www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, agosto de 2017 - Ano 5 - Nº 50 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
A BAUNILHA NAS ARTES
Da mesa ao coração; Do quintal à mesa... REVISTA 100% CAIPIRA |
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Análise de Mercado: PIB do Agronegócio mineiro recua no 1º tri de 2017
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Crédito Rural: Plano Safra 2017/18 disponibilizará R$ 190 bilhões Desenvolvimento: Embrapa testará bioimpressão 3D na pesquisa agropecuária Máquinas e Implementos: John Deere destaca soluções em Pós-Vendas
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Artigo: A baunilha nas artes Da mesa ao coração; Do quintal à mesa...
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Café:
Exportação de café deve ficar estável
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Cultura Caipira:
Câmara homenageia o Dia Nacional da Música e da Viola Caipira
Aquicultura e Pesca:
Planta da Amazônia é usada para agregar ômega 3 ao tambaqui
Agroindústria:
A agroindústria brasileira e seus avanços tecnológicos Receitas Caipiras: Tambaqui na brasa REVISTA 100% CAIPIRA |
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ANALISE DE MERCADO
PIB do Agronegócio mineiro recua no 1º tri de 2017 Brasil, agosto de 2017 Ano 5 - Nº 50 Distribuição Gratuita
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O resultado negativo está atrelado, segundo pesquisadores do Cepea, ao ramo agrícola, que decaiu 0,9% em janeiro/17, enquanto o ramo pecuário cresceu 0,5%. O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio mineiro registrou queda de 0,85% no primeiro trimestre deste ano, com baixa de 0,27% em março, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, com o apoio da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional de Minas Gerais (Senar-AR/MG). O resultado negativo está atrelado, segundo pesquisadores do Cepea, ao ramo agrícola, que decaiu 0,9% em janeiro/17, enquanto o ramo pecuário cresceu 0,5%. No trimestre, da mesma forma, o ramo agrícola acumulou retração de 2,33%, enquanto o pecuário registrou alta de 0,99%. No segmento primário da agricultura, destaca-se, no resultado avaliado até março, as valorizações da mandioca, laranja e cana-de-açúcar. Com relação à produção, milho segue com perspectiva de evolução significativa, tendo em vista a quebra de safra verificada em 2016. Já a produção de café deve ser prejudicada pelo ano de bienalidade negativa, com 6 | REVISTA 100% CAIPIRA
redução de área e produtividade. Dado o peso dessa cultura na agricultura mineira, a menor produção deve pesar sobre os resultados médios do segmento. Já no segmento primário do ramo pecuário, as atividades relacionadas à pecuária de corte foram afetadas por redução de demanda em consequência da operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal no período avaliado. Com relação ao ambiente macroeconômico nacional, o PIB do primeiro trimestre de 2017, divulgado pelo IBGE, apresentou queda de 0,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior, o que reflete a resiliência da crise econômica e as dificuldades do País em reverter o movimento de retração do produto. A taxa de desemprego segue em alta, atingindo 13,7% em março, segundo dados da PNAD Contínua do IBGE, o que resulta em menor consumo das famílias e demanda no mercado doméstico. Por outro lado, pode-se destacar que a inflação tem registrado baixa variação e a balança comercial brasileira tem crescido em seu saldo positivo, influenciada pelo dólar mantido em alto patamar no período e pela demanda externa favorável para produtos Fonte: Cepea brasileiros.
Diretor geral: Sérgio Strini Reis - sergio@ revista100porcentocaipira.com.br Editor-chefe: Eduardo Strini imprensa@ revista100porcentocaipira.com.br Diretor de criação e arte: Eduardo Reis Eduardo Reis eduardo@ revista100porcentocaipira.com.br (11) 9 6209-7741 Conselho editorial: Adriana Oliveira dos Reis, João Carlos dos Santos, Paulo César Rodrigues e Nilthon Fernandes Publicidade: Agência Banana Fotografias: Eduardo Reis, Sérgio Reis, Paulo Fernando, iStockphoto e Shutterstock Departamento comercial: Rua das Vertentes, 450 – Vila Constança – São Paulo - SP Tel.: (11) 98178-5512 Rede social: facebook.com/ revista100porcentocaipira A revista 100% Caipira é uma marca registrada com direitos exclusivos de quem a publica e seu registro encontra-se na revista do INPI Nº 2.212, de 28 de maio de 2013, inscrita com o processo nº 905744322 e pode ser consultado no site: http://formulario. inpi.gov.br/MarcaPatente/ jsp/servimg/validamagic. jsp?BasePesquisa=Marcas. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião desta revista, sendo eles, portanto, de inteira responsabilidade de quem os subscrevem.
PESQUISA
Irrigador solar é testado em canteiro de canade-açúcar em fazenda da Apta
Jardim
tem
o
objetivo
de contar a história das cultivares de cana no Brasil O irrigador solar, tecnologia de baixo custo para pequenos produtores e jardineiros, começa a ser testado a partir desta quarta-feira (5) no jardim varietal de cana-de-açúcar da fazenda experimental da Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Jaú “Hélio de Moraes” (UPD) da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta). De acordo com a chefe da seção técnica da UPD, Gabriela Aferri, o jardim tem o objetivo de contar a história das cultivares de cana no Brasil. “O irrigador solar, além de irrigar o jardim funcionará como uma vitrine aos visitantes da UPD”, diz ao explicar que o sistema foi escolhido por ser uma tecnologia acessível, versátil e de grande empregabilidade. A instalação ocorre um mês após a Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP) também ter instalado na UPD as tecnologias sociais - fossa séptica biodigestora e jardim filtrante. Destinado a produtores rurais, estudantes e público interessado, o dia de campo tem início previsto para as 8 horas. O pesquisador Washington Luiz de Barros Melo, responsável pelo desenvolvimento do irrigador solar, vai falar da pesquisa, benefícios da tecnologia às 10h15, logo após a palestra do pesquisador da UPD de Jaú, Glauber José de Castro Gava, sobre irrigação convencional.
A montagem do irrigador solar vai ocorrer às 12h30, sendo que a instalação do sistema no canteiro de cana-de-açúcar está programada para as 14h15. “É a primeira vez que vamos instalar o irrigador solar neste tipo de cultura, mas a expectativa é de que a tecnologia seja tão eficiente como é para hortas e jardins”, diz o pesquisador. A instalação das tecnologias sociais da Embrapa Instrumentação faz parte do plano de readequação do Encontro de DNA – Desenvolvendo Nosso Negócio, que era realizado na Cooperativa Agrícola da Zona do Jahu e passa, a partir desta quarta edição, para a fazenda experimental da Apta, unidade de pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. O encontro será de 13 a 15 de setembro. Gabriela Aferri explica que a mudança ocorre a fim de ampliar o espaço e incluir novas atividades associadas à exposição de materiais e tecnologias, como as de saneamento e irrigação que serão demonstradas no Encontro de DNA. “A instalação dos sistemas – fossa séptica biodigestora, jardim filtrante e irrigador solar - deverão contribuir para tornar a fazenda experimental uma vitrine tecnológica, com transferência de conhecimento aos visitantes”, afirma Gabriela.
Fonte: EMBRAPA
Irrigador solar - O irrigador é automático, não usa eletricidade e ainda pode ser feito com materiais usados. A tecnologia poderá ajudar de pequenos produtores a jardineiros amadores a manter seus canteiros irrigados pelo método de gotejamento. O equipamento é baseado em um princípio simples da termodinâmica: o ar se expande quando aquecido. Melo se valeu dessa propriedade para utilizar o ar como uma bomba que pressiona a água para a irrigação. As vantagens do irrigador caseiro são várias, conforme enumera o pesquisador. Trata-se de um sistema automático sem fotocélulas e que não demanda eletricidade, pois depende somente da luz solar, tornando sua operação extremamente econômica. Ele promove igualmente uma economia de água, pois utiliza o método de gotejamento para irrigar, o que evita o desperdício do recurso. “Além disso, é possível construí-lo com objetos que seriam jogados no lixo, como garrafas e recipientes de plástico, metal ou vidro”, lembra o especialista. A versatilidade do equipamento também é grande. A intensidade do gotejamento pode ser regulada por meio da altura do gotejador e o produtor pode colocar nutrientes ou outros insumos na água do reservatório para otimizar a irrigação. REVISTA 100% CAIPIRA |
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ARTIGO
A baunilha
Da mesa ao coração; 8 | REVISTA 100% CAIPIRA
a nas artes
Do quintal à mesa... Por: Adriana Reis
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Com uma pronúncia que fala ao coração, seu nome baunilha, de cheiro adocicado, de “tempero” das mais diversas receitas, essa especiaria utilizada como aromatizante é extraída de uma das mais belas plantas, a orquídea. É tão bela sua planta e tão saborosa quando pronta, que o poeta Gonçalves Dias dedicou à planta um poema, escrito em 1861, onde se lê (domínio público): A Baunilha Vês como aquela baunilha Do tronco rugoso e feio Da palmeira - em doce enleio Se prendeu! Como as raízes meteu Da úsnea no musgo raro, Como as folhas verde claro Espalmou! Como as bagas pendurou Lá de cima! como enleva O rio, o arvoredo, a relva Nos odores! Que inspiram falas de amores! Dá-lhe o tronco apoio, abrigo Dá-lhe ela perfume amigo, Graça e olor! E no consórcio de amor Nesse divino existir Que os prende, vai-lhes a vida De uma só seiva nutrida, Cada vez mais a subir! Se o verme a raiz lhe ataca, Se o raio o cimo lhe ofende, Cai a palmeira, e contudo Inda a baunilha recende! Um dia só! que mais tarde, Exausta a fonte do amor, Também a baunilha perde Vida, graça, encanto, olor! Eu sou da palmeira o tronco, Tu, a baunilha serás! Se sofro, sofres comigo, Se morro virás atrás! Ai! que por isso, querida, Tenho aprendido a sofrer! Porque sei que a minha vida É também o teu viver. A baunilha é uma orquídea. A família das orquídeas contém mais 20.000 membros, é a maior família de plantas com flores do mundo. Mas a baunilha é o seu único produto comestível desta grande família, isto é, o único membro da família das orquídeas que dá fruto. Há 150 variedades de orquídea baunilha, mas apenas dois deles, Bourbon e Tahi10 | REVISTA 100% CAIPIRA
tian, são usados comercialmente para a culinária. A história da baunilha está associada à do chocolate. Os astecas, e já antes os maias, decoravam com baunilha uma bebida espessa à base de cacau. Os astecas designavam tal bebida, destinada aos nobres e aos guerreiros, xocoatl. Porém, os astecas não cultivam nem a baunilha nem o cacau, devido ao clima impróprio. Tais produtos de luxo provinham do comércio com as regiões vizinhas. Provavelmente não dispunham do conhecimento agronômico da planta que produzia a baunilha, pois chamavam-lhe tlilxochitl, que significa “flor negra”. Segundo a lenda, a liana da baunilha nasceu do sangue da princesa Tzacopontziza (Estrela da Manhã), no lugar onde o seu raptor, o príncipe Zkatan-Oxga (Veado Jovem), e ela mesma foram apanhados e decapitados pelos sacerdotes de Tonoacayohua, a deusa das colheitas. O príncipe reencarna num vigoroso arbusto e a princesa torna-se a delicada liana de orquídea ternamente enlaçada ao seu amante. Os totonacas chamavam e chamam ainda hoje à baunilha de caxixanath, a “flor escondida”, ou de modo abreviado xanat. Todas as tentativas de produzir esta orquídea fora da sua área natural de origem foram fracassadas. Apenas no século XIX se saberia que as abelhas indígenas tinham um papel fecundador indispensável à formação do fruto. A primeira polinização artificial da baunilheira é feita em 1836 no Jardim Botânico de Liège pelo naturalista belga Charles Morren, e em 1837 pelo francês Joseph Henri François Neumann. Mas é apenas em 1841 que um jovem escravo de Reunião, com doze anos de idade, Edmond Albius, cria o processo prático ainda hoje utilizado. Este método de polinização, de cuja paternidade Jean Michel Claude Richard tenta apropriar-se, faz da ilha da Reunião, o primeiro centro baunilheiro do planeta apenas decorridos alguns decênios após a introdução da orquídea em 1819. A baunilha é a segunda especiaria mais cara, a seguir ao açafrão, devido à mão-de-obra necessária na produção das vagens. Herbácea e perene, a essência de baunilha é extraída dos frutos das flores
da orquídea da Baunilha, e é do interior da fava que saem os minúsculos grãos que exalam um cheiro perfumado, doce e delicado. O mais incrível da baunilha é o fato de ser aromatizante e conservante natural, e nesse sentido é largamente usada em sorvetes, chocolates, bebidas e confeitaria. Etimologicamente, a palavra deriva de vainilla do espanhol, é o diminutivo de vaina (vagem). Na maioria das línguas, a baunilha é designada por termos foneticamente muito semelhantes: vanilla em inglês, wanilia em polonês, vanilje em sueco, ou, a partir do latim vagina (pequena vagem) tem esse nome devido a maneira como a vagem deve ser dividida ao meio e aberta para expor as sementes. Em sua estrutura botânica, possuem características: flexível e pouco ramificada. Perene e de hábito trepador, a liana da baunilha, também chamada “baunilheira”, desenvolve-se por crescimento do gomo terminal, formando longos talos que podem lançar-se em busca de suporte por mais de dez metros. Se o caule se partir, os pedaços que caem no solo criam raízes facilmente, o que permite a propagação da planta, quer na natureza quer em cultivo. As folhas dispõem-se de maneira alternada de cada lado do caule. São planas, inteiras, ovais com ponta aguçada, cerca de três vezes mais compridas que largas e podem medir até 15 cm. O caule e as folhas são verdes, profusamente cobertos de um suco transparente e irritante que provoca na pele queimaduras e irritações persistentes. Na zona da bainha das folhas, surgem muitas vezes raízes aéreas que permitem à planta agarrar-se ao seu suporte ou a uma estaca ganhar raízes. As flores, agrupadas em oito ou dez, formam pequenos racemos de inflorescências axilares. De cor branca, esverdeada ou amarelada, possuem a estrutura clássica de uma flor de orquídea. A baunilha, para bom desenvolvimento e frutificação abundante, precisa ser plantada em ambiente meio sombrio, onde a luz solar direta deve penetrar na proporção ideal de 50 a 70%. Para atender a essa proporção, o plantio é feito comumente dentro de bosques, capoeiras rareadas, sob plantas cultivadas especial-
mente para o fim em vista ou dentro de ripado. Uma plantação é relativamente fácil e barato para se organizar. Deve-se apenas atender o fato que são plantas que precisam de luminosidade moderada, umidade constante e frequentes doses de fertilizantes. A rega deve ser regularmente mantida durante o ano todo, não havendo período de repouso marcado. Em razão de seu hábito de trepadeira, precisa de muito espaço para expandir e precisa de um suporte para se prender. Das axilas das folhas irão surgir raízes ou gavinhas que vão se agarrar nos suportes ou árvores. Não se devem plantá-las na encosta de grandes árvores, como mangueiras ou jaqueiras. Por ser uma planta trepadeira, alcançando até 20 metros de altura, ao se ramificar pelos galhos das árvores fica difícil, na época da floração, a polinização de suas flores e a colheita de seus frutos. Após dois ou três anos, essas coberturas estarão entrelaçadas de racimos e apresentarão as primeiras florações nos meses de outubro e novembro. No México, a floração acontece normalmente entre abril e maio e, para aumentar a eficiência, hoje às flores são manualmente fecundadas. Em geral, de 12 flores fecundadas/inflorescência, selecionam-se apenas seis cápsulas para que se desenvolvam melhor. As cápsulas crescem até um comprimento de 18 a 22 cm e são colhidas em dezembro, no início do inverno mexicano. De sete quilos de cápsulas colhidas, após a secagem obtêm-se um quilo de cápsulas secas, que serão empacotadas e estarão prontas para serem exportadas. A partir daí inicia-se o período de beneficiamento. A fecundação natural requer a intervenção de insetos especializados, apenas presentes nas florestas densas de onde a baunilha é originária na América Central. Os responsáveis seriam as abelhas especializadas em orquídeas, as Euglossini, em particular a espécie Euglossa viridissima e talvez também Eulaema cingulata. As Melipona, sobretudo Melipona beechii, antes consideradas as fecundadoras da baunilha, parecem ser atualmente descartadas pelos entomólogos. Depois da fecundação, o ovário que fazia de pedúnculo na base da flor, transforma-se numa vagem pendente com 12 a 25 cm de comprimento. As
vagens frescas e ainda inodoras tem de diâmetro entre 7 a 10 mm, contendo milhares de grãos minúsculos que seriam libertados pela abertura dos frutos maduros se não se procedesse à sua recolha ainda verdes. As flores surgem por inflorescência nas axilas das folhas, formando cachos com 15 a 20 flores cada, que não florescem por inteiro. Por dia, abre-se de 1 a 2 flores, que permanecem abertas por 24 horas, aproveitando-se este período para realizar a polinização manual. A polinização manual é feita, pois a flor possui uma membrana que separa o órgão reprodutor masculino do feminino o que dificulta a polinização natural realizada pelos insetos. Além disso, nos plantios comerciais, recomenda-se à polinização artificial a fim de aumentar a produção. A polinização manual consiste em localizar a coluna, parte da flor onde se localizam o estigma e os estames, e com um estilete pontiagudo de madeira retira-se a polínea, uma massa onde os grãos de pólen estão agregados. A polínea é então levada até a entrada do estigma para a fecundação. Na Bahia a floração ocorre entre os meses de setembro a outubro. Geralmente, em plantas vigorosas, são polinizadas de 8 a 10 flores em cada inflorescência e 10 a 20 inflorescências em cada planta. O rendimento médio dessa prática varia de 800 a 900 polinizações diárias. A baunilha é uma planta tipicamente de clima tropical quente e úmido, vegetando bem em regiões que apresentam temperatura média superior à 21ºC e com precipitação anual mínima de 1800 mm. Um período seco de aproximadamente dois meses é fundamental para induzir um bom florescimento. É uma cultura que não se desenvolve em campo aberto, pois as plantas necessitam de um pouco de sombra nos períodos mais quentes e secos, além de proteção contra o vento direto. Normalmente consorciada com frutíferas perenes. Alguns produtores da região de Belmonte na Bahia estão encontrando dificuldades na cultura quando utilizado o cajueiro como base, devido a doença do cajueiro (púrpura azul), em compensação orientam a utilizar o cacaueiro e para uma boa saúde das baunilhas manter-se por entre o plantio, pés de nin.
Na cidade de Goiás é encontrada a baunilha do cerrado, também conhecida como baunilha banana, mais usada como planta medicinal, bastante requisitada para tratamento de tosses e pneumonia, em chás e xaropes. É bastante visada por macacos e pássaros, por seu aroma forte, o que desestimula moradores a plantá-las. Na área urbana de cidade de Goiás, muitos que resolveram plantar enfrentaram problemas recentes com a lesma preta, devido as dificuldades em seu cultivo e ao seu alto custo (um quilo - o equivalente a 20 “bananas” - pode chegar a R$ 500,00 fora de Goiás; dados de 2016), e também por causa da curta duração de suas flores, a polinização precisa ser manual, dentro de um período muito curto que pode chegar a apenas algumas horas, esses produtores desistiram de plantá-las. A colheita normalmente ocorre de julho a agosto, quando as cápsulas estão maduras com colorações mais claras, sem brilho (começam a amarelar). Isto ocorre cerca de 8 a 10 meses após a polinização. A planta inicia o florescimento no terceiro ano após o plantio, dependendo do tamanho da estaca usada, e a máxima produção de flores é alcançada com sete anos após o plantio. A produção média normalmente varia de 200 a 400 quilos de favas por hectare, quando a planta atinge os sete anos de idade. Calcula-se que para o plantio de um hectare serão necessárias de 1.000 a 2.000 mudas. Quando utilizar-se-á o suporte por estacas, toma-se como referência que as estacas estejam plantadas em covas de 30 x 30 x 30 cm, ao lado de tutores vivos (árvores) ou mortos (estacas com 1,5 m de altura). O espaçamento entre árvores de sombra deve ser de 6 x 4 m, plantando-se de duas a quatro estacas por árvore suporte. O florescimento ocorre a partir do segundo ano de plantio, mas só a partir do terceiro ano é que a planta produz maiores cargas de frutos. A prática da poda é bastante utilizada, cortando a extremidade da planta a cerca de 10 cm de comprimento entre janeiro e março para estimular a produção de inflorescências nas axilas das folhas dos ramos pendentes. Após a colheita, deve-se também podar as hastes velhas e fracas. REVISTA 100% CAIPIRA | 11
Os inseticidas mais utilizados contra as eventuais pragas é uma mistura de extrato papaia e sabão. Bactérias podem necrosar parte do tecido e são consideradas como sendo o maior perigo para o cultivo. De fato, é difícil de imaginar que as aromáticas vagens de baunilha no momento da colheita são inodoras e para que adquiram esse delicioso e doce aroma um processo de maturação da vagem é feito após sua colheita. O processo de maturação da vagem é muito complexo e lento. Após a polinização, a baunilha tem um período de 9 meses de maturação. Ela é colhida ainda verde e sua fava deve ter em torno de 17 a 30 cm. Elas são jogadas em água quente para serem mortas e interromper sua maturação, durante 3 a 4 meses elas tomam banhos de sol de manhã e são embrulhas em cobertores a noite para suarem e secarem. Depois de todo este processo as baunilhas estão quase pretas e perderam 3/4 do seu peso inicial. Então é coberta em Givre, uma substância feita com glicose e cristais de vanilina (um derivado da baunilha) para proteger a fava e seu aroma. Nos dias consecutivos, colocá-las ao sol e à sombra, por volta de 4 a 6 dias. A secagem em estufa dura em média 14 dias, enquanto a secagem ao sol é de 50 dias. Elas então são divididas em dois grupos: Grau A – mais oleosas e úmidas, devem ter entre 16 e 21 centímetros estão no primeiro nível de qualidade e Grau B vagens entre 10 e 15 cm e pertencem à segunda categoria de qualidade. Ao final do processo a fava tem coloração castanho-escuro, é estreita, com12 | REVISTA 100% CAIPIRA
prida, enrugada, cerosa e flexível. Existe, ainda, um outro processo: untar as vagens com óleo de castanha de caju sem densa aplicação para evitar o ranço dos frutos. Esse óleo é aplicado com pincel e não como banho (óleo em excesso prejudica o aroma). Este processo é empregado após o banho na água fervente e após as frutas começarem a enrugar. Na ilha de Madagascar a secagem é feita com cloreto de cálcio. O perfil aromático depende das condições de cultivo e de preparação, mas também das variedades ou espécies utilizadas. Alguns tipos dos cultivares de Vanilla utilizados, listados segundo as correspondente designações do produto comercial: Baunilha Bourbon ou baunilha Bourbon-Madagascar, produzida a partir de plantas de V. planifolia levadas das Américas, é o termo usado para a baunilha das ilhas do Oceano Índico, como Madagáscar, Comores, e Reunião, antigamente chamada Île Bourbon - seus sabores são ricos e equilibrado e tem um aroma forte. O tipo preferido para fazer extratos. É neste sabor que a maioria de nós pensa quando pensamos em sorvete de baunilha ou bolos. Ela pode ser usada em ambas as preparações frias e quentes; Baunilha mexicana, produzida a partir de V. planifolia nativa, é produzida em muito menor quantidade e comercializada como a baunilha original seu sabor é suave, cremoso e picante, com notas delicadas com aromas frutados. Ela pode ser utilizada em pratos quentes, mas é mais indicada para preparações frias ou aqueles que necessitam de um tempo de cozedura curto; Baunilha de Taiti é produzida na Polinésia Francesa,
a partir de V.tahitiensis. Análises genéticas mostram que esta espécie é provavelmente um cultivar híbrido resultante do cruzamento entre V. planifolia e V. odorata. Esta espécie terá sido introduzida na Polinésia Francesa por François Alphonse Hamelin a partir das Filipinas, onde havia sido introduzida desde a Guatemala através da rota do Galeão de Manila - Ela não tem tanta vanilina natural como Bourbon, mas o sabor vem do heliotropina (anis aldeído), dando-lhe um sabor doce e frutado, que lembra cerejas ou uvas passas; Baunilha das Índias Ocidentais é feita a partir de V. pompona cultivada no Caribe, América Central e do Sul; Baunilha Indonésia, com diferente processo de maturação esta baunilha é colhida antes dos 9 meses necessários para o amadurecimento da vagem e possui um processo de secagem de curto prazo utilizando lenha o que a dá sabor defumado. É melhor usada em preparações quentes e pratos salgados; West Indian Baunilha, é uma baunilha com um grau inferior ao Bourbon / Madagascar, a vagem tem um teor de vanilina naturalmente baixo. Como tem um sabor muito pobre para usos culinários, é mais usada para fazer perfumes. De 80 a 85% de sua produção vai para a culinária, sendo o restante destinado para outras utilidades. Tem seu lugar também na perfumaria e cosmética em geral, além de possuir propriedades medicinais com valores afrodisíacos, estimulantes e digestivos. Embora existam muitos compostos presentes nos extratos de baunilha, a vanilina é a principal responsável pelo flavor e aroma característicos da baunilha. Outro componente menor do óleo essencial da baunilha é o piperonal. O piperonal e outras substâncias afetam o odor da baunilha natural. A vanilina foi isolada pela primeira vez a partir de vagens de baunilha por Gobley em 1858. Em 1874, foi obtida a partir dos glicosídeos da seiva do pinheiro, causando uma depressão temporária na indústria da baunilha natural. A essência de baunilha é comercializada sob duas formas. O verdadeiro extrato de vagens é uma mistura extremamente complexa de várias centenas de compostos distintos. A essência sintética, consistindo basicamente numa solução de vanilina sintética em etanol, é
derivada do fenol e é de alta pureza. É importante lembrar que o sabor baunilha reside em duas partes diferentes: na vagem e nas sementes. Você pode retirar as sementes e usá-las diretamente em sua cozinha. Porem a vagem deve ser molhada para extrair o seu sabor; imersão da vagem em uma solução contendo álcool vai ajudar a obter ainda mais sabor, depois deixa-a secar e use para aromatizar sal, açúcar ou então a processe até virar pó. A Baunilha funciona lindamente com: pimenta da Jamaica, cardamomo, canela, cravo, gengibre, lavanda, verbena, capim-limão, alcaçuz, menta, noz-moscada, sementes de papoula, sementes de gergelim e anis estrela. Muito utilizada na aromatização de cremes de pastelaria, biscoitos, bolachas, gelados, bavarois e chocolates, conferindo também um toque sutil e deliciosamente diferente às carnes brancas, como a vitela, desde que empregue com moderação. Alem de ser também utilizada na perfumaria para a produção de essências para a fabricação de perfumes, sabonetes, talcos, cremes, etc. e, em pequena escala como medicinal. Acredita-se que a baunilha tem como principais e conhecidas as propriedades: afrodisíaca, antiespasmódica, antisséptica, aromatizante, ligeiramente colerético, digestiva, emenagoga, estimulante e tônico geral. Poucos sabem que a baunilha é rica em vanilina. Esta substância é antioxidante e atua na prevenção do envelhecimento celular e das temidas doenças que afetam o funcionamento cerebral. Não existem estudos precisos, mas acredita-se que ela previne desde o câncer até o mal de Alzheimer. O chá de baunilha pode ser utilizado nos casos de insônia e agitação, ajudando a pessoa a acalmar-se e relaxando seus músculos, usado no tratamento de doenças como ansiedade e a grave depressão, também funciona como um ótimo digestivo e é indicado para afecções uterinas e nervosas, diarreias, disquinesias hepatobiliares, dispepsias hiposecretoras, espasmos, esterilidade, para combater a falta de energia, febres adinâmicas, flatulência, impotência, melancolia histérica e reumatismo crônico. O chá de baunilha é contraindicado em casos de: lactação, crianças menores de
6 anos, pacientes com alergias respiratórias, gastrite, úlceras gastroduodenais, síndrome de intestino irritado, colite ulcerosa, enfermidade de Crohn, hepatopatias, epilepsia, Parkinson e algumas enfermidades neurológicas, hipersensibilidade ao óleo essencial de vanilla, ao óleo de canela e ao óleo do bálsamo de Peru. O efeito colateral que se tem conhecimento é que o óleo essencial puro pode ser neurotóxico e acabar produzindo dermatite de contato. Além de todo o uso já citado, os frutos de baunilha também são utilizados na confecção de artigos de artesanato no México. O preço da baunilha no mercado internacional varia muito, de acordo com a oferta e a qualidade do produto. A produção do extrato de baunilha é um processo trabalhoso e de alto custo: a vanilina de extrato natural rende aproximadamente US$ 4.000 por um único quilo no mercado internacional. Em detrimento disso, a indústria se apropriou da produção artificial dessa essência através de licores de sulfito, derivados do processamento da polpa de madeira para a fabricação de papel. É claro, então, que o extrato sintético de vanilina fornece apenas a nota sensorial principal do aroma de baunilha. Porem, o extrato sintético de vanilina fornece apenas a nota sensorial principal do flavour de baunilha. Além disso, esse tipo de produção rende somente US$ 12 por kg para a indústria. Esses números demonstram o interesse industrial em encontrar novas alternativas para a produção de vanilina natural, que poderiam fornecer um preço significativamente maior quando comparado à produção sintética de vanilina. Por uma estimativa, 97% da baunilha usada hoje é artificial. Em 2000, um furacão acabou com 15% das plantações de baunilha de Madagascar, e os preços subiram de US$ 20 (R$ 65) o quilo em 2010 para US$ 500 (R$ 1.640) o quilo em 2016. Por conta disso muitos fabricantes mudaram do natural para o sintético e embora os preços tenham caído desde então, muitos não voltaram. Há produtores colhendo as vagens antes do tempo necessário para ela criar o composto vanilina e com isso, diminui a qualidade do produto, além do que o tempo necessário para que elas
amadureçam é maior que o tempo que a demanda do mercado, mais um dos motivos em que a baunilha artificial tem ganhado mercado. Outro grande motivo, “é que; a produção mundial de baunilha é irrelevante em toneladas e por isso não entra como commodity”. Somando a produção de 2014 dos países com maior volume — Madagascar, México, Uganda, Indonésia, Ilhas Reunião e Papua Nova Guiné, são: 7.525 mil toneladas. Os dados são da FAO, órgão da Organização das Nações Unidas para a agricultura e alimentação. Para manter no cardápio um dos sabores mais populares em sobremesas e produtos da confeitaria, a indústria opta por comprar vanilina sintetizada, um dos compostos encontrados na baunilha e responsável pelo aroma característico. Para tornar mais complexa a equação, a baunilha em fava não consta na lista de produtos vegetais de importação criada em 2005 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o que deixa incerta a entrada no Brasil de lotes a granel comprado por empresas consumidoras deste produto. Apesar dos motivos desmotivarem os produtores nacionais, a baunilha está entre os grandes produtos em que são geradores de empregos, pois seu processo de fecundação e maturação da vagem é 100% manual e requer muita mão de obra. E para o agricultor que possui grandes plantações é muito conveniente o consórcio com outros cultivares, aumentando sua renda e gerando emprego, já que a baunilha é a segunda especiaria de maior valor de mercado do agronegócio. E para os apreciadores desta delícia, saiba que possivelmente você nunca sentiu o gosto natural da baunilha, por conta da grande demanda de produtos artificiais no mercado, e quando saborear esta delicia, terá uma experiência sobrenatural, inigualável inesquecível. Fontes: https://pt.wikipedia.org/wiki/Baunilha https://www.jardimexotico.com.br/baunilha http://www.eucomosim.com/receitas/absolutamente-tudo-sobre-baunilha/ https://www.chabeneficios.com.br/cha-de-baunilha-delicioso-e-muito-poderoso/ http://www.portalsaofrancisco.com.br/alimentos/baunilha https://comidasebebidas.uol.com.br/listas/tudo-que-voce-queria-saber-sobrebaunilha-mas-nao-tinha-a-quem-perguntar.htm https://www.slowfoodbrasil.com/arca-do-gosto/produtos-do-brasil/1119-baunilhado-cerrado http://www.iac.sp.gov.br/imagem_informacoestecnologicas/46.pdf https://www.facebook.com/wwwvanillaplanifolia.com.br/ http://www.gazetadopovo.com.br/bomgourmet/fava-de-baunilha-esta-em-faltano-brasil/
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CRÉDITO RURAL
Fonte: MB Comunicação Empresarial/Organizacional
Plano Safra 2017/18 disponibilizará R$ 190 bilhões para financiamentos
Foi lançado em Chapecó nessa semana os primeiros aportes de crédito do Plano Agrícola e Pecuário (Plano Safra) 2017/2018 Os produtores rurais poderão contar com recursos de aproximadamente R$ 190 bilhões para financiamento da próxima safra através do Banco do Brasil. O lançamento foi efetuado pela Epagri, com apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC) e do Banco do Brasil, em parceria com o Sindicato Rural de Chapecó. O gerente de agronegócio do Banco do Brasil em Santa Catarina Flávio Garlet explicou que estão disponíveis e já em fase de contratação em todas agências do estado, as linhas de crédito para produtores rurais enquadrados no PRONAF e na agricultura empresarial. “Os valores variam de 165 mil reais para investimentos na propriedade podendo chegar a até 330 mil em casos de produção de aves, suínos e fruticultura, e 250 mil para custeios”. Os produtores que fazem parte do PRONAF poderão acessar os financiamentos mediante a apresentação de carta de aptidão ativa passando, posteriormente, por uma análise de crédito para liberação do valor. “Isso pode ser feito através dos correspondentes conveniados como a Epagri, por exemplo. Na última safra foram utilizados praticamente todos os recursos disponibilizados, apro14 | REVISTA 100% CAIPIRA
ximadamente R$ 180 bilhões, a expectativa é atendermos as necessidades de financiamento dos agricultores familiares brasileiros”, reforçou Garlet. Nesta primeira fase, foram lançados os valores que abrangem o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) – voltado a agricultura familiar, que beneficia pequenos e médios produtores rurais com as mais baixas taxas de juros dos financiamentos para o meio rural, além das menores taxas de inadimplência entre os sistemas de crédito do País. Para os médios e grandes produtores (Agricultura Empresarial), o Plano Safra 2017/2018 reduziu em 1% ao ano as taxas de juros das linhas de custeio e investimento e de 2% dos programas voltados à armazenagem e à inovação tecnológica na agricultura. Em crédito de custeio e investimento os juros reduziram de 8,5% ao ano e 9,5% para 7,5% e 8,5%, com exceção do Programa de Construção de Armazéns (PCA) e do Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro), nos quais a taxa será de 6,5%. Os benefícios alcançarão aproximadamente 13,6 milhões de pessoas – o que
corresponde a cerca de 74% dos postos de trabalho no meio rural em todo o País, controlando a inflação dos alimentos e servindo de estímulo à produção da agricultura familiar. Para os próximos meses está previsto o lançamento de mais recursos para médios e grandes produtores. O presidente do Sindicato Rural de Chapecó, Ricardo Lunardi, ressaltou a importância da liberação de crédito para financiamentos. “Isso representa mais oportunidades para alavancar o setor primário. O agronegócio é a base da economia do País, principalmente em Chapecó, representando 80% do movimento econômico. Estamos batalhando para a manutenção e garantia de superávit no setor e o lançamento desse plano é revigorante”. Ivan Tormem, gerente regional da Epagri de Chapecó, salientou que a entidade trabalha como agente de orientação de aplicação de crédito. “A meta é conseguir orientar 20% da aplicação no Estado para que os produtores invistam com segurança e tenham melhorias na qualidade de vida, na produtividade e, consequentemente, na rentabilidade de suas propriedades”, finalizou.
GESTÃO
Produtor refloresta área degradada e
recebe
apoio
de
projeto
internacional de sustentabilidade Ação é tema da terceira reportagem da série sobre agricultura e sustentabilidade Produtor refloresta área degradada e recebe apoio de projeto internacional de sustentabilidade O que era uma área de pastagem degradada, num terreno íngreme, virou uma floresta. Esta mudança aconteceu na fazenda Córrego do Choro, município de Padre Paraíso, no Vale do Jequitinhonha. O trabalho começou a ser desenvolvido pelo agricultor familiar Geraldo Soares Gomes, que viu no plantio de eucalipto para formação de florestas uma possibilidade de controlar a erosão do terreno e ainda conseguir uma nova fonte de renda. “O reflorestamento com eucalipto foi a solução encontrada pelo produtor para transformar uma encosta erosiva numa área produtiva. O local já não tinha condições nem de ser usado para o pasto”, explica o técnico da Emater-MG no município, Cristiano de Moura. O plantio dos eucaliptos foi feito uma área de quatro hectares, em 2011. Após o cultivo, a Emater-MG deu todas as orientações para análise de solo e adubação. A previsão é de que o corte das árvores para a venda de madeira comece daqui a dois anos. Além da área com floresta plantada, a propriedade do seu Geraldo também chama a atenção pela diver-
sificação. Ao todo, a fazenda tem 34 hectares, onde há cultivo de hortaliças, abacaxi e banana, além da criação de gado de leite. A trabalho de reflorestamento pelo produtor fez com que a fazenda fosse aprovada no projeto internacional Rural Sustentável. Com isso, ele recebeu R$ 20 mil que serão usados em novas ações na propriedade. “A proposta agora é implantar um sistema de irrigação nas áreas dedicadas à produção de frutas e hortaliças. Serão sistemas por gotejamento e microaspersão, com assistência da Emater-MG”, explica Cristiano de Moura. A fazenda Córrego do Choro já é reconhecida na comunidade como referência na produção diversificada. E, em breve, serão realizados dias de campo para que outros produtores da região possam conhecer as melhorias feitas na propriedade e usem as medidas tomadas pelo seu Geraldo como exemplo. O projeto Rural Sustentável tem o objetivo de incentivar práticas de uso da terra e manejo florestal pelos produtores nos biomas da Amazônia e da Mata Atlântica. A ideia é promover o
desenvolvimento sustentável, reduzir a pobreza, incentivar a conservação da biodiversidade e a proteção do clima. Os recursos do projeto são doados pelo governo do Reino Unido, para execução pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e tem como beneficiário o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Os planos na fazenda Córrego do Choro não param por aí. Com o bom retorno esperado com o cultivo do eucalipto, o produtor, junto com os filhos, pensa em investir no plantio de mogno, numa área inferior a quatro hectares. Um dos filhos, Reginaldo Gomes, já está pesquisando o preço de mudas para iniciar o plantio irrigado. “Este recurso do projeto ajuda demais, porque muitas vezes precisamos de um apoio financeiro para conseguir desenvolver alguma coisa melhor. Além do plantio do mogno que estamos pensando em fazer, o dinheiro também vai ajudar na adubação do terreno onde está o eucalipto. A gente não pode largar. Tem que manter o terreno em boas condições”, afirma Fonte: EMATER/MG Reginaldo. REVISTA 100% CAIPIRA | 15
MILHO E SORGO
Leilões negociam apoio ao escoamento de mais de 300 mil toneladas de milho
Fonte: CONAB
Dando continuidade às ações de sustentação de preços aos produtores de milho, novos leilões de apoio ao escoamento do grão foram realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) As operações contemplaram os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, onde o preço de mercado está abaixo do mínimo calculado pelo governo federal. No leilão de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro), foi negociada subvenção para venda e escoamento de 237,94 mil toneladas de milho de Mato Grosso. Ao todo, foi ofertado prêmio para 720 mil toneladas: 240 mil t para Mato Grosso, 240 mil t para Mato Grosso do Sul e 240 mil para Goiás e Distrito Federal. Já o Prêmio para o Escoamento (PEP) comercializou apoio para 70 16| REVISTA 100% CAIPIRA
mil toneladas de milho, sendo 60 mil de MT e 10 mil de MS. A operação, voltado às indústrias, ofereceu prêmio para escoamento de 180 mil t de milho, sendo 60 mil t para Mato Grosso, 60 mil t para Mato Grosso do Sul e mais 60 mil t, distribuídas entre Goiás e Distrito Federal. Além das operações e hoje, desde abril a Conab ofertou Pepro para 4,3 milhões toneladas de milho de MT, com prêmio arrematado para 2,52 milhões. Também foi oferecido, por meio de leilão público, PEP para 3,28 milhões de t do mesmo estado e negociado prêmio para 1,71 milhão de t. Outros dois leilões de Pepro e PEP
já estão marcados para 13/07. Na ocasião, será ofertado Pepro pela venda e escoamento de 880 mil toneladas de milho em grãos, safra 2016/2017 e 2017 a produtores de MT, MS, GO e DF. O de PEP será para o escoamento de 320 mil toneladas de milho em grãos dos mesmos estados. Estas operações foram autorizadas pelo Conselho Interministerial de Estoques Públicos (Ciep) no começo de abril, por meio de portarias interministeriais, e têm a finalidade de garantir preço ao produtor de milho e incentivar o escoamento do excedente de produção para os grandes centros consumidores.
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(11) 96706-2934
DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO
Embrapa testará b pesquisa ag
A técnica é uma das inovações mais rece sintética, e a experiência a ser desenvolvi Bra Fonte: Embrapa
Imitar a natureza em laboratório e fabricar folhas, sementes e até mesmo estruturas ainda mais complexas, seja de vegetais, animais ou microrganismos, poderá em breve se tornar realidade no Laboratório de Nanobiotecnologia (LNANO) da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília. A recente aprovação de um projeto, assim como outras atividades interligadas, permitirão que os pesquisadores testem atividades biológicas em ambiente tridimensional, ou seja, de modo mais próximo à realidade. Líder do projeto, o pesquisador da Embrapa Luciano Paulino da Silva ex18| REVISTA 100% CAIPIRA
plica que a técnica utilizada é chamada de bioimpressão 3D, uma variante da impressão 3D, método de fabricação de objetos sólidos a partir de um arquivo digital contendo informações e coordenadas espaciais. A equipe pretende utilizar a tecnologia da bioimpressão 3D para criar modelos válidos e testar nanomateriais produzidos a partir de biomoléculas obtidas de resíduos de indústrias agropecuárias e florestais. A criação de uma estrutura impressa em 3D é um processo relativamente simples e consiste no depósito de camadas sucessivas de determinado material, como metais, resinas e polímeros, até que
o objeto fique pronto. Na bioimpressão 3D, a diferença é que os materiais utilizados são componentes biológicos, como biomoléculas e células. A técnica é uma das inovações mais recentes do ramo da biotecnologia e biologia sintética, e a experiência a ser desenvolvida no LNANO será uma das pioneiras no Brasil, afirma Luciano Paulino. “Nos cultivos tradicionais, as células são depositadas em camadas planas (2D), em placas de cultivo, formando uma única camada para a realização de testes de atividades biológicas. Com a bioimpressão 3D será possível reproduzir algumas das condições tridimensionais dos organismos vivos”, explica o pesquisador. Segundo Paulino, nos cultivos tradicionais as células em geral se apresentam de forma desorganizada, já que estão fora de seu ambiente espacial real. Em muitos casos, se obtém sucesso nas etapas in vitro e, na hora dos testes in vivo, a pesquisa apresenta falhas. Ao recriar ambientes mais próximos à realidade dos organismos vivos, os testes de atividade biológica se tornarão mais precisos e realistas. As aplicações da biompressão 3D poderão, segundo o pesquisador, beneficiar diversos setores da economia, desde testagens para a indústria farmacêutica até a mimetização de estruturas biológicas que possibilitem, por exemplo, a criação
bioimpressão 3D na gropecuária
entes do ramo da biotecnologia e biologia ida no LNANO será uma das pioneiras no asil de órgãos artificiais para transplante. “No momento em que conseguirmos dominar o modelo de multiplicação de diferentes tipos de células, poderemos construir estruturas mais complexas, como órgãos de plantas e animais, e até mesmo criar estruturas que comecem a funcionar como se fossem um organismo vivo”, diz o pesquisador. No caso da pesquisa agropecuária, um exemplo de aplicação são os chamados “biofilmes”, um conjunto de microrganismos agregados que estão associados a inúmeras infecções. Também será possível, por exemplo, reconstruir sementes com grande semelhança às naturais. Na área animal, as aplicações vão da criação de estruturas biológicas para a veiculação de princípios ativos, como fármacos e hormônios, até a fabricação de estruturas parecidas com um útero para maturar embriões de animais por mais tempo antes de implantá-los nos receptores. As etapas do projeto - O primeiro passo do projeto “Prototipagem e fabricação rápida de miméticos de biofilmes, tecidos e órgãos, utilizando bioimpressoras 3D para testes de atividade biológica in vitro de compostos bioativos e nanossistemas obtidos utilizando plantas do Cerrado” será adquirir insumos para as pesquisas, o que se tornará possível em parte com recursos da Fundação de
Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF). Após a aquisição dos insumos, serão construídos modelos na forma de arquivos tridimensionais em programa do tipo “CAD”, muito utilizado em projetos de arquitetura. A partir do projeto digital, os pesquisadores vão buscar materiais biológicos compatíveis com a técnica para imprimir a estrutura tridimensional que irá abrigar as células. Nesta fase, poderão ser produzidos miméticos de tecidos de plantas, animais e também colônias de microrganismos. A bioimpressora também permitirá a adição de meios de cultura, como nutrientes para as células, passando da etapa da biompressão para a de biofabricação. Com os primeiros protótipos prontos, serão feitas análises para saber se as estruturas estão prontas para participar de ensaios biológicos em 3D. “Pretendemos desenvolver arcabouços tridimensionais contendo células e também estruturas biológicas que permitam mimetizar as condições que teríamos dentro de uma estrutura tridimensional encontrada nos organismos vivos”, afirma Paulino. Além da parte laboratorial, também está prevista a transferência das tecnologias desenvolvidas para o setor produtivo, o treinamento de alunos do ensino superior na prática da bioimpressão 3D e
a difusão do conhecimento gerado para a sociedade. Impressão 3D é discutida desde 2015 na Embrapa - A “Impressão 3D” já foi assunto de pelo menos três eventos organizados pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. O primeiro, em junho de 2015, foi uma palestra com o designer Cícero Moraes, famoso por ter feito a reconstrução facial de Santo Antônio com base em informações sobre o seu crânio. Na palestra, Cícero abordou o uso da computação gráfica 3D para a reconstrução facial humana e as possibilidades de utilização da tecnologia em prol da pesquisa agropecuária. O segundo evento foi a palestra “Aplicações da impressão 3D na pesquisa”, oferecida em maio de 2016 pela Panacopy. Na ocasião, a empresa trouxe uma impressora 3D e construiu, durante a palestra, diversos rolamentos de plástico. Foi realizada ainda uma reunião técnica com seis Institutos Senai de Inovação (ISI), em setembro de 2016, em que um dos temas apresentados foi “Laser e Materiais Avançados e Nanocompósitos”. A ideia dessa reunião técnica foi prospectar oportunidades de trabalhos em parceria nas áreas de biotecnologia, genômica e nanotecnologia. Os primeiros projetos em conjunto já estão em fase de discussão. REVISTA 100% CAIPIRA | 19
MÁQUINAS E IMPLEMENTOS
John Deere destaca soluções em Pós-Vendas
A empresa foca na disponibilidade de serviços e peças para os clientes Fonte: Grupo CDI - Comunicação e Marketing
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A John Deere conhece as necessidades dos negócios e dos clientes e desenvolve soluções inovadoras, que integram equipamentos, tecnologia embarcada e conectividade. Neste cenário, as soluções em Pós-Vendas, que visam o suporte contínuo da máquina para garantir o máximo de rentabilidade, são uma importante etapa do processo produtivo. A história do cliente Antônio Celso Ferrari, agricultor e pecuarista de Erechim (RS) ilustra a importância deste tipo de serviço e da proximidade que a empresa tem com os produtores. “Estamos na roça colhendo e estoura uma peça da colheitadeira. Qual é o maior choque que levamos? Olhamos para o tempo e vemos que vai chover. Precisamos arrumar esta máquina o quanto antes. Ligamos lá e eles resolvem o problema na hora. Isso é praxe da John Deere”, conta Ferrari. O agricultor se emociona ao recordar uma experiência que teve com os serviços de Pós-Vendas da empresa: “Eu lembro o dia em que bati a plataforma da colheitadeira, tinha seguro e eu liguei para eles. Eu precisava colher a soja porque dois dias depois tinha previsão para chover 200 milímetros e isso eu nunca vou esquecer. O que eles fizeram? Eram 18h quando eles recolheram a plataforma para o pátio e às 22h estava pronta. No dia seguinte, eu consegui dar continuidade ao meu trabalho e evitar a perda”. A estrutura da John Deere para Pós-Vendas conta com a maior rede de concessionários agrícolas do Brasil. Os mais de 250 pontos de vendas oferecem serviços de manutenção e otimização capazes de manter o rendimento operacional dos equipamentos durante toda sua vida útil. São mais de
600 profissionais de Pós-Vendas, que passaram por preparação específica nos treinamentos da empresa, além de todo o ferramental para reparo e diagnósticos precisos. “É importante a disponibilidade desta rede de técnicos, pois cada dia de atraso no processo produtivo representa a perda de produtividade da cultura por hectare”, destaca Maurício de Menezes, supervisor de Marketing de Pós-Venda da John Deere Brasil. Outro fator de extrema importância para o produtor é a disponibilidade de peças e para garantir essa maior disponibilidade e melhor experiência do Cliente, a John Deere possui seu Centro de Distribuição de Peças (CDP) para a América Latina, em Campinas (SP). Atualmente, O CDP possui um índice de disponibilidade imediato de 97% na colocação do pedido de Máquina Parada, a peça chega aos concessionários em até 72 horas, em qualquer região do país. Para que a máquina não tenha problemas ou pare no momento em que o produtor mais precisa, a preocupação da John Deere é que o equipamento já leve a manutenção em consideração desde o seu desenvolvimento. “ Esta medida reduz o custo da intervenção técnica e garante 100% de produtividade. A tecnologia é uma grande aliada neste objetivo”, afirma Menezes. Ele explica que o ideal é que a manutenção seja programada, conforme os manuais, para que os problemas sejam antecipados e corrigidos a tempo. Neste processo, a John Deere oferece através de sua rede um programa de análise de fluidos para avaliar o funcionamento e detectar possíveis ocorrências, como contaminação ou desgaste.
Inovação contínua - Com uma história marcada pela inovação tecnológica, a John Deere é voltada para pensar e desenvolver inovações que, muitas vezes, não foram ainda nem concebidas. O trabalho é voltado para que os clientes conheçam e controlem seus equipamentos, otimizando a produção e diminuindo os custos. Uma das ferramentas disponíveis para tornar esse objetivo realidade é o JD Link™, solução de telemática para gerenciamento de operações remotamente, que coleta dados e informações em tempo real e proporciona um melhor gerenciamento da frota, em todas as fases do ciclo produtivo. Por meio da tecnologia do JD Link™, o concessionário pode realizar ações como diagnóstico remoto através da verificação de códigos de falhas, otimização da performance dos equipamentos, atualização remota de software, relatórios de dados de máquinas, manutenção preventiva e planos de manutenção recomendados pela fábrica e customizados. Mais um destaque na área de manutenção para garantir maior proteção e disponibilidade do equipamento é a nova tecnologia de composição do lubrificante Plus-50™ II. Antes, as trocas aconteciam a cada 375h e agora são feitas em até 500h de uso do motor, se forem utilizados filtros originais John Deere em motores da empresa. O lubrificante também proporciona melhor lubrificação e prazo de aplicação comparado aos lubrificantes comuns de mercado, qualificado pelo teste de motores JDQ- 78X, no qual o Plus-50 II™ foi o único lubrificante para motores “off road” aprovado. REVISTA 100% CAIPIRA |21
AGRICULTURA FAMILIAR
Artesanato de fibra de croá incentiva mercado da agricultura familiar no CE Em Pindoguaba, distrito de Tianguá, no Ceará, homens e mulheres transformam fibras de croá em objetos de decoração e peças de uso pessoal, como bolsas e bijuterias O clima seco da região do Semiárido e os espinhos da planta não desanimam os agricultores familiares. Eles retiram as fibras da mata, levam para secar ao sol, partem para tecelagem e, cinco dias depois, começam a montar os produtos. As peças maiores, podem demorar até 30 dias para ficarem prontas. Como reconhecimento ao trabalho da comunidade, a Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Econômico de Tianguá (Sade), apoia o projeto com incentivos locais. Além disso, o município organiza, uma vez por mês, feiras da agricultura familiar para expor os produtos e garantir a comercialização. Abrir espaços de comercialização para os produtos da agricultura familiar é uma das prioridades da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead). Hoje, garantir mercado para os produtores é um dos desafios do governo. A Sead 22| REVISTA 100% CAIPIRA
Fonte: Assessoria de Comunicação Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário
tem apoiado iniciativas como a de Pindoguaba e viabilizado a presença dos agricultores em feiras, inclusive, as internacionais. “Estamos juntos com a Sead como forma de incentivar as produções. E com esse reconhecimento do trabalho que a agricultura familiar faz, buscamos conseguir despertar neles o interesse de produzir cada vez mais”, afirma a secretária da Sade, Keila Aragão. A arte dos produtores da região é o sustento para a maioria das famílias. A agricultora Irene da Silva, de 54 anos, trabalha há quatro anos na produção dos artesanatos. Segundo ela, a vida mudou desde que começou com o projeto, chamado “Flor do Croá”, em 2006. “A fibra do Croá me trouxe não só uma renda, mas a oportunidade de fazer novas amizades e de refazer a minha história de cada dia. Produzir é uma experiência motivadora”.
Assim como Irene, outras oito mulheres contam suas histórias por meio das peças decorativas. Três homens também integram o projeto. Francisco Pedro da Silva e Francisco Edvaldo da Silva são responsáveis por retirarem a fibra do croá e colocá-la para secar. Edvaldo também fica com a função de costureiro. Ele ajuda no projeto há mais de cinco anos. “Entrei no grupo fazendo apenas a parte de costura. Atualmente, ajudo na divulgação e no trançado da corda, quando temos pedidos mais urgentes. Como sempre abrimos espaço pra novas pessoas participarem, sempre tem gente com uma ideia nova”, acentuou. Entre as peças estão: arranjos, bolsas, pastas, banners, jogos americanos, luminárias, cadeiras, abajures, porta-canetas, bijuterias, entre outros. A comercialização dos produtos é feita na própria loja da associação e em feiras de agricultura familiar que acontecem uma vez no mês.
PROCESSAMENTO
Demorou por quê? País só tem a ganhar com aumento na mistura de biodiesel Enquanto Argentina já tem 10% de biodiesel na composição do diesel, Brasil ainda estuda aumento de 8% para 9%
O presidente Michel Temer pediu nesta semana 30 dias para dar uma resposta ao pedido do setor de combustíveis renováveis, que quer antecipar a elevação da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel, dos atuais 8% para 9%, ainda neste ano. Para especialistas do agronegócio ouvidos pela Gazeta do Povo, não há muito o que pensar. “Estamos atrasados, a Argentina já está no diesel B10 (com 10% de biodiesel) desde o ano passado. O aumento da mistura pode ajudar a tirar a economia da estagnação porque, ao mesmo tempo em que diminui a importação de diesel, favorecendo a balança comercial, exige mais esmagamento de soja e faz sobrar mais farelo para a produção de suínos, aves e ovos”, afirma o consultor de mercado agrícola Vlamir Brandalizze. A elevação do percentual de mistura do biodiesel no diesel sinalizaria ainda para o mercado internacional que o Brasil terá menos grãos para exportar, “dando uma valorizada no mercado da soja, que não está tão favorável ao produtor”, salienta Brandalizze. Gerar emprego nas fábricas, renda na agricultura e, de quebra, contribuir com o meio ambiente e com a balança comercial do País foram
justamente os argumentos apresentados pela Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (APROBIO) na audiência com o presidente da República. “O Brasil tem matéria-prima disponível, indústrias que estão ociosas e algumas até infelizmente fechadas. Além de um mercado de diesel demandador, nós importamos mais de um bilhão de litros de diesel por mês”, destacou o presidente da entidade, Erasmo Carlos Battistella. Cerca de 80% do biodiesel produzido no País vem do esmagamento da soja, seguidos de 16% da gordura bovina ou de frango, e o restante de outras oleaginosas como canola, dendê, algodão e amendoim. “Não podemos matar o dobro de bois para aumentar a produção, mas a soja pode tranquilamente suprir esta demanda”, aponta César de Castro, engenheiro-agrônomo pesquisador do Núcleo Temático de Agroenergia da Embrapa Soja, em Londrina. Capacidade para produção de biodiesel é o que não falta. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o Brasil poderia colocar no mercado
7,3 bilhões de litros por ano. Em 2016, no entanto, produziu somente metade disso, 3,8 bilhões de litros. Biodiesel de Mamona? Se o biodiesel pode ser feito também com pinhão manso, mamona, canola, girassol e amendoim, por que então a soja domina o pedaço? Para César de Castro, é uma questão de matéria-prima disponível em larga escala e de domínio do pacote tecnológico para sua produção. A safra de soja 2016/2017 deve alcançar 12,6 milhões de toneladas a mais do que no ciclo anterior, com previsão de recorde histórico de 108,4 milhões de toneladas, segundo o IBGE. “Óleo de mamona é muito bom para biodiesel, óleo de linhaça é excelente, mas são caríssimos, são nichos de mercado. A soja pode ser plantada de Norte a Sul, de Leste a Oeste, sendo um caso de sucesso quase ímpar no país. Como se diz por brincadeira, a soja só aumenta por que as pessoas gostam de comer carne”, afirma Castro, referindo-se ao uso extensivo do farelo de soja para alimentar frangos, bovinos de corte, vacas leiteiras e peixes. Fonte: Gazeta do Povo REVISTA 100% CAIPIRA | 23
CAFÉ
Exportação de café deve ficar estável Fonte: DCI
Conforme o Cecafé, os embarques totais do produto b r a s i l e i r o continuarão a ser prejudicados pela menor oferta de conilon registrada nas últimas duas safras
A exportação de café brasileiro deve encerrar o ano de 2017 com resultado similar ao de 2016, informou ontem o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Nelson Carvalhaes. “Esse ano será muito parecido com o ano passado e terá ainda os reflexos da menor produção de café conilon (robusta), afirmou o dirigente. A produção da variedade foi prejudicada pelo clima nos últimos dois anos. No ano passado, o Brasil exportou 34,2 milhões de sacas de café.Ele explicou que a estabilidade também deve ser resultado da expectativa de que a safra 2017/2018 seja “um pouco menor” em relação ao ciclo atual. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra deve atingir 45,6 milhões de sacas, recuo de 11,3% em relação ao ciclo anterior. Conforme o Cecafé, de janeiro a junho de 2017, os embarques somaram 14,9 milhões de sacas, 8,4% menos na comparação com o mesmo período de 2016. A receita no primeiro semestre do ano foi de US$ 2,6 bilhões, incremento de 8,2%. “Nos meses de agosto e setembro, tradicionalmente, registramos aumento nas exportações, o que deve garantir um desempenho melhor nos próximos meses”, projetou o executivo. No mês de junho, o Brasil exportou 2 milhões de sacas de café, retração de 16,3% em relação ao mesmo mês do ano 24 | REVISTA 100% CAIPIRA
passado. O café robusta registrou no mês o pior desempenho desde os anos 1990, com 19 mil sacas exportadas, 77,2% a menos que em junho de 2016. Em receita, os embarques alcançaram US$ 341,8 milhões, queda de 5% em relação ao mesmo período do ano passado. O preço médio subiu 13,5% para 166,33 a saca Ano safra Na safra 2016/2017, que terminou em 30 de junho, o Brasil exportou 32,9 milhões de sacas de café, queda de 7,4% em relação a safra passada. “É efeito dos problemas climáticos que ocorreram nos anos de 2014 e 2015 e que resultaram em uma menor oferta de grãos do café conilon”, ressaltou Carvalhaes. A receita com os embarques no período atingiu US$ 5,6 bilhões, o equivalente a uma alta de 5% em relação ao ciclo passado. O preço médio pago pela saca de 60 quilos foi de US$ 171,48, alta de 13,4% em relação a safra 2015/2017. Os Estados Unidos foram o principal destino do produto brasileiro exportado na safra 2016/2017 e adquiriram 6,4 milhões de sacas, queda de 11,57%. A Alemanha foi o segundo maior mercado do café nacional e também registrou queda nas importações. Foram 8,5 milhões de sacas, 7,3% a menos em relação ao ciclo anterior. “ Eles substituíram o nosso produto por cafés
de outra origem [por falta de produto brasileiro] mas, no ano que vem, nós recuperamos isso”, garantiu presidente do Cecafé. Estoques Carvalhaes também observou que os números relativos aos estoques divulgados ontem pela Conab estão incorretos. Segundo a estatal, os estoques privados do grão em 31 de março - final da safra 2016 - somaram 9,8 milhões de sacas de 60 quilos, queda de 27% em relação ao volume do final da safra de 2015. Na opinião dele, se for somada a necessidade de 5,2 milhões de sacas para consumo interno de março a junho e a exportação dos últimos três meses, que foi de 7 milhões de sacas, seriam necessárias 12,2 milhões de sacas para atender ao mercado interno e externo. Considerando as quantidades em estoque conforme a estatal, estaria “faltando” 2,4 milhões de sacas de café. “Essa conta não fecha”, afirmou. Par ele é clara a necessidade de revisar a metodologia para apuração dos números. “Isso será importante para todo o setor”, destacou. Ele também defendeu investimentos na apuração dos dados do setor feita pela estatal. “A Conab tem condições e recursos para isso”, ressaltou.
EQUÍDEOS
Fonte: Assessoria de Comunicação da ABCCC
Mato Grosso atinge crescimento de 8,8% no Cavalo Crioulo Raça tem destaque no Estado no próximo final de semana durante Exposição em Campo Verde Em expansão em todo o Brasil, o Cavalo Crioulo vem tendo grande destaque no Centro Oeste do país. No Mato Grosso, conforme dados da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), o crescimento de manada em 2016 foi de 8,8%, chegando a 742 exemplares registrados no Estado. Percentualmente, a alta é maior que a anunciada em todo o Brasil, que foi de 4,35%, e na própria região Centro Oeste, de 7,27%. De acordo com o presidente do Núcleo Matogrossense de Criadores de Cavalos Crioulos, Luiz Fernando Guerreiro, a expansão do Cavalo Crioulo no Estado tem sido espetacular, superando as expectativas. Observa o aumento no
número de criadores e também de usuários da raça na região. “O grande plantel está na mão do usuário do Cavalo, principalmente nas provas de Laço Comprido. O pessoal da pecuária tem buscado também a raça, para o uso na lida de campo, onde comentam sempre sobre a resistência do animal. Porém o que chamou a atenção no ultimo ano, foi o aumento do numero de pessoas querendo criar o cavalo, e não apenas usá-lo”, destaca. De 13 a 15 de julho, no município de Campo Verde, a raça será destaque durante Exposição Passaporte para a Morfologia, que ocorrerá no final de agosto na Expointer, em Esteio (RS). O Parque de Exposição Marco Antônio da
Rocha será palco da quarta edição do evento. Segundo Guerreiro, a expectativa é mais uma vez a qualidade dar o tom do evento. “Para esse ano, esperamos melhorar ainda mais a qualidade dos animais expostos e também uma participação maior de criadores de outros Estados. Temos vários criadores ligando para solicitar informações do evento, onde acreditamos que podemos chegar aos 60 animais tranquilamente”, afirma. O julgamento ficará a cargo de Francisco Silveira. Organizado pela ABCCC, o circuito da Morfologia 2017 conta com os patrocínios de Supra, Vetnil e Banrisul, além do apoio da Laurentia. REVISTA 100% CAIPIRA | 25
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CULTURA CAIPIRA
Câmara homenageia o Dia Nacional da Música e da Viola Caipira
O dia 13 de julho foi escolhido para comemorar a música e a viola caipira em alusão à data de nascimento de Cornélio Pires (1884-1958), folclorista e incentivador da cultura caipira no País O Dia Nacional da Música e da Viola Caipira foi homenageado em sessão solene da Câmara dos Deputados na última quinta-feira (13). A homenagem foi solicitada pelo deputado Evandro Roman (PSD-PR), que parabenizou os músicos que preservam a identidade cultural do interior do País. “Os senhores são a garantia de que a tradição vai continuar. Vocês mantiveram firme a raiz e o sentido da música caipira, que exalta e trata muito bem do bom entendimento dos valores que são aprendidos no campo”, destacou. Na opinião do parlamentar, a música caipira de raiz tem importante valor não só cultural, mas também histórico e social, visto que retrata os fatos do País por meio das canções. “A história do Brasil é contada pelos livros e pela letra das mo28 | REVISTA 100% CAIPIRA
das de viola”, completou. Reconhecimento - O violeiro Zé Mulato destacou a importância da música caipira e exaltou o fato de que a Câmara abriu espaço para esse tipo de manifestação cultural. “Estou muito feliz com essa iniciativa, encaro isso como uma vitória. Estamos em busca de mais espaço na sociedade há muito tempo e estar aqui é ter a sensação de conquista. Tenho certeza de que, depois deste dia, nós seremos mais reconhecidos”, afirmou. O representante da Associação Nacional dos Violeiros do Brasil (ANVB), Felinto Procópio, também avaliou a data como histórica para os violeiros. “Há muito tempo eu estava vindo a esta Casa para que a gente fosse reconhecido e hoje se tornou um dia histórico. Cornélio Pires, com certeza, está realizado.”
Cornélio Pires, jornalista, escritor, folclorista e empresário brasileiro, foi o criador do primeiro grupo musical de raiz caipira do País. O grupo, formado por violeiros do interior, surgiu em 1924 e se chamava A Turma Caipira de Cornélio Pires. O dia 13 de julho foi escolhido para homenagear a música e a viola caipira porque é, também, o dia de nascimento de Cornélio. Projeto de Lei: PL7981/2017, aguardando parecer do relator da Comissão de Cultura (CCULT) tendo como autor do projeto o Deputado João Daniel –PT/SE, para isto foi designado Relator do projeto o Deputado Evandro Roman PSD/PR. Os amantes da cultura caipira aguardam ansiosos pelas 5 sessões no plenário para aprovação deste projeto que irá valorizar a nossa cultura. Fonte: Agência Câmara Notícias
FEIRAS E EVENTOS
Assembleia festiva marca aniversário de 62 anos de Os Independentes Além das comemorações do aniversário de fundação e assuntos pertinentes da organização da Festa de 2017, evento contará com a inauguração do Centro Odontológico dentro do Parque do Peão Há mais de seis décadas um grupo de 20 amigos de Barretos decidiu criar um clube para promover festas para o aniversário da cidade e gerar renda para entidades beneficentes. Desgarrados da dependência financeira dos pais, no dia 15 de julho de 1955, os jovens solteiros chegaram a um consenso durante uma conversa de bar. Surgia assim o grupo Os Independentes, mais tarde conhecido como organizador da Festa do Peão de Barretos, maior evento do gênero da América Latina. No próximo sábado, a entidade comemora seus 62 anos contando uma história de transformação, conquistas e sucessos alcançados dentro de suas propostas. A Assembleia Ordinária do mês julho marcará as comemorações da data. A reunião acontecerá às 10 horas, no Rancho CMT, no Parque do Peão. Na celebração é aguardada a participação de cinco fundadores da Associação/Festa: Antônio Renato Prata (que também foi o primeiro presidente), Paulo Pereira, Rubens Bernardes de Oliveira, Horácio Tavares de Azevedo, Orlando Araújo e José Brandão Tupynambá (fundador da Festa). No mesmo dia haverá a inauguração do Centro Odontológico do Parque do Peão. A história do rodeio está diretamente relacionada com as comitivas que passavam por Barretos. Na metade do século 20, o município era parada de grupos que levavam boiadas do Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás até um frigorífico local. O prefeito Mário Vieira Marcondes decidiu organizar em 1947 um rodeio, somente com montarias em cavalo – disputa comum entre peões na época – em um picadeiro montado no Recinto
Paulo de Lima Correa. O sucesso daquela iniciativa inspirou o grupo Os Independentes a realizar oficialmente em 1956, a primeira Festa do Peão de Boiadeiro, em dois dias – 25 e 26 de agosto (dentro do aniversário de Barretos – 25 de agosto). Além das montarias em cavalo, o evento contou com apresentações de duplas sertanejas e o concurso da Queima do Alho – disputa da comitiva que preparava a melhor refeição tropeira em menor tempo. Com o passar dos anos, a Festa ganhou notoriedade pelo país com a presença de artistas, autoridades governamentais e cobertura da imprensa. A programação se expandiu para cinco dias e a cidade passou atrair público de todo o Brasil. “Mesmo jovens, tínhamos uma noção exata de que queríamos exercer uma determinada força na sociedade e relacionar a figura do peão de boiadeiro. Começamos a realizar a Festa com caráter filantrópico, onde ajudávamos instituições carentes da cidade”, recordou um dos fundadores, Horácio Tavares de Azevedo. “Nunca pensávamos que a Festa um dia tomaria essa proporção. Isso nos emociona muito, e nos deixa orgulhosos por fazer parte dessa história.” Para atender ao número crescente de visitantes, em 1984, Mussa Calil Neto (presidente da Associação na época) decidiu transferir a Festa para uma propriedade de 40 alqueires – fora da cidade e adquirido anos antes pelo grupo – que hoje abriga o Parque do Peão. Em 1985 acontecia a primeira Festa do Peão fora do Recinto Paulo de Lima Correa. “Houve uma resistência muito grande, me chamaram de louco, disseram que eu ia acabar com a tradição da
Festa. Mas o tempo mostrou que foi a decisão correta diante da proporção de crescimento que tomou”, apontou. No primeiro ano da Festa no novo local, o evento atingiu público recorde de 66 mil pessoas no domingo. Sucessivamente, com o passar dos anos, o Parque do Peão ganhou diversas construções e melhorias para receber o público não apenas durante o evento de rodeio, como também, ponto turístico no ano. O complexo passou a ter dimensões maiores e teve sua área duplicada para mais de 80 alqueires. A Festa por si só atingiu números extravagantes. A cada edição, por exemplo, o evento chega a receber público de 900 mil visitantes durante os 11 dias (o equivalente a nove vezes o tamanho da população local). Com o slogan “A Festa do Brasil”, a 62ª Festa do Peão de Barretos contará com mais de 100 atrações musicais e com as principais competições do rodeio. O atual presidente Hussein Gemha Junior reconhece o tamanho da responsabilidade de comandar o maior evento do gênero na América Latina. “A Associação tem essa missão de valorizar a cultura sertaneja e consolidar cada vez mais o rodeio no país. São 62 anos de grandes histórias, onde buscamos a cada ano surpreender e escrever um novo capítulo da Festa”, afirmou Hussein. Como parte das comemorações de aniversário da Associação Os Independentes, será inaugurado, neste sábado, às 12h, o Centro Odontológico “Dr. Luiz Agostinho da Silva Brandão”, uma parceria com Unimed Odontologia, Centro Universitário UNIFEB e Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas – APCD. Fonte: independetes.com.br REVISTA 100% CAIPIRA |29
AQUICULTURA E PESCA
Planta da Amazônia é usada para a g r e g a r ômega 3 ao tambaqui
A Sacha Inchi é uma planta nativa da Amazônia, cultivada comercialmente na Amazônia Peruana com potencial de produção no Brasil 30 | REVISTA 100% CAIPIRA
Fonte: Embrapa Amazônia Ocidental
Pesquisa desenvolvida na Embrapa Amazônia Ocidental (AM) conseguiu resultados promissores ao buscar aumentar a quantidade de ácido graxo ômega 3 no tambaqui (Colossoma macropomum), peixe nativo de grande importância nacional. Experimentos com rações enriquecidas com a planta amazônica Sacha Inchi (Plukenetia volubilis), rica em ácido linolênico (ômega 3), foram fornecidas aos animais na fase juvenil que absorveram o nutriente. Trata-se de um importante passo para agregar valor nutricional ao peixe, uma vez que o ômega 3, relacionado ao combate de doenças cardíacas, está naturalmente presente em maiores quantidades em algumas espécies de peixes de águas frias, e o tambaqui, nativo da Bacia Amazônica, possui pouca quantidade desse nutriente. Os resultados foram obtidos por meio da pesquisa intitulada “Sacha Inchi na nutrição de juvenis de tambaqui”, financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e coordenada pelo pesquisador da Embrapa Jony Dairiki. A Sacha Inchi é uma planta nativa da Amazônia, cultivada comercialmente na Amazônia Peruana com potencial de produção no Brasil. No
Peru, agricultores têm se organizado em cooperativas com a finalidade de produzir a planta para atender a demanda de produção de óleo. O óleo de Sacha Inchi possui vitaminas A e E, além de ser rico em ácidos graxos poli-insaturados, como os ômegas 3, 6 e 9. Esses ácidos graxos são relacionados à prevenção de doenças cardiovasculares, entre outros benefícios para a saúde humana. De acordo com Dariki, que atua na área de nutrição e alimentação de espécies aquícolas da Amazônia, houve um bom desempenho zootécnico dos juvenis de tambaqui alimentados com as rações experimentais elaboradas com os três ingredientes da Sacha Inchi (sementes, folhas e torta de extração do óleo) e também foram registradas uma alta taxa de sobrevivência e uma boa aceitação das rações experimentais. O melhor resultado foi obtido com a ração elaborada com a inclusão das sementes. No grupo alimentado com esta ração, além do crescimento houve um acréscimo de ácidos graxos poli-insaturados na carcaça dos animais, especialmente o ácido linolênico (ômega 3) e desta forma foi comprovada a agregação do valor nutricional no peixe. Nos experimentos, foram avaliados
peixes juvenis que ao término dos ensaios pesavam em torno de 30 gramas. A fase juvenil engloba o período em que o animal ainda não atingiu 100 gramas de massa, também chamada fase de recria. Esses primeiros resultados mostraram o potencial do peixe em assimilar e incorporar o ácido graxo ômega 3 na sua composição corporal. Ainda que as avaliações sejam feitas na fase inicial de criação do tambaqui, os resultados positivos abrem perspectivas para que sejam feitas mais investigações avaliando a inclusão da planta em rações para as outras fases de criação do tambaqui. O pesquisador pretende conduzir futuros experimentos com peixes maiores em fase de engorda ou terminação (próximo ao abate) para comparar os resultados. Rações enriquecidas com ômega 3 Também chamado de óleo Inca, o óleo de Sacha Inchi é um produto nobre, valorizado no mercado por seu alto teor de ácido graxo ômega 3. A principal proposta da pesquisa foi aproveitar partes residuais da planta que pudessem ser incluídas na ração e agregar valor nutricional ao peixe. Foram utilizadas três formas de inclusão da Sacha Inchi na nutrição de REVISTA 100% CAIPIRA |31
juvenis de tambaqui. Em uma delas, as sementes da planta foram trituradas e incorporadas aos demais ingredientes para fabricação das rações experimentais. Em outra, as folhas foram secadas em estufa e moídas para inclusão nas rações. E na terceira foi incluída a torta residual obtida após a extração experimental do óleo das sementes. Os experimentos avaliaram seis níveis de inclusão das sementes, folhas e torta residual da extração do óleo de Sacha Inchi em 10 %, 20%, 30%, 40%, 50 % além do controle − ração sem a Sacha Inchi. Grupos de peixes foram alimentados por 60 dias contínuos com as rações experimentais em duas refeições diárias até a saciedade aparente. Os parâmetros de qualidade da água foram monitorados e se mantiveram adequados durante todo o período experimental. Foram avaliados também os parâmetros de desempenho zootécnico, composição corporal dos peixes, perfil de ácidos graxos e análises fisiológicas complementares. No desempenho zootécnico, foram avaliados o ganho de massa, o consumo de ração, a taxa de conversão alimentar, a taxa de crescimento específico e a sobrevivência dos animais. Ao término dos experimentos, foram determinados os níveis ótimos de inclusão dos produtos avaliados. No experimento em que foram incluídas as folhas trituradas, foi determinada a inclusão ótima de 10% das folhas que promoveu o melhor desempenho zootécnico. Entretanto, ao se analisar as folhas da Sacha Inchi e as rações experimentais com a inclusão deste produto, não houve o acréscimo do ácido graxo ômega 3 nessas amostras, por este motivo não foi avaliado o perfil de ácidos graxos na carcaça dos peixes deste ensaio. Já no experimento com a torta residual da extração do óleo, foi determinada a inclusão ótima de até 40% sem prejuízo ao desempenho zootécnico. Este é considerado outro ponto de destaque da pesquisa, pois utilizar até 40% de um resíduo (sem valor comercial) na nutrição do peixe, acrescenta uma finalidade útil para aproveitamento do resíduo, além de diminuir o custo da ração. Das três formas de inclusão, a ração com sementes foi a que proporcionou o maior acréscimo de ácidos 32 | REVISTA 100% CAIPIRA
graxos poli-insaturados, especialmente com o ácido graxo ômega 3. O nível ótimo determinado ocorreu com a inclusão de 10% das sementes na ração. O grupo controle, sem inclusão da Sacha Inchi, apresentou uma porcentagem de ácido alfa-linolênico (ômega 3) de aproximadamente 0,2% na composição centesimal. Comparado ao grupo controle, houve um acréscimo significativo do ácido graxo ômega 3 na composição corporal dos animais que se alimentaram com a ração contendo 10% de sementes de Sacha Inchi, que apresentaram porcentagem aproximada de 0,6% de incorporação do ômega 3. Alternativa para agregar valor nutricional Existem pesquisas desenvolvidas pela Embrapa com o propósito de encontrar ingredientes não convencionais para inclusão nas rações de peixes, principalmente para o tambaqui, que é a principal espécie de peixe nativa criada em âmbito nacional. O tambaqui é um peixe onívoro, ou seja, se alimenta tanto de ingredientes de origem animal ou vegetal. Nas rações não convencionais, a meta é agregar valor nutricional e reduzir custos, mantendo condições de bom desempenho zootécnico e de boa qualidade do produto final. A ração é o item mais oneroso no sistema de produção do tambaqui. “Para diminuir o custo, as fábricas de ração costumam utilizar fontes lipídicas de baixa qualidade e o peixe reflete essa condição em sua musculatura. Isso motivou a pesquisa a agregar valor nutricional à composição corporal do peixe com ingredientes ricos em ácidos graxos poli-insaturados”, explica o pesquisador Jony Dariki. Diversidade de Sacha Inchi A Embrapa Amazônia Ocidental, em Manaus, possui um Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de Sacha Inchi com 37 acessos dessa planta. Alguns estudos sobre essa espécie vegetal a partir do BAG geraram teses em parceria com universidades brasileiras. Estudos sobre diversidade, caracterização botânica, genética e pesquisas agronômicas vêm sendo realizados sobre a planta amazônica. Cultivos experimentais conduzi-
dos em Manaus pela Embrapa mostram que a germinação ocorre em torno de 13 dias e que, após 40 dias de cultivo em bandejas, pode ser levada ao campo para plantio definitivo. “Embora as pesquisas estejam em andamento, já verificamos que as plantas permanecem em produção por até quatro anos, apresentando ao longo do ano alguns picos de produção”, informa o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Francisco Celio Maia Chaves, responsável por pesquisas sobre o cultivo da planta. Chaves informa que no período de produção no Amazonas, são feitas duas colheitas semanais. Pelo fato de o fruto ser deiscente (que abre naturalmente quando fica maduro), um maior intervalo de tempo entre colheitas pode levar à perda da semente, que é lançada no ambiente. No cultivo no Amazonas, tem se adotado o espaçamento de dois metros entre plantas e de quatro metros entre fileiras, com plantas tutoradas. No período seco, tem se utilizado o uso de irrigação por gotejamento. A produção tem sido menor no período de chuva intensa, pois prejudica a polinização. O ômega 3 A médica Evelyn de Paula, que possui pós-graduação em nutrologia, explica que o ômega 3 trabalha no organismo humano na prevenção das doenças do risco cardiovascular e na prevenção de algumas enfermidades neurodegenerativas como, por exemplo, a doença de Parkinson e o mal de Alzheimer e outras demências em geral. A nutróloga esclarece que o ômega 3 é um ácido graxo essencial e, assim como os aminoácidos essenciais, nosso corpo não produz essa substância, mas absorve de fontes externas por meio da alimentação ou da suplementação. O ômega 3 é mais encontrado em alguns peixes, principalmente os de águas geladas e profundas. Sardinha, salmão e arenque são exemplos que mais se destacam com a substância. Porém, pesquisas com peixes amazônicos têm indicado também a presença de ômega 3, em menor quantidade. Alguns vegetais contêm a substância, ainda em menor quantidade que nos peixes. A linhaça é uma das fontes vegetais de ômega 3, além da Sacha Inchi.
PRAGAS E DOENÇAS
P L A N T A D A N I N H A : Novo caso de buva resistente a herbicida é identificado no Paraná
Fonte: Assessoria de Imprensa da Embrapa Soja
O comitê de resistência da Sociedade Brasileira de Ciências de Plantas Daninhas foi comunicado, em junho, sobre um novo caso de resistência de planta daninha a herbicida no país O relato foi referente a uma população de Conyza sumatrensis, uma das espécies de buva, resistente ao herbicida paraquate. O caso foi estudado pelos professores Alfredo Junior Paiola Albrecht e Leandro Paiola Albrecht, além do estudante Vinicius Gabriel Caneppele Pereira, da Universidade Federal do Paraná/Setor Palotina; pelos pesquisadores Luiz Henrique Zobiole e Rogerio da Silva Rubin, da Dow Agrosciences; e pelo pesquisador Fernando Storniolo Adegas, da Embrapa Soja. Assis Chateaubriand - A população de buva resistente foi encontrada no município de Assis Chateaubriand (PR). As sementes coletas foram testadas primeiramente pela equipe da Universidade Federal do Paraná, em Palotina (PR), na safra 2015/2016. Os pesquisadores dizem que na ocasião, o produtor reclamava que desde o ano anterior a buva não havia sido controlada pelo paraquate na aplicação sequencial. A princípio, os pesquisadores pensaram que o problema poderia estar relacionado com uma possível baixa eficiência da primeira aplicação sequencial ou com a tecnologia de aplicação do herbicida. Situação semelhante já estava sendo observada também por técnicos da CVale-Cooperativa Agroindustrial, que atuam na região. Investigação - Dando continuidade à investigação, na safra 2016/2017, as se-
mentes da área suspeita foram enviadas para a Estação Experimental da Dow Agrosciences, em Mogi Mirim (SP) e para a Embrapa Soja, em Londrina (PR). As pesquisas comprovaram a resistência. Com o objetivo de identificar a espécie, foi enviada uma amostra da planta daninha para a Universidade Federal de Uberlândia, que confirmou ser Conyza sumatrensis. Ao mesmo tempo, sementes de outra população de buva, com suspeita de resistência, foram coletada pela equipe da CVale, e enviadas para a Embrapa Soja. Os testes para comprovação da resistência desta população ainda não foram finalizados. Protocolo - A partir da constatação da resistência de buva ao paraquate, a equipe de pesquisadores criou um protocolo para divulgação do caso. A primeira iniciativa foi discutir a situação com os agrônomos da assistência técnica das cooperativas atuantes na região oeste do Paraná para mitigar o problema. Além disso, foi estabelecida uma ação conjunta de monitoramento, com a finalidade de se mapear a abrangência da resistência. Normal - De acordo com o pesquisador Fernando Adegas, da Embrapa Soja, esta questão de resistência pode ser considerada normal, porque está relacionada à utilização de um mesmo herbicida, na mesma área e por longo
período. O oeste do Paraná foi um dos primeiros locais a ter problemas com a buva, e o paraquate vem sendo utilizado, com sucesso, há bastante tempo na região. “Vale reforçar que nesta região onde foi constatada a resistência, já estão sendo adotadas medidas para evitar a disseminação do problema, principalmente com o treinamento da assistência técnica sobre alternativas de manejo para reduzir perdas de produtividade”, ressalta Adegas. Presença - A buva está presente em grande parte do país, mas não houve relato de situação semelhante a este caso até o momento, em nenhuma outra região. “Por isso, não é caso de se fazer alarde, mas sim de alertar os agricultores da necessidade de adoção de boas práticas agrícolas, como o manejo integrado de plantas daninhas, que inclui entre outras ações, a rotação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação”, ressalta o grupo de técnicos envolvidos na ação. Oportuno - Os pesquisadores também consideram oportuno salientar que já foram relatados outros 45 casos de resistência de plantas daninhas a herbicidas no Brasil, sendo destaque as espécies resistentes ao glifosato, como a própria buva, o azevém, o capim-amargoso, o caruru-palmeri, o chloris e o capim pé-de-galinha. REVISTA 100% CAIPIRA |33
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AGROINDÚSTRIA
A agroindústria brasileira e seus avanços tecnológicos Da porteira para fora o Brasil tende a crescer potencialmente com a agroindústria Por: Eduardo Reis
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or definição a agroindústria é um conjunto de atividades relacionadas à transformação de cultivares da agricultura em geral. A produção agrícola não depende tão somente do plantio e da colheita, depende muito mais do que a mão de obra humana, há muita tecnologia em pesquisas máquinas e implementos para que o alimento possa chegar as nossas mesas todos os dias. A agroindústria é a atividade que compreende não só a industrialização dos produtos agropecuários como também tudo que é necessário para que o agronegócio seja feito, desde o preparo do solo para o cultivo através de máquinas e implementos como tratores, colheitadeiras, arados, grades, cultivadores, semeadoras, roçadeiras, plainas entre outras máquinas e equipamentos específicos para cada tipo de cultivares, todos estes equipamentos requerem ainda mais; há uma infinidade de segmentos e setores a serem explorados para que as máquinas e implementos cheguem até a “roça”, começando pelo aço, borracha, alumínio, cobre entre outros, além de muita engenharia, mecânica e tecnologia de ponta. Hoje empresas mundiais estão envolvidas cada vez mais em pesquisas para que cada máquina faça em menor tempo e melhor qualidade em uma corrida tecnológica para que os produtos cheguem ao seu destino em perfeito estado, empresa como: John Deere, Massey Ferguson, Valtra e muitas outras são responsáveis pelos resultados finais de uma enorme produção que o agronegócio vem experimentando ano após ano. Também podemos considerar a agroindústria artesanal que foi a pioneira e ainda hoje existe no Brasil, principalmente na agricultura familiar. Na outra ponta da agroindústria
podemos contar com um conjunto de atividades relacionadas à transformação de matérias primas da agricultura, pecuária, aquicultura e silvicultura em produtos prontos para o consumo, ou seja, da porteira pra fora até as gôndolas e prateleiras dos mais variados comércios. Há varias e diferentes formas de agroindústrias no Brasil e logicamente andam de mãos dadas com a produção agrícola, mas também há uma cadeia produtiva muito maior que pode compreender as várias embalagens para a agroindustrialização como: latas metálicas, frascos plásticos, vidros, papelões e outras matérias primas, tudo isto em uma sequência de operações na produção agrícola para a produção agroindustrial, graças ao crescimento do agronegócio brasileiro podemos esperar ainda mais. As projeções do agronegócio devem ser de um crescimento na ordem de 2% em 2017, segundo a estimativa da (CNA) e o PIB do agronegócio de atingir o crescimento de 2,5% a 3%, este crescimento alavancará significativamente a agroindústria brasileira já que o crescimento do PIB começou pelo campo, com isto vêm mais investimentos nas áreas de desenvolvimento e pesquisa de todos os setores produtivos e tecnológicos da agroindústria brasileira. O saldo positivo de empregos formais e a melhora na economia, graças a agroindústria está sendo percebido cada dia mais pelos órgãos públicos e pelas mais diversas mídias, atualmente a indústria de calçados e as super safras são as principais, na sequência o setor de máquinas e implementos que contribuem com uma participação expressiva, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) as exportações de máquinas para agricultura tiveram um crescimento de 40,7% entre ja-
neiro e fevereiro de 2017, liderando o ranking dos sete seguimentos fabricantes de equipamentos. No período de um ano, o crescimento do segmento agrícola chega a 50,6%. Levando-se em conta toda a exportação de máquinas brasileiras, as agrícolas são responsáveis por 12,6% do setor – atrás apenas dos modelos para logística e construção civil (29,2%) e componentes para a indústria de bens de capital (25,2%). Já as importações caíram 37,7% em fevereiro, na comparação com janeiro. No acumulado do ano, houve um crescimento de 25,3%. As cooperativas agroindustriais também sentem melhoras significativas no setor, vêm ampliando suas capacidades de armazenagens, investindo em pesquisas e equipamentos de alta tecnologia, a super safra de grãos foi a maior contribuinte para este clima favorável, no setor de cooperativas os créditos agrícolas estão diretamente contribuindo com a agroindústria, pois os investimentos em maquinários aumentaram significativamente e os produtores cooperados agregam valor ao setor agroindustrial, com isto bancos cooperados como a Sicred, Sicoob, entre outros que também comemoram está fase de crescimento nas cooperativas agroindustriais, proporcionando uma maior circulação da moeda no mercado e colaborando também com a economia do país, as cooperativas perceberam que podem agregar mais valor e ter mais competitividade saindo do princípio de que não é suficiente comercializar somente a matéria prima e isto enriquece a agroindústria graças a liberação de taxas e liberação de recursos proporcionados por este setor. Com isto a maior parte das áreas industriais está comemorando; ou crescendo ou até mesmo ativas graças a agroindústria brasileira. Fontes: Agencia Brasil, Abimaq, em.com.br, IBGE
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BOVINOS DE CORTE
Pecuaristas a d i a m a p o r t e devido à baixa no preço do boi
Fonte: DCI
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A queda de 9% entre fevereiro e julho foi puxada por escândalos e aumento da oferta de animais, aliados ao represamento de animais em 2016 para o abate Os pecuaristas do Mato Grosso já estão adiando investimentos, em função da queda de quase 9% no preço do boi gordo no mercado interno, conforme apurou o DCI, durante o Rally da Pecuária. O cenário é reflexo do ciclo pecuário e também de escândalos que abalaram o setor. A cotação da arroba recuou 8,75% no sudoeste de Mato Grosso no acumulado de fevereiro até meados de julho. No segundo mês de 2017, antes da deflagração da operação Carne Fraca da Polícia Federal (em março), a arroba era cotada a R$ 126, na mesma região. Cinco meses depois, o produtor está recebendo aproximadamente R$ 115. “A oferta de animais teve aumento devido ao ciclo pecuário e ao represamento de animais em 2016 para abate neste ano”, acredita o sócio da Agroconsult, Maurício Palma Nogueira. Na ponderação da média brasileira o valor também registra queda de 9,26% de fevereiro até julho, saindo de R$ 131,40 para R$ 119,20. Em São Paulo, a retração foi ainda maior: de 14%, chegando a R$ 124,70. A depreciação fez com que muitos pecuaristas mudassem os planos para este ano. “Muita gente opta por desacelerar investimentos em pacote tecnológico, mas é
a decisão errada”, afirma Nogueira. “Na maioria das vezes em que o produtor desacelera, ele tem impacto maior na redução de faturamento do que na economia.” Entre quem fez essa opção está proprietário da fazenda Três Barras (OX Pecuária), Gilberto de Vitto, de Poxoréu, na região sudeste do Mato Grosso. Na área de mil hectares, ele mantém um rebanho da raça nelore. “Hoje, trabalho com uma perspectiva de curto prazo e coloquei o pé no freio nos investimentos. Não vou reduzir a tecnologia, mas também não vou ampliar como esperava” , comenta. Segundo ele, uma das metas para este ano era ampliar a área de pastagem adubada, de 210 hectares para 300 hectares. No entanto, o plano foi adiado em razão da baixa margem no mercado doméstico. Na propriedade, Vitto faz recria, engorda e confinamento. Ele apontou uma queda de R$ 5 de junho para julho no preço da arroba. “Com a arroba a R$ 122 já estou trabalhando no vermelho. Nunca vi um ano igual a esse”, disse. No período, o pecuarista também passou a vender à vista, algo que não tinha feito até então - em 11 anos à frente da fazenda. “Trabalho muito com boi a termo e passei a vender para diferentes frigoríficos para reduzir os riscos de
não receber pelo gado entregue.” O veterinário e administrador da GAP Genética, Jorge Luiz Oliveira Santana, em Jaciara (MT) também sofreu com o declínio no preço nos últimos meses. As vacas de descarte da propriedade, que trabalha com animais da raça brangus, eram negociadas a R$ 130 por arroba em fevereiro - considerando animais de 14 a 15 arrobas, em média - e passaram a ser negociadas a R$ 111 a arroba, em julho. “Tivemos uma tempestade perfeita. A Carne Fraca, somada à cobrança do Funrural desde fevereiro e a delação do JBS, aliadas ao ciclo de baixa, fizeram com que os pecuaristas passassem a ter medo de que a crise se espalhe para todo o setor frigorífico”, avalia Santana. Diferente de Vitto, o administrador da GAP Genética não trabalha no vermelho. “Para o produtor que é médio e tecnificado, como é o nosso caso, ainda é possível ganhar um pouco”. A propriedade de cria e recria, trabalha como suplementação a pasto e vai engordar animais a partir deste ano. A carne das fêmeas jovens é vendida em uma casa de carnes gourmet da região. “Vamos brigar por ajuste de preços com os fornecedores de insumos e investir apenas no que for realmente necessário”, ressalta Santanta. REVISTA 100% CAIPIRA | 39
FLORICULTURA
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ARTIGO
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FRUTICULTURA
Irrigação e nutrirrigação garantem maior produtividade e maior calibre dos frutos na cultura da maçã
Fonte: Assessoria de Comunicação Netafim
Estudos realizados pela Embrapa Uva e Vinho de Vacaria/ RS levam boas notícias para os produtores de maçã Os bons resultados foram obtidos a partir de testes realizados por Dr. Gilmar Nachtigall, nos quais foram implantados a irrigação por gotejamento, resultando em frutos de maior calibre e coloração aos produtores brasileiros. Iniciados na safra 2008/09, tais estudos foram responsáveis por identificar a diferença de resultados com o manejo alternativo. Os resultados positivos tanto em produtividade quanto em qualidade do fruto fizeram com que a pesquisa fosse aplicada consecutivamente entre as safras de 2011 e 2014, todas elas com resultados motivadores. Quando a tecnologia de fertirrigação – que leva água e nutrientes diretamente na raiz da planta – é aplicada desde a implantação do pomar, garan46 | REVISTA 100% CAIPIRA
te melhores condições para o início da produção de frutos. Características como um maior número de ramos e altura podem facilmente ser identificadas quando comparamos ao manejo convencional. Segundo Nachtigall, em pomares novos, o aumento de ramos na Gala foi de 124% e na Fuji passou dos 900%. Isso resulta em uma melhor arquitetura de planta e consequentemente em maiores produtividades. Além das vantagens visíveis que a irrigação por gotejamento traz ao pomar, o produtor sente a mudança também no bolso. Ao investir na tecnologia, ele também investe em sustentabilidade. O sistema de irrigação por gotejo direto na raiz da planta é 95% mais eficiente, sendo assim, economiza água e os nutrientes aplicados
na cultura. O sucesso do experimento já está ao alcance do produtor rural. Como consequência dos excelentes resultados apresentados pela Embrapa, a tecnologia já se difundiu em pomares do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A nutrirrigação é um ponto chave para o rendimento da safra, principalmente durante a florada e no desenvolvimento do fruto. A tecnologia garante uma maior produtividade com um maior calibre e coloração, além de antecipar e aumentar a primeira safra do pomar. Produzir mais com menos é a prioridade da israelense Netafim no compromisso para uma agricultura mais sustentável. Por Cristiano Jannuzzi, Gerente Agronômico da Netafim
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RECEITAS CAIPIRAS
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Tambaqui na Brasa INGREDIENTES 1 tambaqui com peso entre 6 a 10kg 2 limões 100g de alho descascado 2 cebolas grandes 1 e ½ xícara (chá) de suco de limão 1 colher (sopa) de sal Pimenta a gosto (do reino ou outra de sua preferência) ½ xícara (chá) de vinagre ½ colher (sopa) de orégano ½ xícara (chá) de cheiro verde 1 colher de sopa de tomilho fresco ½ xícara (chá) de coentro (opcional) 1 pedaço de gengibre fresco (aproximadamente 2cm) Azeite
PREPARO Bata no liquidificador todos os temperos (menos o azeite) e reserve. Limpe o tambaqui, lave-o com água e limão, corte o peixe ao meio (longitudinal), tire a espinha, coloque em uma forma as duas partes e espalhe o tempero sobre elas, deixe no tempero marinando por 1 hora. Não retire a escama do peixe, isso ajuda a não grudar na grelha. Após marinar, coloque as partes sobre o papel alumínio, despeje o azeite de oliva sobre elas e embrulhe bem. Leve à churrasqueira e coloque com a parte das escamas para o lado das brasas, deixe assar por trinta minutos. Depois retire o alumínio e volte para a churrasqueira e deixe dourar bem, primeiro com as escamas para baixo e depois a parte de cima. Sirva ainda quente. REVISTA 100% CAIPIRA | 49
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