Feijão: como é classificado para ser comercializado www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, maio de 2019 - Ano 7 - Nº 71 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Seu feijão vendido em 7 passos REVISTA 100% CAIPIRA |
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Saúde animal: Atenção à nova dosagem da vacina contra aftosa
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Café:
Considerada a capital dos cafés especiais, Curitiba se torna referência para o país
Fruticultura:
Melão brasileiro se destaca no mercado internacional
Governo: Negociações do Plano Safra na reta final
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Artigo:
Feijão: como é classificado para ser comercializado
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Agricultura familiar: TRATOR SOLIDÁRIO: Produtores já podem enviar propostas ao Programa
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Pesquisa:
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Crédito rural: Produtores rurais terão alternativa para voltar a obter crédito em bancos
Nematec chega ao mercado com registro do MAPA para combater praga do plantio
Cultura caipira:
ABAS homenageia o grande Nivaldo Otavani
Receitas Caipiras: Feijão verde tropeiro REVISTA 100% CAIPIRA |
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MILHO E SORGO
Brasil, maio de 2019 Ano 7 - Nº 71 Distribuição Gratuita
EXPEDIENTE Revista 100% CAIPIRA®
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Fonte: OPA Assessoria em Comunicação
Produtores do Centro-Oeste verão de perto nova tecnologia em híbridos de milho Superprecoces
e
precoces
serão
apresentados durante Parecis Superagro, no Mato Grosso Maior polo produtor de grãos, com destaque para o milho, o Mato Grosso avança em tecnologia empregada no campo, para suprir uma demanda em constante crescimento. Para produtores rurais em busca de alto teto produtivo no planejamento de safra, a Forseed apresenta soluções em híbridos no Parecis Superagro, que acontece entre os dias 9 e 12 de abril, na cidade de Campo Novo do Parecis (MT). O município está entre os líderes do estado em valor de produção agrícola. A presença da marca no evento é uma maneira de levar ao produtor rural informação sobre o que há de mais novo em tecnologia e soluções disponíveis, como os lançamentos FS505, FS564 e FS715, que trazem ganhos em produtividade, sanidade e alta tolerância ao complexo de enfezamento e virose. Na ocasião, também será possível conferir, em parcelas demonstrativas, o desempenho do superprecoce FS450 e do precoce FS500, de alta produtividade para a região, além do já consagrado 6 | REVISTA 100% CAIPIRA
FS587, que reúne rusticidade, sanidade foliar e estabilidade, sendo ideal principalmente na primeira janela de plantio. “A potencialidade desta região é incrível, mas requer especificidade. É exatamente neste ponto que temos apoiado os produtores, com híbridos que associam genética aprimorada e biotecnologia de ponta para responder às características do microclima, tipo de solo, época de plantio e pressão de pragas e doenças, visando máxima produtividade com estabilidade”, afirma Aldenir Sgarbossa, engenheiro agrônomo e líder de Marketing da Forseed. Os materiais contam com a nova tecnologia PowerCore™ Ultra que age no controle de pragas e no manejo de plantas daninhas. Todos os híbridos da Forseed têm tratamento de sementes industrial Cruiser® e Fortenza®Duo, que protege a lavoura em seus estágios iniciais permitindo que a cultivar expresse seu máximo potencial de rendimento e produtividade.
Diretor geral: Sérgio Strini Reis - sergio@ revista100porcentocaipira.com.br Editor-chefe: Eduardo Strini imprensa@ revista100porcentocaipira.com.br Diretor de criação e arte: Eduardo Reis Eduardo Reis eduardo@ revista100porcentocaipira.com.br (11) 9 6209-7741 Conselho editorial: Adriana Oliveira dos Reis, João Carlos dos Santos, Paulo César Rodrigues e Nilthon Fernandes Publicidade: Agência Banana Fotografias: Eduardo Reis, Sérgio Reis, Google imagens, iStockphoto e Shutterstock Departamento comercial: Rua das Vertentes, 450 – Vila Constança – São Paulo - SP Tel.: (11) 98178-5512 Rede social: facebook.com/ revista100porcentocaipira A revista 100% Caipira é uma marca registrada com direitos exclusivos de quem a publica e seu registro encontra-se na revista do INPI Nº 2.212, de 28 de maio de 2013, inscrita com o processo nº 905744322 e pode ser consultado no site: http://formulario. inpi.gov.br/MarcaPatente/ jsp/servimg/validamagic. jsp?BasePesquisa=Marcas. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião desta revista, sendo eles, portanto, de inteira responsabilidade de quem os subscrevem.
Atenção à nova dosagem da vacina contra aftosa SAÚDE ANIMAL
A partir de 1° de maio começa no Rio Grande do Sul (e em outros estados brasileiros) a primeira etapa de vacinação de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa de 2019 A novidade, neste ano, é a redução da dose da vacina de 5ml para 2ml. A expectativa do Ministério da Agricultura é que a diminuição do volume aplicado no animal reduza a ocorrência de reações como nódulos e inchaço no local da aplicação. A etapa dura todo o mês de maio e o procedimento inclui a comunicação da vacinação na Inspetoria de Defesa Agropecuária em até cinco dias úteis após o fim do período de imunização. Para os produtores é importante salientar que as pistolas de aplicação devem ser reguladas para essa dosagem, evitando a aplicação maior em um animal e deixando outro sem. A apresentação da vacina agora é em frascos com 15 ou 50 doses. “Os cuidados na aplicação da vacina seguem os mesmos e é fundamental que a conservação dos frascos seja bem feita”, afirma a coordenadora do Programa de Combate à Febre Aftosa na Secretaria da Agricultura, Grazziane Rigon. A vacina contra a febre aftosa precisa ficar refrigera-
da até o momento da aplicação. A temperatura ideal gira entre 2° e 8° Celsius e para isso é importante que o produto seja transportado em caixas térmicas e armazenado em refrigerador comum, nunca no congelador ou freezer. A compra das doses deve ser realizada apenas em estabelecimentos credenciados à Secretaria da Agricultura. Para conferir essa e outras informações sobre a etapa, basta acessar agricultura.rs.gov.br/aftosa. Conforme o presidente do Fundesa, Rogério Kerber, no momento em que o Rio Grande do Sul busca o avanço de status sanitário, a participação do produtor rural é fundamental, realizando uma etapa de vacinação com excelência, prestando atenção às medidas de aplicação e conservação. “A responsabilidade é de todos, desde o serviço veterinário oficial, até o produtor rural que tem no rebanho seu negócio ou mesmo aquele que cria para subsistência”, lembra Kerber. No Rio Grande do Sul devem ser
imunizados 12,5 milhões de bovinos e bubalinos. Reforço na informação-Os produtores deverão receber um folheto alertando para a importância de ajustar a dosagem nas pistolas de vacinação. O material foi produzido pelo setor de Comunicação da Secretaria da Agricultura e teve a impressão custeada pelo Fundesa. São 300 mil panfletos que deverão ser anexados às notas fiscais de compra da vacina ou entregues aos produtores nas Inspetorias. Outra ferramenta que pode usada pelo produtor para entrar em contato com a SEAPDR é o WhatsApp. Através do número (51) 984452033 os produtores podem enviar suspeitas de enfermidades ou denúncias de descumprimento de normas sanitárias. O ideal é gravar o contato no telefone celular para ter à mão sempre que necessário. O serviço pode receber mensagens em texto, áudio e até fotos e vídeos com algum sintoma alterado Fonte: Fundesa nos rebanhos. REVISTA 100% CAIPIRA |
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Feijão: como é c ser comer ARTIGO
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Seu feijão vendi
classificado para rcializado
ido em 7 passos
Por: Adriana Reis
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Alimento que compõe diariamente a rotina alimentar dos brasileiros, o feijão não perde para nenhum outro alimento, feijão fresquinho e temperado na medida certa quem resiste! Quem cozinha e quem consome sabe do grande valor nutricional do feijão que é rico em ferro, porém seus valores nutricionais vão além, contêm também muitas vitaminas e sais minerais, cálcio, magnésio, zinco, proteínas, carboidrato, fibras e ácido fólico. Atualmente o Brasil é o maior produtor mundial de feijão. Para chegar as nossas mesas um produto de ótima qualidade é muito importante que o produtor utilize sementes de boa qualidade e de boa procedência, com isso e boas práticas de manejo o produtor obterá feijão com maior resistência das plantas às pragas e doenças reduzindo a utilização de produtos de controle, além de estabelecimento mais rápido de um estande uniforme que contribui para maior produtividade das plantas, conseguirá também plantas mais tolerantes ao estresse inicial, a necessidade de sementes por área será menor e a emergência será mais rápida e o crescimento do sistema radicular mais vigoroso. Estes cuidados necessários para um bom desenvolvimento da lavoura asseguram qualidade nos grãos. Além de todos os cuidados que devem ser tomados na lavoura, estes cuidados estendem-se ao momento da colheita que devem ser dobrados para evitar danos aos grãos e respeitando as regras de higiene e limpeza das colheitadeiras e caminhões para evitar contaminação dos grãos. Alguns produtores utilizam fécula de mandioca ou milho moído para limpar os grãos na hora de despejá-lo no caminhão. Após o transporte, este grão deverá ser classificado, que é o processo avaliativo que determina o grupo, a classe e o tipo dos grãos respeitando a legislação do 10 | REVISTA 100% CAIPIRA
MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) através da Instrução Normativa n° 12/2008 que determina padrões e n° 48/2017. Esta classificação de grãos é um processo de extrema importância no ato da comercialização que pode acontecer de um produtor rural para uma cooperativa por exemplo. É sabido que durante o processo produtivo exige alto custo de investimento e mão de obra, tudo isso associado para a obtenção de boa produtividade e grãos de alta qualidade. Para tanto a classificação dos grãos é feito no ato da comercialização baseada na análise dos grãos medindo a umidade, a quantidade de danos mecânicos, a presença de plantas daninhas, comparação de amostras e análises específicas, assim os grãos aprovados passam pelo processo de beneficiamento. De acordo com os limites, o comerciante aplicará deságio ou ágio para o produtor rural conforme as regras pré-estabelecidas e assim estes grãos receberão número de lote para controle de rastreabilidade. No geral, alguns comerciantes utilizam de sete passos para a classificação destes grãos. 1° Passo: Amostragem – É extraído amostras da carga no caminhão assim que este chega ao local de descarga. Com o auxilio de um calador manual ou pneumático (ilustração 2) esta amostra é retirada de acordo com o volume da carga, como mostra a (ilustração 1). Após retirada a amostra deverá ser colocada em um balde com capacidade de até 18 kg de grãos. ilustração 1
Lembrando que todo material utilizado em todos os processos deverá estar adequadamente higienizado a fim de evitar contaminação de uma amostra para outra. Neste primeiro passo é importante que se faça uma análise visual do estado dos grãos obser vando o estado do produto, a presença de insetos vivos – neste caso providenciar o expurgo, a presença de sementes ou partículas tóxicas. Estes fatores desclassificam a amostra e o carregamento deverá ser rejeitado imediatamente. Em caso de carga ensacada, a amostragem deverá ser feita com chucho manual e considerar pelo menos 10% do lote. 2º Passo: Homogeneização da amostra – Colocar a amostra do balde num homogeneizado – aparelho que permite a homogeneização da amostra que funciona por meio da gravidade – e separá-las em três vias de amostras contendo 1kg cada amostra, onde a primeira via da amostra é a de trabalho, a segunda via da amostra fica com o fornecedor e a terceira via da amostra fica arquivada para qualquer eventualidade que possa ocorrer. Neste processo utilizaremos o auxilio de dois equipamentos o homogeneizador e uma balança digital, que aconselhamos utilizada com no mínimo duas casas após a vírgula. 3° Passo: Quarteamento da amostra – Após homogeneizar a amostra, utilizar-se da primeira via da amostra de 1 kg e quartear-la para a classificação do produto. O quarteador tem a função de dividir a amostra em duas partes
ilustração 2
Numa amostra de feijão do Grupo I, da espécie Phaseolus vulgaris L., os grãos inteiros, partidos ou quebrados de feijão da espécie Vigna unguiculata (L) Walp(ou vice-versa) encontrados na amostra serão considerados matérias estranhas. Todas as limitações e valores de tolerâncias são determinados pelo MAPA através de instruções normativas, portanto temos: TOLERÂNCIA DE INSETOS MORTOS POR TIPO: • TIPO 1: de zero a 0,10%. • TIPO 2: acima de 0,10% até 0,20%. • TIPO 3: acima de 0,20% até 0,30%. • FORA DE TIPO: acima de 0,30% até 0,60%. • DESCLASSIFICADO: acima de 0,60%.
de forma homogênea, sem que a inter venção humana possa intervir neste processo. Após quartear a amostra deve-se pesar utilizando balança eletrônica. Neste passo o limite indicado é de no mínimo 250 gramas de grãos de feijão. Os dados alcançados deverão ser anotados no Laudo Oficial de Classificação. 4° Passo: Determinação de matérias estranhas e impurezas (MEI) – Neste passo utilizaremos peneiras de 5mm e fundo para feijão. Após quartear a amostra, peneirar, pesar e anotar no laudo o peso e a percentagem encontrada de matérias estranhas e impurezas. Neste passo utilizamos a fórmula para calcular a porcentagem: porcentagem é igual à divisão do peso de MEI pelo peso da amostra multiplicado por cem. Para impurezas temos as seguintes limitações: a) as películas, as vagens, inclusive as vagens não debulhadas, e outras partículas oriundas da cultura do feijoeiro que não sejam grãos ou pedaços de grãos que ficarem retidos na peneira com crivos circulares de 5 mm de diâmetro, devem ser cata-
dos manualmente e considerados como impurezas; b) os grãos inteiros ou pedaços de grãos que se apresentarem aderidos com terra e outras sujidades, serão pesados da forma como se apresentam como impurezas; c) os grãos inteiros sadios que vazarem pela peneira retornarão à amostra de trabalho; d) os grãos inteiros com defeitos, bem como os grãos chochos e os pedaços de grãos sadios ou com defeitos que vazarem pela peneira serão considerados impurezas. Para matérias estranhas temos as seguintes limitações: a) os grãos ou sementes de outras espécies, detritos vegetais, insetos mortos, e corpos estranhos de qualquer natureza, não oriundos da espécie considerada, que vazarem ou ficarem retidos, na peneira com crivos circulares de 5 mm de diâmetro, serão considerados como matérias estranhas; b) os torrões de terra não aderidos aos grãos de feijão, presentes na amostra, serão considerados como matérias estranhas; os grãos de feijão sadios ou com defeitos que vazarem pela peneira serão considerados impurezas.Fonte: ABEEólica
Os insetos mortos devem ser pesados separadamente para receberem então os limites de tolerância. 5° Passo: Determinação de umidade – Após separar as matérias estranhas e as impurezas da amostra, esta deverá medir a quantidade de umidade do grão, obser vando o tipo de aparelho a ser utilizado, pois alguns aparelhos possuem balança interna que fornecem a leitura instantânea do produto, enquanto outros não possuem balança interna (ilustração 6) e existe a necessidade de pesar o produto antes do procedimento. O limite do percentual de umidade recomendado é de 14%. 6° Passo: Determinação do grupo / classe / tipo – Para a determinação de grupo o critério utilizado é em função do uso proposto, seguindo a instrução normativa, segue: Grupo I: feijão comum, destinado para consumo humano “in natura”. Grupo II: feijão caupi, destinado a outros usos como na indústria e exportação. Para a determinação de classe REVISTA 100% CAIPIRA | 11
o critério utilizado é de acordo com a coloração do tegumento, isto é, da película do grão, tanto o grupo I quanto o grupo II serão divididos em 4 classes assim definidas: a) branco; b) preto; c) cores, neste item admite-se até 10% de outras cultivares da classe cores, que apresentem contraste na cor ou no tamanho; d) misturado: produto que não atende às especificações de nenhuma das classes anteriores. Para os itens a, b e c do grupo I devemos respeitar o índice de no mínimo 97% de grãos da classe em que se encontra e para o grupo II respeitar o índice de no mínimo 90% de grãos da coloração. Em relação ao tipo, o critério que o determina são os percentuais de tolerância de defeitos, expresso em tabelas na instrução normativa 12/2008 do MAPA, que são classificados em 3 tipos, podendo até ser enquadrado como fora de tipo ou ser desclassificado. Dentre os tipos temos que considerar que os defeitos nos grãos podem ser : graves, leves, o que não se considera defeito, fora de tipo e desclassificados, como segue: Segundo a EMBRAPA, é definido como avariados: os grãos inteiros, partidos ou quebrados que se apresentarem mofados, ardidos, germinados, carunchados e atacados por lagartas das vagens, danificados, amassados, bem como partido (bandinhas) e quebrado (pedaços) sadios e imaturo. Classificador : as sequências dos defeitos abaixo relacionados estão em escala decrescente de gravidade, sendo que , quando da ocorrência de dois ou mais, prevalecerá o mais grave (o que vier antes nesta lista). “Defeitos graves são aqueles cuja presença na amostra ou incidência sobre o grão compromete seriamente a aparência, a conser vação e a qualidade do produto, restringindo e inviabilizando o uso do mesmo. São grãos com presença de Matérias Estranhas e/ 12 | REVISTA 100% CAIPIRA
ou Impurezas, Mofados, Ardidos, Germinados, Carunchados e atacados por Lagarta das Vagens.” (IN 12) Para tanto temos, defeitos graves: ardido - o grão inteiro, partido ou quebrado, visivelmente fermentado na parte interna, com ou sem alteração na cor do tegumento (película), assim como, durante o processo de secagem artificial. As possíveis causas para este defeito são a umidade e calor excessivos. Para determinar abrir o grão. Carunchado - o grão, inteiro, partido ou quebrado, que se apresentar prejudicado por carunchos. A possível causa para este defeito é o armazenamento em condições inadequadas na lavoura e no armazém. Devemos considerar como carunchado o grão em qualquer de suas fases evolutivas, desde a presença de ovos até a perfuração. Germinado - o grão, inteiro ou partido, que apresentar início visível de germinação. As causas prováveis são a umidade e o calor excessivos. Podemos considerar como grão germinado o feijão que apresentar brotação visível de qualquer fase e de qualquer tamanho. Impurezas – as partículas oriundas da cultura do feijoeiro, tais como películas, vagens, grãos inteiros com defeitos, bem como grãos chochos ou pedaços de grãos que vazarem pela peneira com crivos circulares de 5,00 mm de diâmetro. Matérias estranhas – corpos ou detritos de qualquer natureza, estranhos ao produto, tais como grãos ou sementes de outras espécies vegetais, sujidades, insetos mortos, entre outros. Mofado - o grão, inteiro, partido ou quebrado, que apresentar colônias de fungos (mofo ou bolor) visíveis a olho nu. Uma das possíveis causas para este defeito é a falta de ventilação, umidade e calor excessivos. Para determinar um grão mofado considera-se a partir da existência de qualquer ponto de mofo, independente do tamanho ou grau de incidência. Atacado por lagartas das vagens – o grão, inteiro, parti-
do ou quebrado, que se apresentar atacado por lagartas. “Defeitos leves são aqueles cuja incidência sobre o grão não restringe ou inviabiliza a utilização do produto, por não comprometer seriamente a aparência, a conservação e a qualidade do mesmo. São grãos Danificados, Amassados Imaturos, Quebrados e Partidos.” (IN 12) Para tanto temos, defeitos leves: amassados – os grãos inteiros, partidos ou quebrados, danificados por ação mecânica. Considerar como amassado somente o grão que apresente o cotilédone (polpa) amassado e com ruptura do tegumento (casca). Danificados – os grãos inteiros, partidos ou quebrados, que se apresentarem com manchas ocasionadas por doenças, condições climáticas ou alteração na cor, na forma de característica extrínseca, os grãos inteiros com cotilédones sadios desprovidos de sua película em 50% de sua superfície, ou mais, bem como os grãos com avarias provocadas por insetos que não sejam os carunchos e as lagartas das vagens. Este defeito ocorre pela ação de insetos sugadores (percevejos) na lavoura e também doenças e chuvas, causando reações externas no tegumento (cascas), podendo ser considerado os grãos danificados somente aqueles que apresentarem uma lesão, seja furo e/ou deformação no cotilédone, e os grãos com manchas acentuadas. Ainda assim, deverá abrir o grão para detecção de outros defeitos. “E conforme Instrução Normativa Nº 48, de 01/11/2011, quando houver grãos atacados por percevejos confirmados pela visualização de mancha escura ou esbranquiçada, na camada interna logo abaixo da película sob o local da picada, ou nos cotilédones ao serem separados ao meio, deve-se calcular o percentual de grãos atacados por percevejos, dividindo este por 4 (quatro), cujo resultado deverá ser somado aos percentuais de demais grãos danificados,
e o resultado encontrado deverá ser somado aos demais Defeitos Leves quando do enquadramento do produto em Tipo.” (Embrapa). Imaturos - grãos inteiros que vazarem por uma peneira com crivos oblongos com largura de 3,00 mm e comprimento de 19,00 mm, assim como o grão ou pedaço de grão que apresentar coloração esverdeada no cotilédone no todo ou em parte, independente de vazarem ou não pela peneira e são considerados como causas o desenvolvimento fisiológico incompleto e serão classificados através dos grãos ou pedaços de grãos que apresentarem coloração esverdeada no cotilédone serão considerados imaturos. Não proceder à abertura dos grãos imaturos para identificação de outros defeitos. Partidos (bandinhas) e quebrados – os grãos sadios que se apresentam divididos em seus cotilédones, devido ao rompimento do tegumento (película) e os pedaços de grãos sadios resultantes da ação mecânica ou da manipulação do produto, que não vazarem numa peneira de crivos circulares de 5,00 mm de diâmetro. As possíveis causas deste defeitos são por ação mecânica, desregulagem da trilhadeira e movimentação do produto
Para grãos não considerados defeituosos, estes grãos deverão ser todos abertos para verificar-se eventuais defeitos no interior dos cotilédones. Assim como os considerados fora de tipo “o produto que ultrapassar o limite máximo de tolerância de defeitos estabelecidos para o Tipo 3 na Tabela 1 e para o Tipo Único previsto na Tabela 2, do Regulamento Técnico. O feijão e o feijão partido enquadrado como Fora de Tipo poderá ser : I - Comercializado como se apresenta, desde que identificado como Fora de Tipo, cumprindo as exigências de marcação e rotulagem. II - Rebeneficiado, desdobrado ou recomposto para efeito de enquadramento em tipo. III - O feijão e o feijão partido, enquadrado como Fora de Tipo por exceder o limite de mofados, ardidos e germinados, estabelecido nas Tabelas 1 e 2 deste Regulamento Técnico, deverá, obrigatoriamente, ser submetido à análise de micotoxinas. Desclassificados, considerar : I - Mau estado de conser vação, dentre os quais: a) Percentual de defeitos graves acima dos limites máximos de tolerância para Fora de Tipo, estabelecido nas Tabelas 1 e 2, do Regulamento Técnico; b) Percentual de insetos mortos acima de 0,60% (zero vír-
gula sessenta por cento), previsto nas Tabelas 1 e 2 do Regulamento Técnico; c) Presença na amostra, na carga ou no lote amostrado, de bagas de mamona, sementes tratadas, sementes tóxicas, insetos vivos, tais como carunchos e outras pragas de grãos armazenados, quando destinado diretamente à alimentação humana. II - Odor estranho de qualquer natureza, impróprio ao produto, que inviabilize a sua utilização para o uso proposto.” (IN 12) 7º Passo: Emissão do laudo – inserir nos laudos todos os dados levantados pertinentes conforme informado nos passos anteriores. Cada empresa possui laudo próprio, porém as informações neles contidas vem dos passos acima descritos. Desta forma que a maioria das empresas avaliam, analisam e classificam a boa qualidade do produto para que se formalize a comercialização. Contudo não podemos deixar de salientar que para um produto final de qualidade devemos nos atentar desde a aquisição de sementes de boa qualidade, das boas práticas durante o cultivo, uma colheita feita com responsabilidade e no período correto, assim como um transporte feito com responsabilidade.
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AQUICULTURA E PESCA
APTA disponibiliza tecnologias e transfere conhecimentos para evitar gosto de barro em pescado Off-flavor causa prejuízos em toda a cadeia e estigmatiza a produção, evitando a ampliação do mercado Tradicionalmente, no período da Quaresma os cristãos fazem restrição no consumo de carne vermelha. Entre a quarta-feira de cinzas e a sexta-feira santa, o consumo de pescado aumenta significativamente. Apesar do período promissor, o pescado de água doce ainda é pouco consumido no País e um dos motivos é a identificação dos consumidores pelo “gosto de barro” na carne de peixe. A Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, desenvolve pesquisas para orientar os aquicultores a manejarem de forma correta a produção e evitar prejuízos com o chamado off-flavor, que pode impossibilitar a venda do pescado para grandes frigoríficos ou reduzir pela metade o valor para venda em unidades de processamento menores. Segundo o pesquisador da APTA, Gianmarco Silva David, a causa do gosto desagradável decorre de substâncias 14 | REVISTA 100% CAIPIRA
denominadas geosmina e a metil-isoborneol (MIB) associadas ao aroma de barro e mofo produzidos, principalmente, por cianobactérias e eventualmente estreptomicetos, organismos que vivem no próprio ambiente de cultivo do pescado. “O cheiro de terra molhada, por exemplo, é causado pela geosmina, por conta das cianobactérias que vivem no solo. A MIB pode ser identificada no cheiro de mofo, encontrado quando se guarda toalha molhada dentro de uma mochila. A geosmina é a que mais causa problemas de off-flavor na aquicultura brasileira, que é realizada em ambiente natural, aberto”, explica. O pesquisador da APTA afirma que quanto mais suja a água, maior a tendência de ocorrer problemas com off-flavor. “Ao contrário do que muitos pensam, o aquicultor não cultiva peixe, mas sim água limpa. Apenas com a água limpa é possível produzir organismos aquáticos saudáveis e de qualidade, por isso, a
Fonte: Assessoria de Imprensa – A
importância da preservação ambiental”, afirma. Para não sujar a água, é necessário dimensionar a capacidade do ambiente em suportar a produção do pescado. A eficiência é outro fator apontado por Gianmarco. Segundo o pesquisador, é necessário avaliar a quantidade de ração adequada para a produção, trabalhar com ração de alta qualidade e evitar que os animais fiquem estressados, prejudicando a boa conversão alimentar. Além disso, é importante fazer o descarte correto dos resíduos da produção. “Desenvolvemos novas tecnologias e transferirmos conhecimento de manejo para evitar a ocorrência do off-flavor. Realizamos, por exemplo, um trabalho em Ilha Solteira, principal região produtora de pescado do Estado, identificando situações que podem acarretar perda da qualidade da água e dando suporte aos produtores para melhorar a qualidade e valorizar a produção”, explica.
APTA
A APTA, por meio do Polo Regional de Bauru e do Instituto de Pesca (IP-APTA), em conjunto com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e as universidade dinamarquesas University of Copenhagen e Aalborg University, desenvolveu projeto de pesquisa temático financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para estudar o off-flavor. O projeto foi finalizado em 2018 e já originou várias publicações de artigos em revistas científicas internacionais como Aquaculture Environment Interactions e International Journal of Fisheries and Aquatic Studies. Prejuízos estimados O Anuário Peixe BR de 2019 mostra que a produção brasileira de pescado foi de 722 mil toneladas em 2018 e a paulista de 73 mil toneladas. De acordo com Gianmarco, as estimativas apontam que em cerca 10% da produção ocorram pro-
blemas relacionados ao off-flavor, o que geraria um prejuízo de, aproximadamente, R$ 13 milhões no Estado de São Paulo. Este prejuízo, porém, é muito maior, segundo o pesquisador. “O principal problema é que a produção de peixe é estigmatizada. As pessoas costumam dizer que não gostam de peixe de água doce por conta do gosto de barro, que erroneamente consideram uma característica intrínseca dos peixes de rios e lagos. Isso prejudica toda a indústria do pescado, que tem trabalhado para mitigar o problema, evitando o processamento e venda de peixes com problemas de off-flavor. Esta é uma barreira para o crescimento do mercado nacional”, explica. Laboratório de Qualidade da Água O Instituto de Pesca mantém em São Pau l o u m d o s ú n i c o s l a b o r a tórios do Brasil a concentrar análises físicas, químicas e
biológicos da água para dar suporte à sustentabilidade ambiental das atividades relacionadas ao meio aquático. O Laboratório de Qualidade da Água do IP é qualificado a atender diferentes setores do agronegócio, em especial as atividades voltadas à pesca e à aquicultura, dependentes da qualidade dos recursos hídricos. “Este laboratório é muito importante para nossas p e s q u i s a s c o m o f f - f l a v o r, c o m grande sinergia com as equip e s d a A P TA q u e a t u a m n o i n terior do Estado atendendo às demandas regionais da aquicultura. Água limpa é a principal questão para o produtor evitar o problema e disponibilizar à indústria e ao consumidor produtos de alta qualid a d e ”, a f i r m a G i a n m a r c o . REVISTA 100% CAIPIRA | 15
CAFÉ
Considerada a capital dos cafés especiais, Curitiba se torna referência para o país Dia Internacional do Café: consumo no país cresceu 4,8% no ano passado; Cada vez mais, cafés considerados diferentes caem no gosto do brasileiro e do curitibano Mais de 800 xícaras de café consumidas por pessoa no Brasil em 2018. Esse número, que posiciona o país como segundo maior consumidor do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, tem projeções ainda mais otimistas: de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), até 2021 o país deve estar no topo dos maiores consumidores de café, posição que já ocupa quando o assunto é produção e exportação. A crescente do país tem sido acompanhada de perto pelos apreciadores, que têm muito a comemorar neste Dia Internacional do Café, celebrado em 14 de abril. Segundo a Abic, no ano passado o consumo chegou a 21 milhões de sacas, um crescimento de 4,80% se comparado ao ano anterior, de acordo com o novo formato de medição da Associação. “O consumidor brasileiro é muito exigente. E ele está cada vez mais 16| REVISTA 100% CAIPIRA
antenado quanto ao tipo de café, a região proveniente dos grãos e as formas de preparo”, comenta o barista carioca radicado em Curitiba Leo Moço, fundador do Grupo Café do Moço e tetracampeão brasileiro de barismo. Referência em cafés especiais - Se o Brasil desponta como referência no consumo de cafés, os curitibanos têm grande participação nisso. Não à toa, Curitiba é considerada a capital dos cafés especiais, abrindo espaço para tipos diferenciados de maturação, preparo e expansão de novas casas, conquistando ainda mais consumidores e apreciadores da bebida. “O aumento do consumo também se justifica devido à excelência no preparo da bebida, que começa lá com o aperfeiçoamento do plantio e da colheita, passando pela qualificação dos profissionais e d grande variedade de métodos e técnicas de preparo”, explica o barista Leo Moço, que comanda
a microtorrefação Café do Moço e a cafeteria conceito Barista Coffee Bar, na capital paranaense. Hoje, a cidade de Curitiba conta com dezenas de profissionais que despontaram como os melhores do país. E é lógico que a capacitação resultou em empreendimentos marcados pela inovação e pela excelência, investindo em cafés especiais como grande diferencial, entre eles a inovadora Cookie Stories, que serve café até em copinhos de cookie. O uso de outros elementos na elaboração do café também é um dos atrativos que caiu no gosto do curitibano. Produção de cafés maturados em barris de whiskey, tequila, cachaça e rum, ou cafés com lúpulo, são os destaques da marca Franck’s Ultra Coffee. Os preparos podem ser encontrados em sua loja própria, a Espresso Station, em Curitiba, ou em outras três lojas na capital,
Fonte: P+G Comunicação Integrada
além de cafeterias em São Paulo, Santos, São José dos Campos, Rio de Janeiro e Pelotas. Com grãos exclusivos de diversas partes do país, o processo é todo realizado antes da torra. A maturação nos barris dos destilados acontece por seis semanas, em um processo que preza pela excelência e oferece uma experiência marcante para quem consome. “O nosso grande diferencial são os cafés maturados ainda verdes em barris dos mais variados destilados durante seis semanas, tudo em um processo minucioso que visa, antes de tudo, a excelência da produção de cafés especiais. Na Espresso Station, o público é surpreendido com bebidas exclusivas e sabores bem peculiares. Uma experiência única para quem ama café e busca preparos marcantes”, comenta o barista Marcelo Franck, fundador da marca. Formas de consumo - Além da es-
colha do grão, que abrange uma variedade entre nacionais e importados, uma outra parte essencial do processo é a extração. Para quem só conhece o tradicional espresso ou o famoso capuccino, existem também as extrações manuais. Métodos como a Hario V60, French Press, Clever, Aeropress, entre outras, ou preparos ainda mais elaborados, como o Cold Brew, bebida extraída a frio após longo período em repouso, aumentam ainda mais a experiência do consumidor. O conceito To Go, muito aplicado no exterior, também contribuiu para o crescimento do consumo de cafés. Nele, o cliente pode comprar e sair consumindo, tendência que mescla agilidade e praticidade. É o caso do New York Cafe, que abriu uma unidade no bairro Água Verde, um dos mais tradicionais de Curitiba, pensando justamente neste modo de consumo e com planos de
abertura de franquias com processos semelhantes. Café no Brasil e no mundo - O Brasil é o país que mais produz café no mundo e um dos principais méritos fica por conta dos métodos de manipulação dos grãos, preservando as safras. De acordo com o estudo “Cinco Mercados Mundiais mais Promissores em Café”, realizado pelo Euromonitor International, o país se destaca pelo número de vendas, sobretudo pela inovação e diferenciação das marcas. O estudo cita também os Estados Unidos, que tem as vendas impulsionadas para o mercado externo; a Indonésia, que apresenta o oposto, com consumidores reproduzindo suas experiências em casa; a Alemanha, cujos consumidores prezam pela rastreabilidade no momento de compra; e o Japão, com consumidores que buscam a praticidade e conveniência. REVISTA 100% CAIPIRA |17
CLIMA
Chegada do frio requer cuidados no manejo dos bovinos de corte
Fonte: Assessoria de Comunicação da Conexão Delta G
Especialista da Conexão Delta G destaca que prioridade deve ser nos cuidados com animais jovens e de terminação
A chegada do outono e, na sequência, do inverno, também é período de cuidados com os animais a campo devido ao clima, especialmente no Rio Grande do Sul, onde o período por muitas vezes vem com um rigoroso frio. Neste sentido, o manejo correto feito pelos pecuaristas tem por objetivo a garantia de sanidade dos animais a campo além da manutenção do fluxo de caixa durante os meses anteriores à chegada da primavera. De acordo com o presidente do Conselho Técnico da Conexão Delta G, Bernardo Pötter, a época do outono apresenta complicadores, sendo um deles o vazio forrageiro, ou seja, quando terminou o ciclo e as pastagens de inverno ainda não chegaram e as pastagens 18| REVISTA 100% CAIPIRA
nativas estão completamente paradas. “Somado a isto temos a questão do tempo que está muito seco, não tem chovido e não temos rebrote ou germinação de pastagens de inverno e que vai atrasar e prejudicar o ciclo pecuário. É em um momento destes que o produtor precisa priorizar categorias”, avalia. Conforme o especialista, uma das categorias que precisa ter prioridade é a dos animais de terminação, seja boi ou vaca de invernar, pois afeta diretamente o fluxo de caixa da propriedade. Em segundo lugar, para Pötter, são os animais jovens que estão em crescimento, ou seja, novilhas de reposição e os novilhos jovens. “Temos um agravante que são as vacas prenhes, que estão por desmamar, e que precisam manter a condição cor-
poral para manter estes terneiros e manter a prenhez e não perder muita condição corporal no inverno e parir com uma boa condição na primavera e poder seguir o ciclo”, lembra. O presidente do Conselho Técnico da Conexão Delta G enfatiza também os problemas com o carrapato, pois o tempo está muito seco e o produtor vê pouco carrapato ou só o chamado carrapato miúdo, que é a forma jovem, e é esta que transmite a Tristeza Parasitária Bovina. “O produtor precisa estar atento para evitar infestação. Se enxergou o carrapato, principalmente na entrada do inverno, precisa aplicar o carrapaticida para limpar os animais e, consequentemente, entrar o período com a menor infestação no campo”, conclui.
LOGÍSTICA E TRANSPORTE
Tempo de espera dos navios nos Portos do Paraná diminui 46% Os Portos do Paraná reduziram em 46% o tempo médio que os navios esperam para atracar no cais Os Portos do Paraná reduziram em 46% o tempo médio que os navios esperam para atracar no cais. Nos primeiros três meses de 2018, um navio esperava, em média, 185 horas desde a chegada na baia de Paranaguá até a atracação. Em 2019, este tempo foi reduzido para 99 horas. A permanência para operação também ficou menor. No ano passado, a média era de 58 horas no cais, 9% a mais que neste ano (52 horas). “Essa eficiência reduz os custos dos exportadores e importadores e aumenta as vantagens de fazer negócios pelos portos de Paranaguá e Antonina”, explica o presidente dos Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. Os números foram divulgados nesta terça-feira (9), pelo departamento de estatísticas da administração portuária. Em relação a movimentação, o balanço destaca alta de 10% nas exportações de carga geral. Considerando apenas o mês de março, foram movimentadas 955.143 toneladas de produtos de carga geral. Aumento de 11% na comparação com o mesmo período de 2018, quando foram 861.018 toneladas. Apenas nas cargas para exportação, foram 659.037 toneladas movimentadas este ano, contra 583.750 toneladas movimentadas no ano passado (aumento de 12%). No acumulado de 2019, já foram quase 1,7 milhão de toneladas de carga geral
exportada. Em 2018, no mesmo trimestre, foram exportadas pouco mais de 1,5 milhão de toneladas. MERCADORIAS - O diretor de Operações dos Portos do Paraná, Luiz Teixeira da Silva Júnior, observa que carga geral é toda mercadoria solta ou embalada, que necessita de arrumação para ser transportada em um navio. São produtos como sacas, madeira, bobinas, celulose, papéis, peças, projetos, equipamentos, caixas, veículos. Também se enquadram na categoria as cargas que são transportadas em contêineres. Considerando os trimestres de 2018 e 2019, os principais produtos movimentados no segmento foram o açúcar em saca, adubo, caldeiras, celulose, contêineres, trilhos de aço e veículos. “Em Paranaguá, a carga geral é movimentada em diferentes berços do cais público. Normalmente, as operações dessas cargas envolvem serviços com equipamentos de bordo especializados, como guindastes, transporte local rodoviário, empilhadeiras”, comenta Luiz Teixeira da Silva Júnior. CONTÊINERES - O Porto de Paranaguá registrou alta de 14% no número de contêineres recebidos de importação. Foram 96.039 TEUs movimentados nos três meses de 2019, contra 84.530 em 2018. As principais cargas importadas foram fertilizantes e plástico. Na exportação, o crescimento foi de 5%, com 99.023
unidades movimentadas. Os produtos mais comercializados foram congelados e madeira. VEÍCULOS - De janeiro a março, foram 23.516 veículos movimentados via Paranaguá. Destaque para as importações: 8.295 veículos, 9% a mais que o total das importações de 2018. ANTONINA - A movimentação via porto de Antonina continua crescendo. Foram 268.167 toneladas de produtos no acumulado deste ano. O número é 172% maior que o mesmo período do ano passado (105.034). Cabe ressaltar a alta de 260% na movimentação de fertilizantes: foram 62 mil toneladas no primeiro trimestre de 2018 e 223.834 toneladas em 2019. GRANEIS - A soja se mantém como o principal granel movimentado via portos do Paraná. Em março, foram 1.178.618 toneladas exportadas. Na exportação, também aparecem os farelos (626.495toneladas), milho (152.251) e açúcar (102.751). Na importação, o destaque é o adubo: 542.329 toneladas. O Estado também recebeu 105.495 toneladas de trigo e 29.311 toneladas de cevada/malte. LÍQUIDOS - A exportação de óleos vegetais somou 88.583 toneladas em março de 2019. Os derivados de petróleo responderam por 40.558 toneladas na exportação e 359.831 toneladas na imporFonte: Portos e Navios tação. REVISTA 100% CAIPIRA | 19
O futuro da agricultura será informatizado GESTÃO
Afirmação vem de pesquisadores dos Estados Unidos
Fonte: Agrolink
Pesquisadores da Open Agriculture Initiative do Media Lab do MIT, nos Estados Unidos, estão demonstrando, através de várias pesquisas e desenvolvimentos técnicos, que o futuro da agricultura será cada vez mais informatizado. Para eles, é fundamental que exista uma combinação de botânica, algoritmos de aprendizado de máquina e uma boa química antiga, para que as plantas fiquem boas. Eles afirmam que criaram plantas de manjericão que provavelmente são mais deliciosas do que qualquer outra que já foi cultivada. E isso tudo 20| REVISTA 100% CAIPIRA
sem nenhuma modificação genética, já que os pesquisadores usaram algoritmos de computador para determinar as condições ideais de crescimento para maximizar a concentração de moléculas saborosas conhecidas como compostos voláteis. Mas isso é apenas o começo para o novo campo da “cyber agricultura”, diz Caleb Harper, um dos principais pesquisadores do Laboratório de Mídia do MIT e diretor do grupo OpenAg. Seu grupo está agora trabalhando para melhorar as propriedades de combate às doenças e eles também esperam ajudar os produtores a se
adaptar às mudanças climáticas, estudando como as culturas crescem sob diferentes condições. “Nosso objetivo é projetar a tecnologia de código aberto na interseção da aquisição de dados, sensoriamento e aprendizado de máquina, e aplicá-la à pesquisa agrícola de uma maneira que nunca foi feita antes. Estamos realmente interessados em construir ferramentas em rede que possam levar a experiência de uma planta, seu fenótipo, o conjunto de tensões que ela encontra e sua genética, e digitalizar isso para nos permitir entender a interação planta-ambiente”, completa.
PROCESSAMENTO
Exportações de suco de laranja registraram queda de 13%
Declínio ocorreu nos nove primeiros meses da safra 2018/2019 Fonte: Reuters
As exportações de suco de laranja do Brasil recuaram 13 por cento entre julho de 2018 e março de 2019 em comparação com igual período da safra anterior, informou nesta quinta-feira a associação de exportadores CitrusBR. De acordo com nota da associação, foram embarcadas no período 741.042 toneladas do produto concentrado, congelado, equivalente a 66º brix, contra 855.822 toneladas nos nove primeiros meses da temporada passada. O volume gerou receita de 1,3 bilhão de dólares, retração de 12 por cento. “A tendência de redução tem se mantido em consonância com os fun-
damentos do mercado”, comentou o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto. Principal exportador de suco de laranja do mundo, o Brasil mantém a União Europeia como maior receptor de seu produto, com 478.098 toneladas enviadas ao bloco no período, queda de 7 por cento. O mais acentuado recuo mencionado pela CitrusBR, entretanto, é o de embarques para os Estados Unidos, que caíram 26 por cento, para 167.831 toneladas. Com o panorama, a esperança do grupo reside na China, que, de acordo
com o diretor-executivo, teve avanço de 200 por cento em seu consumo interno nos últimos 15 anos. “Temos grandes esperanças que as negociações lideradas pelo Ministério da Agricultura em relação a condições de acesso melhorem nossa competitividade e possamos crescer naquele mercado”, afirmou Netto no comunicado. De julho a março desta temporada, porém, a importação do produto brasileiro pelo país asiático diminuiu 4 por cento em relação a 2017/18, para pouco mais de 25 mil toneladas. Na divisão por variedades, a CitrusBR reporta redução substancial nas exportações da principal delas, o suco de laranja concentrado congelado (FCOJ), que totalizaram 524.018 toneladas, 19 por cento a menos que em 2017/18, marcando um recuo de 44 por cento somente nas vendas para os EUA. A queda é levemente compensada por um aumento nas exportações do suco de laranja não-concentrado (NFC), menos comuns, que chegaram a 217.054 toneladas, alta de 6 por cento ante igual intervalo na safra anterior. “O NFC é um produto mais nobre e que caiu no gosto do consumidor e isso é muito bom”, disse Netto. REVISTA 100% CAIPIRA |21
FRUTICULTURA
MelĂŁo brasileiro se destaca no mercado internacional Por sua qualidade e durabilidade, a fruta ĂŠ a preferida na Europa, principal comprador do Brasil 22| REVISTA 100% CAIPIRA
A fruticultura brasileira vem se tornando destaque no cenário internacional, sendo que o país figura hoje entre os 10 maiores exportadores mundiais de frutas. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas (Abrafrutas), neste ano, pela primeira vez na história, as exportações brasileiras deverão ultrapassar a barreira de US$ 1 bilhão. Dentro da produção nacional de frutas, a melonicultura ocupa posição de destaque na pauta. na safra 2017/2018, por exemplo, foram exportados 224 mil toneladas de melão, rendendo US$ 163 milhões, valor 10% superior ao período anterior. Os estados do Rio Grande do Norte e Ceará, região de maior concentração de melonicultores no Brasil., juntos foram responsáveis por 99% do volume nacional produzido. Os resultados das últimas safras comprovam a importância do melão para as regiões produtoras e para a economia brasileira. “Temos nos destacado no mercado europeu, nosso principal comprador, e atualmente somos referência em produtividade e qualidade. O melão é uma fruta que tem grande importância para a cadeia do agronegócio”, destaca Allyson Moura, engenheiro agrônomo, especialista em nutrição de plantas e RTV da Ubyfol, multinacional brasileira que desenvolve fertilizantes especiais. Atualmente o cultivo de melão para exportação está dividido de forma igualitária entre o Rio Grande do Norte e Ceará. Segundo Moura, a estratégia de dividir a produção entre os dois Estados não é por acaso. “Metade da produção está concentrada em Mossoró/RN e a outra metade na região de Icapuí/CE. Essa divisão facilita a logística de escoamento do produto para o mercado internacional”, diz o profissional. Produtos diferenciados No Brasil, há uma grande diferença entre os melões ofertados para o mercado interno, e os frutos tipo exportação. De acordo com o engenheiro agrônomo, os compradores internacionais são extremamente exigentes em qualidade e validade, optando por frutos que possam ficar mais tempo nas gôndolas dos
supermercados. Além disso, o mercado externo não aceita frutos com algum tipo de avaria. “Melões com um simples arranhão na casca ou um dano visual que não afeta a qualidade final do produto, são recusados pelos compradores europeus. Eles exigem uma fruta visualmente perfeita, com alto índice de qualidade, e pagam caro por isso”, diz. No mercado interno ficam os frutos que não atingiram o padrão para exportação, já que culturalmente esse mercado não paga o preço justo para frutos de alta qualidade. Solo fértil Não é por acaso que as regiões de Mossoró/RN e Icapuí/CE concentram a maior produção de melão do país. As condições edafoclimáticas nesses locais são ideais para o cultivo da fruta durante o período produtivo que se inicia em julho, até meados de março. Além disso, as condições de umidade relativa são positivas, bem como o solo. “O fator mais relevante para o sucesso no cultivo do melão é o clima. Condições climáticas adequadas permitem a produção da fruta, mesmo quando o tipo de solo não é propício”, diz o profissional da Ubyfol. Outra grande vantagem do Brasil em relação aos outros países produtores de melão é o período da safra. Enquanto Espanha, Senegal e Chile estão finalizando suas produções, o Brasil está no auge da safra. “Somos os únicos no mundo que temos condições climáticas favoráveis para produzir melão de excelente qualidade de julho a fevereiro”, afirma o especialista. Nutrição é fundamental Atualmente, uma das justificativas para o sucesso da melonicultura nacional é a nutrição complementar. Todos os frutos destinados tanto para o mercado nacional, quanto para exportação, possuem uma alta exigência nutricional, com ciclo curto, em torno de 60 dias. Dessa forma, é necessário que seja realizada a complementação de nutrientes via folha. De acordo com o engenheiro agrônomo, a nutrição via folha é essencial para complementar a necessidade nu-
tricional da cultura, afim de que ela expresse todo seu potencial genético. Atualmente existem no mercado diversas tecnologias que permitem a aplicação do fertilizante junto aos defensivos agrícolas. “Os fertilizantes especiais da Ubyfol, por exemplo, podem ser aplicados em misturas com outros agroquímicos, possibilitando ao produtor, em uma única aplicação, realizar o manejo nutricional e fitossanitário”, diz. Outro ponto fundamental para garantir a excelência em produtividade e qualidade, é a escolha do adjuvante ideal, ferramenta que permite uma melhor performance do conteúdo pulverizado sobre as plantas. Dessa forma, um bom adjuvante deve garantir que o conteúdo pulverizado atinja o alvo e penetre nas folhas, já que grande parte das doenças e pragas que acometem o melão se localizam em pontos de difícil acesso dos defensivos. Outra característica essencial de um bom adjuvante é a ação anti-espuma, uma vez que grande parte das misturas entre agroquímicos tendem a apresentar formação de espuma. Nesse cenário a Ubyfol possui em seu portfólio uma tecnologia que oferece as ações espalhante, adesivo, surfactante, anti-deriva, penetrante e umectante, além de atuar como redutor de espuma, garantindo máximo aproveitamento de nutrientes e defensivos nas pulverizações agrícolas. “Muitas vezes o produtor está aplicando uma subdose que não será efetiva no controle de pragas e doenças, além de não nutrir corretamente as plantas”, diz Moura. Na fase de enchimento do melão, garantir uma nutrição equilibrada é fundamental para que o produto atinja o padrão exigido pelo mercado exportador. O cálcio, por exemplo, é um dos elementos mais requeridos nessa fase, elemento responsável por garantir maior tempo de prateleira dos frutos. “O cálcio, o magnésio, o boro e o potássio são os principais elementos a serem trabalhados na fase final de desenvolvimento dos frutos, afim de que os mesmos obtenham o padrão de qualidade exigido”, finaliza o engenheiro-agrônomo. Fonte: Rural Press REVISTA 100% CAIPIRA | 23
GESTÃO
População ocupada no agronegócio brasileiro No triste cenário de mais de 12 milhões de desempregados no Brasil, os setores da agropecuária e do agronegócio tem sido dos mais conservadores no tema manutenção de empregos É o que mostra o mais recente trabalho do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) ligado à ESALQ/USP, de Piracicaba, analisando o que aconteceu com o emprego no agronegócio em 2018. Para seus estudos, o CEPEA considera o agronegócio como a soma de 4 segmentos: insumos para a agropecuária, produção agropecuária básica, agroindústria e agrosserviços. Com efeito, o total de pessoas trabalhando no agronegócio em 2018 foi de 18,20 milhões, apenas 0,14% menor do observado em 2017, que era de 18,23 milhões. Vale ressaltar que o número total de pessoas ocupadas no país foi de 91,86 milhões, de modo que a participação da PO (População Ocupada) do setor foi de 19,82%. Em 2018, o pedaço que empregou mais gente foi o de produção agropecuária básica (trabalho nas fazendas), com 45,88% do total, sendo seguido pelo segmento dos serviços (31,81%) e depois pela indústria de transformação, com 21,09%. Os trabalhadores na produção de insumos foram 1,22% do total. Foi demonstrado, dada a relevância de cada um desses segmentos, que foi no “dentro da porteira”, isto é, na produção agropecuária, que houve maior queda nos empregos, especialmente em cereais e aquicultura. E paralelamente, observou-se que houve continuação da tendência de 24 | REVISTA 100% CAIPIRA
aumento do número de empregados sem carteira profissional. Se em 2017 este número já era de 3,01 milhões de pessoas (tendo crescido em relação a 2016), no ano passado ele saltou para 3,12 milhões, um aumento de 3,90%. Mas essa é uma regra para o mercado de trabalho como um todo. Em 2018 o total de empregos informais no Brasil cresceu mais do que o do agronegócio, tendo chegado a 4,24%. Por outro lado, aumentou em 4,15% o número de empreendedores (que são empregadores) no agronegócio, enquanto o número de pessoas trabalhando por conta própria caiu 0,79%. O resultado completo do estudo mostra que em 2018 estava assim distribuída a PO no agronegócio: 35,63% de todos os trabalhadores estavam formalizados, com carteira assinada; 32,26% trabalhavam por conta própria; 17,16% eram informais, sem carteira assinada e 4,51% eram empregadores. Um dado muito interessante revelado foi o crescimento do número de trabalhadores com ensino superior completo e incompleto (que ainda estavam estudando), da ordem de 5,70%: saltou de 2,48 milhões para 2,62 milhões, um bom sinal quanto à qualificação da PO do agronegócio. E paralelamente o número de trabalhadores sem instrução caiu 11,36%, comprovando essa melhoria. Aliás, a
mesma tendência se observou com a redução de 1,64% de trabalhadores só com nível fundamental de ensino e com o crescimento de 2,36% daqueles com ensino médio. Há, claramente, uma evolução no nível de instrução dentro do agronegócio, o que pode ser um dos fatores que explicam o avanço desse importante setor da economia em relação a outros. E tal informação está também relacionada à remuneração de quem trabalha no agronegócio. Desde 2012, ano em que se iniciou a série histórica de acompanhamento do Mercado de Trabalho na PNAD-Contínua, houve um crescimento real nos rendimentos dos empregados da ordem de 10,92%, embora o rendimento dos empregadores tenha crescido apenas 1,43% e o dos trabalhadores por carona própria tenha também crescido 7,54%. Portanto, o maior aumento de rendimentos ficou para os trabalhadores, quase sete vezes mais do que aumentou o dos empregadores. Tais dados podem significar uma redução da distância entre uns e outros componentes da PO do agronegócio, o que viria a ser um interessante tópico a acompanhar nesse excelente trabalho realizado pelo CEPEA
Roberto Rodrigues - Ex-Ministro da Agricultura,
Embaixador da FAO para o Cooperativismo e Diretor do Departamento de Agronegócios da FGV. Fonte: Agência UDOP
ENERGIAS RENOVÁVEIS
Coopercitrus inaugura a maior Usina Fotovoltaica Agro do estado de São Paulo
A produção de 1.987MWh/ano, de energia limpa, renovável e sustentável, previamente compensará as despesas de energia de 27 unidades consumidoras da Coopercitrus no Estado de São Paulo A Coopercitrus Cooperativa de Produtores Rurais inaugurará no dia 24 de abril, em seu complexo de grãos, localizado na Rodovia Faria Lima km 378,5, bairro Industrial, em Bebedouro, SP, a maior Usina Fotovoltaica Agro do estado de São Paulo. O complexo energético, conta com 3.600 placas instaladas, em uma área equivalente a 10 mil m², ou seja, um hectare, com produção anual de 1.987MWh/ano. A princípio, o fornecimento de energia limpa e sustentável produzida pelo complexo compensará as despesas de energia de 27 unidades consumidoras da Coopercitrus. Para a construção da Usina, a cooperativa investiu R$ 5 milhões e, contou com a parceria da empresa Solbras e com o apoio do
Banco Safra. Segundo o presidente do conselho de administração da Coopercitrus, José Vicente da Silva, um dos principais objetivos da Coopercitrus é oferecer e desenvolver soluções integradas inovadoras, que resultem em sustentabilidade, beneficiando aos cooperados, a comunidade onde está inserida e o meio ambiente. Por isso, a inauguração do complexo de energia fotovoltaica é um marco para a cooperativa, que dá o primeiro passo em direção à sustentabilidade energética de todas as suas estruturas e futuramente das atividades agropecuárias de seus cooperados e comunidade. “A inauguração do complexo fotovoltaico pode ser descrito como um marco para a cooperativa. É o início de
uma operação que pode crescer muito mais, inclusive com a coparticipação de nossos cooperados e parceiros do setor de geração de energia. É um dos primeiros e, um dos maiores projetos de energia fotovoltaica de cooperativa agrícola do país, porém, mais importante, que o pioneirismo, é que, com a nova unidade, a Coopercitrus será ainda mais competitiva e com muitos benefícios na sustentabilidade, com geração de energia de fontes renováveis. Na parte econômica, com a redução do valor pago na conta de energia, na segurança energética e previsibilidade, como forma de eliminação de riscos com interrupção e preços preestabelecidos”, afirma o presidente do conselho, José Vicente. Fonte: Coopercitrus REVISTA 100% CAIPIRA |25
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GOVERNO
Negociações do Plano Safra na reta final
O aumento de subsídios ao seguro rural, pedido constante da ministra da Agricultura Tereza Cristina, também deve ficar aquém do esperado
Fonte: Avisite
A tradicional queda de braço entre a equipe econômica e o Ministério da Agricultura na elaboração do Plano Safra caminha para uma vitória do Ministério da Economia. Nas discussões, a equipe comandada por Paulo Guedes sinaliza com um menor volume de recursos com juros controlados e barra qualquer possibilidade de redução das taxas de juros - na verdade, há até quem defenda um aumento dessas taxas. O aumento de subsídios ao seguro rural, pedido constante da ministra da Agricultura Tereza Cristina, também deve ficar aquém do esperado. A ministra quer R$ 1 bilhão para o programa de subvenção ao seguro. Para este ano, estão reservados R$ 440,5 milhões, sem contar os eventuais cortes de Orçamento. A depender da equipe econômica, as taxas de juros e a oferta de crédito do Plano Safra 2019/20, que entrará em vigor em 1º de julho, serão piores do que nos anos anteriores. O entorno do ministro Paulo Guedes dá sinais de que o orçamento para equalização das taxas de juros do crédito rural, que soma R$ 10 bilhões por ano-safra, deverá sofrer cortes. A intenção da equipe econômica, como já indicado, é reduzir sobretudo o volume de recursos subsidiados para os grandes produtores, preservando “quem 28 | REVISTA 100% CAIPIRA
mais precisa”, afirmou uma fonte, mencionando os pequenos e médios. Aos produtores de menor porte, o volume de crédito rural a juros controlados seria mantido. Nesse cenário, a tendência é que o montante total de recursos reservado ao Plano Safra fique em linha com o volume efetivamente liberado pelos bancos, que deve bater o recorde e atingir a marca de R$ 178 bilhões até o fim deste ciclo (em 30 de junho), conforme cálculos do governo. Na leitura da equipe econômica, também não há espaço para redução das taxas de juros do crédito rural. Hoje, a taxa dos empréstimos para o custeio agropecuário está em 8,5% por ano. Tamanha é a intenção de cortar gastos da equipe de Guedes que a manutenção da taxa de juros seria vista como uma vitória do Ministério da Agricultura. Nesse sentido, a equipe econômica entende que o governo Temer errou ao reduzir as taxas fixas, que estavam em 9,5% por ano para o custeio. Ao reduzir a taxa, argumentou uma fonte, o governo gerou uma demanda superaquecida por crédito nas agências bancárias que fez aumentar os preços de produtos como máquinas agrícolas. Não à toa, acrescentou a fonte, os R$ 8,9 bilhões destinados para o Moderfrota, linha para financiar
a aquisição de máquinas agrícolas, acabaram antes do fim da safra. A visão da equipe econômica não é, definitivamente, a mesma de representantes do agronegócio. “A derrota para a agricultura no próximo Plano Safra seria continuarmos como está hoje, com juros livres de 9%, em média, e juro controlado de 8,5% ao ano”, disse o vice-presidente da Comissão Política Agrícola da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antônio da Luz. “Vamos brigar até o último dia para que o juro baixe, porque o governo não precisa botar mais dinheiro no crédito, é só mexer no spread, que é muito elevado hoje”, avaliou. Em meio ao embate, o Ministério da Agricultura tenta convencer o governo a frear as mudanças estruturais no sistema de crédito rural com a velocidade com que desenha a Economia. Nos próximos dias, Tereza Cristina deverá ter reuniões com Guedes e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, para afinar detalhes do Plano Safra. A ministra tenta evitar uma derrota nessa disputa, mas na melhor das hipóteses só conseguirá a manutenção das taxas do crédito rural a juros reais de 4,5% por ano, caso a taxa básica de juros (Selic) permaneça no patamar de 6,5% por ano, avaliou uma fonte a par do assunto.
PESQUISA
Embrapa lança nova variedade de alface tolerante ao calor A nova cultivar é resultado da pesquisa para entregar ao setor produtivo cultivares mais adaptadas às condições ambientais ocasionadas pelas mudanças climáticas A cultivar de alface BRS Mediterrânea, do tipo crespa de folhas verdes, é um dos lançamentos da Embrapa, no mês em que a empresa comemora seus 46 anos. A nova cultivar é resultado da pesquisa para entregar ao setor produtivo cultivares mais adaptadas às condições ambientais ocasionadas pelas mudanças climáticas. A novidade será anunciada no próximo dia 24, durante as comemorações do aniversário da Empresa, em Brasília. A alface é uma hortaliça adaptada ao clima ameno, por isso, romper a barreira do clima foi uma grande conquista para o programa de melhoramento genético da hortaliça. O principal diferencial da nova cultivar, em relação a outros materiais comerciais no mercado, é a tolerância ao florescimento provocado pelo calor, uma qualidade importante devido às elevações de temperatura nas regiões produtoras e ao cenário de mudanças do clima. “Houve um esforço de pesquisa para adaptar a espécie às condições tropicais do nosso país, principalmente porque altas temperaturas podem fazer a planta
florescer antes da hora e produzir látex, uma substância que causa um amargor nas folhas”, explica o pesquisador Fábio Suinaga, coordenador do programa de melhoramento genético de alface da Embrapa Hortaliças (Brasília, DF). A cultivar de alface também se destaca pelo vigor no crescimento vegetativo, sendo, em média, sete dias mais precoce que as cultivares comerciais no mercado. Ou seja, mesmo em condições de temperatura superior à faixa de temperatura ideal de cultivo, as plantas atingem o ponto de colheita, com qualidade e padrão comercial, em um menor intervalo de tempo. Essa característica também é interessante do ponto de vista do escalonamento da produção, já que o mercado consumidor demanda o produto fresco durante todo o ano. Adaptação e resistência no campo A cultivar BRS Mediterrânea é indicada para cultivo em todas as regiões produtoras de alface do país, em qualquer sistema de produção, seja campo aberto, hidroponia ou cultivo protegi-
do. Ela possui tolerância às principais doenças de solo da cultura, fusariose e nematoides-das-galhas, o que reduz a necessidade de aporte de agrotóxicos nos cultivos de alface. Isso soma benefícios para o meio ambiente, mas também para o consumidor, já que a principal forma de consumo são folhas frescas. Preferência dos consumidores No mercado nacional, os principais tipos de alface cultivados e consumidos, em ordem de importância econômica, são: crespa, americana, lisa e romana. As variedades de folhas crespas e coloração verde-clara correspondem ao tipo varietal de alface preferido pelos consumidores brasileiros. Ela é hortaliça folhosa mais consumida no país e ingrediente indispensável em saladas e sanduíches. Conhecida por conter poucas calorias e grande quantidade de água – cerca de 95% do seu peso, a alface é fonte importante de sais minerais e vitaminas, com destaque para o cálcio e para a vitamina A. Fonte: Embrapa Hortaliças REVISTA 100% CAIPIRA |29
AGRICULTURA FAMILIAR
TRATOR SOLIDÁRIO: Produtores já podem enviar propostas ao Programa A Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento está recebendo propostas de pequenos produtores rurais para o programa Trator Solidário
Fonte: Agência de Notícias do Paraná
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O programa financia a compra de tratores e equipamentos agrícolas a preços mais acessív e i s . Ne s t e a n o, a m e t a é f i n a n ciar até 1000 tratores, 30 colhedoras e 150 pulverizadores. Serão 11 fábricas e concessionárias credenciadas. Público - O programa é destinado a pequenos produtores com propriedades com cerca de 12 até 75 hectares (até quatro módulos fiscais) e renda bruta anual de até R$ 415 mil, oriunda da atividade agrícola. O agricultor interessado em adquirir máquinas e implementos deve procurar a unidade da E m a t e r e m s e u m u n i c í p i o, c o m o explica o coordenador do Créd i t o Ru r a l , O s m a r S c h u l t z . Pa r t i c i p a ç ã o - O G o v e r n o do Estado é responsável pelo p r o c e s s o d e n e g o c i a ç ã o e f o rmação de preços dos tratores e implementos com os fabricant e s . Pa r t i c i p a m v á r i a s i n s t i t u i ções, como Secretaria da Agric u l t u r a e d o Ab a s t e c i m e n t o, o I n s t i t u t o E m a t e r, F o m e n t o Pa raná, Agentes Financeiros Oficiais, C ooperativas de Crédito e fabricantes de implementos, equipamentos, tratores e máquinas agrícolas P r o j e t o s t é c n i c o s - “A E m a t e r também é responsável por elaborar os projetos técnicos para o a g e n t e f i n a n c e i r o, p a r a q u e a contratação ocorra efetivament e”, d i z e l e . Na p r é p r o p o s t a , o produtor precisa comprovar suas garantias para fazer um fin a n c i a m e n t o. “ E s s a s g a r a n t i a s fazem parte de um rol de documentos para a elaboração do projeto técnico encaminhado para o agente financeiro fazer a c o n t r a t a ç ã o”, i n f o r m a S c h u l t z . Relação dos aprovados - A relação com os nomes dos produtores aprovados ao financiamento será atualizada e publicada quinzenalmente pela Coordenação Estadual do PTS/ PR, na página da Secretaria da A g r i c u l t u r a e Ab a s t e c i m e n t o
( w w w. a g r i c u l t u r a . p r. g o v. b r ) . Expandir - O objetivo do programa é atender a necessidade de expandir e verticalizar a produção agropecuária estadual, promovendo o crescimento da produtividade, aliada ao custo acessível e à qualidade, com a adoção de tecnologias modernas, seja no preparo do s o l o, p l a n t i o, t r a t o s c u l t u r a i s , colheitas e comercialização Au m e n t o d a r e n d a - “At r a v é s d o Tr a t o r S o l i d á r i o, c o n seguimos promover o aumento da renda, melhor qualidade de vida do homem do campo e, como consequência, desacelerar do êxodo rural. O programa possibilita o acesso a tratores e equipamentos que dificilmente os produtores teriam condições d e a d q u i r i r ”, c o m p l e t a o s e c r e t á r i o e s t a d u a l No r b e r t o O r t i g a ra. Pa r t i c i p a ç ã o r e l e v a n t e - “A p e q u e n a p r o p r i e d a d e t e m p a rticipação relevante como geradora de postos de trabalho e r e n d a . Te m v i é s i n o v a d o r e c o m petitivo sob os aspectos de modernização e renda, demonstra eficiência, baixo nível de inadimplência dos beneficiários e demanda constante por aquisiç ã o, r e n o v a ç ã o, e a m p l i a ç ã o d e máquinas e equipamentos ano a a n o”, d i z S a l a t i e l Tu r r a , c h e fe do Departamento Economia Ru r a l ( D e r a l ) d a S e c r e t a r i a d a A g r i c u l t u r a e d o Ab a s t e c i m e n t o, r e s p o n s á v e l p e l a c o o r d e n a ção do programa. Financiamento - Os equipamentos são financiados diretamente ao produtor pelo Banco R e g i o n a l d e D e s e nv o l v i m e n t o do Extremo Sul (BRDE), via Cresol, Sicredi, pelo Banco do Brasil, e cooperativas de créd i t o, q u e p o d e r ã o f i r m a r c o n vênio junto ao Programa, por meio do Decreto nº 0430, aprovado em 8 de fevereiro de 2019. No v o s f i n a n c i a m e n t o s - A expectativa de novos financiamentos é de uma demanda su-
perior a 1000 equipamentos até dezembro de 2019, entre tratores, pulverizadores e colhedoras, sendo 80% desse total em tratores. Me c a n i s m o - O p r o g r a m a Tr a t o r S o l i d á r i o t e m s e d e s t a cado como importante mecanismo para a estabilidade e crescimento da renda agropecuária, e a indução ao uso de tecnologias adequadas na pequena propried a d e f a m i l i a r, p r o m o v e n d o a d i v e r s i f i c a ç ã o, a u m e n t o d e p r o dutividade e renda. Preços - Segundo o Deral, estima-se que o agricultor paga 15% a menos do que os preços p r a t i c a d o s n o m e r c a d o. A r e s o lução nº 11/2019 fixou novos preços máximos de tratores, pulverizadores e colhedora de grãos financiáveis pelo programa para os próximos 12 meses. Agora, através do programa, um trator agrícola com 55 CV de potência sem cabine é vendido por R$ 71.380,00; um trator agrícola com 55 CV de potência e com cabine de fábrica, por R$ 85.801,00; um trator agrícola estreito com 55 CV de potência, por R$ 71.380,00; um trator agrícola com 75 CV de potência, por R$ 90.988,00; e um trator agrícola com 75 CV de potência e com cabine, por R$ 108.730,00. Pulverizador - O pulverizador agrícola de 400 litros, com acionamento mecânico em X, m a n ô m e t r o, é v e n d i d o p o r R $ 10.228,00; o pulverizador 600 litros até 700 litros, de acion a m e n t o m e c â n i c o, p o r R $ 12.180,00; o pulverizador de 600 litros até 700 litros, acionament o h i d r á u l i c o, p o r R $ 2 5 . 0 5 4 , 0 0 ; o pulverizador de 800 litros até 900 litros, acionamento mecân i c o, p o r R $ 1 5 . 4 5 6 , 0 ; o p u l verizador de 800 litros até 900 l i t r o s , a c i o n a m e n t o h i d r á u l i c o, por R$ 27.228,00; e a colhedora agrícola para grãos, cabinada, potência mínima do motor de 1 7 5 C V, p o r R $ 3 8 9 . 7 2 1 , 0 0 . REVISTA 100% CAIPIRA |31
PESQUISA
Nematec chega ao mercado com registro do MAPA para combater principal praga do plantio de pinus no Brasil
Fonte: Embrapa Florestas
A principal forma de combate à vespa-damadeira (Sirex noctilio), praga que atinge plantios de pínus no país, agora tem registro junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) O nematoide Deladenus siricidicola, agente de controle biológico da vespa-da-madeira, passa a atender pelo nome comercial de Nematec. A distribuição do produto já com o registro começou a ser feita em março e 46 empresas florestais já receberam o Nematec, totalizando 915 doses do produto. A estimativa é que, até agosto deste ano, cerca de 6.000 doses sejam distribuídas. Além do nematoide, os usuários recebem bula do produto e explicação de uso. O anúncio público do registro será feito durante as comemorações do 46º aniversário da Embrapa, no próximo dia 24, em Brasília-DF. O processo de registro levou seis anos e passou por diversas fases de análise, inclusive com registro de marca e identidade junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). A concessão do registro do produto é feita pelo MAPA, que trabalha com a ANVISA e o IBAMA em análises técnicas e específicas para conceder o registro. “O registro de um produto reconhece a adequação do mesmo à legislação vi32 | REVISTA 100% CAIPIRA
gente no país”, explica a pesquisadora Susete Chiarello Penteado, da Embrapa Florestas. “Isso garante ao usuário que o produto atende aos critérios estabelecidos em leis e à regulamentação específica de cada órgão envolvido”, completa. Segundo Marcelo Bressan, Auditor Fiscal Federal Agropecuário do Mapa, “a ação da Embrapa para registrar o produto demonstra a seriedade do trabalho em cumprimento à legislação brasileira, além de ser um ponto importante para ajudar a difundir a tecnologia, que agora possui rótulo, bula com indicação de uso, entre outros requisitos importantes”. Por se tratar de um agente de controlo biológico, o Deladenus siricidicola recebeu a recomendação de ser registrado via “Agricultura Orgânica - Produtos Fitossanitários com Uso Aprovado para a Agricultura Orgânica”. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, “os agrotóxicos ou afins que tiverem em sua composição apenas produtos permitidos na legislação de orgânicos, recebem, após
o devido registro, a denominação de ‘produtos fitossanitários com uso aprovado para a agricultura orgânica”. Por serem considerados produtos de baixo impacto ambiental e também de baixa toxicidade, a legislação foi idealizada no intuito de acelerar o seu registro sem deixar de lado a preocupação com a saúde, o meio ambiente e a eficiência agronômica”. O Nematec é o primeiro produto com este registro para uso do Deladenus siricidicola. “O registro confere maior segurança técnica e jurídica aos usuários do produto”, ressalta Susete. O nematoide Deladenus siricidicola foi incluído no rol de “Agrotóxicos com Monografias Autorizadas”, que indica que o ingrediente ativo passou pela avaliação regulamentar e está apto para uso agrícola, domissanitário, não agrícola, em ambientes aquáticos ou mesmo como preservante de madeira. A Monografia indica ainda informações como os nomes comum e químico, a classe de uso, a classificação toxicológica e as culturas para as quais os in-
gredientes ativos encontram-se autorizados, com seus respectivos limites máximos de resíduo. Vespa-da-madeira A vespa-da-madeira é a principal praga de plantios de pinus no país. Ao depositar seus ovos nas árvores, a fêmea deste inseto também deposita um fungo e uma muco-secreção que matam a árvore. Suas larvas também formam galerias no interior da árvore, o que afeta a qualidade da madeira, limitando seu uso ou tornando-a imprópria para o mercado. Um amplo programa de Manejo Integrado de Pragas (MIP) é conduzido pela Embrapa Florestas e pelo Funcema (Fundo Nacional de Controle de Pragas Florestais), em uma parceria público-privada que acontece desde 1988, ano em que a vespa-da-madeira foi introduzida no país. Análises de cenários na época identificaram que a praga poderia causas sérios prejuízos e até mesmo inviabilizar a produção de pínus no Brasil.
“O sucesso deste programa faz com que a praga esteja sob controle e evite um prejuízo de cerca de U$ 25 milhões anuais ao setor de base florestal”, explica o Chefe-geral da Embrapa Florestas, Edson Tadeu Iede. Um dos pilares do MIP é o uso do nematoide Deladenus siricidicola como agente de controle biológico. “Chegamos a uma média de 70% de parasitismo da praga e, em alguns locais, a até 100%. O uso do Nematec é extremamente eficaz, além de não prejudicar o meio ambiente”, atesta. Atualmente, a vespa-da-madeira está presente em cerca de 80% dos plantios de pínus no país, com áreas atingidas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, ou seja, em cerca de 1,4 milhões de ha, dos quase 1,7 milhão de ha plantados no país. Para o registro do Nematec, a Embrapa Florestas desenvolveu uma série de ações, junto aos órgãos do estado do Paraná, que resultaram em: a) Certificação de Registro à Embrapa Florestas, de fabricante e formulador do agente
de controle biológico - nematoide Deladenus siricidicola, emitido pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR), bem como na Autorização da ADAPAR para uso e circulação do produto NEMATEC no Estado do Paraná; b) Declaração de Dispensa de Licenciamento Ambiental Estadual (DLAE) do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), ao laboratório de entomologia florestal da Embrapa Florestas (fabricante/formulador da produção do nematoide Deladenus siricidicola). O laboratório também passou a fazer parte do Sistema de Gestão da Qualidade da Embrapa. “Foi uma ampla articulação entre atores internos e externos à Unidade”, ressalta Regina Siewert Rodrigues, analista da Embrapa Florestas que coordenou todo processo de registro, incluindo as ações de propriedade intelectual e de negócios do produto NEMATEC. “Em todas as fases deste processo fizemos importantes adequações em procedimentos, que trouxeram benefícios ao modo de produzir e disponibilizar o Nematec”, finaliza. REVISTA 100% CAIPIRA |33
Os verdadeiros guardiões das culturas sertanejas
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CULTURA CAIPIRA
Merecida homenagem ao Sr. Nivaldo Otavani A Associação Brasileira dos Artistas Sertanejos (ABAS) homenageou o pesquisador e historiador da música sertaneja raiz, que contou com a presença de vários amigos, duplas sertanejas e artistas da cultura caipira
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FLORICULTURA
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CRÉDITO RURAL
Produtores rurais terão alternativa para voltar a obter crédito em bancos
A equipe econômica do governo federal está preparando uma medida provisória que regulamenta o Fundo de Aval Fraterno e que será alternativa para a volta da tomada de crédito dos produtores rurais junto aos bancos e uma das soluções para as reivindicações do setor O endividamento rural foi o tema da reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária, semana passada. “Sempre que se vai buscar solução para problemas complexos como este, nós temos que levar um molho de solução, pois nenhum deles, sozinho, vai ser a solução para tudo. Não existe ferramenta única para uma construção, precisa de várias ferramentas”, afirma o presidente da FPA, deputado Alceu Moreira (MDB- RS). A proposta permite que os produtores rurais se reúnam em pequenos grupos, formando um fundo financeiro como forma de garantia para novos créditos junto à rede bancária. O sistema de aval cruzado teria grupos de 10 a 12 produtores que se avalizariam entre si. Além do produtor, indústria, banco e tesouro também participariam, já que estes últimos têm a intenção de mitigar os riscos de não pagamento por parte dos credores. Com a redução do risco, os juros ficariam mais baixos. A intenção é trazer de volta para o
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mercado ativo o produtor que se inviabilizou pelo crédito. “Toda vez que o produtor tem um fôlego, ele é engolido pelo sócio oculto. Se nós não garantirmos que o produtor tenha renda, ele continuará se endividando”, enfatiza Moreira. Segundo o coordenador da Comissão de Endividamento Rural, o deputado Jerônimo George (PP-RS), a ação dá ao produtor a condição de manejar suas garantias e manter o acesso de crédito junto aos bancos. “O que sai encarecendo ainda mais hoje é que o produtor tem que financiar fora dos bancos, com o risco desta operação, com o aumento do custo do dinheiro que, somado à falta de um seguro agrícola consistente no Brasil, faz com que o dinheiro do agro seja muito caro”, diz. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apresentou aos parlamentares os incentivos que os setores recebem do governo – agro-
pecuária, indústria, comércio e serviços. De acordo com a entidade, o setor agropecuário brasileiro é o que menos se beneficia de subsídios e, especialmente, de desonerações tributárias. O vice-presidente da Região Centro-Oeste da FPA, José Mário Schneider (DEM-GO) avalia que é existe um mito em torno do agro no Brasil. “Toda a população é beneficiada com estes incentivos, mas precisamos desmistificar e mostrar a importância dos outros produtos para que as pessoas entendam a importância da agropecuária brasileira”, diz. “Se tem um setor que gera emprego e balança comercial positiva todos os anos, um setor que tem dado certo nesse país e que traz divisas muito grandes nesse país é o setor agropecuário e nós queremos tratamento igualitário com os demais setores”, afirma Sérgio Souza, (MDB-PR), vice-presidente da FPA na Câmara dos DepuFonte: Só Notícias/Agronotícias tados.
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ARTIGO
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PESQUISA
Embrapa lança primeiro porta-enxerto para goiabeira resistente ao nematoide-das-galhas
Após quase dez anos de pesquisa, a Embrapa disponibiliza a primeira tecnologia altamente eficiente para o controle do o nematoide-das-galhas, que é, atualmente, o principal desafio da cultura da goiaba no país
Fonte: Embrapa Semiárido
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A cultivar BRS Guaraçá é uma planta híbrida, que mistura características de goiab eira e de araçazeiro, p ara s er utilizada como porta-enxerto. E la s erá lançada durante a solenidade de comemoração dos 46 anos da Empresa, no dia 24 de abril, em Brasília- D F. De acordo com o pesquisador da Embrapa Semiárido Carlos Antônio Fernandes S a n t o s , “a t e c n o l o g i a é a m e lhor opção para o enfrentamento da nematose da goiabeira, pois tem demonstrado resistência ao patógeno e alta compatibilidade com as mais importantes variedades comerciais. Além diss o, não apresenta custos elevados para obtenção de mudas, e é agronômica e ambientalment e s e g u r a e v i á v e l ”. A cultivar vem resolver um problema de dimensão nacional, p ois o patógeno Meloidog yne enterolobii já foi registrado em áreas de 19 est a d o s b r a s i l e i r o s . N o Va l e d o São Francis co (Per nambuco e Bahia), um dos principais polos de produção de frutas do país, sua presença destrutiva em pomares de goiabeira foi identificada em 2001, dizimando mais de metade da áre a c ult ivada na reg ião. A origem
araçazeiro como porta-enxerto, p orém com b aixa comp at ibilidade com as cultivares de goiabeira. O grupo de pesquisadores da Embrap a S emár ido, for mado também por José Mauro da Cunha e Castro e José Egídio Flor i, de cidiu, ent ão, investir em um estudo pioneiro para a obtenção de híbridos que reunissem a resistência ao nematoide característica do araçazeiro (Psidium guineense) e a compatibilidade com as variedades comerciais c o n f e r i d a p e l a g o i a b e i r a ( P. guajava). Assim, a BRS Guaraçá foi desenvolvida por meio de mel horamento genét ico, a p artir de cruzamentos de duas esp écies de Psidium, tendo como planta mãe um acesso de goiabeira e como planta p ai um de araçazeiro. Os materiais utilizados foram selecionados após avaliação de uma centena de genótipos de araçás resistentes ao parasita, coletados de Norte a Sul do país e também no Caribe. Procedimento similar foi realizado com goiabeiras, no entanto todas se mostraram totalmente suscetíveis ao patógeno. O híbrido resultante desse cruzamento possui 50% do genoma de goiabeira, minimizando a incompatibilidade com as cultivares copa, entre as quais o baixo porte d o a r a ç a z e i r o . “A B R S G u a r a çá apresenta planta de grande v i g o r, q u e a t o r n a i d e a l p a r a ser usada como porta enxert o”, e x p l i c a C a r l o s A n t ô n i o .
At é o m om e nt o, a s e s t r at é gias buscadas pelos grupos de pesquisa de diversos lugares do país para a solução deste grave problema fitossanitário envolviam métodos de cont role biológ ico, manej o integ r a d o e a p l i c a ç ã o d e i n s e t i c i - Av a l i a ç õ e s das, apresentando resultados Ap ó s a o bt e n ç ã o d o h í br i limitados ou ineficientes. Ta m b é m f o i t e s t a d o o u s o d o d o , a r e s i s t ê n c i a a o n e m a -
toide e a compatibilidade do porta-enxerto com as cultivares copa de goiabeira foram testadas por meio de inoculação artificial em ambiente controlado e de avaliações em camp o. Nos testes re a lizados no Campo Experimental de B eb e douro, da Embrap a S emiár ido (Pet rolina-PE), a BRS Guaraçá apresentou completa ausência do nematoide em sua fase infectiva, após cinco anos do transplantio e mesmo na presença endêmica do p atógeno no s olo. Já em áreas de produtores, os estudos identificaram, nas plantas pé f ranco, um número 500 ve zes maior do nematoide, em comp aração com o híbr ido. Nas avaliaçõ es do enxerto da BRS Guaraçá com as principais variedades comerc i a i s d e g o i a b e i r a – “ P a l u m a” e “ P e d r o S a t o” – , n ã o f o r a m observadas exsudações, rachaduras no caule das plantas enxertadas ou diferenças de diâmetro no local da enxertia, indicando a sua compatibilidade. As cultivares enxertadas apresentaram produção em torno de 40 toneladas de frutas por hectare, em colheitas realizadas 30 meses ap ós o t ransplant io, com a ltura das plantas superior a 2 metros. Como obter A Embrapa está atualmente em fase de licenciamento e disponibilização do material para os viveiristas contratados, por meio de edital, para comercialização da cultivar BRS Guaraçá. A lista e os contatos dos licenciados, bem como outras informaçõ es s obre o p or t a-enxer to, estão disponíveis. REVISTA 100% CAIPIRA |47
RECEITAS CAIPIRAS
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FEIJÃO VERDE TROPEIRO INGREDIENTES 500 gr de feijão verde 250 gr de carne seca 1 linguiça calabresa Bacon a gosto 1 maço de coentro 1 tomate picado 1 pimentão picado Alho, cebola e sal a gosto 1 colher de sopa de óleo 6 ovos de codorna Farinha de mandioca
PREPARO Corte a carne seca em cubinhos e cozinhe na panela de pressão por aproximadamente 20 minutos, escorra a água e lave a carne seca, reserve. Coloque o feijão verde para cozinhar em uma panela convencional tampada por aproximadamente uns 20 minutos, note que o feijão não deve ficar muito molinho, escorra e reserve. Corte o tomate, o pimentão, o bacon e a linguiça em cubinhos, em uma panela grande, coloque o óleo, o bacon, a carne seca e a linguiça para fritar, acrescente a cebola e o alho, doure. Coloque o tomate e o pimentão, deixe sair toda a água, coloque o feijão escorrido, misture bem, comece a colocar a farinha de mandioca até parecer uma farofa, experimente e veja se precisa de sal, por último coloque o coentro. Decore com os ovos de codorna.
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