edição 72 Revista 100% Caipira

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www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, junho de 2019 - Ano 7 - Nº 72 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Produção integrada de pimentão reduz os custos com defensivos em até 30%

O monitoramento de pragas e doenças durante o manejo da cultura do pimentão é capaz de reduzir em torno de 30% a aplicação de produtos químicos na lavoura

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Nutrição animal: Estudo mostra que suplemento eficaz na substituição do antibiótico

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Governo:

Santa Catarina quer estimular a produção de cereais de inverno para alimentação animal

Gestão:

Produtor terá descontos de até 70% em produtos e serviços no Bem+Agro

Aquicultura e pesca: Produção de tilápia cresce 11,9% e Brasil se consolida como 4º maior produtor mundial

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Artigo:

Produção integrada de pimentão reduz os custos com defensivos em até 30%


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Análise de mercado: Vaivém das Commodities acompanha 30 anos de evolução do agronegócio

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Gestão:

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Arroz: Orizicultores alcançaram a média máxima de 11.592 quilos por hectare

Cargill promove transparência no setor de Cacau

Algodão:

Clube da Fibra reúne cotonicultores e debater desafios e futuro da cadeia do algodão

Receitas Caipiras: Pimentão recheado REVISTA 100% CAIPIRA |

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AGRICULTURA

Tomate: Contaminação de mudas afeta produção de Sumaré (SP)

Brasil, junho de 2019 Ano 7 - Nº 72 Distribuição Gratuita

EXPEDIENTE Revista 100% CAIPIRA®

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Fonte: Cepea

As mudas de tomate transplantadas na região de Sumaré (SP) vêm apresentando problemas no enraizamento, devido à infestação de cancro bacteriano em um dos viveiros que produz as mudas locais S egundo agentes consu lt ados p elo Hor t if r ut i/C ep e a, no momento do t ranspl ant io, as mud as não apres ent avam sintomas; s omente ap ós 20 di as é que foi p ossível obs er var a cont aminaç ão. C ontudo, acre dit ava-s e que com um b om manej o, s er i a p ossível re c up erar as pl ant as, o que não aconte ceu. D e acordo com col ab oradores do Hor t if r ut i/C ep e a, a infest aç ão afetou p elo menos met ade d as pl ant as c u lt ivad as na reg i ão nest a pr imeira p ar te d a s af ra 6 | REVISTA 100% CAIPIRA

de inver no, o que cor resp onde a aproximad amente 1,5 mi l hão de mud as. Ness as l avouras, a pro dut iv id ade não de ve sup erar 150 c aixas p or mi l p és, o que aumentou expressivamente os c ustos unit ár ios, resu lt ando em prejuízo, ap es ar dos ele vados p at amares de pre ços no p er ío do. Muitos pro dutores de vem encerrar a s af ra neste mês e inici ar o s emeio em jun ho, p ara que os t ranspl ant ios o cor ram até ju l ho. A razão d a cont aminaç ão d as mud as aind a é des con he cid a.

Diretor geral: Adriana Reis - adriana@ revista100porcentocaipira.com.br Editor-chefe: Eduardo Strini imprensa@ revista100porcentocaipira.com.br Diretor de criação e arte: Eduardo Reis Eduardo Reis eduardo@ revista100porcentocaipira.com.br (11) 9 6209-7741 Conselho editorial: Adriana Oliveira dos Reis, João Carlos dos Santos, Paulo César Rodrigues e Nilthon Fernandes Publicidade: Agência Banana Fotografias: Eduardo Reis, Sérgio Reis, Google imagens, iStockphoto e Shutterstock Departamento comercial: Rua das Vertentes, 450 – Vila Constança – São Paulo - SP Tel.: (11) 98178-5512 Rede social: facebook.com/ revista100porcentocaipira A revista 100% Caipira é uma marca registrada com direitos exclusivos de quem a publica e seu registro encontra-se na revista do INPI Nº 2.212, de 28 de maio de 2013, inscrita com o processo nº 905744322 e pode ser consultado no site: http://formulario. inpi.gov.br/MarcaPatente/ jsp/servimg/validamagic. jsp?BasePesquisa=Marcas. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião desta revista, sendo eles, portanto, de inteira responsabilidade de quem os subscrevem.


NUTRIÇÃO ANIMAL

Estudo mostra que suplemento à

base

de

prebióticos,

probióticos e leveduras é eficaz na substituição do antibiótico Instituto de Zootecnia comprova que o produto é alternativa segura e saudável na nutrição animal para auxiliar no crescimento e engorda de animais de produção Nova p es quisa realizada em janeiro deste ano pelo Cent r o d e Pe s q u i s a e m B o v i n o s de Corte do Instituto de Zoote cni a de S er t ãozin ho, inter ior de São Pau lo, comprovou a eficiência de um suplemento mineral à base de prebióticos, probióticos e leveduras em substituição à monensina. Este aditivo é um conhecido representante dos antibióticos ionóforos e é amplamente utilizado no Brasil. O produto estudado foi o “+ E n g o r d a”, p r o d u z i d o p e l a e m p r e s a Nu t r i m a i s S a ú d e A n i m a l , que contém adit ivo probiót ico, levedura inativa e parede celular de levedura. A Saccharomyces cerevisiae é um dos tipos de le ve dura mais con he cido, comumente usada na produção de cer vej a, de v in ho, de p ão,

Fonte: Passo Avanti

de combustível e de vários agentes bioquímicos e terapêuticos. O Inst ituto, que p er tence à A g ê n c i a P a u l i s t a d e Te c n o l o gia dos Agronegócios, vinculada à Secretaria de Agricultura e Ab a s t e c i m e n t o d o E s t a d o d e São Pau lo, comp arou durante 84 dias o desenvolvimento dos animais da raça Nelore ou anelorados. Eles foram separados em dois grupos: um que recebeu a dieta contendo o produto em questão e outro com a dieta à base de monensina. A pesquisa concluiu que os bovinos de corte não sofreram qualquer prejuízo no des emp en ho, nas c arac ter íst ic as de carcaça e na qualidade e rendimento de cortes cárneos comerciais com a utilização do produto à base de levedu-

ra. Sendo assim, aparece como alternativa segura e saudável para nutrição animal. A inclusão de antibióticos na dieta de ruminantes tem gerado a ler t a no mundo inteiro, já que pode causar resistência bacteriana se utilizado const a n t e m e n t e . N a Un i ã o E u r o peia, o uso dos ionóforos já é proibido desde 2006 como medida preventiva. Já no Brasi l, os ant imicrobianos são de responsabilidade da Coordenação de Fiscalizaç ã o d e P r o d u t o s d e u s o Ve t e r i nário (CPV), ligado ao Minist é r i o d a A g r i c u l t u r a , Pe c u á r i a e Ab a s t e c i m e n t o . D e a c o r d o c o m a Po r t a r i a N º 1 7 1 , d e 1 3 d e dezembro de 2018, existe a intenção de proibição de uso de antibióticos com a finalidade d e c o m p l e m e n t a ç ã o a l i m e n t a r. REVISTA 100% CAIPIRA |

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Produção integrada os custos com defe ARTIGO

O monitoramento de pragas e cultura do pimentão é capaz d aplicação de produtos 8 | REVISTA 100% CAIPIRA


a de pimentão reduz ensivos em até 30%

doenças durante o manejo da de reduzir em torno de 30% a s químicos na lavoura

Por: Gislene Alencar - Embrapa Hortaliças REVISTA 100% CAIPIRA |

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A constatação é do entomologista Jorge Anderson Guimarães, responsável pelas pesquisas relacionadas à produção integrada na Embrapa Hortaliças (DF). A prática é um dos procedimentos recomendados pela produção integrada do pimentão (PIP) (veja quadro abaixo) e proporcionou a economia ao ser associada a outras medidas como o controle biológico de pragas. “Além de diminuir os custos com o uso dos insumos, essas práticas atendem a outra preocupação desse sistema de cultivo: assegurar a saúde do produtor”, explica o pesquisador, acrescentando que o agricultor geralmente opta pela aplicação pré-definida de produtos químicos, conhecida como “calendários de aplicação”. De acordo com Guimarães, essa prática, que não se resume ao pimentão, tem como consequência o uso desnecessário de produtos químicos, algumas vezes não registrados para

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a cultura. “Basicamente, esses dois procedimentos que vieram à tona nos relatórios do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) podem ser corrigidos com a adoção da produção integrada, uma vez que ela disciplina o uso de produtos químicos, restringindo a utilização àqueles recomendados e registrados”, explica o pesquisador. Alta Qualidade Frutos padronizados, sadios e com garantia de procedência e certificação. O passo a passo para que o pimentão de alta qualidade seja regra e não exceção no mercado brasileiro está contemplado na Instrução Normativa nº 40 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) - Norma Técnica Específica (NTE), que

regulamenta a Produção Integrada do Pimentão (PIP), publicada no segundo semestre do ano passado. No último relatório do PARA, referente ao período 2013/2015, foram analisadas em todo território nacional 243 amostras de pimentão, sendo que 214 delas apresentavam resíduos de agrotóxicos não autorizados para a cultura. Dessas, 21 foram consideradas insatisfatórias exclusivamente por conter resíduos não autorizados, mesmo em concentrações inferiores a 0,001 mg/kg. A gerente de Monitoramento e Avaliação do Risco da Gerência-Geral de Toxicologia da Anvisa, Adriana Pottier, reforça que alimentos resultantes de cadeias produtivas mais organizadas têm apresentado melhores resultados nos relatórios do PARA. Adriana lembra que quando foram realizados os primeiros relatórios existiam poucos agrotóxicos registrados para a cultura, ressal-


tando que os índices são relacionados a parâmetros agronômicos. Ela reforça que a Anvisa recomenda ao consumidor escolher alimentos da estação e que apresentem informações de origem. Outra orientação é redobrar os cuidados com a higienização dos produtos em casa. Origem da solução O pimentão está entre as quatro hortaliças mais sensíveis a pragas e doenças, com o agravante de existirem poucos produtos químicos registrados especificamente para a cultura. As consequências dessas duas questões se refletiram nos relatórios do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos da Anvisa, divulgados a partir de 2010. Os resultados apresentaram amostras de pimentão com altos índices de contaminação em virtude do uso de produtos químicos não registrados para a cultura e com limites de resíduos acima dos permitidos pela legislação. Esses resultados impulsionaram a demanda do ministério para que fosse elaborada a PIP, no início de 2013, com a assinatura do Termo de Execução Descentralizado (TED) entre o ministério e a Embrapa Hortaliças. Com a missão de estabelecer as boas práticas para essa cultura - que em 2017 ocupava uma área de 11.188 hectares em todo o Brasil e com produção de 555 toneladas -, pesquisadores da Embrapa Hortaliças (DF), com o apoio de técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) e de agricultores, identificaram os principais problemas enfrentados pelos produtores do Núcleo Rural de Taquara – maior produtor de pimentão do Distrito Federal. Os dados coletados em visitas e reuniões subsidiaram a elaboração de um conjunto de boas práticas agrícolas para a PIP, que estão contempladas em 12 publicações e relacionadas no documento “Nor-

mas Técnicas e Documentos de Acompanhamento da Produção Integrada do Pimentão”, editado pela Embrapa Hortaliças. As diretrizes sobre o processo de adoção da produção integrada do pimentão também constam na publicação. Passo a passo para cumprir a produção integrada A Norma Técnica Específica da PIP contempla 18 áreas, nas quais estão definidos os requisitos obriFonte: ABEEólica e proigatórios, recomendados

bidos para cada etapa do sistema de produção integrada. Para viabilizar esse sistema de produção, no qual se pode obter a certificação do produto com o selo “Brasil Certificado”, a NTE da PIP exige a aplicação de boas práticas agrícolas durante todas as fases de cultivo, colheita e pós-colheita. Essas boas práticas foram elaboradas por pesquisadores da Embrapa Hortaliças em parceria com a Emater-DF e outros parceiros. O documento orienta os produtores sobre os procedimentos que REVISTA 100% CAIPIRA | 11


devem ser tomados com relação a vários processos, como irrigação, nutrição e manejo do solo, monitoramento e manejo de pragas e doenças, orientações para a aplicação de agrotóxicos, manuseio dos frutos na pós-colheita e coleta de amostras para análises de resíduos. “Essas práticas possibilitam o manejo adequado desde a etapa de cultivo até a disponibilidade do alimento para a comercialização”, observa o pesquisador, enfatizando que qualquer agricultor pode implementar as boas práticas, independentemente da adesão à produção integrada. Todas as ações realizadas na condução da lavoura devem ser registradas em “cadernos de campo”. São essas anotações que vão possibilitar ao produtor atender às categorias “Registro de informações” e “Rastreabilidade”. Elas são exigidas no momento da etapa de fiscalização, que é realizada por meio de empresas credenciadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para a avaliação da conformidade e obtenção da certificação. A produção integrada no Brasil A Produção Integrada Agropecuária (PI-Brasil) contempla atualmente a cerca de 30 culturas, especialmente frutíferas para exportação, mas há também hortaliças, grãos, flores, plantas ornamentais, tabaco e produtos de origem pecuária. No Brasil, a PI passou a ser adotada em 2001 pela cadeia de frutas, seguindo os moldes do sistema que surgiu na Europa no fim da década de 1970. O agrônomo da Emater-DF Fabiano Carvalho foi um dos técnicos que contribuiu para a definição da classificação (obrigatório, recomendado, proibido) dos procedimentos que constam na Norma Técnica. Ele considera a produção integrada viável e relata que, pela sua experiência, as adequações que precisam ser efetivadas pelo agricultor estão relacionadas mais a procedimentos do que a investimento financeiro. “Percebemos 12 | REVISTA 100% CAIPIRA

que os produtores melhoram os processos de gestão e passam a conhecer a sua produção ao adotar medidas simples como o registro das decisões tomadas durante o cultivo”, enfatiza Carvalho. O técnico da Emater Carlos Banci, envolvido nas discussões sobre a elaboração do sistema de produção integrada, reforça que aqueles que buscam seguir as recomendações, principalmente, relacionadas às ações gerenciais, estão tendo resultados melhores que a média dos agricultores. Próximos passos Com a publicação da norma técnica específica e a disponibilização das boas práticas, os especialistas planejam a implantação de unidades demonstrativas em propriedades rurais. A fase posterior envolve treinamentos de técnicos e de produtores interessados em adotar o sistema de produção integrada. “É um processo que demanda tempo entre a adoção e a implementação de todos os itens listados na NTE até alcançarmos a etapa final de auditoria das propriedades por certificadoras acreditadas pelo Inmetro e a obtenção do selo”, reconhece o pesquisador da Embrapa. Cenário favorável para a PI no Brasil O pesquisador Jorge Guimarães acredita que esse sistema deve se beneficiar da publicação de duas instruções normativas sobre rastreabilidade e oferta de alimentos padronizados e de qualidade para comercialização, publicadas no ano passado. Os procedimentos que possibilitam a rastreabilidade ao longo da cadeia produtiva de produtos vegetais frescos, para fins de monitoramento e controle de resíduos de agrotóxicos, consta na Instrução Normativa Conjunta nº 02/2018, do ministério e da Anvisa. “Essa medida vem ao encontro do que preconiza a PI, ao

exigir do produtor o registro dos dados desde as fases de plantio até a pós-colheita. Ela tende a beneficiar também os produtores, uma vez que possibilita identificar a origem do problema em casos de irregularidades”, enfatiza. O especialista acrescenta que a IN nº 69/2018 também está alinhada ao resultado final do que propõe a produção integrada, que é oferecer produtos de alta qualidade. A medida prevê que mais de 50 produtos hortícolas comercializados no varejo ou no atacado tenham requisitos mínimos de qualidade, como padronização e estágios iguais de maturação. Para ele, o hábito do brasileiro de apalpar os frutos e selecionar os melhores ocorre porque não existe essa padronização. “Essas normativas permitirão o estabelecimento dos pilares para o avanço da produção integrada do pimentão, assim como de outras culturas no Brasil”, frisa. Sistema de cultivo exige produtores com perfil diferenciado O pesquisador Jorge Guimarães ressalta que a adesão à produção integrada é voluntária e requer agricultores com perfil diferenciado, comprometidos com a oferta de produtos de qualidade superior, considerando a sustentabilidade da produção e do meio ambiente. Os interessados devem se adequar às normas da PI e, entre outros compromissos, assinar contrato com empresa certificadora, registrar as atividades desenvolvidas na área de produção e fornecer amostras para análises de resíduos. Para o especialista, a produção integrada requer uma mudança de mentalidade ao considerar que o retorno financeiro não está propriamente no valor de venda do produto, e sim na melhoria da gestão da propriedade e na economia obtida com a realização das boas práticas. “A PI pressupõe mecanismos de monitoramento, análise de solos e de outros itens para avaliar


a necessidade real do uso de insumos. O ganho na PI é decorrente, muitas vezes, do que o produtor deixou de gastar de forma desnecessária na condução da lavoura”, esclarece. Divulgação e sensibilização Uma das ações de divulgação da produção integrada de pimentão ocorreu no segundo semestre do ano passado, na Festa do Pimentão em Itápolis (SP), onde há cerca de dez anos a hortaliça foi inserida em substituição à citricultura. O agrônomo Sílvio Carlos dos Santos, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) do estado de São Paulo, foi um dos pioneiros no incentivo ao cultivo de pimentão na região, que hoje contempla 15 municípios que produzem cerca de 2 milhões de caixas da hortaliça em 1,2 mil estufas. Ele também é um entusiasta da produção integrada e vem desenvolvendo esse trabalho de disseminação da PIP, visando a obtenção do selo de qualidade e a rastreabilidade para os produtores da região. Santos afirma que alguns agri-

cultores estão tendo bons resultados com a adoção do controle biológico, que é uma das boas práticas recomendadas pela PI. “Estamos conseguindo redução de até 50% de aplicação de insumos químicos. O produtor tem receio de alterar o que vem fazendo há anos. Por isso, estamos indo devagar”, conta o agrônomo, que vai incentivar os produtores a fazerem monitoramento de pragas e doenças. A grande maioria dos produtores da região de Itápolis é formada por agricultores de base familiar. É o caso de Devanir de Oliveira, de 46 anos. Na chácara de três alqueires onde mantém uma lavoura diversificada, ele instalou uma estufa para produção de pimentões vermelho e amarelo. A expectativa é conseguir colher na primeira safra, que teve início em abril, 3 mil caixas de pimentão nobre. Com a ajuda da filha Rafaela, ele está seguindo as orientações repassadas pelo técnico da Cati sobre uso de produtos para o controle de pragas e doenças, baseadas na realização do monitoramento de pragas. “Nós utilizamos principalmente os biológicos, mas intercalamos com químicos quando a praga se mostra mais forte”, conta Rafaela, acrescen-

tando que os pés de pimentão estão bem carregados. O agricultor diz que não está tendo dificuldades em seguir as orientações. “Alguns produtos precisam ficar na geladeira. É um pouco trabalhoso, mas a gente precisa se preocupar com a saúde e também cuidar do meio ambiente para os nossos filhos”, conta Devanir, que cita a exigência da rastreabilidade como mais um motivo para adotar as boas práticas na lavoura. Sistemas com certificação nacional Em âmbito nacional, os sistemas de produção integrada e de produção orgânica são os únicos passíveis de obtenção de certificação reconhecida pelo Ministério da Agricultura. Nos dois casos, é preconizado o uso das boas práticas agrícolas, ambientais e trabalhistas pré-determinadas na condução da cultura. Na produção orgânica, são proibidas aplicações de agrotóxicos e fertilizantes químicos. Na produção integrada, o uso de produtos químicos é permitido, dentro de limites determinados que não interfiram na sanidade do alimento, na saúde do produtor e no meio ambiente.

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PESQUISA

Sêmen refrigerado eleva taxas de prenhez em bovinos Pesquisadores obtiveram melhoras significativas ao utilizar o sêmen refrigerado na inseminação artificial bovina em comparação aos gametas congelados O trabalho foi feito pela Embrapa no Pantanal com a participação da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP). Os cientistas constataram um aumento de dez pontos percentuais nas taxas de prenhez. “Ou seja, em vez de atingir 50% de prenhez após a inseminação, que era o previsto, com o uso do sêmen refrigerado chegamos a 60%, obtendo 20% de bezerros a mais com essa técnica”, conta a pesquisadora Juliana Corrêa, da Embrapa Pantanal (MS). As primeiras pesquisas coletaram o sêmen de três touros melhoradores em uma propriedade próxima a Corumbá (MS) e o levaram, refrigerado a cinco graus, de avião a uma fazenda no município de Pantanal do Paiaguás, no mesmo estado, para usá-lo na inseminação 14 | REVISTA 100% CAIPIRA

das fêmeas 24 horas após a coleta. O estudo comparou cerca de 400 bovinos sob essas condições; outras 400 vacas foram inseminadas com protocolos regulares, utilizando sêmen congelado dos mesmos animais. “Tivemos 49,9% de prenhez com o congelado e 59,9% com o refrigerado. É um número bem significativo”, atesta a cientista da Embrapa. Por que funciona? De acordo com Corrêa, o sêmen refrigerado é colhido, diluído e mantido a uma temperatura de cinco graus até o momento da inseminação. Já o congelado, aplicado frequentemente em biotécnicas como a inseminação artificial em tempo fixo (IATF), é colhido e mantido

a -196 °C até seu uso. Na IATF, programa-se a inseminação de várias fêmeas em um mesmo período. Para a pesquisadora, o aumento das taxas de prenhez obtidas com o sêmen refrigerado ocorre pela preservação da membrana plasmática do espermatozoide, que sofre variações menores de temperatura em relação ao congelado - aumentando, assim, sua viabilidade. A pesquisadora explica que, para que o sêmen congelado chegue à temperatura de 196 °C negativos do nitrogênio e seja descongelado depois a 37 graus, as células passam por muitos procedimentos. Esses processos lesionam algumas delas e cerca de 50% do lote acaba perdendo a viabilidade. “Muito do material que temos dentro de uma palheta é perdido por causa do procedimento”, con-


ta. Para contornar o problema, a equipe passou a investigar a viabilidade do sêmen refrigerado. O desafio envolveu a determinação da temperatura em que o sêmen deveria ser mantido, por quanto tempo poderia ser conservado após a coleta e outros fatores. Nicho para o veterinário de campo Corrêa esclarece que a utilização do sêmen refrigerado requer um profissional qualificado, assim como o trabalho com outras biotécnicas aplicadas nos rebanhos bovinos. Portanto, avaliar questões relacionadas à disponibilidade de profissionais capacitados é fundamental para que o investimento tenha sucesso. “Para se trabalhar com a própria IATF é preciso estrutura e pessoal qualificado para aplicar os hormônios ou inseminar os animais. É um nicho de mercado para o veterinário de campo que faz essa IATF, por exemplo. Ele já vai estar na fazenda para a inseminação; se treinar para manipular o sêmen dessa maneira, pode coletar o material, agregar valor ao seu trabalho e ainda aumentar a taxa de prenhez do rebanho que atender”, recomenda a especialista. Logística também é um fator importante, mas a pesquisadora assegura que o uso do sêmen refrigerado demanda poucas exigências para sua efetividade. Prova disso foi o sucesso da sua aplicação na região do Pantanal, que por vezes oferece dificuldade de acesso às propriedades e aos animais em função da grande extensão das fazendas. “Uma vantagem da técnica é que, como você não congela o material, não temos as desvantagens do descongelamento. Tiramos as palhetas da caixa, que chegaram a cinco graus, e já montamos o aplicador. Não colocamos na água para descongelar. Por isso, o processamento é mais simples.” A cientista frisa os cuidados de manuseio da caixa com o material, pois ele pode sofrer choque térmico durante a abertura. “Testamos o sêmen a cinco graus (...), pensando no nosso calor. Quando abrimos aquela caixa, ela já vai de cinco graus para quinze”, revela. Corrêa ressalta ainda a importância de se trabalhar com touros melhoradores nesse processo. “Não queremos usar o

sêmen refrigerado de qualquer animal. Já que o produtor paga mais caro pelo touro melhorador (...), compensa fazer a IATF com esse sêmen para aumentar a prenhez e ter mais chances de difundir esse material genético ao mesmo tempo, tendo maiores vantagens no retorno do investimento e na qualidade dos animais que ele vai produzir.” Novos estudos sobre a durabilidade As pesquisas com a equipe da Embrapa Pantanal focam, agora, na relação entre a longevidade do período de resfriamento e as taxas de prenhez, investigando fatores relacionados à durabilidade do material. “Após o resultado satisfatório do sêmen refrigerado, utilizamos e comparamos o sêmen com 24 e 48 horas de resfriamento. Esses experimentos foram realizados durante a estação de monta 2017/2018”, conta a cientista. Até o momento, os pesquisadores não verificaram diferenças significativas nas taxas de prenhez entre os materiais nesses intervalos. “Isso é muito bom pois mostra que, se usarmos o sêmen em até 48 horas depois de ser processado, manteremos a prenhez”, comemora. Já os experimentos realizados durante a estação de monta 2018/2019 comparam a utilização do sêmen refrigerado a 24, 48 e 72 horas após a coleta. “Estamos avaliando o intervalo de 72 horas para ver em que momento essa taxa cai e quando ela fica igual à obtida com o congelado. Essa informação é essencial para aumentar o uso do sêmen refrigerado, pois facilitaria sua logística.” A equipe também testa diferentes tipos de palhetas e diluidores. A pesquisadora conta que, na Nova Zelândia e Irlanda, o sêmen refrigerado é usado para inseminar vacas leiteiras, buscando objetivos diferentes da pecuária de corte brasileira. Naqueles países, o alvo é otimizar o uso do touro reprodutor porque vários produtores trabalham com o mesmo animal - aquele que vai dar mais filhas com alta produção de leite. No Brasil, é usada uma

concentração de 25 milhões de espermatozoides em uma palheta. Lá, utilizam de um e meio a dois milhões por palheta de sêmen refrigerado. Ao diminuir a concentração, aumenta-se o número de palhetas. “Conosco acontece o contrário: não precisamos diminuir a dose. Queremos continuar com doses semelhantes às do congelado para aumentar a prenhez, que é o que deu certo”, revela. Ela conta que, naqueles dois países, são usadas palhetas específicas para o sêmen refrigerado, elaboradas com materiais que impedem a entrada de oxigênio. “No refrigerado, você diminui o metabolismo da célula, mas não o interrompe como acontece com o congelado. Ela continua tendo respiração celular e isso causa danos na membrana por causa do stress oxidativo.” A palheta, que chegou ao Brasil em função da linha de pesquisa da Embrapa e Esalq-USP com o sêmen refrigerado, faz parte dos estudos atuais para determinar se ela proporciona diferenças significativas em relação às palhetas comuns. Os resultados das novas investigações são esperados para 2019. Programa Mais Precoce O arranjo + Precoce é um conjunto de projetos de pesquisa executado desde 2014 pelos pesquisadores da Embrapa Gado de Corte e Embrapa Pantanal. A proposta busca alinhar-se aos problemas enfrentados pela cadeia do novilho precoce e tem como instituições parceiras a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Federal do Ceará (UFC) e Universidade Estadual de Londrina (UEL); a Associação Brasileira de Produtores Orgânicos (ABPO) e a Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores de Novilho Precoce (ASPNP). Em 2019, a equipe disponibilizará uma plataforma web com os dados de vários sistemas de produção do novilho precoce, permitindo ao usuário simular qual será o retorno econômico desses sistemas em sua própria realidade. Fonte: Embrapa Pantanal REVISTA 100% CAIPIRA | 15


GOVERNO

Santa Catarina quer estimular a produção de cereais de inverno para alimentação animal

Fonte: Assessoria de Imprensa Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca de SC

Santa Catarina trabalha na criação de um plano para estimular a produção de cereais de inverno voltado para ração animal Santa Catarina trabalha na criação de um plano para estimular a produção de cereais de inverno voltado para ração animal. Esta pode ser uma alternativa importante para abastecer o setor produtivo de carnes em constante expansão no estado. Governo do Estado, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), iniciativa privada e representantes dos produtores rurais querem incluir o trigo, aveia e cevada na alimentação de suínos e aves, diminuindo a demanda por milho. O assunto foi debatido durante reunião nesta quinta-feira (16) em Florianópolis. “Santa Catarina tem um déficit de 4 milhões de toneladas de milho por ano, que são importados de outros estados e países. Acreditamos que a produção de outros cereais para complementar a ração animal pode ser um passo importante para garantir a competitividade do agronegócio catarinense a longo prazo. Além de trazer uma alternativa de renda para os produtores rurais de Santa Catarina, que poderão aproveitar as lavouras também no período de inverno” ressalta o secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Ricardo de Gouvêa. 16| REVISTA 100% CAIPIRA

O uso de cereais de inverno, como o trigo, cevada e aveia, para alimentação animal não é novidade, essa já é uma prática comum em outros países e que pode ser aplicada também em Santa Catarina. Embora no Brasil não existam cultivares desenvolvidas especificamente para produção de ração, os agricultores poderão utilizar algumas sementes já disponibilizadas pela Embrapa. “Os cultivares que não tem um perfil tão estável para a panificação podem ser utilizados na ração sem problema nenhum. Inclusive com uma boa produtividade por hectare. Além disso, outros cereais como a cevada, aveia e triticale também são alternativas que podem compor a ração animal”, explica o pesquisador da Embrapa Trigo, Eduardo Caierao. A intenção é dar condições para que os produtores rurais ocupem suas lavouras no inverno para a plantação desses cereais, que traz mais uma alternativa de renda, dilui os custos do produtor e não interfere na safra de verão. “O trigo pode ser utilizado como um ingrediente normal nas rações. Para viabilizar a produção em Santa Catarina devemos pensar em um fator fundamental: o cus-

to dos cereais deve ser competitivo tanto os produtores como para as agroindústrias. Toda cadeia produtiva deve estar comprometida para que o projeto tenha sucesso”, afirma Gouvêa. O secretário lembra ainda que o incentivo para produção de cereais de inverno vem complementar as outras ações desenvolvidas pelo Estado para aumentar o fornecimento de insumos. Santa Catarina trabalha para viabilizar a Rota do Milho, trazendo o grão do Paraguai diretamente para o Oeste, além de executar o Programa Terra-Boa, que apoia a produção de milho de alta qualidade. Milho em Santa Catarina O milho é fundamental para abastecer as cadeias produtivas de proteína animal instaladas em Santa Catarina. O estado é o maior produtor nacional de suínos, segundo maior produtor de aves e se destaca também na produção de leite. Isso levou o agronegócio catarinense a um consumo de 7 milhões de toneladas de milho por ano, com uma produção média de 3 milhões de toneladas.


PESQUISA

Tomilho e orégano reduzem metano emitido pelo gado

Pesquisa foi realizada pela USP Os óleos essenciais contidos em temperos como tomilho e orégano podem reduzir a quantidade de metano emitido pelos bovinos através de suas fezes. De acordo com uma pesquisa realizada pela Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da Universidade de São Paulo, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é possível adicionar o complemento na ração dos animais. Segundo indicou a zootecnista Gabriela Benetel, autora da pesquisa, houve cerca de 75% de redução da produção de gases acumulados em condições ruminais nos ensaios in vitro, ou seja, em

situação semelhante ao que aconteceria com o animal em seu processo digestivo. Ela explicou que esses óleos apresentam propriedades antibacterianas, antifúngicas e antioxidantes, “melhorando a qualidade da digestão animal e favorecendo a fermentação. Os ruminantes são uma das poucas fontes produtoras de CH4 que podem ser manipuladas”, explica. “Os experimentos com os animais foram feitos a partir da análise de amostras obtidas na cavidade do rúmen, a região abdominal onde o bolo alimentar sofre fermentação pela ação de bactérias, protozoários e fungos e também

há a produção de grande quantidade de gases, entre eles o metano. Na ração dos animais, composta de 70% de silagem de milho e 30% de concentrado à base de milho e farelo de soja, foram adicionados 3 mililitros (ml) de óleo essencial por quilo de alimento oferecido aos bois”, afirmou a Universidade. A tese Uso de óleos essenciais com estratégia moduladora da fermentação ruminal para mitigação das emissões de metano por bovinos Nelore foi apresentada na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, sob orientação de Ives Cláudio da Silva Fonte: Agrolink Bueno. REVISTA 100% CAIPIRA |17


AVICULTURA

O desafio de combater o “peito amadeirado” em frangos de corte A avicultura de corte é uma das atividades de maior crescimento no mundo Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, a produção global de carne de frango deve girar em torno de 92 milhões/t, em 2019. No Brasil, a produção aproxima-se de 14 milhões/t/ano, com consumo per capita próximo de 45 kg/hab/ano. “O aumento da oferta é impulsionado pela alta demanda dos consumidores por produtos de qualidade e preços acessíveis”, explica Paulo Portilho, CEO da Auster Nutrição Animal. “E isso só é possível devido à evolução dos processos de melhoramento genético, nutrição, sanidade e manejo, tornando a atividade eficiente e competitiva em relação a outras proteínas de origem animal”, complementa o dirigente. Rodrigo Braghim Slembarski, gerente de Mercado Aves de Corte da Auster destaca que “os frangos de corte produzem carne com maior eficiência e em menor tempo. “Um outro ponto importante a destacar é que as aves passaram por intenso processo de melhoramento genético, que permitiu a seleção com maior deposição de músculo no peito”, explica Slembarski. Um desafio que ganha importância e 18| REVISTA 100% CAIPIRA

Fonte: Imprensa Auster

está relacionado ao aumento da taxa de crescimento das aves é o aumento da incidência de miopatias no peito, como o peito amadeirado (woody breast), principalmente no músculo peitoral maior. Filés com a condição de peito amadeirado mostram evidências de aumento de massa muscular, degeneração das fibras, necrose, variabilidade do tamanho das fibras, infiltração lipídica, aumento da fibrose e células inflamatórias, ocasionando dureza e rigidez anormais à palpação no filé e aspecto geral negativo na qualidade da carne. Rodrigo Slembarski destaca que a lesão do peito amadeirado pode ser observada facilmente e é classificada como normal, moderada e severa. “É considerado peito normal aquele que tem boa aparência com coloração e textura característica, não causando restrição em termos de aquisição do produto pelos consumidores”, diz. Já na lesão moderada, “observa-se coloração mais pálida e aumento moderado da rigidez das fibras musculares, devido à deposição de tecido conjuntivo fibroso, podendo ter partes do músculo peitoral superior bem mais rígidas, oca-

sionando a condenação parcial do peito. E, na lesão severa, o peito apresenta coloração esbranquiçada, rigidez devido à alta deposição de colágeno”. Considerando as condenações na linha de abate, o tema tem sido desafiador para as indústrias produtoras de frangos pesados, tendo em vista o descarte parcial e até total das carcaças. “Por conta do grande impacto no setor produtivo, o tema vem sendo tratado com atenção por pesquisadores, indústrias e produtores na tentativa de minimizar os efeitos decorrentes dessa lesão. Os geneticistas têm trabalhado na seleção genética para desenvolver animais com menor propensão à miopatia, porém este é um processo lento e complexo. Paralelamente, a nutrição trabalha com o intuito de minimizar a incidência do peito amadeirado, realizando pesquisas com diferentes níveis nutricionais de aminoácidos, vitaminas, minerais e aditivos, como por exemplo o uso de altas doses de fitase. Ou seja, a estratégia é utilizar ferramentas que nos auxiliam a reduzir a incidência e minimizar as perdas econômicas”, explica o gerente de Mercado Aves de Corte da Auster Nutrição Animal.


SAÚDE ANIMAL

Eu quero vacinar meus animais contra aftosa Sabemos que a febre aftosa é uma doença de terceiro mundo e que fere a imagem do Brasil, segundo maior produtor de carne bovina do mundo e quarto maior produtor de carne suína

O

programa de vacinação obrigatória do rebanho bovino brasileiro contra febre aftosa é uma das melhores iniciativas da pecuária nacional para impedir o aparecimento de uma doença que, comprovadamente, causa sérios prejuízos econômicos para os criadores e irreparáveis danos à imagem do Brasil como fornecedor de carne bovina. Mesmo assim, o Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa deverá, muito em breve, acabar com a vacinação contra a doença, sob o pretexto de que, livre da aftosa sem vacinação, nosso país terá as portas do mercado internacional de carnes (bovina e suína) escancaradas para a produção nacional. Sabemos que a febre aftosa é uma doença de terceiro mundo e que fere a imagem do Brasil, segundo maior produtor de carne bovina do mundo e quarto maior produtor de carne suína. Porém, também é fato que a vacinação contra essa terrível enfermidade

protege de maneira inquestionável os rebanhos brasileiros. Tanto é verdade que o último caso ocorreu em 2006. Não questiono a proposta de fim da vacinação. Claro, o ideal é deixar de vacinar o gado. Mas questiono a maneira como o processo está sendo conduzido. Parece que se pretende acelerar a decisão, quando o que importa na verdade não é o possível ganho econômico com o eventual crescimento das exportações de carnes, mas a efetiva proteção do rebanho brasileiro contra a febre aftosa. Analisando ainda mais profundamente essa questão, me pergunto se nós, pecuaristas, seremos realmente beneficiados com o prematuro fim da vacinação obrigatória. Seremos? Considero absolutamente aceitável o custo anual de cerca de R$ 3,00 por duas doses de vacina, aplicadas em duas oportunidades no ano. Então, com o fim próximo da vacinação obrigatória, vou economizar R$ 3,00 por cabeça de gado. Mas o que vou ganhar a mais pela arroba comercializada com o frigorífico? Será que somente

o custo da vacina/ano é suficiente para eu arriscar a sanidade do meu rebanho contra uma doença traiçoeira como a aftosa? Não estou convencido. O ponto central dessa questão é que, como pecuarista, quero ter tranquilidade de que a aftosa não me incomoda, que meus animais estão protegidos. Hoje estou tranquilo. Sem a vacinação, certamente dormirei mais preocupado. O que também está merecendo uma explicação mais detalhada das autoridades é que com o fim da vacinação obrigatória os pecuaristas não poderão imunizar mais os seus animais contra a aftosa. Em outras palavras: hoje, a vacinação é exigida por lei; depois, se você vacinar será punido pela mesma lei. Tem também a questão das fronteiras secas. O Brasil tem mais de 17 mil km de divisas com países vizinhos. Eles já avisaram que não deixarão de vacinar seus animais. Mas o que acontece se os seus bovinos ultrapassarem as fronteiras e vierem para o lado brasileiro? Estamos realmente preparados para vigiar com eficácia o tráfego de bovinos com os países vizinhos? E se, por ventura, houver algum surto. Claro, o vírus da aftosa pode ser transmitido pelo ambiente. Teremos vacina em estoque para tomar medidas rápidas e eficazes? São muitas perguntas sem respostas claras. Não consigo entender para que acelerar esse processo, sendo que o programa de vacinação obrigatória funciona muito bem. O tempo dirá se vamos comemorar vitória ou vamos lamentar uma dolorosa derrota. Paulo de Castro Marques, pecuarista, proprietário da Casa Branca Agropastoril, programa de melhoramento genético das raças Angus, Brahman e Fonte: Texto Comunicação Simental REVISTA 100% CAIPIRA | 19


GESTÃO

Produtor terá descontos de até 70% em produtos e serviços no Bem+Agro O Bem+Agro, programa de benefícios do Sistema CNA/Senar/ Instituto, traz uma série de ofertas exclusivas aos produtores rurais Os descontos vão de 5% até 70% em produtos e serviços, como cursos, passagens aéreas, exames laboratoriais e aquisição de máquinas. O coordenador do Departamento Sindical da CNA, Wilson Brandão, afirmou que o programa nasceu como complemento à atuação representativa do Sistema CNA por meio de recompensas ao apoio, fidelização e engajamento dos produtores. “A CNA já firmou convênio com 35 parceiros que permitirão a aquisição, com condições diferenciadas, de eletroeletrônicos, medicina diagnóstica, viagens nacionais e internacionais, transporte aéreo de cargas, medicamentos e perfumaria, seguros, materiais esportivos, roupas e acessórios e até aluguel de veículos”. Entre as empresas conveniadas estão: Laboratórios Sabin, Carrefour, Netshoes, Latam Airlines, Horus Aeronaves, Asus, Avon, Electrolux, Hoteis.com, Timberland, Petz, Phillips, Spray Plan, L’Occitane, Sephora, Movida, Wiz Corporate, Senar e E-lens. Para conhecer o programa é só acessar o site www.bemmaisagro.com. br ou baixar o aplicativo Bem+Agro e fazer o cadastro. Em seguida realizar 20| REVISTA 100% CAIPIRA

Fonte: Assessoria de Comunicação CNA/SENAR

ações que gerem pontos “agros” para acúmulo estão divulgadas na página trocar por descontos em diversos pro- “Ganhe Agros”. dutos e serviços. Abaixo algumas perguntas e resComo são distribuídos os agros postas sobre o programa. pela contribuição sindical? Quem pode participar?

Ao realizar a contribuição sindical facultativa, o produtor rural receberá Produtores rurais que estiverem 20.000 agros. Os agros são distribuadimplentes com a Contribuição Sin- ídos por CPF adimplente e não por dical Rural facultativa. quantidade de propriedades. O que são agros? Os agros são pontos virtuais, sem valor monetário, que serão distribuídos aos usuários cadastrados no programa, como forma de reconhecimento e recompensa pelo relacionamento do produtor rural com o Sistema CNA. Os agros poderão ser utilizados (resgatados) dentro da plataforma Bem+Agro. Como posso acumular agros?

Como faço uso do benefício resgatado? Cada parceiro tem uma condição de uso do benefício. Antes de concluir o resgate, verifique os termos de uso na página da oferta. Todos os cupons resgatados ficarão disponíveis para uso na página “Minhas compras”, pelo link www.bemmaisagro.com.br/minhascompras. Posso converter meus agros em dinheiro?

Há diversas formas de acúmulo de agros. Principalmente o nível de engaOs agros, além de individuais e injamento do participante com o progra- transferíveis, não podem ser distribuma Bem+Agro e com o Sistema CNA/ ídos ou convertidos, total ou parcialSenar/Instituto. Todas as formas de mente, em dinheiro.


GOVERNO

Processo de modernização da

Conab prevê desimobilização de 27 unidades da rede armazenadora Conab iniciou o processo de desimobilização da rede armazenadora, uma das estratégias previstas no plano de modernização da empresa

Fonte: CONAB

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) iniciou o processo de desimobilização da rede armazenadora, uma das estratégias previstas no plano de modernização da empresa. A ação é resultado de um estudo elaborado no ano passado, que envolveu tanto a área de armazenagem quanto gestores e todas as superintendências regionais do órgão, que participaram da avaliação cujo diagnóstico resultou em um ranking das unidades que serão desvinculadas. O plano de desimobilização, que foi aprovado pela Diretoria Executiva e pelo Conselho de Administração da Conab, prevê uma menor atuação do governo nos locais onde o setor privado tem maior presença no mercado. Com isso, 27 Unidades Armazenadoras (UAs) devem ser desligadas da rede. Do total, 13 estão na região Centro-Oeste, sendo Goiás e Mato Grosso do Sul os estados que terão a maior quantidade fechada, com 5 e 6 unidades, respec-

tivamente. Nas outras regiões serão 5 unidades do Sudeste, 4 do Norte, 3 do Nordeste e 2 do Sul. Para chegar a esses índices, as UAs foram divididas de acordo com sua função social ou de suprimento, a partir de critérios diferenciados. Nas unidades com função voltada para apoio ao produtor, foram utilizados parâmetros como o tipo de produto armazenado, taxa média de ocupação do armazém, volume de produção da região que a unidade atende, entre outras. Já para as de abastecimento, além dos critérios econômicos, foram consideradas também as questões sociais que tiveram maior peso na avaliação. “A medida não afetará a execução das políticas de abastecimento e de apoio ao produtor que continuarão a ser operadas nos locais onde hoje atuam”, afirma o presidente da Conab, Newton Araújo Silva Júnior. “Nosso objetivo é intensificar a atividade da empresa onde ela é necessária, de modo

a garantir uma gestão mais eficiente dos gastos públicos”. De acordo com o presidente, o processo será feito em etapas, mas a previsão é que sejam desvinculadas primeiramente as unidades que estão atualmente cedidas à Conab, que serão devolvidas ao patrimônio de suas instituições de origem. Ao final, a desimobilização deve reduzir os gastos da Companhia em pelo menos R$ 6,2 milhões ao ano, somente com custos operacionais. Os empregados lotados nessas unidades serão realocados em outras áreas operativas da estatal. A partir da efetivação do plano, as unidades armazenadoras da Companhia devem sair de 92 para 65. Vale lembrar que esse montante não se refere ao número de imóveis, uma vez que as UAs são formadas por grupos de armazéns e estruturas administrativas. Atualmente, a Companhia possui 167 armazéns em operação e, com o plano, espera-se que haja uma redução de 39. REVISTA 100% CAIPIRA |21


GESTÃO

Brasil é a aposta do mundo para garantir segurança alimentar Ex-ministro

da

Agricultura,

Roberto

Rodrigues, participa do ENCA no dia 4 de junho para falar sobre ‘As perspectivas do agronegócio brasileiro’

As perspectivas para o agronegócio no Brasil em 2019 são positivas. O mundo aposta no Brasil. É o que afirma Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Agronegócio da FGV e ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Roberto abrirá a tarde de palestras no primeiro dia do Encontro Nacional das Cooperativas Agropecuárias (ENCA), realizado em Campinas (SP), nos dias 4 e 5 de junho. De acordo com Roberto Rodrigues, o sistema da segurança alimentar é de extrema importância global. Ele conta que a ONU, cujo papel é garantir e defender a paz universal, fez um estudo para 2050, mostrando que o mundo terá 9 bilhões de habitantes e a porção de alimentos precisa crescer 60%. “Todos os estudos sérios de caráter planetário indicam que a segurança alimentar depende fundamentalmente do 22| REVISTA 100% CAIPIRA

Brasil, porque temos a melhor tecnologia tropical do mundo e os números mostram isso com clareza. Crescemos mais em produtividade do que em área plantada, temos terra para incorporar o sistema produtivo e temos gente muito boa fazendo agricultura, jovem e competente. Esses fatores, nenhum outro país do mundo tem e isso dá condições de sermos o grande supridor de alimento e, portanto, o indutor da paz, afinal, só haverá paz quando não houver fome”, analisa. Segundo Rodrigues, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com dados Fundação de Apoio Universitário (FAU) vem mostrando que em 10 anos a oferta mundial de alimento vai crescer 20% em termos globais para que não haja fome no mundo. “Parece tranquilo, mas não é. Os EUA, Canadá, China,

Índia, Rússia são produtores mundiais e podem crescer no máximo 11%. Para que o mundo cresça 20% na oferta de alimentos em 10 anos o Brasil tem que crescer 40%. Há uma demanda global, de fora para dentro, inédita na história do Brasil e o mundo pede que aumentemos nossa produção”, conta. Se o Brasil é capaz? Sim, mas para crescer, explica Roberto Rodrigues, é preciso ter estratégias que contemplem questões macro econômicas, como reformas da previdência, tributária e política, como elementos que gerem confiança para investimentos e alguns temas que vão depender muito de dinheiro de fora. Também é preciso ter investimentos maciços em logística e infraestrutura. “O grande gargalo hoje no Brasil é a logística, isso inclui rodovia, ferrovia, postos e ter ação em pesquisa e tecnologia para que ocorra


sem desmatamento exagerado e com sustentabilidade e política comercial ativa para que passe pela formulação de acordo bilaterais relevante. Tem que ter política pública ligada ao seguro rural. É preciso investir em seguro de renda para o campo para que haja estabilidade na atividade produtiva”, explica. Ainda na avaliação do coordenador do Centro de Agronegócio da FGV é preciso pensar na sustentabilidade. “Em especial, na produção da agroenergia, porque à medida que hoje é feito álcool de milho, terá uma competição do milho para alimentação e para a energia. Toda problemática da sustentabilidade em todos os biomas no Brasil tem que ser olhada cada qual com tecnologias diferentes e específicas para que haja exploração sustentável sem exagerado desmatamento, pre-

servando os recursos naturais”. Na visão de Roberto, não dá para falar de alimento sem comunicar. Por isso, ele explica que precisa ter comunicação que mostre ao país que alimentar o mundo não é papel só dos agricultores, mas do Brasil inteiro. Precisa ter uma política industrial, articulação entre público e privado, rural e urbano para compor uma política para próximos anos. Cooperativas: braço econômico da organização Roberto explica que o momento é complexo, mas as cooperativas têm uma vantagem sob os demais setores porque têm gestão moderada e correm menos riscos. Para ele, elas têm condições mais adequadas para enfrentar os desafios econômicos. “Os modelos de

crédito cooperativo no mundo mostram isso. Os bancos comerciais sofrem mais do que banco cooperativos, adicionalmente como são instituições inclusivas – podem ajudar qualquer governo democrático a avançar adequadamente. O que diferencia o país subdesenvolvido do desenvolvido é o grau de organização de sua sociedade. As cooperativas são braço econômico da organização na sociedade e podem ser elemento decisivo para que o país saia da crise e avance de maneira consistente, inclusive do ponto de vista da segurança alimentar. As cooperativas são responsáveis por 50% de poder agrícola no Brasil e isso tem um peso enorme até em termos globais, pois, elas podem servir de exemplo para que o país chegue ao modelo de campeão mundial que tanto almejamos”, conclui. Fonte: Serifa Comunicação REVISTA 100% CAIPIRA | 23


Aviação agrícola x drones TECNOLOGIA

Especialistas dizem que há espaço para os dois tipos de serviço

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A aviação agrícola no Brasil começou em 1947 para conter um ataque de gafanhotos em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Ao longo dos anos a prática foi s e expandindo para culturas como café, soja, algo dão e mo dernizando os equipamentos e técnicas de pulverização para melhor controle de pragas e aproveitamento dos agro químicos. Já as aeronaves não tripuladas ou drones surgiram na década de 60 mas longe da agricultura, com f ins militares. Os multi-rotor são os mais conhecidos. Possuem limitaçõ es de velo cidade, resistência e autonomia. Por iss o, não p o dem ser utilizados para monitoramento de grandes áreas e atividades que carecem p ercorrer grandes distâncias. Por outro lado são mais fáceis de s erem controlados, p o dem f icar estáticos no ar e tirar fotos e f ilmar p ontos f ixos ou áreas menores. Os drones de asa f ixa são totalmente diferentes do mo delo de multi-rotor, s endo muito parecidos com aviõ es. Ess e mo delo consegue cobrir grandes distâncias, áreas amplas e monitorar diversos p ontos de interesse. Através do uso de s ens ores e câmeras de alta res olução, os drones de asa f ixa têm p ossibilitado grandes avanços em diversas áreas. O Brasil tem a s egunda maior f rota de aeroagrícolas. De acordo com o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag)no ano passado o s etor cresceu 3,74%, chegando a 2.194 aeronaves. A atividade tamb ém é uma das mais p erigosas na aviação brasileira. Para pulverizar uma plantação inteira, os pilotos precisam voar em baixa altitude e executar manobras s emiacrobáticas. C omo alternativa de custo e para alcançar áreas p equenas e

direcionadas empresas, co op erativas e star t ups vem investindo em drones. A tecnologia p ermite, entre outras coisas, map ear áreas com imagens e, a par tir diss o, def inir lo cais esp ecíf icos para pulverizar ou até mesmo aplicar agro químicos com uso do equipamento. A cadeia pro dutiva de drones no país movimenta, em média, R$ 300 milhõ es ao ano, 50% a mais a cada ano. Hoje, já são mais de 700 empresas e previsão é dobrar de tamanho até o f im deste ano. Os drones vão ac ab ar com a av iaç ão agrícola? Silvio Antônio Pilau atua há quatro décadas na aviação agrícola. Já trabalhou em lavouras de s oja, trigo, arroz, pastagens, algo dão, cana-de-açúcar, bananal e ref lorestamento no Rio Grande do Sul, Nordeste e C entro-Oeste do país. Ele acredita que os drones vieram para f icar. “No início eles não substituirão os aviõ es p ois, praticamente a aviação agrícola atua em grandes propriedades mas, com o temp o, com o aumento da capacidade de carga dos drones é p ossível que eles substituam os aviõ es de p equeno e médio p or te” def ine. Pilau vê o cenário mais favorável aos drones em p equenas propriedades onde há dif iculdade em tecnologia de aplicação e onde faltam prof issionais qualif icados e capacitados e treinados para a aplicação de defensivos. “Os aviõ es agrícolas continuarão atuando em s etores de plantio de semente, adubação, grandes propriedades mas iss o não signif ica que os drones não p o derão vir a fazer esses s er viços p ois a tecnologia veio para deixar a sua marca”, explica. Ele ainda acredita que a ef iciência, a baixa necessidade de

mão-de-obra, baixo custo de manutenção, p ouca exp osição do s er humano aos defensivos agrícolas são grandes aliados da tecnologia para que ela p ermaneça no mercado, levando em conta o custo-b enef ício. Te cnologias complementares Para o Engenheiro Agrônomo, Josué Verba, o uso da aviação agrícola e dos drones p o dem ter açõ es complementares. “É um momento de mudanças muito aceleradas e o p otencial destas novas tecnologias combinadas trarão grandes mudanças no panorama da tecnologia de aplicação” completa. Verba diz que o uso complementar dos drones estaria fo cado na aplicação lo calizada com problemas p ontuais como manchas de plantas daninhas ou em situaçõ es onde as limitaçõ es geográf icas, climáticas, de legislação e op eracionais para aviação agrícola p o deriam ser de grande p otencial pra utilização dos drones. “A minha opinião é que os ganhos na tecnologia de aplicação estão mais ligadas à mudanças disr uptivas. Há empreses investindo em tecnologias de identif icação de pragas e plantas daninhas com o uso de drones. A combinação de tecnologias de identif icação de plantas daninhas e misturas instantâneas nas barras de pulverização para aquele alvo foi apresentada recentemente no C ongresso de Plantas Daninhas e já é op eracional. A combinação destas tecnologias de identif icação de pragas, aplicação lo calizada, inteligência ar tif icial, uso de Big Data e integração entre as diferentes mo dalidades de tecnologia de aplicação direcionarão o uso dos drones na agricultura”, explica. Fonte: AGROLINK REVISTA 100% CAIPIRA |25


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AQUICULTURA E PESCA

Produção de tilápia cresce 11,9% e Brasil se consolida como 4º maior produtor mundial Ter uma vida saudável, regrada e com uma alimentação de qualidade, não é uma tarefa fácil Mas aos poucos a adesão por qualidade de vida tem aumentado não só no Brasil como no mundo. E um dos alimentos que tem marcado presença cada vez mais nas mesas é o peixe, principalmente, a tilápia. Espécie que encabeça a lista dos peixes de água doce mais produzidos no Brasil, atingindo 400.280 t. em 2018, 11,9% a mais que em 2017, de acordo com dados divulgados em 2019 pelo anuário Peixe BR da Piscicultura. Atualmente, de acordo com o Censo Agropecuário 2017, do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia -, há mais de 455 mil unidades de criação de organismos aquáticos em todo o país. O Sul segue na liderança com 273.015 estabelecimentos, responsável por 60%, Sudeste (57.074), Nordeste (48,881), Norte (48.286) e Centro-Oeste (28,285). Os cinco estados líderes em produção de tilápias são Paraná (123 mil toneladas), São Paulo (69.500 t.), Santa Catarina (33.800 t.), Minas Gerais (31.500 t.) e Bahia (24.600 t.), que juntos produzem cerca de 70% de toda tilápia nacional. O país é o quarto maior produtor de tilápias do mundo, atrás da China (1,86 milhão de toneladas), Indonésia (1,25 milhão t.), Egito (860 mil t.) e à frente de Filipinas (330 mil t.) e Tailândia (250 mil t.). De acordo com a FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação - o mundo produziu 84 milhões de toneladas de peixes de cultivo em 2018 e o objetivo é superar 100 milhões de t. em 2025. A tilápia foi responsável por 6 milhões de toneladas em 2018 e o Brasil contribuiu com aproximadamente 400 mil t., representando 6,67% do total global. As perspectivas para 2019 são otimistas. Conforme dados da FAO, a China deve produzir em torno de 1,93 milhão de toneladas este ano, Indonésia 1,35 milhão de t., Egito 900 mil t., Brasil 28 | REVISTA 100% CAIPIRA

450 mil e Filipinas 350 mil e a demanda global por proteínas deve aumentar 16% até 2025. No passado, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior e Serviços (SECEX), o Brasil exportou US$ 136 milhões em pescados congelados, frescos e refrigerados. Deste valor, em torno de US$ 5,5 milhões foram da exportação de tilápias, espécie responsável por 55,4% da produção total de peixes do país. Apesar da produção de peixes cultivados, o Brasil é um grande importador de pescados, sinalizando para toda a cadeia que é possível crescer bastante. Nutrição Animal Para manter a produtividade é importante que o criador fique atento a dieta do animal. A Guabi, que sempre está à frente desenvolvendo produtos com tecnologia, acaba de lançar as linhas GuabiTech e Evolution para peixes e camarões. A Guabi vem construindo o Projeto Aqua do Futuro, desde 2016. A primeira ferramenta lançada foi o SIGAD – Sistema Guabi de Alto Desempenho, um método para avaliar e direcionar ações, treinamentos, investimentos nas propriedades que leva em

Fonte: LN Comunicação

consideração os seis pilares do aquanegócio: nutrição, genética, ambiente/ manejo, gestão, infraestrutura e biossegurança. Em seguida foram inclusos os aplicativos para gerenciar, anotar, fazer gráficos, relatórios e tantas outras funções a partir de um smartphone, para acessar a qualquer hora ou lugar os dados da produção. E, finalmente, a terceira ferramenta que é o Programa de Alimentação Guabi Aqua Gen. “Estas duas linhas de produtos atingiram o estado da arte da nutrição de organismos aquáticos, são cientificamente balanceadas e levam o pacote Gen, um blend de inovações que melhoram o desempenho e a saúde, usando apenas aditivos naturais. Neste blend estão os microminerais orgânicos, que substituíram totalmente os inorgânicos, um complexo de enzimas digestivas, mais proteção contra micotoxinas, e a Nutrigenômica, desenvolvida pela Alltech, em seu laboratório em Lexington, Kentucky, nos Estados Unidos, um dos maiores e mais modernos do mundo e o único especializado em Nutrigenômica Animal. Estamos propondo aos nossos parceiros que busquem o alto desempenho, pois essa é a Aquacultura do Futuro”, relata João Manoel Cordeiro Alves, gerente de Produtos para Aquacultura da Guabi.


LOGÍSTICA E TRANSPORTE

Porto Paranaguá realiza o maior embarque de granel da história O navio chinês Lan Hua Hai chegou na noite desta segunda-feira (27) no porto paranaense e vai receber 90 mil toneladas de farelo de soja

O Porto de Paranaguá vai movimentar nesta semana a maior quantidade de grãos para exportação da história. O navio chinês Lan Hua Hai chegou na noite desta segunda-feira (27) no porto paranaense e vai receber 90 mil toneladas de farelo de soja - o equivalente a mais de 2,5 mil carretas carregadas. A previsão é que a operação dure 4 dias. Com 254 metros de comprimento e 43 metros de boca (largura), este é o maior navio graneleiro já recebido no Corredor de Exportação, com tamanho superior a dois campos de futebol, como o do Estádio do Maracanã. “A escolha de Paranaguá para uma movimentação deste porte comprova que temos capacidade e agilidade de escoamento. Não se trata apenas de receber o navio e ter estrutura de cais, mas também toda a parte de armazéns, esteiras de transporte, chegada organizada dos caminhões e qualidade na classificação dos produtos”, destaca o presidente dos Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. MODELO - A opção pelos Portos do Paraná leva em conta, também, o modelo do Corredor de Exportação. O sistema em pool, único no Brasil, permite que um mesmo navio receba mercadorias de diferentes produtores. A carga que vai encher os sete porões do Lan Hua Hai sairá de quatro terminais: Cotriguaçu, Coamo, Cargill e do Silo Público. O farelo brasileiro terá como destino a Holanda e foi comprado de empresas e cooperativas de produtores como a Cargill, ADM, Coamo, Cocamar,

Fonte: APPA - Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina

Agrária e Comigo. Para o gerente da Cargill em Paranaguá, André Maragliano, as atuais regras de atracação do Porto de Paranaguá, principalmente para o farelo, fazem com que os exportadores consigam prioridade na atracação e essa seria uma das vantagens de realizar esta operação no terminal paranaense. “A prioridade de atracação no Corredor de Exportação para esse tipo de navio, esse regramento, diminuiu muito o tempo de espera em porto, esse é um grande atrativo. Além disso, os investimentos feitos nos últimos anos, principalmente com a dragagem dos berços, e novos shiploaders também dão conforto ao cliente e segurança em trazer uma operação desse porte para Paranaguá”, afirma. Outro ponto positivo, segundo ele, é conseguir atender, em uma única escala, um lote que em um navio comum (Panamax) seria preciso fazer pelo menos duas escalas para atender o volume. “Isso também reduz custo e atende as necessidades do comprador”, conclui. VOLUME - Em média, os navios que chegam para carregar granéis sólidos no Porto de Paranaguá medem entre 199 e 229 metros de comprimento. Esses, em geral, recebem pouco mais de 60 mil toneladas de carga (soja, milho ou farelo) por escala. De acordo com o diretor de operações, Luiz Teixeira, o Lan Hua Hai vai movimentar 50% mais que o volume embarcado normalmente nos três berços exclusivos para grãos do Corredor de Exportação. “Temos equipamentos

eficientes que permitem alcançar toda a dimensão dos porões, dispensando o uso de equipamentos a bordo, que atrasariam ou inviabilizariam o carregamento”, conta. No Corredor, são seis shiploaders (carregadores de navio) com capacidade nominal de 1.500 toneladas/hora. O complexo conta ainda com um terminal público - com um silo vertical (100 mil toneladas) e quatro horizontais (com capacidade total de 60 mil toneladas) - e oito terminais, entre privados e arrendados, interligados, com capacidade global de 1,025 milhão de toneladas. VANTAGENS: Segundo Gilmar Francener, chefe da Divisão de Silo dos Portos do Paraná, navios com grande capacidade de carga permitem um ganho operacional. Um navio de 90.000 toneladas substitui a atracação de dois navios menores e, com isso, o embarque é feito em menor tempo. “A redução dos tempos operacionais, com redução das manobras de entrada e saída, reflete no preço do frete. Menores custos significam maior competitividade e tornam o negócio mais vantajoso. Além disso, o mercado tem confiança na qualidade da carga embarcada”, conta. ANTERIORES - Os maiores carregamentos de grãos para exportação, até agora, haviam sido dos navios Nord Cetus, que em outubro de 2013 carregou 84.755,730 toneladas, e Jubilant Devotion que em março de 2018 carregou 84.732,612 toneladas. Ambos têm 245 metros e carregaram farelo de soja no Porto de Paranaguá. REVISTA 100% CAIPIRA |29


ANÁLISE DE MERCADO

Fonte: Folha de S. Paulo

Vaivém das Commodities acompanha 30 anos de evolução do agronegócio Final da chamada “década perdida”. O país estava endividado, a inflação era galopante, e o agronegócio, como o restante da economia, enfrentava dificuldades 30 | REVISTA 100% CAIPIRA


Os preços agrícolas das transações feitas no fim do dia seriam bem diferentes daqueles negociados no período da manhã. Nesse cenário, em 24 de maio de 1989, começava a ser publicada a coluna Vaivém das Commodities, assim denominada em alusão aos constantes movimentos contrários do fluxo das mercadorias. No dia anterior ao início da publicação, a manchete da Folha era, no mínimo, preocupante: “Faltam arroz, feijão, carne, café e açúcar”. No texto, o jornal incluía óleo de soja, leite e derivados de carne. A inflação daquele ano atingiu 1.973%, taxa altíssima que ainda seria superada em um futuro próximo. Quatro anos depois, chegaria a 2.477%. Logo em seguida, a Folha criou uma tabela própria de cotações, pesquisando preços de 16 produtos em 50 dos principais locais de produção e de comercialização do país. Mais adiante, veio uma página diária de commodities para que se fizesse um acompanhamento ainda mais preciso das atividades do setor. Em 30 anos, muita coisa mudou no campo. Na década de 1990, com as finanças em frangalhos e limitações orçamentárias, o governo foi obrigado a sair do setor, desregulamentando várias atividades. Começou pelo café e pela canade-açúcar, extinguindo o IBC (Instituto Brasileiro do Café) e o IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool), em 1990. A saída do governo não foi de todo má. O agronegócio caminhou com as próprias pernas e conseguiu evolução contínua. As exportações de açúcar saíram de 1 milhão de toneladas naquele período para 28 milhões. O país, de importador de alimentos, passou a ser um dos principais fornecedores de commodities do mundo. É verdade que setor poderia estar em patamares melhores que o atual. Não foi feita uma política de longo

prazo, e um dos seus principais gargalos, a logística, não evoluiu como o conjunto do agronegócio. A falta de infraestrutura adequada continua sendo um dos fatores de perda de competitividade do produto brasileiro. Faltou ao Brasil inserção global maior. Governo e iniciativa privada descuidaram das relações comerciais, e hoje o país está praticamente isolado quando se trata de acordos internacionais de comércio. Do ponto de vista do produtor, faltou uma política de renda, sobretudo por meio de um plano de seguro rural consistente. Foi esse o caminho seguido pelos principais concorrentes do Brasil. Por meio de subsídios ou de políticas específicas, os maiores produtores mundiais protegem seus agricultores, haja vista o que fizeram os EUA na semana passada, ao colocarem US$ 16 bilhões à disposição dos produtores para resguardá-los dos efeitos da guerra comercial com a China. Ainda assim, os números brasileiros nestes 30 anos são impressionantes. Com um aumento de 49% na área utilizada para a safra de grãos, o Brasil conseguiu uma evolução de produção de 231%. O Valor Bruto de Produção dos 17 principais produtos agrícolas, corrigido segundo a inflação, foi de R$ 398 bilhões no ano passado, 119% mais do que em 1989. A soja teve evolução de 287% no mesmo período, e o valor da pecuária subiu 128% de 2000 a 2018. O crescimento da produção melhorou a oferta interna de alimentos. Nos anos 1980, de cada R$ 100 que o consumidor gastava, R$ 39 eram destinados a alimentos. Atualmente, são R$ 24. As exportações do agronegócio tiveram grande importância para sanear as contas do governo e trazer receitas para produtores e exportadores. Nos dez anos mais recentes, as exportações do agronegócio somaram US$ 90 bilhões por ano, em média. Na década imediatamente

anterior, o valor era de US$ 38 bilhões. Por que tanta evolução na produção e na exportação? O setor caminhou a passos largos graças ao uso de tecnologia. A agricultura avançou para diferentes regiões e teve o suporte de novas tecnologias da Embrapa e de outras empresas que vislumbraram o bom desempenho do setor no país. O aumento de produção teve respaldo tanto no consumo interno como no externo. Neste último caso, a evolução da renda nos países emergentes garantiu as exportações. As cooperativas também tiveram grande importância nesse crescimento. Além de estimularem a produção interna, elas passaram a ter papel significativo nas exportações. Em 1989, Roberto Rodrigues dizia que, quando as cooperativas chegassem a ser tradings, a expansão seria ainda maior. Em seu período de ministro da Agricultura, na primeira década deste século, elas não só cresceram nas exportações como também se tornaram importantes agroindústrias. Mais do que saber produzir, a atividade agrícola atual exige saber vender. A presença de fundos bilionários no setor, comprando e vendendo papéis constantemente, obriga o produtor a ampliar seus horizontes. Oferta e demanda já não são os únicos fatores determinantes para o setor. Entender as movimentações do dólar, da Bolsa e do mercado financeiro passou a ser imprescindível também. O setor agropecuário está em constante mudança, e isso requer do produtor brasileiro a agilidade para se adaptar a novos rumos e enfrentar novos desafios — seja a busca de um produto de melhor qualidade, seja a atenção às exigências do consumidor, seja a produção com garantia de sustentabilidade. O atual governo precisa ir se acostumando a essas novas exigências do mercado, principalmente às do externo. Um deslize nessa área pode pôr muita coisa a perder. REVISTA 100% CAIPIRA |31


Cargill promove transparência no setor de Cacau GESTÃO

Companhia está focada na rastreabilidade

da cadeia de suprimentos, capacitando produtores e lidando com questões urgentes por meio da tecnologia O Relatório de Sustentabilidade 2017/2018 da Cargill Cacau e Chocolate, que acaba de ser lançado globalmente, destaca o trabalho feito pela empresa para melhorar a vida dos produtores e suas comunidades em cinco países onde ela atua - Brasil, Camarões, Costa do Marfim, Gana, Indonésia. “Este Relatório detalha como estamos colocando o produtor em primeiro lugar para agirmos em uma série de questões em todo setor cacaueiro. É vital que as nossas ações criem benefícios duradouros para os produtores, suas famílias e comunidades, capacitando-os para assumir a responsabilidade pela sustentabilidade do negócio e alcançar o sucesso como pequenos negócios, ao mesmo tempo que ajudam a 32 | REVISTA 100% CAIPIRA

proteger nosso planeta” disse Harold Poelma, presidente da Cargill Cocoa & Chocolate. A Companhia está focada em alcançar uma cadeia de suprimentos mais transparente e implementar soluções escaláveis, por meio de abordagens baseadas em tecnologia e evidências. As ações recentes foram realizadas com o objetivo de aumentar a capacidade produtiva das propriedades, melhorar a rastreabilidade na cadeia de suprimentos, proteger os recursos naturais e aumentar o acesso aos treinamentos e ações educativas às famílias produtoras de cacau, visando sua profissionalização. • Treinamento em Boas Práticas Agrícolas (GAPs em inglês): treinamento e coaching para mais de 200 mil produtores de cacau em

todo o mundo. Somente na Costa do Marfim, por exemplo, as taxas de adoção das GAPs dobraram, passando de 14% para 28%. Isso permitiu que os produtores aumentassem sua produtividade e passassem a gerenciar suas propriedades de forma mais sustentável. • Mapeamento por polígono/ GPS de 110 mil produtores: o mapeamento, realizado em parceria com a Global Forest Watch, de 188.065 hectares de floresta, dentro da cadeia de suprimentos de cacau da Cargill estabeleceu uma avaliação basal, identificando a origem do cacau, quais áreas podem estar em risco de desmatamento, e também, como mitigar esse risco por meio de intervenções específicas. • Diagnóstico completo das


necessidades de 137 novas comunidades na Costa do Marfim e Gana: a Cargill está, atualmente, desenvolvendo um Plano de Ações Comunitárias (CAPs em inglês), que permite aos líderes comunitários avaliar suas necessidades locais, identificar recursos ou áreas para serem desenvolvidas e definir o caminho a ser perseguido. A tecnologia cumpre uma função essencial para informar e acelerar o impacto da Cargill nas regiões de originação de cacau. Usando pagamentos digitais, os produtores podem receber o valor de forma segura e oportuna pelas amêndoas, enquanto o Sistema de Gerenciamento Cooperativo Digital da Cargill garante que os produtores e as cooperativas tenham autonomia para gerenciar suas operações.

A integração da tecnologia em toda a cadeia de suprimentos também gera maior confiança e transparência - da amêndoa de cacau até a barra de chocolate. Os dados de mapeamento por polígono e as soluções eletrônicas de rastreabilidade das amêndoas, mostram como a Cargill projeta e implementa seus programas de sustentabilidade, ajudando os clientes a atenderem às demandas dos consumidores preocupados com a origem dos produtos que consomem. O relatório deste ano reflete a abordagem abrangente da Cargill quanto à sustentabilidade, que considera vários problemas distintos, porém interconectados, e incentiva a colaboração entre as partes interessadas para alcançar prosperidade no setor de cacau. Um

dos destaques é o progresso alcançado nas cinco Metas de Sustentabilidade, que estão alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e foram adotados pela Car gill Cacau e Chocolate em 2017. Estas metas fazem parte do Cargill Cocoa Promise: o compromisso da Companhia para melhorar a vida dos produtores de cacau e suas comunidades. “Acreditamos que a jornada rumo às práticas de negócio sustentáveis é muito maior do que as ações ou interesses de qualquer empresa. Formando parcerias com outras organizações e contribuindo com nossas forças individuais, podemos conseguir, juntos, uma transformação fundamental e duradoura,” continua Poelma. Fonte: Cargill REVISTA 100% CAIPIRA |33


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ALGODÃO

Clube da Fibra reúne cotonicultores e debater desafios e futuro da cadeia do algodão

Evento promovido pela FMC celebrou os 20 anos da Abrapa; cerca de 370 pessoas participaram do encontro

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Com estimativa de produzir 2,8 milhões de toneladas de algodão em pluma, aumento de 31% em relação à safra 2017/2018, o Brasil deve bater dois recordes na temporada 2018/2019: produção e exportações. S egundo dados da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), a estimativa é embarcar dois milhões de toneladas de pluma este ano, contra 1,3 milhões de toneladas da saf r a a n t e r i o r. S e c o n f i r m a d o , o país alcançará o posto de segundo maior exportador mundial da fibra, atrás apen a s d o s E st a d o s Un i d o s . Nesse cenário positivo, a FMC Agricultural Solutions promoveu a 24ª edição do Clube da Fibra, com o tema “ O A l g o d ã o é N o s s o M u n d o”, entre dias 15 a 18 de maio, n o G r a n d H y a t t H o t e l - S P. O evento é referência como fórum de debate para o set o r, e n e s t e a n o c e l e b r o u o s 20 anos da Abrapa, entidade parceira do encontro, que foi fundada no Clube, em 1999. A FMC reúne os principais cotonicultores do país em torno de uma programação que procura atualizá-los sobre os temas que impactam sua produtividade e re nt a bi l i d a d e . Pa r a o Vi c e -Presidente da FMC América L atina, Ronaldo Pereira, o Clube da Fibra é um evento tradicional e de grande rel e v â n c i a p a r a o s e t o r. “ E s s a foi uma edição de celebração pelas enormes conquistas da cadeia do algodão, pelos 20 anos da Abrapa, mas também uma ocasião p a r a r e f l e t i r, d a r u m p a s s o à frente e pensarmos no fu-

t u r o d o s e t o r ”, d e s t a c a . O evento também celebrou os 20 anos da criação da Abrapa, que ocorreu em 7 de abril de 1999, durante o Clube da Fibra daquele a n o . “A A b r a p a s u r g i u n u m contexto de crise muito grande, em meio a um enc o n t r o d e a g e n t e s d o s e t o r. Os produtores de algodão se juntaram para tentar reverter essa situação, escrever uma nova história. O bonito dessa união é que ela se deu de fato entre aqueles que cultivavam algodão, sem incursões de outros agentes, e conquistou c r e d i b i l i d a d e ”, destaca Maeda reforçando a iniciativa da FMC, na formação da instituição. S egundo Pereira, o Clube é um momento de congregação, troca de conhecimento e experiências. “Foi nesse contexto que surgiu a Abrapa, integrando a cadeia do algodão em prol de uma agenda positiva. Buscamos inovar em cada edição e propiciar momentos que indiquem ao produtor quais os aspectos que merecem sua atenção, de forma a auxiliar em sua tomada de d e c i s ã o”, d e c l a r a . Nessa edição, principais produtores agrícolas e especialistas renomados se reuniram para pensar e planejar o futuro da cadeia produtiva do algodão. A programação contou com palestra sobre ‘Mercado do algodão e os desafios do set o r ’, m i n i s t r a d a p e l o s ó c i o diretor do Grupo Agroconsult, André Pessôa; seguido d o p a i n e l ‘A c e s s o a o m e r c a d o a s i á t i c o’, c o m p a r t i c i p a ção do CEO da Aliança Agro Ásia-Brasil, Marco Jank; o

CEO da Ecom C otton Group, Marco Antonio Aloísio; e Henrique Snitcovski e Paul o M a r q u e s F. N e t o , d a H e a d Cotton ADM. Já no painel Infraestrutura logística, tivemos como palestrante o Ministro Interino, Marcelo Sampaio, secretário executivo do Ministério da Infraestrutura e os debatedores, Julio Fontana, presidente da Rumo Logística, René Silva, COO Hidrovias do Brasil e ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi, acionista da Amaggi. Durante o Painel Abrapa, também foram debatidos as ‘Dores e desafios de s e r g r a n d e ! ’, c o m o f o c o n o que esperar e qual o papel do algodão brasileiro no mercado mundial. Participaram Marcio Portocarrero, diretor executivo da Abrapa, ministro interino da Agricultura, Marcos Montes, secretário executivo do Ministério da Agricultura, Ronaldo Pereira e Henrique Snitcovski, presidente da Anea. Para o presidente da entidade, Milton Garbugio, o setor evoluiu fortemente nos últimos anos, mas é preciso continuar pensando no futuro. “Mudamos de região produtiva no Brasil, investimos em qualidade e em aumento da produção; prosperamos no Cerrado, uma região que era desacreditada, e hoje o Brasil é reconhecido mundialmente como um sério país fornecedor de pluma, que tem um produto de excelência para o f e r e c e r. E , m u i t o e m b r e v e deveremos ocupar o primeiro lugar do pódio de exporFonte: FMC t a d o r e s ”, d e s t a c a . REVISTA 100% CAIPIRA |37


GOVERNO

Ministra diz que governo vai ‘democratizar mais o crédito agrícola”

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, anunciou que os pequenos e médios produtores que são a maioria dos agricultores, terão mais recursos à disposição no Plano Safra 2019/20, que será anunciado no dia 12 de junho

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, anunciou que os pequenos e médios produtores que são a maioria dos agricultores, terão mais recursos à disposição no Plano Safra 2019/20, que será anunciado no dia 12 de junho, na comparação com este ano. A ministra disse é decisão do governo Jair Bolsonaro dar prioridade aos produtores que tomam até R$ 500 mil por ano de crédito agrícola, o que representa 96% dos mais de 5 milhões de agricultores brasileiros. “Vamos democratizar mais o crédito”, anunciou a ministra aos deputados. “Vamos pôr mais recursos para os pequenos e médios pro38 | REVISTA 100% CAIPIRA

dutores. Os grandes terão de pagar um pouco mais (de juros), mas para esses estamos tentando modernizar um pouco mais as ferramentas de financiamento”. Tereza Cristina disse que, apesar as dificuldades orçamentárias, o próximo Plano Safra terá, no mínimo, os mesmos R$ 220 bilhões destinados no ano agrícola 2018/2019. Para a subvenção ao crédito agrícola, o governo vai destinar, segundo ela, em torno de R$ 10 bilhões a R$ 10,5 bilhões, o que confirma o esforço para manter os valores atuais. O Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), também destinado aos pequenos produtores, terá mais que os R$ 30 bilhões que recebeu no atual Plano Safra. Ela elogiou o ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe pela atenção ao Ministério da Agricultura nas negociações do Plano Safra, e disse que todos os pleitos do Mapa estão sendo atendidos. A ministra também confirmou que haverá R$ 1 bilhão para o seguro rural, mais que o dobro dos R$ 440 milhões deste ano, e afirmou esperar que, com menos riscos nas operações, os bancos privados possam oferecer mais crédito agrícola a juros menores, contribuindo para melhorar o financiamento para o agronegócio brasileiro, que respon-

de por quase 50% das exportações e 21,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Tereza Cristina também anunciou aos deputados que, na segunda-feira (27), se reunirá com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para discutir novos mecanismos financeiros que tornem possível aumentar os recursos para o crédito agrícola no país. No início de sua exposição, a ministra lembrou que o crédito rural é insuficiente no Brasil, e muito concentrado na mão de poucos produtores. O número de contratos vem caindo ano a ano, tanto para custeio quanto para investimentos. Dos mais de 5 milhões de produtores, 89,2% têm propriedades de até 100 hectares e só 1% tem mais de 1 mil hectares. Com isso, 92% dos estabelecimentos rurais geram apenas 15% do valor produzido no campo brasileiro e os 8% restantes produzem 85% do valor. “O grande desafio é fazer com que esses 92% (dos estabelecimentos) possam produzir mais. Olha o que nós podemos crescer com a agricultura no nosso país. Essa é que tem de ser a nossa grande preocupação, pôr essas pessoas na produção, criando renda para o país e dando dignidade para essas famílias”, disse Fonte: Só Notícias a ministra.


Fontes renováveis representam 45% da matriz energética do Brasil

ENERGIAS RENOVÁVEIS

Fonte: Datagro

A fonte renovável com maior crescimento no ano passado foi a energia eólica, com alta de 14,4%, seguida pela hidráulica, com 4,1% e, na sequência, a bioenergia, com 2,4% O Brasil encerrou o ano de 2018 com 45,3% na matriz energética sendo abastecida por fontes renováveis, com crescimento de 2,3 p.p. sobre o resultado de 2017, de acordo dados do Balanço Energético Nacional, ciclo 2019, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em parceria com o Ministério de Minas e Energia (MME). A fonte renovável com maior crescimento no ano passado foi a energia eólica, com alta de 14,4%, seguida pela hidráulica, com 4,1% e, na sequência, a bioenergia, com 2,4%. O documento confirma ainda que, em volume, a expansão das fontes renováveis foi de 4,3 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (tep), ficando a energia hidráulica com 33%. Na matriz de oferta de energia elétrica, as

fontes renováveis avançaram 2,8 pontos percentuais na participação, passando de 80,5% em 2017 para 83,3% em 2018. No indicador das renováveis de 2018, a hidráulica ficou com 66,7%, bioenergia (8,5%), eólica (7,6%) e solar (0,5%). Ainda segundo a pesquisa, o Brasil reduziu a emissão de gases poluentes. Em 2018, o País consumiu 2% da energia mundial (288,4 milhões TEP) e emitiu 410,6 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), o que significa uma emissão de CO2 39% inferior à média mundial e 36% inferior ao do bloco dos países desenvolvidos. A conclusão é a de que são excelentes as vantagens comparativas do Brasil em relação ao mundo em termos de emissões de partículas pelo uso de energia, consequência de uma matriz energética

com alta proporção de energia limpa. O balanço demonstra também que, em termos de uso setorial de energia, o consumo industrial teve forte recuo em 2018, de 4,8%, seguido de um recuo de 0,8% em transportes. Tiveram aumentos, o consumo do setor energético (10,3%) - em razão do aumento de 20% na produção de etanol-, o consumo residencial (1,1%), serviços (1%), e agropecuário (0,1%). Já em termos de consumo de energia por fonte, tiveram recuos: os derivados de petróleo, com -6,1% e a bioenergia sólida (-1,9%) - forte recuo no uso de bagaço de cana para produção de açúcar. Tiveram aumentos: o biodiesel, com 26%; o etanol (13,5%); o gás natural (6,4%); o carvão mineral e derivados (2,2%); e a eletricidade (1,5%). REVISTA 100% CAIPIRA | 39


FLORICULTURA

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ARROZ

Orizicultores alcançaram a média máxima de 11.592 quilos por hectare Projeto 10+ entrou em campo na safra 2017/18 e comprovou que é possível aumentar a produção de arroz irrigado e reduzir os custos Fonte: EDITORA GAZETA

Como aumentar a produção de arroz e ao mesmo tempo reduzir custos? A resposta os arrozeiros do Rio Grande do Sul estão encontrando com a aplicação do Projeto 10+, do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) desde a safra 2017/18. Com o 10+, a entidade retomou a parceria que reúne pesquisa, extensão e produtores. É uma iniciativa conjunta do Irga e do Fundo Latino Americano de Arroz Irrigado (Flar). O Irga é sócio fundador do Flar. O objetivo do projeto é elevar a produtividade média da lavoura e reduzir os custos de produção com o manejo integrado. Começou na safra 2017/18, com os técnicos do Irga e os produtores líderes conduzindo 94 unidades demonstrativas nas seis regiões arrozeiras do Estado. As unidades de demonstração ocuparam 3.400 hectares. Todas as práticas de manejo do P10+ foram seguidas nessas áreas demonstrativas. Também foram realizados roteiros técnicos e dias de campo, capacitando 5.450 produtores, técnicos e estudantes. Dos 94 produtores líderes, 24 conseguiram conduzir a área seguindo todas as orientações do projeto, agrupadas em 10 pontos. Esse grupo colheu média máxima de 11.592 quilos de arroz por hectare. “Os 42 | REVISTA 100% CAIPIRA

resultados foram consistentes em todas as regiões e revelaram que as tecnologias sugeridas são fáceis e podem ser utilizadas por produtores que adotam diferentes níveis tecnológicos e sistemas de produção”, avalia o engenheiro agrônomo Luciano Carmona, coordenador técnico científico do projeto. No geral, os orizicultores líderes atingiram produtividade média de 10.601 quilos por hectare em área total de 3.400 hectares. Enquanto isso, os produtores que também participaram do 10+, total de 157, colheram 9.058 quilos por hectare em quase 54.000 hectares. A média estadual foi de 8.237 quilos por hectare nesta mesma safra 2017/18. Conforme Carmona, ficaram comprovados a consistência dos resultados e o potencial das variedades IRGA 424 e IRGA 424 RI plantadas nas áreas do projeto. Carmona observa que cada falha no manejo, como em relação ao número de plantas, época de controle de invasoras, pode provocar perda de quase 830 quilos de arroz por hectare. “O mais importante foi demonstrar a eficácia do projeto”, destaca. Além disso, verificou-se a ocorrência das cinco intervenções mais contrastantes entre o grupo de líderes e de produres do 10+: sistema de semeadura,

densidade de semeadura, adubação, gastos com aviação agrícola e manejo fitossanitário. Mais uma safra - Projeto 10+ seguiu na safra 2018/19 com a implantação de 150 lavouras demonstrativas, que ocuparam 5.000 hectares em todo o Estado. Os roteiros técnicos somaram 121, mais dias de campo e particiapção na Abertura da Colheita de 2019. O coordenador técnico do projeto, Luciano Carmona, estima que a participação de produtores tenha chegado a 3.000. Neste segundo ano, a produtividade média poderia ser um pouco menor do que a registrada na safra 2017/18. “As condições climáticas não foram tão favoráveis”, aponta. Para Carmona, o projeto está consolidado e seguirá como um sistema de tranferência de tecnologias validadas pela pesquisa e disseminadas de produtor para produtor. “O projeto 10, a partir de 2003, foi um divisor de águas para nós. Mostrou em um único projeto todas as coisas certas para se fazer, e no momento certo, para que pudéssemos avançar na produtividade com um custo compatível”, relata o arrozeiro Marcio Sanchez, de Santa Vitória do Palmar (RS). Ele conseguiu alcançar a maior produtividade em 50 anos de atuação na propriedade.


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ARTIGO

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CAPACITAÇÃO

10 0 n o v o s j ovens l í deres participam da jornada rumo à er r a d i c ação da f om e

A Bayer está feliz em anunciar que selecionou os 100 participantes, provenientes de 45 países, para a quarta edição do Youth Ag Summit • O fórum bienal da Bayer, Youth Ag Summit, reúne 100 jovens ativistas da segurança alimentar para desenvolver projetos concretos para ajudar a alimentar um planeta faminto. • O Youth Ag Summit 2019 será realizado de 4-6 de novembro em Brasília, Brasil. • 12 representantes do Brasil foram selecionados dentre mais de 2.800 inscrições de mais de 140 países A Bayer está feliz em anunciar que selecionou os 100 participantes, provenientes de 45 países, para a quarta edição do Youth Ag Summit. O Fórum 2019 será realizado em Brasília, Brasil de 4-6 de novembro, em parceria com a Nuffield Brasil. Entre eles, 12 jovens 46 | REVISTA 100% CAIPIRA

representam diversos estados brasileiros. O Youth Ag Summit, parte do Programa de Educação Agrícola da Bayer, reúne jovens líderes com idade entre 18-25 anos para enfrentar os desafios de como alimentar uma população crescente até 2050. Para o processo de inscrição deste ano, os candidatos apresentaram uma idéia, em formato de vídeo, para combater a insegurança alimentar no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. No total, a Bayer recebeu mais de 2.800 inscrições de mais de 140 países. Um júri local analisou cada candidatura, antes de um painel de especia-

listas fazer a seleção final. A safra de 100 delegados deste ano inclui empreendedores, agricultores, estudantes, pesquisadores e economistas – apenas para citar alguns exemplos. Suas idéias se concentraram em enfrentar desafio s tão variados quanto a igualdade de gênero, agricultura sustentável, educação, desperdício de alimentos e mudança climática. Apesar de suas origens e interesses variados, todos compartilham o compromisso de impulsionar o desenvolvimento em direção a um mundo sem fome. “Cerca de 800 milhões de pessoas ao redor do mundo dormem com fome todas as noites, e esses jovens inovadores estão ansiosos para ajudar


a resolver esse desafio, “ declarou Liam Condon, membro do Conselho de Administração da Bayer AG e presidente da Divisão Crop Science. “Os 100 delegados que se dirigirão para o Brasil em novembro, todos compartilham o compromisso de impulsionar a inovação na agricultura, que é fundamental para alimentar o mundo e garantir ecossistemas saudáveis. “ O Brasil recebeu cerca de uma centena de inscrições no total. Esta é a primeira edição que ocorre no país, por sua importância na produção de alimentos e por liderar iniciativas de agricultura sustentável. Kalinka Pereira Gonzales tem 24 anos e nasceu numa pequena cidade no extremo sul do Rio Grande do Sul. Santa Vitoria do Palmar é o penúltimo município do Brasil e faz divisa com o Paraguai. Ainda criança, junto com a família, mudaram-se para Curitiba no Paraná. Lá, a jovem cresceu, se formou em Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia e atualmente faz mestrado em Bioquímica na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Em um dos seus passatempos, Kalinka estava navegando nas redes sociais e viu uma postagem do Youth Ag Summit e se interessou. Derivado do seu projeto de mestrado, ela inscreveu uma iniciativa focado no uso dos biofertilizantes e bactérias para maximizar o rendimento da plantação e potencializar a produção de nutrientes para obter maior valor nutricional. Rodrigo Santos, líder da divisão Crop Science na América Latina afirmou, “a região tem um papel importante no desafio de alimentar um planeta faminto, por isso estamos felizes em receber estes jovens líderes para discutir um tópico tão importante como a segurança alimentar. Eu espero que o próspero setor agrícola brasileiro inspire os participantes a desenvolver suas idéias inovadoras. “ Fabiano Paganella, presidente da Nuffield Brasil, acrescentou, “a próxima geração precisará criar um amanhã melhor. Mas para fazer isso, eles precisam receber uma voz hoje. O Youth Ag Summit oferece aos jovens a oportunidade de aprender e praticar novas habilidades – e estamos ansiosos em ajudar a oferecer essas oportunidades para os

100 novos agvocates em novembro.” Para os 100 jovens escolhidos, o Youth Ag Summit funcionará como uma incubadora de idéias: ajudando-os a transformar suas idéias em realidade e equipando-as com as habilidades necessárias para realizar seus projetos. Eles também vão ouvir palestras de especialistas e vão participar de viagens a campo para aprender mais sobre a indústria agrícola no Brasil. Kalinka, que está entre os 12 escolhidos para esta edição do fórum no Brasil, compartilhou seu entusiasmo ao ser selecionada. “Estou muito honrada em ter sido aprovada para participar de um evento internacional e relevante. Estou empolgada para conhecer jovens de universos difer entes do meu, mas com um objetivo comum: alimentar o mundo. Com o Youth Ag Summit, quero ampliar meu conhecimento e ganhar experiência fora do ramo acadêmico em que estou. “

par do Fórum. As edições anteriores foram realizadas no Canadá, Austrália e Bélgica. O Fórum deste ano é o primeiro a ser realizado na América Latina. A Bayer cobrirá todas as despesas de viagem, acomodação e custos relacionados para os delegados escolhidos. O Fórum faz parte do Programa de Educação Agrícola da Bayer: uma abordagem holística e de longo prazo para incentivar jovens de 18 a 28 anos de idade a aprender sobre agricultura sustentável. O programa visa inspirar a próxima geração a aprender mais sobre a agricultura moderna e encontrar soluções para a segurança alimentar. Como uma empresa voltada para pesquisas, a Bayer está comprometida em promover a aceitação social da tecnologia, assim como promover um futuro fluxo de talentosos cientistas. Saiba mais sobre o Programa em www.ag-education.bayer.com, http:// www.facebook.com/BayerAgEdu/, ou no Twitter @BayerAgEdu.

Os delegados são dos seguintes países: Sobre a Nuffield Brasil Austrália, China, Índia, Indonésia, Japão, Nova Zelândia, Filipinas, Sri Lanka, Tailândia, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Quênia, Etiópia, Holanda, Polônia, Rússia, África do Sul, Namíbia, Nigéria, Gana, Espanha, Turquia, Ucrânia, Reino Unido, Canadá, EUA, Colômbia, Equador, Brasil, Costa Rica, República Dominicana, Guatemala, Argentina, Uruguai, Bolívia, México, Egito, Bangladesh, Paquistão, Malásia, Nepal e Camboja. Visite www.youthags ummit.com para conhecer os 100 participantes deste ano e saber mais sobre o Fórum. Acompanhe as últimas notícias em @ YouthAgSummit ou www.facebook. com/YouthAgSummit Sobre o Youth Ag Summit O movimento do Youth Ag Summit é uma comunidade de jovens líderes globais que defendem a agricultura sustentável e segurança alimentar e que trabalham para contornar a lacuna de compreensão entre aqueles que produzem os nossos alimentos e aqueles que os consomem. A cada dois anos, 100 delegados são escolhidos para partici-

A Nuffield Brasil é um membro da Nuffield International, uma rede criada em 1947 no Reino Unido para promover o desenvolvimento pessoal, profissional e social na agricultura através de suas atividades. Seu princ ipal programa, Bolsas de Estudo para Agricultores da Nuffield International, promove, desenvolve e inspira produtores e profissionais da agropecuária entre 25 e 45 anos de idade que viajam globalmente para trazer soluções para assuntos e oportunidades locais, e se tornar líderes na agricultura. Com uma rede de mais de 1.700 bolsas de estudo da Nuffield ao redor do mundo, os participantes podem crescer pessoalmente e contribuir profissionalmente através de viagens que são verdadeiras experiências e investigação de questões contemporâneas na agricultura. Os componentes de uma bolsa de estudo da Nuffield incluem participar da conferência anual do programa, viagens em pequenos grupos e excursões individuais para mais de 10 países - totalizando 14 semanas ao longo de um período de dois anos. Para mais informações, acesse www.nuffieldinternational.org e www.nuffield.com.br. Fonte: Bayer REVISTA 100% CAIPIRA |47


RECEITAS CAIPIRAS

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P I M E N T Ã O RECHEADO INGREDIENTES

4 pimentões coloridos 3 colheres de sopa de azeite 1 cebola picada ½ cabeça de alho descascado e esmagado 250 gramas de farinha de mandioca grossa 300 gramas de carne moída 1 maço de cheiro verde 150 gramas de mussarela ralada Sal a gosto PREPARO Lave os pimentões, corte a tampa, retire as sementes e reserve incluindo a tampa. Em uma panela com o azeite quente, doure a cebola e o alho em seguida adicione a carne e o cheiro verde e deixe refogar, adicione a farinha de mandioca e se necessário um pouco de água cozinhe ate ficar bem firme. Recheie os pimentões cubra com a tampinha leve ao forno pré aquecido por 25 minutos, em seguida tire as tampinhas adicione a mussarela, deixe gratinar e sirva. REVISTA 100% CAIPIRA | 49


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