Edição 47 100 por cento caipira

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AVESTRUZ - UM DOS MAIS PROMISSORES SEGMENTOS DO AGRO-BUSINESS www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, maio de 2017 - Ano 5 - Nº 47 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Carne de primeiríssima qualidade, couro, plumas e ovos lucratividade certa REVISTA 100% CAIPIRA |


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Agricultura familiar: PGPAF garante preços de nove produtos em 14 estados Capacitação:

Força feminina: Senar/ MS incentiva mulheres na busca de alternativa de renda familiar

Feijão: Pesquisa avalia sistemas de plantio, espaçamento de feijãocaupi no Amapá Pastagens: Pecuaristas gaúchos na guerra contra o capimannoni

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Artigo: AVESTRUZ - Um dos mais promissores segmentos do agro-business


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Mercado Florestal:

Sem regulamentação, produtores florestais não têm acesso ao Plano Safra

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Flores:

Rosas Reijers apresenta novidades na APAS Show 2017 Equinos:

Pesquisa comprova extensa variabilidade genética de cavalo Pantaneiro Feiras e eventos:

Resultado da ExpoLondrina surpreende com movimentação Receitas Caipiras: Avestruz na Panela REVISTA 100% CAIPIRA |

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AGRICULTURA FAMILIAR

PGPAF garante preços de nove produtos em 14 estados e bônus pode chegar a 70%

Brasil, maio de 2017 Ano 5 - Nº 47 Distribuição Gratuita

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A batata está entre os itens listados no PGPAF neste mês Agricultores familiares de 14 estados brasileiros, cujos produtos tiveram preço de mercado abaixo do previsto no mês de março, têm direito a bônus de desconto no pagamento de crédito rural do Pronaf. A Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) publicou no Diário Oficial da União da última sexta-feira (7) a portaria do Programa de Garantia Preços para a Agricultura Familiar (PGPAF) com percentuais de desconto válidos para o período de 10 de abril a 9 de maio de 2017. A portaria lista babaçu (amêndoa), batata, cacau (amêndoa), cará/inhame, cebola, leite, manga, trigo e triticale (híbrido de trigo e centeio). Os estados contemplados no PGPAF são Amazonas, Pará, Tocantins, Rondônia, Ceará, Maranhão, Piauí, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em sete estados a diferença entre o preço de mercado e o garantido pelo programa ultrapassa os 40%. O destaque vai para a batata no Pa6 | REVISTA 100% CAIPIRA

raná, onde os dois preços variam em 70,77%. Em Santa Catarina, a batata também não obteve bons preços e o desconto no pagamento do Pronaf para os agricultores chega a 51,37%. No Pará, o mercado oferece R$ 1,40 pelo quilo da amêndoa do babaçu, enquanto que o PGPAF garante R$ 2,87. Nesse caso, o produtor paraense terá bônus de 51,22% na hora de pagar o financiamento. O PGPAF foi criado para assegurar o custo de produção e o pagamento dos financiamentos de custeio contratados por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Assim, quando o preço de mercado fica abaixo do preço de garantia da safra, o programa calcula essa diferença e define o percentual de bônus a ser aplicado no saldo devedor dos agricultores familiares. Também tem o objetivo de estimular a diversificação da produção agropecuária e articular as diversas políticas de crédito e de comercialização agrícola. Fonte: Assessoria de Comunicação Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário

Diretor geral: Sérgio Strini Reis - sergio@ revista100porcentocaipira.com.br Editor-chefe: Eduardo Strini imprensa@ revista100porcentocaipira.com.br Diretor de criação e arte: Eduardo Reis Eduardo Reis eduardo@ revista100porcentocaipira.com.br (11) 9 6215-8261 Conselho editorial: Adriana Oliveira dos Reis, João Carlos dos Santos, Paulo César Rodrigues e Nilthon Fernandes Publicidade: Agência Banana Fotografias: Eduardo Reis, Sérgio Reis, Paulo Fernando, iStockphoto e Shutterstock Departamento comercial: Rua das Vertentes, 450 – Vila Constança – São Paulo - SP Tel.: (11) 2951-2919 Rede social: facebook.com/ revista100porcentocaipira A revista 100% Caipira é uma marca registrada com direitos exclusivos de quem a publica e seu registro encontra-se na revista do INPI Nº 2.212, de 28 de maio de 2013, inscrita com o processo nº 905744322 e pode ser consultado no site: http://formulario. inpi.gov.br/MarcaPatente/ jsp/servimg/validamagic. jsp?BasePesquisa=Marcas. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião desta revista, sendo eles, portanto, de inteira responsabilidade de quem os subscrevem.


AGRICULTURA

Canola aparece como opção vantajosa de cultura de inverno no sul do país Tecnologia de fertilização fluida via sulco de plantio é aposta de agricultores que buscam ampliar a produtividade e otimizar o plantio Fonte: Nutriceler

Com o mercado estável e os bons rendimentos da última safra, a canola é uma das apostas de cultivo de inverno de muitos agricultores do sul do Brasil. Além dos benefícios de rentabilidade, a oleaginosa desperta o interesse por ser uma opção vantajosa e estratégica de rotação de cultura, inclusive da soja e milho. Ao todo, serão cultivados cerca de 40 mil hectares em todo Brasil, com a maior produção concentrada no Rio Grande do Sul, com cerca de 30 mil hectares. O engenheiro agrônomo Willy Schnepper Junior, proprietário da empresa Presença Agrícola que atua no centro sul do estado do Paraná, conta que a produção brasileira é absorvida pelo mercado interno para fabricação de óleo para uso culinário. “A canola possui um grande potencial de produção e é um produto que merece ser mais bem explorado no país. É um cultivo que possui um baixo custo no

controle de pragas e doenças”, explica o agrônomo. O sistema de plantio adotado por alguns produtores paranaenses nesta safra mudou. Muitos estão aderindo à fertilização fluida via sulco de plantio, substituindo parte dos adubos granulados por combinações de alta tecnologia de fertilizantes fluidos compostos por nitrogênio, fósforo e potássio. “Além de facilitar o manejo, esse sistema favorece o desenvolvimento radicular das plantas e promove um arranque muito mais uniforme e vigoroso. As expectativas são muito boas em relação a essa tecnologia”, diz o agrônomo. Willy explica ainda que a tecnologia de fertilização fluida foi desenvolvida pela Nutriceler, e já possui resultados consolidados em outros cultivos como o da soja, milho, amendoim e até mesmo em cultivo de hortaliças. “A forma de aplicação, muito mais prática

que a convencional, e a disponibilidade dos nutrientes nas formulações dos fertilizantes fluidos, influenciam muito no resultado final. Transformam o manejo em uma operação mais prática com resultados excelentes”, afirma. Otimista, Willy acredita que a tecnologia Nutriceler pode contribuir para o crescimento do cultivo da canola e trazer maior rentabilidade para o agricultor. “A canola tem potencial de se transformar na principal cultura de inverno no Paraná. Acompanhando as áreas de cultivo em safras passadas, já conseguimos ultrapassar uma produtividade de 5 mil kg/ha. Também observamos ganhos expressivos no sistema rotacional com a canola, favorecendo a produção em todas as culturas subsequentes”, destaca o agrônomo. Willy ressalta também que a oleaginosa pode auxiliar no combate ao Capim Amargoso, por sua ação alopática para outras espécies. REVISTA 100% CAIPIRA |

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ARTIGO

AVESTRUZ - Um do segmentos do

Carne de primeiríssima qu ovos lucrativi 8 | REVISTA 100% CAIPIRA


os mais promissores agro-business

ualidade, couro, plumas e idade certa Por: SĂŠrgio Strini

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Avestruzes normalmente pesam de 90 a 130 kg, embora alguns avestruzes machos tenham sido registrados com pesos de até 155 kg. Na maturidade sexual, avestruzes machos podem possuir de 1,8m a 2,7m de altura, enquanto as fêmeas alcançam de 1,7m a 2,0m. Durante o primeiro ano de vida crescem cerca de 25 cm por mês. Em um ano um avestruz pesa cerca de 45 kg. Tem expectativa de vida entre 50 a 70 anos. Possui dimorfismo sexual (o dimorfismo sexual é considerado quando há ocorrência de indivíduos do sexo masculino e feminino de uma espécie com características físicas não sexuais marcadamente diferentes): nos adultos, o macho tem plumagem preta e as pontas das asas são brancas, enquanto que a fêmea é cinza. O dimorfismo só se apresenta com um ano e meio de idade. As pequenas asas vestigiais são usadas por machos como exibição para fins de acasalamento. As penas são macias e servem como isolante térmico e são bastante diferentes das penas rígidas de pássaros voadores. Possui duas garras em dois dos 10 | REVISTA 100% CAIPIRA

dedos, sendo a única ave que possui apenas 2 dedos em cada pata. As pernas fortes do avestruz não possuem penas. Suas patas têm dois dedos, sendo que apenas um tem unha enquanto o maior lembra um casco. Seu aparelho digestivo é semelhante ao dos ruminantes e seus olhos, com suas grossas sobrancelhas negras, são os maiores olhos das aves terrestres. São aves polígonas e não são migratórias, adaptam-se com muita facilidade em áreas montanhosas, savanas ou planícies mesmo que arenosas desérticas, seus hábitos alimentares são: onívoros (comem de tudo, ervas, folhagens, pequenos animais e o que conseguirem capturar em seu habitat). Embora não voe, por ter asas atrofiadas, as longas, fortes e ágeis pernas, permitem que ele atinja até a velocidade de 80 km/h com vento favorável (média de 65 km/h), pois em uma só passada cobre 4 a 5 metros. Além da velocidade máxima, tem também uma resistência impressionante, podendo viajar a 70 km/h durante 30 minutos. Tem o pescoço longo, a cabeça pequena.

Avestruzes se tornam sexualmente maduros entre 2 e 4 anos de idade, as fêmeas amadurecem cerca de seis meses antes dos machos. A espécie é iterópara (podem se reproduzir repetidamente), com a estação de acasalamento começando em Março ou Abril e terminando um pouco antes de Setembro. Os Machos tipicamente usam assobios e outros sons para lutar por um harém de 2 a 5 fêmeas. O vencedor destas lutas cruzará com todas as fêmeas em uma área, mas só formará uma ligação com uma, a fêmea dominante. A fêmea se abaixa no chão e é montada por trás pelo macho. As fêmeas botam seus ovos fertilizados em um único ninho comunitário, um buraco escavado no chão e com 30 a 60 cm de profundidade. Ovos de avestruz podem pesar 1,4 kg e são os maiores ovos de uma espécie viva. O ninho pode conter de 15 a 60 ovos, com um ovo médio tendo 15 cm de comprimento, 12 cm de largura. Eles são brilhantes de esbranquecidos. Os ovos são chocados pelas fêmeas de dia e pelo macho à noite, aproveitando as cores diferentes dos dois sexos para melhor camufla-


gem. O período de gestação é de 35 a 45 dias. Após a eclosão o macho cria sozinho os filhotes. Um dos mais promissores segmentos do agro business desta década, é o avestruz, uma indústria que está em plena consolidação e que apresenta um dos mais atraentes indicadores de custo-benefício do mercado. O avestruz se mantém economicamente produtivo até os 40 anos de idade e tem capacidade de postura de 40 a 60 ovos por ano, atinge a idade de abate aos 13 meses, com peso médio de 150 kg. Na estrutiocultura não existe desperdício, tudo no animal é utilizado. A criação de avestruzes, chamada estrutiocultura, iniciou-se no Brasil em 1995 e cresceu rapidamente como uma das mais rentáveis atividades agropecuárias. O avestruz aos poucos está conquistando o público consumidor, haja vista que a comercialização da carne do avestruz quadruplicou de um ano para outro, tendo como base os resultados dos produtores e a aceitação do mercado, por ter uma carne muito saudável e de baixas calorias, embora seja uma carne vermelha. Mesmo com a crise financeira as atividades da estrutiocultura obtiveram um balanço positivo e um aumento na demanda, foi verificado um aumento de 30 a 40% na venda de carne e subprodutos, tais como: couro, plumas, ovos, carne, entre outros. Embora a produção ainda seja pequena no país esta atividade vem crescendo bastante, os estados de São Paulo e Mato Grosso são os principais produtores da estrutiocultura. O mercado de avestruz consiste basicamente no comércio da carne que corresponde a 75% da renda obtida, o couro corresponde de 20 a 25 %. As plumas entre 5 e 10% que são destinadas às indústrias de decorações, espanadores adornos carnavalescos entre outros, que além da produção nacional são importadas mais de 40 toneladas por ano para suprir o mercado. O couro muito utilizado nas confecções de calçados, cintos, bolsas entre outros artigos finos. Os ovos são comercializados para a reprodução, decoração e indústrias de cosméticos que além das gemas e claras ainda utilizam as cascas para esfoliantes.

A carne tem um mercado relativamente fechado, pois o consumidor brasileiro ainda não está muito bem acostumado a comer esta carne de primeira qualidade que pode-se dizer ainda “exótica”, mas muito encontrada em churrascarias e casas de carnes especiais, onde o consumidor está em uma fase de conhecimento do produto, que após conhecer em restaurantes começam a procurar em produtores ou açougues especializados em carnes exóticas e especiais. Os produtores estão confiantes no crescimento do mercado com a meta de atingir o consumidor e mostrar as qualidades e os benefícios da carne de avestruz e expandir para todo território nacional e multiplicar o volume de vendas nos próximos semestres. O preço da carne que chegou ser assustador chegando a mais de R$ 120,00 o kg e hoje o custo está muito mais baixo entre R$

15,00 e R$ 45,00 o kg, que equivale ao preço de outras carnes como o salmão ou alguns cortes nobres do boi, hoje podemos dizer que para aumentar a produtividade e o consumo é basicamente o hábito, pois o custo da carne já não é o proibitivo para o consumo, até pode parecer caro num primeiro momento, no entanto por ser extremamente saudável ela acaba valendo a pena, pois possui pouquíssimo colesterol, rica em ômega 3 e 6 alem de ser uma grande fonte de ferro, não tendo contraindicação mesmo para quem está de dieta. O motivo da queda do valor da carne foi a diminuição nos custos de produção, onde no início gastava-se muito por falta de experiência o que refletia no custo final mas com o tempo foi adquirido conhecimentos no manejo e com isso os custos caíram significativamente, em até 150% do preço final. Além da

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carne os outros subprodutos são muito importantes na estrutiocultura: o couro que é utilizado nas confecções de roupas finas, carteiras, bolsas, calçados que chega ao valor de US$ 300,00 o metro quadrado. No mercado internacional, o preço do couro de avestruz varia entre US$ 110,00 a US$ 320,00 por metro quadrado (cerca de US$ 200,00 por pele). O valor da pele curtida é de US$ 400,00 a US$ 800,00, enquanto o valor do couro processado é de US$ 500,00 a US$ 6.000,00. Em relação às plumas, que são utilizadas em decorações (principalmente nas fantasias para o carnaval), chega a fornecer por ano uma ave adulta cerca de 3 kg de plumas. O Brasil é o maior importador mundial de plumas. Quanto aos ovos, além do comércio para os criadouros, os inférteis são utilizados no artesanato em geral, sendo comercializados em torno de US$ 30,00 a unidade e as cascas nos criadouros vão para as indústrias de cosméticos e servem de base para cremes esfoliantes, etc. Filhotes e matrizes que na fase atual é a maior fonte de renda para os criadores, pois o Brasil está aumentando os planteis, com isso a necessidade de mais matrizes e filhotes. Outro subproduto da estrutiocultura é o óleo de avestruz, apesar de pouco divulgado no Brasil, o óleo de avestruz tem propriedades terapêuticas e estéticas muito poderosas. Este produto pode agregar maior renda ao produtor. Muitos avicultores não sabem o grande potencial econômico deste subproduto. O óleo de avestruz é extraído da gordura do animal, o óleo desta ave possui alto poder de hidratação, absorção e revitalização cutânea e também pode ser utilizado como cicatrizante e antiinflamatório em casos de contraturas e outros tipos de inflamações cutâneas. O produto é novo no Brasil, mas já é muito utilizado em países do primeiro mundo como: França, Austrália, Alemanha, Inglaterra e EUA. Rico em ácidos graxos essenciais, além de possuir vitamina E e D, o óleo de avestruz atua como agente de reconstituição da epiderme, a camada mais superficial da pele, tem efeito suavizante e é eficaz na redução de rugas e a melhora na tonacidade da pele. No Brasil existe pelo mesmo uma 12 | REVISTA 100% CAIPIRA

indústria de cosméticos voltada exclusivamente ao uso de óleo de avestruz, e está avançando com sucesso no mercado, também existem muitas especulações no setor tendo em vista as extraordinárias propriedades desse óleo. Quanto à produção está amarrada na demanda, conforme houver maior procura os produtores não mais descartarão a gordura na hora do abate. O óleo de avestruz diante da febre que estamos observando especialmente em utilização na fabricação de produtos para estética, em curtíssimo prazo deve ser totalmente absorvido o que certamente agregará aos produtores entre 20% a 25% no preço final da produção do animal. A carne do avestruz é comercializada em duas formas: a carne “in natura” e os produtos industrializados. A carne “in natura” é classificada e comercializada de acordo com seu tamanho, maciez, e posição das peças na musculatura, é provida principalmente de regiões como o dorso, de onde provêm os cortes nobres do avestruz conhecidos como extra macios que são: a sobre coxa onde se encontram os cortes classificados como macio, e a coxa encontrando os cortes de maciez média. Os cortes “in natura” encontrados no mercado hoje em dia são conhecidos como: filé mignon, filé leque, filé de alcatra, filé ostra, filé de fora, filé pequeno, filé plano, coxão de fora, coxão de dentro, coxa interna, coxa externa, coxa média, entre outros. Também é muito comum de se encontrar no mercado a carne “in natura” pré-temperada, comercializada como produtos marinados, são eles: filé de asa, filé de coxa, entre outros. Atualmente esses cortes são embalados a vácuo e congelados, podendo ser encontrado uma quantidade crescente de empresas e cooperativas, responsáveis pela colocação da carne de avestruz no mercado. Existe também uma demanda crescente do mercado interno pelos produtos industrializados do avestruz, tais como linguiça, mortadela, hambúrguer, carpaccio, kibe, calabresa, salame, patê de fígado, entre outros. Esses produtos são geralmente fabricados por empresas tradicionais no mercado, que o fazem apenas substituindo as carnes de costume, pela carne de avestruz.

Pode-se dizer que no atual momento, este seja o mercado mais demandado no que diz respeito à subcadeia da carne do avestruz no nosso país. Segundo dados da Associação dos Criadores de Avestruzes do Brasil (ACAB), a estrutiocultura industrial brasileira inicia o seu processo de consolidação, uma vez que a produção industrial cresceu vertiginosamente saltando de 1.774 abates em 2005, para 14.306 abates em 2006, representando um crescimento de 806%. Dados obtidos do setor (Ministério da Agricultura, associações e agentes de mercado) apontam que os empresários da cadeia produtiva do avestruz investem mais em frigoríficos com Sistema de Inspeção Federal (SIF), onde 75% dos abates são processados em plantas com SIF. Estima-se que estes abates geraram algo em torno de 430 toneladas de carne de avestruz, destacando-se o estado de São Paulo como o maior produtor, sendo responsável por 40% da carne processada no país. O avestruz já vem sendo criado no Brasil há alguns anos como animal de zoológico, mas não para fins produtivos de consumo. Foram várias tentativas feitas no sentido de produzir esta ave para o consumo, no entanto houve muita falta de informações e experiência com o animal e com isso vieram vários fracassos, criando-se assim uma falsa concepção de que o avestruz é um animal difícil de criar e muito sensível. No entanto em 1995 uma empresa bus-


cou conhecimentos técnicos no exterior e implantou em Bragança Paulista -SP o primeiro criatório comercial de avestruzes no Brasil. O principal objetivo desta implantação foi a difusão e exploração comercial do animal; a exemplo do que vem ocorrendo em outros países com grande sucesso como Europa, EUA, Israel, Europa e Austrália, despertando o interesse do mercado brasileiro para os seus principais produtos. A criação comercial do avestruz não é difícil, é preciso conhecer as técnicas adequadas; cada animal tem necessidades específicas em termos de instalações, manejo, alimentação, entre outras. A maior dificuldade que os novatos tem nessa criação aqui no Brasil é a falta de técnicos preparados para dar apoio e assistência ao criatório. A escolha de iniciar uma nova atividade econômica deve ser feita com conhecimentos técnicos e não só com as vantagens, mas também com todas as potencialidades e desafios encontrados.

A história da criação dom avestruz começou na África do Sul, na metade do século XIX, para a produção de plumas. Com uma criação extensiva onde os animais não eram abatidos, as plumas eram cortadas duas vezes por ano e exportadas para os EUA e Europa. O avestruz foi introduzido na Austrália no século passado para exploração comercial tanto da carne como dos subprodutos (couro e plumas), no entanto a criação foi abandonada no início deste século, os animais foram soltos na natureza e voltaram ao estado selvagem. No início do século XX (com as I e II Guerras Mundiais e a quebra da bolsa dos EUA) houve um colapso no mercado em geral inclusive das plumas e por muitos anos as criações de avestruzes ficaram sem incentivos ou interesses financeiros. Mas na década de 1960 começou a desenvolver-se novamente graças à valorização da carne e do couro da ave. Atualmente a África do Sul tem o maior plantel no mundo, por ser

o avestruz originário dessa região e por este país ser o primeiro a iniciar as criações comerciais há cerca de 150 anos. O segundo maior plantel está nos EUA, mas também são grandes os planteis em outros países como: Austrália, Canadá, Israel e outros países que tem números expressivos deste animal. Conclusão pode-se considerar que a estrutiocultura nacional está relativamente desenvolvida, pois em pouco tempo conseguiu chegar a um patamar de quantidade e qualidade. Porém ainda existem muitos desafios, sendo que em primeiro lugar deve-se realizar um maior investimento em pesquisas para redução de custos de produção o que consequentemente, reduzirá os custos ao consumidor final. Em segundo lugar ressalta-se a necessidade de uma ampla campanha de marketing, a fim de disseminar a informação de que a carne de avestruz é um produto saudável e saboroso, para que o consumidor possa se habituar a consumir carne de avestruz. REVISTA 100% CAIPIRA |13


MINERAIS ORGÂNICOS: Produção de aves e suínos ganha novas recomendações para suplementação A Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG) lançou a nova edição das “Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos”, considerada uma das maiores referências para a agroindústria mundial na formulação de rações

Fonte: Assessoria de imprensa Alltech

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Essa é a 4ª edição do material, o qual foi apresentada durante o IV Simpósio Internacional sobre Exigências Nutricionais de Aves e Suínos, nos dias 29 e 30 de março, na própria UFV-MG. Eficiência - A nova edição constatou, por meio de estudos, a eficiência dos minerais orgânicos na suplementação dos monogástricos, a partir do acompanhamento da inclusão dos ingredientes na dieta de suínos entre 30kg e 50kg e em frangos durante o período de crescimento. A análise apontou que, em forma orgânica, os níveis de minerais necessários para o desempenho dos animais são entre 33% e 50% menores do que na forma inorgânica, percentual que varia de acordo com a espécie e destinação para corte ou reprodução. Isso ocorre por conta da biodisponibilidade dos microminerais, que facilita a absorção dos nutrientes no trato digestivo, favorecendo, por exemplo, o ganho de peso e a eficiência alimentar da granja. Outras vantagens - Outras vantagens relacionadas a esse tipo de suplementação de formulação orgânica são o menor impacto ambiental e o retorno para o consumidor. “Nossas recomendações do nível de microminerais orgânicos para as dietas têm uma redução significativa, que pode ser de até 50% do teor recomendado para o inorgânico, o que resulta no melhor aproveitamento pelo animal. Então, a primeira coisa a ser considerada é a redução da excreção de microminerais no meio ambiente por meio das fezes, que podemos observar na cama de frango. Isso reduz o risco de contaminação ambiental pela menor deposição de resíduos. E pode, inclusive, beneficiar os consumidores, que vão encontrar mais qualidade nos produtos avícolas e suinícolas por conta do desempenho que tiveram no campo”, explicou o professor do departamento de Zootecnia da UFV-MG, Horácio Rostagno, durante o lançamento da publicação. Orientação - Essa é a primeira vez que as tabelas orientam a diferenciação das recomendações da substituição de minerais inorgânicos por orgânicos

e de vitaminas para suplementação. Além disso, a professora do Núcleo de Zootecnia da UFV-MG, Melissa Hannas, destacou que a edição contou também com atualizações relacionadas ao desenvolvimento e avanço genético dos animais. “Uma vez que temos avanços genéticos ligados, principalmente, à eficiência alimentar e conversão, tivemos que fazer esses ajustes no consumo e ingestão de nutrientes. Foram recalculadas todas as exigências para energia considerando mantença e produção. Em função disso, se tem a definição de proteína ideal para a formulação de rações. E outra novidade é a relação de nitrogênio essencial, que permite trabalhar com rações mais próximas do que o animal precisa”. Experiência - No campo, alguns produtores já têm colocado em prática a utilização dos minerais em sua forma orgânica e os resultados têm mostrado eficiência e ganho de desempenho para as granjas. “Assim como os estudos têm comprovado a eficácia dos microminerais orgânicos, já temos acompanhado o desempenho de algumas indústrias na utilização desses ingredientes. Por exemplo, no caso avícola, é possível alcançar melhoras de carcaça, empenamento e produção de ovos. E a inclusão dessa fonte orgânica deve ser uma tendência para os próximos anos, porque está atrelada ao conceito de sustentabilidade, justamente pela questão de resultar em menos excreção para o meio ambiente”, relata a gerente técnica da Alltech do Brasil, Marlene Schmidt. Evento - Na terça-feira (28/04), antecipando os debates do evento de lançamento, o doutorando da UFV-MG, Helvio da Cruz Ferreira Junior, compartilhou durante o Simpósio Alltech de Eficiência Mineral, o estudo que realizou sobre o balanço de minerais para aves que auxiliou na elaboração das tabelas. O evento, contou ainda, com a apresentação de outras tendências da nutrição de monogástricos. O professor e doutor da Universidade Federal de Pelotas, Fernando Rutz, expôs alguns estudos sobre a interferência de um animal doente e/ou estressado para produção e reforçou que a estratégia

para minimizar esse problema inclui desde vacinação, nutrição, manejo, fisiologia, planejamento e gestão da propriedade, até genética. Abordagem global- O encontro promovido pela Alltech contou, ainda, com uma abordagem global do doutor Ramon Diniz Malheiros, que apresentou as novidades dos Estados Unidos da América na área de nutrição, mostrando que o Brasil tem todas as condições de competir com a produção global. Segundo Malheiros, a indústria e os produtores brasileiros precisam estar atentos as mudanças ditadas pelos consumidores, que incluem a produção livre de antibióticos e sem gaiolas. Sobre a Alltech - Fundada em 1980 pelo empresário e cientista irlandês, Dr. Pearse Lyons, as soluções da Alltech melhoram a saúde e o desempenho de animais e plantas, por meio da nutrição natural e da inovação científica, utilizando leveduras, nutrigenômica e algas. Com aproximadamente 100 unidades industriais em todo mundo, a Alltech é líder na produção de leveduras e minerais orgânicos, além de ter como referência a planta de produção de algas no Kentucky (EUA), modelo existente em apenas mais um lugar no mundo. A empresa segue os princípios da ACE (Animal, Consumer and the Environment) e busca desenvolver soluções seguras para os animais, consumidores e meio ambiente e, para alcançar esse objetivo, conta com uma equipe de mais de 5000 colaboradores. Vantagem competitiva - Alltech é a única empresa de capital fechado entre as cinco maiores empresas de saúde animal no mundo, o que confere vantagem competitiva permitindo a empresa se adaptar rapidamente às necessidades emergentes dos clientes e manter o foco na inovação. A sede mundial está localizada em Lexington, Kentucky (EUA), sendo que o Brasil é o segundo maior volume de produção mundial do grupo. A Alltech do Brasil é formada por uma unidade fabril em São Pedro do Ivaí (PR) e por um centro administrativo e planta industrial em Araucária (PR) e uma unidade em Indaiatuba (SP). REVISTA 100% CAIPIRA | 15


CAPACITAÇÃO

Força feminina: Senar/MS incentiva mulheres na busca de alternativa de renda familiar Entre o campo e trabalhos artesanais, mulheres encontram o seu empoderamento Fonte: Assessoria de Comunicação FAMASUL

A mulher carimbou o protagonismo no meio rural. O papel de quem só era responsável pelas atividades cotidianas da casa, como os afazeres domésticos e o cuidado dos filhos, ficou para trás. Melhor dizendo, bem para trás. De salto alto ou não, lá estão elas na lida do campo, acompanhando a produção de perto, e mais, tomando frente na gestão do negócio, planejando, executando e tomando decisões. “Temos mulheres com perfil para pecuária, outras para agricultura, e até mesmo mulheres envolvidas no setor florestal. Muitas empresas, inclusive, dão preferência para a mão de obra feminina, pois as máquinas são altamente tecnológicas e sensíveis e a mulher tem um zelo maior com a ferramenta de trabalho. Elas resolveram abraçar a causa e sair da zona de conforto”, destaca a diretora-secretária do Sistema Famasul e coordenadora educacional do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Senar/MS, Terezinha Cândido. Para dar o pontapé inicial desta nova capacitação o Senar/MS realiza, neste sábado (08) o workshop de artesanato: bonecas em pano. O evento será realizado no estande do Sistema Famasul, no parque de Exposições 16| REVISTA 100% CAIPIRA

Laucídio Coelho, durante a Expogrande 2017. O início está marcado para as 17 horas e terá a duração de quatro horas. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no local. “O público-alvo são as mulheres, mas claro que os homens também podem e devem fazer. O importante é participar”, reforça Terezinha Cândido. Muitas mulheres utilizam também seus dons na produção de alimentos artesanais, como queijos, doces e pães, e também nos trabalhos artísticos e manuais, como crochê, bordado e tecelagem. Seja no campo ou fora dele, a perspectiva delas é uma só: a geração de renda. No Mato Grosso do Sul a força da mulher está bem evidente nas estatísticas. De acordo com o censo populacional do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - de 2000, 5.782 lares na zona rural eram chefiados por mulheres. Uma década depois esse número mais que triplicou. No censo de 2010, 19.648 mulheres do campo eram responsáveis por suas famílias, o que corresponde a um crescimento de quase 240%. Atendendo a essa demanda, o Senar/MS, por exemplo, lançou seis novos cursos para a área de artesanato:

artes em tecido, bordado em ponto crivo, crochê com barbante, linhas de fuxico, tecelagem manual no tear de pente liço e técnicas de envelhecimento (pano assado). “O artesanato é só o atrativo, porque o objetivo é fomentar entre as mulheres o empreendedorismo e melhorar a autoestima. Queremos desenvolver potenciais e empoderá-las!”, explica a coordenadora educacional. O projeto piloto foi realizado dentro da sede do Sistema Famasul, onde várias colaboradoras participaram de uma oficina do curso de artes em tecido. Elas saíram um pouco do seu cotidiano e se entregaram a essa atividade, que pra muitas foi uma terapia. É o caso da assessora Jurídica do Sistema Famasul, Giovana Campos: “Cresci no meio de artesanato, porque minha mãe tinha muita habilidade com trabalho manual, e quando pequena fiz pintura e gesso, e esse curso me relembrou de muita coisa. Me fez descobrir algo além de filha, mãe e esposa”. “O curso desperta o saber que você é capaz, que você pode mais, é muito bom reconhecer algo que você desconhece e descobrir essa habilidade de construir uma boneca de pano. Até mesmo o erro, o furo do dedo é emocionante. A gente acaba aprendendo a lapidar melhor a vida. É muito gratificante!”, declara a advogada. Atualmente, a arte passou a fazer parte da vida da Giovana. De um lado o exercício do Direito, do outro o talento em cada peça de artesanato. “Eu entrei de cabeça. Continuo a fazer em casa, fico até duas e meia da manhã acordada, estou cheia de encomendas de bonecas de pano, te desliga de tudo e é muito apaixonante. Até mesmo no trabalho as pessoas comentam, existe a Giovana antes do curso e depois do curso. Ele te transforma, pois melhora o relacionamento interpessoal, com a família, com os colegas de trabalho, despertando o lado da colaboração”, afirma.


CONFRATERNIZAÇÕES ANIVERSÁRIOS CASAMENTOS FESTAS

ESPECIALIDADES: COSTELA DE CHÃO PORCO DE CHÃO PORCO NO ROLETE GALINHADA VACA ATOLADA FEIJOADA FEIJÃO TROPEIRO ARROZ CARRETEIRO

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(11) 96706-2934


SUINOCULTURA

Frente da Suinocultura apresenta estudo para implantar Cadeia Produtiva no Nortão

O coordenador-geral da frente, deputado Zeca Viana (PDTMT), afirmou que a atividade é importante para gerar emprego e renda à cidade Fonte: Só Notícias/Agronotícias

A direção da Frente Parlamentar da Suinocultura e da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) apresentaram o estudo de viabilidade da implantação da cadeia produtiva da suinocultura no município de Cláudia (90 quilômetros de Sinop) nesta sexta-feira 14/04. O coordenador-geral da frente, deputado Zeca Viana (PDT-MT), afirmou que a atividade é importante para gerar emprego e renda à cidade. “Nosso foco é fazer com que realmente a sociedade e a população de Mato Grosso cresçam financeiramente com dignidade humana de se produzir dentro do nosso Estado”, avaliou sobre os benefícios. Ele disse que a Assembleia Legislativa e seu gabinete estão de portas abertas para atender as demandas necessárias do setor e outras atividades para orientar no que for preciso. Zeca Viana destacou que é importante os produtores locais e as autoridades fazerem a interlocução com o governo do Estado, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), e 18| REVISTA 100% CAIPIRA

com a técnica e capacitação promovida pela Acrismat. “Onde nós detectamos nos municípios que há poder público interessado em destravar o desenvolvimento para seus produtores e empresários, a Assembleia Legislativa está pronta para ajudar”. O diretor Executivo da Acrismat, Custódio Rodrigues de Castro Jr, lembrou que Mato Grosso já tem desenvolvimento de ponta com tecnologia na agricultura e pecuária. Ele lembrou que projetos como os iniciados em Cláudia também começaram no final da década de 1970 e 1980, em Lucas e Nova Mutum, quando se instalaram com 4 mil matrizes. “Hoje temos em Mato Grosso 144 mil matrizes de qualidade tecnificada. Este projeto em Cláudia veio para agregar valor aos grãos, que vocês têm aqui. Com essa agregação de valor, vamos trazer rentabilidade ao município e para Mato Grosso”, justificou. Custódio informou que na região há frigoríficos em Lucas do Rio Verde e Nova Mutum. E caso não houvesse,

seria viabilizado. “Temos também frigoríficos que precisam de animais para abate, eu passei antes de vir para cá, especificamente em Nova Mutum, há o Frigorífico Excelência que precisa”, disse. O prefeito Altamir Kurten (PSDB) afirmou que há condições para a cadeia da suinocultura se desenvolver na região e será um alívio para o nível de desemprego no município. Ele enumerou entre os fatores favoráveis a logística adequada, estradas, frigoríficos, produtores rurais e energia elétrica no campo. “O próximo passo é agregar valor a nossa produção, aos grãos, para consumirmos aqui mesmo. Nosso município está com mais de 35% de desempregados. Mas, nós vamos fazer novos investimentos para continuarmos a crescer”, ressaltou. Ele disse ainda que há recursos disponíveis para investimento via governo do Estado para ajudar a desenvolver a nova atividade e novos empreendimentos.


TRANGÊNICOS

Quer saber mais sobre a engenharia genética e o impacto dos produtos transgênicos na sua rotina diária?

Participe do debate sobre este tema com o pesquisador da Embrapa Francisco Aragão durante o Pint of Science, que chega à Brasília pela primeira vez em 2017 O Pint of Science é um festival de divulgação científica, criado na Inglaterra em 2013, com o objetivo de proporcionar debates interessantes, divertidos e relevantes sobre as pesquisas científicas mais recentes em um formato acessível para o público. Para isso, acontece em ambientes descontraídos como cafés, restaurantes e bares. O evento acontece, simultaneamente, em nove (9) países, em mais de 100 cidades, durante três noites (15, 16 e 17/05). O Brasil é o único país da América Latina a participar e, este ano, Brasília estreia como uma das cidades a sediar o festival mundial. O pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Francisco Aragão vai debater o tema “Como a engenharia genética aplicada ao melhoramento das plantas pode alterar a vida das pessoas?” no dia 15/05/2017, de 19h30 às 21 horas, no London Street Pub (214 Norte Bloco D). Junto com ele, estará a diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Adriana Brondani. Para Aragão, essa é uma oportunidade muito importante para debater a ciência com um público não especializado em um ambiente informal, como um bar. O Pint of Science foi criado para proporcionar debates sobre tópicos científicos com quem faz ciência. É realizado por voluntários e foi criado por uma comunidade de estudantes de pós-graduação e de pós-doutorado em 2013, na Inglaterra. A sua realização é possibilitada por parcerias formadas nos países que sediam o festival. Ao longo desses três anos, o festival tem crescido significativamente no mundo, com a participação cada

vez maior de países, cidades e pessoas interessadas em conhecer melhor a ciência. A divulgação científica sempre foi uma das prioridades da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Paralelamente ao fazer científico, desenvolvido todos os dias em seus laboratórios, campos experimentais e demais instalações, a Unidade investe com a mesma intensidade e regularidade em ações de comunicação científica para levar o conhecimento gerado a públicos não especializados a partir da promoção e participação em eventos. “A participação em ações para divulgar a ciência é uma constante na minha vida profissional. Desde a década de 1990, participo de debates

na Embrapa e em eventos no Brasil e no exterior. Iniciativas como o Pint of Science são fundamentais para aproximar a ciência da sociedade, potencializar o debate científico e instigar a formação de novos talentos para as atividades de ciências”, ressalta o pesquisador. A distância entre ciência e sociedade ao longo da história tem levado à resistência às novas descobertas, especialmente porque o medo do novo e do desconhecido é uma característica da personalidade humana. A aceitação da sociedade diante da introdução de um novo processo tecnológico depende de fatores sociais, culturais, econômicos, religiosos, educacionais e, principalmente, do nível de compreensão e de envolvimento da sociedade quanto à aplicabilidade dos resultados científicos em suas necessidades diárias. “É preciso levar o conhecimento científico à sociedade para que possa formar sua própria opinião a respeito das tecnologias oferecidas pela ciência”, explica Aragão. A divulgação da ciência e da tecnologia visa criar uma consciência coletiva diante dos riscos e vantagens dos avanços tecnológicos, além de complementar o ensino formal, despertar vocação científica e valorizar a ciência como elemento da cultura. Por isso, o Pint of Science investe em eventos que tirem os cientistas de seus laboratórios para conversar com o público de forma acessível e em ambientes informais. A recepção do público brasileiro a esse festival tem sido muito positiva. Prova disso é que em 2016, aconteceu em sete cidades. Em 2017, esse número triplicou e 22 cidades participam do evento. Fonte: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

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FRUTICULTURA

Dia de campo sobre abacaxi em Una

Fonte: Embrapa Mandioca e Fruticultura

Evento divulga variedade de abacaxi resistente a doenças na Bahia Um dia de campo específico sobre a variedade de abacaxi BRS Imperial vai ser realizado na quarta-feira, 18 de abril, no município de Una, no extremo sul da Bahia, pela Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e Trem Verde Agronegócio. São esperadas cerca de 100 pessoas entre produtores rurais, técnicos e compradores de abacaxi. A cultivar BRS Imperial é a que atualmente tem maior expressão entre as cultivares de abacaxi resistentes à fusariose, a doença mais devastadora do abacaxizeiro no Brasil. Além disso, possui polpa de cor amarela intensa, com elevado teor de açúcares e de vitamina C. “O consumidor tem preferência por frutos de abacaxi com polpas mais amarelas. Os atributos de qualidade relacionados ao sabor também são extremamente importantes, sendo desejáveis frutos com elevado teor de sólidos solúveis [açúcares], acidez moderada e polpa com poucas fibras”, explica Fabiana Sasaki, pesquisadora em Fisiologia e Tecnologia Pós-colheita da Embrapa Mandioca e Fruticultura. De tamanho inferior ao Pérola, o BRS Imperial atende ao novo padrão familiar brasileiro e também à exportação, que já ocorre para a Europa e é favorecida pela casca espessa, que aumenta o tempo de prateleira e reduz as perdas. Os frutos não têm espinhos nas folhas, 20| REVISTA 100% CAIPIRA

o que facilita a colheita pelo trabalhador e o manuseio pelo consumidor, e podem ser destinados ao consumo in natura e para a indústria. “Especificamente para o caso da cultivar BRS Imperial, a receita obtida pela venda do fruto é maior, pois trata-se de um nicho de mercado”, salienta o pesquisador Davi Junganhs, líder do Programa de Melhoramento Genético do Abacaxizeiro da Embrapa Mandioca e Fruticultura. “Como é um produto com pouca oferta, o nível de rentabilidade ainda é muito alto”, afirma. Difusão da variedade Num esforço para tornar a variedade mais conhecida dos produtores e chegar ao consumidor final da Bahia, com recursos de emenda parlamentar do deputado federal baiano Josias Gomes, em 2015 foram distribuídas 60 mil mudas do BRS Imperial para 12 unidades demonstrativas, sendo dez no sul do estado (Ilhéus, Itabuna, Una, Buerarema e Canavieiras) e duas no recôncavo (Cruz das Almas e Sapeaçu). “Em Una, na propriedade de Celio Kersul, os frutos foram produzidos precocemente, por indução natural, e pesaram em média 1,8kg. Em Canavieiras, na área dos produtores Carlos Urbano e João Batista dos Santos Júnior, conhecido como Boki, também já foram colhidos frutos precoces. Em ambos os locais, os frutos saíram com excelente coloração, quase alaranjada,

com um perfume que desperta a atenção e elevado grau brix, o que confere uma doçura inigualável quando se fala em abacaxi”, explica o engenheiro agrônomo Herminio Rocha, supervisor do Setor de Gestão de Transferência de Tecnologia. Fusariose A fusariose, causada pelo fungo Fusarium guttiforme, ataca todas as partes da planta, em especial o fruto, que é a parte comercializável. As perdas podem chegar a 100% da produção, caso medidas de controle não forem realizadas. Uma vez atacado, o fruto torna-se imprestável para o consumo fresco ou processamento. Além disso, o patógeno infecta aproximadamente 40% do material propagativo. Das plantas infectadas levadas ao plantio, 61% morrem antes da indução floral, 28% morrem antes de atingirem a fase de colheita e 11% permanecem vivas durante todo o ciclo da cultura. Como agravante, as cultivares mais plantadas no Brasil, Pérola e Smooth Cayenne, são suscetíveis à doença. Devido à sua resistência natural à fusariose, o BRS Imperial é uma das variedades indicadas pelos sistemas de produção da Embrapa para o extremo sul da Bahia, para o estado do Tocantins e também no sistema orgânico para produção de abacaxi para Lençóis, Chapada Diamantina (BA).


CAFÉ

Receita cambial de exportação de café aumenta 4,5% em março

Valor ficou em US$ 473,4 milhões, com preço médio da saca em US$ 174,85 Fonte: Assessoria de Comunicação Cecafé

Em março, segundo o balanço das exportações de café do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), foram exportadas 2.707.607 sacas, um decréscimo de 12,7%, na comparação com o mesmo período do ano passado. Já a receita cambial ficou em US$ 473,4 milhões, com o preço médio da saca em US$ 174,85, um aumento de 4,5% e 19,8%, respectivamente na comparação com março de 2016. Os cafés verdes alcançaram, em março, um total de 2.363.384 sacas, sendo 2.342.758 de arábica e 20.626 de robusta. O total do café industrializado ficou em 344.223 sacas, um crescimento de 3,6% em relação ao mesmo mês em 2016, sendo 343.278 sacas de café solúvel e 945 sacas de café torrado e moído. “Apesar do resultado da exportação ter sido menor em março de 2017 do que o mesmo mês do ano passado, tivemos uma receita cambial superior. Além disso, o balanço de março, ainda que razoável, foi mais positivo do que indicavam as projeções para o período. Podemos destacar ainda o café solúvel que apresentou boa performance, com crescimento de 4%, na comparação com março de 2016 ”, comenta Nelson

Carvalhaes, presidente do Cecafé. No acumulado do ano safra 2016/17, as exportações brasileiras de café apresentaram queda de 7,9%, na comparação com o mesmo período do ano anterior. A receita cambial entre julho-2016/março-2017, no entanto, totalizou um aumento de 3,7%, com valor acima de US$ 4,4 bilhões, com o preço médio da saca a US$ 171,62. O primeiro trimestre do ano civil de 2017 também acompanhou o movimento de baixa, com o total de exportações declinando 10,6% na comparação com os três primeiros meses de 2016, em decorrência da queda do conilon. A receita cambial no período foi positiva, com crescimento de 6,8%, somando US$ 1,3 bilhão, com o preço médio da saca a US$ 175,77. Principais destinos - No total do primeiro trimestre de 2017, os Estados Unidos recuperaram a primeira posição como o país que mais recebeu café exportado do Brasil, representando 19,4% dos embarques no período (1.532.845 sacas). A Alemanha aparece na sequência, com volume bem próximo, 19,3%, (1.524.447 sacas). Itália, Japão e Bélgica também têm destaque

no ranking, com 9,8% (772.823 sacas); 6,6% (524.110 sacas) e 6,5% (517.480 sacas), respectivamente. Cafés diferenciados - As exportações de cafés diferenciados (aqueles que têm qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis) totalizaram 1.120.937 sacas no acumulado de janeiro a março e resultaram na receita cambial de US$ 236,35 milhões no período. O preço médio dos cafés diferenciados foi de US$ 210,85. Os Estados Unidos seguem como o país que mais recebeu cafés diferenciados do Brasil, com 19% do total de cafés com essas características (208.054 sacas). A Bélgica figura na segunda posição com 15% (162.843 sacas) e Alemanha na sequência com 14% (157.484 sacas). Portos - No acumulado do ano, o Porto de Santos segue como principal via de escoamento da safra para outros países, com 87,9% de participação, sendo 6.957.118 sacas embarcadas. Os portos do Rio de Janeiro seguem em segundo lugar, com 9,2% de participação no primeiro trimestre (726.107 sacas). REVISTA 100% CAIPIRA |21


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FEIJÃO

Pesquisa avalia sistemas de plantio, espaçamento e cultivares de feijão-caupi no Amapá

Fonte: Embrapa Amapá

A BRS Guariba é resistente ao mosaico transmitido por pulgão e mosaico dourado Um estudo da Embrapa Amapá concluiu que cultivares de feijão-caupi (Vigna unguiculata), com porte semi-ereto, semeadas com espaçamentos de 40 e 50 centímetros tem produtividade maior do que as cultivadas com espaçamento de 60 centímetros. As cultivares e os sistemas de plantio adotados no teste não influenciaram alterações significativas na produtividade. Desenvolvido no Campo Experimental do Cerrado, localizado no km 45 da BR-156, município de Macapá (AP), o trabalho teve como objetivo avaliar a interação entre dois sistemas de plantio (Sistema Plantio Direto e Sistema Plantio Convencional), espaçamento e cultivares de feijão-caupi. Para a pesquisa, foi observado o desempenho das cultivares BRS Guariba e BRS Tumucumaque em espaçamentos de 40, 50 e 60 cm, durante um ciclo de 87 dias. O experimento foi implantado em um local sob o quarto ano de condução em Sistema Plantio Direto. A área em Sistema Plantio Convencional foi preparada com grade ara-

dora. As cultivares de porte semi-ereto BRS Guariba e BRS Tumucumaque são cultivadas no Amapá com diferentes níveis de tecnologia. Lançada pela Embrapa em 2004, a BRS Guariba foi obtida do cruzamento da linhagem IT85F-2687, introduzida do International Institute of Tropical Agriculture – IITA, em Ibadan, Nigéria, com a linhagem TE87-98-8G, do Programa de Melhoramento da Embrapa Meio-Norte (Teresina, PI). Tem como características ramos relativamente curtos e apresenta resistência ao acamamento, apresenta ciclo de 70 dias e é resistente ao mosaico transmitido por pulgão e ao mosaico dourado. A BRS Tumucumaque foi lançada em 2009 pela Embrapa Amapá, em parceria coma Embrapa Meio Norte, apresenta ciclo precoce (65 a 70 dias), com arquitetura moderna e com grãos de grande aceitação comercial. Tem um bom teor de proteína, é rico em ferro e zinco, tem cozimento rápido e um excelente aspecto visual

após o cozimento. Esta cultivar também apresenta resistência ao acamamento, característica importante por facilitar tanto a colheita manual quanto a mecanizada com o uso de dessecante. A produtividade foi influenciada pelo espaçamento de plantio para as duas cultivares. Nos espaçamentos menores (40 cm e 50 cm) e com maior quantidade de plantas de feijão-caupi, (250 mil e 200 mil por hectares) a produtividade alcançou 2.322 mil quilos por hectares e 2.157 mil quilos por hectares, respectivamente. No espaçamento de 60 cm, com menor densidade de plantas por área (166.666 mil plantas/ ha) a produção foi de 1.850 quilos por hectares. Estes dados fazem parte da publicação técnica intitulada “Avaliação de cultivar de feijão-caupi em diferentes espaçamentos e Sistemas de Plantio no Cerrado Amapaense”, dos pesquisadores Luis Wagner Rodrigues Alves e Ana Elisa Alvim Dias, e pode ser acessada na íntegra neste link: http://migre. me/woUYx. REVISTA 100% CAIPIRA | 23


PASTAGENS

Pecuaristas gaúchos na guerra contra o capim-annoni Entre as alternativas de combate à invasora estão as roçadeiras químicas, que atingem diretamente a planta e não comprometem as pastagens Não é de hoje que o capim-annoni tira o sono dos pecuaristas gaúchos. A espécie forrageira de origem sul-africana, com baixo teor nutricional e altíssimo poder de propagação, foi trazida ao Brasil nos anos 1950 e vem tomando há décadas o lugar das pastagens no Sul do país, especialmente da região do Pampa. Controlar a praga virou um dos grandes desafios para melhorar a produtividade do setor. Tradicional criador das raças Angus e Brangus, Angelo Bastos Tellechea trava uma batalha contra o annoni desde 1988, quando o capim finalmente apareceu nos campos de suas estâncias, em Uruguaiana (RS). O vertiginoso avanço da gramínea – que chega a produzir mais de 10 mil Fonte: Estela Facchin

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sementes por planta – comprometeu pastagens perenes de capim-pangola, e acabou por dizimá-las. Diversas alternativas de combate à planta invasora já foram testadas pelo produtor, desde a aplicação manual de defensivos recomendados até experimentos com roçadas mecânicas. Os resultados não se mostraram satisfatórios, de acordo com Tellechea: – Foram nulos, devido à fantástica forma de disseminação que a variedade apresenta, com suas sementes sendo levadas pelas rodas de tratores e caminhões, pelos cascos e até no pelo dos animais – afirma. Foi em 2009, com a aquisição de uma roçadeira química, que o cenário começou a mudar, principalmente na Cabanha Umbu, onde aproximada-

mente mil hectares estão destinados a pastagens. Os resultados gradativos alcançados levaram à compra de outra roçadeira maior, em 2015. As máquinas aplicam o produto diretamente na parte superior da vegetação, o que atinge o annoni e não chega a alcançar as plantas mais rasteiras, como o campo nativo e as pastagens implantadas. – Temos conseguido diminuir a presença da invasora e assim possibilitar a renovação das espécies nativas. Mas acreditamos que os modelos ainda necessitam de ajustes, para proporcionarem melhor desempenho – ressalta o pecuarista, que também torce pelo avanço nas pesquisas de controle dessa que é considerada a grande vilã do setor produtivo.


FRIGORÍFICOS E ABATEDOUROS

Trocado por moto, jumento deixa de ser meio de transporte e vira carne tipo exportação Frigorífico aguarda licença para começar o abate dos animais; ideia de capturar jumentos abandonados na estrada gera polêmica Você já deve ter ouvido falar em lugares onde é comum se comer insetos, macacos e até cachorro. E jumento? Pois há quem diga que a carne de um dos animais mais tradicionais do Brasil tem grande potencial para movimentar a economia. O lombo que tanta mercadoria carregou no passado desperta interesse pelo sabor e qualidade da carne, muito semelhante à bovina, garantem. A GBI Agronegócios, formada por empresários e produtores do Rio Grande do Norte (RN), apresentou um projeto para instalar o primeiro frigorífico especializado no abate de jumentos no Brasil — com capacidade para até 100 animais por dia. A expectativa é iniciar a venda para a China no ano que vem. O abate de jumentos é uma das saídas apontadas para reduzir o grande número de animais abandonados nas estradas nordestinas. Segundo dados do IBGE, em 2012, eram 902.176 exemplares no País — 90% deles espalhados pelo Nordeste. A popularização da motocicleta (hoje 38% da venda de veículos na região) nas últimas duas décadas, agravou o problema. O animal, tido no passado como motor da economia, foi colocado de lado. O projeto – que visa também melho-

ramento genético e aumento da população de animais - depende da aprovação na Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no RN. “A carne do jumento é rica em proteínas e menos gordurosa. O leite é mais próximo do leite materno. A produção de laticínios será um dos carros-chefes do nosso projeto. O queijo do leite de jumenta é uma iguaria”, defende o diretor da GBI, Diego Rego. A empresa, segundo ele, está firmando parcerias com prefeituras e órgãos estaduais para a captura dos animais abandonados, além de um programa de conscientização sobre o risco de acidentes nas estradas. O frigorífico será instalado no Município de Felipe Guerra, na Chapada do Apodi, a 351 km de Natal, e o objetivo é entrar em funcionamento já em 2018. “[A carne] só varia um pouco em relação ao odor da carne bovina. Na culinária, passa despercebido e tem a vantagem de possuir pouca gordura. Mas como não temos o hábito de ingerir a carne do jumento, a produção é destinada ao Oriente, sobretudo a China”, acrescenta o chefe do serviço federal de inspeção agropecuária no RN (Sifisa), Geraldo Marcelino.

O GBI já começou a recolher jumentos abandonados nas estradas e no campo, por enquanto, apenas no Rio Grande do Norte. Os animais vão para uma propriedade, passam por quarentena, são vermifugados e, quando o frigorífico estiver em operação, seguirão inicialmente para currais de pré-abate. Críticas - O licenciamento do frigorífico, porém, promete gerar muitos protestos no Nordeste. ONGs de defesa protestam contra a ideia de resolver o problema do abandono com o abate. A veterinária Kátia Regina Lopes, coordenadora da Defesa da Natureza e dos Animais (DNA), diz que o jumento nordestino está em risco de extinção. “De acordo com IBGE, a população está decaindo. Se não fizermos nada e continuar assim, em até 20 anos, ocorrerá a extinção. Se houver o início do abate, em dois ou três anos o jumento nordestino estará extinto, afirma. Ela critica ainda a captura dos animais na estrada para o abate. “Muitos animais estão doentes. Há risco de mais de 12 doenças. A mais crítica de notificação e abate do animal é o mormo, altamente contagiosa. O risco é colocar estes animais para o consumo da população”, Fonte: Gazeta do Povo alerta. REVISTA 100% CAIPIRA |25


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CULTURA CAIPIRA

FESTA BENEFICIENTE 2017

Com a organização do Adão presidente da Comitiva Vagar Cá Pinga a festa com boi no rolete e muitas atrações foi um sucesso

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MERCADO FLORESTAL

Sem regulamentação, produtores florestais não têm acesso a crédito do Plano Safra

Fonte: Interact Comunicação

Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal apresentou pleito ao Ministério da Agricultura Previsto no Plano Safra 2015/2016, e novamente nas linhas apresentadas pelo governo federal este ano, o crédito para financiamento de custeio para tratos culturais, desbastes e condução de florestas plantadas ainda precisa ser regulamentado para garantir o acesso de pequenos e médios produtores. O pleito foi apresentado pela Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre) à Câmara Setorial de Florestas Plantadas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), no início de abril, e a pauta foi acolhida. “Isso vai viabilizar que os pequenos e médios produtores executem as operações de desbaste, garantindo a produção de toras para uso em serrarias nos próximos 10 anos. Como o preço da madeira fina atualmente se aproxima 32 | REVISTA 100% CAIPIRA

dos custos do desbaste, o produtor deixa de fazer essa etapa ou a adia, o que pode gerar um desabastecimento de toras grossas no futuro para a indústria de madeira”, afirma o diretor executivo da Apre, Carlos Mendes. Hoje, cerca de 30% da produção florestal do Paraná vem de pequenos e médios produtores. A preocupação do setor faz sentido. “Há um grande movimento em torno de toda a cadeia produtiva da madeira, que necessariamente inclui o cultivo florestal, para que haja um aumento no consumo de madeira no mercado interno, em especial pela construção civil, onde será preciso abastecer as serrarias com toras de maior diâmetro”, explica Mendes. O movimento ao qual o executivo se refere inclui o desenvolvimento da norma técnica do

sistema construtivo wood frame, no qual a madeira é a o principal elemento da obra, além de eventos técnicos e acadêmicos que vêm sendo realizados há alguns anos no Paraná para debater o assunto. No pleito apresentado pela associação, a linha de crédito financiaria a operação de primeiro desbaste com pagamento no segundo ou terceiro desbaste, ou ainda no corte final. “Isso viabilizaria a produção de toras grossas”, garante o executivo. O Plano Safra 2016/2017 vai destinar R$ 185 bilhões em crédito para os produtores rurais do país, com juros variando de 0,5% a 5,5% ao ano para a agricultura familiar (Pronaf) e de 8% a 12,75% ao ano, na agricultura empresarial.


ANÁLISE DE MERCADO

Após “Carne Fraca”, muitas turbulências e perdas limitadas Entre os indiciados estão fiscais, agentes de inspeção, empresários e funcionários de frigoríficos

Fonte: Avisite

Um mês depois de deflagrada pela Polícia Federal, a Operação Carne Fraca, que investiga corrupção envolvendo fiscais agropecuários e funcionários de frigoríficos e que identificou irregularidades nos processos de produção de 21 estabelecimentos (a maior parte no Paraná), apresentou como saldo 63 pessoas indiciadas e muita volatilidade dos valores de mercado das companhias de proteínas animais com ações na BM&FBovespa. Já as reduções dos volumes das exportações do segmento foram menores que as esperadas e compensadas por receitas maiores. Entre os indiciados estão fiscais, agentes de inspeção, empresários e funcionários de frigoríficos. De acordo com

a PF, eles deverão responder por crimes contra a ordem econômica, corrupção passiva, emprego de processo proibido ou de substância não permitida, falsidade, organização criminosa, peculato, prevaricação, uso de documento falso e violação funcional, entre alguns outros. Com funcionários e uma planta de produção cada sob suspeita, além de vendas menores nos mercados doméstico e externo, JBS e BRF amargaram quedas de valores de mercado. De longe a que mais sofreu foi a primeira, que reduziu seus abates de bovinos em cerca de 30%, viu sua holding (J&F) enfrentar problemas relativos a outra controlada (Eldorado) e, de 17 de março até ontem perdeu 13,8% de seu valor. O da BRF

caiu 0,5% na comparação e mesmo Minerva, que não foi citada na operação da PF, também registrou leve baixa. Leves também foram os recuos dos volumes das exportações, apesar das restrições temporárias - a maior parte já revertida - impostas por importadores. O volume dos embarques de carne bovina caiu 10,7% em março em relação ao mesmo mês do ano passado, para 125 mil toneladas; na carne suína a redução foi de 3,7% na mesma comparação, para 63,2 mil toneladas; e na carne de frango ficou em 4,1%, para 386,5 mil toneladas. Mas as receitas dos embarques de carnes de frango e de suínos subiram, e na carne bovina o valor diminuiu apenas 3,2%. REVISTA 100% CAIPIRA |33


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PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

Fonte: Embrapa Informática Agropecuária

Sistema agrometeorológico para celular e tablet ganha versão mais interativa Mapas de monitoramento e previsão para a agricultura, gerados em tempo real, agora podem ser consultados com um toque na tela do smartphone ou tablet 36 | REVISTA 100% CAIPIRA


O aplicativo Agritempo GIS, que fornece informações agrometeorológicas em tempo real, acaba de ganhar uma versão mais amigável e interativa. Criado para a plataforma Android, ele fornece informações agrometeorológicas atualizadas diariamente, para todo o Brasil. O software também disponibiliza, com acesso gratuito, índices de seca e previsão de geadas. Mapas de monitoramento e previsão para a agricultura, gerados em tempo real, agora podem ser consultados com um toque na tela do smartphone ou tablet. “A grande vantagem da nova versão é a visualização. É só clicar no mapa”, conta o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária Ariovaldo Luchiari Júnior. Para saber como está a disponibilidade de água no solo, por exemplo, é só selecionar esse item no menu que é mostrado na tela um mapa numa escala de cores indicando a distribuição espacial dessa condição no País. Além disso, basta mais um clique para se ter acesso às informações referentes ao local onde o usuário se encontra, que são apresentadas com muita rapidez, com indicação do respectivo bioma. Outra novidade é que podem ser selecionados pontos no mapa e adicionados à lista de locais favoritos. Ainda é possível fazer buscas e consultar a descrição das indicações de cada mapa apresentado. O aplicativo oferece a mesma funcionalidade disponível no Sistema de Monitoramento Agrometeorológico Agritempo <www.agritempo.gov.br> disponível na internet, chamada WebGIS, que integra dados agrometeorológicos georreferenciados. Os vários mapas estão distribuídos em categorias que incluem estiagem, estiagem agrícola, evapotranspiração, precipitação, temperatura, condições para tratamento fitossanitário e para manejo do solo, necessidade de irrigação e condições para colheita, entre outras. “Com esse app, o monitoramento agrometeorológico ganha mobilidade”, destaca André Fachini Minitti, analista de transferência de tecnologia da Embrapa Informática Agropecuária. O Agritempo GIS usa o sistema de posi-

cionamento global, ou GPS, do celular ou tablet, identificando automaticamente onde o usuário se encontra. As informações ajudam a fazer o monitoramento de forma mais rápida e também subsidiam a tomada de decisão por produtores, agentes de extensão, consultores agrícolas, agências de crédito e seguro rural. Para Luciano Vieira Koenigkan, analista da Embrapa Informática Agropecuária e um dos desenvolvedores da tecnologia, uma vantagem de se usar esses serviços espaciais é que são baseados em padrões abertos e permitem que outros sistemas se conectem a eles e façam uso dos dados. “As tecnologias geoespaciais trazem melhoria na forma de visualizar a informação. É possível ver mais detalhes nos mapas e de uma forma localizada”, explica. Essa plataforma é bastante acessível e também permitirá adicionar novas fontes de informações geográficas no futuro. Mais de 1.600 estações meteorológicas Desde 2002, é possível consultar informações agrometeorológicas na internet pelo Agritempo. Desenvolvido em parceria entre a Embrapa Informática Agropecuária e o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o

sistema conta com uma base de dados gerada por cerca de 40 instituições. São mais de 1.600 estações meteorológicas distribuídas pelo País que fornecem registros diários. Para atender à crescente demanda por tecnologias que informatizam o gerenciamento das atividades agrícolas, em 2015 foi criado o aplicativo Agritempo. A ideia foi levar a informação até o campo auxiliando na rápida tomada de decisão. Essa tecnologia também apresenta mapas de monitoramento e previsão, índices de seca e previsão de geadas, mas os mapas são estáticos. Segundo Raíssa de Almeida Papa, coordenadora de Risco Agropecuário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as funcionalidades do Agritempo GIS auxiliam na identificação e dimensionamento dos riscos climáticos inerentes à atividade agrícola concomitante às informações publicadas pelas portarias do Zoneamento Agrícola de Risco Climático. “Esta ferramenta será muito útil para o monitoramento agrícola, devido à agilidade da informação, e tem o intuito de minimizar a exposição do produtor ao risco climático, reduzindo-se assim as perdas decorrentes de eventos adversos e, consequentemente, garantindo a sustentabilidade da atividade ao produtor”, afirma.

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FLORES

Rosas Reijers apresenta novidades na APAS Show 2017

Fonte: Rosas Reijers

Entre tantas opções de flores e plantas ornamentais, a maior produtora de flores do País apresentará seus lançamentos: a rosa negra e a gipsofila colorida de 02 a 06 de maio, em São Paulo Mais de 600 empresas - dos mais variados segmentos - estarão reunidas no APAS Show 2017, que este ano vem com o tema “Empoderamento. Todos Podem” - inspirado no poder de decisão de uma sociedade que define o seu próprio estilo de vida e, consequentemente, o consumo. Organizado pela APAS Associação Paulista de Supermercados -, serão quatro dias de evento (02 a 05 de maio, no Expo Center Norte), que terá a exposição de marcas, produtos e serviços, além do Congresso de Gestão. A APAS Show 2017 é capaz de gerar negócios na faixa de R$ 6 bilhões. Em 2016, foram 683 reuniões entre 103 empresas brasileiras e 31 compradores internacionais, que concretizaram negócios imediatos e ao longo dos 12 meses seguintes ao evento. Comprovado este potencial, a Rosas Reijers estará pelo segundo ano consecutivo na feira, pois de acordo com o diretor de produto da empresa, Gustavo 38 | REVISTA 100% CAIPIRA

Franco Vieira, as reações após a participação no ano passado foram extremamente positivas, com visitas de empresários de diversas regiões do País ao estande. “Percebemos claramente o interesse de supermercadistas em colocar à venda flores em suas lojas. O hábito de consumir flores através de supermercado é uma realidade. Conferimos isso por meio de inúmeros depoimentos de proprietários, gestores, compradores de redes do Brasil inteiro. Claro que também detectamos uma carência quanto a informação de sortimento, exposição, conservação, mercado e oportunidades. A presença da Rosas Reijers estimulou ações em áreas onde já existia a atuação consolidada e demos os primeiros passos no Norte e Centro Oeste”, contou Vieira. A Rosas Reijers apresentará ao mercado as rosas negras e gipsofilas coloridas, que serão as grandes surpresas da APAS Show 2017. Dado ineditismo

e percepção de valor destes produtos, Vieira acredita que os pedidos e vendas serão alavancados beneficiando toda a prateleira de produtos da empresa. “Entretanto, colocaremos como destaque os campeões de vendas, como os maços de rosas, alstroemérias e gipsofilas. A presença deles é coerente e demonstra a convicção da Reijers nos resultados obtidos com a introdução desta categorias nas lojas de supermercados”, salientou o diretor de produto. Convencida do encantamento que as flores causam nos consumidores, a Rosas Reijers afirma que os benefícios destes produtos são intangíveis e proporcionam bem-estar, contentamento, alegria, prazer, tranquilidade, harmonia etc. As flores e plantas são necessárias no cotidiano das pessoas e, por este motivo, que a produtora trabalha para oferecer qualidade, revisando constantemente os processos produtivos, logísticos e comerciais.


LATICÍNIOS

Santa Catarina é o quarto maior produtor de leite industrializado do Brasil Com 2,44 bilhões de litros de leite captados pelas indústrias, Santa Catarina supera Goiás e se torna o quarto maior produtor de leite industrializado do país

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Santa Catarina foi o único estado entre os principais produtores de leite do Brasil a apresentar um crescimento na produção em 2016. Enquanto a captação de leite pelas indústrias no Brasil diminuiu 3,7% no último ano, em Santa Catarina o crescimento foi de 3,82%. Os números divulgados pelo IBGE se referem à captação de leite cru pelas indústrias inspecionadas, o que representa 76% do total produzido em Santa Catarina. A estimativa é que a produção de leite do estado gire em torno de 3,2 bilhões de litros, incluindo o leite consumido pelas famílias rurais e na alimentação de animais. O secretário da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, explica que em Santa Catarina a produção de leite está concentrada nas pequenas propriedades de agricultores familiares e representa uma importante fonte de renda para os agricultores. “O setor leiteiro é um grande destaque de Santa Catarina e vem passando por grandes transformações, com o investimento em pastagens, tecnologias e genética”, ressalta. A verdade é que a produção de leite vem numa crescente em Santa Catarina e, nos últimos 12 anos, o crescimento foi

superior aos 10% ao ano. No mesmo período, o Brasil teve um crescimento médio de 4% ao ano. Segundo o secretário adjunto da Agricultura, Airton Spies, a tendência é de retomada do crescimento na produção de leite em Santa Catarina, já que as indústrias do estado estão ampliando fábricas, o que deve aumentar a disputa por leite e estimular a produção. “O melhoramento genético do rebanho e a melhoria da tecnologia empregada na alimentação e sanidade dos animais também deve aumentar a produtividade das vacas e a qualidade do leite produzido em Santa Catarina”. Entre os maiores produtores de leite do Brasil, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Goiás apresentaram queda na produção em 2016. O maior produtor do país, Minas Gerais teve redução de 5,21% na captação de leite nas indústrias; no Rio Grande do Sul a produção foi 6,84% menor do que em 2015; e no Paraná a queda foi de 3,32%. Goiás, que antes ocupava o quarto lugar no ranking de produção de leite industrializado no país, teve uma redução de 5,55% no último ano. Esse cenário pode ser explicado pela alta nos preços do milho em 2015 e 2016, o que refletiu no preço da ração para os animais e prejudicou a alimen-

tação das vacas leiteiras nesses estados. Como em Santa Catarina o sistema de produção é majoritariamente baseado em pastagens o impacto foi menor. A Secretaria da Agricultura e da Pesca é uma grande apoiadora do setor leiteiro, com programas e projetos que incentivam os investimentos em irrigação, pastagens, infraestrutura e melhoramento genético. Além dos esforços para garantir a sanidade animal, com indenização de produtores e identificação do rebanho. “Nós queremos incentivar os agricultores a investirem em suas propriedades, buscando conhecimento e crescimento na atividade. Nossa intenção não é só aumentar a quantidade de leite produzido em Santa Catarina, mas também aumentar a qualidade”, afirma o secretário Sopelsa. Para que o leite seja competitivo no mercado global, o desafio é aliar alta qualidade e custos competitivos, como Santa Catarina já conquistou com a suinocultura e a avicultura. “Com clima favorável, mão de obra qualificada e presença de pastagem o ano todo, Santa Catarina tem todas as condições para produzir leite bom, a custo competitivo e com qualidade”, afirma Airton Spies.

Fonte: Assessoria de Imprensa Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca SC

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FLORICULTURA

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EQUINOS

Fonte: Embrapa Pantanal

Pesquisa comprova extensa variabilidade genética de cavalo Pantaneiro Estudo avaliou mais de 11 mil animais da raça 42 | REVISTA 100% CAIPIRA


Uma análise de pedigree realizada pela Embrapa em parceria com a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Pantaneiro (ABCCP) revelou que a raça possui uma grande diversidade genética quando comparada a outras do país. De acordo com o pesquisador Samuel Paiva, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, a equipe avaliou por três anos os dados de pai, mãe e prole de cavalos registrados na Associação desde sua criação até 2009 para chegar a essa conclusão. “A análise de pedigree é uma das mais simples do ponto de vista genético. Avaliamos a genealogia dos animais e, a partir desses dados, conseguimos ver o quanto eles são mais próximos ou mais distantes entre eles. Dessa forma, a gente consegue visualizar quais seriam as principais famílias, as que são fundadoras da raça, atualmente. Essa questão é fundamental para discutir a endogamia (acasalamento entre indivíduos aparentados, geneticamente semelhantes) dentro do rebanho”, diz o pesquisador. Com a análise de pedigree feita em mais de 11 mil animais, Paiva afirma que o cavalo Pantaneiro possui baixos graus de consanguinidade, de forma geral. De acordo com o pesquisador, os estudos identificaram 11 “famílias” dentro da ampla variabilidade genética verificada na raça. Paiva ressalta que, neste momento, a empresa de pesquisa discute com criadores as possibilidades para a cessão de sêmen de garanhões de cada uma das famílias identificadas para o banco genético da Embrapa com o objetivo de subsidiar pesquisas futuras. Contato com criadores Os dados das pesquisas foram discutidos durante um encontro com cerca de 30 produtores rurais e representantes da ABCCP na cidade de Campo Grande (MS). A pesqui-

sadora Sandra Santos, da Embrapa Pantanal, conversou com o grupo sobre a criação de um núcleo de reprodução que reúna garanhões dos 11 grandes grupos genéticos da raça. “Essa ideia surgiu a partir da demanda de um criador, que nos procurou para falar sobre a preocupação com o ‘afunilamento’ da raça. Isso mostra que eles têm interesse em manter a diversidade”, afirma. Para Santos, a consanguinidade entre os animais gera perdas de características relacionadas a desempenho, produtividade e adaptação, entre outros fatores. “Esse trabalho de investigação genética e análise de pedigree é a base para realizarmos cruzamentos planejados e melhoramentos futuros. Podemos buscar formas de levar a raça a uma grande produtividade, mas temos que respeitar a diversidade ao mesmo tempo. Acho que podemos aliar as duas coisas”. Entre os participantes do encontro estava Paulo Freitas, presidente da ABCCP, que abordou o estágio em que está a criação do núcleo de reprodução. “Nós temos uma estrutura bastante razoável em Poconé (MT), com baias, espaço para pastar e pessoas para cuidar dos animais”, afirma. “A ideia seria conversar com os criadores para disponibilizar esses garanhões e trabalhar com recomendações técnicas sobre os melhores cruzamentos para cada caso, buscando genéticas mais distantes do criatório de cada um”. Reunião de informações Como forma de facilitar o armazenamento e o acesso à documentação dos programas de recursos genéticos animais, vegetais e microbianos da Embrapa, foi criado o sistema Alelo – um software desenvolvido para armazenar de maneira conjunta as informações coletadas pelo Brasil, Canadá e Estados Unidos. “A partir dessa ferramenta, os criadores po-

dem selecionar o material genético adequado para o acasalamento dos seus animais e diminuir a possível consanguinidade da raça”, diz Paiva. “O software mostra em que tubo, freezer e sala está o material coletado pelos pesquisadores, por exemplo, como se fosse um depositório de informações. Não se pode ter um programa de conservação de recursos genéticos eficiente sem um sistema inteligente de apoio. Com o Alelo, queremos otimizar o programa de conservação de forma que ele seja aberto ao público: qualquer um pode entrar no sistema e ajudar os curadores, incluindo dados. A ideia é fazer com que as informações estejam sempre disponíveis para quem precisa”, completa o pesquisador. Utilizando outra alternativa com um objetivo semelhante – o de reunir e disponibilizar informações sobre o patrimônio genético brasileiro – a Embrapa Pantanal lançou o livro “Cavalo Pantaneiro: rústico por natureza”. A publicação é uma enciclopédia com dados de quase 30 anos de pesquisas sobre o animal. “A raça hoje tem todo esse trabalho documentado e isso não vai se perder. Daí para a frente, muitos poderão usar essas informações como base e dar sequência aos trabalhos”, afirma José Comastri Filho, pesquisador da unidade e um dos editores, assim como as pesquisadoras Sandra Santos e Suzana Salis, do material. Segundo Paulo Freitas, o diálogo mais recente entre os criadores e os pesquisadores envolvidos nessas iniciativas resultou em um valioso intercâmbio de informações entre todos. “Nós estávamos achando que esses animais estavam em um processo de retrocruzamento. Agora, vemos o contrário. Há uma variabilidade genética que oferece centenas de milhares de cruzamentos possíveis em uma raça genuinamente nacional, forjada por séculos no Pantanal. É preciso preservar, guardar, desenvolver”. REVISTA 100% CAIPIRA |43


ARTIGO

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FEIRAS E EVENTOS

Resultado da ExpoLondrina surpreende com movimentação financeira 40% superior a 2016 Total de visitações também registrou crescimento e bateu em quase 551 mil Alavancado pelo grande volume de propostas de financiamento, que cresceu mais de 64% este ano, a movimentação econômica global da 57ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina pode chegar a R$ 566.766.000,00 – um acréscimo de cerca de 40% sobre os R$ 400 milhões do ano passado. Os resultados foram apresentados na manhã desta terça-feira, 25 de abril, pelo presidente da Sociedade Rural do Paraná, Afranio Brandão, pelo vice-presidente, Antonio Sampaio; e o diretor secretário, Paulo Nolasco. Os bancos que participaram da ExpoLondrina 2017 receberam pedidos de financiamento que chegam a R$ 345 milhões. Outro número que apresentou crescimento foi o de público recebido no Parque Ney Braga nos 11 dias de evento. Foram 550 mil 46 | REVISTA 100% CAIPIRA

915 pessoas – 5,4% a mais que em 2016. “Nós preparamos esse evento com muito carinho e a população retribuiu embelezando o Parque com sua presença” comenta o presidente da Sociedade Rural do Paraná, entidade organizadora do evento, Afranio Brandão. Em relação aos resultados econômicos, Brandão destaca que o Paraná está colhendo uma excelente safra, em que pese as oscilações nos preços. “Também contribuiu o fato de os produtores estarem há alguns anos sem renovar sua frota de máquinas e implementos agrícolas. Os bancos preparam propostas diferenciadas para a ExpoLondrina e os produtores aproveitam esse período para atualizarem seu maquinário”, comenta ele.

Braço tecnológico - Brandão também enalteceu a força que a ExpoLondrina vem ganhando no setor tecnológico, com a realização do 2º Hackathon Smart Agro – maratona de hackers – que contou com a participação de 15 equipes e 60 mentores, premiando os três primeiros lugares. Este ano, pela primeira vez, a ExpoLondrina teve um Pavilhão de cerca de dois mil metros quadrados, com empresas da área de tecnologia e inovação e espaço para cursos, seminários e demonstrações do setor de TIC ligados ao Agro – Pavilhão Smart Agro. “A tecnologia está chegando, cada vez mais, ao homem do campo e a ExpoLondrina acompanha essa tendência, trazendo para dentro de sua programação as novidades neste segmento”, comenta Brandão.


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Avestruz na Panela INGREDIENTES 500g de carne avestruz cortada em grosso bife; 200g de mandioca; 10 botões de cardamomo picados; sal marinho grosso ralado (opcional sal normal); sementes de zimbro; pimenta chilli desidratada picada; azeite de oliva uma colher de sopa de manteiga; 50 g de queijo parmesão ralado.

PREPARO Untar a carne de avestruz com o sal moído, a pimenta chilli e o cardamomo picado. Aquecer uma frigideira anti-aderente e passar a carne cerca de 5 minutos cada lado. Ao mesmo tempo, e em separado, cozinhar a mandioca. Depois do cozimento transportar para uma tigela, somar o queijo, a manteiga e o zimbro esmagado em um pouco de azeite de oliva. Temperar com sal e mexer bem, formando o purê. Assim que o avestruz estiver no ponto, retirar da frigideira e fatiar mas não na totalidade, abrindo e formando um leque no prato. Juntar o purê de mandioca e decorar com chilli moído, botões de cardamomo e broto de manjericão. Servir! REVISTA 100% CAIPIRA | 49


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