www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, outubro de 2017 - Ano 5 - Nº 52 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
A INFLUÊNCIA DO AGRONEGÓCIO NA CULTURA CAIPIRA
Música de raiz, queima do alho, rodeio e catira agregam a cultura no agronegócio REVISTA 100% CAIPIRA |
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Orgânicos:
O crescimento da Agricultura Orgânica e a busca por uma alimentação saudável
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Capacitação:
Braskem apresenta solução para a pecuária brasileira
Transgênicos: Como a política de transgênicos de Requião enriqueceu o Paraguai Energias renováveis: Eletricidade gerada a partir da palha de canade-açúcar pode suprir 27% do consumo
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Artigo: A influência do agronegócio na cultura caipira
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Avicultura:
Setor avícola afasta ameaça de crise e fecha 1º semestre muito bem
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Pesquisa: Pesquisadores adaptam fossa séptica biodigestora para áreas inundáveis
Cultura caipira:
Du Catira e família comemoram a festa dos Santos Reis
Fruticultura:
Safra da laranja tem alta na produtividade em grande parte do país Receitas Caipiras: Rocambole de espinafre com recheio de atum REVISTA 100% CAIPIRA |
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ORGÂNICOS
O crescimento da Agricultura Orgânica e a busca por uma alimentação saudável A agricultura orgânica está ganhando cada vez mais espaço nas mesas dos brasileiros Hoje no País já existem cerca de 11.500 propriedades dedicadas a este tipo de cultivo, em uma área total de aproximadamente 1,5 milhão de hectares, onde 70% pertence a agricultores familiares. Segundo o Ministério da Agricultura, o crescimento anual da agricultura orgânica já é de 30% e o faturamento supera de R$2,5 bilhões por ano. O Brasil supri cerca de 4% do consumo mundial de orgânicos. A razão deste cenário de crescimento do setor é devido ao aumento da demanda dos consumidores por produtos mais saudáveis e pela conservação do meio ambiente. Segundo uma pesquisa realizada pela Agronomic Consulting em 2016, o perfil do consumidor ainda é de classes mais altas, mulheres e com maior escolaridade, porém está começando a mudar. Devido ao aumento do consumo, os preços dos produtos ficam cada vez mais acessíveis para famílias com rendas mais baixas, além da conscientização alimentar e da sustentabilidade que estão abrangendo maiores parcelas da população. A agricultura orgânica tem como
objetivo disponibilizar ao mercado alimentos mais saudáveis, produzidos sem a utilização de químicos, adotando práticas de agricultura sustentável e ecologicamente corretas. Para obter êxito na produção orgânica, busca-se o equilíbrio entre as plantas, o solo e o ambiente de produção. Um importante fator para regularização deste mercado é a certificação de produto orgânico. O IBD é o maior certificador da América Latina e o único brasileiro com credenciamento internacional. Tem como filosofia o compromisso com a Terra e com o homem, assegurando o respeito ao meio ambiente, boas condições de trabalho e produtos altamente confiáveis. Devido às práticas de produção e o compromisso com a sustentabilidade, os fertilizantes Yoorin e Ekosil, da Yoorin Fertilizantes, possuem a certificação do IDB e são liberados para utilização em agricultura orgânica, contribuindo para a produção de um alimento mais saudável. Robson Murate é Engenheiro Agrônomo da Yoorin Fertilizantes
Brasil, outubro de 2017 Ano 5 - Nº 52 Distribuição Gratuita
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Fonte: Loures Consultoria
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CAFÉ
IBGE eleva previsão de safra de café do Brasil para 47,8 mi sacas
Fonte: Reuters
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimou nesta terça-feira a produção do café do país deste ano em 47,8 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 1,1 por cento em relação ao mês anterior Apesar de redução de 0,2 por cento na área a ser colhida, o rendimento médio cresceu 1,4 por cento, “pois à medida que avança a colheita, os produtores se deparam com um produto de maior qualidade, grãos maiores e mais pesados”, disse o IBGE em relatório. A colheita no país, maior produtor e exportador global de café, está praticamente finalizada. Os números do IBGE, atualizados mensalmente, divergem dos dados de outro órgão oficial, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), atualizados pela última vez em maio. Naquela oportunidade, a Conab havia estimado a safra total em 45,6 milhões de sacas. A próxima atualização de estimativa da Conab está prevista para 21 de setembro.
A avaliação do IBGE também diverge de alguns representantes do setor produtivo, que apontaram uma safra com grãos menores do que o esperado, em meio a chuvas aquém do ideal. A estimativa da produção do café arábica apresentou um aumento de 0,4 por cento em relação ao mês anterior, para 37,4 milhões de sacas de 60 kg. O rendimento médio da safra de arábica aumentou 0,7 por cento em relação ao mês anterior. Em Minas Gerais, maior produtor do café arábica, com uma participação de 69,7 por cento do total nacional, a estimativa da produção aumentou 1,4 por cento, refletindo crescimento de 1,9 por cento no rendimento médio. A produção mineira deve alcançar 26,1 milhões de sacas de 60kg. No Es-
pírito Santo, a estimativa da produção de arábica foi de 3 milhões de sacas de 60 kg, redução de 6,2 por cento em relação ao mês anterior. O IBGE estimou a safra de café robusta (conilon) do Brasil em 10,4 milhões de sacas, ante 9,98 milhões de sacas na projeção divulgada em outubro. O Espírito Santo, maior produtor e responsável por 57,7 por cento da produção de robusta do país, deve colher uma safra de 6 milhões de sacas de 60kg, aumento de 3,6 por cento em relação ao mês anterior, reflexo, principalmente do crescimento de 3,4 por cento do rendimento médio. O IBGE lembrou que os preços elevados do conilon incentivaram os produtores a investirem mais nas lavouras em 2017. REVISTA 100% CAIPIRA |
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ARTIGO
A influência do na cultur
Música de raiz, queim catira agregam a cul (ImagemViolleiro do sertão - Léo Costa)
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o agronegรณcio ra caipira
ma do alho, rodeio e ltura no agronegรณcio
Por: Adriana Reis
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Desde os tempos mais remotos o agronegócio influencia na cultura caipira,que ficaram conhecidos a partir da década de 1910 onde surgiu a música sertaneja, cujo som predominante é a viola. Segundo o Sr. Nivaldo Otavani, fiel conhecedor e defensor da cultura caipira, no ano de 1929 a música sertaneja foi gravada pelo jornalista e escritor Cornélio Pires e ficou conhecida como música caipira, pois suas letras relatavam o modo de vida do homem do campo. Apesar de o rádio chegar ao Brasil em 1922, a música sertaneja não foi difundida com esta nova tecnologia, pois naquela época os equipamentos eram caros, por isso o rádio foi um meio de elite onde poucos tinham acesso no seu início, tocando-se apenas óperas e músicas emprestadas por colecionadores e passavam-se palestras culturais, vindo a popularizar-se apenas na dé-
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cada de 1940. Antes da popularização do rádio em cidades onde ainda não existia energia elétrica as famílias do interior reuniam-se debaixo do caramanchão e tocavam violão e viola, já nas cidades onde já existia energia elétrica, mas não o rádio, as famílias reuniam-se em calçadas, juntando toda a vizinhança sem restrição de idade e assim a cultura ia difundindo. No início da década de 1920 uma instituição liderada por Mario de Andrade promoveu uma semana para divulgação da arte brasileira, onde pela primeira vez foi montado um grupo intitulado de sertanejo, com instrumentos simples como a viola caipira, misturando alguns ritmos como o Catira, Moda de Viola, Lundu, Cururu, etc. (informação do site meusertãosertanejo.com.br) Pouco se fala na literatura do perí-
odo exato em que iniciou-se a cultura das apresentações sertanejas juntamente com os circos que viajavam de cidade em cidade para levar diversão e cultura para o povo. Nos relatos subentendem-se que no ano de 1924 essas apresentações iniciavam-se e traziam com elas shows com estilos como: a Catira, o Fandango e a Folia de Reis em várias cidades do Brasil. Na música vemos a influencia do agro em muitos versos e até na história da própria, como: O menino da porteira, composição de Luizinho e Teddy Vieira, gravada em 1955. A música narra a história de um boiadeiro que, quando passava por Ouro Fino, costumava se deparar com um menino que abria as porteiras da estrada para a passagem do gado em troca de algumas moedas; um dia, o menino é fatalmente atacado por um boi, fato que abala profundamente o
boiadeiro. O rei do gado, composição de Teddy Vieira, gravada em 1961. (Fato verídico que ocorreu em Ribeirão Preto no famoso Pinguim, que diga-se de passagem encontra-se no verso do cardápio do mesmo.) Num bar de Ribeirão Preto Eu vi com meus olhos esta passagem Quando champanha corria a rodo No alto meio da grã-finagem Nisto chegou um peão Trazendo na testa o pó da viagem Pro garçom ele pediu uma pinga Que era pra rebater a friagem Levantou um almofadinha e falou pro dono Eu tenho má fé Quando um caboclo que não se enxerga Num lugar deste vem pôr os pés Senhor que é o proprietário Deve barrar a entrada de qualquer E principalmente nesta ocasião Que está presente o rei do café Foi uma salva de palmas Gritaram viva pro fazendeiro Quem tem bilhões de pés de cafés Por este rico chão brasileiro? Sua safra é uma potência Em nosso mercado e no estrangeiro Portanto vejam que este ambiente Não é pra qualquer tipo rampeiro Com um modo bem cortês Responde o peão pra rapaziada Essa riqueza não me assusta Topo em aposto qualquer parada Cada pé desse café Eu amarro um boi da minha invernada E pra encerrar o assunto eu garanto Que ainda me sobra uma boiada Foi um silêncio profundo O peão deixou o povo mais pasmado Pagando a pinga com mil cruzeiros Disse ao garçom pra guardar o trocado Quem quiser meu endereço Que não se faça de arrogado É só chegar lá em Andradina E perguntar pelo rei do gado Dentre tantas outras músicas que citam também a vida do homem “caipira”, que vive no campo, ou que sai do
campo e vai viver na cidade, juntando assim o agronegócio e a cultura caipira. No âmbito do agronegócio onde os peões tocavam a boiada para engorda ou para venda, observamos a hoje conhecida como “queima do alho”, que é uma festa onde as comitivas fazem a deliciosa comida tropeira e apresentam ao público a “tralha” que eram levadas pelos peões em suas viagens. Num breve resumo, nas viagens enquanto os peões tocavam a tropa de gado um peão designado viajava a frente com todo o suporte para cozinhar, e em determinado momento parava e fazia o almoço (boião) e a janta para a comitiva; como era impossível qualquer tipo de condicionamento de comida e esta não poderia estragar, pois a viagem durava dias e até semanas, a carne era conservada em banha e sal grosso. Quando chegava ao local pendurava esta carne no varal para que ficasse seca e boa para cozer. Como o serviço era “pesado” a comida tinha que ser gorda para dar “sustância” ao peão, por isso o feijão era gordo e o arroz não era puro, daí o feijão gordo e o arroz carreteiro, acompanhado por uma farofa conhecida como paçoca de carne,e carne assada n o “folhão”. O nome popularizou-se de queima do alho pois o peão ao longe sentia o cheiro do alho frito e dizia o alho já está queimando. Só de pensar já dá água na boca hummm!!! Neste momento não podemos dei-
xar de citar a importância do berrante na tocada da boiada, onde cada toque tem um objetivo, inclusive de avisar os peões que a “bóia” esta pronta. Berrante, é uma corneta feita de chifres de boi ou de outros animais. O berrante faz parte da cultura brasileira. Usado para conduzir o rebanho no posto durante o pastoreio, esse instrumento representa o folclore e uma parte da memória sertaneja, usado para chamar o gado no campo ou no transporte por intermédio das comitivas. É um instrumento muito eficaz na orientação, alarme e comando, e consiste num chifre longo em que a ponta é cortada para se soprar e com um orifício no meio; depende deste furo o equilíbrio, o acerto e a afinação do som. O berrante torna-se tão importante na cultura caipira, fazendo parte de músicas caipiras e da queima do alho, onde é muito comum a prática de concursos de berrante, abrilhantando a festa. Esses mesmos peões que tocavam a boiada, longe de casa a dias, entediados acharam uma forma de diversão. Em 1947, na cidade de Barretos/SP,
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aconteceu o primeiro rodeio, porém a anos Barretos já era ponto de parada dos “corredores boiadeiros”, as antigas vias de transporte de gado entre os estados, e atraía muitos boiadeiros que se divertiam como podiam e inventavam maneiras de demonstrar suas habilidades e competir um com o outro. O interesse por rodeio já estava no sangue das pessoas que passavam pela cidade. Poucos anos depois, já em 1955, surgia o grupo “Os Independentes”, formado por rapazes solteiros e autossuficientes. Eles tinham um envolvimento na agropecuária da região e queriam promover festas com esse tema. Os peões que antes só tocavam a boiada agora competiam entre si, buscando prêmios cada vez mais altos e viajando em busca de outros rodeios. (informação do site rodeowest.com.br) Já não tinha mais jeito, o agronegócio estava envolvido com o rodeio, agregando mais uma vez na cultura caipira. Na mesma linha do rodeio temos defendendo a cultura um grande
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poeta e Comendador Jota Carvalho, a voz de Barretos, esta ilustre figura é responsável pelo poema “O relato do touro Bandido”, em parceria com Sérgio Figueiredo, escrita em 2009, musicada Billy Nelson em 2015, podendo ser ouvida no CD versos e reversos volume 7 de Jota Carvalho, tendo seus versos: Essa noite eu tive um sonho Que me deixou comovido Uma voz muito potente Falando ao meu ouvido Era um grande desabafo do famoso touro Bandido Me fazendo um relato do que ele tinha vivido Acordei e tive a impressão De que tinha acontecido Me pediu pra escrever a sua história Foi puxando pela memória Que nada ficou esquecido Me treinaram muito cedo Pra entrar pra companhia Me levaram pro rodeio
Pra mostrar o que eu sabia Mas quando pisei na arena Eu já entrei no clima E foi nesse dia que eu joguei o peão pra cima Mas quando ele caiu no chão Ficaram com pena do homem Mostrei o que eu tinha aprendido Me chamaram de Bandido E esse ficou meu nome Chegando o próximo rodeio Mais bonito dos tombos Tive que me jogar no chão Pra tirar o peão do lombo Essa cena foi gravada Ficou passando nas telas E eu ficando famoso Participei até de novela Mas logo fiquei doente E tudo já foi mudando Meu olho lacrimejava E uma dor que me judiava E a luz foi se apagando Me sinto realizado porque dei tudo de mim Meus filhos seguiram em frente
Porque eu já cheguei ao fim Agradeço aos independentes pelas homenagens E o lugar que me enterrou Continue procurando a cura Pra doença que me derrotou Peço desculpas aos peões Por ter lhes agredido Não é que eu fosse malvado É que eu estava do outro lado Assinado Touro Bandido Dentre tantas relações entre o agro e a cultura caipira, não poderia deixar de citar a catira, essa dança tão apreciada em festivais pelo Brasil. Brevemente relatando o histórico a catira é um ritmo musical que é marcado pela batida dos pés e mãos dos dançarinos, que tem sua origem os boiadeiros e lavradores e pode ser formada por seis a dez componentes e mais uma dupla de violeiros, que tocam e cantam a moda. Segundo historiadores, a dança foi incutida no caminho das bandeiras, pois era praticada pelos peões dos Bandeirantes, e assim foi sendo defendida
pelos peões por onde eles acampavam. O início é dado pelo violeiro que toca o “rasqueado”, toques rítmicos específicos, para os dançarinos fazerem a “escova”, bate-pé, bate-mão, pulos. Prossegue com os cantadores iniciando uma moda de viola, com temática variada em estilo narrativo, conforme padrão deste gênero musical autônomo. Os músicos interrompem a cantoria e repetem o rasqueado. Os dançarinos reproduzem o bate-pé, bate-mão e os pulos. Vão alternando a moda e as batidas de pé e mão. O tempo da cantoria é o descanso dos dançarinos, que aguardam a volta do rasqueado Acabada a moda, os catireiros fazem uma roda e giram batendo os pés alternados com as mãos: é a figuração da “serra abaixo”, terminando com os dançarinos nos seus lugares iniciais. O Catira encerra com Recortado: as fileiras, encabeçadas pelos músicos, trocam de lugar, fazem meia-volta e retornam ao ponto inicial. Neste momento todos cantam uma canção, o “levante”, que varia de grupo para gru-
po. No encerramento do Recortado os catireiros repetem as batidas de pés, mãos e pulos. É uma dança trazida pelos boiadeiros, eles iam tocando os gados, rancho afora quando descobriram que no assoalho daquele rancho fazia um barulho interessante, eles brincavam de bater palmas e os pés. (informação do site Wikipédia) Podemos observar que essa ligação do agronegócio com a cultura caipira é tão antiga quanto andar pra frente, diz o dito popular além do que, todos os fatos aqui citados têm em sua origem no estado de São Paulo. No contexto histórico o estado de São Paulo tem uma representação significativa, pois além de ser o maior âncora da agricultura nacional é o maior berço da cultura caipira no Brasil. Contudo não devemos deixar de citar que nosso slogan é a revista de agronegócio que resguarda a cultura caipira, assim defendemos que o agronegócio anda de mãos dadas com a cultura caipira. “Bora” ouvir uma música e tomar um refresco?
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AGRICULTURA FAMILIAR
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GESTÃO
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CAPACITAÇÃO
Com capacitação, produ força no A produção de frutas, hortaliças e temperos pelos sistemas hidropônico ou semi-hidropônico está ganhando força no Sudoeste do Paraná Fonte: Agência Estadual de Notícias - Paraná
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ução hidropônica ganha Sudoeste
O
Inst ituto Paranaens e de Assistênci a Té cnic a e E xtens ão Rura l (Emater) promove a c ap acit aç ão de s eus té cnicos p ara or ient ar os produtores que t rab a l ham com est a for ma de c u lt ivo, que diminui a cont aminaç ão b ac ter iológ ic a e mel hora a pro dut iv id ade. Em p arcer i a com a Universid ade Te cnológ ic a Fe dera l do Paraná (UTFPR), a Uni ão de Ensino do Sudo este do Paraná (Unis ep) e o S er v iço Naciona l de Aprendizagem Rura l (S enar-PR), 18 té cnicos d a Emater foram c ap acit ados, ent re 2016 e 2017, p ara d ar resp a ldo aos ag r ic u ltores que ut i lizam o sistema. E les prest am assistênci a té cnic a a cerc a de 50 famí li as d a reg i ão. O gerente reg iona l d a Emater de D ois Vizin hos, Va ldir Ko ch, explic a que assistênci a inclui des de a aquisiç ão de mater i ais p ara mont ar as est r uturas, as mel hores subst ânci as ut i lizad as no pl ant io até infor maçõ es s obre o merc ado consumidor. “Muitos pro dutores ader iram à at iv id ade s em o con he cimento de v ido, tendo um a lto c usto de impl ant aç ão s em a lc anç ar os resu lt ados esp erados. Iss o nos le vou a t reinar os té cnicos p ara mel hor or ient ar os ag r ic u ltores”, diz. C omo Funci ona No sistema hidrop ônico, as plantas ficam suspensas em can o s d e P VC e r e c e b e m u m a m i s tura de água com nutrientes, que oferece todas as condições
para que elas se desenvolvam. Solo ou substratos não são utilizados nest a for ma de pl ant io, o que permite a produção em p e quenos esp aços de c u lt ivo. Entre as espécies mais cultivadas estão alface e outras folhosas e temperos, como o cheiro-verde. Na s emi-hidrop onia, utilizada principalmente no cultivo de morangos e tomates, o plant io é em lo c a l proteg ido, como estufas e bancadas, e há utilização de substratos. As mudas vêm em sacos, chamados de slabs, que contam com o substrato p r o n t o . “A n u t r i ç ã o d a p l a n t a nesses sistemas é o essencial. Os agricultores precisam ter conhecimento para aplicar soluções nutritivas com todos os e l e m e n t o s q u e a p l a n t a p r e c i s a”, explica Ko ch. Além de trazer mais qualidade de vida, a produção hidropônica traz um ganho de produtividade aos agricultores, afirma K o c h . “ Pe l o s i s t e m a c o n v e n c i o nal, um pé de alface leva 35 dias p ara s er col hido ap ós o pl ant io. A hidroponia diminui em dez di as ess e p er ío do. Em um ano, os produtores podem ter até duas safras a mais utilizando o sistema hidrop ônico, gerando m a i s l u c r o”, a f i r m a . O cultivo protegido e controlado também evita a perda de safra por eventos climáticos, como secas e geadas, diminui a incidência de pragas e a aplicação de agrotóxicos. Outra vantagem, destaca o gerente da E m a t e r, é a p e r s p e c t i v a d e m a n ter os jovens trabalhando no
c a m p o . “O s i s t e m a é a t r a t i v o para os jovens, pois o manejo é menos pesado que na agricultur a c o n v e n c i o n a l ”. Plantação Formado em agronomia, o produtor rural Anderson Sant i n , d e D o i s Vi z i n h o s , i n i c i o u o plantio semi-hidropônico de morango há três anos, de tomate há dois e agora inicia os testes para a plantação de uva pelo sistema. Para ele, o aumento na quantidade de plantas cultivadas por metro quadrado é a principal vantagem. “A i m p l a n t a ç ã o d e u m s i s t e ma hidropônico é mais cara que a plantação convencional, mas a quantidade maior de plantas que cabem em uma estufa e o fato de uma mesma muda dur a r a t é t r ê s a n o s c o m p e n s a m”, e x p l i c a S a n t i n . “A e r g o n o m i a é outro fator imp or tante. Há mais qualidade e conforto no trabalho porque as bancadas ficam elevadas. Isso também evita algumas doenças do solo que a t a c a m a s p l a n t a s”. No ano p ass ado, a propr iedade de Santin foi escolhida p e l a E m a t e r, U T F P R e Un i s e p para um dia de campo que reuniu produtores de 25 municípios interessados em iniciar o pl ant io hidrop ônico. O pro dutor também foi orientado pela Emater quando adquiriu o terreno p ara inici ar a pl ant aç ão. “A c a p a c i t a ç ã o d o s t é c n i c o s e dos produtores é essencial para que essa cultura ganhe força no P a r a n á”, a f i r m a . REVISTA 100% CAIPIRA |17
AGRICULTURA
Após orientação técnica, agricultor de MS produz 700 kg de batatadoce por semana
Fonte: Assessoria de Comunicação - SENAR Mato Grosso do Sul
Visita técnica do SENAR/MS leva equipe do Hortifruti Legal para conhecer tecnologias em Presidente Prudente No município de Terenos (MS), o produtor rural Leandro Alves Rodrigues começou o cultivo de batata-doce em janeiro deste ano e já possui quase dois hectares da cultura. Participante do programa Hortifruti Legal, do SENAR/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, ele conta que seguiu as recomendações do técnico de campo e escalona o plantio para que possa realizar colheitas semanais. “Minha média de produção está entre 500 e 700 quilos semanais e consegui este resultado com manejo adequado e mudas de qualidade”, argumenta o agricultor que intercala a produção com culturas de jiló e berinjela. A iniciativa é uma das vertentes de atuação da metodologia de ATeG – Assistência Técnica e Gerencial do SENAR/MS que atende 400 propriedades, em 21 municípios do Estado. Com objetivo de promover a capacitação continuada da equipe e atualizar conhecimentos tecnológicos na produção de hortifrutigranjeiros, 15 técnicos participaram nos dias 30 e 31 de agosto, de uma visita 18| REVISTA 100% CAIPIRA
técnica realizada no município de Presidente Prudente (SP), a fim de conhecer novas tecnologias produtivas desenvolvidas com sucesso na APTA – Agência Paulista de Tecnologias do Agronegócio, na unidade Alto Sorocabana. De acordo com a coordenadora da Unidade Técnica do Sistema Famasul Federação da Agricultura e Pecuária de MS, Mariana Urt, a viagem faz parte do planejamento de trabalho e possibilita a troca de experiências com outros estados, a exemplo do que aconteceu recentemente com a equipe do Mais Leite, no estado do Paraná. “O trabalho de assistência técnica no Estado completa três anos de atividade e conseguimos resultados muito expressivos e que já são referência para outras localidades. Nosso objetivo é aprimorar o atendimento e contribuir para o desenvolvimento local dos produtores rurais sul-mato-grossenses”, observa. Tecnologias em destaque – O supervisor regional do Hortifruti Legal, Dorly Scariot Pavei, destaca que entre as inovações verificadas na visita, a metodo-
logia de cultivo da batata-doce foi uma das que mais chamou atenção do grupo. “Entre os produtores assistidos pelo programa já observamos resultados positivos como o caso do Leandro em Terenos. No entanto, a tecnologia utilizada aqui na APTA demonstra que é possível alcançar níveis produtivos ainda melhores. Isso porque, os tratos culturais aplicados são mecanizados desde o preparo do solo até o momento da colheita, sem contar a diversidade de cultivares com alta performance genética”, aponta. De acordo com levantamento divulgado pela Ceasa/MS – Central de Abastecimento, 80% dos produtos hortifrutigranjeiros consumidos em Mato Grosso do Sul são provenientes de estados como São Paulo, Minas Gerais e Goiás. “Temos demanda de consumo, clima e solo adequados para lavouras, em razão de ser uma tuberosa rústica que tolera alterações climáticas como seca e frio. Com as tecnologias absorvidas na visita teremos oportunidade de oferecer mais alternativas aos produtores do Hortifrúti Legal”, conclui.
PRAGAS E DOENÇAS
Sementes piratas disseminam doenças, daninhas e pragas
Pirataria é crime previsto na Lei de Proteção de Cultivares
“Sementes piratas ou ilegais não apresentam padrões de qualidade e fitossanidade, são potenciais disseminadoras de doenças, ervas-daninhas e pragas. A sua utilização em grande escala pode acelerar a degeneração das variedades, reduzindo sensivelmente seu potencial pleno que, rapidamente, se refletirá na produtividade e qualidade das gerações subsequentes”. A afirmação é do diretor da Fundação Pró-Sementes, Alexandre Levien. O dirigente acrescenta que “a produção de sementes de forma ilegal, ou seja, não registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) gera multas. Além disso, a pirataria é crime previsto na Lei de Proteção de Cultivares (Lei 9.456/97). A utilização de sementes piratas poderá levar a redução drástica dos investimentos privados em pesquisa para as regiões de baixa taxa de uso de sementes certificadas”. Em parceria com a Apassul (Associação dos Produtores e Comerciantes de Sementes e Mudas do RS) está sendo
lançada uma campanha nesta sexta-feira (15.09) destacando que a pirataria de sementes é crime. “Com esta campanha, queremos, principalmente, fomentar o uso de sementes certificadas e lembrar que sementes piratas podem trazer grandes prejuízos aos agricultores”, destaca o diretor administrativo da Apassul, Eduardo Loureiro da Silva. “Contamos com o apoio de várias entidades ligadas ao setor, que também buscam alertar os produtores que o uso de sementes ilegais é uma prática considerada crime pelo código penal, onde o infrator está sujeito a penalidades que vão de dois a cinco anos de detenção, mais multa”, completa. Cinco motivos para o agricultor utilizar semente certificada para semear sua lavoura: 1º Origem – Semente certificada tem controle de gerações, ou seja, é possível saber quantas vezes a cultivar foi multiplicada após ter sido liberada pelo melhorista que a desenvolveu. Isso é a garantia da origem da cultivar. O agricultor planta a cultivar que real-
mente planejou para a sua lavoura. Segundo Levien, é importante controlar/ limitar gerações, pois está provado que, na maioria dos casos, a semente de espécies autógamas entra em processo de degeneração após a quinta geração. Isso quer dizer que, após este período a cultivar não expressa todas as suas potencialidades, pois ocorreram cruzamentos naturais e também misturas com outras cultivares, acarretando, principalmente, perdas de rendimento. 2º Qualidade - Semente certificada tem padrão de qualidade garantido. Esse padrão é determinado em amostras coletadas e analisadas em Laboratório de Análises de Sementes credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, o que é garantia da qualidade física e fisiológica da semente. Ao adquirir a cultivar, o produtor tem a garantia de que ela vai germinar e que não vai infestar a lavoura. Isto poderá proporcionar maior rendimento e, consequentemente, maior lucratividade para a sua lavoura. 3º Garantia - Semente certificada tem a garantia do Produtor de Sementes que a produziu, através do certificado e da nota fiscal que a acompanha. Essa garantia do produto significa que, se o agricultor tiver algum problema com a semente, saberá a quem se dirigir para reclamar os seus direitos. 4º Segurança - Semente certificada é semente legal: isso é segurança. Ao usar uma semente de cultivar registrada no MAPA, o produtor está amparado pela Lei de sementes. Com essa semente, é possível ter acesso ao crédito e a cobertura do Proagro. 5º Inovação - Semente certificada é o veículo de introdução dos mais recentes avanços do melhoramento genético de plantas, o que significa inovação tecnológica. O produtor estará usando uma semente de cultivar que foi avaliada e demostrou suas qualidades para as condições testadas. Fonte: Agrolink REVISTA 100% CAIPIRA | 19
LOGÍSTICA E TRANSPORTE
País deixa de produzir 5 milhões de toneladas de grãos ao ano por problema de logística
Fonte: Só Notícias/Agronotícias
Para tanto, ele desenvolveu o Projeto Cedagro, que prevê, além da estrutura de armazenagem, a parceria com os bancos para criarem um mecanismo de mercado para a liberação de recursos ao produtor Com a safra recorde de grãos de 2017, prevista em 242,1 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as perdas causadas pela deficiência de logística e de infraestrutura devem aumentar ainda mais. Afinal, serão 11,8 milhões de toneladas a mais em relação ao ano passado. “O Brasil perde oportunidade de produzir 5 milhões de toneladas de grãos por ano, por causa dos problemas de infraestrutura e de logística”, afirma Luiz Antônio Fayet, consultor de Infraestrutura e Logística da CNA. “Eu chamo isso de abortamento da produção, ou seja, se eu produzir, eu vou perder”, explica.“Para resolver o problema, além da integração dos modais, eu sugiro o carregamento de estoques”, recomenda Fayet, lembrando que, dentro de 5 anos, o Brasil será o maior exportador de grãos e terá que se preparar para isso. Para tanto, ele desenvolveu o Projeto Cedagro, que prevê, além da estrutura de armazenagem, a parceria com os bancos para criarem um mecanismo de mercado para a liberação de recursos ao 20| REVISTA 100% CAIPIRA
produtor. “Assim, o produtor poderá investir em estruturas de armazenagem e o bancos terão o estoque como garantia”. Para resolver os problemas de infraestrutura e de logística, há dois anos, um grupo de especialistas do Instituto de Engenharia (IE) também está desenhando um plano para viabilizar o crescimento da produção de grãos. Nesse sentido, o órgão realizou um estudo sobre a ocupação sustentável do território nacional pela ferrovia associada ao agronegócio, por meio de um sistema intermodal. Segundo os especialistas, a concentração do aumento de produção grãos deve ocorrer acima do paralelo 16, linha imaginária que passa pelo Mato Grosso, Goiás, Brasília, Minas Gerais e sul da Bahia. “O crescimento do agronegócio esbarra no problema de infraestrutura logística”, endossa o secretário-geral da Associação Latino-Americana de Ferrovias, Jean Pejo. Em sua opinião, a melhor solução para o escoamento da safra inclui investimentos em uma malha ferroviária am-
pla, integrando os modais rodoviário e hidroviário. De acordo com o Instituto de Engenharia, a ferrovia ajuda na redução nos custos do transporte e diminui o impacto ambiental, resultando em menor emissão de carbono, com o uso de rede eletrificada. Para tanto, o Brasil precisa de uma rede ferroviária integrada de 50 mil km. Porém, a malha ferroviária atual precisa ser reformulada. De um total de 32 mil km instalados, cerca de 70% estão inoperantes. “A rede integrada, para ligar todo o País, terá de ser feita por etapas”, afirma Jorge Hori, consultor do IE e relator do projeto. Segundo o estudo do órgão, as prioridades, na Ferrovia Norte-Sul, entre Açailândia (MA) e Estrela D’Oeste (SP), integrando-a os ramais de alimentação a partir dos polos de produção e exportação, são: de Eliseu Martins (PI) a Porto Franco (MA); de São Desidério/Barreiras (BA) a Figueirópolis (TO); Lucas do Rio Verde a Campinorte (GO) e Ferrogrão, ligação de Sinop com Miritituba (PA).
DESENVOLVIMENTO
Brasilit desenvolve telha térmica voltada para o Agronegócio
Setor de criação de animais é o maior beneficiado, pois conforto térmico é determinante para melhorar produtividade da criação Inovação é a palavra-chave por trás do novo lançamento da Brasilit. A TopComfort Agro é a primeira telha de fibrocimento do segmento com propriedades térmicas. Produzida com pigmentação especial, a novidade se destaca por refletir com mais eficiência os raios solares. Como o telhado é um dos principais componentes responsáveis pelo conforto térmico de um projeto, a novidade acaba por colaborar diretamente para a redução em até 4°C da temperatura interior dos locais onde está instalada, como áreas de criação. “Esse resultado impacta diretamente no comportamento dos animais. Ambientes muito quentes aumentam o consumo de líquidos, diminuem a conversão alimentar e podem causar a mortalidade das criações”, diz Fabiana Dias, Coordenadora Técnica Comercial da Brasilit. TopComfort Agro também se traduz em praticidade, conforto acústico e durabilidade para o usuário. O produto, além de vir de fábrica na cor branca, pronto para ser instalado, possui cobertura livre de tintas ou resinas, reduzindo significativamente o desgaste aparente ao longo
do tempo. “Isso sem contar a resistência à amônia, enxofre e outros gases produzidos na criação que costumam danificar outros tipos de telha”, acrescenta Fabiana. Utilizando o produto há aproximadamente três meses em sua criação localizada em Castelo (ES), o produtor rural José Pupim já se diz satisfeito com a solução. “A telha é bem melhor que a outra, não esquenta, não resseca e não quebra. O calor não passa e o ambiente fica bem mais fresco. As outras telhas têm que ser pintadas e nem sempre a pintura aguentava as altas temperaturas e essa já vem na cor branca”, explica. TopComfort Agro está disponível nas espessuras 5 mm, 6 mm e 8 mm, largura de 1,10 m e em todos os comprimentos disponíveis. A Brasilit também comercializa as peças complementares para a montagem do telhado.
ções para coberturas e construção industrializada, a Brasilit completa 80 anos de atuação no mercado brasileiro. Integrante do Grupo francês Saint-Gobain, a empresa investe continuamente em inovação e no desenvolvimento de novas soluções para atender com eficiência e propriedade a crescente demanda do setor. É pioneira no mercado, devido ao desenvolvimento de uma tecnologia exclusiva e inédita no mundo, o CRFS (Cimento Reforçado com Fio Sintético), que utiliza o fio sintético à base de polipropileno na fabricação dos produtos em fibrocimento, assegurando o respeito ao meio ambiente e às pessoas. Com forte presença nacional, a Brasilit tem seis unidades fabris, quatro centros de distribuição e cinco centros de treinamento, localizados junto às suas fábricas.
Sobre a Brasilit
Fonte: EVCOM
Referência nacional no setor de construção civil e com reconhecida qualidade no segmento de solu-
William Miranda – william.miranda@evcom.com.br Daniela Barbará – daniela@evcom.com.br (11) 3676-1637 / (11) 3586-8539
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TRANSGÊNICOS
Como
a
política
de
transgênicos de Requião enriqueceu o Paraguai Bloqueio paranaense aos transgênicos, em 2003, obrigou país vizinho a revolucionar a logística de exportação, descobrindo todas as vantagens do transporte fluvial
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Fonte: Gazeta do Povo
Um político brasileiro, que ironicamente é considerado persona non grata no Paraguai, está entre os que mais contribuíram para a onda de progresso econômico vivida pelo país vizinho nos últimos anos. Quando era governador do Paraná, em outubro de 2003 Roberto Requião assinou um decreto proibindo a exportação de produtos transgênicos pelo Porto de Paranaguá. Da noite para o dia, centenas de caminhões paraguaios repletos de soja ficaram à deriva, sem ter onde despejar as cargas. “Foi um sufoco, tudo era transportado por caminhão até Paranaguá. Para enfrentar um problema urgente, compramos dos americanos embarcações usadas no Rio Mississipi e corremos para o Rio Paraguai. Ficamos com muita raiva do Requião, mas, ao final, aquilo foi a redenção. Se não tivesse acontecido o bloqueio, talvez o Paraguai ainda levasse muito tempo para descobrir sua vocação fluvial”, avalia Juan Carlos Muñoz Menna, presidente do Centro de Armadores Fluviais e Marítimos do Paraguai. Atitude menos amigável ao relembrar o caso tem o empresário Breno Bianchi, brasileiro radicado no Paraguai há 40 anos. “Ele ferrou com meio mundo por aqui, quebrou metade do Paraguai, principalmente pequenas empresas e cooperativas”, diz Bianchi. O produtor, dono de uma sementeira de soja e trigo no município de Hernandarias, próximo à fronteira com o Brasil, diz que a decisão do governo do Paraná praticamente o levou à falência. “Eu quebrei. Dos oito silos que tinha, precisei vender sete para pagar dívidas com fornecedores e produtores rurais. Foram-se os anéis, ficaram os dedos. Mas houve dezenas de empresas que quebraram e não conseguiram mais voltar ao mercado”, resume Bianchi. Os prejuízos com frete, soja parada e multas contratuais criaram um ambiente de liquidação de empresas agropecuárias no Paraguai. Foi a senha para expansão de negócios de multinacionais como a ADM e a Cargill, que aproveitaram para investir pesado no transporte fluvial e trouxeram as primeiras barcaças do Rio Mississipi. “O Requião não é herói, ele é persona non grata no Paraguai. Apesar de tudo, foi um mal necessário e hoje, graças àquele episódio, a logística do Paraguai está muito bem estruturada, tudo funciona”, avalia Bianchi. A mudança de modal de transporte foi súbita, difícil e dolorosa, mas trouxe dividendos inquestionáveis a longo pra-
zo, para os paraguaios. De 1988 a 2010, o transporte fluvial de mercadorias saltou de 700 mil toneladas por ano para 17,4 milhões de toneladas. Atualmente, 96% do que o Paraguai produz é exportado por hidrovia. O país tem cerca de 3.000 barcaças, a terceira maior frota mundial, produzidas em 13 estaleiros locais ou importadas da China e da Turquia. Foram construídos 35 terminais de grãos, 24 sobre o Rio Paraguai e 11 sobre o Rio Paraná. “Para 2020, deveremos ter 220 rebocadores e 3600 barcaças operando em nossas hidrovias”, prevê Sonia Tomassone, assessora técnica da Câmara Paraguaia de Exportadores de Cereais e Oleaginosas. Prejuízo ao Paraná Na época do bloqueio de Requião, cerca de 400 caminhões chegavam a cruzar diariamente a fronteira pela Ponte da Amizade rumo ao Porto de Paranaguá, no pico da safra. Para reduzir custos, eles voltavam ao Paraguai transportando calcário, cimento, fertilizantes, materiais de construção, máquinas e equipamentos. Essa logística foi quebrada. “As barcaças que vão hoje para a Argentina e o Uruguai voltam com um montão de produtos que no passado vinham do Paraná. O estado perdeu muito também”, aponta Breno Bianchi. Coagidos a não plantar transgênicos, produtores rurais paranaenses tiveram prejuízo milionário pelo acesso tardio à tecnologia e, no caso dos que desafiaram o decreto, pelos custos adicionais de transporte até outros portos. “Esse é um prejuízo que existiu e tem de ser colocado na conta do Requião e do irmão dele, Eduardo (então superintendente do Porto de Paranaguá)”, diz Orlando Pessuti, que na época era vice-governador e secretário de Agricultura do Paraná, mas tornou-se desafeto político do senador. “Ali começaram meus atritos com o Requião. Eu, assim como o setor produtivo, defendia que o porto fizesse a rastreabilidade e a segregação dos transgênicos. Os prejuízos aconteceram por causa desse comportamento radical e policialesco do Requião, que queria prender os caminhoneiros que transportassem transgênicos. A gente é que não obedecia muito as ordens dele, se não muitos acabariam presos”, afirma Pessuti. Atualmente na função de diretor do Banco Regional de Desenvolvimento do
Extremo Sul (BRDE), Pessuti diz que a intransigência do ex-aliado fortaleceu não somente o Paraguai, mas contribuiu para desenvolver os portos de Santa Catarina, que acolheram as cargas rejeitadas por Paranaguá. Enquanto Requião declarava guerra aos transgênicos (guerra perdida, já que hoje mais de 90% da soja paranaense é transgênica), os paraguaios investiram e inverteram a lógica da exportação. Em 2016, cerca de um milhão de toneladas de soja brasileira foram exportadas pela hidrovia Paraná-Paraguai. “Ano que vem esperamos um volume bem maior, podendo chegar até 5 milhões de toneladas com a captação de grãos na região produtora entre Dourados e Campo Grande”, diz Juan Carlos Muñoz Menna. Debandada Dados do Porto de Paranaguá indicam que o armazém arrendado ao Paraguai exportava, antes do bloqueio, 1,5 milhão de toneladas de grãos por ano. Os paraguaios desistiram do contrato e abandonaram o porto em 2004. A exportação paraguaia de commodities agrícolas por Paranaguá despencou, em 2017, para míseras 4 mil toneladas (até setembro). Em outubro do ano passado, a Justiça Federal condenou Eduardo Requião, ex-superintendente do porto, por improbidade administrativa por ter impedido o embarque de transgênicos até 2007, descumprindo decisão do STF e a Lei de Biossegurança (Lei 11.105). O irmão do ex-governador perdeu os direitos políticos por três anos, tendo de pagar, ainda, multa de quinze vezes o salário recebido como dirigente portuário. Obrigado a reinventar sua logística, o Paraguai descobriu nos rios uma fonte de riquezas que extrapola as fronteiras. Um estudo da UFPR, de 2016, contratado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), estima que a hidrovia Paraguai-Paraná tem potencial de transportar até 52 milhões de toneladas de produtos brasileiros, principalmente grãos da região Centro-Oeste e minério de ferro. “Como empresário de transportes fluviais, só tenho a agradecer àquela decisão do governador Requião”, conclui Juan Carlos Menna. “O ex-governador Requião merece não apenas uma estátua, mas um automóvel Mercedes-Benz de presente pelo que fez pelo Paraguai”, emenda Sonia Tomassone. REVISTA 100% CAIPIRA | 23
ENERGIAS RENOVÁVEIS
Eletricidade gerada a partir da palha de cana-de-açúcar pode suprir 27% do consumo residencial no Brasil
Fonte: CMPEM
Cálculos realizados pelo Projeto Sucre (Sugarcane Renewable Electricity) indicam que a geração de bioeletricidade a partir da palha de cana-de-açúcar tem o potencial de produção de 35,5 TWh por ano Esta quantidade poderia suprir 27% do consumo de eletricidade residencial no Brasil em 2016 ou abastecer quase todas as 28 milhões de residências do Estado de São Paulo, que consumiram um total de 38 TWh no mesmo ano, de acordo com dados do Balanço Energético Nacional (BEN) elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Atualmente, a eletricidade produzida a partir da biomassa é responsável por 8% da eletricidade total gerada no Brasil, que foi de 620 TWh em 2016, segundo a EPE. Portanto o uso da palha como matéria prima poderia levar a um incremento de cerca 24 | REVISTA 100% CAIPIRA
de 6% desse valor. O potencial se baseia nas premissas de produção de 140 kg de palha (base seca) por tonelada de cana-de-açúcar e de recolhimento de metade de toda a palha gerada na colheita da safra passada, em que foram processadas 612 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na região do Centro-Sul do Brasil, 93% do processamento total do País, conforme informa a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O Projeto Sucre tem como principal objetivo aumentar significativamente a produção de eletricidade com baixa emissão de gases de efeito estufa na indústria de cana-de-
-açúcar, por meio do uso da palha produzida durante a colheita. Essa é uma iniciativa do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), que integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materias (CNPEM). Em termos ambientais, a bioeletricidade gerada pela palha seria capaz de reduzir em cerca de 2% as emissões totais de gases de efeito estufa do Brasil ao ano. Essa estimativa leva em consideração a substituição da eletricidade produzida pelas usinas termelétricas, que são comumente acionadas quando há déficit na produção das hidroelétricas no País. O crédito am-
biental estimado de 38 milhões de toneladas de CO%2eq por ano, ou seja, a emissão de gases de efeito estufa evitada, equivale à absorção de CO%2eq por 233 milhões de árvores plantadas no território brasileiro, ou 140 mil hectares de Mata Atlântica. Gerar energia elétrica a partir da palha da cana pode ser uma das alternativas para se alcançar a meta de redução das emissões em 37% até 2025, prevista no RenovaBio, programa do governo federal que visa contribuir para o cumprimento dos Compromissos Nacionalmente Determinados (NDC) pelo Brasil no âmbito do Acordo de Paris, em 2015, a partir da promoção dos biocombustíveis na matriz energética brasileira. Esses valores revelam o potencial de contribuição da palha de cana-de-açúcar para o sistema elétrico e para a diversificação da matriz energética brasileira, que é fortemente dependente de fonte hidrológica, cuja contribuição chega a 70% da oferta total de eletricidade. Por ser submetida às condições de chuva das regiões dos reservatórios das hidrelétricas, em períodos de seca essa fonte é substituída, principalmente, pelas termoelétricas a gás natural, muito mais poluentes. As usinas de cana-de-açúcar, empresas e agências dos setores público e privado e usuários em geral poderão estimar benefícios ambientais, como esses, assim como o custo do recolhimento da palha e as receitas obtidas com a geração de eletricidade, em uma calculadora virtual que está sendo desenvolvida pelo Projeto Sucre. Para que seja possível o cálculo, o usuário deverá inserir dados como o total de cana processada, a produtividade de palha recolhida e a distância de deslocamento da palha até a usina. A calculadora será desenvolvida a partir de resultados obtidos em análises de usinas reais que fazem parte do Projeto Sucre. A ferramenta servirá ainda para a divulgação das potencialidades do estudo realizado e para que interessados possam
entrar em contato com a equipe do Comunicações (MCTIC). O CTBE CTBE para solicitar informações desenvolve pesquisa e inovação de ou avaliações mais específicas. nível internacional na área de biomassa voltada à produção de enerSobre o Projeto Sucre gia, em especial do etanol de cana-de-açúcar. O Laboratório possui O Projeto Sucre (Sugarcane um ambiente singular no País para Renewable Electricity) tem como o escalonamento de tecnologias, objetivo principal aumentar a pro- visando a transferência de procesdução de eletricidade com baixa sos da bancada científica para o seemissão de gases de efeito estufa tor produtivo, no qual se destaca a (GEE) na indústria de cana-de-açú- Planta Piloto para Desenvolvimencar, por meio do uso da palha pro- to de Processos (PPDP). duzida durante a colheita. A iniciativa é promovida pelo Laboratório Sobre o CNPEM Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), que atuará O Centro Nacional de Pesquisa junto a usinas parceiras - que uti- em E n e r g i a e Mat e r i a i s ( C N P E M ) lizam palha na geração de eletrici- é u m a or g a n i z a ç ã o s o c i a l s up e rdade - para desenvolver soluções v i s i on a d a p e l o M i n i s t é r i o d a que elevem tal geração à plenitude C i ê n c i a , Te c n o l o g i a , In ov a ç õ e s da tecnologia disponível. O pro- e C omu n i c a ç õ e s ( M C T IC ) . L o jeto é financiado pelo Fundo Glo- c a l i z a d o e m C a mpi n a s - SP, c om bal para o Meio Ambiente e gerido pre e n d e qu at ro l a b or at ór i o s re pelo Programa das Nações Unidas f e rê n c i a s mu n d i a i s e a b e r t o s à para o Desenvolvimento (PNUD). c omu n i d a d e c i e nt í f i c a e e mpre Ao todo, serão cinco anos de pro- s a r i a l . O L a b or at ór i o Na c i on a l jeto e um investimento de cerca de d e Lu z S í n c rot ron ( L N L S ) op e r a US$ 67,5 milhões, sendo US$ 55,8 a ú n i c a f ont e d e lu z S í n c rot ron milhões a parcela estimada de in- d a A m é r i c a L at i n a e e s t á , n e s s e vestimentos pelas usinas (grande m om e nt o, c on s t r u i n d o S i r iu s , o parte já realizada com a instalação n ov o a c e l e r a d or d e e l é t ron s br a de estações de limpeza a seco, re- s i l e i ro d e qu a r t a g e r a ç ã o, d e d i forma ou compra de caldeiras, tur- c a d o à a n á l i s e d o s m a i s d i v e r s o s bogeradores, enfardadoras e outros t ip o s d e m at e r i a i s , or g â n i c o s e equipamentos). O objetivo princi- i n or g â n i c o s ; o L a b or at ór i o Na pal do projeto é vencer os desafios c i on a l d e B i o c i ê n c i a s ( L N B i o ) tecnológicos no campo e na in- d e s e nv o l v e p e s qu i s a s e m á re a s dústria de forma a possibilitar um d e f ront e i r a d a bi o c i ê n c i a , c om maior aproveitamento da palha da f o c o e m bi ot e c n o l o g i a e f á r m a cana-de-açúcar na co-geração de c o s ; o L a b or at ór i o Na c i on a l d e eletricidade. Para tanto, a equipe C i ê n c i a e Te c n o l o g i a d e B i o e trabalha na identificação e na so- t a n o l ( C T B E ) i nv e s t i g a n ov a s lução dos problemas que impedem t e c n o l o g i a s p a r a a pro du ç ã o d e as usinas parceiras de gerarem ele- e t a n o l c e lu l ó s i c o ; e o L a b or at ó tricidade de forma plena e sistemá- r i o Na c i on a l d e Na n ot e c n o l o g i a tica. ( L N Na n o ) re a l i z a p e s qu i s a s c om m at e r i a i s av a n ç a d o s , c om g r a n d e Sobre o CTBE p ot e n c i a l e c on ôm i c o p a r a o p a í s . O s qu at ro L a b or at ór i o s t ê m , O Laboratório Nacional de Ci- a i n d a , proj e t o s própr i o s d e p e s ência e Tecnologia do Bioetanol qu i s a e p a r t i c ip a m d a a g e n d a (CTBE) integra o Centro Nacional t r a n s v e r s a l d e i nv e s t i g a ç ã o c o de Pesquisa em Energia e Mate- ord e n a d a p e l o C N P E M , qu e a r t i riais (CNPEM), organização social c u l a i n s t a l a ç õ e s e c omp e t ê n c i a s supervisionada pelo Ministério da c i e nt í f i c a s e m t or n o d e t e m a s e s Ciência, Tecnologia, Inovações e t r at é g i c o s . REVISTA 100% CAIPIRA |25
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FRUTICULTURA
Uma única árvore em seu quintal pode prejudicar a citricultura local Pé de laranja ou limão que não recebe controle correto é capaz de atrair psilídeo e se tornar fonte de transmissão do greening; murta também atrai inseto
Fonte: Fundo de Defesa da Citricultura
Setor citrícola brasileiro está alerta em relação ao greening, praga com potencial para destruir pomares inteiros caso as medidas corretas de controle não sejam adotadas. A inviabilidade da citricultura afeta diversos profissionais (são 200 mil empregos diretos e indiretos) e setores da sociedade, dos citricultores aos trabalhadores rurais, passando por empresários e transportadores e chegando aos consumidores finais da laranja e do suco. #unidoscontraogreening: A campanha #unidoscontraogreening foi criada pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) para unir todos os elos da cadeia produtiva de citros e da sociedade no enfrentamento da doença: 28 | REVISTA 100% CAIPIRA
Citricultores: os produtores de laranja devem promover ações de manejo conjuntas, como pulverizações simultâneas, e conversar com vizinhos que possuam pomares abandonados, que podem se tornar fonte da bactéria do greening; Governos municipais: os governos locais podem criar leis que proíbam plantação de murtas, também chamadas de damas da noite, em áreas públicas. As murtas são plantas muito comuns na arborização da área urbana. No entanto, essas árvores atraem o inseto transmissor da bactéria do greening para alimentação e reprodução. Uma vez contaminados, eles podem levar a doença a pomares
na zona rural; População: pés de laranja ou limão mantidos em quintais, sítios e chácaras e que não recebem o controle químico recomendado também podem se tonar fonte da bactéria do greening. O inseto transmissor da praga é atraído para estas plantas, que, uma vez contaminadas, deixarão de ser produtivas e transmitirão a bactéria a outros insetos, que disseminarão a doença por pomares da região. A sugestão é que, nestes casos, os pés de laranja ou limão sejam substituídos por uma árvore de outra fruta. Além disso, as murtas, presentes em várias casas, também podem abrigar o inseto.
ETANOL
Etanol de Soja: 5 perguntas sobre o futuro combustível do seu carro Recentemente, a Caramuru - uma das gigantes nacionais no processamento de grãos - anunciou que vai investir pesado na fabricação de etanol de soja
Fonte: Gazeta do Povo
Sim, poucas semanas depois da primeira usina que trabalha exclusivamente com etanol de milho começar a operar, veio a notícia de que os investimentos da Caramuru para produzir em larga escala o combustível à base da oleaginosa chegarão a R$ 115 milhões. O recurso será aplicado para ampliar o complexo industrial da empresa em Sorriso (MT). O Agronegócio Gazeta do Povo preparou uma lista especial com as principais curiosidades sobre o novíssimo combustível, que promete chacoalhar o mercado. Como o etanol de soja pode ser usado? - O etanol de soja que será fabricado pela Caramuru está na classe dos etanóis hidratados, ou seja, os que são vendidos diretamente na bomba do posto de combustível. Além disso, o álcool poderá ser usado como matéria-prima na indústria, na fabricação de perfumes, materiais de limpeza, solventes e tintas. Serve para qual tipo de veículo? - Como é um etanol hidratado, o combustível feito a partir da soja serve para
todos os tipos de veículos que, hoje, já rodam com o etanol convencional, seja puro ou misturado com a gasolina em carros flex. É importante deixar claro que não se trata do etanol anidro, aquele que é fabricado com cana-de-açúcar e misturado à gasolina nas refinarias. Quanto vai custar? - De acordo com pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente, consultados pelo Agronegócio Gazeta do Povo, por se tratar de uma tecnologia recente, não existe um levantamento dos impactos que o etanol de soja irá trazer ao mercado. A Caramuru informou também que não possui uma estimativa se o seu combustível será mais barato ou mais caro que os concorrentes. Por enquanto, segundo a própria Caramuru, a cana-de-açúcar ainda é o produto mais viável em grande escala. Quando vai estar disponível? - A ampliação do complexo industrial da Caramuru deve ficar pronta em até dois anos, quando a unidade terá capacidade anual avaliada em 6,8 milhões de litros de etanol hidratado. Como a tecnologia foi desenvolvida por um
centro de pesquisas independente, outras empresas podem solicitar a licença para a fabricação, o que poderia alterar os prazos. Por enquanto, conforme o laboratório que desenvolveu as pesquisas, apenas a Caramuru obteve a licença. Para efeitos de comparação, o Brasil produziu na safra 2016/17, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 16.734,68 milhões de litros de etanol hidratado com cana-de-açúcar. Por que investir em etanol de soja se já existe o álcool cana-de-açúcar e mesmo de milho? - De acordo com a Caramuru, o investimento se justifica pela maior oportunidade de negócios para os agricultores da região (Mato Grosso é o maior produtor de soja do país, com 30 milhões de toneladas), que terão oportunidade de agregar valor ao produto. Como a empresa trabalha com a industrialização de óleo e outros derivados da soja, o etanol é um subproduto a mais que, agora, pode ser extraído da oleaginosa, sem custos adicionais, otimizando os processos que já existem. REVISTA 100% CAIPIRA |29
AVICULTURA
Setor avícola afasta ameaça de crise e fecha 1º semestre com 12 mil novos empregos
Fonte: Assessoria de Imprensa Expedição Avicultura 2017
Levantamento da Expedição Avicultura indica crescimento em abate, exportação e receita até o final do ano Nem mesmo a Operação Carne Fraca, deflagrada em março, ou a instabilidade nos preços dos insumos, foram capazes de mexer com os índices de geração de emprego e distribuição de renda no setor avícola brasileiro. O diagnóstico é da Expedição Avicultura – levantamento técnico-jornalístico da cadeia da carne de frango que percorreu mais de 15 mil quilômetros pelas principais regiões produtoras do país. Na terça-feira (26), a equipe do projeto apresenta um balanço das visitas de campo durante o encerramento da quarta edição. O evento ocorre em Palotina (PR), às 8h, no Complexo Agroindustrial da C.Vale, e vai reunir representantes de todos os elos da cadeia produtiva no Brasil. A avicultura é responsável pela manutenção de 3,6 milhões de empregos diretos e indiretos no Brasil. Somente no primeiro semestre de 2017, o setor gerou mais de 12 mil novos postos de trabalho e deve fechar dezembro com receita 10% maior que a registrada em 2016. O desempenho em produção e
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exportação também será positivo: os abates devem crescer até 4,6% até o final do ano e o volume de embarques em 1,55%. “Durante os roteiros de campo, foi possível perceber que as indústrias e os produtores trabalham com cautela, mas estão prontos para investir ainda mais no setor”, avalia o gerente do Núcleo de Agronegócio Gazeta do Povo e coordenador da Expedição Avicultura, Giovani Ferreira. Roteiros Entre agosto e setembro, a Expedição Avicultura 2017 visitou os principais estados produtores da proteína. Além do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, contemplados nas edições anteriores, a equipe de técnicos e jornalistas percorreu São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Juntos, os seis estados respondem por 84% dos abates e 75% dos embarques de carne de frango do país. “O setor avícola é um grande indutor de desenvolvimento no campo e na cidade. Por isso procuramos discutir
sua importância, fazer um diagnóstico e apontar tendências, para criar um palco de debates permanente”, ressalta Ferreira. Sobre a Expedição Avicultura 2017 Em sua quarta edição, a Expedição Avicultura 2017 faz um novo diagnóstico técnico-jornalístico da cadeia produtiva do frango no Brasil com visitas às principais regiões produtoras e exportadoras da proteína no país. Além dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, contemplados nas edições anteriores, São Paulo, Minas Gerais e Goiás, passam a fazer parte do roteiro. O projeto é uma iniciativa do Núcleo de Agronegócio Gazeta do Povo e conta com o apoio da Boehringer Ingelheim, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Banco do Brasil, C. Vale Cooperativa Agroindustrial, Integra Foods, Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) e Grupo Renault.
MILHO E SORGO
Cientistas desvendam detalhes de replicação de DNA de milho Núcleo de células de planta é diferente de animais Pela primeira vez, cientistas puderam caracterizar o processo de replicação de um genoma inteiro de uma planta. O caso do milho foi desvendado por pesquisadores da Universidade Estadual da Carolina do Norte em um paper assinado pelo biólogo de plantas, William Thompson. “A replicação de DNA tem sido muito bem caracterizada no caso de células animais, mas muito pouco se sabe sobre o programa de tempos na replicação nas células vegetais”, disse Thompson, que é Professor de Biologia Microbiana e de Plantas. A pesquisa tem importantes implicações para o aumento da produtividade e um milho mais saudável. Segundo a equipe de investigação, também ajuda a explicar como uma grande massa de DNA compatactado em um pequeno
núcleo de célula pode organizar crescimento e reprodução das plantas. Um único núcleo de uma célula geralmente tem dois cromossomos, sendo que cada um deles tem dois bilhões pares de base de DNA e mais de 30 mil genes. “Se o DNA de um conjunto de cromossomos pode ser ser revelado e colocado de ponta a ponta, teria um comprimento de dois pés. Para entrar no pequeno núcleo de uma célula - muitas vezes menor que uma ponta de cabelo humano - todo esse DNA é compactado em várias formas,” disse Thompson. Em função de que o DNA não pode ser replicado em seu estado compacto, os organismos evoluíram em programas sofisticados, chamados de programa de tempo de replicação, para desvendar e replicar pequenos pedaços de cromossomos diferentes vezes. Os pesquisado-
res concluíram que o programa de replicação de milho difere em importantes formas dos animais e de levedura. Planos para a pesquisa futura incluem um olhar mais detalhado “no maquinário molecular que define a replicação de milho e a integração de experimentos de laboratórios com modelagem de computador para entender a complexa rede de fatores funcionando no núcleo das células das plantas,” disse Thompson. Além dos profissionais da Universidade Estadual da Carolina do Norte, o trabalho de investigação contou com a participação e apoio do Centro de Computação Avançada da Universidade do Texas em Austin, do Laboratório Cold Spring Harbor de Nova Iorque, e ainda teve financiamento da Fundação NacioFonte: Agrolink nal da Ciência. REVISTA 100% CAIPIRA |31
PESQUISA
Pesquisadores adaptam fossa séptica biodigestora para áreas inundáveis
Fonte: Embrapa Instrumentação
O sistema evita contaminação dos mananciais e ainda gera adubo para pequenos produtores Na Ilha das Cinzas, cravada na fronteira entre o Pará e o Amapá, pesquisadores e comunidade conseguiram adaptar um modelo de fossa séptica biodigestora suspensa, com resultados tão promissores quanto os observados na versão tradicional, que é enterrada para que o solo atue como isolante térmico. A pequena ilha do arquipélago do Marajó foi o berço do primeiro experimento adaptado para atender a áreas inundáveis do estuário do Rio Amazonas, onde o 32 | REVISTA 100% CAIPIRA
nível da água varia diariamente em função das marés oceânicas. O sistema evita contaminação dos mananciais e ainda gera adubo para pequenos produtores. A iniciativa, que abre caminho para o emprego do sistema em outras regiões similares, atraiu a atenção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sis-
nama). O ICMBio estuda instalar unidades da fossa séptica biodigestora na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Itatupã-Baquiá, no Município de Gurupá (PA), do qual a Ilha das Cinzas faz parte. Instaladas no primeiro semestre de 2016 na ilha, as unidades da fossa séptica biodigestora, tecnologia desenvolvida pela Embrapa Instrumentação (SP), receberam o emprego de metodologias diferenciadas, com o uso do tradicional esterco bo-
vino para potencializar a biodigestão anaeróbia e também um produto biológico comercial. Duas unidades da fossa séptica biodigestora receberam o esterco bovino como inoculante, mas não foram enterradas conforme preconiza o modelo original, a fim de evitar variações de temperatura. As caixas de polietileno foram instaladas suspensas a um metro do chão, sobre um tablado de madeira. As tampas das caixas, que no processo tradicional recebem camadas de tinta preta para melhorar a absorção de calor, não precisaram dessa ajuda extra. Com temperatura média em torno dos 30 graus Celsius, as fossas instaladas na ilha não receberam a pintura e não foram enterradas. Em avaliação realizada no último mês de julho, o engenheiro civil e analista da Embrapa Instrumentação Carlos Renato Marmo observou que as adaptações para adequar a tecnologia à região alagada não interferiram no resultado. “Testes preliminares indicam que as três unidades instaladas estão funcionando adequadamente, o que comprova a viabilidade econômica e operacional da tecnologia para áreas alagadas.” De acordo com Marmo, as áreas de várzea podem ser problemáticas para o funcionamento da fossa séptica biodigestora, porque dificilmente a tecnologia poderá ser semienterrada. “A elevação do nível da água no solo, decorrente da maré, pode causar interferências na temperatura do biodigestor, prejudicando a atuação biológica. Tratava-se, portanto, de um desafio a ser superado.” O analista ainda explica que, diante das condições de pH, temperatura, tempo de detenção e concentração de matéria orgânica, o processo biológico de fermentação trata o esgoto e produz um biofertilizante, também chamado de efluente, que é indicado para ser aplicado na agricultura como fertirrigação, por conter nutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio. “A aplicação de efluente de
esgoto tratado no solo complementa o tratamento do esgoto, evitando o lançamento em corpos d´água ou locais inadequados”, afirma. Análises preliminares do efluente das fossas demonstraram que as adaptações estão cumprindo o papel de manter a digestão dos materiais fecais presentes no esgoto doméstico e, pelo processo de biodigestão anaeróbia, descontaminá-lo e transformá-lo em adubo orgânico. Desenvolvimento sustentável A estudante do 9º semestre de engenharia ambiental da Universidade do Estado do Amapá (UEAP) Bruna Rocha de Oliveira explica que as análises realizadas no Laboratório de Saneamento Ambiental da Universidade Federal do Amapá (Unifap) mostram redução da carga orgânica e da concentração de sólidos no efluente. As avaliações foram conduzidas com base em três das cinco coletas de efluente e deverão ocorrer a cada três meses. “A tecnologia se mostra viável para a região pelo baixo custo e praticidade na construção, bem como pela eficiência que essa fossa tem mostrado nas demais regiões em que foi
instalada. Na adaptação feita para as áreas de várzea do estuário amazônico, o resultado já está sendo positivo, pois a população menciona a ausência de odores e alguns estão usando o efluente biofertilizante para irrigar pequenas plantações”, avalia Bruna. A estudante atua como estagiária da Embrapa Amapá (AP), no projeto “Desenvolvimento comunitário sustentável no estuário amazônico”, liderado pelo pesquisador da Embrapa Amapá Marcelino Carneiro Guedes. O projeto, que tem a parceria da Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas da Ilha das Cinzas (Ataic) e é apoiado com recursos de quase R$ 1 milhão da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), visa a fomentar soluções tecnológicas para melhorar as condições de saneamento, de energia e das atividades produtivas de famílias da comunidade agroextrativista Ilha das Cinzas. Além de readequar unidades da fossa séptica biodigestora, a Embrapa Instrumentação integra o estudo com o desenvolvimento de um método de tratamento da água do Rio Amazonas para abastecimento de comunidades ribeirinhas. Desenvolvido pelas equipes dos dois REVISTA 100% CAIPIRA |33
centros de pesquisa da Embrapa que atuam no projeto, o sistema de filtração lenta, com pré-decantação e processo de desinfecção com clorador de pastilhas para retirar o sedimento da água do Rio Amazonas e eliminar organismos patogênicos, está se apresentando como uma alternativa viável para a comunidade. Além das três fossas que iniciaram o funcionamento no ano passado, um terceiro piloto entrou em operação em julho, usando dessa vez como inoculante o lodo de várzea. De acordo com Marmo, que também é supervisor do Setor de Gestão da Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia, sistemas de baixo custo e com potencial para implementação em pequenos núcleos populacionais representam uma alternativa de tratamento de esgoto doméstico, como é o caso da Ilha das Cinzas, onde 50 famílias faziam uso de banheiro do tipo casinha, com o esgoto sendo despejado diretamente na várzea. Para o pesquisador Marcelino Carneiro Guedes, a parceria com a Embrapa Instrumentação está sendo fundamental para adequar o sistema de saneamento básico da ilha. “Já são nítidas algumas mudanças em relação ao próprio uso do efluente, que é outra grande vantagem da fossa. Além de toda a questão de saúde pública que está ajudando a resolver os problemas relacionados a doenças transmitidas por água contaminada, existe essa possibilidade de uso do efluente, que é um adubo excelente. Eles estão bastante empolgados, porque estão percebendo que pés de açaí que não produziam passaram a dar frutos ao receber o efluente”, revela. Usuária de um dos sistemas de saneamento básico instalado na ilha, Antonia Sabrina Barbosa Malheiros diz que a tecnologia é uma excelente alternativa para as comunidades amazônicas, principalmente as que se localizam no arquipélago do Marajó. “Contribuem para a diminuição de agentes contaminantes que cau34 | REVISTA 100% CAIPIRA
sam diversas doenças à população. Estamos felizes por estar ajudando a construir e adaptar novas tecnologias para a área de saneamento rural em áreas de várzea. E mais ainda, pela oportunidade e disposição dos pesquisadores em buscar a solução de problemas que tanto afligem nossa população”, afirma a moradora, que já se tornou monitora do projeto. Guedes conta que a tecnologia está se expandindo na região a ponto de algumas famílias já manifestarem interesse por instalar a fossa modelo Embrapa por conta própria, mesmo sem o apoio financeiro de órgãos de fomento. Foco na reserva Administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Itatupã-Baquiá deverá instalar pelo menos três unidades da fossa séptica biodigestora entre o final de setembro e o início de outubro. A instalação vai ocorrer durante a retomada dos cursos de capacitação de manejo de açaizal, realizado em parceria com a Embrapa Amapá. Após participar de uma oficina e da instalação da tecnologia na Ilha das Cinzas, em julho, o chefe da RDS, Pedro Alves Vieira, avaliou que o sistema de saneamento básico rural é o mais apropriado para a região de várzea, como é o caso das ilhas de Gurupá, onde está localizada a reserva. Com mais de 65 mil hectares, a RDS abriga 309 famílias, que despejam o esgoto doméstico direto no rio. Por isso, o chefe da RDS acredita que é fundamental a implantação de sistema de saneamento básico na comunidade. “Profissionais do serviço de saúde relatam que a principal causa de doenças na região é causada por vermes. Então, entendemos que a água não tratada é a vilã da transmissão; tratada, ela pode trazer melhoria de
qualidade de vida para todos da comunidade”, diz Vieira. Segundo ele, a comunidade considerou interessante o custo muito baixo da tecnologia, se comparado com qualquer outro que eles usam na região. “É um sistema que pode ser adaptado para as embarcações de transporte de passageiros”, sugeriu. A RDS é uma unidade de conservação brasileira de uso sustentável da natureza, criada por Decreto Presidencial em 14 de junho de 2005, no Munícipio de Gurupá, na região Marajoara, Estado do Pará. A região do Itatupã e Baquiá é formada por sete comunidades ribeirinhas. Princípio de funcionamento Fossas sépticas biodigestoras seguem os princípios dos biodigestores asiáticos e das câmaras de fermentação de ruminantes, como os bovinos. Assim como no estômago multicavitário do animal, a fossa séptica biodigestora também é composta de várias câmaras ou caixas de fibrocimento, em que o esgoto doméstico - fezes e urina - passa pelo tratamento anaeróbio. Os chamados pré-estômagos dos ruminantes têm a função de reter o alimento nesses segmentos para que ocorra fermentação por meio da ação dos microrganismos. No primeiro dos quatro estômagos dos ruminantes, os microrganismos digerem as fibras produzindo açúcares e ácidos orgânicos, que são assimilados pelo animal para obter energia. O rúmen funciona como uma usina de transformação. Assim, a partir dessas observações, o médico-veterinário Antonio Pereira de Novaes, falecido em 2011, criou a fossa séptica biodigestora ao concluir que o esterco bovino, rico em microrganismos, era capaz de digerir os materiais fecais presentes no esgoto doméstico. No modelo tradicional, o esterco é adicionado uma vez por mês, misturado com água na caixa receptora das fezes e urina.
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CULTURA CAIPIRA
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FLORICULTURA
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FRUTICULTURA
Safra da laranja tem alta na produtividade em grande parte do país
Fonte: Climatempo
Clima contribuiu para que a produção registrasse aumento de 14% na comparação com a média dos últimos dez anos As chuvas de abril, maio e junho favoreceram a produtividade da laranja no interior de São Paulo e no Triângulo Mineiro. A colheita, realizada na sequência desse período, em agosto, foi bastante positiva. Isso porque a raiz das plantas capturou a água e a transferiu para o fruto, deixando-o mais pesado. “Nós, geralmente, fazemos uma estimativa de um determinado número de frutos para completar uma caixa equivalente a 40.8 quilos. Mas, por conta do peso, precisamos de menos laranjas para fechar essa conta”, afirma Vinícius Trombim, coordenador de Pesquisa de estimativa de safra da Fundecitrus. De acordo com 42 | REVISTA 100% CAIPIRA
o especialista, em maio, foi feita a projeção inicial da safra com 364 milhões de caixas. Mas, depois do novo cálculo em setembro, o número subiu para 374 milhões. A safra do ano passado foi atípica nas principais regiões produtoras, o que fez com que o aumento em 2017 fosse surpreendente. “Tivemos um crescimento de 49% em relação à safra anterior. Em comparação com a média dos últimos dez anos, o aumento é de 14%”, explica Trombim. Mas nem tudo é benefício para os agricultores. Por conta das chuvas, o especialista alerta para a presença do
greening, doença causada por bactérias, que afeta os citrus (laranja, limão e tangerina) deixando suas folhas amareladas e mosqueadas. “Se o agricultor manejar bem a doença, temos tudo para voltar a ser o maior produtor de suco de laranja do mundo. A Flórida, nos Estados Unidos, também é muito forte nessa área, mas foi prejudicada por conta do Furacão Irma”, finaliza. De acordo com os meteorologistas da Climatempo, somente na segunda quinzena de outubro é que a chuva volta a ser mais frequente e regular sobre o interior de São Paulo e áreas produtoras do Triângulo Mineiro.
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ARTIGO
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