Edição 45 100 por cento caipira

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www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, março de 2017 - Ano 5 - Nº 45 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

TOMATE, ALÉM DE SABOR DELICIOSO, UMA GRANDE LUCRATIVIDADE O Brasil não é só um grande consumidor deste produto, mas também um dos maiores produtores do mundo, sendo o 5º no ranking mundial

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Café: Consumo de café superou produção mundial em 2016 pelo terceiro ano

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Capacitação: Aumenta oferta para capacitação no meio rural Apicultura: Abelhas sem ferrão usam guardas especializadas para defender as colmeias Orgânicos: Falta de linha de crédito trava crescimento da produção de alimentos

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Artigo: Tomate, além de sabor delicioso, uma grande lucratividade


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Milho e Sorgo:

Colheita do milho chega aos 50% das lavouras no RS

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Fruticultura:

Santa Catarina terá uma das melhores safras da maçã Agricultura Familiar:

Consumidores tornam-se parceiros da agricultura familiar

Logística e Transporte:

Novas concessões em rodovias, ferrovias, portos

Receitas Caipiras: Tomate Recheado REVISTA 100% CAIPIRA |

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CAFÉ

Brasil, março de 2017 Ano 5 - Nº 45 Distribuição Gratuita

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Fonte: Embrapa

Consumo de café superou produção mundial em 2016 pelo terceiro ano consecutivo O Relatório sobre o mercado de Café - janeiro 2017, da OIC, indicou que o consumo mundial nos últimos três anos foi de 151,822 milhões de sacas de 60kg, em 2014; 155,712 milhões, em 2015; e 155,1 milhões, em 2016 O consumo global de café foi superior à produção nos anos 2014, 2015 e 2016, de acordo com a Organização Internacional de Café – OIC. O Relatório sobre o mercado de Café - janeiro 2017, da OIC, indicou que o consumo mundial nos últimos três anos foi de 151,822 milhões de sacas de 60kg, em 2014; 155,712 milhões, em 2015; e 155,1 milhões, em 2016. E a produção mundial, nesse mesmo período, foi de 148,724 milhões de sacas (2014); 151,438 milhões (2015); e 151,624 milhões em 2016. O saldo negativo de cada ano foi, 6 | REVISTA 100% CAIPIRA

respectivamente, de 3,098 milhões de sacas; 4,274 milhões; e de 3,476 milhões. A Organização atribuiu esse déficit sucessivo às movimentações de estoques não registrados oficialmente. No contexto da produção, especificamente em relação ao Brasil, a Secretaria de Política Agrícola – SPA do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento - Mapa estimou que o Valor Bruto da Produção Agropecuária - VBP para 2017 será de R$ 545,91 bilhões, o qual inclui o café no montante de R$ 22,86 bilhões.

Diretor geral: Sérgio Strini Reis - sergio@ revista100porcentocaipira.com.br Editor-chefe: Eduardo Strini imprensa@ revista100porcentocaipira.com.br Diretor de criação e arte: Eduardo Reis Eduardo Reis eduardo@ revista100porcentocaipira.com.br (11) 9 6215-8261 Conselho editorial: Adriana Oliveira dos Reis, João Carlos dos Santos, Paulo César Rodrigues e Nilthon Fernandes Publicidade: Agência Banana Fotografias: Eduardo Reis, Sérgio Reis, Paulo Fernando, iStockphoto e Shutterstock Departamento comercial: Rua das Vertentes, 450 – Vila Constança – São Paulo - SP Tel.: (11) 2951-2919 Rede social: facebook.com/ revista100porcentocaipira A revista 100% Caipira é uma marca registrada com direitos exclusivos de quem a publica e seu registro encontra-se na revista do INPI Nº 2.212, de 28 de maio de 2013, inscrita com o processo nº 905744322 e pode ser consultado no site: http://formulario. inpi.gov.br/MarcaPatente/ jsp/servimg/validamagic. jsp?BasePesquisa=Marcas. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião desta revista, sendo eles, portanto, de inteira responsabilidade de quem os subscrevem.


DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

Cresce uso racional de defensivo no hortifrúti

Programa de rastreabilidade mostra que o volume de frutas, verduras e legumes adequado às normas do Ministério da Agricultura avançou três pontos percentuais no ano passado, diz Abras Fonte: DCI

A rastreabilidade, caminho do alimento da lavoura ao consumidor final, passou a ser tratada com maior importância no setor de hortifrúti. O resultado é uma alta no volume de frutas, verduras e legumes em condições adequadas quanto ao uso de defensivos No ano passado, de 1,08 milhão de toneladas rastreadas de alimentos verificados, 73% estavam em conformidade com as normas estabelecidas pelo Ministério da Agricultura, de acordo com o segundo balanço anual do Programa de Monitoramento e Rastreabilidade de Alimentos (Rama) divulgado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). “A conformidade saiu de 70% e aumentou três pontos percentuais. O objetivo de 2017 é continuar baixando a presença de resíduos [inadequados], expandir o volume rastreado e a identificação”, afirma o diretor da Paripassu, Giampaolo Buso, empresa que mensura esses dados. O desempenho positivo se deve a melhoria na conscientização do produtor rural, aliada à capacitação técnica ao longo da cadeia, dizem especialistas. O coordenador de produção integrada da cadeia agrícola do Ministério, Helliton Rocha, comenta que a pasta possui 28 comissões técnicas para atender as demandas permanentes de cada segmento.

Apesar dos avanços, verduras como a alface, frutas com caroço como o pêssego e o pimentão ainda figuram na lista dos inconformes. O pimentão já foi o vilão de um processo que vem sendo solucionado aos poucos: esteve 80% fora dos padrões sanitários e atualmente está 50%. O Rama conta com o apoio da pasta agrícola e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e analisa uma gama de produtos mais extensa que a dos órgãos oficiais. “Não estamos falando de 25 itens, são 92. A abrangência nos leva a encontrar mais problemas”, justifica Buso. Os próprios supermercados providenciam análises dos produtos para identificar a presença de agroquímicos. Quando uma inconformidade é constatada, o superintendente da Abras, Márcio Milan, explica que o agricultor é notificado para que realize as devidas adequações. Gargalos que ocasionam estes entraves, além da necessidade ainda maior de capacitação, estão no beneficiamento primário dos produtos. “Precisaríamos que o produto saísse da mão do agricultor pronto para o consumo, em porções adequadas e rastreabilidade completa”, sugere o representante do Ministério. Cerca de 6% do hortifrúti que chega ao supermercado é

perdido por necessidade de manuseio interno, percentual que poderia ser minimizado com a estratégia. Melhoria na remuneração por valor agregado ajuda a incentivar o setor. Padrões normativos que faltavam para verduras e o pimentão estão em desenvolvimento pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e, de acordo com Rocha, os protocolos estarão prontos entre 2017 e 2018. Integração Para atender a ponta inicial dos processos de rastreabilidade, a Bayer disponibiliza um conjunto de ferramentas ao agricultor. Antes, eram realizados apenas treinamentos mas, dada a demanda, no ano passado foi consolidado um programa específico. “Temos um serviço de caderno eletrônico no qual o produtor insere todas as informações sobre a aplicação e os agentes utilizados. Utilizamos um sistema de rastreabilidade em parceria com a Paripassu, análise de resíduos e oferecemos o treinamento”, conta a gerente de desenvolvimento sustentável e parcerias na cadeia de valor da Bayer, Cristiane Lourenço. Segundo a executiva, os primeiros resultados com os agricultores estão sendo colhidos. REVISTA 100% CAIPIRA |

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ARTIGO

TOMATE, ALÉM DE S UMA GRANDE L

O Brasil não é só um grande consum um dos maiores produtores do mun 8 | REVISTA 100% CAIPIRA


SABOR DELICIOSO, LUCRATIVIDADE

midor deste produto, mas também ndo, sendo o 5º no ranking mundial Por: Sérgio Strini Reis

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tomate embora muitos afirmam que seja uma hortaliça ele na verdade é um fruto e sua planta chama-se tomateiro, originário da América do Sul e hoje cultivado em quase todo o mundo, teve sua produção global triplicada nas últimas décadas e em determinados lugares cresceu muito mais. O principal motivo deste crescimento da cultura do tomate é o consumo tanto “in natura” quanto industrializado. Entre 1983/85 e 2003/05, a produção mundial per capita de tomate cresceu cerca de 36%, passando de 14 kg para 19 kg, e hoje passa dos 25kg, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO/ONU). O crescimento do consumo do tomate está relacionado com a industrialização e a consolidação das grandes redes de “fast food”. No caso dos “fast food”, que utilizam esse fruto tanto nas formas processadas quanto “in natura”, além disso, a presença da mulher no mercado de tra10 | REVISTA 100% CAIPIRA

balho, aumentou a necessidade de uma maior rapidez no preparo de alimentos, elevando o aumento de alimentos industrializados e ou semi prontos para o consumo, como os molhos as massas, os “catchups”, etc. Mais recentemente a demanda do tomate “in natura” foi reforçada pela procura de alimentos mais saudáveis, favorecendo as vendas nas feiras livres e mercados. O tomate é um alimento funcional devido aos altos teores de vitaminas do complexo B, C, e E entre outros, além de ser rico em Licopeno. Pesquisas apontam que o consumo dessa substância, presente no tomate tanto na forma natural quanto na forma industrializada, ajuda na prevenção de cânceres, principalmente aqueles que estão relacionados ao aparelho digestivo. Outra importante mudança no mercado global de tomate foi a distribuição das áreas de cultivo, como nos países desenvolvidos, América do Norte e Europa, como também nos países asiáticos como a China e Rússia entre outros. Na China os investimentos

foram pesados pelo governo principalmente nas regiões pobres onde alavancou o desenvolvimento do noroeste do país, houve um crescimento muito grande na produção do fruto, principalmente na década de 1990. A China já era responsável por aproximadamente 25% da produção mundial do tomate com os investimentos e posição geográfica (constituída de planaltos com 1.000m de altitude), reuniu condições ideais para o cultivo industrial. Foram instaladas várias indústrias de processamento no país. Em termos de crescimento percentual, o continente africano ultrapassou o asiático nos últimos 20 anos, com sua produção crescendo mais de 150% nas últimas décadas, segundo dados da FAO. Já em 2005, o continente africano era responsável por cerca de 12% da produção mundial de tomates, alcançando o mesmo volume que a América do Norte produzia. Além da rápida difusão de tecnologia, redução das barreiras tarifárias, e a consolidação de grandes “traders”


mundiais de frutas e hortaliças, tem feito o tomate africano ganhar cada vez mais importância no mercado europeu. Para os próximos anos, a tendência é que a exportação de tomates frescos “in natura” e processados por países africanos mantenham o mesmo ritmo de crescimento. Já os Estados Unidos é o segundo maior produtor mundial. No cenário nacional a cultura do tomate é de grande importância, seja no consumo “in natura” ou processado industrialmente, em molhos, massas, condimentos geleias e outros tipos de acompanhamentos, O tomate é muito apreciado pelo seu sabor, que pode ser adocicado ou ligeiramente ácido, é um dos frutos mais consumidos no mundo. O Brasil não é só um grande consumidor deste produto, mas também um dos maiores produtores do mundo, sendo o 5º no ranking mundial. E no segmento de tomate de mesa destaca-se tanto pelo volume produzido como pelas tecnologias aplicadas na produção. O estado de Goiás se destaca como o maior produtor de tomates voltado para o segmento do processamento industrial, enquanto os estados de Minas Gerais e São Paulo se destacam pela

produção de tomates de mesa onde estão além dos produtores também os consumidores do fruto “in natura”. Segundo o IBGE, São Paulo é o maior produtor nacional de tomates, produziu em 2016 mais de 1 milhão de toneladas de tomates, numa área plantada de 14.509 ha com uma média de 73.720 kg/ha o que rendeu o valor de R$ 1.575.111.000,00 ou aproximadamente R$ 1,48 por quilo. A cidade com maior plantação no estado é Guapiara com 3.000 ha com uma colheita de 70.000 kg/ha, seguida por Apiaí com 1.200 ha e a maior produtividade foi a cidade de Lins com 150.000 kg/ha. Estatisticamente a região que mais produz este fruto é o sudeste com 29.778 ha, seguido pelo centro-oeste com 14.003 ha depois vem a região nordeste com 12.905 ha, a região sul com 8.661 ha e por último vem a região norte com apenas 2.899 ha, mesmo sendo a maior região do país tendo alguns estados que não produzem quantidades significativas de tomates, apenas como agricultura familiar, (menos de um hectar), foram produzidos no Brasil 5.149 milhões de toneladas. Com um rendimento de mais de R$

4.9 bilhões. Mas nem tudo é lucro, para produzir um hectar de tomate é preciso gastar aproximadamente R$ 100 mil em algumas regiões. Dependendo do preço do dólar, aumento da energia, taxas de juros e clima (quando desfavorável elevam os custos), estes cálculos foram realizados pela Hortifruti/Cepea realizados nesta safra. Poucas culturas apresentam dispêndio tão elevado, mesmo que seja entre os hortifrutis. Na atual conjuntura econômica com o dólar elevado, os insumos agrícolas caros, pois seguem os preços internacionais, a energia e a climatologia que em muitos lugares são desfavoráveis à produtividade vão impulsionando os custos de produção para cima. Mesmo assim neste contexto é viável produzir tomates tanto de mesa quanto para a agroindústria, o produtor não terá um lucro exorbitante, mas terá um lucro sim compatível com seus investimentos. Este cenário está fundamentado na possibilidade das reduções dos juros, pelo menos para os próximos anos, por uma expectativa de uma inflação mais controlada, do dólar mais estável e na contenção das altas dos preços da ener-

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gia. O custo de produção de tomate é um importante alerta para o setor quanto à viabilidade econômica da cultura no curto prazo. Nesse patamar de gasto, além da boa gestão, o produtor vai depender muito do valor de venda do tomate para alcançar uma rentabilidade positiva. O atual cenário econômico, no entanto, vem reduzindo o poder de compra de consumidores brasileiros e, essa situação não deve melhorar significativamente no próximo ano. A alta nos gastos observada em 2016 deve gerar margens apertadas ou até negativas para a cultura do tomate. Com isso, é importante que o produtor faça suas contas, seja criterioso nos próximos gastos e investimentos e ganhe, dentro do possível, eficiência em todas as vertentes. A conjuntura econômica atual, contudo, tem reduzido o poder de compra

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de consumidores brasileiros. No varejo paulista, o tomate foi comercializado, em maio, a R$ 5,12/kg (segundo o IEA, Instituto de Economia Agrícola), o que corresponde a cerca de R$ 120,00/ cx. Produzir a R$ 25,00 e vender a R$ 120,00 é, sem dúvida, um bom negócio. Mas, entre o produtor e o consumidor há toda uma cadeia – intermediação e varejo – que captura boa parte dessa renda. Pesquisadores da Hortifruti Brasil alertam que, em tempos de crise econômica, é importante observar não só o custo de produção agrícola, mas avaliar também a eficiência da cadeia como um todo, da produção até o consumo final. Por isso, é imprescindível observar como essa margem de “R$ 95,00/cx” está sendo distribuída dentro da cadeia e se ela remunera adequadamente todos os agentes. Além disso, quais ganhos de eficiência essa margem permite para que a rentabili-

dade de todos os agentes participantes melhore. Numa breve análise dos dados de preços ao produtor, ao atacado (Hortifruti/Cepea) e no varejo paulista (IEA), observa-se que, de janeiro a maio de 2016, a participação do preço final do varejo foi distribuída na cadeia da seguinte forma: 23% ficaram com o produtor, 5% com o atacado e 73% para o varejo. Em 2016, o produtor perdeu espaço na participação do preço final frente a 2014 e 2015. A participação do produtor no preço final (2014 e 2015) era de 28% ao produtor e o restante era distribuído para o atacado (6%) e varejo (66%). Essa simples conta mostra que o bolso mais apertado do consumidor aliado a uma maior produtividade nas lavouras observada em 2016 diminuiu a margem do produtor. Esse contexto foi observado não só pela menor participação no preço final, mas, também, por conta dos custos em ascensão.


O alerta da Hortifruti Brasil é: muito cuidado com a gestão da tomaticultura. O tomateiro é considerado, dentre as hortaliças, uma das espécies mais exigentes em adubação. Portanto, conhecer as exigências nutricionais, os principais sintomas de deficiências e o modo de corrigi-las é fundamental para o êxito da cultura. A absorção de nutrientes pelo tomateiro é baixa até o aparecimento das primeiras flores. Daí em diante, a absorção aumenta e atinge o máximo na fase de pegamento e crescimento dos frutos (entre 40 e 70 dias após o plantio), voltando a decrescer durante a maturação dos frutos. A quantidade de nutrientes extraída pelo tomateiro é relativamente pequena, mas a exigência de adubação é muito grande, pois a eficiência de absorção dos nutrientes pela planta é baixa. Para os fertilizantes fosfatados, por exemplo, a taxa de absorção é de aproximadamente 10%. O restante fica no solo, na forma de resíduo, podendo ser absorvido por plantas daninhas, ser transportado pela água ou ser retido por partículas do solo. Em média, em cada tonelada de fru-

tos colhidos, são encontrados: 3 kg de nitrogênio; 0,5 kg de fósforo; 5 kg de potássio; 0,8 kg de cálcio; 0,2 kg de magnésio e 0,7 kg de enxofre. Em relação aos micronutrientes, as quantidades são: 5 g de boro; 25 g de zinco; 10 g de cobre; 25 g de manganês e 25 g de ferro. Pela análise foliar, pode-se conhecer o estado nutricional da planta. As amostras para análise são coletadas 50 dias após o plantio, retirando-se a quarta folha a partir do ápice das hastes. Pelo menos 20 a 30 plantas por hectare devem ser aleatoriamente amostradas. O uso eficiente de fertilizantes exige uma diagnose correta de possíveis problemas de fertilidade do solo e nutrição da planta, antes e após as adubações. O conhecimento do histórico da área deve também ser considerado, pois os resíduos de adubações pesadas, principalmente de micronutrientes, podem atingir níveis tóxicos. Isoladamente, a análise de solo não é um instrumento eficaz para a definição de doses e épocas de aplicação de fertilizantes nitrogenados, nesse aspecto, a experiência local deve ser à base do manejo. A adubação orgânica é recomendada

nas dosagens de 2 a 10 t/ha (dependendo da pureza) de esterco de galinha, aplicado no sulco de plantio, ou de 6 a 20 t/ha de esterco de gado, aplicado a lanço ou no sulco. Esta prática é pouco utilizada, uma vez que os plantios de tomate para industrialização são feitos em grandes áreas. A adubação verde também é uma prática recomendável, especialmente em locais de solos intensamente cultivados, depauperados ou de baixa fertilidade natural. A prática melhora as condições físicas do solo e reduz a população de nematóides. De modo geral, sugere-se a aplicação de 80 a 120 kg/ha de N, 300 a 450 kg/ha de P205 e 50 a 100 kg/ha de K20. Entretanto, ressalta-se que as doses devem ser ajustadas de acordo com o solo a ser fertilizado. A dose de N pode ser menor que 80 kg/ha se o solo for rico em matéria orgânica. Para os solos intensamente cultivados, a dose de fósforo pode ser reduzida. E Aída com tudo isto o tomate ainda é um excelente negócio para o bolso de quem planta e para a saúde de quem consome. REVISTA 100% CAIPIRA |13


CAPACITAÇÃO

Aumenta oferta para capacitação no meio rural

Fonte: Senar - Assessoria de Comunicação do SENAR Minas

SENAR MINAS conclui mais um ano com crescimento em suas atividades O SENAR MINAS fecha mais um balanço comemorando crescimento em suas atividades. Em 2016, a entidade apurou aumento de 9,41% frente ao planejado para o ano e, mesmo em meio às turbulências do ano passado, mantém uma taxa anual de crescimento, nos últimos cinco anos, da ordem de 10%. Foram 12.472 cursos de Formação Profissional Rural e Promoção Social, além de programas especiais, atendendo a 202.124 pessoas entre produtores, trabalhadores rurais e familiares. Tudo isso em parceria com 382 entidades cooperadas distribuídas por todo o estado. Acompanhando a modernização no meio rural, o SENAR também têm centrado esforços na adequação de seus conteúdos, intensificando os investimentos nos cursos voltados para Mecanização e Agricultura de Precisão no campo. Os resultados se traduzem em produtividade nas fazendas. Em Ibiá, no Triângulo Mineiro, Pedro Pezzuti Ávila de Aguiar, proprietário da Fazenda São 14 | REVISTA 100% CAIPIRA

Pedro, comemora o aumento da colheita e credita isso ao uso da Agricultura de Precisão, que já utiliza há oito anos. Capacitar os funcionários foi fundamental para esse sucesso, como comprova o operador de máquina Nélio Donizete da Silva: “Quem quer trabalhar com agricultura de precisão deve ter disponibilidade para aprender e investir na profissão. Ao me capacitar com os cursos do SENAR sinto que sou uma pessoa privilegiada. O resultado vem com o salário melhor e o reconhecimento profissional.” Em Reduto, município da Zona da Mata próximo da fronteira de Minas com o Espírito Santo, o casal Cira Maria Ferreira de Oliveira e Luís Carlos de Oliveira também colhe bons resultados após investir em aprendizado. Ex-alunos do Programa Negócio Certo Rural, hoje eles comemoram o sucesso de sua horta hidropônica, técnica aprendida também com o SENAR MINAS. Da feira e dos mercadinhos, as hortaliças chegaram a mercados,

restaurantes, lanchonetes e empresas que fornecem alimentação aos seus funcionários. Categórica, Cira diz que o programa foi fundamental: “Aprendi que saber organizar é saber planejar o futuro. Temos que saber trabalhar. O SENAR nos dá a esperança de uma vida melhor”. Para 2017, o SENAR MINAS planeja promover 12.925 cursos. Somando os programas especiais, a previsão é atender 218 mil pessoas. O planejamento foi elaborado com base na análise do histórico de eventos realizados nos anos anteriores, conhecimento do mercado de trabalho e necessidades das comunidades rurais, V Encontro de Entidades Cooperadas – Oficinas Regionais de Planejamento, além da análise do cenário econômico e tendências das principais atividades. De acordo com o superintendente do SENAR MINAS, Antônio do Carmo Neves, “a cada ano, o planejamento torna-se mais assertivo”.


CLIMA

Calor de fevereiro pode prejudicar plantações de hortaliças no Cinturão Verde de São Paulo

Fonte: Assessoria de Imprensa Climatempo

Apesar do baixo nível de pluviosidade, a tendência é que as chuvas retornem no início de março O mês de fevereiro começou com boas chuvas na região do Cinturão Verde paulista, mas a partir do dia 8 de fevereiro a chuva rareou e o calor aumentou por todo o estado. A falta de chuva e o forte calor ocasionaram a diminuição da umidade no solo, principalmente na área do Cinturão Verde de São Paulo, conhecido pela produção em grande escala de hortaliças, o que deixou o produtor rural apreensivo com a qualidade dos produtos. Além do baixo nível de pluviosidade, outro fator que contribui com a queda da produção é a alta temperatura. “Quando está muito calor, as hortaliças necessitam de irrigação para diminuir a temperatura das folhas. Se continuar com a seca, podemos ter problemas nas produções”, explica Juliana Geseíra, engenheira agrônoma do Sindicato Rural de Mogi das

Cruzes. O surgimento de pragas, que é consequência da alta temperatura, é um fator que preocupa os produtores no desenvolvimento de suas lavouras. “Com o tempo abafado, a tendência é aumentar a irrigação. A umidade aliada à alta temperatura contribui na proliferação das pragas”, afirma a especialista. Em janeiro a região do Cinturão passou por momento adverso. Nas três primeiras semanas do mês choveu muito e os produtores perderam 60% de suas produções por conta do excesso de água. De acordo com a meteorologista da Climatempo, Camila Ramos, neste finalzinho de fevereiro a chuva retornou de forma volumosa na região de Mogi das Cruzes e ao cinturão verde paulista, o que vai ajudar a aumentar a disponibilidade de água no solo da região. “Não foi

uma chuva excessiva a ponto de causar prejuízos e tampouco alagar as lavouras”, ressalta Ramos. Segundo a engenheira agrônoma, a região passou por um momento de crise em 2014, quando o governo lacrou as bombas em lugares sem outorga. “Teve produtor que precisou parar a produção por conta da água, outros tiveram que sair do campo aberto e começaram a plantar em estufas”, conta. O momento, por enquanto, não é parecido com o de três anos atrás porque há um armazenamento de água, mas é bom que volte a chover. A tendência é que o mês de março comece com chuvas regulares na primeira quinzena, segundo a Climatempo. Já a segunda quinzena será de tempo seco. De uma forma geral, o mês vai terminar com chuva dentro da normalidade. REVISTA 100% CAIPIRA | 15


CERTIFICAÇÃO

Fonte: PPZ Comunicação Estratégica

Primeiro selo Brazilian Pork é concedido à empresa catarinense

A conquista da Pamplona Alimentos certifica a garantia, a confiabilidade e a qualidade dos produtos, que seguem rigorosas normas para os mercados Produtora e exportadora de suínos, a Pamplona Alimentos S/A, com matriz em Rio do Sul (SC), é a primeira empresa do Brasil a ter o direito de utilizar o selo de origem Brazilian Pork, marca setorial da exportação brasileira de suínos que é mantida pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Para obter o selo a companhia passou por criteriosa avaliação e cumpriu todos os requisitos estabelecidos pelo projeto, com mais de 70 itens relativos à origem, boas práticas (sistema de produção), bem-estar animal, alimentação, medicação, sanidade animal, saúde, segurança e bem-estar do trabalhador, rastreabilidade, gestão ambiental e pro16| REVISTA 100% CAIPIRA

cessos industriais, que foram analisados e aprovados por uma comissão técnica. “Apesar das inúmeras exigências, a Pamplona não precisou passar por nenhuma adequação, pois sempre buscou atender os mercados de forma criteriosa e transparente. A conquista deste selo premia o trabalho realizado ao longo dos anos buscando o bem-estar animal, meio ambiente, rastreabilidade, controle de qualidade e sanidade. Isto foi possível pelo esforço em conjunto de todos os colaboradores e parceiros e demonstra o nosso compromisso com o consumidor final, oferecendo o melhor produto.”, garante Irani Pamplona Peters, diretora presidente da Pamplona Alimentos. Os produtos suinícolas representam 93% dos negócios da Pamplona, que

adotou o selo para as exportações com destino ao Japão, um dos principais importadores de suínos do Brasil. Para a empresa, além de reconhecer a qualidade dos produtos, o selo gera oportunidades de novos negócios. “Para o mercado externo será um grande diferencial para os clientes e consumidores, e todo o trabalho está concentrado neste mercado. Para o mercado interno temos um grande potencial para crescer ainda, basta compararmos o consumo per capita brasileiro e europeu, por exemplo. Com o passar do tempo também poderá ser um agregador de valor. Sem dúvida vem reforçar a qualidade Pamplona, tanto nos mercado interno e ainda mais nos produtos do mercado externo.”, afirma a diretora presidente.


CONFRATERNIZAÇÕES ANIVERSÁRIOS CASAMENTOS FESTAS

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APICULTURA

Abelhas sem ferrão usam guardas especializadas para defender as colmeias de invasores

Publicada da revista Nature, descoberta é passo importante para uso de abelhas sem ferrão na polinização agrícola comercial no Brasil Em consequência dos ataques praticados por abelhas ladras, a abelha nativa sem ferrão jataí (Tetragonisca angustula) sofreu um processo evolutivo diferenciado, no qual parte dos indivíduos, denominadas de guardas ou soldados, desenvolve características físicas distintas, sendo mais robustas e de maior porte, para defender as colmeias. Esse desenho na divisão do trabalho da jataí, a abelha mais criada no Brasil, e as diferenças morfológicas (físicas) entre os indivíduos de uma mesma colônia foram descobertas por um grupo de pesquisadores que reúne a Embrapa Amazônia Oriental, em Belém (PA), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Johannes Gutenberg de Mainz (Alemanha). A descoberta foi publicada em artigo (http://www.nature.com/articles/ s41467-016-0012-y) na Nature Communications, revista científica entre as mais conceituadas do mundo. Ao longo de quatro anos, o estudo, em cooperação entre os cientistas, conseguiu identificar também outras nove espécies que produzem uma classe especial de soldados ou abelhas guardas, para defender seus ninhos. Cristiano Menezes, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, considera essa des18| REVISTA 100% CAIPIRA

coberta mais um degrau na conquista do conhecimento necessário para desenvolver a tecnologia de utilização das abelhas nativas sem ferrão na polinização comercial agrícola no País. Ele comenta que as abelhas são as principais polinizadoras do mundo e que cerca de 70% das culturas agrícolas mundiais são polinizadas ou beneficiadas em algum grau pela polinização. “Algumas culturas são 100% dependentes de abelhas, como o maracujá, por exemplo, em que, sem polinização, a produção de frutos é zero”, afirma. Além do aspecto evolutivo, a descoberta tem importância por permitir compreender melhor a biologia geral das abelhas sem ferrão e ajudar no aprimoramento das técnicas de manejo das colônias, defende Menezes. Ele argumenta que esse grupo de abelhas é fundamental na produção de mel e derivados, como pólen, própolis, entre outros e são essenciais para a produção de alimentos por causa do serviço de polinização que prestam aos cultivos agrícolas. “Para manejá-las de forma eficiente e produtiva, precisamos conhecer muito bem a biologia do grupo”, afirma. Ainda de acordo com o cientista, em muitos países, esses insetos são utiliza-

dos na polinização agrícola em escala comercial, o que no Brasil é praticamente inexistente, restrito apenas aos plantios de maçã e melão. Por ser um serviço essencial à produção de muitos alimentos, estima-se que, no Brasil, o impacto do serviço de polinização gira em torno de US$ 12 bilhões por ano considerando as mais de 80 culturas beneficiadas no País. A indisponibilidade de colônias para compra ou aluguel é um dos obstáculos para a adoção dessa prática, potencialmente lucrativa, no País. Pressão evolutiva das ladras fez surgir as abelhar guardas As abelhas ladras são tão especializadas em saquear as colmeias que muitas delas nem possuem mais a estrutura das pernas utilizada para transportar o pólen, conforme identificaram os pesquisadores. No Brasil, as ladras mais comuns são a abelha-limão ou iratim (Lestrimelitta spp.). De acordo com Cristiano Menezes. esses insetos roubam tudo, do alimento aos materiais de construção, além de matarem as crias das outras abelhas. A morfologia dessas ladras, ou seja, sua forma física, foi adaptada para lutar, e, por isso, são verdadeiros “tan-


Fonte: Embrapa Amazônia Oriental

ques de guerra”, explica o cientista, enfatizando que são muito fortes e possuem cabeças e pernas avantajadas, utilizadas para triturar e até decapitar vítimas de saque. Essa ação predatória das ladras, que se especializou ao longo de séculos, também provocou pressão evolutiva em algumas espécies de abelhas sem ferrão. A pesquisa mostrou que a genealogia das guardas evoluiu na mesma época em que as ladras para se defenderem dos saques, gerando um grupo especial entre as abelhas operárias, redesenhando a divisão de trabalho. Revelou ainda que as guardas distinguem-se das forrageiras, que são aquelas abelhas que buscam alimento, em tamanho e até cor. Esses soldados são entre 10% e 30% maior do que as operárias da mesma colônia, explicou o biológo Christoph Grüter, da Universidade de Mainz, um dos colaboradores da pesquisa. “Conseguimos vincular claramente a atividade das abelhas com a evolução desses soldados”, esclareceu Grüter. Essa pressão evolutiva, segundo as análises, e que provocou essa diferenciação entre abelhas de uma mesma colônia, ocorreu pelo menos cinco vezes nos últimos 25 milhões de anos, sempre ao

lado da diversificação e especialização das abelhas parasitas. Estudos conduzidos na Embrapa Amazônia Oriental (PA) cunharam entre os destaques duas espécies há anos pesquisadas no Pará, a Frieseomelitta longipes, conhecida popularmente como marmelada; e a Frieseomelitta flavicornis, chamada popularmente de moça-branca. Também nesses casos, as guardas são maiores, morfologicamente diferentes e mais escuras que as demais operárias da colônia. Melhor manejo dos meliponários e uso para polinização Conhecer melhor os mecanismos naturais de defesa das abelhas sem ferrão diante das ladras pode ajudar no aprimoramento das técnicas de manejo da criação dos meliponários para evitar os saques e até a total destruição das colmeias. O cientista Cristiano Menezes exemplifica que a partir desse conhecimento já é possível nos dias de hoje fazer recomendações sobre as espécies mais resistentes aos ataques, como a moça-branca, por exemplo, para o planejamento do desenho dos meliponários.

“As moças-branças devem ser colocadas nas extremidades ou áreas periféricas do meliponário, protegendo as abelhas mais sensíveis e frágeis aos ataques, que devem ser dispostas em áreas centrais”, orientou. Outra recomendação importante a partir dessa descoberta para fins da criação comercial e uso na polinização é que espécies com guardas especializadas, como a jataí, precisam ser dispostas em cavaletes individuais, distantes umas das outras para não ocorrer conflitos entre as vizinhas. “As guardas possuem uma grande capacidade para reconhecer quem é e quem não é da sua colônia. Se alguma abelha tentar entrar na colônia errada, ocorrerá uma briga fatal entre elas”, alerta. Já as espécies que não possuem guardas especializadas, como a uruçu-amarela, que são apreciadas pela quantidade e qualidade do mel que produzem, podem ser criadas uma ao lado da outra, pois as guardas são mais tolerantes às operárias vizinhas e não brigam. “Esse é um ótimo exemplo para mostrar como a pesquisa básica pode interagir com a pesquisa aplicada para melhorar o sistema de produção e manejo de espécies da nossa fauna e flora”, enfatiza do pesquisador. REVISTA 100% CAIPIRA | 19


ORGÂNICOS

Falta de linha de crédito trava crescimento da produção de alimentos orgânicos em Mato Grosso A ausência de linhas de crédito voltada para a produção de alimentos orgânicos trava a atividade em Mato Grosso

Fonte: Agro Olhar

O Estado é responsável por um quarto das unidades produtivas de tais alimentos na região Centro-Oeste. Conforme produtores, outro ponto que impede a atividade é a falta de capacitação. O Brasil em 2016 registrou faturamento de R$ 3 bilhões no setor de orgânicos, de acordo com o presidente do Conselho Nacional de Produção Orgânica e Sustentável (Organis), Ming Liu. O volume, diz ele, é superior aos R$ 2,5 bilhões de 2015. O Brasil é conhecido, principalmente, pelas cadeias de produtos do açúcar, castanhas, óleos, frutas e mel. Dados da Organis revelam que em Mato Grosso existem 133 Unidades de Produção Orgânica. Ao todo no Centro-Oeste são 524 Unidades. No Assentamento Agroara (Horta Agroara), situado na região de Poconé, dos cerca de 10 hectares produzidos por famílias de pequenos produtores apenas três hectares são destinados para o cultivo de produtos orgânicos, como verduras e tomate. A área com orgâni20| REVISTA 100% CAIPIRA

cos está sob a responsabilidade de seis famílias, que possuem selo de produção. Moises dos Santos é um dos produtores de orgânicos e, segundo ele, um dos fatores que gera dificuldade na atividade e, principalmente, para o seu crescimento é a questão financeira. “Investimento faz gerar investimento/ rentabilidade. Se nós tivéssemos o apoio de alguma linha de crédito eu poderia investir melhor em técnicas de produção”, pontua Moises. Outro ponto que impede o crescimento da produção de alimentos orgânicos é a falta de capacitação. O agrônomo e proprietário da horta Terra Estrela, Egon Nord, comenta que “há capacitações aos poucos surgindo por parte de ONGs, associações e trabalhos isolados”. Há quatro anos produzindo alimentos orgânicos em Várzea Grande, sendo dois com selo, Egon Nord comenta que no comparativo com uma horta convencional, na orgânica o que encarece o custo de produção é a mão de obra.

orgânicos dos produtores na região da Baixada Cuiabana é realizada em feiras, restaurantes, supermercados e até mesmo por meio de assinatura. Os produtos da Horta Terra Estrela, segundo Egon Nord, são comercializados no próprio local de produção e em um supermercado da Capital. Já os produtos da Horta Agroara, conforme Moises dos Santos, em restaurantes da Baixada Cuiabana, na Ecofeira que ocorre toda sexta-feira na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), por meio de um programa da Faculdade de Agronomia, e também através da Sociedade Orgânica, um site de assinatura de produtos orgânicos que surgiu há cerca de um ano pelas mãos dos sócios Alexandre Bernd e Rock Hans. Alexandre Bernd explica que o site de assinatura Sociedade Orgânica surgiu diante a dificuldade em se encontrar produtos orgânicos para comprar em Cuiabá. Ele e Rock Hans comentam que as entregas ocorrem em Cuiabá e Várzea Grande e os produtos enviados variam conforme a produção. Os donos do site Sociedade Orgânica revelam que o número de novas assinaturas crescem entre 8% e 10% ao mês. “Essa busca pelo orgânico tem aumentado devido a procura de algo saudável”. Produtos à base de orgânicos

Há aproximadamente seis meses Luiz Rodrigues e a esposa Márcia Rodrigues começaram a trabalhar com vendas de pães e bolos orgânicos. Eles são proprietários da Dile Confeitaria. Luiz comenta que iniciaram a produzir pães e bolos orgânicos diante incentivo da filha Wanessa. “A cada dia surgem pessoas querendo os produtos. As pessoas estão mudando seus hábitos alimentares, conforme surgem novas informações”, Comercialização comenta Luiz. O pão comum orgânico A comercialização dos produtos custa R$ 15.


AVICULTURA

Fonte: Avisite

Desempenho do ovo em fevereiro de 2017

Após um início de ano medíocre e sem dúvida preocupante, em fevereiro o ovo teve desempenho apoteótico. Como, aliás, convém a um mês de Carnaval. Pena, somente, que o processo de revitalização tenha se esgotado bem antes da chegada da Quaresma Depois de alcançar, em janeiro, menos de 80% do valor médio registrado um ano antes, o ovo iniciou o segundo mês de 2017 obtendo, na prática, não mais que o mesmo valor nominal dos primeiros dias de fevereiro de 2016. Mas isso foi rapidamente superado. Pois, em menos de duas semanas, o produto obteve valorização superior a 20%, o que fez com que atingisse o segundo maior valor nominal de todos os tempos. Infelizmente, tal desempenho teve curta duração – apenas uma semana, a terceira do mês. Porque na semana seguinte iniciou-se processo de recuo de preços que fez com que se perdesse

quase a metade do que foi conquistado nas três semanas anteriores. É verdade que, mesmo assim, o preço médio do mês teve um crescimento excepcional, com resultados totalmente opostos aos observados no mês anterior. Assim, enquanto o valor médio de janeiro retrocedeu quase 4% em relação ao ano anterior e 17% em relação a dezembro de 2016, em fevereiro ele ficou quase 9% acima do que foi registrado um ano antes e, melhor ainda, 37,5% acima da média alcançada em janeiro de 2017. Ou seja: recuperou não só as perdas de dezembro, mas as dos seis meses anteriores. Apesar, porém, de corresponder ao melhor fevereiro de todos os tempos,

o resultado do último mês também pode ser considerado normal. Isto pode ser observado ao se tomar como base de comparação a curva sazonal de preços do ovo. Ou seja: na média dos últimos 16 anos (2001/2016), o valor do ovo em fevereiro esteve 15% acima do preço médio registrado no ano anterior. Em fevereiro passado, o ovo esteve muito próximo disso, pois seu preço foi 13% superior à média registrada em 2016. Quer dizer: mesmo apresentando um excelente desempenho, o produto ficou próximo, mas ainda abaixo (2 pontos percentuais de diferença) do resultado apontado pela sua curva sazonal de preços. REVISTA 100% CAIPIRA |21


PRODUÇÃO VEGETAL

Fonte: Embrapa Agrobiologia

Caixas de pizza podem baratear reflorestamento A técnica é simples e utiliza um disco ou placa de papelão, novo ou reutilizado, para proteger a base das mudas de espécies florestais nos primeiros anos de plantio Técnica simples e barata pode auxiliar na reabilitação de áreas degradadas com um custo até 50% menor em comparação aos métodos tradicionais. Trata-se do uso de papelão para controle do capim no coroamento (capina ao redor) de mudas em ações de reflorestamento. O produtor pode utilizar até mesmo caixas usadas de pizza. Desenvolvida por pesquisadores da Embrapa Agrobiologia, a técnica pode viabilizar financeiramente a adoção da recuperação de pastagens para pequenos produtores. O Brasil tem hoje cerca de 21 milhões de hectares de Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal que precisam ser restauradas, a maioria sob uso de pastagem. Esse método já utilizado em lavouras é novidade em ações de reflo22| REVISTA 100% CAIPIRA

restamento com espécies nativas. Nos projetos de recomposição florestal, a maior parte dos custos está associada ao controle de plantas daninhas que colocam em risco o crescimento e a sobrevivência das mudas. Cerca de dois terços do investimento é destinado ao controle da chamada matocompetição. “Temos várias soluções para isso. O uso de herbicida é a mais comum na agricultura, mas é pouco utilizada no setor florestal com foco ambiental, principalmente porque são áreas próximas a recursos hídricos”, explica o pesquisador Alexander Resende. A técnica é simples e utiliza um disco ou placa de papelão, novo ou reutilizado, para proteger a base das mudas de espécies florestais nos primeiros anos de plantio. A proteção faz

com que as gramíneas, que exercem forte competição com as espécies de reflorestamento, não se desenvolvam. Com isso, o crescimento das mudas ocorre da mesma forma como se fosse feito o controle da forma tradicional com enxadas, foices e roçadeiras. Mas o método tradicional exige muita mão de obra, com rendimento operacional baixo, o que onera os projetos de reabilitação ambiental. O pesquisador Guilherme Chaer conta que os experimentos no campo mostraram que, além de impedir o crescimento das gramíneas, o papelão aumenta a taxa de sobrevivência das mudas. “De onze espécies avaliadas, nove apresentaram índice de sobrevivência igual ou superior a 80% quando coroadas com papelão, enquanto apenas três atingiram esse índice quando


coroadas com a enxada”, disse Chaer. Embora aumente a sobrevivência das mudas em campo, o papelão não afeta o crescimento das plantas em relação ao tratamento manual. Por sua vez, ele pode diminuir em até 10º C a temperatura do solo superficial nos dias mais quentes e também reduz a perda de água por evaporação. “Isso faz uma diferença enorme para a planta, tanto para aliviar o estresse térmico como o estresse hídrico. Ao perder menos água, a planta se beneficia”, comenta. A pesquisa avaliou o potencial do papelão de suprimir quatro espécies de gramíneas mais comuns em região de Mata Atlântica: brachiarão, capim-colonião, capim-rabo-de-burro e capim-quicuio. Em todas elas, o papelão atuou de forma a inibir seu desenvol-

vimento. Técnica permite o uso de caixas de pizza Os primeiros experimentos de campo foram feitos com embalagens arredondadas utilizadas para pizza. O objetivo era avaliar a durabilidade em campo do papelão tratado com substâncias para retardar sua taxa de composição e, consequentemente, prolongar o efeito supressor das gramíneas. Os resultados mostraram que, em condições de campo, o papelão apresenta eficiência de até mais de um ano se impregnado com uma solução à base de sulfato de cobre. Segundo Chaer, o sulfato de cobre reduz a incidência de fungos que decompõem a lignina do material,

preservando-o por mais tempo. “A solução, derivada de soluções utilizadas para tratamento de madeira, é simples de preparar, apresenta baixo custo e baixa toxicidade, uma vez que não utiliza o dicromato de potássio comum nestes produtos”. Para se ter uma ideia da economia que a técnica possibilita ao agricultor, num coroamento comum feito com enxada, o produtor gasta em torno de R$ 5.800,00 por hectare no primeiro ano após o plantio, considerando quatro coroamentos ao longo do ano. Mas ao optar pelo coroamento com papelão, o custo cai para de R$ 2.800,00. Esses cálculos foram feitos com embalagens de papelão novas compradas no varejo. Mas, se quiser baixar ainda mais este custo, o agricultor pode optar por utilizar papelão reciclado.

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MILHO E SORGO

Colheita do milho chega aos 50% das lavouras no RS Fonte: Emater/RS-Ascar

A colheita das lavouras de milho para grão está com 50% da área já concluída, com produtividades superando as expectativas iniciais, cuja média é de 6.019kg/ha A colheita das lavouras de milho para grão está com 50% da área já concluída, com produtividades superando as expectativas iniciais, cuja média é de 6.019kg/ ha. Já em lavouras de sequeiro, as produtividades variam de 100 a 150 sacas por hectare, enquanto que em lavouras irrigadas, variam de 200 a 250 sacas por hectare. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, os grãos apresentam boa qualidade, sem a presença de grãos avariados. Atualmente, 26% das lavouras de milho estão maduras e por colher, 20% em enchimento de grãos, 3% estão em floração e 1% das áreas está em germinação e desenvolvimento vegetativo. Esperando obter um produto de melhor qualidade e maior preço, muitos produtores estão investindo na construção de silos secadores em alvenaria para armazenagem do milho grão na propriedade. As lavouras de milho chamado “safrinha” implantadas desde janeiro apresentam bom stand de população de plantas e bom desenvolvimento vegetativo, devido às condições climáticas favoráveis. Há relatos de ataque da lagarta em algumas lavouras, exigindo aplicação de inseticida para seu controle. Na soja, as lavouras semeadas dentro

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do calendário do zoneamento agrícola para o grão (final de outubro até meados de dezembro) continuam, na grande maioria, apresentando excelente porte e aspecto geral, com um dossel bem formado, altura superior a 1,30 m e com boa carga de vagens em formação e enchimento do grão. As lavouras precoces tendem a ser colhidas com mais intensidade em meados de março. Como o clima continua com chuvas regulares e dias ensolarados, as lavouras de soja apresentam perspectiva de uma das melhores safras dos últimos anos. Atualmente, foram colhidas 6% das lavouras de soja, estando 15% maduras e por colher, 62% em enchimento de grãos, 15% em floração e 2% estão em germinação e desenvolvimento vegetativo. Na cultura do feijão, a finalização da primeira safra depende apenas da colheita das áreas implantadas nos Campos de Cima da Serra, quando a colheita deverá iniciar no final da primeira quinzena deste mês. Nos aproximados oito mil hectares de feijão, apenas dois mil são de feijão preto, sendo o restante de cor (carioca), e que deverá ser exportado basicamente para a região Sudeste. Lavoura da segunda safra de feijão ultrapassando os 50% semeados e com germinação e desenvolvimento vegetati-

vo normal, favorecido pelo clima da semana. Nas primeiras lavouras semeadas, são realizados tratos culturais de adubação nitrogenada em cobertura e capina. Produtores em alerta com o aumento da incidência de Diabrotica e ataque de mosca branca em algumas áreas, sendo necessário o controle. A cultura do arroz evolui de forma satisfatória, sem ocorrência de maiores percalços. Apenas casos pontuais de excesso de umidade devido às chuvas têm impedido uma colheita mais célere, que nesta semana atinge 20% do total da área semeada nesta safra. A colheita tem se mostrado mais rápida na Fronteira Oeste e Campanha, onde o calor e a insolação favorecem o processo de retirada da produção das lavouras dessa região. Nas lavouras já colhidas, as produtividades têm ficado dentro do esperado, oscilando entre 7,5 mil e 8 mil quilos por hectare, com grãos apresentando bom rendimento no engenho. Atualmente, 15% das lavouras estão maduras e por colher, 20% estão em enchimento de grãos e 5%, em floração. FRUTAS E OLERÍCOLAS Uva – Na região Serrana, segue firme a colheita da safra, estando no momento no auge da principal variedade culti-


vada na região, a Isabella. As condições do clima dos últimos dias, sem pancadas de chuvas, com bastante insolação e calor, têm contribuído para melhorar o teor de açúcar e manter a sanidade das bagas, principalmente quanto às podridões. Uma característica difícil de ser melhorada é a coloração dos frutos, mantendo-se mais para um rosado do que para tinto. Tal fato decorre da elevada carga de cachos e perdas das folhas ponteiras pela incidência de fitopatias. Também inicia a colheita das variedades tardias, como as Moscato e Cabernet Sauvignon. Algumas agroindústrias começam a refugar o recebimento de parte da produção, mesmo de viticultores parceiros, em função do volume já recebido e da capacidade estática de estocagem das cantinas. Pepino – No Vale do Caí, a cultura se encontra na fase de colheita e desenvolvimento vegetativo das novas áreas, com situação fitossanitária regular. Neste momento, há lavouras em ffinal de colheita e com novos plantios, tanto do pepino conserva quanto do salada. As temperaturas altas limitaram um pouco o desenvolvimento normal da cultura em ambientes protegidos que não adotam alternativas para redução da temperatura interna. O período foi de intensa colheita, com bastante ofer-

ta de produto. A procura pelo pepino está em alta, e o preço se manteve entre R$ 25,00 a R$ 30,00/cx. de 20 quilos (preço de entrega dos produtores). Aipim - Incrementa-se neste momento a colheita precoce da mandioca, devido à boa remuneração, o que justifica penalizar parte da produtividade que este cultivo alcançaria com seu ciclo fisiológico completo. Os valores de venda direta neste momento alcançam R$ 2,50/kg no Vale do Caí. Nas Missões e Fronteira Noroeste, a cultura está em desenvolvimento vegetativo, sendo realizados tratos culturais, como o controle de plantas daninhas, As lavouras estão com bom desenvolvimento, com perspectiva de uma boa safra, em função do grande número de raízes nas plantas. Milho-verde - Este ano o rendimento da cultura está acima do esperado, inclusive em relação ao milho produzido para silagem e grãos no Vale do Taquari. A maior parte da cultura é comercializada na Ceasa, e apenas uma parte é beneficiada por uma agroindústria e vendida para uma rede de mercados. A variedade mais cultivada é a AG 8011, que está saindo do mercado e sendo substituída por outros híbridos. A produtividade

média fica na faixa de 40 mil espigas colhidas/ha, numa densidade de 60 mil plantas, gerando 15 toneladas/ha de média. CRIAÇÕES Ovinocultura - Na região de Bagé, alguns rebanhos das raças Merino e Ideal estão sendo encarneirados. A época é de feiras de verão e remates para venda de carneiros e período de final de safra de lã, com os rebanhos esquilados e com uma remuneração semelhante ou até inferior à safra passada. A produção de lã se manteve nos padrões de produção, com média de 3,5 kg/ovelha. O custo de operação da esquila oscilou de R$ 4,50 a R$ 5,50, dependendo do método e do tamanho do rebanho. Os cordeiros apresentam bom desenvolvimento, sendo abatidos aos cinco meses com cerca de 35 kg vivo, e o preço de mercado pode chegar até R$ 6,00/kg vivo. O aumento da umidade pode acarretar em maior incidência de parasitas nos rebanhos ovinos; assim, produtores realizam manejos estratégicos para o controle da verminose ovina, com dosificações de acordo com a necessidade ou conforme a condição corporal do rebanho. REVISTA 100% CAIPIRA | 25


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Santa Catarina terá safras da maç FRUTICULTURA

O otimismo está em alta nos pom

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final, neste ano, estão especialmente bonitos e apetitosos. A expectativa é de uma das melhores safras da história, consolidando o Estado como o principal produtor da melhor fruta do mundo. Essa conquista é resultado de clima favorável, manejo correto, tecnologia, pesquisa, extensão e incentivos governamentais. Já os efeitos positivos dessa combinação beneficiam diretamente os mais de três mil produtores catarinenses, concentrados em aproximadamente dez municípios da Serra e Meio-Oeste e responsáveis por um Valor Bruto de Produção Agropecuária superior a R$ 550 milhões por ano. Em relação à quantidade, a safra recém-iniciada deve ser praticamente igual à anterior, quando foram colhidas 552 mil toneladas - o equivalente à metade da produção nacional - em 16 mil hectares. O grande destaque está na qualidade, uma das mais altas da história. Uma das maiores autoridades em maçã no Brasil, o engenheiro agrônomo Názaro Vieira Lima, gerente regional da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de SC (Epagri) em São Joaquim, coloca a atual safra como uma das mais proveitosas desde o início das atividades em grande escala na região, há mais de 40 anos. “Para não dizer que é a melhor, posso afirmar com segurança que está entre as dez melhores safras da história. Está dando tudo certo até agora, e 28 | REVISTA 100% CAIPIRA

vamos colher uma fruta muito boa em todos os sentidos”. Como responsáveis por esse sucesso que considera formato, textura, cor e sabor da fruta, Názaro aponta aspectos como a tecnologia de manejo das plantas; um inverno com 1,4 mil horas de frio (soma das horas com temperatura abaixo de 7,2ºC), o dobro das 700 horas necessárias para a brotação e a florada; primavera com boa distribuição de chuva; insolação na medida ideal; boa amplitude térmica, que é a diferença entre o calor do dia e o frio da noite; pouca chuva de granizo e ausência de geada tardia, aquela que acontece entre a primavera e o verão e que pode queimar a planta numa fase crucial. Sucesso dos pomares reflete na economia da região A safra histórica que se avizinha é muito aguardada por todos os segmentos envolvidos de alguma maneira com a maçã. Entre os produtores, principais beneficiados, a expectativa é a melhor possível. E com tudo conspirando a favor, o cultivo da maçã passa do iminente risco de extinção há alguns anos à recuperação, consolidação e perenização. É o que acontece com Claiton An-

drade, de 35 anos, morador da localidade de Cedro, a 12 quilômetros do Centro de Urupema. Filho de produtores de maçã, ele iniciou a sua própria produção logo após se formar no Colégio Agrícola de Rio do Sul, em 2001. Casado com a professora Deise Andrade, 29, e pai da pequena Bruna, de quatro anos, que o ajudam no pomar, Claiton espera colher 420 toneladas em dez hectares. Ao longo do ano, ele tem quatro funcionários, mas durante a safra, o número sobe para dez. Claiton sabe que a sua produção ajuda a


á uma das melhores çã da história

mares de maçã de Santa Catarina Fonte: Assessoria de imprensa Agência de Desenvolvimento Regional de Lages

incrementar a economia da região, e nem cogita trocar de ramo. “No começo foi muito difícil, mas hoje a situação está bem melhor. A maçã é responsável por 100% da minha renda, e com ela consigo garantir uma boa vida para a minha famí-

cultura da maçã é responsável por 70% da economia dos municípios de Bom Jardim da Serra, Bom Retiro, Rio Rufino, São Joaquim, Urubici e Urupema, que compõem a região de altitude da Serra Catarinense e somam 11,4 mil hectares, 368 mil toneladas e 2,2 mil fruticultores. “A nossa expectativa é a melhor possível, pois além dos moradores, os trabalhadores temporários também consomem, seja nas lojas, nos restaurantes e no comércio em geral. Durante a safra da maçã, registramos acréscimo de 15% nas vendas em relação a outras épocas do ano consideradas normais”, diz o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de São Joaquim, Edson Corrêa. Incentivos do Governo do Estado são fundamentais

lia e gerar empregos, o que ajuda na economia da minha cidade”. Dados da Epagri apontam que a

O sucesso da maçã catarinense não passa apenas por um clima favorável e pela dedicação dos produtores, mas especialmente pelo apoio do poder público. Por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, o Governo de Santa Catarina incentiva os produtores a aderirem ao seguro agrícola para proteger os pomares de intempéries, principalmente o granizo, subsi-

diando parte do valor total do prêmio do seguro. O Estado também auxilia os produtores na aquisição de telas antigranizo por meio do programa Juro Zero. Neste ano, o Governo deve lançar outro programa para incentivar a cobertura de pomares, com investimentos que chegarão a R$ 50 milhões. Outras medidas de apoio do Governo do Estado são o programa de irrigação, que incentiva os produtores a adquirirem máquinas e abrirem açudes; o financiamento do crédito agrícola; a disponibilização de unidades de referência tecnológica para treinamentos, pesquisa e extensão; assistência e capacitação por meio de seminários, dias de campo e reuniões técnicas; e a revitalização de importantes rodovias estaduais que cortam a Serra e o Meio-Oeste, com destaque para a SC-114, em obras no trecho de 130 quilômetros entre Bom Jardim da Serra e Lages e que é uma das principais rotas de escoamento da produção de maçã no país. “As técnicas de cultivo e combate a pragas e doenças são aprimoradas constantemente, e associadas às condições favoráveis do clima e aos incentivos governamentais, deixam a nossa maçã muito boa. De 1996 a 2001 recebemos uma equipe de peritos do Japão para fazer pesquisas em São Joaquim, e eles próprios, que foram os introdutores da maçã fuji, responsável por 60% da nossa produção, disseram que a nossa é a melhor do mundo”, conclui o gerente regional da Epagri em São Joaquim, Názaro Vieira Lima. REVISTA 100% CAIPIRA |29


AGRICULTURA FAMILIAR

Consumidores tornam-se parceiros da agricultura familiar Com mais de 70 unidades espalhadas pelo país, as Comunidades que Sustentam a Agricultura (CSAs) colhem frutos por onde passam Proposta originária da Alemanha, no final do século 19, baseada no conceito de Agricultura Solidária, a CSA se apoia em uma parceria mútua entre quem planta e quem consome. Somados a este princípio, estão a produção orgânica e o escoamento de alimentos de forma direta. Internacionalmente conhecido pelo nome Community Supported Agriculture, o conceito reverberou no Fórum Mundial de Porto Alegre de 2011. No mesmo ano, foi criada a CSA Brasil, que deu início à formação e à divulgação da proposta. Hoje, as CSAs estão presentes em oito estados (AM, PE, MS, RJ, SP, SC, PR e RS) e no DF, onde já foram contabilizadas, pelo menos, 21 Comunidades que Sustentam a Agricultura. Agitadoras do movimento em Brasília, Fabiana Peneireiro, Renata Navega e Andrea Zimmermann organizaram a primeira palestra sobre o assunto no Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (UnB), em 2014. Com o tema “Exemplos de CSA na Europa: para além da lógica de merca30 | REVISTA 100% CAIPIRA

do”, ministrada por Cathy Boufafartique (França) e Philipp Weckenbrock (Alemanha), a palestra teve 70 participantes. Mesmo com pouca divulgação, o expressivo número de interessados pelo tema provou, segundo a permacultora e agricultora da CSA Toca da Coruja, Andrea Zimmermann, que há uma nova maneira de pensar e agir da sociedade em relação à agricultura familiar, à saúde e à sustentabilidade. “A agricultura orgânica cresceu no DF e as pessoas querem dar um passo a mais no cuidado com a saúde e nas relações interpessoais. Esse interesse pela CSA também está ligado ao fato de que vivemos o paradigma da escassez da água, provando que a questão da sustentabilidade não é somente para quem trabalha na área ambiental, antes taxado de ‘ecochato’. Não tem mais isso”, constata Andrea. Como funciona Para fazer parte de uma CSA, há uma relação de parceria e confiança

entre os participantes. De um lado, o agricultor levanta seu custo anual, ou semestral, tais como: impostos, custo com água, transporte para entrega, adubo orgânico, etc. Do outro lado, os membros da comunidade assumem o financiamento coletivo da produção. Dessa forma, o agricultor assume o compromisso de uma produção agroecológica necessário ao consumo próprio e das famílias que fazem parte da CSA. E, como não há consumidor, e sim coagricultor, os demais membros assumem uma postura ativa e não passiva diante da produção e da colheita. São distribuídas tarefas para que os coagricultores se responsabilizem pelo funcionamento da comunidade. Entre algumas tarefas estão: administrar as finanças, ajudar na comunicação e auxiliar na montagem das cestas de alimentos. “Consideramos que a CSA envolve uma relação de economia solidária e não uma relação de comercialização, é como se os coagricultores fizessem


Fonte: Assessoria de Comunicação Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário

parte de um ‘clube da horta’ ou de uma ‘sociedade coagricultora’ em que eles têm responsabilidades e uma cota naquela sociedade”, explica Andrea. Madre Terra Antes de saber como funcionava uma Comunidade que Sustenta a Agricultura, a produtora Dorvalina Tereza Soares, de 58 anos, registrava muitas perdas do que plantava com o marido, Pedro Malaquias Soares, de 65 anos, no Assentamento Oziel Alves III, Núcleo Rural do Pipiripau (DF). Mesmo fazendo parte da Associação dos Produtores Agroecológicos do Alto São Bartolomeu (Aprospera), a agricultora não obtinha lucro para incrementar a produção e conseguir uma certificação. Até que no ano passado, Dorvalina e outros 13 agricultores da Aprospera se inscreveram em um curso de formação em CSA. O depoimento de outros agricultores que haviam aderido à

proposta foi o combustível necessário para que Dorvalina e Pedro criassem a CSA Madre Terra. Com apenas cinco meses de funcionamento, eles já atendem 25 famílias. Todas recebem, semanalmente, frutas como o maracujá Pérola do Cerrado, além de uma variedade de hortaliças. “Com a CSA, temos uma renda boa e conseguimos o certificado de orgânico, algo que só conseguimos porque estamos juntos. Isso foi a melhor coisa que já aconteceu pra gente”, conta. Sementes do futuro Andrea Zimmermann acompanhou de perto o passo a passo de Dorvalina e Pedro na criação da CSA Madre Terra. Foi ela, aliás, quem mostrou para o casal de agricultores familiares que era possível e viável ser uma Comunidade que Sustenta a Agricultura. Filha de agricultores, Andrea o marido e um funcionário produzem verduras, frutas e legumes para consumo

próprio e também para 26 famílias na chácara de produção orgânica localizada no Núcleo Rural do Lago Oeste, em Brasília. No quinto mês de gestação, Andrea acredita que as próximas gerações virão um compromisso cada vez maior de cidadãos com a agricultura familiar. “Ter e fazer parte de uma CSA dá um sentido de comunidade, porque a gente acredita que ela precisa ter essa função solidária. E ter um filho dentro desta perspectiva traz um sentimento de alegria e de esperança de que estamos trilhando um caminho mais sustentável, mais solidário e de mais harmonia.” Dorvalina também aposta num futuro melhor para o marido e o filho, que tem 36 anos. “Quero construir uma casa bonita e arrumadinha e sei que vou conseguir. Meu filho veio trabalhar com a gente porque ele gosta da roça e viu que estamos com muito serviço e que está dando certo. A CSA está unindo as famílias pra gente trabalhar junto”, comemora. REVISTA 100% CAIPIRA |31


GOVERNO

Secretaria foca produção de sementes e mudas para reflorestamento e recuperação de áreas degradadas

A iniciativa é da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) e de seu Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes (DSMM) da Pasta

Fonte: Assessoria de Comunicação Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

O grupo de trabalho que terá a finalidade de estudar e apresentar propostas para o sistema de produção de sementes, plântulas e mudas de essências florestais para reflorestamento e recuperação de áreas degradadas foi criado por meio de Portaria publicada no dia 4 de março pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. A iniciativa é da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) e de seu Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes (DSMM) da Pasta. Cabe ao grupo de trabalho elaborar o plano de produção de mudas de essências florestais nativas pelo DSMM; propor parcerias; elaborar o plano de capacitação; implantar os protocolos necessários para produção de mudas de essências florestais nativas; estudar e propor a implantação de campos de cooperação de sementes e/ou plântulas de essências florestais nativas; propor e coordenar a implantação de bancos de germoplasmas de florestais nativas em unidades do DSMM e propor mecanismos de política pública na produção e comercialização de mudas florestais nativas pelo Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes. “A iniciativa é decorrente de um pro32 | REVISTA 100% CAIPIRA

tocolo de intenções assinado em março de 2016, entre a Secretaria de Agricultura e o Centro Universitário Católico Unisalesiano de Lins, que permite o apoio na coleta de sementes de espécies nativas em uma área de remanescente florestal do município. A partir dessa ação, sentimos necessidade de instituir um grupo com participação de técnicos do DSMM aptos a prestarem orientações a todos os interessados nesse tipo de produção”, informa Ricardo Lorenzini, diretor do Departamento, explicando ainda que, além de universidades, há outras instituições que constantemente solicitam apoio do DSMM. Para Eduardo Gazola, engenheiro agrônomo do Núcleo de Produção de Mudas de Marília, que coordena o grupo de trabalho, o processo produtivo de sementes e mudas das essências florestais nativas deve ser embasado em parâmetros técnicos consistentes e bem elaborados, para que as mudas se estabeleçam de forma eficiente após o plantio. “O cuidado deve ser realizado em todas as etapas da produção, desde a identificação das matrizes para coleta das sementes, passando pela semeadura e condução, até a expedição das mudas para venda”, explicou. Essas mudas são

direcionadas aos produtores rurais para plantio de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas; podendo ser plantadas em matas ciliares, áreas de reserva legal e preservação permanente, entre outras. Serão utilizadas também para atender ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), que respeita as determinações do Código Florestal, para recomposição florestal das propriedades rurais. Atualmente, a Cati produz mais de 100 espécies de mudas de essências florestais nativas e, de acordo com Lorenzini, pretende-se, no Plano 2016/2017, atingir a produção de um milhão de mudas nativas. “As mudas do DSMM são produzidas com garantia de qualidade genética, fisiológica e sanitária”, afirmou. O secretário Arnaldo Jardim destacou que a iniciativa do Grupo de Trabalho mostra que é possível unir produção agropecuária e conservação ambiental. “Fazer uma agricultura em harmonia com o meio ambiente, tendo a preocupação ambiental sempre presente, é uma das principais determinações do governador Geraldo Alckmin para a Secretaria de Agricultura”, disse.


ANÁLISE DE MERCADO

Alimentação e inflação

Mário Lanznaster - Presidente da Cooperativa Central Aurora Alimentos e vice-presidente para o agronegócio da FIESC

Graças aos produtores rurais e ao bom comportamento do clima, o Brasil vai colher uma excelente safra de grãos, neste ano. A abundância de milho, soja e feijão terá uma repercussão altamente positiva na vida dos brasileiros: vai baixar o custo de vida O brasileiro é um povo privilegiado, vive em um regime de segurança alimentar. Consome alimentos de alta qualidade e de preços relativamente baixos. Nunca enfrenta crises de abastecimento. Quando muito, uma escassez setorial de algum produto para o qual sempre há substituto. Nesse ano, mais uma vez, a oferta de alimentos freia a inflação provocada pela péssima gestão macroeconômica da presidente afastada em 2016, que veio acompanhada de uma recessão sem precedentes. O caso do milho é emblemático. No ano passado, esse grão atingiu cotações extremamente exageradas, afetando gravemente o desempenho e a rentabilidade das grandes cadeias produtivas, como avicultura, suinocultura e a bovinocultura de leite e de corte. Milhares de produtores rurais e centenas de empresas sofreram pesados prejuízos

em consequência da falta de visão e de protagonismo dos órgãos de gestão de estoques e safras. Neste ano, a garantia de oferta à preços históricos, assegura redução nos custos de produção das carnes mais consumidas no Brasil. Hoje, um quilograma de carne de frango, no mercado varejista, está disponível a menos de 5 reais. Ou seja, mais barato que uma cerveja. Também caem os preços de varejo das carnes suínas e bovinas. São representativos os casos da cebola e do tomate, cujos preços finais não cobrem os custos de produção, mas, beneficiam o consumidor. O produtor rural brasileiro é o grande salvador da economia. Ele ajuda a manter a paz e a estabilidade, mesmo quando trabalha com taxas negativas de rentabilidade. Ele e a agroindústria brasileira são responsáveis pelo superá-

vit da balança comercial. Aliás, nesse aspecto, é essencial reconhecer que a agropecuária deixou de ser um segmento isolado da economia, tornando-se um elo fundamental das cadeias integradas de valor do agronegócio, interagindo com vastos setores de segmentos industriais e de serviços que interagem antes e depois da porteira. Esse produtor rural a quem rendo homenagens – pequeno ou grande, mas sempre eficiente – é um agente econômico atualizado, arrojado, vocacionado e usuário de tecnologia que se tornou o principal ator das avançadas cadeias de produção integrada no sul do País. Com trabalho e tecnologia, faz com que o agronegócio assegure produtos finais (alimentos, bebidas, texteis, produtos de borracha etc.) que representam tranquilidade e paz social. REVISTA 100% CAIPIRA |33


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AGRICULTURA FAMILIAR

IMA isenta agricultores familiares do pagamento da taxa de auditoria para certificação no Programa Certifica Minas Café A certificação

possibilita

ao

agricultor

melhorar a qualidade, agregar valor ao produto e conquistar novos mercados Produtores de café da agricultura familiar em Minas já podem participar gratuitamente do Programa Certifica Minas Café. O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), publicou em 25 de fevereiro, no Diário Oficial de Minas Gerais, a Portaria nº 1.699, que isenta do pagamento de taxa de auditoria os agricultores familiares que já participam ou que desejarem ingressar no programa de certificação. A auditoria consiste em verificar se o produtor cumpriu as normas exigidas para a certificação. O Programa Certifica Minas Café é uma iniciativa do Governo de Minas por meio da Seapa e realizado pelo IMA e pelas empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater- MG) e de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). O objetivo é auxiliar os produtores na implantação de boas práticas de produção nas propriedades cafeeiras do estado, fomentando a melhoria da qualidade do produto e sua competitividade nos mercados nacional e internacional. 36 | REVISTA 100% CAIPIRA

O Certifica Minas Café conta, em todo o estado, com 1230 propriedades certificadas, das quais cerca de 380 pertencem à agricultura familiar. A expectativa é que até o final de 2018 mais de 200 novos agricultores familiares ingressem no programa de certificação. Inclusão A engenheira agrônoma Teresa Assis, coordenadora do Programa Certifica Minas Café no IMA argumenta que a isenção possui caráter inclusivo e será importante “na medida em que irá estimular o ingresso dos agricultores no programa de certificação”. Ela explica que a cobrança de taxa pela auditoria se dá de forma estratificada, proporcional ao tamanho da área cultivada. Esse valor varia de R$ 58 para produtores com até 5 ha até R$ 656 para aqueles com mais de 500 ha de área plantada. Para ter direito à isenção da taxa o agricultor familiar deverá ser inscrito no Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf ) e ter o documento de Declaração de Aptidão ao Pronaf

(DAP) ativo. Teresa Assis explica que o primeiro passo para o produtor ingressar no Certifica Minas Café, independente de ser ou não da agricultura familiar, consiste em procurar uma unidade da Emater-MG onde o extensionista poderá ajudá-lo a preparar a propriedade quanto ao cumprimento das normas de certificação. “Após a assistência técnica da Emater-MG o IMA realiza a avaliação de conformidade (auditoria), quando são verificadas medidas como a adoção de boas práticas agrícolas, a exemplo da manutenção da fertilidade do solo, uso correto de agrotóxicos, rastreabilidade do processo produtivo e respeito às questões socioambientais. Os produtores aprovados nas auditorias passam a ter direito ao uso do selo e do certificado do Programa Certifica Minas Café. O certificado tem validade de um ano, requerendo nova auditoria ao final desse prazo”, esclarece a coordenadora. Ganhos em gestão Alessandro Marcos de Miranda,


Fonte: Assessoria de Comunicação IMA

socioproprietário do Sítio Prata, localizado em Nova Resende, no Sul de Minas, aderiu ao Programa Certifica Minas Café em 2010 e recebeu sua certificação no ano seguinte. Ele conta que o Programa foi importante principalmente porque recebeu diversas orientações sobre gestão, melhorando a relação custo-benefício de sua produção na fazenda de 16 hectares. “Para fazer a colheita, por exemplo, no deslocamento entre a lavoura e a área de beneficiamento, gastávamos cerca de quatro horas transportando os grãos com trator. Após orientação do Programa começamos a usar caminhão equipado com guincho, diminuindo o tempo para apenas uma hora e meia no mesmo trajeto”, comemora. Ainda sobre a melhoria na gestão de sua propriedade, Miranda diz que antes de participar do Programa não tinha muito conhecimento sobre a aplicação de fungicidas e herbicidas no solo para fazer a roçada do café. “Outro benefício foi em relação à aquisição de adubos, pois antes comprávamos uma quantidade superior e sempre sobrava, nos dando prejuízo.

Hoje, com planejamento, fazemos a compra certa de adubo para a lavoura”, diz.

produtividade ”, disse.

Meio ambiente preservado

O diretor-geral do IMA Marcílio de Sousa Magalhães ressalta que a certificação traz benefícios também para os consumidores, pois viabiliza o acesso a produtos com mais qualidade e segurança. “É importante lembrar também que a certificação proporciona a melhoria na gestão das propriedades, pois os produtores passam a ter um melhor controle dos gastos e investimentos e das técnicas de produção, com foco nos aspectos socioambientais, de segurança do alimento e da qualidade do produto”, ressalta. O dirigente lembra que além do café o IMA possui programas de certificação de outros produtos. Uma lista que inclui os produtos orgânicos, de selo SAT (sem agrotóxicos), de cachaça e o Sisbov (Identificação e Certificação de Origem de Bovinos e Bubalinos), voltado para a comercialização de carne para a União Europeia. No caso da cachaça e de produtos orgânicos, o IMA é acreditado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro).

Carlos Emanuel de Melo Costa, da Fazenda São Manoel, do município de Muzambinho, certificou sua propriedade em 2012. De lá pra cá, viu sua lavoura de 70 hectares de café melhorando em produtividade e gestão, com o suporte técnico oferecido pelo Programa. “Destaco a gestão ambiental sugerida e aplicada pelo Programa. O mais interessante foi que fizemos a demarcação da área de preservação permanente e a reserva legal. Destaco também a construção de uma nova área para a gestão de defensivos agrícolas, isolando este ambiente de outros”, disse. Costa disse que o viés social do Programa também foi muito importante, uma vez que em tempo de safra coordena entre 15 a 20 trabalhadores na lavoura. “Melhoramos o gerenciamento com nossos trabalhadores, com prêmios de desempenho e de

Consumidores

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LOGÍSTICA E TRANSPORTE

Novas concessões em rodovias, ferrovias, Os projetos fazem parte das segunda carteira de proj Fonte: Agência Brasil

O governo federal anunciou 55 novos projetos de concessão de terminais portuários, linhas de transmissão, ferrovias e rodovias, com investimentos estimados em R$ 45 bilhões. Os projetos fazem parte das segunda carteira de projetos do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI). O governo vai iniciar no ano que vem os estudos para licitar novamente as rodovias Nova Dutra (BR-116/RJ/SP), BR-116/RJ, da CRT (Rio-Teresópolis) e Concer (BR-040/MG/RJ). Os trechos, que totalizam 725 quilômetros, estão atualmente concedidos, e os contratos terminam em março de 2021. A ideia é que as novas licitações tenham contratos modernos e com foco na prestação de serviços adequados aos usuários. Segundo o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, os contratos vigentes das rodovias serão respeitados até o fim da concessãoValter Campanato/ 38 | REVISTA 100% CAIPIRA

Agência Brasil O ministro dos Transportes, Maurício Quintella, disse que os contratos vigentes das rodovias serão respeitados até o fim da concessão. “O contratos serão respeitados, não haverá passivo no período final das negociações. Serão licitações novas, para o período pós, até o final do período de concessão. O governo decidiu que não insistirá mais na ideia de prorrogação mediante novos investimentos no caso dessas três rodovias, que são as principais concessionárias do país.” Também serão concedidos à iniciativa privada 211 quilômetros da BR-101, em Santa Catarina, com leilão previsto para o primeiro semestre do ano que vem. Ferrovias No setor ferroviário, o governo vai

autorizar que cinco ferrovias já concedidas entrem no processo de renovação antecipada de contratos, em troca de investimentos. As ferrovias são a Estrada de Ferro Carajás (Pará e Maranhão), a Estrada de Ferro Vitória-Minas, a FCA (Centro-Oeste e Sudeste), a ALL – Malha Paulista e a malha da MRS, que passa por Minas Gerais, pelo Rio de Janeiro e por São Paulo. Esses cinco trechos somam 12,6 mil quilômetros de extensão, movimentam cerca de 457 milhões de toneladas de cargas e representam mais de 90% do fluxo total de cargas por ferrovias no Brasil. Os investimentos previstos nos próximos cinco anos são de R$ 25 bilhões. Transmissão Na área de energia, serão licitados 35 lotes de linhas de transmis-


, portos e energia somarão R$ 45 bilhões etos do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI)

são e subestações de energia elétrica, em 17 estados. O leilão está ocorrer no primeiro semestre deste ano, e o investimento previsto é de R$ 12,8 bilhões. O objetivo é interligar as regiões que hoje não estão assistidas pela rede do Sistema Interligado Nacional.

explicou que ainda não há valores de investimentos previstos para a área de saneamento, porque ainda estão sendo contratados estudos para definir qual modelo de concessão será adotado em cada estado.

Saneamento

Nessa segunda etapa do PPI, quatro terminais portuários serão concedidos, nos portos de de Santana (PA), Itaqui (MA) e Paranaguá (PR). Também haverá a renovação de contratos, nos portos de Santos (SP), Vila do Conde (PA) e Niterói (RJ). Não há previsão de concessão de novos aeroportos à iniciativa privada nessa segunda etapa do PPI. Quintella lembrou que o governo já concedeu seis aeroportos, e haverá o leilão de mais quatro no dia 16 de março (Porto Alegre, Salva-

Na área de saneamento, está prevista a desestatização dos sistemas de distribuição de água, coleta e tratamento de esgoto em 1.786 municípios em 14 estados: Acre, Amapá, Santa Catarina, Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe, Bahia, Piauí, Tocantins e Amazonas. A presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos,

Portos e aeroportos

dor, Florianópolis e Fortaleza). “Os estudos mostraram que seria mais prudente por parte do governo parar neste momento e estudar a sustentabilidade do sistema. É fundamental que a Infraero [Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária] se recupere, seja sustentável”, disse o ministro. Primeira leva Em setembro do ano passado, foi apresentada a primeira leva de concessões do PPI, com 35 projetos nos setores de aeroportos, portos, rodovias, ferrovias, petróleo e gás, mineração, energia e saneamento. Desde então, foram assinados três contratos e lançados sete editais de concessão e arrendamento. Até o fim deste ano, estão previstos mais de 20 leilões no âmbito do PPI. REVISTA 100% CAIPIRA | 39


FLORICULTURA

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BOVINOS DE LEITE

Fonte: Associação Brasileira dos Criadores de Girolando

Comitiva japonesa conhece tecnologias da pecuária leiteira do Brasil

Um grupo de japoneses da ALIC (Agriculture & Livestock Industries Coporation), empresa do ministério da agricultura japonês que realiza levantamentos de dados agropecuários em todo o mundo, está no Brasil para conhecer as tecnologias utilizadas na cadeia produtiva do leite Um grupo de japoneses da ALIC (Agriculture & Livestock Industries Coporation), empresa do ministério da agricultura japonês que realiza levantamentos de dados agropecuários em todo o mundo, está no Brasil para conhecer as tecnologias utilizadas na cadeia produtiva do leite. O objetivo da comitiva no Brasil é avaliar a pecuária leiteira como um todo, desde os diversos sistemas de criação, passando pelo melhoramento genético e chegando até os processos finais de industrialização de produtos lácteos.O diretor da ALIC Masahiro Isa, o pesquisador Kenta Yonemoto e o assessor da empresa no Brasil, Milton Nonaka estiveram nesta segunda-feira (06/03/17) em duas associações nacionais que são referência na seleção de raças bovina: a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). 42 | REVISTA 100% CAIPIRA

A ALIC estuda a possibilidade de desenvolver acordos com o Brasil para a importação de produtos brasileiros e transferência de tecnologias, já que o país asiático não é autossuficiente na produção de leite e de vários outros alimentos. Segundo o representante da empresa, Milton Nonaka, o Brasil chama a atenção de países como o Japão por possuir grandes áreas para produção de alimentos e pela vocação agrícola e pecuária que tem. Também de acordo com ele, após levantamentos prévios feitos pela empresa, boa parte do leite produzido no país é oriunda de animais Girolando e zebuínos e conhecer o trabalho desenvolvido pelas duas associações e seus parceiros é muito importante. Na Girolando, os japoneses foram recebidos pelo diretor José Antônio Clemente, pelo assessor executivo da diretoria, José Mauad Filho, pelo superintendente técnico Leandro Paiva

e pelo coordenador operacional do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG) Marcello Cembranelli. Na ABCZ, eles foram recepcionados pelo presidente Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, pelo superintendente Técnico Luiz Antonio Josahkian, pelo gerente Técnico Internacional Mário Karpinskas e pela gerente do Centro de Referência da Pecuária Brasileira - Zebu, Aryanna Sangiovani. O grupo demostrou interesse na produção de leite A2 (considerado não alergênico) por vacas zebuínas. Os japoneses permanecem em Minas Gerais até a próxima sexta-feira para conhecer indústrias, empresas de genética, associações de criadores e fazendas, terminando as visitas na Embrapa Gado de Leite, em Juiz de Fora/ MG, quando serão recebidos pelo chefe geral da instituição, Dr. Paulo do Carmo Martins.


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ARTIGO

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PESQUISA

A 6ª edição da Abertura Oficial da Colheita da Oliva acontece na próxima semana em São Sepé, a 260 km de Porto Alegre Fonte: Nave: Design e Assessoria de Comunicação

Um terço da plantação de oliveiras do Estado está apto a ser colhido. A Tecnoplanta será sede do evento pela terceira vez Contagem regressiva para uma das datas mais aguardadas pelos produtores de oliveiras do Rio Grande do Sul. A Abertura Oficial da Colheita da Oliva acontece na próxima quarta-feira, dia 15 de março, em uma das propriedades da Tecnoplanta, empresa que produz o azeite de oliva extra virgem Prosperato, no km 332 da BR 290, em São Sepé, a cerca de 260 km de Porto Alegre. O evento, que deverá contar com a presença do governador José Ivo Sartori tem previsão de início para 16h. Realizada pela primeira vez em 2012, quando a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio instituiu a Câmara Setorial da Olivicultura e a Abertura Oficial da Colheita, o evento valoriza e incentiva a plantação de oliveiras no Estado. Em sua 6ª edição, o coordenador da Câmara, Paulo Lipp, comemora a expansão do plantio: “temos um crescimento, em média, de 400 hectares por ano de 46 | REVISTA 100% CAIPIRA

novas áreas espalhadas pelo Rio Grande do Sul”. Segundo Lipp, o Estado tem cerca de dois mil hectares de área total plantada, por aproximadamente 160 produtores, especialmente em municípios da Metade Sul, sendo que 30% está em fase de colheita. “A maioria ainda passa pela fase de formação das plantas. Mas, apesar do avanço que vem ocorrendo, a área plantada e a produção ainda representam pouco perto da demanda existente no mercado brasileiro”, comenta. A perspectiva mostra que o RS é o estado brasileiro com maior potencial de expansão do cultivo da oliveira e, consequentemente, da produção de azeite e de azeitonas em conserva. No Estado existem atualmente oito indústrias de azeite de oliva e 13 marcas, com a possibilidade de ter mais duas até o fim do ano. A Tecnoplanta, que possui cerca de 300 hectares próprios e outros 570 hec-

tares de clientes e produtores parceiros, representando um terço da produção do Estado, foi escolhida pela segunda vez consecutiva e terceira ao longo de todo tempo para sediar a abertura. Para a safra 2017, a empresa trará seus dois tipos de Prosperato. Um deles é o blend, resultado das frutas de varieadades Arbequina e Arbosana, e o outro é o monovarietal, da espécie Koroneiki. Além destas variedades, a equipe da empresa irá elaborar outros azeites das variedades Picual, Frantoio, Galega e Coratina em pequena escala. Segundo Rafael Marchetti, sócio da Tecnoplanta, a expectativa para o ano é boa e deve repetir a produção do ano passado, quando cerca de 100 toneladas de frutas resultaram em 15 mil litros de azeite de oliva extra virgem. “Investimos muito em tecnologia para extração das frutas, um dos motivos pelo qual fomos escolhidos para sediar o evento.”


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Tomate Recheado INGREDIENTES 2 tomates grandes 2 fatias de presunto parma 5 fatias de queijo mussarela 1 colher de sopa rasa de catupiry 2 colheres de queijo parmesão ralado (fresco) Folhas de manjericão a gosto Sal a gosto

PREPARO 1. Corte a tampinha dos tomates e retire as sementes com a ajuda de uma colher. Muito cuidado nesta etapa para não furar a casca do fundo do tomate (para não vazar o recheio). Tempere o interior do tomate com sal. 2. Corte o presunto e o queijo em pedaços pequenos e misture com o requeijão e com o manjericão (rasgue as folhas com a mão, bem grosseiro). 3. Coloque o recheio no interior dos tomates, apertando bem para preencher todas as cavidades. 4. Cubra com queijo parmesão ralado. 5. Leve os tomates ao forno em temperatura média (200º) e asse por 15 minutos. Sirva com uma folha de manjericão para decorar e um fio de azeite. REVISTA 100% CAIPIRA | 49


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