Edição 58 100 por cento abril 2018

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HORTAS URBANAS: SUSTENTABILIDADE E SOLUÇÕES www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, abril de 2018 - Ano 6 - Nº 58 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

PARA O MUNDO MODERNO

A melhor alternativa para melhorar o estilo de consumo cosmopolita no Brasil

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Foto Capa: Marcos Santos/USP Imagens

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Frigoríficos e abatedouros: Carne de frango: mês mais longo promete embarques maiores

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Turismo rural:

Programa do Senar resulta em roteiros turísticos

Mercado florestal:

Crescimento no setor de celulose impulsiona mercado de plantações no Brasil

Agricultura de Precisão: Por dentro do bilionário mercado de imagens de satélites e aerofotos

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Artigo: Hortas Urbanas: Sustentabilidade e soluções para o mundo moderno


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Pesquisa:

Tratamento com ozônio combate a contaminação em produtos de trigo

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Agricultura:

A lavoura avança, do baru à amora

Milho:

Panorama da colheita da safra de verão e semeadura da segunda safra de milho

Análise de mercado:

Agronegócio: mais evidências da importância do agro na economia Receitas Caipiras: Linguiça caipira de porco caseira REVISTA 100% CAIPIRA |

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FRIGORÍFICOS E ABATEDOUROS

Carne de frango: mês mais longo promete embarques maiores Analisado exclusivamente a partir dos embarques médios diários, março não parece muito promissor Analisado exclusivamente a partir dos embarques médios diários, março não parece muito promissor: o resultado dos primeiros sete dias úteis do mês, além de inferior ao que foi registrado no mês anterior e no mesmo mês do ano passado, se encontra quase 6% aquém do observado nos 12 meses decorridos entre março de 2017 e fevereiro de 2018. Mas pelo menos em relação a fevereiro último (em relação ao qual a média diária atual é cerca de 8% inferior) a tendência é de superação. Porque, em essência, março é mais longo, tem três dias úteis a mais. Assim, o projetado a partir dos resultados obtidos nos sete dias iniciais do mês, pouco mais de 311 mil toneladas, tende a superar em (perto de) 8% as 288.868 toneladas do mês anterior. Porém, é difícil, senão impossível, alcançar-se o volume de um ano atrás, já que as 342,5 mil toneladas

então registradas estiveram entre os melhores resultados de 2017 e, além disso, aquele mês teve dois dias úteis a mais que março corrente. Em decorrência, não será surpresa o total deste mês ficar entre 9% e 10% abaixo do alcançado há um ano. A tendência de evolução negativa se aplica, também, ao preço médio. E o valor até aqui obtido – US$1.514,82 por tonelada – sinaliza recuos de 2,3% e 9% em relação a, respectivamente, fevereiro passado e março de 2017. Frente a esses desempenhos, a receita cambial somente do produto in natura tende a um incremento de 5% de fevereiro para março – de US$447,8 milhões para US$471,6 milhões. Fica claro, porém, que atingir os US$570,1 milhões de março de 2017 é tarefa praticamente impossível. Neste caso, aliás, o retrocesso deve ser significativo, superando os 15%. Fonte: AviSite

Brasil, abril de 2018 Ano 6 - Nº 58 Distribuição Gratuita

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BOVINOS DE LEITE

Santa Catarina quer produzir leite tipo exportação Santa Catarina se prepara para exportar leite Fonte: Assessoria de Imprensa Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca

Com uma produção que aumenta num ritmo de 6% ao ano, o estado quer agora conquistar o mercado externo. Para que o leite catarinense seja capaz de suprir o mercado internacional, o setor tem grandes desafios, passando pela redução de custos e organização logística da cadeia produtiva. O leite é a atividade agropecuária que mais cresce em Santa Catarina. Envolvendo 45 mil produtores em todo o estado, a produção girou em torno de 3,4 bilhões de litros em 2017 – um incremento de 8% em relação a ano anterior. O secretário da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, ressalta que em Santa Catarina a produção de leite está concentrada, principalmente, nas pequenas propriedades de agricultores familiares e representa uma importante fonte de renda no meio rural. “O setor leiteiro é um grande destaque de Santa Catarina e vem passando por grandes transformações, com o investimento em pastagens, tecnologias e genética. Ainda temos muitos desafios pela frente e um deles é tornar nosso leite competitivo para exportação”. Para que o leite produzido no estado chegue ao mercado internacional há uma série de obstáculos a serem vencidos. Entre eles melhorar a qualidade do leite, principalmente, o teor de sólidos; eliminar doenças do rebanho como a brucelose e tuberculose; aumentar a eficiência da produção e reduzir os custos. Segundo o secretário adjunto da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, o leite representa uma grande oportunidade para a agricultura familiar do sul do Brasil e o setor deve se equiparar com os líderes mundiais de produção. “Aqui temos muitas vantagens comparativas que podem ser transformadas em vantagens competitivas. Temos mais sol, mais chuva, solos férteis e um clima favorável para ocorrer fotossíntese e produzir biomassa, que é o alimento básico das vacas

durante os doze meses do ano. Além disso, temos ainda a valorosa capacidade de trabalho dos agricultores familiares, que já têm muita tradição e habilidades na lida com os animais”. Apoio do Governo do Estado - O Governo do Estado, através da Secretaria da Agricultura e da Pesca, é um grande parceiro dos produtores rurais catarinenses, desenvolvendo programas que incentivam os investimentos e melhorias na produção. Com o programa Terra-Boa, os agricultores familiares podem adquirir calcário e sementes de milho de alto potencial produtivo para produzir silagem e alimentação para o gado leiteiro. E ainda têm acesso ao Kit Forrageira, que permite implementar um hectare de pastagem com a orientação técnica e o manejo correto. Tudo isso com o apoio financeiro do Governo do Estado. Há ainda linhas de financiamento para aquisição de novilhas em feiras agropecuárias e investimentos em infraestrutura nas propriedades rurais. A sanidade agropecuária é outra preocupação constante. No estado, as fronteira são protegidas para manter o rebanho livre de doenças. Os proprietários que possuem animais acometidos de brucelose ou tuberculose, e que precisam ser abatidos sanitariamente, são indenizados pelo Fundo Estadual de Sanidade Animal.

Leite no Sul do Brasil:Os três estados do Sul – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – devem se tornar um grande pólo produtor de leite. As estimativas são de que até 2025 a região produza mais da metade de todo leite brasileiro. É também no Sul onde as indústrias estão fazendo os maiores investimentos, ampliando a capacidade e estimulando ainda mais o aumento na produção. Airton Spies explica que o clima favorável e a capacidade dos agricultores familiares em se adaptar ao sistema agroindustrial integrado são decisivos para esse movimento. “Na suinocultura e na avicultura, esse mesmo processo já aconteceu e o leite na região, com as devidas diferenças que caracterizam a produção, também vai se modernizar. As indústrias têm feito um grande esforço para melhorar a qualidade do leite, investindo em pagamento por qualidade, rastreabilidade e premiando o produto melhor”. Aliança Láctea Sul Brasileira - A Aliança Láctea é uma iniciativa dos três estados do sul para desenvolver a cadeia produtiva do leite na região e preparar o setor para exportação. Com problemas e oportunidades comuns, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul se unem em um fórum permanente que congrega produtores, governo e indústrias em busca de um desenvolvimento harmônico.

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ARTIGO

Hortas Urbanas: Susten para o mund

A melhor alternativa para m cosmopolit 8 | REVISTA 100% CAIPIRA


ntabilidade e soluçþes do moderno

melhorar o estilo de consumo ta no Brasil

Por: Eduardo Reis

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H

or t a l i ç as , c ond i me nto s , e r v as e até p e qu e nas f r ut í fe r as g an ham c a d a d i a mais e sp a ço no ambi ente u r b ano br as i l e i ro, qu e s e enc ont r am c a d a d i a mais ap er t a d os e c or r i d o s . E m tel ha d os , s a c a d as d e ap ar t a me ntos e p e qu e no s qui nt ais , é comu m enc ont r ar mo s u ma “min i ro ç a” ou u m c ant i n ho s aud ável c omo a l g uns hor te l õ e s empí r i c os ass i m p o d e m chamar. E ste d e sp e r t ar d a or ige m r u r a l qu e há d e nt ro de c a d a u m le v a a o pr a z e r ass o ci a d o à ne c essi d a d e d e pro duzir ou c u lt iv ar e sp e c i ar i as e m c as a c om a g ar ant i a d e l evar a mes a pro duto s natu r ais s e m ag rotóx i c os que a l é m d o praz er t r a z t r anqu i l i d a d e a o homem mo d er no e g ar ante a l imento s au d ável a su a f am í l i a.

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Emb or a a pro du ç ã o d e a l i me nto s nas g r and e s c i d a d e s j á e x ist i a no p ass a d o ant i go c omo no Eg ito, Ma chu Pi c chu e e m out r as c iv i l i z a ç õ e s org an i z a d as j á c on he c i d as na h istór i a . Atu a l me nte as hort as ur b anas s ã o re sp ons áve is p or 1 5 a 2 0 % d o s a l i me nto s pro duz i d o s no mu nd o e é u ma te nd ê nc i a qu e ve m g a n hand o a d e pto s no mu nd o i nte i ro e até v i r and o fonte a lte r nat iv a d e re nd a p ar a a l g u ns mi n i pro dutore s u r b ano s , c om b ai x a manute nç ã o e c usto a l g u ns i nd iv í du o s d a s o c i e d a d e u r b ana mo d e r na opt am e m v i r are m m i n i produtore s e ab aste c e re m a l g u ns c omé rc i o s l o c ais c om o e x c e d e nte d o s e u c onsu mo. Há t amb é m v ár i o s proj e to s s o c i ais e m hor t as c ol e t iv as nas e s c ol as , c re che s e até pr a ç as c om e sp a ç o s o c i o s o s.

E st a pr át i c a e st á g an hand o c a d a ve z mais forç a e hoj e é i nc e nt iv a d a p el a O rg an iz aç ã o d as Na ç õ e s Un i d as p ar a o A l i me nto e a Ag r ic u ltu r a ( ON U / FAO ) fo c a d a na pre o c up a ç ã o d o c omb ate a fome mu nd i a l e a toma d a d e g r an d e s áre as ve rd e s p el as áre as u r b anas. Po d e mo s rel a c io nar as v ant age ns d o c u lt ivo d e a l i me nto s e m p e qu e nas e s c a l as nas g r and e s c id a d e s c om a prox i m i d a d e d o s c omé rc i o s ge r and o b ai xo c usto no t r ansp or te, m í n i ma re duç ã o d as p e rd as e a g ar ant i a d e u m pro duto mais f re s c o na gônd ol a d o s c omé rc io s . D e ol ho no f utu ro e na e s c ass e z d e re c u rs o s natu r ais, órg ã o s d o gove r no br asi l e i ro c omo : E M BR A PA , SE NA R e Un ive rsi d a d e s volt a d as à ag r ic u ltu r a e a o ag rone gó c i o e st ã o inc e nt iv and o c a d a ve z mais e st a


prát i c a . Tu d o isto ai nd a ge r a g rand es b enef í c i o s a o me i o ambi ente, c omo for ma ç ã o d e mi cro cli ma , aprove it ame nto d as águ as de chuv a , pro du ç ão d e ox i gênio e c onsumo do gás c ar b ôni c o ( foto ss í nte s e ), re du ç ã o d a te mp e r atu r a nos lo c ais d e pro duç ã o, e nt re out ros b enef í c io s c om c e r t a complex i d a d e. Há t amb ém que s e c ons i de rar a qu est ã o e duc a c i ona l p ara u m f utu ro mel hor qu ando as c r i anç as e nc ont r am no ambi ente fam i li ar a ne c e ss i d ade d e pl ant ar e pro du z i r o própr i o c onsu mo e nas e s c ol as c om hor t as c omun it ár i as que t r a z a c ons c i ê nc i a d o b e m c olet ivo e t amb é m o b om aproveit amento d o s re s í du o s urb anos c om a f i na l i d a d e d a f abr i c a ç ã o de c omp o st age m p ara f i ns d e a dub a ç ã o org â n ic a . C om iss o o c i d a d ã o urb ano f i c a prep ar a d o p ar um p ass o mai or e mais i mp ort ante no f utu ro qu e é a c ons e r v a ç ã o d as esp é c i e s nat iv as e do s re c u rs os natu r ais re s p e it ando mais ai nd a o me i o e m qu e v ive, s ab e nd o qu e o que ele pl ant ar v ai ge r ar lu cro s i nc ont áveis a o s re c u rs o s natur ais do mu nd o p e ns and o no próx i mo e nas próxi mas ge ra ç õ es e nã o s ome nte e m s i como atu a lmente ai nd a s e é de costu me. A ex p ans ã o d as c i d a d e s tor nando- as me t róp ol e s e re du z i ndo c a d a ve z mais as áre as pro dut iv as d o Br as i l a ag r ic u ltu r a u r b ana ve m te ndo u m ol har d i fe re nc i a d o p o dendo até s e tor nar u m fe nômeno s o c i o e c onôm i c o e m f ranc a ex p ans ã o e e stud o s c ad a ve z mais el ab or a d o s j á s ão c omu ns em un ive rs i d a d e s

d e ag ronom i a , bi ol o g i a , e c onom i a e até s o c i ol o g i a p ar a s e r ot i m i z a d o o pro c e ss o d e pro duç ã o d e a l i me nto s e m ambi e nte s u r b ano s. Atu a l me nte há u ma ne c e ssi d a d e d e d e s e nvolve r e c r i ar i nc e nt i vo s na pro du ç ã o d e a l i me nto s nas c as as, e s c ol ar e pr a ç as d e nt ro d as g r and e s c i d a d e s br as i l e i r as, a l é m d e re c u rs o s f i nanc e i ro s nas p ar te s mais c are nte s d as me t róp ol e s c om a f i na l id a d e d e ampl i ar o c u l t ivo u rb ano, s e m nu nc a d e spre z ar as pro du ç õ e s r u r ais t r a d i c i onais e e m l arg a e s c a l a que t amb é m s ã o e ss e nc i ais p ar a a no ss a s obre v ivê nc i a . E c om tu d o ai nd a e st amo s e ng at i n hand o ne ste pro c e ss o, p ois p o d e r í amo s aprove it ar mel hor o s e sp a ç o s o c i o s o s qu e s ã o mu ito s nas g r and e s áre as u r b anas d e ste i me ns o p aís , s e m ol har p ar a o qu e

o próx i mo nã o e st á f a z e n d o e si m s e r v i r d e e xe mpl o p ar a qu e as f utu r as ge r a ç õ e s apre nd am c a d a ve z mais e c ons e c ut iv ame nte haj a u ma c omu n hã o e nt re o c onsu mi d or e s e r o pro dutor d o s s e us própr i o s a l i me nto s, a t ro c a d e c on he c i me nto s, a bus c a d e apr i mor ame nto s e nov as té c n i c as t amb é m s ã o f u nd a me nt ais p ar a o su c e ss o d e ste pro c e ss o i n f i n ito p el a bus c a d a p e r p e tu a ç ã o d a e sp é c ie hu mana . Hor t as u r b anas nã o e st ã o c ont i d as s ome nte e m c u lt ivo d e ve ge t ais e m p equ e nas e s c a l as c omo s a c a d as d e ap ar t ame nto s e p e qu e no s v as o s no s qu i nt ais qu e nã o at i nge m o rótu l o d e pro duç ã o c ome rc i a l. Há p e qu e nas propr i e d a d e s nas p e r ife r i as qu e s ã o c onsi d e r a d as ag r i c u ltu r a f am i l i ar, qu e nã o te m a d i me ns ã o d e propr ie d a d e s REVISTA 100% CAIPIRA | 11


r urais , mas pro du z e m uma qu ant i d a d e maior d o que o ne cess ár i o p ar a o própr i o consu mo, i nt ro duz i nd o e st a p e qu ena pro du ç ã o a o me rc a do e x ter no lo c a l e até e m a lg uns c as os reg i ona l, é a c u ltura ag r í c ol a c ompl e me nt ar à e conom i a fam i li ar u r b ana e m me i os d e pro duç ã o ag r í c ol a de p or te m í ni mo. Pens ando em u m f utu ro próx i mo ond e a p opu l a ç ã o mundi a l au ment a c ons i d e r avel mente p o dend o at i ng i r o i ncr ível nú mero d e 9 , 2 m il hõ e s d e habit ante s e m até 3 0 anos , a p ar t i r d e agor a e c ad a ve z mais ne c e ss it and o do ambi ente u r b ano p ar a a s obre v ivênc i a , obv i ame nte have r á u m enor me e e x agerado au mento d e re s í duo s e uma c ons i der ável d i m i nui ç ã o de ter r a p ar a pl ant ar, c a d a mí ni mo esp a ç o d e te r r a p o d e v irar u ma pre ci o s a fonte d e a l imentos d es d e que c u lt iv a-

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d a p or a l g u m t ip o d e ve ge t a l sup or t ável a o e sp a ç o c abível. Par a qu e c a d a u m p o ss a f a z e r p ar te d e ste i mp or t ante re c urs o d e pro du ç ã o u r b ana é ne c e ss ár i o ob s e r v ar a l g u mas re g r as el e me nt are s qu e p or mu ito s ã o situ a c i onais, b ás i c as e pr i mord i ais c omo p or e xe mpl o : ate nt ar a o e s p a ço qu e s e te m d isp on ível e qu a l o s e u p ote nc i a l e m re l a ç ã o a o t ip o d e te r r a “s ol o”, g r au d e r a d i a ç ã o ou te mp o d e e x p o si ç ã o a o s ol, c ond iç ã o d e i r r i g a ç ã o, ne c e ssi d ad e d e nut r i e nte s a o ve ge t a l e s c ol h id o “a dub a ç ã o”, ve nt i l a ç ã o e te mp e r atu r as a d e qu a d as ; ob s e r v a ç ã o d e si ntomas nas c u lt iv are s ond e p o d e - s e not ar p e rd a pre c o c e d e c ol or a ç ã o nas fol has, d e mor a ou f a lt a d e d e s e nvolv i me n to nas e sp é c i e s, e nt re out ro s s i ntomas. Bus c ar i n for ma çõ e s s obre o s t ip o s e qu a l id a d e d e mat r i z e s “s e me nte s

ou broto s” c omo : prof u nd id a d e qu e s e pl ant a , t ip o d e r ai z p ar a s ab e r a prof u nd i d a d e ou qu ant i d a d e d e te r r a “s ol o” ne c e ss ár i a p ar o b om d e s e nvolv i me nto d a pl ant a , b e rç ár i o p ar a for mar broto s “s e me nte i r as” p ar a ge r minar, t r anspl ante d o broto e m u ma d ist ânc i a s e g u r a e nt re bro to s e man ipu l a ç ã o a d e qu a d a a s e nsibi l i d a d e d e c a d a e s p é c i e. C ont rol e d e pr ag as e d o e nç as, c omu me nte e nc on t r a d as e m ambi e nte s d e s f avor áve is e f a lt a d e manute nç ã o “mane j o” c or re t a d o s ve get ais ( no s c as o s d omé st ic o s , o mais c omu m é a pre s e nç a d e for m i g as, pu l gõ e s e l ag ar t as ) , p ar a isto é i nd i c a d o o us o d e bi ofe r t i l i z ante s e nc ont r a d o s f a c i l me nte e m c omé rc io s d e pl ant as e f l ore s. O ut r a pre c i o s a d i c a é o aprove it ame nto d o s d e j e to s org ân i c o s qu e pro du z imo s na f abr i c a ç ã o d e c omp o st a-


ge m qu e na d a mais é d o que a t r ans for ma ç ã o d e re s í du o s org âni c os em a dub o c om au xi l i o d e ter r a . Par a e ste pre p aro s ã o ne c ess ár i o s a l g uns mate r i ais b ás i c o s e f á c e is d e e ncont r ar em loj as ou me rc a do s c omu ns qu e s ã o t rê s c ai xas pl ást i c as qu e s e e nc ai xe m uma em c i ma d a out r a s e m ade nt r arem - s e, te r r a e s e r r a ge m ou fol has s e c as e m i n ho -

c as ( f a c i l me nte e nc ont r a d as e m c as as d e ar t i go s d e p e sc a ) . O próx i mo p ass o é f u r ar nas l ate r ais e no f u nd o du as d as c aix as p ar a ve nt i l a ç ã o e d e c omp o si ç ã o d e l í qu i d o s e mate r i ais f i no s e m e sp e ssu r a , e m s e g u i d a e mpi l he as c aixas d e for ma qu e a qu e nã o foi f u r a d a f i qu e e m b ai xo d e to d as , as du as pr i me i r as d e c i ma pre c is am s e r o c up a d as

c om te r r a e c om as m i n ho c as l o go ap ó s o mate r i a l org ân ic o s e c o ( s e r r age m ) , d e p ois é s ó c ol o c ar o s re sto s org ân i c o s e sp e r ar d iss olve r na te r r a p or volt a d e 3 0 d i as ou até f i c ar c om che i ro d e te r r a f re s c a . Ai nd a na c ai x a s e m f uro s f i c a d e p o sit a d o o a dub o l í qu i d o c on he c i d o no me io r u r a l c omo chor u me qu e é e xc el e nte p ar a a re p o s iç ã o d e nut r i e nte s nas fol has d as pl ant as . Tamb é m p o d e - s e e nc ont r ar b e ne f í c i o s te r ap ê ut i c o s no s c u lt ivo s d e hor t as u r b anas j á qu e há u m rel a c i oname nto e nt re pro dutor e natu re z a , i nd e p e nd e nte d a e s c a l a qu e s e pro du z a , o c ont ato c om a natu re z a “mã o na te r r a” ge r a u m e nor me b e m e st ar f ís ic o e me nt a l e u m ambi e nte d o mé st i c o c om ve ge t a ç õ e s v iv as a l é m d e te r mai or í nd ic e d e pu re z a no ar há u ma c ond iç ã o d e rel a x ame nto p or v ár i o s f atore s me t ais e f ís ic o s . E nas hor t as u r b anas c ol e t iv as promove o c ont ato e nt re o s hor tel ã o s ond e há u ma t ro c a d e e x p e r i ê nc i as e c on he c i me nto s e o c ont ato c om p e ss o as d o me smo i nte re s s e qu e ge r a u ma te r api a e m g r up o natu r a l e e sp ont âne a . Nã o há dúv i d as qu e o re torno é g ar ant i d o ne st a pr át ic a qu e nã o é atu a l, mas ve m g a n hand o e sp a ç o c a d a ve z mais nas g r and e s ma ç as s o c i ais d e c onv ív i o chama d as d e me t róp ol e s ou me g a l óp ol e s , o s re tor no s f i nanc e i ro s nã o s ã o a pr i nc ip a l pre o c up a ç ã o mas si m o s re su lt a d o s s a lut are s qu e e st a at iv i d a d e promove. Q u e t a l te nt ar e ss a mar a v i l ho s a te r api a no s e u e sp a ç o ocioso? REVISTA 100% CAIPIRA |13


AGRICULTURA FAMILIAR

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GESTÃO

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TURISMO RURAL

Programa do Senar resulta em roteiros turísticos Um roteiro que mostra a história e evolução da produção da goiabada na região de Ponte Nova já é um dos resultados do programa de Turismo Rural, oferecido pelo Senar Minas. A proposta foi testada nesta semana em Ponte Nova durante o módulo de Alimentação

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Um roteiro que mostra a história e evolução da produção da goiabada na região de Ponte Nova já é um dos resultados do programa de Turismo Rural, oferecido pelo Senar Minas. A proposta foi testada nesta semana em Ponte Nova durante o módulo de Alimentação. Outros três roteiros estão formatados e serão apresentados em abril, no encerramento do programa: um religioso em Urucânia, outro de turismo de aventura em Santo Antônio do Grama e um no Rio Casca. O roteiro “Doce Viver” foi elaborado pelas alunas Gabriela Ribeiro, que é turismóloga, e Tânia Mara Sasse, que é historiadora, professora, produtora de eventos, em parceria com a instrutora do programa, Fernanda Corrêa da Silva. Os participantes foram à antiga fazenda Ana Florença, que tinha a produção de goiaba e açúcar mascavo; à unidade de produção da Christy, que usa uma tecnologia mais nova, e a outra mais caseira, a Sinhá Mineira. A ideia vem de 2014 e a vontade de criar o roteiro se fortaleceu desde então, mas foi com o programa do Senar que foi colocado em prática. “Sempre percebi o potencial desse doce, que é único. O curso foi o ponto crucial. Para mim, foi uma realização. Temos muito a caminhar, mas o pontapé foi dado. E esse roteiro vai trazer muitas pessoas para a nossa cidade porque a nossa goiaba tem essência e identidade e é deliciosa”, disse Tânia. Para a aluna Bianca Carolina Monteiro, que é educadora ambiental, professora da Escola Família Agrícola de Jequeri e representante da Associação de Proteção Ambiental do Vale do Piranga, participar do roteiro experimental sobre a goiabada foi uma oportunidade conhecer a história de regionalização do Vale do Piranga de uma forma agradável. “É conhecer a história por trás da crise do café e de como a região conseguiu se reerguer em cima da cultura de cana-de-açúcar e como as mulheres, já na década de 1980, tinham um papel importante e já conseguiam o empoderamento utilizando, de forma bem criativa, o que sobrava da produção de cana, abundante na região, e de um fruto também abundante da região: a goiaba”, contou. De acordo com a instrutora Fernanda Corrêa da Silva, o roteiro estimula a economia local e o fortalecimento da identidade da goiabada na região. “Com os roteiros já testados, os agentes já po-

derão formar e ter a oportunidade de comercializá-los em parcerias com hotéis e agências. É uma maneira de atrair turistas para a região. Eles têm uma ferramenta muito rica na mão para trabalhar e gerar renda não só para os agentes, mas também para todos que fazem parte do roteiro e, indiretamente, toda a região ganha”, destacou. A atividade contou com a participação da gerente regional do Senar em Viçosa, Silvana Novais, que aprovou a iniciativa. “Teve uma boa repercussão e se mostrou viável, tem como levar turistas realmente. A avaliação é muito positiva porque a região de Ponte Nova é uma grande produtora de goiabada, muito reconhecida. As alunas foram felizes em pensar nisso. Esse circuito tem futuro. Estão no caminho certo”, avaliou.

um lanche com frutas, o almoço em um restaurante e a visita à fábrica de doces de Santo Antônio do Grama. O pacote inclui o transporte e alimentação no local da escalada”, explicou. Já o roteiro “Caminhos do Casca” entre Abre Campo e Rio Casca possibilita conhecer a história do rio que corta a cidade de Rio Casca, mostrando o crescimento do município e os fatos ocorridos em dezembro de 2017, quando houve a maior enchente da história na região. Segundo a aluna Marilene Rossi, que é proprietária de um pesque-pague e de restaurante, o roteiro inclui hospedagem, passeio em hotel-fazenda, loja de artesanato, museu, mirante e pesque-pague e restaurante, entre outras atrações que levam o turista ao contato com a natureza, cultura, costumes e culinária mineira. Religião, Aventura e Rio Casca O treinamento conta com a parceria dos Sindicatos de Produtores Rurais de Em Urucânia, foi idealizado o ro- Dom Silvério e Ponte Nova e o Circuito teiro turístico “Vida e Milagres – Padre Turístico Montanhas e Fé. Antônio Ribeiro Pinto, o padre do povo”, voltado para fiéis e religiosos. Ele con- Turismo Rural ta com a visita ao santuário, ao mirante de Nossa Senhora das Graças, cuja imaNo programa são catalogadas as pogem foi doada por um fiel que alcançou tencialidades turísticas da região e aboruma graça, ao caminho por onde o pa- dados os temas de segurança, condução dre passava diariamente para fazer suas de turistas, alimentação, hospedagem orações, ao museu que guarda doações e organização de eventos. O objetivo é e oferendas feitas por fiéis, à casa onde formar profissionais com visão de negóo padre morou, à igreja matriz e à praça cio para fomentar o turismo rural, colaonde o padre acolhia os milhares de fiéis borando para o desenvolvimento econôque chegavam de toda a parte do Brasil e mico, social e ambiental. do mundo atrás de suas bênçãos e graças Esta modalidade de turismo é nova milagrosas. Ao final, o visitante conhece no Brasil e mais recente ainda em Miuma fazenda histórica para se deliciar nas Gerais, como explicou a instrutora. um café mineiro, conhecer um alambi- “Existe uma carência de profissionais que de produção de cachaça e as ruínas capacitados, principalmente em regiões de uma antiga usina de açúcar. em que o turismo não é uma das prin“Além de agradáveis e gostosos, esses cipais atividades econômicas. Além disnovos roteiros que estão surgindo con- so, as comunidades têm dificuldade em tam muito da riqueza cultural, histórica perceber que trabalhar com turismo é e do papel importante de Ponte Nova e um negócio e precisa ser encarado como região teve para o desenvolvimento de tal, mesmo se as regiões preservam suas Minas e do Brasil”, disse Bianca. características rústicas e tradicionais”. Em Santo Antônio do Grama, o tuOs agentes devem atuar regionalrismo fica por conta da aventura, com mente e de forma integrada com a coa prática de escalada e rapel. O aluno munidade, poder público e iniciativa Isaac Adriano Santana Viana, que é privada. “Eles conseguem enxergar que empresário, repórter cinematográfico e tranquilidade, história, cultura, ar puro, praticante dessas modalidades foi quem diversidade, comida típica, paisagem, propôs esse roteiro. atividades produtivas e outras caracte“Partimos em direção à Pedra do rísticas despertam a cada dia muito inOratório, que fica a cerca de 18 km da teresse do turista, sobretudo daqueles cidade. A estrada é bem acessível. Há o que vivem em grandes centros urbanos momento em que ensinamos os turistas e que não têm a oportunidade diária de a usarem os equipamentos de segurança conviver com o que eles possuem em e depois fazemos a escalada e o rapel. Há abundância”, explicou. Fonte: FAEMG REVISTA 100% CAIPIRA |17


GOVERNO

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ALGODÃO

Projeto Algodão Paraíba planeja safra 2018 Otimistas com a previsão de chuvas regulares para este ano, mais de 300 produtores já aderiram ao Projeto Algodão Paraíba em 2018

Fonte: Embrapa Algodão

Para planejar as atividades da safra, cerca de 30 extensionistas da Emater-PB e a equipe de transferência de tecnologia da Embrapa Algodão se reuniram na sede da Unidade, em Campina Grande. Durante o encontro foram discutidas estratégias para aumentar a produtividade, reduzir os custos de produção e melhorar os rendimentos do produtor. “A meta a ser alcançada nos próximos cinco anos de chuvas é uma produtividade média por propriedade de 100 arrobas por hectares, ou seja, 1.500 quilos por hectare”, declarou o supervisor de transferência de tecnologia da Embrapa Algodão José Geraldo Di Stefano. Segundo o diretor técnico da Emater-PB Vlaminck Saraiva estão cadastrados mais de 300 produtores em Souza, Itaporanga, Picuí e municípios circunvizinhos, mas este número deve aumentar até o mês de abril quando começa a época de cultivo nos municípios de Areia, Solânea, Guarabira e Campina Grande. A expectativa para este ano é que cada agricultor cultive em média um a dois hectares, com uma produtividade de mil a 1.200 quilos de algodão por hectare. Toda a produção será vendida para as empresas Norfil (João Pessoa) e Vert Shoes (França), que fornecerão semen-

te, sacaria e se responsabilizarão pela logística de escoamento da produção. O algodão em rama (pluma e caroço) será vendido a R$ 2,40 o quilo. “Futuramente, o projeto vai evoluir para que o produtor possa beneficiar sua produção e fique com o caroço para integrar com outras cadeias produtivas como a caprinovinocultura e também tenha a sua própria semente para que possam negociar a pluma com outros compradores”, afirmou Vlaminck. No encontro, também foram tratadas questões como o zoneamento agrícola e a melhor data de plantio nas diferentes regiões do Estado, elaboração de calendário para visitas com equipe multidisciplinar nas áreas produtoras, informações técnicas das áreas plantadas, tais como análise de solo, pluviometria, monitoramento de pragas e produção de sementes, entre outras. Assistência técnica coletiva Entre as estratégias que serão adotadas para beneficiar o maior número possível de produtores estão a assistência técnica coletiva e o cadastramento de agricultores em comunidades ou associações. “Nós realizaremos visitas

de campo periódicas nas áreas do produtor, nas principais fases do ciclo do algodoeiro, por exemplo, preparo do solo, plantio, desbaste, monitoramento do bicudo, colheita. Em cada etapa, o assessoramento se dará na área de um produtor diferente e todos os outros produtores do entorno participam”, explicou o diretor técnico da Emater-PB. Para Vlaminck, além maior eficiência na assistência técnica, as capacitações coletivas também ajudam a fortalecer os laços comunitários, o associativismo e o cooperativismo. “Ao visitar as propriedades um do outro, os agricultores interagem mais e ganham mais força para negociar suas produções”, observou. Outro benefício indireto do cultivo do algodão agroecológico em consórcio com culturas alimentares apontado pelo diretor técnico da Emater-PB é a possibilidade de regular o preço das outras culturas. “Tivemos relatos de agricultores que puderam guardar seu milho e feijão para vender quando tivesse com melhor preço e conseguiram vender pelo dobro do que seria logo após a colheita. Isso porque eles tinham a segurança de uma renda garantida com o contrato de venda do algodão”, relatou. REVISTA 100% CAIPIRA | 19


ADUBOS E FERTILIZANTES

Os nutrientes que alimentam a vida no planeta

Fonte: Acontece Comunicação e Notícias

Muito se fala sobre fertilizantes, mas pouco se sabe sobre eles. Informações incorretas e alarmistas são divulgadas cotidianamente, sem que sejam esclarecidas as dúvidas da população sobre como agem esses produtos e quais os benefícios que trazem para nós e para o planeta

O engenheiro agrônomo e florestal Dr. Valter Casarin, coordenador científico do Nutrientes para a Vida (NPV), fala sobre a criação do NPV, iniciativa que busca orientar os produtores e a sociedade sobre o bom uso dos fertilizantes, com o objetivo de restituir os nutrientes ao solo para a geração de alimentos em larga escala, e, em consequência, o barateamento dos produtos agrícolas, entre outros benefícios. “O NPV tem a missão de esclarecer e informar os cidadãos, com base em estudos e dados científicos, sobre a relevância e os benefícios dos fertilizantes na produção e na qualidade 20| REVISTA 100% CAIPIRA

dos alimentos, bem como sobre sua utilização adequada”, explica. Segundo ele, para atingir estes objetivos, é necessária a realização de campanhas, palestras e workshops educativos, assim como o desenvolvimento de materiais que associem o fertilizante à saúde das pessoas. “Ainda existe muita desinformação na sociedade acerca dos fertilizantes, pois as pessoas não conseguem enxergar o fertilizante como a fonte de nutrientes para as plantas e, consequentemente, para o ser humano. Elas precisam entender que o fertilizante é a fonte de alimento para as plantas, pois sem os nutrientes a

planta não produz. Se a planta não produzir, não há como os animais se alimentarem. Nesse processo, o homem está incluso”, esclarece. Segundo ele, o caminho para esclarecer essa questão é a educação. “O conhecimento é a forma de as pessoas entenderem a importância que o fertilizante tem na produção de alimentos. Com a previsão de uma população mundial de 9 bilhões de pessoas em 2050, a produção de alimentos deverá se intensificar. O fertilizante será uma das formas de aumentar a produtividade das áreas já estabelecidas com a agricultura, sem agredir o meio ambiente. Caso contrário, será


inevitável desmatar novas áreas para produzir alimentos. Assim, o fertilizante cumpre um outro desafio, que é a de manter mais florestas intactas.” Dr. Casarin explica que existem dois tipos de fertilizantes, o mineral e o orgânico. “Os fertilizantes minerais estão na forma de sais inorgânicos e são obtidos por extração e/ou por processos industriais químicos ou físicos. Já os orgânicos são oriundos de resíduos animais ou vegetais”, afirma. Os fertilizantes orgânicos têm ação mais lenta que os minerais, porque necessitam passar por transformações antes de serem utilizados pelas plantas. Já os fertilizantes inorgânicos apresentam a vantagem de ter seus nutrientes na forma iônica e por isso, são absorvidos pelas plantas com maior facilidade, e o resultado é mais rápido. “A concentração de nutrientes é mais elevada no fertilizante inorgânico, permitindo o transporte de mais nutrientes por carga, além da quantidade necessária na adubação ser menor. Além disso, o fertilizante inorgânico apresenta composição química definida e os orgânicos não, de modo que é possível realizar cálculos precisos sobre a quantidade que deve ser utilizada em cada situação. Por sua vez, os fertilizantes orgânicos promovem o desenvolvimento da microbiota do solo e melhoram as condições físicas do solo”, informa o engenheiro. Dr. Casarin também destaca o papel do cálcio e do potássio, nutrientes imprescindíveis para o crescimento das plantas, e sobre a função de ambos na preservação dos alimentos. “Um dos maiores problemas que o país enfrenta é o desperdício de alimentos, e a solução está na educação. Educação em diversos sentidos. Precisamos pensar em comprar o necessário, e para isso é fundamental o planejamento no momento da compra. Saber reaproveitar os alimentos, ou mesmo partes deles, como a casca, por exemplo e também como armazenar os alimentos, para que eles permaneçam mais tempo saudáveis, são formas eficientes de reduzir

o desperdício de alimentos. É nesse momento que os nutrientes cálcio e potássio fazem a diferença. Alimentos com concentrações adequadas de cálcio e potássio promovem melhor aspecto e maior tempo de preservação dos frutos, que tardam a apodrecer”, assegura o engenheiro. Dr. Casarin informa que o cálcio tem efeito essencial na firmeza e no amadurecimento dos frutos, ou seja, “a carência de cálcio está associada ao amolecimento precoce, que leva ao apodrecimento rápido dos frutos. Em relação ao amadurecimento, o cálcio desacelera o processo, favorecendo a manutenção de um produto saudável por mais tempo.” Já o potássio participa na produção de amido, açúcar e proteínas na planta. É o nutriente responsável pelo transporte desses produtos da folha para os frutos. “A carência de potássio acarreta frutos malformados, sem valor comercial. O potássio aumenta o vigor e a resistência das plantas às doenças. Assim, quando uma planta apresenta nível adequado de potássio ela é bem formada, com ótima qualidade nutricional e resistente a doenças”, informa Dr. Casarin. O fornecimento de cálcio e potássio ao solo é uma forma de repor as quantidades destes nutrientes que foram exportadas juntamente com os frutos. “A reposição desses nutrientes é importante para manter a fertilidade e a saúde do solo. É desta forma que os agricultores obtém melhores produtividades e melhoram a qualidade nutricional dos frutos”, adverte o engenheiro. A adubação com cálcio é feita normalmente por meio da calagem, ou seja, pela aplicação de calcário. “Essa é uma prática muito comum para corrigir o pH dos solos tropicais, os quais normalmente são ácidos. Solos ácidos têm baixa disponibilidade de nutrientes, principalmente de cálcio. Com a aplicação de calcário corrige-se o pH e melhora-se a disponibilidade dos nutrientes para as plantas. A forma mais adequada de se fornecer cálcio é via radicular. A aplicação

foliar pode e deve ser feita para complementar a adubação via solo, visando atender os momentos de maior demanda de cálcio pelas plantas.” No caso do potássio, a adubação também deve ser feita via solo, pois “a necessidade da planta por esse nutriente é muito alta, e a adubação foliar não atende adequadamente a necessidade das plantas. Semelhante ao cálcio, a adubação foliar com potássio deve ser feita nas épocas de maior necessidade das plantas, como forma de complementar a adubação via solo”. Segundo Dr. Casarin, todos os vegetais necessitam de potássio e cálcio para completar seu ciclo de vida. “Eles devem ser aplicados sempre que as quantidades no solo estiverem insuficientes para atender a demanda as plantas. Isso se aplica para todas as culturas e em qualquer tipo de solo. A análise de solo é a ferramenta que devemos utilizar para avaliar a quantidade de nutrientes disponíveis no solo e, desta forma, recomendar a dose de cálcio e potássio necessária para aplicar ao solo, visando adubar uma determinada cultura. É imprescindível fornecer a dose correta dos nutrientes de acordo com os resultados da análise de solo e da tabela de adubação para a cultura explorada”, ressalta. Dr. Casarin explica que os solos não geram nutrientes. Eles contêm quantidades definidas e armazenam parcialmente os nutrientes. Por outro lado, as plantas necessitam de nutrientes em quantidades adequadas e de forma balanceada. “Quando pensamos em uma agricultura sustentável devemos considerar a reposição dos nutrientes que foram removidos pelas culturas. Essa reposição deve ser feita de maneira criteriosa e responsável, aplicando a fonte correta de fertilizantes, na dose e época corretas e no local correto. O fertilizante é o produto certo para o fornecimento dos nutrientes para as plantas. Assim sendo, os fertilizantes são essenciais para a conquista da segurança alimentar e, consequentemente, para o bem-estar da sociedade e do ambiente”. REVISTA 100% CAIPIRA |21


AGROINDÚSTRIA

Indústrias agregam valor à produção de algodão em Mato Grosso

O caminho percorrido pelo algodão mato-grossense até as confecções inclui desvios para outros estados e até países De pluma a peça de vestuário, essa rota traçada pela matéria-prima produzida em Mato Grosso, campeão nacional na cotonicultura, pode ser encurtada com a verticalização da produção. Atualmente nos municípios onde a produção de algodão é mais abundante são mantidas algumas etapas do processo têxtil. Há algodoeiras, fiações, tecelagens e confecções. Neste ramo, 15 empresas asseguram incentivo fiscal do governo estadual. Os empreendimentos estão localizados em Primavera do Leste, Cuiabá, Campo Verde, Jaciara, Rondonópolis, Nova Mutum e Lucas do Rio Verde. Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Sedec), Carlos Avalone, a transformação da matéria-prima pode ser estimulada com políticas específicas para o setor. Enquanto vigorou o Programa de Incentivo à Cultura do Algodão de Mato Grosso (Proalmat) voltado à indústria, a atividade têxtil expandiu com in22| REVISTA 100% CAIPIRA

vestimentos privados, assim como a cotonicultura. “Quando o Proalmat Indústria foi modificado, em 2003 até 2007, aconteceu um movimento de migração maior das empresas para o Prodeic (Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso) e assim diminuiu a vontade de investir no setor têxtil”. Vigente desde 1997, quando foi instituído pelo ex-governador Dante de Oliveira (falecido), o Proalmat incentivou a produção de algodão. Em 2006, o programa foi prorrogado por mais 10 anos pelo então governador Blairo Maggi (PP) e novamente foi renovado pelo atual governador Pedro Taques (PSDB). Com o Proalmat, Mato Grosso deu um salto na produção da fibra: de 2% para 70% do volume nacional. Expansão que perpetua, inclusive, com crescimento de 21,1% na produção mato-grossense este ano, quando serão colhidas 1,224 milhão de toneladas de algodão em pluma no Estado, segundo estimativa divulgada pela Companhia Nacional

de Abastecimento (Conab). Na safra 2016/2017 foram colhidas 1,011 milhão (t) do produto. A cada temporada agrícola os produtores investem em novas tecnologias para garantir a qualidade da fibra, afirma o presidente da Associação dos Produtores de Algodão de Mato Grosso (Ampa), Alexandre Schenkel. Com esse cuidado é crescente a presença da pluma brasileira no mercado internacional. Até pelo aumento da produção local interessa aos cotonicultores mato-grossenses contar com mais compradores. Atualmente, a produção mato-grossense de algodão é rateada em 50% para o mercado internacional e 50% para o mercado interno. O percentual destinado ao consumo doméstico atende entre 65% e 75% da demanda brasileira de algodão em pluma, detalha o presidente da Ampa. O restante é suprido por outros entes federados que investem na cotonicultura. Schenkel acrescenta que os produtores sabem que as indústrias têxteis nacionais não estão fazendo


investimentos e há ociosidade nas plantas como reflexo da economia, após a recessão. Em Rondonópolis, por exemplo, a unidade fabril da Santana Têxtil tenta retomar a fiação e tecelagem, após paralisar as atividades após entrar em recuperação judicial, explica o sócio-proprietário Marcos José dos Santos. Empresas do ramo foram afetadas pela elevação dos preços do algodão, após a diminuição na produção mundial decorrente da crise econômica mundial nos anos de 2010 e 2011 e posterior retração do consumo dos produtos têxteis. A recessão da economia brasileira em 2015 pressionou ainda mais o consumo. “No nosso caso, além da crise, houve o problema de falta de pessoal qualificado. Chegamos a treinar 3 mil pessoas e no auge das operações empregávamos mil”, relembra. Paralisada há 3 anos, quando foi desenquadrada do Prodeic, a empresa busca novos sócios para reabrir as portas da indústria em Rondonópolis. No município, a Têxtil Bezerra de Menezes (TBM) também paralisou

temporariamente as operações de fiação em janeiro de 2016 e retomou aos poucos a produção em 3 turnos, afirma o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico de Rondonópolis, Milton Luiz de Araújo. Os setores industriais têm investido mais nas áreas de produtividade, competitividade, qualidade e flexibilidade, segundo o presidente da Ampa. Visam atender o mercado consumidor de forma rápida e imediata. Como o varejo não quer acumular estoques, faz toda diferença para a indústria estar próxima dos pontos de consumo, o que é um complicador para qualquer planta que venha a se instalar em Mato Grosso já que o mercado consumidor é pequeno, observa Alexandre Schenkel. Outro agravante é o custo da energia elétrica para a indústria têxtil. Por esses motivos, os cotonicultores acreditam mais no elo da indústria da confecção, que não demanda grandes investimentos e está concentrada nas micro e pequenas empresas. “Em 2017, visitamos polos têxteis do Nordeste e do Sul do país percor-

rendo várias indústrias do setor, entre fiações, tecelagens, confecções e centros de distribuição de vestuário de moda, uniformes profissionais, cama, mesa e banho. O foco principal da visita foi ter informações sobre a qualidade de fibra exigida por máquinas cada vez mais modernas e rápidas para atender a um processo sofisticado de produção nas várias etapas da indústria têxtil”. Cotonicultores mato-grossenses estão aptos a produzir mais e fornecer pluma de qualidade, mas percebem que a instalação e permanência de outros elos da cadeia produtiva do algodão no território estadual depende de outros fatores como políticas públicas de incentivo fiscal e disponibilidade de energia elétrica de qualidade e a preços competitivos. Como forma de incentivar o setor têxtil em Mato Grosso, a empresária do ramo de confecção Claudia Fagotti defende a desoneração de maquinários e a estruturação de Arranjos Produtivos Locais (APLs). “Dessa forma são interligados todos os elos da cadeia produtiva”, sugere. Fonte: A Gazeta

CLIMA

Clima prejudica qualidade de hortaliças e preços baixam A tendência é que esta queda de preços também alcance o consumidor final, que terão legumes menos vistosos, porém mais baratos Fonte: CONAB Entre as hortaliças analisadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a alface, batata e cenoura tiveram reduções consideráveis de preço nas principais ceasas do país em fevereiro. O motivo está na baixa qualidade dos produtos, causada pelo excesso de chuvas e de calor nas principais regiões produtoras. A tendência é que esta queda de preços também alcance o consumidor final, que terão legumes menos vistosos, porém mais baratos. Os dados estão no 3º Boletim Hortigranjeiro, divulgado pela Conab, que inclui os preços de diversas variedades de produtos e a comercialização nas grandes cidades. As informações foram captadas nas centrais de abastecimento de oito estados brasileiros. A pesquisa também mostra que o tomate, depois de apresentar altas sig-

nificativas em meses anteriores, já começou a diminuir os preços em alguns mercados. A batata registrou queda de preços na quase totalidade dos mercados, com exceção da capital paulistana onde ocorreu certa estabilidade (aumento de 0,98%) e no mercado fluminense onde o declínio foi de apenas 1,26%. Nos demais mercados as quedas das cotações ficaram entre 4,17% em Brasília e 18,12% em Goiânia. Quanto à cenoura, as cotações caíram em todos os mercados. A maior queda foi em Goiás (26,60%) e a menor em Minas Gerais (6,34%). A exceção entre as hortaliças foi a cebola, que teve aumento em todos as centrais de abastecimento. Frutas – Em relação aos preços da banana, houve alta em cinco estados analisados, tendência marcante desde o

mês de dezembro, com destaque para o Espírito Santo (5,49%) e Pernambuco (25,40%), com registro de queda apenas na CeasaMinas (12,88%). A melancia teve alta de preços em seis Ceasas, principalmente no Distrito Federal (46,05%) e Ceará (23,07%). Mais uma vez salvando o bolso do consumidor, os preços do mamão em fevereiro registraram quedas de dois dígitos, em especial na Ceasa/GO (26,24%) e Ceasa/DF (24,51%). Este estudo é realizado mensalmente pela Conab. A análise é feita a partir de produtos com maior representatividade na comercialização efetuada nas centrais de abastecimento e que registram destaque no cálculo do índice de inflação oficial, o IPCA. Para esta edição, foram considerados os entrepostos dos estados de SP, MG, RJ, ES, CE, PE, GO e DF. REVISTA 100% CAIPIRA | 23


MERCADO FLORESTAL

Crescimento no setor de celulose impulsiona mercado de plantações e de certificação socioambiental no Brasil

Fonte: Imaflora

Acréscimo nos volumes de produção e exportação de commodities traz alento para setor ambiental brasileiro, influenciado por padrões de responsabilidade socioambiental No papel, nas caixas, nos móveis. A madeira está presente o tempo todo no dia a dia de milhares pessoas. E é neste mercado que o Brasil ocupa uma posição de vanguarda: a segunda posição entre os maiores exportadores de celulose no mundo. Com cerca de 13 milhões de toneladas enviadas para o exterior anualmente, o País está à frente de Índia e China e logo atrás dos Estados Unidos, donos da maior produção mundial, nesse mercado. Entretanto, a silvicultura brasileira ainda ocupa uma pequena área se comparada a esses países, que concentram mais de 60% das plantações florestais do mundo todo. Em terras tupiniquins, apenas 11% da área cultivada é ocupada por florestas plantadas – principalmente por pinus e eucalipto, representando 3% da plantação mundial. “O mercado de celulose estabeleceu-se como uma das principais commodities do Brasil nos últimos anos. E, hoje, também internamente, cerca de 65% da madeira comercializada que circula pelo País têm como origem a indústria de base florestal. É um mercado em expansão e que deve aportar cada vez mais recursos empresariais e governamentais”, comenta o coordenador de certificação florestal do Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola), Guilherme de Andrade Lopes. E os números do segmento em 2017 endossam essa afirmação. No último ano houve um avanço de 3,8% na produção brasileira de celulose, alcançando 19,5 milhões de toneladas. O crescimento foi capitaneado pelas exportações à China e à Europa, que alavancaram as 24 | REVISTA 100% CAIPIRA

taxas. O papel, outro produto comercializado mundo afora pelo País, com 10,5 milhões de toneladas produzidas, teve alta de 1,4%, em comparação com 2016, de acordo com dados do Ibá (Indústria Brasileira de Árvores). “A madeira pode ser utilizada para fins industriais, geração de energia e outros importantes indutores do desenvolvimento econômico. Pelas suas diferentes características, a sua demanda comercial deve triplicar até 2050, segundo estimativas do WWF (Fundo Mundial para a Natureza)”, afirma Andrade Lopes. Brasil – Atendendo demanda de crescimento no setor, também no ano passado, o Imaflora, uma entidade civil sem fins lucrativos, responsável pela certificação e validação das normas de auditoria FSC® - Forest Stewardship Council® (Conselho de Manejo Florestal), que reconhece as práticas de responsabilidade socioambiental no setor de base florestal, viu sua cobertura crescer. Trezentos mil novos hectares de plantações florestais foram auditados e certificados. “Esse crescimento é resultado de um trabalho árduo, que começou em 1995, com sociedade, parceiros e comunidade empresarial, e que alçou o Imaflora à posição de vanguarda nas discussões sobre sustentabilidade e certificação florestal. Hoje, somos responsáveis pela certificação de mais de 3 milhões de hectares de florestas plantadas no Brasil, sendo o maior certificador do País, com cerca de 65% de participação no mercado”, acrescenta Andrade Lopes. Atualmente, existem cerca de 8 milhões de hectares de florestas plantadas

no Brasil. A área ocupa menos de 1% da superfície total do País (aproximadamente 850 milhões de hectares). Esse montante é responsável pela produção de 17% de toda a madeira oriunda de plantações florestais colhida anualmente no mundo. No Brasil, 70% dela é certificada pelo FSC (Conselho de Manejo Florestal). Em termos mundiais, a área de florestas plantadas ocupa cerca de 264 milhões de hectares. FSC – O FSC (Conselho de Manejo Florestal) é um padrão reconhecido mundialmente por sua governança multissetorial, abrangência e pela geração de benefícios socioambientais nas atividades de manejo florestal ou às indústrias que processam ou comercializam produtos de origem florestal. É um sistema criado e mantido por um fórum de representantes dos setores ambiental, econômico e social. Está presente em mais de 80 países. O mercado em 2017 – De acordo com o balanço divulgado pelo Ibá, o setor de base florestal registrou um avanço de 12,9% no saldo da balança comercial em 2017, quando comparado com o ano anterior, alcançando o valor de US$7,5 bilhões. Em termos de representatividade, as exportações do setor produtivo de árvores plantadas foram responsáveis por 3,9% de todo o volume de bens e produtos negociados pelo Brasil com outros países. O mercado interno de painéis de madeira registrou avanço de 4% em suas negociações, totalizando 6,5 milhões de m³ vendidos. Já o segmento de papel encerrou 2017 com saldo positivo de 0,7%, somando 5,5 milhões de toneladas comercializadas.


ANÁLISE DE MERCADO

Venda de vinhos no mercado interno sobe 5,67% em 2017

Fonte: Estadão conteúdo

Foram vendidos mais de 363 milhões de litros de vinhos O setor vitivinícola, que representa a cadeia de bebidas provenientes da uva, encerrou 2017 com aumento de 5,67% nas vendas do mercado interno, a 363.184.941 litros de vinhos, espumantes, sucos e outros derivados. Segundo levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), o mercado começou a reagir no terceiro trimestre e se fortaleceu nos três últimos meses do ano. “O início do ano foi bem difícil, pois vínhamos de uma quebra de safra recorde (ocorrida em 2016), que aumentou os custos de produção, diminuiu a oferta de produtos, junto com uma crise econômica e política que deixou o mercado bastante retraído. Essa conjuntura começou a se dissipar apenas a partir do terceiro tri-

mestre”, observou o presidente do instituto, Oscar Ló.” A partir daí, os espumantes e os sucos, produtos em que temos maior competitividade, já estavam com vendas melhores que em 2016, mas foram os últimos três meses do ano que recuperamos os resultados de fato”, complementou o dirigente. Na categoria de vinhos tranquilos, as vendas ficaram positivas em 2,19%, com 189,3 milhões de litros comercializados. Os vinhos espumantes ampliaram o volume em 3,22%, com 17,4 milhões de litros e os sucos de uva 100% prontos para consumo foram os itens que mostraram melhor desempenho, com expansão de praticamente 16% ante o ano anterior, a 109 milhões de litros. Somando a co-

mercialização de produtos brasileiros com os volumes de importação, o mercado de vinhos cresceu 13%. No ano passado, ingressaram no País aproximadamente 125,8 milhões de litros de vinhos e espumantes, representando alta de 36,6% ante 2016. O suco de uva, por sua vez, recuou 18,7%, com o ingresso de 226,5 mil litros. Para 2018, a perspectiva é de ampliação dos resultados positivos iniciados no último trimestre de 2017 devido à normalização dos estoques e aos produtos elaborados a partir da safra 2018, considerada de excelência em qualidade. Entretanto, para ampliar a competitividade mercadológica, o setor trabalha pela retirada do vinho do regime de Substituição Tributária (ST). REVISTA 100% CAIPIRA |25


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AGRICULTURA DE PRECISÃO

Por dentro do bilionário mercado de imagens de satélites e aerofotos

Segundo um estudo divulgado recentemente, o mercado de Observação da Terra pode alcançar até 15 bilhões de euros dentro de 10 anos Por sua vez, um relatório afirma que o tamanho do mercado global de imageamento aéreo deverá chegar a 3,2 bilhões de Euros em 2023. Já os drones têm potencial para chegar a 127 bilhões de Dólares. Entenda as diferenças e o potencial de aplicações De acordo com a 10ª edição do relatório da Euroconsult [www.euroconsult-ec.com/shop/earth-observation-rpas/97-satellite-based-earth-observation-market-prospects-to-2026. html] sobre o mercado de Observação da Terra baseada em satélites, os dados e serviços desse setor deverão chegar a 8,5 bilhões de euros até 2026, com base na trajetória atual de crescimento, e até mesmo a 15 bilhões em um cenário alternativo. Esta opção mais otimista considera as implicações de novas soluções que abram mercados futuros e ainda inexplorados. Ainda, avanços em inteligência artificial e deep learning deverão beneficiar o setor, possibilitando novas soluções baseadas em detecção e análises de mudanças (change-detection). Segundo o estudo, os fatores que 28 | REVISTA 100% CAIPIRA

geram crescimento no setor são diferentes para dados e serviços. A área de Defesa ainda domina o mercado de dados comerciais, sendo responsável por compras que superam 1 bilhão, mais especificamente de imagens de altíssima resolução e alta acurácia no posicionamento. Os mercados para serviços de valor agregado às imagens que continuarão em alta serão os de infraestrutura e monitoramento de recursos naturais, no entanto, muitas vezes são usadas soluções de baixo custo ou até mesmo gratuitas nessas áreas. Tanto os operadores de satélites como os fornecedores de serviços estão criando algoritmos para detectar mudanças a partir de dados de múltiplas fontes, com objetivo de encontrar padrões e criar análises preditivas. Ainda, trazer dados coletados com maior frequência para estes modelos de análises – também conhecido como Big Data – vai estimular ainda mais o desenvolvimento do setor, com potencial de criar novos serviços. A Euroconsult identificou aproxi-

madamente 20 companhias que anunciaram intenções de desenvolver constelações de satélites de baixo custo para coleta de dados com alta taxa de revisita, baseados em tecnologias smallsat ou cubesat. Em 2017, estes novos operadores atraíram mais de 600 milhões em venture capital para financiar suas iniciativas. Por outro lado, uma forte competição é esperada entre os fornecedores de dados, já que as companhias devem cada vez mais mostrar diferenciais e oferecer soluções inovadoras ao mercado. A consolidação dos grandes grupos (MDA / DigitalGlobe, OmniEarth / EagleView, Terra Bella / Planet) deverá trazer um refinamento nos modelos de negócios e continuar gerando altos investimentos. A DigitalGlobe, por exemplo, está planejando o lançamento de uma constelação de satélites de baixo custo (Legion), enquanto a Airbus está desenvolvendo seu próprio sistema óptico de altíssima resolução (VHR). Os números deste setor impressionam: de 2007 a 2016 foram lançados 181 veículos de observação da Terra,


enquanto na próxima década são esperados 600 lançamentos de aproximadamente 50 países. Aerofotogrametria O relatório Global Aerial Imaging Market Analysis (2017-2023) [www. re s e arch an d m ar ke t s . c om / re s e arch/856hgw/global_aerial], divulgado recentemente, afirma que o tamanho do mercado global de imageamento aéreo deverá chegar a 3,2 bilhões de Euros em 2023, com uma taxa de crescimento anual estimada em 13% no período. Imagens aéreas ajudam a realizar medidas e capturar dados sobre o uso e ocupação do solo através de plataformas remotas, sem necessidade de contato direto com a superfície. Sensores embarcados em diversos veículos – tais como helicópteros, aviões, balões e drones – são usados para esse tipo de coleta remota de informações. Com aplicações em diferentes indústrias, o imageamento aéreo está presente, hoje, desde a engenharia civil até a agricultura. De acordo com o relatório, as imagens de satélites podem restringir o crescimento deste mercado por serem vistas como uma opção para algumas aplicações, devido ao seu avanço em resolução espacial, espectral, radiométrica e temporal. Segundo a pesquisa, tecnologias avançadas como os Sistemas de Informação Geográfica (GIS, na sigla em inglês), sistemas lidar (medição a laser) e câmeras de visão em 360 graus podem ser oportunidades no mercado de Aerofotogrametria. Dentre as empresas mencionadas no relatório, estão Blom ASA, Fugro, EagleView Technology Corporation, Digital Aerial Solutions, Cooper Aerial Surveys, Landiscor Real Estate Mapping, Kucera International, John Deere Agri Services / GeoVantage e High Eye Aerial Imaging. Drones Não existem muitas fontes com números consolidados sobre o mercado de drones. Um estudo da Secretaria de Desenvolvimento e Competitividade

Industrial (SDCI) em parceria com a Directorate-General for Mobility and Transport (DG MOVE) [www.mdic. gov.br/images/publicacao_DRONES20161130-20012017-web.pdf] abordou temas específicos da indústria de drones desenvolvida no Brasil e na União Europeia, a fim de identificar pontos de complementariedade entre as duas regiões e analisar especificidades do panorama comercial e ambiente regulatório do setor. Já o relatório Clarity above [www. pwc.pl/pl/pdf/clarity-from-above-pwc. pdf], da PwC, revelou que o mercado global de Drones pode chegar a 127 bilhões de dólares, ou seja, muito mais do que o de Aerofotogrametria publicado recentemente. Para chegar a este valor, a PwC usou como base de cálculo o valor dos serviços demandados pelas empresas e órgãos públicos que poderão ser substituídos, em um futuro muito próximo, pela tecnologia dos Drones. Imagens de satélites, aviões, drones, topografia tradicional: independentemente da plataforma para coleta de dados, quando estas tecnologias são utilizadas de forma complementar, podem trazer aumento de produtividade e diminuição de custos. Cabe aos profissionais identificarem quando, como, onde e porque utilizar cada uma delas. Números do mercado brasileiro O estudo de mercado mais “recente” no Brasil é de 2008, feito pela empresa Intare Consultoria em Gestão da Informação [http://mundogeo.com/ blog/2008/03/31/por-dentro-do-mercado-2/]. Com um crescimento de 9% entre 2006 e 2007, e de 20% estimado para aquele ano, o dimensionamento do mercado potencial de geotecnologia no Brasil para 2008 era de 619 milhões de reais, considerado o conjunto dos componentes Dados, Softwares e Serviços. O gráfico a seguir apresenta o dimensionamento do mercado brasileiro para o período 2006-2008, em milhões de reais: http://mundogeo.com/geodrops/files/2017/08/dimensionamento-do-mercado-brasileiro-de-gis.gif. Já a figura a seguir ilustra o panorama do mercado, por tipo de solução, con-

forme os tipos definidos anteriormente: http://mundogeo.com/geodrops/ files/2017/08/panorama-do-mercado-de-gis-por-tipo-de-solu%C3%A7%C3%A3o.gif. Geo no Agronegócio Inteligente Internet das Coisas, Drones, Realidade Virtual, Machine Learning, Big Data: estes termos, que há pouco tempo poderiam parecer de filmes de ficção científica, já estão integrados ao dia-a-dia do campo, nas fazendas mais conectadas. Tecnologias disruptivas na agricultura estão revolucionando digitalmente o campo, e isto é só o começo… O setor de Agronegócio está passando por um salto evolutivo, através do movimento AgTech. Para impulsionar essa transformação digital no campo, está em expansão um imenso ecossistema formado por empreendedores, investidores, aceleradoras, fundos de investimento… No Brasil e no mundo, empresas dos setores de geotecnologia e drones estão pegando carona no movimento AgTech, já que estas tecnologias têm diversas aplicações no Agronegócio, desde o mapeamento até a pulverização. E o uso de Geo no campo recebeu um impulso por parte do setor financeiro, quando o Banco Central lançou a Resolução 4.427, em 2015, que obriga instituições bancárias a usarem GIS e sensoriamento remoto para fiscalização de operações de crédito agrícola. Através da convivência otimizada de redes 4G, Wi-Fi, GPS, além de softwares de GIS integrados a sistemas de gestão e imagens de drones, aviões e satélites, o gestor rural que experimentar toda essa “fartura” de tecnologias vai perceber claramente que sua propriedade deu um salto de conectividade, informação e negócios. Neste seminário Geo no Agronegócio Inteligente, que será realizado no dia 17 de maio em São Paulo (SP) no MundoGEO#Connect 2018, produtores e usuários de dados neste setor apresentarão resultados e demonstrarão o potencial do uso da geoinformação no Agronegócio. Fonte: MundoGEO REVISTA 100% CAIPIRA |29


PESQUISA

Tratamento com ozônio combate a contaminação em produtos de trigo

Pesquisa realizada na Esalq promove a destruição de micotoxinas e pode favorecer processo industrial A segurança alimentar é um tema que envolve pesquisadores de diversas áreas da ciência. Da engenharia agronômica à ciência de alimentos, da nutrição à medicina, a questão é foco também de uma pesquisa realizada na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/Esalq) que promete contribuir com a indústria ligada à produção de grãos e, em especial de trigo. Com orientação do Pedro Esteves Duarte Augusto, professor do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição, Allana Patrícia Santos Alexandre utilizou a tecnologia do ozônio a fim de reduzir a contaminação de dois tipos de micotoxinas em produtos de trigo, mais especificamente na farinha de trigo integral, farelo de trigo e efluente da moagem. “Também avaliamos o impacto desse processo na qualidade tecnológica e nutricional desses produtos”. Segundo os pesquisadores, as micotoxinas são substâncias produzidas por fungos que podem contaminar produtos agrícolas nas diversas etapas de produção, desde o campo até o armazenamento. “Elas podem causar sérios danos à saúde humana e animal, além de causar perdas econômicas. Sendo assim, são necessárias alternativas que reduzam essa contaminação”, comenta Maria Antonia Calori-Domingues, pes30 | REVISTA 100% CAIPIRA

quisadora associada no projeto. Uma alternativa para reduzir a contaminação de micotoxinas é a utilização do gás ozônio. “Essa tecnologia já é utilizada para diferentes fins e não gera resíduos tóxicos, sendo considerada ambientalmente favorável”, complementa o professor Pedro. O trabalho demonstrou que a utilização da tecnologia do ozônio foi eficaz na redução da contaminação das micotoxinas estudadas, sendo os resultados promissores para aplicação industrial. “A continuação dos estudos visa gerar informações para a possibilidade de aplicabilidade desta tecnologia na indústria, seja em produtos para alimentação humana ou animal, com embasamento técnico-científico, visando a segurança alimentar e obtenção de produtos de melhor qualidade”. A redução da contaminação das duas micotoxinas foi efetiva na farinha de trigo integral, farelo de trigo e efluente do processo de moagem. “Algumas propriedades de qualidade da farinha de trigo integral ozonizada também foram alteradas, o que pode ser desejado ou indesejado dependendo da aplicação. A qualidade nutricional do farelo de trigo não foi afetada pelo processo de ozonização, o que é bastante desejável tanto para o consumo humano como animal”, complementa autora

do trabalho. “Mesmo tendo resultados efetivos na redução de contaminantes, o monitoramento da cadeia de produção não deve ser negligenciado, sempre adotando boas práticas agrícolas. Assim, a ozonização só deve ser usada para gerenciar a produção de grãos e derivados”, ressalta a Maria Antonia. A pesquisa foi desenvolvida sob orientação do professor Pedro Esteves Duarte Augusto, que coordena o Grupo de Pesquisas em Engenharia de Processos (Ge²P), em conjunto com Maria Antonia Calori-Domingues, especialista do Laboratório de Micologia e Micotoxinas, ambos da Esalq. Contou, ainda, com a participação de outros alunos de graduação e pós-graduação, bem como professores. Para a realização, os pesquisadores tiveram apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Durante o doutorado, Allana foi bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Os resultados estão publicados em periódicos internacionais: Journal of Environmental Science and Health Part B - Pesticides Food Contaminants and Agricultural Wastes. Fonte: USP/Esalq


MEIO AMBIENTE

Produtor rural é quem mais se preocupa com preservação da água, afirma presidente da CNA João Martins esteve no lançamento do Programa Nacional de Irrigação do Senar no 8º Fórum Mundial da Água

Fonte: Assessoria de Comunicação CNA/SENAR

“Estamos aqui para mostrar que o produtor rural produz com sustentabilidade e preserva o meio ambiente. Porém, mais do que isso, o produtor é quem mais se preocupa e produz cuidando da terra e da água”, afirmou o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, durante o lançamento do Programa Nacional de Irrigação do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). O evento aconteceu no espaço do Sistema CNA no 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília. Segundo Martins, a intenção da CNA no fórum é mostrar com conteúdo técnico que o setor não gasta água em excesso. “Queremos aproveitar esse momento para desmistificar essas questões e mostrar que o produtor rural mais do que ninguém cuida da água e da terra, afinal, se ele destruir os mananciais, estará destruindo seu próprio patrimônio.” O Programa de Irrigação do Senar vai capacitar o produtor e dar a ele as condições necessárias para manejar os sistemas de irrigação de forma correta e ser mais eficiente no uso da água na propriedade. “Esse programa é fruto da deman-

da do setor, que sentiu a necessidade de atualizar seu conhecimento em técnicas e tecnologias voltadas à gestão do uso da água. Esse é o primeiro passo de muitos que virão, para que o produtor possa utilizar esse recurso de forma responsável na produção de alimentos,” afirmou o diretor-geral do Senar, Daniel Carrara. O programa tem 116 horas/aula e cada curso pode ser feito separadamente, de acordo com o interesse do produtor e com certificação. O Senar também está elaborando o material didático das capacitações em parceria com empresas como a Netafim, líder em sistemas de gotejamento. “Irrigação não é importante só para a produtividade e oferta de alimentos. É importante para a segurança alimentar e nutricional da população mundial, sem contar que a sociedade é beneficiada pela irrigação porque gera empregos e traz mais diversidade de alimentos para às prateleiras”, disse o coordenador do programa no Senar, Rafael Nascimento da Costa. Para a produtora rural e presidente da Associação dos Produtores Rurais e Irrigantes do Noroeste de Minas Gerais (Irriganor), Ana Maria Valentini, o programa do Senar é muito importante

para garantir a produção com sustentabilidade nas propriedades. Segundo ela, a gestão compartilhada dos recursos hídricos e a conscientização de que o produtor precisa ampliar a gestão na microbacia na qual está inserido, e não somente na sua propriedade, são fundamentais. “Como o produtor vai fazer uma boa gestão se ele não tiver capacidade de usar as tecnologias que nós temos disponíveis? Esse programa é muito importante e ele chega em boa hora, pois a sociedade está cobrando do produtor rural o uso mais racional e sustentável da água”. A meta neste primeiro ano do programa é capacitar mil produtores rurais nos temas Manejo da Irrigação, Sistemas de Irrigação por Aspersão, Irrigação Localizada, Irrigação por Superfície, Fertirrigação e Gestão de Energia Elétrica na Irrigação. Estavam presentes no lançamento do programa os presidentes da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB), Humberto Miranda, da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC), Flávio Saboya, e da Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (FAEPE), Pio Guerra. REVISTA 100% CAIPIRA |31


AGRICULTURA

A lavoura avança, do baru à amora

Fonte: Estado de Minas

A pesquisa do IBGE engloba a produção de hortaliças nas chamadas fazendas urbanas, em regiões como Barreiro, Leste e Nordeste da capital mineira, e no limite com Sabará e Santa Luzia, além de um shopping de BH que construiu estufas para o cultivo de folhosas Na etapa final da coleta de dados do Censo Agropecuário 2017, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta Minas Gerais como o segundo estado, depois da Bahia, em número de propriedades rurais, com aumento em torno de 50 mil unidades na comparação com o último levantamento, de 2007. Esse universo deverá alcançar 600 mil domicílios no campo, ultrapassando a estimativa inicial de 556.713 empreendimentos. Ainda que predominantemente urbana, a cidade de Belo Horizonte também está inserida no Censo Agropecuário, devido à força da horticultura. A pesquisa do IBGE engloba a produção de hortaliças nas chamadas fazendas urbanas, em regiões como Barreiro, Leste e Nordeste da capital mineira, e no limite com Sabará e Santa Luzia, além de um shopping de BH que construiu estufas para o cultivo de folhosas. Em Minas, novos produtos passam a fazer parte da produção do estado, como araticum, baru e cagaita, 32 | REVISTA 100% CAIPIRA

em razão da importância do seu cultivo. Todos os municípios brasileiros são incluídos no censo, uma vez que o objetivo é registrar a totalidade de estabelecimentos voltados para a produção agropecuária, independentemente do destino desses produtos – para venda ou subsistência – ou do local onde são cultivados. “O que importa é se a unidade é destinada à agropecuária. Encontramos em áreas urbanas produções de hortaliças, frutas, além da criação de bovinos, equinos, suínos e aves”, explica Humberto Augusto Silva, coordenador técnico do censo agropecuário do IBGE em Minas. Nesta edição, o censo incluiu a identificação e individualização de novas culturas e produções agropecuárias no questionário, antes contabilizadas na categoria de “outros produtos”, devido ao crescimento da importância e ao aumento da produção desses cultivos. No caso dos produtos relevantes para Minas Gerais, em relação à extração vegetal, foram acrescidos: araticum,

baru, cagaita, macaúba e umbu. Para as lavouras, foram inseridos a amora e a azeitona, além da palma forrageira – produto importante na região do semiárido, consumido como alimentação para o gado. Sobre a inclusão de novos itens específicos, Humberto Silva diz que o IBGE atende a uma demanda da sociedade, que quer mais detalhes sobre produtos que vão ganhando espaço no mercado consumidor. “Aumenta a produção e as pessoas começam a demandar informações sobre os produtos”. Nos períodos entre os censos, que são realizados a cada 10 anos, o instituto faz pesquisa contínua junto a cooperativas, sindicatos rurais, bancos que financiam a produção agrícola e pecuária, vendedores de insumos, agentes e instituições públicas e privadas ligados à agricultura, obtendo subsídios para se adequar a novos parâmetros apontados por esses levantamentos. O uso de tecnologia, como o acompanhamento via satélite, permitirá da-


dos mais precisos e a correção de possíveis falhas durante a coleta de dados. “Podemos acompanhar a rota de cada um dos 1.900 recenseadores que visitaram mais de 800 mil endereços em todo o estado, atualizando o cadastro do IBGE e verificando os locais que se caracterizavam como estabelecimento agropecuário. Nesse processo, novos endereços são identificados e incluídos, enquanto outros que não se encaixam nessa configuração são excluídos. Sabemos exatamente quantas vezes um recenseador passou por determinada estrada e onde exatamente ele preencheu e fechou seu questionário”, aponta Humberto. Áreas remotas O censo agropecuário também investiga a produção em comunidades específicas, como quilombolas e indígenas. Em Minas Gerais, há registro de sete aldeias indígenas e 29 territórios indígenas, concentrados nas regiões Norte e Leste do estado. A coleta dos dados continua em áreas com maior dificuldade de acesso ou de difícil contato com os produtores, conforme já previa o planejamento da operação censitária. Nesta reta final, Minas Gerais concentra esforços principalmente na região do Triângulo Mineiro, característica de grandes produções agropecuárias. Elas requerem coleta compatível com a realidade da região, associada a outros fatores que impõem dinâmica menos célere quando comparada com o restante do estado. A coleta de dados é a primeira etapa do 11º Censo Agro do Brasil, o 10º realizado pelo IBGE. Em conjunto com ela e depois de finalizada, o instituto realiza também o trabalho de supervisão e crítica das informações, para identificar e sanar possíveis inconsistências nos questionários preenchidos, garantindo a qualidade dos dados. Caso necessário, é possível que pesquisadores retornem a campo para verificações e reaplicação de questionários. Previstos para divulgação em julho próximos, os primeiros resultados do censo agropecuário mostrarão o perfil

do produtor rural por sexo, idade, cor ou raça, alfabetização e escolaridade, utilização das terras, efetivos da pecuária, produção animal e vegetal, forma de obtenção das terras e práticas agrícolas utilizadas no estabelecimento, entre outros quesitos. Conheça parte importante da nova produção mineira Cagaita – Alunos da Escola Estadual João Rodrigues da Silva, em Prudente de Morais, na Região Central de Minas Gerais, conquistaram bolsas de estudos no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ)/UFMG) para dar continuidade a pesquisas do projeto premiado na feira científica UFMG Jovem, em 2017, com o trabalho “O uso da Eugenia dysenterica na produção de iogurte e farinha como solução de problemas intestinais: uma exploração extrativista como garantia de segurança alimentar”. A pesquisa foi desenvolvida a partir de 2016 por alunos do 1º ano do ensino médio. Eles produziram um iogurte à base do fruto cagaita, da espécie Eugenia dysenterica, ou como é popularmente conhecida, cagaiteira. O iogurte tem como finalidade regular a flora intestinal, fazendo assim com que o intestino se comporte de maneira regular. A pesquisa foi indicada para representar o Brasil em uma feira científica na Rússia, em julho de 2017, e participar do Encuentro Internacional Ondas Y Amo la Cencia, realizado em setembro do ano passado em Bogotá, na Colômbia. Umbu – No início da década de 1990, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) iniciou estudos para o desenvolvimento de técnicas para aumentar a produtividade, qualidade e sabor dos frutos do umbuzeiro, planta originária da caatinga. Por meio de enxertia, que usa como porta-enxerto o umbu-cajá, planta do mesmo gênero e mais resistente ao contato com o solo, os produtores têm colhido frutos maiores e mais saborosos, com um menor intervalo entre o plantio e a primeira colheita (entre 4 e 5 anos, contra cerca de 10 anos do cultivo tradicional). A pesquisa incentiva também

a recuperação de áreas degradadas da região do semiárido por meio da cultura de uma planta nativa e resistente às condições de seca e tem como público-alvo produtores da região da caatinga interessados em culturas sustentáveis e que exigem pouca mão de obra. Originário da caatinga, o umbuzeiro produz fruto ácido, usado para o consumo in natura e também para a fabricação de polpas, geleias, doces e sorvetes. Azeitona e azeite – A Epamig pesquisa, desde a década de 1970, a cultura da oliveira na região da Serra da Mantiqueira. Em 2008, realizou em Maria da Fé, no Sul de Minas, a primeira extração de azeite de oliva no Brasil, feita em máquina artesanal. Em 2009, a empresa adquiriu um extrator de azeite, importado da Itália, com capacidade de processar até 100 quilos de azeitonas por hora, e passou a processar o óleo, em parceira com a Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive) e demais produtores da região. O produto obtido alcançou índices de acidez entre 0,2% a 0,7% e foi classificado como extravirgem, com qualidade similar aos melhores azeites do mundo. Depois desse pontapé inicial, a cultura da oliveira conquistou o interesse de produtores e empresários e se espalhou pela região dos Contrafortes da Serra da Mantiqueira, entre os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, além do Sul do país. De acordo com a Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), no Sudeste atuam hoje cerca de 160 produtores de oliveiras em 2 mil hectares e a produção alcançou, na safra de 2017, 42 mil litros de azeite produzidos. Azeites da Mantiqueira – Há cerca de 40 marcas de azeites produzidos nos Contrafortes da Mantiqueira com tecnologia desenvolvida pela Epamig no Campo Experimental de Maria da Fé. Esses produtos são comercializados em empórios e armazéns em Maria da Fé, Belo Horizonte e São Paulo e em restaurantes de Campos do Jordão e do Rio de Janeiro. São azeites frescos, artesanais, com baixa acidez, de variedades diversificadas como arbequina, koroneiki, grappolo e maria da fé. REVISTA 100% CAIPIRA |33


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MILHO

Panorama da colheita da safra de verão e semeadura da segunda safra de milho No Paraná, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), 41,0% da área semeada com milho de primeira safra foi colhida até o dia 19/3

Com o tempo mais seco no estado, os trabalhos avançaram em um ritmo melhor em março, comparativamente com o mês anterior. O Deral estima que 86,0% das áreas a serem colhidas estejam em boas condições, 13,0% em condições medianas e 1,0% em condições ruins. Para o milho de segunda safra, a semeadura atingiu 93,0% da área prevista para esta temporada. A previsão é de que os trabalhos sejam concluídos até o final de março. 36 | REVISTA 100% CAIPIRA

O atraso na colheita da soja tem afetado a semeadura da segunda safra de milho, o que aumenta as chances de geadas e chuvas irregulares durante o desenvolvimento das lavouras e pode impactar nas produtividades. Até o momento, a situação das lavouras é favorável, com 99,0% das áreas em boas condições e 1,0% em condições medianas. A maior parte das lavouras está em fase de desenvolvimento vegetativo (88,0%). Em Mato Grosso, maior produtor

nacional de milho de segunda safra, a semeadura está na reta final. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), 98,8% da área prevista com milho nesta safra de inverno foi semeada até o dia 15/3. A região Noroeste do estado foi a primeira a concluir a semeadura do cereal. Com o avanço da colheita da safra de verão no país e o aumento da oferta interna, o movimento de alta dos preços perdeu força na quarta semana de março, mas as incertezas e especulações acerca da segunda safra 2017/2018 continuam. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para baixo a estimativa de área semeada (-0,4%) e produtividade (-1,4%) do milho de segunda safra, frente ao levantamento anterior. No total, considerando a primeira e segunda safras, o Brasil deverá colher 87,28 milhões de toneladas do cereal nesta temporada. São 10,8% ou 10,56 milhões de toneladas a menos que o colhido em 2016/2017. Fonte: Scot Consultoria


LOGÍSTICA E TRANSPORTE

INFRAESTRUTURA: ANTT publica plano de outorga para leilão da Ferrovia Norte-Sul

O plano prevê que o valor mínimo a ferrovia será menor que os R$ 1,631 bilhão calculados inicialmente pelo governo, ficando em R$ 1,097 bilhão

A

Ag ê n c i a Na c i o n a l d e Tr a n s p or t e s Te r re s t re s (ANTT) pu b l i c ou o p l a n o d e out or g a p a r a o l e i l ã o d a Fe r rov i a Nor t e - Su l . O p l a n o pre v ê qu e o v a l or m í n i m o a f e r rov i a s e r á m e n or q u e o s R $ 1 , 6 3 1 bi l h ã o c a l c u l a d o s i n i c i a l m e nt e p e l o g ov e r n o, f i c a n d o e m R $ 1 , 0 9 7 bi l h ã o. O d o c u m e nt o, aprov a d o p e l o M i n i s t é r i o d o s Tr a n s p or t e s , Por t o s e Av i a ç ã o C i v i l ( M T PAC ) , j á e s t á s o b a n á l i s e d o Tr i bu n a l d e C ont a s d a Un i ã o ( T C U ) . Av a l - A e x p e c t at i v a d o M i n i s t é r i o d o s Tr a n s p or t e s é o b t e r av a l d o ór g ã o d e c ont ro l e o qu a nt o a nt e s , p a r a qu e p o s s a pu b l i c a r o e d it a l . A c on c e s s ã o d a f e r rov i a s e r á f e it a p or l i c i -

t a ç ã o e l e i l ã o, c om p a r t i c ip a ç ã o d e e mpre s a s e s t r a n g e i r a s . Ve n c e a d i s put a qu e m of e re c e r o m a i or l a n c e . O p e r í o d o d o c on t r at o s e r á d e 3 0 a n o s , s e g u n d o o p l a n o pu b l i c a d o n a s e x t a - f e i r a (16/03). E d it a l - S e g u n d o a A N T T, a pre v i s ã o é qu e o e d it a l s e j a pu b l i c a d o n o s e g u n d o t r i m e s t re d e 2 0 1 8 . O t re c h o d a Fe r rov i a Nort e - Su l a s e r c on c e d i d o é d e 1 . 5 3 7 k m d e e x t e n s ã o, s o b re s p on s a bi l i d a d e d a e mpre s a pú b l i c a Va l e c E n g e n h a r i a , C on s t r u ç õ e s e Fe rrov i a s . Su bt re c h o s - O t re c h o s e d i v i d e e m d oi s s u bt re c h o s : Tr a m o C e nt r a l , c ompre e n d i d o e nt re Por t o Na c i on a l ( T O ) e A n áp o l i s ( G O ) , qu e t e m 1 0 0 % d a i n f r a e s t r utu r a c on s t r u í d a , e a E x t e n s ã o Su l , e nt re O u ro Ve rd e d e G oi -

á s ( G O ) e E s t re l a D’O e s t e ( SP ) , c om m a i s d e 9 0 % d e c on s t r u ç ã o c on c lu í d a . E s t i m at i v a - S e g u n d o e s tu d o s d a a g ê n c i a re g u l a d or a , o i nv e s t i m e nt o e s t i m a d o é d e R $ 2 , 8 bi l h õ e s . “Por s e t r at a r d e t re c h o f e r rov i á r i o e m f a s e f i n a l d e i mp l a nt a ç ã o, a m a i or p a r t e d o s i nv e s t i m e nt o s a s e re m re a l i z a d o s p e l a s u b c on c e s s i on á r i a e s t á a s s o c i a d a à a qu i s i ç ã o d e m at e r i a l ro d a nt e , c or re s p on d e n d o a c e rc a d e 8 5 , 2 % d o qu e e s t á pre v i s t o”, d i s s e a A N T T. R e s p on s a bi l i d a d e - O g ov e rn o t r a n s f e r iu a re s p on s a bi l i d a d e à v e n c e d or a d o l e i l ã o. E nt re a s o br a s a s e re m re a l i z a d a s e s t ã o a i mp l a nt a ç ã o d e p a s s a g e n s i n f e r i ore s e d o s m a rc o s qu i l om é t r i c o s e o re m a n e j a m e nt o d e l i n h a s Fonte: Agência Brasil d e t r a n s m i s s ã o. REVISTA 100% CAIPIRA |37


MERCADO FLORESTAL

A relação entre floresta e água Expansão do monitoramento hidrológico de florestas na Estação Experimental de Ciências Florestais de Itatinga (EECF)

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E

m dezembro de 2017, foi inaugurada a mais nova microbacia de monitoramento hidrológico na Estação Experimental de Ciências Florestais de Itatinga (EECFI), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/ Esalq). O monitoramento em Itatinga teve início em 1990 com a instalação da primeira microbacia do ribeirão Tinga, etapa realizada pelo p r o f e s s o r Wa l t e r d e P a u l a Lima. “O projeto pioneiro no Brasil se expandiu e, atualmente, a EECFI conta com quatro microbacias, quatro poços piezométricos e dois pluviografos, todos monitorados continuamente, compondo um Centro de Monitoramento Hidrológico com finalidade de pesq u i s a , e n s i n o e e x t e n s ã o ”, comenta o professor Silvio Ferraz, do Departamento de Ciências Florestais, coordenador do Centro e do Laboratório de Hidrologia Florestal (LHF). O projeto conta com a parceria da empresa Suzano S.A. que realiza o manejo florestal em parte da área e o Programa Cooperativo sobre Monitoramento e Modelagem de Bacias Hidrográficas (PROMAB), do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF). Segundo Ferraz, o principal objetivo do Centro de Monitoramento Hidrológico é fornecer informações sobre a relação entre floresta e água que possam subsidiar tomadas de decisões no setor florestal

e guiar manejos florestais mais sustentáveis. “Para isso, são monitoradas microbacias com características fisiográficas similares que se diferenciam em relação ao manejo florestal a d o t a d o ”, e x p l i c a . To d a s as microbacias apresentam cobertura 100% florestal, com Áreas de Preser vação Permanente respeitadas. A microbacia do Tinga, por se encontrar na área experimental da EECFI, apresenta uma floresta plantada com talhões em diferentes idades e espécies, com destaque ao eucalipto e o pinus, caracterizada como um manejo em mosaico. “Outra bacia, a do Monjolinho, possui florestas plantadas de eucalipto para produção de papel e celulose, em ciclo de cortes de 7 anos, caracterizando o manejo convencional do eucalipt o ”, c o m p l e m e n t a o c o o r d e n a d o r. Já a m i c r o b a c i a d o Forquilha está em processo de restauração florestal após o plantio de floresta nativa, realizado no primeiro semestre de 2017 em 60% de sua área, caracterizando um manejo de restauração. Finalmente, na microbaci a d a Virad a, a mais re cente, será iniciado um regime de alto fuste, caracterizando um manejo diferenciado da floresta plantada de eucalipto. O Centro de Monitoramento de Itatinga deverá ser utilizado pelo grupo d e F l o r e s t a e Á g u a d a FA O para a realização de treinamento em monitoramento das relações entre Flo-

resta e Água. O professor Silvio Ferraz, integrante deste grupo, ressalta que a Estação apresenta todas as características para a realização de cursos de capacitação que estão em fase de negociação com a equipe t é c n i c a d a FA O. “ N o f u t u r o esperamos expandir o monitoramento hidrológico na EECFI totalizando sete microbacias experimentais, assim como construir uma sala de monitoramento e treinamento, onde seja possível visualizar os dados de vazão das microbacias simultaneamente, servindo para o ensino e atividades de extensão em hidrologia florestal, aproximando a ciência da com u n i d a d e ”. Os investimentos realizados em Itatinga são provenientes de projetos de pesquisa financiados pelo CNPq, Fapesp e projetos e m c o o p e r a ç ã o c o m o I P E F. Para a construção da sala de monitoramento e adequação da infraestrutura de visitação, o Laboratório de Hidrologia Florestal (LHF) procura parceiros da iniciativa privada que teriam interesse em realizar o investimento na área de pesquisa, ensino e extensão. “A l é m dos resultados científicos, o curso de Engenharia Florestal da Esalq ganha com a possibilidade de realização de estágios no local, áreas para desenvolvimento de aulas práticas e novas oportunidades de projetos que se abrem na área de manejo de bacias hidrográficas para os a l u n o s ”. Fonte: USP/Esalq REVISTA 100% CAIPIRA | 39


FLORICULTURA

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ANÁLISE DE MERCADO

Agronegócio: mais evidências da importância do agro na economia O Brasil é o hoje o maior exportador mundial de carne e ocupa posição destacada na produção de grãos Após dois anos de queda no valor total das exportações, o ano de 2017 se mostrou o ano da recuperação para o agronegócio brasileiro. O saldo positivo da balança comercial nos últimos anos mostra claramente a recuperação da economia brasileira. Em 2014, o montante exportado foi acima de 225 bilhões de dólares, caindo para 191 e 185 bilhões de dólares nos anos de 2015 e 2016, consecutivamente. Essa queda ocorreu em anos em que houve uma das maiores taxas de câmbio, com o dólar atingindo patamares de R$ 4. De acordo com José Fabiano da Silva, membro do Comitê Macroeconômico do ISAE – Escola de Negócios, no ano passado, o país exportou um total de 217,74 bilhões de dólares, com o empresariado retomando a produção visto a melhora nos níveis de confiança tanto industrial como do consumidor. “No que tange ao comportamento do agronegócio, observamos o aumento do percentual da participação brasileira nas exportações, mostrando a força do setor e a importância na integridade das contas nacionais”, explica. Nos anos de 2015 e 2016, houve quebras nas safras de milho e de soja, dois dos maiores contribuidores para o saldo positivo. Para silva, essa quebra de safra reduz a oferta total do produto e, consequentemente, seu saldo exportável. “No ano de 2017 tivemos recorde de produção tanto para a soja quanto para o milho, e marcamos também novos recordes de exportação 42 | REVISTA 100% CAIPIRA

para os dois produtos, fato esse que também impulsionou a balança comercial, principalmente frente à China”, comenta. A estratificação das exportações do agronegócio pode ser dividida em dois segmentos: produtos de origem animal e de origem vegetal. “É possível observar que dois elos da cadeia do agronegócio que se relacionam diretamente e de forma dependente contemplam praticamente 50% de todas as exportações do agronegócio: a cadeia produtiva de grãos e de carnes. Não menos importantes, os demais setores do agronegócio contribuem significativamente para a balança comercial, porém foi por meio dos grãos e da produção de carne que Fonte: Imprensa – ISAE/FGV – Escola de Negócios

houve a maior expansão do agronegócio brasileiro nos últimos 10 anos”, expõe José. Hoje, o Brasil tornou-se o maior exportador mundial de carnes. E no quesito produção de grãos, o país ocupa posição destacada com milho e soja, 10% e 30% da produção global respectivamente, ocupando a segunda posição, abaixo dos EUA e a frente da Argentina. “Assim como os Estados Unidos, o Brasil tem o ciclo virtuoso do agronegócio com autossuficiência na produção da matéria prima para produção de carnes, ocupando orgulhosamente a posição de segundo maior exportador de grãos e maior exportador global de carne”, completa o especialista.


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ARTIGO

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FEIRAS E EVENTOS

Expodireto Contrijal 2018 encerra com grande sucesso e se prepara para a sua 20ª Edição em 2019

Fonte: www.expodireto.cotrijal.com.br/noticias

A Expodireto Contrijal 2018 terminou na tarde desta sexta-feira, 9 de março, com receitas em vendas que satisfizeram os organizadores. O montante chegou a R$ 2.207.837.000,00, o que representa uma alta de 4% frente à edição de 2017, que somou R$ 2.120.205.000,00. A previsão inicial era de avançar um pouco mais, explicou em entrevista coletiva o presidente do evento, Nei César Mânica, ladeado pelo vice-presidente, Enio Schroeder, por superintendentes do Cotrijal, pelo secretário estadual da Agricultura, Ernani Polo, e pela senadora Ana Amélia Lemos. O grande responsável pela evolução nos negócios foi o Pavilhão Internacional, que teve um crescimento de 722% na comparação com o ano passado, R$ 40 milhões. O montante apresentado, 46 | REVISTA 100% CAIPIRA

R$ 328,644 milhões, representa vendas de commodities (soja e farelo de soja) e atração de investimentos. Dois negócios foram os mais significativos. O primeiro é a negociação de um moinho argentino para instalação de uma unidade no interior gaúcho. O outro, os dividendos de acordo feito por meio de uma trading de São Paulo para negociação de soja pelo Porto de Açu (RJ) para o Porto de Las Palmas nas Ilhas Canárias (pertencente à Espanha). O balanço feito no último dia da feira indicou a presença de 265.600 visitantes, representando um crescimento de 10,4% na comparação com o público no ano passado (240.600 pessoas). Mânica ainda destacou que a pesquisa com o público realizada durante a mostra revelou que 99% dos visitantes saíram

satisfeitos do parque. Em relação às vendas, houve crescimento de 31% nos negócios via bancos de fábrica. Já as vendas por meio das instituições financeiras públicas e privadas tiveram queda de 16% e as aquisições com recursos próprios caíram 10%. No Pavilhão da Agricultura Familiar, as vendas cresceram 4%, totalizando R$ 1,089 milhão. Para Mânica, alguns fatores impediram que os negócios fossem maiores. “A estiagem e a incerteza com os juros limitaram um crescimento mais significativo”, disse o dirigente, lamentando a colocação do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, para a imprensa, durante sua visita à Expodireto na quinta-feira, de que não haveria redução nos juros. “Isso pode ter influenciado”, admitiu.


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RECEITAS CAIPIRAS

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LINGUIÇA CAIPIRA DE PORCO CASEIRA INGREDIENTES

1 kg de pernil de porco sem osso 450g de toucinho sem couro 6 dentes de alho

1 pitada de pimenta calabresa moída 2 colheres de chá de sal 1 colher de sopa de vinagre 1 colher de chá de azeite Ervas finas Tripa de porco própria para linguiça Barbante para fazer os gomos

PREPARO Moa a carne e o toucinho em um moedor com a parte grossa do cortador e reserve, em seguida triture bem o alho em um pilão junto com o sal, a pimenta e as ervas finas. Em um recipiente junte todos os ingredientes (exceto o vinagre) e misture bem, deixe descansando por 12 horas na geladeira. Enquanto isto coloque a tripa de molho em água gelada e o vinagre para dessalgar, deixe por volta de 2 horas, depois lave muito bem em água corrente. Para embutir a carne já temperada é necessário o uso de um funil, acomode a tripa no bico do funil de um nozinho na ponta da tripa e empurre a carne para dentro da tripa até ficar “gordinha” amarre os gomos com o barbante a cada 10cm, depois descanse na geladeira por mais 12 horas e está pronta. REVISTA 100% CAIPIRA | 49


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Onde seu cavalo ĂŠ mais feliz

Baias amplas e higienizadas Pista de treino Ambiente familiar Transporte especializado de animais

Rodovia Arthur Matheus km 2,5 Santa Isabel Fone: (11) 96404-7694 | REVISTA 100% CAIPIRA


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