Edição 59 100 por cento maio 2018

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PRODUÇÃO DE ALHO www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, maio de 2018 - Ano 6 - Nº 59 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

NO BRASIL:

No Brasil aparece como a quarta cultura em importância econômica. É uma hortaliça de grandes propriedades nutricionais e funcionais.

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Certificação: Empresas buscam certificado halal para ampliar mercado

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Meio ambiente:

Água: um dos nossos mais importantes componentes

Fruticultura:

Vinícola de Pinto Bandeira comemora uma das melhores safras da década

Governo:

Governo sinaliza apoio à suinocultura, mas as medidas desagradam o setor

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Artigo:

Produção de alho no Brasil: No Brasil aparece como a quarta cultura em importância


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Aviação agrícola:

Importação de aeronaves agrícolas cresceu 1,5% em 2017

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Clima:

Chuva favorece produção agrícola em Cariri (CE)

Máquinas e Implementos: Mercado de colhedoras de cana deve ter 2018 de estagnação ou até encolher

Soja:

RTRS reúne palestrantes para discutir mudanças na cadeia de soja Receitas Caipiras: Macarrão ao alho e óleo REVISTA 100% CAIPIRA |

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AGROTÓXICOS E DEFENSIVOS

M e rc a d o c h i n ê s d e a g ro q u í m i c o s está em t ra n s f o r m a ç ã o

Vendas de produtos, porém, segue em alta Nos últimos anos, a produção chinesa de defensivos foi de mais de 3.000.000 toneladas, e o volume de exportação mantido em 1.500.000 toneladas. A informação foi dada Ma Chunyan, engenheira Sênior, vice-presidente do Subcomitê de Indústria Química do CCPIT (Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional), em entrevista ao Portal Global Agrochemicals. Segundo ela, em 2017 a produção chinesa de agroquímicos foi de 3.778 mil toneladas, com crescimento de 0,7%; o principal faturamento anual do negócio foi de 308 bilhões de iuanes, com um crescimento ano-a-ano de 11,8%; o lucro é de 25,96 bilhões de iuanes, com um crescimento ano a ano de 25%. Também em 2017, foram exportadas 1.467,6 mil toneladas de defensivos chineses, com crescimento de 6,9%; o valor das exportações é de US$ 6,76 bilhões, com crescimento de 20,4%. “De acordo com o 13º Plano Quinquenal para a indústria de agroquímicos, o produto técnico dos defensivos

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será mais concentrado. Até 2020, a quantidade de empresas de produtos técnicos será reduzida em 30%, incluindo 5 fabricantes de agroquímicos com volume de vendas superior a RMB 5 bilhões e 30 fabricantes de defensivos com volume de vendas superior a RMB 2 bilhões. No futuro as empresas de defensivos agrícolas em várias regiões passarão da cidade para o parque industrial, e estarão na situação em que a concentração é melhorada, ficando cada vez mais forte”, explica. Ma Chunyan, que também é membro do Grupo de Orientação de Especialistas em Gestão de Defensivos no Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China, diz que 2018 é um ano de conexão do 13º Plano Quinquenal chinês. “Neste ano, a fusão e a reorganização das empresas chinesas de agroquímicos continuarão, a oferta de defensivos ainda é insuficiente, a eficiência da aplicação será ainda melhorada, e a quantidade da aplicação será, esperamos, reduzida ainda mais”, Fonte: Agrolink conclui.

Brasil, maio de 2018 Ano 6 - Nº 59 Distribuição Gratuita

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CERTIFICAÇÃO

Empresas b u s c a m certificado halal para a m p l i a r mercado Autenticação é exigida na exportação por países muçulmanos de acordo com as leis islâmicas O Brasil é considerado o maior produtor e exportador mundial de carne bovina e segundo maior de frangos, além de ser líder na comercialização de carnes Halal, método de corte diferenciado de acordo com as leis islâmicas. Em um mercado que atinge ¼ da população mundial, o consumo destes produtos que exigem o certificado halal cresce diariamente e segundo levantamento realizado pelo instituto americano Pew Research Center, a população de muçulmanos crescerá 73% entre 2010 e 2050. Atualmente, há em torno de 1,8 bilhão de islâmicos. Entenda o que é preciso para ter o certificado halal - Para entender melhor, halal significa lícito, permitido. Ou seja, qualquer alimento, sucos, fármaco, produtos etc para atender à comunidade muçulmana precisa desta certificação. Não são considerados alimentos halal, carne de porco e derivados, qualquer incidência de álcool, animais abatidos de forma imprópria e que desrespeitam as leis religiosas. No caso de carne, há toda uma técnica que deve ser respeitada, para que possa ser consumida. Em frigoríficos, por exemplo, são necessárias algumas condições: o abate deve ser efetuado por um muçulmano; a face do animal deve estar voltada para a Meca; o sangue precisa ser

extraído da carcaça para evitar contaminação; deve ser uma morte rápida para evitar sofrimento ao animal, além de uma higienização perfeita. Tanto o processo de abate como o de transporte (do congelamento ao carregamento) são fiscalizados por auditores ou supervisores muçulmanos para certificar sua eficiência e cumprimento das normas. É importante que o abate halal tenha um local próprio e separado para evitar contaminação com outros tipos de carne (porco, por exemplo). As empresas interessadas em exportar seus produtos – carnes, doces, sucos, ração para animais, entre outros - para as comunidades muçulmanas devem procurar uma empresa especializada que emita o certificado halal. O auditor da Cdial Halal, Sheik Juma Momade, esclarece que o processo não é demorado, basta que as empresas estejam em conformidade com todas as normas estabelecidas para exportação halal. “Se as empresas não estiverem de acordo com as normas determinadas, são instruídas a corrigirem os processos. A certificação, na maioria das vezes, é dinâmica. Mas depende muito da disponibilidade da empresa em cumprir as exigências. Assim que a empresa estiver apta, a inspeção é realizada por auditores técnicos e religiosos da Cdial Halal”, ressalta.

O sheik enfatiza a importância da fé em todas as áreas da vida. “Não importa a religião, seja cristão, muçulmano ou judeu, tudo o que fizermos, devemos realizar baseado nas leis de Deus” conta. Cdial Halal – é uma certificadora especializada em produtos halal – alimentos no geral, cosméticos e outros. Auxilia as empresas que queiram exportar seus produtos para as comunidades árabes. É uma das maiores e mais importantes certificadoras halal do mundo. É a única na América Latina que recebeu a certificação ISO 9001:2015 da ABS Quality Evalutions para frigoríficos de aves e bovinos e produtos industrializados halal. Cresceu focada no seu negócio com atividades relacionadas ao abate de frangos, perus, patos e bovinos, incluindo também produtos industrializados. Todo o processo de certificação de produtos segue os critérios islâmicos internacionais – autoridades que controlam o certificado halal dos países - como o Comitê da ESMA – Emirates Authority for Standardization and Metrology; MUI (Majelis Ulama Indonésia); MUIS (Majelis Ugama Islam Singapura); JAKIM (Jabatan Kemajuan Islam Malaysia); Liga Mundial Islâmica da Árabia Saudita. Saiba mais www. Fonte: LN Comunicação cdialhalal.com.br REVISTA 100% CAIPIRA |

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ARTIGO

Produção de a

No Brasil aparece como a quarta cu É uma hortaliça de grandes propr 8 | REVISTA 100% CAIPIRA


alho no Brasil:

ultura em importância econômica. iedades nutricionais e funcionais. Por: Sérgio Strini

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A pro duç ão de a l ho tem s e exp andido a p ass os l argos no Brasi l, isto s e d á p orque a qu a lid ade do a l ho vem s e apr imorando muito, em rel aç ão ao pro duto imp or t ado. A p ar t icip aç ão do a l ho naciona l no merc ado brasi leiro est á em a lt a p el as su as c arac ter íst ic as como, um s ab or b em mais acentu ado, ap arênci a muito at rat iva e p el a e voluç ão d a pro duç ão brasi leira (gan hos de pro dut iv id ade), com g randes chances do p aís tor nar-s e autossuf iciente na pro duç ão e comerci a lizaç ão deste c u lt ivar. Os pr incip ais est ados pro dutores s ão: Minas G erais, São Paulo, G oi ás (com a p ar t icip aç ão de 70% do tot a l d a pro duç ão naciona l) e Sant a C at ar ina. Na s af ra de 2016/2017 em Sant a C at ar ina a pro duç ão de a l ho cres ceu cerc a de 63,2%, com uma col heit a de mais de 20mi l tonel ad as do pro duto os ag r ic u ltores comemoram com entusi asmo tendo como exp e c t at iva um cres cimento na pro dut iv id ade p ara as próximas s af ras. Nest a s af ra 2016/2017 a col heit a chegou a 10 tonel ad as p or he c t are o

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que p o de s e considerar um g rande ano p ara o pro duto, mesmo com a áre a pl ant ad a um p ouco menor. Os números s ão divu lgados p elo C ent ro de S o cio e conomi a e Pl anej amento Ag r ícol a (CEPA/ EPAGRI), no b olet im Ag rop e c uár io. Ao f im d a s af ra deste ano const atou-s e uma re duç ão de aproximad amente 10,5% d a áre a pl ant ad a em rel aç ão ao tot a l d a s af ra anter ior f ic ando com 1.952 he c t ares dest inados ao c u lt ivo do a l ho. D e acordo com a EPAGRI, com a col heit a exub erante, 82,3% sup er ior à s af ra p ass ad a (2015/2016), a que d a d a áre a pl ant ad a não te ve imp ac tos na pro duç ão. Iss o s e d á ao resu lt ado d a ado ç ão de novas te cnolog i as, c u lt ivares e manej o d a c u ltura. Para a próxima s af ra, as exp e c t at ivas s ão de um novo crescimento na col heit a, pr incip a lmente com o aumento d a áre a que s erá pl ant ad a, assim como os pre ços comp ens adores, a b o a pro dut iv id ade na s af ra anter ior, os pro dutores tendem a invest ir ness a c u ltura. O CEPA/EPAGRI proj et a uma pro duç ão de 25 mi l

tonel ad as de a l ho em 2.415 he ct ares p ara a s af ra 2017/2018. O s e cret ár io de E st ado d a Ag r ic u ltura e d a Pes c a, Mo acir S op els a, dest ac a o b om des emp en ho d a ag r ic u ltura nest a s af ra. “ Tivemos uma s af ra ext raordinár i a em vár ios pro dutos, como: s oj a, a l ho, ceb ol a e ar roz. E ss e é um diferenci a l de Sant a C at ar ina, um est ado p e queno, com ag r ic u ltores de dic ados que s empre busc am te cnolog i as p ara pro duzir mais e mel hor. E ss e é o g rande s eg re do do noss o ag ronegó cio”, diz S op els a. As pr incip ais reg iõ es pro dutoras de a l ho no est ado s ão Cur it ib anos e Jo aç ab a, que t iveram uma pro duç ão est imad a de, resp e c t ivamente, 15 mi l tonel ad as e 5 mi l tonel ad as na s af ra 2015/16 e esp eram um avanço na pro duç ão p ara a próxima s af ra. As est imat ivas do C ep a/ Ep ag r i s ão de que em 2017/18, a pro duç ão aumente 27% em Cur it ib anos e 14% em Jo aç ab a, chegando a 19,1 mi l tonel ad as e 5,9 mi l tonel ad as col hid as. Para manter a comp et it iv id ade do a l ho pro duzido em Sant a C at ar ina, o G over no do E st ado anun-


ciou a re duç ão do ICMS p ara a comerci a lizaç ão do pro duto. A a líquot a de 12% p ass a p ara 1,2% no p er ío do de 1ª de abr i l a 31 de de zembro de 2017. A re duç ão é de 90% na b as e de c á lc u lo de a l ho nobre roxo naciona l in natura pro duzido no est ado. As pr incip ais var ie d ades c u lt ivad as s ão: Ito, C aç ador, Q uitér i a, Jonas e C honan. O a l ho naciona l s of re muito com a concor rênci a dos imp or t ados pr incip a lmente v indos d a C hina, no ent anto o noss o pro duto tem o s ab or mais pic ante e aroma mais for te, textura maci a com um rendimento muito maior, deixando o noss o c u lt ivar até acima dos imp or t ados. O a l ho é um dos a limentos mais consumidos no mundo, e como não p o der i a deixar de s er, no Brasi l iss o t amb ém é re a li-

d ade, s eu c u lt ivo est á em qu as e to dos os est ados, a áre a de pl ant açõ es u lt rap ass a os 12 mi l he ct ares e a pro duç ão de ve chegar a 150 mi l tonel ad as nest a s af ra (2017/2018) s egundo est imat iva d a Ass o ci aç ão Naciona l dos Produtores de A l ho (ANAPA). E ste c u lt ivar é resp ons ável p el a cont r ibuiç ão d a ag r ic u ltura famili ar, com aproximad amente mi l pro dutores, qu at ro mi l famí li as e 150 mi l empregos diretos em to do p aís, no ent anto, existe uma b at a l ha intens a e desle a l com o a l ho chinês, que ent ra no Brasi l com va lores b em ab aixo do merc ado naciona l. O a l ho naciona l, no ent anto, tem mais qu a lid ade do que o chinês. O pro duto brasi leiro tem s ab or mais pic ante, aroma for te, textura maci a e apres ent a rendimento sup er ior. É aquele com a c as c a de cor roxa,

um diferenci a l que j á p o de s er v isto a ol ho nu qu ando conf ront ado com o pro duto chinês, de c as c a branc a. O a l ho pro duzido no Brasi l é vendido acondicionado em s acos pl ást icos, enqu anto o “made in C hina” é esp ar ramado p el as b anc as de sup er merc ados ou feiras, a um pre ço muito infer ior. Os pro dutores brasi leiros br inc am que é o a l ho-is op or — op aco e s em cheiro. “Não é puxando a s ardin ha p ara o noss o l ado, mas o a l ho naciona l f ic a dourado e cro c ante. É tot a lmente diferente”, comp ara Luci ano Mar t arel lo (um dos maiores produtores de a l ho do DF). “Enf rent amos uma concorrênci a desle a l com o a l ho chinês, que ac ab a ent rando no Brasi l a pre ços mínimos. O gover no dever i a est imu l ar o consumo do a l ho naciona l, que tem mel hor REVISTA 100% CAIPIRA | 11


qu a lid ade. Assim p o der í amos empregar mais gente p or aqui e ajud ar a aument ar a rend a d as p ess o as”, des ab afa Mar t arel lo. O drama do pro dutor do DF ref lete o que aconte ce em es c a l a naciona l. O pre ço do a l ho brasi leiro c aiu mais de 50%. Em pleno auge d a s af ra brasi leira, o a l ho chinês est á chegando ao Brasi l a R$ 70 a c aixa de 10 qui los, va lor ab aixo do c usto de pro duç ão naciona l, est imado em R$ 75. As imp or t açõ es b ateram recorde no mês de agosto onde ent raram no Brasi l dois mi l hõ es de c aixas de a l ho (com 10 kg c ad a), v ind as pr incip a lmente d a C hina, E sp an ha e Argent ina. No ent anto é a C hina com uma s ér ie de prát ic as que cont rar i am as nor mas comerci ais que est á d ando este des confor to ao pro dutor brasileiro. A C hina prat ic a o dumping , ou s ej a, vende o pro duto ab aixo do c usto inter naciona l. “E ss a prát ic a é no civa e pre d atór i a. Para cor r ig ir ess a concorrênci a desle a l, o gover no aplicou a t ar ifa ant idumping , que hoj e est á com o va lor de US$ 7,80, a c aixa de 10 qui los. To do a l ho imp or t ado d a C hina tem de p agar ess a t ar ifa”, explic a R afael C orsino, presidente d a Ass o ci aç ão Naci ona l dos Pro dutores de A l ho (Anap a). A lém d a t axa, a C hina p aga a L ist a de E xce ç ão à Tar ifa E xte r na C omum (L ete c), atu a lmente c a lc u l ad a em 35% do preço FOB, sig l a de “f re e on b o ard”, que desig na um t ip o de f rete em que o comprador assume to dos os r is cos e c usto s com o t ransp or te d a merc ador i a a p ar t ir do momento em que el a é colo c ad a a b ordo do nav io. E st a t ar ifa t amb ém va le p ara os demais p aís es que exp or t am a l ho p ara o Brasi l, exceto p ara o blo co do Mercosu l. Mesmo assim, as imp or t açõ es d a C hina cont inu am a cres cer. Mas nem to do a l ho que ent ra no p aís p aga as t axas de v id as. “O cor re muito subfaturamento, f raudes, e, re centemente, a lguns imp or t adores que t razem a l ho 12 | REVISTA 100% CAIPIRA

chinês est avam a legando que a t axa ant idumping não va li a p ara cer tos t ip os de cl assif ic aç ão de a l ho”, diss e C orsino. O cr ime de des c amin ho t amb ém ent rou na “rot a do a l ho”, de acordo com R afael C orsino. E le explic a que a R e ceit a Fe dera l tem ident if ic ado a prát ic a dess e t ip o de cr ime de ordem t r ibut ár i a, com f raude na imp or t aç ão do a l ho chinês. “E ss e a l ho ent ra no Brasi l dire cionado como s e foss e p ara o Ur ugu ai, C hi le ou out ro p aís do Mercosu l, não p aga o dumping e s ai do Brasi l como s e foss e um pro duto loc a l, o que t amb ém prejudic a os pro dutores nacionais”, ana lis a C orsino. Um dos méto dos ut i lizados p or imp or t adores p ara faci lit ar a ent rad a do a l ho chinês no Brasi l é quest ionar, judici a lmente, o direito de insp etores a lfandegár ios cobrarem a t ar ifa ant idumping . C omo os juízes est avam conce dendo liminares autor izando o não p agamento d a t ar ifa, a ANAPA ent rou com um p e dido de ava li aç ão de es cop o d a me did a ant idumping e a C âmara de C omércio E xter ior (CAMEX) re con he ceu que a t axa va le p ara to do e qu a lquer a l ho imp or t ado d a C hina. A situ aç ão dos pro dutores nacionais f ic a muito dif íci l s em uma me did a de defes a comerci a l, explic a o presidente d a (ANAPA), R afael C orsino. E le argument a que, hoj e, o c usto de pro duç ão de a l ho no Brasi l g ira em tor no de R$ 75, a c aixa de 10 qui los. “S em t ar ifa ant idumping e com a TEC (Tar ifa E xter na C omum) de 10%, o a l ho chinês chega ao Brasi l c ust ando p ouco mais de R$ 50,00. C om ess e c usto, f ic a inv i ável pro duzir a l ho no Brasi l”, explicou C orsino. Q u ando não s e c umpre as me did as protet ivas ou burl a-s e o sistema, o cor re o des e qui líbr io no merc ado naciona l e os pro dutores brasi leiros devem s e ade qu ar aos pre ços dos pro duto s de uma for ma que não s of ram maiores p erd as na vend a

d a s af ra. Jur ispr udênci a s obre o tema nor mat iza a quest ão. “Não há v iol aç ão aos pr incípios d a liv re inici at iva e d a liv re concor rênci a”, manifest a a autor id ade judici ár i a. “O ar t igo 237 d a C onst ituiç ão d a R epúblic a autor iza o Minist ro d a Fazend a a f is c a lizar e a re a lizar cont role rel at ivo ao comércio exter ior. O bj et iva-s e proteger a e conomi a naciona l, di ante do ing ress o de pro duto imp or t ado ofer t ado a pre ço ar t if ici a lmente depre ci ado”, infor ma o texto. No próximo ano, o Ministér io do D es envolv imento, Indúst r i a e C omércio E xter ior (Mdic) deverá fazer uma re v is ão d a t ar ifa ant idumping p ara a imp or t aç ão do a l ho chinês. A Anap a de verá for ma lizar o s eu interess e na renovaç ão d a t ar ifa, mas, p ara iss o, tem que provar que o produto chinês cont inu a c aus ando d anos ao merc ado domést ico. O a l ho imp or t ado d a C hina p aga a t ar ifa ant idumping des de 1996. Até 2009, o re col himento d a t ar ifa f ic ava em tor no de 20%, o que obr igou a Anap a a for ma lizar a s olicit aç ão p ara a aplic a ç ão corret a d a t ar ifa. A p ar t ir d aí, a arre c ad aç ão chegou até 100%, mas com a judici a lizaç ão d a quest ão e a concess ão de liminares p ara imp or t adores, houve diminuiç ão d a ar re c ad aç ão, le vando a ent id ade a p e dir a re v is ão de es cop o d a me did a ant idumping . A c ad a cinco anos, o gover no ana lis a a ne cessid ade de manter a cobranç a d a t ar ifa. “O d ano cont inu a a exist ir, s endo v it a l p ara a pro duç ão naciona l de a l ho a renovaç ão p or mais cinco anos”, enfat iza o presidente d a Anap a. A pro duç ão de a l ho no Brasi l é div idid a em du as c ategor i as: a pr imeira é for mad a p or pro dutores qu e ut i lizam c u lt ivares de a l ho nobre roxo, que pro duzem bu lb os de a lto va lor comerci a l. A s egund a ag r up a os pro dutores de a l ho comum, t amb ém chamado de t ropic a l ou s emi nobre, que s ão c u lt ivares mais r úst ic as e menos


exigentes em condiçõ es e d afo climát i c as, mas que pro duzem bu lb os de for mato e ap arênci a menos at rat iva p ara o consumidor. As c u lt ivares de a l ho nobre apres ent am bu lb os com túnic as de coloraç ão branc a e consum idor. Bu lbi l hos com p elíc u l a de coloraç ão roxa intens a e número de bu lbi l hos var i ando de 8 a 12 p or bu lb o. O a l ho comum ou s eminobre p ossui a cor de bu lb os var i ando de branc a a creme com pres enç a de est r i as de anto ci anina, apres ent ando p or iss o asp e c to ar roxe ado. Os bu lbi l hos têm p elíc u l a branc a ou rós e a e pro duzem em mé di a 15 bu lbi l ho s p or bu lb o. As c u lt ivares de a l ho nobre s ão or ig inár i as do Su l do Brasi l, exigem mais de 13 horas di ár i as de luz e temp eraturas mais b aixas p ara for maç ão dos bu lb os. Nas reg iõ es Sudeste, C ent ro-O este e B a hi a s omente bu lbif ic am qu ando s ão submet id as à ver na lizaç ão em pré pl ant io. São c u lt ivares de ciclo longo que p odem p ass ar de 180 di as na reg i ão Su l e, nas out ras reg iõ es do p aís s eu ciclo é re duzido p ara 90/130 di as.

As c u lt ivares de a l ho nobre tem sido c u lt ivad as com verna lizaç ão des de o cent ro/nor te do Paraná, Mato Gross o do Su l, São Pau lo, Minas G erais, G oi ás e reg iõ es de a lt itude do nor te d a B a hi a e na C hap ad a Di amant ina. As c u lt ivares de a l ho comum ou s emi-nobre, emb ora com menor aceit aç ão comerci a l que o a l ho nobre, aind a s ão b ast ante ut i lizad as p or p e quenos pro dutores. E ss as c u lt ivares p ossuem b aixa exigênci a em fotop er ío do p ara bu lbif ic aç ão, ne cessit ando ap enas de 9 horas di ár i as de luz p ara des enc ade ar este pro cess o. D est a for ma p o dem s er pl ant ad as em to d as as reg iõ es do Brasi l s em ne cessid ade de ver na lizaç ão. São considerad as c u lt ivares de ciclo inter me di ár io, s endo col hid as ent re 130 a 160 di as. Os a l hos comuns s ão nor ma lmente comerci a lizados em rést i as e aind a est ão b ast ante pres entes em merc ados reg ionais e infor mais p elo p aís afora, de v ido a su a r ust icid ade e faci lid ade de c u lt ivo. As c u lt ivares de a l ho nobre mais pl ant ad as e com mel hores c arac ter íst ic as comerci ais s ão Ito, C aç ador, Q uitér i a, Jonas e C honan. A c u lt ivar San Va len-

t in p el a su a r ust icid ade e tolerânci a a pragas e do enç as tem sido b ast ante pl ant ad a na reg i ão Su l. D ent re as c u lt ivares de a l ho comum, as do g r up o pre co ce como Branco Mineiro, Branco Moss oró, C ab aceiras e C ateto R oxo cont inu am s endo pl ant ad as em p e quenas qu ant id ades em a lgumas reg iõ es do S emi-Ár ido Nordest ino. As c u lt ivares Amarante, Gigante do Núcle o, Gigante E spír ito Santo, Gigante R oxo e C atur ra s ão considerad as a l ho s emi nobre de v ido ao menor número de bu lbi l hos/bu lb o e tem sido ut i lizad as p or p e quenos ag r ic u ltores d as reg iõ es Sudeste, C ent ro-O este, do Paraná e em a lgumas áre as litorâne as de Sant a C at ar ina. R e centemente a Embrap a disp onibi lizou p ara este s eg mento a c u lt ivar BRS Hozan que ag rega qu a lid ades de bu lb o dos a l hos nobres s em, no ent anto, ne cessit ar de ver na lizaç ão. O a l ho é uma c u ltura de a lto va lor ag regado e p o de s e tor nar uma b o a a lter nat iva de rend a p ara os ag r ic u ltores do L itora l Su l, j á que é pl ant ado a p ar t ir de jun ho e col hido até novembro, Atu a lmente, o Brasi l cons ome 300 mi l tonel ad as do pro duto p or ano.

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CULTURA CAIPIRA

Encontro de violeiros celebra o aniversรกrio do CAVALO, no Bar do cavalo

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MEIO AMBIENTE

Água: um dos nossos mais importantes componentes

Hoje, caso questionemos algum adolescente – alguns nem tão adolescentes assim –sobre algo totalmente indispensável, provavelmente, a energia será a primeira resposta. Sem dúvida, é algo que altera a vida de todos

Mas, antes da energia, vem a ÁGUA; e, aliás, cerca de 70% da energia elétrica do Brasil também depende dela. Não foi coincidência que as primeiras civilizações se desenvolveram as margens de rios e córregos. Além da ingestão, a água é imprescindível para a produção de alimentos. Por muito tempo a questão da água, especialmente no Brasil, foi negligenciada. Pela abundância e facilidade de acessá-la, poucos cuidados eram realizados. Extraindo regiões que são históricas de escassez, muito por falta de políticas públicas sérias, afinal era a muleta para desvios de dinheiro. Casos de corrupção conhecidos, utilizando a deficiência natural de água, datam da década de 70; o “escândalo da mandioca”, em Pernambuco, foi um clássico. Estima-se que R$ 1,5 bilhão foram desviados do Proagro. Neste caso, os bancos realizaram empréstimos supostamente para o plantio de mandioca, feijão, cebola e algumas outras culturas, para pessoas munidas de documentos falsos. Sequencialmente, os pagamentos não eram realizados, porque se alegava que a seca destruíra as plantações – aquelas que nunca haviam sido

realizadas. Mas, houve um ano de chuvas adequadas, e, não existiam plantações? As fraudes foram descobertas. Eles não tinham combinado com o clima. A água estava lá. Outras regiões, onde o acesso de água é fácil e há chuvas distribuídas de forma mais harmônica, sequer existiam políticas e programas sérios que focassem a preservação deste bem precioso, assim como o uso racional. Nas ultimas décadas, este cenário tem se modificado. Além de o acesso a informação ter sido ampliado, o que facilitou a sensibilização da população quanto a água, assim como, racionamentos em diversas cidades, mais brasileiros estão engajados na preservação. Um fato, a agropecuária consome 70% de toda a água utilizada no planeta, segundo o Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Produzir alimentos necessita de muita água. Quanto menos desenvolvido o país, maior é o consumo. Os dados da Embrapa indicam que mais de 70% da água, que é destinada a agropecuária, é utilizada na irrigação e 11% para hidratação dos rebanhos. Lembrando que parte do que é

irrigado, também é consumido pelos animais de produção. Pelo alto consumo de água na irrigação, novas tecnologias e manejos estão sendo desenvolvidos para mitigar as perdas. Estudos da FAO demonstram que cerca de 60% da água utilizada em irrigação se perde pela evaporação. Algumas mudanças de manejo podem alterar bem este número. É importante salientar que a irrigação, apesar do custo hídrico, é imprescindível, pois, aumenta imensamente a produtividade, extremamente significante para minimizar o custo dos alimentos. Condenar a agropecuária pelo alto consumo de água é como punir um professor por utilizar muito giz escrevendo na lousa. Deve-se capilarizar as técnicas e os manejos desenvolvidos, para um uso mais racional, mas é uma dependência que sempre existirá. Os volumes consumidos também serão superiores que as cidades. O campo precisa produzir alimentos para as pessoas nas cidades. Os alimentos, sejam eles de origem vegetal ou animal, demandam altas quantias de água. E todos precisam de alimentos. E água, muita água!

Por Roberta Züge; diretora administrativa do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS); Vice-Presidente do Sindicato dos Médicos Veterinários do Paraná (SINDIVET); Médica Veterinária Doutora pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP); Sócia da Ceres Qualidade.

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MILHO E SORGO

Manejo do milho: adubação com o nutriente certo e na dose recomendada O produtor de grãos deve saber qual é melhor época para a planta e se aplicação será via solo, foliar, a lanço ou no sulco

Como a adubação do milho é baseada na expectativa de produtividade, geralmente no milho safrinha o investimento é menor. A melhor estratégia no manejo do milho é sempre realizar a adubação seguindo a análise de solo e a produtividade esperada. Durante todo o processo de manejo do milho, o ponto mais importante para o sucesso da adubação é utilizar a fonte certa, na dose recomendada, na época de maior exigência da planta e no local adequado, que pode ser solo ou foliar, a lanço ou no sulco, a depender do nutriente e da dose. Manejo do milho - Para orientar o produtor em todas as etapas do manejo do milho, a Embrapa Milho e Sorgo produziu uma cartilha com dicas para todas as fases da produção, confira o material aqui. No caso da adubação, os especialistas da entidade explicam com alcançar as metas de produtividade com adubação. Adubação a lanço - A adubação a lanço é recomendada para otimizar o rendimento operacional no plantio e pode não ser a melhor estratégia em algumas situações, principalmente quando se refere à adubação fosfatada e em anos onde a chance de restrição hídrica tende a ser mais severa. Segundo a Embrapa, a adubação a lanço normalmente resulta em crescimento radicular mais superficial, predispondo as culturas a sofrerem antecipadamente o estresse durante os veranicos. O fornecimento de nutrientes deve ser dimensionado a partir dos requerimen-

Fonte: SFAgro

tos de todas as culturas que compõem o sistema em rotação ou sucessão. Ou seja, toda vez que o agricultor aduba o milho com quantidades abaixo das necessárias para repor o que é exportado na colheita, há um empobrecimento das reservas de nutrientes disponíveis no ambiente solo e na palhada. Por isso, há necessidade de reposição de nutrientes não só pela adubação. Fertilidade do solo - Segundo especialistas da Embrapa, áreas com solos de fertilidade construída distinguem-se das demais pelo seu histórico de manejo, em que aplicações sucessivas de corretivos e fertilizantes possibilitaram efeitos residuais cumulativos que acabaram por elevar certos atributos químicos da fertilidade, por exemplo, teores de fósforo (P), potássio (K), zinco (Zn) e bases trocáveis, para níveis interpretados como altos ou mesmo muito altos. Geralmente, os casos mais emblemáticos de solos de fertilidade construída geralmente estão associados também ao manejo mais elaborado do sistema de produção, envolvendo plantio direto e uso de plantas de cobertura, o que confere benefícios adicionais ligados principalmente à presença de matéria orgânica no solo (MOS). Produção de milho e soja - Embora num primeiro momento esse problema possa não ser percebido, influenciando a produtividade, o uso recorrente de uma adubação deficitária no milho ao longo de algumas safras acabará comprometendo o rendimento da própria soja. Portanto, é fundamental que o pro-

dutor rural busque calcular o balanço de nutrientes no sistema de culturas praticado na fazenda (por exemplo, soja-milho safrinha), ponderando entradas (adubações) e saídas (exportações) conforme o manejo de fertilizantes e as produtividades alcançadas ao longo dos cultivos. Caso contrário, segundo a Embrapa, pode-se incorrer em erros de manejo, com adubações insuficientes ou desbalanceadas frente às exigências nutricionais das culturas envolvidas. Manejo de solo - O manejo eficiente da fertilidade do solo começa com o estabelecimento de um bom sistema plantio direto, que possibilite maior acúmulo de palhada e crescimento radicular mais profundo, fatores chave para o melhor desempenho das lavouras em condições sujeitas a déficit hídrico. Desta forma, um perfil de solo com acidez corrigida e boa disponibilidade de nutrientes a maiores profundidades, assim como uma maior diversificação de culturas, incluindo plantas para a produção de palhada (por exemplo, consórcio milho-braquiária), devem ser objetivos dos agricultores que desejam avançar na busca por maior estabilidade de produção frente às inconstâncias climáticas na região do Cerrado. “As possibilidades de redução nos custos de produção com adubações mais equilibradas e respeitando o ambiente de produção serão mais significativas com o tempo de manejo adotado”, afirma a Embrapa Milho e Sorgo. REVISTA 100% CAIPIRA |17


GOVERNO

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GESTÃO

ANATER inicia ações do Programa Mais Gestão O objetivo é qualificar a gestão de empreendimentos da agricultura familiar, contribuindo para o fortalecimento econômico e social e para a geração de renda Fonte: ANATER - Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural

A Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) iniciou a operacionalização do Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) Mais Gestão, que prevê atendimento gerencial voltado para qualificação da gestão de empreendimentos da agricultura familiar, com foco no mercado. O Mais Gestão é uma estratégia da Subsecretaria da Agricultura Familiar (SAF) da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (SEAD), baseado nos princípios, objetivos e diretrizes da Política Nacional de ATER (Pnater), com metodologia composta por atividades que vão da adesão dos empreendimentos, passando pelo diagnóstico, elaboração participativa de plano de gestão, prospecção de mercado, atendimentos individuais e coletivos, até a avaliação dos resultados. O diretor da Diretoria de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater) da Sead, Rodrigo Venturini, destaca que o Mais Gestão é a política de assistência técnica da Sead voltada a empreendimentos coletivos da agricultura familiar, com foco na inserção nos mercados públicos e convencionais. “Através dele temos conseguido inserir diversos produtos qualificados para estes mercados”, completa. A Anater é parceria da Sead para efetivar as ações do programa, inicialmente firmando parceria com entidades públicas prestadoras de Ater, através de

Instrumento Específico de Parceria. Os primeiros contratos foram efetivados com a Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RS) e com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). “O Mais Gestão se configura como oportunidade para o aprimoramento gerencial de organizações econômicas da agricultura familiar, como associações e cooperativas, e sua inserção no mercado. Com objetivo de ampliar a oferta de assistência técnica, a próxima etapa será efetivada através de chamadas públicas, e todas as entidades credenciadas no Sistema de Gestão de Ater (SGA) poderão participar do processo”, explica o presidente da Anater, Valmisoney Moreira Jardim. Neste ano, a meta é atender 1032 empreendimentos através do programa. Para participar, os empreendimentos devem ser compostos por agricultores familiares, possuir DAP jurídica e um mínimo de 20 associados. De acordo com o presidente, o programa abrange as áreas de comercialização e marketing, finanças e custos, ambiental, gestão de pessoas, gestão do quadro social, e produção e processos agroindustriais. PARCERIA - No Rio Grande do Sul, o Mais Gestão é realizado em parceria com a Emater-RS, beneficiando 124 empreendimentos, visando contribuir para

o fortalecimento econômico e social e para a geração de renda. “O agricultor produz alimentos de alta qualidade, mas o mercado precisa de regularidade e garantia de entrega e as cooperativas são importantes para organizar a produção e comercialização. E a Emater possui profissionais qualificados para auxiliar na organização e gestão das cooperativas”, destaca o presidente da Emater/RS, Clair Kuhn. Em Santa Catarina, o programa é realizado em parceria com a Epagri, e integra 39 empreendimentos familiares, sendo estes cooperativas e associações que vêm sendo assessoradas pela Epagri nas áreas de gestão, mercado e produção para qualificar suas ações com foco ao acesso as variadas alternativas de mercado. “O Mais Gestão é um programa muito importante para dar subsídio e apoio às cooperativas do Estado. Representa também uma continuidade ao Programa SC Rural, uma iniciativa do Governo de Santa Catarina com financiamento do Banco Mundial (BIRD), desenvolvida entre 2010 e 2017, que investiu US$ 189 milhões em capacitação e profissionalização do agricultor familiar catarinense”, destaca Luiz Hessmann, presidente da Epagri. As ações no estado catarinense iniciam com a formação dos agentes de Ater envolvidos no programa, com curso previsto para ser realizado em Chapecó/SC, no período de 23 a 27 de abril. REVISTA 100% CAIPIRA | 19


FLORESTAS E SILVICULTURAS

Geotecnologias ajudam coletores de castanha a traçar rotas na Floresta Amazônica

Fonte: Embrapa Amazônia Ocidental

A solução está disponível gratuitamente na internet e é voltada, em especial, a técnicos extensionistas que possuam conhecimento básico em sistemas de informações geográficas Coletores de castanha-do-brasil (castanha-do-pará, castanha-da-amazônia) e de outros produtos extraídos da Floresta Amazônica poderão contar com geotecnologia para traçar o melhor percurso pela mata e assim economizar tempo e esforço. Pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental (AM), em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), desenvolveram uma metodologia para a otimização do traçado de trilhas que dão acesso a produtos florestais não madeireiros. A solução está disponível gratuitamente na internet e é voltada, em especial, a técnicos extensionistas que possuam conhecimento básico em sistemas de informações geográficas. O objetivo é que esses multiplicadores auxiliem comunidades extrativistas utilizando a 20| REVISTA 100% CAIPIRA

metodologia para traçar a rota otimizada para cada região considerando fatores como inclinação do terreno, presença de rios, localização das árvores mais produtivas e vários outros. A solução foi pensada para auxiliar coletores de castanha-do-brasil, mas pode ser empregada no trabalho com outros produtos extrativistas que têm grande importância econômica para populações tradicionais da Amazônia, além de contribuir para a conservação e o manejo sustentável das florestas nativas. O problema abordado na metodologia envolve, essencialmente, identificar a melhor sequência das castanheiras a serem visitadas e, considerando-se as peculiaridades do terreno (relevo, vegetação, hidrografia), estabelecer o melhor traçado das trilhas. A metodologia pode ser utilizada tanto na redefinição de tri-

lhas de castanhais que já são explorados como, principalmente, na elaboração de traçados de novas áreas de coleta. Melhores condições de trabalho Esse é um dos resultados do projeto Mapeamento de Castanhais Nativos e Caracterização Socioambiental e Econômica de Sistemas de Produção da Castanha-do-Brasil na Amazônia (MapCast), iniciado em 2014, componente do Arranjo da Castanha-TechCast. De acordo com a pesquisadora da Embrapa Amazônia Ocidental Kátia Emídio da Silva, líder do projeto, a otimização do traçado de trilhas visa identificar o melhor percurso, combinando diversos fatores que determinam o grau de dificuldade de se percorrer determinada região e uma maior eficiência de acesso a árvores ou a áreas de manejo de interesse. Com isso, os cientistas procuraram melhorar


a produtividade e as condições de trabalho dos agroextrativistas na Amazônia. “Ao trabalhar nos castanhais naturais e na floresta nativa, sempre constatamos a dificuldade de se extrair determinados produtos. Assim, sempre me perguntava de que forma poderíamos ajudar esses agroextrativistas em sua atividade. Uma das soluções foi encontrar um melhor traçado para as trilhas que levam aos locais de coleta, diminuindo tempo e esforço”, conta a pesquisadora. Inclinação do terreno e rede hidrográfica - A pesquisadora explica que, baseando-se nas características do terreno, são calculados os custos de se percorrer determinada trilha, por meio de um modelo matemático chamado “Velocidade de Tobler”, que leva em conta o ângulo de inclinação do terreno, seja por aclive ou declive. Para modelar o relevo e a hidrografia, são utilizados dados do Shuttle Radar Topography Mission (SRTM). Essas informações foram obtidas a partir de uma missão realizada pela agência espacial dos Estados Unidos, a Nasa, que mapeou por radar toda a superfície do planeta. De acordo com Kátia Emídio, os dados do SRTM estão disponíveis gratuitamente para utilização em uma resolução de 30 x 30 metros, obtendo-se os chamados Modelos Digitais de Elevação (MDE) para as áreas de interesse. A rede hidrográfica é de extrema importância para a determinação dos caminhos otimizados, uma vez que representam barreiras físicas ou dificuldades ao longo do traçado para acesso aos recursos florestais. Assim, os MDE recebem diversos pré-processamentos, objetivando a geração dos Modelos Digitais e Elevação Hidrograficamente Condicionais (MDEHC), permitindo que as delimitações de bacias hidrográficas sejam realizadas com maior precisão. Essa categoria especial de MDEs caracteriza-se por apresentar coincidência considerável com a rede de drenagem real. Próximo passo: drones irão mapear castanheiras - Depois de os dados de relevo e hidrografia serem modelados, a próxima etapa é a inserção das informações do castanhal que está sendo explorado. Para isso, é necessário conhecer e adicionar as coordenadas das árvores das quais são feitas as coletas na área. De

acordo com Kátia Emídio, essas árvores têm de ser mapeadas a partir de algum método, geralmente com a marcação da localização com receptor GPS no local. A equipe do projeto MapCast avalia desenvolver uma outra metodologia para a identificação das árvores de interesse por meio de drones. Nos passos seguintes, os pesquisadores preveem a construção de uma rede para simular o deslocamento ao longo do terreno, considerando como custo de deslocamento a declividade e a presença da rede hidrográfica. A metodologia é flexível e adaptável às diferentes realidades locais, podendo-se inserir diferentes custos. Assim, pode-se restringir a transposição de corpos d’água, ou apenas incluir suas superfícies como um fator de “custo” (dificuldade), podendo ser cruzadas quando não houver outra alternativa ou, ainda, locomover-se utilizando barco. Além disso, a tecnologia permite a indicação de locais provisórios para o armazenamento do material coletado em uma área (entrepostos), também com o objetivo de facilitar o trabalho do agroextrativista. O sistema sugere os locais que servem de entreposto quando se está percorrendo a trilha, localizados em posições estratégicas no conjunto de árvores que formam o castanhal, de forma a exigir o menor esforço no momento de levar a produção até o meio de transporte, que geralmente são pequenos barcos. A pesquisadora chama a atenção para a aplicação da metodologia de forma conjunta com os agroextrativistas, que podem contribuir para sua validação e melhoria, considerando-se o conhecimento que possuem das áreas de extrativismo. Como acessar a metodologia - A metodologia está disponível gratuitamente na página da Embrapa Amazônia Ocidental. Nesse link, estão descritos os procedimentos para se utilizar a tecnologia, podendo-se também acessar os dados utilizados, bem como baixar a publicação com detalhes para utilização. A pesquisadora salienta que a metodologia é totalmente versátil, podendo ser adaptada para diferentes realidades. O projeto MapCast - O projeto Mapeamento de Castanhais Nativos e Caracterização Socioambiental e Eco-

nômica de Sistema de Produção de Castanha-do-Brasil na Amazônia, ou simplesmente (MapCast), começou em 2014 com o objetivo de contribuir para o fortalecimento da cadeia produtiva. Liderado pela pesquisadora Kátia Emídio da Silva, o projeto reúne diferentes pesquisadores da Embrapa e de outras instituições e trabalha em dois eixos principais: geração de metodologias para auxiliar no mapeamento e modelagem da ocorrência de castanhais nativos da Amazônia Brasileira, por meio de geotecnologias, e caracterização das relações sociais e econômicas dos sistemas de produção da castanha. O projeto envolve atividades em seis estados da Região Norte: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima e Rondônia, e um do Centro-Oeste: Mato Grosso. “O MapCast conta com equipe multidisciplinar, cujos membros estão empenhados na geração e na ampliação de conhecimentos sobre os castanhais naturais da Amazônia. Espera-se, ao fim do projeto, contribuir para o fortalecimento da cadeia de valor da castanha-do-brasil”, ressalta a pesquisadora. A castanheira-do-brasil, árvore nativa da Amazônia, ocorre em terras altas de toda a Bacia Amazônica. Símbolo da região, a espécie tem merecido atenção especial da pesquisa devido à sua importância social, ecológica e econômica. Em seu ambiente natural, a árvore pode atingir até 50 metros de altura, sendo uma das espécies mais altas da Amazônia. O fruto da castanheira (ouriço) tem o tamanho aproximado de um coco e pode pesar cerca de dois quilos. Possui casca muito dura e abriga entre oito e 25 sementes, que são as apreciadas castanhas-do-brasil. A espécie desempenha papel importante para milhares de famílias residentes na floresta, ou em áreas próximas, que realizam o extrativismo e comercialização. A castanha apresenta elevado valor nutricional, sendo utilizada diretamente na alimentação e como ingrediente na fabricação de alimentos processados. Além disso, o extrativismo sustentável é uma forma de se obter renda com produtos florestais não madeireiros e, ao mesmo tempo, preservar as florestas nativas da Amazônia. REVISTA 100% CAIPIRA |21


FRUTICULTURA

Vinícola de Pinto Bandeira comemora uma das melhores safras da década

Don Giovanni prevê vinhos e espumantes de excelente qualidade Fonte: Evidência Press

A

safra de uvas de 2018 na vinícola Don Giovanni, em Pinto Bandeira (RS) está sendo considerada entre as melhores de toda a sua história. A partir de um ciclo bem equilibrado e fatores climáticos favoráveis, as variedades de uvas tiveram uma maturação que irá revelar ainda mais a expressão de aromas e sabores aos vinhos. “Presenciamos uma das melhores safras dos últimos tempos! Com certeza teremos grandes vinhos e espumantes. O inverno foi ameno, acompanhado de um ciclo bem equilibrado. As temperaturas e pluviosidade moderada também ajudaram”, explica Maciel Ampese, enólogo responsável na DG. Ainda de acordo com ele, a maturação das uvas foi mais lenta, mas muito 22| REVISTA 100% CAIPIRA

mais completa. “Na safra de 2018, tivemos uma produtividade menor. Cerca de 30% a menos. Porém, colhemos uvas mais maduras, com maior expressão de aromas e sabores, sem perder o frescor e a fineza”. Manejo Biodinâmico e Terroir O terroir de Pinto Bandeira vem chamando a atenção no mundo dos vinhos, pela sua expressividade e características únicas e especiais conferidas à produção. A qualidade está na essência desta região, que tem no seu DNA, um grande potencial como produtor de espumantes. Unido a este cenário, há quatro anos a vinícola Don Giovanni iniciou, de forma gradual, os trabalhos de conversão de seus vinhedos para o manejo biodinâmico. A empresa avan-

ça a cada ano, buscando atingir a transição dos 14 hectares de vinhedos. “Podemos dizer que conseguimos uma maior expressão das nuances dessa safra, com maior profundidade nos aromas e sabores. Percebemos um vigor mais moderado e uma maior biodiversidade e vitalidade, nos vinhedos onde o manejo biodinâmico já foi implementado”, avalia Maciel. O diretor da vinícola Don Giovanni, Daniel Panizzi, também está bastante otimista com o avanço da conversão dos vinhedos. “Seguimos, ano a ano, trabalhando nossa vinha de forma mais sustentável e equilibrada, diminuindo, gradativamente, os defensivos que agridem a harmonia do ecossistema. Queremos cada vez mais entender a dinâmica natural de cada quadra”, enfatiza Panizzi. Na safra 2018 foram colhidas 40 mil quilos de chardonnay, 25 mil quilos de Pinot Noir 10 mil quilos de Merlot, cinco mil quilos de Ancellota. E ainda outros cinco mil de Cabernet Franc, todas as variedades de produção própria. Lançamentos A vinícola Don Giovanni programa novos lançamentos para 2018. Entre eles, o espumante Don Giovanni Blanc de Blanc Brut 750mL (24 meses) e o espumante Don Giovanni Blanc de Noir Brut 750mL (24 meses). A empresa deve ainda se dedicar à produção dos Vinhos Don Giovanni Pinot Noir 750mL (2017) e Don Giovanni Rosé.


CAFÉ

Amostras de cafés especiais mineiros são enviadas para a China

O objetivo é ampliar a presença do produto no país asiático, que está descobrindo a qualidade dos cafés gourmets Expandir as fronteiras e prospectar novos mercados para a principal commodity do agronegócio mineiro, o café. Com este objetivo o Governo de Minas Gerais iniciou um conjunto de ações com o objetivo de ampliar a participação do café mineiro no mercado chinês. Numa articulação da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e da Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (INDI), cinquenta amostras de café especial torrado foram enviadas para o mercado do país asiático. Todo o conjunto de amostras faz parte do Programa Certifica Minas Café, programa de certificação das propriedades cafeeiras no estado, coordenado pela Secretaria de Agricultura e executado pelas empresas vinculadas ao sistema (Emater-MG, Epamig e Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA). As amostras foram entregues à consultora-chefe Li Xia, da Huixin Management Consulting, grupo representante e proprietário de cafeterias e lojas especializadas em cafés gourmet em várias partes do mundo. As amostras, que já estão a caminho da China, serão avaliadas pelos analistas sensoriais de uma rede de super-

mercados, potenciais compradores da produção mineira de cafés especiais. Potencial de mercado

Na terra do maior produtor e consumidor mundial de chá, o café vem abrindo espaço no gosto da população, estimulado pela chegada de grandes redes internacionais especializadas no consumo do café gourmet. “É um mercado atrativo para os produtores mineiros. Ainda que o consumo individual seja pequeno e as exportações para a China representem pouco menos de 0,5% da receita de todo o café mineiro exportado no ano passado, o mercado vem sinalizando crescimento consistente ao longo dos anos. Tanto o volume quanto a receita podem alcançar números significativos se multiplicados pelo tamanho da população, que é a maior do planeta com mais de 1,5 bilhão de habitantes”, afirma o Secretário de Agricultura interino, Amarildo Kalil. A Secretaria de Agricultura acompanha os dados de exportação do agronegócio mineiro desde 1997. Naquele ano, de acordo com a série histórica elaborada pela Seapa, Minas Gerais exportou pouco mais de mil sacas de café para o mercado chinês, alcançando re-

ceita de US$ 239,6 mil. Duas décadas depois, o volume exportado em 2017 alcançou 44,2 mil sacas e receita de US$ 7,9 milhões. Em relação a 2016, os negócios fechados com o mercado chinês cresceram 15,1% na receita e 23,3% no volume. Na avaliação do secretário Amarildo Kalil, o salto dado neste intervalo não é apenas de quantidade. “Vinte anos atrás, exportávamos um produto considerado convencional para a época. Atualmente, estamos conquistando o mercado internacional com cafés especiais, certificados e reconhecidos mundialmente pela sua qualidade”. Certifica Minas Café Coordenado pela Secretaria de Agricultura, o Programa Certifica Minas Café tem como objetivo assegurar a produção cafeeira do estado dentro de critérios de sustentabilidade econômica e socioambiental, visando à melhoria da produtividade e da qualidade do grão. A certificação alcançada pelo produtor funciona como instrumento de valorização da produção; manutenção e conquista de novos mercados. Atualmente, 1,3 mil propriedades estão inscritas no programa. Fonte: SEAPA

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GOVERNO

Governo sinaliza apoio à suinocultura, mas as medidas desagradam o setor

Produtores enfrentam situação delicada, com preços achatados pelo excesso de oferta de carne suína no mercado interno e aumento na cotação do milho, principal insumo para a atividade O Ministério da Agricultura (Mapa) deve publicar nesta semana edital para leilão de um milhão de toneladas de milho dos estoques públicos em resposta ao pleito de suinocultores, que enfrentam alta de custos e queda dos preços do quilo vivo. Porém, a medida é considerada insuficiente pelo setor. O preço do cereal, que responde por 50% dos custos de produção, aumentou 30% de janeiro a abril. Ontem, o valor da saca de 60 quilos chegou a R$ 39,51 em Campinas (SP), segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O Mapa pretende realizar leilões comuns para a venda do grão, com oferta inicial de 200 mil toneladas, mas que 24 | REVISTA 100% CAIPIRA

poderá chegar a um total de um milhão de toneladas. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), porém, solicitou ao Ministério a realização de leilões de Valor de Escoamento de Produção (VEP). Essa modalidade prevê o pagamento de um prêmio para que o grão chegue a determinados estados. A última vez que o Mapa lançou mão dessa medida foi em 2014. “Não temos intenção de realizar esse tipo de leilão”, afirma o coordenador da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, Sávio Pereira. Ele afirma que esse tipo de operação envolve subsídio do governo em um momento de limitação de orçamento. “A melhor forma de atender à demanda dos suinocultores é o leilão tradicional”, ar-

Fonte: DCI

gumenta. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tem 1,3 milhão de toneladas em estoques, grande parte concentrados no Centro-Oeste. A demanda pelo grão, contudo, está na região Sul, que responde por 60% da produção de aves e suínos. “O produtor do Sul do País não consegue pagar o frete, que pode chegar a R$ 17 por saca, para trazer esse grão para seu estado”, argumenta o assessor técnico da Comissão Nacional de Aves e Suínos da CNA, Victor Ayres. Conforme o dirigente, também é necessário ampliar o limite para as vendas a balcão, das atuais 14 toneladas para 40 toneladas mensais por cadastro. O Mapa, porém, afirma ter limitações de


AVICULTURA oferta para atender ao pedido e deve realizar leilões de 200 mil toneladas para o Nordeste, mantendo o teto atual de compra. “Essas medidas precisam ser tomadas agora. Não adianta o governo ter estoque público e não utilizar quando precisa”, defende o assessor da CNA. Ayres ainda destacou a necessidade do retorno da linha de crédito de custeio para a retenção de matrizes. A linha vigorou até 30 de junho de 2017, com limite de R$ 2 milhões por beneficiário e prazo de reembolso de três anos. “Acreditamos que essa linha deve ser permanente”, diz. A CNA também pediu ao Banco do Brasil a prorrogação dos financiamentos da suinocultura com vencimento em 2018. “A intenção é impedir que o produtor fique inadimplente”, justifica Ayres. Cenário As demandas são alternativas para que os suinocultores possam se manter em atividade em meio a um cenário delicado para o setor. Por um lado, a alta nos preços do milho vem sendo sustentada pela quebra na safra de grãos na Argentina, que deve produzir 7 milhões de toneladas a menos do que no ciclo anterior, associada à queda na estimativa de produção brasileira de milho neste ciclo. A Conab projeta uma produção total de 88,6 milhões de toneladas, recuo de 9,4% ante a 2016/2017. Ao mesmo tempo, o preço do quilo vivo do suíno recuou 25% de janeiro a abril, em razão da maior oferta no mercado interno. “Uma série de fatores contribuiu para esta redução de preço, quase todos relacionados ao aumento da oferta no mercado interno sem aumento no consumo”, diz o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos, Marcelo Lopes. O principal motivo para o aumento da oferta é a queda das exportações após a suspensão dos embarques para o mercado russo, em novembro. A Rússia é o principal cliente brasileiro do setor. “A redução da oferta de carne suína no mercado interno só pode ser resolvida com a retomada do ritmo de exportações.”

Frango: em março, o maior custo dos últimos 15 meses

O levantamento mensal da Embrapa Suínos e Aves apontou que em março passado o custo de produção do frango atingiu a marca dos R$2,70/kg, aumentando 4,65% em relação ao mês anterior e 11,57% em relação a março de 2017 O levantamento mensal da Embrapa Suínos e Aves apontou que em março passado o custo de produção do frango atingiu a marca dos R$2,70/kg, aumentando 4,65% em relação ao mês anterior e 11,57% em relação a março de 2017. Na prática, o custo retornou, aproximadamente, ao valor registrado em dezembro de 2016 (R$2,71/kg), o que significa que atingiu o maior nível dos últimos 15 meses. Além disso, ficou apenas 43 centavos abaixo dos R$3,13/ kg registrados em junho de 2016, mês em que o custo de produção do frango atingiu o maior valor de todos os tempos. Traçando um paralelo entre o custo de produção (relativo a avi-

ário com climatização positiva no estado do Paraná) e a cotação do frango vivo no mercado paulista observa-se que em junho de 2016, quando o setor enfrentou custos até então inimagináveis, o valor então apontado (R$3,13/kg) ficou 11% acima da quantia paga na ocasião pelo frango vivo (R$2,81/kg). Pois bem: em março passado, a cotação referencial do frango vivo comercializado em São Paulo (referencial, explica-se, porque muitos negócios foram concretizados por valores inferiores) foi de pouco mais de R$2,35/kg. E isso significa que o custo atual se encontra cerca de 15% acima do preço do frango, ou seja, onera mais o produtor que há dois anos atrás. Fonte: AviSite REVISTA 100% CAIPIRA |25


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PESQUISAS

Farmácias naturais

Pesquisa

analisa

frutas

nativas brasileiras fontes de substâncias

antioxidantes

anti-inflamatórias 28 | REVISTA 100% CAIPIRA

e


A

s f r ut a s n at i vas br a s i l e i r a s s ã o f ont e s de substâncias antioxidantes e a nt i - i n f l a m at ór i a s , b e m c om o de uma grande diversidade de c omp o s t o s f e n ó l i c o s , o s q u a i s p o d e m propi c i a r i mp or t a nt e s b e n e f í c i o s p a r a a s aú d e hu m a n a . E s s a é a c on c lu s ã o d e u m e s t u d o d e s e nv o l v i d o n o P ro g r a m a d e Pó s - g r a du a ç ã o e m C i ê n c i a e Te c n o l o g i a d e A l i m e nt o s , d a E s c o l a Sup e r i or d e Ag r i c u ltu r a Lu i z d e Q u e i ro z ( U SP / E s a l q ) e e m p a rc e r i a c om a U N IC A M PFa c u l d a d e de O d ont o l o g i a ( F O P ) , av a l i a r a m o p ot e n c i a l a nt i ox i d a nt e , a nt i - i n f l a m at ór i o e a c omp o s i ç ã o f e n ó l i c a d e d e z f r ut a s n at i v a s br a s i l e i r a s a i n d a p ou c o c on h e c i d a s . D e aut or i a d a e n g e n h e i r a d e a l i m e nt o s Ja c k e l i n e C i nt r a S o a re s , o e s t u d o t e m or i e nt a ç ã o d o prof e s s or S e v e r i n o Mat i a s d e A l e n c a r, d o d e p a r t a m e nt o d e Ag roi n dú s t r i a , A l i m e nt o s e Nut r i ç ã o. “O B r a s i l p o s s u i c on d i ç õ e s c l i m át i c a s a d e q u a d a s p a r a o d e s e nv o l v i m e nt o d e u m g r a n d e nú m e ro d e f r ut a s n at i v a s e e s s a bi o d i v e r s i d a d e t e m s e t or n a d o u m c a m i n h o prom i s s or p a r a a d e s c o b e r t a d e n ov o s c omp o s t o s bi o at i v o s c ap a z e s d e s e r ut i l i z a d o s n a f or mu l a ç ã o d e a l i m e nt o s f u n c i on a i s e m e d i c a m e nt o s”, ap ont a Ja c k e l i n e . S e g u n d o a p e s q u i s a d or a , o s c omp o s t o s f e n ó l i c o s apre s e nt a m a ç õ e s e s p e c í f i c a s , p o d e n d o atu a r c om o a nt i ox i d a nt e s e a nt i - i n f l a m at ór i o s , a s s i m pre v e n i n d o d o e n ç a s c rôn i c a s n ã o t r a n s m i s s í v e i s - D C N T. “No s s o o bj e t i v o f oi av a l i a r a c ap a c i d a d e d e s at i v a d or a d e e s p é c i e s re at i v a s d e ox i g ê n i o ( E R O ) e n it ro g ê n i o

( E R N ) , at i v i d a d e a nt i - i n f l a m a t ór i a i n v it ro e i n v i v o e a c om posição fenólica pela técnica d e e s p e c t rom e t r i a d e m a s s a s d e a lt a re s o lu ç ã o ( L C - E SI - Q T O F ) d e d e z f r ut a s n at i v a s br a s i l e i r a s a i n d a p ou c o c on h e c i d a s”. As s i m f or a m m ap e a d a s o a r a ç á - b oi ( Eu g e n i a s t ipit at a ) , o c a mbu it í - c ip ó ( S a g e re c t i a e l e g a n s ) , o mu r i c i v e r m e l h o ( B y s on i m a a r t h rop o d a ) , o mu r i c i g u a s s ú ( B y r s on i m a l a n c i f o l i a ) , o m or a n g o s i l v e s t re ( Ru bu s ro s a e f o l iu s ) , o c a mbu c i ( C a mp om a n e s i a p h a e a ) , o j a r a c at i á - m a m ã o ( Ja c a r at i a s pi n o s a ) , o ju qu i r i o b a ( S o l a nu m a lt e r n o - pi n atu m ) , o f r ut a - d o - s a bi á ( Ac n i s tu s a rb ore s c e n s ) e o c aj á ( Sp on d i a s m ombi n L . ) . E s s a s f r ut a s f or a m c o l e t a d a s n o S ít i o Fr ut a s R a r a s , l o c a l i z a d o n a c i d a d e d e C a mpi n a d o Mont e A l e g re – SP, e x c e t o o c aj á , qu e f oi c o l e t a d o n a Fa z e n d a G a m e l e i r a , mu n i c ípi o d e Mont e s C l a ro s d e G oi á s . For a m i d e nt i f i c a d o s c om p o s t o s f e n ó l i c o s p e r t e n c e nt e s a c l a s s e d o s f l av on oi d e s ( c at e qu i n a , e pi c at e qu i n a , r ut i n a , qu e rc e t i n a g l i c o s i l a d a , k a e mp e f e ro l g l i c o s i l a d o, qu e rc e t i n a , pro c i a n i d i n a B 1 e pro c i a n i d i n a B 2 ) , s u b - c l a s s e d o á c i d o h i d rox i b e n z ói c o ( á c i d o g á l i c o ) e s u b - c l a s s e d o s á c i d o s h i d rox i c i n â m i c o s ( á c i d o c u m á r i c o, á c i d o f e r ú l i c o e caféico). D a s f r ut a s a n a l i s a d a s , o a r a ç á - b oi , c a mbu it í - c ip ó, mu r i c i v e r m e l h o, m or a n g o s i l v e s t re e c aj á f or a m a s qu e apre s e nt a r a m a s m a i ore s at i v i d a d e s a nt i ox i d a nt e s e / ou a nt i - i n f l a m at ór i a s , c uj o p e r f i l f e n ó l i c o i n d i c ou a pre s e n ç a d e 1 8 c omp o s t o s n o a r a ç á - b oi , 3 2 n o c a mbu it í - c ip ó, 2 6 n o mu r i c i v e r m e l h o e 2 0 e 1 1 c omp o s t o s n o m or a n g o s i l v e s t re

e c aj á , re s p e c t i v a m e nt e . Na s f r ut a s c a mbu it í - c ip ó, mu r i c i v e r m e l h o e m or a n g o s i l v e s t re t a mb é m f oi p o s s í v e l a i d e nt i f i c a ç ã o e qu a nt i f i c a ç ã o d e a nt o c i a n i n a s , s e n d o qu e n o c a mbu it í - c ip ó f oi i d e nt i f i c a d a a ku rom a n i n a ( 8 , 3 9 m g g - 1 ) e a m i r t i l i n a ( 1 3 , 6 1 m g g - 1 ) . Já p a r a o mu r i c i v e r m e l h o e o m or a n g o s i l v e s t re , s om e nt e a ku rom a n i n a f oi e n c ont r a d a ( 1 2 , 2 2 m g g - 1 ; 1 , 4 3 m g g - 1 , re s p e c t i v a m e nt e ) . “E s t a é a pr i m e i r a v e z qu e s e re l at a a pre s e n ç a d e s t a s a nt o c i a n i n a s n o c a mbu it í - c ip ó e mu r i c i v e r m e l h o. Por t a nt o, a s f r ut a s n at i v a s e s tu d a d a s apre s e nt a m c omp o s t o s bi o at i v o s c om at i v i d a d e s a nt i ox i d a nt e e a nt i - i n f l a m at ór i a e , qu a n d o c on s u m i d a s re g u l a m e nt e c om o a l i m e nt o s f u n c i on a i s , p o d e r i a m aju d a r n a pre v e n ç ã o d e d o e n ç a s c rôn i c a s n ã o t r a n s m i s s í v e i s ( D C N T ) ”. Um re l at ór i o d a OM S / FAO pu b l i c a d o e m 2 0 1 7 re c om e n d a u m m í n i m o d e 4 0 0 g d e f r ut a s e v e g e t a i s p or d i a ( e x c lu i n d o b a t at a s e out ro s tu b é rc u l o s ) p a r a a pre v e n ç ã o d e d o e n ç a s c rôn i c a s , c om o d o e n ç a s c a rd í a c a s , c â n c e r, diabetes e obesidade, especialm e nt e e m p a í s e s m e n o s d e s e n volvidos. Ainda segundo Ja c k e l i n e , “e x i s t e a n e c e s s i d a d e d e s e bu s c a r n ov o s a l i m e nt o s qu e a l é m d e nut r i r, apre s e nt e m at i v i d a d e s bi o l ó g i c a s qu e p o s s a m i n i bi r ou a m e n i z a r d a n o s ox i d a t i v o s re l a c i on a d o s a pro c e s s o s i n f l a m at ór i o s , l i m it a n d o a s s i m a pro g re s s ã o d e c e r t a s d o e n ç a s d e or i g e m m e t a b ó l i c a e d e g e n e r at i v a s pre v a l e nt e s , pr i n c ip a l m e nt e qu a n d o s e c on s i d e r a qu e e s t a m o s e m u m p a í s d e t e nt or d e u m a d a s m a i s bi o d i v e r s i d a d e s Fonte: USP/Esalq d o p l a n e t a”. REVISTA 100% CAIPIRA |29


LOGÍSTICA E TANSPORTE

TRANSPORTE: Logística custa R$ 15,5 bi precária e res A falta de investimentos relevantes na infraestrutura de transporte nas últimas

décadas

somada

a

um

problema mais recente - a restrição à circulação e distribuição de carga em áreas urbanas - tem elevado os gastos com logística das empresas A deterioração dos meios de distribuição da produção fez esse custo crescer de 11,73% do faturamento bruto das empresas em 2015 para 12,37% em 2017. É o que aponta a pesquisa Custos Logísticos no Brasil, da Fundação Dom Cabral (FDC). Gasto extra - Esse aumento de 0,64 ponto percentual representa um gasto extra de R$ 15,5 bilhões no biênio, a preços de 2017, de acordo com a Fundação. O professor Paulo Resende, coordenador do Núcleo de Logística, Supply Chain e Infraestrutura da FDC e responsável pela pesquisa, considera o percentual de 12,37% elevado. Para efeito de comparação, ele cita o equivalente na China (10% do faturamento bruto das empresas, em média) e dos Estados Unidos (8,5%). “Com a diferença de que lá o custo que pesa não é o do transporte, mas o da armazenagem”, diz. Longa distância - Na estrutura de custos logísticos das empresas, 30 | REVISTA 100% CAIPIRA

o transporte de longa distância é o fator mais oneroso, representando 40,1% desse tipo de despesa, seguido pela distribuição urbana (23,4%) e pela estocagem (17,7%). O modal rodoviário mantém o domínio absoluto entre os meios escolhidos para circulação das mercadorias: mais de três quartos do total. Já o hidroviário ocupa a lanterna, com menos de 1%. Maiores aumentos - Segundo a pesquisa, os custos logísticos que mais aumentaram no ano passado foram os de distribuição urbana, seguros, burocracia e rastreamento e segurança. Esse dado foi apurado conforme a percepção dos entrevistados, que atribuíram notas a cada quesito. Esses itens tiveram nota entre 3 e 3,2 num total de 5 - sendo 1 o menor impacto e 5, o maior. Medidas - As medidas mais adotadas para reduzir o impacto dos custos têm sido a terceirização de frotas (3,9 pontos em 5), negociação de maior prazo para entrega e trans-

Fonte: Portal Paraná Cooperativo

ferência do custo logístico para os clientes (ambas com 2,7 pontos). Fatores - De acordo com o levantamento, os fatores que mais pesam no custo da logística para as empresas hoje são a falta de estrutura de apoio nas estradas, as restrições de circulação de veículos de carga e a formação de mão de obra. Rodovias - A forte participação do modal rodoviário é um dos principais responsáveis pelo aumento dessas despesas, explica Paulo Resende, da Dom Cabral. “Todas as pesquisas mostram que a malha rodoviária brasileira se deteriorou muito nos últimos anos, sobretudo aquela administrada pelo setor público”, comenta. Os grandes caminhões trafegam por estradas ruins e, quando se aproximam dos centros urbanos, são obrigados a fazer o transbordo da carga, transferi-la para veículos menores para a distribuição urbana. Encarecimento - O transbordo em si já encarece a operação, mas o


i a mais em dois anos com infraestrutura strição urbana

Fonte: Portal Paraná Cooperativo

crescimento de restrições à circulação de carga pelos centros urbanos - criadas por conta dos congestionamentos - tem preocupado a indústria e o setor de transportes. Abastecimento - Resende acredita que, em pouco tempo, essas restrições possam deixar de ser um problema exclusivamente de tráfego e se transformar em uma questão de abastecimento. Restrição - A restrição a veículos de cargas, adotada inicialmente por São Paulo há uma década, já vigora em todas as dez maiores regiões metropolitanas do país e começa a entrar também no radar das cidades médias, como Mossoró, de 300 mil habitantes, no Rio Grande do Norte. De acordo com Resende, cerca de 200 cidades de porte médio adotam a medida por questões ligadas à qualidade de vida. Capitais - Figuram nesse rol as capitais Boa Vista (Roraima) e Macapá (Amapá), além das capixabas

Cariacica, Cachoeiro do Itapemirim e Guarapari, a mineira Araxá e as paulistas Bauru, Cubatão e Diadema. Segurança - O problema da segurança também incomoda as empresas. O risco da carga é um item cada vez mais constante nas planilhas de custos de transporte. Ainda sem uma média do setor, Resende afirma que o custo do frete para o Rio de Janeiro, no eixo da Avenida Brasil, por exemplo, principal entrada da cidade, subiu 30% desde o ano passado por conta do aumento dos roubos de carga e dos riscos para os transportadores. Ferrovias - Para Resende, é preocupante o fato de que o custo logístico ficou proporcionalmente maior em um período de crise. Ele acredita que essa estrutura de custo só vai mudar no médio prazo com o crescimento da malha ferroviária, principalmente para atender o agronegócio, e com novas concessões de rodovias, especialmente na região

Sul do país, onde há uma malha em condições mais propícias para ser explorada pelo setor privado. Setores - Os investimentos em melhoria da infraestrutura rodoviária beneficiariam principalmente os setores de alimentos e bebidas, têxteis, vestuário e calçados, além de alguns polos da indústria de bens de capital, na avaliação de Resende. Impacto - Os segmentos da economia com menor impacto da logística sobre o custo são o farmacêutico (média de 4,7% do faturamento bruto), o de bens de capital (5%), a indústria automobilística (5,1%) e a eletroeletrônica (6,1%). Já nos segmentos da construção (18%), do agronegócio (20,7%), de papel e celulose (21,7%) e mineração (26,1%), o peso é maior. Pesquisa - A pesquisa da FDC reuniu 130 empresas de 13 segmentos, que representam 15,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro (a preços de mercado de 2017). REVISTA 100% CAIPIRA |31


AVIAÇÃO AGRÍCOLA

Importação de aeronaves agrícolas cresceu 1,5% em 2017

Mato Grosso é o estado que tem mais aeronaves agrícolas, com 464. Em 2017, a importação de aeronaves agrícolas aumentou 1,5%, o que representa 32 aeronaves, os números são ainda mais positivos se for considerado o acumulado durante os últimos dez meses, que chegou a 46,2%. Os dados da Agência Federal de Aviação (FAA), indicam que a frota brasileira é a segunda maior do mundo, composta por 2.115 aeronaves, sendo 2.108 aviões e sete helicópteros, perdendo apenas para os Estados Unidos, que possuem 3,6 mil aeronaves agrícolas. O estado brasileiro que tem o maior número de aeronaves agrícolas é o Mato Grosso (464), seguido por Rio Grande do Sul (427) São Paulo (314) e Goiás (277) e Minas Gerais, que teve o maior crescimento em sua frota, passando de 71 aeronaves em 2016 para 82 em 2017, o que equivale a um aumento de 15,5 %. 32 | REVISTA 100% CAIPIRA

Luiz Ferraz, diretor da área de importação de aeronaves na Razac, explica que as importações no setor cresceram porque também aumentou a procura por aeronave agrícola turbo-hélice, que não são fabricadas no País e tem maior capacidade de aplicação do que as de pistão. “Notamos um crescente na demanda de modelos agrícolas, principalmente por conta do crescimento da economia”, afirma. Apesar desse aumento, Ferraz ressalta que o processo para se adquirir uma aeronave desse tipo é demorado e complexo, isso porque envolve questões como contrato de compra, aspectos legais e técnicos, traslados e o desembaraço aduaneiro. “Uma importação realizada de forma incorreta pode trazer prejuízos difíceis de recuperar. Além de verificar a legislação, o apoio de um

consultor é fundamental, pois o que funciona para o produtor vizinho, nem sempre pode funcionar para o outro”, destaca. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o crescimento na importação de aeronaves agrícolas voltou a crescer após anos de baixa, impulsionadas pela expansão de 13% da agropecuária. Ferraz afirma que a empresa acredita que a procura pela aeronave importada deva ser ainda maior no próximo ano.“Temos uma previsão otimista para 2018, de que o Brasil importe entre 30 e 40 aeronaves turbo-hélice novas, alcançando até 25% a mais do que no ano passado. Como não há produção do produto no Brasil e os impostos de importação são baixos, a compra no exterior se torna ainda mais atrativa”, conclui. Fonte: AGROLINK


CLIMA

Chuva favorece produção agrícola em Cariri (CE)

Fonte: Grupo Climatempo

Clima foi fator decisivo para bons resultados na agricultura da região; feijão e milho foram beneficiados Para os agricultores da região de Cariri, no Ceará, a produção tem sido motivo de comemoração. Com a volta das chuvas, as lavouras se desenvolveram bem e as expectativas são as melhores. “Em comparação com os anos anteriores, vai ser uma safra recorde devido à volta da pluviosidade. Agora, em abril, está chovendo bem em toda a região”, explica Francisco Lossi, gerente Regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (EMATERCE). Cariri sofria com seis anos de seca.

Mas o especialista conta que em fevereiro as chuvas voltaram a um ritmo esperado. Março prejudicou um pouco a agricultura, mas abril está superando todas as expectativas. Segundo a Climatempo, o retorno das chuvas esteve associado à Zona de Convergência Intertropical, a qual voltou a atingir o norte nordestino, por conta do aquecimento relativo das águas do Atlântico, perto da costa da América do Sul. A situação está favorecendo a agricultura de forma geral. Mas feijão, milho, amendoim e mandioca estão em

destaque. As três primeiras culturas são as mais representativas economicamente na região. Ainda não há uma projeção divulgada, mas os produtores esperam que o clima continue favorecendo. “Quanto mais chuva nos próximos meses, melhor a produção”, finaliza Lossi. O meteorologista da Climatempo, Alexandre Nascimento, completa que nas próximas semanas a previsão é de que ocorra a diminuição das chuvas, que não se cessam completamente. A tendência é de que a região volte a ter pouca chuva a partir de maio. REVISTA 100% CAIPIRA |33


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MÁQUINAS E IMPLEMENTOS

Mercado de colhedoras de cana deve ter 2018 de estagnação ou até encolher As declarações ocorrem às vésperas da 25ª Agrishow, feira de tecnologia agrícola que será realizada em Ribeirão Preto (SP), principal polo canavieiro do Brasil, entre 30 de abril e 4 de maio Fonte: Reuters

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O mercado de colhedoras de cana no Brasil deve ficar estagnado ou mesmo encolher em 2018, resultado da saturação no segmento, das dificuldades financeiras entre as usinas e do próprio ganho de eficiência dos equipamentos, que reduz a necessidade de trocas, avaliaram à Reuters as fabricantes desses produtos no país. As declarações ocorrem às vésperas da 25ª Agrishow, feira de tecnologia agrícola que será realizada em Ribeirão Preto (SP), principal polo canavieiro do Brasil, entre 30 de abril e 4 de maio. As vendas de colhedoras de cana chegaram a registrar um boom no início da década, na esteira de um protocolo agroambiental que previa o fim das queimadas em praticamente todos os canaviais até 2014. Desde então, porém, a comercialização se reduziu, e atualmente o setor nacional conta com aproximadamente 700 máquinas em operação, contra mais de 1 mil no passado recente, segundo cálculos das fabricantes. Só no primeiro trimestre de 2018, a queda nas vendas foi de 25 por cento, de acordo com a Anfavea. “(A demanda por colhedoras) praticamente chegou ao limite, já que mais de 95 por cento da colheita nacional de cana é mecanizada. Estamos em um nível de saturação”, disse Roberto Biasotto, gerente de Marketing de Produto da Case IH, empresa da CNH Industrial que ao lado de John Deere e Valtra, da AGCO, dominam o segmento no país. Maior produtor mundial de cana, o Brasil conta com uma área de cerca de 10 milhões de hectares da matéria-prima do açúcar e do etanol, processando na última safra (2017/18) em torno de 635 milhões de toneladas, conforme dados do governo. O país também é líder global em vendas de colhedoras, respondendo por 80 por cento de todo esse mercado. “Já era esperado que (o setor de colhedoras) fosse chegar a uma maturidade. As decisões de investi-

mentos pelas fabricantes ficam mais rigorosas agora... Para nós, isso representa um desafio, precisamos entender o que o cliente precisa”, acrescentou Biasotto, que vê o mercado com viés de estabilidade ou recuo em 2018. USINAS EM CRISE Não é apenas a “saturação” na mecanização da colheita que responde pelo desaquecimento do setor. Muito desse cenário também deve-se às dificuldades financeiras da indústria de cana, que viu várias indústrias fecharem as portas nos últimos anos e cujo endividamento atual é estimado em cerca de 80 bilhões de reais. “A gente vem de quatro, cinco anos ruins no segmento. Isso vem inibindo novos investimentos. Para este ano, principalmente por causa do preço do açúcar, isso está trazendo uma menor rentabilidade para as usinas”, afirmou o diretor de Vendas da AGCO para a Valtra, Alexandre Vinicius de Assis. Com efeito, a referência internacional do açúcar bruto na Bolsa de Nova York vem sendo negociada no menor patamar em mais de dois anos em virtude da perspectiva de ampla oferta. Para Assis, a queda de 25 por cento nas vendas de colhedoras no primeiro trimestre sinaliza um ano bem fraco. “Historicamente, 70 por cento das vendas de todo o ano concentram-se no primeiro semestre, quando tem início a safra”, explicou. Uma colhedora não é um investimento barato. Embora as fabricantes não abram valores, calcula-se que só o equipamento custe entre 1 milhão e 1,1 milhão de reais. Esse aporte fica ainda maior quando considerados o trator e o transbordo, que completam o “combo” necessário para a colheita. EFICIÊNCIA A boa notícia fica por conta do ganho de eficência das colhedo-

ras nos últimos anos, em meio a um maior uso de tecnologia, o que também reduz a necessidade de reposição das máquinas. De acordo com o diretor de Vendas da John Deere no Brasil, Rodrigo Bonato, isso permite uma espécie de rodízio entre as colhedoras, evitando que todas sejam usadas ao mesmo tempo e precisem de grandes reparos no término da safra. “A usina pega agora as máquinas todo o mês para fazer a reforma, mantém um quadro dedicado e fixo, e consequentemente vai dando a manutenção. Em dez meses (de safra) fez toda a reforma do maquinário, reduzindo o custo de manutenção dessas máquinas, porque ela não chega a quebrar”, comentou. “Quando você alia agricultura de precisão com gerenciamento de frota, você ganha gerenciamento de operação, o que significa agricultura de decisão”, afirmou. Conforme Biasotto, da Case IH, atualmente essas máquinas conseguem colher cerca de 700 toneladas de cana por dia, podendo checar a 1 mil dependendo do modelo. Há alguns anos, porém, o volume era praticamente a metade, entre 300 e 400 toneladas. Para o futuro, o setor vê o RenovaBio, a nova política de biocombustíveis do Brasil, como algo importante para puxar os investimentos na cadeia produtiva de álcool. “O RenovaBio está totalmente ligado. Para triplicar a oferta de etanol, precisa de mais cana. Isso vai puxar o mercado de máquinas”, disse Biasotto, ressaltando que os efeitos do programa, atualmente em fase de regulamentação, levarão alguns anos para aparecer, já que as decisões de investimento não são imediatas. Pelas estimativas do próprio governo, o RenovaBio pode gerar investimentos de 1,4 trilhão de reais e economia de 300 bilhões de litros em gasolina e diesel importados nos próximos anos. REVISTA 100% CAIPIRA |37


FRUTICULTURA

Muita fé na azeitona de Minas

Fonte: Estado de Minas

O incipiente setor da olivicultura no Brasil comemora, este ano, sua primeira década de produção de azeitonas e azeites totalmente nacionais 38 | REVISTA 100% CAIPIRA


A expectativa para é que sejam extraídos 160 mil litros do óleo em todo país. A concentração dessa nova indústria encontra-se na Região Sudeste e no Rio Grande do Sul. Um mercado promissor para um país que importou 56 milhões de litros entre 2016 e 2017. De acordo com a Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), só a Região Sudeste alcançou 42 mil litros de azeite produzidos na safra de 2017. A produção é crescente, e as plantas vão atingindo a maturidade depois de 10 ou 12 anos e pode produzir frutos por até 500 anos, atravessando várias gerações, dependendo dos cuidados do produtor. A cultura da oliveira conquistou o interesse de produtores e empresários e se espalhou pela região dos contrafortes da Serra da Mantiqueira, entre de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, além da Região Sul do país. O produtor que se interessar no plantio de oliveira deve se atentar a algumas características climáticas e do solo, recomenda Luiz Fernando de Oliveira, coordenador do programa de pesquisa em olivicultura da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em Maria da Fé, uma das cidades que registram as temperaturas mais baixas do país. A planta não gosta de solos encharcados e mal drenados. A região deve ter uma temperatura abaixo de 12.8ºC por pelo menos 300 horas anuais. A topografia mais acidentada pode provocar erosões no terreno. Também deve estar atento à escolha de variedades mais indicadas para a região do plantio (são mais de mil tipos de oliveiras espalhadas mundo afora). A Epamig já selecionou sete cultivares apropriadas ao nosso clima. Entre o plantio e o início da produção, o processo pode levar quatro anos. Trata-se de uma planta que exige cuidados como outras frutíferas em climas temperados e perenes como adubações, controles fitossanitário, podas de formação. Em Minas Gerais, para se obter um litro de azeite, são necessários entre sete e 10 quilos de azeitona. A colheita acontece entre final de janeiro e início de abril. A

produção de 10 quilos a cada planta é considerado ainda baixa, o ideal é chegar a 20 quilos por pé. O investimento é relativamente alto e a longo prazo. O capital investido só começa a ser recuperado por volta de cinco anos. “Após o retorno do investimento, o produtor terá só lucro por várias gerações, num mesmo espaço de plantio e com as mesmas frutíferas”, disse o coordenador do programa de pesquisas da Epamig. Na Região Sudeste, responsável pela metade da produção nacional, são em torno de 160 produtores, com 1 milhão de plantas em 2 mil hectares. “Isso movimenta a economia local, atrai turistas que utilizam hotel, restaurantes, visitam as plantações e a indústria, compra o azeite, gera emprego, movimentando toda a cadeia produtiva”, explica Luiz Fernando. A Epamig pesquisa desde a década de 1970 a cultura da oliveira na região da Serra da Mantiqueira. Em 2008, foi realizada em Maria da Fé a primeira extração de azeite de oliva no Brasil, feita em máquina artesanal. Em 2009, a empresa adquiriu um extrator de azeite, importado da Itália, com capacidade de processar até 100 quilos de azeitonas por hora, e passou a industriar o óleo, em parceira com a Assoolive e demais produtores da região. O produto obtido alcançou índices de acidez entre 0,2% a 0,7% e foi classificado como extravirgem, com a qualidade similar aos melhores azeites do mundo. Marcas - Há cerca de 40 marcas de azeites produzidos nos Contrafortes da Mantiqueira com tecnologia desenvolvida pela Epamig, no Campo Experimental de Maria da Fé. Esses produtos são comercializados em empórios e armazéns no próprio município, em Belo Horizonte, São Paulo, Campos do Jordão e Rio de Janeiro. São azeites frescos, artesanais, com baixa acidez, de variedades diversificadas como Arbequina, Koroneiki, Grappolo e Maria da Fé. “De 2008 até agora a principal mudança que notamos foi no interesse dos produtores. Naquela época haviam três ou quatro produtores se dedicando à cultura, hoje são cerca de 160 aqui na região e

alguns municípios do Espírito Santo”, informa Luiz Fernando de Oliveira. Os olivicultores têm investido também em lugares próprios (espaços para a extração), já são 18, segundo números da Assoolive. Luiz Fernando destaca também o avanço nas tecnologias para a obtenção de um produto de qualidade. “Hoje nós temos uma experiência muito maior, tanto no processo quanto no conhecimento desse azeite produzido na região. Um azeite fresco, com cheiro e aroma frutado, que chega ao consumidor em um intervalo curto após sua extração e com características sensoriais de amargo e picância distintas às de outras regiões produtoras”, afirma. As primeiras mudas de oliveira chegaram a Maria da Fé na década de 1950, trazidas por um imigrante português. O clima frio ajudou na adaptação e foram identificadas outras regiões com possibilidades de expandir o plantio, como as serras da Mantiqueira e do Mar e no Espírito Santo. Com o sucesso em Minas, o Rio Grande do Sul também começou a produzir, já que as condições climáticas desse estado são favoráveis. Mesmo sendo cultivar nova no país, há registros de pragas na cultura, como a presença da formiga cortadeira, algumas doenças fúngicas, os fungos gostam de temperatura alta e umidade, tempo propício no verão. Mas existem maneiras de manejar essas doenças. Os produtores aguardam resposta do Ministério da Agricultura, já que os produtos utilizados em outros países ainda não estão autorizados ao manejo em solo nacional. O azeite é um produto de alto valor financeiro agregado. Muito apreciado tanto na parte da gastronomia quanto medicinal. O Brasil é um dos grandes consumidores do produto. Especialistas de países com tradição já comprovaram a qualidade do produto e algumas marcas já receberam prêmios em concursos internacionais. O Certifica Minas já prepara um selo que atesta a qualidade, a ser concedido pela Secretaria de Estado de Agricultura Pecuária e Abastecimento (Seapa) e suas vinculadas Epamig, Emater e IMA. REVISTA 100% CAIPIRA | 39


FLORICULTURA

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SOJA

RTRS reúne palestrantes para discutir mudanças na cadeia de soja responsável Entre 30 e 31 de maio, a Associação Internacional de Soja Responsável (RTRS) realiza mais uma edição de sua Conferência Anual, a RT13 A cidade de Lille, na França, foi escolhida pela segunda vez consecutiva para reunir palestrantes do mundo inteiro e os principais players da cadeia de suprimento da soja, como produtores, representantes da indústria, governos, ONGs, associações e trades. No primeiro dia, o encontro irá abordar o Cerrado brasileiro e os avanços na garantia de compromissos com o desmatamento zero e quais desafios ainda persistem; o crescimento do mercado de soja responsável e o que é preciso para aumentá-lo; os riscos sociais e as oportunidades de mudança, bem como podem ser enfrentados e como a certificação RTRS pode contribuir. Já no segundo dia, o conteúdo discutido será a plataforma da soja e como criar um espaço global e comprometido com a soja responsável; e o incentivo a participação dos governos – as experiências do Norte e Sul do planeta, e quais práticas devem ser instituídas para acelerar o cumprimento dos acordos governamentais e abordagens jurisdicionais. Uma das palestrantes é representante dos produtores rurais dos estados do Maranhão, Piauí e Tocantins. Gisela Introvini é engenheira agrônoma e superintendente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor Exportação Norte - FAPCEN (Fundação de Apoio 42 | REVISTA 100% CAIPIRA

à Pesquisa no Corredor de Exportação Norte). “Esperamos que a conferência deste ano ajude a criar uma visão unificada entre os participantes, para que todos os países envolvidos na cadeia de produção com a comercialização e utilização da soja possam transmitir uma única e simples mensagem - que a RTRS é uma das ferramentas mais importantes que temos para mitigar o risco agrícola, ajudar a promover o uso responsável do solo e da água e apoiar a preservação ambiental”, observa. Ela ressalta que há muitos problemas urgentes na indústria da soja atualmente e, a alta produtividade no solo que costumava ser pobre e improdutivo, é um desafio real. “Agora podemos ver que sistemas inovadores de plantio, rotação e diversificação de culturas, estoques de carbono e avanços em biotecnologia no projeto de melhoramento de cultivares fizeram a diferença e mostraram um benefício real para as áreas em que a soja é cultivada”, comenta. Representando a indústria, Madeleine Eilert é a Líder Global de Fornecimento Responsável de cereais, açúcar e soja da Nestlé. Ela é responsável por supervisionar o fornecimento ético dessas commodities nas cadeias globais de fornecimento da empresa. Em sua palestra, ela irá abordar como as empresas

podem responder às questões levantadas no Manifesto Cerrado. “Uma produção de soja sustentável e responsável é muito importante para mim e para o meu trabalho diário. Vivemos em um ecossistema frágil que só sobreviverá se todos entenderem os riscos e impactos de nossa vida moderna. Eu vejo e sinto os impactos da mudança climática todos os dias e é hora de agir. Todos nós precisamos respeitar o meio ambiente em que vivemos e as pessoas com quem trabalhamos, direta e indiretamente, nas cadeias de fornecimento dos produtos que consumimos”, ressalta. As palestrantes irão participar da sessão “Riscos sociais e oportunidades”, em que discutirão temas como: quais são os riscos sociais que ainda existem na cadeia de valor da soja, as formas de conter esses riscos e como a certificação RTRS pode contribuir a resolvê-los. Os demais palestrantes do evento podem ser conferidos em http://www.responsiblesoy.org/annual-conference/speakers-rt13/?lang=pt A RT13 é ótima oportunidade para unir empresas parceiras, varejistas e outras partes interessadas para falar sobre o desafio comum de como lidar com os compromissos compartilhados de 2020 sobre o desmatamento zero. Para se inscrever. Fonte: RTRS


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ARTIGO

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FEIRAS E EVENTOS

TECNOSHOW

COMIGO

registra

mais de R$ 2,5 bilhões em negócios Fonte: Assessoria de Comunicação da COMIGO

Volume é 47% maior do que o registrado no ano passado. Com número recorde de público e expositores, feira já tem data marcada para 2019 Otimismo foi a palavra de ordem durante a 17ª edição da TECNOSHOW COMIGO, em Rio Verde (GO). A feira movimentou mais de R$ 2,5 bilhões em volume de negócios no período de 9 a 13 de abril. O número é recorde, se comparado às edições anteriores, já que em 2017 o volume atingiu R$ 1,7 bilhão e em 2016, R$ 1,3 bilhão. Mais de 106 mil pessoas visitaram o Centro Tecnológico COMIGO (CTC), que neste ano contou com a presença de 550 expositores de diferentes segmentos. A Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (COMIGO) já confirmou também a data da feira para 2019: será de 8 a 12 de abril, em Rio Verde. Segundo o presidente da COMIGO, Antonio Chavaglia, em entrevista coleti46 | REVISTA 100% CAIPIRA

va na sexta-feira, 13/04, este foi um ano promissor em todos os sentidos, tanto para os produtores rurais quanto para as empresas presentes na feira. “Os números de 2018 foram bastante expressivos e gratificantes, porque mostram o resultado do trabalho em equipe e a importância da união de esforços em prol de viabilizar o agronegócio. Pessoas de vários estados visitaram a feira e puderam perceber a integração que existe entre produtores, a Cooperativa e o público”, ressaltou. Chavaglia enfatiza ainda que houve desafios ao longo do último ano, econômicos e políticos. “Mas nós, produtores rurais, estamos acostumados a desafios e enxergamos 2018 com otimismo. Apesar de tudo o que estava acontecendo no País, trabalhamos para pro-

mover renda e sustentabilidade. Cada vez mais vamos continuar a produzir alimentos”, destacou. Durante os cinco dias da TECNOSHOW COMIGO, foram apresentadas tecnologias e novidades em máquinas, veículos e equipamentos agropecuários, insumos e resultados de pesquisas, além de demonstrações e lançamentos de novas variedades de cultivares, plots agrícolas em vários experimentos, apresentações, palestras com especialistas renomados e dinâmicas de animais. Também foram disponibilizadas linhas de crédito e financiamento voltados ao produtor rural, por meio de instituições financeiras, e atividades diversas pensadas para todos os envolvidos no agronegócio brasileiro.


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RECEITAS CAIPIRAS

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MACARRÃO AO ALHO E ÓLEO INGREDIENTES

1 cabeça de alho 2 colheres de sopa de azeite de oliva 150g de tomate cereja 100g de ervilhas frescas 300g de bacon Cheiro verde picado Sal a gosto PREPARO

Em uma panela com água fervente coloque um fio de óleo, sal e cozinhe o macarrão depois reserve. Pique bem o alho e o bacon, coloque o azeite em uma frigideira doure o bacon e o alho, despeje ainda quente no macarrão, acrescente a ervilha e o tomate cereja cortado em fatias, coloque em uma travessa salpique o cheiro verde por cima e sirva em seguida. REVISTA 100% CAIPIRA | 49


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Onde seu cavalo ĂŠ mais feliz

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