Edição 57 100 por cento março 2018

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CONTRIBUIÇÃO DA RAÇA SENEPOL PARA A INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, março de 2018 - Ano 6 - Nº 57 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

DA BOVINOCULTURA NO BRASIL

Gado vermelho tem crescimento no mercado nacional e internacional

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Meio ambiente:

Santa Catarina tem 83% das propriedades rurais cadastradas no CAR

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Fruticultura:

Híbrido de melão amarelo é mais doce e resistente a fungo de solo

Bovinos de corte: Venda de gado vivo cresce sob mira de entidades Laticínios: Leite: Valorização do UHT sinaliza retomada de preços no campo

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Artigo: Contribuição da raça SENEPOL para a inovação


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Gestão: Dez erros para não cometer na ILPF

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Energias renováveis: Brasil avança em ranking de energia eólica com ventos entre os melhores

Cultura caipira: Lançamento do CD da dupla Dito Viola e Jau (Pra ser bom tem que ser bom) Agricultura de precisão:

John Deere destaca soluções em agricultura de precisão

Receitas Caipiras: Rabada caipira REVISTA 100% CAIPIRA |

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MEIO AMBIENTE

Brasil, março de 2018 Ano 6 - Nº 57 Distribuição Gratuita

EXPEDIENTE Revista 100% CAIPIRA®

www.revista100porcentocaipira.com.br

Fonte: Assessoria de Imprensa Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca

Santa das

Catarina tem 83% propriedades rurais cadastradas no CAR

O cadastramento é obrigatório em todo território nacional e o prazo encerra em 31 de maio Mais de 305 mil propriedades rurais já estão inscritas no Cadastro Ambiental Rural (CAR), 83% do total. Santa Catarina tem 74% das áreas regularizadas, faltando ainda 2,3 milhões de hectares. O cadastramento é obrigatório em todo território nacional e o prazo encerra em 31 de maio. O CAR é um registro obrigatório para imóveis rurais, estabelecido pelo Novo Código Florestal, lei 12.651 de 2012. Nele, são declarados os dados pessoais do proprietário ou possuidor rural, podendo ser pessoa física ou jurídica, além de dados cadastrais e da localização georreferenciada das Áreas de Preservação Permanente (APP), Áreas de Reserva Legal (RL) e Áreas de Uso Restrito (AUR). Em Santa Catarina as regiões de São Miguel do Oeste, Dionísio Cerqueira e Itapiranga já tem mais de 90% das áreas cadastradas. A região com menor índi6 | REVISTA 100% CAIPIRA

ce é a de Araranguá com apenas 53% das áreas regularizadas. “É importante que todos os produtores busquem a regularização do CAR. O produtor que não tiver sua área cadastrada vai ter dificuldades para buscar licenças ambientais e financiamentos” ressalta o secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa. Quem não efetuar o registro sofrerá restrições por parte de órgãos públicos, como impedimento para realizar operações de crédito nos bancos. O preenchimento é feito no site www.car.gov.br e, em Santa Catarina, há 1.345 agentes treinados (nas prefeituras, sindicatos, cooperativas ou técnicos facilitadores) para auxiliar os agricultores e proprietários de imóveis rurais a realizar o cadastro. Mais informações sobre o CAR em Santa Catarina podem ser obtidas no endereço: www.cadastroambientalrural.sc.gov.br.

Diretor geral: Sérgio Strini Reis - sergio@ revista100porcentocaipira.com.br Editor-chefe: Eduardo Strini imprensa@ revista100porcentocaipira.com.br Diretor de criação e arte: Eduardo Reis Eduardo Reis eduardo@ revista100porcentocaipira.com.br (11) 9 6209-7741 Conselho editorial: Adriana Oliveira dos Reis, João Carlos dos Santos, Paulo César Rodrigues e Nilthon Fernandes Publicidade: Agência Banana Fotografias: Eduardo Reis, Sérgio Reis, Google imagens, iStockphoto e pxhere Departamento comercial: Rua das Vertentes, 450 – Vila Constança – São Paulo - SP Tel.: (11) 98178-5512 Rede social: facebook.com/ revista100porcentocaipira A revista 100% Caipira é uma marca registrada com direitos exclusivos de quem a publica e seu registro encontra-se na revista do INPI Nº 2.212, de 28 de maio de 2013, inscrita com o processo nº 905744322 e pode ser consultado no site: http://formulario. inpi.gov.br/MarcaPatente/ jsp/servimg/validamagic. jsp?BasePesquisa=Marcas. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião desta revista, sendo eles, portanto, de inteira responsabilidade de quem os subscrevem.


ENERGIAS RENOVÁVEIS

O biocombustível como fonte mais valorizada do mundo

Fonte: CCAS - Conselho Científico Agro Sustentável

O biocombustível será, sem dúvida, uma das fontes energéticas diferenciadas e mais valorizadas do mundo nos próximos 20 anos Por José Luiz Tejon Megido, Conselheiro Fiscal do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e Dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM.

Isso significa oferecer aos produtores rurais acesso a uma diversificação de suas plantações em alta escala científica e tecnológica, contribuindo diretamente para a segurança alimentar do planeta, ao contrário das visões de que estaria competindo em áreas com o alimento. O plano brasileiro chamado RenovaBio está em total consonância com os programas globais de meio ambiente e da indústria automotiva, que já define datas para exterminar de suas ofertas comerciais veículos movidos a energia fóssil. O Brasil, além do etanol da cana-de-açúcar, inicia a produção do etanol a base de milho. Produzimos pouco milho perante o que iremos poder produzir nos próximos anos. Poderemos produzir muito mais milho do que o total das nossas safras, somados todos os grãos, como soja, trigo, arroz e outros.

A cidade de Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, é considerada uma região exemplar na convivência da produção moderna, em escala, com as precauções do meio ambiente. Da mesma forma, é uma cidade com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) elevado no país. Um exemplo positivo de agrossociedade, acima de apenas agronegócio. A previsão para o mercado do etanol em 2018 é de crescimento de 30% e vai continuar crescendo assim que chegar as novas tecnologias que irão transformar etanol em eletricidade nos carros híbridos, em breve circulando pelo país e pelo mundo. Em ano pleno de incertezas e de instabilidade no mundo político, podemos olhar e prestar atenção para este lado brasileiro, que não para, que empreende e cresce. O agronegócio do alimento, da bioenergia, do cooperativismo, do que

utiliza escala elevada de graus disruptivos científicos, ou aquele que podemos encontrar na cobertura da Galeria do Rock, na cidade de São Paulo, perto das esquinas da Avenida Ipiranga com a São João: uma horta orgânica urbana. São exemplos sensatos de um Brasil que não é corrupto, que é trabalhador, inovador e lúcido. Lucas do Rio Verde está agora com 350 milhões de reais sendo investidos na duplicação da primeira usina de etanol de milho brasileira, totalmente sustentável e rentável, e criando quase mil empregos novos na região. A FS Bioenergia é uma sociedade entre a Tapajós (brasileira) com a Summit Agricultural Group, dos Estados Unidos. É hora de atração de investimentos mundiais para o país e aplicação de ciência e tecnologia com sustentabilidade assegurada. Existe um Brasil lúcido, e nesse Brasil nós acreditamos. REVISTA 100% CAIPIRA |

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ARTIGO

Contribuição da raça SEN o desenvolvimento da bo Referência em

Gado vermelho tem mercado naciona 8 | REVISTA 100% CAIPIRA


NEPOL para a inovação e ovinocultura no Brasil – m produtividade

m crescimento no al e internacional

Por: Sérgio Strini

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H

á cerca de 18 anos d á - s e início a ch e g a d a do gado SENEPOL no Brasi l, que vem o c up ando um esp aço cres cente no reb an ho naciona l, o que vem cont r ibuindo muito com a p e c uár i a sustent ável. Para s e ter uma idei a do cres cimento do “gado ver mel ho” que é or ig inár io d as Il has Virgens (no C ar ib e) e com indic aç ão p ara o cr uzamento indust r i a l, foram reg ist rados na Ass o ci aç ão Brasi leira de Cr i adores de B ov inos S enep ol (AB CB S enep ol) 55.892 c ab e ç as em 2016, com um aumento de 27% em rel aç ão ao ano anter ior. “O S enep ol t raz muitos b enef ícios p ara os cr i adores e t amb ém p ara a p e c u ár i a ef iciente, de ciclo c ur to, sustent ável, aquele que pro duz a limento nobre, s aud ável, nut r it ivo e de ele vad a qu a lid ade”, af ir ma Pe dro Cros ara que assumiu a presidênci a d a Ass o ci aç ão e f ic ará até 2020 à f re nte d a inst ituiç ão. “S er ie d ade, compromiss o e mot ivaç ão em s eus proj etos com a raç a S enep ol, em esp e ci a l qu ando f izerem s eus b a l anços f inanceiros e ve em que as cont as fe cham, s ão a lguns ing re dientes adot ados p ara o des envolv imento sustent ável do S enep ol”, ava li a Pe dro Cros ara, que subst ituiu o empres ár io e 10 | REVISTA 100% CAIPIRA

cr i ador Gi lmar G oud ard, que este ve no comando d a Ass o ci aç ão p or du as gestõ es (2012/13 e 2013 a 2016). No Brasi l, existem cr i adores d a raç a S enep ol em qu as e to dos os est ados d a Uni ão, o que p ossibi litou um aumento sig nif ic at ivo de s ó cios s aindo de 94 em 2011 p ara 489 no ano de 2016. “S e considerar mos os que não s e ass o ci aram, est imamos em 721 cr i adores no tot a l”, s egundo Cros ara. O reb an ho, te ve cres cimento em to d as as reg iõ es brasi leiras, mas a maior concent raç ão est a em Minas G erais, Mato Gross o do Su l, Mato Gross o, São Pau lo, R ondôni a, G oi ás e Pará. Mais do que duplic ando na e voluç ão cerc a de 130,7%, pu l ando de 24.227 em 2012 p ara 55.892 em 2016. A cr i aç ão do gado S enep ol, s egundo a AB CB S enep ol, cres ce cerc a de 35% ao ano. A raç a t raz muit as vant agens, como a qu a lid ade d a c ar ne, menor p er ío do p ara início d a repro duç ão, retor no lucrat ivo mais rápido ao cr i ador faci lid ade de manutenç ão do anima l, do cilid ade e r ust icid ade. D e acordo com a AB CB, a demand a p elo S enep ol uni o a lto rendimento com o menor c usto p ara os p ec u ar ist as “O fo co na raç a muito s e de ve à c ap acid ade de atender a uma demand a de merc ado com faci lid ade e pre ço b aixo na cr i aç ão e a lto rendimento e lucro no cor te”, diss e o diretor de marke-

t ing d a ass o ci aç ão. O gado S enep ol apres ent a um cres cimento rápido, favore cendo a p e c u ár i a de cor te, fazendo com que o ciclo de engord a s ej a b em c ur to. São c arac ter íst ic as como a ele vad a c ap acid ade de t ransformaç ão de p asto que deixa o gado pronto p ara o ab ate rapid amente, ou s ej a, com maturaç ão de p es o e c arc aç a f r igor íf ic a em id ades aind a pre co ces. Em ava li açõ es em cent ros de p er for mance e conf inamentos de c amp o apres ent a gan hos de 1,5kg a 2,5kg p or c ab e ç a di ár ios dep endendo d a id ade e do manej o nut r iciona l dos animais. A desmama acontecendo com uma mé di a de 60% do p es o d a mãe aos oito mes es de id ade. O p es o var i ando ent re 220 a 260 kg p ara as fême as e 240 a 300 kg p ara os machos. Per mit indo a comerci a lizaç ão dos b ezer ros com pre ços de até 50% acima do merc ado de rep osiç ão. O gado S enep ol s e s obress ai a um out ro t ip o de gado em divers as c arac ter íst ic as des de a desmama (no c as o aqui vamos fa l ar do Z ebu), até o ab ate. Enqu anto o Z ebu é desmamado com aproximad amente 180 kg , o S enep ol com a mesma id ade é desmamado com 300 kg e aos dois mes es j á indo p ara o p asto enqu anto o Z ebu vai aos qu at ro mes es uma pre co cid ade excelente ao pro dutor. A cob er tura do gado Z ebu é de 25 a 30 vac as enqu anto o S enep ol é o dobro, a lem d o temp o


út i l de repro duç ão que o S enep ol at inge, até 10 anos. No merc ado f r igor íf ico um repro dutor S enep ol é vendido até mais que o dobro de um gado Z ebu, p or exemplo, em rel aç ão ao c usto b enef ício qu anto à repro duç ão. Um gado S enep ol é comerci a lizado p or até R$ 10 mi l enqu anto um Z ebu é comerci a lizado p or R$ 4 mi l colo c ando na b a l anç a estes va lores, o S enep ol cobre 60 vac as e o Z ebu ap enas 30. Já out ro indic at ivo é a comp araç ão com o Nelore com cr uzamento S enep ol que é comerci a lizado p or R$.1.000,00. Tamb ém temos o temp o de ab ate que é re duzido p el a met ade em rel aç ão aos out ros b ov inos os que le vam de 36 a 40 mes es p ara ir ao f r igor íf ico o S enep ol f ic a pronto ent re 18 e 20 mes es, com o mesmo p es o que o Z ebu e o Nelore. Uma diferenç a muito g rande no temp o de engord a p ara o pro dutor ; o que gera maior rent abi lid ade

a lém do que os f r igor íf icos est ão p agando até 25% a mais no gado S enep ol em rel aç ão aos out ros animais do mesmo p or te. Os c ustos e esp aços p ara o manej o dos animais (Nelore, Z ebu e S enep ol) s ão os mesmos, p orém o t rab a l ho com o S enep ol é b em mais fáci l, uma ve z que o S enep ol é mais dó ci l e não há uma lut a ent re o p e ão e o gado, não pre cis ando c achor ros, chicotes e nem l aços p ara conduzi-los, p o de-s e chegar b em p er to e ac ar ic i ar os animais s em problema nen hum. E le é muito ob ediente e mans o. A lém de s er um gado de cor te, p o de s er t amb ém uma g rande ajud a na pro duç ão de leite, s egundo estudos é um excelente gado leiteiro. C om a lgumas lin hagens que pro duzem muito leite (estes estudos foram re a lizados na C olômbi a e no Panamá), que ut i lizam o S enehol (S enep ol com o Hol andês), tendo muito b ons resu lt ados t anto

no leite como no cor te. A raç a S enep ol s e dest ac a ent re os p e c u ar ist as que bus c am o mel horamento genét ico no pl antel p ara atender a demand a de c ar ne. S e comp arar mos os va lores de comerci a lizaç ão ent re as pr incip ais raç as de cor te no Brasi l, not aremos um va lor sur pre endente de vend as. O resu lt ado p osit ivo de s aíd a do t aur ino t ropic a l sina liza o aumento de invest idores que acre dit am no p otenci a l pro dut ivo do anima l e na p adronizaç ão que ele p o de prop orcionar ao reb an ho. O S enep ol p er mite ao p e c u ar ist a maior remuneraç ão na vend a de su as c arc aç as p or rendimento líquido d a c arc aç a s em couro e miúdos e gan hos e conômicos p or premi aç ão. É genét ic a com confor maç ão raciona l e mo derna p ara pro duç ão de c ar ne. Tem compr imento, prof undid ade, e l argura ne cess ár ios p ara s e “colo c ar” c ar ne na c arc aç a . Per nas

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c ur t as p ara o ne cess ár io desloc amento e cob er tura s em o excess o de colo c aç ão de oss atura na c arc aç a (p ara o p e c u ar ist a, nas p er nas não s e dep osit a c arne). É natura lmente mus c u los o, e com g rande p ercentu a l de c arne nas p ar tes mais nobres. Por me diç ão de u lt rass om apres ent a ele vado p ercentu a l de AOL (áre a de ol ho de lomb o). Me diçõ es de c arc aç as com a genét ic a S enep ol feit as p el a USP (Universid ade de São Pau lo) obt iveram em mé di a 81,82 cm. Em s etembro de 2017 o Brasi l foi considerado o maior pro dutor genét ico d a r aç a S enep ol do mundo, como referênci a mundi a l, s e di ando o encont ro internaciona l com delegaçõ es de divers os p aís es d a Amér ic a L at ina p ara a apres ent aç ão d as inovaçõ es genét ic as b ov inas na p e c u ár i a de cor te, o que est á le vando o s etor a pro duzir c ar ne de for mas mais sustent áveis e ef icientes. O “Grande Encont ro Inter nacio-

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na l do S enep ol “D O PASTO AO PR ATO”, o cor r ido ent re 30 de agosto a 10 de s etembro de 2017 em Ub erl ândi a-MG, te ve a pres enç a marc ante de renomados prof issionais d a áre a de p es quis a e pro duç ão, p e c u ar ist as e os consumidores f inais d a c ar ne b ov ina, S enep ol x Nelore “mais c ar ne em menos temp o”. D urante o e vento os v isit antes puderam assist ir p a lest ras té cnic as, p ar t icip ar do di a de c amp o, con he cer a histór i a de s ele ç ão d a raç a no mundo e no Brasi l, ver de p er to mais de 250 animais p er tencentes a 30 cr i atór ios de divers as reg iõ es do p aís e p or f im degust ar a c ar ne de animais meio s angue S enep ol/Nelore. O Presidente d a AB CB S enep ol Pedro Cros ara durante a ab er tura do Pr imeiro S eminár io Inter naciona l de S enep ol af ir mou: “Foi um g rande des af io re a lizar um e vento dess a prop orç ão em um momento de ret raç ão do merc ado. Tivemos uma p ar t icip aç ão

muito expressiva t anto de brasi leiros qu anto de est rangeiros, most rando que o p e c u ar ist a est a bus c ando a lter nat ivas p ara tornar o negó cio mais ef iciente. O Brasi l é o maior s ele cionador d a raç a no mundo e muitos p aís es têm interess e em imp or t ar a genét ic a s ele cionad a aqui a 17 anos.” O e n c ont ro g i g a nt e s c o i n t e r n a c i on a l d o S e n e p o l n o Pa rqu e C a m a r u e m U b e r l â n d i a t e v e m a i s d e 4 0 0 m i l v i s it a nt e s , e t a mb é m o s e g u n d o l e i l ã o u n i ã o S e n e p o l qu e o c or re u n o d i a 6 d e s e t e mbro e f or a m c om e rc i a l i z a d o s 3 0 a n i m a i s c om u m f atu r a m e nt o t ot a l d e R $ 8 3 5 . 9 2 0 , 0 0 c om u m a m é d i a p or a n i m a l d e R $ 2 8 . 3 3 6 , 2 7 . O l ot e m a i s c a ro n e g o c i a d o n e s t e l e i l ã o f oi c o m e rc i a l i z a d a p or R $ 4 3 . 2 0 0 , 0 0 . Ne s t e e v e nt o f oi c r i a d o o Nú c l e o Fe m i n i n o d o S e n e p o l , l a n ç a d o n o d i a 0 4 , c uj a prop o s t a é f a c i l it a r o a c e s s o d a s c r i a d or a s e t a mb é m s u a s f i l h a s qu e f u -


tu r a m e nt e p o d e r ã o a s s u m i r o s n e g ó c i o s , a s i n f or m a ç õ e s t é c n i c a s e g e s t õ e s , p a r a au m e nt a r a s re pre s e nt at i v i d a d e s d a s mu l h e re s n a p e c u á r i a n a c i on a l . A c a d a a n o, o g a d o S e n e p o l f or m a m a i s a d e pt o s p or t o d o o p a í s e j á c on qu i s t a s e u e s p a ç o n o m e rc a d o, g r a ç a s à u n i ã o e nt re a a lt a pro dut i v i d a d e e a d apt a bi l i d a d e a qu a l qu e r re g i ã o d o B r a s i l . O animal possui tolerância ao cal or, b a i x o s í n d i c e s d e i n f e s t a ç ã o p or p a r a s it a s , o p a s t o p a r a s u a criação não tem necessidades d e m a n e j o s e s p e c i a i s e t a mb é m p o s s u i u m a g r a n d e l on g e v i d a d e , c om v a c a s e nt re 1 5 a 2 0 a n o s e m pro du ç ã o. Pe l a or i g e m g e n é t i c a a l i a d a a u m pro c e s s o d e s e l e ç ã o f e c h a d a p or s é c u l o s n a s i l h a s c a r i b e n h a s , o g a d o S e n e p o l , t or n ou - s e u m a n i m a l c om a lt a c ap a c i d a d e d e

a d apt a ç ã o a d i f e re nt e s a mbi e n t e s . Ad apt a - s e a o s d i f e re nt e s n í veis de manejos da pecuária: enc ont r a a l i m e nt o s e m lu g a re s qu e out r a s r a ç a s d i f i c i l m e nt e t e m a c ap a c i d a d e d e o bt e r, p o d e s o bre v i v e r c om p ou qu í s s i m a á g u a p or d i a s , p o d e v i v e r b e m e m re g i õ e s p a nt a n o s a s , n o c e r r a d o e m c a mp o s qu e nt e s ou f r i o s . O s c a s c o s s ã o f or t e s e re s i s t e nt e s a qu a s e t o d o t ip o d e s o l o e t op o g r a f i a , o qu e f av ore c e a r a ç a . A r a ç a S e n e p o l p o d e s e r ut i l i z a d a s o b d i v e r s a s e s t r at é g i a s p a r a a pro du ç ã o d e c a r n e , n o e nt a nt o, s e u g r a n d e d i f e re n c i a l é v i a bi l i z a r o u s o d e g e n é t i c a t au r i n a e m s i s t e m a s d e pro du ç ã o d e s e nv o l v i d o s e m c on d i ç õ e s t ropi c a i s v i a m ont a n atu r a l . O Senepol pode trazer benefícios i mp or t a nt e s e m a o m e n o s du a s s itu a ç õ e s c omu n s n a p e c u á r i a d e

c or t e br a s i l e i r a : Us o d e t ou ro s S e n e p o l n o re p a s s e d e m at r i z e s Z e bu í n a s ou c r u z a d a s e x p o s t a s a pro g r a m a s d e IAT F ( i n s e m i n a ç ã o a r t i f i c i a l e m t e mp o f i x o ) . E s p e c i a l m e nt e p a r a c a s o s e m qu e é u s a d o s ê m e n d e t ou ro s d e r a ç a s t au r i n a s n ã o a d apt a d a s , o s qu a i s n ã o s up or t a m m ont a n a tu r a l , p oi s p e r m it e qu e o s pro dut o s d o re p a s s e t e n h a m m e s m a c omp o s i ç ã o t au r i n a qu e a qu e l e s d a IAT F. Tor n a r p o s s í v e l a re a l i z a ç ã o d e c r u z a m e nt o s e nt re r a ç a s t au r i n a s e Z e bu í n a s e m s i s t e m a s d e pro du ç ã o e m qu e n ã o é p o s s í v e l a a d o ç ã o d e IA c onv e n c i on a l e / ou IAT F. A criação do gado Senepol é a s o lu ç ã o e f i c i e nt e p a r a o bt e n ç ã o e m e l h or i a d e re s u lt a d o s c om i mp a c t o p o s it i v o p a r a a re nt a bi lidade do pecuarista. REVISTA 100% CAIPIRA |13


AGRICULTURA FAMILIAR

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GESTÃO

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FRUTICULTURA

Híbrido de melão amarelo é mais doce e resistente a fungo de solo As características agronômicas do híbrido de melão BRS Araguaia, do tipo amarelo, têm surpreendido produtores que testaram o material. Os pontos positivos mais ressaltados na avaliação são produtividade e resistência Fonte: Embrapa Hortaliças

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Na média, o rendimento gira em torno de 40 toneladas por hectare (t/ha) de frutos comerciais, em condições ideais de cultivo, valor que se equipara às principais cultivares disponíveis no mercado. O híbrido também resiste bem ao fungo oídio, uma das principais doenças que atingem a cultura e apresenta doçura maior e distribuída de forma homogênea em todo o fruto. Resultado do programa de melhoramento genético de melão da Embrapa, a BRS Araguaia está sendo validada nas principais regiões produtoras do País: o Vale do Açu, no estado do Rio Grande do Norte, e o Vale do São Francisco em especial, nos estados de Pernambuco e Bahia. “O mercado é muito dinâmico e competitivo, por isso foi fundamental entregar um material com produtividade equivalente aos híbridos comerciais, mas que, além disso, tivesse uma vantagem adicional que é a resistência ao oídio”, reforça o pesquisador da Embrapa Valter Rodrigues Oliveira, responsável pelo melhoramento genético da cultivar. “A tolerância a oídio é um destaque importante do melão BRS Araguaia, pois as plantas são extremamente fortes e rústicas”, descreve Luís Eduardo Rodrigues, gerente de P&D da Feltrin Sementes, empresa licenciada para comercializar as sementes do híbrido. Melão com doçura uniforme Se, por um lado, produtividade e resistência atendem às demandas do setor produtivo, por outro, o elevado teor de açúcares promete agradar o paladar dos consumidores. Diferentemente das outras cultivares comerciais, o melão BRS Araguaia possui uma doçura uniforme em toda a extensão da polpa, ou seja, ele continua bem doce mesmo na parte da polpa que fica próxima à casca. “Essa característica demonstra o elevado potencial da qualidade do fruto. Além da firmeza, ele é tolerante ao transporte

e tem a polpa extremamente sabo- do chegou a colheita, nos meses de rosa”, comenta Rodrigues. setembro e outubro, Tanaka ficou surpreso com a produtividade: “[O Fruto mais doce que os concorren- BRS Araguaia} produziu dois frutos tes a mais por planta, com uma média de 1,6 kg cada fruto,” relata o agriA doçura do fruto está relacio- cultor. nada ao elevado teor de sólidos solúveis, que são compostos respon- De olho no mercado europeu sáveis pelo sabor, principalmente açúcares. Esse valor é medido em Quase a totalidade da produção grau Brix (ºBx). Cada grau Brix brasileira de melão está concenequivale a um grama de açúcar por trada no Nordeste, devido às con100 gramas de solução, ou seja, 1% dições ambientais mais favoráveis de açúcar. “Em comparação com que permitem o cultivo durante o outros materiais, o BRS Araguaia é ano todo, apesar de haver maior dimais doce: ele alcança 12º Bx, en- ficuldade nos plantios de verão. De quanto outras variedades ficam, em um modo geral, essa regra vale para média, com 10,5º Bx”, quantifica todas as espécies de hortaliças. Rodrigues, ao destacar a qualidade Do ponto de vista da logística, superior do híbrido. a região também é favorecida pela O melão amarelo BRS Araguaia proximidade com portos que escofoi desenvolvido a partir da seleção am os frutos para países da União de linhagens puras que apresenta- Europeia entre os meses de agosto ram as principais características a março — período de entressafra buscadas pelos pesquisadores como das lavouras espanholas, que liderusticidade, vigor, potencial produ- ram o fornecimento para o bloco tivo, adaptabilidade e tolerância a econômico. Segundo Oliveira, no doenças. Em seguida, as linhagens mercado europeu, o melão brasileiselecionadas foram combinadas e ro somente é competitivo até abril, geraram 300 híbridos experimen- quando então a safra da Espanha se tais que passaram por processos de inicia e inviabiliza as exportações validação, especialmente no Vale brasileiras por causa das tarifas de do São Francisco, com o apoio da importação. Embrapa Semiárido (PE). Por fim, Nos outros meses, a produção dez anos após o início do melho- volta-se para o mercado interno, ramento genético, os pesquisadores mas geralmente os produtores inielegeram o híbrido BRS Araguaia, ciam os plantios em maio já penque soma bom desempenho agro- sando no mercado de exportação, nômico a qualidades importantes uma vez que o ciclo do melão gira para a pós-colheita. em torno de 60 dias. Em virtude desse contexto, os frutos devem Aprovado pelo produtor apresentar bom desempenho e resistência após a colheita, visto que No fim de julho, o produtor vão enfrentar duas semanas em naJoaquim Tanaka plantou o melão vios para cruzar o Atlântico e cheBRS Araguaia em uma parcela ex- gar aos portos europeus. perimental, em Porto Esperidião, “A cultivar BRS Araguaia apremunicípio no sudoeste do Estado senta um padrão que atende às exide Mato Grosso, e constatou que gências do mercado: frutos com o híbrido apresenta um desempe- peso médio de 1,7 kg, vida útil de nho melhor que outras variedades 30 dias e elevado teor de açúcares comerciais. “Ele teve melhor uni- e demais sólidos solúveis”, ressalta formidade de frutos. Houve inci- o agrônomo, ao pontuar que, dudência de fungo na lavoura, mas ele rante a pesquisa, os frutos foram sofreu menos ataques que as outras submetidos a situações drásticas de variedades de melão”, conta. Quan- armazenamento, em câmaras frias REVISTA 100% CAIPIRA |17


de laboratório, e que as condições de mercado seriam mais favoráveis para obtenção de valores ainda melhores. Segundo Rodrigues, que acompanha os ensaios de validação do híbrido, o melão apresenta excelentes características após a colheita, como a boa formação de casca que resiste à mancha-chocolate. Esse distúrbio está relacionado ao escurecimento do fruto, tornando-o impróprio para comercialização, e sua ocorrência é frequente nas condições de transporte de melão no Brasil. Apesar de os frutos atenderem mais aos padrões do mercado nacional, Oliveira considera que o híbrido BRS Araguaia é um melão de dupla aptidão porque também pode ser direcionado para o mercado externo. Contudo, devido à ampla adaptação às condições da região Centro-Oeste (em especial, noroeste de Goiás) e do Nordeste (com foco no vale do São Francisco), a estratégia principal para o melão BRS Araguaia é entregar mais qualidade para os consumidores brasileiros que, em regra, consomem frutos de qualidade inferior aos exportados para a Europa. Bom para o grande e pequeno produtor Embora a produção nacional de melão esteja concentrada em grandes áreas e empresas, ainda há pequenos e médios produtores de melão amarelo, principalmente na região do Vale do São Francisco. Como não necessariamente o melão do tipo amarelo precisa entrar na cadeia do frio logo após a colheita (ao contrário dos melões nobres como Gália e Cantaloupe), o agricultor sem estrutura de beneficiamento e armazenagem consegue produzir e escoar os melões. Genética nacional ganha espaço no segmento de híbridos Desenvolvido em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e 18| REVISTA 100% CAIPIRA

Extensão Rural do Estado de Goiás, o melão BRS Araguaia foi licenciado no ano passado para a empresa Feltrin Sementes, após um Processo de Oferta Pública e, desde então, as sementes foram multiplicadas para se obter volume e iniciar a comercialização da cultivar. “O material apresentou destaque na qualidade de plantas, com folhas vigorosas e rústicas, e excelente tolerância natural a doenças”, constatou Luís Eduardo Rodrigues, gerente de P&D da empresa licenciada. No horizonte da pesquisa Altas temperaturas, escassez hídrica e salinidade são fatores abióticos que compõem a equação que as pesquisas com melhoramento genético de melão devem solucionar nos próximos anos. Por outro lado, entre os fatores bióticos, permanecem as buscas por resistência às principais pragas e doenças como oídio, mosca-minadora e vírus-do-amarelão. “A qualidade pós-colheita também será essencial para expandir a vida útil e permitir que os melões cheguem a novos mercados como a Ásia”, analisa o pesquisador Valter Oliveira. O programa de melhoramento genético da Embrapa já tem planos de, a curto prazo, lançar uma nova variedade de melão amarelo destinada à exportação e, assim, fazer a genética nacional ganhar o mundo. Em validações da empresa na macrorregião de Petrolina (PE), os produtores elogiaram a boa cobertura foliar, crescimento vigoroso e a capacidade produtiva, além da firmeza e da doçura da polpa. Segundo Rodrigues, a estratégia vai ser posicionar a cultivar para atender o mercado interno com frutos firmes, excelentes para transporte, e com elevado teor de açúcares. Ele revela que houve interesse no licenciamento porque a empresa busca novas genéticas para atuar em mercados maiores, como o segmento de híbridos que está em crescimento. “Geralmente, o que se cultiva no Brasil são materiais genéticos im-

portados, de empresas estrangeiras que desenvolveram o híbrido de melão fora do nosso país. Por isso, ver a genética nacional sendo inserida nesse mercado é uma conquista que representa ganho de qualidade para produtores e consumidores”, avalia Oliveira ao comentar que ainda é necessário desenvolver a parte de fitotecnia para o híbrido BRS Araguaia alcançar todo o potencial. As cifras do melão Em 2016, a exportação mundial de melão ultrapassou 2,27 milhões de toneladas e 1,44 bilhão de euros, um recorde histórico, conforme mostram os dados da Divisão de Estatísticas do Departamento de Assuntos Econômicos e Mundiais das Nações Unidas, divulgadas pelo portal espanhol Hortoinfo. A Espanha ocupa o primeiro lugar nas exportações, com volume de quase 445 mil toneladas, seguida da Guatemala, com 420 mil toneladas. O Brasil fica em terceiro lugar com 225 mil toneladas de melão exportadas. Honduras e Estados Unidos completam o ranking dos cinco principais exportadores com 208 mil e 176 mil toneladas, respectivamente. Em relação às receitas, a Espanha fatura um valor estimado em 303 milhões de euros, enquanto a Guatemala, com quase a mesma produção, alcança somente 145 milhões de euros, pouco mais do que o Brasil, que obtém 134 milhões de euros pelas exportações da fruta. Nesse quesito, EUA e Honduras invertem de posição com, respectivamente, 112 milhões e 41 milhões de euros. Se observar somente exportações que têm como origem o continente europeu, o Brasil assume o segundo lugar, já que mais de 97% dos melões exportados pela Guatemala são enviados para os Estados Unidos. Os melões brasileiros, por sua vez, são destinados – em ordem decrescente de volume – para Holanda, Reino Unidos, Espanha e Itália.


AQUICULTURA E PESCA

Centros de recursos pesqueiros e aquicultura da Codevasf produziram 154 milhões de peixes desde 2007

Fonte: Assessoria de Comunicação e Promoção Institucional da Codevasf

Companhia realizou mais de 750 peixamentos com espécies nativas na bacia do São Francisco nos últimos 11 anos O mais recente balanço de atividades da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) na área de piscicultura e aquicultura informa que 154,2 milhões de alevinos – filhotes de peixes – foram produzidos pelos Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da empresa desde 2007. Desses, 70,9 milhões eram de espécies nativas da bacia do rio São Francisco – como piau, xira, matrinxã, pacamã e pirá –, e foram usados em 758 ações de recomposição da fauna da bacia (peixamentos). O restante da produção – 83,3 milhões – fomentou criações comerciais, impulsionou a atividade produtiva e proporcionou aumento da renda familiar de pequenos produtores. “Esse é um trabalho de pesquisa, desenvolvimento de tecnologia e recuperação ambiental que a Codevasf exerce há anos, com muita competência, constituindo um portfólio de resultados positivos. Esses resultados geram muitos benefícios aos cidadãos e ao meio ambiente. A empresa detém larga experiência na área de piscicultura e aquicultura e nossos centros pesqueiros necessitam de apoio condizente ao produtivo trabalho que sempre realizaram”, afirma Inaldo Guerra, diretor da Área de Revitalização das Bacias Hidrográficas da Companhia. A Codevasf possui sete Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura na bacia do São Francisco, loca-

lizados em municípios de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas – até 2007 essas unidades eram chamadas de Estações de Piscicultura. Nos centros foram realizados os primeiros projetos bem sucedidos de reprodução artificial de espécies de importância ecológica e econômica para a região do São Francisco, como o surubim e o pirá. “Os barramentos realizados nos cursos d’água para controle de vazão e geração de energia criam obstáculos para a reprodução de peixes e, com isso, há uma redução em sua quantidade. O trabalho da Codevasf está situado nesse contexto ecológico e de apoio à aquicultura comercial e à pesca artesanal. Além disso, ele fornece estrutura para formação de mão de obra especializada e produção científica – os Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura são polos de produção de conhecimento e tecnologia”, explica Maria Valdenete Pinheiro, gerente de Desenvolvimento Regional da Codevasf. As atribuições dessas unidades incluem desenvolvimento de tecnologias de reprodução artificial, ações de repovoamento de corpos hídricos, desenvolvimento de estudos de monitoramento da qualidade da água, fomento à aquicultura, desenvolvimento de pesquisas em biologia pesqueira, capacitação de produtores, pescadores e estudantes em técnicas de criação e propagação de peixes e apoio a organizações de pescadores e criadores.

Desde a década de 1980, projetos empreendidos nesses centros e nas estruturas que os antecederam – frequentemente em parceria com universidades e outras instituições de pesquisa e formação – ofereceram suporte à implantação de dezenas de estações de piscicultura públicas e privadas pelo país. Entre os projetos recentes dos centros está o de reintrodução do pirá – peixe símbolo da bacia hidrográfica do São Francisco e exclusivo da região – na área do Baixo São Francisco, onde a espécie não era mais encontrada por pescadores. Como estratégia de reintrodução, técnicos dos Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Três Marias (MG) e Itiúba (AL) realizaram, em dezembro de 2015, a captura de exemplares da espécie no rio Paracatu, afluente do São Francisco, na região de Três Marias. Os exemplares capturados foram levados para o centro de Itiúba para acompanhamento e reprodução artificial. Desde então os peixamentos da Codevasf no Baixo São Francisco têm contado com alevinos de pirá produzidos localmente. Balanço de 2017 - Somente em 2017 foram produzidos 8,1 milhões de alevinos nos sete centros da Codevasf – 4,3 milhões de espécies nativas e 3,8 milhões de não nativas. Além disso, foram realizados 27 peixamentos e 12 pesquisas; 22 trabalhos científicos foram publicados em 2017 com base em projetos empreendidos nos centros. REVISTA 100% CAIPIRA | 19


CRÉDITO RURAL

Desembolsos de crédito rural têm forte alta O forte crescimento da demanda por recursos para comercialização e investimentos vem impulsionando os desembolsos de crédito rural no país nesta safra 2017/18

Nos sete primeiros meses da temporada - de julho do ano passado ao último mês de janeiro -, produtores, empresas e cooperativas tomaram R$ 99,6 bilhões junto aos bancos, um aumento de 12,6% na comparação com o mesmo período do ciclo 2016/17, de acordo com dados do Banco Central. Em tempos de juros mais baixos no Brasil, esse maior crescimento está alicerçado nas linhas de comercialização, que já totalizaram R$ 20 bilhões em liberações pelas instituições financeiras nesse intervalo, um incremento de 31,5%. Essa maior demanda por financiamentos para comercialização vem sendo direcionada sobretudo à estocagem de grãos, especialmente milho, café e arroz, além de leite. “O comportamento dos preços desses produtos, que estão relativamente menores do que em períodos anteriores, induziu o produtor a fazer estoques à espera de preços melhores”, afirma o diretor de Crédito e Estudos Econômicos do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz. Mas outra motivação para que esses contratos de crédito estejam deslanchando é uma mudança de regras que 20| REVISTA 100% CAIPIRA

passou a valer no Plano Safra 2017/18. Pela primeira vez o governo estabeleceu que os financiamentos de operações de comercialização não poderiam mais contar com fontes controladas de recursos, apenas com recursos livres. Nesse contexto, as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) passaram finalmente a se destacar como fonte de recursos nessa frente. O montante de crédito contratado para comercialização baseado em LCA, por exemplo, quadruplicou de julho de 2017 a janeiro passado e alcançou R$ 6 bilhões. O valor faz parte dos R$ 13,6 bilhões disponibilizados pelo governo no Plano Safra 2017/18 a taxas de juros controladas, que podem variar de 8,5% a 12,75% ao ano. Não por acaso, as contratações de crédito rural como um todo que têm como base captações de LCA registraram elevação de 47,2% nos sete primeiros meses do ciclo e atingiram R$ 13,4 bilhões. A contratação de recursos para investimentos também cresceu nesse intervalo 18,2% para R$ 22,7 bilhões. Com exceção do Moderfrota, que financia a aquisição de máquinas agrícolas e

teve suas operações suspensas temporariamente em janeiro por causa da entrada em vigor da Taxa de Longo Prazo (TLP), todas as linhas dessa modalidade tiveram aumento de desembolsos nos sete primeiros meses da safra 2017/18. É o caso do PCA, voltado para armazenagem, cujos desembolsos dobraram e somaram R$ 437 milhões, e do programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono), muito usado para recuperação de pastagens degradadas, que registrou alta de 50% em suas contratações no mesmo intervalo. Ainda que em ritmo menor, os desembolsos para custeio, modalidade mais demandada no meio rural, também aumentaram: 4%, para R$ 57 bilhões. Como o plantio de grãos como soja e milho na região central do país já foi concluído, a desaceleração do ritmo de crescimento é normal nesta época do ano. De modo geral, os empréstimos vêm sendo liderado pelos bancos públicos, sobretudo pelo Banco do Brasil. A instituição já viu suas operações de crédito rural somarem R$ 46,5 bilhões nesta safra, 30% mais que no mesmo período da Fonte: Avisite temporada passada.


CAPACITAÇÃO

Negócio Certo Rural transforma vida de pequenos produtores no interior do Estado

Fonte: Assessoria de Comunicação Senar/MT

Localizado a cerca de 800 quilômetros de Cuiabá, Nova Nazaré, de acordo com dados da prefeitura, é um pequeno município com pouco mais três mil habitantes Em março do ano passado, depois de participar do Negócio Certo Rural (NCR), um projeto do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (SENAR-MT), os moradores passaram a olhar a vida e a propriedade rural de forma diferente. “Aprendi a colocar tudo na ponta do lápis e, assim ficou mais fácil de administrar os negócios”, conta a produtora rural, Divina Maria, de 53 anos. Com o objetivo de contribuir para a melhoria da gestão da propriedade rural por meio da capacitação e tendo como foco principal o empreendedorismo, o Negócio Certo Rural tem sido cada vez mais demandado junto ao SENAR-MT. O conteúdo do treinamento com carga horária de 46 horas inclui sete módulos. Já no primeiro, o participante recebe ajuda para realizar o diagnóstico deta-

lhado da sua propriedade. Além disso, tem a oportunidade de aprender a identificar novas ideias e recebe orientação para observar novas potencialidades e fazer um plano de negócio. Para Divina Maria, participar do Negócio Certo Rural mudou sua forma de trabalhar. “Passei a calcular com precisão os gastos e lucros”. Ela conta ainda que depois que o esposo faleceu se tornou mais difícil administrar o sitio Bela Vista, propriedade da família. “Este foi um dos melhores cursos dos quais já participei”, ressalta a produtora. “Todos deviam fazer”, aconselha. Mãe de três filhos, Divina, conta também que tem conseguido, com a renda da propriedade, proporcionar estudos os filhos. Um deles é biólogo e está concluindo Doutorado, em Belém (PA). Já os outros dois estão cursando

engenharia Civil, em Nova Xavantina (MT). Mas não é só em Nova Nazaré que o Negócio Certo Rural ofertado pelo SENAR-MT e parceiros têm transformado vidas. Em Campinapólis fez a diferença para o casal Elizângela Borges e Raimundo Nonato. Produtores e parceiros do Sindicato Rural de Campinápolis, em 2014 participaram do Negócio Certo Rural realizado no assentamento Banco da Terra. Elizângela conta que o treinamento foi fundamental para o desenvolvimento das atividades realizadas na propriedade onde desenvolvem a cadeia produtiva da piscicultura e horticultura. “Saber como fazer o trabalho da maneira correta, calcular gastos, lucros e comercializar a produção são fatores fundamentais para o sucesso do negócio”, definiu. REVISTA 100% CAIPIRA |21


BOVINOS DE CORTE

Venda de gado vivo cresce sob mira A venda de gado vivo por frigoríficos brasileiros ganhou os holofotes no início deste mês, quando duas organizações não governamentais conseguiram decisões judiciais que impediram que um navio carregado com 25 mil animais seguisse viagem à Turquia

A embarcação acabou sendo liberada, em função de um recurso do governo federal. O caso jogou luz sobre um setor que vem crescendo cerca de 20% ao ano e se tornou alternativa de receita para pecuaristas e empresas de alimentos, como a Minerva Foods. Entidades ligadas ao bem-estar animal, porém, pretendem continuar a tentar barrar a atividade. Embora a venda de gado vivo seja uma prática antiga, esse segmento da pecuária ganhou força no início desta década, quando as vendas externas chegaram a 690 mil animais. De 2010 a 2012, o principal destino dos bois brasileiros eram os frigoríficos da Venezuela. Com a severa crise econômica do país vizinho, as vendas despencaram em 2015. Para viabilizar o negócio, pecuaristas acharam um novo cliente: o mercado de religião islâmica. De 2016 para cá, as vendas voltaram a subir, até atingirem US$ 263 milhões em 2017, segundo o Ministério do Desenvolvimento, mas ainda bem longe do auge em volume. 22| REVISTA 100% CAIPIRA

É um número pouco relevante diante dos abates anuais no País, que somam entre 35 milhões e 40 milhões de cabeças por ano, diz César Castro Alves, analista de pecuária da MB Agro. A fatia de 1% dos abates, na visão do especialista, não deve subir de forma significativa, pois o mercado global de bovinos vivos não cresce de forma significativa - o total movimentado está estacionado em cerca de 5 milhões de cabeças por ano. “É um nicho alimentado por questões religiosas. Pode ser boa opção para quando os preços estão ruins, pois vender boi vivo não agrega valor ao produto”, aponta Alves. Alvo Apesar de o mercado como um todo não crescer, tanto empresários quanto o Departamento Americano da Agricultura (USDA) preveem altas de 20% a 30% nas exportações brasileiras em 2018. A Minerva Foods, dona da carga que foi retida em San-

tos, domina cerca de 40% das vendas de animais vivos - segmento em que as líderes em bovinos no País, JBS e Marfrig, não atuam. Procurada, a Minerva não deu entrevista. Uma explicação para o interesse no negócio é o fato de os países muçulmanos pagarem prêmios sobre a cotação de referência do gado. Uma fonte ligada às exportadoras esclarece que os compradores exigem raças específicas - o gado Nelore, símbolo do plantel brasileiro, não é aceito em países muçulmanos, que preferem a raça Zebu. Diante das exigências, é necessário esforço para angariar animais para a venda externa, o que acaba se refletindo no preço pago pelo comprador. Entre as outras empresas nacionais com atuação relevante na exportação de gado vivo estão Mercúrio e Agroexport. Para crescer, os empresários se movimentam para abrir novos mercados. Hoje, mais da metade das vendas brasileiras são para a Turquia. Missões comerciais, no entanto, já bus-


de entidades

LOGÍSTICA E TRANSPORTE

Fretes ameaçam lucratividade na soja e milho Inflação de mais de 54% nos últimos 12 meses

cam clientes na Malásia e na Indonésia - dois países hoje atendidos sobretudo pela Austrália. A avaliação é que, se a estratégia der certo, as vendas de gado vivo podem crescer mais 50%, para 600 mil unidades por ano, até 2023. Reação Porém, entidades como o Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal e a Agência de Notícias de Direitos dos Animais (Anda), que conseguiram suspender a venda de boi vivo por alguns dias, não estão dispostas a arredar pé da tentativa de paralisar o setor. “Nossa luta é pelo respeito aos animais, que não estão contemplados nas regras de exportação brasileiras, que se limitam a aspectos sanitários”, diz Vânia Plaza Nunes, médica veterinária e diretora técnica do Fórum Animal. A briga com os frigoríficos é de longo prazo. Segundo ela, novos recursos para voltar a paralisar as vendas de gado vivo serão apresentados nas próximas semanas. Fonte: Hoje em Dia

Os fretes estão tendo uma elevação muito acima do normal neste ano – mais de 54% nos últimos 12 meses, contra uma inflação que não chega a 4% anuais. Na visão do analista da T&F Consultoria Agroeconômica, Luiz Fernando Pacheco, esse custo começa a ameaçar a lucratividade dos produtores de soja e milho. “Com uma inflação baixa, a menor dos últimos 30 anos, seria de se esperar que os fretes também fossem baixos, como os juros, por exemplo. Mas, não e isto que está acontecendo, graças à necessidade de recuperar as perdas que a Petrobras teve nos últimos anos. Como os fretes afetam tudo o que é transportado, é estranho que a inflação tenha caído, realmente”, aponta. Todos os anos já é esperado um aumento sazonal dos fretes rodoviários quando inicia a colheita da soja. Mas neste ano, segundo o especialista, o aumento está sendo brutal: “No Rio Grande do Sul passou de R$ 70/77/ tonelada das Missões para o porto de Rio Grande para mais de R$ 120/t para março, daqui a duas semanas, um aumento de 71,43%”.

No Paraná, os fretes rodoviários da região Oeste do estado passaram de R$ 80,00 para R$ 112,00/t, um aumento de 40%. “Tivemos hoje acesso à tabela da remuneração dos motoristas: a de Cascavel para Paranaguá é de R$ 86,00. Sobre isto a empresa cobra 10% de taxa de administração, elevando para R$ 94,60/t. Mais o pedágio, que custa R$ 98,63/eixo: uma carreta tem 7 eixos, paga R$ 624,20/37 toneladas, o que daria R$ 16,75/tonelada. O custo deste frete, portanto, é de R$ 111,55/tonelada, hoje”, complementa Pacheco. “Cada aumento de frete diminui a remuneração do produtor. Fala-se em novo aumento no início de março. Portanto, até para conseguir manter a lucratividade atual, seria bom os produtores fixarem preço de alguma parte dos seus lotes de soja, para aproveitar a pomba gordinha que está voando. Se subir mais, mais tarde, haverá outros lotes para vender. Não faz parte das obrigações do produtor pegar o pico do preço no ano, mas é sua obrigação ter lucro. E já conhecemos histórias de quem quis muito e teve que vender baFonte: Agrolink rato”, conclui. REVISTA 100% CAIPIRA | 23


LATICÍNIOS

Leite: Valorização do UHT sinaliza retomada de preços no campo Levantamento do Cepea confirma tendência de crescimento controlado da produção

Fonte: Cepea

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O aumento de 3,7% no preço do leite UHT na primeira quinzena de fevereiro trouxe certo alívio ao setor e pode sinalizar a retomada de preços no campo, que tem tido quedas consecutivas desde o ano passado, segundo a analista do Cepea Natália Grigol. “O leite UHT é o derivado mais consumido do Brasil e um dos pilares de formação de preços do leite no campo, servindo como um termômetro para o setor”, afirmou no Boletim do Leite. No atacado em São Paulo, o valor médio do UHT passou de R$ 1,96/litro em 1º de fevereiro para R$ 2,03/ litro no dia 15 de fevereiro, se aproximando do patamar verificado no início de dezembro de 2017. Essa tendência de alta vem sendo verificada desde a segunda quinzena de janeiro e, segundo pesquisas do Cepea realizadas com o suporte financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), está relacionada à busca das indústrias em recuperar a margem, que segue apertada desde o ano passado. Para Natália, a manutenção da valorização do UHT em fevereiro também sinaliza maior equilíbrio entre oferta e demanda. Apesar do consumo continuar enfraquecido, em especial por causa das férias e do Carnaval, o aumento das cotações do leite tem sido absorvido sem a necessidade de promoções, como vinha acontecendo. Já no campo, os baixos preços e a alta nos custos têm desacelerado a produção. Mesmo com o verão sendo um período de maior captação, o levantamento do Cepea sobre o mercado em fevereiro - ainda em andamento - tem confirmado a tendência de crescimento controlado da produção. “O menor volume no campo deve refletir no processamento de lácteos, aliviando pressões de estoque do UHT e possivelmente mantendo a tendência de alta nos preços”, diz a analista no boletim.

Em janeiro, o valor pago ao produtor na “média Brasil” - sem frete e sem impostos, que tem como base BA, GO, MG, SP, PR, SC e RS - caiu 1,74% ante dezembro, ficando R$ 0,9832/litro, menor patamar real desde fevereiro de 2010. Já os custos de produção começaram o ano em alta. De dezembro/17 para janeiro/18, o custo operacional efetivo (COE), que considera os gastos correntes da propriedade na “média Brasil” subiu 0,88% e o custo operacional total (COT), que engloba pró-labore e depreciações, teve alta de 0,81%, conforme o Cepea. “A elevação nos custos esteve atrelada, principalmente, às valorizações dos concentrados, da suplementação mineral, dos combustíveis e da mão de obra. Por outro lado, a queda de 4,16% nos custos da construção civil e de 0,93% nos preços das sementes forrageiras limitaram o movimento de alta do COE e do COT”, explica o analista Caio Monteiro no relatório. O preço do concentrado (22% de PB) registrou alta de 1,17% em janeiro na “média Brasil”. Segundo colaboradores do Cepea, esse reajuste é consequência da recente valorização do milho no mercado interno. A relação de troca média do concentrado em janeiro foi de 56,06 litros de leite para se adquirir uma saca de 40 kg. Em janeiro de 2017, a relação era de 51,75 litros, ou seja, houve diminuição do poder de compra, que, por sua vez, está relacionada diretamente com a queda na receita do produtor. O aumento de 2,39% nos preços dos combustíveis na “média Brasil” em janeiro também influenciou o aumento nos custos de produção. Essa foi a sexta valorização consecutiva do insumo – desde agosto de 2017, a valorização acumulada é de 12,55%. Já a redução da alíquota do Funrural - de 2% para 1,2% (sem contar Senar e Risco Ambiental do

Trabalho) - a partir de janeiro reflete positivamente na margem do produtor. Mercado externo: As importações de lácteos caíram 14,2% em janeiro em relação à dezembro do ano passado e 57,3% na comparação com janeiro de 2017. No total, o país comprou 64,6 milhões de litros em equivalente leite no mês. De acordo com Lucas H. Ribeiro, analista do Cepea, as compras externas foram limitadas pela demanda doméstica enfraquecida, principalmente para leite em pó e queijo muçarela. O principal produto de importação segue sendo o leite em pó. Foram 42,4 milhões de litros em equivalente leite importados no mês. Os países que mais exportaram esse produto para o mercado nacional foram a Argentina (74,5% do total) e Uruguai (12,3%). Em relação às exportações, segundo o Cepea, 5,3 milhões de litros em equivalente leite foram negociados no mercado internacional, volume 33,7% menor que o do mês anterior e 51% abaixo do de janeiro de 2017. Quanto à receita obtida com os embarques, a queda foi de 27,9% em relação a dezembro e de 51,1% comparado ao primeiro mês do ano anterior. Os queijos estão em primeiro lugar dentre os principais produtos exportados, com 2,3 milhões de litros em equivalente leite (43,3% do total embarcado) em janeiro, queda de 15,9% em relação ao mês anterior. Os principais países a adquirir o produto foram Taiwan (19,6% do total), Chile (19,3%) e Rússia (16,2%). No saldo da balança comercial, houve déficit de 59,3 milhões de litros em equivalente leite em janeiro, redução de 11,9% frente a dezembro. Porém, devido à importação de lácteos de maior valor agregado, a redução do déficit da balança comercial em valor foi de 1,2%, com saldo negativo de US$ 25,2 milhões. REVISTA 100% CAIPIRA |25


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GESTÃO

Dez erros para não cometer na ILPF Os sistemas integrados de produção agropecuária, como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) trazem benefícios agronômicos, ambientais, sociais e econômicos para os produtores Fonte: Embrapa Agrossilvipastoril

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Entretanto, por serem mais complexos, exigem também maior atenção e mais cuidados. Atualmente, mais de 11,5 milhões de hectares no Brasil já são cultivados com alguma configuração de ILPF. O aumento constante na adoção demonstra um domínio da tecnologia cada vez maior por parte dos produtores. Entretanto, as experiências já existentes mostram alguns erros que podem ser evitados por quem está começando a trabalhar com a integração. Confira abaixo alguns desses erros e veja como fazer para não cometê-los. 1 – Não estudar o mercado anteriormente O ingresso na ILPF, assim como em qualquer atividade produtiva, deve ser feito pautado em estudo prévio de mercado. É preciso saber de antemão se há logística para a chegada de insumos e escoamento da produção, se há fornecimento local de mão de obra e de serviços que serão demandados e, principalmente, para quem irá comercializar a produção. A falta desse estudo prévio pode resultar em dor de cabeça e prejuízos para o produtor. “A escolha da espécie tem que ser feita de acordo com o mercado. Você vai ter para quem vender? E isso não vale só para árvores. Estou falando de tudo. Não é em qualquer lugar que você pode plantar soja, por exemplo. Tem que ter uma logística, armazenamento, comercialização”, explica o analista do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, Miqueias Michetti. Em alguns casos, a própria fazenda pode absorver parte da produção. É o caso dos grãos usados em um sistema de confinamento ou semiconfinamento, ou da madeira usada como lenha no secador de grãos ou como lascas para as cercas. Ainda assim, é

preciso usar a quantidade certa para evitar excedente do produto sem saída comercial. 2 – Erro na implantação e manejo do consórcio de milho com capim Uma estratégia muito utilizada na integração lavoura-pecuária é o consórcio de milho com capim, principalmente as braquiárias. Com essa técnica, o produtor ganha tempo, aproveita melhor o período chuvoso e mantém o solo sempre protegido. Porém, a implantação e o manejo do consórcio são feitos de acordo com o objetivo do produtor. Se o capim for usado somente como palhada, usa-se menor quantidade de sementes da forrageira e prioriza-se o milho. Já se o objetivo é a formação de uma pastagem após a colheita do grão, aumenta-se a quantidade de sementes da forrageira. De acordo com a pesquisadora da Embrapa Fernanda Ikeda, não fazer o correto planejamento da implantação do consórcio em função do objetivo final pode implicar em aumento de custos para o produtor e em queda no rendimento. Se o número de sementes é elevado numa lavoura que prioriza a produção de milho, a competição com o capim pode levar à menor produtividade do grão. O uso de espaçamentos maiores na lavoura de milho também pode favorecer o crescimento do capim, levando à necessidade de uma supressão desse crescimento com uso de herbicidas. Consequentemente, aumenta-se o custo de produção. Outro erro que pode ser cometido é o uso de doses inadequadas de herbicida para controlar plantas daninhas na lavoura levar á morte do capim. Nesse caso, perde-se não só o investimento no consórcio como também o todo o resultado benéfico esperado. 3 – Não deixar palhada para a lavoura Uma atitude comum dos produ-

tores em um sistema de integração lavoura-pecuária é a de aumentar a lotação das pastagens no fim do período seco para baixar o capim antes de ser dessecado para o plantio da lavoura. Entretanto, é preciso cuidado para que o excesso de pastejo não reduza o capim de modo a deixar palhada insuficiente para cobertura do solo na cultura agrícola. O pesquisador da Embrapa Eduardo Matos explica que pesquisas mostraram que em alguns casos, o pastejo excessivo chegou a reduzir o estoque de matéria orgânica no solo, ou seja, teve o efeito inverso ao desejado na ILP. De acordo com ele, para que haja acúmulo de matéria orgânica no solo e que a palhada exerça sua função protetora, o ideal é que o produtor retire os animais 30 a 40 dias antes da semeadura, permitindo a rebrota antes da dessecagem. 4 – Regulagem da plantadeira Em um sistema de ILP, o ideal é que se tenha uma palhada uniforme e robusta para que se obtenha o melhor resultado de cobertura e acúmulo de matéria orgânica. Porém, é preciso ficar atento à regulagem de plantadeira. Uma plantadeira desregulada pode depositar as sementes no meio da palha e não no solo, causando falhas no plantio e perdas para o produtor. Dessa forma, é preciso ficar atendo à altura de profundidade do disco de corte, regulando a máquina corretamente para a quantidade de palhada na lavoura. 5 – Falta de adubação na pastagem Em um sistema de integração lavoura-pecuária, a pastagem retorna ao sistema aproveitando o resíduo da adubação da lavoura que o precedeu. Entretanto é preciso que durante o período em que a pecuária ocupe a área, seja feita a adubação de manutenção. Essa prática ajudará a manREVISTA 100% CAIPIRA |29


ter a fertilidade do solo, aumentará a produtividade da pecuária, garantirá maior acúmulo de matéria orgânica no solo e evitará a compactação. Fazendo isso, ao retornar com a agricultura ao sistema produtivo, o solo estará em boas condições, não necessitando grandes intervenções antes da semeadura. Uma possível economia com adubação da pastagem poderá sair resultar em maiores gastos no retorno da lavoura. 6 – Superlotação das pastagens Da mesma forma que a falta de adubação de manutenção, a superlotação das pastagens é um erro em um sistema de integração lavoura-pecuária ou no sistema silvipastoril (IPF). O pastejo excessivo pode provocar a redução da quantidade de plantas da forrageira. Com isso, o solo fica exposto, aumenta a incidência de plantas daninhas e começa um processo de degradação da pastagem. Como consequência, além de ter menor quantidade de palhada para a agricultura, a recuperação do solo pode implicar em maiores custos para o produtor. Em um sistema de integração pecuária-floresta, a número excessivo de animais pode, além de causar a degradação da pastagem, provocar danos nas árvores. O estresse e a competitividade por alimentos podem levar o gado predar o tronco. Além de estragar a madeira, um possível anelamento do caule provoca a morte da árvore. 7 – Espaçamento da espécie florestal A escolha errada do espaçamento entre os renques com espécies florestais em sistemas ILPF pode colocar todo o sistema em risco. Para isso, é preciso estudar antecipadamente o perfil de crescimento da árvore e o comportamento da copa, levar em consideração o objetivo com o sistema produtivo e então definir o melhor espaçamento. 30 | REVISTA 100% CAIPIRA

Pesquisas e experiências de quem já vem usando o sistema mostram que espaçamentos menores do que 20 metros obstruem muito a entrada de luz no sistema, prejudicando o crescimento da lavoura ou da planta forrageira. Algumas árvores com copas mais largas demandam espaçamento ainda maior, a partir de 30 metros. É o caso de nativas como o pau de balsa e o paricá. De acordo com o pesquisador da Embrapa Jorge Lulu, na comparação entre dois sistemas com eucalipto, um com espaçamento de 50 metros e outro de 15 metros, observou-se uma redução de até 37% na incidência de raios solares. Longas distâncias, entretanto, apesar de ainda garantirem a sombra para o gado, reduzem o efeito da interação entre os componentes, como a ciclagem de nutrientes, por exemplo. Outro fator relevante é o número de linhas em cada renque. Dependendo do objetivo de uso da madeira, renques com mais de uma linha podem não ser boa ideia. Para uso em serraria, a linha simples tem se mostrado como a melhor alternativa, pois garante o crescimento ereto das árvores. Em linhas duplas e nas linhas externas de renques com linhas triplas, as plantas crescem tortas em busca de luz solar, reduzindo o valor da madeira 8 – Deriva de herbicidas nas árvores Ao se cultivar lavoura entre renques de árvores, é preciso cuidado especial com a pulverização de herbicidas. Qualquer descuido pode provocar a deriva nas espécies florestais causando danos ao seu crescimento, brotação excessiva, bifurcação de tronco ou até mesmo levando à morte de plantas jovens. O engenheiro florestal da Embrapa Diego Antonio alerta que para evitar que esses problemas ocorram, a pulverização deve ser feita em dias

sem vento e com temperaturas mais amenas, em baixa velocidade e utilizando bicos antideriva nas pontas da barra de pulverização. Outra medida eficiente é deixar uma faixa de 1m a 1,5 m entre a lavoura e a linha de árvores, 9 – Descuido no manejo da espécie florestal A economia evitando operações de manejo nas espécies florestais, como poda, desrama, combate à formigas e capina podem sair caro para o produtor no momento de comercializar o produto. O manejo inadequado durante a fase de crescimento da planta tem impacto direto no crescimento e na formação do fuste da árvore. Uma árvore com tronco bifurcado, cheia de nós e com outros danos perde valor comercial. Na maioria dos casos essa perda chega a ser muito maior do que as despesas evitadas nos anos anteriores. “Se você gastar mais no começo, a garantia de ter um bom resultado final é muito maior. Deixar de gastar com certos manejos no processo faz com que seu produto valha muito menos no final”, afirma a consultora da Rede ILPF Mariana Takahashi. 10 – Não existe um modelo ideal Cada sistema de integração é particular. Não existe um modelo que vá se ajustar a todas as propriedades, mesmo que tenham perfil semelhante. Para adotar qualquer configuração de sistema ILPF é preciso um estudo prévio, avaliar a aptidão do produtor, maquinário disponível, características da propriedade, disponibilidade de mão de obra, mercado local, logística, disponibilidade de crédito, entre outros fatores. Dessa forma, a estratégia adotada em uma fazenda pode não ser a melhor para a propriedade vizinha. O melhor a se fazer é contar com auxílio de um consultor técnico para se fazer um bom planejamento e evitar surpresas no futuro.


CAFÉ

Sustentabilidade e renda cafeicultura brasileira

Essa é uma das razões para que o Brasil, em 50 anos, passasse de importador de alimentos para uma das principais potências agropecuárias do mundo. Nesse período, o desenvolvimento do setor permitiu à maioria da população o acesso a uma alimentação saudável e diversificada, com crescentes volumes exportados. No caso da cadeia produtiva do café, o fortalecimento de sistemas agroindustriais sustentáveis tem sido constante, por meio de iniciativas que aproximam os produtores rurais, com ações que buscam o desenvolvimento de novas tecnologias e inovação. Para contribuir ainda mais, o setor exportador de café promove, há mais de 15 anos, práticas que buscam a inclusão digital e a disseminação de boas práticas agrícolas para melhorar os processos produtivos, com aumento considerável na produtividade, na qualidade do café colhido e na rentabilidade do pequeno e médio produtor. O setor exportador de café, representado pelo CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, sempre acreditou nos benefícios diretos das ações de sustentabilidade na renda dos cafeicultores e, consequentemente, no sólido crescimento das vendas externas e acesso aos mais diversificados e exi-

gentes mercados de café. Nesse sentido, um recente estudo desenvolvido no programa de pós-graduação em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq) da USP, em parceria com o Senar-MG e o Imaflora, avaliou o impacto da adoção de práticas de sustentabilidade como alternativa viável para os produtores de café de Minas Gerais. Os debates relacionados à sustentabilidade e os questionamentos em relação ao real custo/benefício para a adoção de boas práticas têm sido cada vez mais frequentes, o que requer uma avaliação com rigor acadêmico, com base em dados reais de cafeicultores. As informações primárias foram obtidas de cafeicultores que participam do Programa Educampo, um programa de gestão rural de fazendas, com produção de café na região do Cerrado de Minas Gerais. De acordo com a autora, entre as práticas sustentáveis observadas estão o sistema de gestão, a certificação, o manejo integrado dos cultivos, o manejo e conservação do solo, o manejo integrado dos resíduos, a conservação de ecossistemas, o tratamento justo e boas condições de trabalho, a conservação dos recursos hídricos, entre outros. De acordo com os resultados, os

da

As ações de sustentabilidade e de responsabilidade social promovidas pelo agronegócio brasileiro resultaram na maior integração entre os agentes das cadeias produtivas e na melhoria de renda aos produtores rurais

resultados obtidos da análise sobre o efeito da sustentabilidade sobre o desempenho econômico dos produtores auxiliará na promoção dos cafés brasileiros, na formulação de políticas públicas quanto a estratégias voltadas à ampliação de programas com foco na adoção das melhores práticas agrícolas. Tal fato se justifica pelos efeitos positivos da sustentabilidade sobre a produtividade e sobre a renda bruta dos produtores de café avaliados, embora ainda de forma limitada. O que se pôde afirmar, segundo o estudo, é que as boas práticas agrícolas não comprometeram o desempenho econômico das propriedades rurais, o que desmistifica a crença de que a tais aplicações pudessem impactar negativamente a viabilidade econômico-financeira da cafeicultura brasileira. Como considerações finais, a ampliação da adoção das boas práticas, por meio da integração de parceiros, resulta em esforços que colocam o País no caminho certo para garantir competitividade e liderança absoluta no comércio mundial de café. Para o CECAFÉ, este é o caminho para que o Brasil continue a atender os mais diversos e exigentes mercados, principalmente no que refere a qualidade e sustentabilidade. Fonte: CECAFÉ REVISTA 100% CAIPIRA |31


ENERGIAS RENOVÁVEIS

Brasil avança em ranking de energia eólica com ventos entre os melhores do mundo

Em 2018, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vê 1,6 gigawatts em novas eólicas com alta probabilidade de entrar em operação no Brasil, além de outros 226 megawatts vistos como com média viabilidade de implantação ainda neste ano

Fonte: Reuters

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O Brasil ultrapassou o Canadá para se tornar em 2017 o oitavo país do mundo com maior capacidade instalada em usinas eólicas, com cerca de 12,8 gigawatts, em uma trajetória ascendente dos investimentos na fonte renovável que pode levar a um novo avanço no ranking neste ano, disse à Reuters a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Gannoum. Com pouco mais de 2 gigawatts em novas usinas eólicas colocadas em operação no ano passado, o Brasil apareceu como o sexto maior em expansão anual da capacidade em todo o globo, à frente da França, com 1,7 gigawatt, segundo lista do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês) divulgada na última semana. Em 2018, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vê 1,6 gigawatts em novas eólicas com alta probabilidade de entrar em operação no Brasil, além de outros 226 megawatts vistos como com média viabilidade de implantação ainda neste ano. “A e n e r g i a e ó l i c a t e m t i d o nos últimos anos, desde 2009, um crescimento exponencial no Brasil. Esperávamos mesmo chegar nesses patamares, e a gente ainda espera talvez chegar na sétima posição (no r a n k i n g g l o b a l e m 2 0 1 8 ) ”, afirmou Elbia. A líder global em energia eólica é a China, com 188 gigawatts instaladoso que representa mais que a capacidade instalada do Brasil quando consideradas todas as fontes de geração. Os E st a d o s Un i d o s e st ã o na segunda colocação da lista, seguidos por Alemanha, Índ i a , E sp an h a , R e i no Un i do, França e Brasil.

Mas, embora o Brasil esteja a apenas 1 gigawatt de alcançar os 13,76 gigawatts dos franceses, o país pode depois levar mais tempo para galgar novos degrauso sexto c ol o c a d o, R e i no Un i d o, c on ta com 18,9 gigawatts em eólicas instaladas, enquanto a Espanha ocupa a quinta posição no ranking do GWEC com 23,2 gigawatts. Além da distância maior para esses rivais, o Brasil reduziu a velocidade de contratação de novas usinas a partir de 2015, em meio a uma recessão econômica que durou dois anos, o que prejudicará o ritmo de implementação de projetos a partir do próximo ano. “A l g u n s p a í s e s s ã o i m p o s s í v e i s d e a l c a n ç a r, c a s o d e C h i n a e E UA . M a s e s t a mos seguindo uma trajetória de crescimento e vamos c o n t i n u a r. . . C l a r o q u e o a n o de 2019 será um pouco mais d e s a f i a d o r. . . E n t ã o t a l v e z a gente perca um pouco a velocidade, mas retoma lá na f r e n t e ”, d i s s e E l b i a , d a A b e e ólica. Melhor vento? O crescimento da geração eólica no Brasil tem sido impulsionado por um forte interesse de investidores devido às características dos ventos do país, principalmente do Nordeste, visto por muitos especialistas como um dos melhores do mundo para a produção de eletricidade. Segundo levantamento da consultoria ePowerBay para a Reuters, os dez parques eólicos mais produtivos do Brasil, todos no Nordeste, tiveram fatores de capacidade médios de entre 60,8 por cento e 64,6 por cento em 2017.

Os números dessas usinas mais produtivas comparam-se até ao rendimento de parques offshore, instalados em alto mar devido aos ventos mais fortes nessas regiões, disse à Reuters o presidente do Conselho do GWEC, Stev e S a w y e r. “Particularmente o Nordeste do Brasil é beneficiado p or ve nto s a l ís i o s d o At l ân tico Sul, e o vento é forte, estável e na maior parte do tempo vem da mesma direção... Em geral, o pleito do Brasil de que tem um dos melhores ventos do mundo é correto. Se é `o melhor´ ou não é uma questão complex a”, a f i r m o u , e m r e s p o s t a s por e-mail. O executivo disse que algumas regiões do México, África do Sul e Marrocos t ê m v e n t o s “e x c e l e n t e s ”, a s sim como o Estreito de Cook, perto da Nova Zelândia, mas essas regiões ainda estão longe de alcançar o grau de desenvolvimento do Brasil em energia eólica. A Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena, na sigla em inglês) disse que o vento brasileiro é razoavelmente mais produtivo que a média global, m a s c o m n ú m e r o s “e n t r e o s m a i o r e s n o m u n d o” n a r e g i ã o Nordeste. A agência estimou um fator de capacidade médio próximo de 30 por cento para todo o Brasil, contra pouco mais de 20 por cento na média global, em dados de 2015. Mas os fatores de capacidade acima de 60 por cento vistos no Nordeste só são registrados normalmente por um seleto grupo de países, c o m o C a b o Ve r d e ( 6 4 p o r cento), Aruba (66 por cento) e Curaçao (76 por cento), segundo os dados da Irena. REVISTA 100% CAIPIRA |33


NUTRIÇÃO ANIMAL

Fábrica de rações agrega valor aos produtores rurais em Potirendaba

Fonte: Assessoria de Comunicação Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

O estabelecimento foi inaugurado pelo secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, no dia 17/02 Os produtores rurais associados à Associação dos Produtores Rurais de Potirendaba (ASPRUP) poderão agregar valor à sua produção de leite, graças a fábrica de rações adquirida pela entidade com recursos do Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável – Microbacias II – Acesso ao Mercado. O estabelecimento foi inaugurado pelo secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, no dia 17/02. No valor de R$ 190 mil, a fábrica de rações está equipada com diversos tipos de tubulações, roscas, moinhos e acessórios com variadas capacidades; silos com capacidade mínima de 16, três e duas toneladas; uma balança eletromecânica com display digital com capacidade de 1.000 kg; um misturador horizontal com capacidade de mistura de no mínimo 1.000 kg em cinco minutos; entre outros itens. Já o caminhão toco, também no

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valor de R$ 190 mil, possibilitará aos associados realizar o transporte e a distribuição da ração produzida. A estrutura contribuirá para fomentar a atividade no município, que conta com 972 propriedades rurais e tem como atividades predominantes a pecuária de corte e leite e o cultivo da cana-de-açúcar, laranja, limão e milho. Para o secretário Arnaldo Jardim, o Projeto Microbacias II é um programa “emancipador” que cria condições para o produtor rural acessar novos mercados. “Este projeto é um exemplo de superação, pois quando organizados, os produtores podem aumentar sua produtividade para gerar mais renda e agregar valor a sua produção. Apoiar o pequeno produtor é uma determinação do governador Geraldo Alckmin”, disse. O presidente da ASPRUP, Leui Antonio Malozzi, explicou que as rações produzidas pela nova fábrica se-

rão distribuídas entre os associados, reduzindo custo para o produtor, e agregando valor a sua produção. “A economia será grande, pois cada associado poderá adquirir a ração com a qualidade que necessita via Associação, gerando um aumento de renda”, destacou. O coordenador de Assistência Técnica Integral (CATI), João Brunelli Júnior afirmou que esse projeto é a realização de um sonho. “A Associação esteve perto de fechar, pois não tinha recursos para se manter, e graças aos associados que acreditaram no projeto e souberam se organizar conseguiram transformar a história dessa entidade, que hoje vive uma nova realidade, de buscar novos mercados, de ampliar sua capacidade administrativa e produtiva. Essa é a função do Projeto Microbacias, oferecer ferramentas para que o produtor possa se desenvolver sem depender do Estado”, enalteceu.


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CULTURA CAIPIRA

Lançamento

do

CD

da

dupla Dito Viola e Jau (PRA SER BOM TEM QUE SER BOM) No dia 28/01 aconteceu em Santo André / SP o Show de lançamento do CD com a participação de várias duplas da música raiz sertaneja, confiram alguns momentos deste maravilhoso evento recheado de talentos.

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ADUBOS E FERTILIZANTES EQUÍDEOS

Cavalos com alimentação propensos à

Conheça as doenças que podem se

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o inadequada estão mais às doenças

er evitadas através da boa nutrição São Bernardo do Campo, fevereiro de 2018 - Quando o assunto é desempenho e saúde dos equinos, é necessário ater-se, principalmente, ao manejo nutricional. Uma condução incorreta e a falta de nutrientes causam muitas doenças, que podem inclusive levar à morte. Confira algumas doenças mais comuns em cavalos abaixo: 1.- Cólica Apesar de acontecer com frequência, é muito grave e se não for tratada em tempo, pode levar o animal ao falecimento. De modo geral, a dor abdominal é causada por alguma desordem no sistema digestivo e faz com que o animal altere o seu comportamento. Geralmente, os animais que sofrem do desconforto ficam inquietos, rolam no chão, olham constantemente para o flanco e perdem o apetite. Ao observar qualquer comportamento diferente, procure um veterinário. Os casos mais frequentes de cólica são atribuídos às doenças envolvendo parasitas, ingestão em excesso de alimentos concentrados, volumoso de baixa qualidade, falta de água e problemas odontológicos que provocam distúrbios na mastigação e na digestão. 2.- Diarreia Os cavalos possuem o sistema digestivo extremamente sensível. A má qualidade do feno e dos grãos, fornecimento de alimentos com micotoxinas, a constante mudança de dietas, bem

como o uso abusivo de medicamentos podem ser os principais causadores desta enfermidade. 3.- Cara inchada Esta doença ocorre quando o animal ingere dietas com desequilíbrio na relação cálcio e fósforo ou por falta de suplementação mineral. É conhecida como cara inchada, porque ocorre a deposição de um tecido fibroso nos ossos do chanfro, onde o organismo mobiliza o cálcio para a circulação sanguínea devido à falta de cálcio livre. O animal é diagnosticado através de exame de sangue e raio x. O tratamento consiste em reposição de cálcio venoso e através do fornecimento de sal mineral e dietas devidamente balanceadas. 4.- Doenças Ortopédicas de Desenvolvimento (DOD) As dietas com alto teor de energia aceleram o crescimento do animal e podem gerar Doenças Ortopédicas de Desenvolvimento (DOD) que são distúrbios que interferem no desenvolvimento e formação dos ossos e articulações. O fornecimento de dietas balanceadas, especificamente, para potros, com níveis adequados de proteína, energia e minerais é a melhor maneira de evitar o aparecimento das DOD. 5.- Laminite A laminite é uma doença sistêmica muito grave que acomete os equinos e

se manifesta nos cascos, podendo comprometer a vida atlética e até levar à morte do animal. A laminite ocorre quando há morte de bactérias no organismo, por isso são muito comuns, após episódios de cólicas. Alimentos ricos em grãos, fornecimento de rações fareladas, silagem de milho são dietas que aumentam a predisposição às síndromes de cólicas devido ao alto teor fermentativo. 6.- Micotoxicoses Os fungos quando submetidos às situações de estresse produzem micotoxinas, que quando ingeridas pelo cavalo, através de grãos e volumosos contaminados, podem causar diversos danos a saúde do animal, como: inapetência, imunossupressão, diarreias, cólicas, perda de peso, diminuição da fertilidade, mortes embrionárias, abortos, perda de performance, entre outros. Por serem sintomas muito inespecíficos, a melhor opção é trabalhar com volumoso de boa qualidade, observando sempre se há a presença ou não de mofo, e com rações produzidas com matérias primas de qualidade, previamente testadas e com adição de antifúngicos e sequestrantes de micotoxinas. Para evitar o surgimento destas doenças e alcançar o melhor potencial dos equinos é indispensável ter o acompanhamento de um profissional qualificado. Fonte: LN Comunicação REVISTA 100% CAIPIRA | 39


FLORICULTURA

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AGRICULTURA DE PRECISÃO

John Deere destaca soluções em agricultura de precisão na Abertura Oficial da Colheita do Arroz O objetivo é fornecer um equipamento que possui maior eficiência no consumo de combustível e menor peso, o que evita a compactação do solo

Foto: Arquivo John Deere

Fonte: Grupo CDI - Comunicação e Marketing

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O arroz é uma cultura cultivada e consumida em todo o mundo, com destaque para a Ásia e América Latina, com importante papel econômico e social nestas regiões. A John Deere, consciente da relevância da rizicultura para o País, apresenta soluções integradas em agricultura de precisão para aumentar cada vez mais a produtividade e a rentabilidade dos produtores em sua participação na Abertura Oficial da Colheita do Arroz. A empresa estará presente, por meio do concessionário Verdes Vales, no evento que acontece em Cachoeirinha (RS), de 21 a 23 de fevereiro, com os objetivos de apontar as principais novidades do setor e debater os rumos da produção e do suprimento arrozeiro. “O arroz é um dos principais produtos da cesta básica dos brasileiros porque é versátil e consegue adequar-se às diferentes preferências do consumidor. Por isso, é de extrema importância dentro da cadeia de produção do país”, destaca Eduardo Martini, gerente de Vendas da John Deere Brasil. Ele fará uma palestra para o Painel Mercadológico, no dia 22 de fevereiro, às 14h. O tema é “Por que o Brasil? Visão dos executivos das principais marcas”. A região Sul do Brasil desempenha um papel primordial na produção agropecuária brasileira, principalmente pela atuação de médios e pequenos proprietários, além da agricultura familiar. Segundo a CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento, o Rio Grande do Sul concentra 70% da produção de arroz do País e o cultivo é, na sua maioria, irrigado. A previsão da média nacional de produtividade é de 5.978 kg/ha. Martini afirma que o evento é uma maneira de apresentar as maiores novidades do setor aos produtores que precisam produzir com cada vez mais eficiência. “Temos a oportunidade de mostrar as soluções inovadoras desenvolvidas pela John Deere que garantem maior eficiência na operação dos clientes, como todas as soluções em agricultura de precisão”.

volvida após análise das demandas dos produtores nacionais, a máquina traz como diferencial a substituição da tecnologia saca-palha pelo rotor. A troca garante simplicidade operacional, menor índice de perdas, melhor limpeza e qualidade do grão com resultados efetivos na colheita. Além disso, as colheitadeiras adaptam-se às características locais de terrenos da região Sul com um relevo mais acidentado. O objetivo é fornecer um equipamento que possui maior eficiência no consumo de combustível e menor peso, o que evita a compactação do solo. Outro destaque é o Sistema DF4 que aumenta a capacidade de limpeza e diminui as perdas em até 11%. O modelo ainda oferece facilidade ao produtor por meio do piloto-automático, o que gera 8% a mais de produtividade. Segundo o especialista em Colheita da John Deere no Brasil, Marcos Balsan, “a aplicação e a eficiência do piloto automático sobre taipas na colheita do arroz é garantida pelo exclusivo sistema TCM dos receptores StarFire™ 6000 que corrige a posição da máquina mesmo em terrenos irregulares, mantendo sempre as passadas paralelas e utilizando toda a largura de corte da plataforma, assim o operador pode se concentrar em garantir o pleno funcionamento da máquina e os ajustes necessários para evitar perdas e obter a melhor qualidade do grão”. Agricultura de Precisão

A operação de preparo de solo na cultura do arroz é responsável pelo sucesso da implantação da lavoura, e por isto esta fase é tão importante. Erros nessa parte do ciclo produtivo podem trazer um grande aumento nos custos de produção e reduções significativas na produtividade da safra em questão. A John Deere tem soluções exInovação é o lema clusivas para essa operação com ferramentas de manejo de água em suUm exemplo disso é a criação das perfície como o Surface Water Pro™, Colheitadeiras da Série S400. Desen- que coleta dados altimétricos para

uso em um Software chamado AgroCAD, que é um plug-in que permite o planejamento das operações de nivelamento e sistematização da área para implementação da lavoura, tudo isso utilizando orientação via satélite e piloto automático. Com o Surface Water Pro™ também é possível fazer o nivelamento da lavoura em tempo real sem depender de sistemas laser e sem sofrer com intempéries, como vento, poeira e neblina. Para os produtores que sistematizam a lavoura movimentando terra com lâminas e scrapers, a John Deere oferece o sistema IGrade™ que faz o controle automático da posição do implemento, garantindo a precisão altimétrica e o menor esforço possível de movimentação de terra, reduzindo custos e aumentando a eficiência na execução da tarefa. E para completar as soluções, a John Deere oferece ainda seu sistema de correção RTK, que possibilita precisão de 2,5 cm e repetibilidade entre passadas por tempo indeterminado. “Temos a missão de oferecer soluções completas em otimização de máquinas e operações e suporte às decisões agronômicas. Nossa expectativa é que as inovações tecnológicas proporcionem um cenário cada vez melhor para a agricultura brasileira e que junto com os produtores possamos responder ao desafio de alimentar uma população mundial crescente”, diz Martini. Além das tecnologias para otimizar custos de produção, é preciso diversificar a renda do produtor. Com as novas variedades de soja mais tolerantes ao excesso hídrico, o plantio de soja em áreas de arroz vem se mostrando viável e uma excelente alternativa para incrementar renda agrícola e para rotação de cultura. “Estima-se que existem 300 mil hectares de soja sendo plantadas em lavouras de várzeas, com um potencial de chegarmos a 1 milhão de hectares, o que trará uma renda de R$ 3,2 bilhões para o setor”, conclui Martini. REVISTA 100% CAIPIRA43 |


ARTIGO

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RECEITAS CAIPIRAS

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Rabada caipira INGREDIENTES

1 Kg de rabo de boi (rabada) 3 tomates 1 cebola 6 dentes de alho 1 pimentão 1 limão Cheiro verde 1 pimenta dedo de moça 1 folha de loro Orégano PREPARO

Limpe bem as postas e coloque em uma travessa com água morna e limão e reserve, em seguida pique bem os temperos e o tomate. Em uma panela de pressão refogue o alho, a cebola e o pimentão, em seguida acrescente as postas da rabada, a pimenta picadinha e a folha de loro com uma pitada de sal e orégano, coloque água e os tomates tampe a panela e deixe cozinhar por aproximadamente 40 minutos após pegar pressão. Desligue o fogo, verifique o cozimento para que as postas não fiquem duras, corrija o sal e deixe ferver por mais cinco minutos. Coloque uma travessa adicione o cheiro verde picadinho e sirva com arroz. REVISTA 100% CAIPIRA | 49


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