Monografia: Design Thinking uma análise sustentável para smart cities e serviços

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design thinking uma anรกlise de design sustentรกvel para smart cities e serviรงos

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Eduardo Sampaio Icaro Matos Ivana Costa Lucas Marcolino Marcelo Victor Sousa Pedro Baptista Natalia Feitosa 2


UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI DESIGN DIGITAL

DESIGN THINKING: UMA ANÁLISE DE DESIGN SUSTENTÁVEL PARA SMART CITIES E SERVIÇOS

Trabalho de Conclusão de Curso de graduação, apresentado ao curso de Design Digital da Universidade Anhembi Morumbi – UAM, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel. Orientador: Prof. Ms. Marcelo Falco de Deus


Resumo

Com a crescente preocupação dos

consumidores em relação à escassez dos recursos naturais e o interesse por produtos e serviços que respeitem o meio ambiente, vê-se a necessidade de incorporar os conceitos do desenvolvimento sustentável nos produtos e serviços oferecidos.

Este trabalho visa apresentar a abordagem do

design thinking junto a etapas de desenvolvimento sustentável, como ferramenta para atingir um ideal de sustentabilidade na concepção de produtos e serviços, de modo que as empresas possam atender as demandas complexas de sociedades futuras, sem se comprometer economicamente.

Palavras-chave: Design digital, Design thinking, Sustentabilidade, Smart cities 4


Abstract

With the increasing concern of consumers

regarding the scarcity of natural resources and the interest for products and services that respect environment , it is necessar y to incorporate the concepts of sustainable development into the products and services offered.

This work aims to present the approach of design

thinking along stages of sustainable development, as a tool to achieve an ideal of sustainability in the design of products and services, so that companies can meet the complex demands of future societies, without compromising themselves economically.

Keywords: Digital design, Design thinking, Sustainability, Smart cities. 5


índice conclusão

6


11 introdução

12 sustentabilidade

Tripé da Sustentabilidade

26 design sustentável

Seis Sigmas e DMAIC Compensação Ambiental

34 design thinking Metodologias e conceitos

manzini 54 enzio adaptabilidade de ideias

Tim Brown - IDEO

thinking 60 design sustentável The Global 100

Gavin Ambrose Bootcamp Bootleg - Stanford Análise das metodologias Ferramentas do design thinking Tríade do design thinking

70 cases design thinking sustentável Tesla

90 smart cities

Cidade de Masdar

98 conclusão

Cidade de Amsterdã

Análise da Tesla com Design Thinking Sustentável Netflix Análise da Netflix com Design Thinking Sustentável 7


imagens e tabelas

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Imagem 01:

Representação gráfica do tripé da sustentabilidade............................................................ 17 Imagem 02: Definição de Design Sustentável ....................................................................................................... 29 Imagem 03: Manchete O Globo ........................................................................................................................................ 31 Imagem 04 Ecodesign ........................................................................................................................................................... 32 Imagem 05: Etapas aplicadas por Brown .................................................................................................................. 40 Imagem 06: Etapas cunhadas por Ambrose ........................................................................................................... 42 Imagem 07: Mindset da D.School ................................................................................................................................... 44 Imagem 08: Etapas cunhadas pelo Bootcamp Bootleg ................................................................................. 45 Imagem 09: Tríade Design Thinking ............................................................................................................................. 47 Imagem 10: Canvas de proposta de valor.................................................................................................................. 51 Imagem 11: Imagem 12:

Mapa de empatia .......................................................................................................................................... 52 Lista de motivos dados pelos entrevistados ............................................................................... 62

Imagem 13:

Etapas do Design Thinking Sustentável ........................................................................................ 64

Imagem 14:

Estação de carregamento ....................................................................................................................... 74 Bateria Powerwall 2 ..................................................................................................................................... 75

Imagem 15: Imagem 16: Imagem 17: Tabela 01: Tabela 02: Tabela 03:

Telhado produzido com parceria entre a Tesla e SolarCity .............................................. 77 Gráfico com o nível de aumento do CO2 ...................................................................................... 78 Porcentagem de produtos e serviços sem defeito ................................................................ 21 Etapas macro do Design Thinking .................................................................................................... 49

Tabela 04:

Critérios do The Global 100 ..................................................................................................................... 67 Análise da Tesla segundo etapas do Design Thinking Sustentável ........................... 80

Tabela 05:

Análise da Netflix segundo etapas do Design Thinking Sustentável ........................ 86 9


introdução

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INTRODUÇÃO

Dentro do cenário atual, observamos notícias

de sustentabilidade conhecida como DMAIC.

e estudos sobre aquecimento global, acúmulo de

lixo e o limite de extração de recursos naturais que o

como uma metodologia para criação de soluções

planeta pode aguentar, também notamos a ausência

focadas no usuário, podendo ser utilizada por

da preocupação sustentável dentro do design

organizações e aplicada por prof issionais de

thinking e de etapas que influenciem para que os

diversas áreas. Isto posto, o atual estudo procura

produtos e serviços criados se tornem mais sustentáveis.

proporcionar a contextualização dos temas

A motivação pelo tema proposto neste

necessários para assim propor a construção de

trabalho parte do conhecimento do interesse da

soluções que causem menos impacto ambiental

sociedade em consumir produtos e serviços que

através do Design Thinking Sustentável que

têm a preocupação com o meio ambiente e da

procura auxiliar a idealização de serviços que se

dif iculdade que as empresas encontram em

aproximem do ideal de sustentabilidade,

alcançar padrões de desenvolvimento sustentável.

respeitando as dimensões do Tripé da

Sustentabilidade, ao utilizar o conjunto de

O termo sustentabilidade é contextualizado

A ferramenta designthinking é apresentada

e def inido como conceito de desenvolvimento

métodos e processos do design thinking, para

sustentável seguindo o Tripé da Sustentabilidade

abordar e analisar problemas e criar soluções.

de John Elkington, junto a ferramenta de métrica

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1 12


sustentabilidade

13


1 Sustentabilidade

14

Segundo Grober (1999), o termo sustentabilidade

que a convenção também fundamentou sua

foi mencionado pela primeira vez em um trabalho

def inição de sustentabilidade nas discussões

publicado em 1713 pelo chefe de mineração da

ocorridas na Conferência de Estocolmo de 1972,

Saxônia, Hans Carl von Carlowitz, em seu tratado

sobre o Ambiente Humano, onde os conflitos

chamado Sylvicultura Oeconomica, no qual ele

entre meio ambiente e desenvolvimento foram

defendia a gestão prudente dos recursos florestais

reconhecidos pela primeira vez; na Estratégia

e discutia a necessidade de considerar as limitações

Mundial de Conservação da União Internacional

de recursos naturais no desenvolvimento econômico

para a Conservação da Natureza de 1980, que

de uma determinada região. O tratado se tornou

defendia a conservação como um meio de

base para a def inição da sustentabilidade como

ajudar o desenvolvimento; e, principalmente,

um conceito: o desenvolvimento sustentável,

na publicação do relatório de Brundtland (1987),

tópico comum na primeira Ear th Summit ,

documento intitulado Our Common Future,

realizada pela ONU e ocorrida no Rio de Janeiro,

que tinha a preocupação com a tensão entre as

em 1992. Kates, Parris e Leiserowitz (2016) apontam

aspirações da humanidade para uma vida melhor


SUSTENTABILIDADE

e as limitações imposta pela natureza e entendia o

grande responsável pelo conceito de sustentabilidade

desenvolvimento sustentável como:

gozar do reconhecimento generalizado que tem hoje, e esse pensamento pode ser comprovado a

[...] a capacidade de tornar o desenvolvimento

partir do apontamento feito por Kates et al (2016),

sustentável - para garantir que ele atenda às

que menciona que o relatório foi eguido por outras

necessidades do presente sem comprometer a

grandes reuniões internacionais, além da chamada

capacidade das gerações futuras de atender às

Cúpula da Terra, como a Cúpula Mundial sobre

suas próprias necessidades. (BRUNDTLAND REPORT

Desenvolvimento Sustentável em Joanesburgo,

FOR THE WORLD COMMISSION ON ENVIRONMENT

sediada em 2002 na África do Sul, onde o compromisso

AND DEVELOPMENT, 1987. Tradução nossa ).

com o desenvolvimento sustentável foi reafirmado.

Para Kulhman e Farrington (2010) o relatório de

Brundtland foi bem-vindo por mostrar uma saída da desgraça iminente e consideram que o mesmo foi o

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1.1 Tripé da sustentabilidade

É possível perceber que, desde então,

A ideia de sustentabilidade ter três

o signif icado do termo sustentabilidade foi

dimensões decorre do conceito chamado Tripé

extremamente difundido, porém o mesmo

da Sustentabilidade (Imagem 1), cunhado por

é quase sempre visto em três dimensões:

John Elkington, fundador de uma consultoria

social, econômico e ambiental. Essa visão está

britânica chamada SustainAbility, em 1994. O

incorporada na definição de sustentabilidade

termo começou a ser usado em público para

adotada mais tarde pelas Nações Unidas,

designar o conceito em um artigo escrito por

em sua Agenda para o Desenvolvimento (1997):

Elkington, na California Management Review, sobre estratégias de negócios em que todos

O desenvolvimento é um empreendimento

ganham e no livro Cannibals with Forks: The

mul tidimensional para alcançar uma

Triple Bottom Line of 21st Century Business,

maior qualidade de vida para todas as

escrito também por Elkington em 1997.

pessoas. O desenvolvimento econômico, o desenvolvimento social e a proteção ambiental são componentes interdependentes e que se reforçam mutuamente do desenvolvimento sustentável. (Tradução nossa.)

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TRIPÉ DA SUSTENTABILIDADE

Economic Performance

Sustainability

Environmental Performance

Social Performance

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1.2 Seis Sigmas e DMAIC O argumento com o qual Elkington (apud. Henriques e Richardson, 2004) sustentava a sua ideia de conceito era que as empresas deveriam ter preparadas três linhas de base diferentes: a primeira é a medida tradicional do lucro corporativo - o resultado final da conta de lucros e perdas. A segunda é a linha de base da conta de pessoas de uma empresa - uma medida sobre a forma como uma organização é socialmente responsável em todas as suas operações. A terceira é a linha de base da conta planeta da empresa - uma medida do quão ambientalmente responsável ela tem sido. O conceito diz que somente uma empresa que produz o seu Tripé da Sustentabilidade está levando em conta o custo total envolvido em fazer negócios, segundo a Economist (2009. Segundo Froehlich (2014) a dimensão econômica do Tripé da Sustentabilidade deve ser repensada no seu sentido macroeconômico, o que é possível através da alocação e do gerenciamento mais eficientes dos recursos e de um fluxo constante de investimentos públicos e privados de origem endógena, que tenham como objetivo o alcance dessa forma de crescer. Nessa dimensão, também precisam ser considerados fatores como a queda das barreiras protecionistas existentes entre países, a dificuldade de acesso às novas tecnologias, as dívidas externas e internas, além das desigualdades de renda de países em desenvolvimento. 18

Para Chamberlain (2014), por mais que uma empresa precise estar ciente de seus lucros tradicionais, na abordagem do Tripé da Sustentabilidade, a dimensão econômica não pode ser mediada apenas como o capital corporativo tradicional, mas sim sob o modelo de conceito em que se é medido também o quanto de impacto seu negócio tem em seu ambiente econômico. O negócio que fortalece a economia da qual faz parte é aquele que continuará a ter sucesso no futuro, pois contribui para a saúde econômica geral de suas redes de apoio e comunidade. A dimensão econômica deve incluir tanto a economia formal quanto às atividades informais que provêem serviços para os indivíduos e grupos e que aumentam a renda monetária e o padrão de vida deles. Ela é o resultado econômico de uma empresa, que deve ser gerado de forma honesta, sobrepondo-se ao lucro a qualquer custo. Fro e h l i ch ( 20 1 4 ) t a m b é m a n a l i s a a dimensão ambiental , apontando que nesta dimensão deve-se levar em consideração o uso racional dos recursos naturais, o consumo de combustíveis fósseis, de recursos renováveis e não renováveis em geral; reduzir o volume de resíduos e de poluição através da política 3R (reduzir, reutilizar, reciclar); intensificar a pesquisa para a obtenção de tecnologias de baixo teor de resíduos e eficientes no uso de recursos para o desenvolvimento urbano, rural e industrial; definir


SEIS SIGMAS E DMAIC

normas para uma adequada proteção ambiental. Por f im, a dimensão social considera os aspectos do bem-estar humano, ressaltando que a empresa tem um papel social, que representa uma função na sociedade e deve benef iciá-la e não prejudicá-la. Segundo Froehlich (2014), entende-se como dimensão social a criação de um processo de desenvolvimento sustentável pela visão de uma sociedade equilibrada, que busca um novo estilo de vida adequado ao momento presente e ao futuro. Busca o desenvolvimento econômico aliado a uma melhoria significativa na qualidade de vida da população mundial, ou seja, maior equidade na distribuição de renda, melhorias na saúde, na educação, nas oportunidades de emprego, etc. Essa dimensão abrange tanto o ambiente i n te r n o d a e m p r e s a q u a n to o ex te r n o. Internamente, refere-se ao tratamento do capital humano: salários justos, adequação à legislação trabalhista e ambiente de trabalho agradável, e também se atenta para os efeitos da atividade econômica da empresa nas comunidades vizinhas. Nessa dimensão, são contadas as práticas trabalhistas justas e benéficas e através do envolvimento da comunidade corporativa, e também pode ser medida no impacto de suas atividades de negócios na economia local. Ela questiona a crença de que quanto menos uma empresa paga sua força de trabalho, mais tempo ela pode se dar ao luxo de operar, ao

medir a sustentabilidade de longo prazo do capital humano de negócios, com o entendimento de que um negócio, que também é um local de trabalho desejável, sempre será capaz de operar no futuro, já que haverão pessoas se esforçando-se para fazer parte do negócio. Essencialmente, interesses corporativos e interesses trabalhistas são vistos como interdependentes. Para Elkington (1994), à linha de conta do lucro corporativo (dimensão econômica) deve ser adicionado o cuidado com o meio ambiente (dimensão ambiental), bem como ser bom para as pessoas, por exemplo, fornecendo facilidades para os deficientes e contratação de minorias (a dimensão social). O cientista político Gibson (2005), que publicou o livro Sustainability Assessment: Criteria and Processes , diz que a distinção entre desenvolvimento econômico e social é 6 necessário porque “ ganhos materiais não são medidas suficientes ou preservadores do bem-estar humano ” (GIBSON, 2005, p. 56, tradução nossa), enquanto Savitz (2011), que também dirige a Sustainable Business Strategies uma empresa independente de consultoria 7 em Boston, diz que o Tripé da Sustentabilidade: [...] captura a essência de sustentabilidade, medindo o impacto das atividades de uma organização no mundo [...] incluindo tanto sua rentabilidade em valores quanto seus aspectos sociais, humanos e ambiental em capital (apud. SLAPER e HALL, 2011, tradução nossa). 19


SEIS SIGMAS E DMAIC

Percebemos que o conceito de desenvolvimento sustentável tem dimensões ambientais, econômicas, sociais, políticas e culturais, o que necessariamente traduz várias preocupações: com o presente e o futuro das pessoas, com a produção e o consumo de bens e serviços; com as necessidades básicas de subsistência, com os recursos naturais e o equilíbrio ecossistêmico; com as práticas decisórias e a distribuição do poder e com os valores pessoais e a cultura. O conceito, portanto, é abrangente e integral, não admitindo ser reduzido apenas à dimensão ambiental e, necessariamente, deve ser flexível o bastante para se adaptar a diferentes formações sociais e realidades históricas. O interesse no conceito do Tripé da Sustentabilidade tem crescido em setores com fins lucrativos, sem fins lucrativos e governamentais e muitos dessas adotaram a estrutura de sustentabilidade baseada no conceito, para avaliar seu desempenho como dizem Slaper e Hall (2011), mas, como apontado por Elkington (apud. Henriques e Richardson, 2004), um dos principais desafios do conceito do Tripé da Sustentabilidade é medir os resultados sociais e ambientais, que exige que as três contas separadas sejam avaliadas por seus próprios méritos. A Motorola (2016), empresa internacional conhecida pelos seus celulares e acessórios de telefonia, elaborou o Seis Sigma para ser um processo de melhoria contínua de qualidade em 1986, esta 20

ferramenta teria sido criada para se realizar a fabricação de seus produtos e serviços de forma perfeita. A ferramenta apresentou uma forma universal de se medir e melhorar a qualidade de produtos e serviços e se tornou um padrão no mundo todo. De acordo com Campos (2011), poucos anos depois de sua criação o sistema já era utilizado por outras multinacionais, como por exemplo a GE: Em 1997, quando o presidente da GE, John Welch, anunciou o maior faturamento nos 105 anos de história da empresa e um lucro fenomenal, houve uma grande surpresa. Não pelos números, mas por creditar parte dos resultados ao programa de qualidade adotado dois anos antes, denominado de Seis Sigma. (CAMPOS, 2007). Ainda segundo Campos (2011), Seis Sigma é uma estratégia de gestão de mudanças para acelerar o aprimoramento de processos, produtos e serviços. Quando falamos em Seis Sigma, significa redução da variação no resultado entregue aos clientes em uma taxa de falhas tão pequena que chegaria próximo a perfeição completa. O Sigma então seria a representação estatística de probabilidade de um produto sair do processo de produção com defeito. Desta forma, quando um produto tem Seis Sigma isto significa que este produto tem uma qualidade muito alta e uma possibilidade minúscula de chegar nas mãos do cliente f inal com defeito. Quando o sigma é baixo, 1 ou 2, significa que as taxas de


SEIS SIGMAS E DMAIC

falhas são extremamente elevadas. Quando o sigma é alto, 5 ou 6, as falhas são extremamente raras. Como visto na Tabela 1, atingir o Seis Sigma signif ica que dentre um milhão de produtos fabricados apenas 3,4 deles poderiam apresentar defeito e dessa forma, 99,9966% d o s p ro d u to s e s t a ri a m l i v re s d e d e fe i to s . Webber e Wallace (2007) apontam uma interessante curiosidade, que a maior parte das

empresas americanas operam entre os sigmas 3 e 4 o que já seriam padrões aceitáveis de qualidade, mas eles ainda gastam cerca de 20% de seus lucros em seus produtos já finalizados ou serviços entregues. Algumas companhias aéreas, por exemplo, operam em níveis de qualidade acima do Seis Sigma e gastam quantias de dinheiro bem altas para garantir a segurança e qualidade de seus vôos, pois um simples defeito pode custar centenas

Percentage of Detect-Free Products and Services in Six Sigma

σ

Defects per Million Opportunities One Sigma 690000 Two Sigma 308000 Three Sigma 66800 Four Sigma 6210 Five Sigma 230 Six Sigma 3,4

Percent of DetectFree Products and 31% 69% 93% 99,4% 99,97% 99,9966% 21


SEIS SIGMAS E DMAIC

de vidas e até milhões de dólares de prejuízo. Conforme Webber e Wallace (2007) afirmam, o controle de qualidade é um conceito crítico para qualquer negócio ou profissão. Enquanto a globalização continua e o mundo se torna cada vez menor, tornando possível que os consumidores possam escolher os melhores produtos do mundo sem sequer sair de casa, a sobrevivência dos empregos e dos negócios dependem da capacidade dos profissionais de fabricar produtos ou fornecer serviços com uma qualidade cada vez melhor. Para Webber (2007), o Seis Sigma é a melhor ferramenta para corrigir problemas que as pessoas costumam crer não ser possível resolver. Para isso, esta estratégia busca atacar um problema de qualidade, utilizando uma abordagem, conhecida como DMAIC, que possui cinco estágios: • Def inir: nesta primeira fase da abordagem define-se quais são os problemas do processo de concepção do produto ou do serviço. Investigando o processo por completo, assim buscando descobrir como o processo está ocorrendo e como ele deveria realmente acontecer. Identif icando que valor as fases do processo de produção têm, no ponto de vista do usuário final, assim definindo prioridades de melhorias.

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• Medir: com os problemas e defeitos do processo já definidos, é necessário verificar se o processo é padronizado, e capaz de entregar o que o usuário precisa. Verificando isso, tornase possível consertar problemas do processo, procurar por erros e variações dentro dele. Se for definido que o problema está no processo, deve-se procurar as variações dele. Para se medir isto, é necessário considerar todas as partes envolvidas do processo produtivo, por exemplo, funcionários, máquinas e recursos naturais.Mapeando o processo e medindo sua performance, revendo este processo como um todo para coletar dados de forma consistente. • Analisar: nesta fase, os dados coletados no estágio anterior são analisados para identif icar a causa das variações e erros e n c o n t r a d o s n o p ro c e s s o, a p o n t a n d o todas as áreas que precisam de melhoria. • Melhorar: durante a fase de melhoria, são formadas ideias de como consertar os problemas do processo baseado nas informações coletadas nas fases anteriores a equipe envolvida no processo deve sugerir uma ou mais formas de eliminar os problemas do processo. Se uma das propostas


SEIS SIGMAS E DMAIC

for barata ela pode ser facilmente testada, caso seja cara, a equipe deve provar que esta compra realmente vale a pena e irá corrigir o problema. • Controlar: Esta fase é muito importante para manter todas as melhorias que foram feitas nas fases anteriores. Assim impedindo que as falhas ou erros que haviam no processo voltem a se repetir. O ideal é que existam formas sistemáticas que avaliem todas as mudanças e que aconteçam feedbacks de cada melhoria aplicada. Se não houver um controle contínuo do processo, as falhas que corriam antes de toda a aplicação do DMAIC podem voltar. Da mesma forma que o Seis Sigma padroniza como as empresas podem medir e melhorar a qualidade de seus produtos, também existem outros padrões reconhecidos internacionalmente para medir e avaliar a relação das empresas com a sustentabilidade. Um deles é a ABNT NBR ISO 14001, def inido como um padrão de qualidade que, de acordo com a Templum (2010): [...] especifica os requisitos de um Sistema de Gestão Ambiental e permite a uma organização desenvolver uma estrutura para a proteção do meio ambiente e rápida resposta às mudanças

das condições ambientais. A norma leva em conta aspectos ambientais influenciados pela organização e outros passíveis de serem controlados por ela. A implementação dessa norma deve ser buscada por empresas que desejam estabelecer ou aprimorar um Sistema de Gestão Ambiental, estar seguras sobre políticas ambientais praticadas ou demonstrar estar de acordo com práticas sustentáveis a clientes e a organizações externas. (TEMPLUM, 2010) Segundo a Organização Internacional para Padronização (2015), ISO é o maior desenvolvedor voluntário de padrões internacionais do mundo, fundado em 1947 cobrindo quase todos os aspectos da tecnologia e dos negócios, com membros em 161 países. A ISO 14001 foi criada em 1961 como um padrão de sistema de gestão ambiental. Este padrão disponibiliza ferramentas para as empresas e organizações para ajudá-las a identificar e controlar seus impactos ambientais e gerenciar sua responsabilidade ambiental. Desta forma vemos que há muitas ferramentas e padrões internacionais para se acompanhar, definir, medir e melhorar questões de impactos ambientais e melhorias para redução destes impactos, inclusive remediar ou até compensá-los.

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1.3 Compensação Ambiental N a r e s o l u ç ã o d o Co n s e l h o N a c i o n a l de Meio Ambiente (CONAMA) nº 1 de 1986, impac tos ambientais são def inidos como: [...] qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde; a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais. (CONAMA , 1986). P o d e n d o s e r d i r e to s e /o u i n d i r e to s , de curta e/ou longa duração, cumulativos e/ ou sinérgicos e com grau de reversibilidade. Segundo Faria (2008), o mecanismo da Compensação Ambiental tem uma origem histórica, associada principalmente aos grandes projetos do setor elétrico brasileiro, em especial àqueles situados na Amazônia. Como resultado de um intenso processo de diálogo entre técnicos daquele setor e membros proeminentes da comunidade científ ica, a Compensação Ambiental surgiu

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como uma forma de criação de áreas voltadas à conservação da biodiversidade das áreas afetadas pelos empreendimentos. Embora o CONAMA já tratasse do tema desde 1987, ele somente veio a ser regulamentado em 2000, pela Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC). A ordem de prioridade no controle dos impactos ambientais deve ser primeiramente a prevenção, seguida da mitigação, recuperação e por fim, a compensação. As medidas de prevenção devem ser priorizadas, pois têm por objetivo evitar que as atividades relacionadas ao empreendimento resultem em impactos ambientais negativos antes que estes aconteçam. Dentre as principais medidas de prevenção dos impactos, podemos citar o estudo de alternativas locacionais do empreendimento, que deve levar em conta a área de alagamento do reservatório, capacidade de geração, faixas e áreas propícias à preservação e a possibilidade de aproveitamento das estruturas e acessos já existentes no local. A escolha adequada do local pode evitar diversas consequências negativas, como a perda de espécies ameaçadas da fauna e da flora e necessidade de realocação de famílias, além de economia f inanceira.


COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

A mitigação trata de diminuir os impactos a m b i e n t a i s a s e re m g e r a d o s , d eve s e r a considerada em seguida. A empresa deve traçar uma estratégia buscando tecnologias e ações para reduzir os impactos significativos, de forma a reduzir a sua magnitude e sua importância. A recuperação ambiental é uma obrigação civil que poderá ou não vir acompanhada de pena. Trata-se de fazer com que a área degradada seja recuperada e retorne à forma que estava antes da atividade ser iniciada. Por fim, a compensação ocorre quando o impacto continua significativo mesmo com a mitigação, quando não é possível realizá-la por falta de tecnologia disponível ou então quando não é possível a recuperação. Por exemplo, o plantio de árvores é uma forma de compensar a emissão de gás carbônico emitido em um período determinado. Em outros casos, a compensação pode ocorrer por meio de investimentos em meio ambiente, através da instalação de equipamentos de controle de poluição para os órgãos ambientais, por exemplo.

p o r e m p r e e n d i m e n to s d e s i g n i f i c a t i vo impacto ambiental. Nesse contexto, pode ser considerado como uma forma de atenuar a socialização das externalidades negativas destes empreendimentos (IBAMA , 2005) O objetivo principal desse termo é promover um benefício ambiental em prol do impacto gerado e não deve ser visto como uma multa ou indenização. Segundo a secretaria do meio ambiente de São Paulo (2014), empreendimentos com impacto ambiental significativo devem contribuir com uma Unidade de Conservação e Proteção Integral. Desta forma, a Câmara de Compensação Ambiental, que faz parte do Ministério do Meio Ambiente, define como será compensado este impacto ambiental com base no relatório de impacto ambiental do empreendimento (EIA/RIMA) e, assim, é assinado um termo de compromisso compensação de impacto ambiental conhecido também como TCCA.

[...] a Compensação Ambiental é um instrumento que visa garantir que a sociedade seja ressarcida p e l o s d a n o s c a u s a d o s à b i o d i ve r s i d a d e

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2 26


design sustentรกvel

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2 Design Sustentável Segundo Dougherty (2011), o design sustentável é uma área do design que se preocupa com a mensagem, a influência social e ambiental passada para os usuários, desde a escolha de materiais ecológicos: utilizar tintas atóxicas, formas de reduzir desperdícios nos projetos, fabricação do produto e/ou serviço até o descarte. O diferencial do profissional de design com foco sustentável está em trabalhar junto ao Tripé da Sustentabilidade. Como levanta Dougherty (2011), o design sustentável é um novo nível de bom design, exatamente por se preocupar com as questões de design e como o produto/serviço afeta a economia, sociedade e o meio ambiente a longo prazo. [...] o design sustentável diz respeito à busca e ao uso de melhores materiais. Os designers podem pesquisar produtos como papéis reciclados e sintéticos, tentar encontrar tintas atóxicas ou desenvolver dobras e estruturas que resultem em

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menos perdas de materiais. Quando a maioria dos designers pensa em design sustentável esse são os temas comuns. (DOUGHERTY, 2011, p. 18). Já Mclennan (2004) diz que chegou o momento do design sustentável no mundo, dado que diversos prof issionais de áreas próximas ao design clamam por uma nova abordagem para os seus produtos, uma nova forma de comercializá-los. Mclennan (2004) fala que o termo design sustentável não cobre totalmente o seu signif icado e filosofia, e segundo o dicionário que utilizou para definir a palavra, sustentável pode ser mantido, o que não retrata precisamente a relação que temos com o mundo natural. Quartim (2010) ressalta a importância de lembrar que fundir o design e sustentabilidade em um projeto é promover a melhoria e longevidade, colaborando com os âmbitos: econômico, social e ambiental.


DESIGN SUSTENTÁVEL

Melhoria Evolutiva

Design Sustentável

Econômico Design

Ambiental

Sustentável

Solução

Longevidade

Melhoria

Econômico Social Ambiental

design sustentável

Questão

Solução Pontual

Social

Longevidade

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DESIGN SUSTENTÁVEL

McLennan (2004) explica que Design sustentável é um movimento em que indivíduos e organizações buscam redefinir o modo como o design e suas operações agem para uma forma mais responsável quanto ao ecossistema, assim se torna uma f ilosof ia que procura maximizar a qualidade ambiental construída, minimizando ou eliminando o impacto negativo ao ambiente natural. Os designers fazem parte da comunicação, defende Dougherty (2011) , seja através de uma interface, um flyer ou uma logo, constantemente é passada uma mensagem através dos elementos escolhidos para serem usados na composição. Seja para criar uma demanda ou satisfazê-la, todas as escolhas feitas para atender o brief ing são decididas pelo impacto que vai causar no receptor. Pensando nisso, Dougherty (2011) fala que não somente no uso do papel reciclado mas também no conceito do projeto, pode-se comunicar ao usuário f inal de que a empresa, o idealizador daquele produto ou serviço, quer chamar a atenção dele para as questões do âmbito sustentável.

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N e s s e a s p e c to, s o m o s c ri a d o re s d e mensagens. As mensagens que criamos, as marcas que construímos e as causas que promovemos podem ter impactos que vão muito além do papel no qual imprimimos. [...] Essas empresas, por sua vez, ajudam a educar seus consumidores sobre questões sociais e mbientais. (DOUGHERTY, 2011, p. 18 - 19). Os consumidores, segundo Garcia (2012), estão cada vez mais cientes do que querem e como querem. Mudanças no modo de consumo já estão sendo apresentadas, com mais lançamentos, os produtos estão ficando com ciclo de vida mais curtos e o descarte destes se tornaram uma preocupação que foi apontada durante a Rio +Design 2012, o público exige (Imagem 3) que as empresas tomem atitudes quanto aos problemas gerados pelo consumo em excesso. A preocupação com o meio ambiente não é restrita a empresas verdes, todas as empresas já deveriam fazer constar, em seu planejamento, a preocupação com a extração


DESIGN SUSTENTÁVEL

e reposição da matéria prima utilizada, e com as mensagens que são veiculadas ao seu público. Empresas como a Coca-Cola (2018) investem em ações sustentáveis de responsabilidade social, ou seja, as ações que a Coca-Cola realiza são pensando no bem coletivo, não possui nenhuma relação com leis ou diminuição de impostos. No entanto, as mensagens ecológicas não são limitadas aos negócios sustentáveis e sem fins lucrativos. O envolvimento com a comunidade, com o marketing de causa e com a responsabilidade empresarial são todas atividades corporativas bastante desenvolvidas, elas permitem que os designers gráf icos trabalhem com mensagens que podem ter um impacto positivo. Os designers podem ajudar as empresas a se posicionarem como líderes em questões ambientais e sociais, o que, por sua vez, pode influenciar s operações de negócios nos anos seguintes. (DOUGHERTY, 2011, p. 19). O que leva ao ecodesign, diz Quartim

(2010), que ao contrário do design sustentável, é totalmente voltado para o meio-ambiente, enquanto o design sustentável busca o equilíbrio entre economia, meio ambiente e sociedade. Green Design ou ecodesign, para Pazmino (2007) é o encontro entre projetar e o meio-ambiente (Imagem 4), ou seja, criar um projeto de design orientado por critérios ecológicos, mas que seja economicamente viável e competitivo no mercado, Quartim (2010) traz os princípios como: a escolha de materiais de baixo impacto (produção sustentável ou reciclados), eficiência energética (utilizar menos energias em processos de fabricação), qualidade e durabilidade (produtos que durem mais tempo a fim de gerar menos lixo), modularidade (objetos em que peças possam ser trocadas em casos de defeitos, o que auxilia na diminuição de lixo), reutilização/reaproveitamento (projetos feitos a partir de reutilização ou reaproveitamento de outros projetos, projetar para sobreviver ao seu ciclo de vida e criar ciclos fechados sustentáveis).

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DESIGN SUSTENTĂ VEL

Projetar / Design

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Ecodesign / Green Design

Meio Ambiente


DESIGN SUSTENTÁVEL

Segundo Pazmino (2007), um designer que atua no ecodesign precisa ter consciência ecológica, i n t r o d u z i n d o e i n t e g r a n d o o s requisitos e questões ambientais na fase inicial do desenvolvimento do projeto. O green design não se reduz à reciclagem e utilização de sucata, e sim uma concepção abrangente de design que leva em consideração fatores além da estética, funcionamento, técnico ou ergonómico, inclui o fator ambiental ao longo do ciclo de vida do produto, com o intuito de reduzir o impacto ao meio ambiente. A interdependência é um precioso revelador de sentido e direção, que se trate da biosfera ou de organizações humanas: qualquer fenômeno repercute no conjunto, que, por sua vez, mais ou menos tarde e de forma mais ou menos intensa, acaba repercutindo na fonte do fenômeno. Um produto interdependente pode ser considerado

um poluidor nômade. A cada etapa do seu ciclo de vida (extração das matérias primas, fabricação, distribuição, utilização, valorização), fluxos de entrada (matérias e energias) e de saída (resíduos, emissões líquidas e gasosas) produzem impactos negativos sobre o meio ambiente (poluição, resíduos, nocividades…) em diferentes lugares do planeta. (KAZAZIAN apud QUARTIM, 2010) Para Quartim (2010), o design sustentável e o green design são duas áreas que pensam na causa e efeito no meio-ambiente, focando na sociedade. Como Kazazian (apud Quartim, 2010) disse na citação acima, tudo está conectado, alinhado, não é questão só de embalagens e material físico, precisam ser estudados e levados em conta as pessoas e os meios envolvidos com o ciclo de vida do produto/serviço.

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3 34


design thinking

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3 Design Thinking O design thinking é uma metodologia para desenvolvimento de soluções inovadoras, pode ser incorporada em equipes, organizações e/ou projetos de diversas naturezas, sendo aplicada por equipes multidisciplinares, sem necessariamente ter um designer. A metodologia, que em tradução literal feita pelo site Meu Sucesso (2018) significa “ pensamento do design”, é uma fusão dos processos de design e human centred design (HCD). Segundo Moura (2003, p.129), design é: Criar, desenvolver, implantar um projeto significa pesquisar e trabalhar com referências cul turais e estéticas, tecnológicas, inter e transdisciplinares, saber compreen der o objetivo desse projeto, estabelecen do e determinando o seu conceito e a sua proposta. O u s e j a , d e s i g n é p ro j e t a r, e n q u a n to para a IDEO (2018), o HCD é colocar o humano no centro do projeto. Em outras palavras, é desenvolver empatia, pensar e obser var os u s u á ri o s pa ra q u e m vo cê e s t á p ro j e t a n d o. Co m p r e e n d e r o s d e s e j o s , n e c e s s i d a d e s e expectativas das pessoas, gerar várias ideias, prototipa-las e compartilhar com os usuários, a partir disso, construir sua solução, aplicá-la e analisar o signif icado para cada pessoa, já que a experiência muda para cada usuário.

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O design thinking começa com habilidades que os designers têm aprendido ao longo de várias décadas na busca por estabelecer a correspondência entre as necessidades humanas com os recursos técnicos disponíveis consideran do as restrições práticas dos negócios. (BROWN, 2010, p.3) Segundo Brown (2010), o design thinking não é uma fórmula de sucesso, pela qual qualquer empresa ou equipe que adotála terá um produto/serviço infalível, e por também as etapas não terem uma ordem fixa, podendo ser reorganizada para cada situação. Cavalcanti (2017) conta que, apesar de Herbert A. Simon e Donald Schön terem lançado livros sobre o pensamento do design, foi somente em 1987 que Peter Rowe lançou o livro com o título design thinking falando sobre processos na arquitetura para criação de soluções. Entretanto, Tim Brown e Rique Nitzsche insistem que a ferramenta foi criada na Universidade de Stanford e disseminada pela IDEO. Para Cavalcanti (2017), entre as versões do design thinking, temos as mais conhecidas no mercado e meio acadêmico: Tim Brown, Gavin Ambrose e Stanford. As três versões sã o m uito sim i l ares ent re si , em al g uns momentos muda-se o nome das fases e em outros adicionam-se algumas etapas.


3.1 Metodologias e Conceitos Segundo Brown (2010), o design thinking é um processo criativo baseado na capacidade humana de ser intuitivo, reconhecer padrões, desenvolver ideias com signif icados tanto emocionais quanto funcionais - por pessoas que não são necessariamente da área de design - para satisfazer demandas que os usuários nem sabem ter. O design thinking representa o próximo passo, que é colocar essas ferramentas nas mãos das pessoas que talvez nunca tenham pensado em si mesmas como designers e aplicá-las a uma variedade muito mais ampla de problemas. (BROWN, 2010, p.3) Por isso os designer thinkers não trabalham com o problema definido inicialmente no briefing, Brown (2010) diz que a questão a ser resolvida aparece a partir da observação daquilo que o usuário diz e não diz, faz e não faz. A metodologia coloca o usuário no centro e faz com que o profissional se insira na rotina do consumidor ou potencial consumidor, para a partir desse envolvimento, criar empatia e junto à análise das informações coletadas gerar insights. A fase de insight que ajuda a lançar um projeto é, portanto, tão crítica quanto a fase posterior de engenharia e devemos coletar esses insights onde quer que os encontremos. (BROWN, 2010, p.39)

É, então, a partir dos insights, que se idealizam múltiplas soluções, nas quais os parâmetros do problema e suas soluções são explorados e medidos simultaneamente, através do protótipos que irão auxiliar no aprimoramento das soluções e na def inição de qual irá para o mercado, segundo Brown (2010). Para a sua coluna na Pequenas Empresas & Grandes Negócios, Hashimoto (2012) def iniu em 5 tópicos a essência do design tradicional usados no design thinking, sendo eles: • Insight: observação excessiva, sem as barreiras das soluções tradicional, o insight é aprender com o outro, viver sua vida, entender todos os parâmetros e limitações da sua vida e com base nisso ter ideias. Os insights são descobertas que surgem repentinamente depois de um momento de reflexão e contemplação sobre a situação que queremos resolver. (HASHIMOTO, 2012, p.1) • Mapa Mental: auxilia na hora de colocar, após análise, as informações adquiridas com o usuário e os insights que surgiram no processo para então avaliá-los e estudá-los tanto de forma analítica, quanto sintética.

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METEDOLOGIAS E CONCEITOS

[...] é preciso desenvolver o pensamento divergente, um modelo mental de busca de alternativas, caminhos, soluções, respostas, possibilidades que sejam, sempre que possível, criativas, lógicas, estruturadas, estranhas, factíveis, duvidosas, de todo tipo, para então explorar o pensamento convergente, no qual se usam critérios práticos para decidir entre as alternativas, comparando-as umas com as outras e testando algumas delas. (HASHIMOTO, 2012, p.1) • Prototipagem: versão física de uma solução com a finalidade de testá-la, comparar pontos de vistas, coletar feedback dos usuários e com isso aprimorar e tentar novos caminhos. O protótipo pode ser algo malfeito, barato, terminado rapidamente e até improvisado – o que importa é a sua capacidade de aprimorar uma ideia. Coisas intangíveis podem ser prototipadas também. (HASHIMOTO, 2012, p.1) • Pensamento Integrativo: é observar e investigar várias soluções de uma vez, e quem sabe até integrá-los para formular uma nova solução mais completa. O que pode muitas vezes signif icar dar passos para trás, para observar o todo e então seguir em f rente.

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Os pensadores integradores sabem como ampliar o escopo das questões relevantes ao problema e resistem à lógica do “isso ou aquilo” para favorecer a lógica do “isso E aquilo” e veem relações não lineares e multidirecionais como uma fonte de inspiração, não de contradição. (HASHIMOTO, 2012, p.1) • Pensamento Visual: conceber visualmente o pensamento, temos prof issionais que funcionam com o pensamento visual, ou seja, esboçar a sua ideia para então desenvolvê-la, seja um desenho, um gráf ico, ou imagens. Muitas grandes ideias de hoje começaram com um esboço de um modelo em um guardanapo de papel numa conversa entre duas pessoas, regada a cerveja ou vinho. Nem é preciso saber desenhar, o importante é conceber uma imagem mental da ideia. É como se fosse uma etapa anterior à do protótipo, só que em duas dimensões apenas. (HASHIMOTO, 2012, p.1) Hashimoto (2012) afirma que esses tópicos, junto das ferramentas associadas ao design thinking, faz com que a Ideo ajude tantas empresas a encontrar soluções inovadoras para seus negócios, através das etapas que eles adotaram para aplicar o design thinking.


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3.1.1 Tim Brown - IDEO O design thinking cunhado por Brown na, e através da IDEO, defende o uso do emocional e do racional, também fala sobre a importância de compartilhar com os usuários os processos e andamento do desenvolvimento com os colaboradores. Brown (2010) também fala sobre a importância de um espaço físico e psicológico que contribua para a equipe se sentir mais confortável em praticar o design thinking. Outra constatação que faz é a importância de cometer erros nas fases de testes, aprender com eles, para não seguirem na implementação (Imagem 5). “Falhe muitas vezes para ter sucesso mais cedo.” (BROWN, 2010, p. 17) Podemos pensar neles como a inspiração, o problema ou a oportunidade que motiva a busca por soluções; a idealização,

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Idealização

Inspiração

Implementação


TIM BROOWN - IDEO

o processo de gerar, desenvolver e testar ideias; e a implementação, o caminho que vai do estúdio do design ao mercado. (BROWN, 2010, p.16). Brown (2010) diz que o design thinking se baseia na capacidade humana de ser intuitivo, reconhecer padrões, e a partir disso desenvolver ideias que tenham um apelo emocional além do funcional, dessa forma a metodologia se torna acessível para ser aplicada por qualquer um, em qualquer tipo de problema, a partir das etapas. A etapa de inspira çã o pode começar de duas formas: olhando para o usuário e determinando o problema, ou determinando um problema e olhando como ele interfere na vida do usuário. Após a definição do problema a ser sanado, se coloca em prática a empatia, conviver com o usuário no seu dia-a-dia, abstrair o que ele demonstra

e conta, mas também de notar brechas naquilo que não é apresentado por ele. Após essa etapa vem a idealização, em que os profissionais envolvidos no projeto fazem a síntese e análise dos dados, e surgem os insights que são tratados e trabalhados até surgirem as propostas de soluções que serão estudadas, prototipadas para serem testadas e assim selecionar a que será implementada. Logo depois dos testes e escolha da solução que será levada para o mercado, vem a implementação, em que esse produto e/ou serviço será fabricado e vendido para os consumidores, que terão experiências singulares quanto ao resultado do projeto. Por ser uma metodologia cíclica, a começar dos feedbacks que o público-alvo der, pode ser implementada novamente para reestruturação do produto/serviço.

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3.1.2 Gavin Ambrose A definição que Ambrose (2011) traz em seu livro é bem próxima a que Brown utiliza, porém sua metodologia é mais voltada para o Design, a primeira etapa já conta com a definição do problema e o estudo do público-alvo, realizando uma análise profunda do problema e suas restrições, sendo essa investigação fundamental para o sucesso no desenvolvimento da solução (Imagem 6). A primeira etapa, segundo Ambrose (2011), é Def inir: o problema de design, públicoalvo e restrições são definidas e estudadas, com ciência de todos os detalhes desses três pontos, as etapas de pesquisa e geração de etapas são mais precisas, mas também é a etapa de definição

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Pesquisar Gerar Ideias

Testar Protótipos

Aprender

Implementar

Selecionar


GAVIN AMBROSE

do projeto que determina se ele será bem-sucedido ou não, ou seja, é montado o briefing do projeto. A primeira etapa, segundo Ambrose (2011), é Def inir: o problema de design, público-alvo e restrições são definidas e estudadas, com ciência de todos os detalhes desses três pontos, as etapas de pesquisa e geração de etapas são mais precisas, mas também é a etapa de definição do projeto que determina se ele será bem-sucedido ou não, ou seja, é montado o briefing do projeto. A terceira etapa é Gerar Ideias, geralmente o s p ro f i s s i o n a i s e nvo l v i d o s n o p ro j e to s e reúnem para um brainstorming durante o qual apresentam suas ideias e/ou apontam sugestões nos produtos anteriores, com base em estudos. Algumas ideias seguem para uma próxima etapa, enquanto outras são descartadas inicialmente. Testar protótipos é o próximo passo sugerido, as ideias selecionadas para seguirem tem sua praticabilidade e viabilidade testada em protótipos de baixa, média e alta fidelidade. Esses protótipos servem para avaliar a questão técnica, matéria-

prima, mas também visual das propostas de solução, verificando os protótipos em dimensões. Com os resultados dos testes é feita a Seleção da solução que será desenvolvida e fabricada para mercado. Nessa parte do projeto também é importante se fazer uma avaliação para examinar o que foi definido no início do projeto e como a def inição do problema foi atendida. A solução selecionada parte para a etapa de Implem enta çã o, os designers passam todas as informações técnicas e especif icações para os responsáveis da fabricação do produto/ser viço, é uma boa hora para se revisar o projeto antes de ir para o mercado. Com a conclusão do projeto e sua veiculação no mercado é hora de Aprender com os feedbacks e todo o processo que foi traçado até ali, o que será levado para outros projetos e/ou para a evolução do mesmo, é uma fase de análise quanto aos prof issionais, a metodologia e do produto.

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3.1.3 Bootcamp Bootleft Stanford A Universidade de Stanford criou a D.School (2018) para disseminar os fundamentos do Design de Produto, em um de seus três principais programas, o Bootcamp Bootleg, que é um programa para auxiliar design thinkers em seus projetos. No site deles, os usuários podem encontrar conteúdos sobre o assunto e eventos feitos pela escola. Mesmo que a definição do design thinking sendo a mesma que Brown, o Bootcamp Bootleg (2018) sugere que a equipe tenha o seguinte modo de pensar (Imagem 7) durante o projeto: É importante que toda a equipe envolvida no projeto tenha em mente que precisa focar em valores humanos: como vem sendo dito desde o início do capítulo, o design thinking é uma metodologia que coloca seu usuário no centro e o estuda junto ao problema.

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Focar em valores humanos

Ser consciente do processo

Ter predisposição para ação

Mostrar em vez de contar

Mindset Colaborar intensamente

Adotar a cultura da prototipagem Cria clareza da complexidade


BOOTCAMP BOORLEFT STANFORD

Ser consciente do processo, é importante que todos os profissionais envolvidos estejam a par das etapas do design thinking, mas também dos métodos, metas e objetivos a serem alcançados no decorrer do projeto. Tendo em mente que o processo é dinâmico, flexível e não linear. Ter predisposição para a ação ou proatividade, é necessária ação para que uma solução seja obtida, testada e tornada realidade. Idealizar é importante para o projeto, mas estabelecer planos de ação e agir é o que faz a ideia sair do papel. Colaborar intensamente, uma equipe formada por profissionais de diversas áreas e diversos perfis faz com que diferentes pontos de vistas sejam levantados, e com a colaboração desses pontos de vistas uma solução inovadora pode nascer. Cria clareza da complexidade: é preciso que a equipe possua uma visão abrangente e profunda sobre o estudo complexo do problema. A organização e categorização dos dados coletados é uma maneira de manter a clareza quanto ao que está sendo

Empatia

trabalhado, para assim ter um panorama geral das perspectivas e implicações que mais tarde irão guiar para soluções centradas no ser humano. Adotar a cultura da prototipagem e da experimentação: testes são importantes para o progresso do projeto, nessa etapa são observadas a viabilidade técnica, econômica e visual do projeto, de modo que a equipe consiga expressar a ideia de forma visual, fazer as observações e adaptações necessárias para a inovação. Nessa etapa, se descobre se o projeto não é adequado ao problema determinado, assim se poupam tempo e recursos. Mostrar em vez de contar: apresentar dados, feedbacks, pontos de vista e observações, usando recursos visuais, ajuda a todos os envolvidos a se comunicarem com a ideia. As etapas da D.School(2018) são bem próximas as etapas de Ambrose, já que aplicam o design thinking voltado para a área de design (Imagem 8):

Ideação

Prototipagem

Teste

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BOOTCAMP BOORLEFT STANFORD

Ter Empatia com as pessoas para quem você está projetando a solução, observá-las e estudálas para coleta de dados que baseia a Def inição, a coleta de feedbacks quanto ao produto anterior e os dos concorrentes também é importante para se ter dimensões do que fazer e não fazer, o Bootcamp Bootleg diz que para você empatizar com o usuário, fora a observação, você precisa entrevistar e interagir com ele além de imergir na experiência dele. O estágio Def inição é onde acontece a sintetização e análise dos dados empáticos. Com eles você consegue eleger as necessidades e um escopo de desafio significativo. A parte de Definição se trata de ter uma compreensão profunda de seus usuários e do espaço de design para a definição do problema: o seu ponto de vista. O ponto de vista deve ser orientação que enfoca usuários específicos, insights e necessidades capturadas na etapa Empatia. Na Ideação é o modo no qual você pretende

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gerar alternativas de projeto radicais mais amplas, o objetivo da ideação é explorar uma ampla quantidade de ideias que sejam diversif icadas entre si. A partir deste vasto repositório de ideias, você pode construir protótipos para testar com os usuários. A Prototipagem é a etapa de levar o que está na cabeça para o mundo f ísico e/ou digital, esse protótipo é testado de diversas maneiras e os resultados destes testes devem apresentar compatibilidade com o problema. O Teste, “Faça o protótipo como se você soubesse que está certo, mas teste como se estivesse errado.” (BOOTCAMP BOOTLEG, 2018, p. 5). É a oportunidade de ref inar as soluções através dos feedbacks, af im de melhorá-las e continuar avançando para atender melhor os usuários, errando de uma forma mais barata e rápida, para assim avançar com mais ef icácia.


3.1.4 Análise das metodologias Cava l c a n t i ( 20 1 7 ) ex p l i c a que o usuário é a base do design thinking, junto a ele existem mais t rê s p o n to s imp or tan te s para a metodologia ser aplicável e funcional: o desejo, a praticabilidade e viabilidade (Imagem 11). O Desejo é o problema a ser resolvido, a demanda/necessidade que o usuário possui, identif icada durante as etapas de identificação e def inição. A Praticabilidade diz sobre o quão praticável técnicamente, funcionalmente e organizacionalmente o projeto é, já a Viabilidade diz sobre custo, se é viável f inanceiramente para a empresa. O design thinking começa com habilidades que os designers têm aprendido ao longo de várias décadas na busca por estabelecer a correspondência entre as necessidades humanas com os recursos técnicos disponíveis considerando as restrições práticas de negócios. (BROWN, 2010, p. 03)

Desejo

HDC Praticabilidade

Viabilidade

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ANÁLISE DAS METODOLOGIAS

Levando em conta a tríade do design thinking e analisando as três metodologias, podemos ver que, mesmo divergindo nas nomenclaturas das etapas e a de Ambrose sendo mais voltada para o mundo de design, todas as três levam em conta o usuário no centro e a empatia para identificar os problemas, criação de soluções, prototipagem e implementação. É possível visualizar na Tabela 2 que as metodologias têm pontos em comum, começando com a Identif icação de uma necessidade ou problema, todos os três autores começam procurando ter empatia pelo usuário e determinando o problema/necessidade que supra um desejo. A Criação de soluções para o problema, ou seja, são geradas ideias, sugestões que solucionem

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o desejo determinado inicialmente, utilizam Prototipagem e teste das soluções em que todas as ideias que atendem os requisitos necessários são prototipadas e testadas para que se estudem os ajustes e viabilidade das mesmas. Após isso vem a Implementação da melhor solução com os resultados dos testes - é determinado qual irá para o mercado e chegará ao alcance do usuário. Essa etapa envolve a parte de produção. O Feedback e evolução é a aplicação das melhorias necessárias coletadas a partir do feedback dos consumidores. Apenas a do Brown e do Ambrose, que são cíclicas, mostram este passo.


ANÁLISE DAS METODOLOGIAS

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3.2 Ferramentas do Design Thinking Durante as etapas do design thinking são necessárias ferramentas para captar, sintetizar, analisar e testar os dados que envolvem o processo do projeto. Para Ambrose (2011), pesquisas estão desde a primeira etapa da metodologia; É a hora de capturar as informações para formar uma base sólida para a solução. Existem diversos tipos de pesquisas, como:

de pesquisa são longitudinal (captação de dados a longo prazo) e transversal (captura de dados em um intervalo de tempo), esses dados podem ser coletados com: entrevistas pessoais, entrevistas por telefone, questionários pelo correio, questionários pessoais e observação.

• Exploratória: como o nome sugere, é utilizada para levantamento dos critérios e compreensão do problema. Segundo Vieira (2002), a pesquisa exploratória é usada para definir o problema com maior precisão e identificação de caminhos de ação ou para obter dados adicionais antes do desenvolvimento de uma abordagem.

• Experimental: Vieira (2002) fala que nesse tipo de pesquisa existe manipulação de algum ponto e pode ser usada para obter fatos de causa e efeito, ou seja testar hipóteses.

• Descritiva: a pesquisa descritiva (VIEIRA, 2002) busca expor as características de determinado segmento, porém não é seu objetivo explicar sobre os dados, apesar de servir como base para explicações. Vieira (2002) sugere que esse tipo

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Cavalcanti (2017) mostra outros tipos de ferramentas que se assemelham a mapas como: Canvas de Descoberta e o Canvas de Proposta de valor (onde você adiciona e compara informações sobre o usuário e o problema, apresentado na Imagem 9).


FERRAMENTAS DO DESIGN THINKING

Gain Creators

Gains

Products & Services

Customer Job(s)

Pain Relievers

Pains

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FERRAMENTAS DO DESIGN THINKING

Outras ferramentas são post-its, lousas, papel e caneta, gravadores e smartphones; É através delas que a equipe poderá captar, registrar e analisar os dados capturados durante o projeto e o contato com

os envolvidos podendo serem consultados a qualquer momento. Por isso a documentação do projeto precisa ser acessível a qualquer membro da equipe.

Mapa de Empatia 1

Com quem estamos sendo EMPÁTICOS?

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O que ela precisa fazer de diferente? Quais tarefas ela quer ou precisa fazer? Qual decisão ela precisar tomar? Como saberemos se ela foi bem sucedida?

Quem é a pessoa que queremos conhecer? Em que situação ela está? Qual é o papel dela nessa situação?

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O que ela PENSA e SENTE? DORES

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O que ele ESCUTA?

O que ela precisa fazer?

Quais são os seus medos, frustrações e ansiedade?

DESEJOS Quais são suas vontade, necessidades, esperanças e sonhos?

O que ele escuta outros dizerem? O que ele escuta dos amigos? O que ele escuta dos colegas? O que ele escuta de segunda mão?

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O que ele VÊ?

O que ele vê no seu ambiente? O que ele vê os outros falando e fazendo? O que ele está lendo e assistindo?

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O que ele FALA?

O que já escutamos ele falando? O que imaginamos ele falando? Quais outros pensamentos e sentimentos motivam o seu comportamento?

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O que ele FAZ?

O que ele faz hoje em dia? Qual comportamento dele já observamos? O que imaginamos ele fazendo?

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4 54


ezio manzini adaptabilidade de ideias

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4 Ezio Manzini: Adaptabilidade de ideias Com todas estas informações paramos para refletir qual o papel do design e do designer nisso tudo. Segundo a definição do ganhador do prêmio Nobel, Herbert A. Simon (1969), o design é, de forma abrangente, o ato de transformar situações existentes em situações almejadas. Seguindo essa def inição, imaginamos que nosso dever é ajudar com este problema, afinal almejamos uma sociedade sustentável, para que possamos continuar a construir e criar sem esgotar nossos recursos. Segundo Manzini (1998) vivemos uma transição de uma sociedade baseada em materialismo para uma sociedade baseada em informação. Estamos deixando para trás uma sociedade centrada em produtos materiais a favor de uma sociedade focada em informação. Esta t ra n s a ç ã o e s t á o co r re n d o a t u a l m e n te e mesmo sendo difícil prever seu resultado final, já é possível identif icar algumas diretrizes básicas. (MANZINI, 1998, p.45, tradução nossa) Atualmente, informação é poder e dinheiro. A Google, por exemplo, constrói seu império analisando dados e os reutilizando de forma eficiente para lucrar, com propaganda e revenda de dados, segundo matéria da BBC Brasil (2016). Já um exemplo mais polêmico foi a utilização ilegal dos dados do Facebook, segundo a Exame

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(AGRELA, 2018). As informações de mais de 50 milhões de usuários do Facebook foram usados pela Cambridge Analytica, uma firma de análise de dados, que trabalhou para o Donald Trump durante as eleições de 2017 e supostamente utilizou estas informações para fazer propaganda política específ ica para os eleitores NorteAmericanos e levar o candidato à presidência. A empresa ganhou aproximadamente 5.9 milhões de dólares americanos da campanha e, por causa do escândalo o Facebook, até este momento perdeu por volta de 58 bilhões de dólares em ações. Com a movimentação exorbitante de dinheiro citada acima, se percebe que hoje o mercado de dados é extremamente valioso, afinal vivemos conectados e tudo que pesquisamos, assistimos, compramos e curtimos vai para um servidor ser analisado, dando para as empresas nossos hábitos de compra, preferências e gostos. Mas isso sozinho não ajuda o problema ambiental. Segundo Manzini (1998), para o atual sistema industrial se tornar sustentável, considerando os recursos presentes nos dias de hoje, é preciso criar um sistema de produção e consumo utilizando apenas 10% dos recursos naturais utilizados hoje. Em uma sociedade com a indústria desenvolvida a transição para a sustentabilidade sugere que alguém desenvolva um sistema de produção e


EZIO MANZINI: ADAPTABILIDADE DAS IDEIAS

consumo que satisfaça a demanda social de bens enquanto se utiliza 10% dos recursos naturais usados no presente. (MANZINI, 1998, p.44, tradução nossa). Existem algumas opções de produtos que podem ajudar nessa meta, esses tipos de produtos não tem como foco a sustentabilidade, são ideias que pensam como podemos criar produtos que chamam atenção por outros meios e que, ao mesmo tempo, ajudam com a meta de reduzir o uso de recursos naturais. O que é oferecido é um produto de resultado no qual a eficiência pode ser medida na ausência de outros produtos ou matéria[...] Apesar de parecer difícil essa abordagem não é nova, ela já foi experimentada: tendo definido conforto em termos de temperatura e/ou iluminação de ambiente, uma companhia trabalha para garantir esse conforto e intervir no sistema para reduzir o consumo de energia para um mínimo. Já que o lucro da empresa depende exatamente na sua habilidade de reduzir a quantidade de combustível ou eletricidade necessária. (MANZINI, 1998, p.52, tradução nossa) A ideia apresentada de um produto de resultados se baseia em produtos que dão o seu desempenho como diferencial. Um exemplo bem

comum disso, hoje, seriam os carros econômicos; Eles ajudam com o problema de emanação de poluentes no ar, já que o carro consegue andar mais, utilizando menos combustível. O apelo da categoria para os compradores é o lado financeiro, de gastar menos ao abastecer o carro. Com essa ideia, entendemos que muitas vezes um produto que funciona de forma sustentável, não tem isso como seu diferencial. As vezes para tornar seu produto mais popular, é preciso chamar a atenção do consumidor com o que lhe interessa mais. Os produtos coletivos a que nos referimos, não são públicos (administrados por uma empresa servindo o público geral) nem individual (em outras palavras, criado e administrado por indivíduos privados que se benef iciam deles): eles são coletivos pelo fato de serem criados e administrados (direta ou indiretamente) por um grupo de pessoas.(MANZINI, 1998, p.54, tradução nossa). Os produtos comunitários partem do princípio de várias pessoas utilizarem os mesmos produtos, ele cobre desde os serviços público tradicionais, como os meios de transportes públicos, até as iniciativas privadas recentes, que criaram viagens em carros particulares, compartilhadas entre pessoas. Exemplos óbvios são os aplicativos de carona como Uber e 99.

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EZIO MANZINI: ADAPTABILIDADE DAS IDEIAS

A ideia já era utilizada, principalmente, pelos órgãos públicos, desde criar espaços públicos como praças, até os serviços públicos de transporte (ônibus e metrô), eles eram criados principalmente pelo dever do governo com o povo, mas de certa forma também ajudam a combater crise ambiental, ao utilizar os transportes públicos se diminui o número de carros na rua, que por consequência reduz a emanação de gases na atmosfera. Ao criar espaços públicos como, por exemplo, lavanderias, se reduz a utilização de matéria prima para produzir máquinas de lavar individuais para todas as pessoas que podem frequentar estes locais e dividir as máquinas. É um conceito simples que ajuda apenas dividindo alguns bens. […] a redução da intensidade material no produto concebido para consumo individual pode ser atingido pela prolongação da duração do produto, estendendo seu uso para aumentar sua vida útil e o descarte correto de um produto, assim reduzindo a intensidade material renderizado por unidade. Isso não só implica em uma mudança na forma física do produto para torná-lo mais durável , fácil de preservar e reciclar; mas também exige um aumento do papel do produtor, aumentando suas responsabilidades para envolver a vida inteira do produto.(MANZINI, 1998, p.56, tradução nossa).

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Os produtos de duração já foram uma vez populares por volta das décadas de 50 e 60, com os produtos sólidos, alguns feitos de metal, construídos com a intenção de durar sua vida inteira. Atualmente a realidade é outra, principalmente os eletrônicos, sendo substituídos rapidamente por obsolescência ou defeitos. Os produtos são feitos rapidamente para acompanhar a concorrência, sem grande preocupação com o material usado e sem preocupação com o descarte, muitas vezes desperdiçando material reutilizável. O que Manzini propõem, porém não é um retorno aos produtos parrudos e duradouros, afinal construir algo assim exige muito material para só um produto, elevando o que ele chama de nível de intensidade material. A sua ideia é, sim, melhorar a duração do produto f inal, mas também estender o uso de seu material, ou seja, um produto que já tenha uma função ao f inal de sua vida útil inicial, o que exige uma atenção maior por parte dos produtores que, ao terem de pensar no fim do ciclo da vida de seu produto, vão fazer escolhas mais simples de se reutilizar seu material, facilitando seu trabalho mais a frente.


EZIO MANZINI: ADAPTABILIDADE DAS IDEIAS

A forma mais drástica para reduzir a intensidade material do sistema de consumo é canalizar a demanda do consumo de produtos materiais para uma demanda de produtos que são potencialmente imateriais, assim como os produtos de informação: cultura, instrução, entretenimento. (MANZINI, 1998, p.50, tradução nossa) Os produtos de informação hoje são os mais presentes no nosso cotidiano e também o principal produto responsável pelo nosso período de transição. Segundo Manzini (1998), são também os mais interessantes para o designer digital, pois ele propõem, a substituição do consumo material, na medida do possível, por um consumo baseado em dados, em informação, um consumo digital tornando serviços virtuais e alguns produtos, assim virando imateriais, eles se tornam um conjunto de informações em uma base, um servidor. Esse é o produto mais drástico, pois reduz nossa utilização de matéria-prima quase a um mínimo, utilizandoos apenas para produzir os servidores que irão guardar essas informações e os aparelhos em que nós iremos reproduzir esses dados. Dois exemplos, já presentes e bem populares hoje em dia, são o

Netflix e o Amazon Kindle . O Netflix torna imateriais as antigas locadoras de filmes, fazendo com que todo o material para criar o plástico da embalagem, o papel na parte externa da embalagem e também os diferentes materiais para fazer todas as camadas dos Cds deixe de ser fabricado. Segundo a própria Netflix (2018) tudo isso foi trocado por mil servidores ao redor do mundo e, com alguma ajuda da Amazon Cloud, representou uma redução enorme de uso de material. O Kindle, ou qualquer serviço de ebooks, torna os livros imateriais, transformando-os apenas arquivos reproduzidos em um único aparelho, o produto já é popular, mas imaginando a maior parte da população utilizando os livros imateriais, significa um corte drástico na utilização de papel, o que reduz o desmatamento e evita o descarte inapropriado do papel, que não permite que ele seja reciclado. Um problema que surge com essa ideia, vendo o cenário atual dos aparelhos eletrônicos, é o seu curto tempo de vida e o fato de apenas 20% de todos os aparelhos serem recicláveis, segundo pesquisa da United Nations University (2017).

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5 60


design sustentรกvel

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5 Design Thinking Sustentável Segundo a pesquisa realizada pelo Opinion Box em 2017, Schermann (2017) explica que foram entrevistados cerca de 2.040 internautas, a partir de 16 anos, de todos os estados do Brasil, 91% das pessoasdemonstrarampreocupação com as práticas sustentáveis de uma empresa ao comprar um produto, sendo que 42% deles disseram que tal fator os influenciava muito na hora de adquirir um produto. A mesma pesquisa também apontou que 54% dos entrevistados dão preferência a empresas ou marcas que possuem iniciativas para cuidar do meio ambiente, além de divulgar os motivos (Imagem 12) que impediriam os entrevistados de comprar ou contratar uma empresa. E m e s t u d o fe i to p e l a GfK apresentado no blog BrasilAlemanhaNews(2017), sobre o comportamento do consumidor brasileiro e as tendências que mais ganharam importância, foi levantado que:

62

81%

Utilização de lâmpadas econômicas

77%

Medidas para economizar água

74%

Medidas para economizar energia elétrica

59%

Separação de lixo reciclável

58%

Reutilização de produtos para diminuir consumo e desperdício

46%

Separação de lixo orgânico e inorgânico

42%

39%

Utilização de material reciclável (plástico e papel)

27%

Cultivo de frutas, verduras ou legumes próprios


DESIGN THINKING SUSTENTÁVEL

78% deles esperam que marcas e empresas devam ter responsabilidade ambiental; 70% declaram que se sentem culpados quando fazem algo que desrespeita o meio ambiente e também 70% af irmaram que procuram por marcas que tenham responsabilidade ambiental. [...] Ainda de acordo com o estudo da GfK, hoje, já 41% dos consumidores esperam que as empresas forneçam produtos e serviços de qualidade e 40% acham que as empresas devem ser ambientalmente responsáveis. Mas a questão não se resume aos consumidores, pelo contrário, como aponta Brant (2017) na Folha de São Paulo, os investidores também mostram preocupação com questões ambientais após o caso da Volkswagen, em que a empresa manipulou os dados de emissão dos gases poluentes. Nos dias após a primeira denúncia, houve um acúmulo de 42,2% de desvalorização das ações. O estudo realizado pela consultoria EY (Ernst & Young) apontou que em 2016, 68% dos investidores (BRANT, 2017) disseram que informações não financeiras são de suma importância ao escolher o destino final dos recursos e 92% concordam que questões socioambientais têm impactos reais e quantificáveis a longo prazo nos resultados financeiros. A partir desses dados, enxergamos uma

oportunidade de melhorar uma metodologia acessível a prof issionais de todas as áreas, para auxiliar na sustentabilidade junto a uma ferramenta que já possui o propósito de suprimir problemas sustentáveis em projetos. A ve r d a d e i r a q u e s t ã o é s e vo c ê u s a r á essa mudan ça com o uma opor tunida de de crescimento ou se deixará que ela te coloque em desvantagem competitiva, ou seja, se surfará na onda ou deixará que ela te arremesse nas rochas. (DOUGHERTY, 2011, p. 21) O design thinking, como explicado por Brown (2010) é uma metodologia que busca auxiliar no processo de criação de soluções inovadoras e o DMAIC, para Webber (2007), é uma abordagem que procura resolver problemas sustentáveis, nomeamos essa fusão de Design Thinking Sustentável. O Design Thinking Sustentável (DTS) tem a proposta de fazer com que as soluções criadas sejam cada vez mais sustentáveis economicamente, ecologicamente e socialmente falando, de maneira mais simples e fluída para aqueles que estão desenvolvendo. Mesclamos as etapas mostradas na Etapas macro do design thinking (Tabela 2) junto a metodologia DMAIC, e definimos as seguintes etapas (Imagem 13) que constituem o DT, sendo elas:

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DESIGN THINKING SUSTENTÁVEL

Repetir

Pesquisar

Gerar Ideias

Controlar

Reduzir e analisar

Selecionar

Analisar

Testar Protótipos

Definir​: definição do problema e/ou necessidade do usuário a ser suprida, assim como o públicoa l vo e a s q u e s tõ e s s u s te n t áve i s a s e re m trabalhadas durante a construção da solução, a partir da observação do usuário, que é o principal ponto do design thinking, serão feitas a síntese e análise dessas informações para obter os pontos que serão pesquisados na próxima etapa. 64

Pesquisar​: a pesquisa deve englobar os pontos levantados na etapa anterior, estudos sobre concorrentes diretos e indiretos, soluções que foram criadas que podem se relacionar ao problema definido. Pesquisa sobre e com o usuário final, e também sobre as questões sustentáveis que serão trabalhadas. Gerar Ideias​ : a partir de todas as informações coletadas nas etapas anteriores, a equipe pode fazer uma brainstorming para levantar ideias para solucionar o problema definido. É importante que todos estejam abertos para discutir sobre as idéias, melhorá-las e descartá-las caso seja necessário. Reduzir e Analisar​: esta é a etapa em que as soluções pensadas serão colocadas ao lado das questões ambientais definidas, para se analisar até onde um consegue acompanhar o outro dentro do projeto, e se têm capacidade de entregar o que o usuário precisa. São cogitados os possíveis problemas que podem acontecer durante os testes dos protótipos. Com essas informações em mãos, já pode ser determinado qual tipo de produto/ serviço será com os rótulos do Ezio (informação, resultado, coletivo ou de duração) e estudado o seu impacto a longo prazo dentro dos 3Ps de Sustentabilidade, como por exemplo: consumo de energia, uso de água, descarte, entre outros pontos.


DESIGN THINKING SUSTENTÁVEL

Testar protótipos​: nessa etapa, as informações da etapa de Reduzir e Analisar ganham forma de uma solução, ou seja, protótipos para testar a usabilidade, praticabilidade e viabilidade funcional, técnica e econômica das ideias geradas. Verificando todos os pontos chaves, desde os materiais, até se supra o desejo do público-alvo. Dessa forma é possível consertar os possíveis problemas durante o processo e achar variações para o mesmo. Analisar​: novamente todos os dados coletados são analisados junto aos resultados dos testes, erros e problemas que apareceram durante o desenvolvimento dos protótipos e durante os testes de uso, para apontar melhorias. Também são analisados o processo de produção e uso a longo prazo das soluções que passaram no teste, para discutir como minimizar o impacto sustentável. Selecionar ​ : com a etapa Analisar cumprida, é hora de selecionar uma das soluções ou unir todas para formar uma, para o alcance do usuário final. É nessa etapa que o produto/serviço é fabricado e levado para mercado, assim os materiais e/ou tecnologias utilizadas durante essa fase devem ser selecionados com o pensamento de ter o mínimo impacto ambiental, social e econômico possível. Controlar ​ : a etapa de Controlar é observar o produto/serviço em seu uso com o consumidor, é mais um estudo para acompanhar o impacto

gerado pelo serviço, a ideia é não gerar mais impacto do que foi mensurado durante o processo, para isso é necessário o acompanhamento do mesmo e a mensuração dos resultados desse acompanhamento. Repetir​: a última etapa tem o propósito de instigar a instituição ou equipe envolvida no projeto a ficar antenada em manter o seu produto/serviço atualizado, evoluir conforme ou antes da demanda do públicoalvo, ou seja, inovar. A etapa Repetir serve para o constante aprendizado quanto ao projeto e como ele pode ser melhorado para atender mais demandas, sejam por novas tecnologias ou materiais sustentáveis. Dougherty (2011) diz que a afirmação de que produtos/serviços sustentáveis são mais caros é falsa. Com pesquisa e experimentação, materiais ambientalmente aprimorados possuem o custo igual ou menor do que materiais agressivos ao meio ambiente. A matéria prima e o ecossistema do nosso planeta possuem um nível razoavelmente consistente e mensurável de produção. Nossas produções de bens e serviços fazem extrairmos quantidades maiores de recursos do que o sistema pode prover, essas são ações não sustentáveis. Há órgãos e iniciativas que fazem essa análise e controle, como o The Global 100 (2018) que possui um ranking por meio do qual empresas de todos os continentes são avaliadas a partir de certos critérios sustentáveis de acordo com o seu ramo e o impacto que ele gera.

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5.1 Global 100 A Corporate Knights (2018), empresa de assessoria de mídia e investimentos sediada em Toronto e especializada em responsabilidade social e desenvolvimento sustentável, criou em 2005 o ranking das 100 empresas mais sustentáveis do mundo, com o objetivo de elaborar uma metodologia para comparar quantitativamente e classificar as maiores empresas públicas do mundo e, desde então, o levantamento que ficou conhecido como The Global 100 é anunciado anualmente durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos. A publicação seleciona empresas de todos os setores, que tenham capital aberto e receita bruta de no mínimo US$ 1 bilhão, com base em até 17 indicadores-chave de desempenho (KPIs), cobrindo desde seus recursos, emprego, gestão financeira, receita limpa até desempenho como fornecedor. As empresas selecionadas pontuam nos indicadores de desempenho que são consideradas prioridades para elas, além dos indicadores “universais”,sendo eles:

Indicadores de Gestão de Recursos: • • • • •

Indicadores de Gestão Financeira: • Capacidade de inovação • Porcentagem de impostos pagos • Diferença entre os ganhos do dono da empresa e a média salarial dos empregados • Status do fundo de pensões • Pontuação do fornecedor (fornecedores da empresa passam pelo mesmo teste. Indicadores de Gestão de Empregados • Desempenho de segurança do trabalho (percentual de acidentes e mortes) • Rotatividade de funcionários (pessoas que saem da empresa por escolha própria) • Diversidade de liderança (presença de mulheres em cargos de diretoria e executivos, comparando com empresas do mesmo ramo no mundo) • Sustainability Pay Link12

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Intensidade do uso de energia Intensidade da emissão de carbono Intensidade do consumo de água Intensidade de produção resíduos Produtividade do ar limpo


THE GLOBAL 100

Os indicadores sobre diversidade de liderança, sustainability pay link, status do fundo de pensões, porcentagem de imposto pago e lucro limpo, os indicadores universais são os mais importantes para análise, sendo o lucro limpo destacado pela empresa como fator que leva em conta a venda de produtos amigáveis ao meio-ambiente ou não. Com base em uma tabela desenvolvida

Impacto Peso Final

Impacto Peso Final

pela própria Corporate Knights, é atribuída uma porcentagem de nível de sustentabilidade de cada segmento que a empresa trabalha e multiplicada proporcionalmente ao lucro que empresa tem com aquele produto. O empenho em analisar a valorização de fatores promove a alavancagem dos procedimentos normalmente adotados.

Energia

Gases de efeito estufa

Água

Resíduos

23,7% 5,5%

35,3% 8,1%

77,2% 17,8%

1,4% 0,3%

Rota�vade dos funcionários 2,8% 0,6%

Diferença entre o salário do CEO e a média salarial dos funcionários

Impostos Pagos

Status do fundo de pensão

Capacidade de inovação

2,6% 0,6%

6,4% 1,5%

6,8% 1,6%

0,7% 0,2%

Ferimentos

Mortes

Emissão de outros gases

3,3% 0,8%

10,5% 2,4%

7,9% 1,8%

Mulheres em Mulheres em cagos cargo de Lucro Limpo execu�vos gestão 2,8% 0,6%

3,6% 0,8%

22,7% 50,0%

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THE GLOBAL 100

Por f im, ainda existe o peso que cada um dos KPIs (Tabela 3) terão para a avaliação final de cada empresa, sendo este peso diferenciado para cada setor da indústria. As categorias utilizadas para classificar cada tipo de indústria é baseada no Global Industry Classification Standard (GICS, Padrão Global de Classificação da Indústria), e para medir o peso que cada KPI terá em cada tipo de indústria é levado em consideração o impacto que este KPI tem em determinado tipo de negócio, em relação a todos os outros tipos de negócio

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presentes na classificação do GICS. Por exemplo, segundo a Corporate Knights, a emissão de gases poluentes é muito mais impactante em uma indústria de papel do que em um banco, logo o impacto do KPI de gases poluentes para indústrias de papel será mais relevante para a nota final do que para uma instituição financeira. Apenas os KPIs de pontuação dos fornecedores e sustainability pay link possuem pesos f ixos, independentemente do tipo de negócio, de 2,5% e 5% respectivamente.


SEIS SIGMAS E DMAIC

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6 70


cases design thinking sustentรกvel

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6 Cases Design Thinking Sustentável Para Schiller (2017), é possível perceber o processo de desmaterialização em muitas áreas de negócios atualmente. Hoje em dia, arquivos são armazenados em nuvens, e não mais em computadores e as pessoas dão preferência ao uso de serviços como Uber e Zipcar aoinvés de comprar carros. Inúmeros tipos de produtos estão se tornando serviços, particularmente no mundo business-to-business, o que faz com que agora seja possível alugar iluminação ou obter pneus por quilômetro rodado - e esses são apenas alguns dos

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exemplos de serviços que antes eram vendidos principalmente como produtos. Abaixo, analisamos casos em que produtos que se tornaram serviços e como eles podem evoluir utilizando a sustentabilidade como um diferencial na idealização e produção das soluções, para os problemas encontrados durante as pesquisas sobre as empresas. A escolha das duas empresas partiu da ideia de contestar que serviços digitais são sustentáveis por não usarem muita matériaprima na fabricação de produtos físicos.


6.1 Tesla A Tesla (2018) é uma empresa americana fundada em 2003, por um grupo de engenheiros que queriam provar que carros elétricos poderiam ser melhores e mais divertidos do que carros com gasolina. Kleina (2017) explica que: originalmente conhecida como Tesla Motors, a empresa tinha foco apenas no mercado automotivo e não queriam lançar apenas carros sustentáveis, mas que tinham um visual de primeira e um bom desenvolvimento. Souza (2017) diz que o primeiro protótipo da montadora, intitulado como Roadster foi construído em 2004, com parceria com a Lotus, e o seu lançamento se deu em 2008. Com autonomia de 480 quilômetros e um motor de 288 cavalos, o carro atinge o 100 km/h em apenas 4,0 segundos. Fabricado durante cinco anos, o Roadster vendeu aproximadamente 2.450unidades. A partir daí, a Tesla (2018) projetou o seu primeiro sedã premium totalmente elétrico, o Model S, que veio a se tornar o melhor carro em sua categoria, combinando segurança, e desempenho eficiente. O modelo com 7 versões de luxo que se diferenciam por sua potência de bateria, redef iniu as expectativas do mundo para carros elétricos do século 21. Em 2015, a montadora voltou a expandir sua linha com o Model X, um SUV, eleito o carro esportivo

mais rápido e capaz do mercado pela National Highway Traffic Safety Administration , segundo mostra no site da Tesla (2018). Segundo Kleina (2017), o modelo 13 tem autonomia para 474 km, sem precisar carregar. Por fim, em 2016, o Model 3 é anunciado como a versão mais simples e acessível do Model S. Para Souza (2017), a Tesla ganhou espaço no mercado apostando em revolucionar um nicho, até então, não explorado, ao invés de tratar carros elétricos como apenas uma opção verde, a montadora optou por investir em desempenho e conforto. Para o carregamento dos carros, a empresa já conta com 1229 estações Supercharger com 9623 Superchargers que são encontrados em toda América do norte, Europa e parte do Oriente Médio, Ásia e Austrália (Imagem 14), se o carro ficar sem energia, é possível localizar um posto de recarga mais próximo no GPS. A recarga é mais barata que a gasolina, podendo variar de $116 a $132, dependendo do modelo, para percorrer 1.500 km, uma diferença de até $79 comparada a gasolina. (TESLA, 2018) A ideia é posicionar esses carregadores perto de locais como supermercados, shoppings e áreas centrais. Ainda é possível monitorar à distância o tempo de recarga através do aplicativo do carro da Tesla (2018).

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Farinaccio (2017) acredita que no futuro os postos de gasolina s ó te rã o s u p e rc a rre g a d o re s elétricos, diminuindo os altos preços e a poluição causada pelos combustíveis à base de petróleo. Além dos carros elétricos, a Tesla 74

conta com outros produtos, como a Powerwall (Imagem 15), uma bateria que armazena energia elétrica obtida através de painéis solares que abastece sua casa em momentos mais pertinentes. A proposta do produto é armazenar

a energia obtida durante o dia pelos painéis e utilizar posteriormente, quando o consumo for mais elevado. Em caso de queda de energia, a bateria também funciona como um gerador, segundo Higa (2015).


TESLA

Golson (2017) conta que, assim como os carros da Tesla, é possível gerenciar a Powerwall de qualquer lugar através do aplicativo Tesla, sendo possível acompanhar, em tempo real, dados sobre a geração de energia solar, o fluxo de armazenamento da bateria, o consumo de energia da residência e ainda notifica os proprietários, caso a bateria seja ativada devido a falha elétrica. De acordo com Higa (2015), a bateria pode ser útil em países que cobram mais pela energia elétrica nos horários de pico, sendo assim, quando a tarifa estiver mais alta, basta ligar a Powerwall e diminuir o consumo de energia tradicional. Para empresas, a Tesla (2018) projetou o Powerpack, uma espécie de Powerwall mais potente, capaz de armazenar até 210 kWh. Segunda Higa (2015), a ideia é que essas baterias sejam infinitamente escaláveis para fornecer a indústrias e serviços públicos, entre as empresas que estão

utilizando essa solução está a Amazon, que utiliza baterias de 4,8 MWh em um data center da Amazon Web Services na Califórnia, e a Target , que está usando a Powerpack para diminuir o consumo de energia elétrica nos horários de pico em suas lojas.

Hamilton (2015) defende que o uso das baterias da Tesla na Amazon são importantespara a confiabilidade do data center, como acilitadoras p a r a a a p l i c a ç ã o d a e n e r g i a s u s te n t á ve l , preenchendo a lacuna entre a produção

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TESLA

intermitente e as demandas constantes de energia. O Bloomberg Business (2015) listou alguns benef ícios que as empresas podem obter utilizando a Powerpack: • • • •

Maximizar o consumo de energia limpa. Evitar cobranças de demanda em horários de pico. Utilizar a eletricidade tradicional quando for mais barato. Ser reembolsado pelos serviços públicos por participar de serviços de rede inteligentes. • Ter um gerador reserva em caso de falhas na energia. A Tesla (2016) afirma que a Powepack é a bateria com o menor custo, maior eficiência e potência do mercado. Musk (2015) diz que pretende mudar a forma pela qual nós produzimos e consumimos energia e que 160 milhões de Powerpacks poderiam abastecer os Estados Unidos, e 2 bilhões seriam suficientes para o mundo inteiro. Segundo De Jesus (2016), quatorze anos depois da sua fundação, Elon Musk, CEO da empresa, anuncia a mudança do nome da empresa para Tesla Inc e atualiza sua missão de “A missão da Tesla é acelerar a transição mundial para o transporte sustentável” para “A missão da Tesla é acelerar a transição mundial para a energia sustentável”. Para Higa (2017) a mudança reflete os planos da companhia de olhar além dos carroselétricos, ampliando o alcance dos serviços e produtos para criar um império de energia sustentável.

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Segundo Mannes (2016), a ideia de Musk é conduzir a companhia para a completa automação e controlar todas as atividades do setor, desenvolvendo um sistema de piloto automático mais seguro que a habilidade humana, assim criando uma rede de carros tão ef icientes como o Uber e o Lyft. De acordo com a SolarCity (2016), para tornar toda essa teoria real, a Tesla precisa se junta a Solar City, empresa de energia solar. A tecnologia solar e de armazenamento são otimizadas quando combinadas. Como uma única empresa, Tesla (armazenamento) e SolarCity (energia solar) poderão criar produtos residenciais, comerciais e de grande escala totalmente integrados, que irão melhorar a forma como a energia é gerada, armazenada e consumida. Musk (2016) diz que o objetivo da fusão é fazer da Tesla uma empresa totalmente limpa, unindo os veículos elétricos com os sistemas solares, oferecendo aos consumidores uma única fonte de energia com baixo consumo de carbono. Segun do Higa ( 201 6 ) , um d o s p ri n c i pai s f rutos da aquisição será os novos telhados solares para resi d ên c i as. O s m esm o sã o feitos de vidro texturizado e trazem células fotovoltaicas impressas nas telhas, o que torna o painel solar quase imperceptível (Imagem 16).


77


TESLA

Segundo a WMO (2016), o aumento nos níveis de concentração do gás CO2 no últimos 70 anos é o maior já registrado, sendo agora 145% mais altas que níveis pré industriais, o aumento desses gases com o efeito estufa tem a capacidade de realizar mudanças signif icativas no sistema climático, levando a graves interrupções ecológicas e econômicas (Imagem 17). Taalas (2016) defende que, sem cortes rápidos na emissões de CO2, dentre outros gases, estaremos indo para um futuro com aumentos perigosos até o final deste século.

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A Tesla (2018) defende que a sua missão sempre foi ajudar a resolver esse problema, acelerando a transição do mundo para a energia sustentável. Para isso, a companhia acredita que a energia sustentável deve ser armazenada para o uso posterior e em veículos elétricos. A aquisição da SolarCity é uma grande parte da criação de um futuro sustentável, a união das duas empresas os permite trabalhar com energia sustentável de uma maneira verdadeiramente integrada.


TESLA

Samini (2017) defende que direção autônoma é incrivelmente importante para o futuro da baterias, uma vez que sejamos capazes de chamar um carro autônomo para uma viagem, o custo do transporte cairá em torno de 75% e a longo prazo cerca de 85 a 95%, assim muitas pessoas venderão seus carros e dependerão exclusivamente de veículos autônomos para o transporte diário, que estarão usando motores de combustão elétrica em vez de motores de combustão interna. Samini (2017) diz que a Tesla sabe que nunca produzirá carros para todos, então decidiuproduzir baterias para as outras montadoras, as encorajando até mesmo a violar suas patentes na esperança de que outras fabricantes produzam veículos elétricos mais rapidamente. Tudo isso demonstra no interesse da companhia em aumentar a escala. Para Samini (2017) a visão da Tesla é baterias em todos os lugares, para tudo, o tempo todo e conclui que para acelerar a transição para a energia sustentável, a empresa precisará impulsionar a escala de bateria o mais rápido possível. (Imagem 18) sendo essa a chave para um futuro sustentável. Segundo a Bloomberg (2017), a Tesla ultrapassou o valor de mercado da General Motors e se tornou a maior fabricante dos Estados Unidos. Para Potter (2017), isso é um reflexo do otimismo, liberdade e desaf ios gerado pela empresa, que as outras companhias não conseguem replicar. Apesar disso, a montadora vem enfrentando diversos problemas em sua produção. De acordo com Bernstein (2018), a Tesla sofre com a obsessão por automação em suas fábricas, gerando um alto custo com máquinas e engenheiros qualificados

para programá-las, além de apresentar defeitos de qualidade em sua produção. Segundo a Infomoney (2018), outras empresas como a Fiat e Volkswagen, tentaram automatizar todo o processo de montagem em suas fábricas e falharam. Para Moreno (2017), o mercado entende que a Tesla tem uma visão privilegiada do futuro automotivo e terá bastante crescimento nos próximos anos com lançamento do Model 3 e a inauguração da Gigafactory, que segundo a própria Tesla (2016) será a maior fábrica do mundo e funcionará totalmente a base de energia solar.

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6.1.1 Análise da Tesla com Design Thinking Sustentável A Tesla possui diversos serviços, entre eles a montagem e vendas de carros e produtos sustentáveis, como explica o texto acima, através desta análise, procuramos propor melhorias para a minimização de erros na fabricação de carros.

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DEFINIR

Qualidade no produto final; Alto valor de programação das máquinas envolvidas na montagem dos carros; Visibilidade dos consumidores em relação a empresa.

PESQUISAR

Levantamento dos resultados atuais da empresa quanto a produção; Feedback de testes e dos usuários; O que os concorrentes estão fazendo para alcançar a Tesla.

GERAR IDEIAS

Substituição das máquinas por mão de obra humana; Análise dos engenheiros responsáveis pelas máquinas para programar variáveis, a fim de reduzir os erro; Integração da mão de obra humana com a automação das máquinas, sendo a análise humana responsável pela qualidade final dos produtos.

REDUZIR E ANALISAR

A integração parece a solução mais eficiente para evitar o desperdício de material, pois não descarta as máquinas evitando seu desperdício; Análise humana durante o processo de construção também evitaria o desperdício de material e de energia consumidos para reconstruir o carro na fábrica, ou de resolver defeitos aparentes depois da venda.


ANÁLISE TESLA

TESTAR PROTÓTIPOS

Poderiam ser criados um baixo número de veículos, utilizando o processo planejado.

ANALISAR

Foi notado que será necessário treinamento e pessoal capacitado para poder assumir essa solução.

SELECIONAR

Como o processo de montagem de veículos já é automatizado, o controle de qualidade f inal poderia ser realizado por humanos, gerando mais empregos e redução a de erros causadas por variáveis não programadas anteriormente, reduzindo os custos com retrabalho e aumentando a confiabilidade do público em seus produtos.

CONTROLAR

Acompanhar o feedback dos consumidores a respeito da melhorias realizadas quanto ao produto e acompanhamento das métricas de impacto sustentável.

REPETIR

Implementar as melhorias captadas através do feedback.

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ANÁLISE TESLA

Durante nossas pesquisas sobre o processo de fabricação dos carros encontramos alguns problemas na linha de produção dos Teslas, como problemas de qualidade no produto final. Os carros apresentam problemas na montagem após uso, e outro problema é o alto valor de programação das máquinas envolvidas na montagem dos carros, ambos os problemas afetam a visibilidade dos consumidores em relação a empresa. Com os problemas esclarecidos, conseguimos as seguintes soluções possíveis: Substituição das máquinas por mão de obra humana; análise dos engenheiros responsáveis pelas máquinas para programar a f im de reduzir os erros; integração da mão de obra humana com a automação das máquinas, sendo a análise humana responsável pela qualidade final dos produtos.A partir dessa análise, a integração parece a solução mais eficiente para evitar o desperdício de material, pois não descartamos as máquinas evitando seu desperdício e também, com a análise humana durante o processo de construção, se evita o desperdício de material e de energia

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consumidos para reconstruir os carros na fábrica, ou de resolver defeitos aparentes depois da venda. Para testar a integração da mão de obra humana com as máquinas, poderia ser criado um baixo número de veículos, utilizando o processo planejado. ​A partir dos testes com os protótipos, é possível notar a necessidade de treinamento e pessoas qualif icadas para assumir a solução. Como o processo de montagem de veículos já é automatizado, o controle de qualidade final poderia ser realizado por humanos, gerando mais empregos e redução a de erros causadas por variáveis não programadas anteriormente, reduzindo os custos com retrabalho e aumentando a conf iabilidade do público em seus produtos. Após a fase de testes é necessário acompanhar e implementar o feedback dos consumidores a respeito das melhorias realizadas n o s p ro d u to s e a s m é t ri c a s d e i m p a c to sustentável causados pela melhoria proposta.


6.2 Netflix Fundada em 1997 nos Estados Unidos, a Netflix é uma empresa global que atualmente conta com mais de 100 milhões de assinantes em todo o mundo e um catálogo com pelo menos 3.000 títulos no Brasil, de acordo com o site Olhar Digital (2016). Quando criada, a empresa funcionava na seguinte lógica: o usuário inscrito em um plano padrão poderia criar uma lista de f ilmes no site da Netflix, recebendo por correio os três primeiros filmes dessa lista. Após assistir o usuário devolvia o filme, recebendo por correio o próximo filme que estava em sua lista. A Netflix ao mesmo tempo em que se posicionava como uma versão melhorada das lojas de locação de filmes em DVD, também mostrava certa preocupação com sustentabilidade em seu negócio. Seu fundador, Reed Hastings, disse que “se os usuários da Netflix, ao invés de receber os filmes por correio, dirigissem duas milhas para alugar cada DVD, eles iriam consumir 250.000 galões de gasolina por dia e emitir 750.000 toneladas de dióxido de carbono anualmente” (HASTINGS, 2016). Desde 2007 a Netflix (2018) se encontra no status de uma empresa VoD (Vídeo on Demand). Ao entregar vídeos sob demanda, ela oferece a seus assinantes a possibilidade de fazer streaming de mídia e vídeos online por um

valor pago mensalmente. Quando um usuário deseja assistir a um filme, série ou programa de TV, ele simplesmente seleciona um título em uma lista de títulos disponíveis e, em alguns segundos, o vídeo está pronto para ser iniciado. Segundo pesquisa da Oxfam (2016), cada casa na Inglaterra possui por média 36 CDs e DVDs, produtos que consomem muito plástico e passam por diversos processos na sua construção, principalmente os Blu-Ray que, segundo o site TecMundo (2011), possuem oito camadas de materiais diferentes em cada unidade, o processo industrial envolvido é prejudicial ao meio ambiente e com a estimativa do Office for National Statistics (2017), em 2017 a Inglaterra possuía um total de 22.694 .600 moradias, chegando a um total de 817.005.600 CDs e DVDs. Isso vem de encontro ao que Hastings garantiu, quando a Netflix passa a tornar a reprodução de entretenimento por mídias f ísicas obsoleta, reduz a busca por CDs e DVDs, o que evita seu descarte inapropriado e pode até reduzir a sua produção no futuro. Dito isso, de forma indireta, através do streaming, a Netflix torna essa tecnologia obsoleta para o futuro, reduzindo a demanda dos CDs, o

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NETFLIX

que evita o uso da matéria prima e a poluição que o processo de fabricação e descarte gera. O seu diferencial no mercado e a motivação do serviço é a praticidade de assistir o que quiser, na hora que quiser. A ideia de estar ajudando o meio ambiente nem sequer passa pelas campanhas e propagandas do Netflix. Este não é o diferencial do produto, é a consequência dele e também é o resultado da desmaterialização ou digitalização dos serviços e produtos. Mas, segundo Protalinski (2015), sendo a provedora líder de streaming de vídeo na internet nos Estados Unidos e no Canadá e atraindo mais de 23 milhões apenas nesses dois países, a empresa faz parte dos serviços de streaming que contribuem com mais de 70% do tráfego de dados online na América do Norte, sendo responsável por pelo menos 37% desse número, o que faz com que suas decisões de design e gerenciamento de tráfego tenham um impacto substancial na inf raestrutura da rede mundial. Para Thouin e Coates (2007), a interface simples da Netflix requer que muitos mecanismos de rede

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complexos permaneçam invisíveis para o usuário. A maioria dos projetos da rede usa réplicas de servidores proxy para armazenar em cache o conteúdo, a fim de minimizar a latência no usuário final e reduzir o consumo de largura de banda, ao carregar no servidor que hospeda a biblioteca de filmes. O mecanismo de roteamento de solicitação redireciona cada usuário para o servidor mais apropriado de acordo com uma variedade de métricas, como distância, carga de rede ou disponibilidade de conteúdo, e esse servidor transmite o conteúdo selecionado para o usuário, seja por meio de um fluxo de unicast dedicado ou por meio de uma conexão multicast, na qual muitos clientes recebem o mesmo fluxo. A abordagem adotada para a alocação de conteúdo, em que os dispositivos de armazenamento de arquivos de vídeo são colocados na rede, influencia tanto a solicitação de roteamento, quanto a de entrega de conteúdo. O tamanho grande dos arquivos de vídeo torna caro e impraticável replicar


NETFLIX

a biblioteca inteira em cada site e, geralmente, apenas uma f ração dos títulos ou pref ixos de arquivo mais populares é armazenada em cada réplica. Distribuir esses arquivos para as réplicas consome uma largura de banda signif icativa. Um estudo feito por Seetharam (2010) para a Universidade de Massachusetts constatou que fazer o streaming de um filme exige 78% da energia necessária para produzir e enviar um DVD, mas emite aproximadamente cem vezes mais carbono. O maior impacto do carbono emitido vem do uso intensivo de energia provindos de data centers que armazenam os conteúdos e o transportam para residências. Acontece que quando um assinante assiste, por exemplo, a série Orange is the New Black, tanto a inf raestrutura de nuvem da Amazon Web Services, os servidores de conteúdo da própria Netflix e ISP como o roteador Wi-Fi e laptop ou TV do assinante consomem energia. Em relatório divulgado em 2010, o Greenpeace

afirmou que, embora as emissões dos data centers continuem sendo uma pequena parte do nosso impacto ambiental coletivo, o uso de eletricidade pela infraestrutura da Internet está crescendo e a crescente popularidade do streaming de vídeo faz com que as emissões do data center cresçam ainda mais. Para Cook (2015), analista de política de tecnologias da informação do Greenpeace, embora a método de streaming possa compensar algumas emissões, como a fabricação e a entrega de DVDs ou discos Blu-Ray, a conveniência da transmissão nos leva a consumir mais conteúdo. Em vez de comprar alguns vídeos e assistilos de novo e de novo, agora assistimos toda uma série de shows de uma vez, o que acaba criando uma emissão de carbono maior no geral. A Netflix (2018) informou que procura servidores em regiões alimentadas principalmente por energia renovável e mitiga o resto de suas emissões de carbono, investindo em créditos de energia renovável.

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SEIS SIGMAS E DMAIC

6.1.1 Análise da Netflix com design thinking sustentável Com a introdução anterior aos prós e contras da Netflix e o seu impacto no mundo, podemos analisar de forma objetiva, com ajuda do Design Thinking Sustentável, como o Netflix pode melhorar e se tornar um serviço mais sustentável.

DEFINIR

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Problema com a quantidade de energia usada e também da sua procedência.

PESQUISAR

Servidores e que tipo de energia os concorrentes utilizam; Servidores que possuem preocupações sustentáveis; Custo para adquirir um servidor próprio.

GERAR IDEIAS

Utilizar um servidor que utilize energia renovável ou a partir de fontes que minimizem o impacto ambiental; Criar servidores que usem a energia de forma mais eficiente; Otimizar a transmissão dos dados para exigir menos dos servidores, assim gastando menos e em ambas as situações se utilizar de energia sustentável.

REDUZIR E ANALISAR

A segunda solução se torna mais sustentável, já que ela é imaterial e isso anula o gasto com matéria prima.

TESTAR PROTÓTIPOS

Fomos incapazes de encontrar em nossas pesquisas, algum projeto que supere a Amazon AWS em desempenho para serviços de grande escala.


ANÁLISE NETFLIX

ANALISAR

Existem, pela internet, diversos serviços de hosting verde, servidores que se alimentam de energia sustentável; Dependendo do interesse da Netflix, ela poderia criar seus próprios servidores melhorados, estudando como eles funcionam, melhorando seu desempenho e reduzindo seu consumo de energia.

SELECIONAR

Apresentamos a possibilidade da Netflix fazer uma parceria comercial com um servidor, para utilizar energia renovável e otimizar a transmissão de dados, para assim consumir menos energia ou construir seu próprio servidor sustentável; Refinamos o conceito e deixamos claro a necessidade, caso a Netflix construa os servidores, de utilizar materiais sustentáveis ou pensar em formas de permitir o reuso dos servidores de forma circular.

CONTROLAR

Acompanhar a transmissão de dados, o uso de energia e com isso interfere no uso da plataforma, para os seus usuários.

REPETIR

Coletar feedbacks e aplicar melhorias, para que o produto continue evoluindo.

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ANÁLISE NETFLIX

Para que pudéssemos analisar o caso da Netflix, examinamos o conteúdo coletado sobre o processo de trabalho da empresa e como ela entrega o seu serviço, chegando ao problema referente à quantidade de energia utilizada pela mesma e também à credibilidade de seus fornecedores. Constatamos que seria necessário pesquisar quais servidores e energia os concorrentes da empresa utilizam, quais servidores disponíveis no mercado possuem preocupações com questões de sustentabilidade e o custo para se ter um ser vidor próprio. A partir dessa pesquisa, conseguimos chegar as seguintes possíveis soluções: a empresa poderia fazer uso de um servidor que utilize energia renovável ou que fosse gerada a partir de fontes que minimizem o impacto ambiental; poderia criar servidores que usem a energia de forma mais eficiente; ou poderia otimizar a transmissão dos dados, para exigir menos dos

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servidores, assim gastando menos e, em ambas as situações, se utilizar de energia sustentável. Passando na etapa de Reduzir e Analisar, percebemos que a segunda solução se torna mais sustentável, já que ela é imaterial e, além de não existir gastos com matéria-prima, isso também evita a confecção da mesma, não havendo a necessidade de se preocupar com descarte. Ao testar protótipos, fomos incapazes de encontrar, em nossas pesquisas, algum projeto que supere a Amazon AWS em desempenho, para serviços de grande escala, o que nos fez analisar novamente a primeira solução gerada na etapa de ideação. Existem, pela internet, diversos serviços de hosting verde: servidores que se alimentam de energia sustentável, e que, dependendo do interesse da empresa, poderiam ser utilizados para a criação de servidores próprios e com melhor


ANÁLISE NETFLIX

desempenho, reduzindo seu consumo de energia . Segundo UCSUSA (2017) e Lazard (2017) a energia sustentável vem reduzindo seu valor em watts desde 2006 de US$ 3,50 para US$ 0,72 chegando a valor competitivo, com as formas. tradicionais de gerar energia, sendo que a única coisa que impede as pessoas de utilizarem mais este tipo de energia é o custo para construção, que é mais alto, mas que, em longo prazo, tem a necessidade de manutenção mínima e o fato de o combustível para gerar a energia ser de graça, como o vento e o sol, torna as opções atraentes para os produtores de energia. No caso da Netflix, não há necessidade de construir nada neste sentido, só utilizar a energia gerada por eles, sendo assim o maior problema financeiro atual das energias renováveis não a afeta. Logo, ao analisarmos a concepção dos protótipos, verificamos a possibilidade da Netflix fazer uma parceria

comercial com um servidor, para utilizar energia renovável e otimizar a transmissão de dados, para assim, consumir menos energia ou construir seu próprio servidor sustentável, que nos fez chegar a etapa de na fase de seleção, com o refinamento do conceito e deixarmos claro a necessidade de, caso a Netflix construa os servidores, utilizar materiais sustentáveis ou pensar em formas de permitir o reuso dos servidores de forma circular. o uso de energia e como isso irá interferir no uso da plataforma, para os seus usuários, indicando que seja sempre feita a coleta de feedbacks e aplicação de melhorias a f im de que o produto continue evoluindo.

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smart cities

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7 Smart Cities Como já citado, Manzini (1998) acredita que estamos em um período de transição em que os produtos de informação estão se tornando extremamente valiosos e presentes em nossas vidas, e que, de forma indireta, nos ajudam a reduzir a utilização de alguns materiais, já que muitos serviços e produtos se tornam digitais. Porém, hoje, os nossos aplicativos monitoram nossas rotas ao trabalho, analisam nossos gastos, os produtos com que mais gastamos, entre outras atividades, servindo como uma ferramenta para entender nosso comportamento, com o intuito de ajudar empresas privadas a nos venderem itens. Agora existe um conceito de cidade que imagina o que poderia ser feito se os poderes públicos começassem a se utilizar dessas ferramentas de análise, para ajudar os cidadãos a terem um estilo de vida mais confortável na cidade e a ajudar as mesmas cidades a serem sustentáveis. Com o crescimento das cidades, os problemas enf rentados por elas também aumentam e, segundo Pack, Potter e Gale (2002), os problemas normalmente enfrentados vão desde o problemas econômicos causados pelo envelhecimento da população, pelo grande número de moradores e pela falta de empregos até os problemas ambientais como a contaminação das águas por

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esgotos, a grande quantidade de lixo descartado de forma incorreta, entre outros. Isso acaba aumentando a necessidade de apresentar um melhor estilo de vida aos cidadãos, entregar uma cidade que use a energia e todos os materiais naturais de forma mais ef iciente e que ajude com os problemas econômicos. As Smart Cities, ou Cidades Inteligentes, são exemplos de locais que utilizam as novas tecnologias a favor dos cidadãos e do meio ambiente. É sustentável: usa a tecnologia digital para reduzir custos e otimizar o consumo de recursos de modo que sua administração presente não comprometa o uso pelas gerações futuras; É inclusiva e transparente: tem canais de comunicação diretos com os cidadãos, opera com dados abertos e permite acompanhar suas finanças; Gera riqueza: oferece infraestrutura adequada para geração de empregos de alta qualidade, inovação, competitividade e crescimento dos negócios; É feita para os cidadãos: usa a tecnologia digital para melhorar a qualidade de vida das pessoas e dar acesso rápido a serviços públicos mais ef icientes. (Caminho para as Smart Cities: Da Gestão Tradicional para a Cidade Inteligente, 2016, p. 38)


SMART CITIES

Em nossa pesquisa, das diversas definições e teorias de construção das Smart Cities, encontramos algumas concordâncias entre elas, a ideia de que ela deve ser construída pensando nos cidadãos de forma diária e permitindo a eles o poder de se tornar um agente ativo na cidade, o papel do cidadão se torna mais importante através do seu feedback sobre a situação, por exemplo, das estradas ou da segurança local, o que torna a cidade melhor e em constante mudança. Este estilo de cidade, que terá de converter essas grandes quantidades de dados, só poderá existir com tecnologias como Big Data , Internet das coisas e outros produtos que se classificam nos produtos de informação do Manzini (1998). Outra parte, que é comum entre as definições, é o uso eficiente de energia e o uso de energias renováveis. Nas metrópoles de hoje, a energia, assim como a gestão de resíduos que elas geram, são um grande problema, pois a energia é utilizada em grande escala e as técnicas mais convencionais de produzir energia aqui no Brasil são devastadoras, como as hidroelétricas, inundando grandes regiões do país, ou as usinas nucleares, que produzem resíduos radioativos que poluem o solo. O mesmo acontece com o despejo do lixo e do esgoto que são gerados em grande quantidade

pelas cidades e são despejados em campos abertos ou rios. As Smart Cities também terão de enf rentar estes desaf ios, a ideia é que, com constante análise e com o apoio dos cidadãos que possuam ideias para resolver esses problemas, se poderá encontrar soluções ef icientes para esses problemas, quase como as ferramentas atuais, que testam as propagandas nos sites e analisam as diferenças de lucro, para aumentar o desempenho de uma campanha ou produto, só que utilizadas em outro cenário, com outra finalidade, mas a ideia se mantém a mesma, que a análise constante e minuciosa, para garantir o desempenho da cidade em todos os níveis. O conceito da cidade inteligente mostra a força que os produtos de informação podem ter para ajudar a construir um estilo de vida melhor e até deixar as cidades menos prejudiciais ao meio ambiente. Obviamente a produção de hardware ainda existirá e, imaginando uma cidade inteira de aparelhos, pode se imaginar até um aumento no início, para se ter uma noção, segundo matéria do site Smart City Laguna (2018), existem ideias de postes de rua que contêm sensores de movimento, para usarem sua energia máxima, dependendo do movimento detectado, melhorando a eficiência no

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SMART CITIES

uso de energia, já outros projetos, segundo a Hydro (2018), imaginam os postes, que além de melhorarem a eficiência de energia, usam outros dispositivos que ajudam no relatório de trânsito, imaginando agora o número de postes em São Paulo que é por volta de 560 mil, segundo o site da Prefeitura de São Paulo (2018), podemos ter uma ideia da necessidade de material ainda para produzir todos esses sensores e aparelhos, mas ainda mantendo em mente o número de postes na cidade, imagine a quantidade de energia não desperdiçada pelos mesmos postes e o que os dados de trânsito recebidos por eles não podem fazer para melhorar o tráfego nas cidades. A cidade se mantém em uma balança, na qual produzimos muitos aparelhos, mas utilizamos os mesmos para manter melhor o meio-ambiente e a vida na cidade. Isso, claro, com os produtos que não podem se tornar imateriais, os que se tornam já fazem uma diferença mais drástica, reutilizando os exemplos dos relatórios com uma cidade que

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coleta dados a todo momento, se fossemos imprimir todos os relatórios, gastaríamos uma quantidade gigantesca de papel, mas utilizando um leitor digital para todos eles não estaremos gastando nada, apenas a energia para ligar os monitores, essa tecnologia não é futurista, ela já existe hoje e já é muito usada sim, mas muitos processos ainda precisam ser feitos no papel. No momento em que esses processos de hoje forem resolvidos de forma digital, já estaremos dando um passo mais perto de uma Smart City. Passada a fase de implantação da cidade e toda a demanda inicial dos hardwares for atendida, o trabalho será de constante análise e aprimoramentos pequenos e grandes, a cidade funcionará normalmente, mantendo os seus serviços tradicionais de segurança, manutenção, entre outros. A ideia é gerar novos empregos com as análises dos dados recebidos dos periféricos pela cidade.


7.1 Cidade de Masdar Dentre os grandes projetos de Smart Cities, está a cidade de Masdar localizada em Abu Dhabi. Segundo Cane (2014) do site Arch Daily, a companhia Masdar deu início à construção dessa Smart City em 2006, prometendo criar a cidade mais sustentável do mundo com um investimento de 15 bilhões de dólares. A idéia é que a cidade não emita nenhuma quantidade de gás carbônico e seja referência no mundo. Tudo em Masdar é pensado, desde a forma dos prédios, os f ins das ruas e áreas públicas, fazem parte do conjunto planejado pelo escritório Foster + Partners. A previsão é de 40 mil pessoas habitando as edif icações revestidas de painéis de terracota, telas metálicas ou painéis reflexivos. Graças a ausência de carros, as ruas são mais estreitas, permitindo uma proteção solar e um controle da temperatura ambiente que chega, no mínimo, entre 10 a 15 oC. Um outro fator que colabora com a temperatura de Masdar é a sua posição arquitetônica pensada na circulação do vento vindo do deserto. Como abastecimento de energia, várias edificações tem em seus telhados células fotovoltaicas de 10 MW, que produzem mais energia do que a cidade precisa, de forma limpa.

Além disso, 22 hectares da Smart City é coberta por painéis solares que produzem 17.500 MWh por ano. A energia produzida vai abastecer também o transporte, evitando que 1 bilhão de toneladas de CO2 sejam jogados na atmosfera todos os anos. Por enquanto, segundo o site Sapo Viagens (2018), os únicos habitantes da cidade são estudantes da Masdar Institute que fazem parceria com a MIT. Para se locomover em Masdar é necessário pegar um veículo chamado de PRT (Personal Transit Rapid), com capacidade de 4 passageiros, que, através de um campo magnético, percorre diversos campos da cidade sem a necessidade de pagar por transporte público. Além disso, as ruas tem espaço para bicicletas e pedestres. No entanto, a quantidade de veículos é limitada, dessa forma, não haverá trânsito. Segundo Ingrid Araujo, do site Pensamento verde (2013), Madstar tem previsão de término para 2025. Até lá, os os desenvolvedores prometem adaptar e melhorar a Smart City para resolver problemas como a temperatura, que em certas partes da cidade, pode chegar a 50oC em dias ensolarados.

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7.2 Cidade de Amesterdã Diferente da cidade de Masdar, que foi criada para ser desde o princípio uma Smart City, Amsterdã é uma cidade tradicional, já estabelecida, que está tentando se transformar em uma cidade inteligente. Segundo o site Iamsterdam (2018), a cidade mantém uma parceria entre autoridades públicas, privadas, instituições de pesquisa e os cidadãos, para criar projetos que almejam deixar a cidade mais inteligente. Diversos projetos que já começaram na cidade estão disponíveis no site da iniciativa, Amsterdam Smart City (2018), eles abrangem 6 categorias: Inf raestrutura e tecnologia: aborda as relações de conexão com a internet, o fluxo de dados e a infraestrutura da cidade, um projeto disponível desta categoria no site é o Amsterdam Innovation Arena (2018) que propõe um espaço para inovação, dando oportunidade para os cidadãos entregarem ideias de todas as categorias, o que permite ao cidadão ser mais ativo na cidade, sugerindo mudanças e melhorias pelo ponto de vista de quem vive lá diariamente;

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Energia, água e descarte: representa a parte sustentável da cidade inteligente, reconhecendo a necessidade da energia sustentável, seja por energia solar, pela conversão do descarte em eletricidade, aquecimento e até material de construção. Dois projetos no site são muito interessantes nesta categoria, um é chamado City-zen: Smart Cooling (2018), segundo a descrição do projeto, em algumas épocas do ano as águas do sistema público em Amsterdã ficam muito frias para o consumo, o projeto pretende utilizar essa água gelada para resfriar processos farmacêuticos e depois do processo, com a água em temperatura mais agradável, enviá-la novamente ao sistema público, para consumo. O outro projeto se chama City-zen: Vir tual Power Plan (2018), que quer armazenar energia solar dentro de baterias, em todas as casas. A ideia também é utilizar um sistema de troca ou venda da energia que sobra nas baterias, assim não se desperdiça a energia e ainda gera lucro;


CIDADE DE AMSTERDÃ

Mobilidade: propõe manter uma boa acessibilidade para os cidadãos na cidade dando facilidades para o consumo de carros e transporte público elétricos, para redução da emanação de gases. Na categoria de mobilidade, existe um projeto que se chama Zero emission City Logistics (2018), que quer, através de organizações públicas e privadas, alcançar um tráfego com zero emissão de carbono até 2025, implementando, em larga escala, o uso de veículos elétricos para serviços de logística e transporte de bens; Cidade circular: visa a alteração de uma economia linear em uma economia circular, para reduzir o desperdício e a poluição, focando em reciclagem, reutilização e redução na quantidade de produtos. Um projeto interessante desta categoria no site é chamado Your pollutant is our resource! (2018), na qual o grupo quer otimizar uma bactéria que irá consumir dióxido de carbono e produzir outros componentes químicos básicos. A economia circular está na reutilização da poluição causada

pela cidade, para produzir outras coisas, limpando a cidade e criando matéria para ser utilizada; Governança e educação: abrange projetos que visam educar a população, ou que possuam um viés governamental, para ajudar a administrar a cidade; Cidadãos e moradia: trata de manter a cidade de amsterdam um local de fácil vivência, procurando manter uma comunicação constante com os cidadãos. As smart cities, em sua maioria, estão ainda em planejamento com variáveis níveis de conclusão mas hoje elas são a melhor solução para esta combinação de tecnologia, consumo e sustentabilidade, almejando um melhor estilo de vida nas cidades e tornando as cidades menos agressivas contra o meio ambiente.

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conclusão conclusão

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CONCLUSÃO

Abordamos o tema da sustentabilidade e a importância dos negócios, para atingirmos um futuro mais limpo, desenvolvendo uma proposta de melhoria de uma ferramenta que traz o conhecimento acumulado de outros acadêmicos e profissionais focados em design thinking, mantendo sempre o usuário, o mercado e a viabilidade financeira em mente, mas com outro ponto/f iltro, para que as ideias geradas neste processo, atualmente tão popular, tenham em mente suas responsabilidades ao ecossistema e seus recursos f initos. Analisamos, como já dito, as principais teorias de design thinking, junto ao DMAIC, para criar o que chamamos de Design Thinking Sustentável. Pretendemos, com a ferramenta, facilitar a geração de ideias sustentáveis, para que no futuro possamos minimizar o impacto ambiental e ainda tenhamos materiais para produção. Vimos em nossas análises outras instituições que já se preocupam com esta sustentabilidade corporativa, como os Corporate knights, que analisam as medidas das empresas e as colocam em rankings para comparação. Analisamos as saídas mais comuns atualmente, para criar serviços

sustentáveis, mostrando com nossas pesquisas e análises, utilizando o Design Thinking Sustentável, algumas sugestões de possíveis melhorias para os cases da Tesla e do Netflix, buscando exemplif icar como a ferramenta pode ser aplicada. Nota-se que o método de design thinking é voltado para solução de problemas de companhias que querem gerar lucros, procurando melhores formas de atingir seus clientes, porém, sem dar a devida atenção ecológica ao processo. A pesquisa em questão expressa a importância da elaboração de métodos que auxiliem as empresas a diminuir o impacto ambiental na produção dos seus produtos e mantenham sua rentabilidade estável, pensando alongo prazo, seguindo a metodologia de design thinking, adaptada para dar relevância a sustentabilidade. Para o futuro, a ferramenta deve ser posta em prática, para testarmos seus resultados e, se necessário, melhorá-la, para se simplif icar a aplicação da ferramenta, trazendo à tona novas características e funcionalidades do Design Thinking Sustentável.

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referĂŞncias conclusĂŁo

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