SEGURO RURAL: A MELHOR SOLUÇÃO PARA SUA www.revista100porcentocaipira.com.br
PRODUÇÃO
Brasil, junho de 2018 - Ano 6 - Nº 60 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Com as incertezas climáticas a única previsão de tempo bom é o seguro rural REVISTA 100% CAIPIRA |
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Trigo e cevada:
Estoques mundiais de trigo serão menores
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Análise de mercado: Programa do Senar resulta em roteiros turísticos
Pesquisa:
Bambu é alternativa de renda na produção familiar
Café:
Você esta preparado para a bienalidade da produção de café?
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Artigo: Seguro Rural: a melhor solução para sua produção
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Mercado florestal: São Paulo consolida processo de excelência sanitária de mudas
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Cultura caipira:
Trofeu Fusco Neto 2018
Agricultura:
Dia de Campo na AgroBrasília mostra sistema agrossilvipastoril orgânico
Saúde animal:
Circovirose Suína: investimento na prevenção evita prejuízos Receitas Caipiras: Cocada REVISTA 100% CAIPIRA |
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TRIGO E CEVADA
Brasil, junho de 2018 Ano 6 - Nº 60 Distribuição Gratuita
Fonte: Agrolink
E s t o q u e s mundiais de trigo serão menores 6,1 milhões de toneladas a menos do que a safra anterior A disponibilidade global de trigo para 2018/19 deverá aumentar levemente, com os estoques iniciais sendo parcialmente compensados por um declínio na produção, que foi recorde na safra anterior. É o que trouxe o novo relatório de Oferta e Demanda divulgado nesta quinta-feira (10.05) pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). A produção mundial de trigo deverá ser de 747,8MT, cerca de 10,6MT a menos do que o recorde do ano anterior. “A maior parte desta redução se deve à diminuição de 13,0MT da produção da Rússia”, aponta a T&F Consultoria Agroeconômica. O consumo mundial de trigo deverá ser de 753,9MT, ou 10,1MT a mais do que a temporada de 2017/18. As importações mundiais deverão crescer 3,5MT para o período 2018/19, estabelecendo o sexto recorde consecutivo. Com o total do uso maior do que a disponibilidade, os estoques finais deverão ser de 264,3MT, ou 6,1MT a menos
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do que a safra anterior. FUNDAMENTOS - A safra de trigo dos EUA para 2018/19 está projetada para 49.57 milhões de toneladas, cerca de 5% a mais do que ano anterior, também de acordo com o USDA. O aumento anual ocorreu devido ao aumento da área colhida e a um pequeno aumento na produtividade. Os reduzidos estoques iniciais e importações menores totalizaram uma oferta, cerca de 1,33 MT menor do que o ano anterior. O rendimento médio de todos os trigos está projetado para 3.057 kg/ ha, um pouco maior do que o da safra 2017/18. Especificamente, o rendimento do trigo de inverno está abaixo da média nos estados que foram afetados pela seca, como Kansas, Oklahoma e Texas. A produção combinada de trigo de primavera e trigo durum para 2018/19 deverá aumentar 34% em relação ao ano anterior, que foi muito baixa, devido ao aumento tanto da produção quanto do rendimento.
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FRUTICULTURA
Vo l u m e d e suco de laranja exportado aos EUA sobe 69% e beira recorde O volume exportado de suco de laranja aos Estados Unidos cresceu 69% nos dez primeiros meses da safra 2017/2018, entre julho do ano passado e abril deste ano O volume atingiu 256,22 mil toneladas O volume exportado de suco de laranja aos Estados Unidos cresceu 69% nos dez primeiros meses da safra 2017/2018, entre julho do ano passado e abril deste ano, em comparação com igual período de 2016/2017, de 151,76 mil para 256,22 mil toneladas. A dois meses do fim da safra, a indústria brasileira se aproxima do recorde histórico de exportações da bebida ao mercado norte-americano, em 2006/07, de 259,4 mil toneladas, volume que será superado já neste mês de maio. Já a receita com as exportações de suco para os Estados Unidos atingiu US$ 453,6 milhões em dez meses da safra 2017/2018. O valor já supera o recorde de US$ 419,13 milhões, obtido na safra 2014/15, e representa alta de 62% ante os US$ 279,4 milhões dos dez primeiros meses da safra 2016/17. O levantamento, divulgado nesta segunda-feira (14), pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) a partir dos dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), considera a soma dos volumes de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) e do o suco fresco, ou não concentrado e congelado (NFC). O volume de NFC, seis vezes maior, é transformado no equivalente em FCOJ e somado ao do concentrado no total divulgado.
O suco de laranja enviado aos Estados Unidos é basicamente o FCOJ utilizado para ser reconstituído e comercializado no mercado local, ou reexportado. A produção norte-americana, em queda por causa da ação do greening na Flórida - principal praga dos pomares -, obrigou o fechamento de fábricas naquele Estado. Como consequência, a demanda pela bebida brasileira tem aumentado. Para completar, a oferta local foi atingida também pela ação do furacão Irma, que afetou a produção de pomares daquele Estado norte-americano no fim do ano passado. Com o desempenho das exportações ao mercado norte-americano, o volume total embarcado da bebida entre julho e abril deste ano sobre o mesmo período da safra anterior cresceu 30%, de 723,15 mil para 941,41 mil toneladas. A receita com as exportações totais de suco saltou 31% entre os mesmos períodos, de US$ 1,31 bilhão para US$ 1,72 bilhão. O volume vendido nos dez primeiros meses da safra 2017/2018 para a União Europeia, destino de 60% do suco de laranja brasileiro no período, atingiu 558,7 mil toneladas ante 459 mil toneladas de FCOJ equivalente no período anterior, alta de 22%. É o mesmo porcentual de variação na receita do suco exportado entre os períodos para a o bloco econômico, de US$ 831,2 milhões para US$ 1,016 bilhão.
Entre os mercados restantes, destaque é o Japão, com o crescimento de 41% nos embarques em dez meses de safra, para 40,7 mil toneladas e de 64% na receita, com US$ 78,5 milhões. A China aumentou em 19% o volume de suco importado do Brasil, com 30,14 mil toneladas e em 31% a receita, a US$ 60,6 milhões, entre os períodos. Em comunicado, o diretor executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, avaliou que “o ritmo nas exportações brasileiras ainda é guiado pelo cenário de restrição de oferta observado durante o ano passado. A baixa na produção durante a safra 2016/2017, uma das menores da história continua, sem dúvida, influenciando no ritmo de alta da safra corrente”. A CitrusBR voltou a comparar o atual período com os dez meses da safra retrasada, a 2015/2016, antes dos problemas derivados da pouca oferta de laranja, e mostrou que há um aumento de 3% no volume total de FCOJ equivalente exportado pelo Brasil. Naquela safra, o volume exportado entre julho de 2015 e março de 2016 estava em 913,8 mil toneladas. Na comparação entre esses dois períodos e desconsiderado a safra passada, a CitrusBR aponta que Estados Unidos, com alta de 55% no volume exportado, e União Europeia, com recuo de 11% mostram direções opostas no comércio Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO da bebida. REVISTA 100% CAIPIRA |
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ARTIGO
Seguro Rural: a me sua pro
Com as incertezas climát tempo bom é o 8 | REVISTA 100% CAIPIRA
elhor solução para odução
ticas a única previsão de o seguro rural
Por: Eduardo Reis
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egundo o site de p es quis as Wi k ip é di a: “O s eguro nas ceu da ne cessid ade do homem em cont rol ar o r is co. E xistem indícios que j á na B abi lôni a, 23 s é c u los antes de cr isto, c aravanas de c ameleiros que cr uzavam o des er to mutu a lizavam ent re si os prejuízos com mor te de animais. Na C hina ant iga e no Imp ér io R omano t amb ém hav i a s eguros r udiment ares, at ravés de ass o ci açõ es que v is avam ress arcir membros que t ivess em a lgum t ip o de prejuízo. Os comerci antes chines es que s e aventuravam a t ransp or t ar as su as merc ador i as inst a l ando-as em déb eis emb arc açõ es que desci am p el as cor rente zas dos g randes r ios cont inent ais e que, p ara e v it ar a r uína de a lguns deles,
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dist r ibuí am-nas de mo do a que c ad a b arco cont ivess e uma p arte de c ad a comerci ante, est avam aplic ando o pr incipio b ásico do s eguro. S e uma emb arc aç ão nauf ragava, a p erd a cor resp ondi a a uma p e quena p ar te dos b ens de c ad a um. O mesmo s e p o de dizer dos comerci antes árab es, que p ara cr uzar os des er tos e lugares inóspitos dist r ibuí am os s eus b ens ent re vár i as c aravanas e, dent ro d a mesma c aravana, ent re divers os c amelos. C om o R enas cimento e a exp ans ão mar ít ima d a ép o c a Merc ant i lismo a cob er tura aos r is cos gan hou nova imp or t ânci a. Tornaram-s e comuns op eraçõ es chamad as de C ont rato de Din heiro e R is co Mar ít imo que consist i a num emprést imo d ado a um navegador, e que pre v i a uma cobranç a maior no c as o de sucess o d a v i agem e o p erd ão d a dív id a
s e a emb arc aç ão e a c arga foss em p erdid as. Foi em v ir tude dos s eguros mar ít imos que s e des envolveu a gest ão de r is co na maior p ar te do mundo. E ss as for mas pitores c as foram de ext rema imp or t ânci a p ara garant ir a s eguranç a d as merc ador i as que circ u l avam p or v i as terrest res e mar ít imas. Ness a ép o c a o s eguro aind a inspirava dúv id as com rel aç ão à integ r id ade d as “s eguradoras” – que na verd ade eram p ess o as que assumi am os r is cos. Mas, o s eguro foi cr i ando forç a e conquist ando cre dibi lid ade, e foi em G ênova, p or volt a de 1347, que o pr imeiro cont rato de s eguros foi es cr ito. Nele cont in ha inúmeras cl áusu l as que garant i am ou is ent avam os s eguradores de p agarem as indenizaçõ es. As pr imeiras ap ólices s ão d at ad as de 11/07/1385 (Pis a/
It á li a) e 10/07/1 397 (Florenç a/ It á li a). As ap ólices tor navam-s e comuns no f ina l do s é c u lo XIV. No s é c u lo XVII, o merc ado s e c ur it ár io s e exp andiu e gan hou novos pro dutos de cob ertura ter rest re, esp e ci a lmente em de cor rênci a do Grande Incêndio de L ondres de 1666, que dest r uiu cerc a de 25% d a cid ade. C om a R e voluç ão Indust r i a l, o s eguro ac ab ou s e tor nando um item prat ic amente obr igatór io em to d as as áre as d a at iv id ade humana, af ina l, os avanços te cnológ icos, as at iv id ades de a lto r is co e os novos meios de t ransp or tes p o dem c aus ar prejuízos de prop orçõ es inc a lc u l áveis.” To do ess e cres cimento d a indúst r i a, do comércio e dos meios de t ransp or te, fe z com que as empres as s eguradoras t amb ém e voluíss em p ara acomp an har a demand a do merc ado. Hoj e existem s eguradoras que cont rol am vu ltos os va lores, cont r ibuindo com a s o cie d ade, na geraç ão de empregos e com proj etos de resp ons abi lid ade s o ci a l. E ste mod a l estende-s e a to dos os s etores existentes no merc ado atu a l, inclusive na ag r ic u ltura, qu a lquer p ess o a f ísic a ou jur ídic a que s ej a pro dutora r ura l p o de obter um s eguro r ura l. É s abido que o pr incip a l e maior dos r is cos p ara o ag ronegó cio é o clima e to d as as su as var i açõ es, isto afet a de for ma inesp erad a ou até pre v ist a no s etor ag r ícol a em gera l. Para obter maior garant i a no s etor a mel hor a lter nat iva e que vem cres cendo a c ad a di a é o s eguro r ura l, a lém de uma excelente a lter nat iva p ara o pro dutor t amb ém é de suma imp or t ânci a p ara a for maç ão de uma c adei a est ável de pro duç ão gerando mais s eguranç a e est abi lid ade f inanceira p ara o s etor. Muito a lém d a pro duç ão r ura l
propr i amente dit a o s eguro r ura l protege t amb ém to do o p at r imônio do pro dutor, cré dito p ara comerci a lizaç ão de s eus pro dutos e até mesmo o óbito do pro dutor s egurado. D ep endendo do t ip o de cont rato, o s eguro r ura l auxili a na re duç ão do êxo do r ura l, j á que o mesmo garante a cont inuid ade d as at iv id ades de pro duç ão no c amp o. O s eguro r ura l aind a tem um p otenci a l de diminuir a inadimplênci a do pro dutor com os ce dentes de cré dito r ura l e as demais inst ituiçõ es f inanceiras p or s er um garant idor natura l de re c urs os p ara s a ld ar compromiss os f inanceiros cont raídos no c as o de qu ais quer intemp ér ies que ven ham c aus ar d anos na pro duç ão ou no s eu resu lt ado f ina l. A ferramenta de estimativa do s eguro r ural é o Z ARC (Z oneamento Agrícola de Ris co Climático) que considera vários asp ectos climáticos, de s olo e de cultivar das regiõ es a s erem s eguradas para garantir com maior precisão quais são as áreas aptas e inaptas de uma cultura adequada para cada região. O Z ARC p ossibilita ainda que cada região ou município p ossa identif icar as melhores ép o cas para cada plantio nos diferentes tip os de s olos e ciclos climáticos para diminuir ainda mais o ris co dess es cultivares. C om o aumento da necessidade dos pro dutores r urais em obter o s eguro r ural o governo lançou o PSR (Programa de Subvenção ao Prêmio do S eguro Rural), trata-s e de um programa de ap oio aos pro dutores r urais que des ejam proteger suas lavouras contra ris cos climáticos advers os. Por meio da subvenção econômica ao prêmio do s eguro r ural, o G overno Federal ap oia f inanceiramente àqueles pro dutores que contratarem essa mo dalidade de
garantia, arcando com parcela dos custos de aquisição do s eguro. O p ercentual de subvenção pago p elo G overno Federal varia de 40% a 60% de acordo com as prioridades da p olítica agrícola formulada p elo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As mo dalidades de s eguro r ural amparadas p elo PSR são agrícola, p ecuária, f lorestas e aquícola. Em to da cadeia pro dutiva do agronegó cio os PSR abrangem as s eguintes mo dalidades: S eguro Agrícola que cobre a vida da planta des de a emergência até a colheita, contra raios, incêndios, tromba d’água, geada e chuvas; S eguro Pecuário que indeniza o pro dutor em cas o de mor te do animal; S eguro Aquícola para indenização p or mor te ou outros ris cos aos animais aquáticos decorrentes de acidentes ou do enças; S eguro de B enfeitorias e Produtos Agrop ecuários (R amo 30), fo cado a cobrir p erdas e danos aos b ens relacionados às atividades agrícola, p ecuária, aquícola ou f lorestal; S eguro de Penhor Rural (R amo 62); S eguro de Florestas; S eguro de Vida do Pro dutor Rural (R amo 98); S eguro de C édula do Pro duto Rural (R amo 09), e é s empre b om lembrar que nem to das as s eguradoras estão habilitadas no programa, para sab er quais são pro cure sites conf iáveis como o site do MAPA ou de entidades como a FENACOR . Emb ora há pro dutor que ainda tenha resistência em obter um s eguro r ural p or achar muito oneros o e p ouco vantajos o, o s eguro r ural é uma ferramenta muito ef icaz e necessária no mundo do agronegó cio para garantia de um futuro com menores ris cos e maior tranquilidade aos pro du tores r urais p ois, pre venir s empre é o mel hor remé dio. REVISTA 100% CAIPIRA | 11
Agronegócio também tem tudo haver com festanças.
Fogueira, bandeirinhas, jogos, guloseimas e muita cultura num só mês
Muitas pessoas aproveitam esta época do ano para se divertir e comer muita coisa gostosa, mas festa junina tem muita cultura e além, festa junina combina com agro, não só na questão das gostosuras, mas também influencia na indústria têxtil. Barracas, brincadeiras e danças, família e amigos reunidos com muita variedade de comes e bebes, onde podemos encontrar na culinária típica dessa época o pinhão, o amendoim (para doces e petis12 | REVISTA 100% CAIPIRA
cos), o milho (em muitos alimentos como pipoca, bolos, tortas, canjica, cuscuz, cural e outros), o fubá (para bolo), cocada, maça (para doce como a maça do amor), o arroz (para o arroz doce), abóbora (doce de abóbora) e para as deliciosas bebidas temos o quentão (com ingredientes como açúcar, gengibre e pinga), vinho quente (vinho, maça, abacaxi, cravo e canela) e não tão menos importante os apreciadores de cerveja, que não é tradicional da festa mas não
pode faltar. Nesta época festiva podemos encontrar reuniões de amigos e famílias em muitos locais, como igrejas, escolas, ruas, casas de famílias e as mais procuradas que movimentam o setor do turismo que são as grandes festas organizadas em cidades tradicionais. Segundo a Conab – Companhia Nacional de Abastecimento – os dados revelam que a estimativa realizada em agosto da 1ª e 2ª safras de amendoim total Brasil de
2015/16, comparadas ao volume de 2014/15, obtiveram um aumento de 18%. São estimadas 407,7 mil toneladas de produção de amendoim nas safras de 2015/16 e, as equivalentes a 2014/15, corresponderam a 346,8 mil toneladas. Ainda de acordo com a Companhia, o estado de São Paulo representou 90% da produção brasileira das safras de 2014/15. Nas safras de 2015/2016, este número sobe para 93%, já que a projeção da 1ª e 2ª safras no estado de São Paulo é de 378,7 mil toneladas. A estimativa da área colhida em 2015/16, de 120,4 mil hectares, representa um aumento de 11% comparada à área colhida em 2014/15, que foi de 108,9 mil hectares. “O São João é a festa popular mais celebrada pelos brasileiros depois do Carnaval, com forte impacto nas economias locais... Nesse momento de dificuldades, o São
João chega não apenas para alegrar, mas, sobretudo, movimentar a economia”, ressaltou o ministro do Turismo na época Henrique Eduardo Alves em entrevista realizada a Rádio Turismo no início de junho de 2016. Já em 2018 o Ministério do Turismo prevê para a festa junina do interior pernambucano uma movimentação financeira de R$ 200 milhões e criação de seis mil empregos numa das mais conceituadas cidades que é Caruaru, dentre tantas outras. Não podemos deixar de citar o setor têxtil que nesta época também comemora o aumento estimado em 30% com vendas de trajes típicos como camisas, vestidos e acessórios juninos como aventais, chapéus de palha, laços de fita e retalhos coloridos que completam o visual. Apesar de ser uma festa religio-
sa trazida pelos portugueses e que homenageiam três santos da Igreja Católica: Santo Antônio (13/06), São João (24/06) e São Pedro (29/06), a festa junina tem como objetivo reunir famílias e amigos para brincar e se divertir, seja dançando quadrilha, subindo no pau de sebo ou pulando fogueira. Como podemos observar a festa junina além de divertir movimenta toda a economia do país, principalmente o setor do agronegócio que é muito intenso e pouco valorizado. A paixão dos brasileiros por esta magnífica festa é tão grande que hoje em dia já é comum ouvir e vivenciar as festas julinas, esticando a tradição para mais um mês. Então sabemos que a festa também tem um importante papel econômico, com geração de empregos e renda nas cidades onde são realizadas. Artigo: Adriana Reis
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ADUBOS E FERTILIZANTES
Novo fertilizante deve reduzir custos no emprego de ureia A inovação da tecnologia é que os inibidores de urease, que evitam a transformação do nitrogênio presente no fertilizante em amônia gasosa ou em nitrato, em vez de estarem aplicados ao redor do grânulo do produto, agora estão incorporados ao grânulo Fonte: Embrapa Solos
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Tecnologia desenvolvida pela Embrapa Solos (RJ) em parceria com a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), pode gerar grande economia na aplicação de ureia pelos produtores rurais. Cientistas das duas instituições desenvolveram um fertilizante nitrogenado com aditivos incorporados aos grânulos, técnica que reduz perdas de nitrogênio provocadas por lixiviação (carreado em enxurradas) e por volatização. A inovação da tecnologia é que os inibidores de urease, que evitam a transformação do nitrogênio presente no fertilizante em amônia gasosa ou em nitrato, em vez de estarem aplicados ao redor do grânulo do produto, agora estão incorporados ao grânulo. Os produtos foram desenvolvidos no laboratório de Tecnologia de Fertilizantes da Embrapa Solos e os testes de volatilização de nitrogênio e eficiência agronômica foram realizados no Departamento de Ciência do Solo da Esalq/USP.
Paulo César Teixeira, da Embrapa Solos. A ureia é o fertilizante mais utilizado na agricultura mundial como fonte de nitrogênio, e é caracterizada como fertilizante sólido granulado ou pastilhado com concentração por volta de 45% de nitrogênio. “Dos três nutrientes mais requeridos pelas culturas, o nitrogênio é o elemento mais importante para a produtividade, que necessita ser periodicamente fornecido às plantas e representa cerca de 60% do consumo mundial de fertilizantes. A ureia é o fertilizante nitrogenado usado em maior escala na agricultura devido a características como menor preço por unidade de nitrogênio e elevada concentração do elemento. Também apresenta menor custo com fabricação, transporte, armazenagem e aplicação, apresenta alta solubilidade, baixa corrosividade e facilidade de mistura com outras fontes”, revela Teixeira. Por outro lado, a ureia é o fertilizante nitrogenado que apresenta as maiores perdas de nitrogênio por volatilização.
Perdas de mais de 40% do fertilizante
Quarto maior consumidor mundial de fertilizantes
“Mais de 40% do fertilizante nitrogenado é perdido para a atmosfera quando aplicado no campo. Além disso, o fertilizante nitrogenado é um insumo caro e, em grande parte, importado”, revela o chefe-geral da Embrapa Solos, José Carlos Polidoro. “Os inibidores de urease são conhecidos há bastante tempo. Com sua incorporação aos grânulos conseguimos aumentar sua eficiência. Por isso, a vantagem competitiva do produto para a indústria é grande, já que ele utiliza um inibidor conhecido, em menor dose”, detalha. Os inibidores de urease proporcionam menores perdas e, consequentemente, produtos com esses inibidores apresentam maior eficiência agronômica em relação à ureia perolada e aos fertilizantes comerciais revestidos com esses mesmos aditivos. Os aditivos incorporados à ureia retardam ou prolongam o tempo de disponibilidade contínua do nitrogênio no solo, minimizando as perdas. “Dessa forma, o uso de fontes nitrogenadas à base de ureia com maior eficiência e melhor relação custo-benefício passa a ter um papel estratégico para a adubação das culturas”, afirma o pesquisador
O Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo e o sexto produtor. Apesar dos esforços do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em nacionalizar a fabricação de fertilizantes nitrogenados, a dependência brasileira da importação aumentou nos últimos 12 anos. Os dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) demostram que de 2005 a 2016 o País aumentou sua dependência da importação de fontes nitrogenadas de 64% para 83%. Dados da Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil (Ama Brasil) indicam que de janeiro a julho de 2017 essa dependência foi de 85%. Ainda segundo a Anda, a produção, a importação e o consumo de ureia no Brasil, em 2016, foram de 1.014.561 toneladas; 4.597.170 toneladas e 5.598.147 toneladas, respectivamente. Rede FertBrasil A tecnologia foi desenvolvida no âmbito da Rede FertBrasil, composta por uma estrutura de pesquisa, desenvolvimento e transferência de tecnolo-
gia em fertilizantes no Brasil e coordenada pela Embrapa. O objetivo geral da Rede é propor soluções tecnológicas e avanços em diferentes campos do conhecimento no desenvolvimento de novas gerações de fertilizantes e insumos biológicos para o fornecimento eficiente de nutrientes na agricultura tropical. Ela também pretende consolidar uma rede nacional de pesquisa e validação de tecnologias de fertilizantes, reconhecida pelos setores público e privado como a rede de pesquisa de referência sobre o tema. Ureia e nitrogênio “A ureia é utilizada para adubação na agricultura para fornecer nitrogênio para as plantas. O nitrogênio é um macronutriente primário, do qual as plantas necessitam em grandes quantidades”, explica a engenheira agrônoma Ioná Rech, doutora em ciência pela Esalq/ USP que participou da pesquisa. “A deficiência de nitrogênio nas plantas pode ser identificada nas folhas velhas, principalmente pela coloração uniforme verde-clara a amarelada”, continua Ioná. “As plantas deficientes apresentam atraso no desenvolvimento vegetativo e pode ser possível observar necrose nas pontas e margens das folhas velhas. As plantas podem apresentar deficiência de nitrogênio causada pelo baixo fornecimento desse nutriente pelo solo, e pela baixa eficiência da adubação nitrogenada devido às elevadas perdas especialmente com o uso da ureia na adubação”, detalha a especialista. A ideia de incorporação de inibidores de urease na ureia surgiu no período em que Ioná foi bolsista na Embrapa Solos, entre 2010 e 2012. Vários trabalhos para o desenvolvimento do novo fertilizante foram realizados na Unidade. Já os estudos de avaliação do produto aconteceram durante o mestrado da cientista, realizado na Esalq/USP. O fertilizante nitrogenado com aditivos incorporados aos grânulos é de fácil fabricação, sem necessidade de grandes adaptações nas instalações das fábricas interessadas em produzi-lo. A Embrapa detém a tecnologia, e a patente do produto foi obtida em parceria com a Esalq. A comercialização e produção do fertilizante serão feitas por meio de parceria com empresas interessadas. REVISTA 100% CAIPIRA | 15
ANÁLISE DE MERCADO
Farelo de soja e celulose são destaques nas vendas externas em abril Fonte: Assessoria de Comunicação Social MAPA
Exportações brasileiras de produtos do agronegócio atingiram US$ 8,89 bilhões em abril de 2018 As exportações brasileiras de produtos do agronegócio atingiram US$ 8,89 bilhões em abril de 2018, cifra 2,7% superior ao valor registrado em igual mês do ano anterior (+US$ 231,63 milhões). Com este resultado, a contribuição do agronegócio nas exportações totais brasileiras alcançou 44,8%. A Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou nesta terça-feira (15) os números da Balança Comercial do Agronegócio. A balança comercial de produtos agropecuários – diferença entre a exportação e a importação – gerou saldo positivo de US$ 7,59 bilhões em abril de 2018 contra US$ 7,57 bilhões contabilizados em abril de 2017. O destaque da pauta das exportações no mês de abril foi o complexo florestal, puxado pelas vendas de celulose, que teve recorde no mês de abril em quantidade (1,17 milhão de toneladas, +10,4%) e valor (US$ 643,80 milhões, + 40,3%). 16| REVISTA 100% CAIPIRA
No complexo soja, o farelo de soja teve incremento de 30,7%, atingindo US$ 614,21 milhões em abril de 2018. Na quantidade, a alta foi de 16,9%, chegando a 1,55 milhão de toneladas. De acordo com a análise da SRI, a seca na Argentina prejudicou a produção do grão possibilitando que o Brasil ampliasse suas exportações do produto, incorporando parte das vendas do país vizinho. Outros produtos que tiveram forte crescimento nas vendas externas foram bovinos vivos (+224,3%) - com embarques principalmente para a Turquia, fumo (+77,4%) e o suco de laranja (+44,9%). Em relação ao dinamismo dos mercados compradores dos produtos nacionais, os principais destaques do mês foram Portugal (US$ 107,08 milhões e +675,3%); Paquistão (US$ 126,08 milhões e +97,8%); Vietnã (US$ 142,18 milhões e +78,9%); Turquia (US$ 148,29 milhões e +69,1%); Alemanha (US$ 238,73 milhões e +48,2%); Itália (US$
185,35 milhões e +47,5%); e Argentina (US$ 153,02 milhões e +44,9%). A China continuou figurando como o principal destino das exportações do agronegócio brasileiro em abril, com US$ 3,65 bilhões. No período de janeiro a abril de 2018, o comportamento das exportações brasileiras reflete o perfil do mês de abril. Com o desempenho favorável para a celulose, incremento de quase US$ 1 bilhão no período (+48,9%), fumo (+87,5%), farelo de soja (+18,9%), animais vivos (+231%) e suco de laranja (+41,9%). Neste primeiro quadrimestre, quatro países registraram crescimento das aquisições brasileiras acima de 20%: Turquia (US$ 445,26 milhões; +95,4%); Itália (US$ 760,69 milhões; +30,2%); Hong Kong (US$ 879,83 milhões; +29,5%); e Argentina (US$ 513,41 milhões; 24,1%). China segue em primeiro lugar no ranking do principal destino do agronegócio nacional no período, com US$ 9,48 bilhões (+0,6%).
ARROZ
Indústria do arroz participa de missão empresarial na China
Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) está presente em comitiva que acompanha o ministro da agricultura, Blairo Maggi Além de reuniões com representantes do governo local, a agenda prevê visita a feira SIAL China, a maior da Ásia e quarta maior do setor de alimentos e bebidas do mundo, com foco em inovação e tendências que acontece em Xangai, na China. Durante a manhã de terça-feira (15/05) a diretora executiva da Abiarroz, Andressa Silva, e o executivo de Promoção Comercial projeto Brazilian Rice, Diogo Thomé, participaram, em Pequim, de reunião com o ministro da agricultura, Blairo Maggi e com o secretário de relações internacionais Odilson Luiz Ribeiro e Silva. - Já vinhamos fazendo um alinhamento com a secretaria de relações internacionais do MAPA por conta do in-
teresse no mercado chinês, desde 2012, no primeiro convênio entre a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz). Tecnicamente, houve tentativas diversas de abertura do mercado sem sucesso. A partir dos encaminhamentos realizados nesta viagem, o tema será levado para uma comissão bilateral, Brasil-China, no âmbito da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN) que envolve, além do arroz, outros setores como soja, biotecnologia, carne e frango - comentou Andressa. Um pleito realizado pela entidade durante a missão é a entrega de um
relatório do produto brasileiro às autoridades sanitárias chinesas visando a obtenção de exigências dos requisitos fitossanitárias que o país exige para que os produtores consigam se adequar. - Os entraves burocráticos precisam ser vencidos para que possamos exportar o produto brasileiro para o país asiático e esse está sendo, sem dúvida, um passo muito importante - completou Andressa. No ato de assinatura de renovação do convênio entre a Apex-Brasil e a Abiarroz, no final de abril, a entrada no mercado chinês já era debatida. O país é considerado o maior produtor, importador e consumidor de arroz no mundo. Fonte: Play Press REVISTA 100% CAIPIRA |17
LATICÍNIOS
Projeto inédito no Brasil sob lácteos funcionais é d
Fonte: Assessoria de Comunicação CRMV-GO
O assunto foi abordado no último Seminário de Responsabilidade Técnica com o tema Indústria Láctea, dia 11 de abril, no CRMV-GO O soro lácteo, coproduto proveniente da fabricação do queijo, e o leitelho, coproduto obtido após o processamento da manteiga, passam a ser aproveitados na produção de alimentos funcionais, aqueles que produzem efeitos benéficos ao sistema nervoso, gastrointestinal e cardiovascular, além de suas funções nutricionais básicas. Trabalho inédito no Brasil está sendo desenvolvido pela equipe do Médico Veterinário Prof. Dr. Edmar Soares Nicolau, do Centro de Pesquisa em Alimentos (CPA) da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universi18| REVISTA 100% CAIPIRA
dade Federal de Goiás (UFG), dentro do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Universidade. O assunto foi abordado no último Seminário de Responsabilidade Técnica com o tema Indústria Láctea, dia 11 de abril, no CRMV-GO. O que é descartado na indústria láctea, ao ser reaproveitado, disponibiliza uma riqueza de nutrientes com propriedades funcionais importantes. Além disso, promove o desenvolvimento sustentável, que engloba a esfera econômica, social e ambiental. O reaproveitamento
desses coprodutos confere benefícios para a indústria de queijo e manteiga, por viabilizar um destino adequado e lucrativo para resíduos industriais, que causam grandes danos ao meio ambiente. Também beneficia aquelas indústrias que querem processar esses coprodutos por terem acesso à matéria-prima de baixo custo para fabricação de alimentos com alto valor agregado. Os consumidores, que terão acesso a um produto com características nutritivas e funcionais valiosas, também são os grandes beneficiados.
bre fabricação de derivados desenvolvido em Goiás As ideias inovadoras sobre reaproveitamento do soro lácteo, do leitelho e da utilização de frutos do Cerrado já interessam empresas do ramo lácteo no Estado de Goiás. Produtos Desenvolvidos O trabalho científico que envolve Médicos Veterinários, Zootecnistas, Engenheiros Agrônomos e Engenheiros de Alimentos é desenvolvido há cerca de três anos no CPA. Já foram desenvolvidos produtos inovadores e sustentáveis como a bebida láctea fermentada saborizada com polpa de araticum e bebida láctea fermentada acrescida de leitelho e saborizada com cagaita. Estão em desenvolvimento outros projetos inovadores como a fabricação de bebida láctea fermentada prebiótica saborizada com gabiroba que utilizará leitelho em sua composição, bebida kefir saborizada com mangaba e um sorvete funcional saborizado com polpa de cagaita, que apresentará leitelho e prebiótico na composição. Tanto o soro lácteo quanto o leitelho são matérias-primas com importantes funcionalidades e apresentam custo baixíssimo para a indústria láctea. O Brasil é o terceiro maior produtor de queijos do mundo, portanto, existe soro lácteo em abundância no mercado brasileiro. Recentemente o consumo de manteiga voltou a subir, logo o volume de leitelho produzido também apresenta crescimento. Esses coprodutos são pouco explorados comercialmente, mas possuem características nutricionais, funcionais e tecnológicas importantes. Soro Lácteo O soro lácteo apresenta boa digestibilidade, baixa caloria e se destaca por sua fração proteica, rica em aminoácidos essenciais que atuam no cérebro,
por meio de antioxidantes. Ainda possuem ação positiva sobre absorção de minerais, anabolismo muscular, redução de gordura corporal nos tecidos adiposos, além de apresentar propriedades antimicrobianas e antivirais. Vale ressaltar que não há gastos com a produção do soro lácteo, já que o custo está incluso no processo da fabricação de queijos. Atualmente o soro lácteo é utilizado basicamente para garantir a textura de bebidas lácteas, no entanto é subaproveitado em relação ao seu valor nutricional e funcional. Leitelho
Já o leitelho é 100% descartado pela indústria. Muitas vezes esse descarte é feito de forma incorreta gerando grandes prejuízos ao meio ambiente, em virtude da sua elevada Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), “altamente poluente”, como explica a médica veterinária Renata Teixeira Pfrimer, que também participa da pesquisa. Esse tipo de resíduo com alta DBO retira o oxigênio do ambiente onde for descartado, prejudicando fauna e flora da região. O leitelho apresenta importância nutricional, funcional e tecnológica. Trata-se de um coproduto que confere propriedades regulatórias no organismo, tem funções estruturais, auxilia a imunidade, ajuda na absorção e transporte de ácidos graxos e apresenta propriedades antimicrobianas. É importante elemento na recuperação do fígado contra lesões provocadas por compostos químicos como fármacos, álcool e intoxicações e por doenças virais agudas ou crônicas. Também é fonte de colina, que atua no desenvolvimento cerebral. O leitelho também é um excelente emulsificante, melhora o sabor, aroma e textura dos alimentos. Da mesma forma que o soro lácteo, não há gastos com a produção do leitelho, já que o custo está incluso no
processo da fabricação da manteiga. Frutos do Cerrado
Os frutos do Cerrado escolhidos pelos pesquisadores não servem apenas para saborizar os produtos. Eles apresentam rico valor nutricional e funcional. A gabiroba e a cagaita, por exemplo, são fontes de vitamina C, A, B2, cálcio, magnésio, ferro, ácidos graxos essenciais, além de terem potencial antioxidante. São encontrados fartamente no Cerrado, entretanto, são plantas pouco exploradas comercialmente. Caso os projetos ganhem escala industrial, as plantações comerciais de frutos do Cerrado podem gerar emprego e renda para milhares de pessoas e ainda colaborar na preservação do bioma. Trabalhos serão mostrados nos EUA em junho Os projetos do CPA da UFG foram aceitos no maior congresso lácteo do mundo, organizado pelo American Dairy Science Association, que acontece entre 24 e 27 de junho, em Knoxville, Tennessee (EUA). Serão apresentadas três pesquisas sobre tecnologia na fabricação de derivados lácteos funcionais. As pesquisas atendem os objetivos da Agenda 2030, determinada pelos países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU). “Trata-se de produtos inovadores e sustentáveis, com visão de crescimento global”, enfatizou o médico veterinário Edmar Soares Nicolau, que arremata ao dizer que os produtos estão diretamente ligados a seis dos 17 objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. De Goiás para o mundo. REVISTA 100% CAIPIRA | 19
PESQUISA
Bambu é alternativa de renda na produção familiar É possível manejar bambus nativos e fazer da planta uma opção de renda na agricultura familiar. Com técnicas de colheita adequadas o vegetal rebrota com facilidade e pode produzir por muito tempo
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É possível manejar bambus nativos e fazer da planta uma opção de renda na agricultura familiar. Com técnicas de colheita adequadas o vegetal rebrota com facilidade e pode produzir por muito tempo. É o que concluiu uma pesquisa da Embrapa realizada em comunidades rurais do Acre com o objetivo de comprovar o potencial econômico e viabilizar o aproveitamento desse recurso natural. Com moradores da Reserva Extrativista Chico Mendes, município de Assis Brasil (AC), os pesquisadores atuaram na definição de um sistema de produção para a cultura. Além de possibilitar o manejo de reservas nativas, as pesquisas realizadas pela Embrapa em parceria com a Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa (Sebrae) e Universidade Federal do Acre (Ufac) contribuíram para desmistificar o vegetal, antes considerado indesejado por sua capacidade de se espalhar rapidamente. Para demonstrar as potencialidades do bambu aos agricultores, os pesquisadores instalaram um experimento na comunidade Bambuzal e testaram técnicas de seleção, corte e colheita da planta, além de métodos de tratamento e processamento, para garantir qualidade à madeira, segundo conta o pesquisador da Embrapa Acre Elias Miranda. “Paralelamente a esse trabalho, identificamos alternativas sustentáveis de aproveitamento da madeira na propriedade e compradores potenciais para a produção. Aos poucos, eles perceberam que o bambu é uma cultura promissora, com muitas possibili-
dades econômicas”, relata o cien- ras) e esterilhas (pranchas aplainatista. das utilizadas para a confecção de painéis) tratadas na comunidade. Sem replantio: bambu rebrota “O aprendizado prático ajudou por mais de 30 anos a transformar em fonte de renda uma planta vista como praga. Em Perene, de rápido crescimento três anos, faturamos 80 mil re(algumas espécies crescem até 20 ais com a venda desses produtos. centímetros por dia) e fácil rege- Uma pena não ter despertado anneração, o bambu pode produzir tes para o valor do bambu”, conta por mais de 30 anos, sem a ne- Oliveira. cessidade de replantio. ConforOs resultados motivaram oume Miranda, uma das principais tros produtores rurais a investir particularidades do manejo dessa no bambu como atividade produgramínea é a colheita seletiva, com tiva, entre eles Francisco da Silva, retirada anual de colmos madu- morador do Assentamento Banros. Em bambuzais nativos deve deirante, município de Porto Acre, ser colhida metade das plantas por que há dois anos tem o apoio de touceira. Em cultivos plantados, pesquisadores no manejo da plana partir dos cinco anos é possível ta. “Aprendi a realizar a colheita colher de 20% a 50% dos colmos na floresta e tratar a madeira de com potencial econômico, depen- forma adequada. Hoje atendo dendo da espécie e finalidade de encomendas de empresas de Rio uso. Branco e São Paulo. Cada vara de O pesquisador explica, ainda, quatro metros custa entre oito e 12 que a extração regular, com base reais, de acordo com o diâmetro”, em orientações técnicas, ajuda a enfatiza. A meta do agricultor é planejar a produção, facilita a co- ampliar o negócio com o cultivo lheita e permite o surgimento de de bambu consorciado com açaí. novas plantas, aspecto que garante a manutenção do bambuzal e No Brasil, há 258 espécies de sustentabilidade à atividade. “Co- bambu nhecer o comportamento reprodutivo do bambu é importante De acordo com a Lista de Espara orientar empreendimentos pécies da Flora Brasileira existem comerciais, seja em reservas nati- 258 espécies de bambu no País, vas ou áreas cultivadas. Como se distribuídas em 35 gêneros e entrata de uma planta ainda em fase contradas nos diferentes biomas de domesticação, existe um longo brasileiros. Essa diversidade, corcaminho até desvendar plenamen- respondente a cerca de 20% do tote a sua biologia”, afirma Miranda. tal dos bambus no mundo, favorece a realização de pesquisas para o De praga a fonte de renda melhoramento genético da planta e conservação da espécie, o que Na propriedade do agricultor é feito pela Embrapa desde 2013, Assis Oliveira, a família investiu em parceria com a Universidade na comercialização de colmos (va- de Brasília (UnB). Um dos enfoREVISTA 100% CAIPIRA |21
ques desses estudos é a produção de mudas, a partir de materiais genéticos de interesse comercial coletados em localidades da Amazônia e Cerrados. Entre os resultados dos estudos está a definição de protocolos para a produção de mudas em laboratório, por propagação in vitro, com uso de biorreatores. O método, de acordo com o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF) Jonny Everson Pereira, permite multiplicar as plantas de forma semi-industrial e proporciona agilidade ao processo “Isso garante a oferta de mudas de qualidade, em larga escala, e reduz tempo e custos com mão-de-obra”, enfatiza. Além da técnica in vitro, no Acre a produção de mudas ocorre também em viveiros instalados em propriedades rurais parceiras, atividade que avalia a capacidade reprodutiva de espécies do gênero Guadua. “Por ser um processo simples, a propagação natural, por brotação de estacas, pode ser realizada pelos agricultores para obtenção de plantas tanto para aplicação em benfeitorias na propriedade rural como para gerar renda extra”, diz Miranda. Mapa do bambu A maior reserva natural de bambu do planeta, localizada no sudoeste da Amazônia Legal, abrange cerca de 180 mil quilômetros quadrados de florestas com a presença da planta, que se iniciam na Cordilheira dos Andes, nos territórios peruano e boliviano, e se estendem até o esta22| REVISTA 100% CAIPIRA
do do Acre e parte do Amazonas. Essa imensa mancha verde cobre cerca de 40% das florestas acreanas, o equivalente a 4,5 milhões de hectares com bambus nativos, conforme dados do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) do estado. Para conhecer de perto esse recurso natural, desde 2009 um grupo de pesquisadores realiza o mapeamento de diversos municípios. O trabalho pioneiro revelou maior concentração de bambus com potencial econômico nos municípios de Assis Brasil, Manoel Urbano, Xapuri e Sena Madureira, situados a leste do Estado. “Os conhecimentos sobre as espécies, quantitativo e localização espacial das reservas nativas serviram como subsídio para a criação do Plano Estadual de Desenvolvimento do Bambu, política pública que reúne diretrizes básicas para o uso sustentável desse recurso natural no Acre, estabelece regras para o cultivo e prevê investimentos para a geração de tecnologias para a cultura”, afirma Aldemar Maciel, gerente de projetos do Sebrae. Mercado em expansão Presente em diversas partes do mundo, o bambu é utilizado para diferentes finalidades - da produção de brotos comestíveis à execução de projetos inovadores em arquitetura e engenharia. Segundo a Rede Internacional de Bambu e Rattã (Inbar), entidade que reúne mais de 43 países em iniciativas voltadas para o uso desses vegetais, incluindo o Brasil, o
mercado mundial do bambu movimenta cerca de 60 bilhões de dólares ao ano. No Brasil, conforme dados da Associação Brasileira de Produtores de Bambu (Aprobambu), existem cultivos de bambu no Maranhão (22 mil hectares) destinados à produção de biomassa para geração de energia para o setor industrial, principalmente cervejarias e cerâmicas. Na Paraíba e Pernambuco, os 15 mil hectares com a planta destinam-se à produção de celulose e papel para embalagens para cimento. São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e Paraná investem em cultivos comerciais com foco na produção de painéis, broto e fitocosméticos. Guilherme Korte, presidente da Aprobambu, considera as pesquisas essenciais para direcionar investimentos para suprir a demanda crescente por bambu no mercado interno e de outros países. “Temos imensas reservas naturais com espécies de Guadua tão resistentes, leves e flexíveis quanto a madeira convencional, que podem ser aproveitadas, e um clima propício para o cultivo da planta em todas as regiões, inclusive como alternativa para recuperação de áreas degradadas. O caráter renovável e os usos múltiplos fazem do bambu uma excelente alternativa de produção para agricultores familiares e uma opção de negócio sustentável para a região, com benefícios econômicos, sociais e ambientais”, Fonte: Embrapa Acre destaca.
AQUICULTURA E PESCA
Pesca da tainha: Santa Catarina tem cota de 3.417 toneladas em 2018
Os pescadores catarinenses podem respirar aliviados
O Governo Federal publicou na última quarta (16), as portarias que regulam a pesca da tainha no Sul do Brasil, estabelecendo uma cota de 3.417 toneladas para Santa Catarina na temporada de pesca deste ano. Esse valor será dividido entre a pesca industrial e a frota de emalhe anilhado – não sendo aplicada para a pesca artesanal de praia. Ao todo, o estado terá 180 embarcações autorizadas e os pescadores têm três dias para solicitar a liberação. A cota máxima é divida em 2.221 toneladas para a pesca industrial (frota de cerco/traineira) e em 1.196 toneladas para a frota de emalhe anilhado. E os limites de embarcações são: 50 barcos industriais e até 130 barcos de emalhe anilhado. Lembrando que, as Arqueações Brutas (AB) das embarcações não poderão ultrapassar 5.000 AB para a frota industrial e de 1.036 AB para o emalhe anilhado. Segundo o gerente de Aquicultura e Pesca da Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, Sérgio Winckler, essa cota foi definida a partir de estudos de avaliação de estoques, analisando a capacidade máxima de pesca com o menor impacto possível nos cardumes. “Dessa forma o pescador tem mais segurança para pescar, com um maior número de embarcações autorizadas e
Fonte: Assessoria de Imprensa Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca de SC
sem causar impacto na reposição dos cardumes”, ressalta. Controle - O controle do limite máximo de captura se dará por meio do monitoramento das tainhas recepcionada nas indústrias processadoras de pescado com Serviço de Inspeção Federal (SIF), além das informações de Mapas de Bordo e Mapas de Produção preenchidas pelos próprios pescadores. As empresas pesqueiras que adquirirem tainha diretamente de produtores são obrigadas a informar, em até 48h, o recebimento de produção oriunda da pesca artesanal e industrial. O formulário poderá ser preenchido online no site do Ministério do Meio Ambiente e da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca ou entregue diretamente nas unidades descentralizadas da Secretaria Especial de Pesca ou do IBAMA em Santa Catarina. Autorização - Os pescadores têm um prazo máximo de três dias – contados a partir de hoje (16 de maio) – para solicitar a autorização junto a Secretaria Especial da Pesca. Os interessados devem encaminhar um requerimento e a documentação solicitada para o endereço eletrônico: selecaotainha2018@outlook.com.
A documentação e os critérios para pesca industrial são: estar devidamente autorizada para a captura de sardinha verdadeira (Sardinella brasiliensis); ter atuado na pesca de tainha em pelo menos um ano no período de 20082017; estar devidamente aderida e regular no Programa Nacional de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras por Satélite (PREPS); estar devidamente regular quanto à entrega de Mapas de Bordo e não ter condenação transitada em julgada, em sede de processo administrativo ou judicial, por prática de pesca ilegal. Será autorizada apenas uma embarcação por proprietário (CNPJ/CPF). A pesca de emalhe anilhado, deverá atender aos seguintes critérios: estar devidamente autorizada na modalidade de emalhe costeiro de superfície ou emalhe costeiro de fundo desde o ano de 2013; ter Arqueação Bruta inferior ou igual a 20AB; atuar na pesca de tainha com emalhe anilhado por no mínimo cinco anos. Será autorizada apenas uma embarcação por proprietário (CNPJ/ CPF). Após encerrado o prazo de solicitações, a Secretaria Especial da Aquicultura e da Pesca terá três dias para divulgar a relação das embarcações autorizadas a pescar ou com pendências. REVISTA 100% CAIPIRA | 23
CAFÉ
Você esta preparado para a bienalidade da produção de café?
Estresses bióticos e abióticos acentuam naturalmente essa bienalidade
Com a colheita em andamento, é certo que na maioria das lavouras de café arábica será colhida uma excelente safra, algo variando em torno de 41 a 45 milhões de sacas, cujos limites inferior e superior, refletem as previsões de órgãos ligados a produção ou comercialização do café, respectivamente. Outra certeza é a de que, em resposta a bienalidade do café brasileiro produzido a pleno sol, a safra 2019 será bem menor que a atual. Estresses bióticos e abióticos acentuam naturalmente essa bienalidade. As causas das flutuações da safra em anos consecutivos se devem à particular característica da espécie arábica de não “conseguir” equilibrar as relações fonte-dreno. Por conta disto, depois de uma grande safra as lavouras ficam desfolhadas, as folhas remanescentes apresentam-se deficientes em nutrientes minerais, as ponteiras dos ramos secam, um grande volume de raízes absorventes morre e as plantas ficam mais vulneráveis à pragas e doenças. A causa primária de tudo isto é a força dos drenos (frutos) que leva ao esgotamento das reservas de carboidratos nos ramos, caules e raízes e a pequena capacidade de reposição desses compostos pelas fontes (folhas). Paradoxalmente, essas anomalias fisiológicas são acentuadas 24 | REVISTA 100% CAIPIRA
pelo manejo das lavouras brasileiras que privilegia grandes diferenciais de produção entre anos consecutivos, em vez de safras médias satisfatórias todos os anos. Frente a atual situação é preciso minimizar a bienalidade com práticas que amenizem o estresse fisiológico e que estimulem o metabolismo do cafeeiro auxiliando o pegamento da florada e a manutenção dos frutos na planta. Para tanto, atenção especial deve ser dada ao manejo nutricional, evitando adubações de acordo com a carga pendente, adubar sempre com base em resultados de análise de solo e de folhas e, atentar para a escolha da fonte de adubo mais apropriada para atender aos objetivos no curto, médio e longo prazo. O mesmo deve-se dizer do modo e da época de aplicação do adubo, sempre em solo corrigido com calcário e gesso. Irrigação, adensamento, sombreamento, controle preventivo de pragas e doenças e manejo do mato entre outros, também devem fazer parte do pacote tecnológico. Além disto, uma boa estratégia para diminuir a bienalidade é o parcelamento do plantio ano a ano, quando da implantação da lavoura. Alternativamente, se a escolha de manejo for pela manutenção da bienalidade, é preferível que ela seja radical adotando-
-se o sistema de safra zero nos talhões de carga alta, seguido de um manejo relacionado, especialmente no tocante a desbrota, nutrição mineral e controle de pragas, doenças e do mato. Na atual conjuntura da moderna cafeicultura mundial (cujas palavras de ordem são reduzir custos e aumentar a competitividade e qualidade) e a preferência do cafeicultor por altas produções mesmo com bienalidade, a soma dessas ações (safra zero com manejo relacionado) tem-se mostrado a forma mais eficiente de garantia e permanência sustentável na atividade. Enfim, parece que é chover no molhado, mas não há alternativa. Temos que ir direto ao ponto e focar no que é realmente importante. Portanto, seja qual for a sua opção, produzir diminuindo a bienalidade com práticas que estimulem as atividades fisiológicas do cafeeiro ou acentuando-a ao extremo com o uso do sistema safra zero, procure parceiros competentes e especialistas no assunto. Cooperativas, associações e outros órgãos de extensão (pública ou privada) ou assessoria técnica exclusiva ou autônoma certamente terão a solução para este grande desafio. Fonte: Rede Social do Café Prof. José Donizeti Alves - Fisiologia Vegetal / DBI / UFLA
FLORES
Galpão da Floricultura é uma das atrações da 58ª Exposição Estadual Agropecuária
Competição às “cegas” é a grande novidade deste ano
As flores, sempre lembradas em datas comemorativas, na decoração de festas e harmonização de ambientes, voltam a ser destaque na 58ª Exposição Estadual Agropecuária no Parque da Gameleira, em Belo Horizonte. Entre os dias 23 a 27 de maio os visitantes poderão participar de oficinas e conhecer o trabalho dos produtores mineiros de flores e plantas ornamentais por meio dos arranjos, vasos e decorações. Sucesso de público em 2017, a exposição de flores e folhagens entra em seu terceiro ano com mostras de plantas e flores de corte da região das Vertentes, Metropolitana, Zona da Mata e Sul de Minas. A Engenheira Agrônoma da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Mariana Moreira Marotta, explica que o objetivo do Galpão da Floricultura é mostrar a força da cadeia produtiva da floricultura no estado.
“Com a exposição mostramos a impor- Sympla. tância socioeconômica da floricultura, Competição as “Cegas” as possibilidades de geração de trabalho e renda no setor e o incentivo ao conMomento de maior interação com sumo de flores fora das datas especiais”, o público, a competição às “cegas” é a diz Mariana. grande novidade do Galpão neste ano. Dois artistas florais terão que montar Oficinas os arranjos de flores com os olhos venOs interessados em aprender mais dados. A mostra é aberta ao público e sobre o universo das flores podem se gratuita. inscrever nas oficinas que acontecem Realização durante a exposição. Na sexta-feira (25/05) a oficina será “Como fazer arA 58ª Exposição Estadual Agroperanjos para decoração de casa. Faça você mesmo” às 16h. No sábado a oficina tem cuária é uma realização do Governo de como tema “Como fazer um minijardim Minas por meio da Secretaria de Agride cactos e suculentas”, a partir das 11h. cultura, Pecuária e Abastecimento e Já no domingo, o curso será “Como fa- do Instituto Mineiro de Agropecuária zer um terrário” às 11h. (IMA), em parceria com as instituições As inscrições para as oficinas são vinculadas Emater-MG e Epamig e com gratuitas e com vagas limitadas. Os inte- a Federação da Agricultura e Pecuária ressados podem se inscrever através do do Estado de Minas Gerais (Faemg). REVISTA 100% CAIPIRA |25
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AGRICULTURA DE PRECISÃO
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MERCADO FLORESTAL
São Paulo consolida processo de excelência sanitária na produção de mudas de seringueira
produção de mudas de seringueira em bancada e substrato é realidade no estado de São Paulo
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP
Desde 30 de abril não se pode mais comercializar mudas provenientes de viveiro de solo ou de sacola plástica com terra (Resolução SAA – 24, de 8-52017). É uma posição consolidada pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento, com olhar no futuro e respeito a quem quer produzir com sanidade e qualidade. O sistema consiste na produção em que as plantas ficam suspensas em 30 | REVISTA 100% CAIPIRA
uma bancada de pelo menos 40 centímetros de altura em vez de cultivá-las diretamente no chão. São plantadas em substrato de origem vegetal, principalmente casca de pinos, e ficam dentro de sacolas plásticas em cima da bancada. Outra grande vantagem é a praticidade na hora do plantio proporcionada pelo peso das mudas que no substrato pesa apenas 1,5 quilo, enquanto a convencional chegava a pesar 4,5 quilos.
A produção por este sistema impossibilita a contaminação de pragas de solo e raízes. O nematoide Meloidogyne exígua raça 3, é o que mais preocupa os produtores, deixando a planta debilitada e suscetível a fungos e reduzindo a produção de látex. Em alta incidência causa morte de plantas em reboleiras. O desenvolvimento do sistema sobre bancada e substrato teve origem em pesquisas realizadas pelo Escritório
de Defesa Agropecuária (Eda) de Barretos em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) que mostram a necessidade de alterar o sistema de produção em que as mudas fossem isentas de nematoides dos gêneros Meloidogyne e Pratylenchus. “O produtor rural precisa ter garantia que está adquirindo mudas isentas de nematoides para não contaminar a sua propriedade com essa praga de dificílimo controle” disse engenheiro agrônomo da Secretaria Paulo Fernando de Brito, que junto à Coordenadoria de Defesa Agropecuária responde pela direção técnica do Eda de Barretos explicando que não se conhece método eficiente de controle para essa praga, “o máximo que se consegue é amenizar o problema com a diminuição da população de nematoides no seringal com aplicação de produtos biológicos”. Na busca pela excelência sanitária foi preciso derrubar resistências, promover conhecimento técnico e científico, conscientizar o viveirista na adoção do novo sistema e apresentar aos produtores as vantagens das mudas serem sadias, com melhor qualidade do sistema radicular e crescimento de forma ordenada e uniforme. De 16 a 18 de maio foi realizado em São José do Rio Preto, um treinamento para 52 engenheiros agrônomos da Coordenadoria de Defesa Agropecuária e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), que atuam nas principais regiões produtoras de seringueiras no Estado, para viabilizar a orientação e os cuidados técnicos aos produtores e aos viveiristas, e garantir que a muda saia sadia do viveiro e encontre igual condição para se desenvolver e produzir. A origem do sistema adotado no Estado Durante mais de 50 anos as mudas comercializadas no Estado foram produzidas no solo ou em sacola plástica com terra. Com a publicação pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento da Instrução Normativa nº 29, de 05 de agosto de 2009, que estabe-
leceu as exigências para a produção de sementes e de mudas de seringueira (Hevea spp.), visando garantir a sua identidade e qualidade, o Escritório de Defesa Agropecuária (Eda) de Barretos, da Coordenadoria de Defesa Agropecuária em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) realizou dois levantamentos amostrais: com a Unesp Jaboticabal para conhecer o índice de contaminação de nematoides em mudas de seringueira e com a Unesp Botucatu para conhecer o índice de contaminação de seringais por nematoides. “Nos dois levantamentos os dados foram assustadores, mostrando que era fundamental mudar o sistema de produção de mudas de seringueira, para evitar a disseminação de nematoides no Estado e garantir a comercialização de mudas com qualidade sanitária, qualidade morfológica e qualidade genética”, disse o engenheiro agrônomo Paulo Fernando de Brito, diretor do Eda de Barretos. Em 2012 a Unesp Jaboticabal publicou o trabalho “Ocorrência de nematoides em amostras de solo e raízes coletados em viveiros de mudas de seringueira no Estado de São Paulo”, com os dados da amostragem realizada em 78 viveiros. O nematoide Meloidogyne spp estava presente em 82% das amostras de solo e em 35% das amostras de raízes. O Pratylenchus sp estava presente em 74% das amostras de solo e em 74% nas amostras de raízes. Em 2013 apresentou no Congresso Brasileiro de Fitossanidade o trabalho “Ocorrência de nematoides em viveiros de mudas de seringueira no Estado de São Paulo” com amostragem em 88 viveiros e mostrou que o Meloidogyne estava presente em 63,64% das amostras de solo e em 26,14% das amostras de raízes. O Pratylenchus estava presente em 60,23% das amostras de solo e em 62,50% nas amostras de raízes. O trabalho “Nematoides fitoparasitas em seringais do Estado de São Paulo”, publicado pela Unesp Botucatu em 2014, com amostra-
gem em 75 seringais de 64 municípios do Estado, mostrou que nematoide do gênero Meloidogyne estava presente em 49,3% dos municípios e o nematoide Pratylenchus brachyurus em 66% dos municípios. Com base nessas informações, a Coordenadoria de Defesa Agropecuária começou a trabalhar com viveiristas tradicionais um novo sistema de produção de mudas de seringueira, com o objetivo de produzir mudas sem pragas de solo, principalmente nematoides. Foi então implantado no estado de São Paulo o sistema de produção de mudas de seringueira em bancada e substrato. O Boletim Técnico “Mudas de Seringueira em Bancada e Substrato” com o detalhamento para a implantação do novo sistema foi publicado em parceria com a Comissão Técnica de Seringueira e está disponível no site da Coordenadoria de Defesa Agropecuária, no endereço http://twixar.me/b1m3 Diversos trabalhos científicos e de pesquisa foram publicados mostrando a viabilidade do sistema de produção de mudas de seringueira em bancada e substrato e relatando com clareza que mudas produzidas no solo ou em sacola plástica com terra é um veículo disseminador de nematoides e alertando para o enorme risco de se formar seringal com mudas contaminadas por nematoides. Base Legal Desde 01/01/2015 (Resolução SAA – 23, de 26/06/2015) as mudas passaram a ser produzidas em sacolas plásticas ou similar, com substrato, sobre bancada com no mínimo 40 cm de altura. As mudas de solo restantes produzidas antes desta data puderam ser comercializadas até 30 de abril de 2018 (Resolução SAA – 24, de 8-5-2017). Para jardim clonal instalado antes de 26 de junho de 2015, a comercialização das borbulhas poderá ser feita até 29 de fevereiro de 2020 (Resolução SAA – 18, de 3-4-2018). REVISTA 100% CAIPIRA |31
Troféu Fusco Neto CULTURA CAIPIRA
2018 Osasco recebe a edição 2018 do Troféu Fusco Neto realizada pela ABAS (Associação Brasileira dos Artistas Sertanejos) no mês de Maio e teve participação de diversos artistas que valorizam a importância do Fusco Neto para a música caipira. Nossos cliques comprovam o sucesso do evento, este que podemos encontrar muita música de qualidade e muita conversa boa com amigos num ambiente familiar.
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AGRICULTURA
Dia de Campo na AgroBrasília mostra sistema agrossilvipastoril orgânico
O sistema agrossilvipastoril orgânico, implantado na Unidade de Pesquisa Participativa Orgânica (UPPO), fez parte da programação do Dia de Campo “Manejo de Solo e Água na Agricultura Orgânica”, realizado pela Emater-DF
Fonte: Embrapa Cerrados
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O
sistema agrossilvipastoril orgânico, implantado na Unidade de Pesquisa Participativa Orgânica (UPPO), fez parte da programação do Dia de Campo “Manejo de Solo e Água na Agricultura Orgânica”, realizado pela Emater-DF. O evento aconteceu, em 15 de maio, durante a Agrobrasília 2018 – Feira Internacional dos Cerrados, que encerrou no dia 19 de maio, no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, localizado no PAD-DF. A área da UPPO é mantida pela Embrapa Cerrados (DF), com apoio da Emater- DF. Além de ter sido uma das estações do Dia de Campo, o local integrou o circuito de visitas ao Espaço de Valorização da Agricultura Familiar, durante a AgroBrasília. No dia 18 de maio, o governador do Distrito Federal Rodrigo Rollemberg e o presidente da Emater- DF Roberto Carneiro visitaram a UPPO. O pesquisador da Embrapa Cerrados João Paulo Soares explicou aos participantes do Dia de Campo a estrutura da UPPO, implantada em 2011, integrando ár vores, pastagens, animais e produção agrícola. A pastagem, entre as faixas de ár vores (com três eucaliptos e uma nativa com jatobá, jambo, baru, jenipapo e oiti), foi formada por consórcio com Braquiária ruzizienses e o Stylosantes guianensis cultivar Bela. Paralela à linha de ár vores foi introduzido também o feijão guandu BRS Mandarin para proteção do crescimento das ár vores e incremento na alimentação animal. A área já foi ocupada por nove animais, que deram entrada no sistema com 140 kg e saíram ao
completar 330 kg. “Esses animais eram de produtores parceiros. Saíram daqui já prontas para inseminação”, explicou Soares. Atualmente, estão, no local, quatro novilhas Gir leiteiro do Centro de Transferência de Tecnologias de Raças Zebuínas com Aptidão Leiteira (CTZL), unidade da Embrapa Cerrados, localizada no Gama (DF). Na parte agrícola é feito o cultivo de cultivares de mandioca BRS 453 e BRS 395. Anteriormente, a área foi cultivada com batata doce e milho para silagem. A plantação de banana no sistema orgânico tem o objetivo de ser uma barreira viva para proteção aos cultivos convencionais vizinhos, além de atrair polinizadores (morcegos) e gerar renda ao produtor. O bananal do primeiro ciclo do sistema (cinco anos) produziu um total de 793 kg/cachos. A produção de mandioca (54 toneladas/ha) também foi boa, tendo sido superior a média registrada no DF. Balanço positivo – Soares apresentou simulação de custo operacional, de receita e de lucro obtido com a venda da produção agrícola e florestal. Caso a madeira seja vendida para lenha, a receita é de R$ 24 mil e o custo operacional no valor de R$ 9 mil, o que dá um ganho de R$ 2,63 para cada R$ 1,00 investido no sistema. Se a opção for vender madeira para fabricação de mourão, a receita é de R$ 23 mil com custo operacional de R$ 9 mil. O lucro é de R$ 2,48 para cada R$ 1,00 investido pelo produtor. Outro resultado, destacado pelo pesquisador João Paulo Soares, foi o ganho de peso animal. Em oito meses, os animais recriados ganharam, em média, 650 gramas por dia. Basicamente, a alimentação desses animais foi pastagens consorciadas, suplementação com
volumosos e somente a quantidade de ração permitida pela legislação de produção orgânica (Lei 10831 e IN 46). O crescimento das ár vores também é um ponto positivo, pois foi maior do que ocorre com as espécies cultivadas em sistema convencional. Em cinco anos, os eucaliptos alcançaram 15 metros, tendo sido feita adubação de estabelecimento e de manutenção apenas com insumos alternativos orgânicos. Soares também chamou atenção para os benefícios da parte florestal no sistema. Entre as vantagens estão reciclagem de nutrientes e proteção do solo, estabilidade climática, aumento da produção, bem estar animal, e diversificação da renda. Maracujá no sistema – O maracujá BRS Pérola do Cerrado é o mais novo produto a integrar o sistema agrossilvipastoril orgânico. A variedade foi plantada na UPPO em sistema de latada (semelhante à parreira de uva), utilizando os eucaliptos como suportes. De acordo com a pesquisadora da Embrapa Cerrados Ana Maria Costa, serão realizadas avaliações sobre o comportamento e produtividade, em função de estar embaixo dos eucaliptos. Já foi obser vado que o sombreamento provocado pelos eucaliptos atrasa um pouco a produção das frutas. “Essa adaptação é nova e iremos aos poucos fazendo os ajustes para o manejo no sistema. Incluir o maracujá é uma forma de agregar mais um componente que gera renda ao produtor. A cultura é rentável no DF e no sistema orgânico o valor do quilo varia entre R$ 8 a R$ 10. Em média a produção, em outras de cultivo no DF, é de 8 toneladas por hectare, quando não há irrigação, até 30 toneladas por hectare, com irrigação”, disse a pesquisadora. REVISTA 100% CAIPIRA |37
CLIMA
Girassol é a melhor alternativa para cultivo durante a seca
Fonte: Agrolink
Entre 2015 a 2017 a média de perda de girassol em virtude da seca foi de 4,3%
Um estudo realizado pela Associação Argentina de Girassol (ASAGIR) apontou o girassol como melhor alternativa para o cultivo durante épocas de seca. A pesquisa foi comparativa e mostrou a cultura é vantajosa nas questões de produtividade e superfície perdida em relação a outros produtos colhidos no mesmo período. A Argentina passou por grandes estiagens nos últimos tempos, o que levou os seus institutos de pesquisa a se aprofundarem nos estudos para adaptar a agricultura a esses períodos de instabilidade. De acordo com o relatório de Jorge Ingaramo, asses38 | REVISTA 100% CAIPIRA
sor econômico ASAGIR, o girassol se mostrou mais resistente do que oleaginosas como a soja, por exemplo, quando expostos a uma situação de estiagem. Ingaramo afirma que de 2015 a 2017 a média de perda de girassol em virtude da seca foi de 4,3%, enquanto a sofrida pela soja chegou a 6,3% do que é semeado. Dados da Bolsa de Grãos de Buenos Aires acompanham esse raciocínio, na última safra a perda do girassol foi de 3,4%, menos do que os 4,5% registrados na colheita da soja. Outra pesquisa realizada pelo
Consórcio Regional de Experimentação Agrícola da Argentina (CREA) na primeira quinzena de março, também corrobora com esses resultados, mostrando que o girassol tem maior nível de resistência. Esse estudo indicou que essa cultivar teve uma queda menor se comparado com os outros grãos, com apenas 34,8% da área afetada, atrás do milho (54,2%) e soja (58%). A pesquisa foi realizada por 1300 membros do CREA e teve objetivo de estabelecer uma tabela sobre os principais impactos das intemperes climáticas no desenvolvimento de diferentes variedades de plantio.
AGRICULTURA DE PRECISÃO
INTEGRADA: Agricultura de Precisão eleva os índices de produção em 90% dos casos
Fonte: Imprensa Integrada
A adoção da Agricultura de Precisão (AP) tem ajudado a Integrada e seus associados a elevarem em até 90% os índices de produtividade em solos corrigidos A adoção da Agricultura de Precisão (AP) tem ajudado a Integrada e seus associados a elevarem em até 90% os índices de produtividade em solos corrigidos. O número faz parte do balanço de um ano após a cooperativa iniciar novos investimentos na ferramenta, ocorrido em 2017. Nesse período, a equipe de agricultura de precisão da Integrada coletou amostras de solo que somaram 12.900 hectares nas áreas da cooperativa nos estados do Paraná e São Paulo. Benefícios - Rogério Raposo, coordenador de AP da cooperativa, afirma que o sistema gera benefícios tanto para cooperados, quanto para a cooperativa. Segundo ele, o avanço da agricultura de precisão tem refletido diretamente no aumento da rentabilidade dos produtores associados. O produtor Oswaldo Rodrigues de Almeida, de Goioerê (PR), por exemplo, havia pedido 5 toneladas por alqueire de calcário para aplicação em sua propriedade na safra 2016/17. Quando a equipe de AP da cooperativa fez o mapeamento de solo com a coleta de amostras realizada pelo quadriciclo, o mapa indicou que ele não
precisava aplicar a mesma dosagem em toda a área. Taxa variável - Com a aplicação em taxa variável, ou seja, aplicação de acordo com a necessidade de cada ponto da propriedade, o produtor utilizou 4 toneladas por alqueire, o que gerou uma economia para o agricultor de R$ 9 mil com o insumo. Além da economia, na safra seguinte o seu índice de produtividade aumentou em 15 sacas por alqueire em relação à safra anterior. Produtividade - Somente com a correção de solo, o diretor vice-presidente da cooperativa, o agricultor João Francisco Sanches Filho, que produz na região de Guaíra (oeste do Paraná), elevou na safra passada em 11 sacas por alqueire sua produtividade com a correção de solo recomendada na agricultura de precisão, com 189% de retorno no investimento. Agregação - “A agricultura de precisão pode não ser fundamental, mas é uma das ferramentas que agrega na produtividade do produtor”, avalia Irineu Baptista, gerente da área técnica da Integrada. Para 2018, a meta da cooperativa é abranger mais de 21 mil hec-
tares dos seus associados com a agricultura de precisão, de uma área total atendida pela cooperativa de mais de 707 mil hectares. Além das atuais ferramentas de coleta e amostras de solo, a Integrada quer investir cada vez mais em tecnologias para melhorar o potencial produtivo de seus associados. Drones - A adoção do monitoramento por drones, a adoção nas novas plataformas digitais, investimento em estações meteorológicas e o uso da telemetria, são novas ferramentas que estão sendo estudadas e avaliadas pela equipe agronômica da cooperativa. Sobre a Integrada - A Integrada Cooperativa Agroindustrial foi fundada em Londrina (PR) em 1995 por um grupo de agricultores. Com mais de duas décadas de existência, a Integrada se tornou uma das principais cooperativas do Brasil, com mais de 60 unidades de recebimento distribuídas em diversas regiões do Paraná e São Paulo. A maior parte do faturamento vem da comercialização de grãos como soja, milho, trigo, café e laranja. A Integrada, que possui mais de 9 mil cooperados, faturou no ano passado R$ 2,7 bilhões. REVISTA 100% CAIPIRA | 39
FLORICULTURA
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SAÚDE ANIMAL
Circovirose Suína: investimento na prevenção evita prejuízos e gastos com medicamentos Conhecida também como Síndrome da Refugagem Multissistêmica, a doença é comum em suínos em todo o mundo, inclusive no Brasil Diagnosticada pela primeira vez no Brasil em 1999, a Circovirose Suína é uma enfermidade comum nos plantéis brasileiros. A atenção do suinocultor deve ser grande nos leitões após o desmame, a partir da sexta semana de vida. Uma vez infectados, os animais apresentam retardo no crescimento, baixo ganho de peso, aumento dos linfonodos, dificuldades respiratórias, pele pálida e icterícia (amarelecimento da pele), muitas vezes levando à morte. “Investimentos na saúde e bem-estar do plantel trazem retorno econômico ao suinocultor. O correto manejo sanitário, realizado na propriedade, permite a produção de animais mais saudáveis para atingir melhores resultados produtivos, além de reduzir as chances de perdas para o produtor”, explica Alberto Inoue, gerente de marketing de Aves e Suínos da Boehringer Ingelheim Saúde Animal. Os problemas causados pela Circovirose Suína devem-se à patogenia 42 | REVISTA 100% CAIPIRA
do Circovírus tipo 2 (PCV2), que ataca o sistema imunológico dos animais, comprometendo a capacidade de defesa contra outras doenças. A imunossupressão abre portas para infecção por agentes oportunistas, desta maneira, o produtor precisa gastar com outros medicamentos para controlar essas infecções secundárias. Atualmente, mesmo com soluções disponíveis no mercado, o impacto na qualidade e produtividade do plantel ainda é significativo. Isso porque o vírus é resistente e pode permanecer no ambiente, se a limpeza e a desinfecção não forem rigorosas, aumentando o risco de exposição à enfermidade em lotes subsequentes. Além das medidas essenciais de biosseguridade e manejo, o suinocultor encontra no mercado tecnologia de ponta para a prevenção da doença. Uma vez que a Circovirose Suína não tem cura, todo o esforço em medidas imunoprofiláticas é benéfico. Além do custo relacionado à mortalidade do plantel,
temos perdas ainda maiores pela enfermidade subclínica que prejudicam o desempenho, já que os animais não atingirão todo o potencial de crescimento. O produtor deve ter sua atenção voltada para um correto e eficaz protocolo de vacinação, o qual garantirá o elevado status sanitário de sua granja, evitando custos adicionais com outras medicações”, ressalta Alberto Inoue. A Boehringer Ingelheim Saúde Animal auxilia os suinocultores com soluções que contribuem não apenas para o crescimento dos seus planteis, como também para o desenvolvimento da suinocultura brasileira como um todo. Aliada ao combate do PCV2, Ingelvac® Circoflex já imunizou mais de 2 bilhões de suínos ao redor do mundo. “Ingelvac® Circoflex protege o plantel sem causar reação vacinal, garantido segurança e bem-estar dos animais. Uma dose única no desmame protege contra desafios precoces e tardios”, completa Inoue. Fonte: Boehringer Ingelheim
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ARTIGO
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FEIRAS E EVENTOS
AGRISHOW SUPERA EXPECTATIVA DE NEGÓCIOS E ALCANÇA R$ 2,7 BILHÕES
Fonte: Imprensa AGRISHOW
Foram 159 mil visitantes qualificados do Brasil e do exterior que conheceram diversas novidades e lançamentos de mais de 800 marcas nacionais e internacionais A maior edição de todos os tempos. A 25ª Agrishow - Feira Internacional de Tecnologia Agrícola, encerrada nesta sexta-feira (4/5), obteve um crescimento na realização de negócios de cerca de 22%, o que significa um volume de R$ 2,7 bilhões. Na edição anterior, foram registrados negócios da ordem de R$ 2,2 bilhões. Por segmento, o crescimento na intenção de compra de máquinas e equipamentos é: armazenagem (15%), grãos, frutas e café (25%), pecuária (8%) e irrigação (14%). A Agrishow 2018 refletiu a importância e o dinamismo do agronegócio brasileiro. “Nesta edição, os produtores rurais puderam encontrar todas as soluções para suas atividades, incluindo máquinas e implementos de avançado nível tecnológico, inovações em tecnologia digital para o campo, que incrementarão a produtividade, a rentabilidade, a sustentabilidade das culturas. Certamente, o agro nacional está posicionando o país como protagonista mundial na 46 | REVISTA 100% CAIPIRA
produção de alimentos, energia e fibras, e na Agricultura 4.0”, afirma Francisco Matturro, presidente da Agrishow. A 19ª Rodada Internacional de Negócios reuniu fabricantes brasileiras de máquinas, implementos agrícolas, pecuária e equipamentos de irrigação, com compradores (importadores, distribuidores e representantes) procedentes da África do Sul, Etiópia, Irã, Nigéria, Peru, Quênia, Rússia, Tanzânia e Zimbábue. Foram 16 compradores estrangeiros, que durante três dias reuniram-se com 60 empresas brasileiras, em uma ação de promoção comercial que resultou em cerca de 520 reuniões e mais de US$ 24 milhões, entre negócios fechados e futuros para os próximos 12 meses. Denominada Projeto Comprador, a Rodada Internacional de Negócios foi organizada pelo Programa Brazil Machinery Solutions, uma parceria entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Associação Brasileira da Indústria de Máqui-
nas e Equipamentos (ABIMAQ). Em relação ao número de visitantes da Agrishow 2018, foram 159 mil pessoas nos cinco dias de evento. As mais de 800 marcas expositoras nacionais e internacionais ressaltaram a qualificação desses visitantes, formada, sobretudo, por compradores e produtores rurais de pequeno, médio e grande portes do Brasil e do exterior. A Agrishow 2018 é uma iniciativa das principais entidades do agronegócio no país: Abag – Associação Brasileira do Agronegócio, Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, Anda – Associação Nacional para Difusão de Adubos, Faesp – Federação da Agricultura e da Pecuária do Estado de São Paulo e SRB - Sociedade Rural Brasileira, e é organizado pela Informa Exhibitions, integrante do Grupo Informa, um dos maiores promotores de feiras, conferências e treinamento do mundo com capital aberto.
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COCADA INGREDIENTES
2 xícaras de coco fresco ralado 1 lata de leite condensado 2 xícaras de açúcar 1 colher (sopa) de manteiga óleo para untar PREPARO Unte uma pedra de mármore ou uma assadeira com um pouco de óleo Misture em uma panela o coco, o leite condensado e o açúcar Leve ao fogo e misture bem, cozinhe misturando regularmente com uma colher de pau Quando o doce começar a ser soltar do fundo da panela, retire do fogo e acrescente a manteiga Bata bem com a colher de pau para que o doce açucare Despeje sobre o mármore untado e deixe esfriar Corte quadrados de 10 x 10 cm REVISTA 100% CAIPIRA | 49
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