertura do encontro, pelo seu diretor de pesquisa, Ladislau Martin. Assim como a Embrapa, as mais importantes entidades e empresas de defensivos biológicos nacionais e internacionais participaram no evento, que contou com representantes de 11 países, num total de 40 palestrantes que detalharam avanços tecnológicos e desafios do setor. EXPOSIÇÃO – Em paralelo ao plenário dos debates, o Biocontrol Latam 2016 também reuniu um grupo de 18 empresas, nacionais e internacionais, assim como entidades ligadas aos defensivos biológicas para exibição das inovações tecnológicas, lançamentos, disseminação de conhecimento sobre a área, além da realização de negócios. A exposição atraiu um público estimado em 1.200 pessoas durante os três dias do evento, servindo também de importante ponto para a realização de networking entre profissionais da área, técnicos, representantes governamentais, engenheiros, empresários, empreendedores e integrantes da academia. Participação na exposição, em ordem alfabética: ABC Bio – Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico, Arysta Lifescience, Atlantica Agrícola, Ballagro, Basf, Bayer Crop Division, Biobest, Biokrone, Greencorp México, Koppert Biological Solutions, Laboratório Farroupilha/ Lallemand, Monsanto Bioag, SGS Group, Simbiose Agro, Sipcam, Stoller do Brasil, Sumitomo Chemical Brasil, TSG/ CESIS e Vignabrasil/UDI/Tecam. REVISTA 100% CAIPIRA |29
PESQUISA
Fonte: Embrapa Rondônia
Pesquisa derruba mitos sobre polinização da castanheira A descoberta de que há uma grande quantidade de polinizadores da castanheira e que todos são abelhas nativas da Amazônia oferece grande vantagem a essa árvore 30 | REVISTA 100% CAIPIRA
Muitas pessoas acreditam que a castanheira-do-brasil (Bertholletia excelsa, Lecythidaceae), uma das árvores mais exuberantes da Amazônia e de grande importância econômica para pessoas que vivem do extrativismo, depende de um único tipo de abelha para polinizar suas flores. Essa crença levava à hipótese de que, quando a árvore está isolada na pastagem, não produz frutos porque essa abelha não tem como chegar até a copa da castanheira. Isso porque acredita-se que o inseto depende das outras árvores da floresta para chegar até a copa da castanheira, que geralmente está a mais de 40 metros de altura. No entanto, pesquisas recentes derrubam essa crença. Cientistas descobriram que existem mais de 25 espécies de abelhas nativas de médio a grande porte responsáveis por levar o pólen entre as árvores de castanheira. Além disso, os estudos mostram que as abelhas têm capacidade de voar até a copa das castanheiras isoladas em pastagens. A descoberta de que há uma grande quantidade de polinizadores da castanheira e que todos são abelhas nativas da Amazônia oferece grande vantagem a essa árvore. “Em uma situação de falta de uma das espécies de abelha, existirão outras que podem assumir o papel de polinizador, mantendo a formação de frutos, sementes e a perpetuação da castanheira”, destaca a pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental (PA), Márcia Maués, que também é coordenadora da rede de pesquisa sobre polinização da castanheira-do-brasil, que vem desvendando esse e outros mitos sobre a polinização dessa árvore tão importante para a Amazônia. De acordo com Maués, os gêneros de abelhas que mais se destacam como polinizadores da planta são: Bombus, Centris, Eulaema, Eufrie-
sea, Epicharis e Xylocopa, sendo Xylocopa frontalis, Eulaema bombiformis, Eulaema mocsaryi, Centris denudans e Bombus transversalis as espécies mais frequentes. Esses insetos são capazes de voar longas distâncias e entram na flor por meio de movimentos vigorosos das pernas anteriores, acessando tanto o pólen quanto o néctar da flor. Abrir a flor é a tarefa mais difícil, por isso é que se achava que poucas espécies de abelhas eram capazes de realizar a polinização. Alguns autores chegaram a relatar que apenas uma espécie desse inseto teria capacidade de executar a polinização das castanheiras. Castanheira em pastagens A pesquisadora da Embrapa Rondônia, Lúcia Wadt, explica que essa dedução bem popular de que as abelhas não tem acesso às copas de castanheiras isoladas no pasto vem do fato de diversos estudos relatarem que uma castanheira isolada não pode dar frutos porque existe algum mecanismo em que a fertilização só ocorre quando a flor recebe pólen de outra árvore geneticamente diferente. Para receber esse pólen, a castanheira isolada dependeria que as abelhas polinizadoras percorressem longas distâncias de espaço vazio na pastagem. Para desmistificar isso, foi feito um estudo de fluxo gênico em castanheiras isoladas na pastagem, em que foi possível estimar a distância entre o pai (doador de pólen) e a mãe (produtora de sementes) de uma plantinha obtida pela germinação das sementes de uma castanheira isolada no pasto. Para fazer essa estimativa de fluxo de pólen, foram coletados frutos de oito castanheiras distribuídas em uma pastagem no município de Senador Guiomard, no Acre, e obtidas as sementes para produção de
mudas. Além disso, todas as castanheiras da pastagem e outras presentes em floresta próxima, mapeadas em uma área de aproximadamente 163 ha, tiveram material vegetal coletado para extração de DNA e genotipagem em laboratório a fim de verificar uma possível paternidade. Foram genotipados também dez mudas de cada castanheira-mãe. Com os genótipos das mães, dos filhos e dos possíveis pais, foi possível identificar quais foram os pais de cada muda feita no viveiro. Esse procedimento é o mesmo utilizado em testes de paternidade. Os resultados mostraram que houve troca de pólen entre castanheiras que estavam a distâncias variando de 104 metros a 911 metros, sendo a média 442 metros. Foram identificados pais que estavam tanto na floresta vizinha como na pastagem, e que mesmo árvores distantes sem nenhuma vegetação entre elas foram visitadas pelas abelhas, pois houve troca de pólen. “Descobrimos que a incapacidade de as abelhas voarem até a copa das castanheiras isoladas em pastagens é um mito”, revela Lúcia Wadt. Essa informação pode ter impacto no interesse das pessoas em plantar a castanheira em áreas abertas como é o caso de pastagens. A descoberta desvenda apenas uma das hipóteses da baixa produção de frutos em castanheiras isoladas em pastagens. A pesquisadora afirma que ainda não se sabe quais fatores limitam a produção das castanheiras isoladas, mas, com certeza, o microclima e condições de stress fisiológico em que essas árvores se encontram tem algum efeito. “O que não podemos mais sair dizendo por aí é que a castanheira isolada no pasto não produz frutos porque as abelhas não conseguem chegar até sua copa”, conclui. REVISTA 100% CAIPIRA |31
AGRICULTURA FAMILIAR
Agricultores do norte de MG criam cooperativa e conquistam clientes como Petrobras
A empresa tem uma unidade de biodiesel em Montes Claros, principal cidade da região
A
Fonte: Portal do Ministério do Desenvolvimento Agrário
C o op erat iva de Agricultores Familiares e Agroextrativista Ambiental do Vale do Riachão (Cooper Riachão), localizada no Norte de Minas Gerais, deu um grande passo rumo à consolidação do desenvolvimento agrícola nos municípios de Montes Claros, Mirabela, Coração de Jesus e Brasília de Minas ao habilitar a venda de óleo de macaúba para a Petrobras. A empresa tem uma unidade de biodiesel em Montes Claros, principal cidade da região. A parceria foi possível depois que a Cooper Riachão, a 80 km de Montes Claros, obteve a documentação necessária junto à Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento 32 | REVISTA 100% CAIPIRA
Agrário (Sead). Após reunir todos os agricultores que contavam com Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), a cooperativa solicitou a emissão da DAP Jurídica, fundamental para o fornecimento de matéria-prima para unidades produtoras de biodiesel. Anselmo Santos, consultor da Coordenação-Geral de Agroecologia e Energia Renovável da Sead, acompanhou de perto todo o processo e explica que as vantagens do contrato com a Petrobras vão além do financeiro. Segundo ele, por ser detentora do Selo Combustível Social, a Petrobras precisa se comprometer a celebrar previamente contratos de compra e venda de matérias-primas com os agricultores familiares ou suas cooperativas, além de assegurar capacitação e assistência técnica. “O mais legal de tudo é que nes-
se caso especifico o óleo que é vendido no biodiesel é um subproduto, não é o produto principal do negócio, ele é bem mais amplo. Foi um acréscimo na renda deles. Você vê a evolução que a cooperativa vem tendo do ponto de vista social, ambiental, econômico, industrial. Uma coisa importante é o sentimento de posse que eles têm e isso tá ficando cada vez mais claro”, destaca Anselmo. Para João Elias, diretor administrativo da Cooper Riachão, a habilitação da Sead fez toda diferença na hora de concretizar a parceria com a Petrobras e, consequentemente, para impedir o êxodo rural e garantir o desenvolvimento dos agricultores familiares da região. “Toda cooperativa tem seus problemas, principalmente financeiros, e esse contrato com a Petrobrás trouxe para nós um ganho maior. Hoje podemos dizer
que nós saímos do vermelho e entramos no azul”, comemora. Cooperativa impediu êxodo rural: As águas do Riachão já não conseguiam mais atender a demanda de todos os produtores da região. Alguns abandonaram o campo e buscaram novas oportunidades na cidade, enquanto outros permaneceram no Riachão, firmes no propósito de produzir alimentos. Entretanto, como contornar o problema da falta de água? Foi nesse momento que veio o apoio do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA/ NM). Um estudo feito pelo CAA/NM, na época, mostrou que a região do Riachão era rica em macaúba, com de oito milhões pés nativos. Pesquisas de órgãos como a Embrapa apontam que a macaúba tem potencial para produzir até oito
toneladas de óleo por hectare, além de gerar tortas alimentícias para animais e biomassa para carvão vegetal. No caso do Riachão, o primeiro passo era organizar os produtores, como lembra o presidente da Cooper Riachão, Agnaldo Fonseca. “Minha mãe, hoje falecida, falou para a gente criar uma associação diferente das outras, que segurasse o pessoal aqui, que desse serviço ao povo. Com o objetivo de oferecer emprego, comercializar e lucrar, nós fundamos a cooperativa no ano de 2009. No início éramos 25 sócios. Hoje somos 46 e trabalhamos com cerca de 350 famílias extrativistas da macaúba”, ressalta Agnaldo. José Vilton da Fonseca é um dos cooperados e fornecedores de macaúba. Ele está na cooperativa há cinco anos e afirma que o espírito de solidariedade não
fica apenas dentro da cooperativa. “A gente colhe o coco, traz para cá, trabalha e adquire os produtos. É mais renda, mais sustentabilidade, além do emprego. Se a gente vê que os vizinhos em volta têm macaúba, a gente conversa e eles acabam cedendo pra gente. É uma ajuda a mais”, conta o agricultor. A prioridade da cooperativa é adquirir macaúba dos agricultores da região, mas há municípios do centro-oeste de Minas e até de outros estados, como o Ceará, interessados na parceria com a Cooper Riachão. A macaúba é uma palmeira com grande potencial de uso, sendo empregada para fins alimentares, cosméticos e energéticos. No caso da cooperativa, a produção envolve a fabricação de sabão em pó e em barra, óleo para cabelo e pele, ração, entre outros produtos. REVISTA 100% CAIPIRA |33
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ANÁLISE DE MERCADO
É hora de o mercado doméstico reagir Fonte: Avisite
Em boa medida, a natureza das incertezas que de ano que vem é a mesma que influenciou os rumos d doméstico são me Em contrapartida, cresceram, com a eleição de Donald Trump à presidência dos EUA, os riscos de reveses no front externo, derivados de um discurso protecionista que será traduzido em medidas práticas ainda difíceis de mensurar. Mas, se a maior parte das principais cadeias produtivas da agropecuária do país sobreviveu bem às intempéries deste ano que chega ao fim, os sinais atuais indicam que 2017 tende a ser até mais positivo, inclusive para áreas que hoje não têm muito a comemorar. Em linha gerais, é o que aponta o estudo “Perspectivas para o Agronegócio Brasileiro - 2017”, recém-concluído pela equipe do Rabobank Brasil. E, após uma longa entrevista com os autores do trabalho - os analistas Adolfo Fontes, Andres Padilla, Andy Duff, Jefferson Carvalho, Maurício Barbosa, Renato Rasmussen e Victor Ikeda - e com o economista-chefe do banco no país, Mauricio Oreng, é possível con36 | REVISTA 100% CAIPIRA
siderar que há menos o que temer do futuro do que havia no passado. O que, diga-se de passagem, não deixa de ser uma grande coisa depois de dois anos de queda do Produto Interno Bruto (PIB). “O próximo ainda será um ano de estabilização. Crescimento mesmo, só em 2018”, diz Oreng. Ao mesmo tempo em que chama a atenção para as incógnitas derivada do “fator Trump” no front externo - e suas consequências sobre o câmbio, que foi alvo de uma recente revisão para cima em 2017 (de uma média de R$ 3,15 para R$ 3,30) -, Oreng realça avanços domésticos que tendem a melhorar o ambiente para os negócios no próximo ano. Ainda que reconheça que problemas políticos perdurem, o economista acredita que a tendência para a governabilidade do país é de melhora. Ele concorda que o viés inflacionário é descendente, embora ainda veja nesse ponto motivos para preocupação, e vê
com bons olhos o estabelecimento do teto para os gastos públicos, mas insiste na necessidade de o país tocar suas reformas, que serão vitais para a retomada econômica - que, de qualquer forma, será lenta. Entre todos os segmentos do agronegócio brasileiro, talvez o que esteja mais atento à velocidade dessa retomada é o de carnes, que sofreu com aumento de custos e demanda retraída em 2016, com forte pressão sobre as margens dos frigoríficos, especialmente os de frango e suínos. Mas não só. Afinal, este ano ficou marcado pela queda do consumo per capita das três carnes principais, a começar pela bovina, e as notícias mais positivas ficaram restritas ao comércio internacional, como analisa Adolfo Fontes. Aparentemente, há condições para um maior equilíbrio no segmento no ano que vai começar. “Em 2016, faltou boi, mas sobrou
efinirão os resultados do agronegócio brasileiro no do setor em 2016. As perspectivas para o mercado elhores, é verdade carne. Só que a mudança do ciclo da pecuária tende a se acentuar em 2017, o que beneficia a indústria depois de anos de oferta escassa, e a demanda doméstica deverá reagir”, diz ele. Fontes ressalva, ainda, que este ano não foi apenas de más notícias nessa frente. Finalmente foi aberto o comércio bilateral de carne bovina in natura com os Estados Unidos e a China já desponta como o quarto principal mercado para os frigoríficos de carne bovina no exterior. E para frango e suínos, que estão com as exportações aquecidas, a tendência de queda de custos dos grãos deverá oferecer algum refresco para as margens operacionais no ano que vem. “Em 2016, o maior impacto para a indústria produtora de proteínas animais veio da quebra da safra de milho, por causa dos efeitos do fenômeno El Niño. Como a produção deve voltar ao normal nesta safra 2016/17, os preços do produto deverão começar a cair já
a partir do fim do primeiro trimestre do próximo ano. Mas, com a quebra, este também foi um ano de aprendizado para a indústria, sobretudo em relação a novas fontes de abastecimento”, diz Renato Rasmussen, em referência às compras de milho que frigoríficos e cooperativas fizeram na Argentina e no Paraguai para contornar a escassez doméstica do cereal. Também a produção de soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro, deverá registrar aumento expressivo na safra que começará a ser colhida a qualquer momento, engrossando uma confortável oferta global liderada pelos americanos, mas a forte demanda externa, principalmente da China, poderá manter as cotações internacionais em patamares remuneradores. E, nesse contexto, a recuperação das vendas no segmento de insumos como fertilizantes e defensivos poderá ter continuidade, a depender do câmbio e do crédito
disponível na praça, como observa Victor Ikeda. Para os segmentos de cana, café e laranja, cujos preços se mantiveram também elevados em 2016, as perspectivas dos analistas do Rabobank Brasil são ainda positivas, em boa medida graças a ofertas restritas. “Foi um ano excelente para o mercado de açúcar. Mas, como todo ciclo, este também vai chegar ao fim, e as usinas precisam retomar os investimentos para se preparar para isso”, afirma Andy Duff. “Para o suco de laranja, as perspectivas são bastante positivas, tendo em vista os estoques globais, que estão muito baixos. A verdade é que para o mundo não há outra saída a não ser comprar o suco brasileiro”, diz Andres Padilla. “No caso do café, é bom o cenário para preços e margens de produção, após dois anos de problemas na oferta. O desafio é das indústrias, que precisam manter margens”, completa Jefferson Carvalho. REVISTA 100% CAIPIRA |37
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FLORICULTURA
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FEIJÃO
Pesquisa mostra que variação de preço do feijão chega a 178% e da laranja chega a 232% na capital Fonte: Agro Olhar
O feijão carioca, ingrediente essencial no dia a dia do cuiabano, é o alimento com um dos maiores índices de variação de preço na Capital De acordo com pesquisa realizada pelo Procon-MT, neste mês, o produto apresentou a terceira maior variação entre os alimentos analisados, chegando a 178,56% entre o estabelecimento mais caro e o mais barato. O monitoramento – que foi feito por amostragem – visitou 12 locais, sendo dois açougues e dez estabelecimentos de comércio escolhidos aleatoriamente. O produto com maior diferenciação por marca específica foi o Feijão Carioca ‘Urbano’, encontrado com variação de 82,59%, podendo ser adquirido por valores entre R$5,80 até R$10,59 dependendo do local de compra. O produto com maior variação, se42 | REVISTA 100% CAIPIRA
gundo a pesquisa, é a Laranja do tipo “pêra”. A fruta pode ser encontrada em preços que vão de R$1,49 a R$4,95, totalizando a marca de 232,21% em alteração. Em segundo lugar, vem manga do tipo “Tommy”, que é vendida por até R$5,49 a unidade. O valor mais barato do produto é de R$1,69, com variação de preço de 224,85%. Além dos três alimentos citados, a equipe e Fiscalização, Controle e Monitoramento de Mercado do Procon estadual também coletou informações sobre sobre 36 variedades de arroz branco (pacotes de 5kg), sete marcas de óleo de soja (embalagens PET de 900ml); seis marcas de frango inteiro congela-
do (preço do quilo); 19 variedades de leite UHT Integral; 11 variedades de Leite UHT Desnatado; oito variedades de Leite UHT Semidesnatado; oito variedades de Leite UHT Zero Lactose; e duas variedades de Leite Pasteurizado. Também foram verificados os valores de comercialização do quilo de oito cortes de carne bovina (ofertadas sem congelamento, com fracionamento feito a pedido do consumidor em açougue) e quatro cortes de carne suína. Foi monitorado, ainda, o preço do quilo do pão francês comum, do pão francês com gergelim e do pão francês integral e de nove tipos de frutas frescas, vendida a granel.
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ARTIGO
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ARROZ
Fonte: Planeta Arroz
Arrozeiros buscam garantia de précusteio, comercialização e seguro agrícola no MAPA A cadeia produtiva do arroz do Rio Grande do Sul apresentou suas demandas para o Plano Safra 2017/18 ao governo federal na semana que passou O vice-presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do RS (Federarroz) Alexandre Azevedo Velho representou o setor e apresentou uma análise sobre o panorama da safra passada e da atual, em andamento. Lembrou do impacto negativo do clima adverso e das dificuldades do setor em função do baixo número de produtores com acesso ao crédito oficial. Como ponto positivo, porém, ele destacou a importância da liberação do pré-custeio para o arroz. “Apesar de a cultura do arroz ser sazonal, os tratos culturais são permanentes. Com o objetivo de melhorar a segurança do negócio, baixar custos e otimizar suas operações os orizicultores antecipam ações como o preparo de solo e para isso são necessários desem46 | REVISTA 100% CAIPIRA
bolsos, óleo diesel, fertilizantes, herbicidas, mão-de-obra e manutenção de equipamentos, entre outras coisas. É aí que o pré-custeio tem papel fundamental, pois evita de o agricultor ter que vender parte de seu produto na pressão da safra, as vezes com preços abaixo do custo”, explica. O pré-custeio alivia a pressão de oferta no mercado quando, historicamente, as cotações são mais baixas e geram prejuízo ao agricultor. Azevedo Velho também destacou a importância dos mecanismos de comercialização estarem disponíveis aos agricultores à medida da necessidade. Casos do Financiamento para Estocagem de Produtos Agropecuários (FEPM) e do Financiamento para Garantia de Preço ao Produtor (FGPP).
Os arrozeiros entregaram ao secretário nacional de Política Agrícola, Neri Geller, também uma demanda especial com relação ao aumento de custos da agricultura junto aos agentes financeiros, como por exemplo uma taxa de abertura de crédito de meio por cento para qualquer operação agrícola. E reforçaram a necessidade de mudança no sistema de seguro agrícola para o arroz. “Este tema já foi alvo da apresentação de um relatório ao Grupo de Trabalho da Câmara Setorial do Arroz. Estamos solicitando ao MAPA a devida compreensão dos fatos e da demanda, pois o seguro agrícola deve atender as necessidades da agricultura”, enfatizou o vice-presidente da Federarroz.
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Pa n e t o n e caseiro INGREDIENTES
1 kg e 1/2 de farinha de trigo ou um pouco mais 100g de fermento biológico fresco 9 claras batidas em neve 9 gemas ligeiramente batidas (ovos grandes) 150g de margarina com sal derretido (morninha) para a massa 250g de margarina com sal na temperatura ambiente para folhar 2 xícaras (chá) de açúcar 1 copo e 1/2 americano de leite morno 1 colher (sopa) de sal 1 colher (sopa) de essência de panetone 1 colher (sopa) de essência de laranja 1 xícara (chá) de água morna 400g frutas cristalizadas picadas 250g de uvas passas sem caroço
PREPARO Em uma vasilha ou bacia dissolver o fermento com a água morna, 1 colher (sopa) de açúcar e 6 colheres de sopa de farinha, misturar bem e deixar dobrar de volume mais ou menos 10 minutos Enquanto cresce: bater as claras em neve numa bacia média, até que fiquem bem firmes Adicionar as gemas, 2 xícaras de açúcar, misturar bem Então adicionar o fermento da vasilha, a manteiga derretida, o sal, o leite morno, as essências, misturar muito bem Deixar descansar 15 minutos, adicionar então a farinha e amassar bem, a massa fica um pouco pegajosa, deixar descansar por 10 minutos Enfarinhar uma mesa não muito pequena, abrir a massa com rolo, enfarinhando pra não grudar na mesa ou no rolo Passar a manteiga na massa aberta para folhar, espalhar as frutas e as uvas passas (ou chocolate conforme for o caso) Enrolar como rocambole, abrir novamente com o rolo, passar manteiga novamente, dobrar em 3 Abrir novamente com o rolo, e fazer um rocambole novamente, dividir em 3 partes se for de um 1 kg a forma ou em 6 partes de for de 500 g Colocar nas formas, deixar crescer 70 minutos Assar em forno médio por cerca de 50 minutos e quando já estiver morno colocar em sacos plásticos REVISTA 100% CAIPIRA | 49
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