www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, abril de 2017 - Ano 5 - Nº 46 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
BANANA UMA FRUTA VERSÁTIL DE ALTO CONSUMO POPULACIONAL
Uma cultura fantástica e rentável principalmente para a agricultura familiar REVISTA 100% CAIPIRA |
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Capacitação: Tratoristas do Vale do Jequitinhonha recebem capacitação Análise de mercado:
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O futuro da alimentação
Fruticultura: Ao todo serão 17 milhões de quilos recebidos, com foco em uvas viníferas Internacional: Acirra-se confronto de Brasil e EUA na OMC sobre temas agrícolas
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Artigo: Banana uma fruta versátil de alto consumo populacional
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Meio ambiente: Exigência de 20% de Reserva Legal no Bioma Pampa
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Recursos hídricos:
Dia Mundial da Água promove reflexão Pesquisa:
Planta da Amazônia é testada no combate ao mosquito Aedes aegypti Gestão:
Cotonicultores apresentam demandas para o Plano Safra Receitas Caipiras: Bolo de banana caramelada REVISTA 100% CAIPIRA |
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CAPACITAÇÃO
Tratoristas do Vale do Jequitinhonha recebem capacitação
Brasil, abril de 2017 Ano 5 - Nº 46 Distribuição Gratuita
EXPEDIENTE Revista 100% CAIPIRA®
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Fonte: Senar - Assessoria de Comunicação do Sistema FAEMG/SENAR - MG
Eles aprenderam operar a carregadora de rodas e seus implementos com segurança Uma turma de 11 tratoristas foi capacitada pelo Serviço Naconal de Aprendizagem Rural de Minas Gerais (SENAR/MG) durante o curso de Operação e Manutenção de Carregadora de Rodas, realizado na Comunidade Vereda, zona rural da cidade de Coronel Murta. O treinamento teve como objetivo ensinar aos participantes a operar a carregadora de rodas e seus implementos com segurança. O curso abordou desde as habilidades básicas às específicas e gerenciais da atividade. Com uma carga horária de 40 horas/aula, o curso foi ministrado pelo instrutor José Pereira Barroso, que repassou aos participantes informa6 | REVISTA 100% CAIPIRA
ções sobre estrutura, identificação dos componentes dos implementos e manutenção preventiva da carregadora de rodas, entre outros. Ainda, os alunos receberam orientações a respeito das boas práticas com o meio ambiente, com a saúde e segurança do tratorista durante o trabalho, conforme regem a CONOMA e a NR-31. Segundo Edmárcio Amaral, que mobilizou o evento, o curso foi elogiado pelos participantes e que esse treinamento foi muito esperado pela turma. Para a realização do curso, o Senar Minas contou com o apoio da Prefeitura Municipal de Coronel Murta e a parceria do Sindicato dos Produtores Rurais do município.
Diretor geral: Sérgio Strini Reis - sergio@ revista100porcentocaipira.com.br Editor-chefe: Eduardo Strini imprensa@ revista100porcentocaipira.com.br Diretor de criação e arte: Eduardo Reis Eduardo Reis eduardo@ revista100porcentocaipira.com.br (11) 9 6215-8261 Conselho editorial: Adriana Oliveira dos Reis, João Carlos dos Santos, Paulo César Rodrigues e Nilthon Fernandes Publicidade: Agência Banana Fotografias: Eduardo Reis, Sérgio Reis, Paulo Fernando, iStockphoto e Shutterstock Departamento comercial: Rua das Vertentes, 450 – Vila Constança – São Paulo - SP Tel.: (11) 2951-2919 Rede social: facebook.com/ revista100porcentocaipira A revista 100% Caipira é uma marca registrada com direitos exclusivos de quem a publica e seu registro encontra-se na revista do INPI Nº 2.212, de 28 de maio de 2013, inscrita com o processo nº 905744322 e pode ser consultado no site: http://formulario. inpi.gov.br/MarcaPatente/ jsp/servimg/validamagic. jsp?BasePesquisa=Marcas. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião desta revista, sendo eles, portanto, de inteira responsabilidade de quem os subscrevem.
AQUICULTURA E PESCA
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA PISCICULTURA (PEIXE BR)
A Piscicultura Brasileira quer ficar no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
A Piscicultura Brasileira movimenta cerca de R$ 4,3 bilhões por ano, produz 640 mil toneladas de peixes cultivados e gera 1 milhão de empregos É uma atividade em crescimento e em profissionalização. Em cinco anos, o objetivo é atingir 1 milhão de toneladas produzidas e movimentar quase R$ 7 bilhões. Tudo isso porque é a proteína animal que mais cresce no mundo e o Brasil tem terras, águas e competência para se tornar um grande player no mercado global de peixes cultivados, assim como é na pecuária, na avicultura e na suinocultura. Por estar no caminho do crescimento e envolver questões sanitárias, veterinárias e da cadeia do agronegócio, a Piscicultura Brasileira precisa do amparo governamental de especialistas. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) abriga todas as atividades produtivas, inclusive de proteínas animais, e é a Pasta que conhece a linguagem da
Piscicultura, suas necessidades, lutas e expectativas. Nesse cenário, é absolutamente inexplicável a decisão de tirar a Secretaria da Pesca e Aquicultura do MAPA e passá-la para outro Ministério. Por que? Não vemos razão técnica para isso. Muito menos necessidade. A Piscicultura Brasileira passou por várias crises num passado recente. Primeiro foi criado um Ministério, que foi extinto e se transformou em uma Secretaria, que está procurando fazer o seu trabalho e se mostra parceira da classe produtiva. Essa alternância de estruturas e pessoas é muito ruim para a atividade. Toda mudança exige um processo de acomodação, que inclui o entendimento das necessidades do setor e os pleitos dos segmentos envolvidos. E isso leva tempo.
A Piscicultura não tem tempo para perder com recomeços. Entidade representativa da atividade, a Associação Brasileira da Piscicultura (PEIXE BR) vem a público se posicionar categoricamente contra a saída a Secretaria da Pesca e Aquicultura da estrutura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Esperamos sinceramente que as autoridades tenham o bom senso de deixar a Aquicultura no lugar que ela pertence: o setor produtivo. E o MAPA é o Ministério que nos entende, nos representa e defende os nossos pleitos para aumentar a oferta de alimentos de qualidade na mesa do brasileiro e ter superávit para exportar e ampliar ainda mais a balança comercial do agronegócio. REVISTA 100% CAIPIRA |
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ARTIGO
Banana u versรกtil de a popula
Uma cultura fant principalmente pa fami 8 | REVISTA 100% CAIPIRA
uma fruta alto consumo acional
tástica e rentável ara a agricultura iliar Por: Sérgio Strini
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Banana, uma pseudobaga da bananeira, uma planta herbácea vivaz da família musaceae. Originária do sudoeste da Ásia é cultivada em mais de 130 países, em praticamente todas as regiões tropicais do planeta e em países de clima não tropical ou desértico, cultivadas em estufas e ou com irrigação. Entre as espécies cultivadas e selvagens, são quase mil tipos de bananas espalhadas pelo mundo e todas identificadas pelo nome de MUSA. Elas tem, diversos tamanhos desde a pequena banana ouro do Brasil com aproximadamente 10 cm de comprimento até a grande Musa ingens, que cresce nas florestas da Nova Guiné que atinge cerca de 5 cm e chega a pesar mais de um quilo. No Brasil os tipos mais cultivados são: banana nanica, banana ouro, banana prata, banana maça e banana da terra esta última com a polpa mais rígida e de casca mais firme que são consumidas assadas, cozidas ou fritas. A banana nanica além de ser consumi-
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da in natura é também consumida em doces, compotas e outras formas como tortas, fritas e etc.. Constituída como alimento base de alimento de muitas populações de regiões tropicais, por sua fonte de energia e fonte de vitaminas C e vitaminas B1, B2, B6, fibras, potássio, magnésio, cobre, manganês, cálcio, ferro e ácido fólico. A maioria das bananas para exportação é do primeiro tipo, ainda que apenas 10 a 15% da produção mundial seja para exportação, sendo os Estados Unidos e a União Européia as principais potências importadoras. As bananas formam-se em cachos na parte superior dos “pseudocaules” que nascem de um verdadeiro caule subterrâneo (rizoma ou cormo) cuja longevidade chega a 15 anos ou mais. Depois da maturação e colheita do cacho de bananas, o pseudocaule morre (ou é cortado), dando origem, posteriormente, a um novo pseudocaule.
As pseudobagas formam-se em “pencas” com até cerca de vinte bananas. Os cachos de bananas, pendentes na extremidade do falso caule da bananeira, podem ter 5 a 20 pencas e podem pesar de 30 a 50 kg. Cada banana pesa, em média, 125g, com uma composição de 75% de água e 25% de matéria seca. Ainda que as espécies selvagens apresentem numerosas sementes, grandes e duras, quase todas as variedades de banana utilizadas na alimentação humana não têm sementes, como frutos partenocárpicos que são, exceção feita à espécie Musa balbisiana, comercializada no mercado indonésio, excepcionalmente com sementes. Umbigo, flor, coração da banana: Da parte inferior do cacho da banana ainda imaturo ou verde, sai um pendão e em seu extremo, destaca-se um cone de coloração e consistência diferenciadas, que é a flor da bananeira. Popularmente, a flor da bananeira é chamada de umbigo (do cacho) da banana, co-
ração da bananeira, mangará ou apenas umbigo da banana, que, cozido e preparado com outros ingredientes, é comestível de requintado sabor e alto valor nutricional. Do cacho da banana sai um pendão. No final deste, há um cone roxo. Seu miolo é comestível e é conhecido como umbigo de banana, podendo também ser chamado de coração da bananeira. Várias receitas culinárias usam o umbigo da banana: cozido com bacalhau, ou carne moída, ou linguiça de porco defumada; temperado e refogado simples; entre outras. A tradição popular reporta ainda outros usos para o umbigo da banana. Alguns preparados caseiros com fins medicinais, como xaropes, são considerados eficazes. Para ser utilizado como comestível (ou em preparações medicinais caseiras), o umbigo da banana precisa ser cortado, na posição certa (não muito próximo das pencas, apenas o bastante para se retirar o cone arroxeado do cacho ainda imaturo ou verde), o que favorece, pelo fluxo forçado da seiva, o amadurecimento do próprio cacho. Do
cacho já maduro, não mais se aproveita o umbigo da banana, que terá escurecido e perdido o viço e uso culinário ou medicinal, aproveitando-se apenas como adubo. Casca da banana: Apesar de parecer não utilizável, a casca da banana contém vários nutrientes, açúcares naturais como a glicose e sacarose e minerais. Com isso, pode ser aproveitada no consumo alimentício, proporcionando baixo custo sem deixar para trás o bom paladar. São diversos os exemplos pelos quais se pode aproveitá-la, como o brigadeiro de casca de banana, o bolo de casca de banana, a farinha, o bife empanado de casca de banana e vários outros. Bananicultura é uma ótima opção de investimento para produtores. As expectativas para os produtores brasileiros de banana são altas. A qualidade da fruta e demanda firme oferecem boas perspectivas para o mercado, principalmente externo. De acordo com o Serviço de Comércio Exterior – Secex, entre janeiro e fevereiro, foram embarcadas 16,7 mil toneladas da fruta, volume 28% superior que o
mesmo período do ano passado. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE apontam que a produção de banana no Brasil em 2016 foi de 7,2 milhões de toneladas, na Bahia a produção foi de mais de 1 milhão de toneladas com a maior área de plantio no Brasil com 75.613 ha, seguido do estado de São Paulo com uma área de 49.486 ha. O estado do Pará ficou em terceiro lugar com uma área de 46.119 ha, e no Mato Grosso do Sul, 15 mil toneladas. Visando a importância econômica da cultura, o Senar/MS oferece capacitação em Plantio e Manejo de Pomar – Cultivo de Banana. O instrutor do Senar/MS, Elio Sussumu Kokehara, explica que o objetivo do curso é orientar os produtores quanto às técnicas e recomendações para plantio e manejo. A maior vantagem da bananicultura é a versatilidade. Com os cuidados adequados, pode ser plantada em todo o Brasil. “A banana é sensível à geada, por exemplo. Então é necessário o uso de preventivos para evitar a queima. É preciso também ter cuidado com a irrigação do solo para que não fique enREVISTA 100% CAIPIRA | 11
charcado”, relata o instrutor. Devido a essa versatilidade e alto consumo pela população, a banana possui ótima relação de custo-benefício. “É uma cultura fantástica, principalmente para a agricultura familiar. Os cuidados são simples e é uma fruta muito consumida, o que oferece estabilidade ao pequeno produtor”, destaca. A variedade mais consumida é a banana nanica, seguida pela maçã e prata. O preço da muda da banana nanica é, em média, R$ 8,00, e leva 14 meses para produzir o primeiro cacho. Após esse período, o tempo de maturação é entre oito meses e um ano. “Se o produtor plantar 100 mudas, em um ano ele terá um retorno de até 200 caixas de banana nanica. No mercado atacadista, uma caixa custa entre R$ 15,00 e R$ 20,00”, explica. Com um investimento de R$ 800,00 em mudas, o lucro pode ser de
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até R$ 4.000,00. O instrutor explica que seguir as práticas corretas na bananicultura é fundamental para evitar o desenvolvimento de doenças na plantação, como o mal-do-Panamá. “É uma doença grave que atinge todas as variedades cultivadas e ainda oferece risco de contaminação para a planta saudável”, ressalta. De acordo com o instrutor, um dos principais cuidados é a higienização, que inclui a limpeza da planta, chamada de toalete, e o controle do mato na plantação. Terceiro maior produtor nacional de banana, com 796 mil toneladas por ano, Minas Gerais está próximo de erradicar a praga da sigatoka negra e, com isso, criar condições de ampliar ainda mais a sua participação no mercado. Dados do Instituto Mineiro de
Agropecuária (IMA) comprovam que há nove anos Minas Gerais não possui registros da sigatoka-negra. Normativa nº 04/2012 do Ministério da Agricultura (Mapa) exige o prazo de dez anos sem ocorrências para que a praga se torne erradicada. Dos 102 principais municípios mineiros produtores de banana, 86 nunca registraram a ocorrência da praga e 16 ainda aguardam para este ano a liberação. O IMA solicitou em 2016 ao Mapa o reconhecimento da ausência da praga nas lavouras destes municípios, o que levará todo o estado a ser considerado como área livre de sigatoka negra. A conquista é resultado de um amplo trabalho de prevenção feito pelo IMA. De acordo com o gerente de defesa sanitária vegetal do instituto, Nataniel Diniz, em 2004 foi elaborado um plano de metas, que deu origem ao
programa de defesa sanitária. O plano determina ações de fiscalização como recolhimento de amostras e análises das plantas feitas por fiscais agropecuários do instituto. O gerente explica que o IMA realiza nas plantações levantamentos fitossanitários e coleta de amostras de folhas que são enviadas para análise laboratorial, fazendo também o acompanhamento dos pomares. A cada três meses o instituto envia relatórios ao Ministério da Agricultura, informando o resultado dos levantamentos, das análises laboratoriais e da situação da praga no território mineiro. Os engenheiros agrônomos autônomos habilitados pelo IMA, têm papel determinante no processo de certificação fitossanitária de origem em relação ao controle da praga. Todas as informações recolhidas pelos profissionais são anotadas no livro de acompanhamento da lavoura e servem de base para a emissão do Certificado Fitossanitário de Origem e do Certificado Fitossanitário de Origem Consolidado (CFO/CFOC). Estes dois documentos atestam que determinada plantação está livre da praga e servem de base para a emissão de um outro documento, a Permissão de Trânsito Vegetal (PTV), que libera o produto para ser transportado. Nataniel Diniz ressalta que Minas Gerais será um dos 11 estados livres da praga e destaca a importância do feito. “Obtendo esse reconhecimento, serão reduzidas as barreiras sanitárias em relação à produção da banana mineira. A possibilidade de ampliação de mercados, incluindo o internacional, será uma realidade. Tudo isso se deve ao rígido controle feito pelo IMA,” diz. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que este ano Minas Gerais produziu 775,6 mil toneladas de banana, em uma área de 44,9 mil hectares, o que equivale a 14.592kg/ha, representando 11,1% da produção brasileira. O estado é o terceiro maior produtor do país.
A produção mineira está, em sua maioria, concentrada no Norte do estado, onde não existe registro da praga. Este ano, a região teve 16.940 mil hectares de área plantada, que corresponde a 37,71% da área total. A região se caracteriza por concentrar a produção em segmentos de pequenos e médios produtores, que apresentam um bom nível de técnicas de plantio. A predominância de clima seco e o sistema de produção irrigada beneficiam o desenvolvimento da bananicultura na região e reduzem os custos de controle com doenças. Gustavo Laje, 60 anos, agricultor do município de Nova Porteirinha, produz bananas há 32 anos. Sua média anual varia de 20 a 25 toneladas por hectare. Segundo ele, ter a sua propriedade instalada numa área livre da sigatoka-negra é muito importante, pois os efeitos da praga são grandes e causam grande impacto econômico. “O trabalho do IMA garante nossa tranquilidade. Estando livre da praga, a plantação gera um fruto de qualidade e mais saudável, pois a banana não requer o uso de tantos agrotóxicos. Além disso, garante vantagem competitiva em relação às demais regiões”. A maior empresa de bananas do mundo é comprada por grupo de brasileiros por US$ 1,3 bilhões. O grupo formado pelas empresas: Banco Safra e Cutrale sucos, concordaram em adquirir a maior produtora de bananas do mundo, a Chiquitita Brands em um acordo de US$ 1,3 bilhões. A oferta inicial proposta pelo Safra/Cutrale de US$ 13,00 foi rejeitada, passou então para US$ 14,00 e acabou fechando em US$ 14,50 por ação, pagas em dinheiro. A Chiquitita afirmou que a negociação foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Administrativo. As empresas brasileiras tiveram que disputar a compra da gigante Chiquitita Brands, a maior produtora de bananas do mundo, sediada em Charlotte, na Carolina do Norte, com outras duas empresas,
no entanto as propostas dos concorrentes foram rejeitadas pelo Conselho de Administração da Chiquitita. Uma fusão com a empresa Irlandesa Fyffes chegou a ser negociada mas foi defeita a negociação depois que o grupo brasileiro fez a oferta de US$ 14,50. O mercado mundial de bananas de mais de US$ 7 bilhões, é controlado pelas: Fresh Del Monte Produce, Chiquititas Brands, a havaiana Dole Food Company e a Fyffes. A Cutrale e o Banco Safra estão buscando uma diversificação de mercado. A brasileira produtora de sucos, principalmente o suco de laranjas para exportação, enfrentam um declínio de consumo no mercado global, com isso faz expandir para outros produtos agrícolas como o negócio de grãos a alguns anos e agora com a produção de bananas. Já para a instituição financeira e bancária Safra (do financista Joseph Safra), a diversificação para a agroindústria é uma ação estratégica de escolha. A banana pode ser consumida ao natural e no lanche da tarde. Misturada com aveia pode até substituir o café da manhã, justamente devido à sua grande concentração de nutrientes. Ela também pode ser usada nos mais variados tipos de prato: salada de frutas, mousse, vitaminas, bolos, tortas, mingau, entre outros. Se alguém ainda tem dúvidas sobre as propriedades e os benefícios da banana, isso não acontece com os atletas e os praticantes de atividades físicas de um modo geral. Isso porque comer banana é altamente recomendável para eles, pois a fruta contém alto teor de açúcares e vitaminas do complexo B, que fornecem energia, sendo esta facilmente absorvida e utilizada pelo corpo. Referências: www.senarms.com.br W W W. b r a s i l 2 4 7 . c o m www.famasul.com.br www.ibge.gov.br www.economia.estadao.com.br www.iea.sp.gov.br www.guiadenutricao.com.br
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Feijão produzido por agricultores familiares na Zona da Mata é testado
Ação faz parte de um projeto envolvendo pesquisa e extensão rural Fonte: Assessoria de Comunicação – Emater-MG
Um trabalho envolvendo a pesquisa agropecuária e a extensão rural promete melhorar a produtividade das lavouras e a qualidade do feijão produzido na Zona da Mata pelos agricultores familiares. A ideia é avaliar as sementes tradicionalmente cultivadas pelos produtores e difundir cultivares que melhor se adaptem às condições encontradas nas propriedades da região. Segundo o coordenador técnico da Emater-MG, Marcelo Libânio, um dos grandes entraves na região é a pouca utilização de sementes melhoradas, com características adaptadas à agricultura familiar. “É necessário adotar práticas que minimizem as perdas ocasionadas por doenças, com a melhoria genética das sementes e utilização de variedades mais resistentes, com potencial de produção renovado”, afirma. Em 2016, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) fez um convite à equipe da Emater-MG da região para participar do projeto ‘Avaliação da qualidade de sementes de feijão usadas por agricultores familiares’. Foram coletadas 72 amostras de feijões (a maioria não comercial) cultivados pelos agricultores nos municípios da região. Também foi preenchido um 14 | REVISTA 100% CAIPIRA
questionário com os produtores para conhecer melhor o sistema de produção adotado. “A ideia é avaliar e comparar a qualidade fisiológica e fitossanitária das sementes utilizadas pelos agricultores familiares com as cultivares produzidas pela Epamig. As amostras coletadas nas propriedades rurais incluem até algumas sementes raras e tradicionais, conhecidas como sementes crioulas”, explica o pesquisador da Epamig, Roberto Fontes Araújo. Segundo o pesquisador, já foi verificado que apenas 19% das sementes utilizadas pelos agricultores familiares da região apresentam vigor semelhante às cultivares desenvolvidas pela Epamig. Roberto Araújo explica que o motivo para este baixo vigor das sementes usadas pelos produtores está relacionado à maneira com que eles conduzem as lavouras e processam os grãos. “Por tradição, a maioria dos agricultores familiares utiliza grãos da colheita anterior como sementes”, comenta o pesquisador. A Epamig informou que, numa outra etapa, as sementes produzidas pela empresa de pesquisa serão cultivadas utilizando os sistemas adotados pelos agricultores em suas propriedades. A
comparação dos resultados será feita com os métodos de produção recomendados pela pesquisa. As cultivares desenvolvidas pela Epamig utilizadas no experimento são a Ouro Vermelho, Ouro Verde e Majestoso. Após todas as análises previstas no projeto, pesquisadores e extensionistas irão produzir materiais impressos e promover dias de campo para apresentar os resultados aos agricultores. “Será o momento de discutir aspectos importantes do sistema de produção e de adotar novas práticas que melhorem o desempenho econômico da agricultura familiar”, comenta Marcelo Libânio. O projeto de pesquisa também conta com a participação da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig). Produção em Minas Gerais - Minas Gerais é o segundo maior produtor de feijão do país. A safra 2016/2017 no Estado está estimada em 547,9 mil toneladas. Na Zona da Mata, o grão é cultivado por pequenos e médios agricultores. Na primeira safra deste ano, a região ficou no quinto lugar no ranking de produção estadual, com uma área plantada de aproximadamente 11,8 mil hectares.
ARROZ
Nitrogênio via folha substitui ureia e potencializa produtividade de arroz irrigado Agricultores obtiveram sucesso com a substituição dos insumos granulados pelos fertilizantes foliares de alto desempenho da Nutriceler
Fonte: Assessoria de Comunicação Nutriceler
Uma boa estratégia para quem busca elevar o potencial produtivo de uma lavoura é investir em reforço nutricional. Com o auxílio de fertilizantes foliares de alto desempenho, produtores gaúchos de arroz tem conseguido cultivar plantas mais resistentes e com alta produtividade de grãos. Este é o caso do produtor gaúcho, Eduardo Tillmann Gruppelli, proprietário da Fazenda Rio Velho, no município de Cristal (RS), que cultiva arroz tipo 1 longo fino para o mercado interno. A expectativa do agricultor, que colheu cerca de 9 toneladas de arroz na safra passada, é aumentar a produtividade e colher mais de 10 toneladas de arroz por hectare este ano. Eduardo afirma que o fornecimento de nitrogênio por meio de fertilizantes líquidos trouxe praticidade e está apresentando resultados significativos em se tratando de aumento de produtividade do arroz irrigado. “Há muito tempo eu procurava no mercado alguma fonte de nitrogênio em forma líquida que fosse confiável ao ponto de substituir a aplicação de ureia, que até então era a única fonte do nutriente que dispúnhamos para o aporte do nutriente às nossas lavouras”, comemora o agricultor. Para Tillmann, que realizou o manejo nutricional de sua lavoura com ferti-
lizantes líquidos nitrogenados da Nutriceler, o tratamento foi mais eficiente e mais prático, superando os resultados antes obtidos com os fertilizantes granulados. “Além de oferecer todos os benefícios operacionais que eu esperava, a tecnologia Nutriceler ainda se mostrou mais eficiente que os fertilizantes granulados que sempre utilizamos. As plantas ficaram abastecidas de nitrogênio por um período mais longo. Apostei todas as minhas fichas nesta tecnologia e não me restaram dúvidas em relação à sua eficiência”, afirma. De acordo com o consultor técnico da empresa Dagramas Produtos Rurais, Douglas Osterberg Vojtichwski, que acompanha a produção das lavouras no Rio Grande do Sul, a alta produtividade é resultado da eficiência dos fertilizantes foliares da Nutriceler, que substituíram a ureia convencional. “Devido às chuvas, o produtor não conseguiu realizar a aplicação de herbicida no tempo certo, o que ocasionou o atraso da aplicação da ureia, que é feita no seco, antes de inundar a lavoura. A solução que encontramos estava nos fertilizantes fluidos da Nutriceler, fontes eficientes de nitrogênio, com absorção rápida e metabolização gradativa. O resultado foi surpreendente”, diz o consultor. Douglas destaca ainda que a tecno-
logia desenvolvida pela Nutriceler permite que o fertilizante seja rapidamente absorvido pela planta, evitando perdas e lixiviação, e metabolizado de forma gradual, de acordo com a necessidade nutricional da planta. “Essa tecnologia está ajudando agricultores a alcançarem bons resultados nas lavouras, promovendo aumento dos rendimentos dos grãos de arroz. Sabemos que vários fatores são importantes e devem ser considerados quando o assunto é produtividade do arroz. A disponibilidade de nitrogênio no solo é um desses fatores, bem como o tipo de cultivar e as condições climáticas, como temperatura e a radiação solar”, afirma. Douglas relembra que, antes de utilizar a tecnologia Nutriceler, as plantas apresentavam crescimento debilitado e baixo vigor. “Essas características negativas estavam trazendo dúvidas em relação a sua produtividade. A indicação foi entrarmos com a fonte de nitrogênio líquido da Nutriceler”, detalha. “Dez dias após a aplicação a lavoura já apresentou uma melhora significativa. Após 21 dias, observamos que a lavoura obteve um desenvolvimento surpreendente, que pôde ser percebido pela cor, pelas plantas robustas e panículas com tamanho acima do desejado”, completa. REVISTA 100% CAIPIRA | 15
ANÁLISE DE MERCADO
O futuro da alimentação Será que o problema do mundo de alimentação exige mais volume de soja, milho, trigo, arroz, feijão, carnes ou exigira menos volume e muito mais nutrição para cada quilo ou cada grama produzida?
Direto da França no Master em Agribusiness e Food Management, o debate intenso ocorreu sobre a seguinte questão: para 2050, previsões apontam que poderemos chegar a ter na Terra até 10 bilhões de pessoas, então precisaríamos praticamente dobrar a produção de alimentos. O que também significaria enfrentar uma escassez de terras agricultáveis, uma gigantesca pressão por produtividade, logística e distribuição de um volume que passaria dos cerca de 2,5 bilhões de toneladas para mais de quatro bilhões de grãos, isso sem contar vegetais, frutas, carnes, biocombustíveis, fibras e toda a sustentabilidade envolvida. Mas aí surge uma questão interessante. Será que o problema do mundo de alimentação exige mais volume de soja, milho, trigo, arroz, feijão, carnes ou exigira menos volume e muito mais nutrição para cada quilo ou cada grama produzida? Se melhorarmos a nutrição dos solos atuais, das plantas, com a ciência dos geneticistas no gene design, e dos micronutrientes, se as plantas industriais do processamento de alimentos extraírem cada vez mais nutrição do mesmo grão originado no campo, de cada parte da proteína animal, se, além disso, tudo, suplementações nutricionais atuarem, e com análise sensorial e a neurociência encontrarmos um melhor equilíbrio entre prazer, satisfação e saúde com muito menos volume e mais nutrientes em um prato, e isso ainda associado a uma luta contra o desperdício de alimentos que vive na casa de 1/3 da comida produzida indo para o lixo. Será então que o futuro do alimento não virá da redução dos volumes e do aumento exponencial na sua qualidade nutricional? A soja do amanhã produzirá a mesma quantidade de proteínas da soja de hoje por tonelada? O café do amanhã já bem espremidinho e trabalhado no expresso, não será transformado cada vez mais em uma ótima essência com menos grãos por bebida? E assim por diante para as frutas, hortaliças, etanol e tudo mais? No debate na França ficou um ponto de interrogação sobre o futuro dos alimentos. Será uma conta aritmética simples, logo volumes e volumes produzidos, ou a conta será uma exponencial no aproveitamento dos nutrientes? Será menos área para a agropecuária, mas com uma hiper intensidade de qualidade nutricional? Aqui debatemos o amanhã, a educação alimentar, a guerra contra o desperdício e a ciência agregando muito mais nutrientes por quilo produzido e processado. Sem contar ainda a agropecuária local, como produção de carne em pequenas áreas com bem-estar animal nos modelos compost barn. Esse futuro do alimento será muito mais biofortificado do que imaginamos hoje, gene design e neurocientífico. Por José Luiz Tejon Megido, Conselheiro Fiscal do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e Dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM.
Fonte: Assessoria de Comunicação CCAS
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CONFRATERNIZAÇÕES ANIVERSÁRIOS CASAMENTOS FESTAS
ESPECIALIDADES: COSTELA DE CHÃO PORCO DE CHÃO PORCO NO ROLETE GALINHADA VACA ATOLADA FEIJOADA FEIJÃO TROPEIRO ARROZ CARRETEIRO
coelhoeventosembu@gmail.com
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(11) 96706-2934
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
Cactáceas da Caatinga combatem radicais livres Os pesquisadores observaram a presença de substâncias com reconhecida atividade antioxidante como betalaínas e compostos fenólicos em partes da planta e dos frutos. Estudo conduzido pela Embrapa concluiu que cactáceas que ocorrem no Semiárido nordestino apresentam potencial como alimento funcional. A pesquisa avaliou a presença de compostos bioativos com função antioxidante e anti-inflamatória em algumas espécies da família Cactaceae. Os pesquisadores observaram a presença de substâncias com reconhecida atividade antioxidante como betalaínas e compostos fenólicos em partes da planta e dos frutos. Para avaliar o potencial funcional das plantas, os pesquisadores induziram inflamação em macrófagos − células importantes na regulação da resposta imune − e observaram que na presença dos extratos de diferentes partes das cactáceas, a inflamação ou não se implanta ou, se implantada, não avança. A pesquisa foi realizada pela Embrapa em parceria com o Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba (CCA/UFPB) e a Texas A&M University, no âmbito do Programa Embrapa Labex. Os compostos fenólicos e as beta18| REVISTA 100% CAIPIRA
laínas encontradas nas cactáceas apresentam reconhecida ação antioxidante. Os compostos fenólicos são estruturas químicas presentes nos tecidos vegetais relacionadas a diferentes aspectos das plantas como aroma, cor, adstringência e estabilidade oxidativa. Já as batalaínas são pigmentos naturais que variam de amarelados a avermelhados. “As betalaínas são quimicamente mais ativas que os compostos fenólicos. São mais eficientes como antioxidantes”, explica Ricardo Elesbão. Ele lembra que algumas cactáceas apresentam frutos com coloração arroxeada como a beterraba, que é uma das mais ricas fontes de betalaínas na natureza. O pesquisador explica que os compostos bioativos são, geralmente, metabólitos secundários relacionados aos sistemas de defesa das plantas contra a radiação ultravioleta ou as agressões de insetos ou patógenos. Segundo ele, um bioativo pode apresentar certa atividade biológica in vitro, mas, in vivo, esse composto pode não ser biodisponível,
ou ser rapidamente metabolizado e excretado, tornando-se ineficaz. Riqueza do Semiárido Conforme o coordenador do estudo, pesquisador Ricardo Elesbão, da Embrapa Agroindústria Tropical (CE), nos últimos anos observou-se um maior interesse por diversas espécies de cactáceas não só pelo valor nutricional, mas por serem fontes de compostos como betalaínas e fenólicos, que estão relacionados à promoção da saúde. Apesar do crescimento do interesse pelas cactáceas, as espécies de ocorrência no bioma caatinga ainda são pouco estudadas. “São plantas nativas ou exóticas adaptadas que podem apresentar novos usos e isso é muitas vezes desperdiçado”, diz Ricardo Elesbão. A ideia do pesquisador é caracterizar as plantas para estimular a produção e consumo de cactáceas como alimentos. Outra possibilidade é a produção de suplementos alimentares. Mas o cientista alerta que o consumo como alimento é mais vantajoso. Os compostos
Fonte: Embrapa Agroindústria Tropical
encontrados nos alimentos podem ser isolados ou até obtidos sinteticamente, mas eles sozinhos podem não apresentar a mesma função observada em um alimento integral (fruto ou parte de uma planta), onde pode haver vários outros compostos associados que atuam de forma sinérgica. “Quando um composto é isolado, uma função específica, como a anti-inflamatória, pode ser reduzida ou ainda se perder”, explica. Elesbão salienta que as cactáceas poderiam ser exploradas de forma sustentável em seus locais de ocorrência. Existem áreas extensas de ocorrência natural que podem ser conservadas com o aproveitamento extrativista de partes das plantas. “O açaí, por exemplo, até há pouquíssimo tempo, vinha todo de áreas nativas exploradas dessa forma”, diz. O pesquisador reforça que muitas cactáceas que não foram incluídas no estudo podem também apresentar propriedades funcionais. Para investigar o assunto, um novo projeto está sendo planejado pela Embrapa em parceria com algumas instituições de pesquisa e ensino. Ele salienta que estudos que ava-
liem o potencial funcional dessa família certamente poderão contribuir para a agregação de conhecimento e de valor às espécies, bem como aos biomas de ocorrência. Outros estudos A pesquisa com cactáceas foi um dos trabalhos desenvolvidos pelo pesquisador Ricardo Elesbão em sua temporada no Labex Estados Unidos, entre 2011 e 2014. Ele também se dedicou à avaliação do potencial de outras espécies frutíferas tropicais como alimentos funcionais, tais como acerola, abacaxi e mirtáceas (a família da goiaba). Segundo o pesquisador, entre os resultados dos estudos, que devem ser publicados em breve, foram encontradas na acerola, além da já conhecida vitamina C, outras substâncias com atividade biológica importante. No abacaxi, a novidade é a concentração de compostos de interesse em partes que são desperdiçadas. O objetivo geral de pesquisa foi agregar valor a extratos oriundos de espécies nativas de fruteiras tropicais, pro-
movendo-os como produtos saudáveis contra inflamação e doenças crônicas associadas. O pesquisador lembra que a biodiversidade brasileira abriga hoje entre 15% e 20% das espécies vegetais, animais e microrganismos do mundo. Estima-se que o valor associado à biodiversidade possa atingir alguns trilhões de dólares em produtos ou descobertas que ela pode gerar ao País. “É necessário aproveitar essa biodiversidade para que o País, além de importante exportador de matéria-prima, se converta no protagonista de uma nova economia mundial, baseado no uso sustentável da biodiversidade e dos seus recursos derivados, agregando valor aos diferentes setores produtivos”, diz o cientista. Além dos alimentos, vários produtos utilizados pela sociedade têm sua origem na biodiversidade nacional, tais como fibras, biomateriais, cosméticos, nutracêuticos, medicamentos, químicos, óleos e essências, entre outros. “É necessário caracterizar nossas espécies quanto ao seu real potencial para obtenção de compostos bioativos e elaboração de novos produtos oriundos dessa rica biodiversidade”, finaliza Elesbão. REVISTA 100% CAIPIRA | 19
BOVINOS DE CORTE
Operação Carne Fraca não reflete qualidade da produção dentro da porteira Fonte: Notícias Agrícolas
Enquanto estouravam as denúncias de indústrias que recebiam propina para burlar fiscalizações, o elo mais fraco da cadeia - os pecuaristas - seguiam suas rotinas na buscam incessante pela qualidade da carne nacional Desde que a Polícia Federal deflagrou a operação Carne Fraca, na sexta (17), relatando frigoríficos que operavam em desconformidade as normas sanitárias, a pecuária nacional está no centro das discussões e por muitas vezes associada às más práticas de produção de alimentos. Enquanto estouravam as denúncias de indústrias que recebiam propina para burlar fiscalizações, o elo mais fraco da cadeia - os pecuaristas seguiam suas rotinas na buscam incessante pela qualidade da carne nacional. O mercado de carnes, - seja bovina, de frango ou aves -, cresceu significativamente nos últimos anos, também pautado pela confiança sanitária. A receita com a exportação das três proteínas saiu de aproximadamente US$ 2 bilhões em 2000, para US$ 14 bi no ano passado. Mas, após a operação, alguns importadores já notificaram que irão suspender temporariamente as compras até que as irregularidades sejam explicadas. Durante a edição 2017 do Road Show para jornalistas do agronegócio, que ocorreu entre os dias 13 a 17 de março, foi possível conhecer propriedades e projetos - que através de tecnologia - estão comprometidos em oferecer uma carne cada vez melhor, tanto ao mercado interno, quanto externo. 20| REVISTA 100% CAIPIRA
As melhorias vão desde a aplicação de fenótipo e genótipo em reprodutores, até equipamentos de contenção que reduzem o estresse e hematomas nos animais durante atividades de manejo. Todas essas iniciativas demonstram que a pecuária nacional está em plena transição da produção tradicional para grandes inovações que elevaram o padrão dos nossos produtos. Dentro da porteira, seja por meio dos melhores animais, rígidos controles de produção e acabamento primoroso das carcaças, o setor vê estourar - de forma questionável - operação que poderá trazer consequências de curto e médio prazo em todas essas evoluções da nossa pecuária. Como ressaltou a ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu) as “acusações contrariam todo o esforço da nossa classe de produtores rurais que segue rígidas normas de segurança para a produção de carne bovina” diz. Para ABCZ, será de fundamental importância os desdobramentos dessa operação nesta semana, no que diz respeito ao esclarecimento das irregularidades. “O volume de unidades irregulares foi relativamente baixo, é claro que isso não deveria acontecer, mas não corresponde a imensa cadeia produtiva da carne”, diz
Arnaldo Prata, diretor da entidade. Uma credibilidade construída há décadas e reconhecida internacionalmente, não pode ser generalizada. Segundo Prata, já há uma movimentação do governo e das mídias no sentido mostrar que os problemas foram pontuais e que, “portanto, não devem influenciar a demanda de carnes brasileira”. “Somos a favor da investigação e acreditamos que esse fato poderá, inclusive, aumentar a exigência do nosso público consumidor à carne de qualidade”, acrescenta o diretor da ABCZ. Em nota a Associação Brasileira de Angus, também afirmou que “a apuração dos fatos ocorridos e a punição dos responsáveis devem ser prioridades de forma a extirpar do segmento produtivo aqueles que não estejam dispostos a atender às exigências da legislação sanitária nem demonstrem preocupação com a saúde e bem-estar dos consumidores”. É importante ressaltar que a recessão econômica desde 2014 reduziu drasticamente o consumo per capita, especialmente de carne bovina, no mercado interno. Esse fator vem colaborando - aliado a outras conjunturas de mercado - para baixa na cotação do boi gordo, frango e suíno.
LOGÍSTICA E TRANSPORTE
Brasil dá sinal verde à c onstrução da Ferrovia Transoceânica Em uma reunião técnica nesta quarta-feira (22) em La Paz, o Brasil deu sinal verde ao projeto de construção do trem bioceânico, também conhecido como Ferrovia Transoceânica Fonte: Agência Brasil
Em uma reunião técnica nesta quarta-feira (22) em La Paz, o Brasil deu sinal verde ao projeto de construção do trem bioceânico, também conhecido como Ferrovia Transoceânica, com financiamento da Alemanha e da Suíça, que beneficiará o comércio de cinco nações sul-americanas: Bolívia, Peru, Paraguai, Uruguai e Brasil. As informações são da agência de notícias alemã DPA. “O Brasil tem interesse e vontade [de participar] desse esforço coletivo para chegar a mercados asiáticos e aproveitar a linha férrea que chega a Corumbá [lado brasileiro] e a Puerto Suárez [na Bolívia]”, anunciou o coordenador de Assuntos Econômicos para a América do Sul da chancelaria brasileira, João Carlos Parkinson de Castro. Ele destacou que será importante estabelecer acordos de “harmonização aduaneira” para que haja uma circulação fluída dos trens na rota Brasil-Bolívia-Peru. Sobre trilhos O ministro boliviano de Obras Públicas, Milton Claros, saudou a adesão do Brasil. “Estamos sobre trilhos”, disse Claros, na primeira reunião técnica que se realizou hoje na chancelaria boliviana com a participação de representantes da Alemanha, Suíça, do Brasil, Peru, Paraguai, Uruguai e da Bolívia, e do Banco Interamericano de Desenvolimento
(BID) e da Corporação Andina de Fomento (CAF). O vice-ministro alemão de Transportes e Infraestrutura Digital, Rainer Bomba, confirmou que cerca de 30 empresas alemãs e suíças estão interessadas no financiamento e construção do Corredor Ferroviário Bioceânico Central, nome oficial de uma linha ferroviária que teria 3.750 quilômetros de extensão, quando concluída. “Este é um tremendo projeto. Agora resta definir os objetivos de investimento para sua construção”, afirmou Bomba. Canal do Panamá Rainer Bomba e Milton Claros assinaram um memorando de entendimento para consolidar o Corredor Bioceânico, num ato do qual participou o presidente da Bolívia, Evo Morales. “Estamos convencidos de que o trem bioceânico entre Brasil, Bolívia e Peru será o Canal do Panamá do século 21”, afirmou Morales. A via férrea que unirá o Atlântico ao Pacífico começaria na costa do Brasil, cruzaria a selva amazônica e a Cordilheira dos Andes e terminaria no litoral peruano, depois de passar pelar Bolívia. O governo boliviano aposta forte nesta obra porque quer evitar o uso de portos do Norte do Chile, país com o qual mantém um litígio histórico por uma saída soberana ao mar. O traçado incluiria os trechos San-
tos-Campo Grande (no Brasil), Puerto Suárez (Bolívia) e Ilo (Peru) e seu custo é calculado em cerca de us$ 14 bilhões, segundo o estudo técnico feito pela Bolívia. Novos corredores O projeto do trem bioceânico do presidente Morales foi apresentado há um ano a Rainer Bomba na primeira visita deste a La Paz, acompanhado de empresários alemães. Morales está empenhado em abrir novos corredores de exportação para produtos bolivianos, que hoje saem do país através de portos do Norte do Chile. Cerca de 80% das exportações bolivianas saem pelo porto chileno de Arica. O trem bioceânico também poderia beneficiar outros países porque a cidade boliviana de Puerto Quijarro serviria como ponto de enlace entre uma futura hidrovia Paraguai-Paraná e a ferrovia para exportar produtos do Paraguai, Uruguai e Argentina pelo Oceano Pacífico. A reunião de La Paz não contou com a participação do vice-presidente do Peru e ministro de Transportes, Martín Vizcarra, que está atendendo à situação de emergência em seu país por causa das inundações, sendo representado por seu chefe de gabinete, Carlos Estremadoyro. REVISTA 100% CAIPIRA |21
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FRUTICULTURA
Ao todo serão 17 milhões de quilos recebidos, com foco em uvas viníferas para elaboração de vinhos e espumantes premium Fonte: CDN Comunicação
Vinícola Salton brinda à safra 2017
A primeira etapa do recebimento de uvas da safra 2017 já está encerrada na Vinícola Salton, com a colheita das uvas de acidez perfeita para vinhos brancos e espumantes. Agora, a vindima, que se estende até final de março, dá lugar aos frutos tardios, com alta graduação de açúcar, ideal para os vinhos premium da empresa centenária. A expectativa é que sejam colhidos 17 milhões de quilos de uva ao todo, sucesso atingido a partir do rigor do departamento de Viticultura e às condições climáticas do último ano, com a ocorrência do fenômeno La Niña antes da maturação da uvas precoces. Com períodos secos intercalados em todo o ciclo vegetativo, o inverno de baixas temperaturas (que estimulou a dormência) e o verão quente, a safra deste está proporcionando uvas de qualidade – aromáticas e com boa acidez, excelentes para a elaboração de espumantes. Na Campanha, a vinícola irá colher cerca de 3 milhões de quilos de Chardonnay, Pinot Noir, Cabernet Sauvignon, Tannat e Merlot, de vinhedos próprios e de mais 40 fornecedores.
Na Serra, serão 14 milhões de quilos de uvas para espumantes, vinhos e sucos. Para a Salton, a safra que chega ratifica o direcionamento que a empresa tem tomado nos últimos anos, com foco na elaboração de bebidas cheias de identidade, com os diferentes terroirs brasileiros. Apresentando produtos cada vez mais voltados para um público que diferencia as nuances dos vinhos, espumantes e procura investir em degustações, a Salton reforça o posicionamento como sinônimo de qualidade e requinte na mesa de seus consumidores. “Temos investido constantemente na excelência, sempre nos baseando em padrões internacionais. (Buscando melhor técnica para se conseguir uvas de qualidade) Com uma safra de qualidade satisfatória, de uvas superiores, conseguimos traduzir ainda mais esse cuidado com nossos produtos”, explica o presidente Daniel Salton. Em Santana do Livramento ainda há outro diferencial quando o assunto é a colheita. Totalmente mecanizada, a colheita ganha agilidade. “A tecnologia aplicada permite que os frutos sejam
colhidos de maneira mais eficiente que a manual, porém com o mesmo cuidado, e sendo feito no período mais propicio do dia, quando as temperaturas estão mais baixas”, explica o Engenheiro Agrônomo e responsável técnico do departamento de Viticultura, Maurício Copat. Copat, que responde por toda a estrutura de vinhedos próprios, assim como pela relação com fornecedores da matéria-prima, acrescenta que na Fronteira Oeste já estão sendo plantadas mais variedades tintas. “Começamos a canalizar as uvas para espumantes e suco na Serra e uvas para vinho na Campanha. Estamos fazendo isso por questão de solo e de clima. Com o passar dos anos e estudos aprofundados, percebemos que a média de chuvas e de insolação em Santana do Livramento tem condições melhores pra segurar a uva mais madura, para vinhos de maior teor alcoólico e mais estruturados. Em contrapartida, as uvas colhidas na Serra são excelentes para a produção de espumantes”. REVISTA 100% CAIPIRA | 23
INTERNACIONAL
Acirra-se confron na OMC sobre t O
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Em reunião periódica do Comitê de Agricultura da alimentos vão ter de responder a questionamento os passos
Fonte: Avisite
Os Estados Unidos e o Brasil, primeiro e segundo maiores exportadores mundiais de produtos agrícolas, confrontam-se na Organização Mundial do Comércio (OMC) com questionamentos recíprocos sobre supostos subsídios proibidos à exportação, em meio uma intensa corrida por participações maiores do mercado mundial. Os EUA ampliaram a pressão sobre o Brasil em relação à ajuda aos produtores do trigo, ao mesmo tempo em que tentam arrancar alguma vantagem para exportar seu cereal ao mercado brasileiro. De seu lado, o Brasil questiona o montante de subvenções que os EUA concedem para commodities como algodão, soja e milho. Em reunião periódica do Comitê de Agricultura da OMC, os dois gigantes do comércio mundial de alimentos vão ter de responder a questionamentos submetidos com antecedência, e depois decidir os passos seguintes. Há anos os EUA questionam o Brasil por causa do Prêmio para Escoamento do Produto (PEP) e do Prêmio de Equalização pago ao Produtor (Pepro), duas ferramentas utilizadas pelo governo para 24 | REVISTA 100% CAIPIRA
apoiar o escoamento da produção de trigo. Agora, contudo, Washington busca arregimentar aliados para aumentar a pressão, segundo fontes a par das articulações. “Os EUA, com vários outros membros, expressaram preocupações em encontros anteriores (na OMC) sobre os potenciais efeitos de distorções causados pelo PEP e pelo Pepro no comércio”, diz um documento americano. Apesar de ser um dos maiores importadores de trigo do mundo, o Brasil, exporta, esporadicamente, volumes significativos. Normalmente, isso acontece quando o cereal colhido é de má qualidade, destinado à ração. No PEP, a subvenção é concedida às indústrias que adquirirem o trigo pelo preço mínimo fixado pelo governo federal. No Pepro, o subsídio é pago ao produtor rural ou sua cooperativa, desde que comprovada a venda e o escoamento do produto. Washington reclama que o governo brasileiro nunca deu explicações na OMC sob alegação de que o PEP tinha sido suspenso para reavaliação, a fim de
evitar irregularidades. Só que os americanos dizem ter constatado que os dois programas foram reativados no fim de 2016, com um prêmio máximo de R$ 0,208 por quilo de trigo, equivalente a quase um terço do valor do mercado do produto. Os EUA suspeitam que os dois programas estão “de novo facilitando a exportação de montante significativo de trigo” pelo Brasil, o que violaria as regras da OMC. Além disso, Washington utiliza informações publicadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) que indicariam que produtores brasileiros de milho também se beneficiaram dos dois programas de forma intermitente desde 2010 - sobretudo em 2016 - e nos primeiros meses de 2017. Com menos veemência, os EUA questionam também a política de preço mínimo de feijão e milho. Nesse contexto, os EUA querem que o Brasil agora responda na OMC como corrigiu irregularidades no PEP e no Pepro e quais os montantes destinados para ajudar exportações. Pedem até para o Brasil apresente a fatura e o destino dos
nto de Brasil e EUA emas agrícolas
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a OMC, os dois gigantes do comércio mundial de os submetidos com antecedência, e depois decidir seguintes embarques. Canadá, União Europeia e Austrália também questionaram o Brasil no passado sobre os dois programas. A resposta do Brasil, que deve ser repetida, é que o PEP é um programa de apoio doméstico não vinculado a desempenho exportador. Ou seja, não obriga o produtor a exportar para receber o subsídio. Mas o governo Donald Trump vai além. Pediu uma reunião bilateral com o Brasil para a semana que vem, na OMC, claramente para novamente cobrar mais acesso ao trigo americano ao mercado brasileiro. Essa discussão foi reativada recentemente pelos americanos. Na Rodada Uruguai, o Brasil estabeleceu uma tarifa de importação de trigo de 55%, mas assumiu o compromisso de abrir uma cota de 750 mil toneladas com alíquota menor. Ocorre que a Argentina sempre dominou o mercado brasileiro, já que faz parte do Mercosul e não paga tarifa. Nos últimos anos, quando os argentinos tiveram dificuldades para exportar, os Estados Unidos venderam até 3 milhões de toneladas do cereal para o Brasil, boa parte sem tarifa. Pegaram gosto,
e passaram a voltar a cobrar a criação da cota. Em dezembro de 2016, ainda no governo Obama, os EUA receberam do Brasil a mensagem de que não haveria cota. Mas Brasília ofereceu uma compensação: uma redução de tarifa de 55% para 37,9% - afinal, se tratava de uma discussão envolvendo uma alíquota consolidada nos acordos da OMC. Essa redução de tarifa seria equivalente à cota, em função da média das importações. Os EUA, sem surpresa, não gostaram, até porque qualquer alíquota acima de 10% tira a competitividade de seu cereal. Na reunião bilateral, a expectativa é que os EUA pressionem por uma decisão mais rápida e mais compatível com os interesses do “America First” de Trump. De toda maneira, quem decide a tarifa que realmente será imposta pelo Brasil é a Câmara de Comércio Exterior (Camex). Do seu “córner”, o Brasil mira os problemas que constatou nas notificações feitas por Washington sobre os subsídios concedidos em 2014, no primeiro ano da nova “Farm Bill”, a lei agrícola americana. Uma das surpresas é que as subvenções
para a agricultura em geral - que não incluem subsídios específicos destinados a cada produto - pularam de US$ 200 milhões para US$ 4,5 bilhões em um ano. Ao mesmo tempo, o subsídio específico para os produtores de soja diminuiu 90% entre 2013 e 2014, para US$ 145 milhões, algo que deixa os negociadores com muitas suspeitas. O Brasil questiona, também, o aumento de mais de 65% do subsídio para os produtores americanos de algodão, que atingiram US$ 956,4 milhões, ou 15% do valor da produção da commodity nos EUA. Já o programa americano de ajuda aos preços do açúcar atingiu US$ 1,5 bilhão. Para a produção de milho, os americanos forneceram US$ 2,26 bilhões. E para o trigo, US$ 923 milhões. “Vai ser uma briga sobre quem distorce mais o comércio agrícola mundial. Se o Brasil, com o PEP por volta de US$ 440 milhões por ano, ou os EUA com ajuda ao trigo em quase US$ 1 bilhão”, resume um observador em Genebra. REVISTA 100% CAIPIRA |25
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CULTURA CAIPIRA
15ª Viola e Catira de Poloni – SP SENTIMENTO SERTANEJO
A 15 anos o evento é realizado por Daniel Pereira na aconchegante cidadezinha de Poloni – SP que fica a 40km de São José do Rio Preto, o evento contou com uma constelação de talentos da verdadeira Cultura Caipira, a convite do Ator e Cantador caipira Jackson Antunes a Revista 100% Caipira teve a honra de registrar todos os momentos deste grandioso evento, onde participaram: Santão e Sabiá, Marcos Violeiro e Cleiton Torres, Zé Mulato e Cassiano, Jackson Antunes, Juliana Andrade, Nalva Aguiar, Catira Botas de Ouro, Durval e Davi, As Galvão com o maestro Mário Campanha e Rodrigo Matos e Praiano. 28 | REVISTA 100% CAIPIRA
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MEIO AMBIENTE
Exigência de 20% de Reserva Legal no Bioma Pampa não é absoluta
O chamado “Novo” Código Florestal, não dispõe como requisito à efetivação de área rural consolidada que tenha havido à supressão de vegetação nativa com uso alternativo do solo (plantio/agricultura) Anderson Belloli - advogado e diretor para sua concreção jurídico da Federarroz Verifica-se que o grande debate estabelecido acerca da questão relativa à exigência de Reserva Legal no Bioma Pampa é referente à existência da obrigação do produtor possuir (ou não) 20% da área do seu imóvel com a implementação de Reserva Legal, vez que supostamente haveria vegetação nativa decorrente do uso dos campos do Sul do Estado para fins de pecuária. Contudo, o que precisa ser devidamente compreendido é o fato de que a Lei Federal, o chamado “Novo” Código Florestal, não dispõe como requisito à efetivação de área rural consolidada que tenha havido à supressão de vegetação nativa com uso alternativo do solo (plantio/ agricultura) para sua concreção, o que a Lei exige é a ocupação antrópica, ou seja, atividade humana agrossilvipastoril. Nota-se, ainda, reforçando o exposto, que o texto legal positivado na legislação federal possui dois conceitos distintos acerca da concreção da atividade antrópica relativa à questão, quais sejam a supressão de vegetação nativa e a supressão de vegetação nativa para uso alternativo do solo. Destarte, tem-se que não é requisito à consolidação de 32 | REVISTA 100% CAIPIRA
área rural consolidada ou uso de área que tenha havido à supressão de vegetação nativa com uso alternativo do solo, o que a lei exige é a ocupação antrópica, tais como a pecuária. Nesse passo, é igualmente fundamental a compreensão de que somente a partir do texto da Medida Provisória nº 2.166-67/2001, se passou a exigir a implementação de Reserva Legal no Bioma Pampa, pois, antes disso, inexistia tal previsão/obrigatoriedade/exigência. Pode-se se aferir que o texto legal da Medida Provisória número 2.16667/2001 é claro ao estabelecer que “as florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as situadas em área de preservação permanente, assim como aquelas não sujeitas ao regime de utilização limitada ou objeto de legislação específica, são suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, a título de reserva legal”. Com efeito, pode-se perceber que, após a Medida Provisória em comento, que “outras formas de vegetação” passaram a ser objeto de obrigatoriedade de Reserva Legal. Percebe-se, sem maiores esforços cognitivos, que até a edição da Medida Provisória em comento, a
obrigatoriedade de implementação de Reserva Legal se restringia, conforme texto citado, “às florestas de domínio privado”. Percebe-se, assim, que o produtor rural lotado no Bioma Pampa somente passou a possuir a obrigatoriedade de implementação de Reserva Legal a partir da edição da Medida Provisória nº 2.166-67/2001, de modo que todo aquele produtor que comprovar a utilização de seu imóvel de acordo com a legislação em comento estará dispensado de atender o disposto no artigo 12 da Lei nº 12.651/2012, no sentido de implementar 20% da área do imóvel a título de Reserva Legal. A assertiva se revela correta na medida em que o artigo 68 da Lei nº 12.651/2012 prevê que estarão dispensados promover a recomposição, compensação ou regeneração para os percentuais exigidos nesta Lei quando que realizaram supressão de vegetação nativa respeitando os percentuais de Reserva Legal previstos pela legislação em vigor à época, não se exigindo que se tenha realizado a supressão da vegetação nativa com uso alternativo do solo.
MÁQUINAS E IMPLEMENTOS
FMB apresenta os tratores Farmtrac ao mercado brasileiro Com atuação global marca está presente em 62 países. Unidade produtiva de Anápolis será distribuidor nacional
Fonte: Race Comunicação
A partir da parceria entre a empresa brasileira FMB (Grupo Meimberg) e o Grupo Escorts, companhia que figura entre os 10 maiores fabricantes de tratores do mundo, chega ao Brasil, neste ano, a marca de implementos e máquinas agrícolas Farmctrac. A implantação faz parte de um planejamento de médio prazo e que será executado em duas etapas, incluindo a instalação, já em fase adiantada, de uma unidade fabril no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), em Goiás. O lançamento oficial dos tratores está marcado para o dia 3 de Abril durante a Tecnoshow Comigo, em Rio Verde (GO). Na feira serão apresentados ao público cinco modelos de uma linha que pretende alcançar, principalmente, pequenos e médios produtores, responsáveis por 85% do consumo de máquinas agrícolas no país. Nesta primeira fase, os produtos serão importados e comercializados pela FMB em território nacional. “Nosso objetivo é começar a impor-
tar e vender uma média de 50 tratores ao mês e com a nacionalização triplicar o número, garantindo uma saída de 150 a 200 máquinas da fábrica”, revela o diretor comercial da FMB, Luciano Petroski. Isso faz com que a presença da fábrica em Anápolis seja estratégica pela facilidade de escoamento da produção. “Optamos pelo Daia por ser tratar de um grande centro logístico”, explica Luciano. Na segunda fase do projeto as máquinas serão produzidas pela FMB, utilizando apenas o trem de força importado, ampliando a linha de produtos e distribuindo-os para o restante do Brasil. Também faz parte desta etapa a diversificação do portfólio com a disponibilidade de tratores de pequeno porte, a partir de 22 cv, que atenderão culturas de frutas, café e cana de açúcar, por exemplo, e também a opção de máquinas até 120 cv. Todo esse planejamento deve ser concluído com mais de dez modelos de máqui-
nas disponíveis no mercado brasileiro. Sobre a Farmtrac: A Farmtrac está presente em 62 países e alcançou a liderança do segmento na Polônia em 2016, onde possui unidade fabril. Para oferecer produtos de alta tecnologia e eficiência possui uma equipe de 500 engenheiros de desenvolvimento e pesquisadores, e parcerias com importantes montadoras internacionais. Chega ao Brasil em 2017 como parte de seu plano de expansão global. Sobre a FMB: É uma empresa de máquinas e implementos, do Grupo Meimberg (BRA), que nasceu de recente parceria com o Grupo Escorts (IND) para a distribuição dos tratores Farmtrac no Brasil. O desenvolvimento inicial da FMB está definido em duas etapas: a primeira com a importação e venda dos tratores Farmtrac e depois a produção e consequente nacionalização das máquinas para sua distribuição em todo o território nacional. REVISTA 100% CAIPIRA |33
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RECURSOS HÍDRICOS
Dia Mundial da Águ
No Dia Mundial da Água, o auditório da E “Águas Residuais”, realizado em par Coru
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Fonte: Embrapa Pantanal
s diversos usos da água e as possibilidades para sua recuperação foram alguns dos temas abordados por pesquisadores, professores, representantes do poder público e estudantes neste 22 de março. No Dia Mundial da Água, o auditório da Embrapa Pantanal recebeu o seminário “Águas Residuais”, realizado em parceria com a Prefeitura Municipal de Corumbá, para promover debates a respeito da importância e utilização de um dos bens naturais mais importantes para a sociedade. “O dia exige mais reflexão que comemoração. A água é essencial não só para a produ36 | REVISTA 100% CAIPIRA
ção, mas para a vida como um todo. O tema do seminário este ano aborda um desafio muito grande: como podemos superar o problema dos resíduos na água, assim como as maneiras de tratar, conservar e utilizar melhor esse recurso tão importante e cada vez mais escasso no nosso planeta”, diz a pesquisadora Catia Urbanetz, chefe-geral em exercício da unidade pantaneira de pesquisa da Embrapa. Com a questão dos resíduos como o fio condutor das discussões, o professor Willian da Silva, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), falou sobre o destino que damos à água depois que ela é utilizada no dia a dia das casas, comércios e indústrias. “A água residual, a grosso modo, é aquela que vai para o
ralo e, consequentemente, para o esgoto, que é um grande complexo de substâncias orgânicas, inorgânicas e microrganismos”, afirma. “Usamos água de boa qualidade e a descartamos no sistema com uma qualidade ruim. Para que isso não impacte o ambiente de maneira tão profunda, precisamos tratá-la, tirar o máximo possível de contaminantes para devolvê-la a esse ambiente. Não existe ´água nova´: ela faz parte de um ciclo. Aquela água que você jogar fora vai ser bebida por alguém”. Sabendo da importância de se dar um destino adequado aos resíduos decorrentes da ação humana, o pesquisador da Embrapa Pantanal Ivan Bergier desenvolveu um projeto que visa favorecer a sustentabilidade na produção animal – em particular,
ua promove reflexão
Embrapa Pantanal recebeu o seminário rceria com a Prefeitura Municipal de umbá na suinocultura – atuando na reciclagem da água. “Um equipamento separa a fração sólida da água residual dessa atividade e aproveita essa fração para fertilizar a produção de grãos. Aí, realizamos a reciclagem real: voltamos os nutrientes produzidos para fazer o grão por meio de um sistema que passa pelo animal, por biodigestores, por uma lagoa de decantação”, diz. “O trabalho de economia circular reaproveita os resíduos e os transforma em matéria prima dentro da cadeia produtiva, buscando retornar esse material da forma mais eficiente possível ao ambiente”. O técnico químico Marcel Marcondes discutiu, ainda, o tratamento da água na área da saúde: ele é responsável pelos processos que tratam
a água usada em máquinas de hemodiálise na Santa Casa de Corumbá. De acordo com Marcondes, ela é desmineralizada e passa por um processo chamado de osmose reversa (pelo qual se obtém uma água muito pura, separada de agentes contaminantes nocivos à saúde humana) antes de ser utilizada para filtrar o sangue dos pacientes. “A clínica recebe água potável da empresa de saneamento da cidade e, a partir desse momento, começamos a retratar essa água, decantando o material em um tanque de espera de 10 mil litros, passando por um filtro de areia e, assim, sucessivamente, por um abrandador, um filtro de carvão, até chegar à osmose”. O técnico ressalta que, para a hemodiálise, a qualidade da água é
essencial. “Se tivermos alguma contaminação, não temos tempo de salvar o paciente. É um risco muito alto que não permite nenhuma porcentagem de erro”. Para o pesquisador Ivan Bergier, todo uso intensivo dos recursos naturais exige um planejamento acerca do destino e retorno dos resíduos, “sejam eles quais forem – sólidos, líquidos, gasosos”. O vereador Mohamed Abdalla, secretário especial de Agricultura Familiar, foi um dos representantes da Prefeitura Municipal de Corumbá a participar dos debates. “A gente sabe que cada real investido no tratamento de esgoto economiza três reais gastos com doenças no sistema de saúde. Por isso, é fundamental discutir a recuperação e, principalmente, o melhor uso da água pela sociedade”. REVISTA 100% CAIPIRA |37
PESQUISA
Planta da Amazônia é testada no combate ao mosquito Aedes aegypti A Embrapa Amazônia Ocidental e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), têm contribuído com estratégias para desenvolver bioprodutos para controle do mosquito Aedes aegypti
Uma planta nativa da Amazônia, de nome científico Piper aduncum, pode se tornar mais uma alternativa para combater o mosquito Aedes aegypti, que transmite doenças como dengue, febre amarela, chikungunya e zika vírus. Pesquisas realizadas em Manaus (AM) com essa planta, numa parceria entre a Embrapa Amazônia Ocidental e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), têm contribuído com estratégias para desenvolver bioprodutos para controle do mosquito Aedes aegypti. Um dos focos de interesse na Piper aduncum é seu alto teor de dilapiol, substância com efeito inseticida já conhecido. Essa substância, definida na química como um fenilpropanoide, vem sendo testada em vários estudos científicos e tem demonstrado também atividade fungicida, moluscida, acaricida, bactericida e larvicida para diversos organismos. A pesquisa com piperáceas já apresenta resultados promissores, como o estudo realizado pela pesquisadora e química Ana Cristina da Silva Pinto, que culminou com a elaboração de derivados semissintéticos obtidos de princípios ativos isolados da planta Piper aduncum. Desde 2002, Ana Pinto vinha trabalhando com piperáceas no mestrado em Química de Produtos Naturais 38 | REVISTA 100% CAIPIRA
e no doutorado em Biotecnologia, finalizado em 2008, ambos cursados na Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Nesses estudos, Ana contou com orientação do pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) Adrian Pohlit, doutor em química, e com a co-orientação do pesquisador do Inpa Wanderli Tadei, doutor em ciências biológicas, e do pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental Célio Chaves, doutor em agronomia que trabalha com plantas medicinais. Eficácia - No decorrer dessas pesquisas, a química isolou princípios ativos da planta Piper aduncum e modificou a combinação de algumas moléculas, transformando-os em derivados semissintéticos, uma estratégia que permite acrescentar vantagens em relação à forma natural da substância como, por exemplo, aumentar a sua forma de ação. A partir desses compostos foram feitos testes em larvas e em insetos adultos do mosquito Aedes aegypti e em larvas do mosquito Anopheles darlingi (que transmite malária). Os melhores resultados de Piper aduncum foram contra o Aedes aegypti, segundo Ana Pinto. De 15 substâncias derivadas de Piper aduncum, cinco foram selecionadas com melhor efeito no controle do mosquito.
Depois, a pesquisadora elaborou formulações com esses derivados de Piper aduncum e testou várias concentrações da dosagem até perceber que com algumas delas os mosquitos adultos morriam em 15 minutos. Com o uso dessas formulações-base, foi desenvolvido um creme repelente e iniciada a elaboração de um spray para ambiente e de um produto larvicida. “O repelente é o que está mais adiantado”, explica Ana Pinto, acrescentando que fez alguns testes preliminares em laboratórios do Inpa. A pesquisadora relata que já foram percorridas várias etapas, que correspondem a aproximadamente 50% do trabalho. “Porém, precisaria repetir alguns dos testes em laboratórios credenciados pela Anvisa para finalizar como produto”, destaca. De acordo com ela, faltam ainda algumas análises físico-químicas e estudos de prateleira para saber o tempo de duração da atividade repelente, entre outras informações. “Para levar um produto ao mercado demora de cinco a dez anos e precisaria de recurso financeiro para dar continuidade às pesquisas”, afirma a pesquisadora. Nanotecnologia - Outra estratégia dos pesquisadores para aproveitar o efeito da Piper aduncum contra o mosquito é o uso da nanotecnologia,
que permite manipular as substâncias numa escala muito pequena, a partir de átomos, e com isso criar novas estruturas e materiais. O pesquisador Wanderli Tadei, do Laboratório de Malária e Dengue do Inpa, aposta na nanotecnologia para prolongar o efeito da repelência. “O problema desses óleos essenciais é que eles evaporam muito facilmente, então ele tem um poder de repelência, mas não tem um poder de durabilidade no local de aplicação. Só com o óleo a repelência é de 15 minutos, não mais que isso”, comenta Tadei. “Nós temos um experimento com cápsulas nanoestruturadas e conseguimos a permanência por mais de duas horas, no estado de óleo”, conta o pesquisador. Mas esse tempo ainda não atende às necessidades do mercado. Por isso, a intenção é avançar nas pesquisas. A estratégia é testar formas de encapsular os óleos para que permaneçam mais tempo ativos, eliminando gradativamente seu conteúdo, e assim se alcance mais tempo de proteção com esses repelentes. “E isso é conseguido aplicando a nanotecnologia”, revela o pesquisador do Inpa. A ideia é aplicar o mesmo princípio também a outros óleos essenciais. Produção em larga escala - Por se tratar de uma planta bastante promis-
sora, a Embrapa Amazônia Ocidental (AM) vem realizando pesquisas agronômicas com a Piper aduncum para adaptar seu cultivo em escala, assim como vem realizando estudos com o óleo essencial para seu uso contra pragas na agricultura e também para combater mosquitos transmissores de doenças. Os estudos envolvem também outras plantas da mesma família das piperáceas. “As pesquisas têm como objetivo obter melhores condições de cultivo e processamento, que permitam preservar os princípios ativos e qualidade de interesse para a elaboração de bioprodutos”, explica o pesquisador e agrônomo Francisco Célio Maia Chaves, que coordena esses estudos na Embrapa Amazônia Ocidental e é responsável por um Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de Piper spp. As atividades são desenvolvidas em campo experimental e em laboratório. No campo, são conduzidos estudos agronômicos sobre técnicas de propagação, adubação, espaçamentos, época de corte, secagem e a influência dessas técnicas na qualidade química do óleo essencial de Piper aduncum. No Laboratório de Plantas Medicinais e Fitoquímica, é feita a extração do óleo essencial, que é repassado a pesquisadores de instituições parceiras para
análise da atividade dos compostos químicos presentes na planta. Cultivo - A Piper aduncum é conhecida popularmente como pimenta-de-macaco, jaborandi-do-mato ou aperta-ruão. A planta é nativa da região Amazônica, onde pode ser localizada em áreas de borda da floresta, mas também ocorre em outras regiões brasileiras tropicais. A exemplo de outras plantas, o nome popular varia nas regiões e às vezes um mesmo nome se refere a plantas diferentes, o que pode levar a erros de identificação. Na possibilidade de vir a ser utilizada para elaboração de bioprodutos, seria necessário o cultivo para a produção em escala e para garantia da matéria-prima correta e com rendimento adequado em óleo. Em um dos estudos agronômicos do pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental Célio Chaves, foram identificadas, por exemplo, definições de tempo de colheita que influenciam no teor de óleo. Segundo esse estudo, para obter mais óleo essencial da Piper aduncum e maior porcentagem de dilapiol, o corte da planta deve ser feito aos 12 meses de idade após o plantio, com espaçamento de 1,0 m x 1,0 m a 1,0 m x 1,5 m, e outros cortes podem ser repetidos a cada quatro meses após o primeiro corte.
Fonte: Embrapa Amazônia Ocidental
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FLORICULTURA
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GESTÃO
Cotonicultores apresentam demandas para o Plano Safra 2017/2018
Fonte: Abrapa
O valor foi calculado de acordo com os custos atuais de produção commodity em um estudo assinado pela Abrapa, Cepea/USP e CNA Em reunião na Comissão Nacional de Política Agrícola da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) apresentou as propostas do setor algodoeiro para o Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018 – o Plano Safra –, previsto para ser lançado pelo Governo Federal até junho. Dentre os pleitos, a elevação do Preço Mínimo do algodão pela Conab, dos atuais R$54,90/ arroba para R$74,76/arroba. O valor foi calculado de acordo com os custos atuais de produção commodity em um estudo assinado pela Abrapa, Cepea/USP e CNA. Outra demanda, dentre os cinco tópicos levantados pela entidade, com base nas informações colhidas junto às suas dez associações estaduais, foi a liberação do crédito denominado “extra teto” para grandes produtores, com juros equivalentes ao do crédito rural. Instrumento direcionador das políticas públicas, o Plano Safra diz respeito, principalmente, às linhas de crédito disponíveis para a agricultura e é lançado anualmente. A Comissão Nacional de Política Agrícola da CNA ouviu diversos setores do agro em seis workshops realizados em todas as cinco regiões do Brasil, além do Matopiba. As demandas levantadas serão consolidadas em um documento, que será entregue ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi. No próximo 42 | REVISTA 100% CAIPIRA
dia 29 de março, o secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller, deverá participar de uma reunião na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e seus Derivados, do Mapa, que é presidida pela Abrapa. Ele foi convidado pela Câmara Setorial a apresentar aos membros o arcabouço do Plano Safra 2017/2018. Os demais pontos elencados pela Associação foram o provisionamento de recursos orçamentários para pagamento de Prêmio Equalizador Pago (Pepro) de milho e algodão, caso haja necessidade da subvenção, o incentivo ao financiamento de armazéns, silos e secadores para soja, milho e arroz com juros de 6,5% ao ano, e a inserção, nas condicionantes para a contratação de financiamento de custeio de soja, algodão e milho, da obrigatoriedade, por parte dos produtores, da comprovação da segregação de uma área de “refúgio” nas lavouras de OGMs. Os refúgios são lavouras de cultivadas com sementes convencionais, próximas às transgênicas, que, segundo preconizam os desenvolvedores dessas tecnologias, são fundamentais para o manejo fitossanitário, contribuindo para evitar a resistência de pragas das lavouras.
cotonicultores recorram majoritariamente aos recursos disponibilizados para o custeio das lavouras pelas tradings e fornecedores de insumos, o Plano Safra é um importante instrumento, sobretudo para definir as linhas de financiamento de máquinas e equipamentos agrícolas, e é necessário que ele se adeque à realidade do produtor. “É o caso, por exemplo, do pleito da linha ‘extra teto’ para grandes produtores com juro de crédito rural, que havia sido retirada do Plano Safra passado e retornou, com a entrada do ministro Blairo Maggi. O reforço da Abrapa no pleito desse item advém da preocupação da entidade com a consolidação do tópico em 2017/2018”, afirma. Segundo o presidente da Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura, os recursos do Plano Safra são essenciais para a sustentabilidade da economia brasileira. “Eles ajudam não só a tornar o país mais competitivo na produção da fibra, como favorecem a geração de emprego e renda e a economia, como um todo, uma vez que o agro presenta em torno de 25% do PIB nacional e a cotonicultura tem Instrumento fundamental grande relevância nesse contexto. Esperamos que todas essas demanPara o diretor executivo da Abra- das sejam absorvidas”, conclui o prepa, Marcio Portocarrero, embora os sidente.
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ARTIGO
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ANÁLISE DE MERCADO
Do “jeitinho” ao crime
Nos últimos dias fomos inundados com as notícias impactantes dos problemas encontrados em carnes, identificados em algumas indústrias de alimentos no Brasil Por Roberta Züge; membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS); Vice-Presidente do Sindicato dos Médicos Veterinários do Paraná (SINDIVET); Médica Veterinária Doutora pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP); Sócia da Ceres Qualidade.
Deflagrada a chamada operação “Carne Fraca”, que evidenciou esquemas de fraudes, adulterações e ações de corrupção e causou comoção na sociedade como um todo - afinal, alimentos são consumidos por qualquer indivíduo descortinou um cenário nada agradável aos consumidores e ao próprio mercado produtor. Passada a grande euforia e o impacto, o momento de reflexão se torna mais adequado. Após a leitura dos arquivos que rapidamente disponibilizados (5002951-83.2017.4.04.7000, disponível no portal https://eproc.jfpr.jus.br/eprocV2/), já pela manhã, podem-se identificar diversos envolvidos, que são conhecidos do agronegócio, especialmente do Paraná. Um fato, possivelmente inegável, é que este episódio irá prejudicar a imagem na pecuária brasileira e causar desconfiança no consumidor. No entanto, refletindo, ficou claro que tudo está inerente ao comportamento estabelecido - levar a vantagem. Provavelmente, as ações começaram com um “vamos dar um jeitinho” e descambaram no cri46 | REVISTA 100% CAIPIRA
me. A empresa se achava a beneficiada. Hoje, com o impacto, eles devem repensar a “vantagem” que levaram. Se por um lado a desconfiança do consumidor pode ser sobre o sistema de inspeção nacional, em outro vértice, fica claro que existe um exército muito maior de profissionais comprometidos em realizar corretamente suas atividades profissionais. Os casos descritos estão bem restritos a algumas empresas e regiões, representam uma porcentagem pequena, frente à grandiosidade que é a pecuária. No entanto, é um sinal bem claro que a corrupção ainda impera em alguns estratos. Por que não foi expurgado antes este núcleo de corrupção? Mesmo com evidências e denúncias, não houve ação? Bem, provavelmente, para isto, temos a interferência política. No atual momento, o que deve ficar claro para a população é que não há real motivo de pânico. Dificilmente havia papelão nos embutidos, as transcrições para quem trabalha na área, fica claro que entrar com a embalagem secundária (de papelão) na chamada área limpa, algo proibido. O ácido ascórbico,
conhecido como vitamina C, para ser cancerígeno tem que ser consumido em quantidades muito grandes, por um longo período. Mas fácil ter um carcinoma, por tomar suplemento, do que por comer carne. Outros crimes parecem mais severos como o reaproveitamento de alimentos fora do prazo de validade ou contaminados. Mas, uma lição deve ser tomada. A corrupção é o atual câncer da nossa sociedade. Pactuar com ela, em qualquer âmbito, é deletéria, quer seja na “caixinha para o guarda”, para não tomar a multa cometida, no funcionário que enrola para não trabalhar, chegando aos absurdos cometidos pela organização criminosa, que foi criada para extorquir empresas e permitir crimes contra a saúde pública. Precisamos de transparência nos processos de produção de alimentos. Programas que garantam a rastreabilidade, que permitam que consumidor possa “ver” o processo mesmo sem visitar o local. Acima de tudo, precisamos de responsabilidade e respeito em todos os elos. Fonte: Assessoria de Comunicação CCAS
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RECEITAS CAIPIRAS
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Bolo de Banana Caramelada INGREDIENTES
4 ovos inteiros 1 xícara (chá) de açúcar 2 xícaras (chá) de farinha de trigo 1 colher (sopa) de margarina 1 xícara (chá) de leite fervido 1 colher (sopa) de fermento químico em pó 1 xícara (chá) de amido de milho Canela em pó a gosto (Opcional) 2 xícaras (chá) de açúcar 1 xícara (chá) de água Banana nanica suficiente para cobrir uma fôrma que for preparar
PREPARO Derreta açúcar até ficar cor de caramelo Em seguida coloque água, deixe ferver até soltar e formar o caramelo Deixe esfriar e reserve Bata no liquidificador os ingredientes da massa e reserve Unte a forma com margarina e polvilhe com farinha de trigo Coloque a calda delicadamente e arrume as bananas cortadas no comprimento Forre a forma inteira sem deixar parte sobrando Coloque a massa do bolo por cima das bananas delicadamente e leve para assar até dourar, quando espetar o palito sair limpo estará pronto. Depois polvilhe canela em pó a gosto e sirva morno ou frio, de um dia para outro fica mais gostoso REVISTA 100% CAIPIRA | 49
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