www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, setembro de 2018 - Ano 6 - Nº 63 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
FUNGICULTURA CRESCE NO BRASIL
Cogumelos ganham espaço na mesa dos brasileiros REVISTA 100% CAIPIRA |
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Foto: Arquivo Revista 100% Caipira
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Fruticultura:
Citros: Apesar da fraca demanda, preços das laranjas pera seguem em alta
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Trigo:
TRIGO: Embrapa e cooperativas debatem futuro da pós-colheita
Informática:
Software monitora pragas do mamoeiro e faz recomendações de manejo
Pragas e doenças:
Greening atinge 18,15% das laranjeiras de SP e MG
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Artigo: Cogumelos ganham espaço na mesa dos brasileiros
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Agroindústria:
Embalagem aumenta vida útil de produtos à base de fungos
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Clima:
Mudança climática ameaça as safras duplas
Agroflorestas:
Eucalipto vai bem e mostra ser do bem no sul da Bahia
Feiras e eventos:
ANUTEC BRAZIL 2018 registra crescimento com novos padrões Receitas Caipiras: Cogumelos recheados com bacon REVISTA 100% CAIPIRA |
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FRUTICULTURA
Citros: Apesar da fraca demanda, preços das laranjas pera seguem em alta
Brasil, setembro de 2018 Ano 6 - Nº 63 Distribuição Gratuita
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A média da pera, na parcial desta semana (de 13 a 16 de agosto), é de R$ 29,48/cx de 40,8 kg, na árvore, aumento de 5,8% frente à anterior
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esmo com a demanda desaquecida, os preços da laranja pera permanecem elevados. Isso porque, com a intensificação da moagem da variedade de meia-estação nas processadoras paulistas e com a baixa oferta de frutas com boa qualidade nas roças, a disponibilidade no spot está limitada. Assim, a média da pera, na parcial desta semana (de 13 a 16 de agosto), é de R$ 29,48/ 6 | REVISTA 100% CAIPIRA
cx de 40,8 kg, na ár vore, aumento de 5,8% frente à anter i o r. No cas o da lima ácida tahiti, as chuvas da semana passada favoreceram o crescimento das frutas nos pés, aument ando a ofer t a. C ontudo, com a procura reduzida, tanto no mercado interno quanto no exter no, as cot açõ es re c u aram. Nesta s emana, a média de comercialização desta fruta é de R$ 35,06/cx de 27 kg, colhida, queda de 6% em relação à semana passada. Fonte: Cepea
Diretor geral: Sérgio Strini Reis - sergio@ revista100porcentocaipira.com.br Editor-chefe: Eduardo Strini imprensa@ revista100porcentocaipira.com.br Diretor de criação e arte: Eduardo Reis Eduardo Reis eduardo@ revista100porcentocaipira.com.br (11) 9 6209-7741 Conselho editorial: Adriana Oliveira dos Reis, João Carlos dos Santos, Paulo César Rodrigues e Nilthon Fernandes Publicidade: Agência Banana Fotografias: Eduardo Reis, Sérgio Reis, Google imagens, iStockphoto e Shutterstock Departamento comercial: Rua das Vertentes, 450 – Vila Constança – São Paulo - SP Tel.: (11) 98178-5512 Rede social: facebook.com/ revista100porcentocaipira A revista 100% Caipira é uma marca registrada com direitos exclusivos de quem a publica e seu registro encontra-se na revista do INPI Nº 2.212, de 28 de maio de 2013, inscrita com o processo nº 905744322 e pode ser consultado no site: http://formulario. inpi.gov.br/MarcaPatente/ jsp/servimg/validamagic. jsp?BasePesquisa=Marcas. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião desta revista, sendo eles, portanto, de inteira responsabilidade de quem os subscrevem.
ANÁLISE DE MERCADO
ECONOMIA:
Supermercados desperdiçam R$ 3,9 bi em alimentos por ano, diz Abras Os dados foram divulgados na quarta-feira (15/08) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), na capital paulista Fonte: Agência Brasil
Os supermercados brasileiros desperdiçaram, no ano passado, o equivalente a R$ 3,9 bilhões em frutas, legumes e verduras e produtos das seções de padaria, peixaria e açougue. Na comparação com 2016, houve queda de R$ 54.2 milhões. Os dados foram divulgados na quarta-feira (15/08) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), na capital paulista. Levantamento - O levantamento, feito em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA/Provar), considerou números de 2.335 supermercados do país. Apenas em frutas, verduras e legumes, o desperdício atingiu R$ 1,8 bilhão no ano passado, aproximadamente R$ 600 mil a mais do que em 2014. Sensibilização - O superintendente da Abras, Márcio Milan, disse que sensibilizar o setor supermercadista para o desperdício é mais importante do que considerar as perdas financeiras. “Temos que discutir com todo o setor produtivo. Juntos somos capazes de resolver isso”, afirmou Milan. Ceagesp - Na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), empresa estatal de abastecimento que recebe produtos de 1,5 mil municípios brasileiros e de 14 países e
comercializa de 10 a 12 mil toneladas diariamente, as perdas diárias são estimadas em 1,3%. Qualidade - Segundo a chefe do Centro da Qualidade, Pesquisa e Desenvolvimento da Ceagesp, Anita Gutierrez, para evitar o desperdício, é importante que o alimento tenha qualidade no momento da colheita. “O tratamento pós-colheita – passar cera – ajuda, mas não resolve. Para que se tenha um bom produto na gôndola, ele tem que ser produzido de maneira correta”, afirmou Anita. Podridão - Anita identifica, entra os principais problemas que levam os alimentos à podridão, danos mecânicos na colheita e na pós-colheita – no momento da embalagem e no manuseio. A perda de água e os machucados nos alimentos, além disso, levam à redução considerável de valor. Diferença - Outro ponto levantado pela especialista é a diferença de temperatura a que o produto é submetido no período que abrange da colheita à embalagem e transporte até o destino final. Certos alimentos são transportados sob refrigeração e, quando chegam ao destino, levam choque de temperatura, o que acelera seu metabolismo e leva à perda de qualidade.
Logística - O diretor da Associação Brasileira de Agronegócio, Luiz Cornacchioni, também destacou que metade das perdas do setor ocorre durante a logística (processo que envolve armazenagem, circulação e distribuição de produtos). A comercialização com menos intermediários da roça aos supermercados, permitindo melhores ganhos tanto para o produtor, e preços mais baixos para o consumidor, é uma das metas. Agricultura familiar - Em junho deste ano, a Abras firmou protocolo de intenções para aumentar o relacionamento dos supermercados com a agricultura familiar. O consultor Vitor Correa, da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, informou que técnicos já estão sendo capacitados para esse acompanhamento. Segundo Correa, atualmente, 3,5 milhões de famílias trabalham no setor, sendo 600 mil em cooperativas. Identificação - Um dos objetivos é criar uma identificação nos produtos oriundos da agricultura familiar. Os alimentos ficarão em gôndolas específicas dentro dos supermercados, destacando o diferencial da agricultura familiar, como o respeito ao meio ambiente, à sustentabilidade e a preocupação social. REVISTA 100% CAIPIRA |
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ARTIGO
Fungicultura cr
Foto: Arquivo Revista 100% Caipira
Cogumelos ganham espaรง
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resce no Brasil o na mesa dos brasileiros
Por: Adriana Reis e Eduardo Reis REVISTA 100% CAIPIRA |
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om a mis cigenaç ão c u ltura l tem aument ado a proc ura de cogumelos p ara consumo domést ico e comerci a l no Brasi l, contudo existem muitos mistér ios aind a no c u lt ivo dos divers os t ip os de cogumelos existentes, p ois c ad a t ip o de cogumelo tem su as c arac ter íst ic as no manej o. E xistem p ouc as esp é cies que s ão nor ma lmente encont rad as, p orém no mundo existem mais de 10 mi l var ie d ades, p o dendo s er v ir p ara f ins me dicinais e f uncionais, gast ronômic a, venenos a, a lucinógena, terap êut ic a e af rodisí ac a (us ado des de a pré-histór i a p or g regos e romanos). C erc a de 2.000 esp é cies s ão considerad as comest íveis, onde dest as 20 s ão c u lt ivad as comerci a lmente. D as mais comumente us ad as na c u linár i a mundi a l p o demos encont rar resumid amente o cogumelo de p ar is que é a esp écie mais con he cid a no Brasi l e na Franç a, p o dendo s er s er v ido “ in natura” ou em cons er va e de cor puxad a p ara o mar rom; o p or tob el lo que tem o mesmo for mato que o cogumelo de p ar is, p orém s eu t aman ho é maior, t amb ém muito consumido p elos f rances es; um dos t ip os mais con he cidos na c u linár i a asi át ic a o shiit a ke é mais faci lmente encont rado desidrat ado e t amb ém “ in natura”, p ossuem hastes mais duras que as out ras var ied ades, p or iss o não s ão nor ma lmente ut i lizad as; o mait a ke não é muito p opu l ar no Brasi l, mas p ossui uma c arac ter íst ic a muito interess ante, qu ando cozido este não p erde o s eu for mato or ig ina l, t razendo b ele za aos pratos; o shimeji t ão consumido no Brasi l qu anto o shiit a ke, con he cido p el a faci lid ade no prep aro p ara consumo; p ouco con he cido, de or igem brasi leira o hirat a ke, t amb ém con he cido como c aetub a é encont rado em divers as cores, p o dendo a lc anç ar até 10 | REVISTA 100% CAIPIRA
de z cent ímet ros de di âmet ro; o morchel l a p ossui um for mato diferenci ado ar remetendo a uma colméi a de ab el has, t amb ém muito consumido p elos f rances es; cremini, esp é cie ut i lizad a na c u linár i a it a li ana, dest ac a-s e p el a su a b ele za; e p or f im temos o cogumelo c ant arelo con he cido t amb ém como cogumelo c anár io, p ois p ossui coloraç ão amarelo intens o. No Brasi l as mais c u lt ivad as e comerci a lizad as s ão: champingnon de p ar is, cogumelo ost ra, shiit a ke, shimeji (branco e preto), hirat a ke, pleurotus-s a lmão e o Agar ic us bl azei (t amb ém con he cido como “cogumelo medicina l” e “champig non do Brasi l”). D estes o champig non de p ar is é c u lt ivado em um comp osto orgânico que p o de ter em su a comp osiç ão p a l has de cereais, g ramíne as, b agaço de c ana, esterco anima l, sup er fosfato simples, su lfato de amôni a, c a l hidrat ad a; e o cogumelo ost ra t amb ém c u lt ivado em uma ampl a gama de resíduos orgânicos (p al ha de cere ais, s er ragem, b agaço de c ana, resíduos de a lgo d ão) em s acos pl ást icos ou gar rafas. E st as esp é cies c u lt ivad as em comp osto orgânico tem-s e a mistura submet id a a um pro cess o de fer ment aç ão aeróbic a s eguid a d a et ap a de p asteur izaç ão. Aind a na quest ão c u linár i a, os cogumelos p o dem s er prep arados refogados, f r itos, g rel hados, ass ados e de t ant as out ras maneiras, des de que não s ej a consumido cr u, p ois p o dem conter toxinas, d a mesma for ma que é imp or t ante atent ar-s e p ara a d at a d a col heit a, que de ve s empre est ar v isível na emb a l agem, p ois os cogumelos s ão f rágeis e p ossuem va lid ade de s ete a de z di as em su a for ma natura l, p or ess e mot ivo ap ós col hidos s ão levados de ime di ato p ara a c âmara f r i a. As toxinas pres entes nos cogumelos “ in natura” var i am de esp é cie p ara esp é cie, a lgumas dest as toxinas s ão ácido ib oténi-
co, mus cimol, g iromit r ina, ent re out ras. C ad a var ie d ade p ossui c aracter íst ic as esp e cíf ic as em su a genét ic a, var i ando a qu ant id ade de nut r ientes que p ossuem de v ido ao c u lt ivar. São fontes de proteínas, v it aminas do complexo B, v it amina C, v it amina D (qu ando exp osto a luz u lt rav iolet a), r ico em f ibras e ant ioxid antes, p ot ássio, s elênio, cobre, zinco, a lguns minerais, a lém de b aixos te ores de gordura, c a lor i as e s ó dio. S eus b enef ícios p ara a s aúde s ão inúmeros, dent re eles ajud am a cont rol ar os níveis de g licos e e de insu lina no s angue p ara di ab etes do t ip o 1 e 2, assim como a cont rol ar o p es o, pre v ine do enç as do sistema c ardí aco e c âncer e mel horam o sistema imunológ ico. Tais ut i lizaçõ es p ara f ins me dicinais s ão p es quis ados há anos, dent re as esp é cies p o demos cit ar o cogumelo ost ra, p orcini, gano der ma (reishi), mait a ke, shiit a ke, t rametes versicolor (yun zhi), cogumelo chaga, p enici l lium (do qu a l s e ext rai a p enici lina), ent re out ros. A ciênci a aind a não des cobr iu um a limento quesubst itu a a c ar ne anima l em rel aç ão às proteínas destes a limentos, p orém é s abido que os cogumelos p ossuem de 28 a 34% de proteínas cont ra 14% d a c ar ne anma l. B asidioma ou as coma (corp o de f r ut if ic aç ão) de f ungos, p opu l ar mente con he cido como cogumelos, p ossuem em su a est r utura micélio, volva, est ip e ou p é, anel, himênio e chap éu. D ev ido su a est r utura p e c u li ar, os cogumelos foram cl assif ic ados no reino dos f ungos, estes com diferenç as sig nif ic at ivas p ara não s e enqu adrar no reino veget a l (mesmo que su a repro duç ão s ej a e quiva lente), assim como no reino anima l (mesmo que met ab olic amente ass emel hem-s e). D e vemos considerar que nem to do f ungo é cogumelo. O cient ist a chinês Shu-Ting C hang def ine cogumelos como “ma-
v ivos p ara a nut r iç ão. O mo do como obtém nut r ientes aconte ce qu ando lib eram enzimas no ambiente, que deg rad arão a matér i a orgânic a e t amb ém inorgânic a p ara p oster ior abs orç ão at ravés d a p are de celu l ar d as hifas. Q u ando de comp õ em restos de matér i a orgânic a s ão refer idos como s apróbios e qu ando deg rad am restos de mater i a l veget a l s ão s apróf itos. A g rande pro du-
Foto: Arquivo Revista 100% Caipira
crof ungos com cor p os de f r ut if ic aç ão c arac ter íst icos g randes o suf iciente p ara s erem v isíveis a ol ho nu e colet ados com as mãos”. S egundo a bióloga Dr.ª Pr is ci l a d a Si lva “os f ungos s ão for mados p or célu l as con he cid as como hifas e o conjunto dest as hifas for ma o micélio. A p ar t ir do micélio o cor re diferenci aç ão celu l ar que or ig inará est r uturas de repro duç ão s exu ad a (as comas e b asidiomas) ou ass exu ad a (conidiomas). Para b asidiomicetos as est r uturas de repro duç ão s exu ad a (b asidiomas) s ão macroscópic as e obs er vad as como cogumelos, orel has de p au e os p ouco con he cidos, f ungos gel at inos os, gasteromicetos, fer r ugens e c arvõ es, os dois ú lt imos p atógenos de vast adores de pl ant açõ es imp or t antes e conomic amente”. No site d a info es col a p o demos encont rar a lgumas def iniçõ es imp or t antes e es cl are ce doras: “como c arac ter íst ic as gerais ent re os f ungos, os cogumelos s ão organismos heterót rofos, ou s ej a, dep endem de out ros s eres
ç ão e var ie d ade de subst ânci as p er mitem que os cogumelos s e des envolvam em ambientes onde a deg rad aç ão é complexa, como t ronco de ár vores e até mesmo s olos cont aminados”. Ap es ar de s er resistente a t a l p onto, não é admissível – nem mora lmente e nem lega lmente – que o c u lt ivo s ej a feito inade qu ad amente, s endo que a lgumas condiçõ es de b o as prát ic as s ão ne cess ár i as. C omo v imos em su as c arac ter íst ic as os cogumelos não fazem fotossíntes e, p ois não s ão c ap azes de sintet izar s eu própr io a limento, p or ess e mot ivo s ão c u lt ivados em comp ostos orgânicos prefor mados, ess a té cnic a de c u lt ivo é a mel hor i a d a té cnic a chines a jun-c ao que foi ad apt ad a p el a Embrad a. To do invest imento em p es quis a e te cnolog i a que p er mite mel hor i as em té cnic as de c u lt ivo p er mite que o t rato tor nem-s e e conomic amente mais v i ável, ambient a lmente sustent ável e nut r iciona lmente mais s aud ável. E ss es comp ostos orgânicos s ão gera lmente prep arados com subst rato de c apim e out ros nut r ientes. Em Mog i d as Cr uzes no est ado de São Pau lo o pro dutor Gi lb er to Custó dio do Sit io Kit aguchi junt amente com su a esp os a Sueli c u lt ivam os cogumelos do t ip o p or tob el lo e p ar is – comerci a lmente con he cido
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Foto: Arquivo Revista 100% Caipira como c h a m p i g n o n . E m r e g i m e d e a g r i c u l t u r a f a m i l i a r, a á r e a possui cinco barracões para o cultivo dos cogumelos, que é o c a r r o c h e f e d a p r o d u ç ã o. Com o recurso do programa do P R O NA F o S r. G i l b e r t o t e v e u m aumento significativo em sua p r o d u ç ã o, p o i s p o s s i b i l i t o u a ampliação de sua área de cult i v o. Ju n t a m e n t e c o m a A N P C ( A s s o c i a ç ã o Na c i o n a l d o s P r o dutores de Cogumelos) e out r o s p r o d u t o r e s l o c a i s , o S r. Gilberto participa de um fórum de debates com o intuito de ad12 | REVISTA 100% CAIPIRA
quirirem melhorias em técnicas d e c u l t i v o, a s s i m p r o d u z i n d o cogumelos de alta qualidade. Ho j e s u a p r o d u ç ã o d i á r i a e s t á em torno de 150 a 200 bandejas de cogumelo tipo portobello e 30 a 50 bandejas/processados do tipo paris, comparando com a mesma época do ano em 2017 que teve sucessivamente 100 e 30, esse aumento significativo deu-se pelas melhorias na técnica de cultivo e também teve grande reflexo pela greve dos caminhoneiros, que aconteceu e m m a i o d e s t e a n o. Ne s t e p e r í -
odo os fornecedores que deveriam enviar s eus insumos para outros estados, não sendo possível, solicitaram aos produtores locais para que recebessem esses compostos orgânicos com o intuito de amenizar as perdas, permitindo um aumento na produção local. Esse aumento na produção possibilitou que atendesse o mercado l o c a l , a s s i m c o m o o C E AG E S P, fazendo com que seus produtos atingissem o mercado nacional, ser vindo de termômetro em relação à quantidade a ser produ-
zida. S e g u n d o a FAO e m 2 0 1 0 , a produção mundial de cogumelos e trufas foi de aproximadamente 7,4 milhões de toneladas. A China foi responsável por 66,0% da produção total, s e g u i d a p e l a It á l i a c o m 1 0 , 8 % , E s t a d o s Un i d o s c o m 4 , 9 % e Ho landa com 3,6%. O Brasil, devido à sua baixíssima produção (0,01%), nem aparece no ranking, visto que nos países de maior produção o consumo de cogumelo é superior a 4 q u i l o s p o r p e s s o a p o r a n o, n a França 2 quilos por pessoa por a n o, n a A l e m a n h a 3 , 5 q u i l o s por pessoa por ano e no Brasil o consumo é de apenas de 160 g r a m a s “p e r c a p i t a”. O c o n s u m o dos brasileiros é baixo devido à f a l t a d e t r a d i ç ã o d o c o n s u m o, pois fomos colonizados pelos portugueses que não possuíam nos seus cardápios a utilização de cogumelos, mas atualmente os brasileiros sofrem influência culturais da culinária internacional, além da disseminação dos valores nutricionais
e seus benefícios para a saúde e até mesmo os modos de preparo esses valores de consumo p o r p e s s o a t e n d e m a a u m e n t a r. Entretanto ainda não produzimos uma quantidade que atendem noss o promiss or merc a d o. D a d o s f o r n e c i d o p e l o M A PA ( M i n i s t é r i o d a A g r i c u l t u r a , Pe c u á r i a e Ab r a s t e c i m e n to) em 2017 fomos responsáveis por importar quase 12 mil toneladas de cogumelos e trufas, considerando entre secos, em conser vas e preparados. Segundo o biólogo Edison de Souza, diretor da Brasmicel (Biotecnologia em Fungicultura) - produtora de sementes de cogumelos de Suzano (SP) -, consumimos cerca de 57.600 toneladas de cogumelos por ano e a produção no país é de apenas 17 mil toneladas. Esses números apontam que o Brasil tem capacidade e mercado promissor p a r a e s t e c u l t i v o. O c o g u m e l o da espécie shiitake tem estimativa que sua produção brasileira represente cerca de 12% do t o t a l d e c o g u m e l o s “ i n n a t u r a”.
A ANPC indica que a venda de c o g u m e l o s f r e s c o s c r e s c e u c e rc a d e 8 0 % n o C E AG E S P n u m período de cinco anos. Ap e s a r d a d i f i c u l d a d e d e i n formar com segurança um número de produtores da atividade da fungicultura no Brasil, a A N P C , j u n t a m e n t e c o m a C AT I / SP (Coordenadora de Assistênc i a Té c n i c a I n t e g r a l ) , S e c r e t a r i a d e A g r i c u l t u r a e Ab a s t e c i m e n t o d o E s t a d o d e S ã o P a u l o, A P TA R e g i o n a l Po l o L e s t e ; e s tima que existam mais de 500 produtores, onde o estado de São Paulo é o que mais pro duz e consome estes produtos, porém sabe-se que este número é m a i o r. No e s t a d o d e S ã o P a u l o a região do Alto Tietê destaca- s e e m p r o d u ç ã o, t e n d o o m u n i c í p i o d e Mo g i d a s C r u z e s r e s ponsável por cerca de 80% da produção nacional, seguido de P i n h a l z i n h o, I b i ú n a , S o r o c a b a , S a l t o, C a b r e ú v a , Ju q u i t i b a , Va linhos, entre outros municípios menos expressivos. O estado do P a r a n á t a m b é m t e m u m a p a rc e l a s i g n i f i c a t i v a d e p r o d u ç ã o,
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tendo os municípios produtor e s C a s t r o, T i j u c a s d o s S u l e Curitiba. Os estados de Minas G e r a i s , R i o d e Ja n e i r o, s u l d a B a h i a , Pe r n a m b u c o, B r a s í l i a e Rio Grande do Sul, também existem cultivos, porém não tão s i g n i f i c a t i v o. Com as melhorias tecnológicas deste setor que permitem a o p r o d u t o r b e n e f i c i a r- s e d e uma cadeia segmentada, o que antes era forçado a dominar a técnica de cultivo do ciclo comp l e t o, h o j e p o d e - s e e s c o l h e r cultivar as etapas que mais irá favorecer seu empreendiment o. D e s t a f o r m a , a c o n c o r r ê n c i a com o mercado internacional reduziu, podendo reduzir ainda
mais. Esta segmentação abalou de forma positiva o setor gerando oportunidades de empregos e melhores negócios trazendo a produção de cogumelos para um importante papel social e econômico para micro e pequenos produtores da agricultura f a m i l i a r. Já n a p a r t e a m b i e n t a l o s c o gumelos desempenham um papel essencial na natureza, sendo um dos principais decompositor e s d e m a t é r i a o r g â n i c a . To d o s os resíduos gerados na produção são reutilizados. Os produtores retornam esses resíduos para a natureza, formando uma compostagem rica em nutrient e s , p o r é m a E M B R A PA p e s q u i -
cogumelo morchella
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sa a utilização destes resíduos para a preparação de ração para peixes. Em suma, podemos perceber o quão é imp or tante investir em pesquisa e tecnologia, pois desta forma já avançou a forma de cultivo e a disseminação de seu valor nutritivo e medicinal, assim melhorou o meio ambiente e a economia deste importante c u l t i v o, m a s n ã o p o d e m o s p a r a r, p o i s s o m o s p r o d u t o r e s e m potencial para o aumento das toneladas produzidas e além de quanto mais pesquisarmos, menor o custo de produção permitindo que o preço dos produtos f i n a i s o u “ i n n a t u r a” t o r n e m - s e m a i s a c e s s í v e i s à p o p u l a ç ã o.
cogumelo Shiitake REVISTA 100% CAIPIRA | 15
TRIGO
TRIGO: Embrapa e cooperativas debatem futuro da pós-colheita
Representantes da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e técnicos de 11 cooperativas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, que possuem moinhos, estiveram reunidos com pesquisadores da Embrapa, em Londrina (PR)
Fonte: Assessoria de Imprensa da Embrapa Soja
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Repres ent antes da Organização das C o op erativas do Paraná (O cepar) e técnicos de 11 co op erativas do Rio Grande do Sul, Sant a C at ar ina e Paraná, que p ossuem moinhos, estiveram reunidos com p es quis adores da Embrapa, em L ondr ina (PR), no dia 7 de agosto, para promover a tro ca de exp er iências s obre a tomada de decis ão da pro dução à p ós-colheit a do tr igo. Op or tunidade - A par ticipação de técnicos que atuam em moinhos é uma op or tunidade para o intercâmbio infor maçõ es e pr incipalmente para o entendimento de como o s egmento vem trabalhando questõ es relacionadas à qualidade, s egregação e p ós colheit a. L e vant amento da Embrapa Tr igo indica que co op erativas par ticipantes de capacit açõ es em convênio com a Organização das C o op erativas Brasileiras (O CB) resp ondem p or 60% da pro dução de tr igo do Brasil e congregam 85% dos pro dutores do cere a l. Networking - “Noss o objetivo é promover o networking e dar condiçõ es para que os diferentes par ticipantes apres entem como est á estr uturada a pro dução de tr igo, a par tir da atuação dos moinhos”, dest aca Adão da Silva Acost a, analist a da Embrapa Tr igo. “A ideia é compar tilhar os pr incipais asp ec tos relacionados à tomada de decis ão, s eja na relação com os ass o ciados e as equip es técnicas, s eja no entendimento dos mecanismos de fomento para promover a c ultura no âmbito de cada co op erativa”, dest aca Acost a. Acost a dest acou a dinâmica de f lutuação de áre a s eme ada com a c ultura e cenár ios para a pro dução de tr igo e dep ois foi feito painel onde colo caram suas exp er iências e suas demandas para a p es quis a. “D ebatemos os vár ios asp ec tos que impac t am no
s etor como a es col ha de c ultivares, as dinâmicas de recebimentos de grãos, os testes para avaliação da qua lidade dos grãos, enf im asp ec tos técnicos que ap oiam as tomadas de decis ão”, diss e. Or iginalização - Edenils on C arlos de Oliveira, gerente de pro dutos agr ícolas da C o op erativa Agr ícola de C amp o Mourão (C o amo) apres entou como re aliza o pro cess o de or iginação de tr igo, des de a or ient ação na s eleção de c ultivares ao recebimento do grão. A projeção da C oamo para 2018 é de receb er 540 mil toneladas de tr igo, o que repres ent a aproximadamente 11% da pro dução nacional. A C ompanhia Naciona l de Abastecimento (C onab) estima que o Brasil irá pro duzir 4 milhõ es e 900 mil toneladas na s af ra atual. Na avaliação de Oliveira, o mercado vem mudando na direção de exigir mel hor qualidade da matér ia-pr ima e dos pro dutos. Já no camp o o pro dutor vem p erceb endo que a es colha de uma c ultivar precis a ter mais do que b oas carac ter ísticas agronômicas. “Est a p ercep ção é mais recente entre os pro dutores, mas eles entendem s er necess ár io conciliar carac ter ísticas como pro dutividade, s anidade e mais recentemente qualidade industr ia l”, diz o repres ent ante da C oamo. Q ua lidade - Na co op erativa, a qua lidade do tr igo é avaliada no recebimento e dep ois no b enef iciamento, et apa em que s ão re a lizados divers os testes que ana lis am des de força de g lúten à proteína. “Fazemos testes no momento da recep ção do tr igo para s eg regar mos um tr igo b om daquele que apres ente qualidade infer ior. Est amos s empre em bus ca de qualidade para destinar a matér ia-pr ima que melhor vai atender a pro dução de pão e mas-
s a, pro dutos elab orados no moinho da C oamo”, dest aca. Tamb ém par ticip ou do e vento o gerente da Áre a de Agroindústr ia da C o op erativa Tr itícola Sarandi (C otr is al), Vilmar B onfante. S egundo ele, o moinho da co op erativa é p equeno e foi cr iado junto com a co op erativa há 61 anos para atender às demandas dos pro dutores p or tro ca de far inha p or tr igo. “Noss o objetivo não era entrar no mercado de far inhas, mas sim atender os pro dutores que pro duzem tr igo”, diz. Recebimento - Em 2017, a C otr is al receb eu aproximadamente de 1,5 milhão de s acas de tr igo e, deste tot al, ap enas 40 mil s acas foram destinadas inter namente à pro dução de far inha. O rest ante foi repass ado a grandes moinhos. B onfante diz est ar avaliando a p ossibilidade de ampliar a atuação do moinho e transfor má-lo em um negó cio. “Até agora a produção de tr igo est ava fo cada em pro dutividade, para que noss o pro dutor pudess e ter maior rent abilidade”, diz. “Não temos um trabal ho de avaliar a qualidade e s egregar o tr igo para destiná-lo à pro dução e bis coito ou mass a, p or exemplo. Mas vejo que iss o é viável”, diz B onfante. Estudo - Na avaliação de B onfante, o pr imeiro pass o nest a direção s erá promover um estudo s obre as var iedades de tr igo com p otencial e qualidade para atender as exigências dos moinhos e assim agregar valor na venda. “Acho imp or t ante fazer mos parcer ia com os moinhos para entender mos este mercado de far inhas, no s entido de pro duzir mos para os diferentes nichos. O imp ort ante é que o pro dutor, ao agregar valor ao pro duto, p oss a s er b onif icado p ela matér ia-pr ima de qualidade que irá entregar para a indústr ia”, avalia. REVISTA 100% CAIPIRA |17
PESQUISAS
Pesquisa
analisa
gestão de resíduos em fazendas no Brasil, Chile e Argentina O objetivo foi identificar prioridades para estratégias de gerenciamento e transferência de tecnologias para melhorar a gestão dos resíduos Uma pesquisa avaliou percepções, necessidades e obstáculos para o manejo adequado de dejetos em fazendas de leite na América do Sul. O objetivo foi identificar prioridades para estratégias de gerenciamento e transferência de tecnologias para melhorar a gestão dos resíduos. A consulta foi realizada no Brasil, Chile e Argentina, entre março de 2015 e novembro de 2017, com 593 produtores de leite, técnicos, consultores, funcionários de fazendas, prestadores de serviços, estudantes, pesquisadores e representantes de instituições públicas e de laticínios. É o primeiro estudo que analisa as percepções do público de interesse soREVISTA100% 100%CAIPIRA CAIPIRA 18| REVISTA
bre o manejo de dejetos na América Latina, considerando três países diferentes, onde o setor de lácteos é uma indústria forte. Os três possuem 70% dos rebanhos leiteiros da América do Sul e produzem 73% do leite. Dessa forma, a gestão de resíduos é importante devido ao grande volume produzido e ao impacto ambiental que práticas inadequadas podem causar. De acordo com o pesquisador Julio Palhares, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos – SP), nesses países, na maioria das vezes, os resíduos da produção de leite são utilizados de forma incorreta, sem considerar as limitações ambientais,aumentando as chances de
causar impactos negativos, como contaminação do solo, emissão de gases e odores para o ar e poluição das águas. “O uso como fertilizante ou para produção de biogás são alternativas para se fazer o manejo de resíduos na propriedade. Mas a falta de gestão ou aplicação em excesso pode resultar em danos ao meio ambiente”, explica Palhares. Cerca de 90% dos entrevistados reconhece o esterco como um bom fertilizante. Em relação à produção de biogás, 60% consideram uma opção eficaz para tratamento de dejetos animais. No entanto, o manejo complexo, os altos custos e a falta de conhecimento e de leis específicas foram apontados como obstáculos para se fazer a gestão adequada.
Também, os entrevistados indicaram necessidades para um melhor gerenciamento: ter um manual de com práticas para o manejo dos resíduos, disponibilidade de equipamentos e tecnologias e acesso a análises laboratoriais para caracterização dos resíduos. Da amostra total, 52% que responderam o questionário são argentinos, 308 pessoas. Brasileiros, 37% (217) e chilenos, 11%. Em relação à profissão, 77% são produtores de leite. Algumas diferenças aparecem de acordo com o país. Especificamente, em relação ao Brasil, quase todos os entrevistados concordaram com o uso de esterco como fertilizante e que o usariam para substituir o adubo mineral. Para
80% dos brasileiros a biodigestão é uma boa opção para o manejo. Pouco mais de 60% afirmou que os odores são poluentes e um percentual elevado acredita que não há regulamentação adequada no Brasil para esse tema. Palhares ressalta que apesar das semelhantes condições produtivas, culturais, econômicas e ambientais dos países, observaram-se diferenças entre o Brasil e os outros dois países. “Isso é resultado dos diferentes níveis de desenvolvimento da aplicação de regulações e programas voltados ao manejo dos resíduos leiteiros. No caso do Chile e Argentina, a discussão sobre o tema e, consequentemente, a sua internalização pelos envolvidos está mais avançada que
no Brasil. Por exemplo, no Chile já há alguns anos empresas bonificam o produtor pelas suas práticas ambientais. No Brasil isso começa a ser implementado”, conta. Os resultados podem contribuir para que esses países estabeleçam planos de manejo dos resíduos, desenvolvimento de políticas públicas e programas de pesquisa e educação. O estudo foi realizado por pesquisadores da Embrapa Pecuária Sudeste, Universidade de Buenos Aires, Instituto de Investigações Agropecuárias (INIA – Chile), Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA – Argentina) e Universidade Tecnológica Nacional (Argentina).
Fonte: Embrapa Pecuária Sudeste
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Software monitora pragas do mamoeiro e faz recomendações de manejo INFORMÁTICA
Fonte: Embrapa Mandioca e Fruticultura
Aplicativo permite economia de aplicações e respostas personalizadas O controle das duas pragas mais comuns da cultura do mamoeiro — a varíola ou pinta-preta, causada por Asperisporium caricae, e o ácaro-rajado (Tetranychus urticae) — acaba de ganhar um aliado tecnológico que cabe na palma da mão: o Sistema Integrado de Monitoramento de Pragas do Mamão (SimpMamão), solução da Embrapa na área conhecida como agricultura digital, digital farming ou agricultura 4.0. Em um dispositivo móvel, como celular ou tablet, o produtor preenche planilhas digitais com várias informações 20| REVISTA 100% CAIPIRA
sobre a lavoura, como número de insetos encontrados e quantidade de frutos, entre outras. Após a sincronização desses dados com o sistema na internet, o SimpMamão analisa e apresenta recomendações de pulverização ou não da plantação. A tecnologia permite uma resposta rápida e específica restringindo, por exemplo, as aplicações de defensivos somente à área atingida, se for o caso. Além disso, o sistema registra um histórico de observações em tempo real, permitindo o acompanhamento da disseminação das pragas.
“A ideia é reduzir o número de aplicações em pré-colheita e, consequentemente, diminuir o resíduo de agrotóxicos nos frutos. Quanto menos se aplicar esses produtos químicos, melhor para o meio ambiente e para quem está aplicando. E tem também a questão do custo, uma vez que, segundo os estudos, o monitoramento, agora disponível em software, chegou a reduzir até 50% das aplicações. Isso é 50% de economia para o produtor”, explica a pesquisadora da Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA) Fabiana Sasaki.
Com lançamento programado para o VII Simpósio do Papaya Brasileiro, que acontece de 22 a 25 de agosto em Vitória (ES), o software é um dos resultados do projeto “Desenvolvimento de tecnologias pré e pós-colheita para redução de resíduos de agrotóxicos em mamão”, apelidado de SaúdeMamão, liderado por Sasaki. O analista de transferência de tecnologia (TT) Cícero Lucena, que atua hoje na Embrapa Caprinos e Ovinos (CE), recorda que a proposta inicial era intensificar as ações de TT do monitoramento integrado de pragas utilizando instrumentos de validação de tecnologia, visando aumentar as chances de adoção pelos produtores. “No início dos trabalhos de campo nas Unidades de Demonstração, observamos que poderíamos inovar também na forma de coleta e registros dos dados do monitoramento, dar mais agilidade e otimizar a mão de obra. A partir de uma discussão com membros da equipe do projeto, decidiu-se desenvolver um aplicativo ou sistema web em substituição às fichas de papel tradicionais até então utilizadas pelos pragueiros (operários rurais responsáveis pela identificação das pragas nas plantas) e pelos técnicos de escritório para digitação das informações contidas na ficha de campo”, conta. Daí em diante, começou o trabalho dos analistas do Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI) da Embrapa Mandioca e Fruticultura Murilo Crespo e Luciano Pontes, e do estudante de Engenharia da Computação da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) Andersoney Rodrigues. O desafio era simplificar o monitoramento das pragas. “As operações se tornam menos suscetíveis a erros de digitação e de cálculo, e os resultados são apresentados em painéis gráficos visualmente muito intuitivos”, explica Crespo, supervisor do NTI. O software substitui o uso das planilhas em papel e exclui as etapas de tabulação dos dados e de cálculo dos índices do monitoramento. Além disso, a linguagem apropriada aos gestores e funcionários das fazendas amplia a possibilidade de adoção entre os produtores. A informação é ratificada por Gabriel Borlini, gerente da Fazenda Santa Fé, em Itabela (BA), que possui 25 mil
plantas de mamão em 16 hectares, e foi o parceiro escolhido pela Embrapa para validar o software. “Ele é bem visual. Os níveis, os gráficos que ele mostra são bastante dinâmicos. A vantagem é essa. Ele é um aplicativo completo e bem didático. É uma ferramenta muito boa, que até mantém o histórico de áreas”, opina. A tecnologia em funcionamento Para enfrentar um problema comum às regiões rurais, que geralmente têm deficiência de cobertura de sinal de telecomunicações, o SimpMamão consegue registrar e armazenar os dados ainda no campo e sincronizá-los quando o acesso à internet for possível (via rádio, dados móveis ou wi-fi). O software permite o cadastro de dois perfis de usuário – administrador da propriedade e pragueiro – que devem ser cadastrados com e-mail e senhas diferentes. No perfil de administrador, o usuário poderá cadastrar e gerir o monitoramento e o controle de pragas da propriedade e dos talhões, e também relacionar seus pragueiros. No perfil de pragueiro, é possível acessar as planilhas digitais para preenchê-las com as informações sobre infestação de pinta-preta, número total de frutos, número total de ácaros-rajados e observações gerais por planta. Após a sincronização dos dados, o sistema mostra, para o gestor, o resultado referente à necessidade ou não da pulverização e leva à página do Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (Agrofit), que é um banco de dados sobre agrotóxicos e afins registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Outra vantagem é que, por ser um sistema web projetado para mostrar as páginas de forma responsiva, a exibição é ajustada automaticamente para o dispositivo que o usuário esteja utilizando, seja tablet, celular ou computador. Mamão no Brasil O mamão é cultivado em quase todo o Brasil, com destaque para os estados da Bahia, Espírito Santo e Ceará. O extremo sul baiano é a maior região produtora da fruta no País, e Itabela o município
que mais produz (144.361 toneladas em 1.700 hectares de área colhida), seguido de Prado e Belmonte, de acordo com os dados de 2016 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Monitoramento convencional Até a década passada, o controle químico tradicional, com aplicação de agrotóxicos de acordo com o calendário de incidência das pragas, era a única opção para combater a pinta-preta e o ácaro-rajado. Mas, a partir de 2009, a Embrapa Mandioca e Fruticultura desenvolveu, em parceria com a Agência de Defesa Agropecuária do Estado da Bahia (Adab), a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), a Fazenda Palmares (Itabela, BA) e a extinta Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), a metodologia do monitoramento de pragas do mamoeiro, que se tornou uma das principais práticas recomendadas para a Produção Integrada de Mamão, que utiliza técnicas e tecnologias que minimizam ou racionalizam o uso de agroquímicos e permite a obtenção de produtos com níveis de resíduos químicos bem abaixo dos permitidos por lei. A aplicação racional de produtos registrados para a cultura somente quando houver risco econômico e exclusivamente na área atingida com níveis críticos de infestação é uma das características do monitoramento de pragas preconizado pela Embrapa e disponível agora no SimpMamão. “O software agiliza a resposta sobre a necessidade ou não do controle das pragas monitoradas e permite o registro eletrônico da incidência de pragas nas diferentes épocas do ano e em vários anos”, destaca o fitopatologista da Embrapa Hermes Peixoto, responsável pelo desenvolvimento da técnica do monitoramento com o entomologista Nilton F. Sanches. “O SimpMamão foi testado na Fazenda Santa Fé com boa aceitação por parte do produtor e do responsável técnico. Depois, em maio, foi apresentado em um dia de campo na fazenda com boa receptividade por parte dos produtores e técnicos presentes”, salienta Peixoto. REVISTA 100% CAIPIRA |21
APICULTURA
Colmeia Viva® divulga resultado de iniciativa de pesquisa
Fonte: Facto Estratégia e Comunicação
Foram três anos de pesquisa com a participação da Unesp e UFSCar para levantar os fatores que causam a perda de colmeias no Estado de São Paulo
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Os resultados de três anos do Colmeia Viva® MAP (Mapeamento de Abelhas Participativo), iniciativa de pesquisa com a participação da Unesp e UFScar para o levantamento de dados sobre a mortalidade de abelhas com um mapeamento inédito dos fatores que contribuem para a perda de colmeias e abelhas no Estado de São Paulo, permitem conclusões para um plano de ação nacional voltado às boas práticas de aplicação de defensivos agrícolas para uma relação mais produtiva entre agricultura e apicultura. No período de agosto/2014 a agosto/2017 foram 222 atendimentos voltados aos agricultores e criadores de abelhas, sendo 107 visitas ao campo, onde foram analisadas as práticas agrícolas (cultivos do entorno, taxa de dependência de polinização, estágio da cultura, histórico e modalidade da aplicação de defensivos agrícolas, autorização e condições de uso para defensivos agrícolas) e práticas apícolas (alimentação suplementar, troca anual de rainha, quantidade de caixas por apiário, frequência de visitação, localização do apiário e pasto apícola). Das 107 visitas realizadas, 88 possibilitaram coleta de abelha com uma análise mais focada na relação da agricultura e apicultura e a aplicação de defensivos agrícolas. Deste total de coleta, 29 casos resultaram negativo para resíduos de produtos químicos e 59 casos positivo para resíduos de produtos químicos. Foram atendimentos de mortalidade de abelhas. Não foram observados sinais da Síndrome do Desaparecimento das Abelhas (CCD) como os sintomas característicos de colmeia desorganizada, com sujeira e completamente abandonada ou declínio da população de abelhas com desaparecimento repentino das operárias e enfraquecimento das colônias sem a presença de abelhas mortas. Fenômeno registrado principalmente no hemisfério norte, somente com abelhas Apis mellifera. Dos 59 casos positivos para resíduos químicos, 27 atendimentos dos registros de mortalidade de abelhas indicaram uso dos produtos sem relação direta com o controle de pragas indicado para as lavouras, com suspeita
de uso fora da lavoura, como por exemplo: criação de gado, abelhas visitando a área de alimentação de bovinos (em busca de água ou alimento), controle de carrapatos em região de criação de cavalos ou mesmo controle de formigas e cupins pelo apicultor, através da aplicação de produtos químicos - tanto nas caixas como no entorno do apiário. Já em 21 atendimentos, houve uma relação direta de aplicação incorreta de defensivos agrícolas nas lavouras. Entre as práticas de uso incorreto de defensivos agrícolas que estão entre as causas que podem provocar a perda de abelhas destacam-se: dosagens acima das recomendações indicadas em rótulo e bula; falta do cumprimento das exigências legais para a aplicação de defensivos agrícolas com vistas à proteção ao cultivo nas modalidades aprovadas (aérea ou terrestre); falta de formalização do pasto apícola; emprego incorreto da modalidade de aplicação sem a autorização ou registro de produtos para cultura agrícola. A metade dos casos com resíduos químicos associados ao uso incorreto na lavoura tem a presença de inseticidas do grupo químico dos neonicotinoides (11 casos) com foco na cultura de cana-de-açúcar. Vale ressaltar também que são estes casos em que há relação com pulverização aérea: uma prática autorizada para este cultivo de acordo com as orientações de cada produto em suas bulas. Já 10 casos de uso incorreto na lavoura estão associados ao inseticida do grupo químico pirazol, sem relação com pulverização aérea, tratando-se de casos em cana, laranja, café e eucalipto. Já os casos com suspeita de uso incorreto fora da lavoura tem a presença majoritária de inseticida do grupo químico pirazol, dentre eles um caso associado com fungicida do grupo químico triazol e outro com o inseticida do grupo químico organofosforado. Os demais 11 atendimentos representam análises inconclusivas, uma vez que apesar de ter sido detectada mortalidade acima do normal, não foi possível concluir sobre os fatores causadores de perda das abelhas, em decorrência do estado de decomposição das abelhas mortas e do tempo transcorrido para análise nas abelhas.
Já entre os casos em que os resultados de resíduos foram negativos (29 casos), é possível considerar que algumas práticas apícolas podem estar também relacionadas a questão de enfraquecimento e aumento da suscetibilidade das abelhas, tais como a falta de alimentação suplementar (quase 70% dos casos); a falta de troca anual de rainha, como recomendado (quase 80% dos casos), o limite de caixas por apiário acima de 50 caixas como recomendado (quase 45% dos casos); a baixa frequência de visitação aos apiários, cuja recomendação mínima é semanal (quase 25%) e a instalação de apiários próximos a culturas, quando a recomendação é um limite com distância mínima de 50 metros fora das plantações e 20 metros para dentro da mata. Abrangência da pesquisa no Estado de São Paulo Foram 78 cidades atendidas pelo projeto de pesquisa em 3 anos. No terceiro ano, foram quase 60 novas cidades, o que mostra a ampliação e abrangência do projeto de pesquisa no Estado de São Paulo. Polinização na agricultura Culturas dependentes da polinização animal (incluindo as abelhas) contribuem com 35% do volume de produção mundial de alimentos, representando 5% a 8% em valor da produção mundial. Esse dado faz parte do relatório de avaliação divulgado em 2016 pela Plataforma Intergovernamental de Serviços Ecossistêmicos e Biodiversidade (IPBES), uma organização independente aberta a todos os países membros das Nações Unidas para avaliar o estado da biodiversidade do planeta, seus ecossistemas e os serviços essenciais que prestam à sociedade sobre Polinizadores, Polinização e Produção de Alimentos. O conceito de dependência de polinização na agricultura está ligado a quanto certo cultivo depende da polinização para alcançar todo o seu potencial produtivo, não só em quantidade, mas em qualidade também. Cultivos dependentes de polinização por abelhas, se não são polinizados, podem ter uma redução na produção de 40% REVISTA 100% CAIPIRA | 23
a 100%. Cultivos beneficiados pela polinização podem perder entre 10% e 40%. Já os cultivos não dependentes de polinização, não são muito afetados pela visita de abelhas. Neste sentido, é importante ressaltar que os casos registrados na amostra da pesquisa não são de serviços comerciais de polinização na agricultura (prática de aluguel de colmeias), exceção de um caso na fase piloto na cultura do abacate com a presença de abelhas para o serviço de polinização do cultivo. Neste caso não havia resíduo de defensivos. Os casos registrados foram de abelhas criadas para fins de apicultura, que é uma atividade econômica de extração do mel e outros produtos apícolas para consumo pelo homem. Boas Práticas Agricultura-Apicultura Diante dos resultados da iniciativa de pesquisa, as prioridades de atuação do setor de defensivos agrícolas estão na implantação de um Plano Nacional de Boas Práticas Agricultura-Apicultura via Plataforma Digital que possibilite o diálogo, firmando parceria com pelo menos uma entidade representativa de agricultura, apicultura e aplicação de defensivos nas áreas-foco estabelecidas no Compromisso 2020, que são os estados de os Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul até o final de 2018 e os estados de Mato Grosso, Minas Ge-
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rais, Bahia e Goiás até o final de 2019. A liderança do Colmeia Viva, Paula Arigoni, destaca as contribuições do cenário qualitativo encontrado nos três anos da iniciativa de pesquisa. “A amostragem dos três anos mostra que há casos de uso incorreto na lavoura e fora da lavoura também, o que apareceu como maioria dos casos positivos para resíduos químicos. Além disso, 29 das 88 amostras indicaram resultados negativos para resíduos, mesmo numa etapa do projeto de pesquisa focada especificamente nesta análise, podendo estar relacionadas com a questão de enfraquecimento da colmeia, aumento da suscetibilidade das abelhas e à falta de práticas apícolas profissionais. Todas essas informações já deram subsídios para produzir um Manual de Boas Práticas com mais de 70 dicas e práticas agrícolas e apícolas, o que inclui técnicas amigáveis às abelhas, incentivo de visitação de abelhas nas culturas agrícolas, localização segura para a instalação de apiários, medidas de proteção dos apiários, manejo apícola e fontes de alimentação e comunicação entre apicultores e criadores de abelhas. A publicação está disponível em http:// projetocolmeiaviva.org.br/BoasPraticas. pdf. Além disso, seguimos com um plano nacional de boas práticas que contribua com mudanças positivas no campo em todo País”, ressalta Paula. Além do Manual, a implantação do Colmeia Viva® Plano Nacional de Boas Práticas conta com o apoio de algumas
iniciativas, tais como Colmeia Viva® Assistência Técnica: uma linha direta que esclarece dúvidas e compartilha as boas práticas para a prevenção e mitigação da mortalidade de abelhas. Atende agricultores, criadores de abelhas, aplicadores de defensivos agrícolas, distribuidores, revendedores e equipes de vendas das empresas signatárias do Movimento Colmeia Viva. 0800 771 8000. O Colmeia Viva® Boas Práticas Boas Práticas: Linha de treinamentos em campo e à distância sobre boaspráticas para uma relação mais produtiva entre a Agricultura e a Apicultura. Os treinamentos são exclusivos para agricultores e criadores de abelhas, que podem ser realizados preventivamente ou na mitigação após constatação de incidentes com abelhas. Colmeia Viva® App: Ambiente digital para facilitar o diálogo entre agricultores e criadores de abelhas. Agricultores podem identificar as áreas de sobreposição de atividades agrícolas e apícolas e avisar quando vão ocorrer as pulverizações (aplicadores de defensivos serão incluídos em uma segunda etapa). Criadores de abelhas podem receber os comunicados de aplicações e saber quais medidas de proteção devem tomar e o Colmeia Viva® EAD: Plataforma digital de ensino à distância que centraliza todo o conteúdo sobre a interação Defensivos-Agricultura-Apicultura-Abelhas, permitindo mais abrangência, mobilidade e agilidade na chegada da informação ao campo.
CAPACITAÇÃO
Cem
produtoras de café vão debater protagonismo feminino no agronegócio Yoorin
Fonte: FAEMG
Fertilizantes,
empresa
especializada
em
transformar minerais em fertilizantes de alta eficiência agronômica, abrirá as portas de sua fábrica, localizada em Poços de Caldas – MG, para receber 100 cafeicultoras da região do Cerrado Mineiro, Sul de
Y
o or in Fer t i lizantes, empres a esp e ci a lizad a em t ransformar minerais em fer t i lizantes de a lt a ef iciênci a ag ronômic a, abr irá as p or t as de su a fábr ic a, lo c a lizad a em Po ços de C a ld as – MG, p ara re ceb er 100 c afeic u ltoras d a reg i ão do C er rado Mineiro, Su l de Minas e São Pau lo, no di a 30 de agosto. O g r up o de pro dutoras fará uma v isit a a maior usina de insumo ter mofosfato do mundo e deb aterá s obre o prot agonismo d a mu l her na
Minas e São Paulo pro duç ão do c afé. D e acordo com o rel atór io de ju l ho do C ons el ho dos E xp or t adores de C afé do Brasi l (CECAFÉ), o País exp ortou 24,2% a mais na c u ltura em comp araç ão aos ú lt imos 12 mes es. Ness e s ent ido, a exp or t aç ão dos g rãos diferenci ados cres ceu 10,4% em rel aç ão ao p er ío do anter ior. O prot agonismo feminino no c amp o é de ext rema rele vânci a p ara a Yo or in, como maior indúst r i a de fer t i lizantes premium d a Amér ic a L at ina, iss o p orque
ess as mu l heres s ão p ar te imp ort ante t amb ém no momento de decis ão na compra dos fer t i lizantes. “As mu l heres s empre est ão atent as a tudo, inclusive qu anto a nut r iç ão do s olo. Vimos que g rande p ar te dos ag r ic u ltores est ão mais pre o c up ados com o c uid ado e o manej o sustent ável. A lém diss o, el as s ab em o qu anto a nut r iç ão a li ad a a te cnolog i a é imp or t ante p ara increment ar a pro dut iv id ade e a qu a lid ade do pro duto f ina l”, af ir ma C arolina C ava lc ante, diretora de Market ing d a Yo or in. REVISTA 100% CAIPIRA |25
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PRAGAS E DOENÇAS
Fonte: Fundecitrus
Greening atinge 18,15% das laranjeiras de SP e MG, maior incidência desde que a doença foi identificada no Brasil, em 2004
Índice, que cresceu 8,5% em relação ao ano passado, corresponde a mais de 35 milhões de árvores doentes no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo e Sudoeste Mineiro 28 | REVISTA 100% CAIPIRA
O greening (huanglongbing/HLB), principal desafio fitossanitário da citricultura mundial, afeta 18,15% das laranjeiras do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo e Sudoeste Mineiro – em números absolutos, são aproximadamente 35,3 milhões de árvores doentes. Divulgada na manhã de hoje (23/8) pelo Fundecitrus – Fundo de Defesa da Citricultura, a incidência, a maior já registrada em SP e MG, é 8,5% superior à observada em 2017, estimada em 16,73%. “O problema é sério e a situação é preocupante”, afirma o gerente-geral do Fundecitrus, Juliano Ayres. “Só a conscientização, o que envolve também a sociedade, uma vez que o inseto transmissor da doença [psilídeo Diaphorina citri] chega aos pomares comerciais contaminado com a bactéria depois de se alimentar em plantas de citros em quintais, chácaras e ranchos, e a intensificação do controle podem mudar esse cenário”, diz Ayres. O Fundecitrus divide o parque citrícola em 12 regiões. Em cinco delas – Brotas, Duartina, Altinópolis, Porto Ferreira e Avaré –, a incidência da doença aumentou. As regiões com maior incidência de laranjeiras com greening são Brotas (58,16%), Limeira (34,01%), Duartina (32,78%), Porto Ferreira (27,41%) e Matão (18,32%). As regiões com menor incidência são Triângulo Mineiro (0%), Itapetininga (1,73%) e Votuporanga (1,96%). No Triângulo Mineiro, o fato de não terem sido encontradas plantas sintomáticas nas amostras sorteadas pelo levantamento indica que a doença está presente na região em níveis muito baixos. Sinal de alerta - A incidência de greening cresceu em três das quatro faixas de grupo de idade – de 3 a 5 anos, de 6 a 10 anos e acima de 10 anos –, em duas das quatro faixas de tamanho da propriedade – de 100,1 mil a 500 mil árvores e acima de 500,1 mil árvores – e em três das quatro faixas de nível de severidade – estágio intermediário, estágio severo e estágio gravíssimo. “Os dados coletados e as informações acumuladas mostram que os citricultores médios e grandes, sabendo que as plantas jovens são mais vulneráveis à doença e buscando evitar que elas sejam contaminadas antes de começarem a produzir, vêm redobrando o cuidado com os pomares em formação, mas o
controle dos pomares mais velhos está sendo insuficiente”, analisa Ayres. Boa notícia - O levantamento mostrou que a incidência da doença caiu nos pomares com plantas de 0 a 2 anos. Isso demonstra que o citricultor está evoluindo no manejo da doença e que o rigor, principalmente, no controle do psilídeo vem aumentando. Outro fator fundamental são as ações regionais integradas. “A maioria dos produtores já entendeu que a doença não tem cura, que não existem tratamentos alternativos e que quanto mais elevada a severidade, maior a queda de produtividade. Portanto, as plantas que ficarem doentes antes de alcançarem a idade de produção [por volta de 3 anos] e o ápice produtivo causarão prejuízos que podem levar à inviabilidade do negócio. Por isso, a preocupação com os pomares mais jovens”, avalia Ayres. Risco - O resultado deste trabalho indica que o manejo da doença precisa ser intensificado dentro e fora das propriedades para que o greening não inviabilize a produção do parque citrícola paulista e mineiro. A situação atual da Flórida, no sudeste dos Estados Unidos, considerada dramática, tem de servir como lição. “Há 20 anos, a citricultura da Flórida era exemplo para o mundo, representava o modelo a ser seguido. Mas eles [citricultores] erraram na estratégia de combate ao greening, e o resultado é desalentador: estima-se que mais de 90% das árvores estejam doentes, e a produtividade vem caindo drasticamente. Na safra 2007/08, eles colheram 170 milhões de caixas de laranja. No ano passado, colheram 45 milhões de caixas [44,95 milhões]. A produção caiu de um patamar de 1.000 caixas/hectare para 350 caixas/ hectare”, diz Ayres. Para o gerente-geral do Fundecitrus, a sustentabilidade da citricultura paulista e mineira depende do controle rígido do greening para que a incidência diminua e, assim, SP e MG mantenham a qualidade, produtividade e liderança do setor. “A citricultura paulista é uma cadeia do agronegócio que movimenta anualmente US$ 15 bilhões [Markestrat, 2010], arrecada US$ 180 milhões em impostos para 350 municípios de São Paulo e Minas Gerais e gera cerca de 200 mil empregos diretos e indiretos. É essa
riqueza que o greening põe em risco”, diz. Futuro - O programa integrado de combate ao greening #unidoscontraogreening, lançado oficialmente no evento de divulgação do levantamento, foca principalmente o manejo externo, ou seja, o controle da população de psilídeo fora dos pomares comerciais – em pomares abandonados e em áreas urbanas com plantas de citros que não recebem o tratamento químico adequado e com murtas (damas da noite), onde o inseto se reproduz. O Fundecitrus, em parceria com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) do Estado de São Paulo, municípios (prefeituras e secretarias), citricultores e empresas do setor, dispõe de engenheiros e técnicos agrônomos que abordam moradores, mostram a força da citricultura para a cidade e região, explicam sobre o perigo do greening e sugerem a troca das plantas de citros (laranja, limão e tangerina) e das murtas por outras espécies frutíferas ou ornamentais. “A cadeia está se movimentando, e isso é extremamente positivo”, comenta Ayres. “Estamos [Fundecitrus] percorrendo todos os setores e regiões do cinturão citrícola, e a adesão, a aceitação da substituição é muito alta. Em geral, as pessoas entendem. Mas o parque é vasto. É um trabalho incessante e contínuo, que depende sempre do entendimento da ameaça de uma tradição histórica e cultural”, relata. De acordo com o citricultor e presidente do Fundecitrus, Lourival Carmo Monaco, o programa integrado de combate ao greening fortalece o entendimento de que os desafios não se limitam aos trabalhos dentro dos portões das fazendas, mas sua eficácia depende do envolvimento de toda a sociedade para compreender e colaborar com esse desafio importante do ponto de vista social e econômico. “O programa ‘Unidos contra o greening’ materializa a necessidade de uma ação solidária de toda a sociedade, pois a ameaça está em cada canto de cada cidade. É importante ressaltar que esse trabalho se desenvolverá, como uma batalha essencial, enquanto nossas pesquisas buscam incessantemente encontrar outras soluções que nos assegurem vencer essa guerra. Não podemos baixar a guarda, pois o inimigo está presente e desafiante”, conclui Monaco. REVISTA 100% CAIPIRA |29
AGROINDÚSTRIA
Embalagem aumenta vida útil de produtos à base de fungos Foto: Irene Santana
Fonte: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
A tecnologia foi batizada pelos cientistas de TEV – Tecnologia Embrapa de Vida-deprateleira O método “Embalagem em atmosfera modificada para aumento da vida-de-prateleira de fungos”, produzido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que aumenta o tempo de vida de prateleira de compostos a base de fungos, recebeu a carta de patente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A tecnologia foi desenvolvida em 2010. De acordo com o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Marcos Rodrigues de Faria, inventor do produto, a tecnologia foi batizada pelos cientistas de TEV 30 | REVISTA 100% CAIPIRA
– Tecnologia Embrapa de Vida-de-prateleira. Segundo ele, é resultado do doutorado em Entomologia realizado na Cornell University (EUA) em 2009, sob orientação do Dr. Stephen Wraight, do Serviço de Pesquisa Agropecuária do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA-ARS). Ele explica que a ideia era conseguir fazer os produtos à base fungos durarem mais do que semanas a uma temperatura acima de 30ºC, que é a média climática dos galpões brasileiros. “Enquanto o prazo de validade dos produtos químicos é medido em
anos, o dos biológicos à base de fungos é de meses, às vezes até semanas. Devido à rápida desativação desses produtos durante o armazenamento nas propriedades agrícolas, isso faz com que muitos produtores pensem que o controle biológico não funciona, o que não é verdade”, comenta. Com os testes, o pesquisador conseguiu fazer com que mais de 80% dos propágulos fúngicos permanecessem intactos a uma armazenagem de 40ºC. Nesse sentido, ele explica que a técnica anterior permitia que os propágulos “sobrevivessem” a dois meses sob uma temperatura de 37ºC.
ADUBOS E FERTILIZANTES
Pesquisador faz recomendação sobre manejo do potássio em sistemas de produção em MT
Utilizada pelo produtor a fim de ter um investimento eficiente e maximizar a produtividade da planta de soja é o uso correto de fertilizantes potássicos. Uma das ferramentas que tem sido muito utilizada pelo produtor a fim de ter um investimento eficiente e maximizar a produtividade da planta de soja é o uso correto de fertilizantes potássicos. Mas para obter a eficiência desse manejo, é preciso, considerar alguns fatores que junto com o potássio, mais o histórico do manejo da área e informações nutricionais da planta podem garantir a rentabilidade e a sustentabilidade da atividade agrícola. A definição da adubação de potássio da safra por meio do monitoramento da fertilidade do solo e dos
níveis de potássio exportados pelas culturas são algumas das recomendações técnicas feitas por Fábio Ono, pesquisador da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT. Segundo o especialista, é importante ter informações do estado nutricional das plantas e também levar em consideração o sistema de produção da fazenda. Para o período que antecede o plantio da safra de soja, Fábio orienta ao produtor e equipe que não deixem faltar potássio na fase vegetativa da cultura da soja, pois a maior parte da entrada do elemento na planta ocor-
re até o início de sua fase reprodutiva. A aplicação do potássio na dose correta e a sua distribuição no solo é outra dica feita pelo pesquisador. “É importante fazer uma boa aplicação dos fertilizantes através de uma adequada regulagem das máquinas para se ter a aplicação da dose recomendada e uma homogênea distribuição do adubo ao longo do talhão da fazenda. Outra orientação é a necessidade de manejar o solo com o objetivo de diminuir a ocorrência do escorrimento superficial dos nutrientes aplicados em superfície”, destaca Fábio, através Fonte: Só Notícias da assessoria. REVISTA 100% CAIPIRA |31
CLIMA
Mudança climática ameaça as safras duplas Alterações no clima, dificilmente será possível continuar expandindo o cultivo de duas culturas em um mesmo período
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Pesquisa da Universidade de Viçosa indica que com alterações no clima, dificilmente será possível continuar expandindo o cultivo de duas culturas em um mesmo período A tecnologia agrícola responsável pela mudança do conceito de que a natureza dita a hora certa para plantar e colher precisa se antecipar às consequências do indicativo de que as mudanças climáticas deterão a expansão das duplas safras nos próximos 20 ou 30 anos, principalmente no cerrado e na região das mais recentes fronteiras agrícolas do país, os estados do Mato Grosso, Tocantins, Piauí e Bahia, conhecida como Matopiba. Pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) prevê um fator limitante para o progresso do agronegócio no Brasil: a dependência das chuvas, que, com as mudanças climáticas, começam cada vez mais tarde e acabam mais cedo, aumentando a dependência da irrigação. Mapear as contribuições das tecnologias na evolução do agronegócio da soja no Brasil é um dos pontos da pesquisa realizada no grupo de pesquisa em interação atmosfera/biosfera do Departamento de Engenharia Agrícola da UFV. “Desenvolvemos estimativas históricas de calendários de plantios de soja para safras únicas e duplas desde 1974, combinando os dois fatores mais limitantes para o plantio, a estação chuvosa e o comprimento do dia”, afirma o autor da dissertação no mestrado sobre a pesquisa, Gabriel Medeiros Abrahão, engenheiro agrícola e doutorando em meteorologia aplicada. Ele explica que foram aplicados os mesmos métodos às estimativas futuras do clima para investigar uma possível contração na área com potencial de cultivo duplo com as mudanças na estação chuvosa. Para ele, os dados mostram que, se forem usadas as atuais variedades de soja, as mudanças climáticas ameaçam reduzir 17% da área onde é possível plantar duas safras no Brasil central e 60% na região do Matopiba. A pesquisa avalia ainda que prováveis novas variedades de soja e milho de ciclo mais curto poderiam reduzir o impacto da diminuição das chuvas para 4% no Mato Grosso e para 7% nas demais regiões do Centro-Oeste,
mas não seriam eficientes no Matopiba, que perderia, pelo menos, 30% do potencial de dupla safra. “A irrigação terá um papel importante na compensação destes impactos, mas as limitações de infraestrutura e de recursos hídricos tornam essa solução improvável para a região toda. As perspectivas para a ampliação da dupla safra no Matopiba não são otimistas nos prováveis cenários das mudanças climáticas”, disse Gabriel Para o orientador do trabalho, Marcos Heli Costa, o conjunto de dados resultantes fornece informações espaciais e temporais inéditas sobre o cultivo de soja no Brasil. A redução da duração das chuvas já é uma realidade observável nas regiões estudadas e será maior se houver ainda mais desmatamento na Amazônia. “Se em 20 ou 30 anos a dupla safra for inviável em determinada região, é possível que produtores, que atualmente já ocupam a fronteira agrícola, migrem ainda mais para o Norte, onde a estação chuvosa é mais longa. Isso significa avançar sobre a floresta amazônica e até mesmo sobre áreas remanescentes do cerrado. E nós já sabemos que o desmatamento agrava ainda mais a escassez de chuvas em outras regiões. É um ciclo indesejável”. Alerta antecipado De acordo os pesquisadores da UFV, os resultados da pesquisa, que originou a dissertação de mestrado de Gabriel Abrahão, extrapolam as tendências já conhecidas das mudanças do clima. “Estamos antecipando um problema para não ser pegos de surpresa como aconteceu na década de 1980, quando o país custou a perceber a evolução do desmatamento na Amazônia”, afirma Marcos Heil Costa. Gabriel Abrahão espera que os resultados do trabalho colaborem para o monitoramento da dupla safra em agricultura de sequeiro (não irrigadas) e tenha consequências para a conservação do meio ambiente no Brasil. A grande preocupação de pesquisadores em todo o país é a possibilidade de quebra do ciclo de pesquisas, fator gerado pelo anúncio do governo federal do corte em investimentos em pesquisas estratégicas, com redução de
valores e pessoal. “Os ganhos de produtividade, que hoje fazem do Brasil referência em todo o mundo, foram devidos a tecnologias desenvolvidas por nossos pesquisadores. As consequências do sucateamento nessa área são irreparáveis e afetam pontos estratégicos para qualquer país, reconhece Abraão. Técnica usada para a soja e o milho no país A dupla safra, do milho e soja, predominante no Brasil (sistema de plantio de duas culturas no mesmo espaço e mesmo ano, conhecida como safrinha) é uma prática que começou a se tornar expressiva no fim dos anos 1980, mas dados sobre resultados somente começaram a ser reunidos a partir do ano 2000. Com exceção do Sul, onde as estações chuvosas são mais definidas, o Brasil tem nas demais regiões precipitações sazonais, o que proporciona a utilização de períodos chuvosos para o plantio de duas culturas alternando a soja com o milho ou algodão, por exemplo. Essa possibilidade tem resultados importantes para o agricultor, uma vez que se uma cultura não vingar em determinado ano ele pode aproveitar a outra. Há uma questão fitossanitária, por quebrar o ciclo de pragas. O ovo colocado por uma larva, ao se desenvolver, vai encontrar um outro plantio e acaba morrendo sem se desenvolver por falta de alimento. Os esforços de pesquisa liderados pela Embrapa e universidades nos anos 1960 e 1970 desenvolveram uma soja cada vez menos necessitada da expansão do dia, fenômeno presente no Sul do país, e a fronteira do grão foi avançando em direção ao Norte do Brasil. Com a quebra da dependência da duração do dia (o “fotoperíodo”), ela pode ser plantada mais cedo e assim aproveitar mais a estação chuvosa, sobrando tempo de plantar outra cultura. A seleção genética do milho também permitiu o encurtamento do tempo entre o plantio e a colheita, que era de 160 dias e hoje pode ser colhido após 100 ou 110 dias depois de planFonte: Estado de Minas tado. REVISTA 100% CAIPIRA |33
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AGROFLORESTAS
Eucalipto vai bem e mostra
Mantendo um hectare de mata nativa p e adotando uma série de cuidados n preservação ambiental pode se Antes da fábrica moderna, do viveiro de mudas e das operações mecanizadas no campo, a visita na Veracel começa pelo que parece ser o xodó e motivo de orgulho de sua equipe: a Estação RPPN – sigla para Reserva Particular do Patrimônio Natural – Veracel, que ocupa 6.069 hectares nos municípios baianos de Porto Seguro e Santa Cruz de Cabrália. Na reserva, foram registradas 270 das cerca de 350 espécies de aves já encontradas naquela que é chamada a Costa do Descobrimento. Entre elas, espécies consideradas ameaçadas e quase 36 | REVISTA 100% CAIPIRA
extintas, como o crejoá e o urutau-de-asa-branca, e mais recentemente, ninhos de harpia, ou gavião-real, espécie dificilmente encontrada atualmente na mata atlântica. A vocação para as aves é tal que o local passou a receber grupos de observadores de aves, já tendo recepcionado 800 pessoas para essa atividade nos últimos doze meses, além de estudantes da região. O destaque não se restringe à fauna. A RPPN Veracel ainda foi considerada pela UICN – União Internacional para a Conservação da Natureza uma das 20 áreas com o maior número de espécies
de árvores do mundo, informa, orgulhosa, a bióloga Virgínia Camargos, coordenadora ambiental da unidade, que recepcionou o grupo de jornalistas convidados para a visita. Além da reserva e dos trabalhos com a comunidade local, a Veracel assegura preservar um hectare de mata nativa para cada hectare de eucalipto, construindo ainda corredores de biodiversidade em áreas de pastagens para interligar os trechos de mata, e a RPPN Veracel com o Parque Nacional do Pau Brasil. Nesse programa de restituição da
ser do bem no sul da Bahia
para cada hectare de reflorestamento, na produção, a Veracel mostra que a er uma aliada da produtividade mata atlântica, em doze anos uma área é recuperada, a um custo de R$ 9 mil/ ha. O maior desafio, porém, não é orçamentário, diz Renato Carneiro Filho, gerente de Sustentabilidade da empresa, mas com o engajamento dos proprietários rurais do entorno na proteção das matas nativas, uma vez que sozinha a empresa não consegue recompor toda a floresta. A Veracel adota ainda, em uma prática crescente no setor, plantios intercalados entre eucalipto e mata nativa, chamados de “plantios em mosaico”, para melhor preservação do ambiente.
O corte é feito em escalonamento por idade, para que sempre haja uma faixa de eucalipto conectando uma área de mata natural, explica Carneiro. O executivo rebate alegações de que o eucalipto desfavorece a fauna: “além de manter a temperatura mais amena, o reflorestamento serve de abrigo para a fauna circular e, especialmente, para as espécies de aves, que estariam vulneráveis a ação dos predadores em pastagem, por exemplo”, explica. Falando sobre o diálogo e os projetos desenvolvidos com a comunidade local, incluindo a população indígena
e posseiros, Andreas Birmoser, presidente da Veracel, empresa formada pela brasileira Fibria (recentemente comprada pela Suzano) e pela sueca Stora Enso, é enfático: “a Veracel não é apenas uma empresa de celulose, mas está inserida em um ambiente e em uma comunidade que precisam ser levados em conta”. Produtividade Ocupando uma área total de 190.376 ha, dos quais 96.401 são de preservação, a empresa produz 1,15 milhão de toneREVISTA 100% CAIPIRA |37
ladas de celulose branqueada de eucalipto por ano, com uma produtividade superior a 40 m3 por hectare, nessa região que parece ter vocação para essa atividade, em função das temperaturas (média de 23o C), da boa distribuição de chuvas (10 dias/mês) e da boa amplitude térmica. Para efeito de comparação, enquanto no sul da Bahia os cortes da madeira ocorrem a cada 6 ou 7 anos, na Suécia, essa periodicidade sobe para 30 anos. A vocação pelo reflorestamento alterou a paisagem da região e o reflorestamento com eucalipto já ocupa quase 5% da área do município de Porto Seguro, crescendo especialmente em áreas de pastagens. A ocupação em municípios costeiros não deve ultrapassar os 15% da área, índice que chega aos 20% no interior, além de estar 10 km afastado da costa, por determinação do EIA-Rima, o relatório de impacto ambiental necessário para a implantação do empreendimento, iniciado nos anos 1990, tendo a fábrica sido inaugurada em 2005. Falando em vocação, a região já teve o café e depois o cacau como suas atividades agrícolas de destaque em décadas passadas. Mel hor amento gené ti c o e mane jo As condições naturais da região ajudam, mas os bons resultados em termos de rendimento são fruto de muita pesquisa em melhoramento genético, apenas tradicional no caso da Veracel, que ainda não adotou a transgenia. Todos 12 clones plantados anualmente pela empresa foram desenvolvidos de forma convencional e levaram cerca de 15 anos para serem criados, conta o engenheiro agrônomo David Fernandes, gerente de Pesquisa & Desenvolvimento. “O foco das pesquisas para o desenvolvimento dos clones de eucalipto é não só a produtividade e a resistência dos materiais, mas também visando a qualidade da madeira”, explica Fernandes. 38 | REVISTA 100% CAIPIRA
O manejo da cultura não inventa roda: o solo é adubado com fertilizantes químicos e com o resíduo sólido das árvores colhidas, que vira adubo orgânico. Antes do plantio e ao longo da cultura, é feito o controle de plantas daninhas – e, principalmente, da braquiária remanescente das pastagens – com herbicidas à base de glifosato. Quanto ao controle de insetos-pragas, a biodiversidade presente nas matas nativas mantidas em torno dos plantios comerciais ajuda no seu manejo biológico, complementado com aplicações da bactéria Bacillus thuringiensis, para controles pontuais quando a infestação aumenta. O corte e transporte da madeira é todo mecanizado e feito em módulos. No corte, há o cuidado para que as árvores tombem no sentido oposto ao da mata, para não prejudicá-la. Água, energia e odores Dois mitos que sempre rondaram o cultivo de eucaliptos no imaginário popular – o de que a cultura seca o solo e o mau cheiro das fábricas de celulose – são combatidos pelos executivos da Veracel. “Como setor, temos a preocupação de ter um manejo eficiente para preservar a a água, indispensável para a manutenção da nossa atividade”, afirma Carneiro, dizendo que a empresa se prepara para as mudanças climáticas e os plantios em mosaico fazem parte da sua estratégia de proteção contra o aumento das temperaturas. O agrônomo Davi, por sua vez, explica que o eucalipto usa mais água nos seus primeiros dois anos de vida, reduzindo esse consumo nos anos seguintes, até o seu corte, que pode se dar no sexto ou sétimo ano após o plantio. Já na produção, a fábrica capta 3,3 milhões de litros por hora de água do rio Jequitinhonha, a 6 km da fábrica, em Eunápolis, equivalente a 1% da vazão do rio. 90% da água captada no rio é devolvida
tratada a 800 metros antes do ponto de captação. A sustentabilidade atinge também a geração de energia para rodar, durante 362 dias por ano, a unidade fabril. De acordo com o diretor de Operações, Ari Medeiros, ela é proveniente dos subprodutos da madeira, como o licor, um resíduo do processo, e a biomassa. O excedente, de cerca de 20%, é vendido na região. Na visita à fábrica, bastante automatizada, somos surpreendidos por outra quebra de paradigma: a falta daquele cheiro característico das antigas plantas de celulose. A explicação está nos processos para tratamento dos gases e na arquitetura da enorme chaminé, explica o diretor de Operações Ari Medeiros. Produção e investimentos A produção da Veracel é absorvida pelos seus dois acionistas, a Fibria e a Stora Enso, em quantidades iguais mas de usos diferentes: a celulose para diversos fins é destinada para exportada pelo braço brasileiro, enquanto a empresa sueca compra a do tipo tissue, para produção de papéis para a indústria de higiene pessoal. C om a fábrica operando em até 20% acima da sua capacidade, a Veracel não anuncia ainda planos de expansão, diz o presidente Birmoser, apesar de ter sido projetada visando uma ampliação. C omunicado à imprensa distribuído pelo Instituto Brasileiro de Ár vores – Ibá, associação brasileira da cadeia produtiva de ref lorestamento e produção de celulose e painéis de madeira, destaca que o setor deve investir R$ 14 milhões até 2020. Os investimentos deverão se dar na ampliação de capacidade, modernização das linhas de produção, manejo f lorestal, pesquisa e desenvolvimento e mecanização da silvicultura. Ainda segundo o Ibá, a receita bruta do setor somou R$ 71,1 biFonte: Cenário Agro lhões em 2017.
LOGÍSTICA E TRANSPORTE
VLI anuncia chegada de 26 novas locomotivas para Ferrovia CentroAtlântica
A VLI anunciou nesta segunda-feira que passará a operar com 26 novas locomotivas na Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), permitindo um aumento na capacidade de escoamento de cargas do agronegócio, siderurgia e produtos industrializados
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VLI anunciou que passará a operar com 26 novas locomotivas na Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), permitindo um aumento na capacidade de escoamento de cargas do agronegócio, siderurgia e produtos industrializados para os portos de Tubarão, no Espírito Santo, e o Tiplam, no litoral santista.
As novas máquinas da VLI, que tem entre os acionistas a mineradora Vale e o fundo canadense Brookfield, serão adicionadas à frota até abril de 2019, por meio de parcerias com a MRC e a CAT Financial, em contratos de aluguel com opção de compra. Segundo a VLI, 11 locomotivas modelo ES43 BBi —primeiras unidades desse modelo na FCA— vão entrar
na operação entre agosto e outubro. Após os testes, as máquinas 30 por cento mais eficientes vão seguir com carga para o corredor Centro-Sudeste, no interior de São Paulo. Já as 15 locomotivas SD70 BB da EMD —modelo amplamente utilizado nas Ferrovia Centro-Atlântica e Ferrovia Norte-Sul—, vão rodar também no Fonte: Reuters corredor Centro-Leste. REVISTA 100% CAIPIRA | 39
FLORICULTURA
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ARTIGO
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FEIRAS E EVENTOS
ANUTEC BRAZIL 2018 registra crescimento com novos padrões de qualidade para todo o país De 7 a 9 de agosto de 2018, Curitiba (PR) realizou a terceira edição da ANUTEC BRAZIL, Feira Internacional de Fornecedores para as Indústrias de Carne e Proteína. O evento contou com a presença dos principais players das áreas de segmentos de embalagens, processamento, refrigeração, segurança alimentar, logística, ingredientes e serviços. A feira foi inspirada na ANUGA FOODTEC, maior evento mundial do setor que acontece a cada três anos na Alemanha. A feira apresentou as últimas novidades em tecnologia para os mais de 2.912 visitantes, incluindo frigoríficos e indústrias de alimentos e bebidas. Apesar da delicada situação financeira atual do Brasil, a feira 46 | REVISTA 100% CAIPIRA
apresentou bons resultados, o que indica uma recuperação nos negócios. A indústria de proteína animal é um dos setores mais ricos da economia brasileira e tem um grande potencial de crescimento: o país representa 30% das exportações de carne do mundo. A ANUTEC BRAZIL 2018 recebeu 116 marcas expositoras de 18 países, dos quais 4 (Inglaterra, Japão, Suíça e Irlanda) participaram pela primeira vez. “Como a única feira comercial de máquinas de alto nível e inovações técnicas para o setor na região, chegamos ao final do evento deste ano com a sensação de “missão cumprida”. Começamos com sucesso em um novo local e implantamos novos tipos de apresentações de alto nível, rodadas de negócios, debates
e networking entre os principais participantes do mercado brasileiro e internacional. Agora já estamos nos preparando para a próxima edição, que acontecerá em dois anos”, afirma Cassiano Facchinetti, Diretor da Koelnmesse Brasil. O vice-presidente internacional da Koelnmesse GmbH International, Denis Steker, destacou a alta qualidade dos visitantes. “Nosso foco está em tomadores de decisão e compradores de alto nível dos setores relacionados. Isso torna a ANUTEC BRAZIL eficiente para os expositores, que podem se concentrar em contatos relevantes. Esta abordagem deu certo. A mudança para o novo local estabelece a engrenagem para a próxima edição e o crescimento contínuo do evento no futuro”, afirmou.
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Cogumelos recheados com bacon INGREDIENTES 8 cogumelos tipo Portobello médios/grandes 150 gramas de bacon aos cubinhos 100 gramas de queijo parmesão ralado 1 maço de cheiro verde picado Sal Pimenta do reino à gosto Uma colher de sopa de azeite PREPARO Retire os caules dos cogumelos, e pique-os. Em uma frigideira doure o bacon juntamente com os caules dos cogumelos. Reserve em um recipiente e deixe amornar um pouco. Em uma assadeira coloque folha de papel de alumínio untada com azeite. Disponha os cogumelos na assadeira. Junte ao bacon e aos cogumelos, o queijo, o cheiro verde e misture bem. Recheie os cogumelos com o preparo e adicione o queijo por cima. Regue com um fio de azeite por todo e condimente com pimenta preta a gosto. Leve ao forno a 160ºC, até o queijo derreter e obter uma cor mais dourada. REVISTA 100% CAIPIRA | 49
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