Edição 49 100 por cento julho 2017

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www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, julho de 2017 - Ano 5 - Nº 49 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

AMOR-PERFEITO: BELAS, COLORIDAS E DE FORMATO INUSITADO

Mil e uma utilidades de uma planta ornamental, comestível, medicinal, fitoterápica e farmacêutica no seu jardim! REVISTA 100% CAIPIRA |


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Agricultura familiar: PGPAF atualiza bônus para produtos da agricultura familiar

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Tecnologia da informação: Mercado lácteo descobre as oportunidades abertas pelas startups

Governo: Governo incentiva plantio de cacau com R$ 2,13 bilhões para investimentos Melhoramento genético:

Marcadores químicos devem acelerar o desenvolvimento de novas cultivares de cajueiro

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Artigo: Amor-Perfeito: belas, coloridas e de formato inusitado


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Gestão:

Produtor rural de Xanxerê implementa a técnica americana

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Logística e transporte:

Hidrovia TietêParaná bate recorde Agricultura de precisão:

Propriedade amplia produtividade em 19% com uso de instrumentos Seguro rural:

Seguro de animais diminui os riscos de perdas nas propriedades rurais Receitas Caipiras: Gelatina de Frutas com Flores comestíveis REVISTA 100% CAIPIRA |

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AGRICULTURA FAMILIAR

PGPAF atualiza bônus para produtos da agricultura familiar Dos produtos relacionados, receberão bônus o arroz em casca, cujo preço de garantia é de R$ 41,97 a saca de 60 kg e está abaixo de mercado nos estados de Alagoas (R$ 38,69), Mato Grosso (R$ 39,09) e Rio de Janeiro (R$ 41,33)

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) já definiu os preços de referência dos produtos amparados pela Política de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar (PGPAF), que serão considerados para este mês. Com este mecanismo, o agricultor tem direito a um bônus para desconto em parcelas do financiamento de custeio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf ), sempre que o valor de mercado de algum dos produtos ficar abaixo do preço de referência. Dos produtos relacionados, receberão bônus o arroz em casca, cujo preço de garantia é de R$ 41,97 a saca

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de 60 kg e está abaixo de mercado nos estados de Alagoas (R$ 38,69), Mato Grosso (R$ 39,09) e Rio de Janeiro (R$ 41,33). Os agricultores locais terão direito a R$ 7,82, R$ 6,86 e R$ 1,52 de bônus, respectivamente, por saca. Também o babaçu (PA, TO, CE, MA e PI), batata (RS e SC), cacau (AM, PA e RO), cana-de-açúcar (ES), cará (ES), cebola (SC), feijão caupi (CE, MA e MT), laranja (RS), manga (SP), maracujá (ES) e SC), milho (BA e PI), entre outros. Os novos valores, calculados pela Conab e aprovados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), entram em vigor no dia 10 de junho e valem até 9 de julho próximo. Fonte: CONAB

Brasil, julho de 2017 Ano 5 - Nº 49 Distribuição Gratuita

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PESQUISA

Vacaria recebe nova edição do Seminário s o b r e pequenas frutas

Fonte: Embrapa Uva e Vinho

Cursos, palestras e apresentação de trabalhos fazem parte da programação do IX Seminário Brasileiro sobre Pequenas Frutas, que acontece de 4 a 6 de julho, na Casa do Povo, em Vacaria (RS) Segundo a pesquisadora da Embrapa Uva e Vinho Andrea De Rossi, uma das coordenadoras do evento, a programação foi definida pela Comissão a partir do levantamento de necessidades junto ao setor, para trazer novas ideias e propostas viáveis ao desenvolvimento das pequenas frutas de forma sustentável, bem como, contribuir para a consolidação das mesmas como alternativas viáveis de incremento de renda da agricultura familiar e do médio produtor rural. Dentro desta perspectiva, ela destaca a palestra “Modelo de organização e papel social das minifábricas de castanha de caju na região Nordeste”, desenvolvido por Fábio Paiva, engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical. As pequenas fábricas de castanha de caju incorporam novos avanços em equipamentos e processos, permitindo a obtenção de amêndoas inteiras e alvas em maior proporção e com melhor qualidade. “É uma alternativa que possibilita a inserção de pequenos e médios

produtores no agronegócio da castanha de caju, através de associações, cooperativas e suas representações, com níveis de processamento adaptados às condições de pequena e média escalas de industrialização”, explica Fábio Paiva. Ele reforça que o sistema incentiva a geração de empregos para as comunidades nas etapas de plantio, tratos culturais, colheita, processamento da castanha e na comercialização dos produtos obtidos no seu processamento. Nos dias 4 e 5 de julho, antecedendo o Seminário, serão oferecidos cursos sobre morango, mirtilo, amora-preta e framboesa, nos quais os participantes vão conhecer aspectos da produção, caracterização das espécies, morfologia, exigências para o cultivo, cultivares, estabelecimento da plantação, colheita, pós-colheita e comercialização. A abertura oficial do Seminário acontece na noite do dia 5, com a palestra do Dr. Anibal Caminitti (Argentina) sobre o “Desenvolvimento econômico de pequenas frutas - expe-

riência de intervenção”, que será seguida do tradicional coquetel “Encontro dos Sabores”, no qual serão apresentadas delícias feitas com pequenas frutas e com frutas nativas. O seminário segue até a noite do dia 6 com uma diversificada programação, abordando desde processos de certificação até novas cultivares de frutas. Para mais informações e inscrições acesse o site do evento em http://www.embrapa.br/ uva-e-vinho/sbpf. O IX Seminário Brasileiro sobre Pequenas Frutas é promovido pela Embrapa Uva e Vinho, Embrapa Clima Temperado, Emater-RS/Ascar, Prefeitura Municipal de Vacaria, Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), Universidade de Caxias do Sul (UCS), Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS). Também conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e da Corsan. REVISTA 100% CAIPIRA |

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ARTIGO

Amor-Perfeito coloridas e inusi

Mil e uma utilidad ornamental, come fitoterรกpica e farmac 8 | REVISTA 100% CAIPIRA


o: belas, de formato itado

des de uma planta estĂ­vel, medicinal, cĂŞutica no seu jardim! Por: Adriana Reis

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Diz a lenda que em tempos remotos as flores do amor-perfeito possuíam perfume intenso e adocicado, que se espalhava por grandes distâncias. Eles nasciam livremente e em maior abundância no meio de dourados campos de trigo, como gotas coloridas e perfumadas. Tão intenso perfume era muito cobiçado e as pessoas não se intimidavam em penetrar nos campos, destruindo os trigais, para colher os amores-perfeitos. Com o tempo, a destruição das plantações de trigo e a diminuição das colheitas passaram a gerar falta de alimento e pobreza nos povoados, o que entristeceu as belas flores. Os amores-perfeitos, tão alegres e joviais, passaram a viver tristes, pois sabiam que eles eram a causa involuntária de tantos prejuízos. Num belo dia de sol, eles decidiram fazer um pedido à Natureza: olhando para o céu claro, pediram em conjunto que o perfume de suas flores fosse retirado, para que as pessoas não mais destruíssem os trigais para apanhá-los. No mesmo momento, seu pedido foi atendido. Por essa razão, as flores do amor-perfeito, apesar de delicadas e belas, quase não têm perfume. O formato arredondado e achatado da flor juntamente com suas manchas características resulta numa aparência que, por vezes, lembra uma face huma10 | REVISTA 100% CAIPIRA

na. Bastou isso para surgir outra lenda, desta vez diretamente da Grécia Antiga, relatando que as flores do amor-perfeito, na verdade, eram pessoas que foram surpreendidas entre arbustos espiando a bela Afrodite banhando-se num lago. Imediatamente Zeus teria transformado-as em flores, condenando-as a viverem para sempre nos campos. Lendas à parte, o fato que os amores-perfeitos são usados há muito tempo como cosmético, medicamento, alimento e até como poção do amor. Romanos, gregos e celtas preparavam loções de beleza e perfumes com suas flores. Os chineses as usavam para prevenir dores de cabeça. Na Idade Média eram consideradas pelos feiticeiros e magos um amuleto infalível contra o mal era até conhecida como a planta da Santíssima Trindade. Uma tradição inglesa garantia que a flor era um verdadeiro elixir do amor: uma poção preparada com o amor-perfeito, ao ser colocado sobre os olhos de alguém adormecido, fazia com que essa pessoa, ao acordar, se apaixonasse perdidamente pelo primeiro ser que visse. Essa tradição certamente serviu de inspiração para a famosa comédia de Shakespeare “Sonhos de uma Noite de Verão”, onde os amores-perfeitos são usados como a poção de amor que gera a maior confu-

são entre os personagens. A floricultura é uma atividade agrícola de grande expansão. Além de ter um forte papel econômico, exerce funções sócias, culturais e ecológicas. Dentre as flores e plantas ornamentais produzidas está o amor-perfeito, que é bastante utilizada no Sul do país, por ser mais adaptada a regiões mais frias. O amor-perfeito também conhecido como Viola tricolor (nome científico) pertence à família das violáceas. Originária da Europa, a planta apresenta pequeno porte, sendo indicada para o plantio tanto em jardins como em jardineiras e vasos. Suas flores são pequenas e delicadas, podendo surgir em diversas cores que vão da tonalidade branca ao púrpura, passando pelo rosa, amarelo, alaranjado, e surpreendentes tons de azul e roxo. O detalhe marcante são as manchas escuras que formam desenhos nas pétalas. Atualmente também é possível encontrar variações como o amor-perfeito miniatura ou mini e o tipo crespo. A planta se desenvolve bem com o cultivo à meia sombra, mas é importante que receba de 4 a 6 horas de sol por dia, pode ser luminosidade alternada com sol direto. O sol da manhã é o melhor para as plantas. Seu crescimento é rápido. As sementes germinam no período de 17 a 21 dias e seu ciclo até o florescimento total chega a cerca de 90 dias. É importante que a planta seja cultivada em terra rica em matéria orgânica e receba regas regulares para que o solo nunca fique seco. É uma planta perene em locais de clima temperado, sendo cultivada como planta anual, florescendo somente no outono e no inverno, tendo seu ciclo de vida (germinar, crescer e morrer) encerrado em um período de um ano, sendo necessário um novo plantio no ano seguinte, entretanto algumas pessoas defendem que são plantas bienais, florescem duas vezes e vivem até dois anos. Em regiões onde o clima é mais frio poderá ser cultivada durante todo o ano e terá uma floração mais intensa. Os principais inimigos que atacam as plantas são os fungos, pulgões e as cochonilhas. Os fungos podem ser evitados tomando cuidado para não exa-


gerar nas regas. Muita umidade favorece seu surgimento. Já as cochonilhas e os pulgões são pequenos insetos que se alojam geralmente nas folhas e sugam a seiva da planta. As cochonilhas ainda liberam uma substância que deixa as folhas com aparência de enceradas, atraindo fungos e formigas. De sabor adocicado o amor-perfeito é uma das poucas flores que é inteiramente comestível e que pode ser usada nos mais variados pratos, como ingrediente e decoração. O único cuidado é utilizar sementes indicadas para este fim e cultivar a planta sem adição de produtos químicos. Habituais na cozinha desde a Antiguidade, em países como China, México, Brasil, Canadá, França, EUA e Grécia, o uso das flores não têm sido usual no nosso país. No entanto, com as novas tendências de recuperar os sabores agridoces e das múltiplas variantes da cozinha de fusão, as flores tornam-se ingredientes muito bem vindos. As flores comestíveis satisfazem os gostos mais exigentes, oferecendo uma ampla variedade de texturas, formas, cores, fragrâncias e sabores, conferindo aos pratos alegria e um toque especial de distinção, sendo cada vez mais uma moda nos mais variados estilos culinários. De acordo com a assessora técnica da Superintendência, Thyara Rocha Ribeiro. A assessora explica que o preparo de pratos com espécies cultivadas como ornamentais e aromáticas, embora seja um hábito antigo em outros países, começou a ganhar força no Brasil há menos de dez anos. “O produto é requisitado por restaurantes, buffets, redes de supermercados, lojas de produtos naturais/orgânicos e spas”, diz ainda Thyara. Atualmente, as flores comestíveis mais cultivadas são a capuchinha, amor-perfeito, calêndula e flor da abóbora. Thyara informa que a relação das principais espécies que compõem receitas culinárias ainda inclui a rosa, o hibisco e o borrago. As pétalas das flores comestíveis apresentam geralmente em torno de 80% de água e contêm poucas calorias. Por isso, conforme a assessora, são excelentes para compor pratos leves, muito utilizados em dietas alimentares. “Ri-

cas em vitaminas e minerais, conferem aroma e sabor característicos e dão um colorido especial aos pratos, tornando-os mais atrativos visualmente”, acrescenta. As flores comestíveis podem ser utilizadas in natura, cristalizadas ou, de forma processada, no preparo de sorvetes, bolos, geléias e bebidas. “O cultivo de flores para uso na gastronomia deve ser isento de qualquer tipo de contaminação química ou biológica. O sistema mais indicado é o orgânico”, enfatiza Thyara. “Além disso, os produtores devem conhecer o comportamento da espécie a ser produzida, na região em que se pretende desenvolver a atividade. O ambiente pode favorecer o estabelecimento de doenças e pragas que prejudicam ou impedem a comercialização das flores, uma vez que para serem consumidas as flores devem ser cultivadas sem aplicação de qualquer tipo de produto químico”. Há 20 anos, as irmãs Graziela e Renata Seleme Dei Falci produzem ervas e flores comestíveis, em Belo Horizonte, oferecendo atualmente mais de 60 espécies orgânicas, principalmente para os supermercados e restaurantes. “Nossos produtos têm a certificação do Instituto Biodinâmico (IBD), de Botucatu, em São Paulo, que trabalha em parceria com certificadoras de excelência de diversos países”, informa. Segundo Thyara Ribeiro, a produção, certificação e comercialização dos produtos orgânicos no Brasil começaram a ser regulamentadas por meio da Instrução Normativa nº 9, de 17 de maio de 1999. Há também a lei nº 10.831, publicada em 2003, e a Instrução Normativa nº 16, de junho de 2004, para o registro e renovação de registro de matérias primas e produtos de origem animal e vegetal orgânicos junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As flores comestíveis mais procuradas por hotéis e restaurantes de luxo são o amor-perfeito, a capuchinha, a calêndula, a begônia e as rosas de cores diversas. Nem todas as flores são comestíveis e para além da identificação das mesmas, é importante saber como foram produzidas, pois, por exemplo, as flores para decoração ornamental

não devem ser utilizadas para consumo humano, uma vez que não têm em consideração as regras de segurança alimentar. Os amores-perfeitos são um exemplo de flores comestíveis por excelência. Existem diversas variedades de “amores-perfeitos”, mas as mais familiares serão o Viola x wittrockiana, amor-perfeito de flor grande, que é muito utilizada nos jardins públicos e privados, o viola tricolor, de flores pequenas e o viola odorata, de flores ainda mais pequenas. Dentre as espécies estão: De nome científico: Viola x wittrockiana; da família: Violaceae; com origem geográfica: Europa e Ásia; com nomes populares: amor-perfeito, amor-perfeito de jardim, violeta borboleta. A Flor do amor-perfeito Viola x wittrockiana é uma flor de Inverno. As variedades atuais são resultantes do cruzamento de V. tricolor, V. lutea e V. altaica. As flores são grandes e achatadas com cerca de 5 a 13 cm de diâmetro, formadas por cinco pétalas aveludadas e arredondadas, quatro superiores, dispostas par a par e uma inferior, suportadas por um pedúnculo carnudo e ligeiramente comprido que se insere na planta ao nível das axilas foliares. As cores e combinações são muitas e variam entre: amarelo, azul, roxo, branco, rosa e bordô. O ciclo de floração inicia-se no Inverno e permanece durante a Primavera. O Viola x wittrockiana é uma planta herbácea perene de ramagem compacta com 10 a 20 cm de altura, de folhas verde escuro brilhante, ovolancioladas e carnudas de margens dentadas. Prefere climas amenos ou frios, com temperaturas médias entre 15 a 20º C, embora se adapte bem a climas quentes e úmidos. Deve ser cultivada em locais com exposição solar ou semi sombra, em solos ricos em matéria orgânica, bem drenados, mas úmidos. Apesar de perene, requer replantio anual, pois perde a beleza. A sua reprodução é sexuada (propaga-se por meio de sementes), podendo o tempo de germinação variar entre os 7 e os 21 dias, dependendo das condições ambientais. De nome científico: Viola tricolor L.; da família: Violacea; de origem geográfica: Europa e Ásia; com nomes populares: Amor-perfeito, amor-perfeito ravo, amor-perfeito pequeno, erva da REVISTA 100% CAIPIRA | 11


trindade, flor da trindade, viola, viola de três cores. As flores são pequenas, com cerca de 2 cm de diâmetro e achatadas, compostas por cinco pétalas e cinco sépalas, à semelhança da flor anteriormente referida, com a particularidade de evidenciar riscas perfeitamente desenhadas, que as caracteriza e uma silhueta na sua forma de perfeita simetria. São suportadas por um longo pedúnculo que se insere na planta ao nível das axilas foliares, mas mais fino que o do Viola x wittrockiana. As pétalas podem ser todas da mesma cor ou todas de cores diferentes, ou ainda de cores combinadas. Esta diversidade de cores auxilia a inspiração e a originalidade na cozinha. O amor-perfeito pequeno é uma planta herbácea perene, não muito compacta, que pode atingir 25 cm de altura. Possui caules verdes ramificados e flexíveis, onde se inserem, opostamente, as folhas pecioladas lisas e cerosas de margens dentadas. Na base das hastes, as folhas têm forma oval, tornando-se mais alongadas no ápice das hastes. Prefere climas amenos ou frios e locais de semi sombra ou ensolarados desde que não tenham sol direto por mais de 10 horas/dia, solos ricos em matéria orgânica, soltos e bem drenados. Floresce

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do meio de Outono até ao início do Verão. Necessita de frio para diferenciar as flores, mas não reage bem a geadas muito continuadas ou neve. A planta viola tricolor L. é mais rústica e resistente às adversidades climáticas, visto tratar-se de uma planta mais selvagem que a Viola x wittrockiana. De nome científico: Viola odorata; da família: Violaceae; de origem geográfica: Europa; com nomes populares: Amor-perfeito, amor-perfeito bravo, amor perfeito miniatura, erva da trindade, violeta perfumada, viola odorante, violeta de três cores. As flores da Viola odorata têm as características das demais flores do gênero viola, com ligeiras diferenças. As flores da viola odorata são bastante pequenas com cerca de 1 a 2 cm de diâmetro, de pétalas azuis, alongadas e muito perfumadas, daí o nome odorata. Existem inúmeras variantes desta espécie devido a hibridações e mutações com a espécie Viola tricolor, originando as cores roxo, Viola riviniana, amarelo, Viola biflora, branco, Viola alba, entre outras. É uma pequena planta herbácea perene compacta, que atinge, no máximo 15 cm de altura, cresce em pastagens baixas, em qualquer tipo de solos desde que

não sejam muito ácidos e geralmente em semi sombra ou sombra. Floresce normalmente no fim do inverno e reproduzem-se a partir de estolhos, embora sejam hermafroditas, auto férteis, à semelhança das duas flores anteriormente descritas, a partir de sementes que caem ao chão das flores maduras, permitindo ter flores por um período de tempo mais alargado e de forma escalonada. As folhas são simples e cordiformes de margens dentadas. Embora seja perene, quando cultivada deve ser considerada como anual, embora seja resistente às geadas é mais rústica do que a Viola triocolor e a Viola x wittrockiana e mais resistente a pragas e doenças. Os principais problemas fitossanitários dos amores-perfeitos, são as manchas foliares de Alternaria sp e Cercospora sp, o Oidium, a Botrytis cinerea e a raiz putrefata causada por Thielaviopsis sp. e as principais pragas são os caracóis, as lesmas e os pulgões. As flores de amor-perfeito não carecem de cuidados muito específicos na sua preparação, pois toda a flor é comestível incluindo as sépalas. Devem ser lavadas cuidadosamente passando por água, mas sem as pressionar de


modo a não provocar o enegrecimento da mesma que consequentemente perde qualidade visual e gastronômica. As flores de amor-perfeito têm uma textura aveludada e são ligeiramente doces, embora haja quem as considere amargas. O sabor depende um pouco da capacidade de cada pessoa em procurar ou distinguir o paladar escondido em cada uma. Se consumir a flor inteira, incluindo as sépalas, pode-se perceber o aroma e os sabores suaves e silvestres, se consumir só as pétalas, retira-se a base destas (início branco), que dão o sabor levemente amargo e assim distingue-se mais facilmente o sabor doce da flor. As violas podem ser consumidas frescas ou secas e têm diversas aplicações: decorar pratos de entradas saladas, aromatizar e decorar azeite ou vinagre (usar o de vinho branco ou de maçã), decorar bebidas, colocando a flor a flutuar, ou então introduzindo-as nos cubos de gelo. Os Viola tricolor e odorata, combinam especialmente bem com endívias e são ótimas para fazer compotas, xaropes, decorar pudins, gelados e saladas de fruta. São também excelentes cristalizadas, que podem substituir os enfeites açucarados na decoração de bolos, tornando-os, de certa forma, mais saudáveis e coloridos. Das três flores referidas, as que têm mais aceitação na cozinha são o V. tricolor e o V. odorata, devido ao seu tamanho, dado que tornam os pratos mais elegantes e atraentes, ao contrário da Viola x wittrockiana que, além de grande, é muito associada a uma flor de jardim, levando a uma certa rejeição por parte dos consumidores. As flores de amores-perfeitos têm um período de vida útil pós colheita curto. A sua conservação em frio deve ser precedida de embalamento, para reduzir a desidratação provocadas por deslocações de ar e mantidas em câmara frigorífica entre 4 e 6ºC de temperatura consegue-se uma durabilidade variável de 4 a 5 dias. As flores também podem ser conservadas secas, colocando-as em local seco e arejado protegidas do sol direto, até desidratarem. Para armazenar devem ser guardadas em sacos de papel ou pano, em local seco e escuro de maneira a não descolorarem com a

radiação. Além da ornamentação e da culinária, o amor-perfeito também é muito utilizado para fins medicinais e fitoterápicos, pois, apresenta atividades anti-inflamatória, expectorante, estimulante, sudorífica, diurética, depurativa, emoliente, anti tumoral e laxante. As suas propriedades curativas devem-se a conterem flavonóides, saponinas, taninos, mucilagem, alcalóides, violarrutina, violanina, resina, glucosídeos, e contém o óleo essencial violaquercitrina flavona, um metil éster do ácido salicílico. Farmacobotanicamente é utilizada para o tratamento de feridas, doença de Chagas, úlceras, eczema úmido, infecções cutâneas, afecções do sangue, debilidade nervosa, cansaço, doenças cardíacas nervosas e icterícia. No entanto, a V. odorata tem ainda propriedades que se estendem pela cosmética, onde as suas flores são usadas como matéria prima para colônias, talcos, desodorizantes e sabonetes. A Floricultura é uma atividade agrícola de exploração intensiva e de cunho empresarial. Além de seu papel econômico, exerce funções sociais, culturais e ecológicas. Em sua função social, propicia emprego, por ser praticada de forma intensiva, sendo uma alternativa para a agricultura familiar. No aspecto ecológico, as plantas ornamentais são empregadas na recuperação de áreas degradadas, servindo como abrigo e fonte de alimento para pássaros e animais. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Floricultura – Ibraflor (2014), a floricultura mundial ocupa uma área estimada em 190 mil ha e movimenta valores próximos de US$ 65 bilhões por ano, sendo o segmento de flores de corte o mais expressivo, seguido pelo de plantas vivas, bulbos e folhagens. O setor de flores e plantas ornamentais é responsável pela geração de mais de 206 mil empregos diretos, dos quais 102 mil (49,5%) relativos à produção, 6.400 (3,1%) relacionados a distribuição, 82.000 (39,7%) no varejo e 15.600 (7,7%) em outras funções principalmente no apoio. No Brasil, o agronegócio de flores e plantas ornamentais tem crescido consideravelmente, ganhando cada vez

mais importância econômica. Em média, a floricultura comercial brasileira cresceu 10% no período de 2008 a 2011, nas quantidades ofertadas, e 15% ao ano em valor de vendas. Segundo o Instituto Brasileiro de Flores (Ibraflor), somente em datas comemorativas o setor surpreende a cada evento. Assim, em 2015 o comércio de flores faturou R$ 6 bilhões, enquanto em 2014 chegava a R$ 5,7 bilhões. Vale ressaltar que a diversidade de clima e solo tem possibilitado ao Brasil o cultivo de diversas espécies de flores e plantas ornamentais. Nesse segmento, as plantas são divididas em flores de corte, flores de vaso, sementes, plantas de interiores, plantas de paisagismo e folhagens. As plantas ornamentais, como o amor perfeito, a petúnia, o tagetes e a onze horas correspondem a 50% da produção; as flores de corte, tais como rosa, crisântemo, lírio, gérbera, por 29%; e as flores em vaso como violeta, orquídea, kalanchoe, azaléia, por 13%; enquanto as folhagens em vaso e de corte, representam 6%. No Brasil, a produção é destinada principalmente ao mercado interno. A Região Sudeste é o principal centro consumidor, tendo a maior concentração no Estado de São Paulo. O estado de São Paulo é o principal produtor de flores e plantas ornamentais no Brasil, responde por cerca de 70% a 80% da produção nacional. Outros estados produtores são: Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Pernambuco, Goiás, entre outros. Segundo a IBRAFLOR o estado de São Paulo possuía em 2014, cerca de 2.288 produtores, numa área de 6.850 hectares, gerando em torno de 93.600 de empregos entre produção, atacado, varejo e apoio, faturando perto de R$ 2 bilhões no ano. Então a bela planta ornamental conhecida como amor-perfeito, pode atrair abelhas e borboletas para colorir seu jardim, sua mesa e seu bolso. Fonte de pesquisa: http://www.jardimdeflores.com.br/floresefolhas/A62amor_perfeito.htm http://www.agronegocios.eu/noticias/flores-comestiveis-amores-perfeitos/ https://www.researchgate.net/publication/284163286_Germinacao_de_Sementes_de_Amor-Perfeito_Submetidas_a_Diferentes_Periodos_de_Exposicao_e_ Concentracoes_de_GA3 http://rondorural.com/producao-de-flores-na-zona-leste-de-porto-velho-comeca-abastecer-tambem-o-acre-e-a-ceasa-paulistana/ http://www.abcsem.com.br/noticias/97/flores-comestiveis-valorizam-culinaria-mineira-e-dao-lucrohttp://guaiaca.ufpel.edu.br/bitstream/prefix/3251/1/dissertacao_bruna_barreto_dos_reis.pdf http://www.ibraflor.com/ns_mer_interno.php

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CNPE aprova novas políticas para biocombustíveis, refino, exploração e produção O Ministério de Minas e Energia (MME) realizou nesta quinta-feira (08/06) a 34ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) Fonte: MME - Ministério de Minas e Energia

O encontro foi presidido pelo Ministro Fernando Coelho Filho e contou com a presença do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, além de integrantes do CNPE. Na reunião, foram apresentadas as áreas nas quais a Petrobras manifestou o direito de preferência para atuar como operador com participação mínima de 30% nos consórcios formados para exploração e produção nas 2ª e 3ª Rodadas de Licitações de Partilha de Produção. Dentre as áreas, estão o Campo de Sapinhoá, bem como as dos prospectos de Peroba e Alto de Cabo Frio. Ambas Rodadas estão agendadas para dia 27 de outubro, nas quais a União espera arrecadar R$ 7,75 bilhões a título de bônus de assinatura dos contratos, caso as oito áreas ofer14 | REVISTA 100% CAIPIRA

tadas sejam arrematadas. Outro destaque foi a inclusão de áreas nas Rodadadas de licitação de blocos para petróleo e gás natural de 2018, visando aumentar a competitividade das licitações. Foram incluídos setores na Bacia de Sergipe-Alagoas e na Bacia de Pernambuco-Paraíba na 15º Rodada de Licitações de blocos exploratórios sob o regime de concessão, programada para maio de 2018. O CNPE também antecipou para a 15º Rodada de Licitações uma área da Bacia de Campos, e postergou, também na Bacia de Campos, uma área para 16º Rodada de Licitações. Para 4º Rodada de Licitações de blocos sob o Regime de Partilha de Produção, foi incluída uma área ao sul do prospecto de Uirapuru.

O Conselho ainda aprovou a política para a reestruturação do mercado de refino e derivados de petróleo no âmbito do Combustível Brasil, bem como a criaçao do Comitê Técnico Integrado para o Desenvolvimento do Mercado de Combustíveis, demais Derivados de Petróleo e Biocombustíveis (CT-CB). Para o RenovaBio, foram aprovadas as diretrizes estratégicas e instituído um Grupo de Trabalho com a missão de avaliar e elaborar propostas de revisões normativas necessárias para implementação do Programa. Foram também criados os Comitês de Monitoramento de Abastecimento de Etanol e de Biodiesel, com a finalidade de monitorar e avaliar sistematicamente o mercado desses biocombustíveis.


No âmbito das discussões foi também debatido a possível antecipação para março de 2018 da mistura de biodiesel ao diesel (B10). Confira abaixo os principais pontos deliberados no CNPE: Política de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural O CNPE aprovou diretrizes gerais para a Política de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural. Dentre elas estão a maximização da recuperação dos recursos in situ dos reservatórios; quantificação do potencial petrolífero nacional; intensificação das atividades exploratórias no País; e promoção adequada da monetização das reservas existentes. As diretrizes propostas visam à atração e a manutenção de investimentos, com maior pluralidade de agentes, usando as melhores práticas e tecnologias da indústria e com respeito ao meio ambiente. Petrobras como operadora nas 2ª e 3ª Rodadas de Licitações A Petrobras terá o direito de atuar como operador e possuir participação mínima de 30% nos consórcios formados para exploração e produção na área unitizável adjacente ao Campo de Sapinhoá, bem como nas áreas dos prospectos de Peroba e de Alto de Cabo Frio, que serão licitadas respectivamente na Segunda e na Terceira Rodadas de Licitações sob regime de partilha de produção. Planejamento das rodadas de licitações para 2018 e 2019 O CNPE aprovou as seguintes alterações para o planejamento das rodadas de licitações de blocos para petróleo e gás natural: - Inclusão dos Setores SSEAL-AUP1 e SSEAL-AUP2, da Bacia de Sergipe-Alagoas, e do Setor SPEPB-AP3, da Bacia de Pernambuco-Paraíba, na Décima Quinta Rodada de Licitações de blocos exploratórios sob o regime de concessão, programada para maio de 2018; - Antecipação da oferta do Setor SC-AP5, da Bacia de Campos, da Décima Sexta para a Décima Quinta Rodada de Licitações de blocos explo-

ratórios sob o regime de concessão, programada para maio de 2018; - Postergação do Setor SC-AP4, da Bacia de Campos, da Décima Quinta para a Décima Sexta Rodada de Licitações, programada para o segundo semestre de 2019; e - Ampliação para sul do prospecto de Uirapuru, na Bacia de Santos, para oferta na Quarta Rodada de Licitações de blocos sob o Regime de Partilha de Produção, programada para maio de 2018. Combustível Brasil A resolução aprovada pelo CNPE contempla as seguintes diretrizes estratégicas: incremento e diversificação da oferta interna de combustíveis e de derivados de petróleo, incluindo aumento da capacidade de refino; expansão da infraestrutura para garantia do abastecimento nacional de combustíveis, demais derivados de petróleo e biocombustíveis, com estímulo a modos de transporte mais eficientes; desenvolvimento de um mercado competitivo nos diversos elos da cadeia produtiva, com condições de oferta a preços de mercado; e transição para a nova configuração do mercado, preservando a segurança do abastecimento em todo o território nacional. Também fica criado o Comitê Técnico Integrado para o Desenvolvimento do Mercado de Combustíveis, demais Derivados de Petróleo e Biocombustíveis - CT-CB, que contará com a participação de diversas entidades governamentais, sociedade civil e associações representativas dos Setores envolvidos.

A deliberação do CNPE também estabeleceu Grupo de Trabalho do RenovaBio, com a missão de avaliar, em até 60 dias, propostas de revisões normativas necessárias para implementação do Programa, em observância às diretrizes estratégicas aprovadas. Foram também criados os Comitês de Monitoramento de Abastecimento de Etanol e de Biodiesel, com a finalidade de monitorar e avaliar sistematicamente o mercado desses biocombustíveis. No âmbito das discussões foi também debatido a possível antecipação para março de 2018 da mistura de biodiesel ao diesel (B10). Nesse sentido, o Ministério de Minas e Energia está finalizando tratativas junto aos produtores de biodiesel, distribuidoras e fabricantes de veículos automotores e levará o assunto em breve a apreciação do CNPE. Definição de penalidade por falta de combustível O CNPE aprovou Resolução recomendando à Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL e à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP, observadas as devidas competências legais, que regulem a penalidade por falta de combustível, respectivamente, para os agentes de geração de energia elétrica e para os supridores de combustível, compatível com as características de cada fonte energética, conforme dispõe a Lei no 9.847, de 26 de outubro de 1999, e nos instrumentos contratuais vigentes.

RenovaBio O CNPE aprovou as diretrizes estratégicas que nortearão uma nova política para o setor de biocombustíveis, como parte integrante do Programa RenovaBio. As diretrizes estratégicas direcionam para a necessidade de introduzir mecanismos de mercado para induzir a eficiência produtiva e a competição, com a menor emissão de gases causadores de efeito estufa. REVISTA 100% CAIPIRA | 15


TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Mercado lácteo descobre as oportunidades abertas pelas startups

Fonte: Dialetto

Entenda como modelos inovadores de negócio começam a se destacar no setor, como apresenta relatório do Sistema de Inteligência Setorial (SIS) do Sebrae O agronegócio, inclusive o segmento lácteo, pode se beneficiar das tecnologias e inovações que surgem para impulsionar os negócios. Dentre as possíveis contribuições estão o aumento da produtividade, a otimização de processos, a adaptação a novos mercados e a melhoria na gestão do negócio, entre outras oportunidades. Por isso, as startups são uma alternativa para desenvolver novas tecnologias e processos a empresas do mercado lácteo, impactando o setor da mesma forma como o AirBNB impactou a forma de oferecer hospedagem e a Netflix mexeu com a indústria de TV e do cinema. Startups são, em resumo, empresas em estágio inicial que oferecem um produto ou serviço inovador que possa ser replicável e escalável. Relatório do Sistema de Inteligência Setorial (SIS) do Sebrae mostra que o universo das startups e do agronegócio não estão muito distantes. A Embrapa, inclusive, conta com um desafio para estimular a inovação tecnológica no mercado lácteo: o Ideas 16| REVISTA 100% CAIPIRA

for Milk já recebeu ideias de todo o país com soluções web, mobile ou hardware para atender desde demandas do mercado, área logística, insumos agropecuários até o consumidor final. A Embrapa levantou alguns pontos críticos da cadeia produtiva do leite que podem ser gerar oportunidades para startups interessadas em desenvolver soluções para esse mercado. Na área de insumos e serviços agropecuários, há espaço para desenvolver tecnologias para automação de processos e a otimização de transações entre fornecedores e compradores, por meio do compartilhamento de informações. Na fazenda, as inovações podem incluir plataformas com informações de mercado, meteorológica e técnica ou sistema com indicadores de dados coletados pelo produtores, associados a informações zootécnicas, econômicas e de qualidade do leite. Para quem quer atuar com logística, uma sugestão são ferramentas para rastreabilidade de produtos e fornecedores ou soluções para qualificar a gestão de

transporte, otimizando processos e reduzindo custos. Várias startups já vem se destacando no mercado, como o caso da SLC Rota, vencedora do Ideas for Milk na etapa nacional. Trata-se de uma plataforma composta por aplicativo móvel e painel de gerenciamento web, que realiza o acompanhamento e gestão da rota do leite, do produtor do leite à indústria. A Systech Feeder, segunda colocada na etapa nacional do Ideas for Milk, desenvolveu um sistema de nutrição para bezerras leiteiras que possibilita definir o momento do desaleitamento, impactando na redução de custo alimentar e otimização de tempo. Nos Estados Unidos, a startup californiana Perfect Day desenvolveu um leite de vaca que não é produzido por um animal. Para a obtenção do leite, a empresa realizou uma combinação de biotecnologia e vegetais que resulta em um produto com o mesmo gosto e composição que o produzido por vacas.


CONFRATERNIZAÇÕES ANIVERSÁRIOS CASAMENTOS FESTAS

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PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

Fapesp e IBM apoiarão pesquisas em Agricultura Digital A Fapesp e a IBM lançaram no dia 09/06, durante um evento na sede da Fundação, uma nova chamada conjunta de propostas de pesquisas Serão apoiados projetos de pesquisadores de instituições de ensino superior ou de institutos de pesquisa do Estado de São Paulo que gerem conhecimento em Agricultura Digital, como é denominada a aplicação de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) na agricultura. Entre os temas de interesse da chamada estão sistemas analíticos aplicados a processos agrícolas e sistemas de agricultura de precisão, de monitoramento e de previsão meteorológica e climática em contextos agrícolas. Também serão apoiadas pesquisas relacionadas à automação de equipamentos, robótica agrícola - incluindo drones e veículos autônomos agrícolas -, processamento de imagens - abrangendo dados por satélite e em campo -, sistemas eletrônicos de monitoramento de gado, detecção, processamento e análise de dados do solo e da água, além de sistemas de realidade aumentada e virtual aplicados à agricultura, entre outros temas. Serão destinados até US$ 250 mil para os projetos selecionados, com duração de até dois anos. “Estamos muito contentes com as parcerias que temos feito com grandes empresas. Essas parcerias possibilitam 18| REVISTA 100% CAIPIRA

dar origem a pesquisas que não têm somente caráter acadêmico, mas que permitem efetivamente contribuir para o desenvolvimento de produtos e atividades que beneficiem mais diretamente a sociedade”, disse José Goldemberg, presidente da Fapesp, durante o evento. As parcerias da Fapesp com grandes empresas para o financiamento conjunto de pesquisas em universidades e institutos de pesquisa são firmadas no âmbito do Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE), mantido pela Fundação. O programa tem o objetivo de intensificar o relacionamento entre universidades ou institutos de pesquisa e empresas por meio da realização de projetos de pesquisa cooperativos e cofinanciados. “Esse tipo de parceria só dá certo fazer com empresas que têm sua própria atividade de pesquisa e seus pesquisadores, que valorizam, e querem fazer isso, para gerar conhecimento que ninguém no mundo ainda criou, como é o caso da IBM”, avaliou Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp. “Temos aqui no Estado de São Paulo uma quantidade grande de pesquisadores capazes de contribuir para os objetivos da IBM que são muito similares aos da Fapesp: aumentar muito o

grau de ousadia e o impacto mundial das pesquisas que financia”, afirmou. Base em ciência A empresa de tecnologia norte-americana, que investe anualmente US$ 6 bilhões globalmente em pesquisa e desenvolvimento (P&D), mantém 3 mil pesquisadores em 12 laboratórios de pesquisa localizados em seis continentes. No Brasil, onde instalou um laboratório de pesquisa em 2011, trabalham cerca de 130 pesquisadores em áreas voltadas a aplicações - principalmente no gerenciamento de recursos naturais, como óleo e gás e agricultura -, além de nanotecnologia aplicada à saúde e clouding industrial, explicou Ulisses Mello, diretor do IBM Research no Brasil. “Como uma empresa de tecnologia, a IBM é completamente baseada em ciência. A cada 10 anos nos tornamos uma outra companhia. Já vendemos máquinas de escrever, mainframes [computadores de grande porte dedicados ao processamento de grandes volumes de informações], PCs [computadores portáteis] e agora a nossa próxima fase é a inteligência artificial.


Para isso, a ciência será fundamental”, avaliou Mello. De acordo com dados apresentados pelo executivo, estima-se que em 2020 o volume de dados gerados mundialmente totalize 44 Zettabytes - equivalente a 44 bilhões de terabytes. “Essa quantidade de dados será impossível de ser processada pelos humanos. Iremos precisar de assistentes cibernéticos para processar essa quantidade de informações e entender os dados. Por isso, estamos criando o que chamamos de negócios cognitivos [o uso da enorme quantidade de dados gerados constantemente a favor dos negócios]”, afirmou Mello. Uma das primeiras aplicações que a empresa tem feito disso no Brasil é na área da saúde. Uma plataforma de computação cognitiva em nuvem, chamada Watson Oncology, processa toda a base de 25 milhões de artigos na área médica publicados mundialmente até hoje, além dos cerca de 8 mil publicados diariamente. Com base nisso, o sistema possibilita que um médico possa ter acesso aos artigos publicados nos últimos meses sobre câncer de mama que se apliquem a um caso genético específico de um de seus pacientes, por exemplo.

“Acreditamos que os setores com os quais pretendemos trabalhar esse tipo de tecnologia no Brasil - que são o da saúde, o financeiro, de óleo e gás e a agricultura - vão se beneficiar de forma astronômica dessas soluções”, previu Mello. Computação cognitiva A chamada conjunta de propostas de pesquisa em Agricultura Digital é a segunda lançada pela Fapesp e a IBM no âmbito de um acordo de cooperação firmado em março de 2016. Em março deste ano as duas instituições anunciaram as propostas selecionadas na primeira chamada que lançaram, em maio de 2016, na área de computação cognitiva - voltada ao desenvolvimento de sistemas computacionais capazes de processar e integrar diferentes tipos de dados, aprender em grande escala, tirar conclusões lógicas com propósito e interagir com seres humanos de forma natural. Um dos oito projetos selecionados foi o do pesquisador Ivandro Sanches, professor do Departamento de Engenharia Elétrica do Centro Universitário da FEI, em São Bernardo do Campo.

Os pesquisadores da instituição do ABC paulista pretendem desenvolver uma tecnologia que permita que os sistemas de atendimento eletrônicos, como de internet banking, estimem automaticamente a faixa etária do usuário pelo processamento do sinal de voz e possam interagir de forma diferente. “Hoje as máquinas interagem com as pessoas de uma mesma forma, independentemente de sua idade. Um sistema como esse permitiria que esses sistemas de atendimento eletrônicos reconhecessem quando estão interagindo com uma pessoa idosa, por exemplo, prestando assistência de uma outra forma. Ou que identificasse se uma criança está usando um aplicativo impróprio para sua idade”, disse Sanches à Agência FAPESP. Também participaram do evento de divulgação dos projetos selecionados na primeira chamada e propostas do acordo de cooperação em computação cognitiva e do lançamento da nova chamada em Agricultura Digital o diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da Fapesp, Carlos Américo Pacheco, e Bianca Zadrozny, coordenadora da área de Análise de Dados de Recursos Naturais do Laboratório de Pesquisas da IBM no Brasil.

Fonte: Agência Fapesp

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GOVERNO

Governo incentiva plantio de cacau com R$ 2,13 bilhões para investimentos

Fonte: Assessoria de Comunicação Social Mapa

Plantio sustentável da lavoura cacaueira está previsto no Programa ABC, linha de crédito do Plano Agrícola e Pecuária A partir de 1º de julho, os cacauicultores poderão contar com R$ 2,13 bilhões em crédito de investimento para a implantação, melhoramento e manutenção de suas lavouras em sistemas florestais ou agroflorestais. Os recursos fazem parte do Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), anunciado no último dia 7 pelo presidente Michel Temer e pelo ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) no lançamento do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2017/2018. Antes, o plantio com incentivo do ABC só era permitido na Amazônia. Com o novo PAP, foi ampliado para as outras regiões do país, principalmente Bahia e Espírito Santo. De acordo com o diretor da Ceplac (Departamento da Comissão Executiva da Lavoura Cacaueira) do Mapa, Juvenal Maynart Cunha, financiar o incremento da produção do cacau no sistema de 20| REVISTA 100% CAIPIRA

Agricultura de Baixo Carbono é uma visão inovadora. Isto porque, acrescenta, o cacau é uma árvore nativa da Floresta Amazônica e de boa convivência com as florestas nativas. “A Ceplac é detentora da ciência e extensão rural na inserção produtiva, tanto na Floresta Amazônica quanto na Mata Atlântica”, ressalta o diretor. Os projetos apresentados com essas finalidades às instituições financeiras terão limite de financiamento de até R$ 2,2 milhões por produtor de cacau, com taxas de juros de 7,5% ao ano e com prazo de pagamento de até 12 anos. Além do cacau, também estão contempladas as plantações de açaí, oliveira e nogueira no Programa ABC. Desafio - O Brasil é o sétimo produtor de cacau do mundo, atrás da Costa do Marfim, Gana, Indonésia, Equador, Camarões e Nigéria. Em 2017, o país importará 60 mil toneladas de amên-

doas. “O grande desafio é deixar de ser importador de amêndoas africanas, para melhor atender a indústria nacional, até mesmo pelos riscos fitossanitários”, destaca Maynart. Segundo Maynart, o governo está implementando medidas que propiciem novos investimentos para a revitalização da economia cacaueira. O Brasil tem toda a cadeia produtiva de cacau e chocolate instalada no país, estando previsto para este ano negócios da ordem de R$ 22 bilhões. De acordo o IBGE, em 2016, a produção brasileira ultrapassou 214,7 mil toneladas de amêndoas secas de cacau, em uma área de 707,2 mil hectares. Os principais estados produtores são Bahia (116,1 mil toneladas), Pará (85,8 mil toneladas), Rondônia (5,2 mil toneladas) e Espírito Santo (5,5 mil t). Atualmente, o consumo interno é de cerca de 190 mil toneladas de derivados de cacau.


FRUTICULTURA

Melão Rei produzido pela Itaueira mostra porque é o mais saboroso Fonte: Bruna Carvalho - brunacarvalho@melhorpalavra.com.br Melhor Palavra Comunicação (11) 9 9471 4151 (16) 9 8116 7848

O Melão Rei, produzido pela Itaueira, se destaca cada vez mais no Brasil e no exterior por seu sabor inconfundível. Quem já provou os melões da marca Rei e confirma a afirmação estampada em seus rótulos é verdadeira: “Estou maduro - Sou Saboroso”! Isso é possível, porque a fruta é colhida madura e produzida sob um rigoroso controle de qualidade, que começa desde a escolha das melhores sementes, dos melhores fertilizantes, da melhor tecnologia de plantio e colheita, da seleção cuidadosa fruta a fruta, dos cuidados na embalagem, resfriamento e transporte, até a entrega do produto nas mãos do consumidor. A variedade Amarelo possui uma textura levemente rugosa e casca com coloração amarelo forte, polpa verde-clara, quase branca, de doçura igual ou acima de 11 graus brix –conteúdo de açúcar. Em sua embalagem, os selos de qualidade e rastreabilidade dão ao consumidor a certeza do melhor produto. O cultivo da fruta é acompanhado por uma moderna estrutura de monitoramento em tempo real, que permite acompanhar o seu desenvolvimento e verificar suas características, o que pro-

O cultivo da fruta é acompanhado por uma moderna estrutura de monitoramento em tempo real, que permite acompanhar o seu desenvolvimento e verificar suas características, o que propicia melões mais saborosos e saudáveis na mesa do consumidor

picia melões mais saborosos e saudáveis na mesa do consumidor. De acordo com José Roberto Prado, diretor comercial da Itaueira, um dos segredos para o sabor inigualável do Melão REI é o fato da fruta ser colhida somente quando já está madura. Ele explica que o melão é um fruto não-climatérico que, após sua colheita, não amadurece mais e perde a capacidade aprimorar o sabor e vai apenas envelhecendo com o passar do tempo. “O Melão REI é colhido no tempo certo de maturação e recebe cuidados específicos no seu cultivo, embalagem, resfriamento e distribuição, e isso garante o sabor que o consumidor busca”, destaca Prado. O Melão Rei recebe a certificação RainForest Alliance de Sustentabilidade, GlobalGAP - auditada pela SGS; a certificação PI-Brasil – de Produção Integrada, acreditada pelo Inmetro; a certificação Garantia de Origem, emitida pelo Carrefour Brasil e a Certificação Qualidade Desde a Origem, do Grupo Pão de Açúcar. Além da certificação F2F - Field to Fork (do campo ao garfo) da rede de supermercados Marks & Spencer da Inglaterra, conquistada

em setembro de 2014, após criteriosa auditoria da empresa “In 2 Food”. A Itaueira Agropecuária Produtora de melões e mini melancias das marcas Rei, a Itaueira desenvolve seu próprio método de plantio, incluindo o que há de mais moderno em termos de técnicas de preparo de solo, plantio, irrigação, fertilização, colheita e pós-colheita, higienização e treinamento de pessoal, adotando sempre que possível o uso da mecanização agrícola, para produzir o melão mais Saboroso dos mercados nacional e internacional. A Sustentabilidade Social e a preservação do meio ambiente, sempre foram buscas constantes da empresa, que tem fazendas nos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia, e produz o ano todo, só comercializando sua própria produção. Além de fornecer o Melão Rei e a Melancia da Magali para todo o Brasil, a Itaueira exporta para o Chile, Argentina, Estados Unidos, Canadá, Holanda, Espanha, Itália, Rússia e Oriente Médio. REVISTA 100% CAIPIRA |21


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MELHORAMENTO GENÉTICO

Marcadores químicos devem acelerar o desenvolvimento de novas cultivares de cajueiro

Para chegar até os biomarcadores, os pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical (CE) observaram no campo o comportamento de clones de cajueiroanão resistentes e suscetíveis à doença. Em seguida, avaliaram no laboratório os metabólitos associados à resistência 24 | REVISTA 100% CAIPIRA


Pesquisadores identificaram marcadores químicos que podem acelerar o desenvolvimento de novos clones de cajueiro resistentes à antracnose, uma das principais doenças que acometem a cultura, causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioide. Com os biomarcadores, em vez cultivar extensas áreas e acompanhar os pomares por vários anos para observar as plantas mais resistentes, será possível realizar a seleção em laboratório. Para isso, bastarão pequenas amostras de tecidos das plantas. Para chegar até os biomarcadores, os pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical (CE) observaram no campo o comportamento de clones de cajueiro-anão resistentes e suscetíveis à doença. Em seguida, avaliaram no laboratório os metabólitos associados à resistência. Dentro de uma mesma área cultivada com os clones CCP 76, BRS 226, BRS 189 e BRS 265, apenas o clone BRS 265 apresentava severos sinais da doença com folhas novas retorcidas de coloração marrom-escuro. Os demais permaneciam aparentemente saudáveis. “Os clones estavam no mesmo pomar, sob os mesmos tratos culturais. Então suspeitei: deve ter alguma diferença química nas folhas das plantas”, conta o pesquisador da Embrapa Luiz Serrano. Foram coletadas amostras das folhas sadias dos quatro clones não afetados, além de uma amostra das folhas doentes do clone BRS 265 e levadas para análise no Laboratório Multiusuário de Química de Produtos Naturais (LMQPN) na Embrapa Agroindústria Tropical. O metabolismo secundário das amostras foi analisado com equipamentos de cromatografia e espectrometria de massas, que expressam o perfil químico da planta. O estudo envolveu ainda a aplicação de métodos de estatística multivariada, que permitem comparações entre os perfis químicos. Os pesquisadores observaram os gráficos com semelhanças e diferenças entre as amostras, até chegar às moléculas candidatas a biomarcadores.

mico dos clones, diz que o objetivo é desenvolver uma metodologia aplicável a várias doenças em diferentes plantas. A metodologia utilizada no estudo da antracnose exige uma pequena quantidade de material, ela também é eficiente e apresenta alta reprodutibilidade, permitindo a análise de um grande número de amostras em um tempo curto. Zocolo salienta que este é um estudo inicial e que o próximo passo é a validação da pesquisa no campo, com a observação dos perfis químicos associados à ausência ou presença da doença. Ele acredita que o método pode gerar informações valiosas para a seleção de variedades de plantas resistentes em fase inicial de experimentação. O pesquisador da Embrapa da área de fitopatologia Marlon Vagner Valentim Martins salienta que, dentre os princípios de controle de doenças, a resistência tem sido buscada como estratégia de obtenção de materiais genéticos com características superiores. Ele acredita que, como é uma ferramenta nova, existem novas perspectivas para o emprego no programa de melhoramento genético, incluindo também outras doenças de importância para o cajueiro. Economia de tempo e recursos

O pesquisador Levi de Moura Barros, que atua no programa de melhoramento genético de cajueiro-anão, avalia que o resultado do estudo é uma extraordinária ferramenta, capaz de reduzir muito o trabalho de observação e a quantidade de indivíduos a serem avaliados. “Isso repercute na redução do trabalho e custo de mão de obra. Ao se fazer um screening em laboratório, muita coisa é eliminada e não vai para o campo. Isso tem um valor extraordinário”, diz. Outra vantagem, conforme o pesquisador, é que o método não destrói as amostras. Basta um pequeno pedaço da folha da planta para a análise. Além disso, se comparado a marcadores moleculares, os marcadores químiAplicação para diferentes doenças e cos apresentam nível de complexidade plantas e custo de análise menores, o que facilita o trabalho. O pesquisador Guilherme Zocolo, Para o pesquisador, é importante responsável pelo estudo do perfil quí- realizar ensaios no campo, com testes

em plantas de diferentes idades e em períodos chuvosos e secos, para observar se há variação desses marcadores. “A variação climática interfere na epidemia da doença. Em um ano mais seco ocorre menos. Por isso é necessário testar em diferentes condições”. Ele destaca que a resistência a doenças é uma característica importante para os programas de melhoramento genético, porque resulta na redução de custos com o uso de produtos químicos, o que repercute em mais segurança para as pessoas e para o meio ambiente. A busca por resistência a doenças, como a antracnose, sempre esteve entre os focos do programa de melhoramento genético do cajueiro. É uma das três mais importantes patologias do cajueiro, ao lado do oídio e da resinose. A doença A antracnose já foi considerada a mais severa doença do cajueiro no Brasil, até que o oídio passou a gerar mais prejuízos aos produtores. A doença ocorre em todas as regiões produtoras. É causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides, que infecta folhas, caules, ramos, frutos e pseudofrutos. O fungo sobrevive internamente nos tecidos infectados, em restos de cultura no solo ou na própria planta. A disseminação dentro do pomar se processa pela água da chuva e pelo vento. Os sintomas da antracnose são mais comuns nas folhas, mas podem ser observados em toda a parte aérea da planta. No início, aparecem manchas irregulares de coloração parda nas folhas jovens, tornando-se avermelhadas à medida que os sintomas progridem. Quando os sintomas são severos, toda a folhagem fica retorcida e deformada, assemelhando-se a uma queima. No fruto e no pedúnculo, os sintomas principais são lesões de coloração escuras e profunda que podem cobrir significativa área do tecido vegetal. O pedúnculo infectado tem o seu desenvolvimento comprometido apresentando-se deformado e por vezes rachados. Fonte: Embrapa Agroindústria Tropical REVISTA 100% CAIPIRA |25


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Segunda cavalg Reis Du CULTURA CAIPIRA

E seguindo a tradição a família Du Catira p Reis Du amigos que aconteceu nos dias a colaboração de todos os que acreditam seja cada vez melhor, todos os participan acreditam na fé e na devoção aos Santo mundo um lu 28 | REVISTA 100% CAIPIRA


gada de Santos u amigos

promoveu mais uma cavalgada de Santos 10 e 11 de junho de 2017 e contou com m na Fé e na devoção para que o mundo ntes, colaboradores e simpatizantes que os Reis para que todos possam fazer do ugar melhor. REVISTA 100% CAIPIRA |29


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GESTÃO

Produtor rural de Xanxerê implementa a técnica americana Compost Barn para produção de leite

Fonte: MB Comunicação Empresarial/Organizacional

A organização e a beleza da propriedade de Ari Foletto Junior e família, situada em um local privilegiado, na Linha Medianeira, há 13 km de Xanxerê, estão entre os aspectos que mais chamam a atenção de quem visita o local pela primeira vez A organização e a beleza da propriedade de Ari Foletto Junior e família, situada em um local privilegiado, na Linha Medianeira, há 13 km de Xanxerê, estão entre os aspectos que mais chamam a atenção de quem visita o local pela primeira vez. Ao conversar com o produtor e conhecer os diferentes ambientes, onde predominam a lavoura e o gado de leite, é possível perceber que o planejamento, o controle adequado das atividades e a busca pela inovação apontam para um futuro promissor. O gosto pelo negócio motivou o administrador de empresas e produtor rural Foletto Junior, de 31 anos, a buscar estratégias para investir na produção de leite – setor que seu pai pretendia deixar de lado para focar 32 | REVISTA 100% CAIPIRA

somente na produção de grãos. Após participar do Programa Negócio Certo Rural, desenvolvido pelo Sebrae/ SC e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Santa Catarina (Senar) com a parceria do Sicredi, desenvolveu o plano de negócios, visando implementar o Compost Barn – estrutura formada por uma grande área coberta de descanso para vacas leiteiras, revestida com cama de serragem e esterco compostado. O barracão tem 40 metros de comprimento por 24 metros de largura e comporta 53 animais com 12 metros de cama para cada um. A estrutura foi planejada para ser ampliada e, com isso, trazer a sala de ordenha anexo ao espaço. O ambiente também conta com sistema de controle de tem-

peratura, confinamento e aspersão de água para promover o bem-estar. “Com isso, é possível proporcionar aos animais um local confortável, limpo e que resulta em produtividade e sanidade do rebanho, além de maior qualidade do leite”, enfatiza Foletto Junior. O produtor conta que buscou conhecimento sobre esse sistema (criado por produtores de leite norteamericamos em meados da década de 80) e com o plano de negócios, constatou que era viável. “Além de ganharmos em produção de leite, ganharemos em produção de grãos também”. Atualmente, a propriedade conta com 45 vacas holandesas – 24 em lactação, cinco secas e 16 novilhas prenhas. A produtividade atual é de


aproximadamente 23 a 24 litros por dia. “Com a aplicação do plano de negócios, pretendemos atingir no mínimo 30 litros por vaca no primeiro ano. A partir do segundo ano, vamos desafiar os animais para obter cerca de 35 a 40 litros por dia”, acrescenta Foletto Junior. Segundo o produtor, que fornece leite para a Nestlé, a participação no Negócio Certo Rural foi motivada justamente para verificar a viabilidade e o retorno do investimento que totalizou aproximadamente R$ 420.000,00 em recursos próprios e financiados. “O treinamento foi excelente e oportunizou investimentos e inovação na propriedade”. A propriedade tem valor sentimental muito grande. “Passou de geração para geração. Foi do meu bisavô materno e passou para meu avô que faleceu há dois anos. Fiquei um tempo fora e voltei há quatro anos para ajudar meu pai. Tomei a frente dos negócios na parte do leite e hoje co-

memoramos a implantação do Compost Barn. Com o planejamento, meu pai ficou responsável pela lavoura e eu com a parte de gado de leite. Dessa forma, ninguém fica sobrecarregado e trabalharemos de forma organizada”, conclui Foletto Junior, que pretende permanecer na propriedade e investir. O coordenador regional oeste do Sebrae/SC, Enio Albérto Parmeggiani, observa que a adoção de novas tecnologias na propriedade de Foletto Junior leva em consideração fatores que maximizam a produção e minimizam os custos. “A constante avaliação dos indicadores resultam em ganhos em produtividade e qualidade e definem a tecnologia a ser usada. O empresário rural demonstra claramente, neste caso, que na escolha da tecnologia a gestão dos resultados é fundamental, permitindo que no conjunto cada vez mais o oeste se diferencie e conquiste espaço na produção de leite”. O consultor credenciado ao Sebrae/SC e ao Senar/SC, responsável

por ministrar o Negócio, Lorival Zanluchi, realça que ao implantar uma inovação tecnológica na cadeia produtiva do leite, é fundamental uma análise criteriosa para que o investimento tenha resultados positivos. “O programa Negócio Certo Rural é formado por curso e consultorias que auxiliam na compreensão do planejamento e administração dos pequenos negócios, visando selecionar idéias e analisar a viabilidade do investimento”. Segundo o analista técnico do Sebrae/SC, Eduardo Sganzerla, a iniciativa contribui para a melhoria da gestão das atividades praticadas nas propriedades, auxiliando no aumento da renda. Também incentiva os jovens a investirem nos negócios da família ou em oportunidades de trabalho capazes de fixá-los nas suas propriedades. O programa Negócio Certo Rural é composto por 46 horas divididas em cinco encontros de 8 horas, mais seis horas de consultoria.

MILHO E SORGO

Comercialização do milho atinge 60,5% da produção Mato-Grossense A comercialização do milho produzido na safra 2016/2017 em Mato Grosso atinge 60,54%, envolvendo 16,859 milhões de toneladas Fonte: A Gazeta

Em maio, o avanço foi de 13,8 pontos percentuais, com a venda de 3,8 milhões (t) do grão. A previsão é que nesta temporada sejam colhidas 28,099 milhões (t). Os dados são do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea). Apesar do avanço da comercialização no último mês, influenciado pela elevação dos preços, resultado dos leilões e da alta no dólar, em relação à safra do ano anterior há uma grande diferença no percentual de vendas. Em junho de 2016, a produção da safra 2015/2016 havia alcançado 84,8% de comercialização. Este ano, o índice está 24,2 pontos percentuais abaixo,

segundo acompanhamento feito pelo Imea. Uma das explicações para o atraso nas vendas é a safra recorde deste ano, que representa avanço de 47,1% ante a safra de 2015/2016, que fechou com a produção de 19,097 milhões (t). A alta do dólar e o aumento no preço do milho puxaram as vendas de maio. Até o dia 18 daquele mês, o dólar apresentava alta de 5,42% ante o início do mês, o que fez com que as vendas de milho se adiantassem, aponta o Imea. O preço médio do produto fechou em R$ 16,10 (saca com 60 kg), aumento de 11,1% ante o mês anterior. Segundo o presidente do Sindicato Rural

de Alta Floresta, Walmir Naves Coco, a leve melhora de preço ainda não resultou em aumento da comercialização em relação à safra anterior devido à redução do preço na comparação anual. “No ano passado, a saca de milho chegou a ser comercializada por R$ 36 e nesta o preço caiu para até R$ 12. Então, o preço do milho está ruim. Outro fator é a queda do confinamento pelos pecuaristas, que sofrem com recuo na cotação da arroba, o que consequentemente afeta a venda do milho, por ser insumo da pecuária”. A colheita da 2ª safra de milho também avançou em maio e chegou a 5,43% da área plantada.

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Hidrovia Tietê-Paraná bate recorde LOGÍSTICA E TRANSPORTE

A navegação de cargas compreende 800 km de extensão no Estado de São Paulo, interliga o modal hidroviário ao ferroviário e, também, ao entroncamento rodoviário do Interior e permite conexão comercial entre a região de Bauru e os estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás Fonte: JC Net

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O dito popular de que ‘nenhuma tempestade dura para sempre’ reflete límpido nas águas da Hidrovia Tietê-Paraná. Depois do transporte fluvial de cargas sofrer com a estiagem por quase dois anos, o fluxo de movimentação de mercadorias pelos 2.400 km de extensão deste modal não só foi retomado como bate recorde desde dezembro passado. Conforme a Secretaria Estadual dos Transportes, o transporte de cargas ultrapassou a 8,7 milhões de toneladas neste período, contra 6,3 milhões de 2013, no ano anterior à paralisação das atividades no trecho hidroviário. A navegação de cargas compreende 800 km de extensão no Estado de São Paulo, interliga o modal hidroviário ao ferroviário e, também, ao entroncamento rodoviário do Interior e permite conexão comercial entre a região de Bauru e os estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. O complexo tem em Pederneiras um dos principais pontos de convergência, através do Porto Intermodal, uma conexão que alcança o mercado exterior pelos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR). São 25 terminais privados, sete estaleiros e diversas barragens que permitem a passagem de R$ 8 bilhões em mercadorias. A retomada do uso da hidrovia significa a redução no custo final dos produtos entre o escoamento no campo e a indústria de transformação. Os dados apontam crescimento de 38,09% em toneladas transportadas e representam reabertura de postos de trabalho em toda a escala do segmento, dos motoristas de carretas ao vigilantes do Porto de Pederneiras. Do frete aos trabalhadores operacionais na fila de carga, do aumento nas instalações de empresas hidroportuárias nos rios Tietê e Paraná ao fim da ociosidade de vagões na linha férrea que interliga Pederneiras ao porto de Santos. O sistema que engloba diferentes segmentos da economia tem no transporte de produtos agrícolas seus melhores resultados. São milhões de toneladas levando e trazendo milho, soja e cana. Do Porto de Paranaguá, no Paraná, indo e vindo, ou em direção ao Porto de Santos, sendo este pelo trecho ferrovi-

ário interligado a Pederneiras, também passam cargas diárias de óleo, carvão e adubo. “A maior parte de carga de produtos que saem do Centro-Oeste do Brasil passa por São Paulo em direção a Santos. O Governo do Estado de São Paulo tem se esforçado para aumentar a capacidade do fluxo desta carga, com a participação efetiva no Modal Aquaviário - que é melhor ambientalmente - através do Programa Tietê-Paraná”, enfatiza Jairo de Almeida Machado Junior, diretor do Departamento Hidroviário (HD) Paulista. Mas e o que falta para este sistema se consolidar? Ampliar o Porto e escavar são metas Potencial de exploração do transporte integra meta da Prefeitura de Pederneiras e Estado investe R$ 203 milhões na ampliação do canal A experiência com a estiagem, tendo como consequência direta a paralisação da navegação e a perda de faturamento, fechamento de empresas no setor e demissões em massa, foi o alerta derradeiro para o setor público apressar investimentos na Hidrovia Tietê-Paraná. De sua parte, o governo do Estado de São Paulo contratou a obra de derrocamento e ampliação do Canal de Nova Avanhandava. O investimento é de R$ 203 milhões e as obras no Canal de Navegação da Eclusa de Nova Avanhandava foram iniciadas há pouco mais de dois meses, com participação da União (PAC) e Estado. De outro lado, a Prefeitura de Pederneiras informa que a atual gestão vai recolocar o “Porto Intermodal na lista de prioridades do desenvolvimento econômico local e regional. Temos muitos empregos ligados à hidrovia e já iniciamos tratativas com empresários interessados em ampliar instalações, como a MRS. A ampliação de cessão de áreas na área do Porto Intermodal é fundamental para aproveitar e consolidar a retomada do uso da hidrovia como modal de transporte”, afirma o prefeito de Pederneiras, Vicente Minguili. Os resultados da escavação não são

a curto prazo. Mas considerados essenciais para a segurança da navegação no trecho. Segundo o Departamento Hidroviário do Estado (HD), o prazo de conclusão da obra é julho de 2019. “Por tratar-se de uma obra extensa e complexa, que será feita em 10 km da hidrovia, a empresa responsável está mobilizando os equipamentos, máquinas e instalando os canteiros. A execução dos serviços está a cargo do Consórcio Hidrovia Tietê-Paraná, formado pela Construtora Queiroz Galvão S.A. e Cetenco Engenharia S.A”, informa a Secretaria Estadual de Transportes. Com a escavação, o canal de navegação terá mais 2,4 metros de profundidade no acesso à jusante da eclusa em Avanhandava. “A obra irá possibilitar a compatibilização do uso do reservatório tanto para a navegação como para a geração de energia, já que permitirá a operação da Usina de Três Irmãos na cota mínima de 323 m, sem trazer qualquer prejuízo à navegação e ao transporte de cargas”, argumenta o HD. Além dos efeitos sobre a navegação, transporte de cargas e geração de energia, as melhorias irão ampliar empregos. O aumento no volume de cargas beneficia parte da população ao sudeste de Minas Gerais, Mato Grosso, São Paulo e Goiás. Gerenciar as águas O fim da proibição de uso da hidrovia para o transporte de cargas não veio somente da significativa melhora na sequência de chuvas com efeito sobre os rios Tietê e Paraná. O Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo (DH) teve de agir no gerenciamento das águas. A reativação da navegação no trecho entre o km 99,5 do reservatório de Três Irmãos e a eclusa inferior de Nova Avanhandava ocorreu em 27 de janeiro de 2016. O ponto ficou interrompido para a passagem de embarcações desde maio de 2014, em decorrência do baixo nível dos reservatórios de Três Irmãos e Ilha Solteira. As secretarias de Energia e Transportes do Estado de São Paulo atuaram junto ao Operador Nacional do Sistema (ONS). Com isso, os reservatórios REVISTA 100% CAIPIRA |37


nos rios Tietê, Grande e Paranaíba sofreram transferências na gestão do volume de águas que permitiram o nível de armazenamento necessário para restabelecer a navegação. “Em agosto de 2015 foram iniciadas as operações para transferência de água dos reservatórios localizados à montante de Três Irmãos e Ilha Solteira. O cenário de chuvas registrados no final de 2015 e início de 2016 também contribuiu para o aumento dos níveis”, confirma o DH. O Porto de encontro das cargas Eles vieram de longe. E na sexta-feira à tarde aguardavam, com paciência, na fila para carregar no Porto Intermodal de Pederneiras. A retomada da operação do Porto fez fila de caminhões em pleno dia pós-feriado, à tarde, na cidade vizinha. Os caminhoneiros de Imbituva (PR) estavam no final da fila, às 15h30 da sexta. As carretas vieram com 32 toneladas de malte cada uma. Carregaram em Guarapuava (PR) e de lá foram levar uma das matérias-primas da cerveja para Itu (SP). Vieram de carreta vazia até o Porto de Pederneiras. “Aqui nós carregamos soja e vamos levar para Ponta Grossa (PR). Se dermos sorte na fila caímos na estrada ainda hoje (sexta). Se não der, dormimos na fila de carretas e amanhã (sábado) partimos”, conta Alberto de Goés, motorista autônomo há 10 anos. O frete da soja no Porto foi contratado a R$ 90,00 a tonelada. “Este é um preço médio. Já esteve bem baixo. Serão 11 horas de viagem de Pederneiras a Ponta Grossa, saindo por Lençóis na Rondon, Avaré e depois Taquarituba e entrando no Paraná por Itararé e Sengés”, conta. Em geral, Góes conta que faz um frete igual a cada 15 dias. “Aqui ficou parado pelo menos dois anos por causa da estiagem. Agora retomou e já trazemos muito malte a granel para o Estado de São Paulo e depois levamos soja daqui para Ponta Grossa e o Porto de Paranaguá (PR)”, conta. Mauro Alessi, 22 anos de boleia, confirma que a estiagem trouxe prejuízos. “Nós vivemos do frete e a parada aqui do Porto prejudicou bastante. E 38 | REVISTA 100% CAIPIRA

tem muita gente que trabalha nas outras áreas desse meio. Afeta a todos. Agora já dá para fazer uma viagem por semana. Este Porto aqui leva muita coisa para o Porto de Paranaguá. Isso tudo é riqueza que transportamos e vai para exportação até”, reforça. ADUBO E QUIRERA Os companheiros de Ijuí (RS) Roberto Matte e Pablo Felipin rodaram bem mais que os paranaenses para chegar a Pederneiras. De sua cidade natal eles arroz em casca (quirera) para uma empresa de fabricação de alimentos de animais em Santa Cruz do Rio Pardo (SP). As carretas ainda pegaram um frete de adubo para Ribeirão Preto (SP). Só depois chegaram ao Porto Intermodal, vazios, para levar soja na volta. “Nós trouxemos ureia para fazer adubo e também quirera. A ureia vem do Uruguai para o Porto de Paranaguá. A quirera pegamos no Paraná e vem para cidades como aqui em uma fábrica grande em Santa Cruz do Rio Pardo. Fizemos ainda outras cargas. Eu estou na estrada já há um mês e meio. Aqui nós pegamos a soja que vem de embarcação de Goiás. É nossa primeira vez aqui no Porto de Pederneiras. Aqui ficamos sabendo que estava tudo parado há dois anos e por isso não vinha quase ninguém mais para cá”, descreveu Roberto Matte. Sorridente, o amigo de estrada Pablo Felipin, caminhoneiro há sete anos, pontua que a seca paralisou o uso do rio. “O frete parou porque teve pouca chuva aqui. Mas hoje estamos aqui de volta e acho que o movimento vai aumentar. Se não der para carregar hoje (sexta a tarde) nós dormimos na fila e amanhã partimos”, concluiu. Enquanto caminhoneiros esperavam a fila prosseguir, o vigilante da empresa contava que o fim da estiagem significou carteira assinada pra ele. “Eu trabalhava na roça. Agora estou aqui na portaria, mas ficou dois anos parado e muitos amigos perderam o emprego depois que a estiagem paralisou a navegação. Aqui carrega 24 horas, em três turnos de funcionários”, contou. Enquanto os caminhoneiros batiam papo na fila, dois ônibus passaram levando funcio-

nários. Na sexta eram 32 trabalhando somente no setor operacional de carga. Outros cumpriam jornada em áreas de suporte. Eles estão no Porto Entre as empresas instaladas no Porto Intermodal de Pederneiras está a Louis Dreyfus Company (LDC), operadora da hidrovia Tietê-Paraná que movimenta milhares de toneladas de graneis sólidos de origem vegetal (soja e milho) por ano. Em relação às operações no local, a Dreyfus aponta que a “hidrovia é um importante modal para o escoamento de soja e milho, principalmente oriundos de Goiás e Mato Grosso para a região sudeste do país. Além disso, as hidrovias se tornaram uma opção mais sustentável que o transporte rodoviário, com ganhos em termos econômicos, ambientais e sociais, pois reduzem a emissão de dióxido de carbono na atmosfera e o congestionamento e acidentes nas estradas”. A MRS atua na área intermodal e quer ampliar seus negócios. Em recente encontro com o prefeito de Pederneiras, Vicente Minguili, a coordenadora de Projetos Comerciais de São Paulo da MRS, Gisele Leite, argumentou em favor do potencial do setor na área. “A cidade tem um grande diferencial que é a proximidade com a hidrovia e com rodovias importantes. Por isso foi discutido com o prefeito a utilização do Porto Intermodal de forma inteligente, pensando a longo prazo em maximizar aquele potencial”, explicou. Neste ano, a MRS adquiriu uma área de 440 mil metros no Porto Intermodal com o objetivo de expandir o atendimento e construir novos terminais, um voltado a contênires. “Esse terminal de contêineres já está em processo de licenciamento ambiental na Cetesb. Após obtermos a licença de instalação, a próxima etapa será iniciar as obras”, explicou a coordenadora. Conforme o prefeito Minguili, a estiagem provocou “a perda de 300 empregos diretos na operação do Porto Intermodal, a maioria de Pederneiras. Portanto, desenvolver a cidade aproveitando o rio Tietê é uma prioridade”.


AGRICULTURA DE PRECISÃO

Propriedade amplia produtividade em 19% com uso de instrumentos para condução das lavouras

Fonte: Assessoria de Comunicação da Falker

Produtor de soja no interior paulista aumenta de 74 para 88 o número de sacas colhidas por hectare na última safra com a ajuda da tecnologia de informação A informação é fundamental para que o produtor rural conheça a área em que vai plantar e desenvolver a sua cultura. As novidades tecnológicas direcionadas para coletar um maior número dados sobre as lavouras vêm mudando a rotina no campo brasileiro e garantindo maior produtividade e renda. Ferramentas utilizadas para fazer a agricultura de precisão ganham cada vez mais espaço em todas as regiões produtoras do país. O produtor do município de Itaporanga, em São Paulo, Renato Nadai, é um exemplo da presença da tecnologia da informação nas lavouras. Por dois anos na soja e um ano no feijão, ele usou instrumentos para análise agronômica em parte das áreas, como experiência. Mas, nesta última safra de soja dois equipamentos foram utilizados em toda a área. Um deles é o sistema HidroFarm, ideal como primeira ferramenta de controle de irrigação e baseado na medição da umidade do solo. Também pode ser usado como um complemento a outros sistemas,

permitindo verificar a umidade real, trazendo as informações para dentro da fazenda. O outro instrumento utilizado por Nadai, é o ClorofiLOG, um medidor eletrônico de teor de clorofila, que permite identificar o estado das lavouras de forma simples e direta. O teor de clorofila é proporcional a nutrientes fundamentais, como o nitrogênio, e com o uso do ClorofiLOG é possível identificar e corrigir deficiências de forma rápida e diretamente na lavoura. O HidroFarm e o ClorofiLOG são da empresa brasileira Falker, especializada em equipamentos e softwares para agricultura de precisão. Segundo Nadai, na última safra de soja o uso dessas ferramentas representou um ganho significativo, aumentando em 19% a produtividade. Explica que com o ClorofiLOG e monitorando o teor de nitrogênio, e uso de um fertilizante foliar, conseguiu reduzir custos, passando em torno de quatro a cinco litros de nitrogênio na folha, para elevar o seu teor em 52%,

sem causar estresse na planta, que se desenvolveu mais e melhor, gerando uma produção bem superior. “Na área do sistema antigo, tirei 180 sacas por alqueire (74 sacas por hectare) e usando o ClorofiLOG colhi 214 sacas por alqueire (88 sacas por hectare) na soja. Economizei R$ 600,00 por alqueire em outros produtos”, observa. Nadai destaca que na sua área de plantio foi feita correção de solo baseada em agricultura de precisão, o que permite identificar onde tem algum déficit. Salienta a importância em utilizar o ClorofiLOG e o HidroFarm juntos porque muitas vezes a planta está com deficiência nutricional, mas devido à falta ou excesso de água na raiz. “A agricultura de precisão está ganhando um espaço maior na região de São Paulo, principalmente entre os produtores mais jovens, que entendem que só colocar bastante adubo, ureia, não vai significar uma boa produção. Os agricultores devem entender que a utilização dessa ferramenta reduz custos e aumenta os ganhos”, salienta. REVISTA 100% CAIPIRA | 39


FLORICULTURA

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SEGURO RURAL

Seguro de animais diminui os riscos de perdas nas propriedades garantindo com custo acessível, maior tranquilidade aos criadores

Cobertura contempla, por exemplo, morte decorrente de acidentes, doenças, fenômenos da natureza, eletrocussão entre outras causas

Fonte: Rural Press

O Brasil é o País com a maior incidência de raios no mundo. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), hoje o território nacional registra 50 milhões de descargas elétricas por ano. Deste total, mais da metade acontecem no campo, o que causa a morte de aproximadamente duas mil cabeças de gado em território nacional, gerando prejuízos que podem até custar a sobrevivência na atividade para muitos pecuaristas. Embora não se consiga antecipar a queda de raios, é possível proteger o rebanho contra as forças da natureza e outros imprevistos que os animais estão expostos. Os criadores brasileiros têm disponível o seguro rural de animais para rebanhos de elite, leiteiro, corte, equinos muares e asininos. Ao contrário do que muita gente acha, a contratação dessa modalidade não é cara. As taxas para 42 | REVISTA 100% CAIPIRA

calcular o valor das apólices são em média apenas 4,5% do valor do animal, que variam conforme a raça, idade e a região onde está a propriedade. De acordo com Karen Matieli, proprietária da Denner Seguros de Animais, e membro da Comissão de Seguro Rural (Sincor-SP), mesmo com muitas vantagens, a adesão ainda é pequena se comparada a de lavouras. “O seguro de animais garante a indenização caso o animal venha a óbito. O que é essencial para quem vive desse tipo de atividade. Este é um mercado que ainda tem muito para crescer. Se fala muito do seguro da lavoura, mas não do rebanho. Essa cultura tem tudo para mudar nos próximos anos”, diz. Além das intempéries da natureza, o produtor ao contratar o seguro de animais também pode proteger o seu plantel contra morte decorrente de

acidentes, doenças, asfixia por sufocamento ou submersão, eletrocussão, incêndio, insolação, envenenamento, intoxicação, ingestão acidental de corpo estranho, luta, ataque, picada ou mordedura de animais, parto ou aborto e até eutanásia determinada por médico veterinário. “A vantagem de se contratar o seguro de animais é que por um pequeno investimento você mantém protegida a atividade. Os benefícios são muitos. Além da tranquilidade de se ter o seguro, as principais causas de morte são amparadas pela apólice”, diz Karen. Vale destacar também que no caso dos bovinos, o seguro não é uma exclusividade para o gado de elite, ou seja, aqueles que participam de torneios, exposições e que são reprodutores. Existem também modalidades que atendem contratos para rebanhos comerciais,


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ARTIGO

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FEIRAS E EVENTOS

Fonte: http://bahiafarmshow.com.br

Bahia Farm Show 2017 gerou mais de R$ 1,5 bilhão em oportunidades de negócios Depois de consolidados os dados das propostas repassadas pelas instituições financeiras e expositores, a Bahia Farm Show 2017 encerrou com uma marca histórica, ao alcançar R$ 1,531 bilhão em volume de negócios. A feira, realizada em Luís Eduardo Magalhães (BA), se confirma como uma das maiores do Brasil e reforça a importância do agronegócio nacional como o setor que mais vem contribuindo com a retomada do crescimento econômico brasileiro. Realizada entre os dias 30 de maio a 03 de junho, no Complexo Bahia Farm, recebeu um público total de 63.326 pessoas, que conferiram em um só espaço as principais inovações em tecnologia do setor agrícola. O presidente da Bahia Farm Show e da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Celestino Zanella, acredita que as oportunidades de negócios e as experiências trocadas entre os expositores, agricultores e profissionais ligados à cadeia do agronegócio são fatores que garantem o sucesso da Feira. “Os negócios estavam represados pela dificuldade que o setor do agronegócio atravessava. Agora, com o retorno das chuvas e as lavouras apresentando bons resultados, o setor começa a reagir e re46 | REVISTA 100% CAIPIRA

tomar o seu lugar. Os produtores estão mais eficientes, porque tem investido mais em tecnologia, e essas soluções, eles buscam na Bahia Farm Show. Os resultados apresentados comprovam isso, pois, se comparado aos anos anteriores, registramos um aumento relevante de negócios fechados e prospectados”, enfatiza. A organização também reforça a importância da transferência de conhecimento e dos debates que trazem mais força às demandas para levar mais produtividade para os pequenos, médios e grandes agricultores. “Inovamos ao incorporar na programação temas que levam mais conhecimento aos agricultores no campo, como o debate sobre o potencial hídrico do oeste da Bahia, amparada em uma pesquisa que vem sendo financiada pelos agricultores, o lançamento da primeira cultivar de algodão transgênica de fibra longa, produzida em nossa região pela Fundação Bahia, a cobrança injusta do Funrural, além da vinda dos deputados baianos que realizaram uma sessão itinerante da Assembléia Legislativa dentro da feira”, afirma um dos organizadores da Bahia Farm Show e vice-presidente da Aiba, Luiz Antônio Pradella.

Ao avaliarem a realização de mais esta edição, os organizadores ressaltaram os avanços para a internacionalização da feira e o espaço que vem sendo conquistado pela Bahia Farm na área de influência do Matopiba (região agrícola que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). “Ao continuar organizando a Feira para oferecer as melhores condições para as empresas que expõem e para o público que vem comprar e visitar, será um passo natural que venham mais expositores de outros países e agricultores de todo Matopiba para explorar o que há de melhor na Feira”, avalia a coordenadora da Bahia Farm Show, Rosi Cerrato, que ressaltou a vinda de 15% de novos expositores, muitos de países como Alemanha, Espanha e Estados Unidos, além do retorno de 10% dos que passaram por outras edições da Feira. A 13ª edição da Bahia Farm Show também recebeu expositores de setores diferentes do agronegócio, a exemplo de produtos e serviços dos ramos imobiliário e de entretenimento, e gerou três mil empregos diretos e indiretos. A próxima edição já está confirmada, e será realizada de 29 de maio a 02 de junho de 2018.


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Gelatina de Frutas com Flores comestíveis INGREDIENTES 5 folhas de gelatina incolor 80 ml de vinho moscatel 80 ml de água 1 colher de sopa de açúcar 1 casca de limão 2 folhas grande de manjerição 1 embalagem de gelatina de abacaxi 1 embalagem de gelatina de pêssego 250 g de framboesas 4 pêssegos 1 papaia 1 manga alguns mirtilos e groselhas folhas de hortelã 4 amores prefeitos biológicos(flor comestível)

PREPARO Demolham-se as folhas de gelatina, num pouco de água fria. Num tacho, pequenino, ferve-se a água com o vinho moscatel, a casca de limão, o açúcar e as folhas de manjericão. Espremem-se bem as folhas de gelatina demolhadas e juntam-se para que derretam. Deixa-se arrefecer à temperatura ambiente. Retira-se a casca de limão e as folhas de manjericão. Preparam-se as gelatinas de acordo com as instruções da embalagem e levam-se ao frio até arrefecerem, mas sem prender. Preparam-se as frutas e cortam-se em cubos pequenos. No fundo de uma forma própria para gelatinas, deita-se um pouco da gelatina com o moscatel e sobre esta dispõem-se as flores, algumas folhas de hortelã e as bagas. Cobre-se com a restante gelatina e leva-se ao frio (coloquei na arca) alguns minutos para prender. Retira-se e dispõem-se pedaços de pêssego e as framboesas. Cobre-se com gelatina de ananás. Como usei framboesas congeladas prendeu quase de imediato, se forem frescas tem que se voltar a colocar no frio até prender a nova camada. Por ultimo dispõem-se os cubinhos de papaia e manga, algumas folhas de hortelã e cobre-se com a gelatina de pêssego. Deixa-se durante algumas horas no frigorífico até prender bem, de preferência de um dia para o outro. Na hora de desenformar, descola-se cuidadosamente, com a ponta de uma faca os bordos. Coloca-se água bem quente numa bacia e mergulha-se a forma por alguns segundos. Este procedimento vai fazer derreter a gelatina que está em contato com a forma, fazendo com que seja fácil desenformar e dando-lhe um aspeto muito brilhante. REVISTA 100% CAIPIRA | 49


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