Revista 100% Caipira Edição 67 janeiro 2019

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www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, janeiro de 2019 - Ano 7 - Nº 67 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Pesquisa mostra que recuperação de floresta degradada gera lucro e preservação ambiental na Amazônia A pesquisa foi conduzida em um período de 13 anos, entre 1995 e 2008, na fazenda Shet, localizada no Município de Dom Eliseu, nordeste paraense, distante cerca de 450 quilômetros da capital, Belém REVISTA 100% CAIPIRA |


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Sistemas integrados garantem produção sustentável na Caatinga

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Pastagens: Ataques de percevejo castanho em pastagem exigem atenção do produtor

Gestão: BNDES deve vender parcela de fatia na JBS em 2019, dizem fontes

Agricultura familiar:

Apicultura:

Método detecta adulteração no mel

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Artigo:

Pesquisa mostra que recuperação de floresta degradada gera lucro


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Preรงos agropecuรกrios:

Boletim Prohort destaca a alta no preรงo da batata e cebola nas Ceasas

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Governo:

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Agricultura familiar: Produtora de Piumhi foca no mercado fitness

Secretaria da Agricultura inicia credenciamento de consultores

Avicultura:

IMA certifica primeira granja de frango caipira

Receitas Caipiras: Verrine de morango REVISTA 100% CAIPIRA |

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AVICULTURA

Brasil, janeiro de 2019 Ano 7 - Nº 67 Distribuição Gratuita

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Somente cortes tendem a resultado positivo no ano A esta altura de 2018, apenas os cortes de frango têm alguma possibilidade de encerrar o exercício com volume maior que o de 2017, ainda assim com diferença mínima A esta altura de 2018, apenas os cortes de frango têm alguma possibilidade de encerrar o exercício com volume maior que o de 2017, ainda assim com diferença mínima. Pois, considerados os embarques efetivados entre janeiro e novembro apresentam queda de volume inferior a meio por cento. Assim, por exemplo, se em dezembro mantiverem a média dos 11 meses anteriores (pouco mais de 276 mil toneladas mensais), alcançam no ano variação positiva de 0,45%. Já os outros três itens exportados não apresentam a mínima chance de reversão, visto que até aqui o volume de frango inteiro exportado é 13% menor que o do mesmo período de 2017, enquanto entre industrializados e carne salgada os recuos superam os 30%. Menos mal que os cortes representem mais de dois terços (67%) do volume embarcado. Pois, dessa forma, o recuo acumulado pelos quatro itens é minimizado, não chegando a 6,5%. 6 | REVISTA 100% CAIPIRA

No tocante aos preços médios alcançados no ano, a surpresa é constatar que industrializados e cortes vêm obtendo remuneração superior à de 2017, com incrementos de, respectivamente, 5,24% e 17,47%. Mas como respondem por menos de 5% do volume, não influenciam o preço médio global, até aqui quase 5% inferior ao do ano passado. Tudo isso se reflete, claro, na receita cambial. Que, mesmo entre os cortes (onde o volume tende a uma reversão positiva no final do ano), sinaliza recuo de quase 6%. E uma vez que as quedas que afetam frango inteiro, industrializados e salgados alcançam índices negativos bem mais significativos, a receita cambial do corrente exercício deve apresentar retrocesso não muito diferente do alcançado em 11 meses: queda de 10,79%. Na prática – e, pelo menos nominalmente, em moeda americana – o setor está retrocedendo a valores da Fonte: AviSite década passada.

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GESTÃO

Fonte: Reuters

BNDES deve vender parcela de fatia na JBS em 2019, dizem fontes

BNDES deve vender apenas em 2019 uma parcela de sua participação na processadora de carne JBS O BNDES deve vender apenas em 2019 uma parcela de sua participação na processadora de carne JBS, depois que planos para a operação neste ano foram adiados diante de volatilidades do mercado, informaram duas fontes do banco de fomento. O BNDES tem 21,3 por cento da JBS por meio de seu braço de participações BNDESPar. A parcela, segundo a cotação de fechamento da ação na véspera, de 11,75 reais, equivale a 6,8 bilhões de reais. Um montante para a parcela remanescente do banco após a venda ainda não foi definido, informaram as fontes, acrescentando que o banco aguarda melhor momento do mercado. No ano até a segunda-feira, as ações da JBS acumulam valorização de 20,4 por cento, mas o movimento não foi estável. No pior momento do ano, no início de junho, o papel chegou a cair no decorrer dos negócios para 7,91 reais. A máxima foi atingida apenas no início deste mês, a 12,39 reais. “A venda de (parcela da participação) na JBS não é para este ano; deve ser no ano que vem”, disse à Reuters uma fonte do banco com conhecimen-

to do assunto. “O mercado tem estado muito volátil para uma operação agora”, acrescentou. Segundo informações do banco, a BNDESPar já levantou cerca de 4 bilhões de reais com venda de participações detidas na empresa. O banco tem participação na JBS desde 2007, quando fez aportes que somaram 5,6 bilhões de reais na companhia e que chegaram a 8,1 bilhões até 2010. Desde março de 2007 até a véspera a ação acumula valorização de cerca de 88 por cento. “Que a participação está na nossa carteira desinvestimento, isso é real; mas como foi uma operação rentável, temos que esperar o momento certo, não é vender por vender”, disse uma segundo fonte do banco próxima do assunto. Procurado, o BNDES afirmou que “considerando o investimento (8,1 bilhões de reais), os retornos recebidos (5,1 bilhões) e o valor de mercado da participação remanescente (6,8 bilhões) o resultado econômico é 3,8 bilhões de reais para a BNDESPar, equivalente a um retorno de 47 por cento do total investido”. “O BNDES não confirma a venda de

nenhum ativo específico. A BNDESPar acompanha constantemente as condições de mercado e as oportunidades de desinvestimento dos ativos da carteira de valores mobiliários, buscando maximizar valor no longo prazo”, afirmou o banco. No final de novembro, o presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, declarou publicamente que não vê motivo para o banco manter participações expressivas em empresas como JBS, Vale, Petrobras e Eletrobras, que representam uma parte significativa da carteira da BNDESPar, uma vez que estas corporações podem obter recursos sem a ajuda do banco de fomento. A fatia na JBS fazia parte de plano do banco de levantar 12 bilhões de reais neste ano com venda de participações. Oliveira comentou na semana passada que o BNDES levantou mais de 8 bilhões com vendas de participações de janeiro a outubro deste ano. “Fazer 12 bilhões de reais este ano não dá; só se incluir o ano que vem”, disse a segunda fonte. “Tem que ver que o mercado já esteve favorável para fazer bons negócios e boas vendas, mas agora não está mais”, acrescentou a fonte. REVISTA 100% CAIPIRA |

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ARTIGO

Pesquisa mostra que re degradada gera lucro e p Amaz

A pesquisa foi conduzida em um perío fazenda Shet, localizada no Municípi distante cerca de 450 quilô

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ecuperação de floresta preservação ambiental na zônia

odo de 13 anos, entre 1995 e 2008, na io de Dom Eliseu, nordeste paraense, ômetros da capital, Belém REVISTA 100% CAIPIRA |

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U

m e s tu do inéd i t o , f r ut o d e parceria pública-privad a e nt re a E m br ap a A m a z ôn i a O r i e nt a l e o g r up o m a d e i re i ro A r b or i s , a c omp a n h ou u m c i c l o a lt e r n at i v o c omp l e t o d e p l a nt i o e c or t e d e p a r i c á ( S c h i z o l o biu m p a r a hy b a v a r. a m a z on i c u m ) , u m a e s p é c i e d e á r v ore n at i v a d a A m a z ôn i a , n o e n r i qu e c i m e nt o d e c l a re i r a s e m f l ore s t a s d e g r a d a d a s e c om p ou c a ou b a i x a pro dut i v i d a d e n o Pa r á . O e x p e r i m e nt o re v e l a qu e , c om b a i x o i nv e s t i m e nt o, é p o s s í v e l lu c r a r c om a re g e n e r a ç ã o d a f l ore s t a v i s a n d o c i c l o s f utu -

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ro s d e c or t e e m m a n e j o s u s t e n t áv e l m a d e i re i ro. O s re s u lt a d o s j á v a l i d a d o s d a p e s qu i s a i n d i c a r a m g a n h o e c on ôm i c o 3 6 % m a i or n a s á re a s e m qu e f oi pro m ov i d a re g e n e r a ç ã o c omp a r a d a s a u m a á re a d e re c up e r a ç ã o n atu r a l ap ó s o c or t e e m s i s t e m a d e m a n e j o. E s t i m a - s e qu e e s s a m e t o d o l o g i a d e p l a nt i o p o s s a s e r ap l i c a d a e m m a i s d e 1 9 m i l h õ e s d e h e c t a re s d e f l ore s t a s , e m d i v e r s o s n í v e i s d e d e g r a d a ç ã o, e x i s t e nt e s n o e s t a d o, re s u lt a n d o e m a lt e r n at i v a s d e d e s e nv o l v i m e nt o e c on ôm i c o e a mbi e nt a l p a r a a re g i ã o. A p e s qu i s a f oi c on du z i d a e m u m p e r í o d o d e 1 3 a n o s , e nt re 1995 e 2008, na fazenda Shet, l o c a l i z a d a n o Mu n i c ípi o d e D om E l i s e u , n ord e s t e p a r a e n s e , d i s -

t a nt e c e rc a d e 4 5 0 qu i l ôm e t ro s d a c apit a l , B e l é m . C on s e r v a ç ã o f l or e s t a l é b om negócio O e s tu d o re v e l ou qu e o e n r i qu e c i m e nt o d e c l a re i r a s , qu e s ã o á re a s a b e r t a s e m f l ore s t a , s e j a p or a ç ã o hu m a n a d e d e s f l o re s t a m e nt o, m a n e j o ou m e s m o n atu r a l p or m e i o d e qu e d a s e i n c ê n d i o s f l ore s t a i s , t e m g r a n d e p ot e n c i a l p a r a i n c re m e nt o d a pro dut i v i d a d e e a lu c r at i v i d a d e . A l é m d i s s o, o e n r i qu e c i m e nt o d e c l a re i r a s au m e nt a a s c h a n c e s d e c on s e r v a ç ã o d e f l ore s t a s d e g r a d a d a s n a A m a z ôn i a , c on f or m e a n a l i s ou o p e s qu i s a d or Gu s t av o S c hw a r t z , u m d o s re s p on s áv e i s p e l o t r a b a l h o. E l e e x -


p l i c ou a i n d a qu e o apre n d i z a d o d a s t é c n i c a s d e s e nv o l v i d a s n a p e s q u i s a p o d e s e r ap l i c a d o n ã o ap e n a s e m f l ore s t a s n o E s t a d o d o Pa r á , m a s e m out ro s e s t a d o s d a A m a z ôn i a , a s s i m c om o n a s d e m a i s re g i õ e s c om i n c i d ê n c i a d e f l ore s t a t ropi c a l . D e a c ord o c om o c i e nt i s t a , o o bj e t i v o d o e s t u d o f oi av a l i a r a pro dut i v i d a d e e a re nt a bi l i d a d e f i n a n c e i r a d o p l a nt i o p a r a o e n r i qu e c i m e nt o e m f l ore s t a s d e g r a d a d a s . O p a r i c á f oi a e s p é c i e e s c o l h i d a p or s e r n at i v a d a re g i ã o, apre s e nt a r r ápi d o c re s c i m e nt o e s e r d e i nt e re s s e d a c a d e i a m a d e i re i r a , e m e s p e c i a l , n a i n dú s t r i a d e l a m i n a d o s . B a i x o i nv e s t i m e n to c om g a r a n t i a d e l u c r o e pr e s e r v a ç ã o a m bi e n t a l As s e m e nt e s d e p a r i c á f or a m p l a nt a d a s d i re t a m e nt e n o s o l o, e m u m a á re a d e l a c u n a s d e e x p l or a ç ã o ( c l a re i r a s ) d e u m a f l o -

re s t a d e g r a d a d a d e 1 0 8 h e c t a re s ( h a ) e m f e v e re i ro d e 1 9 9 5 . A p e s qu i s a u s ou c om o c omp a r at i v o out r a á re a , d e 5 0 h a , n a m e s m a f a z e n d a , n a qu a l n ã o h ou v e qu a l q u e r t ip o d e i nt e r v e n ç ã o, f i c a n d o a c a r g o d a re g e n e r a ç ã o n atu r a l . In í c i o d a p e s qu i s a O e mpre s á r i o Ma rc o S i v i e ro re l at ou q u e pro c u rou a E mbr ap a n a d é c a d a d e 1 9 9 0 p or c on h e c e r t r a b a l h o s pu b l i c a d o s c om e s p é c i e s f l ore s t a i s n at i v a s d e r ápi d o c re s c i m e nt o e d e v a l or c om e rc i a l , t e n d o c om o re f e rê n c i a , n a o c a s i ã o, o e nt ã o p e s qu i s a d or, h oj e ap o s e nt a d o, Jor g e Ya re d , qu e t a mb é m p a r t i c ip ou d a p e s qu i s a c om p a r i c á . A p a rc e r i a re s u lt ou n a a qu i s i ç ã o d e c e rc a d e 1 0 m i l s e m e n t e s , p l a nt a d a s d i re t a m e nt e n o s o l o. D e a c ord o c om o e mpre s á r i o, o i nv e s t i m e nt o n o l o c a l f oi m í n i m o, c om a l g u m a s a ç õ e s d e l i mp e z a d a á re a p a r a f a c i l it a r o a c e s s o e p l a nt i o. Pa r a S i v i e ro, a

m ot i v a ç ã o p a r a a re a l i z a ç ã o d o e x p e r i m e nt o f oi o e nt e n d i m e n t o d e qu e a v o c a ç ã o d o g r up o e mpre s a r i a l d o qu a l e l e f a z p a rt e é m a d e i re i r a e qu e s om e nt e a s u s t e nt a bi l i d a d e d a pro du ç ã o p o d e r i a g a r a nt i r a c ont i nu i d a d e d a at i v i d a d e , v i s a n d o o lu c ro e t a mb é m a pre s e r v a ç ã o a mbi e n t a l . “É n a f l ore s t a qu e e s t á n o s s o s u s t e nt o e a s qu e re m o s f or t e s p a r a a m a nut e n ç ã o d a at i v i d a d e e d o m e i o a mbi e nt e”, a f i r m a . O e mpre s á r i o c ont ou a i n d a qu e p or atu a r n a i n dú s t r i a d e l a m i n a d o s , a at i v i d a d e a b s orv e á r v ore s d e m e n or d i â m e t ro d e t ron c o, o qu e re du z o t e mp o d e c i c l o d e c or t e s p a r a a m é d i a d e 1 2 a n o s , t or n a n d o a at i v i d a d e m a i s lu c r at i v a e t a mb é m s u s t e nt áv e l . Um e x e mp l o d e e s p é c i e s c om m e n or d i â m e t ro é a e mb aú b a ( C e c ropi a s pp. ) qu e , d e a c ord o c om o m e s m o e s tu d o, t a mb é m s e m o s t rou b a s t a nt e lu c r at i v a e m f l ore s t a s d e g r a d a d a s . R e s u lt a d o s m o s t r a m v a nt a REVISTA 100% CAIPIRA | 11


g e n s e c on ôm i c a s e a mbi e nt a i s O estudo, inicialmente, visava à análise econômica por meio do enriquecimento de clareiras, mas o componente ambiental também chamou a atenção dos pesquisadores, conforme enfatizou o pesquis a d o r a p o s e n t a d o J o r g e Ya r e d . Ele conta que área usada no experimento apresentou uma série e ser viços ambientais. “A á r e a q u e r e c e b e u o p l a n t i o registrou a manutenção dos principais serviços ecossistêmicos e ambientais, como esto que de carb ono, p or meio do crescimento acelerado da floresta, a preser vação e até regeneração dos recursos hídricos, menor risco de erosão de solo e de vulnerabilidade a incêndios florestais, além da biodiversidade, envolvendo fauna e flora atreladas à flo-

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r e s t a”, d i z . Até R$ 4,5 mi l a mais p or hectare O estudo mostra que, das dez mil sementes plantadas, cerca de três mil transformaram-se em ár vores com diâmetro em torno de 25 centímetros após 13 anos, o que resultou em um acúmulo médio de três metros cúbicos (m3) por hect are/ano. O pesquisador Gustavo S chwar tz informou que o volume de madeira calculado para todas as ár vores com diâmetro de 25 cm foi de 112,8 m3/ha na área plantada e de 94,7 m3/ha n a á r e a n ã o p l a n t a d a . “C o n s i derando o uso da madeira de paricá para fins de laminaç ão, o lucro, em va lores atualizados, foi estimado em R$

16.862,84/ha na área plantada e de R$ 12.380,86/ha na área não plantada. A diferença de R$ 4.481,98/ha equivale a um lucro 36,20% maior para a área com plantio de paricá em clar e i r a s”, d e t a l h o u c o m b a s e n o estudo. Pe s q u i s a p o d e a b r i r n o v o s c a minhos para a legislação ambiental Um e s t u d o i n é d i t o p o d e abrir caminho para gerar ativos financeiros em uma área de 19 milhões de hectares, somente no Estado do Pará, conforme avaliam os autores da pesquisa. Os cientistas explicam que essa área corresponde ao chamado arco do desf lorest amento, no qual se incluem florestas sob diversos graus de degradação e que atualmente não desp ertam o interesse madeireiro e também não podem ser usadas


Foto: Karina Siviero Parica

para agricultura nem para pecuária. Gustavo S chwar tz avalia que essa signif icativa extensão territorial tem um enorme passivo que pode ser revertido em desenvolvimento econômico e também ambiental e que estudos como o realizado pela Embrapa e o grupo Arboris ser vem para evidenciar novas possibilidades produtivas na floresta e abrir diálogo com a legislaç ão p ara a pre v is ão, aind a inexistente, de manejo f lorestal sustentável em f lorestas antropizadas (modificadas pela ação humana), em diversos graus de deg rad aç ão. At u a l m e n t e , s e g u n d o a l e g isl aç ão, o manej o f lorest a l depende de aprovação dos planos p elos órgãos de gover no. A atividade é regida nacionalmente pela Resolução 406/2009 do C ons elho Nacional de Meio

Ambiente (C onama) e estabelece, entre outros pontos, o corte de 30 m3 por hectare a cada 35 anos. No Pará, a S ecret ar ia Est adual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), responsável pela análise e aprovação dos planos de manej o, p ossui leg isl aç ão própr i a, a Instrução normativa 5/2015. Ambos os documentos preveem a possibilidade de adequaç ão de pl anos de manej o, des de que feitos estudos comprobatórios de viabilidade econômica e impactos ambientais, entre outros. Os pesquisadores acreditam que o estudo da Embrapa e do grupo Arboris dá subsídio para dialogar com as autoridades e abre caminho para rever a legislação e propor novas possibilidades de planos de manejo para áreas até então sub ou não ut i lizad as. C omo resu lt ado,

os especialistas preveem mais gan ho f inanceiro, des envolv imento s o cial, prestação de s erviços ambientais e preser vação d a s f l o r e s t a s n a t i v a s . “C o m a exploração sustentável dessas f lorestas já antropizadas, reduz-se a pressão sobre as florestas nativas, abrindo mais uma frente de conser vação das f lor e s t a s p r i m á r i a s d a A m a z ô n i a”, defende o pesquisador Gustavo S chwar tz. Alguns resultados da pesquisa foram publicados na Revista Internacional Forest Ecolog y and Management. O artigo é assinado pelos pesquisadores da Embrapa Amazônia Orient al, Ademir Rus chel, Gust avo S chwar tz, da Embrapa Amapá, J o s é Pe r e i r a e J o r g e Ya r e s . Kélem Cabral (MTb 1981/PA) Embrapa Amazônia Oriental REVISTA 100% CAIPIRA |13


AGROTÓXICOS E DEFENSIVOS

Brasil tira dos campos 500 mil toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas Sistema Campo Limpo atingiu importante marco de destinação ambientalmente correta do material O Sistema Campo Limpo, programa brasileiro de logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas, acaba de atingir a marca de meio milhão de toneladas do material destinadas para reciclagem ou incineração. O Sistema iniciou suas atividades em 2002 e tem o inpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias) como núcleo de inteligência nas atividades de destinação das embalagens vazias. “O Brasil tem um dos sistemas de logística reversa no campo mais avançados no mundo, tanto que é considerado referência por países que possuem programas semelhantes. Isso só é possível por conta de fatores como uma legislação clara e eficiente e o engajamento de todos os elos da cadeia produtiva 14 | REVISTA 100% CAIPIRA

agrícola (indústria fabricante, canais de distribuição, agricultor e poder público), que cumprem com suas responsabilidades contribuindo com o nível de excelência apresentado pelo Sistema Campo Limpo”, explica João Cesar M. Rando, diretor-presidente do inpEV. Atualmente, 94% das embalagens plásticas primárias devolvidas pelos produtores rurais são encaminhadas para reciclagem ou incineração. Desse total, 90% são reciclados, dando origem à matéria-prima para a produção de mais de 30 artefatos, entre eles novas embalagens que retornam para a indústria de defensivos ou outros segmentos da economia. “O Sistema Campo Limpo é também um exemplo de modelo de economia circular e o Brasil é o único país a produzir novas embalagens com

matéria-prima obtida com a reciclagem do que é destinado pelos produtores. Com isso, temos uma gestão completa do fechamento do ciclo de vida do material dentro do próprio Sistema, impulsionando a economia, gerando emprego e contribuindo com a sustentabilidade”. Inovação a favor da Sustentabilidade - De 2012 a 2017, a destinação ambientalmente correta das embalagens vazias de defensivos agrícolas permitiu a economia de energia suficiente para abastecer 2,5 milhões de casas, a redução de resíduos em quantidade equivalente ao gerado por uma cidade de 500 mil habitantes em 11 anos, e também a redução de cerca de 625 mil toneladas de emissões de CO2 equivalente, ou 1,4 milhão de barris de petróleo não extraídos. Fonte: inpEV


MEIO AMBIENTE

Efeito estufa: transporte responde por 25% das emissões globais

O setor de transporte contribui com um quarto das emissões globais de gases de efeito estufa e é a área em que as irradiações de carbono mais crescem desde 2000 A informação consta de relatório apresentado nesta terça-feira (11) na 24ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 24), em Katowice, Polônia. De acordo com o relatório Situação global do Transporte e Mudança Climática Global (tradução livre), elaborado por mais de 40 organizações internacionais que atuam em prol de transportes sustentáveis e de baixo carbono, as emissões provocadas pelos transportes cresceram de 5,8 gigatoneladas de CO2 em 2000 para 7,5 gigatoneladas em 2016, volume 29% maior. Entre os modais que mais contribuem com as emissões de dióxido de carbono, os carros leves lideram com 45% do volume emitido. Em seguida, aparecem os caminhões, responsáveis por 21% das emissões de CO2, os aviões e navios, ambos com 11% das emissões, ônibus e micro-ônibus representam 5%, triciclos e motocicletas 4% e os trens figuram com 3%. O relatório projeta que países em desenvolvimento serão responsáveis por praticamente todo o aumento das emissões de carbono por transporte. A

contribuição das emissões desses países - 29 entre os 40 pesquisados - crescerá de 40% em 2015 para uma projeção de 56% a 72% em 2050. O estudo estima ainda que as emissões globais pelos transportes devem ser reduzidas para dois ou até três gigatoneladas de CO2 até 2050 para que as metas do Acordo de Paris sejam cumpridas. O documento aponta que o potencial de mitigação das emissões de dióxido de carbono em países não desenvolvidos é 60% maior do que em países economicamente mais fortes. Infraestrutura: O relatório informa também que o transporte de passageiros aumentou 74% desde 2000, principalmente em países em desenvolvimento. Entre 2000 e 2015, os transportes compartilhados na maioria dos países foram substituídos por automóveis privados e deslocamentos aéreos. Considerando a infraestrutura de transporte, a extensão global de rodovias aumentou cerca de 40% desde o ano 2000. Enquanto que os trilhos convencionais estagnaram nos níveis do início dos anos 2000, a infraestrutura das rodovias de alta velocidade

cresceu quase 12 vezes em relação aos anos 1990. O estudo aponta que nas duas últimas décadas houve expansão significativa do BRT (Bus Rapid Transit, sistema de transporte público baseado no uso de ônibus), de 853%, dos veículos leves sobre tilhos, 88%, e do sistema de metrô, 67%. Nos anos mais recentes, os pesquisadores identificaram, no entanto, que a construção de BRT tem reduzido de forma expressiva. Segundo os autores do relatório, o objetivo da divulgação é dar subsídios para elaboração de políticas públicas que contribuam para o alcance das metas de descarbonização e limitação do aquecimento global em até 1,5º C, conforme prevê o Acordo de Paris. Os pesquisadores sugerem que os países evitem e reduzam a necessidade por deslocamentos em veículos motorizados e desenvolvam novos planos de mobilidade. Eles sugerem ainda a redução da soberania dos carros e o aumento do financiamento e desenvolvimento de estrutura para ampliar o uso de transporte público, trem e biFonte: Agência Brasil cicletas. REVISTA 100% CAIPIRA | 15


AGRICULTURA FAMILIAR

Sistemas integrados garantem produção sustentável na Caatinga

Fonte: Embrapa Caprinos e Ovinos

Além de aumentar renda do produtor, sistemas integrados podem combater desertificação no semiárido Produtores do Semiárido encontraram no sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e nos sistemas agroflorestais um jeito eficiente de diversificar as atividades de suas propriedades. Com isso, conseguiram aumentar o faturamento da atividade, sem impactar o meio ambiente, adotando manejo mais sustentável. Com a ILPF é possível ainda recuperar áreas degradadas e combater a desertificação. Na comunidade Sítio Areias, em Sobral (CE), desde 2012 alguns produtores já experimentam com sucesso a prática de sistemas de produção agroflorestais, com a criação de bovinos, caprinos, ovi16| REVISTA 100% CAIPIRA

nos e suínos; a lavoura de milho e feijão; senvolve experimentos em áreas pequea produção agrícola de verduras e ervas nas, com menos de dois hectares, commedicinais. binando o cultivo de espécies de mata nativa com culturas agrícolas e gramíneas para formação de pasto, possibiliMadeira garante renda na seca tando a diversificação da produção. “São exemplos de como o sistema Segundo o zootecnista Rafael Tonucci, pesquisador da área de Forragicultu- ILPF pode ser viável no âmbito da agrira e Pastagens da Embrapa Caprinos e cultura familiar”, diz Tonucci. Em IbaOvinos (CE) o sistema permite integrar retama, município do Sertão Central a produção vegetal, animal e florestal na do Ceará, por exemplo, em duas áreas propriedade. Em anos de seca muito in- de um hectare cada, foi registrada uma tensa, quando a lavoura produz pouco é produção de 25 a 30 toneladas de mapossível obter renda com o corte e co- téria verde, suficiente para garantir alimercialização da madeira. mento para o rebanho (silagem) para Na região de Sobral, a Embrapa de- um período de dois anos. “Para isso, foi


preciso apenas conhecer os princípios desses sistemas e adequá-los à realidade daquele local”, enfatiza o pesquisador. Alguns agricultores estão obtendo produtividades maiores em suas lavouras mudando apenas uma prática baseada no uso do fogo para uma produção ambientalmente sustentável. “No meu quintal tudo dá. Já colhi abacaxi, verdura, tomate, pimentão. E já doei sacolas de verduras para a escola da cidade”, conta a agricultora Regina de Sousa.

câmbio de forragem ou esterco entre os agricultores. Segundo o zootecnista Éden Fernandes, analista da Área de Transferência de Tecnologia da Embrapa Caprinos e Ovinos, estas trocas são outro benefício para comunidades de agricultores familiares. “O produtor que optou por um componente mais agrícola acaba cedendo a forragem para outro produtor que já tem um sistema de natureza pastoril. “Ele colhe o milho por exemplo, para sua alimentação e cede a palhada como ILPF recupera solos degradados forragem para outro agricultor que cria caprinos ou bovinos. Esse outro produNo experimento em Ibaretama, es- tor também faz a partilha, devolvendo tão sendo usadas duas áreas cedidas por leite produzido em sua propriedade”, um produtor rural. Em uma delas, de detalha. 1,5 hectare, foram plantadas linhas de sabiá (árvore da Caatinga) para compo- Busca da sustentabilidade sição de floresta, além de feijão caupi, milheto, sorgo e girassol. Os resultados Uma das perspectivas das pesquisas do plantio foram usados de forma di- em sistemas de produção integrados no versificada: o feijão foi aproveitado para semiárido brasileiro é contribuir para a colheita, sorgo e girassol foram usados sustentabilidade da produção agropepara silagem aos animais, o milheto ser- cuária, em seus diversos aspectos. “As viu para compor a cobertura vegetal do vantagens deste tipo de sistema para solo (condição importante em áreas de aquela região são de natureza biológisolos menos férteis). ca e socioeconômica. Biológica porque “Em uma área de solo pobre, onde tem componentes diferentes no sistenão se produzia nada, conseguimos ma, explorando luz, água e nutrientes, plantar floresta com sucesso, usando além da conservação do solo e da água. essas técnicas para recuperação de solo Nas questões socioeconômicas, temos a degradado, e já temos forragem disponi- oportunidade do retorno de renda e a bilizada para os animais na estação seca”, diversificação dos bens e serviços geraexplica Rafael Tonucci. Em outra área, dos”, destaca Fernandes. de um hectare, além do sorgo e milheto, Em sistemas dessa natureza, há diforam introduzidas plantas leguminosas versas possibilidades para uso das árvo(leucena e gliricídea), entre outras espé- res, desde sua utilização como um fator cies nativas, e também o capim Massai, contribuinte para preservação do solo na expectativa de compor pasto para os e como sombra para o bem-estar dos animais nos próximos anos. animais até a exploração da madeira de algumas espécies para incremento da Sistemas em base comunitária renda dos agricultores. “No Semiárido, é possível manter Outra prática adotada por produ- sempre a cobertura vegetal, mantendo tores da região é a de adequação dos assim, um pouco de água no solo. Além sistemas de produção locais a uma disso, as árvores também servem de perspectiva de base agroecológica, o barreira para um outro problema sério chamado redesenho para compor siste- nesta região: a erosão eólica (provocada mas agroflorestais. Na comunidade Sítio pelos ventos)”, acrescenta o pesquisador Areias, em Sobral, a Embrapa incenti- Rafael Tonucci. vou este trabalho em base comunitária: Outra perspectiva é de que os expeos produtores locais integram suas áreas rimentos mostrem a viabilidade de um de criação de animais para produção e arranjo espacial que, ao combinar lavoulavoura às áreas de uso sustentável da ra, pecuária e florestas, otimizando e incaatinga nativa, inclusive com o inter- tensificando o uso das áreas produtivas,

permita a futura introdução de máquinas agrícolas. Sistemas de produção integrados Os sistemas de integração envolvem a produção de grãos, fibras, madeira, energia, leite ou carne na mesma área, em plantios em rotação, consorciação ou sucessão. O sistema funciona basicamente com o plantio, durante o verão, de culturas agrícolas anuais (arroz, feijão, milho, soja ou sorgo) e de árvores, associado a espécies forrageiras (braquiária ou panicum). Existem várias possibilidades de combinação entre os componentes agrícola, pecuário e florestal, considerando espaço e tempo disponível, resultando em diferentes sistemas integrados, como lavoura-pecuária-floresta (ILPF), lavoura-pecuária (ILP), silvipastoril (SSP) ou agroflorestais (SAF). Adoção de ILPF no Nordeste brasileiro Uma pesquisa realizada em 2016 pela empresa Kleffman Group, por solicitação da Rede ILPF [parceria público-privada formada por Embrapa, Cocamar, Bradesco, John Deere, Soesp e Syngenta, com objetivo de acelerar adoção das tecnologias de integração no país] apresentou alguns dados sobre a realidade dos sistemas de integração na região Nordeste. Dos 493 produtores rurais entrevistados (com bovinocultura como atividade predominante), 60% já conhece o conceito de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, embora a adoção do sistema na região ainda seja de 41% - alguns dos estados apresentam índices de adoção acima dessa média, como é o caso de Alagoas (51%) e Sergipe (44%). Um fator positivo mostrado neste levantamento é que entre os produtores entrevistados que já adotam sistemas ILPF, 78% dizem estar satisfeitos ou muito satisfeitos. Os maiores índices de aprovação estão no Rio Grande do Norte (89%), Bahia (87%) e Ceará (85%). Entre aqueles que já adotam este tipo de sistema ou pretende adotar no futuro, as motivações apontadas com maior frequência pela pesquisa são: promover recuperação de pastagens, reduzir o impacto ambiental e fazer rotação de culturas agrícolas. REVISTA 100% CAIPIRA |17


GESTÃO

Modelo de agricultura beneficia quem planta e quem consome

Fonte: Assessoria de Comunicação da Fundação BB

Iniciativa existe em todo o Brasil, no DF recebe apoio da Fundação BB por meio de incentivo à produção agrícola sustentável nas bacias do Pipiripau e Descoberto 18| REVISTA 100% CAIPIRA


A n a Pau l a More i r a s e mpre s e pre o c up o u c om a a l i m e nt a ç ã o, m a s d e p oi s d o n a s c i m e nt o d o s d oi s f i l h o s - Pe d ro d e 8 a n o s e D av i d e 4 a n o s - v e m a d ot a n d o n ov o s h á bit o s p a r a of e re c e r a l i m e nt o s s au d áv e i s p a r a s u a f a m í l i a . E m s e t e m bro d e s t e a n o, a b a n c á r i a p a s s ou a f a z e r p a r t e d a C S A - C omu n i d a d e q u e Su s t e nt a a Ag r i c u lt u r a , u m m o d e l o d e a g r i c u lt u r a q u e of e re c e v a n t a g e n s p a r a o h om e m e o m e i o a m bi e nt e e , q u e n o s ú lt i m o s anos, vem despertando grande i nt e re s s e p e l o d e s e nv o l v i m e nt o a g r á r i o e a g r i c u lt u r a or g â n i c a . “A nt e s m e u s f i l h o s n ã o s e i n t e re s s av a m e m c om e r v e rdu r a s , l e g u m e s e f o l h a s . D e p oi s q u e aderi à CSA passei a experiment a r re c e it a s n ov a s e e l e s t ê m c o m i d o d i re it i n h o. A l é m d e t o d o s o s b e n e f í c i o s q u e o s a l i m e nt o s or g â n i c o s n o s prop orc i on a m , n ó s a i n d a t e m o s a o p or t u n i d a d e d e v i s it a r a propr i e d a d e e c o n h e c e r d e p e r t o c om o é p l a nt a d o e c o l h i d o o n o s s o a l i m e nt o, e a i n d a , d e t ro c a r re c e it a s c om o s d e m a i s c o l e g a s d o g r up o”, d e c l a ro u . Tr a z i d o p e l o a l e m ã o He rm a n n Po h l m a n n , a C S A é u m a pr át i c a q u e f oi a d ot a d a n o B r a s i l e m 2 0 1 1 p or a g r i c u lt ore s f a m i l i a re s d o e s t a d o d e S ã o Pau l o, q u e p a s s a r a m a i mp l e m e nt a r o m o d e l o. D e a c ord o c om a C S A B r a s i l , a i n i c i at i v a c on s i s t e n a re l a ç ã o d i re t a e nt re pro dut or e c on s u m i d or, c r i a n d o u m a re l a ç ã o próx i m a v i a bi l i z a n d o a pro du ç ã o e a l o g í s t i c a d e d i s t r i bu i ç ã o d e a l i m e nt o s . Ne s s e t ip o d e p a rc e r i a , a g r i c u lt ore s e c on s u m i d ore s , c h a m a d o s d e c o a g r i c u lt ore s , d i v i d e m re s p on s a bi l i d a d e s , r i s c o s e b e n e f í c i o s d a a g r i c u lt u r a . A l é m d i s s o, c ont a m c om a or g a n i z a ç ã o p a r a v e n d e r s e u s pro dut o s e f i n a n c i a m e nt o d e s u a pro du ç ã o, c o l a b or a n d o

p a r a o d e s e nv o l v i m e nt o s u s t e n t áv e l d a re g i ã o e e s t i mu l a n d o o c om é rc i o j u s t o. Wa g n e r d o s S a nt o s é pre s i d e n te da CSA Brasil e faz parte da i n i c i at i v a d e s d e o i n í c i o, q u a n d o f oi i mp l e m e nt a d o e m B ot u c at u ( SP ) . E l e c ont a q u e s e mpre s e i n t e re s s ou p or a l i m e nt o s s a d i o s e bu s c ou c ompre e n d e r o pro c e s s o pro dut i v o. “Q u a n d o v i a prop o s t a d e t e r a s u s t e nt a ç ã o d e u m org a n i s m o q u e t r a b a l h a c om o c u l t i v o d e c om i d a d e v e rd a d e , s e m o u s o d e pro dut o s q u í m i c o s e q u e s e pre o c up a c om o m e i o a m bi e n t e , q u i s p a r t i c ip a r”, d i s s e . Hoj e n o B r a s i l e x i s t e m c e rc a d e 1 0 0 C S As , s e n d o 2 4 d e l a s n o D i s t r it o Fe d e r a l . A Fu n d a ç ã o B a n c o d o B r a s i l c e r t i f i c ou a i n i c i at i v a n o P rê m i o d e Te c n o l o g i a S o c i a l 2 0 1 7 e ap oi a a s C S A p or m e i o d e i n c e nt i v o à pro du ç ã o s u s t e nt áv e l n a s b a c i a s d o P ipi r ip au e D e s c o b e r t o, l o c a l i z a d a s n o D F. O s a g r i c u lt ore s d a re g i ã o t a m b é m p a r t i c ip a m d o proj e t o P ro dut or d e Ág u a d o P ipi r ip au , u m a a r t i c u l a ç ã o mu lt i - i n s t it u c i on a l d e d e z e s s e i s at ore s a s s i n a nt e s d o Ac ord o d e C o op e r a ç ã o, e m p a rc e r i a c om i n s t it u i ç õ e s e pro dut ore s r u r a i s n o d e s e nv o l v i m e nt o d o t r a b a l h o. O proj e t o t a m b é m prom ov e a c on s c i e nt i z a ç ã o d o s pro dut ore s r u r a i s s o bre a i mp or t â n c i a d o u s o a d e q u a d o d o m e i o a m bi e nt e , c om b o a s pr á t i c a s d e pro du ç ã o a g r í c o l a e d e p l a n e j a m e nt o d o pro g r a m a . T h i a g o Ka i s a r e o i r m ã o D i o g o f a z e m p a r t e d o g r up o. Na c h á c a r a “Pé n a Te r r a”, e l e s ap o s t a m n o s i s t e m a C S A e of e re c e m a o s c ot i s t a s e c l i e nt e s a l i m e nt o s s au d áv e i s . Na propr i e d a d e d e 4 0 h e c t a re s , c u lt i v a m b a n a n a , m a n d i o c a , b e t e r r a b a , j i l ó, b e r i nj e l a , m a r a c uj á , m i l h o c r i ou l o e t o d o t ip o d e f o l h a g e m , t u d o s e m o u s o de defensivos químicos, pelo sist e m a a g rof l ore s t a l ( o p l a nt i o é

f e it o e m c onj u nt o c om a re c up e r a ç ã o d a f l ore s t a ) E m 2 0 1 6 , p a s s a r a m a f a z e r p a r t e d a re d e d e a g r i c u lt ore s f a m i l i a re s e c o a g r i c u lt ore s q u e a b a s t e c e m p ont o s e s t r at é g i c o s d o D i s t r it o Fe d e r a l . “O m a i s l e g a l d e f a z e r p a r t e d e s s e proj e t o é a o p or t u n i d a d e d e l e v a r p a r a a s p e s s o a s mu d a n ç a s n ã o s ó n a a l i m e nt a ç ã o, m a s t a m b é m mu d a n ç a re g i on a l , c om e v o lu ç ã o n o c a mp o d a e c on om i a s o l i d á r i a , p or m e i o d o a s s o c i at i v i s m o e t ro c a d e pro dut o s . P ro c u r a m o s p l a nt a r a q u i l o q u e o s c o a g r i c u lt ore s g o s t a m m a i s d e c om e r e o s pro dut o s m a i s u s a d o s n a d i e t a a l i m e nt a r. E m bre v e , pre t e n d e m o s t a m b é m c r i a r u m a moeda social para que ela possa s e r a c e it a n o m e rc a d o e aj u d e a f or t a l e c e r a e c on om i a l o c a l”, d i s s e , D i o g o. C om o f u n c i on a a C S A : Por m e i o d e u m a c ot a f i x a m e n s a l , o s c o a g r i c u lt ore s re c e b e m u m a caixa semanal ou quinzenal de pro dut o s a g r í c o l a s , c om o f r ut a s , v e rdu r a s , l e g u m e s , ov o s , l e it e e o q u e m a i s e s t i v e r c om bi n a d o c om s e u a g r i c u lt or. Tu d o d e a c ord o c om a e s t a ç ã o e c om a s a f r a d o p e r í o d o, re s p e it a n d o o s t e mp o s d a n at u re z a e t a m b é m d o pro dut or. Ag r i c u lt ore s re c e b e m u m a re n d a m a i s e s t áv e l e s e g u r a , a l é m d e u m a prox i m i d a d e c om a s u a c omu n i d a d e , e n q u a nt o o s c o a g r i c u lt ore s ( a nt i g o s c on s u m i d ore s ) s e b e n e f i c i a m c om a l i m e nt o s f re s c o s , s au d áv e i s e s u s t e nt áv e i s . L e m br a d a A n a Pau l a , c it a d a n o i n í c i o d a m at é r i a ? E l a é u m a d a s c o a g r i c u lt or a s d a C S A d o s i r m ã o s Ka i s a r. To d a s e g u n d a - f e i r a , a b a n c á r i a e o ut ro s 1 2 c o l e g a s d e t r a b a l h o re c e b e m a s c e s t a s c om a pro du ç ã o. Pa r a c r i a r u m a C S A ou s e t or n a r u m c o a g r i c u lt or a c e s s e a p á g i n a d a C S A B r a s i l p a r a o bt e r m a i s i n f or m a ç õ e s . REVISTA 100% CAIPIRA | 19


AQUICULTURA E PESCA

Epagri testa cultivo de ostras para produção de carne desconchada O Centro de Desenvolvimento em Aquicultura e Pesca da Epagri (Epagri/Cedap) inicia em 2019 a segunda fase do projeto de pesquisa que testa uma nova técnica de cultivo de ostras, voltada para a produção de carne desconchada Fonte: EPAGRI

O novo método exige menos mão de obra e tem custo menor quando comparado com a criação tradicional desenvolvida em Santa Catarina. Na nova técnica, o processo inicia com conchas de ostras vazias, que são mergulhadas em um tanque com larvas do molusco produzidas em laboratório. Após as sementes estarem fixadas nas conchas, estas são penduradas em uma corda por um período de 10 a 11 meses. Ao final do ciclo, cada concha se transforma em um cluster de ostras aderidas umas às outras. “A vantagem desta técnica é que ela dispensa qualquer manejo durante o cultivo, exigindo menos mão de obra e permitindo uma redução nos custos de produção”, relata Felipe Matarazzo Suplicy, pes20| REVISTA 100% CAIPIRA

quisador da Epagri/Cedap responsável pelo projeto. Durante 2018 o pesquisador realizou teste com 300 conchas que se transformaram em cluster de forma satisfatória num cultivo estabelecido no Ribeirão da Ilha, tradicional comunidade de criação de moluscos, localizada na região Sul de Florianópolis. Com os bons resultados alcançados, sete maricultores da localidade se interessaram em dar continuidade ao método. Agora Felipe prepara material para tentar formar 10 mil clusters de ostras nestas propriedades no ano que vem. “Apesar da forma de apresentação desconchada ser comum em outros países, este é um mercado ainda não explorado pela maricultura catarinense”,

avalia o pesquisador da Epagri/Cedap. Ele ressalta que a nova técnica pode permitir um melhor aproveitamento das ostras quando elas se encontram em sua melhor condição de carne, o que geralmente ocorre nos meses que antecedem a temporada de verão. Santa Catarina é o maior produtor de ostras do Brasil, tendo produzido 2.821t em 2016. A ostra viva (na concha) catarinense já é vendida em quase todo o território nacional. Contudo, o produto in natura apresenta um tempo de prateleira de apenas quatro dias, o que limita os principais canais de comercialização a restaurantes e peixarias. Desconchada, a ostra poderia ser vendida congelada, ampliando substancialmente o mercado.


LOGÍSTICA E TRANSPORTE

Porto

maranhense

fecha

acordo com Canal do Panamá “Este acordo é muito importante para permitir o manejo de grãos para a Ásia”

O

Fonte: Agrolink

Porto de Itaqui, localizado em São Luís do Maranhão, assinou um acordo com a Autoridade do Canal do Panamá para promover o embarque de grãos e outras cargas na rota comercial entre o norte do Brasil para destinos localizados no Oceano Pacífico. De acordo com Ted Lago, presidente da Administração do Porto de Itaqui, o País irá se beneficiar muito com a parceria. “Este acordo é muito importante para permitir o manejo de grãos para a Ásia através do Canal, proporcionando

ainda mais competitividade a Itaqui e já contemplando o crescimento do manejo de grãos pelo arco norte do Brasil”, comenta o administrador, explicando que o Brasil estará pronto para fortalecer os mercados já existentes, além de buscar novos mundo afora. Segundo a Autoridade do Canal do Panamá, o acordo permitirá que ele promova o uso das eclusas Panamax para o trânsito de grãos originários do norte do Brasil e viajando para os mercados da Ásia. O acordo também permitirá que o Canal do Panamá e o Porto de Itaqui colaborem em atividades conjuntas

de marketing e estudos de mercado de câmbio e informações sobre fluxos comerciais para apoiar programas de modernização e melhoria. A Autoridade do Canal do Panamá disse que os exportadores brasileiros de grãos estão desfrutando de um aumento considerável nos volumes de embarque. Os navios graneleiros que transportam grãos e outros produtos secos representaram aproximadamente 22,2% dos trânsitos comerciais oceânicos totais do Canal do Panamá durante o ano fiscal de 2018, que abrange o período de 1º de outubro de 2017 a 30 de setembro de 2018. REVISTA 100% CAIPIRA |21


ALGODÃO

Algodão marrom: descoberta de novo gene pode aumentar sua qualidade

Fonte: CIB - Conselho de Informações sobre Biotecnologia

Para identificar o gene que controla a pigmentação, pesquisadores realizaram várias análises de uma versão do algodão marrom

Quando alguém fala em algodão, o que nos vem à cabeça costuma ser a de um botão com fibra branca. Entretanto, existem variedades naturalmente coloridas da fibra, a exemplo do algodão marrom. Esse tipo está chamando a atenção da indústria têxtil por ser mais eco-friendly, dado que não precisa ser tingido quimicamente. Essa coloração está associada a uma característica genética que confere ao algodão um pigmento marrom. Por outro lado, estudos mostraram que, embora a cor seja um aspecto desejável, em geral, o algodão marrom tem baixo rendimento e sua fibra não é tão boa. Exatamente por isso, estudar as características genéticas responsáveis essa pigmentação é importante para introduzi-la em variedades de melhor desempenho ou mesmo melhorar a cor e ampliar suas finalidades. Na busca pelo melhoramento genético desse algodão, pesquisadores descobriram um gene envolvido na síntese do pigmento marrom da sua fibra. A descoberta pode ser uma chave para melhorar o rendimento e a qualidade do algodão marrom. O artigo que revela o empenho desses pesquisadores 22| REVISTA 100% CAIPIRA

foi publicado na Plant Biotechnology Journal, por Qian Yan e seus colegas da Universidade Southwest, na China. Como foi identificado o pigmento do algodão marrom? Para identificar o gene que controla a pigmentação, os pesquisadores realizaram várias análises de uma versão do algodão marrom. Como resultado, isolaram o gene GhTT2-3ª, envolvido na ativação de outros genes que levam à formação do pigmento. Os pesquisadores também descobriram que aumentar a expressão desse gene na planta resultou em fibras com maior qualidade. Além disso, nesses casos, a quantidade de fios foi quase a mesma que da encontrada no algodão de fibra branca. Os resultados obtidos no estudo indicam que os efeitos negativos da coloração sobre o desenvolvimento da fibra poderiam ser eficientemente eliminados com o uso de técnicas da biotecnologia. O melhoramento do algodão marrom pode trazer benefícios ao meio ambiente: Com a crescente demanda por produtos verdes (que favorecem a proteção ambiental e a sustentabilidade) na sociedade moderna, o algodão marrom atraiu interesse da indústria

têxtil. Para a diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Adriana Brondani, o melhoramento genético e a biotecnologia são ferramentas poderosas para o desenvolvimento de variedades mais ambientalmente amigáveis. “O sequenciamento genético pode identificar genes com características de interesse, a exemplo da pigmentação. A partir dessa descoberta, podemos usar o melhoramento genético para desenvolver uma variedade com essa característica ou, se não for possível por essa via, lançar mão da transgenia para obter essa nova cultivar.”, explica a doutora em biologia. Segundo o pesquisador da Embrapa Algodão Luiz Paulo de Carvalho, uma das vantagens de se plantar o algodão marrom é o fato de ele dispensar o tingimento, evitando contaminação do meio ambiente com resíduos de tinta e economizando água e energia gastos nesse processo. “O outro benefício é o preço, dado que o produtor recebe bem mais pela fibra colorida do que pela branca. Além disso, o custo de produção do algodão colorido é o mesmo do algodão branco.”, revela.


APICULTURA

Método detecta adulteração no mel “Era necessário desenvolver um método analítico seguro”

Um grupo de pesquisa do Departamento de Química Analítica da Universidade de Cádiz, na Espanha, avaliou a aplicação de uma técnica não destrutiva para determinar os componentes e quantidades que são adicionados ao mel. Desta forma, será muito mais fácil e barato estabelecer os tipos de aditivos que são adicionados para que não atinjam a cadeia de vendas. Os métodos atuais de análise para detectar a presença de açúcares externos são limitados, uma vez que o produto modificado pode mostrar propriedades físico-químicas muito semelhantes ao mel não adulterado.

Após os estudos, publicados na revista Talanta , eles conseguiram detalhar um sistema com o qual obtêm 100% de confiabilidade na detecção de aditivos estrangeiros para os méis estudados. De acordo com a pesquisadora da Universidade de Cádiz, Marta Ferreiro, uma das responsáveis pelo estudo, através desse sistema é possível gerenciar de forma econômica e efetiva o controle de que o que chega ao usuário com total confiança. “Era necessário desenvolver um método analítico seguro para garantir a autenticidade dos alimentos. Uma metodologia se-

melhante foi validada pelo nosso grupo com amostras de óleo com resultados semelhantes. Então, pense em se adaptar a outros produtos que são muitas vezes adulterados em supermercados, como mel”, comenta. Nesse cenário, diferentes colônias de abelhas podem ter uma dieta muito diversificada e o mel que produzem depende do néctar das flores, sua concentração e a quantidade que elas tomam. Portanto, é particularmente difícil distinguir entre os açúcares que são produzidos naturalmente e aqueles que foram adicionados a posterioFonte: Agrolink ri. REVISTA 100% CAIPIRA | 23


BOVINOS DE LEITE

“Conversando” com as vacas: conheça o conceito cowsignals

Não é de hoje que eu falo que formular a dieta das vacas leiteiras é a parte mais fácil do trabalho de um nutricionista O difícil é fazer com que as vacas comam exatamente aquilo que foi previsto pelo nutricionista e também que tenham o mesmo ambiente que foi considerado pelo nutricionista na hora de formular a dieta. O desempenho das vacas leiteiras depende diretamente do consumo adequado nutrientes, e, por sua vez, isso depende de inúmeros fatores, como a formulação da dieta. Para identificar os fatores que podem interferir com o consumo, é preciso “escutar o que as vacas nos dizem”, e muitas vezes técnicos e produtores são arrogantes e não dão ouvidos “às vozes” do rebanho. Obviamente as vacas não falam, mas nos dão inúmeros sinais de que as coisas podem não estar indo muito bem. Eu sempre procurei dar atenção a isso, mas só aprendi, de fato, a entender “o idioma das vacas” depois de fazer o treinamento em CowSignals. Trata-se de uma metodologia muito simples, mas extremamente poderosa para que possamos identificar e interpretar os sinais que as vacas nos dão e tomar as decisões mais assertivas para corrigir falhas, dando às vacas a melhor condição possível para que desempenhem eficientemente o

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seu papel. O conceito CowSignals baseia-se no princípio de que para serem saudáveis as vacas leiteiras necessitam ter os “seis benefícios” da natureza: comida, água, luz, ar, espaço e descanso. O “Diamante CowSignals” ilustra de forma bastante clara o conceito que norteia a metodologia. Para que possam ter elevado desempenho produtivo e reprodutivo, elas precisam ter saúde. Vacas saudáveis são vacas rentáveis, esse é o lema. Todo fator que imponha desafios à saúde das vacas irá prejudicar seu bem-estar e, consequentemente, seu desempenho. A aplicação da metodologia CowSignals é uma ferramenta muito poderosa para ajudar uma fazenda produtora de leite a ser mais eficiente. Eu me lembro de uma vez em que fui chamado por um produtor de leite que se queixava de que suas vacas não estavam produzindo bem, e ele gostaria que eu fizesse uma avaliação das formulações que estava utilizando. Fui até a fazenda e passei cerca de três horas visitando as instalações, avaliando itens de conforto, manejo etc., e voltei a me reunir com ele. Apresentei uma lista com 15 itens que deveriam

ser imediatamente corrigidos para que as vacas pudessem desempenhar melhor – todos relacionados a questões de conforto e manejo. Uma das únicas coisas em que não vi defeito foi justamente na formulação das dietas. A avaliação da alimentação dos rebanhos leiteiros sempre foca os índices produtivos e reprodutivos das vacas, e também os resultados das análises laboratoriais dos alimentos, mas para fazer uma avaliação realmente completa, técnico e produtor precisam passear no meio das vacas para observar os sinais que nos dão. Essa interação mais próxima com os animais é fundamental para que o produtor possa observar seu comportamento, o manejo do cocho, a disponibilidade de água, o conforto das vacas, seu escore de condição corporal e muitos outros itens, como ruminação, aparência geral, problemas de casco etc. Tudo isso é levado em conta no conceito CowSignals. Como exemplo do que estou mostrando, segue uma lista de perguntas que procuro responder quando visito uma fazenda e aplico a metodologia CowSignals: De cada 10 vacas, quantas estão ru-


minando? Há sinais de que as vacas estão selecionando a ração? O que está sendo selecionado? As vacas estão consumindo dejetos, terra ou areia? Estão consumindo minerais de forma exagerada? Os animais parecem saudáveis, com pelo brilhante? O escore médio de condição corporal é adequado para cada lote? Há muita variação no escore de condição corporal dentro dos lotes? Há muitas vacas com problemas de casco? Há bebedouros suficientes para as vacas? Eles estão estrategicamente dispostos, inclusive nos corredores? Os bebedouros estão limpos? A vazão da água é suficiente para atender todo o lote? Elas têm comida sempre disponível? Há boa oferta de forragem nos piquetes? O pasto é de boa qualidade? No caso de vacas confinadas, a ração completa no cocho está bem misturada? O tamanho médio de partículas está adequado? A ração está quente? Há sinais de mofo? Há espaço suficiente nos cochos de alimentação? As vacas têm alimento fresco (ração completa ou concentrado) à disposição depois das ordenhas? O piso é confortável e seguro? Há pedras ou buracos nos corredores? Qual a profundidade da lama que se forma quando chove? Qual a distância entre a sala de ordenha e o local de alimentação? Há áreas de sombra disponíveis no pasto? No caso de galpões, a ventilação é boa? Há espaço suficiente para que as vacas possam deitar confortavelmente? Quantas horas por dia as vacas passam no pasto ou nos galpões? Manejo a partir do Cowsignals Essas perguntas procuram cobrir pontos importantes relativos ao manejo e condições de conforto a que estão submetidas as vacas leiteiras. Por exemplo, como regra geral, caso não estejam comendo, bebendo, dormindo, ou sob stress térmico, 4 a 5 vacas de cada 10 devem estar ruminando. As vacas podem ruminar por até 10 horas por dia, então, se isso não estiver acontecendo, procure a causa. Seleção de alimentos? Falta de FDN fisicamente efe-

tivo? Isso deve ser investigado e corrigido. Se as vacas fazem muita seleção de alimentos nos cochos, haverá grande variação nas fezes (de secas à diarreia) dentro do lote, que supostamente está consumindo a mesma ração. E nesse caso ficamos sem ter ideia de qual ração cada vaca está efetivamente consumindo. Dessa forma, aumentam os casos de acidose ruminal e outros distúrbios digestivos. Para resolver o problema, é preciso minimizar as possibilidades de seleção de alimentos, fazendo formulações e misturas corretas. Outro ponto a ser observado é que o aumento no consumo de minerais, ou a ingestão de dejetos, terra ou areia são sinais claros de desordens digestivas, ou de que as vacas estão sob stress calórico. É fundamental avaliar muito bem as condições de conforto na fazenda. Atualmente sabemos que dependendo da umidade relativa do ar, temperaturas acima de 20ºC já são suficientes para causar algum grau de stress para os animais. Há sombra disponível nos sistemas de pastejo? Os galpões de confinamento oferecem condições adequadas, onde as vacas podem descansar confortavelmente? Se as vacas não conseguem andar ou descansar com conforto, provavelmente vão produzir menos leite. Uma vaca que tem conforto não precisa destinar energia extra para “sobreviver” ao ambiente. Superfícies lisas, que fazem as vacas escorregar, superfícies irregulares, que as fazem andar como se estivessem “pisando em ovos”, ou lama tão profunda a ponto de “sugar” as botas de algum desavisado, possivelmente vão contribuir para que as vacas façam menos visitas ao cocho, ou, no caso de vacas no pasto, para que os ciclos de pastejo sejam reduzidos. Corredores cheios de pedras e buracos são ótimos para aumentar muito a incidência de problemas de casco no rebanho. Se nem você consegue andar direito pelos corredores destinados às vacas, isso significa que elas estão sendo obrigadas a gastar mais energia do que deveriam em atividades não produtivas. Observe as vacas enquanto se movimentam. Elas vão te mostrar se estão confortáveis ou não. A distância entre a sala de ordenha e as áreas de alimentação e descanso determina quanta energia adicional elas terão que gastar para se locomover, acima do que normalmente já está incluído nas exigências de manutenção. E isso será subtraído da energia líquida dis-

ponível para produzir leite. Ou seja, quanto mais tiverem que andar, pior. Viagens de mais de 500 metros são indesejáveis. Proporcionar às vacas um lugar confortável para deitar, ruminar e descansar é fundamental para mantê-las saudáveis e produtivas. Em galpões tipo Free-Stall, se as vacas não deitam nas baias, reavalie seu desenho e dimensões, e verifique se a cama está limpa e em quantidade adequada. Os galpões tipo Compost Barn são cada vez mais comuns em nosso país, mas o manejo da cama está sendo bem feito? As vacas estão passando a maior parte do seu tempo descansando? Um índice que costumo usar para avaliar o conforto em rebanhos leiteiros é que das vacas que não estiverem comendo ou bebendo água, pelo menos 80% devem estar confortavelmente deitadas. Para vacas leiteiras mantidas em pastagens, se elas passam a maior parte do tempo em pé, ou se vão deitar nos corredores ou em áreas ensolaradas, é preciso verificar o estado da pastagem, presença de pedras e condição e disponibilidade das áreas de sombra, que devem estar sempre secas. Vacas com estresse térmico ficam mais suscetíveis a distúrbios metabólicos, a problemas reprodutivos e, normalmente, consomem menos alimentos. Consequentemente, assim produzem menos leite. Cuidar muito bem das áreas de sombra nos pastos e da ventilação nos galpões é a melhor forma de prevenir a ocorrência de estresse térmico pelo calor. Aumentar os níveis de potássio, sódio e magnésio das rações de vacas em estresse térmico é recomendável, mas alterações na alimentação nessa situação são apenas medidas paliativas, o que resolve mesmo é resfriar as vacas! O conceito CowSignals aborda inúmeros aspectos, mas o que foi abordado aqui já nos dá uma boa ideia do quão importante é observar as vacas, “ouvir o que elas têm a nos dizer”, pois elas nunca mentem. O trabalho do nutricionista não pode se limitar a formular dietas, pois se as vacas leiteiras não respondem bem, de quem a culpa? É muito fácil apontar para quem fez a formulação. As vacas nos dizem muitas coisas importantes, mas é preciso estar treinado e disposto a ouvi-las! Leia mais em: www.nutron.com.br Por Alexandre Pedroso, Consultor Técnico Nacional em Bovinos Leiteiros da Cargill Nutrição Animal Fonte: Cargill

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PASTAGENS

Ataques de percevejo castanho em pastagem exigem

atenção

do

produtor Nas últimas semanas, o registro de ataques de percevejo castanho nas pastagens do Brasil Central acentuou-se

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Nas últimas semanas, o registro de ataques de percevejo castanho nas pastagens do Brasil Central acentuou-se. Entretanto, não é de hoje que o pasto sofre com essa praga de solo. Áreas mal manejadas e solos, predominantemente, arenosos favorecem a propagação do inseto e o aparecimento dos danos decorrentes de sua ação. A praga é de difícil controle, passa todo o ciclo no solo e pode aprofundar-se até dois metros, além disso, é polífago, se alimenta de inúmeras plantas. As espécies comumente encontradas nessa região são Scaptocoris castanea e Scaptocoris carvalhoi. A entomologista da Embrapa Fabrícia Zimermann Vilela Torres, em visita a áreas afetadas, comenta que os danos são expressivos, inclusive com morte do pasto. “Em alguns locais com ataque mais severo já se visualizam reboleiras infestadas com plantas daninhas, que surgiram após a morte do capim”, recorda-se Torres. Em situações assim, a única alternativa recomendada é o replantio (reforma completa da área). As características do inseto o fazem ser, igualmente, difícil de estudar. A Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS) conduziu estudos iniciais que envolvem a flutuação populacional, os aspectos bioecológicos e morfológicos e as interações em sistemas integrados na região do Cerrado. Até o momento, os trabalhos apontam que, aparentemente,

em áreas bem manejadas e onde a correção e a adubação do solo são realizadas de forma frequente, as plantas estão nutridas e sentem menos os efeitos do ataque. Outra observação é a presença do capim braquiarão (Brachiaria brizantha cv. Marandu) em muitos dos locais prejudicados. “Não se trata de problema com o capim em si, mas da forma como está manejado. Esse capim requer solos de média a alta fertilidade, logo, solos corrigidos e adubados proporcionam melhor desenvolvimento da cultivar. Com o capim já sofrido pelas condições inadequadas de solo e fertilidade, além da falta de chuvas e calor intenso, o percevejo é apenas um dos fatores que contribuem para a morte da pastagem”, aponta a pesquisadora. Os estudos indicam também que a adoção de sistemas integrados (integração lavoura-pecuária e lavoura-pecuária-floresta), onde é viável, pode ser uma alternativa, pois tais sistemas exigem cuidados com o solo devido ao cultivo de plantas anuais (soja, milho etc). Assim a pastagem se beneficia tanto em relação à fertilidade do solo quanto ao residual de produtos químicos utilizados para o controle de outras pragas nas lavouras antecessoras. A engenheira agrônoma comenta que há relatos que o capim-andropogon (Andropogon gayanus), bem como Panicum maximum cv. Massai, e a le-

guminosa Estilosantes sofrem menos danos, todavia não há respostas da pesquisa ainda para tais apostas. O que há é a recomendação de reforma da área, com correção e adubação; a escolha correta da cultivar para cada tipo de solo e condições edafoclimáticas; o manejo correto das pastagens e o uso de sistemas integrados, quando possível for. Por fim, Torres alerta que o controle químico é difícil, porque não há inseticida registrado para o percevejo castanho em pastagens, e apenas produtos recomendados para seu controle em outras culturas como algodão, milho e soja. “De qualquer forma não é totalmente eficaz. Os inseticidas sistêmicos translocam para a parte aérea, deixando a raiz, onde essa praga ataca, desprotegida. Ainda, se a aplicação for em épocas em que ele está mais profundo, não consegue chegar até ele”, ressalta. Como as áreas de pastagens são extensas, outra implicação é a inviabilidade econômica e ambiental do método. Por anos, os estudos em pragas da pastagem na Embrapa tinham foco nas cigarrinhas, ainda sua maior praga. Recentemente, a equipe de entomologistas da Empresa percebeu a necessidade de incrementar as pesquisas acrescentando o percevejo castanho, mas a carência de especialistas com esse enfoque é um grande desafio, assim como o próprio percevejo castanho.

Fonte: Embrapa Gado de Corte

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GOVERNO

Estudo da Conab revela que Brasil produz cerca de 7% do leite mundial

Segundo o documento, Minas Gerais é o maior estado produtor, com 27% da produção nacional O compêndio Pecuária Leiteira: Análise dos Custos de Produção e da Rentabilidade nos Anos de 2014 a 2017 traz dados recolhidos em diversas localidades dos principais estados produtores: Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás, Santa Catarina, São Paulo, Rondônia, Ceará e Rio Grande do Norte. Segundo o documento, Minas Gerais é o maior estado produtor, com 27% da produção nacional, seguido dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Santa Catarina, São Paulo e Bahia, todos com média anual superior a um 30 | REVISTA 100% CAIPIRA

bilhão de litros. Ainda de acordo com a publicação, a captação de leite é menor entre abril e junho, porém, praticamente constante durante todo o ano. “O produtor, ao tomar a decisão de captar, conhece os impactos do escoamento, do mercado, os custos de produção e o comportamento dos preços do leite e insumos utilizados no processo produtivo”, explica o superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Cleverton Santana. Com relação ao comportamento dos preços recebidos pelos produtores, no período analisado, o

predomínio de preços acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido em números-índices, indica que houve mais perdas do que ganhos reais. “Em geral, os produtores do Rio Grande do Norte, de Minas Gerais e de São Paulo recebem preços melhores do que os das demais Unidades da Federação”, afirma Cleverton. “De acordo com nossa análise, isso ocorre em função das condições de oferta e consumo em cada um desses estados, sendo que os menores preços recebidos foram dos produtores de Rondônia”. Fonte: CONAB


PREÇOS AGROPECUÁRIOS

Boletim Prohort destaca a alta no preço da batata e cebola nas Ceasas

As ceias de Natal deste ano podem ficar mais caras se for levado em conta os preços de alguns produtos hortigranjeiros No último mês, a batata foi que apresentou as maiores cotações na maioria das Ceasas analisadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A hortaliça sofre dessa elevação desde setembro, e desta vez o número chegou a subir 57,7% em Recife e 9,7% em Fortaleza. Nas demais Ceasas, a batata segue com aumento de 38,6% em Vitória, 32,2% em Goiânia, 31,1% no Rio de Janeiro, 26,3% em Belo Horizonte, e 25,3% em São Paulo. Os dados estão no 12º Boletim Prohort, divulgado nesta quarta-feira (19), pela Conab com os preços de frutas e hortaliças das Ceasas em novembro.

Segundo o Boletim, outro produto que poderá encarecer a ceia é a cebola, cuja elevação de preço já era esperada pela pressão da alternância de safra. O maior percentual de elevação ocorreu também em Recife (86,5%), seguido de Goiânia (78%), Belo Horizonte e Vitória, na casa dos 57%, Fortaleza e Rio de Janeiro, próximo a 43%, e São Paulo, 39%. A safra de agora é oriunda do estado de Santa Catarina, com o encerramento da colheita em Minas Gerais, Goiás, Bahia e Pernambuco. O tomate, que já vinha se destacando nas altas do mês passado, também registrou elevação na maioria das Ceasas analisadas, com exceção da Ceagesp, em

São Paulo, e na Ceasa/CE, em Fortaleza, que tiveram pequenas quedas percentuais de 1,38 e 4,74 %, respectivamente. Já sobre as frutas, houve redução de preços da banana e do mamão. A menor cotação para a primeira foi em Goiânia (16,8%), seguida de Fortaleza (10%), enquanto que para o mamão de Goiânia (25,2%) a aquisição ficou mais em conta. O levantamento é feito mensalmente pelo Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) da Conab, a partir de informações fornecidas espontaneamente pelos grandes mercados atacadistas do país. REVISTA 100% CAIPIRA |31


GOVERNO

Secretaria inicia

da

Agricultura

credenciamento

de

consultores para o Certifica Minas

Com a expansão do programa, o objetivo é aumentar o número de técnicos habilitados na assistência técnica aos produtores interessados na certificação

Fonte: SEAPA MG - Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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I

nstituições privadas e profissionais autônomos já podem se credenciar para a prestação de serviços de assistência técnica no Programa de Certificação de Produtos Agropecuários e Agroindustriais do estado (Certifica Minas). O processo para o credenciamento e as condições para o modelo da parceria público-privada foram regulamentados pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). O credenciamento será realizado pelo grupo gestor do Certifica Minas, composto por representantes da secretaria de Agricultura e dos órgãos vinculados ao sistema: Emater-MG, Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e Epamig. Segundo o Superintendente de Abastecimento e Economia Agrícola da Seapa, João Ricardo Albanez, o Programa Certifica Minas, implementado em janeiro deste ano, transformou em política pública todas as ações de certificação agropecuárias que já estavam sendo realizadas, incorporou novos produtos agropecuários e ainda trouxe a perspectiva de expansão dos mercados para os produtos certificados. “C om o crescimento da demanda e a valorização do consumidor pelos produtos diferenciados, o objetivo da secretaria de Agricultura é ter um maior número de técnicos credenciados, prestando assistência técnica e ajudando os produtores a alcançar os pré-requisitos necessários à certificação

d e s u a p r o d u ç ã o ”, e x p l i c a o Superintendente. Sócia-proprietária da Compartveg, empresa de consultoria voltada para a qualidade e segurança dos alimentos, há dez anos no mercado, Mírian Xavier detalha as mudanças que tem obser vado, quando se fala em certificação e mercado para os produtos diferenciados. “Nossa empresa atende todo o país e percebemos que o consumidor está exigindo qualidade, mas não só no visual e no s a b o r. E l e e s t á p r o c u r a n do por alimentos saudáveis e quer consumir produtos com procedência de origem conhecida, garantida pela rastreabilidade; quer saber quem está produzindo e em que região e quer comprar produtos que trazem informações que garantam a segurança daquilo que ele está consumindo. E tudo isso é assegurado pelos processos e c e r t i f i c a ç ã o ”, a v a l i a . No meio desse ano, a Compartveg iniciou os trabalhos de certificação de frutas, dentro do programa Certifica Minas. “De lá para cá já temos seis propriedades voltadas para a fruticultura sendo organizadas para receberem a certificação e temos uma listagem grande de outros produtores interessados. O resultado maior que a gente observa não é só o papel, mas são os avanços e o domínio que os produtores passam a adquirir na gestão e gerenciamento de sua atividade. É um movimento crescente que envolve toda a cadeia produtiva, desde o produtor até a indústria e o v a r e j o ”, a f i r m a a c o n s u l tora. A Certificação em Mi-

nas - O sistema operacional da Agricultura desenvolve ações de certificações agropecuárias há mais de uma década. Com a transformação das ações em política pública, novos segmentos foram incorporados, com a elaboração de manual de conduta, normas de certificação e boas práticas a serem seguidas em cada área específica. Café, leite, cachaça, algodão, carne bovina, frango caipira, frutas, queijos artesanais, orgânic o s e p r o d u t o s S AT ( S e m Agrotóxicos) são alguns dos segmentos atendidos no programa Certifica Minas. A adesão do produtor ao programa é voluntária e cabe ao IMA realizar as auditorias de conformidade nas propriedades e empreendimentos agroindustriais e emitir certificados e autorizações para o uso do selo de conformidade do Certifica Minas. O credenciamento do produtor tem validade de três anos, sendo necessária a renovação no final do período. Cadastramento - Instituições privadas e profissionais autônomos interessados em trabalhar como consultores de assistência técnica na área de certificação devem encaminhar a solicitação por meio de envio de documentos à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, aos cuidados do Grupo Gestor do Programa Certifica Minas, no endereço: Rodovia Papa João Paulo II, 4001 - Cidade Administrativa – Edifício Gerais – 10º andar CEP: 31.630-901. Informações sobre o programa e o credenciamento podem ser solicitadas pelo telefone: (31) 3915-8602. REVISTA 100% CAIPIRA |33


Os verdadeiros guardiões das culturas sertanejas

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Cachaça Leandro Batista

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O sommelier de cachaças Leandro Batista escolheu a premiada Weber Haus para elaborar as cachaças que levam sua chancela. O especialista começou sua trajetória no restaurante Mocóto /SP. Formado mestre alambiqueiro pelo Centro de Tecnologia da Cachaça, também fez curso de Análise Sensorial na USP de São Carlos e de Bartender no SENAC. No ramo a mais de oito anos, é responsável pela seleção de cachaças do Restaurante Barnabé, além de realizar degustações orientadas e palestras. A cachaça Leandro Batista é um Blend de madeiras brasileiras que envelhecem durante um ano em cada barril de amburana, bálsamo e canela sassafrás, resultando em uma cachaça leve, com notas de especiarias, destacando no aroma baunilha, anis e um leve sabor marcante de canela.


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AVICULTURA

IMA

certifica primeira granja de frango caipira

Fonte: Assessoria de Comunicação Instituto Mineiro de Agropecuária - IMA

Certificação é inédita no Brasil feita por órgão público. Custo é simbólico para o produtor, de cerca de 325,00 36 | REVISTA 100% CAIPIRA


O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) certificou recentemente a primeira granja no estado com o selo do Programa Certifica Minas Frango Caipira, ave que faz parte da tradição culinária de Minas, iniciada ainda na época da colonização. O frango caipira é uma ave rústica, de crescimento lento e resistente ao clima tropical. Seu principal diferencial em relação às demais aves é que a criação oferece baixo custo ao produtor, pois ele pode aproveitar a infraestrutura de sua propriedade, adaptando as exigências sanitárias. O IMA é o primeiro órgão de defesa agropecuária do Brasil a fazer essa certificação. A portaria do Instituto que instituiu o programa, de nº 1833, foi publicada em 4 de julho de 2018, com o objetivo de promover a produção segura dessa ave a com a adoção de normas sanitárias. A granja certificada está instalada no município de Lagoa da Prata,

região centro-oeste de Minas Gerais, possui dois hectares e investiu perto de R$ 20 mil na adequação das instalações. A propriedade cumpriu as normas estabelecidas para a certificação incluindo os quesitos socioambientais, como o tratamento de resíduos poluentes provenientes de atividades agroindustriais. Entre os quesitos exigidos para a certificação estão também a gestão da propriedade, com a análise de custos de produção e de infraestrutura e o acesso das aves a piquetes de pastejo protegidos à entrada de outros animais e pessoas. Na área de manejo, é necessário respeitar a densidade máxima das aves a pasto. No âmbito da sanidade é necessária a aplicação das vacinas e a realização dos exames nas aves determinados pela legislação. Na área de bem-estar animal a certificação prevê que as aves sejam criadas livremente para expressar o comportamento natural da espécie. No transporte, armazenamento e processamento final são verificadas normas que buscam garantir um produto final dentro dos padrões higiênico-sanitários estabelecidos pela legislação. Após a certificação a granja fechou contrato com uma rede de supermercados da região para o fornecimento de duas mil aves a cada 70 dias, tempo do ciclo de criação dos animais até serem encaminhados ao abate, informa a proprietária Cátia Borges Ferreira. “A certificação aumentou a visibilidade do meu produto num mercado onde o consumidor tende a buscar alimentos mais saudáveis e de qualidade. “Nossos frangos não recebem aditivos como antibióticos e antimicrobianos para o crescimento, o que torna a sua carne mais saborosa”, observou. A produtora formou em Zootecnia em 2010 e, no mesmo ano, começou a criar as aves por interesse profissional. Buscou o registro municipal (SIM) e em seguida se adequou ao selo do IMA. Cátia possui mestrado e doutorado em avicultura. Mais mercado - O médico veterinário do IMA Maurício Teixeira

Pontes é o coordenador do programa de certificação. Ele relata que a produção de frango caipira começa a conquistar espaço no mercado interno brasileiro como atividade econômica atrativa. “A criação do frango caipira é especialmente viável para os agricultores familiares porque o custo da criação é mais baixo do que o das aves criadas em granjas comerciais. Além disso, atende às necessidades do consumidor atual, que se preocupa com a origem, qualidade e com o impacto socioambiental na produção dos alimentos. A criação oferece também baixo custo ao produtor, pois ele pode aproveitar a infraestrutura de sua propriedade, adaptando as instalações às exigências para a certificação”, diz. O produtor interessado em certificar sua granja passa por etapas para a adequação às normas sanitárias estabelecidas pelo IMA. São realizadas verificações nas instalações (galpões e abatedouro), entrevistas e checagem de registros (documentos, notas fiscais, recibos, anotações) de modo a cumprir todas as etapas do processo produtivo. Caso sejam encontradas não conformidades o produtor deverá realizar ações corretivas, no prazo estabelecido e enviá-las ao IMA. Para conquistar a certificação o produtor precisa seguir oito etapas que podem ser consultadas no site do IMA www.ima.mg.gov.br. No menu do site, acessar a aba “certificação” e escolher a opção “Programa Certifica Minas Frango Caipira”. No site do IMA o produtor pode se informar sobre todo o caminho para obter o selo, desde as normas sanitárias que regem a produção, até os documentos necessários para entrar com o processo. Maurício Pontes ressalta que o processo de certificação possibilita a redução de perdas no processo produtivo a partir da adoção de boas práticas administrativas que melhoram a gestão. É oportunidade também para se diferenciar no mercado com maior valor agregado ao seu produto e, com isso, ampliar as vendas. REVISTA 100% CAIPIRA |37


MILHO E SORGO

De olho na safrinha de milho 2019, produtores planejam chegar a uma produtividade de 200 sacas/hectares Estabilidade e precocidade aliadas ao potencial de produtividade são as características que os produtores buscam nos híbridos ao planejar a semeadura da segunda safra de milho

Fonte: Agência Ideal HKS - Assessoria de Imprensa

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D e a c ord o c om o 3 º L e v ant a m e nto d e Gr ã o s d a C omp an h i a Na c i on a l d e Ab a ste c i m e nto ( C o n ab ) , o s pro dutore s d e ve m c o l h e r u m a s af r a re c ord e d e 2 3 8 , 4 m i l h õ e s d e ton e l a d a s e ss a s af r a , o qu e re pre s e nt a u m au m e nto d e 1 0 , 6 m i l h õ e s d e ton e l a d a s e m re l a ç ã o à s af r a p a ss a d a . A l é m d i ss o, c om a s c on d i ç õ e s cl i m á t i c a s f avor áve i s até o m om e nto, e sp e c i a l m e nte p ar a a s oj a , mu i to s lu g are s c ons e g u i r am a c e l e r ar o pl ant i o e j á d e ve m c om e ç ar a c ol h e r ai n d a e m 2 0 1 8 . S e g u n d o o l í d e r c om e rc i a l n a c i on a l d a m arc a S e m e nte s Ag ro c e re s , R o d r i go Nu e r nb e rg , e ss e c e n ár i o p o s it ivo p o d e r á c ont r i bu i r p ar a u m a e xc e l e nte s af r i n h a , j á qu e o pl ant i o d o m i l h o d e ve c om e ç ar e m u m a j an e l a m ai s f avor áve l. E p ar a aju d ar o pro dutor ai n d a m ai s , a S e m e nte s Ag ro c e re s , m arc a c om m ai s d e 7 0 an o s d e atu a ç ã o n o m e rc a d o br a s i l e i ro, t r a z n ovo s h í br i d o s p ar a a s af r i n h a 2 0 1 9 c om o o b j e t ivo d e au m e nt ar o p ote n c i a l pro dut ivo p ar a o ag r i c u ltor. Par a a s af r i n h a Nor te ( MG , G O, SP e M ATOPI BA ) , a m arc a d i sp on i bi l i z ar á o AG 8 7 4 0 PRO 3 ® , u m h í br i d o pre c o c e qu e ofe re c e u m a lto p ote n c i a l pro du t ivo d e v i d o à su a e l e v a d a a d ap t a ç ã o a o ve r ã o d e ss a s re g i õ e s . O ut ro l an ç am e nto é o AG 8 7 0 0 PRO 3 ® , pro duto d i re c i on a d o p ar a o s e st a d o s d e Mato Gro ss o, G oi á s , To c ant i ns e Mi n a s G e r ai s , o s qu ai s apre s e nt ar am ót i m o s re su lt a d o s qu e pu d e r am s e r ob s e r v a d o s p e l o s pro dutore s qu e f i z e r am e ns ai o s n a ú lt i m a s af r a . “S ou cl i e nte d a S e m e nte s Ag ro c e re s h á v ár i o s an o s e s e m pre pl ante i o AG 7 0 8 8 PRO 3 e o AG 8 0 8 8 P RO 2 ® . Ve n h o te st an d o out ro s h í br i d o s h á a l g u m te mp o e m m i n h a pro du ç ã o e, n a ú lt i m a s af r a d e ve r ã o, p or e xe mpl o, pl ante i o AG 8 7 0 0 PRO 3 ® e m

u m a áre a tot a l d e 2 0 0 0 h a . D e to d o s o s h í br i d o s qu e te ste i, e l e foi o m ai s pro dut ivo, at i ng i n d o 1 7 2 s a c a s / h e c t are”, af i r m a C r i s t i an D a l b e n , pro dutor ag r í c ol a d a re g i ã o d e S or r i s o, Mato Gro s s o. “O qu e m e d e i xou m ai s s at i s fe ito foi a pre c o c i d a d e a l i a d a a o s e u a lto te to pro dut ivo”, c ompl e ta Dalben. Nu e r nb e rg ai n d a af i r m a qu e e ss e s h í br i d o s s ã o ót i m a s op ç õ e s p ar a o s pro dutore s qu e pre c i s am e n c u r t ar o c i cl o d a s af r i n h a e, ai n d a , m ante r su a p ote n c i a l pro dut iv i d a d e. A l é m d i ss o, a te c n o l o g i a V T PRO 3 ® , pre s e nte n e ss e s pro duto s , au x i l i a n a prote ç ã o c ont r a o at a qu e d a D i abrot i c a sp e c i o s a ( l ar v a - a l f i n e te ) n a r ai z d o m i l h o e d e l ag ar t a s d a p arte a é re a , a l é m d e ofe re c e r m ai or f l e x i bi l i d a d e n o m an e j o d e pl an t a s d an i n h a s . Par a o a g r i c u ltor Fábi o C o op, d e R i o Ve rd e, G oi á s , a pro dut iv i d a d e foi ai n d a m ai or, a l c an ç an d o 1 9 7 s a c a s / h e c t are. “A re ve n d a m e i n d i c ou e ss e l an ç am e nto p or c au s a d e su a e st abi l i d a d e d e pro du ç ã o e d e c i d i te st ar”, af i rm a C o op. “O te ste qu e f i z foi e m áre a i r r i g a d a e o ú n i c o d i fe re n c i a l n o m an e j o foi a du b a ç ã o c om b a s e e m t a x a v ar i áve l s i mpl e s e a ut i l i z a ç ã o d e 4 0 0 k g p or h e c t are d e u re i a p arc e l a d o e m du a s ve z e s”, c ompl e t a . A m arc a t amb é m c ont ar á c om d oi s n ovo s h í br i d o s p ar a a s a f r i n h a Su l ( PR , M S e SP ) : o AG 8 4 8 0 PRO 3 ® e o AG 9 0 5 0 PRO 3 ® . O pr i m e i ro é re c om e n d a d o p ar a pl ant i o s d e ab e r tu r a e a l i a u m c onju nto d e b e n e f í c i o s c om o a lto p ote n c i a l d e pro dut iv i d a d e, s an i d a d e fol i ar e g r ã o s . Já o s e g u n d o te m c i cl o sup e r pre c o c e e u m a lto p ote n c i a l pro dut ivo. “A l é m d e pl ant ar 8 7 8 0 PRO 3 ® e o AG 9 0 0 0 PRO 3 ® , te ste i o AG 9 0 5 0 PRO 3 ® p or c au s a d e su a pre c o c i d a d e e s an i d a d e. A l é m

d i ss o, u m p onto for te d e l e é a re s i stê n c i a a o a c am am e nto. Pl ante i a l go e m tor n o d e 1 5 0 h e c t are s e f i qu e i mu ito c onte nte c om o m ate r i a l”, af i r m a Vi c e n te Mi ss i o, pro dutor d a re g i ã o d e Pa l ot i n a , Par an á . “At i ng i 1 4 3 s a c a s / h e c t are c om u m a a du b a ç ã o d e c am a d e av i ár i o m ai s u m a a du b a ç ã o qu í m i c a d e 1 0 1 5 1 5 e f u ng i c i d a c om apl i c a ç ã o a é re a ap ó s o ap e n d o am e nto, ju nto c om i ns e t i c i d a p ar a pu l g ã o. Na s af r i n h a 2 0 1 9 , c ont i nu are i pl ant an d o o AG 8 7 8 0 PRO 3 ® e o AG 9 0 5 0 PRO 3 ® , p oi s v ã o mu ito b e m e m m i n h a áre a e bu s c o at i ng i r 2 0 0 s a c a s / h e c t are”, c ompl e t a Mi s s i o. “Inve st i m o s e m p e s qu i s a e d e s e nvolv i m e nto p ar a e nt re g ar u m p or t fól i o d e h í br i d o s d e m i l h o c om g r an d e ampl itu d e d e pl ant i o, e st abi l i d a d e, s an i d a d e e pro dut iv i d a d e”, a c re s c e nt a Nu e r nb e rg . “E n xe rg am o s o s pro dutore s br a s i l e i ro s c om o g r an d e s p arc e i ro s e d i re c i on am o s to d o s o s e s forç o s n a e nt re g a d e pro duto s qu e c ont r i bu am c om a re nt abi l i d a d e d o s n e gó c i o s a g r í c ol a s”, c ompl e t a . A l é m d o s pro duto s m e n c i o n a d o s , a S e m e nte s Ag ro c e re s c o l o c ar á à d i sp o s i ç ã o d o pro dutor h í br i d o s d e R e f ú g i o Ma x , a pr i m e i r a m arc a d e s e m e nte s e xclu s iv a s p ar a o pl ant i o d e re f ú g i o d e m i l h o. O fe re c i d a d e s d e a s a f r a d e ve r ã o 2 0 1 6 / 1 7 e s af r a d e i nve r n o 2 0 1 7 , a m arc a ofe re c e s e m e nte s n ã o - Bt d e a lto p ote n c i a l pro dut ivo. “S ã o qu a s e d e z an o s p ar a i nt ro du z i r u m a n ov a te c n ol o g i a n o m e rc a d o. Pre s e rv á - l a s é u m a re sp ons abi l i d a d e d e to d o s d e nt ro d a c a d e i a pro dutor a d e g r ã o s e f i br a s”, e x pl i c a Nu e r nb e rg . “O re f ú g i o e s t r utu r a d o aju d a a re du z i r a p opu l a ç ã o d e i ns e to s re s i ste nte s e, a s s i m , v i s a a prote ç ã o d o p ote n c i a l d e pro dut iv i d a d e d a l avou r a”, a c re s c e nt a . REVISTA 100% CAIPIRA | 39


FLORICULTURA

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AGRICULTURA FAMILIAR

Fonte: FAEMG

Produtora de Piumhi foca no mercado fitness Ela começou produzindo polpas de tomate para a família Os amigos gostaram e começaram a fazer encomendas. Essas solicitações se juntaram ao seu prazer em produzir alimentos e a levaram ao curso de produção de polpas do Senar Minas, promovido pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Piumhi, no final de outubro. Assim, Luciana Faria Costa começou a criar a sua marca Leve Verde Alimentação Saudável, que está em fase de implantação. Na última sexta-feira, 14 de dezembro, Luciana apresentou o seu produto em uma das academias de Piumhi. A produtora busca parte da matéria 42 | REVISTA 100% CAIPIRA

prima no pomar da Fazenda Vale do Café, do marido Homero Gabriel da Costa. Amora, limão e manga vêm da propriedade, outras frutas ela adquire no comércio local. Mas o marido já plantou algumas variedades, que serão utilizadas no futuro. Além do conhecimento adquirido no curso, Luciana buscou assessoria de uma nutricionista para a produção de sucos específicos para os esportistas. Assim, outros elementos são adicionados às frutas para casos específicos de treino, por exemplo. O foco da produtora são as polpas, mas os sucos foram

criados para divulgar a sua linha de produção de polpas. No futuro, Luciana pretende abrir uma loja. Além das polpas de frutas, ela pretende comercializar as polpas de tomate e inserir outros produtos. Segundo a instrutora Lorraine Soares, o público da Luciana é fitness e demanda por esses produtos que facilitam o dia a dia. “Eu acredito que o potencial dela é grande, diante da demanda que tem em pouco tempo de comercialização. Também acredito que o projeto tem futuro, somando as polpas e sucos a comidas saudáveis”.


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ARTIGO

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GESTÃO

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RECEITAS CAIPIRAS

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Verrine de morango INGREDIENTES 200 gramas de morangos lavados e sem talo 8 colheres de açúcar 3 folhas de gelatina 350 gramas de iogurte grego sem açúcar (se utilizar com açúcar reduzir a quantidade de açúcar) 350 ml de creme de leite fresco (pode utilizar creme de leite comum sem soro)

PREPARO

Pique os morangos em pequenos pedaços, coloque em uma vasilha, acrescente 3 colheres de açúcar e reserve na geladeira. Coloque as folhas de gelatina em água fria para hidratar. Em uma panela antiaderente, aqueça o iogurte, o creme de leite e cinco colheres de açúcar, em fogo médio apenas amornar a mistura. Tire a panela do fogo e acrescente duas folhas de gelatina, misture bem. Em uma taça ou copo de vidro coloque a mistura e leve a geladeira por três horas. Montagem Aqueça os morangos por 45 segundos no microondas e acrescente uma folha de gelatina, misture bem. Para montar as taças, coloque uma camada de iogurte e outra de morango. Faça isso mais uma vez, deixando os morangos por cima de tudo. Pode finalizar com suspiros picados. Servir gelado. REVISTA 100% CAIPIRA | 49


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Onde seu cavalo ĂŠ mais feliz

Baias amplas e higienizadas Pista de treino Ambiente familiar Transporte especializado de animais

Rodovia Arthur Matheus km 2,5 Santa Isabel Fone: (11) 96404-7694 | REVISTA 100% CAIPIRA


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