Maracujá-doce BRS Mel do Cerrado ganha mercado de frutas especiais www.revista100porcentocaipira.com.br Brasil, agosto de 2019 - Ano 7 - Nº 74 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
A qualidade e o sabor adocicado são os diferenciais dos frutos, que chegam a alcançar preço até quatro vezes superior ao do maracujá-azedo REVISTA 100% CAIPIRA |
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Nutrição animal: Soluções para nutrição animal eficaz de suínos
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Fruticultura:
PA: maior banco genético de cacau do mundo
Equídeos:
Mangalarga Marchador atrai fãs, movimenta o turismo e a economia
Gestão:
Como cuidar de sua semente até o plantio?
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Artigo:
Maracujá-doce BRS Mel do Cerrado ganha mercado de frutas especiais
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Meio ambiente:
Diminui desmatamento e áreas afetadas por queimadas em M T.
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Turismo rural:
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Feiras e eventos: Festival do Queijo Minas Artesanal movimenta mais de R$ 1 milhão
Turismo Rural: Roteiro Centenário valoriza história de Caparaó
Fruticultura:
Setor fruticultor organiza-se para colher mais e com melhor qualidade
Receitas Caipiras: Doce de maracujá doce REVISTA 100% CAIPIRA |
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NUTRIÇÃO ANIMAL
Soluções para nutrição animal eficaz de suínos são destaques em evento mineiro Brasil, agosto de 2019 Ano 7 - Nº 74 Distribuição Gratuita
EXPEDIENTE Revista 100% CAIPIRA®
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Fonte: Attuale Comunicação
Yes leva sua linha de produtos para o XX Seminário de Desenvolvimento e Tecnologia para Suinocultura Moderna Visando apresentar novos conhecimentos e inovações tecnológicas aos produtores do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, a cidade de Patos de Minas (MG) recebe, no dia 09 de julho, o XX Seminário de Desenvolvimento e Tecnologia para Suinocultura Moderna. Promovido pela Associação dos Suinocultores do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (ASTAP), o evento pretende reunir criadores de suínos da região para um dia de palestras e conta com o patrocínio da Yes, empresa que desenvolve e produz soluções biotecnológicas para uma nutrição animal eficaz, que estará presente com sua linha de prebióticos e adsorventes de micotoxinas. “Essa é uma região de importância para a suinocultura independente mineira e nacional, pois possui tradição na produção de suínos e ampla possibilidade de crescimento da atividade. Estar presente no Seminário é uma forma de levarmos nossas tecnologias até este público e reforçar nosso comprometimento com o desenvolvimento da atividade e da região”, explica o gerente re6 | REVISTA 100% CAIPIRA
gional de vendas da Yes, Paulo Freitas. Dentre os destaques da empresa no evento está o YES-GLUCAN MOS, um aditivo prebiótico que auxilia no equilíbrio da microbiota intestinal e na melhora do sistema imunológico, promovendo mais saúde e melhor desempenho dos animais. “Por meio do uso do produto os criadores registram maior rentabilidade na atividade, com foco na segurança alimentar, no bem-estar animal e de forma sustentável”, destaca o gerente. Outra solução que será apresentada pela empresa no evento é o adsorvente de micotoxinas de amplo espectro YES-FIX HP, que atua de forma eficaz no controle das principais micotoxinas presentes no campo como as atoxinas, Fumonisinas, Zearalenona, Ocratoxina, DON (vomitoxina) e T2. “Além disso, nosso adsorvente possui em sua composição ingredientes que contribuem para o melhor equilíbrio do organismo animal – como o selênio orgânico e a Silimarina, auxilia na manutenção da integridade intestinal e no completo desenvolvimento dos animais”, ressalta Freitas.
Diretora geral: Adriana Reis - adriana@ revista100porcentocaipira.com.br Editor-chefe: Eduardo Strini imprensa@ revista100porcentocaipira.com.br Diretor de criação e arte: Eduardo Reis Eduardo Reis eduardo@ revista100porcentocaipira.com.br (11) 9 6209-7741 Conselho editorial: Adriana Oliveira dos Reis, João Carlos dos Santos, Paulo César Rodrigues e Nilthon Fernandes Publicidade: Agência Banana Fotografias: Eduardo Reis, Sérgio Reis, Google imagens, iStockphoto e Shutterstock Departamento comercial: Rua das Vertentes, 450 – Vila Constança – São Paulo - SP Tel.: (11) 98178-5512 Rede social: facebook.com/ revista100porcentocaipira A revista 100% Caipira é uma marca registrada com direitos exclusivos de quem a publica e seu registro encontra-se na revista do INPI Nº 2.212, de 28 de maio de 2013, inscrita com o processo nº 905744322 e pode ser consultado no site: http://formulario. inpi.gov.br/MarcaPatente/ jsp/servimg/validamagic. jsp?BasePesquisa=Marcas. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião desta revista, sendo eles, portanto, de inteira responsabilidade de quem os subscrevem.
AGROTÓXICOS E DEFENSIVOS
Subsídio e incentivo agroquímico passa R$ 14 bi no Brasil
Dados divulgados em audiência pública sobre Isenção Fiscal de Agrotóxicos, realizada em Brasília No Brasil, os pesticidas têm redução de 60% da base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) e isenção total do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), mostra reportagem do Portal Agropages. Mas não são só estas as formas de incentivo direto e indireto ao uso de agroquímicos, de acordo com dados divulgados em audiência pública sobre Isenção Fiscal de Agrotóxicos, realizada em Brasília. Estimativas apontam que o país concedeu ao menos R$ 2,07 bilhões com a isenção fiscal concedida aos pesticidas. De acordo com o advogado defensor público Marcelo Carneiro Novaes, apenas no ano de 2016, mais de R$ 14 bilhões foram transferidos em subsídios tributários para a indústria de defensivos no Brasil, o que dá R$ 70 por habitante do País. Desse total, R$ 8,3 bilhões seriam de benefícios fiscais de não cobrança de impostos como ICMS, IPI (Imposto
sobre Produtos Industrializados), imposto de importação e outros. Houve ainda R$ 6 bilhões de subsídios tributários indiretos, pois a lei determina que o defensivo agrícola é um insumo, o que pode ser abatidos integralmente da renda tributável do produtor rural, pessoa física ou jurídica. Novaes afirma ainda que há incentivos de crédito, por exemplo, como a taxa de juros do Plano Safra, pois os agroquímicos representam cerca de 17% dos custos da produção agrícola brasileira. E também incentivos financeiros, como anistia, repactuação de dívidas e os contratos de Barter. “As empresas financiam a compra, com juros abusivos para o médio e pequeno produtor. Estimo que, se cobrarem a taxa de 15%, há uma transferência de renda do produtor agrícola para as empresas da ordem de R$ 4,5 bi no ano. É uma estimativa. Se as indústrias financiarem R$ 30 bilhões, e se forem lançados apenas três títulos de crédito, a perda de arrecadação se-
ria de R$ 1 bilhão. Isso é uma estimativa conservadora”, afirma o defensor público. “Não sou contra subsídios, mas sou contra a desoneração que nivela o agrotóxico mais perigoso com aquele menos tóxico e menos lesivo ao meio ambiente. Produtos desiguais merecem tratamento desigual. O Brasil exporta bilhões de dólares de commodities agrícolas que utilizam 80% de todo o agrotóxico que polui água, meio ambiente, usa pulverização aérea. Em 2017, foram US$ 96 bilhões, com arrecadação de R$ 5 mil. A participação da agropecuária e serviços relacionados (excetuando a indústria alimentícia) não passa de 0.3% do total de receitas”, sustenta. A cobrança de taxas sobre os agrotóxicos foi defendida por algumas entidades ativistas pelo meio ambiente e saúde. Uma das formas de cálculo seria a sua periculosidade: quanto mais tóxica a substância, maior deveria ser o imposto. Fonte: Agrolink REVISTA 100% CAIPIRA |
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ARTIGO
Maracujá-doce BRS M mercado de fru
A qualidade e o sabor adocicado são os diferen
até quatro vezes superio
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Mel do Cerrado ganha utas especiais
nciais dos frutos, que chegam a alcanรงar preรงo
or ao do maracujรก-azedo
Por:Fonte: Embrapa Cerrados REVISTA 100% CAIPIRA |
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A primeira cultivar da espéc i e Pa s s i f l o r a a l a t a C u r t i s r e gistrada e protegida no Minist é r i o d a A g r i c u l t u r a , Pe c u á r i a e Ab a s t e c i m e n t o ( M a p a ) , B R S Me l d o C e r r a d o, a b r i u a o s f r u ticultores brasileiros o seleto e valorizado nicho de frutas especiais. A qualidade e o sabor adocicado são os diferenciais dos frutos, que chegam a alcançar preço até quatro vezes sup e r i o r a o d o m a r a c u j á - a z e d o. D e s e nv o l v i d a p e l a E m b r a p a , a cultivar de maracujazeiro-doce tem dado bom retorno financeiro aos produtores e seu fruto recebeu ótima aceitação dos consumidores. No m o m e n t o, a c u l t i v a r é i n dicada para a região de Cerrad o, n o D i s t r i t o F e d e r a l , G o i á s , M i n a s G e r a i s e To c a n t i n s . Há trabalhos de validação em andamento em outras regiões bras i l e i r a s , i n c l u i n d o o S u l , o No rt e e o No r d e s t e . O agricultor familiar Gilmar Santos plantou 250 mudas em s u a p r o p r i e d a d e e m Po u s o A l e gre (MG) logo após a cultivar ter sido lançada, em dezembro de 2017, e não se arrepende. Ele está em plena colheita e estima que cada planta tenha produzid o, e m m é d i a , 1 5 0 m a r a c u j á s , o que dá cerca de 37,5 quilos por planta. “ Te m o s m u i t o m a i s f r u tos nesta próxima colheita, as plantas estão mais carregadas. Eu a s v e n d o e m c a i x a s d e p a p e l ã o, c a d a u m a c o m c i n c o o u seis maracujás, dependendo do tamanho deles, e embalo um p o r u m c o m p a p e l e s p e c í f i c o, igual à goiaba, para não machucar a casca. Cada caixa saiu de R$ 15,00 a R$ 19,00 – um ótimo p r e ç o”, c o m e m o r a o p r o d u t o r. Os maracujás saem de Minas G e r a i s , d a c h á c a r a S ã o Jo s é , e v ã o p a r a S ã o Pa u l o, o n d e s ã o comercializados na C ompanhia de Entrepostos e Armazéns Ger a i s d e S ã o Pa u l o ( C e a g e s p ) , em um mercado que atua com 10 | REVISTA 100% CAIPIRA
frutas especiais exóticas, disputando espaço com o melão A n d i n o, a g r a n a d i l l a d o Mé x i c o e a graviola-baby da América C e n t r a l , p o r e x e m p l o. “ Eu c o l h o a s f r u t a s b e m c e d o, o p e s s o al do transporte busca a carga por volta das 15h e às 5h da manhã do outro dia, elas já estão e m S ã o Pa u l o p a r a s e r e m v e n d i d a s”, c o n t a . Q u a n d o d i s p o s t a s n o m e r c a d o, u m a d a s f r u t a s é cortada para que os clientes possam experimentá-la. “Essa é a tática de venda adotada para mercadorias diferentes e é muito importante no caso desse maracujá, também porque a fruta por si só não atrai pelo s e u v i s u a l”, e x p l i c a o v e n d e d o r C e l s o d e O l i v e i r a . M a s o r e t o rn o é c e r t o. Ap e s a r d e n ã o s e r uma venda rápida, justamente por se tratar de um produto pouco conhecido pelos consumidores, o resultado é bom, já que a novidade tem agradado a o s c l i e n t e s . “A f r u t a é m a r a v i l h o s a , u m a d e l í c i a . To d o s q u e p r o v a m g o s t a m . Vo u c o n t i n u a r trabalhando com ela aqui no m e r c a d o”, g a r a n t e C e l s o. O vendedor disse que já conhecia o maracujá-doce de uma p r o d u ç ã o q u e r e c e b i a d e Ja n a ú ba, em Minas Gerais, há uns seis a n o s . M a s e m r e l a ç ã o a o Me l d o C e r r a d o, C e l s o d i z q u e a v a r i e dade melhorada pela Embrapa tem melhor sabor e mais tempo de prateleira do que a fruta nativa, apesar de ainda ser um p e r í o d o c u r t o, c e r c a d e u m a s e mana depois de colhida. Depois d e s s e p r a z o, a f r u t a c o m e ç a a a m o l e c e r. Gilmar Santos conheceu a c u l t i v a r B R S Me l d o C e r r a d o em uma reportagem de T V e de imediato se interessou pela planta: “Fiquei um pouco receoso em plantar uma fruta difer e n t e , m a s r e s o l v i a r r i s c a r. Nã o me arrependi. Estou conseguindo ganhar um bom dinheiro c o m e l a . Pa g a m m u i t o m a i s p e l o maracujá-doce do que pelo aze-
d o”, e x p l i c a . “Q u e m e x p e r i m e n t a o m a racujá-doce gosta e elogia seu sabor e se impressiona com o t a m a n h o d o f r u t o”, c o n t a o p r o d u t o r. A n o v a f r u t a t e m c o n quistado os consumidores, tanto que a pequena plantação a céu aberto não consegue atender a demanda. O agricultor diz que já recebeu pedidos de mercados locais e de pessoas conhecidas, mas sua produção só é suficiente para atender o mercado paulista. “Estou com a i d e i a d e a u m e n t a r a p r o d u ç ã o. Vo u a p r o v e i t a r u n s m o u r õ e s e uns arames de outra cultivar que não deu certo aqui e vou p l a n t a r m a i s m a r a c u j á - d o c e”, p l a n e j a G i l m a r. Ad a p t a ç ã o a d i f e r e n t e s t i p o s de produtores Os custos de produção do m a r a c u j á - d o c e v a r i a m c o n f o rm e a c a p a c i d a d e d e i nv e s t i m e n t o d o p r o d u t o r, j á q u e a c u l t i v a r p o d e s e r p l a n t a d a a c é u a b e rt o, e m p e q u e n a s p r o p r i e d a d e s , em sistema orgânico e também e m e s t u f a , e x p l i c a Fa l e i r o. “ Nã o existe um pacote tecnológico p a r a e s s a c u l t i v a r, o u s e j a , o agricultor pode produzir o maracujá dentro da sua realidade d e i nv e s t i m e n t o”, e s c l a r e c e . Agricultores periurbanos c o n f i r m a m i s s o. Va l d e t e F r o t a cultivou 50 mudas em sistema o r g â n i c o. Na p r i m e i r a c a r g a , f o ram colhidos 146 quilos de frutos, já descontadas as perdas. O produtor entregou parte da primeira safra para uma banca de orgânicos de Sobradinho (DF). Em dois dias, foram vendidos 4 0 q u i l o s . Ta m b é m f o r n e c e u o s frutos a supermercados da reg i ã o. “ Um d e l e s , a o e x p e r i m e n t á - l o, m e p e d i u m a i s 3 0 q u i l o s . Me s m o s e n d o u m f r u t o d e s c o n h e c i d o, v e n d e u m u i t o b e m . E nem usamos o apelo do orgân i c o”, a f i r m a , s a t i s f e i t o c o m o s resultados iniciais.
Agora que se mudou de Brasília (DF) para uma propriedade em Formosa (GO), Frota p l a n e j a a u m e n t a r o i nv e s t i m e n t o n a B R S Me l d o C e r r a d o. “A e x p e r i ê n c i a f o i b o a . Eu c o n s e gui vender por volta de R$ 5,00 o q u i l o. É m e l h o r q u e p r o d u z i r vinte quilos do outro [maracujá-azedo] e vender a R$ 1,50 na safra. Agora em agosto ou setembro eu vou plantar 500 m u d a s”, p l a n e j a . Me s m o s a b e n d o q u e s e t r a t a d e u m m e r c a d o n o v o, F r o t a está confiante de que mais uma v e z f a r á u m a b o a v e n d a : “Ap e sar de não ter oferta, assim que e u c o m e ç a r o p l a n t i o, v o u s a i r p a r a p r o c u r a r c l i e n t e s . Vo u atrair pela novidade, a fruta é bem saborosa e muito cheirosa. Vo u à s f e i r a s d e p r o d u t o s o r g â nicos. O pessoal do orgânico é mais aberto a novas experiênc i a s . Is s o p o d e a j u d a r a v e n d e r e a c o n q u i s t a r m e r c a d o”, a c r e -
dita. Frota diz que a variedade da Embrapa sofre menos com virose do que as outras de maracujá-doce, não atrapalhando o d e s e nv o l v i m e n t o n e m a p r o dutividade da planta. Va n t a g e n s cultivar
e
diferenciais
da
O produtor de Brazlândia (DF) Mauro C ésar Santos, que participou do teste de validaç ã o d a c u l t i v a r, d e s t a c a o f a t o de as flores se abrirem pela manhã, enquanto as do maracujazeiro-azedo se abrem à tarde. Is s o p e r m i t e m e l h o r a p r o v e i t a mento da mão de obra na propriedade. “É possível colocar um funcionário para polinizar o maracujazeiro-doce de manhã e o m a r a c u j a z e i r o - a z e d o, à t a rd e”. O p r o d u t o r e x p l i c a q u e o t i m i z a r a m ã o d e o b r a é i m p o rtante para a saúde financeira d o n e g ó c i o, c o n s i d e r a n d o t o d o s
os tratos culturais como adubaç ã o, p o d a s e i r r i g a ç ã o. Colheita precoce em períodos quentes O amolecimento da ponta das frutas é um dos principais p r o b l e m a s d a e s p é c i e P. a l a t a , fato que é agravado nos perío d o s m a i s q u e n t e s d o a n o. “A alternativa é colher o fruto no i n í c i o d o a m a d u r e c i m e n t o, a s sim que começar a mudança de c o r,” r e c o m e n d a o p e s q u i s a d o r d a E m b r a p a C e r r a d o s ( D F ) Fá b i o Fa l e i r o, u m d o s r e s p o n s á v e i s p e l o d e s e nv o l v i m e n t o d a c u l t i v a r. O u t r a m e d i d a é r e a lizar a pulverização foliar com cálcio para aumentar a consistência da casca dos frutos. O cientista ressalta que o amolecimento da ponta do fruto não está relacionado a pragas ou doenças e tem menor ocorrência nas épocas mais frias. REVISTA 100% CAIPIRA | 11
O c u s t o d e p r o d u ç ã o, s e g u n d o o p r o d u t o r, f o i e x a t a m e n t e o mesmo do maracujazeiro-az e d o. M a s p o r s e t r a t a r d e u m p r o d u t o d i f e r e n c i a d o, o p r e ç o da fruta pode ser até quatro vezes maior do que o do marac u j á - a z e d o c o m e r c i a l . “ Po r s e tratar de um fruto especial, ele alcança um mercado consumidor de maior poder aquisitivo e i s s o a g r e g a v a l o r a o p r o d u t o”, justifica. Manejo de pragas e doenças Ap e s a r d e a v a r i e d a d e d a Embrapa apresentar maior tolerância a bacterioses e viroses, o maracujá-doce, em geral, é mais suscetível a determinadas pragas e doenças do que as variedades de maracujazeiro- a z e d o. A s r e c o m e n d a ç õ e s d e m a n e j o f i t o s s a n i t á r i o, q u e s ã o a s m e s m a s d o m a r a c u j á - a z e d o, precisam ser seguidas rigorosamente. “É importante ter como p r i n c í p i o o m a n e j o i n t e g r a d o, no qual são combinadas diferentes estratégias de controle g e n é t i c o, b i o l ó g i c o, c u l t u r a l e q u í m i c o”, e n f a t i z a o p e s q u i s a d o r. Q u a n t o à s p r a g a s , é i m p o rtante o produtor ficar atento à abelha Irapuá, ao tripes, ao bes o u r o - d a - f l o r, a o s p e r c e v e j o s , à mosca-da-fruta e à mosca-do-botão-floral, que danificam as f lores e os frutos. “É importante não deixar frutos maduros na planta ou no chão para não a t r a i r a m o s c a - d a s - f r u t a s”, r e c o m e n d a Fa l e i r o. Pa r a q u e a c u l t i v a r p o s s a c o nv i v e r m e l h o r c o m a v i r o s e , a Embrapa recomenda o uso da t e c n o l o g i a d o m u d ã o, n a q u a l as mudas são conduzidas em ambiente protegido até atingirem um metro de altura ou mais, quando então são levadas a o c a m p o. Ta m b é m é i m p o r t a n t e e v i t a r, a o m á x i m o, o p l a n t i o próximo a pomares de maracujazeiro-azedo com a ocorrên12 | REVISTA 100% CAIPIRA
cia de virose.
Po t e n c i a l o r n a m e n t a l
30 toneladas por hectare em estufa
A vertente ornamental da nova cultivar pode ser apreciada, inclusive, por quem pratica o cultivo de fundo de quintal. Foi o caso de Jacint a d e To l e d o , q u e m o r a e m um condomínio em Formosa (GO). Ela plantou quatro mudas em um pergolado na garagem de casa. Com a adubação das plantas, a floração f o i i n t e n s i f i c a d a . “A f l o r é muito bonita. Depois da chuva, a mamangava apareceu e o maracujá produziu os frutos m u i t o r á p i d o”, l e m b r a . Faleiro explica que a cultivar tem um uso nobre na linha da fruticultura ornamental, na qual as plantas são utilizadas como ornamento devido à beleza das flores, da planta, e também dos frutos, os quais permitem o processamento de diferentes tipos de alimentos. Jacinta distribuiu os cerca de cem frutos colhidos para amigos e vizinhos, que também se interessaram em produzir a BRS Mel do C errado no fundo do quintal. Ela aprendeu uma receita para u t i l i z a r, a l é m d a p o l p a e s e mentes, a parte branca da casca do maracujá-doce, na forma de salada.
Em testes com diferentes perfis de produtores e sistemas d e p r o d u ç ã o, n a s c o n d i ç õ e s d o D i s t r i t o F e d e r a l , a B R S Me l d o Cerrado produziu de 15 a 25 toneladas por hectare, em polinização aberta, com potencial para alcançar mais de 30 toneladas em plantio em estufa. S e g u n d o o p e s q u i s a d o r Fá b i o F a l e i r o, a e x p e c t a t i v a é d e q u e a s c u l t i v a r e s d e s e nv o l v i d a s a partir das diferentes espécies de maracujá possam diversif i c a r o s s i s t e m a s d e p r o d u ç ã o, para oferecer novas opções de geração de emprego e renda, melhorar a qualidade de vida dos produtores e proporcionar aos consumidores produtos derivados de uma biodiversidade essencialmente brasileira. Os frutos maduros têm a casca de cor amarela, pesam de 120 gramas a 300 gramas (média de 200 gramas) e têm formato oboval, o que lhes dá uma aparência externa semelhante ao de um mamão papaia. A polpa tem cor amarelo-alaranjada e sabor a d o c i c a d o, a c i m a d e 1 7 º B r i x , enquanto o do maracujá-azedo é por volta de 12º a 13º Brix (indicador de doçura da fruta). A polpa, sementes e casca são comestíveis, e esta última pode ser usada em farinhas, saladas, compotas e outras receitas, além de ser vir de alimento para o g a d o. O cultivo de qualquer tipo de maracujá exige planejamento desde a implantação do pomar até a comercialização do p r o d u t o. “ É i m p o r t a n t e q u e o agricultor busque as informações técnicas sobre o cultivo e siga todas as recomendações d e m a n e j o. A n t e s d e p l a n t a r, o produtor deve saber quem vai c o m p r a r a p r o d u ç ã o”, r e c o m e n d a F a l e i r o.
Duas décadas de pesquisa A BRS Mel do C errado é resultado de um trabalho de quase 20 anos, iniciado com a seleção e recombinação de acessos de diferentes origens, principalmente da região do Cerrado do Planalto Central. O melhoramento genético convencional, em cinco ciclos de s eleção, resultou em uma cultivar com maior produtividade, maior tolerância à bacteriose e à virose e frutos com maior qualidade física e química, além de formato adequado ao mercado.
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MERCADO FLORESTAL
Dia na Floresta mostra manejo f l o r e s t a l sustentável na prática
Cipem leva procurador da república, secretários de estado, gestores de órgãos ambientais e pesquisadores para conhecerem a fundo o setor de base florestal de Mato Grosso Fonte: Assessora de Comunicação do Cipem
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Quando se pensa em atividade madeireira, poucos conseguirão visualizar a realidade que cerca de 100 pessoas na Fazenda Sinopema, localizada na divisa entre os municípios de Sinop e Tabaporã (MT). Em uma área de aproximadamente 52 mil hectares (ha), o cenário é de conservação. Nem parece haver uma atividade econômica de alto desempenho. No local, todas as árvores são identificadas e as que estão em ponto de maturidade são colhidas, deixando espaço para o surgimento de novas mudas – processo conhecido como regeneração natural da floresta. Todo esse sistema obedece a rígidos controles de órgãos ambientais, desde o licenciamento e a colheita, passando pelo transporte até a comercialização. O evento realizado, similar aos “dias de campo” que acontecem em fazendas de grãos, está em sua segunda edição e é realizado pelo Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) e parceiros. O público alvo é formado por representantes dos poderes públicos executivo, legislativo e judiciário que interagem com o setor ou com o tema ambiental. O objetivo é mostrar, na prática, como é o cotidiano usual do manejo florestal – uma atividade que mobiliza mais de 5 mil empreendimentos no estado e que emprega cerca de 90 mil pessoas direta e indiretamente. O presidente do Cipem, Rafael Mason, explicou que a realização do Dia na Floresta surgiu em função da complexidade de se entender a atuação do setor florestal. “A autorização e a fiscalização da produção de madeira em Mato Grosso são realizadas por quatro órgãos públicos diferentes: a Sema, o Ibama, o Indea e a Polícia Rodoviária Federal. Na esfera jurídica, a atuação é tanto estadual como federal. Ou seja, o controle da atividade é extremamente complexo”, pondera Mason. A secretária de Meio Ambiente de mato Grosso (Sema-MT), Mauren Lazzaretti, falou sobre os avanços de gestão da pasta, destacando a maior agilidade na análise dos processos de autorização dos Planos de Manejo Florestal Sustentável, mecanismo que, em sua avaliação, “representa a alternativa mais eficiente para manter a floresta em pé.
“Como temos urgência em manter a floresta conservada, o manejo florestal sustentável é o nosso foco principal”, reforçou. Na avaliação do diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, órgão ligado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Valdir Colatto, eventos como o Dia na Floresta favorecem o aprendizado que melhoram a implementação de políticas públicas relativas ao setor florestal. Na fala de abertura do evento ele também defendeu a necessidade, urgente, de melhorar a imagem da atividade junto aos compradores, principalmente, internacionais. “Nós queremos fortalecer essas parcerias para que possamos mostrar que o setor florestal brasileiro é desenvolvido e sustentável”, afirmou. Entidade holandesa de fomento a projetos sustentáveis, a Iniciativa para o Comércio Sustentável (IDH) foi uma das parceiras do Dia na Floresta e, recentemente, formalizou atuação em conjunto com o Cipem visando promover e valorizar o setor de base florestal, além de ampliar a produção de florestas manejadas no estado. “Trabalhamos com programas multissetoriais com abordagem territorial. No caso do setor de base florestal o desafio é ampliar a área de floresta nativa manejada para seis milhões de hectares”, observa Marcela Paranhos, gerente de Investimentos da IDH. Hoje, Mato Grosso possui 3,7 milhões de ha de florestas privadas manejadas. A experiência na Sinopema - A área de manejo florestal mantida pela Fazenda Sinopema existe desde 1980 e supera os 50 mil ha. Da propriedade, são comercializados cerca de 60 mil metros cúbicos de madeira de diferentes espécies – Amescla, Angelim-pedra, Cambará, Cedrinho, Cumaru, Cupiúba, Itaúba, Garapeira e Peroba-Mica. Todas as etapas de colheita das árvores maduras são cuidadosamente estudadas, planejadas e executadas, seguindo rigorosamente a legislação ambiental. Responsável tecnicamente pelo manejo, a engenheira florestal Angeli Katiucia Guterres explica que todos os detalhes são pensados e executados para diminuir o impacto na floresta, desde a escolha do local em que a árvo-
re irá cair, passando pelo caminho que o trator (denominado skidder) percorrerá para retirá-la, as rotas de estradas até a esplanada onde será carregada e depois embarcada para transporte. “A escolha da árvore, o trabalhado durante a colheita e a medição são planejados para garantir, também, o total aproveitamento da matéria-prima”, explicou. Um processo controlado por planilhas e softwares que registram cada etapa percorrida, com a identificação dos pontos em um mapa. “Com isso, aferimos a localização geoespacial das árvores para garantir a chamada cadeia de custódia”, reforçou. Um dos resultados dessa preocupação é o convívio, harmonioso, entre a produção da madeira e a presença de animais silvestres na propriedade, como porcos do mato, onças, veados, quatis, aves e outras espécies típicas da região norte mato-grossense. Dia na Floresta - O Dia na Floresta foi organizado pelo Cipem, em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) e o Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF). O evento teve apoio da Iniciativa para o Comércio Sustentável (IDH), Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Associação Mato-grossense dos Engenheiros Florestais (Amef) e Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso (Sindusmad). Setor florestal de MT - A madeira de Mato Grosso é, majoritariamente, oriunda de 3,7 milhões de hectares de florestas privadas manejadas e a expectativa é de chegar a 6 milhões de hectares até 2030. A atividade agrega mais de 5 mil produtores, sendo 1.006 indústrias e comércios que empregam cerca de 90 mil pessoas direta e indiretamente. Ao todo, 44 municípios mato-grossenses têm como base econômica a atividade florestal, colocando o setor na 4ª posição no ranking da economia estadual. Somente em 2018, o setor de base florestal arrecadou mais de R$ 53 milhões em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e mais de R$ 23 milhões para o Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), com a movimentação de R$ 2 bilhões em vendas de produtos florestais. REVISTA 100% CAIPIRA | 15
FRUTICULTURA
PA: maior banco genético de cacau do mundo
Fonte: MAPA
Coleção brasileira foi formada ao longo de cinco décadas e abriga mais de 53 mil plantas de cacau A década de 1960 marcou o avanço de um movimento científico formado por pesquisadores brasileiros e estrangeiros de exploração na Amazônia brasileira. No interior do Pará, Amazonas, Amapá, Acre e Rondônia, um grupo de geneticistas se embrenhou na floresta em busca de plantas originais do fruto de ouro da época: o cacau. Eram as chamadas expedições botânicas, iniciadas na década de 30, que 16| REVISTA 100% CAIPIRA
visavam coletar recursos genéticos das bacias amazônicas para reunir o maior número possível de variedades de espécies de cacaueiros e desenvolver o programa de melhoramento genético da Comissão do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac). De caráter exploratório, a empreitada científica desbravou por quase três décadas a região de ocorrência natural do cacaueiro, árvore tropical
que gera o fruto do cacau, matéria prima do chocolate e outros subprodutos. Cerca de 20% de 186 bacias hidrográficas foram prospectadas. Na época, o cacau representava uma das riquezas agrícolas por todo o seu potencial nutritivo, socioeconômico e ambiental. O cacau já era produzido em outras regiões do Brasil, como a Bahia e Espírito Santo, onde o fruto se adaptou bem ao bioma da Mata Atlân-
tica. As expedições foram incentivadas principalmente a partir de 1975, quando foi lançado o Plano de Diretrizes para a Expansão da Cacauicultura Nacional (Procacau), que previa o plantio de 160 mil hectares de cacau na Amazônia. As premissas do Plano levavam em conta a viabilidade econômica e o forte apelo social, ecológico e estratégico da cultura do cacau. O material coletado nas missões foi levado para uma área da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no Pará, e na década de 70 foi transferida para uma unidade de Serviços Experimentais da Ceplac, em Belém, cidade posicionada em local estratégico para formar a base física do trabalho científico que se formava em torno da cultura do cacau. “Foi um trabalho hercúleo da Ceplac para trazer esse material para Belém. Perdemos muitos materiais no caminho, mas conseguimos trazer vários. Trazíamos material repetido para ter uma margem de segurança na sobrevivência das plantas”, relatou Fernando Mendes, chefe do Serviço de Pesquisa da Superintendência da Ceplac no Pará. Iniciava-se aí a formação do maior banco de germoplasma de cacau do mundo, mantido pelo Centro de Pesquisa da Ceplac. Mais de 53 mil espécies de cacau coletadas ao longo de vários anos são preservadas vivas na Estação de Recursos Genéticos do Cacau José Haroldo, em Marituba, Pará. “Atualmente, este é o banco de germoplasma que tem maior diversidade de materiais no mundo. O nome banco é muito bem aplicado, porque é onde a gente guarda as fortunas, as riquezas, e o Ministério da Agricultura, através da Ceplac, é o guardião da maior riqueza de germoplasma de cacau no mundo. Muitos países dariam milhões para ter um banco de germoplasma como o nosso”, destacou Mendes. Diversidade Entre as 53 mil plantas, cerca de 2,2 mil têm diferentes genótipos, 1,1 mil foram geradas a partir de semente e o restante de forma clonal, a partir
de mudas formadas com pedaços de galho. “São 22 mil plantas da espécie Teobroma Cacao. Isso a genética chama de “diversidade da planta”. Cada uma dessas plantas é diferente geneticamente entre si e tem muito estudo sobre isso”, disse Mendes. O geneticista Romão Satio Kobayashi explica que a grande diversidade de espécies de cacaueiro ocorre devido à forma de reprodução das plantas. A maior parte dos cacaueiros se reproduz de forma cruzada, por meio de polinização de insetos ou vento. “O cacaueiro precisa cruzar, melhorar a genética para poder sobreviver, porque se ele se ‘autofertilizasse’, teria genes puros e se houvesse ataque de pragas, dizimaria toda a população”, explicou Romão. Como a semente do cacaueiro só tem viabilidade por 15 dias e dentro do fruto, as plantas do banco de germoplasma não podem ser armazenadas de forma artificial e são mantidas em uma floresta que abriga outras espécies da Amazônia. Além de servir como abrigo de biodiversidade e potencialidades de pesquisa científica, o banco promoveu uma transformação ambiental na área onde foi implantado. O que antes era um pasto totalmente desmatado, a área de 270 hectares escolhida para abrigar as plantas tem hoje uma floresta com várias espécies nativas da Amazônia e exóticas. Como forma de segurança do banco de germoplasma, a Ceplac dividiu o material genético em três repetições que estão preservadas em outras unidades da instituição. “A ideia não é produzir frutos economicamente, comercialmente, mas é manter a planta viva para você tirar pedacinhos dela para estudar e ver se ela é resistente à doença, se é produtiva, que tipo de amêndoas de chocolate produz. É esse estudo que tem que ser feito”, explica Mendes.
onde a equipe de geneticistas e técnicos identificam as características das flores, como quantidade de óvulos, ou tamanho das cascas, peso e quantidade das sementes até a polpa do fruto, entre outras informações, como se fosse um mapeamento da “digital” de cada planta. “As indústrias exigem certas qualidades, os produtores também precisam de certas características, então, para fazer melhoramento genético, é necessário trabalhar a caracterização morfológica quantitativa, qualitativa e a molecular”, explicou Kobayashi. “Estamos querendo saber, por exemplo, qual é o sabor que você pode ter do chocolate, se floral, terral, frutal, porque o mundo está tendo essa tendência de consumo de chocolates especiais, gourmet. Como o mundo dá valor ao lado nativo da Amazônia, eles querem saber o que nesta semente de cacau amazônica tem que as outras não têm que pode proporcionar chocolates diferentes para a indústria”, completou Mendes. O pesquisador ressalta que a principal contribuição do banco de germoplasma foi ter permitido a produção de sementes híbridas, que resultam do cruzamento entre as melhores espécies, em termos de produtividade, qualidade do fruto e resistência a pragas e doenças. As pesquisas sobre as características das plantas do cacau levam em média de 22 a 25 anos. Desde 1988, os pesquisadores desenvolveram 436 sementes híbridas, das quais 20 foram selecionadas como o melhor pacote tecnológico da Ceplac para serem distribuídas aos cacauicultores do Pará e Amazonas. Com o volume de dados já obtidos das análises do material genético, os pesquisadores também elaboraram um catálogo de desCaracterização e catálogo critores e buscam apoio para publicação do material. “Precisamos As amostras das plantas e frutos estudar ainda mais, porque exiscolhidos do banco são analisadas tem muitos segredos neste banco no laboratório de caracterização, de germoplasma”, afirmou Mendes. REVISTA 100% CAIPIRA |17
PASTAGENS
Fazenda aumenta produtividade da lavoura e amplia área de gado com uso de sementes forrageiras em sistema integrado Fonte: Soesp – Sementes Oeste Paulista
Propriedade que fica localizada no município de Uruçuí, no Piauí utiliza as sementes Advanced da Soesp e tem implemento de até 10 sacas de soja por hectare A produção agrícola do Piauí a cada safra vai se consolidando, tendo só nos últimos dois anos mais que dobrado seus resultados. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, o Estado encerrou o ano de 2018 com Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) com R$ 4,562 bilhões, um crescimento de 11,5% no comparativo com 2017 e de impressionantes 126% quando se compara com 2016. Os números comprovam que os produtores estão utilizando tecnologias e fazendo um bom trabalho em suas fazendas. Uma das propriedades que vem se destacando, fica localizada no município de Uruçuí, região da nova Santa Rosa. Atualmente o principal negócio da fazenda é o cultivo de soja e milho. Somente nesta safra foram destinados cerca de 7.500 hectares para as culturas. Além dos grãos, com o uso de tecnologia e de produtos de qualidade no mercado a propriedade está ampliando também sua área para pecuária. De acordo com Lindomar Martins da Silva, gerente geral da propriedade e técnico em agropecuária, um dos segre18| REVISTA 100% CAIPIRA
dos do sucesso da fazenda é a utilização das sementes forrageiras que ajudam no manejo de solo das lavouras e melhoram a qualidade das pastagens para o gado. “Usamos aqui sementes da Soesp. Este ano plantamos 2.700 hectares de braquiária. Fizemos esta escolha, pois estão se adaptando bem na nossa região”, destacou o gerente. Na fazenda é utilizada a braquiária ruziziensis pensando na qualidade de palhada. De acordo com o técnico em agropecuária, o uso dessa palhada de qualidade tem sido fundamental para o incremento de produtividade na fazenda. “Dependendo das condições da formação da palhada e principalmente do tamanho do veranico, é possível chegar ao aumento de até 10 sacas de soja por hectare. Esse manejo trouxe resultados muito positivos”, destaca. A propriedade também utiliza a semente Soesp Advanced de Capim Marandu, que possui elevado valor cultural e é mais tolerante ao estresse hídrico. Além disso, a variedade proporciona boa cobertura de solo e qualidade de forragem fazendo com que seja, dessa forma, uma
excelente pastagem para bovinos. Segundo o gerente, essas soluções têm gerado grande oportunidade de manejo do solo de perfil biológico, atuando bem na formação de boas palhadas. “Isso tem sido fundamental em nossa região em função do período de seca durante a safra e essa palhada vem ajudar muito na parte de proteção do solo, manutenção da umidade, drenagem e absorção da chuva, tendo maior uso propriamente dito da água da chuva”, destaca Silva. Parceria consolidada - Utilizando a cerca de dois anos as sementes Soesp Advanced, a fazenda realiza o plantio direto, técnica que no estado do Piauí se consolida como a melhor opção para ganho de produtividade. “Buscamos parceria com empresas principalmente sementeiras de forrageiras que nos forneçam sementes uniformes, de qualidade, tratamentos eficientes, produtos livres de contaminação de plantas daninhas, principalmente as de difícil controle. Nesse contexto é fundamental ter um parceiro de sucesso que confiamos como a Soesp que traz essa garantia para termos a certeza de um bom produto”, finaliza Silva.
PESQUISA
Pesquisa desenvolve farinha de pinhão
Produto é isento de glúten Para aproveitar o valor nutricional do pinhão como alimento funcional e sem glúten, a Embrapa Florestas (PR) desenvolveu dois tipos de farinha que podem ser utilizadas em diversas preparações alimentares como bolos, massas e pães. Feitos com pinhão cozido e pinhão cozido e seco, os novos produtos apresentam alto valor nutricional e são isentos de glúten, o que os torna uma excelente alternativa para dietas de pessoas que sofrem de doença celíaca. A pesquisadora da Embrapa Cristiane Helm ressalta que o mercado para celíacos ou pessoas com dieta restrita ao glúten é crescente e aposta no diferencial da farinha de pinhão nesse nicho. “É um produto que proporciona uma boa aeração da massa, deixando pães, massas e bolos com sabor mais agradável, além de proporcionar um alto valor nutricional aos consumidores”, informa. As duas farinhas possuem formas diferentes de preparo, processamento e indicação culinária, mas ambas podem ser utilizadas como ingrediente em receitas ou simplesmente misturadas na alimentação. A farinha de pinhão cozido e seco tem uma vida-de-prateleira maior, já
que a água livre é removida por secagem e atende à legislação para farinhas, que determina o limite máximo para o teor de umidade em 12%. Além dos celíacos Além de não conter glúten, o pinhão tem altos teores de proteínas de elevado valor biológico, pois contém todos os aminoácidos essenciais - que não são sintetizados pelo organismo humano fibras alimentares e amido. Por isso, seu potencial como alimento funcional tem atraído o interesse de pesquisadores e consumidores. O pinhão é um produto com baixo teor lipídico e seu sabor não altera produtos doces ou salgados, o que pode estimular a produção de barras de cereais tanto doces quanto salgadas. Análises sensoriais com produtos extrusados (chips), desenvolvidos pela Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ), já estão sendo realizadas, com a possibilidade de compor alimentos menos calóricos e mais saudáveis. “Nossas pesquisas apontam que o pinhão tem uma concentração de 3% de amido resistente, o que pode auxiliar
na redução da glicemia”, atesta Cristiane Helm. “Por ser rico em fibras, seu consumo pode ajudar a prevenir doenças intestinais, além de ter baixo índice glicêmico e compostos antioxidantes”, completa. A caracterização nutricional da semente mostra ainda a presença de ácidos graxos linoleico (ômega 6) e oleico (ômega 9), que contribuem para a redução do colesterol do sangue, ajudando na prevenção de doenças cardiovasculares. “No caso do amido resistente”, explica Helm, “sua concentração de 3% no pinhão indica que pode ajudar na redução da glicemia”. Em busca de parceiros para produção A pesquisadora Cristiane Helm conta que a farinha já comprovou seus excelentes resultados nos testes realizados. O produto encontra-se, agora, apto para produção em escala. “Acreditamos que pode ser de interesse de agroindústrias produzir e comercializar os dois tipos de farinha. Por isso, estamos em busca de parcerias para que, em breve, elas estejam disponíveis ao mercado consumidor”, anuncia. Fonte: Embrapa REVISTA 100% CAIPIRA | 19
BOVINOS DE LEITE
Qual o melhor critério para descarte de matrizes? Uma vaca saindo vazia da estação de monta pode parecer um problema pequeno
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Mas e se forem 30 ou 40% das vacas saindo vazias da estação de monta (EM)? Isso quer dizer que 30 a 40% das matrizes consumiram a pastagem, o sal mineral e a água e não produziram bezerro! E agora, parece um problema pequeno? Como re s o l v e r ? Um c om e ç o é i d e nt i ficar os animais mais e menos produtivos e, aos poucos, selecionar os melhores, descartando os piores. Parece simples, e realmente é. Só é necessário estabelecer parâmetros de avaliação e critérios para seleção e descarte de matrizes. O resultado disso será positivo e, o m e l h o r, s e m q u a s e a u m e n t o de custo. Tu d o c o m e ç a p o r c o n h e c e r o rebanho do ponto de vista zo otécnico, ou s eja, sab er o número de animais em reprodução, inter valo entre par tos (IEP), taxas de prenhez, natalidade e desmama, pesos ao nascimento e desmama, etc. É essencial acompanhar os animais ao longo do ano, sab er a condição corporal e nutricional dos mesmos, verificar as variações de peso nas águas e secas para identificar deficiências que precisam ser minim i z a d a s e / o u c o r r i g i d a s . Ta n t o matrizes quanto reprodutores em más condições nutricionais e p erdendo p es o terão, cer tamente, o desempenho reprodutivo prejudicado. Para as matrizes há manejos de rotina a serem feitos e que ser vem como pontos de controle, especialmente da condição corporal, como diagnóstico de gestação, desmama, parto e início da estação de monta. Quanto antes as deficiências forem identificadas, mais cedo são passíveis de correção. O mais importante é estabelecer os critérios de descarte! O principal critério utilizado nas propriedades rurais de gado de corte é a falha repro-
dutiva, vaca saindo vazia da estação de monta. Para iss o, basta o diagnóstico de gestação (DG). Em geral, após 30 dias do final da estação de monta (ou saída dos touros) já é possível fazer o DG. O procedimento é essencial para verificar a taxa de prenhez. Além diss o, durante o D G, o médico-veterinário realizará o exame ginecológico nas matrizes não prenhes, verificando se há alteração no trato reprodutivo desses animais. Com os diagnósticos em mãos, é simples escolher as vacas vazias que deverão deixar o rebanho. C as o existam matrizes não prenhes, mas com bezerros ao pé, oriundos da estação a n t e r i o r, e l a s p e r m a n e c e m n o rebanho até a desmama de seus bezerros. Entretanto, o critério de descarte de vacas vazias não precisa ser aplicado a todas as categorias da mesma forma. Por exemplo, as novi l has que entraram na EM ciclando são animais de boa fertilidade, sem bezerros ao pé e, portanto, com to das as chances de e m p r e n h a r. N o v i l h a q u e n ã o emprenha deve ser descartada sem uma segunda chance. As vacas multíparas, com bezerros ao pé, podem merecer uma chance, caso seja a primeira falha repro dutiva delas. Já a s c h am a d a s “ v a c a s s o lt e i r a s” (vacas que falharam na EM anterior e não estão com bezerro ao pé) não devem receber outra chance, pois passaram um ano s em pro duzir b ezerro. Um a m a i or at e n ç ã o à s pr i míparas, vacas que tiveram seu primeiro par to, e agora precisam terminar de crescer para atingir s eu p es o adulto, entrar em lactação para seu primeiro bezerro e, ainda, retomar a ciclidade, além de manter suas funções fisiológicas normais. Sim, é a categoria mais exigente nutricionalmente e,
p or tanto, é a que merece atenção nutricional e a chance de permanecer no rebanho caso não emprenhe. Logicamente, na EM seguinte, esses animais estarão sem bezerros ao pé e d e v e m e m p r e n h a r. C a s o c o n trário, entram na classif icação d e “ v a c a s o l t e i r a” e s e r ã o d e s cartadas caso não emprenhem. Se as vacas terão uma ou duas chances é uma decisão de manejo, bas eada nas condições de cada propriedade. É preciso saber se a propriedade e s t á p r e o c u p a d a e m e x p a n d i r, diminuir ou manter o tamanho do rebanho de matrizes e se tem condições de pastagem e/ou suplementação para o quantidade de matrizes que p r e t e n d e t e r. C ontudo, um critério de ve sempre ser obser vado: a reposição de matrizes deve ficar em torno de 20 a 30%, nunca ultrapassar esse limite. O excesso de novilhas de um ano torna-se excesso de primíparas no ano seguinte; e um aumento de bezerros do primeiro ano será sentido na diminuição de bezerros no ano seguinte. Se a condição corporal foi acompanhada (e corrigida, caso necessário), se os touros foram avaliados antes da estação de monta (por exame andrológico), sendo apenas animais aptos à reprodução utilizados, se novilhas entraram na estação de monta em boas condições reprodutivas (já púberes e ciclando), se o número de primíparas do rebanho é conhecido e se existe histórico reprodutivo das matrizes (sabendo quais tiveram falhas reprodutivas), o produtor tem as mãos todas as ferramentas para selecionar as fêmeas que ficarão ou não no rebanho para a próxima estação de monta. Alessandra Nicácio - médica-veterinária, Pesquisadora da Embrapa (Campo Grande-MS) Fonte: Embrapa Gado de Corte
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EQUÍDEOS
Mangalarga Marchador atrai fãs, movimenta o turismo e a economia O cavalo Mangalarga Marchador não é conhecido apenas pela marcha e beleza, mas também pelas paixões que desperta por onde passa
Fonte: Interface Comunicação
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O c ava lo Manga l arga Marchador não é con he cido ap enas p el a marcha e b ele za, mas t amb ém p el as p aixõ es que desp er t a p or onde p ass a. O temp eramento dóci l, su a vers at i lid ade e resistênci a, f izeram a raç a s e cons olid ar como uma imp or t ante fonte de b ons negó cios. “C ad a ve z mais os cr i adores de to do o p aís est ão p erceb endo os at r ibutos incomp aráveis d a raç a. Trat a-s e de um anima l de s el a, excep ciona l p ara p ass eios”, diz D aniel B or j a, presidente d a Ass o ci aç ão Brasi leira dos Cr i adores do C ava lo Mangal arga Marchador (AB C CMM). O Marchador est á pres ente em to d as as reg iõ es do Brasi l, p orém, Minas G erais s e dest ac a como um dos pr incip ais cent ros cr i adores des de o s é c u lo XVIII. O E st ado p ossui cerc a de nove mi l cr i adores e qu as e 250 mi l c ava los d a raç a reg ist rados, p er to d a met ade do reb an ho naciona l. Tamb ém s e dest ac am na cr i aç ão do Manga l arga Marchador os est ados do R io de Janeiro, São Paulo, B a hi a e E spír ito Santo. To d a ess a imp onênci a mineira faz com que vár i as cid ades s e tor nem at rat ivos tur íst ico ent re os amantes d a raç a. No inter ior de Minas G erais existem haras, fazend as e p ous ad as que oferecem re quinte, aconchego, a lém d a op or tunid ade de con he cer mais o c ava lo Manga l arga Marchador. Um exemplo é a cid ade de Cr uzí li a, no Su l de Minas G erais, que ent rou of ici a lmente p ara a rot a do tur ismo no Brasi l. A cid ade, com cerc a de 18 mi l habit antes, tem em su as raízes a mineir id ade, a b o a pros a, a relig iosid ade, o amor p elos c ava los e p el a c u linár i a. “O p ass eio p elo município é indic ado p ara quem des ej a v ivenci ar o tur ismo r ura l. Foi em Cr uzí li a que nas ceu o Manga l arga Marchador, uma d as raç as de c ava lo mais premi ad as mundi a lmente”, dest ac a Cínt i a Junqueira, s ó ci a-propr iet ár i a d a agênci a Grantur Vi agens e R e-
cept ivo. A agênci a p ossui p arcer i a com cerc a de 10 fazend as centenár i as d a reg i ão com cr i adores de Manga l arga Marchador. E l as f uncionam como verd adeiros hotéis e p ous ad as. Ness es ref úg ios, é p ossível ter cont ato direto com a nature za e com os animais, des envolvendo e a liment ando o tur ismo r ura l. Para at rair os tur ist as e fãs do c ava lo, os est ab ele cimentos re a lizam c ava lgad as tur íst ic as, au l as de mont ar i a, s araus, c afés coloni ais, a lém de tours at rat ivos p ara con he cer a histór i a do Manga l arga Marchador. “Por s er dó ci l e considerado o c ava lo d a famí li a, é uma op ç ão que va le a p ena p el a forç a e confor to que ofere ce. No esp or te, a raç a é p er feit a p ara as provas de t rês e cinco t amb ores. Taman ha vers at i lid ade tem feito com que os cr i atór ios cres ç am c ad a ve z mais no p aís”, dest ac a Cínt i a Junqueira. Mus eu Naciona l Manga l arga Marchador - Em 2012, foi inaugurado o Mus eu Naciona l Manga l arga Marchador, administ rado p el a AB C CMM e s e di ado na c as a que p er tenceu à Fazend a B el a Cr uz, uma d as propr ie d ades pi l ares d a raç a. O lo c a l faz uma lin ha do temp o, des de os pr imórdios, com o surg imento no Su l de Minas, até os di as atu ais, com a exp ans ão e re con he cimento dos c ava los nas cidos l á. Div idido p or s a l as temát ic as, com p e ç as, v íde os e do c umentos s obre as fazend as centenár i as e s eus f und adores, o ambiente recr i a a histór i a de uma d as maiores raç as de e quinos do mundo. Mais de 40 mi l p ess o as j á v isit aram o esp aço, que est á ab er to aos v isit antes de terç a a domingo, de 10h às 17h (inclusive fer i ados). A ent rad a é g ratuit a. Eventos p el o p aís A AB C CMM t amb ém ap oi a a
realização de diversos eventos que tem como objetivo divulgar e fomentar a raça pelo Brasil e n o e x t e r i o r. A n u a l m e n t e , s ã o chancel ados p el a Ass o ci aç ão, cerca de 650 eventos exclusivos do Marchador como leilões, copas de marcha, exposições, cavalgadas, entre outros. A entidade também realiza o maior evento de equinos da América L atina: a Exposição Nacional do C avalo Mangalarg a M a r c h a d o r, r e a l i z a d a h á 3 8 anos todo no Parque da Gameleira em B elo Horizonte. A edição de 2019 começa amanhã (16) e vai até o dia 27 de julho e marcará as comemorações dos 70 anos da ABCCMM. Preparado para receber toda a família, o evento conta com infraestrutura completa, desde circuito gastronômico com deliciosas opções, choperia, lounges para descanso e conf rater nizaç ão, esp aço C ha le zin ho, f ra ld ár io, b anco 24 horas e drogaria. Para a criançada, Espaço Kids com brinquedos, jogos interativos, games, além de uma minifazenda com diversos animais e shows. Segundo Daniel B orja, a expectativa é que sejam movimentados em torno de 25 milhões de reais em negócios, entre leilões de animais e vendas diretas entre os criadores. Mídia To d a a p r o g r a m a ç ã o d e j u l gamentos da 38ª Nacional s erá transmitida e comentada ao vivo pela bancada do Resenha d o M a r c h a d o r. A t r a n s m i s s ã o interativa é realizada em parceria com o Canal Rural, pelo portal ABCCMM e pelo site L ance Rural. Ve n d a d e i n g r e s s o : N a p o r t a r i a d o e v e n t o o u n o s i t e w w w. z a p i f y. c o m . b r / 3 8 o - e x p o s i c a o -nacional-do-cavalo-mangal a r g a - m a r c h a d o r. REVISTA 100% CAIPIRA | 23
CERTIFICAÇÃO
Selo de certificação do IMA valoriza azeites mineiros
Fonte: Assessoria de Comunicação do IMA
Produtores poderão contar com auditoria que verifica desde a área de cultivo e manejo de pragas até as boas práticas de produção e normas sanitárias 24 | REVISTA 100% CAIPIRA
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Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgão vinculado à Secretaria de A g r i c u l t u r a , Pe c u á r i a e Ab a s tecimento (S eapa), deu início este ano ao processo de certificação de azeite em Minas Gerais. Regulamentado pelo IMA, sob a portaria n.°1.866/2018, a certificação de azeite faz parte do Programa Certifica Minas, coordenado pela S eapa. O IMA é o órgão certificador oficial, responsável pelas auditorias e e m i s s ã o d o c e r t i f i c a d o, a l é m d a a u t o r i z a ç ã o d o u s o d o s s e l o s . Já a Emater orienta os produtores e indústrias sobre as adequações de produção necessárias. E, a Ep a m i g , c o n t r i b u i n o d i r e c i o namento de pesquisas e estudos p a r a m o n i t o r a m e n t o, a v a l i a ç ã o e aprimoramento do processo de c e r t i f i c a ç ã o. O IMA é também responsável p e l a v e r i f i c a ç ã o d e t o d a s a s n o rmas sanitárias e boas práticas de produção a serem seguidas pel o s o l i v i c u l t o r e s . “ Is s o s i g n i f i c a que eles podem contar com uma produção segura e socialmente r e s p o n s á v e l”, a f i r m a a c o o r d e n a dora do Programa Certifica Minas Azeite no IMA, a engenheira agrônoma Daniela Lazzarini. Au d i t o r i a - O I M A r e a l i z a a s auditorias nas oliveiras, verif i c a n d o, e n t r e o u t r o s , a p r o c e dência da muda, as condições sanitárias adequadas, a fertiliz a ç ã o d o s o l o, a á r e a d e c u l t i v o, o manejo das pragas e doenças, a i r r i g a ç ã o, a i n s t a l a ç ã o e o a r m a z e n a m e n t o d o p r o d u t o. “ D e p o i s d e t o d o e s t e p r o c e s s o, a u d i t a d o pelo IMA, o azeite será atestado em relação à gestão do processo p r o d u t i v o, a s b o a s p r á t i c a s a g r í colas, a responsabilidade social e a sustentabilidade ambiental e e c o n ô m i c a”, r e f o r ç o u a e n g e nheira agrônoma. O o b j e t i v o d o P r o g r a m a C e rtifica Minas é ofertar produtos com mais qualidade aos consu-
midores, com uma gestão mais eficiente e a obser vância de práticas rigorosas de higiene e s e g u r a n ç a a l i m e n t a r, o q u e r e sulta em mais atratividade para a i n s e r ç ã o d o a z e i t e n o s m e rcados nacional e internacional. “A l é m d i s s o, o P r o g r a m a C e r t i fica Minas concede uma garantia de qualidade e procedência, com uma produção de acordo com a responsabilidade social e ambiental, melhorando a gest ã o d a p r o p r i e d a d e . Is s o t o r n a o p r o d u t o m a i s c o m p e t i t i v o, c o n siderando que os consumidores e s t ã o c a d a v e z m a i s e x i g e n t e s”, obser vou. Daniela Lazzarini reforça a importância de um produto como o azeite ganhar novos m e r c a d o s , p r i n c i p a l m e n t e p o rque a oliva é uma cultura relativamente nova no Brasil e ainda com produção pouco expressiva no país e em Minas Gerais. A l é m d i s s o, é u m c u l t i v o c o m peculiaridades e características ainda a serem exploradas pelos olivicultores mineiros. “Embora a produção brasileira estej a c r e s c e n d o, a i n d a r e p r e s e n t a apenas 2% do consumo nacional, que é de 100 mil toneladas. O Brasil é o segundo maior imp o r t a d o r d o m u n d o”, i n f o r m o u Daniela L azzarini, comentando que 10 quilos de azeitona rende apenas dois litros de azeite, que é a produção média de cada oliv e i r a . “O a z e i t e n ã o é a p e n a s u m c o m p o n e n t e c u l i n á r i o, m a s u m alimento íntegro de alta qualid a d e , e f o n t e e v i t a m i n a E . Um alimento único e que merece t o d a a n o s s a a t e n ç ã o”, c o m e n tou. Colheita – A próxima colheita acontece em fevereiro de 2020, quando produtores de oliva do Sul de Minas iniciarão o processo produtivo do azeite. Em Minas Gerais, a oliva é mais recorrente na região da S erra da Mantiqueira, que fica a 1,3 mil metros de altitude, ambient e i d e a l p a r a o d e s e nv o l v i m e n -
to da cultura, que necessita de temperaturas mais baixas para s e d e s e nv o l v e r. S e g u n d o d a d o s levantados pela Associação dos Olivicultores dos C ontrafortes da Mantiqueira, existem 150 produtores de azeite distribuíd o s e m 7 0 m u n i c í p i o s , q u e c o rrespondem a uma área de 1,8 mil hectares. Em 2018, os olivicultores da região produziram 48 mil litros de azeite. Certifica Minas - As ações de certificação de produtos agropecuários são desenvolvidas, no estado, há mais de uma década. O café é um dos produtos mais tradicionais contemplados pelo programa de cer tif icação. C achaça, algodão, pro dutos s em agrotóxicos e orgânicos também já faziam parte da relação de produtos atendidos pelas ações. No ano passado, p or meio da Lei nº 22.926/2018, o Governo de Minas transformou em política pública todas as ações de certificação agropecuárias que já estavam sendo realizadas, incorporando novos produtos ao programa. Passaram a fazer parte das ações azeite, leite, frutas, carne bovina, queijos artesanais. Para aderir ao programa - A adesão ao programa de certificação é voluntária. O interessado deve possuir inscrição estadual em Minas Gerais, requerer ao IMA a adesão ao produto/segmento de seu interesse, assinar o contrato e receber auditorias nos empreendimentos inscritos no Certifica Minas, além do pagamento das taxas de cer tif icação, quando aplicáveis. O selo de certificação tem a validade de um ano, p o dendo s er re validado, de acordo com o inter e s s e d o p r o d u t o r, a p ó s n o v a s auditorias do IMA, o órgão cer tif icador of icial do Estado. Produtores da Agricultura Familiar têm adesão gratuita ao Programa. REVISTA 100% CAIPIRA |25
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GESTÃO
Como cuidar de sua semente até o plantio?
A semente é um dos pilares do processo produtivo e sua qualidade está diretamente ligada à produtividade
O sucesso de uma lavoura depende de diversos fatores, mas sem dúvida, destaca-se a utilização de sementes de alta qualidade, que permitem ao produtor o acesso aos avanços genéticos para maiores potenciais produtivos. Entretanto, como devem ser tratadas as sementes? Quais os cuidados básicos que produtores devem tomar durante processos como a colheita e o beneficiamento? Destacamos aqui algumas tarefas e cuidados que ajudarão a preservar sua semente até o momento da semeadura para reduzir perdas de germinação e/ou vigor. Primeiramente, a colheita pode ser antecipada sendo que o produtor deve monitorar a umidade das sementes (até 18% desde que cuidados com danos mecânicos sejam tomados) além de realizar a secagem no máximo de 24 horas após a operação. Recomenda-se fazer pelo menos três coletas ao dia para verificar possíveis danos mecânicos por meio do teste do hipoclorito, e determinar o número de sementes quebradas pelo método do copo medidor. 28 | REVISTA 100% CAIPIRA
Por Aline Clemente, engenheira agrônoma, doutora em fitotecnia e Gerente do Laboratório de Análise de Sementes (LAS) da Fertiláqua
Vale lembrar que lotes com mais de 3% de bandinhas (quando estão quebradas),10% de sementes trincadas e 9% de sementes verdes são impróprias para uso. No beneficiamento, o primeiro passo é conferir a umidade das sementes na recepção e quando acima de 12% deve-se fazer a secagem e depois realizar novo teste de hipoclorito e do copo medidor. Dentro da moega da recepção deve-se conferir a altura de queda e, se possível, utilizar amortecedores para evitar danos. É essencial controlar a velocidade da máquina de pré-limpeza, para retirar impurezas, e dos elevadores/transportadores além de evitar a utilização de rosca sem fim como transportadores – principal fonte de danos mecânicos e contaminação. Na secagem, não ultrapassar 40ºC na massa de sementes devendo ser realizada até que as sementes cheguem ao ponto de equilíbrio higroscópico com o ar. É preciso atenção pois a secagem muito rápida pode causar irregularidades na umidade e quando insuficiente
pode prejudicar as próximas etapas, reduzindo o tempo de armazenamento. Para continuar as operações de beneficiamento, as sementes precisam ser resfriadas. Durante a limpeza, deve-se regular e a velocidade de oscilação e inclinação das peneiras, bem como dos classificadores. Uma dica importante é passar as sementes na mesa densimétrica, após a classificação por peneiras para aumentar a eficiência desta operação. O tratamento de sementes, quando utilizado, deve ser realizado com equipamento adequado para evitar danos mecânicos e aumento excessivo da umidade. Após o tratamento, caso as sementes sejam armazenadas deve-se verificar a necessidade de secagem complementar. Por ter um grande conteúdo de óleo, as sementes de soja estão mais sujeitas a deterioração. Por fim, o armazenamento tem que ser feito, de preferência, em condições de temperaturas mais amenas, seja por refrigeração do ambiente ou utilização de silos com isolantes térmicos.
PASTAGENS
Indique sua demanda sobre pastagens à Embrapa até dia 26
Foi prorrogado até 26 de agosto o levantamento online que o Portfólio de Pastagens da Embrapa – estrutura que reúne todos os projetos de pesquisa nessa área – está realizando junto ao setor produtivo Até o m om e nto, c e rc a d e 400 respostas foram registradas, sendo a maioria do Cerr a d o ( 3 9 , 5 % ) e Mat a At l ânt i ca (28,1%). O objetivo dessa sondagem é levantar os principais desafios para a produção de pastagens no Brasil. Qualquer usuário do país que tenha relação com o tema pode responder ao questionário online até dia 26, uma segunda-feira. De acordo com a presidente do Comitê Gestor do Por tfólio, Patrícia Menezes Santos, pesquisadora da Embrapa Pec uária Sudeste (São Carlos-SP), é interessante que o levantamento seja aplicado em todas as regiões para captar diferentes reali-
dades que envolvam produtores rurais, técnicos de assistência pública e/ou privada ou outros profissionais ligados à atividade pecuária. Até o m om e nto, s e g u n d o ela, 54,4% dos respondentes se identificaram como produtores rurais e 29,6% como técnicos que atuam na assistência pública ou privada. A sondagem vale para as atividades de corte, de leite, criação de búfalos, ovinocultura, caprinocultura, enfim, qualquer sistema produtivo que tenha relação com o cultivo de forrageira. O link para responder é este: http://bit. ly/30BqIme. “Q u anto mais p ess o as res-
p o n d e r e m , m e l h o r. P o r m e i o dessa prospecção de problemas, poderemos direcionar melhor a programação de pesquisa em pastagens da Embrapa e promover maior impacto com os resultados o b t i d o s ”, a f i r m o u a p e s q u i s a dora. As principais forrageiras utilizadas hoje no Brasil foram desenvolvidas pela E m b r a p a . “ Te m o s a ç õ e s d e melhoramento com várias espécies, para todas as regiões e biomas do país e também estamos levantando informações relacionadas a clima, solo, pragas e doenças relev a n t e s ”, d i s s e P a t r í c i a .
Fonte: Embrapa Pecuária Sudeste REVISTA 100% CAIPIRA |29
MEIO AMBIENTE
Diminui desmatamento e áreas afetadas por queimadas em Mato Grosso Entre 2017 e 2018, por exemplo, caiu de 1.561 para 1.490 a quantidade quilômetros quadrados desmatados, tendo sido, ao lado de Tocantins e Maranhão, um dos poucos Estados da Amazônia Legal a obter este resultado
Embora ainda precise continuar a fazer o dever de casa, Mato Grosso vem reduzindo as queimadas e os desmatamentos em seu território. Entre 2017 e 2018, por exemplo, caiu de 1.561 para 1.490 a quantidade quilômetros quadrados desmatados, tendo sido, ao lado de Tocantins e Maranhão, um dos poucos Estados da Amazônia Legal a obter este resultado. Também houve redução 30 | REVISTA 100% CAIPIRA
nas queimadas no mesmo período, o número de focos de incêndio passou de 30.911 para 18.032. “Mas, provavelmente, não teremos redução de focos de incêndios neste ano de 2019, por causa da condição climática e da biomassa acumulada. Como no ano passado registrou-se queda, a tendência é de aumento para este ano. Mas, não tão alto como os demais Estados da
Amazônia Legal”, ameniza o coronel Bombeiro Militar Paulo Barroso, secretário-executivo do Comitê Estadual de Gestão do Fogo, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Pelos últimos dados de 2019, Mato Grosso, com 8.556 focos registrados, já ultrapassou a metade do total de 2018. Para evitar que os números sejam ainda maiores, o Comitê Estadual de Gestão
de Fogo, formado por 20 agências estaduais e 17 convidadas (entre ONGs e iniciativa privada), trabalha ativamente na prevenção, controle e combate aos incêndios florestais. Entre 15 de julho e 15 de setembro, conhecido período proibitivo de queimadas em áreas rurais, é ativado também o Comitê Integrado Multiagências de Coordenação Operacional Nacional (Ciman), que este ano está estruturado no Centro Integrado de Operações da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso (Ciosp/Sesp). Para a execução da tarefa, conta com 87 veículos de combate a incêndios florestais, dois caminhões de apoio, três aeronaves (dois aviões com capacidade para transporte e lançamento de até 3.500 litros de água e um helicóptero), além de 1.327 brigadistas – entre 350 e 400 atuando diariamente. “Vamos atuar em 48 dos 141 municípios do Estado”, diz Paulo Barroso, explicando que serão atendidos os municípios escolhidos pelo seu histórico de desmatamentos e queimadas. Ou seja, os que mais queimam ou desmatam. “Dependemos também do gestor municipal. À medida em que nos acenam positivamente, estabelecemos um termo de cooperação. Já o PrevFogo (Centro Nacional de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais) atua mais em áreas indígenas e em projetos de assentamentos, por serem territórios federais, e de acordo com as parcerias firmadas”, pontua. O coronel lembra que no período proibitivo toda e qualquer queimada é considerada crime. “Mato Grosso tem um período de estiagem prolongado, de até três meses, ou com baixa intensidade de chuvas, criando as condições ideais para queimadas. Ou seja, alta temperatura, baixa umidade do ar, ventos fortes e muitos dias sem chuvas. É neste período que ocorre a maior quantidade de incêndios, a maioria provocada por mãos humanas”. Na tentativa de conter esse risco, foi criada em 2016 a Operação Abafa, com duração de 10 dias, cujo objetivo é combater crimes ambientais, como queimadas e desmatamentos ilegais e incêndios florestais. “No período proibitivo, qualquer queimada é crime, mesmo o
produtor rural tendo em mãos uma certidão da Sema autorizando-o a fazê-la”, explica. O coronel do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso diz ainda que a Operação Abafa de Combate a Crimes Ambientais é integrada por todas as agências especializadas em meio ambiente. Por ser de impacto, combate também crimes contra a vida humana, apesar de seu foco principal ser o crime ambiental. “Normalmente, vamos focados em alguns criminosos, porque fazemos um levantamento prévio. Autuamos, fazemos as perícias para apontar o nexo de causalidade e emitimos a notificação, além de algumas autuações e prisões em flagrante”. Pelo artigo 41 da Lei de Crimes Ambientais, provocar incêndios em matas ou florestas pode resultar em uma pena variável de dois a quatro anos e multa, em caso de crime doloso (intencional), ou de seis meses a um ano e multa, se culposo. O valor da multa varia entre R$ 1 mil e R$ 7,5 mil por hectare. “Já foram realizadas cinco operações Abafa – uma em 2016, duas em 2017 e duas em 2018. No total, foram aplicados R$ 60 milhões em multas. Obviamente, o réu pode recorrer, mas terá que depositar 10% do valor da multa para fazê-lo. Ou seja, no mínimo R$ 6 milhões vão para o Fundo Estadual de Meio Ambiente (Feman)”, acrescenta o coronel. Por ter conseguido reduzir significativamente queimadas e desmatamentos nos últimos anos, a edição 2019 da Operação Abafa terá apoio do REM, uma iniciativa que premia resultados positivos de conservação de florestas. O programa, cujos recursos são repassados por Alemanha e Reino Unido, está custeando as diárias dos integrantes da Operação e 14 caminhonetes de combate a incêndios florestais, locadas exclusivamente para a tarefa. O Programa REM disponibiliza 44 milhões de euros a serem investidos em três anos e aplicados não apenas em combates a incêndios florestais como em áreas indígenas, comunidades tradicionais, Sema, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar Ambientar e Ciopaer (Centro Integrado de Operações Aére-
as).
“Pessoalmente, entendo que estes recursos são poucos. Para se ter ideia, em 2017, quando aconteceram grandes incêndios no mundo, foi feito um levantamento sobre os gastos de alguns países no combate a incêndios. Enquanto o Brasil investiu apenas R$ 6,16 para proteger cada km2 (em Mato Grosso foram R$ 3,40); Estados Unidos investiram R$ 1.959; Portugal, 1.626; e Chile, R$ 586”, expõe Barroso. Lançado em 2012, durante a Rio+20, o programa REM (REDD+ for Early Movers, em que REDD significa, em português, redução das emissões por desmatamento e degradação florestal) remunera nações que apresentem resultados positivos na conservação de florestas. Viabilizado de forma conjunta por Alemanha e Reino Unido, o REM contribui com a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCC, sigla em inglês), firmada durante a Rio 92. Brasil, Colômbia e Equador foram os três países sul-americanos beneficiados. No Brasil, o Acre foi o primeiro estado a receber seus recursos. Mato Grosso passou a ser beneficiado a partir de 2017, por ter reduzido, entre 2004 e 2014, em mais de 90% os desmatamentos em suas florestas. Estão previstos 44 milhões de euros para o Estado, desde que mantenha o desmatamento abaixo do limite, também chamado de gatilho performance, estipulado em 1.788 km2. A primeira parcela foi liberada em dezembro de 2018, enquanto os desembolsos serão anuais, segundo a estratégia de pagamento por resultado. O Funbio (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade) é o gestor financeiro e operacional do REM no Brasil. A distribuição dos recursos é feita da seguinte forma: 60% para subprogramas de agricultura familiar, povos e comunidades tradicionais (da Amazônia, Cerrado e Pantanal), territórios indígenas e produção sustentável, inovação e mercados. O restante é destinado ao fortalecimento institucional de entidades governamentais do Estado e na aplicação de políticas públicas estruFonte: Só Notícias turantes. REVISTA 100% CAIPIRA |31
TURISMO RURAL
Turismo Rural: Roteiro Centenário valoriza história e paisagens de Caparaó O Programa Agente de Turismo Rural agora tem um novo módulo, o de Roteirização
Como resultado dessa etapa, o grupo formado por representantes de Caparaó, Carangola, Divino e Faria Lemos testou o Roteiro Centenário. O lançamento de todas as dez rotas criadas está previsto para setembro. O passeio oferece uma visita à Área de Proteção Ambiental (APA) Caparaó, onde um profissional explicou sobre a preservação e um historiador recordou a história do município. O grupo também fez uma trilha onde viu um Jequitibá Rosa, uma árvore com idade estimada em mais de mil anos e quase dez metros de diâmetro. Após o almoço, conheceram um antigo túnel de extração de minério, o mirante Portal da Lua (demonstração de voo livre) e o Sítio Centenário e viram o pôr-do-sol na Pedra da Contemplação. O roteiro incluiu café da manhã, almoço, transporte e brinde. Para a idealizadora da rota, Dayane Silva Faria Xavier, o programa foi a oportunidade de encontrar o que precisava para implementar o turismo na propriedade dela. “Temos o projeto de fazer do sítio um espaço de visitação voltado para a história, já que a propriedade é uma das únicas do município em modelo antigo, com mais de 100 anos. O curso tem contribuído muito para fazermos as escolhas certas. É estimulante, valoriza nossa região, as pessoas e tudo que as envolve, abre nossos olhos e nos ensina 32 | REVISTA 100% CAIPIRA
Fonte: Assessora de Comunicação SENAR MG
a mostrar para os outros o nosso sentimento em relação ao lugar que vivemos”. Ela organizou o trajeto e atrativos de modo a valorizar a história e as paisagens do município. “Montei o roteiro em lugares que estavam prontos para receber os turistas. Nossa cidade tem vistas lindas e encantadoras. Também procurei contar um pouco da história, pois sei que muitos confundem Caparaó e Alto Caparaó e realmente eles estão interligados. Estamos ao pé do Parque Nacional do Caparaó e do Pico da Bandeira, vizinhos dos melhores cafés do Brasil. É um lugar privilegiado”, explicou. Roteirização O roteiro organiza os atrativos, cria produtos turísticos, envolve parceiros e fornecedores. Para a turismóloga e a instrutora do programa, Fernanda Silva, é a forma mais rápida de fazer o turismo acontecer. “O próximo passo é lançar para comercializar. Além do Roteiro Centenário, há dez outros roteiros criados em Carangola, Divino e Faria Lemos. Com esse módulo de roteirização, o aluno já sai com essa ferramenta de trabalho”. O lançamento das rotas de Turismo Rural da região Matas de Minas – Fazendas, tradições, cachoeiras, trilhas e gastronomia rural está previsto para 19
de setembro, às 16h, no Hotel Fazenda Búfalos, em Carangola. Desenvolvimento do Agroturismo O programa qualifica profissionais para ações integradas na área e estimula a visão empreendedora. Dividido em módulos, aborda segurança, condução de turistas, alimentação, hospedagem e planejamento de eventos. Esta turma é formada por cinco representantes de Carangola, dois de Faria Lemos, sete de Divino e um de Caparaó. Para viabilizar o programa nesta região, o Sistema Faemg/Senar Minas conta com a parceria dos Sindicatos de Produtores Rurais de Carangola, Caparaó e Divino. “A região tem muito potencial para o Agroturismo, em função da vocação para o café, da existência de fazendas antigas bem conservadas e da agricultura familiar”, analisou a instrutora Fernanda Silva. Outro ponto positivo, segundo ela, é a proximidade desses municípios com os parques do Caparaó e da Serra do Brigadeiro, importantes centros receptores de turistas em Minas Gerais. “Também é possível desenvolver outros projetos com relação a ecoturismo e turismo religioso, aproveitando o Caminho da Luz, a Rota do Caparaó e a Rota do Café e da Cachaça, já existentes”, completou.
PESQUISA
Casca de arroz pode ser usada em aplicações médicas “Seu potencial ainda não foi explorado em biomedicina”
Pesquisadores da Universidade Nacional da Colômbia (UNAL) e da Universidade Autônoma de Manizales (UAM), também na Colômbia querem aproveitar a sílica contida neste “desperdício” da casca de arroz dando-lhe aplicações médicas. O projeto envolve também estudantes de várias universidades no México.
Nesse cenário, o professor Daniel Hincapié Rojas, do Departamento de Física e Química da UNAL Manizales, explica que, embora parte da escala seja comercializada para uso em estábulos, aviários e hortas, esse mercado não tem capacidade de consumir a biomassa disponível, que faz com que mais de 70% deste produto seja depositado em fontes
de água ou queima. De fato, estima-se que na Colômbia os resíduos associados ao cultivo de arroz chegam a 400.000 toneladas por ano. Ele acrescenta que “embora a sílica tenha aplicações em áreas como construção, alimentos e tecnologia, seu potencial ainda não foi explorado em biomedicina. No grupo, descobrimos que esse elemento é muito interessante por causa de seu tamanho, seja em escala micro ou nanométrica, porque permite que a partícula seja carregada com alguns medicamentos e usada como veículo para uma liberação controlada desses em partes específicas do corpo”. O desenvolvimento da pesquisa está planejado em duas etapas. No primeiro, o processo de reutilização da casca de arroz foi realizado para obtenção da sílica. Isto foi realizado através da análise de propriedades físicas e químicas. O professor Hincapié ressalta que na segunda etapa “procuramos identificar a viabilidade da sílica através de testes de compatibilidade e bioatividade, ou seja, se o composto é um elemento que será tolerado pelo Fonte: Agrolink organismo”. REVISTA 100% CAIPIRA |33
Os verdadeiros guardiões das culturas sertanejas
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O sommelier de cachaças Leandro Batista escolheu a premiada Weber Haus para elaborar as cachaças que levam sua chancela. O especialista começou sua trajetória no restaurante Mocóto /SP. Formado mestre alambiqueiro pelo Centro de Tecnologia da Cachaça, também fez curso de Análise Sensorial na USP de São Carlos e de Bartender no SENAC. No ramo a mais de oito anos, é responsável pela seleção de cachaças do Restaurante Barnabé, além de realizar degustações orientadas e palestras. A cachaça Leandro Batista é um Blend de madeiras brasileiras que envelhecem durante um ano em cada barril de amburana, bálsamo e canela sassafrás, resultando em uma cachaça leve, com notas de especiarias, destacando no aroma baunilha, anis e um leve sabor marcante de canela.
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FRUTICULTURA
Setor fruticultor organiza-se para colher mais e com melhor qualidade
Valor da produção de todas as frutas acompanhadas pelo IBGE 36 | REVISTA 100% CAIPIRA
A grande variedade de espécies plantadas pela fruticultura brasileira permite ofertar frutas frescas durante o ano todo. A área plantada com 23 espécies de frutíferas diminuiu 105,466 mil hectares em 2017, totalizando 2,627 milhões de hectares, conforme a última pesquisa da Produção Agríc o l a M u n i c i p a l ( PA M ) , d o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, das 11 frutas mais produzidas, laranja, açaí, uva, maçã, melancia, limão e manga registraram volumes superiores aos obtidos em 2016. Os dados referentes a 2018 serão divulgados em agosto de 2019, informou o Instituto. O valor da produção de todas as frutas acompanhadas pelo IBGE, três de lavouras temporárias (abacaxi, melancia e melão) e 20 de plantios permanentes, totalizou R$ 38,9 bilhões em 2017, com alta de 4,6%, conforme o levantamento do órgão público. O Estado de São Paulo continua no posto de maior produtor de frutas do Brasil, com o valor de R$ 10,6 bilhões em 2017, seguido pelo Pará, com R$ 6,8 bilhões. A ascensão do Pará à posição de segundo colocado deu-se pela inclusão do açaí na pesquisa a partir de 2015, além de outros fatores. Algumas frutas representativas da fruticultura brasileira indicavam que a produção seria menor em 2018. A colheita de laranja estava estimada em 16,677 milhões de toneladas, com queda de 10,7% em relação ao volume de 2017, segundo o Levantamento Sistemático da P r o d u ç ã o A g r í c o l a ( L S PA ) , do IBGE. A banana reduziria para 6,710 milhões de
toneladas em 2018, 6,6% a menos do que o resultado a n u a l a n t e r i o r. A u v a t a m bém chegaria a 1,592 milhão de toneladas, diminuindo 5,2%. É possível que parte dessas quedas sejam supridas pelo aumento da produção de outras frutas. A previsão também era de queda para o valor da produção dessas três frutas em 2018. O recuo de faturamento foi calculado em 22% para banana, 12,2% para laranja e 5,2% par uva, de acordo com o C e n t r o d e E s t u d o s Av a n çados em E conomia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), vinculada à Universid ade de São Pau lo (USP). O cálculo é feito em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A queda em receita foi provocada ainda pelos preços menores pagos ao trio de frutas ao longo do ano. A CNA destaca que trabalha para possibilitar que mais fruticultores tenham acesso a novas tecnologias de produção e a variedades adaptadas à realidade das diversas áreas de cultivo espalhadas pelo País. A expectativa é de que a fruticultura oferte mais e melhores frutos em 2019, além de se consolidar como grande gerador de emprego e renda, sobretudo nas regiões mais pobres do País. O clima favorável, o crescimento significativo de produtores que investem em novas tecnologias de produção e variedades adaptadas são os fatores que devem contribuir para os resultados positivos esperados para 2019. A melhoria da qualidade das frutas deve ser a marca dos próximos anos, destaca a entidade.
FA LTA M D A D O S O a s s e s s or técnico da CNA, Eduardo Brandão, explica que a fruticultura enfrenta vár ios des af ios. Um deles é a falta de dados oficiais para auxiliar no pleito de mais p o l í t i c a s p ú b l i c a s . Ta m b é m a burocratização nas aprovações fitossanitárias e a falta de defensivos agrícolas são outros aspectos que t r a v a m o s e t o r f r u t i c u l t o r. “A b u r o c r a t i z a ç ã o n o s f a z perder competitividade. Levamos em média oito anos para aprovações fitossanitárias, enquanto países como o Peru levam apenas um ano e m e i o ”, c o m p a r a . Brandão ainda ressaltou o baixo consumo de frutas no País. Porém, afirmou que ações têm sido feitas para alcançar a média determinada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como o programa de incentivo realizado pelo Hortifruti Saber e Saúde, que trata da saudabilidade das frutas e das hortaliças. O consumo per capita de frutas no Brasil é de 57 quilos por habitante ao ano, e o recomendado pela OMS é de 140 quilos. Por outro lado, pesquisas de tendência de consumo apontam que os consumidores estão optando na hora da compra por aqueles produtos indicados para uma alimentação saudável e fác e i s d e p r e p a r a r. Ta m b é m demonstram que o Brasil é onde mais se consome frutas no café da manhã (59%) e d e p o i s d o j a n t a r. A l é m d a demanda in natura, as frutas estão ganhando importância no preparo de sucos dentro dos lares. Hoje, 25% dos sucos são consumidos ao natural, com crescimento de 22% em relação ao período analisado anteriorFonte: EDITORA GAZETA mente. REVISTA 100% CAIPIRA |37
FRIGORÍCOS E ABATEDOUROS
Crescimento das exportações de proteína animal animam setor de processamento
Primeiro dia da TecnoCarne é marcado por otimismo com a abertura de novos mercados e oportunidades geradas pelo surto de peste suína africana na China A perspectiva de recorde nas exportações de proteína animal brasileira anima o setor, que se reúne a partir desta terça (6/8) até quinta (8/8), na 14ª edição da TecnoCarne, feira referência do segmento da indústria de processamento da América Latina, no São Paulo Expo para discutir as tendências e apresentar lançamentos de tecnologias e soluções para carne bovina, suína, aves e peixes. Na abertura do Fórum TecnoCarne, 38 | REVISTA 100% CAIPIRA
representantes das principais entidades do setor, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e analistas destacaram o desempenho das exportações no primeiro semestre do ano e a expectativa de novos recordes em 2019, impulsionados pela abertura de novos destinos e pela reorganização de mercado gerada pelo surto de peste suína na China, detentora do maior rebanho suíno mundial.
A diretora executiva da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne – ABIEC, Liège Vergili Nogueira destacou o bom desempenho das exportações de carne bovina brasileira nos sete primeiros meses do ano, que registraram alta de 20,1% em volume quando comparado ao mesmo período do ano passado, e 11,6% em receitas, somando US$ 3,73 bilhões. O mês de julho registrou o melhor desempenho das
exportações de carne bovina no ano e o bom desempenho foi puxado, principalmente, pelo crescimento das vendas para China, com alta de 10,9% no volume, chegando a quase 175 mil toneladas nos primeiros sete meses de 2019. “Esses resultados positivos reforçam as projeções de crescimento nas exportações brasileiras, feitas no início do ano, que indicavam uma ampliação em cerca de 10%, tanto em volume quanto em receitas, em relação a 2018, que já foi um bom ano”, ressalta a executiva. A ABIEC trabalha com a expectativa de reabertura do mercado e da habilitação de novas plantas frigoríficas para exportar para a China. “No curto prazo estão no nosso radar mercados como Tailândia, Indonésia e Vietnã. Já no médio prazo identificamos Japão, além de México e Canadá, que tendem a seguir a movimentação dos EUA. No longo prazo consideramos Turquia, Taiwan e Coreia do Sul”, informou Liège, salientando que as barreiras enfrentadas pelo Brasil são “comerciais travestidas de técnicas”. Oportunidades com o surto de peste suína africana na China O consultor de mercado da Agrifatto, Gustavo Machado traçou o cenário atual e futuro a partir do surto de peste suína africana na China, que está alterando a dinâmica do mercado mundial de carnes. Noticiado pela primeira vez em agosto de 2018, o surto já se espalhou por todas as províncias chinesas e provocou o abate de mais de um milhão de animais. Projeções apontam que haverá uma queda do rebanho suíno chinês entre 25 e 50% (125 a 200 milhões de cabeças) e diminuição de 20 milhões de toneladas (de 54 para 35 milhões) na produção. “Pelo fato do país concentrar mais de 56% do rebanho suíno mundial, ser o maior produtor desse tipo de carne do mundo e também maior consumidor, a peste suína africana está rearranjando as relações comerciais no mundo, ampliando oportunidades inclusive para a proteína brasileira. Não há carne suína no mundo capaz de suprir essa demanda. Além da suína em si, a carne de frango é a que mais está se benefician-
do, seguida por ovos e carne bovina”, analisou Machado. Para o International General Manager da Aurora Alimentos, Dilvo Casagranda, o Brasil deve aproveitar as oportunidades para ampliar as vendas de sua carne suína para o mercado chinês, porém deve aprender a lição que teve com a Rússia, que era o principal mercado, chegando a representar mais de 50% do total das exportações brasileiras em 2016. Após o fim do embargo e a reabertura do mercado, a participação russa (entre janeiro e junho) é de 7,6%. “O Brasil precisa e vai aproveitar a oportunidade gerada pela peste suína africana na China, mas deve continuar buscando por novos mercados. Porque a tendência é de que até 2024 os chineses retomem sua produção, que certamente ressurgirá mais forte e competitiva do que já era”, pontuou Dilvo. Ele destacou como pontos fortes da suinocultura brasileira a criação verticalizada, oferta de insumos, agilidade e competitividade. Os desafios estão, segundo Casagranda, em sua maioria na indústria. “Estamos em constante busca pela modernização, no entanto, mesmo com toda nossa tecnologia ainda temos muitas empresas antigas que carecem de atualização. Além disso, se não influenciarmos o hábito de consumo da população não teremos reflexos significativos”, salienta Dilvo. A preocupação com o mercado interno foi compartilhada também por Ricardo Santin, diretor Executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Em 2018, por conta da crise econômica houve uma queda no consumo de carne de frango e suína per capita e um aumento no consumo de ovos. “O segredo é o fortalecimento do mercado interno”, ressaltou Santin. Para José Antônio Ribas Júnior, da Diretoria Agropecuária da Seara, para fazer crescer o consumo é preciso que a indústria esteja atenta ao comportamento do consumidor, que tem uma percepção cada vez maior em questões como bem-estar animal e sustentabilidade. “Nosso cliente hoje está sempre em mudança. É nossa obrigação atendê-lo, sempre com clareza, para que ele saiba o que está consumindo. As lacunas da percepção adquiridas pelo
consumidor precisam ser preenchidas para que possamos aumentar nossas vendas”. O Fórum TecnoCarne teve ainda palestras com o auditor fiscal federal Fábio Sandon, do DIPOA – Departamento de Inspeção de Origem Animal, do MAPA, que apresentou as últimas mudanças no Sistema de Inspeção Federal (SIF) e César Daniel Krüger, Diretor Técnico da Divisão CIPOA CDA- SAA-SP sobre as novas regras do sistema de inspeção estadual, além da apresentação de cases de empresas como Korin, Behind The Foods, Wessel e SuperBom , e painel de tendências mundiais de consumo de proteína, conduzido pela Analista de Alimentos e Bebidas da consultoria Mintel, Ana Paula Gilsogamo. O Fórum vai até quarta (7/8), quando terá como tema central a Indústria 4.0. Serão apresentadas palestras sobre como implantar tecnologias que estão revolucionando a atividade industrial e cases de sucesso. A programação pode ser consultada no site: https:// www.tecnocarne.com.br/pt/forum-tecnocarne/Programacao.html Ciclo de palestras gratuitas aos visitantes Os visitantes da TecnoCarne contam com um espaço dedicado a geração de conteúdo, promovido dentro da feira. Com uma programação voltada a difundir a troca de informações entre os elos do setor, o Ciclo de Palestras oferece apresentações gratuitas com temas de interesse para o setor. A programação, que tem início às 14h, segue até a quinta-feira, 08/08, com temas como “Sistemas de automação para a indústria de alimentos”, “Certificações na cadeia produtiva de frangos de corte”, “Determinação da vida útil em carne bovina in natura”, “Higienização e transgênicos, o que já sabemos?” e “Higienização e desinfecção da indústria e equipamentos”, entre outros. Para participar os interessados devem se dirigir ao local, no interior da feira, antes do início de cada apresentação. O acesso é livre até a capacidade limite do auditório. Fonte: TecnoCarne REVISTA 100% CAIPIRA | 39
FLORICULTURA
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Festival do Queijo Minas Artesanal movimenta mais de R$ 1 milhão FEIRAS E EVENTOS
Duas toneladas de queijo foram vendidas durante o evento
A terceira edição do Festival do Queijo Minas Artesanal promovido pelo Sistema FAEMG e Sebrae Minas, em 27 e 28 de julho, na Serraria Souza Pinto, superou as expectativas. Durante os dois dias, foram vendidos 2.300 queijos, ou cerca de duas toneladas. O festival movimentou R$ 1 milhão em negócios. E os 50 expositores comemoraram as vendas de queijos e de outros produtos mineiros: azeites, cafés, cachaças, vinhos, cervejas, geleias, pimentas, doces, temperos e artesanatos. “Hoje, há uma demanda crescente dos consumidores por produtos artesanais. O momento é favorável ao 42 | REVISTA 100% CAIPIRA
setor”, diz o superintendente técnico da FAEMG, Altino Rodrigues Neto. “Por causa dos contatos realizados no festival, terei que aumentar a produção em mil quilos por mês”, afirma Alexandre Honorato, de Araxá. “Os queijos acabaram no primeiro dia. Um grupo de produtores teve que ir de madrugada à Canastra buscar mais para atender a demanda do domingo”, conta a gerente técnica da Associação dos Produtores de Queijo Canastra (Aprocan), Valéria Rodrigues. Segundo ela, as vendas triplicaram, na comparação com o festival de 2018. Nove mil pessoas passaram pela Serraria, público 13% maior que o es-
timado pela organização do festival. Os cardápios elaborados pelos sete chefs convidados para representar cada uma das regiões demarcadas do estado – Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Serra do Salitre, Serro e Triângulo – agradaram o paladar dos visitantes: foram vendidos 5,5 mil pratos nos dois dias. Aproximadamente 200 pessoas participaram dos workshops promovidos durante o evento. Foram 12 horas de programação. Já o Seminário dos Queijos Artesanais de Minas Gerais, em 25 e 26 de julho, reuniu 180 participantes ligados à atividade Fonte: Link Comunicação Empresarial queijeira.
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ARTIGO
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GESTÃO
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RECEITAS CAIPIRAS
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Doce de maracujá doce INGREDIENTES
220 g de polpa de maracujá doce cozida e escorrida 200 g de açúcar 1/2 xícara de água 4 colheres (sopa) de suco de limão rosa 1/2 colher (sopa) de mel 1 colher (sopa) de gelatina vegetal agar-agar em pó (5 g) A polpa de um dos maracujás pequenos (cerca de 1/4 de xícara)
PREPARO Para conseguir a quantidade pedida de polpa cozida dos maracujás, use cerca de 4 frutas pequenas cortadas ao meio e sem as sementes e membranas (que podem deixar o doce amargo). Reserve a polpa de um deles. As outras, pode comer. Cubra as cascas bem lavadas com água e leve ao fogo médio. Deixe cozinhar por cerca de 1 hora ou até que a parte branca fique bem macia. Retire esta parte com uma colher, descartando a pele amarela (veja nas fotos do passo-a-passo). Escorra e pese. Para a quantidade de 220 g use os outros ingredientes nas quantidades indicadas. Se tiver mais ou menos polpa, ajuste as quantidades dos outros ingredientes, mantendo a proporção. Bata a polpa no liquidificador com o açúcar (reserve 1 colher de sopa de açúcar para misturar com a gelatina), metade da água, o suco de limão e o mel. Coloque numa panela (não use ferro ou alumínio) e leve ao fogo médio. Deixe cozinhar, mexendo sempre, por cerca de 15 minutos ou até começar a se soltar do fundo da panela. À parte misture a gelatina com o açúcar reservado e dissolva tudo na água restante. Coloque na panela a polpa do maracujá e a gelatina dissolvida. Mexa bem e deixe cozinhar por mais 5 minutos em fogo baixo ou até a gelatina estar bem dissolvida e o doce, mais espesso. Despeje a mistura em molde molhado que tenha o formato quadrado ou retangular. Usei uma forma de sushi forrada com plástico. Se quiser, coloque já em formas de cubinhos como vê nas fotos acima. Deixe esfriar, desenforme, embrulhe e guarde na geladeira. Quando for servir, corte em fatias ou cubos. REVISTA 100% CAIPIRA | 49
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