MELANCIA: FRUTO BELO, SABOROSO E NUTRITIVO www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, fevereiro de 2017 - Ano 5 - Nº 44 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Originária do continente africano essa fruta se adaptou muito bem ao clima tropical do Brasil e vem trazendo um lindo colorido saudável em nossas vidas REVISTA 100% CAIPIRA |
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Concentração da chuva causa impacto na produção agrícola em SP
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Pesquisa: Vaca jersolanda pode ajudar a reduzir emissões da bovinocultura leiteira
Laticínios: Carga tributária ameaça sobrevivência das pequenas indústrias de laticínios Clima:
Energias renováveis: EPE quer estudo para medir impacto da inserção das renováveis
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Artigo: Melancia: Fruto belo, saboroso e nutritivo
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Biocombustíveis: Biocombustível aumenta demanda interna
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Milho e Sorgo:
Plantio antecipado pode ampliar a demanda na safrinha Brasil:
Economistas começam a ver melhor crescimento do Brasil em 2017 Feiras e eventos:
Showtec 2017 encerra com público superior a 16 mil pessoas Receitas Caipiras: Sorvete de Melancia REVISTA 100% CAIPIRA |
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LATICÍNIOS
Brasil, fevereiro de 2017 Ano 5 - Nº 44 Distribuição Gratuita
Carga tributária ameaça sobrevivência das pequenas indústrias de laticínios Para o presidente da Apil/RS, a retirada dos créditos presumidos inviabiliza a produção láctea no Estado O ano de 2017 inicia com grande expectativa para as pequenas e médias agroindústrias do setor lácteo. A possibilidade de aprovação da PL 214, que permitirá ao governo cortar em até 30% os créditos presumidos concedidos ao setor laticinista vai gerar perda de competitividade, menos investimento, menor produção e consequentemente desemprego. A advertência é da Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil/RS). Segundo o presidente da entidade, Wlademir Dall´Bosco, outro reflexo desta política fiscal será a própria queda de arrecadação. “Se por um lado a arrecadação vai aumentar, por outro lado ela vai cair devido ao fechamento das pequenas indústrias e a retração de investimentos. A retirada dos créditos presumidos inviabiliza a produção láctea no Estado”, garante. Para o dirigente, a saída é construir, em conjunto com o governo, alternativas onde a iniciativa privada possa investir, produzir, gerar mais empregos e renda, aumentando a arrecadação. “A nossa relação com o governo do Estado é construtiva, mas não podemos arcar com medidas recessivas que irão trazer o encolhimento da economia gaúcha”, afirma. Outro aspecto que provoca o descontentamento das pequenas indústrias é o tratamento desigual frente às gran-
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des empresas do setor lácteo, especialmente as multinacionais. Por isso, o dirigente destaca o investimento realizado pelos associados da Apil/RS em quatro anos. “De 2015 a 2018, as pequenas e médias indústrias associadas da Apil/RS investirão R$ 130,4 milhões na implantação de novas plantas, equipamentos, tecnologia, entre outros. Precisamos ter garantidas as condições necessárias, já que temos investido significativamente.”, revela Dall’ Bosco. De acordo com Dall’Bosco, a questão tributária não é uma preocupação apenas da cadeia agroindustrial e que vale apenas para o leite, mas também para o frango, o suíno, para a pecuária de corte e outras atividades do setor primário. “Precisamos criar uma agenda aberta com o governo gaúcho para mostrar que nós estamos no Estado acreditando no Rio Grande do Sul e não pretendemos sair daqui, mas precisamos ter condições de trabalhar, atuar e produzir”, ressalta. A Apil/RS, que completou 15 anos no final de 2016, tem uma participação muito relevante na produção agroindustrial do Estado. Os associados da entidade produzem cerca de 70% do queijo produzido no Estado, empregando mais de duas mil pessoas, o que gera uma forte relação com as comunidades dos municípios do interior do Rio Grande do Sul. Fonte: Apil/RS
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LOGÍSTICA E TRANSPORTE
Porto de Santos atinge em 2016 seu terceiro maior movimento anual
Fonte: Assessoria de Comunicação Porto de Santos
O Porto de Santos atingiu em 2016 um total de 113,815 milhões de toneladas de cargas Esse foi o terceiro maior movimento da história do complexo portuário, apesar da redução de 5,1% verificada em relação a 2015 (119,931 milhões t). O diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Alex Oliva, comenta que “esse volume, apesar de representar uma redução na comparação com o apurado em 2015, devido, principalmente, à expressiva queda nos embarques de milho, foi concretizado num cenário econômico global adverso, mostrando o bom desempenho do Porto de Santos, inclusive, em situações adversas”. Outro fator determinante para esse resultados, apontado pelo diretor de Relações com o Mercado e Comunidade, Cleveland Lofrano, foi a diminuição nas operações com cargas conteinerizadas naquele ano, afetadas por fatores conjunturais, como a valorização do Real, que afetou a competitividade das exportações brasileiras de maior valor agregado, em um cenário global de demanda ainda reprimida. As exportações somaram 81,423 milhões t, 7,0% abaixo do mesmo período do ano passado (87,565 milhões t), e as importações atingiram 32,391 milhões t, 0,1% acima das descargas verificadas em 2015 (32,366 milhões t). O destaque na movimentação ficou com o açúcar, cujos embarques totalizaram 20,255 milhões t, 11,4% a mais do que no ano passado (18,185 milhões t), seguido pelo complexo soja, com 19,125 milhões t, 7,6% a mais do que
no último período (17,772 milhões t). Desse total, 14,560 milhões t são de soja em grãos e 4,565 milhões t de farelo de soja, que apresentaram, respectivamente, aumento de 10,7% e redução de 1,2% se comparados a 2015. “Os embarques de açúcar e soja em grãos contribuíram para amenizar a queda na movimentação, favorecidos por uma boa safra e preços internacionais em recuperação”, comenta Lofrano. O milho, a terceira carga mais movimentada (7,943 milhões t), apresentou uma queda de 49,7% diante dos 15,786 milhões t embarcados no ano passado, caracterizando-se como o principal fator para a redução no movimento anual. A celulose somou 3,087 milhões t, ficando 9,5% abaixo do movimento do último ano (3,411 milhões t). Ainda no fluxo de exportação, aparecem o álcool, com 1,129 milhão t e o café em grãos, com 1,350 milhão t. No fluxo de importação destacam-se o adubo, com 3,549 milhões t, um aumento de 47,4% sobre o movimento do ano passado (2,408 milhões t), e o enxofre, com 1,732 milhão t, queda de 12,2% sobre o volume registrado em 2015 (1,972 milhão t). A carga conteinerizada somou 3,564 milhões teu (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), ficando 5,7% abaixo do total verificado no ano passado (3,779 milhões teu). O fluxo de embarcações somou 4.723 atracações, 8,2% abaixo do registrado em 2015 (5.144).
Balança Comercial – O Porto de Santos respondeu por 28,5% (US$ 92,108 bilhões) do fluxo de comércio brasileiro, que atingiu US$ 322,787 bilhões. Os embarques pelo complexo santista somaram US$ 51,643 bilhões, 27,9% do total Brasil (US$ 185,235 bilhões), e as descargas US$ 40,464 bilhões, 29,4% do que importou o Brasil (US$ 137,552 bilhões). Essa foi a maior participação anual do complexo portuário santista na movimentação das trocas comerciais brasileiras (em valor) em toda a sua história. O recorde anterior foi de 27,3% registrado em 2015. A movimentação do porto santista superou a soma das participações dos sete portos que ocupam da 2ª a 7ª colocação no ranking das trocas comerciais brasileiras. Os três principais destinos das exportações brasileiras foram a China (14,1%), os Estados Unidos (11,8%) e a Argentina (5,9%). As três principais origens das importações foram a China (20,4%), Estados Unidos (17,3%) e Alemanha (10,1%). Destacam-se entre as cargas de exportação o açúcar, com 12,2% do total (Índia, China e Argélia); a soja, com 10,2% (China, Tailândia e Taiwan); e o café, com 8,0% (EUA, Alemanha e Japão). Na importação aparecem o gasóleo, com 2,12% (EUA, Suiça e Holanda); caixas de marchas, com 1,37% (Japão, Indonésia e Coreia do Sul); e inseticidas, com 1,30% (EUA, Bélgica e China). REVISTA 100% CAIPIRA |
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ARTIGO
Melancia: Fruto e nutr
Originรกria do continente africano e clima tropical do Brasil e vem trazen nossas
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o belo, saboroso ritivo
essa fruta se adaptou muito bem ao ndo um lindo colorido saudĂĄvel em s vidas Por: SĂŠrgio Strini
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F
ruta bela, macia e de sabor adocicado, a melancia já está na mesa dos brasileiros há séculos. Originária do continente africano essa fruta se adaptou muito bem ao clima tropical do Brasil e vem trazendo um lindo colorido saudável em nossas vidas. Da família dos Cucurbitáceas, a mesma do pepino, da abóbora e do chuchu, com nome científico Citrullus lanatus, a melancia possui as vitaminas A, B e C que são importantes para uma dieta saudável e equilibrada, além de conter também potássio, ferro, magnésio, zinco e cálcio, contudo seus benefícios são muitos, a vitamina A encontrada na melancia é importante para a saúde ocular e também aumenta as ações de combate à infecção dos glóbulos brancos, chamados linfócitos. A Vitamina B6 encontrada na melancia ajuda a produção de anticorpos, que são parte fundamental do sistema de defesa do corpo humano. A vitamina B6 ajuda a manter normalizadas as funções neurológicas e a formar os glóbulos vermelhos, também é importante para ajudar na assimilação de proteínas, quanto mais proteína é ingerida, mas vitamina B6 é necessária. A vitamina C encontrada na melancia ajuda a fortalecer as defesas do sistema imunológico contra infecções e vírus, e pode proteger 10 | REVISTA 100% CAIPIRA
o organismo de radicais livres prejudiciais, que podem acelerar o envelhecimento e doenças como a catarata. A melancia também é uma ótima fonte de potássio, mineral necessário para o equilíbrio de água encontrada dentro de cada célula, pessoas com níveis baixos de potássio podem experimentar cãibras musculares, a redução da dor muscular é devido ao fruto ser rico em L Citrulina, o aminoácido responsável por esta função, assim como é rica em fito nutrientes como o licopeno, precursor do Beta-Caroteno, que possui alta capacidade antioxidante, contribuindo para que evite a perda celular. Além de ser um isotônico natural, a melancia tem alto poder de hidratação, pois possuem em sua composição cerca de 92% de água. A água é o nutriente mais importante para a vida – mais de dois terços do corpo humano é constituído de água. Consumir melancia na forma da fruta em si, ou na forma de suco, já garante uma ótima hidratação do corpo humano. Toda essa riqueza saudável desta maravilhosa fruta vem do trabalhador rural, do agronegócio, assim como tantos outros alimentos que compõem nossa mesa diariamente. Além disso, a cultura movimenta diversos setores da economia, tais como o setor de produção de insumos (cor-
retivos de solos, fertilizantes e defensivos), as indústrias produtoras de embalagens, o setor de transporte, o mercado atacadista e varejista. Mas de onde vem a melancia? Originária das regiões secas de um centro de diversificação no sul da Ásia. A domesticação ocorreu na África central, onde a melancia é cultivada há mais de 5.000 anos. No Egito e no oriente médio é cultivada há mais de 4.000 anos. Na China a cultura foi introduzida por volta do século X, na Europa por volta do século XIII e na América no século XVI. No Brasil por negros de origem Banto e Sudanês no processo de escravidão. As características da melancia são: A planta é rasteira e anual com folhas triangulares e trilobuladas e flores pequenas e amareladas, gerando um fruto arredondado ou alongado, de polpa vermelha, suculenta e doce, com alto teor de água e diâmetro variável entre 25 e 140 cm. A casca é verde e lustrosa, apresentando estrias escuras. No Brasil, o IBGE registrou todos os estados como produtores de melancia sendo 10 deles responsáveis por 85% da produção e desses 85% cinco estados são responsáveis por 58% da produção total que são: RS = 17%, GO = 13%, BA = 12%, SP = 10%, RN = 6%. Atualmente a produção brasileira equivale a mais de 2 milhões de tone-
ladas, sendo as regiões nordeste com os estados: BA, RN e PE, região norte: PA, TO e AM e centro-oeste: GO, MT e MS as mais representativas, na safra de 2013/14. A área colhida, nesse período, foi aproximadamente de 17.900 ha no norte, 32.260 ha no nordeste, 10.150 ha no sudeste, 23.750 ha no sul e 10.630 ha no centro-oeste, totalizando uma área de 94.690 ha. Com um volume aproximado comercializado no CEAGESP de 114.200 toneladas. A um preço médio de R$ 1,44/kg, sendo que os maiores preços foram observados nos meses de fevereiro, outubro e novembro. O custo de produção foi estimado em R$ 8.400,00 por ha/ano. A receita obtida pelo produtor foi equivalente a R$ 10.500,00 por ha/ano, gerando um lucro de R$ 2.155,00 por ha/ano. O custo médio por tonelada foi de R$ 239,00 e o preço médio de comercialização foi de R$ 300,00. Atualmente o Brasil ocupa o 4º lugar no ranking de produção da me-
lancia com mais de 2.2 milhões de toneladas por ano. A produção paulista de melancia chegou a 204,5 mil toneladas em 2011, ficou em 184,3 mil toneladas em 2013 e recuou para 179,8 mil toneladas em 2014. A área plantada foi de 6.438,88 hectares em 2013, avançando para 6.666,96 hectares em 2014. Como a produtividade geral paulista foi menor apesar do aumento da área plantada. A produção no estado de São Paulo de 2015 segundo o IBGE teve uma área plantada de 6.590 ha, foi colhida um área de 6.484 há, com uma produção total de 176.864 toneladas, tendo uma média de 30 a 35 mil kg/ ha dessa forma podemos dizer seguramente que a área plantada e a área colhida foram iguais com 100% de aproveitamento e o faturamento total no estado foi de R$ 92.320.000,00 com estimativa de R$ 521,98 por tonelada produzida. Em São Paulo a maior cidade produtora de melancia é Oscar Bressane com 1.500 ha, localizada na região de Marília, seguida
por Rancharia, com 400 ha, Itápolis com 350 ha, e Alambari com 300 há a cidade que teve maior produção por ha foi Santa Fé do Sul bem acima da média com 50mil kg/ha. Com tanta melancia tem que ter uma festa própria e esta ocorre entre os dias 2 e 4 de outubro que será realizada a mais uma edição da Festa da Melancia em Oscar Bressane (a 43 quilômetros de Marília). O evento comemora o título de maior produtora de melancia do Estado de São Paulo, que antes pertencia a Avencas, mas que se perdeu por conta da migração de cultura. Com muita festa, música e gincanas pitorescas. Dentre as provas disputadas haverá troféu para quem chupar mais melancia, cuspir a semente mais longe e adivinhar a quantidade de sementes de uma determinada melancia. Além disso, haverá disputa também entre os produtores da cidade, que vão concorrer em seis categorias; a maior melancia, a mais pesada, a mais doce, a mais bonita, a mais diferente e a que tem a melhor
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coloração. Com três dias de festa, o evento traz além das competições, praça de alimentação com muitas barracas de comidas e bebidas e brinquedos infláveis para as crianças. A comissão organizadora espera cerca de 7 mil pessoas de toda a região para esta edição da Festa da Melancia, membros da comissão organizadora da festa, dizem: “é um orgulho para a cidade realizar um evento deste porte, pois somos grandes produtores. Queremos promover nossos agricultores. Oscar Bressane é a cidade do interior que mais tem produtores”. Hoje um dos estados que mais produz melancia no Brasil é Tocantins, uma economia em franca expansão, que até a pouco tempo atrás era conhecido principalmente pela produção pecuária e também pelas áreas de plantio que eram de custo muito baixo, isso estimulou as atividades plantio, principalmente de soja, arroz, milho e cana de açúcar, entre outras culturas, nas grandes propriedades. Mas de alguns anos para cá esta realidade vem mudando e outros plantios estão ganhando espaços gigantescos
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como a floricultura, frutas como abacaxi e caju, laranja, abacate e etc. Mas devido ao clima propicio e áreas enormes, a melancia tomou destaque no cultivo tornando-se o segundo produtor nacional com isso gerando empregos direta e indiretamente na agricultura, desde os grandes produtores quanto na agricultura familiar que se utilizam da melancia para melhorar os ganhos e a produtividade. Isso são mais de 1.4 mil empregos gerados todos os anos entre o plantio e a colheita. O potencial é enorme. A área reservada para o plantio irrigado de frutas no Tocantins é de 1,5 milhão de hectares, mas até o momento apenas 91 mil foram utilizados, com destaque para a melancia. Com pouco mais de cinco mil hectares dedicados exclusivamente à cultura, a região possui uma das maiores áreas de plantio irrigado contínuo do mundo. O resultado disso foi uma colheita de 200 mil toneladas e faturamento superior a R$ 98 milhões em 2015. Mas os produtores querem mais. Mesmo com grandes áreas ainda disponíveis para o plantio, a intenção agora é aumentar
a produtividade. No ano passado, a média ficou em torno de 35 toneladas por hectare, mas a meta da Seagro-TO – Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Tocantins – é atingir 50 toneladas de melancia por hectare plantado até 2017, apostando principalmente nas qualidades naturais da região e na mão de obra especializada, trazida de Goiás. “Nós temos muitas áreas de várzea, principalmente no Rio Formoso, o que é ótimo para o cultivo da melancia. Agora temos também especialistas no plantio, já que trouxemos dezenas de produtores de Goiás para o nosso Estado. Esta foi a fórmula para que o Tocantins se transformasse em um grande polo produtor”, explica José Elias Júnior, diretor de Fruticultura e Silvicultura da Seagro do Tocantins. O executivo lembra que cerca de 80% dos produtores hoje em atividade no Estado vieram de Goiás, especialmente da região de Uruana, outra das principais áreas produtoras de melancia do Centro-Oeste. Em sua maioria arrendatários de terras,
os goianos aproveitam a estrutura de irrigação da região e a ociosidade da terra na entressafra para plantar e faturar. “Mostramos que o custo de produção era menor, por já ter toda a estrutura do arroz, por isso eles resolveram vir para cá”, completa Elias Junior. O cultivo da melancia se bem manejado sob irrigação e adoção de bom nível tecnológico, atinge altas produtividades, pois esta cultura tem grande potencial no Nordeste brasileiro, visto que esta região dispõe de elevada luminosidade e altas temperaturas durante o ano inteiro. Os estados de Pernambuco e Bahia destacam-se como o maior polo de produção de melancia no Nordeste brasileiro. O controle de fatores pré e pós-colheita, que diminuem a qualidade e o valor comercial da melancia, podem aumentar a eficiência na comercialização, mantendo a qualidade, diminuindo perdas e ampliando os lucros. As exportações brasileiras de melancia não param de crescer. O desaquecimento do consumo no mercado
interno, o dólar valorizado e os problemas de produção em países concorrentes como a Espanha têm impulsionado a venda da fruta. Na parcial da Safra 2015/2016, foram exportadas 37 mil toneladas de agosto a novembro, alta de 87%, segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento (Mdic). O número já supera todas as exportações da temporada anterior, quando o Brasil enviou 33,5 mil toneladas da fruta, aumento de 6,2% frente à safra 2013/14. Em receita, o montante gerado foi de US$ 17,6 mil, alta de 6,8%. Entre os destinos estão países da União Européia e Mercosul, além da Rússia. Já o produto de exportação é a melancia sem semente, produzida especialmente no pólo Aracati/Mossoró/Açú, no Rio Grande do Norte, que já tem a exportação de melão estabelecida. Porém cresce também a produção e a participação nas exportações de novas áreas produtoras como o litoral do Piauí. Hoje a China é o maior produtor mundial de melancia, seguida pela
Turquia, Irã e Brasil. Historicamente, o Nordeste sempre foi o maior produtor da fruta no Brasil, mas em 2011 a produção do sul do país ganhou destaque tendo o Rio Grande do Sul hoje como maior produtor de melancia, seguido por Tocantins, Goiás, São Paulo, Paraná e Pernambuco. Os embarques de melancia registram forte aumento na parcial da temporada 2015/16. De agosto a dezembro de 2015, foram exportadas 46,41 mil toneladas, segundo a Secex (Secretaria de Comercio Exterior), volume 83% maior ante ao mesmo período de 2014. A receita, em dólares, teve alta de 68,55%, somando US$ 22,81 milhões no acumulado da safra 2015/16. O avanço nas exportações ocorreu devido ao aumento na produtividade e da qualidade das frutas nas lavouras brasileiras, somada à valorização do dólar frente ao Real. Apesar da crise hídrica no RN/CE, polo exportador da fruta, o plantio em novas áreas contribuiu para a baixa incidência de doenças e alta produtividade. A temporada está prevista para finalizar em março. REVISTA 100% CAIPIRA |13
NUTRIÇÃO ANIMAL
Suplementação de bovinos no período
das
águas
O sistema de criação de bovinos baseado na exploração de forragem é preponderante no Brasil José Leonardo Ribeiro - gerente de produtos ruminantes do Grupo Guabi Fonte: LN Comunicação
Por este motivo, pecuaristas que não compreendem a relação e a interação (solo - planta -animal), dificilmente utilizarão os recursos disponíveis de maneira eficiente. Bovinos manejados em regime de pasto têm como principal fonte de alimento a forragem, que possui oferta e valor nutricional (qualidade) variável ao longo do ano. A estação da seca (outono e inverno) é marcada pela menor oferta de forragem - consequência da quantidade reduzida de água, baixa temperatura e menor fotoperíodo. Em adição, o valor nutricional desta forragem normalmente é inferior (menores teores de proteína, energia e minerais), pois quase sempre é oferecida aos animais com idade de crescimento mais avançada. 14 | REVISTA 100% CAIPIRA
Para evitar a perda de bovinos manejados em regime de pasto, neste período, pecuaristas investem em tecnologia de suplementação a pasto e substituem minerais linha branca pelos proteicos, proteico-energéticos ou rações de semiconfinamento. Estes suplementos disponibilizam além dos macro e microminerais, carboidratos não estruturais, proteína e aditivos melhoradores de desempenho. Como resultado, o ambiente ruminal é enriquecido com nitrogênio e nutrientes digestíveis totais fermentescíveis. Os microrganismos se tornam mais eficientes ao degradar fibra, os animais aumentam a ingestão de alimento e ganham mais peso. A suplementação com fontes protéicas na estação da seca é mais disseminada e compreen-
dida no campo, quando comparada ao mesmo procedimento adotado no período das águas. Na estação chuvosa a forragem se apresenta verde e abundante, o que reduz consideravelmente o uso de suplementos proteicos, proteico-energéticos e rações. Na estação das águas, o fornecimento de 80 g de suplemento mineral contendo macro (cálcio, fósforo, magnésio, enxofre e sódio) e microminerais (manganês, zinco,cobre, iodo, cobalto, selênio e ferro) propiciará aproximadamente 400 a 500 g de peso vivo (PV)/ animal / dia, caso não haja restrição de qualidade e oferta de alimento volumoso. Este é o principal motivo pela menor suplementação protéica nas águas, porém a eficiência alimentar e desempenho dos animais
poderiam ser bem superiores. É importante ressaltar que a adoção de suplementos que forneçam somente minerais no verão não é uma prática incorreta, pelo contrário, o não fornecimento destes minerais resultaria em perdas produtivas e reprodutivas. No entanto, a suplementação com fontes adicionais de proteína e carboidratos de rápida degradação ruminal resultam em: • Maior desempenho em pastagens manejadas intensivamente - estas áreas são normalmente muito adubadas e apresentam elevados teores de nitrogênio. É necessário fornecer carboidratos visando à sincronização com a porção solúvel e de rápida degradação ruminal da proteína disponível na forragem;
• Maior desempenho em pastagens manejadas de maneira mais leniente (baixa taxa de desfolha, onde há maior presença de material senescente). Neste caso, é necessário o aporte de proteína verdadeira (aminoácidos), o que resultará em maior consumo e digestibilidade do alimento. O incremento de desempenho é necessário, visto que a constante valorização da terra, maior preço da reposição e o incremento dos custos de produção obrigam a atividade pecuária a se tornar cada vez mais eficiente. Apenas o aumento do teor de proteína bruta e dos nutrientes digestíveis totais (NDT) do capim, no período das águas, não é suficiente para um ganho de peso adicional dos animais. A suplementação resultará em
maior investimento, porém a compensação virá com o aumento de peso (mérito individual) e da produtividade (@/hectare/ano). O período de engorda de um animal suplementado com proteinado, em comparação ao ruminante que recebe apenas mineral linha branca, é inferior. Este sistema acarreta no ganho indireto de poder retirar o animal mais cedo do pasto, disponibilizando o espaço para outro bovino, que iniciará o processo de recria ou engorda. É fundamental que o produtor de proteína de origem animal avalie não somente o quanto investirá na alimentação complementar, mas o retorno do capital investido quando a suplementação é realizada de maneira correta. REVISTA 100% CAIPIRA | 15
CLIMA
Concentração da chuva causa impacto na produção de milho, cana, hortaliças, frutas e flores em SP
O plantio de janeiro da cana-de-açúcar também deve ter sido afetado, de acordo com Brunini
Fonte: IAC
Índices pluviométricos registrados em janeiro de 2017 estão dentro da média histórica na maioria das cidades paulistas, de acordo com informações do Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (Ciiagro), do Instituto Agronômico (IAC-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Apesar de o volume de chuva deste ano estar dentro da média histórica para a maioria das regiões paulistas, a concentração e constância das precipitações dos últimos dias causaram impacto na produção de alguns produtos agrícolas, como milho safrinha, cana-de-açúcar, hortaliças, frutas e flores, além de ter dificultado o manejo de solo e tratos culturais. O pesquisador do IAC Orivaldo Brunini aponta que as chuvas da última semana podem ter causado impacto na produção de milho safrinha em Capão Bonito e na região do Médio Paranapanema. “O plantio antecipado em Capão Bonito fez com as plantas fossem submetidas a altas temperaturas no início do mês e agora com excesso hídrico e baixa luminosidade, o que causa prejuízos na polinização. Os plantios na região do Médio Paranapanema podem atrasar”, explica. O plantio de janeiro da cana-de-açúcar também deve ter sido afetado, de 16| REVISTA 100% CAIPIRA
acordo com Brunini. A baixa luminosidade e o alto índice de chuvas favorecem o florescimento da cana em variedades sensíveis e a alta umidade é um fator prejudicial para o plantio da cultura. A colheita também deve ter sido afetada. Essas condições climáticas causam impacto na produção de hortaliças folhosas, afetando a qualidade das folhas e ocasionando o aumento da incidência de doenças. Impactam também a qualidade de frutas como figo e uva, e flores, que não estão sendo cultivadas em sistema protegido. Chuva De acordo com dados do IAC, em Campinas choveu 267,46 milímetros de 1º a 26 de janeiro de 2017. A média de chuva para a cidade em janeiro, porém, é de 272,9 milímetros. O volume de chuva para os primeiros 26 dias de janeiro na cidade foi superior ao volume total registrado para o mês todo em 2015, quando choveu 202,95 mm, e 2014, quando foram registrados 181,35 mm. Outros municípios, porém, registraram chuvas acima da média, como Franca, em que até 26 de janeiro de 2017 foi registrada precipitação de 425,70 mm, enquanto sua média histórica para o
período é de 292,8 mm; e Vargem, com 340,11 mm em janeiro de 2017, quantidade superior aos 263,3 mm de média. Observa-se que alguns locais já ultrapassaram a média do mês de janeiro. Porém, não se atingiu ainda valores máximos históricos, como Campinas, que já apresentou 629 mm no mês, e Ribeirão Preto, com valores acima de 430 mm. Os dados registrados fazem parte do Ciiagro, do IAC. O trabalho conta com o apoio da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), também da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Para o secretário Arnaldo Jardim, São Paulo é hoje o Estado com maior quantidade de informações meteorológicas do Brasil, um trabalho com impactos positivos no campo e nas cidades. “No campo, as informações são usadas para orientar as etapas do processo de produção e indicar adequadamente variedades adaptadas às condições climáticas da região onde se pretende cultivar. A ferramenta agrometeorológica contribui para o uso racional dos insumos e sua aplicação no melhor momento, evitando coincidências com os períodos chuvosos. Este trabalho é uma das diretrizes do governador Geraldo Alckmin, pois melhora a produção”, afirma.
CONFRATERNIZAÇÕES ANIVERSÁRIOS CASAMENTOS FESTAS
ESPECIALIDADES: COSTELA DE CHÃO PORCO DE CHÃO PORCO NO ROLETE GALINHADA VACA ATOLADA FEIJOADA FEIJÃO TROPEIRO ARROZ CARRETEIRO
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MANEJO
O pampa virou areia: agronegócio intensifica processos de erosão no bioma gaúcho
O agricultor Claudio Hamilton Pereira da Luz vê com desgosto a mancha de areia que se forma em meio à sua plantação de milho em Passo Novo, no Sudoeste do Rio Grande do Sul Fonte: Agência Brasil de Fato
“É por causa do mau uso da terra”, explica o pequeno produtor, que mora no assentamento Novo Alegrete, a 520 km de Porto Alegre. “Até maio de 2008, aqui era uma fazenda de soja”. Em todo o estado, estima-se que pelo menos seis mil hectares da zona rural estejam tomados pela areia. O fenômeno da arenização não depende apenas da ação humana, mas é consenso entre os pesquisadores que a expansão da agricultura comercial ajuda a intensificar os processos erosivos. O desmatamento da flora nativa para plantação de soja, por exemplo, leva à extinção da vegetação em regiões específicas do estado e contribui para que o solo fique mais exposto ao vento e às tempestades. Os altos índices de chuva e o solo arenoso da região criam sulcos no interior do solo e abrem fendas que se expandem a cada enxurrada, formando crateras de areia chamadas de “voçorocas”. Com a ação do vento, a areia se espalha sobre os campos e dá origem a manchas como aquela que Claudio observa na localidade de Passo Novo. Das 56 famílias assentadas em Novo Alegrete, pelo menos quatro lotes têm 18| REVISTA 100% CAIPIRA
o plantio impossibilitado pelos areais. Como aquele costumava ser um terreno de monocultura, os moradores acreditam que a diversificação dos cultivos pode evitar que o problema se repita nos lotes vizinhos: “Aqui tem canavial, também se planta milho, aipim, batata doce…”, enumera o produtor. “Como está chovendo muito, eu tenho plantado mais milho”. Segundo o pesquisador Roberto Verdum, o problema não são apenas as monoculturas, mas o manejo inadequado dos terrenos. “O primeiro grande momento de crescimento da demanda por soja foi nos anos 70, e os médios e grandes proprietários nunca tiveram a preocupação de não expor o solo. A areia, para eles, já fazia parte da paisagem”, analisa Verdum, professor do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “Como aquela era há séculos uma região típica de pastoreio, a expansão da agricultura comercial também fez com que se diminuísse a área destinada à pecuária. E, como o número de cabeças de gado por hectare não diminuiu proporcionalmente, o aumento da pres-
são sobre o terreno também intensificou os processos erosivos nos pampas”. A área conhecida como pampa rio-grandense, também chamada de campanha gaúcha, ocupa cerca de 176 mil km² – ou 2% do território nacional – próximo à fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina e o Uruguai. Com uma vegetação nativa composta por gramíneas e plantas rasteiras, o bioma localiza-se na área de maior predominância de campos naturais preservados do Brasil. Êxodo rural As pequenas propriedades da zona rural do município de São Francisco de Assis estão entre as mais afetadas pela erosão. Maria Gloreti Brito precisou deixar a localidade de Santa Maria do Ibicuí – entre Alegrete e São Francisco de Assis – e hoje mora em São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre: “No meu lote tem muita areia”, conta. No final dos anos 1970, a Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul implantou o chamado Plano Piloto
de Alegrete, um conjunto de pesquisas empíricas para “recuperação dos desertos” que concluiu que o eucalipto era a espécie que melhor se desenvolvia sobre os areais. Por três décadas, o governo e a iniciativa privada investiram no plantio da árvore, sob pretexto de incorporar áreas desmatadas ou pouco férteis ao sistema produtivo. Com a chegada da empresa sueco-finlandesa Stora Enso na região, em 2007, tornou-se evidente que os projetos de monocultura de eucaliptos nos pampas, além de não solucionarem o problema da erosão, perpetuavam a lógica do agronegócio no estado. Segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São Francisco de Assis, foram 11 mil hectares vendidos para grandes empresas para produção de eucaliptos no município nos últimos seis anos. “Os pequenos produtores, sem alternativa, são forçados a vir para a cidade, formando novas vilas, favelas, porque ficam sem emprego. E o que antes era terreno de agricultura familiar, virou eucalipto”, lamenta o presidente do sindicato, Aureliano Pires.
Mesmo sem números precisos do êxodo rural na região, a maior preocupação da entidade em 2017 é a segurança alimentar da população. Representante dos pequenos produtores do município, Aureliano Pires chama atenção para o crescimento do mercado consumidor de alimentos na zona urbana: “Antes, a agricultura familiar produzia 70% do que era consumido na cidade. De repente, a demanda por comida aumentou, mas não há quem produza”, alerta. “A gente sabe que essa areia tem a ver com o mau uso da terra, com as monoculturas de soja e de fumo, que tem muito aqui na região. Só que a alternativa que a gente propõe como produtores não é o eucalipto, mas um novo estímulo à agricultura familiar”. Concentração fundiária O Rio Grande do Sul é o terceiro maior produtor brasileiro de soja – na safra 2015-2016, o estado produziu 16 milhões de toneladas. “A soja teve uma baixa entre 1985 e 1990, mas de uns dez anos para cá, com a nova retoma-
da do mercado global de commodities, grandes produtores estão voltando a comprar áreas para lavoura naquela região”, aponta Roberto Verdum. Na última safra, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), cerca de 5,5 milhões de hectares do território gaúcho foram utilizados exclusivamente para o plantio de soja. O pesquisador da UFRGS reconhece que existe uma relação entre arenização e concentração fundiária na região dos pampas, principalmente no que se refere à sojicultura. “Se você tem uma pequena propriedade e 25% dela é atacada por processos erosivos, isso é um problemão. Mas o grande proprietário geralmente não se importa se há uma ou outra mancha. Para ele, não faz diferença, porque ele tem muitos hectares. Então ele não vai mexer, não vai cuidar”, exemplifica o geógrafo. “Mas os estudos sobre a arenização costumam ficar só na parte técnica, no manejo da terra. O debate que envolve a questão fundiária é um debate político que ainda não foi feito”, admite.
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FEIJÃO
Preços do feijão podem cair ainda mais
Fonte: Gazeta do Povo
E se os preços não estão como os produtores gostariam, a situação pode piorar quando entrar a segunda safra de feijão (a principal do Paraná) S e t u d o o c or re r b e m c om a s c on d i ç õ e s m e t e oro l ó g i c a s , d e v e m s a i r d a s l av ou r a s d o Pa r a n á 4 0 5 , 5 m i l t on e l a d a s n e s t a t e mp or a d a . O nú m e ro é 3 6 % m a i or d o qu e o d o a n o p a s s a d o, q u a n d o s e c o l h e u 2 9 7 , 3 m i l t on e l a d a s - c om u m a qu e br a e m v á r i a s re g i õ e s p or c au s a d o c l i m a d e s f av or áv e l . “É d i f í c i l c on j e c tu r a r, m a s h á p o s s i bi l i d a d e d e o s pre ç o s t e re m u m a qu e d a n a s e g u n d a s a f r a”, ap ont a o t é c n i c o d o D e r a l , E d m a r G e r v á s i o. A l b e r t o S a nt i n , d a C o op e rt r a d i ç ã o, d i z qu e n a av a l i a ç ã o d e l e h á u m a j a n e l a n a qu a l o pre ç o d e v e m e l h or a r u m p ou 20| REVISTA 100% CAIPIRA
c o e qu e p o d e s e r aprov e it a d a p e l o s a g r i c u lt ore s . S e g u n d o e l e , d e 1 5 d e f e v e re i ro at é 1 5 d e a br i l h av e r á u m a re du ç ã o n a of e r t a , c om o p e r í o d o e nt re a c o l h e it a d a pr i m e i r a e d a s e g u n d a s a f r a . “L ó g i c o q u e t e m o s mu it o e s t o q u e d a pr i m e i r a s a f r a qu e é m a i or n e s s e a n o. O Su d o e s t e , qu e n ã o c o s tu m a t e r u m a pr i m e i r a s a f r a g r a n d e , n e s s e a n o t e v e u m au m e nt o c on s i d e r áv e l , pu x a d o p e l o s pre ç o s d o a n o p a s s a d o, e o s C a mp o s G e r a i s t a m b é m . Is s o a b a s t e c e r á o m e rc a d o e p o d e s e g u r a r u m p ou c o”, p on d e r a . S o bre a s e g u n d a s a f r a d e f e i -
j ã o, S a nt i n c on s i d e r a q u e h á d oi s f at ore s q u e p o d e m m e x e r b a s t a nt e n a s c ot a ç õ e s d o g r ã o. “A s a f r i n h a d e f e ij ã o n o s s a n e s s e a n o v e m f or t e d e p oi s d a proi bi ç ã o d o c u lt i v o d e s oj a s e g u n d a s a f r a . S e o c l i m a o c or re r n or m a l m e nt e , s e m f e n ôm e n o s e x t r a s p a r a pre j u d i c a r a c u l tu r a , o bv i a m e nt e qu e t e re m o s c omp l i c a d ore s d e pre ç o s n ov a m e nt e l á n a f re nt e”, a l e r t a . A p a r t i r d e 2 0 1 7 , o g ov e r n o d o Pa r a n á proi biu a s a f r i n h a d e s oj a p a r a au m e nt a r o v a z i o s a n it á r i o e m e l h or a r o c ont ro l e d e d o e n ç a s , c om o a f e r r u g e m a s i át i c a .
ANÁLISE DE MERCADO
Com crise mundial, Brasil pode ampliar exportação de aves
Fonte: Correio do Povo
Se conseguir se manter livre da Influenza aviária, o Brasil poderá ampliar a venda de carne de frango e ovos para outros países. Levantamento da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) aponta que mais de 600 mil toneladas estão banidas das exportações pelo mundo, em função dos casos da doença notificados em 35 países. “O Brasil tem que se preparar para atender boa parte desse quantitativo, porque o nosso status sanitário impecável passa a ser referência, países como Rússia e Egito já estão comprando nosso material genético”, citou o presidente da ABPA, Francisco Turra, durante reunião, na quinta-feira, em Porto Alegre, que mobilizou o setor produtivo, autoridades e serviço veterinário oficial para debater ações preventivas contra a doença. O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Nestor
Freiberger, afirma que o Rio Grande do Sul, que exportou no ano passado 746 mil toneladas, teria condições de abastecer parte desse mercado externo disponível em curto prazo, amparado em acordos comerciais já existentes e na capacidade instalada. “O Brasil estando liberado na questão sanitária, conseguiria fechar novos embarques imediatamente. Como tivemos retração no consumo interno, em função da crise, seria uma forma do nosso setor atender uma demanda maior”. comentou. De acordo com Freiberger, o Estado produziu 840 milhões de aves, em 2015. Desse total, exportou 45,5%. “Em médio prazo, poderíamos elevar em até 10% a produção”, estima. Para continuar longe da enfermidade, que seria “catastrófica para o Rio Grande
do Sul”, Freiberger reivindica, com urgência, a proibição do trânsito interestadual de aves vivas. “A circulação seria uma forma muito perigosa de espalhar um possível foco da doença de uma para várias regiões”, explica, acrescentando que as granjas e frigoríficos devem continuar impedindo o acesso de qualquer pessoa estranha às suas instalações. A auditora fiscal federal agropecuária da Superintendência do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul, Taís Barnasque, pediu que qualquer comportamento suspeito de aves, de granjas ou de fundo de quintal, seja informado imediatamente às inspetorias veterinárias e responsáveis técnicos. Em fevereiro, uma equipe irá monitorar aves migratórias na Lagoa do Peixe REVISTA 100% CAIPIRA |21
SUÍNOS
Matrizes suínas criadas em baias coletivas e com alta fibra na ração apresentam melhor desempenho durante gestação O objetivo do estudo é identificar o melhor ambiente para o animal, com base na alimentação e no sistema de criação dos animais
Um estudo desenvolvido pelo Instituto de Zootecnia, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, mostrou que as matrizes suínas criadas em baias coletivas e com alta fibra na ração apresentaram um desempenho melhor durante o período de gestação. O objetivo do estudo é identificar o melhor ambiente para o animal, com base na alimentação e no sistema de criação dos animais. Para analisar o bem-estar de matrizes, o IZ realizou experimento sobre o sistema de criação de porcas, que receberam ração com diferentes níveis de fibra bruta e foram alojadas em baias individuais (gaiolas) e coletivas. De acordo com o coordenador do projeto, pesquisador Fábio Enrique Lemos Budiño, a meta é ampliar o conforto dos animais durante a gestação. “As fibras visam o bem-estar dos suínos, o controle excessivo de ganho de peso e minimizam o estresse decorrente do 22| REVISTA 100% CAIPIRA
confinamento e da restrição alimentar de fêmeas reprodutoras”, explicou. De acordo com alguns estudos, os alimentos ricos em fibras ativam mais rapidamente o centro de saciedade cerebral dos suínos, mediante a dilatação das paredes do estômago, e tornam a digestão dos ingredientes mais lenta pela menor taxa de passagem gastrointestinal. Isso faz com que os animais com restrição alimentar quantitativa permaneçam menos tempo em condição de estresse, por causa da sensação de fome. O conceito do uso de fibras é considerado uma fonte alternativa de energia na alimentação de suínos destinados ao abate nas fases de crescimento e terminação, além de animais para reprodução. Outro ponto chave do estudo foi a dieta oferecida às matrizes. A dieta utilizada mostrou que o alto nível de fibra não interferiu no desempenho reprodutivo das fêmeas, sendo, portanto in-
Fonte: Assessori
dicado o feno de tífton na formulação da dieta das porcas como alternativa de melhorar o bem-estar e diminuir o custo da ração. Budiño mencionou que o sistema de criação em baias coletivas, além de proporcionar melhor conforto aos animais, diminuiu a estereotipia – comportamentos repetitivos de estresse –, permitindo que as porcas revelassem um comportamento mais próximo do natural. O experimento também mostrou que os valores de cortisol salivar, encontrados durante a pesquisa, foram baixos, indicando que os animais não estavam estressados. Para Budiño ,a criação de suínos evoluiu e passou a ser uma cadeia de produção que explora a atividade de forma econômica e competitiva, com novas técnicas e modelos de coordenação das atividades entre os fornecedores de insumos, produtores rurais,
ia de Comunicação Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
agroindústrias, atacado, varejo e consumidores. “O estudo foi muito importante para atender essa demanda, pois mostrou que os animais devem ser mantidos em situações ambientais que não causem estresse, melhorando o desempenho animal, levando à melhor conversão alimentar e, consequentemente, diminuindo os custos”, explicou o pesquisador. A diretora do IZ Renata Helena Branco Arnandes destacou que há grandes expectativas para o setor, principalmente, em produzir um alimento de qualidade, “observando as implicações dessa produção ao meio ambiente”. “As exigências surgem e a tecnologia busca atendê-las, paralelamente, aos novos conceitos do consumidor sobre alimento sustentável e saudável, buscando soluções de alojamento e manejo adequados”, falou. “Pode-se dizer que os três maio-
res desafios da agricultura moderna estejam no tripé segurança alimentar, manutenção do bem-estar animal e questões ambientais”, salientou Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento, ao reforçar o cumprimento das diretrizes estabelecidas pelo governador Geraldo Alckmin, em melhor atender às necessidades do produtor rural e às expectativas do mercado consumidor, provocando mudanças nos sistemas de criação. Participaram deste projeto a aluna do curso de mestrado do IZ, Renata de Fátima Nogueira Vieira, o professor Silvio de Paula Mello, da Faculdade Doutor Francisco Maeda (Fafram), e a pesquisadora do IZ, Keila Roncato Duarte. Cenário De acordo com a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), em 2015, a suinocultura brasileira re-
gistrou, o Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 62,57 bilhões gerou 126 mil empregos diretos e mais de 900 mil indiretos. A entidade informa ainda que o País registrou um plantel reprodutivo de mais de 1,7 milhão de matrizes tenrificadas; o abate de 39,3 milhões de animais e uma movimentação de R$ 149,86 bilhões em toda a cadeia produtiva. De acordo com o sistema de produção, a suinocultura independente representa 38% da atividade, 23% das cooperativas e 39% da integração A estimativa para este ano é que a produção cresça 14% em relação a 2011, chegando a 3,8 milhões de toneladas. Já as exportações deverão atingir um valor recorde em 2016, de aproximadamente 700 mil toneladas. Em relação ao consumo, é possível afirmar que nos últimos 20 anos o brasileiro aumentou em 113% a ingestão de carne suína. REVISTA 100% CAIPIRA | 23
PESQUISA
Vaca jersolanda pode ajudar a reduzir emissões da bovinocultura leiteira
No estudo, coordenado pela pesquisadora da Embrapa Patrícia Anchão, a avaliação de emissões foi realizada entre as vacas holandesas e jersolandas em lactação em dois sistemas de pastejo diferentes A raça jersolanda, resultado do cruzamento entre animais jersey e holandesa, apresentou menor emissão de gases de efeito estufa (GEE) em comparação à raça Holandesa. Foi o que mostrou pesquisa realizada na Embrapa Pecuária Sudeste (SP). Apesar de as duas raças apresentarem emissões compatíveis com os melhores sistemas internacionais, a Jersolanda teve menor emissão por vaca e por quilo de leite produzido, este último medido no período de um ano de experimento. No estudo, coordenado pela pesquisadora da Embrapa Patrícia Anchão, a avaliação de emissões foi realizada entre as vacas holandesas e jersolandas em lactação em dois sistemas de pastejo diferentes: extensivo com baixa taxa de lotação e intensivo irrigado com taxa de lotação alta. Ao todo, foram observadas 24 vacas leiteiras: 12 holandesas e 12 jersolandas e as avaliações foram conduzidas durante o período total de duas lactações, aproximadamente 300 dias. As medições foram feitas três vezes durante 24 | REVISTA 100% CAIPIRA
cada período de lactação, no inverno, primavera e verão. Tanto no sistema extensivo como no intensivo, a raça Jersolanda apresentou menor emissão de GEE ao dia. Considerando-se o balanço de carbono, a Jersolanda emitiu entre 9% e 13% menos metano que a Holandesa, dependendo do grau de intensificação dos piquetes. Além disso, em relação à capacidade de lotação, é possível ter uma vaca a mais por hectare, em comparação à Holandesa. De acordo com Patrícia, embora a produção de leite não tenha demonstrado diferença entre as duas raças, ambas mantiveram média de 25 quilos ao dia, a emissão de metano da Jersolanda foi menor por quilo de leite produzido em uma das lactações avaliadas. Mesmo assim, a pesquisadora destaca que as emissões das vacas holandesas estão próximas das observadas em outros países, em torno de 18 gramas de metano emitido para cada quilo de leite produzido. Para a indústria láctea e para o pro-
dutor, dois fatores que podem fazer a diferença são o teor de gordura e o teor de proteína no leite. Tanto o teor de gordura, quanto o de proteína afetam o preço final do produto ao pecuarista, que recebe uma bonificação pela qualidade da matéria-prima fornecida aos laticínios. Esses teores estão relacionados ao rendimento industrial para fabricação de queijos, por exemplo. O teor de gordura não diferiu entre as raças, mas a vaca jersolanda produziu leite com teor de proteína superior ao da vaca holandesa. A pesquisa ainda estimou a quantidade necessária de árvores para neutralizar a emissão por quilos de leite produzidos por hectare. Em sistemas intensivos, seriam necessárias cerca de 40 árvores para neutralizar as emissões de uma vaca jersolanda. Já no caso da holandesa, o produtor teria que plantar 12 árvores a mais, no total de 52, para ocorrer a neutralização. Segundo o pesquisador Alexandre Berndt, a menor emissão pode estar relacionada a algumas características da
Fonte: Embrapa Pecuária Sudeste
vaca jersolanda. Uma delas é o tamanho do animal: os mestiços jersolando são menores que os holandeses. Conforme Berndt, animais de menor porte, geralmente, comem menos e, por consequência, emitem menos gases de efeito estufa. Como as vacas jersolandas produziram a mesma quantidade de leite que as holandesas em uma das lactações, a emissão por litro de leite ficou menor para os animais do primeiro grupo. De acordo com o especialista, a pesquisa indica mais um caminho para a redução da emissão de gases de efeito estufa na pecuária. Ou seja, as vacas jersolanda podem ser uma alternativa para que os sistemas de produção de leite brasileiros registrem menores emissões. No Brasil, a emissão de gases de efeito estufa proveniente da fermentação do sistema digestório no setor pecuário está estimada em 18,4%. A agropecuária é responsável por 32% das emissões nacionais, segundo estimativas anuais de emissões de GEE,
do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) de 2016. A Embrapa estuda formas para reduzir essas emissões com adoção de sistemas integrados, como integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), recuperação de pastagens degradadas, uso de aditivos na nutrição, elevação da lotação animal e
aumento da produtividade em sistemas de produção. No entanto, as avaliações de emissões em relação às raças ainda é pouco comum e pode ser mais uma alternativa de mitigação, de acordo com o pesquisador, para quem o sucesso dessa abordagem ainda vai depender dos resultados de mais experimentos.
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FRUTICULTURA
SC: Valorização da maçã – AMAP espera o preço da maçã já acima de R$ 1,70 o quilo
Fonte: São Joaquim Online
A Associação de Produtores de Maçã e Pera de Santa Catarina a AMAP evidenciou nesta semana que o preço da maçã deverá ser em torno de R$ 1,70 a R$ 2,20 o quilo, já que estamos propensos a ter uma das mais qualitativas safras dos últimos tempos Segundo o levantamento de nível nacional o Brasil deverá produzir em 2017 cerca de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) toneladas de maçã, mas dentro de um quadro conscientemente calculável deve-se acrescer a variação de 5% durante a safra, mais a perda de 8% durante a colheita e transporte, mais 7% durante o processamento e cerca de 10% de perda durante a estocagem e frigorificação. A AMAP ainda informou que este soma chega em torno de 25% durante todo este processo. Cerca de 250 mil toneladas de maçã devem se transformar em maçã indústria. O ano de 2016 foi um ano promissor para o desenvolvimento do fruto, mas o granizos castigaram diversos pomares em grande parte dos municí28 | REVISTA 100% CAIPIRA
pios de Bom Jardim da Serra, Vacaria e Fraiburgo. Mesmo assim restam, no mercado, cerca de 750 mil toneladas de maçã, sendo destinado 70 mil para exportação, sobrando em torno de 680 a 720 mil toneladas de maçã fresca no mercado para o consumo dos brasileiros. Relatou a AMAP. Para o Presidente da AMAP Rogério Pereira – Pirata a maçã 2017 terá um calibre maior e qualidade considerável para o ganho extra e valorização do fruto: “Em termos de qualidade a maçã de 2017 é excelente, ela tem um calibre maior devido as chuvas torrenciais e o frio suficiente para seu crescimento. Eis a grande vantagem da altitude catarinense, pois temos um clima propí-
cio, um fruto consistente e com sabor excelente. Inclusive a região produtora está sendo privilegiada pela rede globo em propaganda espontânea atestando a qualidade e a potencialidade de nossa maçã… E tudo isto gera a grande especulação do mercado, temos a propaganda nacional do produto, a rigorosa qualidade do produto e a expectativa é que as empresas possam pagar diretamente em dinheiro ao produtor num valor equitativo para mais de R$ 1,70 o quilo da maçã” Revelou o presidente da AMAP Rogério Pereira. O Secretário-adjunto da Agricultura do Estado Airton Spies já havia, também, declarado que os preços devem se ajustar na próxima semana indicando que com uma safra melhor, os produtores de maçã terão uma remuneração maior.
PRAGAS E DOENÇAS
Monitoramento de pragas começa na fase inicial das lavouras
Fonte: Embrapa Milho e Sorgo
Hora de plantar a segunda safra nas lavouras e também de monitorar as diferentes pragas que podem afetar o sistema de produção. Nesta época, o milho, o sorgo e o milheto são opções para o produtor de grãos, silagens e sementes Segundo o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo Paulo Afonso Viana, o aumento da população de insetos, em especial das lagartas, acontece em razão do uso intensivo de culturas, associado ao clima favorável. "Inicialmente, as lavouras são atacadas por lagartas que danificam a base do colmo das plantas. Posteriormente, ocorrem as pragas de hábito aéreo, que atacam as folhas, o colmo e as espigas", diz. Uma das principais espécies de insetos-praga da fase inicial das lavouras de milho, sorgo e milheto é a lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus). Esta praga causa sérios prejuízos a essas culturas e a diversas outras das famílias das gramíneas e das leguminosas, principalmente quando ocorre um período de estiagem logo após a emergência das plantas. Outras pragas que também merecem destaque, pela importância eco-
nômica dos danos que podem causar, são a larva-alfinete (Diabrotica speciosa), para o milho; a larva-arame (Conoderus spp., Melanotus spp), para o milho, o sorgo e o milheto; os corós (Diloboderus abderus, Eutheola humilis, Dyscinetus dubius, Stenocrates sp, Liogenys, sp.) e os percevejos barriga-verde (Dichelops furcatus e D. melacanthus), para o milho. Para fazer um controle mais eficaz e evitar danos econômicos, o produtor deve pensar no complexo de pragas do sistema de produção como um todo e monitorar a praga desde o início, nas diversas culturas. "Para isso é necessário conhecer o histórico da área a ser cultivada, identificando os principais problemas fitossanitários apresentados ao longo dos últimos anos", explica o pesquisador. O segundo passo é realizar o monitoramento populacional da praga no
campo e conhecer suas principais características biológicas. "É importante ressaltar que uma identificação incorreta do inseto pode acarretar insucesso nas medidas de controle", afirma Viana. Outras pragas Existem outras pragas iniciais de ocorrência esporádica que também podem trazer prejuízos. As principais são a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), atacando a base do colmo da planta; a lagarta-rosca (Agrotis ípsilon), secionando o colmo; os tripes (Frankliniela williamsi), raspando o limbo foliar; e os cupins de hábitos subterrâneos dos gêneros Proconitermes e Syntermes, atacando as raízes. Em determinadas condições, essas espécies podem demandar medidas de controle antes de atingirem elevados níveis populacionais. REVISTA 100% CAIPIRA |29
BIOCOMBUSTÍVEIS
Biocombustível aumenta demanda interna
Fonte: Diário de Cuiabá
O ano de 2017 começou com boas novas a cadeia produtiva da soja, tanto pelo aumento da demanda interna como pelos investimentos e pela geração de empregos, renda e impostos diretos e indiretos que serão gerados a partir da produção de biocombustível A Caramuru Alimentos vai investir cerca de R$ 24,5 milhões na construção de sua terceira unidade de produção. A autorização veio nesse início de ano da Agência Nacional de Petróleo e Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A Caramuru Alimentos é uma das maiores processadoras de grãos do país e escolheu Sorriso (460 quilômetros ao norte de Cuiabá), para ser a sede de sua nova planta no Estado. Terá capacidade para produzir 285 mil litros por dia, ou cerca de 104 milhões de litros por ano. “Sorriso, a propósito, é o município líder em exportações do Mato Grosso, movimentando US$ 1,36 bilhão e, além disso, detém a maior área e produção de grãos do país, tanto em soja, quanto em milho, pontua o vice-presidente da Caramuru Alimentos, César Borges. Os recursos para a construção da nova planta serão financiados pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO). Esta será a terceira fábrica de biodiesel da empresa no país. A companhia já opera duas unidades em Goiás que, juntas, têm capacidade para processar 450 milhões de litros por ano. “Com mais está unidade de produção, cresce a demanda pela soja produzida em Mato Grosso e, consequentemente, as oportunidades de negócios dos produtores locais”, defende o vice-presidente. 30 | REVISTA 100% CAIPIRA
Ainda como argumenta, outro aspecto positivo segundo Borges, é a retomada do mercado brasileiro de petróleo. A produção cresceu no ano anterior, bem como a balança comercial, que registrou superávit de R$ 410 milhões. As exportações somaram US$ 13,47 bilhões, enquanto as importações movimentaram US$ 13,06 bilhões. De outra parte, a Petrobrás anunciou um aumento de 6,1% sobre os preços do diesel no início de janeiro deste ano. A informação é relevante porque, como se sabe, o biodiesel é acrescentado hoje ao diesel na proporção de 7%, índice que passará para 8% até 2017, 9%, até 2018 e 10%, até 2019. “Ganham, particularmente, com isso os produtores do Mato Grosso, o maior produtor de soja – principal matéria-prima do biodiesel”. “Com a maior oferta do biocombustível, os produtores do Estado têm, paralelamente, a oportunidade de promover maior utilização em seu maquinário – tratores, pulverizadores, colheitadeiras, caminhonetes etc., substituindo o diesel, mais oneroso, e reduzindo, assim, o custo de transporte. A maior disponibilidade de farelo de soja, resultante da produção do processamento do grão para a produção do biodiesel, abre outro promissor horizonte: a oportunidade de agregar valor, investindo
com eficiência e competitividade na produção de carnes de frango, suínos e derivados bovinos. Esse sistema otimiza a produção de milho necessária para a cobertura da terra, no intervalo da soja e que tem um ônus enorme quando paga frete aos portos, já que é um produto de muito baixo valor”, completa. Esse novo modelo de produção é duplamente vantajoso, por reduzir o custo de fretes (substituindo a movimentação de volumosas partidas de grãos pelo transporte de derivados de carnes, mais compactos e, portanto, mais econômicos). De outra parte, a substituição da produção de grãos pela de carnes descortina ainda promissoras oportunidades no rentável mercado externo. “Há ainda o papel social que a produção de biodiesel. Pela lei do chamado Selo Combustível Social, boa parte da produção deve ser reservada à agricultura familiar. Calcula-se que no ano passado mais de 70 mil pequenos produtores foram envolvidos no processo, promovendo, assim, a distribuição de riquezas no campo. Importa destacar as vantagens e propriedades ambientais do biodiesel, um combustível limpo, ecologicamente correto e que não concorre para o aumento do aquecimento global, ao contrário do diesel e demais derivados de petróleo”, argumenta.
CLIMA
Clima é o maior vilão da safra no Mato Grosso do Sul
Fonte: Gazeta do Povo
Uma forte estiagem ao longo do desenvolvimento das plantas e um grande volume chuvas antes da colheita deixam os produtores angustiados Na última semana, o Mato Grosso do Sul, quinto colocado na produção nacional de soja, começou oficialmente a colheita. Mas apenas nove cidades iniciaram os trabalhos, que devem ganhar ritmo nas próximas semanas. Por enquanto, o clima é de apreensão entre os produtores, principalmente por causa do tempo. Além das chuvas recentes, que não dão trégua há mais de uma semana, os agricultores ainda não sabem medir o impacto da estiagem prolongada, que durou 25 dias, ao longo do desenvolvimento da planta. Segundo o proprietário da Terra Nostra Sementes e Fertilizantes, Cláudio Martelli, aproximadamente 25% dos 60 mil hectares de soja plantados
em Bandeirantes foram afetados pela estiagem. “Para este ano a expectativa é melhor, mas ainda não há quase nada colhido. Ainda não se sabe o resultado das áreas prejudicadas pela estiagem, mas as áreas que plantaram em um período melhor devem superar em muito o rendimento do ano passado”, afirma. A produtividade média para o ciclo atual na região é estimada em 54 sacas (sc) por hectares (ha), quatro sacas a mais que na safra passada. Mas ainda há pouco para ver. No fim de semana, o produtor Carlos Antônio Brauner estava com quatro colheitadeiras prontas para entrar em ação, quando foi frustrado pelas chuvas. Ele seria o primeiro produtor da
região a colher. “Choveu 100 milímetros ontem e a umidade do grão está muito alta para podermos colher”, lamenta. Ao todo, o agricultor plantou 3,3 mil hectares de soja nesta safra, e espera colher em torno de 60 sc/ha, 10 sc/ha acima do que registrou no ano passado e superando os custos, que, estima, estejam por volta das 45 sc/ha. Mesmo com o clima não ajudando, os produtores estão otimistas. Tanto Martelli quanto Brauner concordam que a safra 2016/2017 será melhor que o ciclo passado. “Nós tivemos um plantio muito bom e não há como não termos uma safra boa. É claro que depende do clima, no entanto, a expectativa está elevada”, diz. REVISTA 100% CAIPIRA |31
MIHO E SORGO
P l a n t i o antecipado pode ampliar a demanda por insumos na safrinha Condições
climáticas
durante
o
desenvolvimento do milho tendem a fazer com que a cultura necessite de maior volume de aplicações de fungicidas. Entregas de grãos às revendas cresceram A segunda safra de milho, conhecida como safrinha, atravessou a seca extrema em 2016 e agora está sendo plantada com antecipação. Com isso, a safrinha pode ficar suscetível a um período mais chuvoso durante o desenvolvimento e até demandar uma quantidade maior de defensivos. “Como parou de chover no ano passado, muitas lavouras não tiveram aplicações de fungicidas, por isso precisarão aumenta-las nesta temporada”, explica o gestor da revenda Rural Brasil em Rio Verde (GO), Maurício Cunha. Segundo ele, naquela época, quase a metade dos produtos deste segmento teve as vendas travadas e ficou em estoque. Mas já é possível observar reversão da situação, devido ao apetite maior do agricultor nas aquisições. Durante a expedição Rally da Safra, promovida pela Agroconsult, o 32 | REVISTA 100% CAIPIRA
executivo da maior distribuidora de produtos da Bayer no País destacou que a antecipação na janela de plantio do ciclo da soja 2016/2017 fará com que o produtor entre mais cedo na safrinha, deixando o milho exposto a um volume maior de chuvas que favorece a incidência de doenças na lavoura. Para evitar perdas na produtividade, também será necessário ampliar o número de aplicações de fungicidas. Focados na colheita da safra de verão, agricultores goianos ouvidos pelo DCI devem acelerar as compras de insumos para a próxima temporada somente entre os meses de março e abril, diferente do Mato Grosso que dá inicio às negociações com antecedência. “Temos uma unidade na região do Vale do Araguaia (MT) em que a comercialização já começou”, comenta Cunha. Nem mesmo a libe-
Fonte: DCI
ração recente de recursos de pré-custeio garantem grandes movimentos de compra e venda neste período em Goiás. “Apesar de serem poucas operações, estamos de olho nos negócios que tem sido feitos atualmente e não vimos relações de troca atrativas para o agricultor. Não há nada que nos faça querer adquirir o insumo agora, vamos esperar até março”, diz o gerente da Fazenda Lageado, Sidney Bauduíno, localizada em Jataí (GO). Em contrapartida, ter o grão em mãos agora tem feito com que o produtor rural avance nas entregas do produto às revendas, como pagamento das sementes, defensivos e fertilizantes adquiridos no começo da safra - medida considerada positiva para o setor de insumos. O gestor da Rural Brasil enfatiza que quanto mais cedo ocorrer o repasse, melhor será o capi-
tal de giro das empresas. Trocas A prática de barter (troca de produto por grãos) entre fornecedores de insumos e o agricultor está se fortalecendo a cada ano, conforme o presidente da Comissão de Crédito Rural da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e assessor técnico do Sindicato Rural de Rio Verde, Alexandre Câmara Bernardes. “Há um incremento nas operações de troca, em relação ao custeio via banco, por que o timing do barter é mais ágil que a entrega de recursos das instituições financeiras tanto a juros livres quanto a taxas controladas”, justifica ele. Na avaliação do especialista, a eficiência e agilidade nos processos financeiros fazem toda a diferença para o planejamento da safra agrícola.
Levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) indica que as operações por barter também despontaram no Estado líder na produção de grãos - e, segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), trata-se de uma tendência nacional. Mercado No ano agrícola de 2015/2016, a unidade de Rio Verde da Rural Brasil faturou entre R$ 700 milhões e R$ 800 milhões. Para o ciclo atual, o gestor Maurício Cunha espera crescer 35%, mas admite que não será uma tarefa fácil diante da queda nos preços dos insumos. “Como o dólar caiu um pouco, vejo redução nos preços dos defensivos. Houve diminuição de pelo menos 10% em relação ao início da safra e ainda
acho que cairá mais”, calcula. Os fertilizantes já vêm de um momento de valores baixos, em função da cotação internacional, impulsionando aquisições no último ciclo. Ao mesmo tempo, a expectativa é que os indicadores das commodities agrícolas também recuem, diante da ampla oferta global. “O produtor teve dificuldade para honrar seus contratos no ano passado e reduziu o nível de vendas de milho safrinha, mas daqui pra frente a tendência é de retração nos valores do cereal. O agricultor está cauteloso em um momento que não deveria”, alerta Cunha. Se o clima colaborar e as projeções de colheita nacional forem confirmadas, o agricultor deve ganhar em escala de vendas e, na visão do executivo da revendedora, surge uma lacuna para incremento nos investimentos em insumos no ciclo 2017/2018. REVISTA 100% CAIPIRA |33
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ORGÂNICOS
ORGÂNICOS: Produtores familiares paranaenses são maioria entre os certificados pelo Tecpar
O Tecpar Certificação, divisão do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) responsável pela certificação de produtos e sistemas, emitiu 148 certificados de produtores orgânicos em 2016 Desse total, quase 60% dos certificados emitidos foram para produtores paranaenses, em geral, donos de pequenas propriedades familiares. Razões - Uma das razões que justifica a presença de paranaenses nesta proporção é o apoio governamental oferecido pelo Programa Paranaense de Certificação de Produtos Orgânicos (PPCO), segundo Fabio Corrales, gerente do Setor de Certificação de Produtos do Tecpar Certificação. Orientação - O programa orienta e capacita os produtores, além de apoiar nas auditorias e certificações da produção de alimentos orgânicos. O PPCO envolve a Secretaria Estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), por meio das universidades estaduais; o Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA), vinculado à Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento; e o Tecpar, que é o órgão certificador. Responsabilidade social - “O programa tem uma grande responsabilidade social. Ao dar apoio à produção orgânica, gera maior valor agregado aos produtos e causa menos danos à saúde dos produtores e ao meio ambiente, por 36 | REVISTA 100% CAIPIRA
ser uma cultura livre de agrotóxicos”, pontua Corrales. Mais renda - Um dos 84 paranaenses que obtiveram a certificação é o produtor de Campo Largo Marcos Kmiecik, que há 20 anos atua com orgânico e que conta com a certificação do Tecpar há cinco anos. Ele e sua família trabalham em sua propriedade sem o uso de agrotóxicos e vendem seus produtos, como tomate e cebola, em duas feiras de Curitiba. Melhoria - “O orgânico pode dar mais trabalho, por ser cultivado manualmente, mas trouxe melhoria de renda e mais saúde para a minha família. Estou com o Tecpar há cinco anos e desde então facilitou bastante, porque eu só preciso receber duas auditorias ao ano. Em outras certificadoras, eu tinha que ir a reuniões mensais, o que atrapalhava o trabalho no sítio”, salienta Kmiecik. Emissão - O Tecpar Certificação emitiu certificados para produtores orgânicos de todas as regiões do Paraná, com produtos como frutas, verduras, hortaliças e legumes. Os outros 40% dos certificados emitidos foram para produtores de estados como Santa Catarina, São Paulo, Ceará e Amazonas,
Fonte: Agência de Notícias do Paraná
por exemplo. Credenciamento - A certificadora do Tecpar foi a primeira do país a obter o credenciamento junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Unidade - O Tecpar Certificação é a unidade do instituto responsável pela certificação de produtos e sistemas e atua há quase 20 anos em todo o Brasil. A certificação de produtos do Tecpar Certificação inclui componentes elétricos e de telecomunicações, eletrodomésticos, produtos orgânicos cadeia de custódia, embalagens de papel para cimento e unidades armazenadoras. Conformidade - Quanto à certificação de sistemas atua na certificação de conformidade em sistemas de gestão da qualidade, sistemas de gestão ambiental, PBQPH/SIAC, SASSMAQ, sistemas de saúde e segurança ocupacional e LIFE (ações em prol da biodiversidade). Atuando como organismo de certificação há vinte anos, já emitiu mais de 5000 certificados de conformidade. Para mais informações sobre a unidade de negócios do Tecpar.
MERCADO FLORESTAL
Ibá publica resultado da indústria florestal em 2016
Fonte: GWA Comunicação Integrada
Balança Comercial do setor brasileiro de árvores plantadas registra saldo positivo de US$ 6,6 bilhões (+2,4%) O setor brasileiro de árvores plantadas registrou crescimento no volume de exportações em 2016. Neste período o resultado alcançado foi de 12,9 milhões de toneladas de celulose (+12%); 2,1 milhões de toneladas de papel; e 1 milhão de m3 (+64%) de painéis de madeira. Confira a seguir os demais indicadores de desempenho do setor de árvores plantadas, na 32ª edição do Cenários Ibá, boletim mensal da Indústria Brasileira de Árvores. Receita de Exportação – Em 2016, o setor registrou exportações no valor de US$ 7,6 bilhões (-1,6%); a celulose alcançou 5,5 bilhões (-0,5%), o papel US$ 1,8 bilhão (-7,4%) e os painéis de madeira US$ 250 milhões (+28,2%). O saldo da balança comercial do setor de janeiro a dezembro de 2016 é de US$ 6,6 bilhões, o que corresponde a um crescimento de 2,4% em relação ao saldo.
Destino das Exportações – O mercado chinês se consolidou no ano como o principal destino das exportações de celulose, atingindo 38,9% de participação (US$ 2,1 bilhões), seguido pela Europa com 33,1% (US$ 1,8 bilhão). A América Latina foi o principal mercado consumidor dos segmentos de papel e painéis de madeira, cujas exportações para a região representaram 60,6% (US$ 1,1 bilhão) e 54,4% (US$ 136 milhões), respectivamente. Produção – A produção brasileira de celulose atingiu 18,7 milhões de toneladas (+8,1%) no ano passado; e a de papel manteve-se estável totalizando 10,3 milhões de toneladas. Vendas Domésticas – As vendas de papel no mercado interno superaram 5,4 milhões de toneladas (-0,3%) em 2016; enquanto o segmento de painéis de madeira registrou mais de 6,2 milhões de m³ negociados (-2,1%). Perspectivas 2017 – “Este ano exi-
girá das indústrias do setor de árvores plantadas um grande esforço para recuperar a queda nos preços da exportação e garantir um crescimento real de receita. O Banco Central já vem trabalhando para que a inflação fique dentro do centro da meta, porém é fundamental que concretizar outras reformas para que vejamos ainda este ano a recuperação sustentável da economia brasileira”, afirma Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da Ibá. “Nesta conjuntura, o setor florestal pode ter grande destaque, pois vive a expectativa que o Brasil salte do 4º para o 2º lugar em produção mundial de celulose já nos primeiros meses de 2017, ultrapassando o Canadá e a China. Esta conquista aumentará, ainda mais, a visibilidade do setor brasileiro no mercado mundial, agregando valor e reputação, além de potencializar o comércio e os investimentos”, conclui Elizabeth. REVISTA 100% CAIPIRA |37
BRASIL
Economistas começam a ver melhor crescimento do Brasil em 2017 e descartam risco de recessão
A melhora do cenário marca uma inversão do ambiente mais pessimista que prevaleceu até meados de dezembro, com projeções de que o Produto Interno Bruto (PIB) do país pode crescer até 1 por cento neste ano, também em meio à melhora da confiança Com boas surpresas vindas da inflação, que tem desacelerado mais do que o esperado recentemente e alimentado expectativas de cortes mais agressivos de juros, as perspectivas de melhor crescimento econômico do Brasil vêm ganhando corpo neste início de 2017, com bancos e consultorias já descartando risco de mais um ano de recessão. A melhora do cenário marca uma inversão do ambiente mais pessimista que prevaleceu até meados de dezembro, com projeções de que o Produto Interno Bruto (PIB) do país pode crescer até 1 por cento neste ano, também em meio à melhora da confiança. “Seguimos acreditando que a combinação de maior confiança, menor taxa de juros e avanço nas reformas deve confirmar que a recessão ficou para trás”, resumiu o economista do banco BNP Paribas no Brasil, Gustavo Arruda, para quem o PIB brasileiro vai crescer 1 por cento em 2017. Os últimos dados de inflação têm 38 | REVISTA 100% CAIPIRA
surpreendido positivamente, e parte dos analistas já estima que ela pode ficar abaixo do centro da meta do governo --de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual. Dessa forma, se o BC acelerar o processo de redução da Selic, pode gerar alívio no endividamento de famílias e na alavancagem de empresas, ajudando na retomada. Hoje, a taxa básica de juros está em 13 por cento ao ano, depois de duas quedas seguidas de 0,25 ponto percentual cada e uma de 0,75 ponto. A expectativa dos agentes econômicos é de que, no mínimo, o BC mantenha o atual ritmo de corte, o que levará a taxa para abaixo de dois dígitos, barateando os empréstimos para consumo e investimentos. “O efeito favorável de menor inflação sobre o crescimento da massa salarial real e, consequentemente, sobre o consumo das famílias e o impacto positivo do declínio dos juros sobre os in-
vestimentos explicam a expectativa de maior crescimento”, justificou o banco Credit Suisse ao elevar a projeção para o PIB deste ano a 0,2 por cento, ante estagnação. Dentro do governo, o cenário mais otimista também começou a ganhar corpo recentemente, com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, desistindo da ideia de reduzir agora a previsão oficial de crescimento de 1 por cento para este ano. Do final de 2016 para cá, os indicadores de confiança voltaram a mostrar recuperação importante em todos os segmentos, passando pela indústria e construção até consumidores. Esse movimento também ajudou no processo, até agora inicial, de melhora das perspectivas econômicas em geral. Essa combinação mais favorável também fez com que o banco Santander colocasse viés positivo para sua projeção de 0,7 por cento de crescimento do PIB neste ano.
Fonte: Reuters
Além dos juros mais em conta, especialistas argumentam que, embora seja uma medida pontual, a decisão do governo de liberar os saques de contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) também deve produzir efeito positivo na economia neste ano. “Os recursos do FGTS têm algum poder para mexer com a atividade econômica e podem adicionar crescimento de até 0,3 ponto percentual”, diz a economista e sócia da consultoria Tendências, Alessandra Ribeiro, projetando avanço de 0,7 por cento do PIB neste ano, um número desafiador, mas que “está no jogo”. RISCOS A esperada recuperação brasileira ainda tem alguns riscos pela frente, depois de dois anos seguidos de recessão. Os principais indicadores antecedentes ainda dão sinais diver-
gentes, o que, segundo analistas, pode ser normal em momentos de virada de atividade. Em janeiro, por exemplo, o fluxo de veículos pesados medido pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) recuou 2,3 por cento em janeiro, na comparação mensal dos dados dessazonalizados, enquanto a produção de papel ondulado subiu 2,8 por cento segundo a associação do setor. “Há boas notícias, mas eu ainda não consigo transformá-las em melhora da atividade. Uma coisa é câmbio, juro e inflação. Outra é investimento”, afirmou o economista-chefe do banco Fator, José Francisco Gonçalves. “Eu continuo achando a queda dos juro importante, mas está longe de ser suficiente”. O banco Fator projeta queda do PIB de 0,2 por cento este ano, mas deve revisar o número para um resultado melhor, “mais próximo de zero
do que de 1 por cento”, disse o economista. Além disso, outro entrave para a recuperação mais acentuada da economia é o elevado desemprego, que afeta a renda das famílias. Os especialistas acreditam que a taxa, hoje em 12 por cento, vai atingir seu pico em meados desse ano, para começar a recuar, mas de maneira bastante gradual. “A economia vai ter de caminhar bastante e o desemprego deve pesar de forma negativa. Há muitos desafios pela frente como conseguir o equilíbrio fiscal”, diz o sócio-diretor da consultoria MacroSector, Fabio Silveira. Ele vê, no entanto, viés positivo para sua previsão de estagnação do PIB neste ano. Na pesquisa Focus do Banco Central, que ouve uma centena de economistas todas as semanas, a mediana das estimativas aponta para expansão de 0,48 por cento do PIB neste ano, indo a 2,30 por cento em 2018. REVISTA 100% CAIPIRA | 39
FLORICULTURA
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FEIRAS E EVENTOS
Showtec 2017 encerra com público superior a 16 mil pessoas Os três dias de apresentação de tecnologias, pesquisas, insumos e maquinários no Showtec 2017, em Maracaju (MS), reuniram 16.332 mil pessoas. O evento, realizado pela Fundação MS, abriu o calendário de eventos do agronegócio no Estado e apresentou as novidades de pesquisa da entidade, além de trazer 120 expositores em um espaço de 120 mil metros quadrados. “Em mais um ano, conseguimos disseminar o conhecimento. A difusão da pesquisa e tecnologia é o maior objetivo desse evento que vem para agregar práticas que podem melhorar a produtividade e gestão da produção”, avalia o presidente da Fundação MS, Luis Alberto Moraes Novaes. Foram mais de 500 tecnologias disponíveis para o produtor rural. Somente nas áreas de pesquisa, a Fundação contabiliza mais de 100 cultivares de soja e 150 híbridos de milho. Ao todo, a instituição conta com 12 unidades de pesquisa distribuídas em todo o Estado. “As tecnologias são testadas por nossos pesquisadores, e posteriormente 42 | REVISTA 100% CAIPIRA
levamos ao produtor rural. O Showtec é essencial para que possamos disseminar cada vez mais essas ferramentas no meio agropecuário”, ressalta o diretor executivo da entidade, Alex Melotto. Durante os três dias de evento, o público teve acesso a debates sobre manejo de pastagens para aumento da produção bovina, bem estar animal, melhoramento genético, sucessão familiar, entre outros. Além disso, os desafios para a cultura da soja e do milho safrinha, pequenos negócios rurais, bem como visitas a campo e identificação de insetos agrícolas também foram destaques. Sobre o Showtec - Destinado aos produtores e empreendedores rurais, técnicos agrícolas, acadêmicos, entre outros, o Showtec é uma feira anual onde são apresentados produtos e serviços ligados ao setor agropecuário, lançamentos, inovações tecnológicas, sistemas de produção, palestras técnicas e resultados de pesquisas que contribuem para a sustentabilidade do agronegócio brasileiro.
O evento é realizado pela Fundação MS e promovido pelo Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), Sistema OCB/MS (Organização das Cooperativas Brasileiras), Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul) e Senar/ MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). O Showtec conta com o apoio do Sindicato Rural de Maracaju, Prefeitura Municipal de Maracaju, Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia do Mato Grosso do Sul), Embrapa Gado de Corte, Embrapa Agropecuária Oeste, Embrapa Solos, Embrapa Pantanal, Monsanto, Agrisus, Agron, Banco do Brasil, Caixa, Sicredi, Fundect (Fundação de Apoio do Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul) e Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. Fonte: GRUPO SATO - COMUNICAÇÃO Luciana Modesto Coordenadora de Redação Telefone: (67) 3042-0112 Celular: (67) 9247-8005 / 9254-7008
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ARTIGO
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FEIJÃO
Fonte: Só Notícias/Agronotícias
Produção de feijão-caupi em Mato Grosso será 96% maior nesta safra, estima Conab A estimativa é da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que prevê uma produção de 5,7mil toneladas A produção de feijão-caupi deverá ter um incremento de 96% nesta safra no Estado, em comparação com a safra anterior. A estimativa é da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que prevê uma produção de 5,7mil toneladas. Na safra passada, o Estado produziu 2,9 mil toneladas. Conforme a Conab, a previsão é que a cultura seja colhida entre fevereiro e março. A companhia aponta que a lavoura estadual está predominantemente nos estádios de floração e frutificação. “Estima-se que a safra 2016/17 registre área de 5 mil hectares, número 25% superior aos 4 mil hectares no período 2015/16. A pro46 | REVISTA 100% CAIPIRA
dutividade média esperada é de 1.575 kg/ha, ante aos 720 kg/ha obtidos na safra anterior, devido às melhores condições climáticas”. A companhia ainda aponta que a área de 4.450 hectares de feijão cores primeira safra começou a ser colhida no Estado. Na região Oeste, os trabalhos estão encerrados, já na região Sudeste, a lavoura está em estádio de frutificação e maturação, com previsão de colheita para este mês. A produtividade estimada da safra foi considerada boa, com 2.063 kg/ha ante aos 1.091 kg/ ha na safra passada, aumento de 89% no rendimento, devido às boas condições climáticas. A
partir disso, espera-se produção de 9,2 mil toneladas, volume 41% superior às 6,5 mil toneladas da safra passada. “Em termos de mercado, a oferta nacional do feijão primeira safra em janeiro derrubou os preços internos nos últimos meses”, cita a companhia. De forma geral, há expectativa de aumento de área em Mato Grosso plantada com feijão (soma de todas as culturas) de 9,5 mil hectares, que deverá ficar em 61% em relação à safra passada, que foi de 5,9 mil hectares. Incremento de 65,6% na produtividade, estimada em 1.806 kg/ha, e produção estimada de 17,2 mil toneladas (incremento de 164,6%).
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Sorvete de melancia
Neste verão quente, nada mais gostoso que uma refrescante sobremesa, pensando nisto a Revista 100% Caipira preparou uma receita deliciosa de sorvete para vocês leitores se deliciarem enquanto se refrescam. INGREDIENTES 1 lata de leite condensado 1 lata de creme de leite 500 gramas de melancia 2 limões PREPARO
Coloque no liquidificador o leite condensado, o creme de leite, a melancia picada e sem sementes e o suco de limão, bata tudo até ficar uma mistura homogênea. Coloque em um recipiente cubra com filme plástico e leve ao congelador por 3 horas, retire do congelador, coloque o conteúdo em uma batedeira e bata por aproximadamente 15 minutos, leve ao congelador novamente por 12 horas e está pronto. REVISTA 100% CAIPIRA | 49
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