Edição 53 100 por cento novembro 2017

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www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, novembro de 2017 - Ano 5 - Nº 53 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

O S AVA N Ç O S TECNOLÓGICOS DO AGRONEGÓCIO P A U L I S TA

Do boia fria às novas tecnologias, o crescimento e desenvolvimento na agricultura mudou a rotina do homem do campo REVISTA 100% CAIPIRA |


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Mercado florestal: PF combate extração ilegal de madeira nobre no Pará

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Energias renováveis: A força dos ventos: energia eólica supera a de outras usinas no Nordeste

Análise de mercado: Como o agronegócio brasileiro pode ser mais competitivo Logística e transporte: Licitação da NorteSul e da Ferrogrão superestima demanda, diz Rumo

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Artigo:

Os avanços tecnológicos do agronegócio paulista


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Tecnologia da informação: Aplicativo ajuda a manejar plantas forrageiras para alimentar rebanho

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Apicultura:

Relatório do Sistema de Inteligência Setorial (SIS) do Sebrae destaca o potencial de crescimento da apicultura

Gestão:

Produtores defendem incremento do café mineiro Algodão:

Algodão em pluma com boa liquidez Receitas Caipiras: Alcachofra refogada a moda caipira REVISTA 100% CAIPIRA |

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MERCADO FLORESTAL

Brasil, novembro de 2017 Ano 5 - Nº 53 Distribuição Gratuita

PF combate extração ilegal de madeira nobre no Pará Fonte: AGÊNCIA BRASIL

A operação Anhanga Arara estima que os danos ambientais podem ultrapassar R$ 860 milhões A Polícia Federal deflagrou no último 04/10 a Operação Anhanga Arara para combater a extração ilegal de madeiras nobres na Terra indígena (TI) Cachoeira Seca, no oeste do Prá, por madeiras clandestinas. A Polícia Federal estima que os danos ambientais podem ultrapassar os R$ 547 milhões – referente exclusivamente aos produtos florestais extraídos ou destruídos durante a operação. Estão sendo cumpridos dez mandados de condução coercitiva, 11 mandados de sequestro de bens e valores, seis mandados de busca e apreensão e a suspensão das atividades das empresas envolvidas no esquema criminoso. Aproximadamente 40 policiais federais participaram da operação nas cidades paraenses de Uruara, Placas, Ruropolis, Santarem, Castelo dos Sonhos, Altamira, além de Porto União, em Santa Catarina , Curitiba e união da Vitória, no Paraná. As investigações começaram após divulgação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de que a TI Cachoeira Seca estava sendo alvo de madeireiras clandestinas. Foi identificado, então, um grupo empresarial composto por familiares, sendo o patriarca o responsável pela coordenação da extração ilegal de madeira em áreas protegidas e por escoar a madeira para empresas do grupo. Para burlar a fiscalização e dar legalidade a madeira, o grupo fraudava créditos florestais por meio de 6 | REVISTA 100% CAIPIRA

inserção de dados falsos no Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora), além de utilizar planos de manejo florestal falsos. A madeira era transportada entre empresas do grupo até ser exportada por meio dos portos de Belém e do Sul dos Brasil, como os de Itajaí e Paranaguá. O destino da madeira eram países no continente americano (Estados Unidos, Panamá, Argentina), Europa (França, Reino Unido, Alemanha) e Ásia (Emirados Árabes Unidos, Coreia do Sul). O nome da operação, Anhanga Arara, significa proteção a morada dos índios. Anhanga é o espírito protetor da natureza, figura pertencente ao folclore indígena, enquanto Arara são os povos indígenas que habitam as terras indígenas. A TI Cachoeira Seca foi homologada pelo governo federal em abril do ano passado e destinou a posse permanente e o usufruto exclusivo da área aos índios Arara. O território de mais 730 mil hectares está localizado ao norte de uma região conhecida como Terra do Meio e faz parte de um dos “mais importantes corredores de áreas protegidas da Amazônia”. A demarcação de uma terra para os Arara era umas das condicionantes para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu. A etnia foi considerada grupo vulnerável pelos estudos de impacto da usina, segundo parecer técnico da Fundação Nacional do Índio (Funai).

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ANÁLISE DE MERCADO

Agronegócio tem produção recorde e gera mais de R$ 63 bilhões em Mato Grosso em 2017

Fonte: Agro Olhar

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de Mato Grosso atingiu R$ 63,47 em bilhões em sua 4ª avaliação em 2017, e é o maior da série histórica desde 2010 Deste montante, 77,5% provêm da agricultura e floresta e 22,5% da pecuária, de acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), responsável pelo cálculo. Apesar do aumento, a lucratividade dos produtores rurais das principais culturas caiu 80,7% em média no comparativo com o ano anterior, revelando assim que a margem continua “exprimida”. Segundo o estudo, divulgado na segunda-feira (2), quando analisado em valores reais, ou seja, retirando a inflação acumulada nos preços durante os anos, o VBP atual cresceu 11,9% no comparativo com 2016. Os motivos deste avanço são pautados nas boas safras de soja, milho e algodão e a elevação no abate de bovinos nos últimos meses. As exportações mato-grossenses

em agosto 17 foram 34% superiores às do mesmo período do ano passado. Tal aumento deve-se ao agronegócio, que apresentou safra recorde neste ano, elevando a quantidade escoada. O estoque de empregos formais no Estado apresentou uma leve alta de 0,2%, sendo esta a quinta elevação seguida. A cesta essencial de Cuiabá trouxe neste mês uma redução de 1,5%, passando a valer R$ 380,36. Esse valor é o mais baixo desde novembro/15. Recuperação da pecuária A quarta estimativa do VBP trouxe um avanço de 2,7% em relação à estimativa anterior. Esse crescimento deve-se principalmente à recuperação da pecuária, que avançou 7,9% sobre a 3ª estimativa. Melhora proveniente,

sobretudo, da bovinocultura de corte, que teve uma retomada nos preços e no volume de abate, com seu VBP subindo 11,5%. Ainda que esse avanço seja expressivo, tal valor se mostra um pouco abaixo do valor de 2016, indicando que a previsão é de que a bovinocultura feche em baixa neste ano. Em contrapartida a agricultura se mostrou bem favorável em 2017, com destaque à cultura do milho, que crescerá 35,9% em seu VBP, em relação ao ano passado, devido à normalização da safra. Com esse crescimento nas culturas agrícolas, o VBP da agropecuária do Estado em 2017 está avançando 12,9%, em relação a 2016, trazendo assim otimismo para a economia mato-grossense, já que esta é uma das principais atividades do Estado. REVISTA 100% CAIPIRA |

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ARTIGO

Os avanços tec agronegóci

Do boia fria às novas tec desenvolvimento na agricu homem d

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cnolรณgicos do io paulista

cnologias, o crescimento e ultura mudou a rotina do do campo Por: Eduardo Reis

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E

m mais u m a visita à maior f e i ra de ag rop e c u ár i a d a Amér ic a do Su l Ag r ishow, em um “g iro” p el a feira not a-s e logo de c ara a g rande inf luênci a d a era te cnológ ic a na ag r ic u ltura de precis ão, máquinas gui ad as com auxi lio de p osicionamento g lob a l (GPS), drones, UAVs (av i 10 | REVISTA 100% CAIPIRA

õ es cont rol ados à dist ânci a p or meios elet rônicos comput acionais), aplic at ivos interat ivos de clima, compra e vend a, imagens p or s atélite em temp o re a l p ara f is c a lizaç ão, col heit adeiras autônomas, s of t wares el ab orados p ara to dos os f ins de aplic açõ es no c amp o, desde a orden ha até o pl ant io de g randes áre as com pre cis ão mi limét r ic a. Tudo isto nos levou a p ens ar em uma dis c uss ão s obre o assunto, e surg iu a necessid ade deste ar t igo. O invest imento em te cnolo-

g i a no c amp o é c ad a ve z maior, d ad a a ne cessid ade de s e pro duzir mais e com maior qu a lid ade em um menor temp o, s ão vár ios os mot ivos dest a ne cessid ade, t ais como, o temp o/ clima, a g rande demand a de pro dutos do c amp o, as inst abi lid ades e conômic as e t amb ém o êxo do dos t rab a l hadores r urais p ara as g randes cid ades at rás de uma v id a mel hor p ara os s eus. C om est a e voluç ão te cnológ ic a o ag ronegócio p au list a vem des envolvendo novas p es quis as e méto dos


p ara acomp an har a cor r id a e apr imoramento te cnológ ico na ag r ic u ltura de pre cis ão. Nas ú lt imas dé c ad as a produç ão ag r ícol a em São Pau lo, cres ceu subst anci a lmente enqu anto ao mesmo temp o, houve uma re duç ão de t rab a l hadores, s egundo d ados d a FAPESP (Fund aç ão de Amp aro à Pesquis a do E st ado de São Pau lo), a p opu l aç ão r ura l p au list a, que era de 4,8 mi l hõ es em 1960, c aiu p ara cerc a de 1,7 mi l hão em 2010 – cor resp ondente a 4,1% d a p opu l aç ão tot a l do E st ado de São Pau lo e a 5,6% d a p opu l aç ão r ura l brasi leira dev ido ao cres cimento d a te cnolog i a e a me c anizaç ão na ag r ic u ltura. C om tudo isto houve um ref lexo no aumento d a lucrat iv id ade e uma subst anci a l mel hora na qu a lid ade dos pro dutos ag r ícol as, p ois a lém de te cnolog i a em s of t wares e maquinár ios, há t amb ém muit a p es qui-

s a e te cnolog i a avanç ad a em s ementes, insumos e genét ic a, a lém de ag ro defensivos e fert i lizantes c ad a ve z mais apr imorados p el a te cnolog i a no c amp o. Mas com tudo isto aind a há a lguns fatores que dif ic u lt am a ut i lizaç ão de to d a te cnolog i a no c amp o que é a pre c ar ie d ade d a cone c t iv id ade em a lgumas reg iõ es do p aís, a integ raç ão ent re os s etores t amb ém é um ent rave p ara que a te cnolog i a s e integ re a to dos os pro dutores r urais do Brasi l. As g randes mont adoras acre dit am que o País tem muito mais p otenci a l e p or este mot ivo eles est ão c ad a ve z mais cone c t ados p ara integ rar tudo que há de mais mo der no em máquinas e fer rament as que p oss am mel horar a gest ão te cnológ ic a no c amp o. Ass o ci açõ es como a EMBR APA (Empres a Brasi leira de Pes quis a Ag rop e c u ár i a), ABAG (Ass o ci aç ão Brasi leira

do Ag ronegó cio), ent id ades públic as com empres as pr ivad as est ão c ad a ve z mais unid as p ara que em um f uturo não muito dist ante to do o País estej a integ rado na te cnolog i a do ag ronegó cio. Atu a lmente o ag ronegócio p au list a é resp ons ável p or uma g rande p arcel a d a pro duç ão naciona l, mas com c aracter íst ic as muito p e c u li ares em rel aç ão a a lt a concent raç ão d a pro duç ão onde s egundo a lguns p es quis adores até 2012 s omente 25 pro dutos cor resp ondem a 99,2% do va lor d a pro duç ão ag r ícol a do E st ado. S egundo a Agênci a FAPESP São Pau lo é o pr incip a l pro dutor naciona l de c ana-de-aç úc ar e l aranj a, cont r ibuindo, resp e c t ivamente, com 58% e 76,2% d a pro duç ão brasi leira dess as du as commodit ies ag r ícol as. A lideranç a p au list a, contudo, não s e limit a a ess es dois pro dutos, p onderam os p es qui-

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s adores. D os 25 pro dutos mais imp or t antes d a ag r ic u ltura p aulist a, São Pau lo é o pr imeiro pro dutor naciona l de nove deles a lém d a c ana e d a l aranj a, t amb ém de b anana, tomate, b or racha, limão, amendoim, t anger ina e c aqui, o s egundo maior pro dutor brasi leiro de p êss ego, p a lmito e ab ac axi e o terceiro maior na pro duç ão de c afé, uva, b at at a-ing les a e 12 | REVISTA 100% CAIPIRA

manga. Mas nem tudo é vant agem na te cnolog i a no c amp o, a lguns fatores j á est ão s endo ap ont ados como pre o c up antes fatores de desvant agem, uma del as é a p oluiç ão que não há fer rament as de cont role p ara re duç ão de p oluentes no ar, out ra é o des e qui líbr io no e cossistema com os av iõ es pu lver izadores que c aus am uma sig nif ic at iva re duç ão nos ins etos e

aves p olinizadoras afet ando a biot a lo c a l, p es quis adores de ent id ades como ESALQ (E scol a Sup er ior de Ag r ic u ltura Luiz de Q ueiroz), EMBR APA e empres as pr ivad as est ão bus c ando s oluçõ es p ara to d as as desvant agens c aus ad as p el a te cnolog i a ag r ícol a, t amb ém f icou muito pre o c up ante as invas õ es v ir tu ais nos e quip amentos te cnológ icos ag r ícol as e atu a lmente o gover no est á


des envolvendo me c anismos de leis p ara pre venir estes t ip os de cr imes v ir tu ais. Na quest ão f inanceira t amb ém há a lgumas desvant agens s endo que com a e voluç ão d a te cnolog i a houve um aumento sig nif ic at ivo com o c u lt ivo p or cont a dos va lores ele vados d as máquinas e implementos ag r ícol as. E a desvant agem mais ap ont ad a na ro ç a “hi-te c” é a preo c up aç ão com o aumento d as

áre as de c u lt ivo, avanç ando s obre o meio natura l e afet ando vár ios g r up os de veget aç ão natura l. Emb ora haj a desvant agens que j á est ão s endo estud ad as p ara diminuir os imp ac tos naturais e ambient ais aind a há muito mais vant agens do que desvant agens, o E st ado de São Pau lo est á s empre à f rente na cor r id a d a te cnolog i a no c amp o, p ois a ESALQ/USP é uma d as maiores inst ituiçõ es de ensino e p es quis as dire cionad as ao c amp o e a pro duç ão ag r ícol a, s em cont ar que s eu enor me p olo indust r i a l t rab a l ha junto à ag roindúst r i a, atu a lmente a ag r ic u ltura p au list a é um negó cio mi lionár io que ajud a a a l avanc ar o País cont r ibuindo p ara que o Brasi l cont inue s endo um dos maiores pro dutores ag r ícol as do mundo e supr indo a ne cessid ade de consumo de a limentos pro duzidos aqui e dist r ibuídos p or to dos os cont inentes. S egundo o C ader no de Ciênci a e Te cnolog i a (C C&T) o E st ado de São Pau lo é a únic a unid ade d a Fe deraç ão não f i li ad a ao sistema naciona l de assistênci a té cnic a e extens ão r ura l, co ordenado p el a Empres a Brasi leira de Assistênci a Té cnic a e E xtens ão Rura l (EMBR ATER). Ness e E st ado, a assistênci a té cnic a à ag r ic u ltura este ve e aind a est á a c argo d a S e cret ar i a de Ag r ic u ltura e Ab aste cimento de São Pau-

lo, que mantém um conjunto de órgãos e ent id ades volt ados p ara ess e f im. O pres ente t rab a l ho ana lis a o pro cess o e volut ivo d a assistênci a té cnic a of ici a l em São Pau lo, a p ar t ir d a dé c ad a de 40, e o s eu p ap el na te cnif ic aç ão d a ag r ic u ltura p au list a. Dist inguem-s e qu at ro fas es no de cor rer dess e pro cess o: fomento ag r ícol a (1942-48), prest aç ão de s er v iços (194958), extens ão r ura l (1959-67) e assistênci a té cnic a (a p art ir de 1967), com a cr i aç ão d a C o ordenador i a de Assistênci a Té cnic a Integ ra l (CATI). As mud anç as inst itucionais t ranscor reram p ara lel amente a modif ic açõ es no conteúdo ou signif ic ado d a própr i a assistênci a té cnic a. Tais mud anç as express am a e voluç ão d a ag r ic u ltura p au list a do p onto de v ist a d as t ransfor maçõ es c apit a list as que nel a t iveram c urs o. E em meio a t ant a infor maç ão, p es quis a e te cnolog i a a ag r ic u ltura p au list a vem crescendo e col ab orando c ad a di a mais com o comb ate a cr is e mundi a l de a limentos e ab astecendo o Brasi l e o mundo com a pro duç ão ag r ícol a de a lt a te cnolog i a. E st a t ransfor maç ão te cnológ ic a tor nou-s e uma fer rament a ess enci a l no c amp o p ara que o ag ronegó cio p au list a s ej a uma d as g randes p otênci as mundi ais do ag ronegó cio e a tendênci a é aument ar ano a ano mantendo o Brasi l no top o deste t ão ne cess ár io merc ado. REVISTA 100% CAIPIRA |13


EQUÍDEOS

Nacional Campolina deve girar 5 milhões em negócios A raça de cavalos que mais cresce no país se reunirá em BH Entre os dias 09 e 14 de outubro Belo Horizonte será a capital do cavalo Campolina. Estarão reunidos na cidade os 700 melhores exemplares da raça que prometem encher os olhos de todos os apaixonados pelo cavalo com muita beleza e marcha. O evento deve gerar cerca de cinco milhões em negócios, número 20% superior ao faturamento da edição passada da exposição. “A expectativa é que os negócios movimentem cerca de 5 milhões, incluindo os resultados de dois leilões e comercialização em geral” contou Jorge Salum, presidente da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina, realizadora do evento.

A Exposição contará com cerca de 200 expositores dos mais diversos Estados Brasileiros e terá programação para os criadores, para os amantes do cavalo e para todos aqueles que forem ao Parque de Exposições da Gameleira. “Este é um evento tradicional para o criador e para a população de Belo Horizonte, além dos julgamentos que comprovam a qualidade técnica dos nossos animais. Também preparamos atrações gastronômicas, shows musicais, espaço kids e outras opções que certamente deixarão o dia do visitante bastante agradável. A expectativa é de que cerca de 4,5 mil pessoas passem diariamente pelo Parque. O Brasil conta hoje com um plantel

de 70 mil Campolinas registrados. “A Nacional é uma amostra da qualidade genética e do avanço do nosso cavalo. Além de ser a mais pura em termos que qualidade de DNA, é a raça de cavalos apropriada para lazer das famílias, das crianças e prática de esportes. Os animais também são fortes e resistentes, sendo indicados para o trabalho em fazendas” disse o presidente da ABCCC, realizadora do evento. Os julgamentos técnicos ocorrem durante todos os dias a partir das 08h00 e os amantes do cavalo têm entrada livre para acompanhar. Provas funcionais, kids e de amazona ocorrerão nas quinta e sexta-feira das 11h00 às 13h00.

Fonte: abc Comunicação Nacional

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AGRICULTURA FAMILIAR

Pnae

transforma

vida

de

agricultora no sertão do Ceará Esterlina participa do Pnae há quase cinco anos. Para ela, o Programa foi um “presente” e tem ajudado no desenvolvimento da família O sertão cearense pode nos remeter a uma imagem triste da seca, mas para quem conhece de perto, a alegria também existe, principalmente, “quando o verde se espalha na plantação”, como já diria Luiz Gonzaga, na famosa canção Asa Branca. Um cenário presente na casa da agricultora familiar Esterlina Costa Nascimento, de 58 anos, e que a deixa mais feliz e segura pelos produtos terem um destino certo: o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Cebolinha, coentro, salsa, alface, mandioca, pimentão e também jerimum, muito conhecida por abóbora saem do quintal de Esterlina, diretamente para escolas e creches da região onde mora. “Tudo o que os colégios pedem eu planto porque só pode plantar o que o colégio quer, ou a gente planta e não tem a quem vender. Então temos tudo o que o diretor pede”, explica. Esterlina participa do Pnae há quase cinco anos. Para ela, o Programa foi um “presente” e tem ajudado no desenvolvimento da família que trabalha junto a ela nas plantações. Uma das maiores alegrias da agricultora é

Fonte: Assessoria de Comunicação Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário

ver os contratos serem renovados. “É bom demais. Se não fosse esse programa não sei nem como seria porque aqui em casa todos querem trabalhar. É uma benção para nós”, reforça ela. Além de acessar o Pnae, a agricultora também recebe a assistência técnica pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce) e é cadastrada no programa Garantia-Safra. Todas essas políticas estão ligadas à Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), que tem como missão fortalecer o setor no país. Segundo a Secretaria da Educação do Ceará (Seduc) cerca de 57 associações e cooperativas de agricultores fornecem alimentos às escolas pelo Pnae. Em 2017, foram investidos mais de R$14 milhões em compras, principalmente, de frutas e polpas, verduras, leite, queijos, iogurtes e bolos diretamente desses agricultores. Segundo o assessor técnico do Programa Estadual de Alimentação Escolar, Marcus Ernani Bastos, 47 anos, o Ceará tem feito um trabalho intenso para ultrapassar os 30% previstos para a agricultura familiar. “ Em 2015, atingiu mais de 40%

e, em 2016, 35,09% de alimentos foram adquiridos”, destaca. Pnae O Pnae está inserido no Plano Safra 2017/2020, lançado no dia 31 de maio deste ano, dentro do eixo da Comercialização. O analista de políticas sociais da Coordenação de Diversificação Econômica da Sead e analista de políticas sociais da Coordenação de Diversificação Econômica da Sead, Igor Teixeira, destaca que para 2017, por meio do Plano Safra, o potencial de mercado do Pnae para a agricultura familiar chega é de R$1,4 bilhão. Cerca de 376 mil agricultores poderão possam fornecer produtos às instituições de ensino. “É uma ação que sinaliza a intenção do Governo Federal em ampliar a participação da agricultura familiar no mercado da alimentação escolar. Acreditamos que todos os lados estão sendo beneficiados: os produtores, as escolas, os alunos e o Governo também. Vale ressaltar que serve de estímulo para que os agricultores e suas organizações planejem suas produções com vistas ao aumento da demanda”, destaca o analista. REVISTA 100% CAIPIRA | 15


ENERGIAS RENOVÁVEIS

A força dos ventos: energ supera a de outras usinas no Com reservatórios de água em níveis críticos, o Nordeste brasileiro está vivendo de vento

Fonte: Correio Braziliense Elbia Gannoum, presidente da Abeeólica

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gia eólica o Nordeste Desde abril, a energia eólica, produzida pela capacidade dos ventos em girar gigantes aerogeradores, é a principal fonte de geração naquele subsistema, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Além de bater recordes consecutivos este ano, a produção eólica, em outubro, superou a soma dos megawatts (MW) médios gerados por todos os demais tipos de usina, considerando, inclusive, a importação de eletricidade. Na última sexta-feira, assegurou 52,6% da geração total do Nordeste. O salto da capacidade instalada das usinas eólicas no país é gigantesco. Pulou de 935,4 MW, em 2010, para 12.966 MW em 2017 e alcançará 17.452 MW em 2020, considerando o que foi contratado em leilões: 1.772% de aumento em uma década. Como grande parte das usinas está concentrada no Nordeste, região que mais sofre com reservatórios de água em níveis críticos, de apenas 8,72% da capacidade total, os ventos garantiram a carga (consumo mais as perdas do sistema) diária na região. Em plena “safra”, ou seja, o período do ano em que os ventos produzem os melhores resultados, as usinas eólicas chegaram a abastecer 64% da alta demanda de um dia útil. Feito considerado extraordinário pela Associação Brasileira

de Energia Eólica (Abeeólica). Nos fins de semana, quando o consumo total é menor, a energia dos ventos atende, normalmente, a 71% da demanda. Em 10 de setembro, entretanto, supriu 84% do consumo, no momento de pico, às 9h13. “Esses dados mostram a força de um setor que está em franco crescimento. A geração de eólica vem ganhando uma importância cada vez maior e tem inclusive sido a salvação do Nordeste devido ao baixo nível dos reservatórios da região”, afirma Elbia Gannoum, presidente da Abeeólica. Ela explica que os ventos para a geração de energia devem ser rápidos e constantes, porém sem rajadas, mantendo-se unidirecionais. Isso porque, toda vez que o vento muda de direção, as pás são ajustadas. Portanto, quanto mais constante o vento, menos ajustes serão feitos e o equipamento terá um rendimento maior. A Abeeólica contabiliza R$ 90 bilhões investidos desde 1998 e projeta mais R$ 30 bilhões até 2020. “Em termos de postos de trabalho, o total instalado eólico propiciou ao país mais de 180 mil vagas diretas e indiretas ao longo da cadeia produtiva”, revela a entidade. A associação registra 12,33GW de capacidade instalada dividida em 491 parques, representando mais de 8% da matriz. Para a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a geração de energia eólica, em 2016, cresceu 55% em relação a 2015. Ao todo, foram gerados 33,15 terawatts/hora (TWh) ao longo do ano passado. Os dados do primeiro semestre de 2017 foram divulgados pela CCEE recentemente e mostram que a produção de energia eólica em operação no Sistema

Interligado Nacional (SIN), entre janeiro e julho de 2017, foi 25,3% superior à geração no mesmo período do ano passado. As usinas da fonte produziram um total de 3.794 MW médios frente aos 3.029 MW médios gerados no mesmo período de 2016, segundo a câmara. No fim de julho deste ano, a CCEE contabilizou 446 usinas eólicas em operação comercial no país, que somavam 11,3 gigawatts (GW) de capacidade instalada, incremento de 19,7% frente à das 371 unidades geradoras existentes em julho de 2016. O Rio Grande do Norte é o maior produtor de energia eólica do país, com 1.227 MW médios em 2017, aumento de 25,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Pelo ranking da CCEE, em seguida, aparece a Bahia, com 819 MW médios produzidos (+30%), o Rio Grande do Sul, que alcançou 565,6 MW médios ( 16,3%), e o Ceará, com 494 MW médios ( 1,3%). Companhia internacional produtora de energia a partir de fontes renováveis, a Voltalia anuncia a inauguração de mais um parque eólico no Nordeste, em São Miguel do Gostoso (RN), em 19 de outubro, com capacidade instalada de 108 MW. Presente em 16 países, a empresa opera no Brasil desde 2006 e, atualmente, possui cinco complexos eólicos — todos no Nordeste — e um projeto híbrido, que totalizam 429,30 MW de capacidade instalada. “Esses dados mostram a força de um setor que está em franco crescimento. A geração de eólica vem ganhando uma importância cada vez maior e tem inclusive sido a salvação do Nordeste devido ao baixo nível dos reservatórios da região”. REVISTA 100% CAIPIRA |17


PROCESSAMENTO

Brasil pode encerr de mil fábricas de

De acordo com dados do Ministério da Agricultu

setembro de 20017 na comparação com o final do

Fonte: DCI

A cerveja artesanal já ganhou a preferência do consumidor e deve somar cerca de mil fábricas ao final do ano que vem. A previsão é da associação Brasileira das Cervejarias Artesanais (Abracerva). Atualmente, são 650 cervejarias no Brasil, alta de 25% em relação ao final de 20126, de acordo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que precisa autorizar este tipo de operação. Segundo o presidente da Abracerva, Carlo Lapollli, a indústria está concentrada, sobretudo, nas regiões sul e sudeste do País. “Ainda é um mercado de nicho, mas com um público muito fiel e em crescimento”, afirma Lapolli. Entre as questões que atrapalham o setor está o preço do produto, em razão do complexo sistema de tributação, que varia muito conforme 18| REVISTA 100% CAIPIRA

cada região, assinala o dirigente. A Carga de impostos sobre o mesmo produto pode ser de 35% em um estado, mas saltar para até 80% em outro. Lapolli cita que uma mesma cerveja pode custar, em Santa Catarina, R$ 15, enquanto no Distrito Federal, entre R$25 e R$ 30. Uma das medidas esperadas pelo setor para alavancar a indústria é a perspectiva da entrada do segmento no regime tributário do Simples, incentivando a formação de novos empreendedores. Lapolli estima que cerca de 10% das fábricas atualmente instaladas – que produzem entre 10 e 15 mil litros ao mês – poderiam optar pelo Simples. “Além da questão do tributo, o preço alto pela falta de uma escala maior de produção, o que impede uma maior margem de negociação para a redução dos preços dos insu-

mos usados na fabricação da cerveja”, explica. O setor ainda carece de dados estatísticos, como o total faturado e produzido, mas calcula-se que ao menos 1% a 1,5% do mercado cervejeiro nacional esteja concentrado nas artesanais. Como comparação, nos Estados Unidos, a participação atinge cerca de 18%, com 5 mil cervejarias, conta o dirigente. Uma das características do mercado norte-americano é de que 40% das fábricas comercializam a bebida no próprio local em que são produzidas. Uma das tendências que podem ajudar a alavancar o setor no Brasil, projeta a Abracerva. Localizada em Tijucas (SC), a Sunset Brew começou a operar em 2014, com um investimento de R$ 5 milhões. Os recursos partiram dos três sócios da empresa. Junto à fa-


rar 2018 com cerca cerveja artesanal

ura, esse mercado teve crescimento de 25% até

oo ano passado, chegando a 650 fábricas no País brica, às margens da BR-101, a cervejaria tem uma loja onde os clientes podem experimentar e comprar as bebidas, que saem, ao consumidor final, a um preço entre R$ 18 e R$ 25. Um dos sócios, Eduardo Petry, diz que eles buscaram inspiração para o projeto em Londres, e que pesquisaram as condições logísticas e de incentivos em mais de 30 cidades antes de concretizar o investimento. “Havia a preocupação com as condições econômicas, mas o Brasil sempre foi assim, com altos e baixos”, diz ele. “Agora, com os resultados aparecendo, já conseguimos acessar outras linhas de financiamento, até para expandir o nosso negócio”. Segundo Petry, a produção atual é de 30 mil litros por mês, porém a capacidade poderia ser ampliada,

facilmente, a 90 mil litros na unidade. “O caminho de crescimento da cerveja artesanal é sem volta, com cada vez mais consumidores percebendo o valor agregado da bebida”, ressalta. Oportunidades Outra empresa que investe para crescer em meio à ascensão do mercado é a catarinense Schornstein, que aportou um total de R$ 7 milhões nos últimos dois anos para ampliar sua capacidade produtiva. Os recursos foram para a inauguração de uma fábrica, em Pomerode, próximo a Blumenau. De acordo com o diretor da Schornstein, Adilson Altrão, o investimento foi realizado para fazer frente ao aumento da demanda. “O padrão de paladar do brasileiro vem

mudando. O consumidor está trocando as cervejas de milho e arroz pelas artesanais”, observa. A produção da empresa saltou de 20 mil litros, há quatro anos, para 200 mil. “Podemos chegar a 300 mil litros em um ano ou um ano e meio”, antecipa Altrão. O faturamento da Schornstein em 2017 deve chegar a R$ 20 milhões, uma alta de 32% em relação ao ano passado. Apesar do avanço, o preço da bebida ainda é um limitador para a expansão desse mercado, dificuldade que aumentou com a recessão econômica no País, nos últimos dois anos, conforme a avaliação dos representantes do setor. “Ainda temos muito para crescer, mas sabemos que isso virá das classes A e B”, finaliza Lapolli, da Abracerva. REVISTA 100% CAIPIRA | 19


SAÚDE ANIMAL

Microminerais ajudam a combater o estresse pelo calor em suínos

Fonte: Rede Comunicação de Resultado

Adequação das fontes de microminerais é uma das saídas para minimizar o efeito do calor nos animais Com a mudança de temperaturas, é preciso prestar bastante atenção na condição das criações, para que elas não entrem em estresse térmico, mal responsável por acarretar diversos problemas aos rebanhos bovinos, suínos e às criações de aves. Para Ton Kramer, médico veterinário e gerente de suínos da Zinpro Minerals Performance®, o aumento da temperatura e da umidade relativa do ar, que tem início na primavera e duram todo o verão, são responsáveis pela dificuldade na dissipação do calor corporal, fazendo com que os animais entrem em estresse. “O impacto nos animais pode ser enorme e é preciso oferecer as melhores condições para que eles se mantenham nas condições ideais de criação”, afirma. O veterinário enumera algumas pesquisas já realizadas na área e os resulta20| REVISTA 100% CAIPIRA

dos registrados. Ele conta que o estresse pelo calor pode provocar perdas econômicas na produção, por causarem diminuição dos alimentos consumidos pela criação e piora na eficiência alimentar. “Os animais têm menor ganho de peso, perda da integridade intestinal, amolecimento de fezes, menor qualidade da carcaça e pior desempenho reprodutivo das porcas”, explica Ton. Nessa fase, é possível verificar ainda uma redução na produção de leite, menor peso de leitões ao desmame, diminuição do tamanho da ninhada e anestro. Por isso, é fundamental prestar atenção à temperatura do ambiente, uma vez que medições acima de 22°C já requerem mais cuidados. Uma solução eficiente, conforme Ton, é alimentar os animais em horas mais frescas e elevar a quantidade de ingredientes antioxidan-

tes na dieta dos suínos. “As vitaminas dos complexos A, E e C e, especialmente, os microminerais zinco, cobre, manganês, selênio e crômio, na forma de complexo-aminoácido, ajudam a minimizar os impactos causados pelo calor excessivo, contribuem para manter uma boa saúde intestinal e diminuem o estresse oxidativo”, garante o veterinário. Além disso, é possível tomar algumas atitudes físicas para colaborar com o controle do calor. Uma delas, por exemplo, é fornecer água bem fria e em abundância. “Outras ações interessantes são aumentar a ventilação e o fluxo de ar e diminuir a densidade do alojamento, ou seja, a quantidade de animais no mesmo espaço. A nebulização também pode ser uma boa saída quando a umidade do ar estiver muito baixa”, avalia Ton.


PROCESSAMENTO

Produção de

vinho

global deve

recuar para menor nível desde 1961, diz entidade

Fonte: Reuters

A produção global de vinho deste ano deve recuar para o menor nível desde 1961, uma vez que o clima ruim que assolou a Europa danificou vinhedos da maior região produtora do mundo, disse a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) A produção geral deve cair para 246,7 milhões de hectolitros em 2017, uma queda de 8 por cento em relação ao ano passado, disse a OIV, sediada em Paris, em suas primeiras estimativas para o ano. Um hectolitro equivale a 100 litros, ou cerca de 133 garrafas de vinho padrão de 750 ml. A queda global reflete uma diminuição acentuada na produção da União Europeia, onde os três maiores países produtores do mundo --Itália, França e Espanhaprojetam uma decaída considerável. A Comissão Europeia, o Executivo da UE, estima que a safra de vinho do bloco recuará para seu menor patamar em 36 anos em 2017 devido a fenômenos climáticos adversos como geadas de primavera e ondas de calor no ve-

rão. Na França, o clima afetou a maior parte das principais regiões de cultivo, incluindo Bordeaux e Champagne, e o governo projetou que a produção será a menor em décadas. As projeções da OIV, que excluem suco e mosto (vinho novo), mostram a produção de vinho italiano diminuindo 23 por cento, para 39,3 milhões, a francesa recuando 19 por cento, para 36,7 milhões, e a espanhola caindo 15 por cento, a 33,5 milhões. A produção global reduzida pode reduzir o excedente de produção sobre a demanda visto nos últimos anos, quando o consumo foi freado pelos efeitos da crise financeira mundial de 2008. A OIV disse estar presumindo inicialmente uma média de consumo de

240,5 milhões a 245,8 milhões de hectolitros com base em tendências de médio e longo prazo, mas que ainda não tem dados sólidos da demanda para 2017. Mas o impacto da produção reduzida no suprimento do mercado e nos preços depende do nível dos estoques de anos anteriores e da qualidade do vinho nas regiões que servem de referência. Na França, a maior exportadora do mundo por valor, os produtores apontaram para a perspectiva de vinhos de boa qualidade. Fora da Europa, os Estados Unidos, quarto maior produtor mundial e o maior consumidor da bebida, devem ver pouca alteração na produção, com 23,3 milhões de hectolitros, uma queda de 1 por cento, segundo a OIV. REVISTA 100% CAIPIRA |21


ANÁLISE DE MERCADO

Como o agronegócio brasileiro pode ser mais competitivo O escritor norte-americano Tony Robbins consagrou a frase: “A mudança é inevitável, mas o progresso é opcional”. No mundo dinâmico de hoje, precisamos fazer opções certas

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O agronegócio é um dos setores mais competitivos da economia brasileira e o segmento que mais exporta hoje. Porém, os números das exportações ainda deixam a desejar. O melhor momento para as vendas externas do agronegócio foi o ano de 2013. Chegamos a exportar US$ 100 bilhões, principalmente, de soja, carnes, milho, açúcar e álcool, produtos florestais e café. Mas mesmo esse resultado fica aquém do enorme potencial que tem o agronegócio brasileiro. Em 2016, as exportações do setor foram de US$ 85 bilhões, representando 46% do total exportado pelo país. Se no comércio mundial total, no mesmo período, o Brasil participou com 1%, no segmento agropecuário, o País foi responsável por 6%. No agronegócio global, somos seis vezes mais competitivos. E podemos ter um resultado ainda melhor. A população mundial está crescendo. A Organização das Nações Unidas estima que, em 2020, o número de pessoas ultrapasse 7,5 bilhões e, em 2100, supere 11,2 bilhões. Ao mesmo tempo, a quantidade de terras cultiváveis, que, nos anos 1960, era de quase meio hectare por pessoa, em 2020, deve ser de apenas 0,2 hectare por pessoa. São poucos os países territoriais que ainda têm estoque de terras cultiváveis, e o Brasil lidera essa lista com 115 milhões de hectares disponíveis, conforme estudo da Embrapa. Temos a terra, a água, o clima e a produtividade necessários para a produção agropecuária. O que hoje restringe a expansão das exportações é a pauta concentrada de produtos, maioria commodities. As commodities dependem dos preços internacionais e do câmbio. Os produtos agroindustriais, por sua vez, normalmente são taxados nos mercados importadores com tarifas mais altas. O Brasil negociou poucos acordos comerciais para baixar essas tarifas, o que nos coloca em desvantagem perante concorrentes. Além disso, os requisitos sanitários e fitossanitários nos países importadores, que

impõem exigências adicionais àquelas aplicadas no mercado interno, podem representar mais um obstáculo. Mesmo com todas essas dificuldades, o mercado externo remunera bem e proporciona acesso a um número consideravelmente maior de consumidores. Buscando competitividade, os produtores agropecuários e a agroindústria têm o desafio de diversificar a produção e descobrir nichos mais competitivos, aproveitando o dinamismo e as constantes mudanças no mercado mundial. Como ganhar mercados e consumidores numa realidade cada vez mais tecnológica e rápida? A Bain & Company destaca as principais transformações das cadeias de fornecimento. A primeira é a hipersegmentação dos consumidores. As empresas hoje dividem consumidores em microgrupos e procuram achar para eles soluções e serviços customizados. A realidade aumentada, a Internet das Coisas e o comércio eletrônico ajudam a ampliar e diversificar mercados. A segunda tendência é o avanço das tecnologias industriais, tais como a impressão tridimensional (3D), a robotização e a automação. Essas inovações ajudam a personificar e customizar os produtos e serviços, além de otimizar os custos da produção. A terceira e, provavelmente, a mais drástica mudança nas cadeias, é a localização da produção, quando as empresas deslocam ou terceirizam a produção para atender demandas locais. As indústrias buscam lançar no mercado produtos que incorporam nomes, sabores ou ingredientes locais, tendo mais apelo perante o consumidor. Por exemplo, na Índia, a Coca-Cola vende um leite com sabor de manga, que provavelmente não teria aceitação aqui no Brasil. A quarta tendência é o aumento das expectativas dos consumidores nessa nova realidade que incorpora novas tecnologias e produtos personalizados. Os consumidores individuais e empresas esperam entregas mais rápidas, acompanhamento do pedido em tempo real e execução sem falhas.

A quinta tendência é a sustentabilidade ao longo da cadeia de fornecimento e produção, a partir dos insumos e até o consumidor. Além das questões ambientais, os consumidores contam com as preocupações sociais por parte das empresas, com o chamado ‘valor compartilhado’ – conceito introduzido por Michael Porter e Mark Kramer, professores da Universidade de Harvard, em 2011. O valor compartilhado se traduz, por exemplo, nas preocupações das agroindústrias com a saúde, bem-estar, nutrição, religião e tradições dos consumidores. Na prática, as empresas buscam produzir alimentos de baixa caloria, naturais, orgânicos ou sem conservantes e sem sabores, cores ou gorduras artificias. Além disso, introduzem uma gama de ‘alimentos funcionais’: vegetarianos, veganos, produtos Halal, Kosher, light, diet, probióticos, isotônicos etc. A diversificação e a customização da produção levam à sexta tendência, que é a necessidade de novos conhecimentos analíticos e mercadológicos nas empresas, o que provoca a busca por profissionais especializados. A visibilidade do começo até o fim da cadeia é a sétima tendência. Processos e ferramentas informatizados permitem aos fornecedores, indústrias e consumidores fazer acompanhamento de todas as etapas em tempo real. As redes sociais participam cada vez mais na formação de opiniões dos consumidores em relação aos produtos, serviços, desempenho e imagem das empresas. Essas novas tendências requerem adaptações na estratégia empresarial em busca de competitividade. É verdade que as mudanças são inevitáveis e o progresso é opcional. O sucesso vai depender da competência de cada empresa e, certamente, do agronegócio brasileiro. Tatiana Palermo foi Secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2015Fonte: Gazeta do Povo 2016) REVISTA 100% CAIPIRA | 23


LOGÍSTICA E TRANSPORTE

Licitação da Norte-Sul e demanda,

Os leilões das ferrovias Norte-Sul e Fer

não são atrativos, disse o presidente-e Fonte: Reuters

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da Ferrogrão superestima , diz Rumo

rrogrão, previstos para o início de 2018,

executivo da Rumo, Julio Fontana Neto “Estamos cumprindo obrigação de olhar, mas a questão econômico-financeira precisa de mais consistência, a demanda a nosso ver está superestimada”, disse Fontana Neto a jornalistas. Com 1,1 mil quilômetros, a Ferrogrão ligará produtores de grãos do Centro-Oeste ao porto de Miritituba (PA), escoando a produção a portos do Norte do país. E o trecho da Norte-Sul que o governo quer leiloar em 2018 tem cerca de 1,5 mil quilômetros entre Porto Nacional (TO) e Estrela d‘Oeste (SP), ligando à malha paulista da Rumo, que leva até o Porto de Santos (SP). Os comentários foram feitos durante apresentação da Rumo sobre interesse da companhia de antecipar a renovação da concessão da malha paulista, que termina em 2028. Uma renovação, prevista em contrato, elevaria a concessão por mais 30 anos. Segundo executivos da Rumo, a renovação antecipada traria benefícios à companhia, que teria melhores condições de negociar contratos com clientes como as tradings que operam em Santos. Não há previsão para quando o governo federal responderá se aceita renovar a concessão. No mês passado, o Ministério Público Federal pediu que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) não

renove antecipadamente a concessão de cinco ferrovias sem aval prévio do Tribunal de Contas da União (TCU) sem antes ter certeza de isso é melhor que fazer outra licitação. Segundo o diretor de regulação e assuntos institucionais da Rumo, Guilherme Penin, a empresa tem tentado convencer o TCU de que a renovação antecipada seria benéfica para o país, porque os investimentos na malha ajudariam a acelerar o escoamento da produção do agronegócio brasileiro pelo modal ferroviário, mais eficiente do que o rodoviário. Pelas contas da Rumo, hoje 70 por cento dos cerca de 35 milhões de toneladas da produção brasileira de grãos que fluem por regiões atendidas pela Rumo são escoadas por caminhões até os portos, com os 30 por cento restantes pela malha ferroviária. “Essa equação deve se inverter, com cerca de 70 por cento escoado por vias ferroviárias até 2023”, ano no qual Rumo estima que sua capacidade de transporte de carga deve subir para cerca de 75 milhões de toneladas, disse Penin à Reuters. Nos últimos anos, a Rumo investiu quase 5 bilhões de reais, incluindo a compra de 150 locomotivas e 2,7 mil vagões, para ampliar sua capacidade de transporte na malha. A estimativa da Rumo é de que isso ajudará nos próxi-

mos anos a reduzir em média 25 por cento o tempo médio de escoamento da produção entre Rondonópolis (MT) e o porto de Santos. ALAVANCAGEM Com uma combinação de aumento dos volumes e captação de recursos, a companhia vem reduzindo sua alavancagem financeira o que, segundo seus executivos, deve deixá-la pronta para novos investimentos ou elevar dividendos a partir de 2020. Neste ano, a Rumo captou 2,6 bilhões de reais numa oferta subsequente de ações. Além disso, deve obter nas próximas semanas um empréstimo de cerca de 3,5 bilhões de reais do BNDES, referenciados na TJLP, recursos que serão usados em parte para desembolsos já feitos. Com isso, a relação entre dívida líquida e Ebitda deve fechar 2017 ao redor de 2,5 vezes, ante índice de 4,3 vezes no fim de junho, disse o diretor financeiro e de relações com investidores da Rumo, Ricardo Lewin. A Rumo previu que seu Ebitda deve subir de cerca de 2,6 a 2,8 bilhões neste ano para 4,4 a 4,6 bilhões em 2020, enquanto o volume de investimentos deve diminuir de 2 a 2,2 bilhões para 1 a 1,3 bilhão no período. A ação da Rumo caía 1,2 por cento às 15h48 na bolsa paulista, enquanto o Ibovespa tinha baixa de 0,5 por cento. REVISTA 100% CAIPIRA |25


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PROCESSAMENTO

Brasil sai da pior para a maior produção de vinhos da história Enquanto o mundo terá a menor produção de vinhos em quase 60 anos, Brasil vai crescer a produção em 169% em 2017, segundo Organização Internacional do Vinho (OIV) Esta terça-feira (24) trouxe uma boa e uma má notícia para os apreciadores de vinhos. A produção global deve cair ao menor nível desde 1961, divulgou a Organização Internacional do Vinho (OIV), em Paris. Por outro lado, o Brasil terá forte crescimento. Após amargar produção baixa em 2016, em 1,3 milhões de decalitros (mhl), a produção nacional deve chegar a 3,4 mhl, segundo o órgão internacional. Um hectolitro é o mesmo que 100 litros, ou 133 garrafas de 750 ml de vinho. “Saímos da menor safra da história para a maior. No ano passado, tivemos quebra de 57% no Rio Grande do Sul, em função de geadas fora de época e granizos no período de maturação , quando foram processados 300 milhões de quilos de uvas. Em 2017, tivemos média acima do normal. Processamos 750 milhões de quilos, superando 2011, quando foram 710 milhões”, explica o diretor técnico do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), de Bento Gonçalves (RS), Leocir Bottega. No mundo, a estimativa de produção de vinho total da OIV está entre 28 | REVISTA 100% CAIPIRA

Fonte: Gazeta do Povo

243 e 250 decalitros (mhl) - 8% menor do que o ano passado. “Na União Europeia, os eventos climáticos, de geadas a secas, impactaram significativamente a produção de vinho em 2017, que já era historicamente baixa”, informou a OIV em relatório divulgado nesta terça.

dução, e essas variações não chegam a afetar [os preços]”, comenta o diretor técnico. De acordo com a OIV, o consumo estimado para este ano é de entre 240 e 245,8 mhl, ou seja, um dado similar à produção global.

E o preço do vinho?

Produção: vinhos argentinos e chilenos

Os três principais produtores do mundo devem fechar o ano com quedas: a Itália em 39,3 mhl, a França em 36,7 mhl e Espanha em 33,5 mhl. Por outro lado, Portugal tem crescimento marginal da produção, chegando a 6,6 mhl. Outro grande produtor, os Estados Unidos (com 23,3 mhl) devem ter praticamente a mesma produção do ano anterior. Apesar da redução global, não é possível estimar um aumento de preços, diz Leocir Bottega. “Os vinhos e derivados não dependem do mercado e sim da produção agrícola. Mas é difícil fazer uma previsão porque o mercado sempre teve oferta suficiente. Geralmente, o Brasil e outros países sempre têm excedente de pro-

Enquanto a África do Sul está estável (10,8 mhl), a América do Sul cresceu seus lotes graças a um país: a Argentina. Nossos ‘hermanos’ aumentaram em 25% a produção de vinho comparado a 2016, chegando a 11,8 mhl. Esse foi o melhor resultado do país vizinho dos últimos anos. Principal concorrente do vinho argentino, o Chile está na direção oposta: perdeu 6% da produção comparado ao ano passado, com registro de 9,5 mhl em 2017. Outra fonte produtora é a Oceania. A produção da Austrália deve crescer 6%, chegando a 13,9 mhl. Porém, a Nova Zelândia deve amargar queda de 9% na produção, ficando em 2,9 mhl.


RECURSOS HÍDRICOS

Tecnologia para o setor agropecuário reduz o consumo de água

Relatório da Unesco aponta que consumo de água tem se intensificado na agricultura, que hoje responde por 70% da água utilizada no planeta. Fonte: Edson Barros I Diálogo Assessoria de Imprensa

Segundo o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento de Recursos Hídricos divulgado neste ano pela Unesco, o consumo de água tem se intensificado de forma impactante na agricultura, que hoje responde por 70% da água utilizada pelo planeta. Só nos últimos 50 anos, para dar conta do aumento na produção de alimentos causada pelo crescimento populacional, a área equipada para a irrigação mais do que dobrou, a produção pecuária mais do que triplicou, e a aquicultura no interior dos continentes aumentou em mais de 20 vezes. Ainda de acordo com o levantamento de 2017, nada menos que 56% de toda água doce hoje captada no planeta se torna água residual, ou seja, esgoto ou efluente industrial ou agrícola. Os números evidenciam que produtores agrícolas e indústrias precisam adotar medidas urgentes para combater o desperdício e alcançar um uso mais eficiente da água.

No Brasil, uma tecnologia já disponível para o segmento industrial e utilizada por fabricantes de máquinas e equipamentos agrícolas vem permitindo que empresas reduzam em até 50% o consumo de água em sua linha de produção. Conhecido como UC System, da Ultra Clean Brasil, o sistema realiza a limpeza a seco e em segundos de tubulações a partir do lançamento de projéteis especiais de espuma. Estes projéteis removem e recuperam produtos acabados parados nas tubulações, eliminam contaminantes e biofilme microbiano, e garantem aos fabricantes dos mais diversos segmentos economia de tempo, de sanitizantes, de produtos químicos e, principalmente, de consumo de água. A tecnologia já está presente em mais de 850 empresas no país, desde indústrias de processos (pertencentes aos segmentos de alimentos, bebidas, cosméticos, farmacêuticos, químicos, entre outros) a fabricantes de sistemas

hidráulicos de máquinas e veículos utilizados nos setores da agrícola, mineração, transporte, construção e petróleo e gás. De acordo com a Ultra Clean, além da substancial queda no consumo de água, a grande maioria das empresas também vem registrando redução de consumo de energia com a tecnologia, queda de custos com o tratamento de efluentes (já que o UC System não utiliza produtos químicos) e menor tempo de “set-up”, como é conhecido o intervalo entre o final do processamento de uma tarefa na indústria e início da tarefa seguinte. “Nossos clientes têm se beneficiado com uma tecnologia totalmente limpa e alinhada com as metas de redução do consumo de água e aumento de produção sustentável, defendidas por diversos estudos em defesa do meio-ambiente, como os relatórios anuais da Unesco”, conclui o diretor da Ultra Clean Brasil. REVISTA 100% CAIPIRA |29


TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Aplicativo ajuda a manejar plantas forrageiras para alimentar rebanho

Fonte: Embrapa Caprinos e Ovinos

Como administrar a reserva de alimentos para os rebanhos ao longo do ano? Como tomar decisões para inserir animais em áreas de pastagens ou efetuar descartes caso a reserva não seja suficiente? Para ajudar produtores rurais e técnicos a encontrarem respostas ágeis e confiáveis para questões como essas, a Embrapa lançará no dia 7 de novembro, no Semiárido Show, um aplicativo para telefones celulares que ajudará nos cálculos de orçamentação forrageira, ajudando a administrar a reserva de alimentos nas propriedades e colaborando para as tomadas de decisão sobre os rebanhos. Após o lançamento, o apli30 | REVISTA 100% CAIPIRA

cativo estará disponível, em download gratuito, no Google Play, para usuários de telefones com o sistema Android. A orçamentação forrageira já era praticada por produtores com uso de ferramentas como uma planilha manual desenvolvida pela Embrapa. Mas, segundo a zootecnista Ana Clara Cavalcante, pesquisadora da área de Forragicultura e Pastagens da Embrapa Caprinos e Ovinos (CE), houve demanda do

setor produtivo por uma forma de facilitar e agilizar os cálculos necessários para a orçamentação. “O aplicativo foi uma demanda dos usuários da tabela por um modo mais fácil de fazer a contabilidade. Com ele, basta informar dados de tamanho de propriedade, tipos de fonte de forragem e o tamanho do rebanho em que automaticamente a orçamentação é realizada”, destaca Ana Clara. Para ela, o apli-


cativo traz, como principais vantagens, a praticidade e velocidade no processamento dos dados, com uma resposta mais rápida e com menor chance de erros nas contas para se chegar ao chamado saldo de forragem (diferença entre a quantidade de forragem disponível e a que é demandada por animais do rebanho em um período de tempo), indicador que revela, com precisão, a disponibilidade de alimento nas propriedades. Ana Clara reforça, também, que o uso do aplicativo pode contribuir para atrair a juventude rural para questões referentes ao planejamento nas propriedades, além de facilitar a administração. “A facilidade em se obter respostas de quanto de forragem a propriedade apresenta, e de quanto ela precisa, auxilia no processo de tomada de decisão”, ressalta a zootecnista. O aplicativo da orçamentação forrageira é uma das ações do projeto Forrageiras para o Semiárido, parceria da Embrapa com a Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA). O desenvolvimento da ferramenta está sob responsabilidade da equipe de Tecnologia da Informação (TI) da Embrapa Gado de Corte (MS). Segundo Camilo Carromeu, analista de TI que coordena a equipe, o aplicativo trará funcionalidades como a capacidade de simular diversas condições referentes à realidade dos rebanhos e da alimentação fornecida. Passo a passo O especialista explica que cada usuário poderá fazer o download e se registrar por meio de sua conta no Facebook ou Google, o que contribuirá para que ele não perca informações já inseridas, caso ele perca ou troque seu aparelho de telefone celular. “Todos os dados serão gravados em nuvem e migrarão automaticamente para um dispositivo novo”, frisa. Daí, segundo Carromeu, começará o uso. O primeiro passo é cadastrar o nome da propriedade, identificar sua localização (cidade e estado) e seu tamanho, em hectares. Em seguida, inserir a extensão das áreas destinadas à alimentação, na propriedade, e se o produtor utiliza alguma espécie de ca-

pim. O passo seguinte será detalhar o rebanho. Para isso, basta inserir os números da quantidade de animais de cada espécie que consumirá plantas forrageiras (caprinos de leite ou corte; ovinos de corte; bovinos de leite ou corte) e suas características (matrizes, reprodutores ou animais jovens), além do peso médio de cada um. Depois disso, o produtor ou técnico informa se, na propriedade, há fornecimento de suplementação aos animais. “Com esses dados, é possível prever o saldo forrageiro mês a mês, assim como estimar a reserva em um prazo de doze meses. Aí o aplicativo fornecerá, também, indicador para que o produtor tome decisões como a inserção de animais na área de pastagem ou o descarte, caso o saldo forrageiro seja negativo”, acrescenta Camilo, salientando que, em breve, a ferramenta também será disponibilizada para usuários de aparelhos com sistema iOS. O desenvolvimento de aplicativos para as rotinas produtivas no campo consiste, segundo o pesquisador Vinícius Guimarães, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Caprinos e Ovinos, em um passo importante para democratizar o acesso a soluções práticas. “É uma tendência buscarmos soluções mais acessíveis. Vemos hoje um grande número de produtores com smartphones, conectados à internet e se essas tecnologias estiverem ao alcance das mãos facilitam as tomadas de decisão, seja em orçamentação forrageira seja em outras questões como preços de mercado, tratamento de doenças”, ressalta ele. Orçamentação forrageira A orçamentação forrageira já é recomendada pela Embrapa há alguns anos como uma ferramenta útil na rotina dos produtores, permitindo calcular a quantidade disponível e estimar a necessidade de forragem de sistemas pastoris. Seu objetivo é garantir equilíbrio adequado entre produção e demanda de forragem, possibilitando a realização do planejamento alimentar da propriedade e contribuir para aumentar a efici-

ência de uso do pasto, a produtividade e o desempenho animal. Além do aplicativo, o produtor pode fazer seu orçamento forrageiro de forma manual, com planilha na qual assinale a quantidade de forragem disponível, a estimativa de consumo de seu rebanho e, calcular, mês a mês, se há sobra ou déficit de forragem. Seja com o aplicativo, seja com a planilha, a ferramenta poderá ajudar o produtor a identificar quando é possível fazer reserva de forragem, formando uma espécie de poupança para os períodos mais críticos do ano. Em regiões como o Semiárido brasileiro, a orçamentação ganha importância, pois nelas as pastagens são a principal fonte de alimentação dos rebanhos. Dessa forma, a orçamentação pode ajudar a tomar decisões importantes, como as necessidades de aumentar a produção de forragem, vender animais de descarte ou mesmo de antecipar as compras de alimentos concentrados, em períodos em que estes têm custo mais barato. Assim, o agricultor poderá, também, profissionalizar a gestão em sua propriedade, passando a alimentar os animais com planejamento definido e compondo a chamada reserva estratégica de forragem, que permite ao produtor não ficar tão dependente do pasto nativo e dos recursos da região. Forrageiras para o Semiárido O projeto Forrageiras para o Semiárido testará, nos próximos dois anos, forrageiras tolerantes à seca nos nove estados do Nordeste e em Minas Gerais, para indicar aos produtores rurais alternativas para a alimentação de seus rebanhos. A estimativa é de que as estratégias de pesquisa e de transferência de tecnologias contarão com investimentos de R$ 2,2 milhões em suas ações. A iniciativa integra o arranjo de projetos “Estratégias para garantir a segurança alimentar de rebanhos no ambiente semiárido”, da Embrapa, envolvendo, além da Embrapa Caprinos e Ovinos, a Embrapa Meio-Norte (PI), Embrapa Cocais (MA), Embrapa Semiárido (PE) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). REVISTA 100% CAIPIRA |31


ENERGIAS RENOVÁVEIS

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ORGÂNICOS

Milho orgânico da Embrapa traz mais qualidade de vida a horticultores Fonte: Embrapa Milho e Sorgo

Sistemas de produção instalados com a orientação de associações de produtores em Minas Gerais têm adotado o cultivo orgânico de hortaliças como boa opção para a região Outros produtos também estão sendo introduzidos com bons resultados. É o caso do milho. A cultivar da Embrapa BRS Caimbé, uma variedade de ciclo precoce recomendada para a agricultura familiar, apresenta adaptabilidade às principais regiões do País. Há duas safras, os horticultores da Serra do Rola Moça, em Ibirité (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte, conheceram esse material por intermédio do assessor técnico da Associação No Ato Ambiental, Luiz Carlos Quaresma Lemos. “Pensamos em oferecer para os agricultores um milho crioulo, um milho variedade, que pudesse garantir a segurança alimentar e a sustentabilidade, mas que fosse ao mesmo tempo um material genético de qualidade. Em contato com a Embrapa, soubemos da existência dessa semente orgânica de milho”, conta Quaresma. A partir daí, dois agricultores plantaram a semente em um terreno de pouco mais de mil metros quadrados, no alto da serra, em uma área que anteriormente era usada para o cultivo de hortaliças. Todo o cultivo foi feito de forma orgânica. “O milho sofreu um ataque de lagartas e depois, para nossa surpresa, teve um arranque e conseguimos uma produção muito boa. Os agricultores conseguiram fazer a colheita e fizeram a seleção das melhores espigas. Fizemos também a seleção dos grãos e replantamos. Ago36 | REVISTA 100% CAIPIRA

ra, a safra dessa colheita está melhor que a primeira”, relata o assessor técnico. Gente muito simples, de poucos recursos, os agricultores Geraldo Cezar e José Altair, da Associação dos Agricultores Agroecológicos da Serra do Rola Moça, mostram com orgulho sementes da última colheita do milho guardadas em embalagens do tipo pet. Vão replantar na próxima safra, assim que começar a chover. Para eles, que plantaram a roça sem fazer correção do solo, sem adubar e sem controle de pragas ou doenças, o desempenho da cultivar surpreendeu. “Não fizemos controle de pragas, não usamos agrotóxicos, não usamos nada. Foi plantado com enxada, na cova, e produziu muito bem”, explica o agricultor Geraldo Cezar. P a r a José Altair, a resistência do milho ao ataque de pragas, como a lagarta-do-cartucho, e a produção alcançada foram os diferenciais. “Pra mim, o milho é muito bom, porque só jogamos a semente na terra, demos

uma capina e ele deu um bom milho, uma boa produção. Só de ter dado um bom milho, já é sinal de que ele pode expandir para outras pessoas, já que temo s a

s e mente. Foi uma produção boa e pela área que plantamos, eu achava que não ia dar o tanto de milho que deu. Vocês estão vendo o resultado aí. Pra nós foi muito bom, graças a Deus”, conta. Toda a produção orgânica da cultivar BRS Caimbé na Serra do Rola Moça é destinada para o consumo


próprio dos agricultores. Do milho verde, passando por pamonha e curau para as famílias, e do milho em grão se transformando em fubá ou alimento para pequenos animais, como porcos e galinhas. “O que a gente quer é que os agricultores tenham esse material genético para continuar produzindo, garantindo a sustentabilidade, a segurança alimentar das suas famílias e que possam ter um alimento de qualidade”, almeja Quaresma. Ele conta ainda que as associações pretendem fazer a difusão do milho da Embrapa para outros agricultores da região, tendo a garantia de uma semente de q u a -

lidade em mãos. Mercado de orgânicos é estratégico - A cultivar da Embrapa BRS Caimbé é comercializada pela empresa Grãos Orgânicos desde o segundo semestre de 2015. Após testes e validações feitos pela Embrapa em sistemas orgânicos de produção, a

licenciada comercializa sementes orgânicas da variedade. O mercado dos chamados “produtos limpos” é promissor: movimenta US$ 43,3 bilhões nos Estados Unidos e US$ 31,1 bilhões na Europa, com destaque para hortaliças, frutas, alimentos para bebês e substitutos da carne. As informações, de 2015, são de duas instituições europeias: Research Institute of Organic Agriculture (FiBL) e International Federation of Organic Agriculture Movements (IFOAM). No Brasil, segundo dados do Centro de Inteligência em Orgânicos, da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), a área plantada com orgânicos chega a 750 mil hectares, sendo que o País ocupa a 12ª posição entre os principais produtores e a quinta posição entre os países emergentes, atrás de Uruguai e Argentina. O mercado apresenta crescimento de 20% ao ano, sendo que as vendas totais alcançaram R$ 2,5 bilhões em 2016. Em se tratando de milho, Carlos Thomaz Lopes, sócio-gerente da Grãos Orgânicos, afirma que a área plantada estimada está em 3,3 mil hectares, o que representa apenas 0,018% das lavouras ocupadas pelo cereal no País. Marcelo Dressler, analista da Embrapa Produtos e Mercado, que esteve à frente do processo de licenciamento da variedade BRS Caimbé, acredita que o crescimento do consumo de orgânicos é uma tendência irreversível. “Ainda está em volumes pequenos, mas crescentes. Acreditamos que exista um espaço para o desenvolvimento de novas cultivares, adaptadas para

cada região e cada perfil de produtor. A Embrapa está disponível para conversar, visando fortalecer esse elo da cadeia com o fornecimento de sementes orgânicas”, antecipa. O empresário Carlos Thomaz Lopes compartilha da mesma opinião. Ele está na cadeia de orgânicos desde a década de 1990 – já cultivou limão taiti e agora está investindo pesado na produção de sementes orgânicas de milho e de feijão-de-porco e tem pretensões de oferecer também material orgânico de soja até o final deste ano. “Os produtos orgânicos, principalmente leite, frango e ovos, têm tido um sucesso extraordinário. Eles têm puxado uma necessidade de ração que não está sendo atendida suficientemente pelos produtores de grãos. Isso é ajustado no mercado em uma condição muito favorável de preço para o produtor de grãos”, descreve. Pesquisa - Sobre as dificuldades de se produzir de forma orgânica, Carlos Thomaz acredita no sucesso a partir de mudanças de conceitos. “A agricultura orgânica trabalha a partir de um conceito único, de sustentabilidade, no sentido de que não só o produto deve ser limpo, mas também todo o processo de produção. É preciso respeitar as necessidades do próprio ambiente no qual você está produzindo. Então, você tem que ter preocupação com relação à água, com todo o entorno que você tem na fazenda. Tudo isso é amarrado dentro de um conjunto de regras bem definido que a legislação brasileira exige”, explica. No caso da cultivar BRS Caimbé, o sistema orgânico de produção é bastante complexo. “Nosso objetivo é aliar eficiência técnica e econômica com equilíbrio e respeito à biodiversidade”, resume o técnico agrícola Virgínio Gonçalves, da Embrapa Milho e Sorgo. Segundo Walter Matrangolo, pesquisador da mesma Empresa, os principais desafios da pesquisa são a busca de mais recursos financeiros para a geração de resultados; o fortalecimento dos processos de produção, intercâmbio e comercialização das sementes; a integração de saberes com a aproximação entre os conhecimentos tradicional e científico. REVISTA 100% CAIPIRA |37


APICULTURA

Conheça o mercado de mel orgânico e suas oportunidades Relatório do Sistema de Inteligência Setorial (SIS) do Sebrae destaca o potencial de crescimento da apicultura catarinense

Fonte: Dialetto

A preocupação com a saúde e com o meio ambiente têm aumentado a busca por produtos orgânicos no Brasil e no mundo. Isso gera uma janela de oportunidades para os apicultores, que podem investir na produção de mel orgânico. Algumas destas questões de grande relevância para o setor - e as melhores práticas para os produtores - estão em destaque no relatório produzido pelo Sistema de Inteligência Setorial (SIS) do Sebrae. O mel orgânico é aquele feito com processos 100% naturais, sem envolvimento de contaminação química ou biológica indesejáveis. Mas o mercado brasileiro de orgânicos ainda está em processo de consolidação. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), existem atualmente cerca de 16 mil produtos orgânicos cadastrados no país e esse número cresce a cada ano. Em pesquisa realizada em 2017 pelo Conselho Brasileiro da Produção Or38 | REVISTA 100% CAIPIRA

gânica e Sustentável (ORGANIS) foi constatado que 15% dos brasileiros já consumiram produtos orgânicos. Entre os que não consumiram, 85% indicou que o fator determinante para isso foi o preço. O potencial do mercado brasileiro para produtos orgânicos é de 207 milhões de habitantes, já que o país não depende de importação, diante da diversidade de insumos e tecnologia encontradas nele próprio. SC tem chances de se destacar no mercado - Com um consumo crescente de produtos orgânicos, o mel produzido de maneira natural tende a ganhar maior valor agregado no mercado e potencializar os negócios dos apicultores catarinenses. Santa Catarina, inclusive, tem chances de se destacar no mercado por ter um setor de apicultura bem consolidado: é o estado com maior produção de mel por km², é o maior exportador de mel do país e o mel catarinense já foi eleito como um dos melhores do mundo.

De acordo com Nésio Fernandes de Medeiros, presidente da FAASC (Federação e Associação dos Apicultores de Santa Catarina), três empresas catarinenses já possuem certificação de mel orgânico: Integração Minamel, Prodapys e mel Breyer. Outra está com processo em andamento, a Rede Eco Vida. Além disso, a FAASC também está com um processo em andamento para certificar 100 apicultores da Grande Florianópolis e do município de Bom Retiro. Para que o mel seja considerado orgânico ele precisa apresentar na embalagem o selo da certificação, que só é autorizado mediante auditoria de toda a propriedade apícola, que considera desde o local onde as abelhas coletam o pólen até o local onde o produto é armazenado depois de embalado. Com o apiário certificado, o apicultor consegue produzir não só o mel, como outros produtos orgânicos, como geleias, cera, própolis etc. O mel orgânico é mais saudável por manter todas as vitaminas e propriedades intactas, por ter antioxidantes poderosos, por ajudar na prevenção de alergias, impulsionar funções imunológicos entre muitas outras características. Embora tenha muitos pontos positivos, é importante considerar que ele pode impactar o negócio do apicultor. Avalie suas vantagens: - Possui alto valor agregado; - Tem boa aceitação de consumo; - Oferece garantia de qualidade ao consumidor; - Com rotulagem adequada e selo de identificação, permite rastreabilidade; - Maior conscientização da equipe de trabalho, que se envolver com as técnicas que envolvem a preservação do meio ambiente.


GESTÃO

Produtores defendem incremento do café mineiro

Fonte: Assessoria de Imprensa da ALMG

Governador e deputados valorizaram, em evento na Capital, o artigo que lidera a produção nacional A importância da qualificação do café mineiro foi destacada pelo governador do Estado, Fernando Pimentel, na abertura da 5ª Semana Internacional do Café, realizada no Expominas, em Belo Horizonte, na última quarta-feira (25/10/17). O evento recebeu produtores, entidades de classe e deputados da Comissão de Agropecuária e Agroindústria da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). De acordo com o governador, o investimento no setor cafeeiro representa o resgate de valores essenciais do Estado, uma vez que o produto é líder em produção nacional. Para ele, o segmento, que já foi menosprezado em outros tempos, é, hoje, a principal fonte de oportunidades de negócio para Minas Gerais. No evento, ele recebeu homenagens de entidades de classe pelos servi-

ços prestados ao setor. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faemg), Roberto Simões, reforçou as palavras de Fernando Pimentel, ao afirmar que, ao fechar o ano de 2017 com um total de 24 milhões de sacas, o café mineiro representará 54% da produção no País. O deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), que representou o presidente da ALMG, deputado Adalclever Lopes (PMDB), lembrou que foi relator da Comissão Especial da Cafeicultura, que funcionou no ano de 2005. Na época, de acordo com ele, o Parlamento mineiro já defendia muitas das ações que, hoje, o governo do Estado vem promovendo. Para ele, Minas está na vanguarda, uma vez que conta com programas inéditos no Brasil e no mundo. “A

Assembleia tem um papel importante no crescimento do setor cafeeiro, por meio da construção de propostas, em especial as que tratam da redução da carga tributária e da geração de emprego e renda”, disse. Produtor rural – O presidente da Comissão de Agropecuária e Agroindústria, deputado Antônio Carlos Arantes (PSDB), também destacou a necessidade de investimento na qualificação do café para que se torne um produto diferenciado no mercado brasileiro e mundial. “Tivemos avanços nos últimos 10 anos. O setor vai bem, mas é preciso valorizar cada vez mais o produtor rural”, salientou. A Semana Internacional do Café vai até a próxima sexta-feira (27) e tem a expectativa de receber cerca de 15 mil participantes. REVISTA 100% CAIPIRA | 39


FLORICULTURA

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ALGODÃO

Algodão em pluma com boa liquidez

Em setembro, o mercado de algodão em pluma apresentou boa liquidez, devido à posição mais flexível por parte dos vendedores, especialmente tradings

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Mesmo assim, a “queda de braço” entre vendedores e compradores foi acirrada, com pressão de indústrias por preços menores. Entre 31 de agosto e 29 de setembro, o Indicador CEPEA/ ESALQ, com pagamento em 8 dias, recuou 1,84%. A média de setembro, de R$ 2,4404/lp, é 0,28% maior que à de agosto/17, mas 0,65% abaixo da de setembro/16 (valores atualizados pelo IGP-DI de agosto/17). Ao longo do mês, algumas indústrias brasileiras compraram pequenos volumes de pluma no mercado spot para repor estoque, outras, por outro lado, se limitaram aos contratos já firmados anteriormente. Comerciantes, por sua vez, seguiram bastante ativos para novas aquisições em setembro. Com dificuldade de encontrar caminhões, agentes estiveram atentos ao cumprimento dos contratos realizados anteriormente, destinados aos mercados interno externo, segundo colaboradores do Cepea. Com o Indicador CEPEA/ESALQ, em média, 12,9% superior à paridade de exportação em setembro, e com as oscilações nos valores externos (taxa de câmbio e ICE Futures), tradings estiveram voltadas às negociações no mercado doméstico. Nesse cenário, as exportações se enfraqueceram em setembro. Segundo cálculos do Cepea, a média de setembro/17 para os contratos de exportação referente à safra 2017/18 foi de US$ 0,7466/lp, 3,36% superior à média de agosto/17 (US$ 0,7223/lp), para embarques programados para o segundo semestre de 2018. Para saídas entre agosto e dezembro de 2019 (referente à safra 2018/19), a média está em US$ 0,7455/lp, alta de 3,46% frente à do mês anterior. Além das negociações a preços fixos, outras foram baseadas nos contratos da Bolsa de Nova York (ICE Futures). De 31 de agosto a 29 de setembro, conforme cálculos do Cepea, a paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), porto de Paranaguá (PR), caiu 1,39%, enquanto a média de setembro foi de R$ 2,1621/lp, 0,79% acima da de agosto/17 (R$ 2,1451/lp). No acumulado do mês, o Índice Cotlook A (referente à pluma posta no Extremo Oriente) baixou 1,87%, com média de

US$ 0,8049/lp. Já o dólar se valorizou 0,54% frente ao Real em setembro. A média mensal do dólar, por sua vez, esteve 0,46% inferior à de agosto. Dados da BBM (Bolsa Brasileira de Mercadorias) tabulados pelo Cepea apontam que 55,5% da safra 2016/17, estimada em 1,529 milhão de toneladas, teria sido comercializada até 2 de outubro. Desse total, 54,5% foram direcionados ao mercado interno e 45,5%, ao externo. Os contratos na Bolsa de Nova York caíram, em setembro, devido à expectativa de boa safra e ao avanço da colheita nas lavouras norte-americanas, além do fortalecimento do dólar no mercado internacional. Entre 31 de agosto e 29 de setembro, o contrato Out/17 registrou baixa de 1,44%, fechando a US$ 0,6908/ lp no dia 29; o contrato Dez/17 recuou 1,45% (US$ 0,6845/lp). No mesmo período, o vencimento Mar/18 apresentou queda de 1,11% (US$ 0,6778/lp) e Mai/18, de 1,03% (US$ 0,6835/lp). Em relação às lavouras da safra 2017/18 norte-americana, 67% da área semeada já tem abertura de maçãs, 3 pontos percentuais abaixo do mesmo período de 2016, segundo a Secex. Quanto à colheita, estima-se que tenha avançado em 17% da área dos Estados Unidos em setembro, apenas 2 p.p. superior ao ano anterior. Em relação à qualidade das lavouras, 57% estão em boas e ótimas condições, acima dos 29% do ano anterior; 27% estão em condições medianas, contra 26% do mesmo período de 2016, e 16%, em ruins e péssimas condições, apenas 1 ponto percentual do registrado há um ano. MERCADO EXTERNO – De ago/17 a set/17, a exportação brasileira registrou 132,7 mil toneladas, alta de 95,2%, segundo dados da Secex. Já na parcial de 2017 (jan-set), as vendas totalizam 371 mil t, queda de 30% frente ao mesmo período de 2016. Em set/17, o faturamento foi de US$ 212,7 milhões de t, 94% superior ao de ago/17, com valor médio de US$ 0,7269/lp, leve recuo de 0,8% no período. Em moeda nacional, o preço foi de R$ 2.2794,67/lp, 1,2% inferior ao de agosto/17. A importação brasileira, por sua vez, teve volume seis vezes maior que

em agosto/17, totalizando 406,6 mil t. De jan-set/17, as compras registraram aumento de 50,4% frente a 2016 (jan-set), indo para 33,4 mil t. Em set/17, o preço médio de importação foi de US$ 1.322,70, queda de 18% comparado a agosto/17, mas 66% superior ao de set/16. O Icac (Comitê Internacional do Algodão), revisou positivamente os dados da safra 2017/18. Com expansão de 3% na área semeada, a produção mundial pode atingir os 25,4 milhões de t, 10% maior que o colhido na temporada 2016/17, impulsionado pelo crescimento nos principais produtores, como Estados Unidos, Índia, China, Paquistão e Brasil. Preços competitivos para o algodão frente a outras culturas no período de semeio (com a média do Cotlook A em US$ 0,83/lp, alta de 18,6% comparado à safra anterior) foram os fatores de elevação. Para o consumo 2017/18, é esperado aumento de 2,7%, indo para 25,2 milhões de t. O maior crescimento deve ser registrado na China e, de forma mais moderada, na Índia, Turquia, Bangladesh, Vietnã e Brasil. O estoque mundial está estimado em 18,7 milhões de t, apenas 0,8% maior que o da safra 2016/17. Quanto à comercialização global 2017/18, se espera volume de 7,9 milhões de t, 2% menor no mesmo comparativo. CAROÇO – Em setembro, o ritmo de negócios esteve lento, sendo que a maioria dos lotes negociados envolveu pequenos volumes. Cautelosos para novos fechamentos, compradores se queixaram quanto às vendas e ao repasse dos preços do caroço para os derivados (como torta, farelo e óleo). Assim, indústrias trabalham com o caroço contratado e/ou com produto já em estoque. Segundo dados captados pelo Cepea, em setembro/17, o preço médio do caroço no mercado spot em Primavera do Leste (MT), recuou 1,4% frente ao mês anterior, com média de R$ 435,63/t; em Campo Novo do Parecis (MT), a média foi de R$ 404,42/t, aumento de apenas 0,3%, e em Lucas do Rio Verde (MT), de R$ 372,65/t (-6,3%). Já em Barreiras (BA), com menor disponibilidade no spot, subiu 10,7% em setembro, com média de R$ 681,25/t. Fonte: Investing.com REVISTA 100% CAIPIRA |43


ARTIGO

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FEIRAS E EVENTOS

Primeira edição da ESALQSHOW se apresenta como um farol para a agricultura do futuro

Cerca de 3 mil pessoas passaram pelo campus da USP ESALQ, em Piracicaba, durante o evento Em um formato inovador para apresentar ao mercado as inovações que vêm sendo desenvolvidas na agricultura, estimular o empreendedorismo no setor e ser um fórum para pensar nos desafios do futuro foi realizada a primeira edição da ESALQSHOW – Feira de Inovação para o Agronegócio Sustentável, nos dias 10 e 11 de outubro, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP ESALQ), em Piracicaba (SP). Promovida pela USP ESALQ e Araiby, o evento fez parte da programação da tradicional Semana Luiz de Queiroz 2017. Aproximadamente 3 mil pessoas passaram pela ESALQSHOW, que teve diversos eventos simultâneos, como o AgTech Valley Summit, Encontro de Lideranças em Agricultura, Painel Agricultura Digital e Mesa Redonda para Startups, com a participação de 55 palestrantes, além de 67 empresas e projetos expostos no Espaço Inovar ESALQ & cia. e 14 Vitrines preparadas nos diferentes departamentos da universidade para apresentar 51 projetos. A ESALQSHOW 46 | REVISTA 100% CAIPIRA

ocupou uma área total de aproximadamente 10 mil m² no campus em Piracicaba. A abertura do evento contou com a presença do Governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin, do Secretário de Agricultura Arnaldo Jardim e do Secretário de Meio Ambiente, Maurício Brusadin que transferiram seus Gabinetes para Piracicaba durante a semana, além de diversas autoridades regionais e lideranças do setor. “A ESALQSHOW é uma plataforma de relacionamento da ESALQ com a sociedade e uma via facilitadora entre a academia e o setor produtivo. O evento é uma excelente oportunidade de integrar a nossa comunidade interna e ouvir o que a sociedade e o mercado têm a nos dizer. Tenho certeza de que saímos daqui mais lúcidos em relação aos destinos da agricultura no País”, ressalta o diretor da USP ESALQ, Luiz Gustavo Nussio. Para o presidente do Conselho Consultivo da ESALQSHOW, o ex-Ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, o evento se propõe a ser um farol

para o futuro. “Posso dizer que esse farol foi aceso e que a luz foi tão grande que num primeiro momento pode nos assustar e angustiar ao iluminar um presente tão extraordinariamente complexo. Ao mesmo tempo, nos dá uma direção de onde seguir para que o Brasil ocupe com êxito seu papel de produzir alimento para a crescente população mundial. Dois aspectos, a meu ver, se tornam essenciais para esse futuro: a sustentabilidade como uma questão central para a competitividade e a discussão sobre a sucessão dos negócios”, analisa Roberto Rodrigues. “A ESALQSHOW é fruto da visão e da somatória de almas que não param de pensar na prosperidade coletiva, que vislumbraram, se empenharam, assumiram e acreditaram que é possível fazer ações e contribuir para construir um futuro melhor”, afirma o presidente da Araiby, empresa que organizou a ESALQSHOW em conjunto com a ESALQ, Luiz Mario Machado Fonte: Attuale Comunicação Salvi.


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Alcachofra refogada à moda caipira INGREDIENTES 4 alcachofras grandes 1 cebola média 1 tomate 5 dentes de alho 150 g de azeitonas picadas Cheiro verde 3 colheres de sopa de azeite de oliva 1 pitada de orégano 1 copo d’água Sal à gosto PREPARO Lave bem as alcachofras corte a ponta das flores e reserve, em seguida descasque o alho e a cebola e pique-os muito bem, em uma panela de pressão coloque o azeite, deixe aquecer e refogue o alho e na sequencia a cebola, após dourar acrescente o tomate, azeitona, orégano e o cheiro verde picado e refogue por mais alguns minutos, abaixe o fogo e acomode as alcachofras de pé no fundo da panela, adicione a água feche a panela, após pegar pressão deixe cozinhar por mais 15 minutos, sirva ainda morno. REVISTA 100% CAIPIRA | 49


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