www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, agosto de 2018 - Ano 6 - Nº 62 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
GIRASSOL: FONTE DE ENERGIA DA ALMA Dele tudo se aproveita: beleza, mistério e multiprodutos. REVISTA 100% CAIPIRA |
| REVISTA 100% CAIPIRA
REVISTA 100% CAIPIRA |
6 16 21
Gestão: Em prol da eficiência agrícola
28
Frigoríficos e abatedouros:
Frango: 25 principais importadores do Brasil no semestre
Fruticultura:
Melancia: Transplantio atrasa no Rio Grande do Sul
Pesquisa e agroindústria: Os biscoitos feitos à base de feijão-caupi têm uma boa textura e coloração atraente
4 | REVISTA 100% CAIPIRA
8
Artigo:
Girassol: fonte de energia da alma
31
Cooperativas:
Cooperativismo paranaense é destaque em pesquisa
33 36 42 48
Desenvolvimento e inovação:
Cientistas vão treinar robôs para identificação automática de plantas
Defensivos agrícolas: Minas Gerais debate flexibilização na lei de agrotóxicos
Feijão: Safra de feijão não ameaça o consumo doméstico, diz IBGE Receitas Caipiras: Patê de tomate seco e semente de girasol REVISTA 100% CAIPIRA |
5
GESTÃO
Em prol da eficiência agrícola
Fonte: Esalq/USP
Brasil, agosto de 2018 Ano 6 - Nº 62 Distribuição Gratuita
EXPEDIENTE Revista 100% CAIPIRA®
www.revista100porcentocaipira.com.br
Esalq integra projeto mundial de identificação de áreas com maior potencial de produção no campo Disponibilizar uma base de dados para identificar regiões do planeta com maior potencial de investimento agrícola, garantindo a segurança alimentar das futuras gerações. Esse é o objetivo do Global Yield Gap and Water Productivity Atlas (GYGA), iniciativa mundial que envolve pesquisadores de várias instituições. A partir de agora, centros de excelência como a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) integram essa rede que busca quantificar a eficiência agrícola, identificar suas causas e sugerir intervenções para elevá-la. A metodologia GYGA fornece um atlas com estimativas robustas de potencial de produção de culturas inexplorado em terras agrícolas existentes, com base no clima atual e nos recursos disponíveis de solo e água. “O Brasil tem uma vantagem comparativa para a segurança alimentar do planeta devido a disponibilidade de recursos hídricos e terra arável. Contudo, a taxa de incremento da produtividade agrícola brasileira é relativamente baixa, o que tem mantido os níveis de produtividade média bem abaixo dos níveis observados em campos experimentais”, comenta Fábio Marin, professor do departamento de Engenharia de Biossis6 | REVISTA 100% CAIPIRA
temas da Esalq/USP, coordenador local do projeto. No próximo dia 23 de julho, parte da comunidade científica que atua no projeto estará em Piracicaba (SP) para a primeira reunião no país a fim de dialogar sobre o uso da metodologia GYGA, bem como avaliar e apresentar iniciativas em andamento. “O objetivo geral do projeto é quantificar o potencial de incremento da produção brasileira e identificar os meios para realizar este potencial mediante a intensificação agrícola sustentável. O projeto terá cobertura nacional e tratará dos principais setores do agronegócio brasileiro, como soja, milho, arroz, gado e cana-de-açúcar”, complementa. Segundo Marin, o projeto contará com apoio de pesquisadores de diferentes instituições para assegurar a cobertura nacional com elevada qualidade técnica. “No Brasil, o projeto é liderado pela Esalq, mas conta com o envolvimento de outras 3 instituições, a Embrapa, a Universidade Federal de Santa Maria e a Universidade de Nebraska-Lincoln, que trabalharão juntas para realizar as atividades experimentais e propor as ações necessárias para elevar a eficiência agrícola brasileira”.
Diretor geral: Sérgio Strini Reis - sergio@ revista100porcentocaipira.com.br Editor-chefe: Eduardo Strini imprensa@ revista100porcentocaipira.com.br Diretor de criação e arte: Eduardo Reis Eduardo Reis eduardo@ revista100porcentocaipira.com.br (11) 9 6209-7741 Conselho editorial: Adriana Oliveira dos Reis, João Carlos dos Santos, Paulo César Rodrigues e Nilthon Fernandes Publicidade: Agência Banana Fotografias: Eduardo Reis, Sérgio Reis, Google imagens, iStockphoto e Shutterstock Departamento comercial: Rua das Vertentes, 450 – Vila Constança – São Paulo - SP Tel.: (11) 98178-5512 Rede social: facebook.com/ revista100porcentocaipira A revista 100% Caipira é uma marca registrada com direitos exclusivos de quem a publica e seu registro encontra-se na revista do INPI Nº 2.212, de 28 de maio de 2013, inscrita com o processo nº 905744322 e pode ser consultado no site: http://formulario. inpi.gov.br/MarcaPatente/ jsp/servimg/validamagic. jsp?BasePesquisa=Marcas. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião desta revista, sendo eles, portanto, de inteira responsabilidade de quem os subscrevem.
SOJA
Soja repr e se n t a 5 3 % das ex p o r t a ç õ es fei t as e m j u n h o Como resultado, o saldo da b a l a n ç a comercial do agronegócio no mês foi de US$ 8,17 bilhões (+0,7%)
Fonte: Só Notícias/Agronoticias
A Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgou nesta sexta-feira (13) o resultado das exportações do agronegócio brasileiro, que alcançaram US$ 9,21 bilhões, em junho, recuando 0,7% em comparação com os US$ 9,27 bilhões exportados em junho do ano passado. O agro representou 45,6% do total das vendas externas brasileiras no mês. As importações no setor totalizaram US$ 1,04 bilhão em junho, com retração de 10,1% em relação ao mesmo período de 2017. Como resultado, o saldo da balança comercial do agronegócio no mês foi de US$ 8,17 bilhões (+0,7%). Além da soja, com participação de 53,5% das exportações do setor em junho, os outros quatro principais segmentos foram: produtos florestais (14,4%), carnes (8,3%), complexo sucroalcooleiro (7%) e café (3,9%). Em
conjunto, as vendas externas dos cinco setores apresentaram participação de 87% do total exportado pelo agro brasileiro em junho de 2018. A região asiática, com destaque para a China, continuou como principal destino das exportações do setor nos últimos 12 meses (julho/2017 a junho/2018), como também no primeiro semestre do ano (janeiro a junho) e, em junho deste ano, com embarques, sobretudo, de soja em grãos e celulose. O segundo principal mercado de destino das exportações do agronegócio brasileiro, em junho, foi a União Europeia, com incremento das vendas, principalmente, de farelo de soja (+US$ 94,70 milhões), celulose (+US$ 60,36 milhões), suco de laranja (+US$ 35,40 milhões) e café verde (+US$ 17,64 milhões). O boletim da Balança Comercial do Agronegócio destaca cenário favo-
rável para as vendas externas do complexo soja (grãos, farelo e óleo), com base no último levantamento da Safra 2017/2018 realizado pela Companhia Brasileira de Abastecimento (Conab), que estima que a produção de soja alcançará 119 milhões de toneladas, em alta de 4,2% sobre a safra anterior. A Conab também estima que a exportação total brasileira para este ano atinja 72 milhões de toneladas de soja, o que superaria em 5,6% o volume do período anterior. No primeiro semestre (janeiro a junho), o Brasil já embarcou 46,27 milhões de toneladas do grão, gerando receita de US$ 18,43 bilhões. Os aumentos frente ao mesmo período de 2017 foram de 5,2% em quantidade e de 10,6% no valor exportado, resultado da elevação do preço médio em 5,1%, que proporcionou registros de novos recordes de valor e quantidade. REVISTA 100% CAIPIRA |
7
Girassol: fonte de ARTIGO
Dele tudo se aproveita: belez 8 | REVISTA 100% CAIPIRA
e energia da alma
za, mistĂŠrio e multiprodutos Por: Adriana Reis
REVISTA 100% CAIPIRA |
9
“Dizem que existia no céu uma estrelinha tão apaixonada pelo sol que era a primeira a aparecer de tardinha, no céu, antes que o sol se escondesse. E toda vez que o sol se punha ela chorava lágrimas de chuva. A lua falava com a estrelinha que assim não poderia ser, que estrela nasceu para brilhar de noite, para acompanhar a lua pelo céu, e que não tinha sentido este amor tão desmedido! Mas a estrelinha amava cada raio do sol como se fosse a única luz da sua vida, esquecia até a sua própria luzinha. Um dia ela foi falar com o rei dos ventos para pedir a sua ajuda, pois queria ficar olhando o sol, sentindo o seu calor, eternamente, por todos os séculos. O rei do vento, cheio de brisas, disse à estrelinha que o seu sonho era impossível, a não ser que ela abandonasse o céu e fosse morar na Terra, deixando de ser estrela.
10 | REVISTA 100% CAIPIRA
A estrelinha não pensou duas vezes: virou estrela cadente e caiu na terra, em forma de uma semente. O rei dos ventos plantou esta sementinha com todo o carinho, numa terra bem macia. E regou com as mais lindas chuvas da sua vida. A sementinha virou planta. Cresceu sempre procurando ficar perto do sol. As suas pétalas foram se abrindo, girando devagarzinho, seguindo o giro do sol no céu. E, assim, ficaram pintadas de dourado, da cor do sol. É por isso que os girassóis até hoje explodem o seu amor em lindas pétalas amarelas, inventando verdadeiras estrelas de flores aqui na Terra.” (Autora: Sandra Ferrari Radich) Na Mitologia Grega a lenda do aparecimento do primeiro girassol dá-se quando “Clítia ou Clície, era uma ninfa que estava apaixonada por Hélio, o deus do Sol. Quando este a trocou por Leucotéia, Clície começou a enfraque-
cer. Ela ficava sentada no chão frio, sem comer e sem beber, se alimentando apenas das suas próprias lágrimas. Enquanto o Sol estava no céu, Clície não desviava dele o seu olhar nem por um segundo, mas durante a noite, o seu rosto se virava para o chão, continuando então a chorar. Com o passar do tempo, os seus pés ganharam raízes e a sua face se transformou em uma flor, e continuou seguindo o sol.” Não tem como falar de girassol sem falar em lendas, mitologias, mitos, crenças e simbolismos. Entre todos o meu favorito é que: “o girassol é uma flor simbólica que significa fama, sucesso, sorte e felicidade”, pois quando olhamos para o sol podemos sentir sua energia emanar em nossa pele, sentir sua força, seu poder e consequentemente nos sentimos felizes. Com toda poesia e mística envolvida o girassol é muito mais do que só beleza, o girassol é agro, oleagino-
sa com múltiplas funções, dentre elas podemos encontrar: óleo de girassol, alimentação de pássaros e gado, lubrificantes, sabonetes, produção de biodiesel, papel, inibição de plantas daninhas e além de ser uma flor maravilhosa para ser utilizada em arranjos para decoração. O girassol possui um crescimento rápido, é resistente à seca, assim como as temperaturas baixas e ao calor, por estas facilidades de adaptação a diferentes condições climáticas é cultivado em todos os continentes. Segundo a Embrapa “nos últimos anos, vem se apresentando como opção de rotação e sucessão de culturas nas regiões produtoras de grãos, principalmente após a soja na região Centro-Oeste. A maior tolerância à seca, a menor incidência de pragas e de doenças, além da ciclagem de nutrientes, principalmente potássio, são alguns dos fatores que têm possibilitado sua expansão e consolidação como cultura técnica e economicamente viável nos sistemas de produção”. Dentre os nutrientes podemos encontrar vitaminas B1, B2, B3, B6, D e E, ácido fólico, ácido para-aminobenzóico (ajuda a evitar rugas, pois tem propriedades importantes para proteger a pele dos raios solares), biotina (faz parte do complexo B e resumidamente atua como uma enzima responsável por processar gorduras, açúcares, proteínas e carboidratos), colina (possui funções importantes para o cérebro, coração, músculos, fígado e ossos), inositol (ajuda no tratamento da diabetes, reduz os níveis de colesterol no sangue, auxilia na queima das gorduras e auxilia também em tratamento de doenças psicológicas como a depressão e auxilia na memória), ácido patentoneico (desempenha funções no corpo como produzir colesterol, hormônios e hemácias, que são as células que carregam o oxigênio no sangue, auxilia também produzindo energia e mantendo o bom funcionamento do metabolismo, ajuda a manter a produção adequada de hormônios e de vitamina D, diminui o cansaço e a fatiga, favorece a cicatrização de feridas e cirurgias, reduz o colesterol alto e os triglicerídios e ajuda a controlar
os sintomas da artrite reumatóide), inulina (auxilia na saúde intestinal, no tratamento de diabetes, reduz a taxa de colesterol e aumenta a absorção de cálcio), hidratos de carbono, proteínas, ferro, fósforo, iodo, cálcio, magnésio, cobre, sódio e flúor. Oleaginosa que se destaca em produção de grãos como quarta colocada e em área cultivada no mundo como quinta colocada, e industrializada na forma de óleo é a terceira cultura anual, perdendo para a soja e o milho, sendo responsável por 16% da produção mundial. O cultivo do girassol pode acontecer na safrinha, neste caso substitui o milho ou o sorgo quando combinado com a safra de soja, considerando que o solo já foi corrigido para o cultivo da soja, teremos níveis de nutrientes considerados adequados, entendendo assim que os custos com adubação e correção de solo serão reduzidos, pois o consumo de nutrientes por este tipo de cultura não é elevado, fazendo com que o custo de produção seja reduzido, aumentando o lucro do produtor. Em relação ao preparo do solo, o girassol pode ser plantado tanto de forma convencional quanto pelo método do plantio direto. O ideal na rotação de cultura é que o girassol sendo cultivado na safrinha venha após um plantio de cultivo com raízes superficiais ou não muito profundas, pois a raiz do girassol é do tipo pivotante, esta promove a reciclagem dos nutrientes e possibilita a absorção de água. Entretanto, é sensível a solos compactados, apresentando baixa capacidade de penetração, o que pode inibir seu crescimento em profundidade. Quando comparado a outros países podemos entender que o Brasil pode e deve investir em tecnologia e capacitação de assistência técnica para o cultivo de girassol. A Embrapa diz que “em relação à produtividade de girassol, enquanto a média mundial é de cerca de 1.300 kg/ha, com extremos de produção de 2.700 kg/ha na Suíça e de 300 kg/ha no Marrocos, observa-se que a produtividade somente se destaca na França, país com vasta tradição de pesquisas com girassol, com média de
2.500 kg/ha. Essas diferenças podem ser atribuídas, principalmente, às variações que ocorrem nas condições de produção (clima, fertilidade do solo, emprego de tecnologias, ocorrência de doenças, entre outras). No Brasil, mesmo com a expansão desordenada da cultura, falta de zoneamento agroclimático e fitossanitário, além da assistência técnica pouco capacitada, a produtividade média está em torno de 1.500 kg/ha, acima da média mundial. Contudo, em condições de campo e em regiões com mais tradição de cultivo, as produtividades médias alcançam 2.000 kg/ha.” Por estes dados devemos observar que é muito importante atentar-se quando decidido cultivar o girassol à semente mais adequada para a região a ser plantada, pois existem diversos tipos de sementes, onde cada qual adaptada para uma região específica que atende o tipo de clima, de solo e umidade, assim como a escolha correta da data da semeadura, tendo sementes precoces, bons rendimentos de grãos e de óleo e até porte baixo, estas são híbridos da semente que passaram por melhoramento genético estudada pela Embrapa. De qualquer forma é sempre importante observar a orientação do vendedor quanto ao tipo de semente disponível para cada região, assim como a análise de um técnico especializado. Destes híbridos temos sementes de alto potencial de produtividade variando de 1.500 a 1.800 kg/ ha com teor de óleo variando de 40% a 49%, para os ciclos precoces temos 80 a 98 dias - quando a média da semente é de 110 dias - que é uma das maiores vantagens, pois possibilita uma melhor rotação da cultura somando o vazio sanitário da soja e quando há sucessão de culturas. Ainda tratando de sementes híbridas temos variedades de altura média das plantas entre 170 a 190 cm e peso médio de mil aquênios (a inflorescência é onde se desenvolvem os grãos, denominados aquênios) de 50 a 65 g. Utilizando como exemplo o híbrido da Embrapa, “Girassol BRS 390, este novo cultivar é recomendada para o plantio nos estado de Goiás, Minas Gerais, Rondônia, São Paulo, REVISTA 100% CAIPIRA | 11
Tocantins, Piauí, Maranhão e Distrito Federal. A produtividade média dela em grãos alcançou, nas pesquisas realizadas no Meio-Norte, 2,4 toneladas por hectare. A média nacional é de 1,5 tonelada por hectare. No mundo, a média chega apenas a 1,3 tonelada por hectare. O teor de óleo da BRS 390, também, nas condições de clima e solo dos estados do Piauí e Maranhão, variou de 36,9 por cento a 50,8 por cento. O rendimento de óleo alcançou uma tonelada por hectare. O mesmo resultado, de acordo com a pesquisa, foi atingido na produção de torta para alimentação animal.” Todas essas vantagens das sementes híbridas não atraem somente o valor agregado à produção, estas também indicam que o cultivo terá plantas mais uniformes, com maiores teores de óleo e maiores produtividades. O plantio mais uniforme indica também que haverá nas operações de manejo e colheita uma facilidade maior, além de que suas folhas podem inibir o crescimento de plantas daninhas através do fenômeno alelopatia. As principais doenças encontradas no plantio de girassol são: mancha 12 | REVISTA 100% CAIPIRA
de alternaria, ferrugem, sclerotinia, míldio, concro da haste, podridão de capítulo, oídio, nematóides. E as principais pragas são: lagartas, vaquinha (Diabrotica speciosa), besouro (Ciclocephala melanocephala) e pássaros. Do girassol tudo se aproveita, da raiz obtemos uma matéria orgânica de alta qualidade quando o final do ciclo, pois são ricos em nutrientes, como potássio, cálcio e o boro. Esses nutrientes beneficiam as culturas de sucessão. Tais benefícios devem ser considerados não só na produção da cultura, como também financeiros e o mais importante para o meio ambiente. Toda a parte aérea pode ser utilizada em forragem para o gado, assim como adubação verde e na produção de silagem, que apresenta-se como uma excelente opção alternativa de ração animal, de forma que os criadores possam reduzir o custo sem perder qualidade. Como exemplo tem se o rebanho na produção de leite, estes animais quando introduzidos alimentação a ensilagem o ganho de peso dos animais, de maneira geral, pois apresenta alto valor energético e um teor de proteína, em média, 35% superior aos teores encontrados
nas silagens de milho. Possuem caules eretos, geralmente não ramificados com altura variando entre 1,0 a 2,5 m e cerca de 20 a 40 folhas por planta. Estas hastes podem ser usadas na fabricação de forração acústica, assim como a fibra existente no caule pode ser usada para fabricar papel. Seus conjuntos de flores destacados pelo seu maravilhoso amarelo vibrante dispostos em espiral em curvas, com dois padrões distintos, onde se a flor tem 21 curvas para a esquerda, terá 34 para a direita. Tem-se 34 para um lado, terá 55 para o outro. Se 55 curvas apontam para uma direção, 89 apontarão para a outra. Esse padrão é conhecido como sequência de fibonacci na matemática. Destaca-se no mercado ornamental, tanto para flores de corte, como jardins e vasos. As flores também são utilizadas na forma de chá medicinais e também pode ser extraído mel – muito usado na apicultura por ser bastante atrativa para abelhas beneficiando a lavoura pela polinização, aumentando a produção de grãos - em torno de 20 a 40 kg por hectare por cultura.
Das sementes são extraídas através de prensas simples (prensas simples agrega valor e contribui para a sustentabilidade da agricultura familiar) o óleo para industrialização. Estes óleos são de excelente qualidade nutricional, porque tem um alto teor de ácido linoléico recomendado para tratamentos cardiovasculares, ajudando a combater o colesterol mantendo as artérias desobstruídas, sendo considerada uma das melhores gorduras alimentares. Pode-se também ser utilizado na fabricação de margarina. O azeite extraído a frio é usado no tratamento de esclerose múltipla. As sementes são utilizadas “in natura” na alimentação humana, atendendo o mercado de grãos para confeitaria, para confecção de pães, bolos, biscoitos, ou para ser consumido torrado. Ainda no formato “in natura” utilizado na alimentação animal para atender o mercado de grãos para alimentação de pássaros. Fonte de proteínas para alimentação animal na forma de farelo é formados por aproximadamente 44% de proteína bruta, rico em ferro e cálcio, vitaminas A e do complexo B com valor biológico elevado (60%), alto teor de metionina e sulfurados, mas com menor conteúdo de lisina, comparado com a soja. Utilizado na cosmética o óleo de girassol é excelente para amaciar o ca-
belo, técnica milenar utilizada pelos índios. Ainda na cosmética o óleo de girassol é também apreciado para massagens corporais no formato de lubrificantes e sabonetes. Muitos são os estudos realizados hoje para utilização do girassol na forma de biodiesel. Ainda tratando de combustível, a casca do grão do girassol pode ser usada como combustível, diretamente nas caldeiras da indústria e dela ainda se extrai o carbonato de potássio. Como podemos observar existem muitos subprodutos do cultivo do girassol, por isso é importante avaliar neste momento que em média, além de 400 kg de óleo de excelente qualidade, para cada tonelada de grão, são produzidas 250 kg de casca e 350 kg de torta, com 45% a 50% de proteína bruta, sendo este subproduto, basicamente, aproveitado na produção de ração, em misturas com outras fontes de proteína. Todo esse volume de torta resultante do processo de extração do óleo é também aproveitada como ração animal. A partir desta torta já na alimentação humana pode se fazer um concentrado protéico, desta proteína é possível fazer - erroneamente chamado de - carne de girassol, leite de girassol, enchimento de embutidos e outros produtos similares assim como é feito com a soja. Quando pensamos em um cultivo
preparado de maneira adequada, considerando tratos culturais mais efetivos, podemos estimar uma produtividade em torno de 30 a 40 sacas do girassol por hectare. Essa estimativa não pode ser concretizada nos anos de 2015 e 2016, pois nestes anos tivemos sucessivamente excesso de chuva e forte estiagem, desta forma o custo da saca de girassol ficou inferior ao custo de produção, além de redução drástica na produção de girassol no Brasil. Segundo dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) a safra de 2016/17 teve o Mato Grosso com 31,8 mil hectares de área plantada, seguido pelos estados de Goiás com 16,6 mil ha e Minas Gerais com 9,3 mil ha. Já para a safra de 2017/18 foi previsto aumento de área plantada, tendo o Mato Grosso com 60,5 mil ha, Goiás com 22,2 mil ha e Minas Gerais com 8,1 mil ha. Mesmo com a estimativa de crescimento em áreas cultivadas no Brasil, a maior parte do óleo de girassol é importada e a produção no Brasil é pouco expressiva, indicadores de que existe um grande mercado a ser explorado, portanto somos capazes de produzir muito mais, em menores espaços, menos tempo de cultivo e excelência na qualidade investindo em tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e mão de obra especializada.
REVISTA 100% CAIPIRA |13
PESQUISA
Fonte: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
Pesquisa genética desenvolve mamona atóxica capaz de alimentar animais Cientistas conseguiram resolver um dos maiores desafios para o uso da mamona (Ricinus communisL.) na alimentação animal 14 | REVISTA 100% CAIPIRA
Pes quis adores da Embrapa Rec urs os G enéticos e Biotecnologia (DF) des envolveram uma mamona s em r icina, uma das subst âncias mais tóxicas con hecidas que chega a s er cit ada na C onvenção Inter nacional para Proibição de Ar mas Químicas. Os p es quis adores pre veem que o novo mater ia l de ve demorar, no mínimo, quatro anos para est ar disp onível no mercado. Proteína pres ente na s emente da plant a, a r icina inviabiliza o us o da tor t a de mamona, subproduto do pro cess amento do óleo de mamona, na a liment ação animal. A proteína t amb ém apres ent a r is cos de intoxicação durante o pro cess o de obtenção do óleo, pro duto valor izado na indústr ia p or sua alt a qualidade e empregado em cosméticos, tint as, lubr if icantes e vár ios outros pro dutos. Por iss o, mesmo s endo p otencialmente interess ante para a aliment ação anima l, a tor t a de mamona pass ou a s er des car t ada p elos pro dutores r urais p or caus a da subst ância tóxica que é encontrada exclusivamente no endosp er ma (tecido de ar mazenamento de nutr ientes) das s ementes da plant a. Si l enciamento gêni co em mamona Na p es quis a conduzida p ela equip e do p es quis ador da Embrapa Francis co Aragão, foram geradas mamoneiras s em a pres ença de r icina p or meio de silenciamento gênico, técnica que p er mite “desligar” genes esp ecíf icos. Proteínas das s ementes foram us adas em exp er imentos com ratos em uma quantidade de 15 a 230 vezes os valores da dos e let al mediana (DL50), suf iciente para mat ar met ade da p opulação dos animais p es quis ados, e to do o gr up o s obre viveu s em s equelas. “Uma vez incor p orado, ess e result ado promoverá grandes impac tos econômicos na cadeia produtiva da mamona e da pro dução
anima l, com ins erção estratégica e comp etitiva na bio economia”, acredit a Aragão. Merc ad o promiss or O teor de óleo na s emente de mamona var ia de 40% a 43%. Ap ós a extração do óleo, a tor t a result ante é utilizada como fer tilizante orgânico, com baixo valor no mercado. A tor t a de mamona s em r icina p o derá s er utilizada na for mulação de raçõ es animais, ele vando, assim, s eu valor de mercado. C onsiderando a pro dução naciona l estimada para a s af ra de 2017/2018 de 16,2 mil toneladas de bagas de mamona e que a tort a repres ent a cerca de 60% dess e mont ante, a pro dução de tor t a da ole aginos a p o derá s er de 9.720 toneladas para o aproveit amento na a liment ação animal. Além do Brasil, a tecnologia tem p otencial para s er empregada em outros país es pro dutores de mamona, com dest aque para Est ados Unidos, Índia e C hina. Próximos p ass os Para que a mamona s em r icina chegue ao mercado, há divers as et ap as a s erem p ercor r idas, s egundo explica o p es quis ador Jos é Manuel C abral, chefe-geral da Embrapa Rec urs os G enéticos e Biotecnologia. “O próximo pass o de verá s er a ass o ciação da Embrapa com empres a pr ivada para incor p orar a carac ter ística genética em c ultivares de interess e comercia l”, det al ha. Ap ós ess a fas e, a s er des envolvida em lab oratór ios e cas as-de-veget ação, C abral cont a que s erá iniciada a et apa de exp er imentos em camp o, para deter minação dos parâmetros necess ár ios para o registro dess as novas c ultivares no Ministér io da Agr ic ultura, Pec uár ia e Abastecimento (Mapa). Em s eguida, s erá necess ár io preparar o pro cess o para aprovação p ela C omiss ão Técnica
Nacional de Bioss egurança (CTNBio). “Para p ercor rer to do ess e caminho, o lançamento comercial da mamona s em r icina de verá demorar entre quatro a cinco anos, prazo necess ár io para c umpr ir to das as exigências da legislação brasileira”, pre vê o chefe-geral. A mamona Ess a plant a é a única fonte comercial de ácido r icinoléico, aquele que apres ent a o maior índice de vis cosidade e est abilidade entre os óleos veget ais. Por iss o, s eu emprego é valor izado na indústr ia automobilística, em sistemas de f reios, e até na indústr ia aero espacial, que o utiliza em for ma de f luidos de aeronaves e foguetes. O óleo de r ícino, t amb ém conhecido como óleo de mamona, e s eus der ivados s ão utilizados na indústr ia química, far macêutica, cosmética e de lubr if icantes de alt a qualidade. As s ementes, dep ois de industr ializadas, dão or igem ao óleo e à tor t a de mamona, que é o resíduo da extração do óleo, e consiste no mais tradicional e imp or t ante subpro duto dess a cadeia pro dutiva. A pro du ç ão no mund o D e acordo com dados da Organização das Naçõ es Unidas para a Agr ic ultura e Aliment ação (FAO), os pr incipais país es pro dutores de mamona s ão a Índia (74%), C hina (13%), o Brasil (6,1%) e Mo çambique (2,5%). Os maiores consumidores s ão China, Est ados Unidos, França, Alemanha e Japão. A pro dução brasileira na s af ra 2017/2018 te ve um incremento de 23,7% em relação à s af ra anter ior, atingindo cerca de 16,2 mil toneladas em uma áre a de p ouco menos de 34 mil hec t ares. A pr incipal região pro dutora é o Nordeste, s endo que a B ahia resp onde p or mais de met ade da pro dução. REVISTA 100% CAIPIRA | 15
FRIGORÍFICOS E ABATEDOUROS
Frango: 25 principais importadores do Brasil no semestre Analisado o quadro dos 25 principais importadores da carne de frango brasileira no primeiro semestre de 2018, constata-se que ele permanece praticamente inalterado
Analisado o quadro dos 25 principais importadores da carne de frango brasileira no primeiro semestre de 2018, constata-se que ele permanece praticamente inalterado (do rol, saiu apenas a Venezuela, cedendo lugar à Jordânia), mas com significativas mudanças de posição. Não entre os seis primeiros importadores, que permanecem os mesmos (Arábia Saudita, China, Japão, África do Sul, Emirados Árabes Unidos e Hong Kong). Mas quem ocupava a oitava posição um ano atrás agora surge no 24º posto: é o Egito, cujo volume importado recuou 77%. Mas há outros retrocessos que, em volume, são ainda mais expressivos. Caso, específico, dos 25% de redução da Arábia Saudita: foram 85 mil toneladas a menos, superando a redução de 58 mil 16| REVISTA 100% CAIPIRA
toneladas do Egito. E outras quedas relevantes se sucedem: de 15% do Japão (31 mil toneladas a menos) e de 16% de Hong Kong (20 mil toneladas a menos). Desta vez, por sinal, a redução de Hong Kong não foi neutralizada pelo aumento das importações chinesas, como já ocorreu em algumas ocasiões anteriores. Pois ainda que a China tenha aumentado suas importações em 7,5%, o incremento em volume não chegou a 15 mil toneladas. Mesmo assim, o mercado chinês permanece como o importador número 1 da carne de frango brasileira, pois as importações somadas de China e Hong Kong chegaram às 318,6 mil toneladas, superando em um terço o volume importado pela Arábia Saudita. Dez países ascenderam a uma nova
posição no grupo dos 25 principais importadores. Mas, entre eles, apenas um teve ascensão significativa: o México, que saltou do 18º para o 7º posto. Infelizmente, porém, o aumento mexicano não conseguiu neutralizar a queda de volume do grupo que, em relação ao mesmo semestre do ano passado, fechou o período com redução de 13,48%. E uma vez que os restantes 115 importadores reduziram suas compras em 12,88%, o semestre acabou sendo encerrado com sensível queda de volume (quase 13,5% a menos), o que sugere que ocorreram, também, perdas de mercado. Certo? Errado. Pois, neste ano, a carne de frango brasileira já chegou a 140 diferentes países, nove a mais que no 1º semestre de 2017. Camboja, Belize, Nigéria, Uzbequistão, Bangladesh, República Dominicana, Brunei, Ilhas Comores, Sint Maarten e Paquistão estão entre os novos importadores. E apenas cinco dos clientes de 2017 nada adquiriram no semestre passado: Montenegro, Eslovênia, Zimbábue, Indonésia e Panamá. Como registro final, vale observar que o Brasil ainda corre o risco de perder aquele que já esteve entre seus mais importantes importadores de carne de frango: a Venezuela – que, por exemplo, quatro anos atrás, no primeiro semestre de 2014, foi o quarto principal importador do produto. Neste ano, entre janeiro e junho, a Venezuela recebeu apenas 85 toneladas de carne de frango brasileira, 99,58% a menos que no primeiro semestre de 2017. Fonte: AviSite
LOGÍSTICA E TRANSPORTE
A g ro i n d ú s t r i a s investem em caminhões Para cargas a granel como soja e milho, os valores de fretes para longas distâncias até agora propostos representam, em média, altas de cerca de 30% a 50% em relação aos que vinham sendo praticados, de acordo com estimativas
Alvo de duras críticas de produtores, agroindústrias e tradings, a tabela de preços mínimos de fretes rodoviários que aguarda sanção do presidente Michel Temer, estimula um número cada vez maior de projetos que preveem a criação ou o reforço de frotas próprias de caminhões para o escoamento das safras. Para cargas a granel como soja e milho, os valores de fretes para longas distâncias até agora propostos representam, em média, altas de cerca de 30% a 50% em relação aos que vinham sendo praticados, de acordo com estimativas. Maior exportadora de soja brasileira, a americana Cargill, que desde a primeira versão da tabela de fretes, usada por Brasília para encerrar definitivamente a recente greve dos caminhoneiros, posicionou-se veementemente contra o tabelamento, voltou a sinalizar que poderá investir em uma frota própria para entrar em operação já nesta safra 2018/19. “Com o tabelamento, indústrias e exportadores terão que repensar a forma como irão operar no Brasil”, disse, em comunicado, Paulo Sousa, diretor de grãos e processamento da companhia para a América Latina. Segundo ele, a intervenção do governo no mercado de fretes cria “uma ruptura no funcionamento natural da
cadeia de suprimentos e desequilibra os contratos, a ponto de comprometer a confiança na expansão sustentável do agronegócio”, além de abrir caminho “para oportunistas trabalharem na informalidade”. Nesse contexto, a Cargill reforçou que analisa para a safra 2018/19 adquirir frota própria de caminhões e contratar motoristas. A paranaense Coamo, maior cooperativa agrícola da América Latina e outra grande exportadora de grãos, tem sobre a mesa um projeto até mais avançado. O grupo, com sede no município de Campo Mourão, acaba de fechar a aquisição de 152 novos caminhões, que já havia sido aprovada para renovar sua frota própria de 280 veículos. Mas a Coamo só decidirá se de fato seguirá o roteiro previsto e venderá um número semelhante ao total adquirido, que estará à disposição até janeiro, depois que uma tabela definitiva de fretes entrar em vigor. Além dos caminhões próprios, a Coamo opera uma “frota dedicada” de cerca de 600 veículos que pertencem a transportadoras. A cooperativa, que movimenta mais de 10 milhões de toneladas de cargas a granel anualmente, também contrata junto a transportadoras serviços para agilizar o escoamento
em picos de colheita e, eventualmente, recorre a fretes no mercado spot. A frota própria, composta basicamente por bitrens de sete eixos, responde por 15% da movimentação total de cargas a granel do grupo. Segundo Airton Galinari, superintendente de logística e operações da Coamo, os últimos valores apresentados pelo governo para os fretes chegam a representar aumentos de 80% a 100% em relação aos custos da frota própria - que normalmente opera em curtas distâncias, nas rotas que chegam às cerca de 60 lojas de insumos, peças e maquinários da cooperativa no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul - e de 50% na comparação com os custos da “frota dedicada” de 600 caminhões. Maior empresa de proteínas animais do país, a JBS também está se mexendo por causa do encarecimento dos fretes rodoviários. A companhia acaba de fechar a aquisição de 360 caminhões e estuda ampliar essas compras caso os fretes não sejam revistos, disse uma fonte próxima à empresa de carnes. A frota própria da JBS - que, procurada, preferiu não comentar o assunto - representa mais ou menos um terço do número total de caminhões utilizados em suas operações. Fonte: Avisite REVISTA 100% CAIPIRA |17
PROCESSAMENTO
Nova onda do chocolate gourmet resgata setor cacaueiro Demanda crescente pelo produto com mais cacau estimula investimentos de fabricantes como NestlĂŠ e Barry Calebaut, que atua em Extrema. A corrida reflete Fonte: Estado de Minas
18| REVISTA 100% CAIPIRA
em fazendas da Bahia
Os cacauicultores do Sul da Bahia estão investindo na mudança da embalagem do seu principal produto: o cacau. A estratégia, a cargo de um grupo de novos empreendedores – muitos deles descendentes de antigos coronéis da região –, promete dar novo impulso à cultura do fruto presente no litoral Sul baiano desde 1746, com salto histórico do saco de 60 quilos de amêndoas de cacau para barras a partir de 60 gramas de chocolate premium. A explicação para a mudança, iniciada há cerca de uma década, e que agora ganha mais espaço no mercado, é simples: com a arroba do cacau cotada em cerca de R$ 140, o quilo do fruto fica próximo de R$ 9, enquanto na versão de barras com no mínimo 40% de cacau (o tradicional no mercado tem 25%), o valor do quilo passa de R$ 250. Além de agregar valor, a mudança está encontrando campo fértil entre os consumidores brasileiros. “O chocolate premium ou gourmet é feito de forma mais artesanal e esse segmento tem crescido muito”, afirma Ubiracy Fonseca, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab). Nos últimos anos, a produção de chocolates amargos (com maior teor de cacau) aumentou sua participação no mercado total de chocolates brasileiros de 2% em 2014 para 5% atualmente, segundo Fonseca. Em volume, se trata de aumento de pouco mais de 10 mil toneladas para 25 mil toneladas em 2017. Hoje, a Abicab não faz levantamento de preços, mas estudo apresentado pela entidade em 2014 previa que o segmento de chocolate premium chegaria este ano ao faturamento de R$ 2,9 bilhões. Sem fazer projeções financeirais, Ubiracy Fonseca diz que o mercado de chocolates deve crescer 3%
em 2018, aquém da expansão dos produtos gourmet. É no embalo de um crescimento de mais de 10% ao ano nos últimos anos, na maior aceitação dos consumidores por chocolates com mais cacau e no apelo de alimento saudável que os produtores de chocolate premium do Sul da Bahia estão devolvendo vida às centenárias fazendas de cacau em Ilhéus e municípios vizinhos.
gem. Lessa comemora a expansão do evento, que atraiu 10 mil pessoas na primeira edição e neste ano recebeu cerca de 65 mil pessoas no Centro de Convenções de Ilhéus, onde 120 expositores apresentaram produtos e ser viços de 18 a 22 deste mês. Segundo Marco Lessa, foram investidos R$ 1,5 milhão na décima edição do festival, que gerou negócios estimados em R$ 15 milhões.
Renascimento
Aposta na sofisticação
É nas propriedades que foram “abandonadas” ou fechadas a partir de 1989, depois que a praga da vassoura- de- bruxa (fungo que ataca a brotação da planta) devastou a cultura na região, derrubando a produção de 400 mil toneladas/ano em 1988 para 90 mil toneladas/ano em 2000, que o cacau está ganhando novo destino. Quase 20 anos depois, a volta dos descendentes das famílias tradicionais da cacauicultura da região às suas propriedades deu início à produção de chocolates gourmet na região. Em 2007, a Amma Chocolates e a Fazenda Riachuelo – que daria origem, em 2013 à Mendoá Chocolates – iniciaram pesquisas e o desenvolvimento de plantas mais resistentes ao fungo e com amêndoas de melhor qualidade para produção de chocolate. Dois anos depois era realizado o primeiro Chocolat Bahia – Festival Internacional do Chocolate e Cacau, em Ilhéus. “Em 2009, tínhamos apenas uma marca (a Amma) e hoje são 70 marcas, com 90% delas de pequenos e médios produtores. Isso surgiu a partir da verticalização, que foi uma possibilidade por causa da vassoura -de- bruxa e da opção por produzir chocolates com mais cacau”, afirma Marco Lessa, organizador do evento e proprietário da Chor Chocolate de Ori-
Certos de que o chocolate contendo mais quantidade de cacau e de boa qualidade pode repetir a história de produtos que alcançaram um patamar de sofisticação no mercado brasileiro, como as cer vejas artesanais, o café e o azeite, os produtores de cacau que estão produzindo também chocolate (tree to bar – dá ár vore ao chocolate) se multiplicam em Ilhéus e nos municípios vizinhos, com alguns transportando as amêndoas das fazendas na Bahia para fábricas em São Paulo, Brasília e outras cidades do país. “São produtos voltados para a qualidade, com foco na saúde, no alimento funcional, no alimento sensorial”, diz Gerson Marques, dono da marca Yrerê e presidente da recém-criada Associação dos Produtores de Chocolate do Sul da Bahia. Com investimentos de R$ 3 milhões em uma fábrica de chocolate com capacidade para produzir 12 toneladas por mês, a Chor e a Fazenda Sagarana, parceiras no empreendimento, integram a associação, que reúne 17 produtores, quase todos ligados a famílias tradicionais que retornaram aos negócios do cacau. “Nossa fazenda ficou abandonada 15 anos”, conta Juliana Aquino, que voltou à Fazenda Santa Rita, em Arataca, no Sul da Bahia, com o marido, Tuta Aquino, com a intenção de agreREVISTA 100% CAIPIRA | 19
área superior a 450 mil hectares distribuída por 83 municípios, a amêndoa de cacau do Sul da Bahia recebeu este ano o selo de Indicação Geográfica, na espécie de Indicação de Procedência, do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). Espécies mais produtivas e resistentes a pragas, melhores técnicas de colheita, fermentação e secagem das amêndoas garantem um chocolate melhor e rendem preços até 100% superiores ao valor da commodity. “Não temos dados de mercado, mas os produtores estão conseguindo prêmios de 70% e até mais de 100%, no caso de uma empresa que comprou mais de 100 toneladas”, afirma Cristiano Santana, da Associação Cacau Sul Bahia, que reúne oito cooperativas e sete associações e que representa mais de 3 mil produtores. Essa busca de qualidade e de valorização das amêndoas deu origem à Mendoá Chocolates, uma das maiores fábricas da região. Ela nasceu da busca de uma amêndoa de mais qualidade. “No início, se buscava vender cacau com mais qualidade”, conta R aimundo Camelo Mororó, sócio-gerente da empresa e responsável pelo início das pesquisas na Fazenda Riachuelo. “O cacau está cotado a US$ 2 mil a tonelada e nós exportamos 24 toneladas este ano, com valor de aproximadamente US$ 8.700 por tonelada”, obser va Mororó, um Amêndoa reconhecida nas lavou- dos maiores especialistas em cacau no país. (MM) ras baianas gar valor ao cacau e aperfeiçoar a amêndoa para atender ao mercado bean to bar (da amêndoa ao chocolate) dos Estados Unidos. Nesse processo, Tuta e Juliana começaram, na fazenda de 400 hectares (60 hectares com cacau), a produção de chocolate da marca Baianí. História semelhante para contar tem Pedro Magalhães, que há 16 anos começou a plantar variedades diferentes em áreas separadas na Fazenda Lajedo do Ouro, em Ibiritaia, Sul da Bahia. “Separado num bloco de 12 hectares com cinco concentrações e três variedades em lotes de 2,5 hectares, o processo dá ao cacau um gosto particular”, afirma o proprietário da Var Chocolates, que criou o conceito de terroir, nos 200 hectares de cacau da fazenda. Rogério Kamei, que produz a marca Mestiço, trabalha com o conceito de varietais na sua fazenda de 237 hectares, em Itacaré, Sul da Bahia, onde o cacau ocupa 140 hectares. Amado Cacau, Cacau do Céu, Maltez, Maia, Coroa Azul e Modaka são outras marcas que integram a associação e estão ganhando espaço no mercado nacional. “As pessoas começam a se identificar com nossas marcas de chocolate e ainda há muito o que avançar, porque somos cerca de 50 produtores de chocolate num universo de 30 mil produtores de cacau”, obser va Gerson Marques.
Os municípios do Sul da Bahia se consolidam como novo polo de produção de chocolates gourmet no país, mas o processo que está reativando a lavoura cacaueira na região teve início há aproximadamente 15 anos com a busca de uma amêndoa com mais qualidade e de maior valor de mercado. Com cerca de 35 mil produtores em uma 20| REVISTA 100% CAIPIRA
Gigantes se movimentam Os investimentos do cacaueiro à produção de chocolates ainda têm muito espaço para avançar. Apenas 5% das 120 mil toneladas de amêndoas produzidas no Sul da Bahia no ano passado foram destinadas à produção de chocolate na região, ou 6 mil toneladas. Os outros 95%
são destinados às indústrias moageiras. Esse movimento chamou a atenção das grandes marcas. A Nestlé lança no mês que vem no Brasil a linha Les Recettes de L’Atelier, já lançada na Suíça e na França, em 2014, e que marca sua entrada no mercado de chocolates premium no Brasil, o primeiro país da América Latina a receber as barras de chocolate nas versões amargo (70% a 80% de cacau) e ao leite com pedaços de frutas e castanhas. Já o sócio-fundador da Natura, o empresário Guilherme Leal, lançou no ano passado a marca Dengo, com barras de chocolate nas versões de 36% a 75% de teor de cacau, e sem açúcar, além de bombons recheados com frutas brasileiras, como caju e cupuaçu. E a gigante suíça Barr y Calebaut, maior produtora de chocolate do mundo, investiu US$ 11,5 milhões na sua fábrica, em Extrema, no Sul de Minas para expandir a produção a partir de 2015 e atender ao mercado de chocolates gourmet. Esses movimentos confirmam a aposta dos empreendedores do Sul da Bahia de produzir chocolate de qualidade a partir do cacau plantado na região há 272 anos. (MM) Receita de R$ 1,4 bilhão A estimativa do governo da Bahia é de que a cultura do cacau movimente R$ 1,4 bilhão por ano na região, com a geração de 100 mil empregos na produção, feita no sistema agroflorestal conhecido como cabruca. Os pés de cacau são plantados à sombra das grandes ár vores da mata atlântica. Neste ano, devem ser produzidas 143 mil toneladas de cacau no Sul da Bahia, segundo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IB GE). Em todo o país, devem ser colhidas 272,7 mil toneladas.
FRUTICULTURA
Melancia: Transplantio atrasa no Rio Grande do Sul Melancicultores de Arroio dos Ratos, Triunfo e
Montenegro (RS) devem atrasar as atividades de transplantio neste ano, segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea Melancicultores de Arroio dos Ratos, Triunfo e Montenegro (RS) devem atrasar as atividades de transplantio neste ano, segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea. Em anos anteriores, as atividades na região costumavam ter início em julho – porém, com as temperaturas mais baixas neste inverno no estado, muitos produtores iniciaram o preparo das mudas apenas na segunda quinzena deste mês, para realizar o
transplantio em agosto, com intensificação em setembro. Isso porque o clima frio pode tornar o ciclo da cultura – que já costuma durar mais tempo na região – ainda mais longo, e aumentar os custos, devido à necessidade de protetores plásticos na lavoura. Quanto à área, a expectativa inicial é de que seja semelhante à do ano passado, já que os preços médios ficaram acima dos custos na safra 2017/18.
Nos meses de colheita (novembro/17 a janeiro/18), a cotação média da melancia graúda (>12 kg) foi de R$ 0,57/kg em Arroio dos Ratos, valor 50% acima dos custos. Apesar da previsão de atraso no início das atividades da safra, produtores têm boas expectativas para a produção em 2018/19, já que pode haver nova redução no plantio da principal praça concorrente (Teixeira de Freitas/ Fonte: Cepea BA).
REVISTA 100% CAIPIRA |21
TURISMO RURAL
Rota do Vinho é opção para aproveitar finais de semana ou feriados
Desde que foi inaugurada, no final de 2017, a nova barca do Vapor do Vinho vem expandindo o trade turístico do Vale do São Francisco Com capacidade para 332 passageiros, 400 coletes salva-vidas, banheiros, elevador, jacuzzi, tobogã e um parque infantil, o passeio de catamarã é excelente opção para turistas, petrolinenses e juazeirenses que desejam aproveitar seus finais de semana ou feriados. Para os amantes do enoturismo, a viagem pelo Rio São Francisco que leva à Barragem de Sobradinho (BA) é, no mínimo, sedutora. Começa nos hotéis de Juazeiro e Petrolina (PE), de onde os visitantes são levados à Vinícola Miolo, que os recebe com vinhos finos e espumantes e uma visita aos parreirais. Durante o trajeto até a barragem, profissionais também explicam como uma região tão árida do Sertão nordes22| REVISTA 100% CAIPIRA
tino se tornou destino turístico para cariocas, paulistas, gaúchos e soteropolitanos, além de ser um oásis capaz de produzir 2,5 safras por ano com vinho leves, jovens, aromáticos, frutados e de acidez acentuada. A música ao vivo, o almoço a bordo e o banho na ilha da Fantasia também encantam os turistas. O Vapor do Vinho, que dispõe desses serviços, opera há sete anos na região, mas foi no ano passado, com a aquisição da barca Vapor do São Francisco, que o empreendimento praticamente dobrou de capacidade. “Começamos com uma embarcação pequena, que tinha capacidade para 80 passageiros, então resolvemos investir, porque nós acreditamos no enoturis-
mo aqui do Vale do São Francisco”, diz o diretor do Vapor do Vinho, Rogério Rocha. Segundo o empresário, além de mais conforto, os investimentos visam atrair o turista local. “Recebemos muita gente de todas as grandes capitais do Brasil, nosso objetivo agora é tornar nosso roteiro mais conhecido entre as pessoas de Juazeiro, Petrolina, Paulo Afonso, Caruaru, Feira de Santana e por aí”, explica. A saída do Vapor do Vinho acontece às 8h, nas orlas II das duas cidades ribeirinhas, com retorno previsto para as 17h30. O almoço está incluído. Segundo o empresário, aos sábados, domingos e feriados nacionais a rota é garantida. Fonte: CLAS Comunicação & Marketing
BOVINOCULTURA
Como evitar que a bovinocultura seja prejudicada pela seca
O período de seca talvez seja a época que mais exige preocupação dos produtores Por conta da redução de suprimentos, eles são obrigados a procurar soluções rentáveis que intensifiquem sua produção e evite que os animais tenham oscilação de peso. De acordo com o Diretor Técnico da Integral/Cargill Nutrição Animal, Luiz Henrique Dantas Carrijo, além da menor oferta de alimento a pasto, a qualidade também é mais baixa, causando perda de peso dos animais. Por conta do alto teor de fibra e da deficiência proteica encontrado nas forragens, a digestão dos animais fica mais difícil por conta da parte fibrosa. Isso porque as bactérias celulolíticas, responsáveis pela digestão desse componente, precisam de amônia e esqueletos carbô-
nicos para seu crescimento, fazendo com que os animais sofram deficiência enegética. Para sanar esse problema o ideal é realizar uma mistura para corrigir a falta de proteína e energia. O farelo proteico, por exemplo, tem a função de suprir a deficiência de nitrogênio das bactérias ruminais, permitindo aumento de consumo da forragem de baixa qualidade e, consequentemente, maior ingestão de proteína e energia. Outras medidas a serem tomadas Para tornar viável a produção de gado de corte, também é preciso manejar racionalmente as pastagens durante a estação de crescimento
(águas). No final da estação, aproximadamente na segunda quinzena de fevereiro, é recomendado iniciar a programação de veda do pasto, conservando alguns piquetes sem animais pastejando, para que quando o período das secas chegar, essas áreas apresentem maior concentração de forragem e de melhor qualidade. Outra preocupação que favorece o bom desempenho da estratégia nutricional na seca é a estrutura dos cochos. A orientação é garantir espaçamento de 10 a 20 cm por animal, para que todos os bovinos consigam consumir o suplemento de forma homogênea, caso contrário, alguns animais apresentaram ganhos de peso, ao passo que outros poderão perder. Fonte: Climatempo REVISTA 100% CAIPIRA | 23
Cafezais anunciam CAFÉ
Colheita indica produtividade alta das lavouras de Minas, suficiente para permitir que a safra deste ano alcance 30,3 milhões de sacas, volume só inferior ao de 2016 A três semanas do fim da colheita predominante do café de Minas Gerais, as lavouras confirmam produção exuberante e que deverá acrescentar, no mínimo, um segundo recorde ao histórico da safra do principal produto do agronegócio no estado. O resultado do trabalho de ‘apanha’ nos cafezais ainda em curso ou já encerrado na semana passada se aproxima da estimativa mais recente para 2018 dos técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 30,3 milhões de sacas beneficiadas de 60 quilos. Se confirmada, será desempenho excepcional, que só perde, em 18 anos, para os 30,4 milhões de sacas registrados em 2016. A senha para entender desempenho 24 | REVISTA 100% CAIPIRA
tão bem-vindo em tempos de preço médio menos estimulante que o do ano passado é a alta produtividade, como destaca Bernardino Cangussú Guimarães, coordenador estadual da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG). Outro fator importante a ser considerado está num ano positivo de frutificação da planta, em função do ciclo bienal da cultura. Frente a produção de 24,1 milhões de sacas da safra de 2017, confirmada a performance esperada para este ano, o aumento será de pelo menos 26%. “Não estamos dormindo em berço esplêndido”, resume Bernardino Guimarães, fazendo referência à posição do estado como fornecedor de 70% da safra
do café arábica, o que torna Minas um dos maiores produtores do mundo, além de principal produtor do Brasil e da melhora da qualidade do produto. “Os cafezais se desenvolveram e a gente tem observado no campo que os produtores estão investindo na cultura. O que está mudando é o comportamento do cafeicultor”, afirma. Reflexo desses investimentos, entre outros fatores ligados ao clima e ao avanço da mecanização, a produção subiu de 25, em 2017, para 30,4 sacas por hectare, em média, neste ano. Ainda quanto à performance das lavouras, ao investir, os cafeicultores buscaram adubações completas e variedades melhor adaptadas, segundo o coordenador da
m produção recorde Emater-MG. Mais de 90% da colheita – iniciada em abril – deve estar concluída no fim deste mês. Quando analisada nos últimos 15 anos, a produtividade mais que dobrou em Minas, ao sair da média de 13 sacas por hectare em 2003, lembra Niwton Castro Moraes, assessor especial de café da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Os números foram estimulados pela migração da cafeicultura das áreas montanhosas para regiões mecanizáveis, portanto, mais tecnificadas e menos dependentes de mão de obra, o que significa redução de custos. “A safra deste ano sinaliza para os concorrentes que os produtores estão prontos e que temos tecnologia”, diz Niwton Moraes. Os bons frutos do cafezal são observados em todas as regiões produtoras do estado O Sul responde por pouco mais da metade do total produzido, seguido da Zona da Mata, com 25%; as áreas do cerrado, que contribuem com 20% a 21%, e a chamada Chapada de Minas, o polo produtor do Vale do Jequitinhonha, sob influência do município de Capelinha, 4%. Impacto socioeconômico O significado de um segundo recorde da safra de café vai além do marco histórico da produção e do que ele representa como alavanca para a força do estado no mercado interno e nas exportações. Minas costuma exportar 80%, do volume obtido nas lavouras, consumindo os restantes 20%. “Minas e o Brasil têm condições de participar da demanda crescente do produto (o ritmo de expansão é de 1,5% a 2% ao ano no mundo), mantendo a posição de francos fornecedores”, observa Niwton Moraes. Debruçado sobre as estimativas da Conab, Bernardino Guimarães, coordenador da Emater-MG, chegou a um incremento de receita de R$ 2,7 bilhões em 2018, que pode ser proporcionado
pela safra cafeeira no estado. Tomando-se como base o preço médio de R$ 450 por saca, a atividade deverá movimentar R$ 13,1 bilhões em 2018, ante os R$ 12 bilhões na safra 2017, quer dizer 9,6% a mais. “O café tem sido fundamental para a segurança econômica de Minas e o aumento da safra reflete em impacto social importante do ponto de vista da geração de empregos”, afirma. Os dados preliminares do Censo Agropecuária de 2017, apresentados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram aumento de 13,9% do número de propriedades dedicadas à produção cafeeira no estado, de 120 mil. Do campo até o momento de embarque ao exterior, a cultura responde por mais de 8,4 milhões de empregos. Minas exportou, em 2017, 83,5% dos cafés produzidos no estado, sobretudo café verde cru, com receita de US$ 3,5 bilhões. Os principais mercados compradores foram Alemanha, Estados Unidos e Itália. Qualidade é ‘dever de casa’ O crescimento da produção nesta safra reforça, ainda, a qualidade e a oferta dos cafés especiais, na avaliação de Breno Mesquita, presidente da comissão de Café da Federação da Agricultura e pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg). “Vivemos uma revolução espantosa. Antigamente, o hábito era simplesmente o de tomar café e, assim, o produto bom ia para fora do país. Isso mudou radicalmente. O brasileiro está buscando os cafés diferenciados e o produtor fez o seu dever de casa, investindo muito em tecnologia e qualidade”, afirma. Segundo Breno Mesquita, a cafeicultura brasileira se tornou a mais ‘sustentável‘ do mundo. Bernardino Cangussu Guimarães acrescenta que esses investimentos envolvem colheita selecionada somente dos grãos maduros, fermentação controlada, uso de terreiros suspensos, o
que permite secagem mais uniforme dos grãos, armazenagem em umidade adequada, permitindo conservação das propriedades da bebida e evitando o surgimento de fungos. “São melhores práticas desenvolvidas e Minas é o primeiro e único estado a ter programa de certificação que audita as fazendas (o Certifica Minas)”, afirma. No Brasil, o consumo cresce acima de 3,5% ao ano, graças ao aumento da qualidade do grão. Como forma de reconhecer e impulsionar a qualidade da produção, o estado chega à 15ª edição do concurso de qualidade dos cafés de Minas Gerais, com a estimativa da Emater-MG, de participação superior a 1.300 amostras. As inscrições podem ser feitas ate 6 de dezembro nos escritórios da empresa mineira. No ano passado, os vencedores ganharam viagem à Colômbia, para conhecer as técnicas adotadas na cafeicultura. Resultado De acordo com Bernardino Guimarães, a competição, considerada a maior do país, tem função educativa, ao repassar aos cafeicultores os resultados das avaliações das amostras. Produtores familiares são frequentes ganhadores da premiação, tendo em vista que o café de qualidade exige trabalho nitidamente artesanal. As amostras deverão ser entregues ate 6 de setembro. Em outubro e novembro serão feitas a análise e o julgamento, por provadores especializados. No ano passado, participaram da competição as quatro regiões produtoras de café do estado: Sul de Minas, Chapada de Minas, Cerrado Mineiro e Matas de Minas. Segundo o governo de Minas, todos os cafés finalistas atingiram o mínimo de 84 pontos, estabelecido pelas normas da Associação Americana de Cafés Especiais (scAa). A pontuação atende à avaliação de características sensoriais da bebida, como doçura e acidez. A saca do melhor café foi vendida a US$ 2 mil. Fonte: Estado de Minas REVISTA 100% CAIPIRA |25
26 | REVISTA 100% CAIPIRA 2624
REVISTA REVISTA100% 100%CAIPIRA CAIPIRA || 27
PESQUISA E AGROINDÚSTRIA
Os biscoitos feitos à base de feijão-caupi têm uma boa textura e coloração atraente
Fonte: Embrapa Meio Norte
Além de ter o dobro de proteínas em relação aos demais cereais usados na indústria de biscoitos, o feijão-caupi é altamente nutritivo, traz benefícios à saúde e é capaz de prevenir doenças metabólicas, como o diabetes, bem como as coronarianas e o câncer do cólon 28 | REVISTA 100% CAIPIRA
Um biscoito à base de farinha de feijão-caupi é a nova alternativa da ciência para incrementar o mercado de produtos funcionais no Brasil. Além de não conter glúten, o que favorece os portadores da doença celíaca e pessoas com intolerância a essa proteína, o produto é feito a partir de uma variedade biofortificada desenvolvida pela Embrapa, a BRS Tumucumaque, que tem altos teores de ferro e zinco. A novidade, desenvolvida em parceria entre a Embrapa Meio-Norte (PI) e o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), de Campinas (SP), será apresentada ao público durante o VI Fórum Brasileiro do Feijão, de 15 a 17 de agosto de 2018, em Curitiba (PR). O evento reunirá pesquisadores, produtores e pessoas ligadas ao comércio e ao beneficiamento do produto. “O biscoito, desenvolvido a princípio na versão doce, apresenta melhor valor nutricional em comparação às formulações tradicionais, principalmente por duplicar o teor proteico”, conta Jorge Hashimoto, pesquisador da Embrapa que coordenou o estudo. Além de ter o dobro de proteínas em relação aos demais cereais usados na indústria de biscoitos, o feijão-caupi é altamente nutritivo, traz benefícios à saúde e é capaz de prevenir doenças metabólicas, como o diabetes, bem como as coronarianas e o câncer do cólon. De acordo com Hashimoto, a importância nutricional dessa leguminosa impõe à pesquisa o desafio de aumentar os níveis de substituição das farinhas tradicionais. “Farinhas de diferentes origens têm características tecnológicas distintas que influenciam na qualidade do produto final”, detalha. O biscoito de feijão-caupi atende o mercado de produtos isentos de glúten – que cresce alheio à crise econômica do País, formado principalmente por pessoas que sofrem de doença celíaca ou intolerância a essa proteína. Nos últimos anos, os alimentos saudáveis e funcionais têm ganhado cada vez mais espaço na mesa dos brasileiros. Mais do que sabor, hoje o setor alimentício tem a preocupação de oferecer produtos que possam contribuir com a saúde. No Brasil, essa tendência é ainda mais
proeminente do que nos outros países. Enquanto o mercado de produtos funcionais mundial cresce cerca de 30% ao ano, aqui o aumento tem sido superior a 40%. Boa notícia a quem não pode ingerir glúten A doença celíaca é uma reação imunológica do intestino relacionada à intolerância ao glúten, que causa inflamação, podendo levar à desnutrição pela má absorção de nutrientes. Mas, além dos portadores diagnosticados com essa doença, cresce no Brasil e no mundo a quantidade de pessoas com intolerância ao glúten, que apesar do que a maior parte das pessoas pensa, não é um carboidrato, mas uma proteína. Esse aumento é acompanhado de perto pelo incremento do mercado de produtos funcionais no Brasil e no mundo. Boa textura e coloração atraente O pesquisador Jorge Hashimoto conta que, para ajustar a formulação do biscoito, foi usada uma ferramenta estatística de delineamento de misturas e regressão multivariada. “As características de interesse do produto são afetadas pela variação das proporções dos componentes”, explica. Parte desse trabalho foi executada pela pesquisadora Elizabeth Harumi Nabeshima, do ITAL. A pesquisa testou cinco formulações: 100% trigo, que ficou como testemunha; 50% com farinha de feijão-caupi e 50% de trigo; 33% de trigo e 67% de feijão; 16% de trigo e o restante de feijão; e, por último, 100% com farinha de feijão-caupi. O resultado do estudo utilizando apenas a farinha de feijão-caupi, de acordo com Hashimoto, resultou em um biscoito menos duro que o elaborado com trigo. Ele ressalta que o produto apresenta uma cor mais atraente do que os biscoitos existentes no mercado devido à coloração da farinha de feijão-caupi. Além disso, o cientista afirma que o novo biscoito obteve boa aceitação sensorial. “O grande diferencial é que o biscoito pode ser consumido por pessoas portadoras da doença celíaca e ainda
apresenta aumento da qualidade nutricional, já que a maioria dos produtos alternativos para os celíacos é pobre em proteínas”, revela. O trabalho começou em 2015, em Teresina, como um plano de ação do projeto “Feijão-caupi: transferindo tecnologias, produtos e processos para a sustentabilidade da cadeia produtiva no Brasil”. Vem de longe a primeira tentativa de uso da farinha de feijão-caupi na elaboração de biscoitos. O trabalho pioneiro foi realizado nos anos de 1985 e 1986, no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará (UFC), pela professora Maria Alsenir Carvalho Rodrigues. O estudo, que terminou na dissertação de mestrado em tecnologia de alimentos da professora, buscou um biscoito com alto valor nutritivo, de simples fabricação e de custo baixo. Ela trabalhou com as misturas de farinhas de feijão-caupi e sorgo granífero. Redução da anemia em crianças A segunda tentativa de elaboração de biscoitos à base da leguminosa aconteceu na Universidade Federal do Piauí (UFPI). Em 2013, a nutricionista Liejy Agnes dos Santos Raposo Landim apresentou uma dissertação de mestrado em alimentos e nutrição, testando a substituição de 30% da farinha de trigo pela farinha de feijão-caupi, da cultivar BRS-Xiquexique, também desenvolvida pela Embrapa Meio-Norte. O estudo avaliou o impacto da ingestão desses biscoitos por estudantes pré-escolares para controle da anemia ferropriva. A nutricionista trabalhou com 262 crianças, na faixa etária de dois a cinco anos, da rede pública municipal de Teresina. Antes de consumirem os biscoitos, a prevalência de anemia entre elas era de 11,5%. Após o consumo, o índice caiu para 4,2%. O resultado mostrou a eficiência dos nutrientes do feijão-caupi no combate à anemia. Alimento funcional promissor O biscoito chega ao mercado entusiasmando profissionais de saúde e de nutrição. A médica Jozelda Lemos Duarte, presidente da Sociedade de Gastroenterologia do Piauí, considera que produtos isentos de glúten e com potencial nutritivo são valiosos para esses pacientes. “Eles são muito importantes REVISTA 100% CAIPIRA |29
para a alimentação das pessoas com doença celíaca, pois o tratamento básico da doença começa com a retirada total do glúten da alimentação”, frisa a especialista. Segundo a médica, que também é professora universitária e atende no Hospital Getúlio Vargas, o maior da rede pública do Piauí, até o uso de utensílios domésticos, como frigideira ou panela com restos de trigo no preparo de alimentos, pode gerar problema para um portador da doença. “Os primeiros sintomas da doença são específicos, como dores abdominais, gases e diarréias frequentes sempre após a alimentação, e deve-se buscar o diagnóstico quando há suspeita”, recomenda. A doença celíaca, que não tem cura, atinge hoje cerca de dois milhões de pessoas no País. A cada ano surgem pelo menos 150 mil novos casos, segundo estimativas da Federação Nacional dos Portadores de Doença Celíaca no Brasil. De acordo com a gastroenterologista, essa doença pode aparecer em qualquer fase da vida, atingindo principalmente pessoas de cor branca. Adriana Soares, nutricionista há 20 anos e gastrônoma há seis, vê o produto
como mais uma alternativa alimentar às pessoas acometidas pela doença celíaca e com intolerância ao glúten. “Esse biscoito desenvolvido à base de feijão-caupi terá um grande impacto social”, acredita a especialista, que incentiva a elaboração de dietas que devolvam o bem-estar aos pacientes. Ela destaca que o feijão-caupi contém inúmeros aminoácidos essenciais na síntese das proteínas, cujas concentrações atendem às necessidades nutricionais diárias de jovens e adultos. “Como o portador de doença celíaca deve se abster totalmente do glúten na sua alimentação, a chegada ao mercado de alternativas alimentares é muito importante para melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, enfatiza. Base da alimentação nordestina O novo biscoito agrega mais valor ao feijão-caupi, que já é um dos principais componentes da dieta alimentar nas regiões Nordeste e Norte do Brasil, especialmente na zona rural. Somente as cultivares de caupi geradas pela Embrapa Meio-Norte, em parceria com outras instituições do sistema cooperativo de pesquisa, ocupam 30% da área total cultivada no País: quase um mi-
lhão e meio de hectares, gerando renda e milhares de empregos diretos. Leguminosa forte na economia De origem africana, o feijão-caupi, também conhecido como feijão-de-corda, chegou ao Brasil pela Bahia, na segunda metade do século XVI. Hoje, o produto é a base da alimentação da Região Nordeste, principalmente no Semiárido. A espécie é plantada com destaque também no Centro-Oeste e vem ganhando força na Região Norte. Em 2017, segundo estimativa preliminar do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o País produziu 3,2 milhões de toneladas de feijão comum e de caupi, em uma área plantada de 3,2 milhões de hectares. As exportações brasileiras de feijão em 2017 também apresentam números robustos. Segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o País exportou quase 117 mil toneladas da leguminosa. A Índia se destacou: comprou 53,2 mil toneladas. O Egito ficou em segundo lugar com a importação de 16,2 mil toneladas do Brasil e o Paquistão comprou 6,3 mil toneladas.
GESTÃO
Centro de Referência Angus conclui sua primeira prova de eficiência animal O primeiro teste de desempenho de animais do Centro de Referência Angus (CRA) finalizou Fonte: Jardine Comunicação
sua primeira etapa com resultados que surpreenderam
Iniciada há um ano, a prova consistiu em avaliar 30 características de 65 touros Angus previamente selecionados de 11 propriedades dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Dentre estas, destaque para as cabanhas Fazenda Brasil Florestal, de Itaiópolis (SC), e Tradição Azul, de Quaraí (RS), que terminaram a avaliação com três touros entre o top 10% dos melhores animais, e quatro entre o top 15%, respectivamente. Dos 65 terneiros que iniciaram a prova, apenas 60 chegaram ao encerramento, que se deu na última terça-feira (17/7). O projeto foi desenvolvido em Itatinga (SP), na sede da Verdana Agropecuária, da família Grubisich, mentora da ideia. Os 12 touros que ficaram no top 20% foram levados para a central de coleta de sêmen Seleon, onde terão seu material genético testado. Segundo o responsável pela prospecção e se-
30 | REVISTA 100% CAIPIRA
leção dos exemplares que foram enviados à prova, Luis Felipe Cassol, o principal objetivo da avaliação e da criação do CRA é gerar dados consistentes e confiáveis sobre a genética brasileira de Angus, com o intuito de fomentar a compra de sêmen nacional. “Essa prova é um divisor de águas no mercado de genética”, afirma. Foram avaliadas 30 características em quatro índices diferentes: de bezerros, de confinamento, de carcaça premium e de rusticidade. De acordo com Cassol, esse sistema de prova é mais completo comparado aos já existentes no Brasil que, em sua maioria, avaliam apenas o desempenho em ganho de peso bruto. “Às vezes, quem ganha mais peso é o que come mais”, alerta. Desta forma, os números de DEPs (Diferença Esperada na Progênie) mostraram o diferencial de cada animal dentro dos índices esperados. Como
cita Cassol, o criador que visa a produção de carne de qualidade pode obter dados consistentes sobre o desempenho do animal com o índice de carcaça premium, por exemplo. Além da Brasil Florestal e Tradição Azul, participaram as cabanhas gaúchas Fazenda Reconquista, Basca, Rincón Del Sarandy, Cia Azul e Corticeira, as catarinenses Guarda-Mor, Renascença e Três Marias, e a paulista Verdana. Para Cassol, todas as propriedades participaram com bons exemplares e, consequentemente, tiveram resultados satisfatórios. “O conjunto da obra foi fundamental para o projeto. A vitória é de todos”, afirma. A partir de agora, o CRA vai acompanhar os touros que foram encaminhados à Seleon para avaliar, também, os seus filhos até o abate. “A prova termina, de verdade, em três anos”, pontua Cassol.
COOPERATIVAS
C o o p e r a t i v i s m o paranaense é destaque em pesquisa Onze cooperativas paranaenses se destacam entre as 50 maiores do Brasil Na contramão da economia brasileira, o agronegócio vem despontando já há algum tempo. Um setor que deve quadriplicar até 2050 no Brasil. Somente em 2017, o setor no país movimentou 23,5% do PIB, cerca de R$ 375 bilhões. E o agronegócio no Estado do Paraná também vem despontando. Segundo pesquisa divulgada na última semana pela revista Forbes, 11 cooperativas paranaenses estão listadas entre as maiores do país, demonstrando claramente a importância do agronegócio para o estado e consequentemente para o Brasil. Para Rui Rocha, sócio fundador da Partner Consulting, consultoria responsável pelo planejamento do cooperativismo no Paraná, o agronegócio é um setor que, além dos constantes atropelos proporcionados pelo governo, vem se destacando na visão de negócio, empreendedorismo e profissionalismo na gestão. “Foi-se o tempo em que o Cooperativismo era visto como
Fonte: Conceito Notícias
um negócio mal gerido, com enormes desperdícios de recursos e baixo índice de tecnologia e gestão”, salienta. “A realidade do agronegócio é outra”, enfatiza Rui Rocha. Segundo o consultor, o que vemos hoje são empresas gigantes que proporcionam o crescimento da economia dos municípios onde estão localizadas, promovendo o desenvolvimento da comunidade e com isso, fomentando o crescimento do agronegócio. “Se o Brasil não tivesse essa estrutura de agronegócio, com certeza o PIB seria outro, como uma outra estrutura econômica, menos pujante que a atual”, avalia. As carências de políticas públicas, por vezes desatualizadas, infraestrutura e apoio no fomento destas cooperativas tem contribuído de forma significativa para reprimir o crescimento do agronegócio no Brasil e com isso ter maior relevância na economia e na vida da sociedade brasileira. “Essa conquista do cooperativis-
mo paranaense deve ser celebrada e ao mesmo tempo devemos apoiar as iniciativas de crescimento por meio do fomento dos bons projetos que anualmente são apresentados para o governo e sociedade, porque nem tudo tem sido tão fácil, pois existem grandes desafios a serem superados e que se alcançados aumentarão de forma significativa a distribuição de renda e o desenvolvimento das comunidades que vivem e respiram o agronegócio diariamente”, enfatiza Rui Rocha. O Paraná é sem dúvida o estado onde o modelo de cooperativismo tem sua maior eficácia, sendo referência de modelo para o país e talvez no mundo. Fato esse, que o Sistema Ocepar em parceria com a Partner Consulting vem realizando o PRC 100 (Paraná Cooperativo 100), um planejamento estratégico que visa desenvolver estratégias junto as cooperativas credenciadas ao Sistema Ocepar visando um caminho sustentável de crescimento. REVISTA 100% CAIPIRA |31
DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO
Cientistas vão treinar robôs para identificação automática de plantas Visão computacional identifica elementos da planta Fonte: Embrapa Informática Agropecuária
32 | REVISTA 100% CAIPIRA
Cientistas brasileiros estão trabalhando para desenvolver uma tecnologia que permita a máquinas agrícolas fazerem o reconhecimento automático de plantas no campo. Pesquisas da Embrapa na área de fenotipagem buscam reconstruir espécies vegetais em três dimensões (3D) usando conhecimentos e técnicas de computação, como a robótica e a inteligência artificial. A reconstrução tridimensional de plantas envolve a captura automatizada de imagens das culturas agrícolas e a geração de modelos digitais que mostram as estruturas das espécies, sejam folhas, caules, flores ou frutos, em 3D. Por meio desse processo, são coletados milhares de dados para classificação e análise das características vegetais, que podem ajudar no melhoramento genético. Equipamentos que fazem diagnóstico de maneira autônoma Os resultados desse tipo de pesquisa são úteis para estimar a produção de determinada área, encontrar áreas com deficiência nutricional ou identificar pragas e doenças na lavoura, contribuindo para o avanço da agricultura de precisão. Com o desenvolvimento dos estudos em robótica aplicada à agricultura, os pesquisadores esperam que, no futuro, máquinas agrícolas autônomas possam ir a campo para fazer as mais variadas observações. Experimentos conduzidos com as culturas de milho e uva de vinho integram um projeto de pesquisa com foco na geração de conhecimento em agricultura digital liderado pela Embrapa Informática Agropecuária (SP), em parceria com a Embrapa Instrumentação (SP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Os testes com robôs e drones vão ser feitos em uma vinícola do estado de São Paulo, que participa da Rede de Agricultura de Precisão, e em uma área de milho em Campinas. Também vão ser empregadas técnicas de aprendizado de máquina e reconhecimento de padrões, conhecidas como deep learning, redes neurais profundas capazes de aprender padrões
complexos a partir de um grande número de observações. Com apoio de grandes bases de dados e softwares de processamento de imagens digitais, busca-se criar protótipos de robôs capazes de identificar as culturas e diferenciar o que são frutos, cachos de uvas ou espigas, das demais estruturas vegetais, como folhas e troncos, por exemplo. Tecnologia usada em carros autônomos “Isso pode abrir o caminho para uma série de automações na agricultura”, conta o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária Thiago Teixeira Santos, líder da pesquisa. A equipe planeja construir um robô com câmeras acopladas e um escâner a laser para fazer a varredura das áreas de cultivo selecionadas pela pesquisa. Assim será possível ver a estrutura tridimensional com informações de geolocalização baseadas na tecnologia Lidar – a mesma usada pelos carros autônomos que estão sendo testados pela indústria automobilística mundial. No entanto, diferentemente da indústria, em que o ambiente é controlado, os robôs desenhados para atuar no agronegócio possuem um ambiente muito mais complexo e sujeito a incertezas, o que exige um grande esforço de investigação e inúmeras simulações. Os desafios vão desde a superação dos níveis do terreno, passando por fatores climáticos e necessidade de infraestrutura computacional de alto desempenho para armazenagem, processamento e análise. Por isso, os testes estão sendo feitos em pequenas parcelas de cultivo, com características de estruturas conhecidas, como linhas de plantio definidas, para que os robôs sejam treinados e possam reconhecer esses ambientes. “A próxima geração de equipamentos agrícolas incluirá máquinas de pequeno porte e robôs que desempenham tarefas específicas. É um maquinário que vê e toma decisão, isto é, dotado de capacidade para ‘raciocinar’ com base no que é observado no campo”, avalia Santos. O projeto de pesquisa denominado “Agricultura ciente de ambiente: raciocínio sobre estrutura tridimensional
no campo de cultivo (AAcr3, do inglês Ambient awareness in Agriculture: 3-D structure and reasoning in the crop field)”, foi aprovado em uma chamada conjunta da Fapesp com a IBM e recebeu recursos de US$ 60 mil (cerca de R$ 200 mil reais) da linha de auxílio à pesquisa Parceria para Inovação Tecnológica (Pite). A vigência é de dois anos, de abril de 2018 a março de 2020. Serão empregados algoritmos de visão computacional e aprendizado de máquina na detecção e classificação de objetos de interesse, tais como terreno, plantas, folhas e frutos. Além disso, informações como características das plantas, variação espacial na cultura e outras medidas vão ser estimadas a partir de nuvens de pontos 3-D (point clouds). Os pesquisadores explicam que parcelas de três culturas diferentes, incluindo grãos e fruticultura, serão sensoreadas e estruturadas, capturando vários estágios de desenvolvimento das plantas. “A utilização dessas ferramentas e procedimentos para o reconhecimento de partes de uma espécie vegetal de interesse do produtor agrícola ou técnico permitirá a obtenção de forma automatizada de informações úteis, como a estimativa de produção em uma área, quais as partes da área que podem ser mais ou menos produtivas, o nível de incidência de pragas e doenças nas plantas dessa área, entre outros”, destaca o pesquisador da Embrapa Instrumentação Luis Henrique Bassoi. “Isso poderá trazer rapidez na coleta e na análise de dados para a obtenção de informações que auxiliarão na tomada de decisão quanto à realização de práticas agrícolas”, afirma. A pesquisa ainda vai integrar tecnologias de ponta em imageamento, robótica e visão computacional em uma metodologia completa para a aquisição da estrutura 3-D de campos de cultivo, abordando problemas em automação e computação de alto desempenho. Também serão desenvolvidos métodos baseados em aprendizagem de máquina para a extração de padrões e características a partir desses dados, para avaliação comparativa às metodologias tradicionais usadas em pesquisas agrícolas, abrindo um novo campo de conhecimento científico. REVISTA 100% CAIPIRA |33
Os verdadeiros guardiões das culturas sertanejas
RUA CIRIEMA Nº 100 - VILA AYROSA - OSASCO - SP Fone: (11) 97464-9622 E-mail: contato@abasertanejo.com.br http://www.abassertanejo.com.br/
Agende sua participação pelo Whats App: (11) 94487-2513 Confira também nosso site: www.guarufama.com.br e também nas mídias sociais 34 | REVISTA 100% CAIPIRA
R
A REVISTA DE AGRONEGÓCIO QUE RESGUARDA A CULTURA CAIPIRA
ACESSE: WWW.REVISTA100PORCENTOCAIPIRA.COM.BR
https://www.facebook.com/pages/100porcentocaipira 35 REVISTA 100% CAIPIRA |
DEFENSIVOS E AGROTÓXICOS
Minas Gerais debate flexibilização na lei de agrotóxicos Aprovado no final do mês de junho, pela comissão especial da Câmara dos Deputados, em Brasília, o Projeto de Lei 6299/2002, que flexibiliza a lei dos agrotóxicos, vem sendo amplamente discutido
36 | REVISTA 100% CAIPIRA
Nesta semana, foi realizada uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), onde o projeto foi criticado e proposta a criação de uma frente parlamentar interestadual para barrar o avanço do projeto. Já os representantes do setor rural do Estado aprovam a modificação na lei, alegando que o processo de regulamentação de novos produtos continuará rigoroso, mas haverá uma redução da burocracia. O projeto ainda será levado ao plenário da Câmara dos Deputados. As alterações, propostas originalmente pelo atual ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, propõe diversas mudanças na lei que regulamenta o uso e registro de agrotóxicos no País. Dentre as alterações está a recomendação de mudança na nomenclatura dos produtos. O projeto prevê a substituição do termo agrotóxico, utilizado atualmente, para defensivos fitossanitários e produtos de controle ambiental. Para o presidente da Comissão de Participação Popular da ALMG, deputado Doutor Jean Freire, a modificação da nomenclatura será prejudicial para a população. “Assim como aprovaram um projeto de lei para retirar o “T” de transgênico, agora querem retirar o nome agrotóxico e dizer que tem defensivos fitossanitários. Isso reduz o impacto do nome e diminui a rejeição da opinião pública em relação a essas substâncias, utilizando um nome menos negativo”, explicou Freire. O analista de agronegócios da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Caio Coimbra, explica que a modificação não prejudicará a identificação dos produtos por parte da população. Segundo ele, a entidade não participou do debate na ALMG porque não recebeu o convite. “Este é um ponto polêmico porque quem é contra alega que vai mascarar e ameninar o termo. Mas, em vários países produtores, o termo agrotóxico não é utilizado. Na Europa estes produtos são chamados de agroquímicos, nos Estados Unidos de pesticidas e na Argentina de defensivos agrícolas. Estamos fora do contexto. A proposta não quer amenizar, mas não difamar”. Outro ponto polêmico é a forma de aprovação dos produtos. Hoje, para aprovação de um novo agrotóxico no Brasil, o produto tem que ser analisado por três órgãos do governo: o Institu-
to Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Caso o PL seja aprovado, será criada a Comissão Técnica Nacional de Fitossanitários, órgão que terá a finalidade de aprovar, ou não, novas moléculas de agrotóxicos. A Comissão será criada no âmbito do Mapa e contará com representantes, técnicos e doutores de vários órgãos, incluindo os de saúde, meio ambiente e agricultura. De acordo com Coimbra, a modificação é necessária e será positiva para a evolução do agronegócio, uma vez que os processos de liberação ou não de novos produtos manterão o rigor, mas a burocracia para a análise de novas moléculas será reduzida. Ainda segundo Coimbra, a concentração dos estudos na comissão a ser criada no Mapa segue os moldes de outros países como o Canadá e os Estados Unidos, por exemplo. “Em importantes e rigorosos países, quem delibera a entrada e saída das moléculas do mercado é o ministério da agricultura. O PL 6299 propõe que os representantes da Anvisa, Ibama e Mapa se juntem em uma Comissão Técnica de Fitossanitários, o que será positivo para acelerar um processo que hoje leva de oito a 10 anos. Da forma atual, as perdas são enormes, porque uma molécula criada hoje, daqui a oito ou 10 anos pode não ser mais tão eficaz. São bilhões de reais investidos e perdidos”. Freire explica que a flexibilização da lei dos agrotóxicos no Brasil vai contra a tendência mundial, que visa a reduzir a aplicação na produção de alimentos, o que poderia impactar de forma negativa na comercialização dos produtos agrícolas no mercado mundial. “Vejo a flexibilização como uma manobra das grandes empresas produtoras de agrotóxico. Enquanto o mundo está diminuindo as aplicações, o Brasil quer a flexibilização. Quem vai ganhar com isso são as empresas fabricantes. A pergunta é: Quem vai comprar nossos produtos? Porque o mundo não quer. Com certeza a população que ficará refém dos produtos com mais agrotóxico é a brasileira. Esse assunto precisa ser discutido amplamente, vamos tentar mobilizar outros estados, criar uma frente
parlamentar interestadual para tentar barrar a aprovação do projeto”, disse Freire. O setor produtivo está seguro de que o comércio com o mercado internacional não será afetado com a aprovação do projeto de lei. Coimbra explica que o Brasil é um dos países mais exigidos para atuar em outros mercados, principalmente na Europa e Estados Unidos. As regras enfrentadas para manter as exportações são as mais rígidas e, desta forma, existe uma grande preocupação do setor produtivo em atender aos critérios mundiais e garantir as negociações. Diante das grandes exigências, os cuidados com a aprovação de novas moléculas continuará rigoroso e atendendo ao padrão mundial. “A possibilidade de se registrar um produto no Brasil, que é proibido no mundo, não existe. O Brasil é muito mais exigido que outros países e trabalha com muito mais restrições. O setor produtivo não quer perder espaço. Sabemos que, se utilizarmos um produto proibido, estaremos sujeitos a embargos, o que é muito prejudicial”. Liberação automática ainda preocupa -Outro ponto polêmico do Projeto de Lei 6299/2002, que flexibiliza a lei dos agrotóxicos, é o tempo de análise para registro de novos produtos. Atualmente não existe um prazo para que sejam liberados ou não. A partir da aprovação, o processo deverá durar um ano. Após este período, caso a pesquisa da Comissão não tenha sido feita, ocorrerá a liberação automática da molécula. Para o analista da Faemg, Caio Coimbra, “este é um ponto que precisa de atenção, porque não sabemos o que vai passar e, por isso, precisa ser debatido e estudado”. No entanto, ele considera que, “por outro lado, a regra faz com que haja agilidade e vontade do funcionário em realizar os estudos necessários. Nossa opinião é que este prazo seja ampliado para um ano e meio a dois anos, como já adotado em diversos outros países”, sugere. Segundo Coimbra, na Austrália o processo dura em média um ano e meio, nos Estados Unidos dois anos, na Argentina de um a dois anos e no Brasil de oito a 10 anos. “Estamos muito atrasados. O importante é ressaltar que, para qualquer concessão, a análise é obrigatória, a regra não vai afrouxar as análises, vai reduzir a burocracia”, explicou. Fonte: Diário do Comércio REVISTA 100% CAIPIRA |37
PROCESSAMENTO
LARANJA: Exportação de suco registra alta de 29%, puxada pelos EUA
Fonte: Portal Paraná Cooperativo
As exportações brasileiras de suco de laranja encerraram o ano safra 2017/2018 com alta de 29%. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), compilados pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) 38 | REVISTA 100% CAIPIRA
E mb arqu e s - E nt re o s m e s e s d e ju l h o d e 2 0 1 7 e ju n h o d e 2 0 1 8 , o s vo lu m e s e mb arc a d o s t ot a l i z ar am 1 . 1 5 0 . 7 1 4 t on e l a d a s d e s u c o d e l ar anj a c on c e n t r a d o, c onge l a d o e qu i v a l e nt e a 6 6 g r au s br i x ( F C OJ e qu i v a l e n t e ) ant e 8 9 4 . 6 6 9 m i l t on e l a d a s e x p or t a d a s n a s af r a 2 0 1 6 / 1 7 . A e s c a l a br i x é ut i l i z a d a n a i n dú s t r i a d e a l i m e nt o s p ar a m e d i r a qu ant i d a d e aprox i m a d a d e a ç ú c are s e m s u c o s d e f r ut a , v i n h o s e n a i n dú s t r i a d e a ç ú c ar. O s d a d o s s ã o c onv e r t i d o s a 6 6 g r au s br i x p ar a p e r m it i r a c omp ar a ç ã o e nt re pro dut o s d i fe re nt e s . Fatu r am e nt o - E m f atu r am e n t o, a s e x p or t a ç õ e s s om ar am u m t ot a l d e U S $ 2 , 1 0 7 bi l h õ e s , c re s c i m e nt o d e 3 0 % e m re l a ç ã o a o v a l or d e U S $ 1 , 6 2 bi l h ã o re g i s trado no mesmo período da saf r a ant e r i or. “A c onju ntu r a aju d ou o s e t or, m a s o au m e nt o d o s e mb arqu e s p ar a o s E UA é u m d e s t a qu e”, d i z o d i re t or- e xe c ut i vo d a C it r u s B R , I bi ap ab a Ne tt o. E s t a d o s Un i d o s - O s e mb arqu e s c om d e s t i n o a o s E UA t i ve r am a lt a d e 8 3 % e m re l a ç ã o à s af r a ant e r i or. S e g u n d o o d i re t or, d oi s f at ore s for am d e t e rm i n ant e s p ar a o re s u lt a d o. “O pr i m e i ro d e l e s é qu e o m e rc a d o am e r i c an o s of re u c om o s e fe it o s d o f u r a c ã o Ir m a , qu e pre ju d i c ou a pro du ç ã o l o c a l . O s e g u n d o é qu e n a s af r a ant e r i or o Br a s i l e x p or t ou m e n o s e m f u n ç ã o d a re s t r i ç ã o d e ofe r t a o c a s i on a d a p e l a s af r a 2 0 1 6 / 1 7 qu e foi mu it o p e qu e n a”, d i z Ne tt o. Mai or re s u lt a d o - O vo lu m e re pre s e nt a o m ai or re s u lt a d o d a s é r i e h i s t ór i c a . As s i m , o s e m b arqu e s p ar a o s E s t a d o s Un i d o s e n c e r r ar am a s af r a e m U S $ 5 6 1 , 7 m i l h õ e s , 7 7 % a m ai s d o qu e o s U S $ 3 1 7 , 5 m i l h õ e s ve r i f i c a d o s n a s af r a 2 0 1 6 / 1 7 . Próx i m a s af r a - Ma s o re s u lt a d o n ã o d e v e s e re p e t i r n a
próx i m a s af r a , e x p l i c a o d i re t or- e xe c ut i vo d a C it r u s B R . “D i f i c i l m e nt e e s s e s d oi s f at ore s s e re p e t e m . Ne s s e an o j á s e s a b e qu e é u m a s af r a m e n or qu e a d o an o p a s s a d o, j á t e re m o s u m a d i s p on i bi l i d a d e d e f r ut a s m e n or, e a o m e s m o t e mp o n a d a g a r ant e qu e o s E s t a d o s Un i d o s v ã o pu x ar c om o m e s m o vo lu m e d o an o p a s s a d o. Por e s s a s r a z õ e s n ã o a c re d it am o s qu e t e re m o s o m e s m o d e s e mp e n h o d e au m e nt o c om o a c ont e c e u o an o p a s s a d o”, af i r m ou . O ut ro s m e rc a d o s - O s e m b arqu e s p ar a a Un i ã o Eu rop e i a , pr i n c ip a l m e rc a d o p ar a a s e x p or t a ç õ e s d e s u c o d e l ar an j a br a s i l e i ro, for am d e 6 7 5 . 0 7 0 m i l t on e l a d a s , 1 6 % a c i m a d a s 5 7 9 . 5 5 6 m i l t on e l a d a s e mb arc a d a s n o m e s m o p e r í o d o d a s af r a p a s s a d a . O vo lu m e f i n an c e i ro re p or t a d o p e l a S e c e x apre s e nt a a lt a d e 1 8 % . No p e r í o d o, o t ot a l e mb arc a d o a l c an ç ou U S $ 1 , 2 3 bi l h ã o ant e U S $ 1 , 0 5 bi l h ã o n a s af r a ant e r i or. “Ma s s e c omp a r ar m o s c om a s af r a 2 0 1 5 / 1 6 p e rc e b e m o s u m re c u o d e 9 , 7 5 % e m vo lu m e , o qu e é pre o c up ant e”, d i z Ne tt o. Jap ã o e C h i n a - O Jap ã o, pr i n c ip a l d e s t i n o d a Ás i a , m ant e ve o c re s c i m e nt o n o s e mb arqu e s c om u m t ot a l d e 5 4 . 6 3 5 t on e l a d a s , a lt a d e 3 3 % ant e a s 4 0 . 9 9 6 t on e l a d a s d a s af r a ant e r i or. O c re s c i m e nt o e m v a l or foi d e 5 2 % c om US$ 105,7 milhões. A China, p or s u a ve z , o b s e r vou au m e nt o d e 3 3 % e m vo lu m e d e s u c o e x p or t a d o c om 3 9 . 3 7 2 t on e l a d a s e 4 6 % d e i n c re m e nt o e m v a l or, t o t a l i z an d o U S $ 7 9 , 9 m i l h õ e s . Pro b l e m a s d o s e t or - “Q u ant o m ai s l onge for m o s n a s é r i e h i s t ór i c a , m ai s s e ve r a s e r á a qu e d a n o s vo lu m e s e mb arc a d o s , o qu e s i g n i f i c a qu e s e p or u m l a d o t e m o s qu e c om e m or ar o b om d e s e mp e n h o d o an o, n ã o p o d e m o s
p e rd e r d e v i s t a qu e mu it o s d o s pro b l e m a s e s t r utu r ai s qu e t e m o s n e s s e s e t or ai n d a p e r s i s t e m”, av a l i a Ne tt o. Q u e d a d e c ons u m o - E l e e x p l i c a qu e a qu e d a d e c ons u m o é u m d e s s e s pro b l e m a s . “O c ons u m o mu n d i a l d o s u c o d e l ar anj a c aiu 1 8 % n o s ú lt i m o s 1 4 an o s , pr i n c ip a l m e nt e re l a c i on a d o à c omp e t i ç ã o c om out r a s b e bi d a s e t amb é m c om a mu d an ç a s d e h á bit o d e c ons u m o, c om o o c afé d a m an h ã , qu e é a o c a s i ã o d e c ons u m o on d e o s u c o d e l ar an j a e s t á m ai s b e m p o s i c i on a d o. O s u c o e s t á p e rd e n d o e s p a ç o p oi s a c a d a d i a a s p e s s o a s t om am m e n o s c afé d a m an h ã . E s s a s du a s c onju ntu r a s for m am u m pro b l e m a e s t r utu r a l qu e é a qu e d a d e c ons u m o qu e t e m o s qu e e n f re n t ar”. C amp an h a - Par a t e nt ar re ve r t e r o qu a d ro, a e nt i d a d e t e m fe it o n o s ú lt i m o s d o s an o s u m a c amp an h a n o c ont i n e nt e e u ro p e u c om i nve s t i m e nt o d e U S $ 7 m i l h õ e s a o an o, d i z Ne tt o. S e g u n d o e l e , a c amp an h a é d e re p o s i c i on am e nt o d e s u c o d e l a r anj a e m 1 4 m e rc a d o s d a Eu rop a e v i s a f a l ar c om prof i s s i on ai s d e s aú d e p ar a l e v ar i n for m a ç õ e s s o bre o s b e n e f í c i o s d o s u c o. ( Agê n c i a Br a s i l ) As e x p or t a ç õ e s br a s i l e i r a s d e s u c o d e l ar anj a e n c e r r ar am o an o s af r a 2 0 1 7 / 2 0 1 8 c om a lt a d e 2 9 % . O s d a d o s s ã o d a S e c re t ar i a d e C om é rc i o E x t e r i or ( S e c e x ) , c ompi l a d o s p e l a As s o c i a ç ã o Na c i on a l d o s E x p or t a d ore s d e Su c o s C ít r i c o s ( C it r u s B R ) . E mb arqu e s - E nt re o s m e s e s d e ju l h o d e 2 0 1 7 e ju n h o d e 2 0 1 8 , o s vo lu m e s e mb arc a d o s t ot a l i z ar am 1 . 1 5 0 . 7 1 4 t on e l a d a s d e s u c o d e l ar anj a c on c e nt r a d o, c onge l a d o e qu i v a l e nt e a 6 6 g r au s br i x ( F C OJ e qu i v a l e nt e ) ant e 8 9 4 . 6 6 9 m i l t on e l a d a s e x p or t a d a s n a s af r a 2 0 1 6 / 1 7 . REVISTA 100% CAIPIRA | 39
FLORICULTURA
40 | REVISTA 100% CAIPIRA
REVISTA 100% CAIPIRA | 41
FEIJÃO
Safra de feijão não ameaça o consumo doméstico, diz IBGE A produção total
do feijão brasileiro foi estimada em aproximadamente 3,389 milhões de toneladas no ano O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IB GE) revisou suas estimativas para a safra de feijão em 2018 e garantiu que ela não irá ameaçar o consumo interno. De acordo com Carlos Alfredo Guedes, gerente da pesquisa, a próxima colheita do grão será necessária para suprir o fornecimento doméstico do Brasil, mesmo com as revisões para baixo. A produção total do feijão brasileiro foi estimada em aproximadamente 3,389 milhões de toneladas em 2018, 3% a mais do que a projeção feita em 2017. Segundo 42 | REVISTA 100% CAIPIRA
Fonte: IBGE
Guedes, o total consumido dentro do País deve chegar a 3,1 milhões de toneladas, um montante levemente abaixo da oferta. “As revisões (para baixo) na segunda e terceira safras de feijão não afetam a oferta (do grão) no País”, explica. A estimativa para o mês de maio registrou uma redução de área plantada de 7.072 hectares, o que equivale a 0,2%, e uma e queda de aproximadamente 0,6% na produtividade média, além de um aumento de 0,3% na produção. Em relação a primeira safra, a produção total somará 1,6 milhão de toneladas, 3,6% a mais que no
último levantamento, com um rendimento médio crescendo cerca de 2,6% e a área colhida aumentando em 0,5%. Já a segunda safra deve ter produção de 1,2 milhão toneladas de feijão, 2,3% a menos do que o mês de maio, com rendimento e área colhida recuando 1,1% e 1,5%, respectivamente. Já em relação à terceira safra, o IB GE prevê que a produção totalizará 553,7 mil toneladas, o que equivale a uma redução de 1,0% em relação à previsão do mês anterior e um aumento de 1,8% se comparado ao ano passado.
REVISTA 100% CAIPIRA43 |
ARTIGO
44| REVISTA 100% CAIPIRA
REVISTA 100% CAIPIRA45 |
FEIRAS E EVENTOS
Fonte: Assessoria de imprensa enflor
E nf lor & G a rd e n Fa i r: e diç ão 2 018 su p e ra exp e c t a ti va s de p ú bl i c o
R
atificando d ados que ap ont am que os brasi leiros est ão incluindo c ad a ve z mais as f lores e pl ant as no s eu di a-a-di a, o 27º Encont ro Naciona l de Flor ist as, At ac adist as e Empres as de Acess ór ios (Enf lor) e a 15ª Garden Fair - Feira de Te cnolog i a em Jardinagem e Pais ag ismo, encer rados nest a terç a-feira, di a 10 de ju l ho, sup eraram 46 | REVISTA 100% CAIPIRA
as exp e c t at ivas e b ateram novo re corde de público, ao at rair p ara Hol ambra/SP mais de 17,2 mi l v isit antes. Os e ventos aconte ceram ent re os di as 8 e 10 de ju l ho, no Parque d a E xp of lora, e apres ent aram as nov id ades e tendênci as na f lor ic u ltura, no p ais ag ismo, na de coraç ão e em e ventos s o ci ais e cor p orat ivos. S egundo os d ados do Inst ituto Brasi leiro de Flor ic u ltura (IBR AFLOR), no ano p ass ado o s etor cres ceu 15% no E st ado de São
Pau lo, mantendo a mé di a naciona l em tor no de 8%, o que signif icou uma mov iment aç ão em tor no de R$ 7,3 bi l hõ es. O maior consumo est á cent rado no em São Pau lo, com R$ 50/p er c apt a/ano, enqu anto a mé di a naciona l g ira em tor no de R$ 35. “O aque cimento do merc ado inter no de f lor ic u ltura s e ref lete no for t a le cimento do v ínc u lo dos br asi leiros com as f lores e pl ant as. Tanto que muitos j á bus c am o s etor t amb ém como for ma de empre ender.
AGÊNCIA BANANA PUBLICIDADE PROPAGANDA E MARKETING
A AGÊNCIA BANANA DE PROPAGANDA E PUBLICIDADE LTDA, é uma agência que atua em vários segmentos, além da publicidade clássica, m a r k e t i n g e s t rat é g i c o , f e i ra s e v e n t o s e n o v o s m e i o s , e m b o r a a s m a i o r e s p r e o c u p a ç õ e s s ã o : A excelência no atendimento e a qualidade nos serviços.
CRIAÇÃO E PLANEJAMENTO
MÍDIA EXTERIOR MÍDIA TELEVISIVA ANÚNCIOS IMPRESSOS
FEIRAS E EVENTOS
CAMPANHAS PROMOCIONAIS MARKETING ESTRATÉGICO REVISTA 100% CAIPIRA47
| fones: (11) 2951-2919 - (11) 99322-8555
RECEITAS CAIPIRAS
Esta receita é uma cortesia do BioCarioca, uma rede de restaurantes que trabalha no Rio de Janeiro para o site manualhumano.com.br
48| REVISTA 100% CAIPIRA
PATÊ DE TOMATE SECO E SEMENTE DE GIRASSOL INGREDIENTES
1 colher (sopa) de azeite extra virgem 1 cebola cortada em fatias finas 1 xícara de tomate seco ¾ xícara de semente de girassol ½ colher (sopa) de alecrim picado Sal Pimenta rosa moída PREPARO
Toste as sementes de girassol em uma frigideira em fogo baixo. Reserve. Salteie a cebola no azeite. No processador, misture a cebola, o tomate seco, a semente de girassol, o sal e a pimenta.
REVISTA 100% CAIPIRA | 49
50 | REVISTA 100% CAIPIRA
REVISTA 100% CAIPIRA |51
Onde seu cavalo ĂŠ mais feliz
Baias amplas e higienizadas Pista de treino Ambiente familiar Transporte especializado de animais
Rodovia Arthur Matheus km 2,5 Santa Isabel Fone: (11) 96404-7694 | REVISTA 100% CAIPIRA